GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DA MULHER ANEXO 08 Plano Intersetorial de Atenção Integral à Saúde da Mulher Cais do Apolo, 222- 4° e 5° andar - Bairro do Recife- Recife/PE - CEP: 50.030-905 [email protected] Fones: (081) 3183.2950 - 3183.2990 .a f -, GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO Secretaria da Mulher PLANO INTERSETORIAL DE A TENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA MULHER NO ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DA MULHER DE PE SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE Dezembro/2011 l' / APRESENTAÇÃO Atenção Integral à Saúde das Mulheres é uma das prioridades das políticas de saúde no Brasil e vem sendo institucionalizada por meio de políticas e programas implementados de forma cooperada entre os três níveis de gestão do Sistema Único de Saúde. Consciente da importância da saúde como um dos direitos fundamentais das mulheres e considerando sua a missão de promover e apoiar políticas públicas para mulheres, a Secretaria da Mulher do Estado de Pernambuco vem, ao longo desses cinco anos de atuação, articulando ações com os órgãos gestores estaduais, municipais e federal de saúde, em especial com a Secretaria de Saúde do Estado, para definir ações prioritárias de atenção a saúde integral da mulher. Essas ações estão voltadas para a promoção de estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento de câncer de colo uterino e de mama, Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, vírus HTLV e Doença Falciforme . Como um dos resultados desse trabalho, foi construído, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde - Coordenação Estadual de DST-AIDS, o Plano Estadual de Prioridades para o Enfrentamento à Feminização da Epidemia de Aids e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis, lançado em março de 2010, que visa nortear a implantação e implementação de um conjunto de ações de promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva· para as mulheres pernambucanas e define estratégias e metas a serem implementadas, não só pela Secretaria Especial da Mulher, mas também, por outras secretarias, órgãos estaduais e instituições. Cumprindo metas propostas pelo Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Pernambuco (CEDIM/PE), em articulação e integração com a Diretoria do Laboratório Central de Pernambuco (Lacen), com o Programa Estadual de DST/Aids e a Gerência de Atenção à Saúde da Mulher da Secretaria Estadual de Saúde, a SecMulher realizou Fóruns Regionais de Enfrentamento ao Câncer de Colo Uterino e de Mama no Estado de Pernambuco, para debater a melhoria da atenção a saúde sexual e reprodutiva da mulher, enfocando ações que garantam o acesso da mulher a prevenção, informação, tratamento e diagnóstico precoce do câncer feminino e de doenças sexualmente transmissíveis. Assim, no período de 2009 a 2010 foram realizados quatro Fóruns Regionais com a participação de gestores de saúde, de organismos municipais de políticas públicas para mulheres e sociedade civil. Buscando também cumprir as propostas da 11 Conferência Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres, quanto à assistência à doença Falciforme, a Secretaria Especial da Mulher, em novembro de 2008 articulou com a assessoria técnica da Política Nacional de Doença Falciforme em PE e a direção de Hematologia do HEMOPE, a elaboração do Projeto de Lei para Implantação de uma política de atenção a doença falciforme. Assim, em dezembro do mesmo ano, foi instituída a "Política Estadual de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme e Outras Hemoglobinopatias, no âmbito do Sistema Único de Saúde -SUS do Estado de Pernambuco", a qual tem por finalidade a redução da morbimortalidade decorrente dessas enfermidades, (Lei 13.693). Como resultado dessas iniciativas na atenção a doença falciforme, Pernambuco sediou em junho de 2009 o "I Encontro Nacional de Mulheres com Doença Falciforme", promovido pela Coordenação da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias/ que teve como tema "Mulheres com doença falciforme: o que queremos do SUS". Para contribuir na implantação e implementação dessa Política, em abril de 2010 foi constituído o Comitê