IV Encontro Nacional da Anppas 4,5 e 6 de junho de 2008 Brasília - DF - Brasil ____________________________________________________________________ Utilização da Água: Um Estudo do Potencial de Captação de Água das Chuvas e a Importância das Políticas Públicas e da Educação Ambiental Otávio Diel Deves (PGDR/UFRGS) Bacharel em Desenvolvimento Rural e Gestão Agroindustrial, Esp.em Educação Ambiental e Mestrando em Desenvolvimento Rural no PGDR/UFRGS. [email protected] Resumo O presente trabalho trata do aproveitamento da água das chuvas, como potencial existente em propriedades rurais, bem como em estabelecimentos de grande consumo de água tratada no município de Pirapó-RS. Pretende demonstrar formas e possibilidades de aproveitamento da água das chuvas em finalidades diversas, visando identificar a importância das políticas publicas e a educação (ambiental) neste processo. Muitas residências consomem água tratada na grande maioria em situações que não seria necessário. Ex.: utilização na limpeza dos estabelecimentos, lavagem veículos, pequenas irrigações, bem como nos efluentes sanitários. Neste sentido, buscou-se identificar algumas experiências relacionadas ao tema, bem como políticas públicas existentes. Consideramos fundamental o desenvolvimento de ações integradas, no sentido de aproveitar os potenciais existentes, como no caso estudado, se possa, a médio e longo prazo, contribuir satisfatoriamente na conscientização da sociedade, na mudança de hábitos (estilos de vida), visando diminuir e internalizar as problemáticas ambientais. Palavras chaves: Gerenciamento da água, Educação Ambiental, Políticas Públicas. Abstract The present work treats of the use of the water of the rains, as existent potential in rural properties, as well as in establishments of great consumption of water treated in the municipal district of Pirapó-RS. Intends to demonstrate forms and possibilities of use of the water of the rains in several purposes, seeking identifify the importance of the politics publishes and the education (environmental) in this process. A lot of residences consume water treated in the great majority in situations that it would not be necessary. For example: use in the cleaning of the establishments, wash vehicles, small irrigations, as well as in the sanitary efluentes. In this sense, it was looked for to identify some experiences related to the theme, as well as existent public politics. We considered fundamental the development of integrated actions, in the sense of taking advantage the existent potentials, as in the studied case, it can be, the medium and long period, to contribute satisfactorily in the understanding of the society, in the change of habits (life styles), seeking to decrease and internal the environmental problems. Key words: Administration of the water, Environmental Education, Public Politics. 1- A Importância da Água e a Educação Ambiental Vários estudos indicam que a água potável no planeta está se esgotando. É claro que existe muita água no planeta, mas cerca de 97,5% dessa água é salgada e está nos oceanos, 2,5% é doce sendo que deles, 2% estão nas geleiras, e apenas 0,5% está disponível nos corpos d’ água da superfície, isto é em rios e lagos, sendo que a maior parte, ou seja 95%, está no subsolo, considerado a grande “caixa de água” de água doce da natureza. Neste contexto, em alguns locais do planeta a água já é sinônima de escassez. Segundo a cartilha da 27º Romaria da Terra, um exemplo da crise está no oriente médio e norte da áfrica, onde o desequilibro entre as necessidades e a disponibilidade de água é eminente. Outra informação relacionada ao tema, diz que nos últimos 15 anos a quantidade de água para cada habitante do planeta diminuiu em 37% , sendo agravado pelo constante processo de urbanização que a população mundial está cada vez mais vivendo em locais urbanizados. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), para sustentar razoavelmente a vida são necessários 80 litros de água por dia por pessoa. Porém na Europa a média de gasto é superior a 150 litros por dia e nos Estados Unidos é mais de 200 litros por pessoa por dia. Enquanto isto algumas regiões da África o consumo não passa de 15 litros por pessoa por dia. A nossa realidade aqui no Brasil, em áreas onde os “ricos residem” o consumo chega a 400 litros por dia e nas periferias este consumo é em média 40 litros. Segundo Kitamura (2004), toda a água do planeta está em constante movimentação, evaporando-se dos oceanos, rios e lagos. Transforma-se em vapor formando assim as nuvens na atmosfera. Quando o vapor condensa, a água volta para a terra em forma de chuva, granizo ou neve. Parte da água que cai sobre a terra se distribui pela superfície, formando lagos, rios e riachos que vão desaguar no mar. Outra parte que cai se infiltra no solo, vai ser absorvida pelas plantas ou vai alimentar os lençóis freáticos