XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. IDENTIFICAÇÃO DAS FERRAMENTAS PARA MONITORAMENTO DE PROJETOS: UMA REVISÃO DA LITERATURA Larissa Alves de Santana (UFPE) [email protected] Luciana Hazin Alencar (UFPE) [email protected] Este estudo apresenta o resultado de uma prospecção de artigos que possuíam como assunto de discussão principal o monitoramento de projetos, e consequentemente as metodologias empregadas e/ou sugeridas. Entre os artigos podemos observar que alguns fazem aplicabilidade de suas metodologias em estudos de casos e outros utilizam softwares para simular as mesmas. Várias ferramentas e metodologias foram identificadas. Verificou-se que a Análise do Valor Agregado é a ferramenta mais utilizada, sendo identificada em 53% dos artigos investigados. Palavras-chave: Gestão de projetos, Monitoramento de projetos, Avaliação de desempenho de projetos. XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. 1. Introdução A gestão de projetos tem sido alvo de vários estudos, e o ciclo de vida de acordo com Gray, Larson (2009) correspondem a: definição, planejamento, execução e entrega do projeto. Para que as etapas sejam concluídas no tempo pré-determinado é realizado o monitoramento de projetos. A sua importância é dada pela necessidade de verificar se o projeto se encontra dentro do prazo, orçamento e com os seus riscos devidamente controlados. Diante desta demanda, criou-se métodos para realizar tal controle. Os métodos de avaliação de projetos facilitam a percepção real do projeto, e a realização de multiprojetos. O objetivo desse trabalho é uma pesquisa voltada para a análise literária dos métodos e metodologias para avaliação de desempenho de projetos prospectando-se informações bibliográficas, metodologias e seus resultados na aplicabilidade da mesma. O artigo está estruturado da seguinte forma: na seção 2 é apresentada a base conceitual do artigo, explanando as fases de controle e avaliação do projeto e a metodologia de Análise do Valor Agregado; na Seção 3 é realizada a revisão da literatura apresentando as metodologias de monitoramentos de projetos que utilizadas nos estudos investigados, a metodologia utilizadas e seus devidos resultados. Na seção 4 são explanados os resultados da pesquisa, e por fim, na Seção 5, as conclusões finais do trabalho. 2. Base conceitual Os métodos auxiliam na avaliação do desenvolvimento do projeto, garantindo a sua qualidade, aconselhando ações a serem tomadas para corrigir ou evitar desvios, identifica áreas que exigem atenção especial, conhecida como as áreas de riscos do projeto. Segundo (Gray; Larsson, 2009), um sistema de monitoramento de projeto implica determinar quais dados coletar; como quando e quem irá coletá-los; analisa-los e relatar o progresso alcançado. É necessária a determinação dos dados que serão coletados. E especificamente, os relatórios de progresso do projeto são planejados e comunicados de forma escrita ou verbal. 2 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Duas metodologias que se encontram bem disseminadas na gestão de projetos é o EVA (valor agregado) e os indicadores de desempenho. Segundo (Gray; Larsson, 2009), “o sistema de valor agregado começa com os custos distribuídos em uma escala de tempo que fornecem a linha de base orçamentária do projeto, que recebe o nome de valor orçado planejado do trabalho programado (VP). Dada esta linha de base numa escala de tempo, comparações são feitas com o os custos reais e planejados, usando-se o valor agregado. A abordagem do valor agregado fornece os elos faltantes, não encontrados em sistemas convencionais de custoorçamento. A qualquer instante pode ser desenvolvido um relatório de status para o projeto.” Segundo (Gray; Larsson, 2009) às vezes os técnicos preferem usar índices de programa e custo mais do que os valores absolutos de SV e VC, porque índices podem ser considerados relações de eficiência. Índices em gráficos, mais do que o ciclo de vida do projeto, podem ser muito esclarecedores e úteis. As tendências são facilmente identificadas em relação a entregas e consequentemente, do projeto inteiro. 