Técnico da Política Estadual de Atenção Integral as pessoas com Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias na Secretaria Estadual de Saúde, no qual tem assento uma representante da SecMulher. Ainda no campo da saúde do sangue, foi realizado pela Secretaria Especial da Mulher o "Seminário Mulheres e Saúde do Sangue" que contou com a participação de representantes das secretarias municipais de saúde, gestoras e gestores da Secretaria Estadual de Saúde e de instituições não-governamentais, onde foram discutidas políticas de saúde para melhoria de vida das mulheres frente à Doença Falciforme, o vírus HTLV e a Sífilis. No que tange a atenção a gestação, ao parto e ao nascimento, a Secretaria da Mulher atuou no sentido de somar aos esforços do Programa Mãe Coruja implementando ações voltadas para sensibilizar e mobilizar as mulheres para a garantia do direito à documentação civil e na capacitação das mulheres rurais integrantes do Programa Chapéu de Palha Tomando como referência os resultados já alcançados e a necessidade de ampliar e melhorar as ações de saúde da mulher, especialmente visando atingir os segmentos mais vulneráveis da população feminina do Estado, a proposta de construção do Plano Estadual de Cooperação para Atenção Integral à Saúde da Mulher de Pernambuco visa dar continuidade a implementação de estratégias voltadas ao enfrentamento da doença falciforme, prevenção da infecção pelo HIV, de outras DST, e do vírus HTLV, ao câncer de colo uterino e de mama, atenção integral à gestação e ao parto, a atenção à saúde das mulheres vítimas de violência doméstica e sexual, e a implementação de ações integradas para mulheres rurais e pescadoras nas áreas de saúde bucal e saúde ocupacional. o Plano Interssetorial de Atenção Integral à Saúde da Mulher no Estado de Pernambuco constitui, portanto, um instrumento que deverá orientar as estratégias de integração das ações da SecMulher e Secretaria de Saúde do Estado no período 2011/2014 , direcionadas a melhoria da qualidade de vida das mulheres em Pernambuco. 1. CONTEXTUALlZAÇÃO As mulheres são as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS). A busca pelos serviços públicos de saúde pela população feminina não se limita apenas ao atendimento individual, mas, sobretudo ao coletivo, por elas acompanharem filhos, filhas, companheiros e outros membros da família, bem como amigos (as), vizinhas (os), pessoas idosas, com deficiência, passando, em muitas ocasiões, também à condição de cuidadoras dessas pessoas. A maioria dos conceitos referentes à saúde da mulher encontrada na literatura limita o corpo da mulher à sua função reprodutiva e a maternidade, excluindo as questões de gênero e os direitos sexuais e reprodutivos. A situação de discriminação vivida pela mulher dentro da sociedade é um fator que muito contribui à vulnerabilidade feminina diante de algumas doenças, como por exemplo, as infecções sexualmente transmissíveis. Nesse contexto, a necessidade da promoção de atenção à saúde integral da mulher deve estar associada não só a valorização da doença, mas a implementação de políticas voltadas à qualidade de vida da mulher. Apesar da baixa cobertura da notificação, a violência sexual e doméstica é um problema de saúde pública. Somadas aos transtornos psicológicos desse flagelo feminino estão às possíveis conseqüências físicas, as como doenças sexualmente transmissíveis, em especial a infecção pelo HIV; ferimentos, escoriações, hematomas, fraturas recorrentes; problemas ginecológicos, corrimentos, infecções, dor pélvica crônica; doença Inflamatória pélvica; gravidez indesejada, abortamento espontâneo; asma e síndrome do colo irritável. Além do atendimento inadequado à mulher vítima de violência nos serviços públicos de saúde, tanto nos aspectos físicos como psicossociais, a demanda nos termos epidemiológicos apontam para a necessidade da implantação e implementação da notificação compulsória, especialmente nos serviços de urgência e emergência, bem como nas unidades de saúde da família. Destaque-se a importância do planejamento e implementacao de ações intersetoriais para inserir de forma diferenciada as mulheres nos novos espaços de desenvolvimento econômico do estado, com o objetivo