44ª RAPv – REUNIÃO ANUAL DE PAVIMENTAÇÃO E 18º ENACOR – ENCONTRO NACIONAL DE CONSERVAÇÃO RODOVIÁRIA Foz do Iguaçu, PR – 18 a 21 de agosto de 2015 EFICÁCIA EM SEGURANÇA RODOVIÁRIA NA APLICAÇÃO DE LINHAS DE ESTÍMULO À REDUÇÃO DE VELOCIDADE COM EFEITO SONORO-VIBRATÓRIO EM RODOVIAS DO DER/PR Alex Severo Alves 1 ; Hector Ferreira da Silva 2 RESUMO Estudos revelam que, quase na totalidade, as vítimas de sinistros rodoviários advêm de falhas humanas, as quais têm como principais características a imperícia e a imprudência, porém, sempre é possível de se fazer algo para melhorar as condições das vias de circulação. Este trabalho procurou verificar nas rodovias do DER/PR, a eficácia da implantação de sinalização horizontal através de linhas de estímulo à redução de velocidade, simples e complementadas com efeitos sonorovibratórios proporcionados pela introdução de altos-relevos executados com tinta plástica a frio bicomponente sobre as primeiras. Os locais selecionados para a implantação destas melhorias se deram em entroncamentos rodoviários com índices consideráveis de acidentes, além de trechos anteriores à curvas acentuadas, também detectadas como pontos críticos. A avaliação da eficácia destas intervenções se deu observando-se os índices de severidade dos acidentes antes e depois destas, verificando-se assim a eficiência de tais dispositivos, tanto ponto a ponto como globalmente. Observou-se que estes dispositivos, de extremo baixo custo, assim implantados permitiram uma grande melhoria da segurança rodoviária nos locais selecionados e podem sim, diminuir a incidência ou ao menos a gravidade dos acidentes, tornando-se uma excelente opção para os gestores viários no combate à grande guerra do trânsito travada contemporaneamente. Palavras-Chave: Segurança Viária, Prevenção de Acidentes, Sinalização Horizontal ABSTRACT Studies show that almost all the victims of road accidents are a result of human error, which have the main characteristics of malpractice and recklessness, however, it is always possible to do something to improve the conditions of the roads. This study sought to verify the highways of the DER / PR, the effectiveness of horizontal signage deployment through stimulus lines to reduce speed, simple and complemented with sound-vibration effects provided by the introduction of high reliefs executed with two-component cold plastic paints on the first. The locations selected for the implementation of these improvements took place in road junctions with considerable rates of accidents and also previous sections to sharp curves, also identified as critical points. Assessing the effectiveness of these interventions occurred observing the accidents of severity indices before and after these, so there was the efficiency of such devices, both point to point and globally. It was observed that these devices extremely low cost, thus implanted allowed a great improvement in road safety in selected locations and can yes, decrease the incidence or at least the severity of accidents, making it an excellent choice for the road managers in combating high war waged transit contemporaneously. Key-words: Road Safety, Accident Prevention, Horizontal Signs 1 Engenheiro Civil do DER/PR. Professor da Faculdade Pitágoras de Londrina. E-mail: [email protected] 2 Estagiário do DER/PR. Aluno de graduação em Engenharia Civil da Unifil em Londrina/PR. E-mail: [email protected] SEGURANÇA RODOVIÁRIA Atualmente, em todo o mundo, principalmente em países não tão desenvolvidos, existe uma grande tendência dos transportes se realizarem majoritariamente através do modal rodoviário, tanto para o deslocamento de cargas quanto para o de passageiros. Neste tipo de modal, acidentes não são raros e inúmeros seres humanos acabam tendo suas vidas ceifadas pelos sinistros do trânsito, quer