ILDA BASSO (Org.) JOSÉ CARLOS RODRIGUES ROCHA (Org.) MARILEIDE DIAS ESQUEDA (Org.) II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO LINGUAGENS EDUCATIVAS: PERSPECTIVAS INTERDISCIPLINARES NA ATUALIDADE BAURU 2008 S6126 Simpósio Internacional de Educação (2. : 2008 : Bauru, SP) Anais [recurso eletrônico] / 2. Simpósio Internacional de Educação / Ilda Basso, José Carlos Rodrigues Rocha, Marileide Dias Esqueda (organizadores). – Bauru, SP : USC, 2008. Simpósio realizado na USC, no mês de junho de 2008, tendo como tema : Linguagens educativas – perspectivas interdisciplinares na atualidade. ISBN 978-85-99532-02-7. 1. Educação – simpósios. 2. Linguagens educativas. I. Basso, Ilda. II. Rocha, José Carlos Rodrigues. III. Esqueda, Marileide Dias. VI. Título. CDD 370 COMEMORAÇÃO DO CENTENÁRIO DA IMIGRAÇÃO JAPONESA: Família Onohara Amanda de Souza JERÔNIMO Universidade do Sagrado Coração Luciana Barraviera RIBEIRO Universidade do Sagrado Coração Resumo A partir da década de 1870, a estrutura econômica brasileira passou por grandes mudanças, que refletiram nas relações sociais e políticas existentes. Progressivamente, a mão-de-obra escrava negra foi perdendo espaço para o trabalho assalariado. O governo imperial, e depois republicano brasileiro, incentivou a entrada de imigrantes europeus em nosso território. Milhares de italianos e alemães chegaram para trabalhar nas fazendas de café do interior de São Paulo, nas indústrias e na zona rural do sul do país. No ano de 1908, após um acordo entre o Brasil e o Japão, o navio Kasato Maru trouxe os imigrantes japoneses. Recém chegados a um país de idioma, costumes, climas e tradições completamente diferentes dos seus, os imigrantes pioneiros trouxeram consigo esperanças, sonhos de prosperidade e o desejo de voltar ao Japão. Os japoneses concentraram-se no Estado de São Paulo. Seu fluxo imigratório ganhou relevo no período posterior a 1930 e, gradativamente, tornaram-se pequenos e médios proprietários rurais, destacando-se na produção de hortifrutigranjeiros. Para resgatar a importância da imigração japonesa no oeste paulista, realizamos um resgate por meio da técnica de documentação oral, com o intuito de comemorar o centenário da vinda dos japoneses para o Brasil, e refletir sobre a participação deles na construção da história de nossa cultura e economia. Entre as várias famílias que desembarcaram no porto de Santos, já contratadas para trabalhar nas fazendas paulistas, destacou-se a família Onohara, que chegou ao Brasil em 1927.Estava composta por quatro membros, Sr. Niebara, sua mãe D. Maria , Sra. Massari e Nobuko Onohara ou Isabel, como é chamada no Brasil, que nos prestou os depoimentos orais. A família saiu da cidade de Fukoka, no Japão. Isabel nasceu em 8 de agosto, a bordo do navio vindo para o Brasil com sua família. Ainda bebê foi com sua família para Duartina para trabalhar na fazenda Água de Paiol, na lavoura do café. Isabel começou a colaborar com o trabalho na fazenda a partir dos 8 anos e ali permaneceu por 15 anos. Quando Niebara conseguiu uma quantia suficiente, adquiriu um sítio próprio, onde cultivavam arroz, batata e alho. A produção serviu para a subsistência da família e, posteriormente, começaram a comercializar o excedente da produção. Isabel casou em 1950, com o nissei Ohago Onohara e foram morar em Adamantina, depois Mogi das Cruzes e finalmente em Bauru, onde até hoje dedicam-se ao cultivo de verduras e legumes, comercializando seus produtos em feiras das cidade. Quando moravam no Japão, a família Onohara era adepta do budismo, mas já havia ramificações de familiares inseridos no catolicismo. Quando se estabeleceram no Brasil, converteram-se todos à religião católica. Isabel tem muita fé em Santa Luzia e em Nossa Senhora Aparecida, devoção que herdou do seu falecido pai, Niebara. Questionada sobre a volta para sua pátria, Isabel mostra certeza que seu verdadeiro lugar é aqui no Brasil, lugar que gosta muito, tanto do clima, como das pessoas, da cultura e da comida, e sempre aconselha aos membros mais novos da sua família a nunca deixarem esse país, mesmo com as dificuldades existentes. Para a realização do trabalho sobre o centenário da Imigração japonesa foi necessário localizar um representante da comunidade japonesa. Com a ajuda do Sr. Edgar Ribeiro, foi possível o primeiro contato com a Senhora Nobuko Onohara. Depois de uma conversa para reconhecer o perfil e a trajetória de vida com a entrevistada, foi agendada a entrevista no dia 09 de outubro de 2007, que foi realizada na casa de Dona Isabel, situada no bairro Alto Paraíso. Para a elaboração do painel foi utilizada a entrevista filmada, algumas fotos tiradas no local, fotos concedidas pela entrevistada e outros documentos. Palavras-chave: Imigração. Japoneses. Centenário. Família Onohara.