EDITORA VALENTINA
Uma conversa ácida com Alexia e Jane (Vol. 1)
Tempestade numa xícara de chá
Hoje você está convidada a participar de um bate-papo entre Jane True, a protagonista de Nicole
Peeler em Garota Tempestade, e Alexia Tarabotti, a principal senhorita vitoriana de Gail Carriger
em Alma?. Como a autora de Jane é meio desligada em relação a pormenores, o pessoal bacana da
Orbit Books achou que seria uma boa ideia se Alexia ajudasse Jane a conhecer os detalhes de uma
heroína de fantasia urbana, e a Editora Valentina achou digno traduzir essa conversa para lá de
ácida e divertida.
Este é o primeiro encontro delas, e Jane está muito nervosa. Todos sabem que Alexia é uma
senhorita que Jane admira demais. E nós sabemos muito bem o que acontece quando ela fica
nervosa...
Jane: Oi, Alexia! Obrigada por concordar em conversar comigo. Eu sei que você anda suuuper
ocupada e tudo mais. Em primeiro lugar, você poderia me contar um pouquinho sobre o seu
mundo? Eu amei o seu livro e queria ouvir tudo sobre ele diretamente da sua boca.
Alexia: Isso está muito direto, minha cara. Não seria melhor uma apresentação formal antes? E
depois, quem sabe, você poderia me oferecer uma xícara de chá. Seguir algumas regras de etiqueta
e, após breves longos minutos de familiaridade, nós poderíamos passar para assuntos mais
indelicados.
Jane: Hummm... chá? Olha, sinto muito, mas a gente costuma beber mais café por aqui. Que tal um
cafezinho?
Alexia: Virgem Santíssima! Não vai me dizer que você é italiana? Você não parece nem um pouco
com uma italiana. E eu saberia se fosse. Agradeço de coração, mas ouvi dizer que café é muito ruim
para a saúde.
Jane: Hum, claro. Tudo bem. Vou arrumar chá da próxima vez... Enquanto isso, sem alma mesmo?
Sério?
Alexia: E como você ficou sabendo disso, mocinha? Achei que o Departamento de Arquivos
Sobrenaturais (DAS) mantinha minha condição de preternatural como sigilosa. Você tem contatos
no governo britânico? Bem, acho que, já que você está ciente de minha condição “sem alma”,
talvez pudesse revelar um grande e obscuro segredo para mim. Tenho ouvido falar, embora eu mal
possa acreditar que seja verdade, (verdade... “true”, ai, meu bem, que galhofa) que você pode se
transformar numa garota-foca. Eu jamais acreditaria numa coisa dessas. É mais ou menos como
virar lobisomem? Qual a base científica para essa forma dupla e dismórfica do corpo? E por que
foca? Não é muito, bem, aterrorizante, certo?
Jane: Cara, você sabe que nós somos da mesma editora em mais de um país, não sabe? Então foi
mais ou menos assim, eu pedi ao editor que me desse o seu livro... Portanto, nem precisei
pesquisar no seu Departamento de Arquivos de Sexo com Ovelhas, ou seja lá como é que chamam
isso. E a minha mãe é biforme. Então eu sou uma mera meio-humana... Mas as focas são duronas!
Já viu como elas batem palmas? Pois veja só, elas conseguem quebrar uma casca de noz com as
nadadeiras... Imagine então o que elas poderiam fazer com um crânio humano! E se ele estiver
fragilizado de alguma forma, primeiro... (Jane sente-se desconfortável e muda o rumo da conversa).
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Mas tudo bem. Vamos começar. Humm… você poderia me dizer como é que você faz com toda essa
rouparia íntima?
Alexia: (Indignada) Como? O QUE foi que você perguntou? Acho melhor ignorar completamente a
sua pergunta, que é muito inapropriada.
Jane: (encolhendo os ombros) É que você usa MUUUITA roupa íntima. Quer dizer, como é que você
faz quando quer fazer xixi?
Alexia: (silêncio absoluto)
Jane: Oooookay, tudo bem... hum... chá? Só chá? Tem certeza?