sejam urbanos, quer sejam em rodovias. A maioria dos acidentes é causada por falha humana. Nos Estados Unidos, atribuem-se a falhas humanas 85% dos acidentes rodoviários. No Brasil, os números são semelhantes. Mas uma estrada bem projetada, bem sinalizada e operada pode reduzir consideravelmente o índice de erros dos motoristas que muitas vezes, é levada a cometê-los por falta de orientação adequada (BRANCO 1999). De acordo com Ferraz et al (2008) o trânsito pode ser considerado como um sistema constituído de três elementos, ser humano, veículo e via/meio ambiente, os quais na maioria absoluta das vezes interagem de maneira adequada entre si. Quando essa interação não ocorre de maneira apropriada, em razão de falha de um ou mais fatores associados a esses elementos (base da teoria multi-causal), pode ocorrer o acidente. O fator via é de responsabilidade de seus gestores e embora como causa de acidentes sua contribuição seja bem menor que a humana, jamais se pode deixar de implantar melhorarias para permitir deslocamentos mais seguros aos usuários. Para se trabalhar na manutenção e conservação de uma rodovia de forma mais abrangente, todos os sistemas e dispositivos existentes requerem um gerenciamento, pois estes podem, cada um a sua maneira, afetar a segurança rodoviária. De certa forma, uma estrada pode ser considerada como perecível, pois em pouco tempo, caso não existam cuidados contínuos, ela pode se deteriorar e criar temidas situações de risco, como por exemplo, uma “panela” indiscutivelmente perigosa, ou mesmo o excesso de vegetação ocultando uma placa antes de uma curva acentuada. O principal e o mais caro dos custos em manutenção e conservação de rodovias se dá quase sempre, nos serviços executados nas pistas de rolamento, com a execução de obras nos pavimentos, mas todos os outros sistemas de dispositivos em uma rodovia devem ser considerados. Quer sejam os pavimentos, os elementos de drenagem, quer seja a sinalização vertical ou horizontal, estes componentes devem tentar se manter em condições mínimas satisfatórias, objetivando sempre evitar ao máximo que acidentes aconteçam. Caso um destes falhar, pode afetar diretamente as condições de segurança de uma determinada rodovia e, por consequência, aumentar o risco de sinistros aos usuários. O conhecimento das causas dos acidentes é um requisito para estruturar medidas que diminuam sua incidência. Isto requer informações sobre os tipos que ocorrem em um determinado ponto, além de visitas técnicas a estes locais, nos dias e horas de maior frequência dos acidentes registrados. O trabalho começa com um exame dos dados extraídos dos registros feitos pela policia, órgão emissor dos boletins de acidentes. (GOLD 1998). Estudos e pesquisas, elaborados no Brasil e outros países, indicam que a inadequação dos veículos, da sinalização e da construção e manutenção das vias são fatores contribuintes em muitos acidentes. Gold (1998), porém, relata que é possível reduzir significativamente o número de acidentes através da engenharia de tráfego, gerando grandes melhoras sociais independentemente da ocorrência de mudanças na conduta das pessoas no trânsito. A velocidade alta é o principal fator associado aos acidentes com vítimas graves ou fatais. O excesso de velocidade contribui para cerca de 30% das mortes no trânsito nos países desenvolvidos e de 50% nos países não desenvolvidos. Para cada 1km/h de aumento da velocidade, a incidência de acidentes com vítimas cresce 3% e o risco de morte nos acidentes entre 4 e 5% (FERRAZ et al, 2008). Ainda de acordo com Ferraz et al (2008), o desvio da atenção dos condutores está presente em muitos dos acidentes de trânsito. Situações típicas onde a transferência de atenção ao trânsito pode ocorrer levam a falhas humanas. Estudos realizados mostram que em cerca de 15% dos