Regulação do Acesso à Atenção à Saúde no SUS e o processo de construção de Complexos Reguladores CONGRESSO COSEMS/SP – 2014 UBATUBA Regulação do Acesso – PT 1559/08 Disponibilização da alternativa assistencial mais adequada à necessidade do cidadão, de forma equânime, ordenada, oportuna e qualificada, devendo manter uma interface com as ações de controle, avaliação e auditoria. INTEGRALIDADE E ACESSO EQUANIME E UNIVERSAL A busca da integralidade do cuidado Articulação da AB com AE - O mito da referencia e contrarreferencia Feuerwerker ( 2011) – “...para superar a falência da referência e contrarreferência é preciso criar espaços de conversa para reconhecimento mútuo entre profissionais e equipes, identificação de potencialidades e possibilidades de cooperação e produção de novos pactos em relação às responsabilidades de cada parte...” integralidade focalizada e integralidade ampliada ( Cecílio, 2001) Construção de redes de atenção e o papel da regulação e da AB em sua conformação Afinal , quem regula ? Gestão Profissional Usuário Poder judiciário Pode Legislativo Tudo isso junto e misturado ... O papel da regulação estatal Regulação – – dimensão macropolítica : parte de uma análise das principais demandas e do perfil de morbi-mortalidade da população; dimensão micropolítica : criação de espaços de diálogo com as equipes de saúde. Escuta para as necessidades singulares captadas a partir do encontro dos profissionais com os usuários Regulação operada nas centrais - parte de uma AB resolutiva e de uma AE responsável para poder operar com olhar sobre uma dimensão macro territorial para tomada de decisão. A regulação operada nos serviços de saúde - parte de um olhar do espaço da micropolítica e da singularidade dos sujeitos. O papel da regulação Os serviços de saúde (e não a Central de Regulação), que, conhecendo o sujeito na sua singularidade e contexto, têm melhores condições de priorizar as situações de maior vulnerabilidade e risco. A Central de Regulação deve funcionar como o apoio para a Atenção Básica nos casos em que ela necessite de apoio. – regulação ambulatorial. – regulação das urgências Regulação e gestão do cuidado Centrais de regulação - equipes matriciadoras em relação às equipes de referencia, promovendo discussão de casos, pactuação de protocolos e diretrizes clínicas. Ações da Regulação do Acesso – PT 1559 de 01/08/08 PT • • • • • • • Regulação da Atenção Básica Regulação médica de urgência pré-hospitalar e hospitalar. Controle e regulação dos leitos, consultas especializadas e SADT Priorização do acesso pela gravidade clínica Padronização das solicitações por meio dos protocolos assistenciais Estabelecimento de mecanismos de referência entre as unidades segundo fluxos e protocolos padronizados; Implantação de Complexos Reguladores. Complexo Regulador São estruturas que congregam um conjunto de ações da regulação do acesso à assistência, de maneira articulada e integrada, buscando adequar a oferta de serviços de saúde à demanda que mais se aproxima das reais necessidades de saúde da população. Esfera administrativa • • • • Federal ( CNRAC) Estadual Regional ( RRAS) – deliberação CIB 06 de 08/02/12 Municipal # Centras regionais e municipais devem funcionar em co-gestão Objetivos da Central Identificar a alternativa assistencial mais adequada à necessidade do cidadão, fundamentada em protocolos técnicos e baseadas na pactuação de referências; Registrar e dar resposta a todas as solicitações Exercer a autoridade sanitária; Referenciar demandas às esferas superiores quando os recursos pactuados no território forem insuficientes Disponibilizar relatórios e/ou informações para gestão Atualizar as informações a partir dos bancos de dados do SUS; Disponibilizar informações para o planejamento; Atribuições da Central Gestão de leitos e agenda Gestão de demanda reprimida Construção de grades de referência e contrarreferência Classificação de risco Construção e uso de protocolos Regulação das referências intermunicipais e interestaduais Gestão e controle de cotas Comunicação com a rede de serviços de saúde (e usuários) Central de Regulação Ambulatorial • Regula o acesso a todos os procedimentos ambulatoriais, incluindo terapias e cirurgias ambulatoriais • Regulação da atenção básica • Funcionamento : dias úteis, período diurno, com médico de referência Central de Regulação de Urgências • Regula o atendimento Pré hospitalar fixo (UPA) e/ou móvel de urgência (SAMU) • Regula a