que alimentam nascentes e poços. No entanto, boa parte desta água é utilizada pelo homem, na suas explorações econômicas como irrigação ou mesmo em redes de água para o consumo. Relatórios da ONU alertam para o fato de que, nos países em desenvolvimento, como o Brasil, 90% da água utilizada é devolvida à natureza sem tratamento, contribuindo assim para a deteriorização de rios, lagos e lençóis subterrâneos. É surpreendente que no planeta azul, com 70% de sua superfície coberta por água, tenha chegado a esse ponto. No início do século passado, era pouco, menos de 2 (dois) bilhões de habitantes. Hoje já passa de 6 (seis) bilhões. Em 2025 se continuar neste ritmo, haverá 8,3 bilhões de pessoas no mundo. Enquanto a população se multiplica, a quantidade de água continua a mesma. O maior problema é que o consumo de água está cada vez maior. Nos últimos 100 anos, enquanto a população mundial triplicava, o uso da água doce multiplicava-se por seis. O principal responsável por esse aumento foi à agricultura irrigada, que revolucionou a produção agrícola, mas criou uma nova dificuldade, porque sozinha utilizava 70% da água doce disponível. Segundo Nogueira (2003), não podemos concordar que falte água para o consumo humano em nosso país, pois temos 12% de toda a água do planeta. Podemos dizer que a água está apenas mal distribuída. Ainda o autor complementa dizendo sobre a água: “Apenas ela precisa ser tratada como bem econômico que é, essencial à vida, à saúde, à economia, na indústria, na agricultura e por todos os setores da sociedade”. Segundo pesquisas da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, cerca de 30% de toda a água utilizada em uma residência é destinada para o transporte dos dejetos sanitários. Neste sentido a utilização das águas das chuvas, passa a ter uma importância econômica, bem como técnica, na redução do consumo de água potável de uma residência. Portanto, devemos procurar observar este aspecto e começarmos agir, no sentido de trabalhar esta questão como proposta de políticas publicas, bem como de educação. Será que precisamos de água tratada para os dejetos sanitários? A água deve ser vista como um bem futuro, pois o esgoto de hoje pode ser a água do amanhã. Portanto, o uso racional torna-se imprescindível, pois analisando o consumo médio de 200 litros de água por dia, por pessoa, e que o destino desta água é de: 27% consumo (cozinhar, beber água), 25% higiene (banho, escovar os dentes), 12% lavagem de roupa; 3% outros (lavagem de carro) e finalmente 33% descarga de banheiro, o que mostra que, tanto nas cidades como nas indústrias se existirem duas redes de água, utilizando a água das chuvas ou reutilizando a água cinzenta (que são as águas resultantes de lavagens e banho) para descarga de latrinas, pode-se economizar 1/3 de toda água. 1.1- A Água e a Saúde Sem dúvida nenhuma, investir no destino correto da água pode nos proporcionar resultados satisfatórios. Segundo ROSCHINHESKI (2006), a água é responsável por quase 70 % das doenças, vindo a superlotar hospitais e postos de atendimento, no caso de problemas intestinais agudos, conhecidos popularmente como “andaços”, entre outros problemas relacionados ao consumo de água contaminada. Além disso, a cada R$ 1,00 (um real) investido em saneamento, se economiza R$ 4,00 (quatro reais) em saúde. Isto reflete a importância de realizarmos o destino correto da água utilizada principalmente em residências, além da reflexão da importância de reduzir o consumo exagerado (principalmente de água tratada, tema do presente trabalho) é necessário o destino correto da mesma. Os benefícios da água para saúde, segundo a cartilha da 27º Romaria da Terra, são inúmeros. Ela ajuda na regulação da temperatura corpórea, hidrata e limpa o organismo, elimina resíduos metabólicos e toxinas, pela urina. É excelente para prática de exercícios físicos, pois o meio aquático massageia e relaxa a musculatura. A água contaminada pelas indústrias contém compostos químicos e resíduos que podem se transformar em produtos danosos à saúde não só de seres humanos, mas de outros organismos. Embora existam leis que proíbem lançamentos de resíduos sem tratamento, as maiorias das indústrias continuam despejando produtos químicos, substâncias tóxicas e mesmo objetos maiores sem controle. . 