3. Revisão da literatura Nesta seção são descritos alguns trabalhos relacionados ao monitoramento de um projeto. Ao todo são quatorze pesquisas, que possuem variados métodos e metodologias proposta e/ou aplicadas. Hazır (2014) realizou um artigo que tinha como proposito revisar os problemas, abordagens e modelos analíticos sobre os sistemas de controle de projetos e discute a possibilidade de futuras extensões desta pesquisa. A pesquisa foi focada em Análise de Valor Agregado (EVA), ferramentas de otimização, como simulação, programação dinâmica e otimização estocástica, simulação Monte Carlo e concepção de sistemas de apoio à decisão (SAD), com o intuito de apoiar os gerentes de projetos no planejamento e controle de projetos em ambientes incertos. Foram elaborados aspectos analíticos do EVA e modelos de otimização relevantes. Deu-se ênfase à integração destes modelos em SAD e para o software de gerenciamento de projetos. O EVA só pode considerar dois aspectos do projeto: tempo e custo, com isso a simulação Monte-Carlo foi utilizada para replicar e modelar os ambientes de projeto incertos. Como resultado do estudo a avaliação revela que uma pesquisa de extensão é essencial para desenvolver modelos analíticos utilizando métricas de EVA para prever o desempenho do projeto. 3 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Tom e Paul (2013) realizaram um estudo para abordar o processo de monitoramento do projeto de "Standard Design Factory", que consiste em um dos quatro andares em construção de uma fábrica, utilizando a EVA. Foram realizadas medições de desempenho de trabalho, calculando a variação de custo, variação do cronograma, o índice de desempenho de custo, para os componentes da EAP, os pacotes de trabalho e contas de controle. Foi descrito todo o monitoramento e controle do progresso e tempo completo do projeto de construção, utilizando-se o software Primavera. Verificou-se que apesar dos princípios e políticas de projeto bem estabelecidos, o acompanhamento do processo em si não pode ser eficientemente realizada em um projeto por causa dos problemas práticos existentes ou que venham a surgir. Entretanto, no estudo de caso, a utilização do software Primavera ocorreu de modo eficiente. De Marco e Narbaev (2013) realizaram um estudo com o principal objetivo de contribuir para a difusão de gerenciamento de valor agregado como uma metodologia viável para acompanhar a construção de instalações e na renovação dos projetos da indústria europeia. Os sinais de feedback são em tempo útil e orientam gerentes de projeto sobre problemas iniciais para que eles possam fazer as correções que podem manter um projeto no prazo e dentro do orçamento. Qualquer projeto com custo considerável ultrapassado e atraso no cronograma, normalmente fica em dificuldade no seu início e, infelizmente, os gerentes de projeto não percebem esse problema até o final do projeto, quando a sua capacidade de recuperar para atingir os seus objetivos planejados diminui drasticamente. No trabalho desenvolvido por esses autores, a simulação realizada sugere que a ideia da previsão do projeto ser realizada em 20% da conclusão, deve ser legitimada entre profissionais da construção para sustentar a adoção e difusão da prática EVA, ou seja, a sua aplicabilidade a projetos de construção de instalações de qualquer tamanho e complexidade. Vanhoucke (2012) desenvolveu uma pesquisa que tem como principais referências diversos experimentos realizados em um estudo de simulação sobre a eficiência de técnicas de controle de projetos e a capacidade de desencadear ações corretivas em caso de problemas de projeto. O principal objetivo destas experiências de simulação é entender por que a aplicação do EVA tem bons resultados em alguns projetos e não tão em outros. O artigo compara os resultados obtidos com os dados do projeto fictícios com exames complementares realizados em um conjunto de dados da vida real de oito empresas belgas de diversos setores. O autor afirmou que o uso de simulações de Monte Carlo é comum na programação da linha de base de um 4 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. projeto, porque