de prevenir e combater as diversas formas de exploração de mulheres nestes territórios que se expressam pela exploração e violência sexual, pela discriminação na ocupação dos espaços de emprego, entre outras formas de opressão. Por sua vez, as desigualdades que atingem as mulheres negras apontam para a presença de uma tríplice discriminação: o fato de ser mulher, ser negra e de baixo poder aquisitivo. Apesar das mulheres comporem a maioria da população que procura os serviços públicos de saúde, há uma invisibilidade para os riscos específicos de determinadas doenças as quais as mulheres negras estão expostas, entre elas, a doença falciforme mais freqüente nas regiões onde a proporção de população afrodescendente é maior, ou seja, no nordeste do país. As mulheres com doença falciforme estão mais expostas a infecções graves, sendo mais freqüente nas mulheres no período gravídico, aumentando, assim, as chances de mortalidade infantil, de perdas fetais e de mortalidade da mulher negra. A vulnerabilidade das mulheres rurais às doenças tem, em sua maioria, como fatores determinantes, a pobreza, o difícil acesso aos serviços de saúde, a baixa escolaridade, as desigualdades de gênero e as situações de violência. Além disso, se tem poucas informações sobre como essas mulheres vivenciam os vários aspectos relacionados à sua saúde sexual e reprodutiva. Para facilitar o acesso das mulheres rurais às políticas públicas de saúde, além de servir como referencial para o planejamento e a gestão das ações para a mulher rural, visto que integra e reúne as intervenções de responsabilidade de diversos órgãos estaduais, a SecMulher construiu o I Plano Estadual de Políticas Públicas para Mulheres Rurais de Pernambuco, que delineia a ampliação e adequação dos serviços de saúde às necessidades das Mulheres Rurais nas áreas das doenças sexualmente transmissíveis e da aids, doença falciforme, câncer de colo uterino e de mama, saúde bucal e oftalmológica. Buscando conhecer mais a vida das mulheres que vivem da atividade da pesca artesanal do litoral norte, a Secretaria da Mulher de PE realizou, entre os meses de janeiro e fevereiro de 2009, uma pesquisa com 96 mulheres dos Distritos de São Lourenço e Tejucupapo e da comunidade do Baldo do Rio do município de Goiana. Constatou-se que, além da invisibilidade da mão-de-obra, as mulheres pescadoras são alvo de doenças específicas em conseqüência de uma atividade insalubre, por trabalharem mergulhadas na lama e na água por várias horas, em locais de acumulo de resíduos, lixos, beiradas de rios e mangues. Mosquitos, sol, ferimentos provocados pelas ostras, falta de roupa apropriada, fumaça e a poluição são alguns dos problemas apontados pelas pescadoras, os quais interferem de forma direta na saúde dessas mulheres. São todos esses fatores, relacionados às condições de vida das mulheres em Pernambuco, que determinaram as ações prioritárias do Plano Interssetorial de Atenção Integral à Saúde da Mulher no Estado de Pernambuco. O seu cumprimento tanto exige diálogo técnico e político como articulação e integração programática permanente entre as duas áreas, estabelecendo-se, assim, um tipo de controle institucional. Exige, ainda, parceria sistemática com a sociedade civil na implementação das estratégias, garantindo o espaço do controle social. 2. OBJETIVOS 2.1. Geral Fortalecer a implantação e implementação de políticas públicas voltadas para atenção integral à saúde da mulher pernambucana. 2.1. Específicos • Implementar as ações do Plano Estadual de Prioridades para o Enfrentamento à Feminização da Epidemia de Aids e outras D8T em PE (PEPEFEAD). • Fomentar estratégias de atenção à saúde da mulher vítima de violência doméstica e sexual; • Garantir atenção a saúde a mulher negra, mulher rural e da mulher pescadora, nas suas especificidades; • Conjugar esforços para expandir o acesso e garantir atenção de qualidade ao câncer de colo uterino e de mama e de pele; • Apoiar as ações de melhoria da atenção ao pré-natal, parto e nascimento; • Capacitar e mobilizar os Organismos de Mulheres em nível local para participação nos programas de saúde em nível municipal. 