transferência de pacientes – atendimento secundário de urgência • Funcionamento – 24 horas com médico regulador plantonista Central de Regulação de Internações • Regula o acesso aos leitos hospitalares de diversas clínicas • Regula os procedimentos hospitalares eletivos • Monitora a ocupação dos leitos • Retaguarda aos Pronto Socorros • Funcionamento – período diurno com médico regulador Outras Centrais Na prática é possível compor os Complexos Reguladores com outras centrais de regulação específicas que atuem com um universo menor de procedimentos, como, por exemplo: Central de Regulação de Terapia Renal Substitutiva, Central de Transplantes, Central de Oncologia, ou outras a critério do gestor e do volume de recursos a ser regulado. Para implantar uma central Sistematizar a oferta de serviços e os fluxos preexistentes ( unidades executantes e solicitantes) Definição de escopo Definir a abrangência da Central (unidades e municípios solicitantes e executantes); Definir e organizar a estrutura física e os recursos logísticos necessários ao seu funcionamento; Definir os protocolos clínicos a serem utilizados Seleção e treinamento dos recursos humanos. Lembretes para garantir efetividade das ações da Central • PDR e PPI • CNES atualizado • Implantação do Cartão do usuário • Definição de abrangência e escopo • Conhecimento dos recursos assistenciais disponíveis • Definição do fluxo das informações, rotinas operacionais ( horários, perfil dos profissionais,...) • Distribuição de limites físicos (cotas) para as unidades solicitantes e tipo ( 1º consulta /retorno) Lembretes para garantir efetividade das ações da Central • Vincular profissionais às unidade executantes, definir as escalas e agendas • Definir profissionais e unidades solicitantes para cada procedimento • Definir procedimentos liberados sob regulação/protocolos • Vincular autorização de procedimentos • Capacitação permanente • Rotinas para o referenciamento fora do território Lembretes para garantir efetividade das ações da central • Realizar gerencimento da fila de espera ( procedimento e diagnóstico) • Acompanhar a evolução dos atendimentos e internações agendadas ( cancelamentos, faltas, impedimento do serviço...) • Exercício da autoridade sanitária • Implantar protocolos Construção de protocolos de acesso Os profissionais que utilizarão os protocolos tem que ser participantes ativos de sua construção ter a convicção de que aquele instrumento servirá para ajudá-los no exercício da clínica e não para cercear sua prática não basta contar com uma equipe de gestores com predisposição para construir um processo participativo. Fazse necessária análise cuidadosa das razões e circunstâncias de cada parte para se pensar em estratégias mais eficazes. Construção de protocolos de acesso Protocolos baseados em médias e medianas ( evidencias ). E o que foge da regra ? a equipe de regulação tem que estar aberta para escuta do que a equipe de referência encontra e esta também tem que estar aberta à escuta do usuário. O uso de um protocolo não pode limitar o ato clínico. Ele serve para orientar a prática dos profissionais. Quem atua nas centrais de regulação e quem atende diretamente a população deve ter clareza de que é esperado que uma parcela da clientela de qualquer serviço ou profissional não se encaixe no protocolo. Regulação e gestão do cuidado Espaço de comunicação , troca de conhecimentos e contribui para diminuição da fragmentação Utilização de arranjos institucionais baseados em tecnologias leves : equipes de apoio, educação permanente, método da Roda, trabalham sobre os conflitos e disputas de projetos Para regulação do acesso - a necessidade de criar espaços permanentes de diálogo que não acontecem naturalmente Necessidade de se construir sentido para os encontros e compromisso / possibilidade de cooperação entre os serviços Regulação e gestão do Cuidado Criação de “espaços intercessores” ( Merhy, 2006) entre equipes de referencia e equipes de regulação, e de apoio matricial – um intervém sobre o outro Na regulação, por mais importantes que sejam os sistemas de informática ou as condições estruturais da rede de serviços, é imperioso o investimento nos trabalhadores. As Macropolíticas dão as condições para mudanças no nível micro mas as mudanças de fato só ocorrem com incorporação de tecnologias leves Regulação também pode ser espaço de trabalho vivo em ato ... OBRIGADA ! Elaine Maria Giannotti DRAC/SAS/MS [email protected]