1.2 – Captação da Água das Chuvas Quando falamos em captação de águas das chuvas, não podemos deixar de citar a questão relacionada à importância da água e a sua valoração quanto bem natural limitado. Segundo RITS (1994), a água é um recurso limitado e a cada vez mais vem sendo assunto de diversos debates. Estaremos nos deparando com um futuro incerto, fruto do desperdício e do crescimento desordenado da população e conseqüentemente dos recursos naturais. A autora cita que não é de hoje que se aborda a importância da água, e assim várias questões relacionadas como privatização da água, saneamento, soberania sobre reservatórios, onde inclusive o tema da Campanha da Fraternidade de 2004, promovida pela CNBB - Confederação Nacional dos Bispos do Brasil abordou este importante tema. Todas as discussões relacionadas ao tema da água, perpassam por um eixo em comum: o medo que a água acabe no mundo. Isto devido a questionamentos, como a disponibilidade de água no planeta é sempre a mesma desde o surgimento da vida? Segundo Nogueira (2003), as águas das chuvas são consideradas pela legislação brasileira como esgoto, pois ela usualmente vai dos telhados, e dos pisos para as bocas de lobo, onde carrega impurezas dissolvidas ou arrastadas para um rio que pode ser o local de captação de água para tratamento e posterior consumo. Uma pesquisa da universidade da Malásia identificou que apenas as primeiras águas da chuva é que trazem consigo poluentes atmosféricos, ácidos graxos e outras impurezas, sendo que após pouco tempo a água adquire características de água destilada. O estudo ainda identifica que a água é viável economicamente o seu uso (com captação da chuva), em áreas rurais, chácaras, condomínios e indústrias, ou seja, em locais e situações em que não necessite o uso de água potável. Isto porque o custo da água é considerado relativamente baixo. Com a evolução dos sistemas de captação e a descoberta de novos materiais e tecnologias têm permitido uma nova abordagem na construção de tanques e armazenamento e áreas de captação. No Brasil, em algumas partes da região semi-árida assistimos ao renascimento de “caxios” que são cisternas cavadas manualmente na rocha em que a água é geralmente usada para os animais. Na região montanhosa do norte da comarca de Yuzhong (China), que fica a 2.300 metros acima do nível do mar e apresenta apenas 300 mm (milímetros) de precipitação anual, as barragens subterrâneas significam suaves declives, formando reservatórios de água, localizados perto dos povoados. . No Rio Grande do Sul, o governo Estadual lançou em fevereiro de 2006, o Programa Estadual de Captação e Manejo de Água da Chuva (PECMAC). O programa visa buscar alternativas, usando a água da chuva em diversos projetos de captação e armazenamento, com a participação de entidades como Defesa Civil do Estado, Crea, Farsul, Fiergs, Famurs, Fepam, Fetag, Irga, Secretarias de Estado (da Agricultura, de Obras, do Meio Ambiente), além de pequenos agricultores entre outros. Os objetivos do programa foram expostos às entidades e, cada uma, dentro de sua área de atuação, vai desenvolver projetos específicos. A construção de reservatórios para captação da água da chuva em condomínios e residências é um exemplo de ações previstas no programa. A água armazenada pode ser utilizada para lavar calçadas, banheiros, carros, além de molhar plantas e saciar a sede de animais. Outro projeto previsto no PECMAC é a construção de cisternas. Os produtores rurais interessados na construção destes reservatórios em suas propriedades precisam contatar a ASCAR/EMATER - Associação Sulina de Crédito, Assistência Técnica e Extensão Rural de seu município. Um técnico se faz responsável pelo projeto que melhor atenda à necessidade da propriedade. Com o projeto em mãos, o produtor rural pode requerer o financiamento da obra pelo Banrisul. Inicialmente, o banco disponibilizou R$ 2 milhões para o PECMAC, utilizando recursos do PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento da agricultura Familiar, que permite juros subsidiados. O governo do Estado do Rio Grande do Sul afirma que a estiagem que atingiu o Estado em dezembro de 2005, foi uma das maiores já ocorridas. O objetivo deste Programa (PECMAC) é de amenizar os efeitos adversos em que as estiagens vem provocando. Nesta última ocorrência (em 2005), a estiagem deixou um saldo de 450 municípios em situação de emergência, o que caracteriza em mais de 90% dos municípios do Estado. As perdas da safra agrícola chegaram em 66,7% em média, onde “foram necessárias medidas de investimentos de R$6 milhões na prospecção de mais de 300 poços artesianos”. Neste sentido, as cisternas são alternativas boas e baratas, que permitem o aproveitamento da água das chuvas e não comprometem os mananciais. Outro projeto, já desenvolvido, em nível de região das missões do Rio Grande do Sul, pela Associação dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais Fronteiriços – ASTRF, uma ONG que vem desenvolvendo projetos há vários anos sobre questões ambientais nesta região. O nome do Projeto relacionado ao tema de nosso presente trabalho se chama “Convivendo com a Estiagem: Fomento a Assistência Técnica e Extensão Rural”, executado com recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário – MDA do Governo Federal. O objetivo deste projeto foi de identificar, promover e multiplicar experiências inovadoras buscando destacar iniciativas que são pouco afetadas pela problemática da seca, numa perspectiva de mudança