acidentes de trânsito o fator principal foi o desvio da atenção por parte dos condutores. Gold (1998) relata que as maiores frequências de acidentes podem ser registradas em interseções nas quais sempre há fluxos conflitantes de veículos e pedestres. Todavia, há exceções, como por exemplo, os trechos viários com uma qualidade de Engenharia de Tráfego abaixo dos padrões. Deste último tipo cabe mencionar as curvas acentuadas, as de pista com superelevação invertida e os trechos curtos de pista com defeito. Um lugar que naturalmente apresenta uma alta frequência de acidentes é uma interseção de duas ou mais vias em nível, nas quais ocorrem constantemente movimentos conflitantes entre os veículos ali passantes. Em ambos os casos, a probabilidade de acidentes aumenta mais, quanto maior for o fluxo de veículos e pedestres no local (GOLD, 1998). Existem soluções em Engenharia de Tráfego que são extremamente caras, de grande vulto e dispendiosas, como a edificação de um viaduto ou uma trincheira, ou a retificação de uma curva acentuada e, podem existir também intervenções simples e de custo bem menor em relação àquelas primeiras, como a utilização da sinalização horizontal bem reforçada e isto por si só bastando para a diminuição efetiva de sinistros no local trabalhado. De acordo com DNER (1998) a dificuldade de obtenção de recursos deve levar à elaboração de programas de redução de acidentes com base em medidas de baixo custo, implementados em rotas críticas de acidentes, não mais ponto a ponto, sendo as medidas adotadas a partir da análise das características dos acidentes nos locais onde esses se concentram. Essas medidas, simples na sua maioria, podem ser implantadas pela conserva e seus resultados monitorados. Segundo experiências comprovadoras no Brasil e em outros países, na implantação de um grande número de intervenções viárias de diversos tipos, pode-se esperar a redução de 30% na frequência de acidentes nos locais tratados. Este nível de redução é suficiente para justificar plenamente os recursos investidos, comparando-se com os benefícios subsequentes do resultado social dos acidentes evitados (GOLD, 1998). SINALIZAÇÃO O CONTRAN vem editando desde 2007 o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito, elaborado pela Câmara Temática de Engenharia de Tráfego, da Sinalização e da Via, Estes abrangem todas as sinalizações, dispositivos auxiliares, sinalização semafórica e sinalização de obras, os quais devem ser utilizados para implantações destes dispositivos e consistem em 6 volumes, três dos quais já publicados, sinalização vertical de regulamentação, vertical de advertência e horizontal. A sinalização de trânsito consiste num conjunto de elementos que fornecem informações aos usuários visando organizar e disciplinar a circulação de veículos e pedestres nas vias públicas. Constitui um dos mais importantes componentes do sistema de trânsito, pois por meio dela é que é feita a comunicação aos usuários sobre como utilizar de maneira adequada o sistema viário tendo em vista a segurança, a eficiência e a comodidade (FERRAZ et al, 2008). Uma das formas de intervenção em Engenharia de Tráfego mais simples e baratas de se realizar, dispendendo recursos bem mais em conta que grandes obras, é a sinalização horizontal, ou seja, as pinturas executadas nos pavimentos, sistema integrante da sinalização rodoviária. Existem dentro deste tipo de sinalização, inúmeras formas e maneiras de executa-las, todas estas padronizadas na referida publicação do CONTRAN. Branco (1999) relata que durante o percurso por uma rodovia, quase todas as informações recebidas pelos motoristas são de natureza visual e as que mais rapidamente estes percebem são aquelas localizadas nos pavimentos, para onde dirigem continuadamente sua atenção. Em razão disso, inúmeras pesquisas