AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO POR MEIO DA ANÁLISE DISCRIMINANTE: UM ESTUDO COM ÍNDICES DE CAIXA E COMPETÊNCIA DAS EMPRESAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA Área Temática: Informação contábil para usuários externos Edna Maria de Melo Vieira Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal de Pernambuco Endereço: Rua Maria Moreira de Sá, nº 85. São José. Cajazeiras/PB – CEP: 58.900-000 E-mail: [email protected] Telefone: (83) 9162-6875 Dra. Umbelina Cravo Teixeira Lagioia Professora Adjunta do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade Federal de Pernambuco. Endereço: Av. dos Funcionários, s/n - 1° andar - Sala E -23. Cidade Universitária Recife – PE. CEP: 50.740-580 E-mail: [email protected] Telefone: (81) 8854-0770 Dr. Aldemar de Araújo Santos Professor Adjunto do Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade Federal de Pernambuco. Endereço: Av. dos Funcionários, s/n - 1° andar - Sala E -24. Cidade Universitária Recife – PE. CEP: 50.740-580 E-mail: [email protected] Telefone: (81) 3268-5147 e 9785-7743 Dr. Gilberto Fernandes Vieira Professor Adjunto da Unidade Acadêmica de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal de Campina Grande. Endereço: Rua Maria Moreira de Sá, nº 85. São José. Cajazeiras/PB – CEP: 58.900-000 E-mail: [email protected] Telefone: (83) 9195-2590 Dra. Josete Florêncio dos Santos Professora Adjunta do Departamento de Administração da Universidade Federal de Pernambuco. Endereço: Av. dos Funcionários, s/n - 1° andar - Cidade Universitária - Recife – PE. CEP: 50.740-580 E-mail: [email protected] AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO POR MEIO DA ANÁLISE DISCRIMINANTE: UM ESTUDO COM ÍNDICES DE CAIXA E COMPETÊNCIA DAS EMPRESAS LISTADAS NA BM&FBOVESPA RESUMO O objetivo deste estudo foi verificar, por meio da Análise Discriminante, quais os índices de caixa e/ou competência expressam o desempenho econômico-financeiro das empresas brasileiras listadas na Bovespa. Para coleta de dados e cálculo dos índices financeiros utilizou-se o banco de dados do Economática. A amostra foi composta por 112 empresas, das quais foram calculados doze índices com base no regime de competência e doze índices com base no regime de caixa, no período de 2008 a 2012. Para atingir o objetivo, realizou-se a Análise Discriminante através do método Stepwise, com todos os índices (caixa e competência) de forma conjunta, para encontrar a função que expressasse o desempenho econômico-financeiro das empresas estudadas e, a partir dela, evidenciar os índices mais significativos na predição desse desempenho. Com base nos resultados encontrados, constatou-se que tanto os índices de caixa como os índices de competência conseguem predizer com alta eficácia classificatória a situação financeira das empresas. Isto não significou que se poderia tomar qualquer grupo de índices, isoladamente. Ao contrário, o estudo revelou que os dois grupos deveriam ser considerados simultaneamente. No entanto, dos 24 índices analisados, os que mais expressaram o desempenho econômico-financeiro das empresas, presentes nas funções discriminantes durante os cincos anos analisados (2008 a 2012), foram apenas 10: RA, LC, RV, ICG, IEF, RCP, IFC, IRCCP, IRCV, IQR, sendo os seis primeiros pertencentes ao regime de competência e os outros quatro ao de caixa. Assim, para se ter resultados mais seguros em relação à avaliação do desempenho econômicofinanceiro das empresas, é importante considerar os índices de caixa e competência em conjunto. 1. INTRODUÇÃO Segundo Duarte e Lamounier (2007), o número de empresas que tem demonstrado interesse em posicionarem-se diante dos concorrentes no mercado vem aumentando e, por isso, estão cada vez mais utilizando análises financeiras e econômicas como forma de avaliação de desempenho, tendo em vista que, além de proporcionar parâmetros de comparação entre empresas concorrentes, permitem identificar, entre várias características, a situação em que a organização se encontra em determinado período. De acordo com Neves Júnior e Faria (2007, p. 3) “a necessidade de se utilizar essa ferramenta quando da comparação e avaliação das empresas de determinado ramo é imprescindível”. Além disso, ainda segundo os autores, a análise com base em indicadores econômico-financeiros é relevante porque serve como ponto de partida para delinear o comportamento futuro de uma empresa, permitindo também que se estabeleçam qualificações como: favorável, suficiente, insuficiente etc. Contudo, uma das dificuldade encontradas é a quantidade ampla de indicadores existentes no mercado. De acordo com Miranda e Silva (2002), a escolha dos indicadores que melhor atendam às necessidades dos analistas e gestores representa um dos maiores desafios quando da implantação de um sistema de avaliação de desempenho em uma organização. Neste sentido, conforme apresenta Bezerra e Corrar (2006), para criação dos critérios de seleção dos indicadores financeiros, é importante a utilização de uma metodologia que venha diminuir o grau de subjetividade na escolha dos indicadores que deverão compor a avaliação das empresas e que também permita uma análise simultânea do comportamento de vários indicadores. Para atender esse propósito descrito acima, podem-se utilizar técnicas de análise multivariadas de dados, a exemplo da Análise Discriminante, que permite identificar os índices mais significativos na avaliação do desempenho das empresas (BARAC, 2010; CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2007). Mello e Slomski (2007), através da função discriminante, identificaram