da matriz produtiva. Também buscou destacar sobre a formação continuada de ações visando agregar a utilização de recursos públicos em projetos relacionados a aproveitamento do micro-clima da região. Outro aspecto considerado se refere à disponibilização de tecnologias de armazenamento de água adaptadas à realidade da agricultura familiar. Neste sentido, o projeto desenvolveu-se na região das Missões e também no Noroeste Colonial e Fronteira Noroeste, englobando indiretamente quase 80 (oitenta) municípios. A tecnologia utilizada, mas especificamente na construção das cisternas, é a chamada de ferro-cimento (argamassa armada). O projeto desenvolveu outras atividades, porém iremos nos deter mais especificamente na tecnologia de construção de cisternas de ferro-cimento, onde segundo a equipe técnica da entidade (ASTRF) é a mais adequada para a agricultura familiar, pois é de fácil construção e relativamente acessível economicamente. Neste sentido, dentro desta ampla região e de acordo com os objetivos do projeto, desenvolveu 10(dez) oficinas de capacitação na construção de cisternas de ferro-cimento, em municípios estratégicos dentro desta região ampla. Praticamente todos os municípios foram beneficiados com alguma experiência do referido projeto. Algumas fotos dos processos de construção das cisternas: Fig. 01- orientação sobre construção das cisternas A Fig.02- Aramado que serão as paredes da cisterna Fig.03 - Durante a construção das paredes Fig. 04 - Cisterna concluída Fonte: ASTRF, relatório das oficinas de montagem de cisternas, 2006. Os materiais utilizados na construção são os seguintes: - Aramado ou vergalhões finos com bitola de 3,4 a 4,4 milímetros; - Tela de “pinteiro” (para pintos), com fio de aço nº22 e malhas com abertura de 12,5 centímetros (ou meia polegada); - Cimento e areia (argamassa); - Brita; - Cintas de ferro. A quantidade de material a ser utilizado dependerá do tamanho da cisterna (volume). Um exemplo, para uma cisterna com capacidade de 22 mil litros, tamanho padrão desenvolvida no projeto da ASTRF, possui as seguintes medidas: O aramado possui 14 metros de comprimento e 1,5 metros de altura. O processo de construção possui detalhes que devem ser observados, como escolha do local, nivelamento, preparo da base, entre outras considerações; Primeiramente é necessário escolher o local, de preferência próximo do destino da água, e se possível em local relativamente elevado, para facilitar o escoamento por gravidade, bem como, para o uso em pequenas irrigações. Após prepara-se o terreno, um pouco maior que o diâmetro da cisterna à ser construída e realiza-se o nivelamento e compactação do local. Concluído este processo, realizase o preparo da argamassa com brita (2 por 1), com uma camada de mais ou menos 10 cm, onde posteriormente coloca-se o “balaio” ou armação da cisterna, sobre a argamassa ainda fresca. Vejamos foto abaixo: Fig. 05 – Momento de colocação de argamassa 1.3- O Papel da Ciência na Educação (Ambiental) E se tratando de processos de ensino e aprendizagem, é necessário primeiramente estabelecermos qual o papel da ciência na formulação de políticas, bem como, de ações relacionadas às questões ambientais. Muitas vezes as ações estabelecidas pelas organizações ou entidades governamentais ou não-governamentais, podem não surtir o efeito esperado, frente aos anseios da educação ambiental. Um aspecto relativamente considerável na atualidade se refere não necessariamente em identificar apenas o papel da ciência, mas o que ela de fato esta desenvolvendo. Superar contradições, ter consciência e clareza daquilo que esta sendo produzido, e colocar o homem no centro do sistema, com postura ética e de respeito consigo mesmo bem como aos outros seres humanos. A ciência de um jeito e de outro, é sempre a interpretação da realidade. Pelo menos até o momento que alguém venha a interpretar de outra forma. Na área das ciências humanas, ao contrário das exatas, é passível de relativizações, ou seja, pode necessariamente estar aberto a questionamentos. Na educação, qual o papel do cientificismo na universidade? Transmitir mecanicamente conhecimentos técnicos? Estamos formando sujeitos inovadores e pensadores ou produzindo técnicos e peças para a grande máquina social? Conforme enfatizamos anteriormente, Freire (1996) dispõe sobre a aprendizagem da seguinte forma: “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para sua produção ou sua construção”. Deste modo, a utilização das ciências de forma desordenada, sem controle, ou nas mãos do sistema dominante, pode trazer profundas transformações na vida do homem moderno, bem como para o meio ambiente. Questões como envenenamento generalizado causado pelos agrotóxicos, poluição do ar, da água, enfim, vários aspectos de grande profundidade, muitas vezes passam despercebidos pelo homem moderno, onde os riscos são relevados ao utilitarismo da ciência, ou