são feitas sobre a sinalização horizontal e sobre os materiais dos quais ela é feita. A vantagem da sinalização horizontal é a de apresentar, em comparação com a sinalização vertical, maior visibilidade, pois esta está no centro do campo visual do motorista e pode transmitir mensagens aos condutores sem desviar-lhes a atenção da pista (FERRAZ et al, 2008). Conforme o CONTRAN (2007), as marcas transversais ordenam os deslocamentos frontais dos veículos e os harmonizam com os deslocamentos de outros veículos e dos pedestres, assim como informam os condutores sobre a necessidade de reduzir a velocidade e indicam travessia de pedestres e posições de parada. LINHAS DE ESTÍMULO A REDUÇÃO DE VELOCIDADE (LRV) O Volume IV do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito refere-se à Sinalização Horizontal e trás as especificações para execução dos diversos tipos de sinalização horizontal. Entre tantas, uma das técnicas encontradas neste volume são as Linhas de Estímulo à Redução de Velocidade (LRV). As LRV são um conjunto de linhas paralelas que, pelo efeito visual induzem os condutores a reduzirem as velocidades dos veículos, calculadas de maneira que fiquem ajustadas aos limites desejados. Estas podem ser utilizadas em interseções em nível, antes de curvas acentuadas, declives acentuados, cruzamentos rodoferroviários, antes de ondulações transversais, ou onde demais estudos de engenharia indiquem sua necessidade (CONTRAN, 2007). As LRV são aplicadas gradualmente antes de pontos críticos e o número de linhas e suas larguras são calculados conforme o item específico do IV Volume do Manual. As LRV também são dimensionadas de acordo com as velocidades das vias, diminuindo seu distanciamento à medida que se aproximam dos locais onde o veículo deva estar com a velocidade reduzida. Segundo o DNIT (2006) alguns diferentes tipos de tintas podem ser empregados na execução da sinalização horizontal. A escolha mais apropriada para cada situação deve-se levar em conta fatores como natureza do projeto, volume e classificação do tráfego, qualidade e vida útil do pavimento e a frequência de manutenção. EFEITO SONORO-VIBRATÓRIO EM LRV De acordo com a Norma Técnica do DER/PR ES/OC 16/05, sonorizadores ou bandas rugosas são dispositivos de controle de tráfego, constituídos por pavimentos com superfície irregular, cuja função é induzir os condutores a reduzirem a velocidade e alertar, através de efeito sonorovibratório, sobre a existência de algum perigo ou obstáculo à frente. Para implantar efeitos sonoro-vibratórios em pavimentos de rodovias, somente existe normatizado o tipo de dispositivo citado acima, o qual causa um barulho alertador de alta intensidade com razoável trepidação, realmente alertando os motoristas, porém com tais características, este é somente indicado para situações provisórias de obras e contraindicado para perímetros urbanos devido aos seu enorme desconforto . Apropriando-se da parte da ideia de que o alerta sonoro-vibratório do sonorizador normatizado amplifica a percepção do usuário e aumenta a segurança viária local, mas também desejando-se que o modelo de dispositivo proposto causasse um menor desconforto aos usuários, O estudo aqui realizado concebeu utilizar LRV, simples e combinadas com estes efeitos, proporcionados pela introdução de altos-relevos executados com tinta plástica a frio bicomponente sobre as primeiras, mensurando as eficácias destes tipos de reforços de sinalização horizontal para pontos críticos. Embora o modelo de dispositivo aqui proposto ainda não esteja normatizado, em alguns locais estes já foram utilizados anteriormente, relatando-se bons resultados, porém não se conhecem dados específicos sobre o assunto, o que justifica a elaboração deste trabalho. A Figura 1 mostra uma LRV com efeito sonoro-vibratório implantado