muitas vezes é uma opção padrão em uma ferramenta de software de gerenciamento de projeto comercial. Aliverdi, Naeni e Salehipour (2012), partiram do pressuposto que o valor agregado é a técnica mais usada em monitoramento e análise do desempenho do projeto e progresso do projeto. Embora, ela permita a medição exata do andamento do projeto, e pode descobrir qualquer momento e desvios nos custos do plano, a sua capacidade em relatar nível aceitável de desvio não é bem estudada. Os autores propuseram a aplicação de gráficos de controle estatístico da qualidade para monitorar os índices de valor agregado. O monitoramento com os gráficos tomou como base o trabalho de Shewhart em 1924. O gráfico de controle utilizado nesta pesquisa foi o IMR (Individual control charts), que monitora se existe uma variação de causa especial entre as amostras de pequenas dimensões, e é composto de dois gráficos. O primeiro gráfico é chamado de "IX" e mostra o valor de cada amostra; o segundo gráfico, 'MR', monitora a variação entre duas amostras consecutivas. Com esses gráficos foram monitorados o índice de desempenho de prazo e o de custo. No final, concluiu-se que a abordagem proposta melhora o controle do projeto e aumenta a capacidade de monitoramento fornecida pela técnica do valor agregado. Pajares e Paredes (2011) propuseram duas novas métricas que combinam EVA e Gestão de Riscos para o controle e monitoramento do projeto. As variâncias de custo e prazo calculadas pelo EVA foram comparadas com o desvio do projeto, calculado nas condições de análise de risco esperados. Como resultado do estudo, duas métricas foram introduzidas: o controle da programação (CCOI) e o Controle de Custos (SCoI). Ambos os índices compararam medidas do EVA com os valores máximos que o projeto deve exibir se ele for executado sob a hipótese de análise de risco. Ambos CCOI e SCoI alertam sobre mudanças sistêmicas e estruturais que afetam o risco do projeto, custo e cronograma para um nível de confiança determinado de custo e cronograma. Quando CCOI (t) e / ou SCoI (t) são negativos, devem ser tomadas rapidamente decisões apropriadas (o atraso do projeto e / ou sobre custo são maiores do que o esperado). Como o EVA, os novos índices operam em dados cumulativos do projeto. De Marco, Briccarello e Rafele (2009) chegaram ao consenso que o trabalho supera o dilema de praticidade e previsibilidade das estimativas tradicionais na conclusão com base na 5 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. medição do progresso, apresentando os resultados empíricos do projeto de construção de uma instalação industrial. O caso é uma prática de referência para avaliar medidas de tempo de qualquer edifício, cujo layout pode ser razoavelmente dividido em porções repetíveis e de desempenho de custo. Em tais circunstâncias, um método do valor agregado tradicional geridos de forma eficaz e métricas adequadas para o desempenho fornecem aos gerentes de projeto previsões precisas como ferramentas úteis para a gestão bem sucedida de projetos e controle. Os gerentes de projeto tem que fazer uso de estimativas de custo no início e no término de tempo com base no progresso antecipado de relatórios e análise de valor agregado como ferramentas cruciais na realização de qualquer estratégia de controle. A falha na previsão de cronograma e custo para a conclusão, desde os primeiros passos do projeto pode comprometer as metas do contrato de construção. Com referência ao caso de um projeto de construção industrial, o trabalho propõe um método para um controle eficaz do progresso como um processo de avaliação de partes de layout do trabalho concluído. Com base no registro de progresso, demonstra-se que as estimativas lineares na conclusão são uma fonte confiável de informação para o controle de custos do projeto a partir do momento em que o projeto se encontra 20% concluído, o tempo de conclusão é melhor estimado com o uso de um modelo de regressão logística, sendo esta uma forma de superar a tradicional avaliação de desempenho linear projeto. A curva-S é a melhor representação de tais