seja, com a pesquisa podemos resolver o problema. Alguém diria: “a ciência se encarrega de resolvê-los, a qualquer custo, a gente paga”. Com o processo de modernização, reduzimos a natureza a um mero objeto. Mitos de desenvolvimento, já identificado por autores contemporâneos, como Celso Furtado, onde o desenvolvimento científico e tecnológico não necessariamente significa o desenvolvimento propriamente dito. Ele não consegue resolver os problemas, nem tão pouco dar conta dos questionamentos do homem. Neste sentido, a ciência tem um papel fundamental na atual processo de globalização que vivemos. Porém, segundo Johann (1997, p.72), muitas vezes nos tornamos objeto e vítimas daquilo que nós mesmos criamos. Retornando à citação de Freire (1996), frente às problemáticas sociais e ambientais da atualidade, várias as “invenções” do homem moderno podem ser perversas, onde inicialmente facilitam a vida das pessoas, porém se gera cada vez mais impacto ou externalidades nas ações corriqueiras do dia-a-dia. Um exemplo disso se refere ao simples exercício de fazer compras no supermercado, onde milhares de sacolas plásticas são utilizadas, estocadas ou jogadas no ambiente a cada dia. Aos poucos conhecimento o científico cria novos produtos ou alternativas para substituir as sacolas. De que forma a educação entraria nesta problemática, onde o objetivo é reduzir a utilização de sacolas plásticas? A ciência pode resolver criando outra sacola biodegradável, que não ficaria 100 anos no meio ambiente para se decompor. Mas como dizia Freire, ensinar não necessariamente significa transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua construção ou produção. Procuramos reforçar esta referência, para enfatizarmos a importância dos processos educativos, onde o educando necessariamente deve participar das tomadas de decisões e contribuir na reflexão, na busca de uma nova realidade e não simplesmente ser executor de uma ação ou tarefa pré-determinada. Lima (1999) buscou relatar em seu trabalho alguns pontos que consideramos importantes na construção de uma proposta para a educação relacionada ao ambiente. Através de uma formulação crítica, tomada por diversos autores relacionados à educação como Freire (1997), Carvalho (1995), Manzochi (1995) entre outros (ligados direta ou indiretamente ao tema em foco), onde os mesmos formularam um conjunto de prioridades onde a educação dirigida ao meio ambiente deve ser: a) democrática - que respeita e se desenvolve segundo o interesse da maioria dos cidadãos; b) participativa - que estimula a participação social dos cidadãos no planejamento, execução e avaliação das respostas formuladas para atender aos problemas vividos pela comunidade; c) crítica - que exercita a capacidade de questionar e avaliar a realidade sócio-ambiental, desenvolvendo a autonomia para refletir e decidir os próprios rumos; d) transformadora - que busca a politização e mudança das relações sociais, dos valores e práticas contrárias ao bem-estar público; e) dialógica - fundada no diálogo entre todos os participantes do processo educativo e da sociedade circundante; f) multidimensional - que pauta sua compreensão dos fatos na integração dos diversos aspectos da realidade; g) ética - que persiga o resgate ou construção de uma nova ética que priorize a defesa da vida, da solidariedade e da sustentabilidade sócio-ambiental. Neste sentido, as várias dimensões interligam-se umas com as outras, reforçando a importância da participação dos diversos agentes de mudança ou atores sociais. A autonomia dos cidadãos na tomada de decisões, bem como, na sua forma multidimensional de construção de propostas tanto de políticas públicas bem como de educação se reflete no que Trentin e Wenz Junior (2004), enfatizam: O governo deve trabalhar para que toda política pública tenha a participação de agentes locais, das pessoas que trabalham e convivem (sociedade civil) e sabem de fato quem é o público que se encontra em situação de vulnerabilidade, pois este é um caminho concreto de controle social e legitimação dos direitos. No entanto, aqui não tratamos de situação de vulnerabilidade na sua concepção notadamente social, porém brevemente poderemos utilizar o termo em relação aos que não tem acesso a água de qualidade ou que possuem acesso á água de baixa qualidade. 