executado com tinta plástica a frio bicomponente, que nos dá a sutileza necessária do efeito desejado. Figura 1 – Dispositivo de LRV com Efeito Sonoro-Vibratório INVESTIGAÇÃO EXPERIMENTAL Este trabalho teve o objetivo de investigar os níveis de eficácias das instalações de LRV simples e complementadas com efeito sonoro-vibratório, mensurando-se os IS – Índices de Severidade de Acidentes antes e depois das implantações dos dispositivos nos locais selecionados e verificando-se as diferenças encontradas para este tipo de metodologia. O IS é um índice utilizado pelo Ministério dos Transportes e utiliza UPS (Unidades Padrão de Severidade) multiplicando-se os dados quantitativos dos boletins de ocorrência pelo respectivo peso da severidade e nos atesta, para um determinado período, como se encontra o nível de periculosidade de pontos críticos. Para o cálculo do IS, deve-se separar os boletins em 3 tipos de acidentes padrão, sendo, acidente sem vítimas, acidentes com feridos e acidentes com mortos, e multiplicar pelos pesos que são de 1 para o primeiro tipo, 5 para o segundo e 13 para o terceiro. Ao somar os valores obtidos temos o IS do local. A Equação 1 abaixo mostra como se dá o cálculo do IS para um determinado local e período. (1) Para se poder avaliar resultados de campo sobre o modelo de dispositivo aqui proposto, LRV com efeito sonoro-vibratório implantado, executadas com tinta plástica a frio bicomponente, trabalhouse, a partir da metade do ano de 2014, nas rodovias sob jurisdição do DER/PR, pela Superintendência Regional Norte de Londrina/PR, 30 intervenções onde tinham sido observadas ocorrências de sinistros significativos. A Figura 2 abaixo mostra as Subdivisões Regionais do DER/PR, além das Áreas de Gestão da Superintendência Regional Norte. Figura 2 – Subdivisões Regionais do DER/PR e Áreas de Gestão da Superintendência Regional Norte. Os locais selecionados para implantação dos reforços de sinalização horizontal se deram geralmente em entroncamentos rodoviários em nível com índices consideráveis de acidentes, além de em alguns trechos anteriores à curvas acentuadas, também detectadas como pontos críticos. Para estes desenvolveram-se projetos de acordo com a metodologia de cálculo das LRV descritas no Manual de Sinalização Horizontal do CONTRAN. Na metodologia as velocidades regulamentares da via são levadas em conta conjuntamente com a redução necessária para cada tipo de dispositivo potencialmente perigoso à frente. A Figura 3 nos mostra um exemplo de um croquis de implantação elaborados individualmente, distribuídos pelas áreas de gestão. Estes foram criados com o intuito de auxiliar e facilitar o acesso à informação para a equipe de sinalização horizontal da SRNorte do DER/PR. Figura 3 – Croquis de Implantação Dos 30 locais onde foram implantadas as intervenções, 20 receberam somente implantadas as LRV e nos outros 10 restantes, além destas, também foram implantados os efeitos sonoro-vibratórios, proporcionados pela introdução dos altos-relevos executados com tinta plástica a frio bicomponente. Na Figura 4 abaixo pode-se observar a preparação deste tipo de material, alertandose para o fato de que o endurecimento deste tipo de material se dá de uma forma bem rápida. Figura 4 – Tinta Plástica a Frio Bicomponente A execução dos efeitos sonoro-vibratórios por sobre as LRV se deu utilizando-se as referidas tintas bicomponentes, as quais possuem em sua composição proporções convenientes de resinas sintéticas, partículas granulares como elementos inertes de enchimento, pigmento, agentes dispersores, agentes plastificantes, aditivos e micro esferas de vidro. Esta composição proporciona fazer altos-relevos de alturas e larguras variáveis, porém depois de alguns testes o experimento optou por manter a altura em aproximadamente 1cm com largura