efeitos retardados que afetam a produtividade e a taxa de trabalho final para o projeto. Além disso, o método é um compromisso prático entre a confiabilidade do tempo e disponibilidade de dados e gestão. Rozenesa, Vitnerb e Spraggetta (2004) propõe o uso do MPCS (Sistema de Controle de Projeto Multidimensional) como uma abordagem quantitativa para quantificar os desvios a partir da fase de planejamento para a de execução, no que diz respeito à especificação de controle do projeto global (GPCS). Como resultado da nova metodologia, ela integra todas as dimensões conhecidas do projeto dando pesos apropriados para cada um. O MPCS usa uma ferramenta de controle, o GPCS, que determina as especificações de controle definindo tarefas de controle ao longo do ciclo de vida do projeto. O uso de MPCS apresenta o desempenho do projeto em todas as suas dimensões de operação. Por consequência, o sistema será capaz de chamar a atenção para o mau desempenho em uma determinada dimensão, e o gerente de projeto será capaz de compreender a extensão de sua influência sobre a consecução dos objetivos do projeto. 6 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. Vitner, Rozenes e Spraggett (2005) realizaram um estudo integrando o DEA - Data Envelopment Analysis (DEA), o EVA e os Métodos de Sistema de Controle de Projeto Multidimensional (MPCS). Concluiu-se também que o EVA e o MPCS podem ser usados separadamente, não apenas juntos, como foi o caso deste artigo. O documento também lida com uma nova abordagem para a redução do número de entradas e saídas, a fim de atender a regra especificada pelos praticantes da DEA. A abordagem utilizada é bastante simples levando a resultados eficazes para multi-projetos. Favari (2013), por sua vez, desenvolveu um sistema de medição de avanço físico ágil para o departamento de uma empresa multinacional que opera na Turquia, com gestão de construção em projetos ferroviários. O autor identificou que o EVA não era adequada para a alta tecnologia e complexidade envolvida nos projetos de construção. Assim, precisava-se de algo mais ágil, para corrigir facilmente o problema de monitoramento em uma base semanal do avanço físico. De acordo com Favari (2013), o progresso físico a ser utilizado no EVA só pode ser dado depois que o escritório de contabilidade enviar seus relatórios, o que geralmente ocorre em uma base mensal, além de que, qualquer problema na contabilidade pode deixar o sistema desatualizado. Verificou-se a utilização de KPIs (key performance índex) em diferentes tipos de projetos e foi constatado que os KPIs são os melhores modo de monitoramento para acompanhar a evolução física de projetos dessa característica por serem fáceis de contabilizar, não requerem uma grande contribuição do pessoal no local, e em caso de suspeita de prestação de informação equivocada do pessoal, tentando esconder problemas enfrentados no local, pode ser facilmente verificado por terceiros através da realização de um levantamento. A gestão de um maior número de índices é fundamental para a abordagem de fácil utilização a ser implementada, e o ajuste da matriz de pesos, englobando todos KPIs, é a chave para ter um percentual de progresso físico realista. Chen (2014) realizou um estudo que propõe nova abordagem para o aumento da precisão do valor agregado (VA) e do custo real (CR). É apresentado uma sistemática para aumentar a precisão do uso do Valor Planejado (VP) para realizar as previsões do VA e CR antes da execução de um projeto. Com base na operação de geração acumulada e da técnica de modelagem de Grey, o estudo propõe uma fórmula simples de transformação de dados para melhorar as correlações entre VP e VA e entre VP e CR. A análise dos testes de Wilcoxon em 7 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. dados provenientes de 131 projetos sugere que a proposta melhora significativamente a essas relações. Também é proposto um procedimento matemático que combina séries temporais e análise de regressão para prever VA. Os resultados mostram que a metodologia proposta melhora o desempenho preditivo de VA e CR em 13,00 e 19,93%, respectivamente. Elshaer (2013) investigou o impacto da sensibilidade da informação de atividades emergentes no cálculo do indicador de performance de tempo do projeto do método ESM (earned Schedule Method). O estudo revelou que o método ESM supera, em média, os outros métodos e às vezes ocorre a falha em caso de aviso equivocado proveniente de atividades consideradas não críticas que sofrem de atrasos ou adiantamento do que foi previsto. O objetivo principal do artigo é duplo: primeiro, é estudado o impacto da sensibilidade das informações das atividades na precisão da previsão do método ESM. Em segundo lugar, é testada a alegação de que, em condições normais, o indicador de desempenho do projeto fornecido pela ESM em maior estrutura de divisão de trabalho é de confiança. O artigo de Al-Jibouri (2003), relata uma pesquisa para investigar a eficácia de alguns sistemas de monitoramento comumente usados na detecção de desvios do custo e desempenho planejado. Os sistemas de monitoramento utilizados neste trabalho são: Técnica de parâmetro líder, Método das Variâncias; Técnica de Atividade baseadas em rácios. A pesquisa também mostrou que a técnica de rácios dá uma indicação mais clara e mais simples do progresso geral do projeto do que as outras duas técnicas. O ciclo de controle clássico envolve três etapas: medir o estado do sistema; comparar estas medições com o estado desejado do sistema; tomar medidas corretivas para retornar o sistema ao seu estado desejado ou para minimizar a perda de alguma função. Acebes et al (2013) realizaram um trabalho em que é proposto uma nova metodologia para o controle do projeto sob incerteza. Em particular, é integrado o EVA com a análise de risco do projeto. A metodologia ajuda os gerentes de projeto a saber se os desvios dos valores planejados do projeto estão dentro dos desvios esperado derivados da atividade de variabilidade planejadas. É necessário voltar para os fundamentos da simulação do projeto para gerar o "universo" de possíveis projetos, de acordo com a variabilidade assumida de atividades do projeto. Em seguida, organizar e reunir o informações sobre os dados coerente com EVM. O artigo possui como conclusão que a metodologia torna explícito que o 8 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. cronograma e orçamento resultante de métodos tradicionais, como PERT são estatisticamente muito otimistas. Diante dos trabalhos descritos, a próxima seção apresenta uma análise dessas ferramentas apresentadas para o monitoramento de projetos. 4. Resultados A seguir é apresentada uma análise dos os artigos investigados. A tabela 1 sintetiza os métodos utilizados para monitoramento de projetos com os seus respectivos autores. Tabela 1. Métodos de monitoramento de projetos Metodologia EVA Simulação Monte-Carlo DEA MPCS KPI ESM Técnica de desempenho Leading Métodos de desvio Técnica de Rácios Autores Hazır(2014); Tom, Paul (2013); De Marco e Narbaev (2013); Vanhoucke (2012), Aliverdi, Naeni e Salehipour (2012); Pajares e Paredes (2011); De Marco, Briccarello e Rafele (2009); Vitner, Rozenes e Spraggett (2005); Favari (2013); Chen (2014); Acebes et al (2013) Hazır (2014) Vitner, Rozenes e Spraggett (2005) Rozenesa, Vitnerb e Spraggetta (2004), Vitner, Rozenes e Spraggett (2005) Favari (2013), Elshaer (2013) Al-Jibouri (2003), Al-Jibouri (2003), Al-Jibouri (2003), Percebe-se que a EVA é o método mais utilizado nas pesquisas sobre monitoramento de projetos, principalmente na construção civil. De acordo com o levantamento realizado, ele foi abordado em 53% dos artigos investigados (figura 1). O primavera é um software muito utilizado para assessorar na aplicação do EVA, embora o Ms Project também possa ser utilizado. Nos estudos é mostrado as vantagens e desvantagens das utilizações do EVA, e são realizadas simulações dessas experiências em projetos de construção de diferentes portes. A 9 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. EVA também foi utilizada no monitoramento por gráficos de controle, obtendo-se resultado satisfatório, conforme apontado no estudo de Aliverdi, Naeni e Salehipour (2012). Pajares