3. AÇÕES PRIORITÁRIAS E ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO AÇÃO - 01 Gestão do Plano Interssetorial de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PIAISM), até dezembro de 2014. Estratégia Responsáveis Prazo 1. Revisão das ações do Plano Estadual de Prioridades para o Enfrentamento à Feminização da Epidemia de Aids e outras DST em PE (PEPEFEAD). Comitê de Monitoramento do PEPEFEAD. Dezembro/2011 2. Celebração de Termo de SecMulher 1 SES/Cedim Parceria entre a SecMulher e a SES. SecMulher 1 SES 3. Constituição de um Comitê do Plano Intersetorial de Atenção Integral (PIAISM) à Saúde da Mulher. 4. Elaboração do (PIAISM), incorporando o PEPEFEADPE e a perspectiva de interiorização das ações de atendimento preventivo imediato para as mulheres vítimas de violência sexual. 5. Implantação do PIAISM 1 6 . Monitoramento das ações do Plano Fevereiro 12012 Agosto/2011 SecMulher 1 SES Dezembro/2011 I SecMulher 1 SES Janeiro/2012 Comitê do Plano Intersetorial de Atenção Integral à Saúde da Mulher Novembro/2014 AÇÃO-D2 Implantação das ações de saúde para o enfrentamento à violência doméstica e sexual contra as mulheres. Estratégia 1. Estruturação do Projeto de Treinamento equipes de médicas, de enfermagem e do serviço social das L1PAs e dos hospitais de referência para atendimento mulheres das vítimas de violência. 2. Implantação de atendimento descentralizado do Instituto de Medicina LeQal. 3. Implantação da notificação compulsória sobre a violência doméstica e sexual com as mulheres nos serviços de saúde do SUS 4. Apoiar os Centros de Referência para Atenção às Mulheres Vítimas de Violência Responsáveis Prazo Secretaria de Saúde ISecMulher Abril/2012 Setembro/2012 SecMulher I SES/SDS I Março/2012 SESI SecMulherl Secretaria de Saúde Maio/2012 AÇÃO 03 Implementação de ações específicas de Apoio ao Enfrentamento da Aids e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis. Estratégia 1. Implementação de 100% das ações de enfrentamento à feminização da Aids e outras DST em execução. Responsáveis Prazo SecMulher/SES Novembro /2014 AÇÃO 04 Implementação de ações específicas de Apoio à Saúde das Mulheres Negras Estratégia 1. Realização de 3 edições da campanha de enfrentamento ao racismo institucional nos sindicatos das áreas de saúde e Conselhos Regulamentadores (as) das Categorias dos Profissionais de Saúde. 2. Implantação do Projeto de Fortalecimento dos Organismos de Políticas Públicas para Mulheres para implementação da Política Estadual de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme. 3. Promoção de estratégias de qualificação do atendimento à mulher negra nos serviços de saúde. Responsáveis Prazo SecMulher/SES/ GT Racismo do Ministério Público Setembro/2012 SecMulher/MS/SES Dezembro/2013 SecMulher Outubro/2012 AÇÃO 05 Implementação de ações Específicas de Apoio à Saúde das Mulheres Rurais e Pescadoras. Responsáveis Prazo SecMulher/SES Junho/2012 2. Promoção de assistência à saúde bucal e oftalmológica das mulheres da zona canavieira. SecMulher/SES Abril/2012 3. Promoção de atenção à saúde da mulher pescadora. SecMulher/SES Maio/2012 Estratégia 1. Promoção de ações de prevenção e de apoio a realização de diagnóstico e tratamento do câncer de colo uterino, de mama e de pele. AÇÃO 06 Implantação de ações para Prevenção de Doenças de Transmissão Vertical. Estratégia Responsáveis 1. Promoção da prevenção do SecMulher/SES/Hemope HTLV. Prazo Abril/2012 ACÃO 07 Realização de estudos, pesquisas e campanhas sobre Doação de Sangue e as Mulheres. I Estratégia Responsáveis Prazo SecMulher Agosto/20 12 1. Promoção de estudos, pesquisas e campanhas, sobre mulheres e doação de sangue. ACÃ008 Promover à construção de Planos Intersetoriais Municipais de Atenção Integral à Saúde da Mulher, nos 113 municípios com Organismos Municipais de Políticas Públicas para as Mulheres. Estratégia 1. Articulação com os organismos municipais de políticas públicas para as mulheres para construção de Planos Intersetoriais Municipais de Atenção Integral à Saúde da Mulher. 2. Promoção de informações, entre a população feminina, sobre a atenção a saúde integral da mulher, em especial para a prevenção do câncer de colo uterino, de mama e violência contra a mulher Responsáveis Prazo SecMulher Fevereiro/2013 SecMulher Setembro/2013