padrão de 5cm. A Figura 5 mostra uma LRV sendo implantada com efeito sonoro-vibratório. Já a Figura 6 mostra a execução deste tipo de dispositivo. Figura 5 – Tinta Plástica a Frio Bicomponente – 1x5 cm Figura 6 - Execução de LRV com Efeito Sonoro-Vibratório A execução dos efeitos sonoro-vibratórios por sobre as LRV consideram toda a largura da pista, de tal forma que causem um desconforto mínimo, se dando de uma maneira bastante sutil, porém servem muito bem de alerta sonoro-vibratório ao motorista, auxiliando-o na sua perceptividade. O espaçamento entre as linhas ao ir diminuindo em relação aos obstáculos, também vão aumentando sua intensidade avisando cada vez mais o usuário do ponto crítico à sua frente. Na Figura 7 pode ser observado o espaçamento dimensionado para uma LRV. Figura 7 – Espaçamento entre LRV com Efeito Sonoro-Vibratório O mapa da Figura 8 a seguir nos aponta os pontos dos 30 locais das intervenções, onde foram executadas as 20 LRV (•) e as 10 LRV com efeito sonoro-vibratório (x). Importante ressaltar que os meses de trabalho foram de outubro a dezembro de 2014. Figura 8 – Malha Rodoviária da SRNorte com os Pontos Selecionados RESULTADOS Para se poder verificar a eficácia individual e coletiva de cada ponto com intervenção realizada utilizaram-se os dados constantes na Intranet do DER/PR e da Polícia Rodoviária Estadual, a qual utiliza o endereço http://10.47.31.99/csr956cv/index.html. Os dados agrupados são gerados a partir dos boletins que a PRE/PR vai cadastrando nos sistema ao longo de seu trabalho de atendimento aos acidentes, os quais para localizarem-se utilizam a nomenclatura e as quilometragens existentes nas rodovias, portanto, ficando relativamente simples de se reconhecer os pontos de maior acontecimento dos sinistros. A Tabela 1 a seguir, nos mostra os 20 pontos onde foram implantadas as LRV sem o efeito sonorovibratório, mostrando em alguns destes uma queda no IS – Índice de Severidade, bem como que em outros que não houve mudanças ou mesmo que em alguns onde este índice aumentou. Porém, se somarmos os ganhos e as perdas na coletividade, chega-se a um saldo positivo de 14% na redução do IS coletivo, o que por si só já justifica a implantação de tais dispositivos de custo diminuto. Registre-se também o pouco tempo de observação até aqui do experimento, já que o prazo foi de apenas 3 a 5 meses anteriores e posteriores a cada implantação. Tabela 1 – Diferenças no Índice de Severidade – LRV simples LRV SIMPLES PERIODO ANTERIOR PONTO RODOVIA KM IMPLANTAÇÃO 1 PR 543 8 14/10/14 PERIODO (MESES) 5 2 PR 170 14 02/12/14 3 PR 534 30 4 PR 437 21 5 PR 437 6 7 PERIODO POSTERIOR DIFERENÇA ASV ACF ACM IS a ASV ACF ACM IS d 0 0 0 0 0 0 0 0 IS 0 3 1 0 0 1 2 2 0 12 11 03/12/14 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 15/10/14 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 11 15/10/14 5 1 0 0 1 0 0 0 0 -1 PR 437 0 15/10/14 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 PR 323 76 - 81 17/11/14 4 3 4 0 23 1 2 1 24 1 8 PR 538 0 16/10/14 5 0 1 0 5 0 0 0 0 -5 0 9 PR 538 14 - 15 16/10/14 5 0 0 0 0 0 0 0 0 10 PR 538 19 17/10/14 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 11 PR 538 24 11/11/14 4 0 1 0 5 0 0 0 0 -5 12 PR 538 29 11/11/14 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 13 PR 435 7 - 10 04/11/14 4 0 0 1 13 0 0 0 0 -13 14 PRC 272 95 - 96 03/11/14 4 4 1 0 9 0 0 0 0 -9 15 PR 082 156 22/10/14 5 1 2 0 11 0 0 0 0 -11 16 PR 082 150 23/10/14 5 0 0 0 0 0 1 0 5 5 17 PR 082 134 - 135 19/11/14 4 0 0 0 0 0 0 1 13 13 18 PRC 466 108 21/11/14 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 19 PRC 466 116 21/11/14 4 0 0 0 0 0 1 0 5 5 20 PRC 466 122 19/11/14 4 1 0 0 1 0 0 0 0 -1 59 14% 69 Fonte: Intranet DER/PR e PRE/PR. http://10.47.31.99/csr956cv/index.html Já na Tabela 2 abaixo, esta nos mostra os 10 pontos