2- Potenciais Existentes para Coleta de Água das Chuvas 2.1- Análise de estabelecimento comercial urbano Este estudo foi realizado em um Posto de Combustível com sistema de lavagem de veículos, no município de Pirapó-RS. Buscamos observar necessariamente aspectos relacionados ao consumo de água (origem e quantidade utilizada) e as formas de explorá-la num sistema de coleta. Aspectos relacionados ao destino dos efluentes, e demais aspectos técnicos necessários neste tipo de estabelecimento, não fazem parte de nossa avaliação, sendo necessário um aprofundamento em outros aspectos como a legislação vigente, não sendo este, objeto do presente trabalho. Neste sentido, inicialmente procuramos identificar o consumo mensal, valor médio por m³ (metro cúbico), área coberta, origem da água entre outros aspectos relevantes. Com isso, formamos um gráfico objetivando vislumbrar o potencial hídrico (água passível de ser coletada) do estabelecimento: Tabela 01 – Identificação do volume de água a ser coletado: Área Coberta Chuva (mm) Volume (m³) Exemplo 1 m² 1 mm 1 Litro Pesquisa 300 m² 150 mm 45.000 Litros Necessidade de 80m³ /mês x 2,50 = R$ 200,00 45.000 = 56%consumo / mês= R$ 112,50 Fonte: Elaborado pelo autor a partir de dados da pesquisa, 2007. Consideramos que os 150 mm (milímetros) de chuva identificados na tabela, se refere a média mensal do ano anterior e atual, onde conforme Anexo 03 e 04, teve períodos onde ultrapassou este valor e em outros antecedeu. A área coberta do estabelecimento representa 300m², onde com a precipitação média anteriormente citada, obtemos 45 mil litros mensais, chegando a 56% da demanda média mensal. A redução no custo com água seria relativamente elevado, além do aspecto ambiental, onde se utiliza água tratada para lavagem de veículos. O valor médio do m³ (metro cúbico) de água no município tem um valor médio de R$ 2,50, onde é importante destacar o aspecto econômico não necessariamente contribui para a consciência dos usuários de água tratada. Segundo dados da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC cerca de 30% de toda a água utilizada em uma residência é destinada para o transporte dos dejetos sanitários. Neste sentido a utilização das águas das chuvas, passa a ter uma importância econômica, bem como técnica e ambiental, na redução do consumo de água potável de uma residência ou propriedade rural. Neste sentido, o proprietário com o consumo médio mensal de 80m³, possui um custo relativamente desnecessário, se obtivesse a estratégia de coleta de água das chuvas. Tendo em vista a coleta de dados que obtivemos juntamente com a Associação dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais Fronteiriços – ASTRF, referente às cisternas anteriormente citadas, onde as mesmas são fabricadas de ferro-cimento, objetivando reduzir custos na construção das mesmas, visando facilitar a ampliação do acesso e viabilização de investimentos nesta forma de armazenamento de água. Segundo técnicos da ASTRF (2006), o custo médio de uma cisterna de capacidade de 22 (vinte e dois) mil litros (modelo padrão adotado no projeto desenvolvido pela organização na região das missões) é de R$1.000,00 em materiais de construção. Neste sentido, o tamanho do reservatório que o proprietário do posto de combustível necessitaria é de 50 (cinqüenta) mil litros, frente à precipitação média anual do município e a área coberta disponível. O custo médio de um reservatório, nestas proporções é um pouco acima de R$ 2.000,00 onde com a mão-de-obra se contratada, pode chegar a R$ 2.500,00. Com isso, podemos mensurar a redução dos custos com a obtenção deste reservatório/cisterna onde conforme dados coletados (tabela 01), bem como, a taxa de retorno do referido investimento proposto. Os valores são médios, mas podemos verificar que com o custo da implantação de R$ 2.500,00 e o retorno na redução do custo mensal em água é de R$ 112,50 num período menor de 2 anos o investimento se paga, ou seja, o retorno no aspecto econômico, para o proprietário seria este, além do ambiental, com utilização racional da água das chuvas, bem como menos demanda para o fornecedor de água tratada do município. Os tratamentos de água para consumo humano no município de Pirapó são desenvolvidos pela prefeitura municipal. Segundo a Secretaria municipal de obras e viação, mensalmente se gasta em torno de R$ 2.000,00 em tratamentos (produtos), além dos funcionários que realizam as atividades de manutenção dos poços artesianos, que é a única fonte de água de abastecimento público do município. O proprietário do estabelecimento não tem conhecimento de projetos relacionados à coleta de água de chuva, porém através de instituições ou pela imprensa, tem observado relatos sobre cisternas na região das missões. O ciclo que a água perpassa, desde sua origem até o destino final (caixa de retenção e posterior retorno ao meio ambiente), pode ser modificado, ou seja, sua origem, através das chuvas aproveitar para os sistemas de lavagem em vez de contribuir para o comprometimento da água (tratada) destinada ao consumo humano, onde a cada ano que passa é prejudicada, onde nas cidades metropolitanas é um sério problema. 