Alexia: E você consegue pensar numa bebida melhor? Tenho sérias dúvidas. Será que você algum
dia tomou uma xícara de chá de verdade, bem preparado? Você vai me desculpar se estou
colocando as suas preferências culinárias em dúvida, mas, afinal de contas, você é americana.
Jane: Se, por “americana”, você está se referindo à minha preferência por outras coisas além de
enguias gelatinosas e barrinhas de chocolate Mars fritas, então sim, eu tenho gosto americano. E
por falar em gosto: Lorde Macon. Um tesão. E qual o lance dos filhotinhos de lobisomem que
mordem as nossas anáguas e ficam se contorcendo?
Alexia: Tesão? O que você quer dizer com esse termo? Será que estamos falando do mesmo Lorde
Maccon que conheço? Ele é um escocês grosseiro e de fala alta, é isso o que ele é. Não vejo tesão
algum nesse homem e me desagrada a sua insinuação.
Jane: (Jane franze os olhos, observando Alexia. De repente, abre um sorriso.) Ahhhhh, entendi. Te
“desagrada” a insinuação “dele”. É, você definitivamente não gosta dele. Certo. Deixa eu tentar
adivinhar… você apenas o ama por que ele anda de quatro, certo? (risinhos)
Alexia: Como?
Jane: Ah, espera aí, Allie! Lobisomem? Ficar de quatro? Você TEM que ficar muito de quatro? Como
consegue aguentar?
Alexia: Eu não faço a menor ideia do que você esteja falando, Srta. True. Tem certeza de que ainda
estamos falando a mesma língua?
Jane: Tudo bem, já entendi, já entendi! Você está naquele estágio em que não se sente à vontade
para falar sobre como montar naquele cachorrinho. Tudo bem. Mas deixa eu só te fazer uma
perguntinha... Como Lorde Maccon se sente com essas brincadeirinhas de cachorrinho?
Alexia: Estou começando a suspeitar que você, mocinha, é uma pessoa extremamente mordaz. Já
conheceu o meu amigo, Lorde Akeldama? Acho que vocês dois se dariam muito bem.
Jane: Cara! Você nos apresenta?! Adorei a… aquelas proteções se chamam pochetes penianas?
Independente do que forem, são excitantes! Nesse meio tempo, eu posso te apresentar ao... hum...
o que você acha do Snoop Dogg? (risinhos)
Alexia: Sinto muito, mas acho que voltamos mais uma vez às barreiras linguísticas. É porque a
senhorita é americana ou costuma mesmo passar para línguas estrangeiras sem aviso prévio?
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Jane: Passar para línguas estrangeiras! Entendi! Você é mesmo muito doida! Ah, aquela sua
sombrinha é ma-ra-vi-lho-sa! Onde posso conseguir uma?
Alexia: A senhorita é uma mulher muito direta, não é, Srta. True? Bem, acredito que em breve serei
apresentada à fonte de todas as coisas referente ao protetorado da sombrinha. Quem sabe eu
poderia lhe enviar uma missiva falando sobre o assunto num momento mais apropriado? Sem
querer ser grosseira, mas, por conta da sua aparência um tanto – Céus, como dizer? – limitada no
vestir, acredito que a senhorita não tenha fundos suficiente para adquirir tal item. Não é minha
intenção insultá-la, mas, vamos ser sinceras, minha cara, você parece usar uma indumentária
masculina bem limitada. O que é muito estranho. Só posso crer que isso se deva ao desespero, pelo
que você, claro, desperta compaixão.
Jane: (pisca ao olhar para as próprias roupas) Ai, merda! Minhas calças jeans estão furadas! E olha
que elas nem são tão velhas assim (suspira). Menina, eu carrego todo o meu peso nas coxas e,
francamente, eu poderia atiçar fogo por fricção. É por isso que eu nunca uso veludo. Por falar em
coisas que atiçam fogo...! Não é o seu caso... suas saias apagariam qualquer fogo antes mesmo de
você começar a soltar fumaça. Falando sério, qual o lance de todas essas roupas íntimas?
Alexia: Ah, pelo amor de Deus, da próxima vez que nos encontrarmos eu é que farei as perguntas...
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