onde foram implantadas as LRV com o efeito sonoro-vibratório, mostrando as mesmas quedas, empates e acréscimos de severidade nos locais das implantações. Entretanto, se também somarmos os ganhos e as perdas da coletividade dos pontos, chega-se a um saldo positivo de 75%, o que significa que a severidade coletiva era aproximadamente 4 vezes superior e este índice, o que comprova totalmente a eficácia deste tipo de intervenção. Tabela 2 – Diferenças no Índice de Severidade – LRV com efeito sonorizador Fonte: Intranet DER/PR e PRE/PR. http://10.47.31.99/csr956cv/index.html CONCLUSÃO Os resultados alcançados pelos dois tipos de dispositivos das implantações aqui testadas nos mostraram que somente o aguçamento do sentido visual proporcionado pelas LRV, embora tenha seu pequeno ganho na coletividade, redução de 14% do IS, não trás tamanha eficácia como as das LRV com efeito sonoro-vibratório, redução de 75% do IS, mostrando que quando somente se pintam as LRV, estas acabam ficando com uma atuação discreta na tentativa de diminuir as velocidades dos locais de pontos críticos. Já para os pontos onde as LRV receberam o efeito sonoro-vibratório, os resultados foram altamente satisfatórios, mostrando que não só ocorreu o aguçamento do alerta visual, mas como o da audição e o da percepção da vibração aos usuários, conseguindo-se a eficácia de reduzir a um quarto do somatório de severidade coletiva anterior. Quando é introduzido o efeito sonoro-vibratório nas LRV, causado pelas batidas dos pneus com os altos-relevos das tintas bicomponentes, observa-se que existe realmente um alerta para a verdadeira necessidade da redução de velocidade. Pode ser que com o tempo o efeito sonoro-vibratório sofra alguma perda com o rebaixamento natural da tinta plástica bicomponente, mas a manutenção se dá de uma forma bastante barata e rápida e não será difícil voltar à condição original de elemento de alerta. Por fim, este trabalho conclui que sensivelmente existe a melhora na atenção dos motoristas quando se aplica o efeito sonoro-vibratório sobre LRV, ajudando os sentidos, chamando-os para uma atenção redobrada ao passar por locais onde existam estes dispositivos implantados, os quais auxiliam mesmo à noite ou com chuva. REFERÊNCIAS BRANCO, A. M. Segurança Rodoviária. Ed CL-A, São Paulo. 1999. CONTRAN. Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito – Vol IV – Sinalização Horizontal. Ed. Copyright. Brasília. 2008. Disponível em http://www.denatran.gov.br/publicacoes/download/manual_horizontal_resolucao_236.pdf. Acesso em 13.03.2015 DER - Departamento de Estradas de Rodagem do Estado do Paraná. Norma Técnica ES/OC 16/05. Ondulações Transversais e Sonorizadores. Curitiba/PR. 2005. Disponível em http://www.der.pr.gov.br/arquivos/File/PDF/pdf_ObrasComplementares/ES-OC1605OndulacoesTransvSonorizadores.pdf. Acesso em 16.03.2015. DER/PR. Intranet. http://10.47.31.99/csr956cv/index.html DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Manual de Sinalização Rodoviária. Instituto de Pesquisas Rodoviárias 3ª ed. Rio de Janeiro. 2010. DNER - Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Guia de redução de acidentes com base em medidas de engenharia de baixo custo. Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico. Divisão de Pesquisas e Desenvolvimento. Rio de Janeiro: DCTec, 1998. FERRAZ, C.; RAIA JR, A.; BEZERRA, B. Segurança no Trânsito. Ed. São Francisco. São Carlos, 2008. GOLD, P. A. Segurança de Trânsito. Aplicações de Engenharia para Reduzir Acidentes. Banco Interamericano de Desenvolvimento. 1998. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem imensamente a todos os colaboradores do DER/PR pela presteza dos serviços realizados, especialmente à equipe de sinalização horizontal da SRNorte, composta de profissionais da administração direta do órgão.