2.2- Análise de Estabelecimentos Rurais Em se tratando de agricultura familiar, várias são as atividades produtivas desenvolvidas pelos agricultores familiares. Nos períodos críticos ou de relativa escassez de água, algumas atividades produtivas resistem mais do que outras, frente a esta adversidade. Onde nos últimos anos as estiagens têm se manifestado frequentemente na região das missões onde conseqüências econômicas sociais e ambientais têm sido desastrosas. Onde principalmente no verão tem ocasionado perdas nas produções agrícolas. Neste segundo momento, relatamos as duas situações identificadas em estabelecimentos rurais, com potencial de exploração da água das chuvas frente à necessidade e ou utilização de água tratada nas propriedades rurais pesquisadas. Neste enfoque não entraremos em detalhes e cálculos de viabilidade econômica da construção de uma cisterna (como no exemplo anterior) visando à substituição da água tratada pela pluvial, pois consideramos que outros fatores preponderantes, podem necessariamente serem relatados. Procuramos identificar a existência de situações onde é pertinente a utilização da água tratada para fins não necessários e as abordagens dos entrevistados frente a tal situação. Elas se desenvolveram em uma propriedade que utiliza uma quantidade relativamente elevada de água, principalmente para a limpeza das instalações bem como para o consumo animal, onde denominamos de propriedade 01. Neste sentido, outra propriedade identificada, se refere a um produtor de hortigranjeiros, onde potencial consumidor da propriedade é a irrigação dos cultivos, denominamos de propriedade 02. Inicialmente ambas os entrevistados relatam que tem alguma informação ou conhecimento sobre construção de cisternas, onde o proprietário 02 será beneficiário de algumas ações, anteriormente relatadas, do projeto “Convivendo com a Estiagem”, desenvolvido pela ASTRF na região das missões. O proprietário 01 relata que o principal consumo de água do estabelecimento é relacionado à limpeza do local da ordenha e no consumo animal, onde se utiliza atualmente água tratada nestes procedimentos. O consumo mensal de água chega a 25m³ (25 metros cúbicos), o equivalente a 25 mil litros de água tratada. Este produtor acredita que é possível reduzir o consumo de água potável, porém, carece de recursos e incentivos para construção ou investimento em sistemas de coleta. Diante do exposto, a utilização excessiva de água da rua (tratada) em situações que não a necessitaria se manifesta em ambos os casos. O proprietário 01 nos relata que outras lavagens são realizadas, como de calçada, veículos e pequenas irrigações também são utilizados com água tratada. Neste sentido, percebe-se que o valor (relativamente baixo) cobrado pelo consumo de água pode ser um condicionante desta situação. Ainda o proprietário 01 relata que é possível reduzir o consumo em 50 % pelo menos, o que justifica a implantar um sistema de coleta e armazenamento, onde o mesmo está em pleno acordo, desde que tenha incentivo e orientação sobre sistemas de construção acessíveis ao seu bolso. Outro caso específico, o proprietário 02, se encontra em uma situação diferenciada. O mesmo é produtor de hortigranjeiros e necessita de água para irrigação, principalmente no verão, onde esta atividade é a principal fonte de renda da propriedade. Em períodos críticos, como no verão, o consumo mensal chega a 50m³ somente na irrigação. Atualmente no período de inverno, quando a demanda é menor o produtor utiliza água de um poço/bebedouro, para irrigar os cultivos. Porém no verão não é suficiente para atender a demanda, onde o mesmo acessa a água tratada para contemplar toda a área de 5 (cinco) mil m² (metros quadrados) de hortigranjeiros. Segundo o projeto “Convivendo com a Estiagem”, desenvolvido pela ASTRF, o objetivo principal dos trabalhos é de justamente realizar incentivos para que os produtores possam desenvolver a partir das iniciativas, suas próprias experiências, ampliando-as e difundindo a nível local as idéias de projetos que possam se desenvolver principalmente em atividades adequadas ao micro-clima local. Segundo consta no projeto, que na década de 90, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, identificaram através de estudos que a região tem um potencial para a fruticultura tropical devido ao micro-clima do Rio Uruguai. Este clima quente e com baixa precipitação no verão permite que haja uma maturação antecipada das frutas de verão, inclusive com cultivo de plantas consideradas tropicais. Foram implantadas experiências, escritos estudos acadêmicos, que estão colhendo resultados positivos. Nesta situação o produtor conhece projetos de cisternas onde o mesmo será beneficiado em 50 % na construção do padrão estabelecido pela entidade executora (ASTRF) onde o agricultor pretende com recursos próprios ou de financiamento, construir um empreendimento com capacidade de 50 mil litros, que segundo cálculos realizados é suficiente para atender a demanda da propriedade. O referido produtor enfatiza a importância do apoio e incentivo governamental na construção, pois segundo ele e fundamental para planejar outras ações técnicas, como recalque e distribuição da água nos cultivos. 