A Paeonia foemina de Miller refere-se com toda a seguranza a
esta planta; mas, segundo as actuáis regras de nomencJatura, o
nome que se deve preferir é o de P. officinalis Lin., como muito bem
fazem Schinz & Keller na sua excelente «Flore de la Suisse». S o b
a designacao de Paeonia peregrina
descreveu Miller nao o tipo da
especie, mas sim urna variedade que apenas difere, como se vé neste
autor, por ter os caules menos altos, as fólhas um pouco mais espéssas e
as flores com um grande número de pétalas, quer dizer, semi-dobradas.
É esta Paeonia officinalis nova para a flora do nosso país, tendo
sido encontrada em Yimioso, a 13 de Maio de 1929, pelo sr. P . Manuel Miranda Lopes, digno Prior de Argosélo, de quem recebi um
bom exemplar. E s t e distinto sacerdote tem prestado grandes servicos ao estudo da flora portuguesa, com minuciosas e frutíferas herborizacóes realizadas no seu concelho.
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38. Paeonia microcarpa B o i s . & R e u t . ( 1 8 5 2 ) ; P. humilis auct.
plur. (an R e t z . ? ) ; P. peregrina ¡5 leiocarpa Ooss. ( 1 8 4 9 ) ; P. foemina c)
humilis G u r k . ; P. humilis var. microcarpa Samp. (1913). — R a i z com
numerosas fibras providas de tubérculos; fólhas pubescentes por
baixo ; carpelos glabérrimos e relativamente pequeños. Alentejo e
Tras dos Montes.
E m Portugal esta planta tinha sido encontrada apenas por Tournefort e mais tarde por Carlos Machado ñas margens da ribeira de
Niza, próximo de P o r t a l e g r e ; mas em 1929 foi descoberta e colhida
em varias localidades do concelho de Vimioso, pelo sr. P . Miranda
Lopes, de quem recebi bons e numerosos exemplares.
A maior parte dos botánicos modernos considera-a como simples
variedade da especie precedente, mas eu tenho grandes dúvidas
sobre isso, porque alóm de diferir daquela por ter os carpelos nao
densamente peludos e grandes, na maturacao, mas sim glabérrimos e
muito menores, aparta-se também, pelo menos nos exemplares que
examinei, por ter o caule e os pecíolos das fólhasmais ou menos
vilosos e as pínulas muito mais esbranquicadas por baixo.
Também duvido hoje que seja, como querem alguns autores, a
verdadeira P. humilis R e t z . (1793), que corresponde á P.femina
hispánica pumila Park. ou P. foemina pumila Ger.. cujos frutos sao ditos
um pouco pilosos, cujos caules sao simples e b a i x o s e cujas fólhas
tém forma muito diferente, segundo mostram as estampas de Gerarde e de Morison.
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