e Paredes (2011) combinaram o EVA com a gestão de risco e propuseram os índices de controle da programação (CCOI) e o de Controle de Custos (SCoI). Nº de artigo utilizando as metodologias EVA Simulação Monte-carlo 5% 5% 5% DEA 5% 5% 53% MPCS 11% 5% KPI 6% Técnica de desempenho leading Métodos de desvio Figura 1. Percentual de uso das metodologias de monitoramento Chen (2014) utilizou o EVA, para fazer um método passo-a-passo com o intuito de aumentar a precisão da previsão de VP para o cálculo de VA e CA antes da execução do projeto. Foi visto que a utilização deste lineamento melhorou em 13% e 19,93% a previsão do VA e do CA. Elshaer (2013) fez uso de três métodos de Valor Agregado, PVM (planed value), EDM (earned duration) e ESM (Earned Schedule Method), percebendo que o ESM foi o que obteve melhor resultado, superando os outros dois. Outra metodologia, a simulação de Monte Carlo, é utilizada na programação da linha de base de um projeto, entretanto é criticada no projeto de Vanhoucke (2012), porque muitas vezes é uma opção padrão em uma ferramenta de software de gerenciamento de projeto comercial. A utilização do DEA foi empregada na avaliação da eficiência comparativa de um conjunto de unidades de tomada de decisão, mas ele não é aplicado em multi projetos. Entretanto ele é aplicado numa nova abordagem para a redução de números de entrada e saída. O EVA e o 10 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. MPCS neste caso foi utilizado aliado ao DEA, chegando-se à conclusão que eles também poderiam ser usados separadamente. O MPCS é estudado como a metodologia principal para quantificar os desvios a partir da fase de planejamento para a de execução no que diz respeito à especificação de controle do projeto global. O uso de MPCS apresenta o desempenho do projeto em todas as suas dimensões de operação. Os KPIs foram utilizados para suprir as deficiências do EVA. Os KPIs são os mais significantes para monitorar o progresso físico de um estaleiro, conforme o estudo apresentado. A escolha dos valores da matriz de peso dos KPIs é essencial para o sucesso do monitoramento. A utilização de técnica líder de desempenho, método das variâncias e técnica de rácios; são utilizados em um mesmo estudo. Com a utilização dos três métodos, foi desenvolvida uma forma realista para o monitoramento e a técnica de rácios foi a que obteve progressos mais claros. Dessa forma, pode-se verificar que a Análise de Valor Agregado continua sendo a ferramenta mais utilizada e difundida para o monitoramento de projetos, mas várias outras ferramentas tem sido integradas a elas ou testadas de forma isolada como forma de suprir suas deficiências. 5. Considerações finais O monitoramento de projetos é essencial para o sucesso de qualquer projeto. A não realização do mesmo pode acarretar desde superfaturamento das tarefas até a sua conclusão em tempo extrapolado. A quantidade de projetos que estudam o monitoramento é considerado alto, mas os mesmo se atrelam muito a utilização do valor agregado (EVA), no que acaba acarretando em poucas novas informações e métodos de monitoramento. Consequentemente este assunto possui muitas metodologias a serem estudadas, como a utilização de KPI e do DEA. A descoberta de novas metodologias é algo eminente nesse estudo, devido ao fato de que todos os projetos são diferentes, mesmo possuindo as mesmas etapas. Isso faz com que, em 11 XXXV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Perspectivas Globais para a Engenharia de Produção Fortaleza, CE, Brasil, 13 a 16 de outubro de 2015. certas características específicas de projetos, as formas de monitoramentos não possam ser padrão, tendo que adapta-las, para potencializar um maior sucesso do projeto. Agradecimentos. Este trabalho foi apoiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico). REFERÊNCIAS ACEBES, Fernando; PAJARES, Javier; GALÁN, José Manuel; LÓPEZ-PAREDES, Adolfo. A new approach for project control under uncertainty. Going back to the basics. International Journal of Project Management, vol. 32, pp. 423–434, 2014. 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