3- Considerações Finais Em se tratando de aspectos ambientais, várias as abordagens que procuramos enfatizar. Os aspectos teóricos frente às várias problemáticas ambientais existentes não poderiam passar em branco. Abordar sobre aproveitamento e otimização do uso da água sem falarmos de sua importância, seria um hiato que estaríamos promovendo diante do nosso papel quanto educador. No decorrer do presente trabalho, assuntos relativamente atuais sobre a temática abordada, procuramos trazer a tona, situações através de exemplificações visando a melhor compreensão, não necessariamente apenas ao tema aproveitamento da água das chuvas, mas também de outras considerações que nos fazem refletir e buscar valorizar e melhor utilizar este “bem” valioso, chamado “água”. Podemos identificar que nas situações avaliadas os proprietários dos estabelecimentos não possuem necessariamente, conhecimentos ou necessidades relativamente preponderantes, pois o custo do m³ (metro cúbico) de água é relativamente baixo. Sendo assim, a preocupação maior é que raramente o proprietários tem perspectivas futuras, sobre a necessidade de se otimizar a utilização da água, e sim ela é mais um integrante do custo, muitas vezes de produção/geração de renda dos estabelecimentos. Quanto à compreensão sobre a importância da educação neste processo, identificamos que tudo o que salientamos durante as entrevistas, tem o reconhecimento da importância de efetuar estes processos (construção cisternas), porém carecem de incentivos, não necessariamente financeiros (pois os investimentos geralmente são auto-retornáveis), mas também de caráter técnico. Segundo Lima (1999), compreende-se a educação não como uma solução para todos os problemas sociais, onde não é possível pensar numa mudança, sem integrar a dimensão educacional. Neste sentido Vernier (1994), sugere que seja traçado caminhos integrados para solucionar problemas ambientais, como o estabelecimento de estímulos econômicos e fiscais, mobilização social, bem como a contribuição da educação ambiental e da pesquisa científica na formulação de políticas públicas em beneficio a qualidade e defesa da vida. Talvez a problemática do aproveitamento do potencial de água das chuvas não tenha ganhado a mais tempo as políticas públicas, pois problemas com estiagens tem ocorrido com mais freqüência, apenas nos últimos anos. Apesar de timidamente ter assumido algumas experiências neste sentido, ainda é preciso avançar neste campo, pois não somente neste aspecto, mas também é necessário internalizar na sociedade, em cada cidadão o dever que todos devem ter frente à utilização da água de forma adequada, não somente economizando, mas também, preservando e reutilizando este recurso em situações diversas, principalmente para limpezas, pequenas irrigações, nos dejetos sanitários, entre outras finalidades. Referente a internalização pela sociedade, na Economia se trata da internalização dos custos ambientais 1 . Merico (1996) cita alguns países que adotaram estas estratégias para redução do consumo. Na Itália, o governo criou um imposto sobre sacos plásticos, onde obteve uma redução de 40% (quarenta por cento) no consumo deste produto. Isto nos leva a crer que os produtos são consumidos de forma racional no momento que o custo é elevado. Com isso, trazendo para o nosso trabalho, a água é consumida, conforme relatos dos entrevistados, de forma relativamente desenfreada, portanto, um custo mais elevado, faria os consumidores refletirem em racionalizar o consumo, aproveitando melhor o recurso (água) em suas diversas formas. Enfim, a partir da educação ambiental, começando nas escolas, desde os primeiros passos das crianças como alunos, formando cidadãos, acreditamos que é possível internalizar na sociedade (brevemente) a consciência de que é necessário preservarmos os diversos recursos que a natureza nos disponibiliza. Porém, devemos agir de forma a garantir o atendimento das necessidades das futuras gerações e para que estas possam algum dia olhar para traz e dizer: esta é a herança que recebemos de nossos antepassados, de pelo menos aprendermos a lição de ter como prioridade primeira e fundamental lição de casa, que é cuidar de nosso meio ambiente. 1 Não aprofundaremos sobre o tema da “internalização dos custos ambientais”, porém consideramos útil fazer referência no presente trabalho. A internalização possui 2 (dois) mecanismos de PPP (princípio poluidor pagador). Um é sobre cotas de carbono, onde as empresas adquirem, para terem o “direito de poluir”, onde o governo controla a quantidade disponível. Outra forma é através da aplicação de taxas sobre preço dos processos produtivos, onde as empresas optam por adquirir equipamentos para reduzir a poluição e diminuir a cobrança de taxar por poluírem, ou seja, quanto mais poluírem, mais alto seu custo de produção. 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