os indicadores que representavam a situação financeira dos estados brasileiros. Seus resultados demonstraram que a situação financeira destes estados não se explica por um único indicador, mas sim por um conjunto de indicadores reunidos. De acordo com Scarpel e Milioni (2001), a Análise Discriminante, além de identificar um grupo de índices com capacidade de separar empresas boas de empresas ruins, determina um peso para cada índice, o qual é decorrente da sua ordem de grandeza e da sua importância relativa, sem que prevaleçam critérios arbitrários para a determinação desses pesos. Essa análise permite ao pesquisador identificar quais e quantos índices de caixa e/ou competência são necessários para avaliar o desempenho econômico-financeiro de uma empresa e para isso, gera funções discriminantes que permitem detectar os índices mais significativos. Outra dificuldade evidenciada é que mesmo existindo várias pesquisas que avaliaram o desempenho econômico-financeiro de empresas através dos indicadores de competência (calculados com base no Balanço e Demonstração do Resultado) e de caixa (calculados principalmente com base na Demonstração do fluxo de caixa) ainda não existe consenso na literatura pesquisada sobre quais indicadores econômico-financeiros são os mais adequados para avaliação de desempenho da empresa. Alguns estudos asseguram que ambos os grupos de indicadores (caixa e competência) apresentam os mesmos resultados (VIEIRA et al. 2013a; BORGES; NUNES; ALVES, 2012). Outros afirmam que os índices de fluxo de caixa são superiores aos índices de competência por apresentarem melhores resultados (BARAC, 2010; Beaver, 1968). Em contrapartida, Vieira et al. (2013a), em sua pesquisa, demonstraram que os índices de competência apresentaram melhores resultados em relação ao desempenho das empresas estudadas. Gombola et al. (1987), em sua pesquisa sobre fluxo de caixa na previsão de falências, não encontrou nenhum dos índices de fluxo de caixa como preditores significativos do desempenho da empresa. Diante disso, pretende-se propor, por meio da Análise Discriminante um modelo para avaliação de desempenho econômico-financeiro, considerando os indicadores de caixa e competência de forma associada (conjunta), para, assim, permitir que essa técnica identifique, sem interferência do autor, os indicadores mais representativos para avaliação do desempenho econômico-financeiro das empresas brasileiras de capital aberto listadas na Bovespa. Assim, este trabalho demonstra sua originalidade, haja vista que ainda não se evidencia na literatura nenhum estudo que analisou de forma associada tais indicadores. Neste sentido, como a análise econômico-financeira de uma empresa vem sendo realizada tanto por meio dos índices de competência como por índices de caixa, é importante identificar quais índices melhor expressam o desempenho econômico-financeiro de uma empresa. Diante de tais informações, a presente pesquisa tem como objetivo verificar, através da Análise Discriminante, quais os índices de caixa e/ou competência expressam o desempenho econômico-financeiro das empresas brasileiras listadas na Bovespa. 2. REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Avaliação de desempenho Econômico-Financeira A avaliação de desempenho econômico-financeiro das organizações normalmente é realizada através da análise dos demonstrativos financeiros, entre eles: BP, DR e DFC. De acordo com Bortoluzzi et al. (2011, p. 201) “[...] a técnica de análise das demonstrações contábeis é uma forma de avaliar o desempenho econômico-financeiro, com o objetivo de apresentar aos gestores das organizações informações que auxiliem no processo de tomada de decisão”. A análise dos demonstrativos contábeis do BP e da DR é relevante para analisar a situação econômica da empresa, porque ambos, além demonstrarem suas reais condições, evidenciam se ela terá ou não como cumprir suas obrigações (QUINTANA; QUARESMA; MACHADO, 2007). Já a análise da DFC possibilita identificar a capacidade da empresa em gerar e utilizar seus meios monetários (BARAC, 2010; BORGES; NUNES; ALVES, 2012). A análise das demonstrações contábeis pode ser definida como uma técnica que evidencia a situação econômico-financeira da empresa e seu principal objetivo é diagnosticar a saúde da empresa em determinado período, bem como contribuir com os usuários das informações contábeis, fornecendo informações que subsidiem sua tomada de decisão (BORGES; NUNES; ALVES, 2012; OLIVEIRA et al. 2010; VIEIRA; SANTOS, 2005). Corroborando, Barbosa (2010) ressalta que tal análise é um dos temas mais importantes e discutidos na administração financeira, pois consideram que demonstrações contábeis fornecem uma série de dados relevantes sobre a empresa. Ainda segundo o autor, a análise transforma, por meios de técnicas, dados em informações, e considerando a qualidade e confiabilidade dessas informações é que se pode medir a eficiência dessa relação entre a administração financeira e a contabilidade. Verificou-se, por meio da literatura pesquisada, vários estudos que abordaram a temática da avaliação de desempenho econômico-financeiro. Alguns utilizaram indicadores tradicionais (competência), outros de fluxo de caixa; também tiveram aqueles que, além de adotarem alguns indicadores, utilizaram também uma metodologia específica para realizar essa avaliação. Na Tabela 1, apresenta-se o objetivo e os principais resultados dos trabalhos encontrados sobre Avaliação de Desempenho por meio dos indicadores econômicofinanceiro. Tabela 1 - Objetivo e principais resultados de estudos sobre avaliação de desempenho econômico-financeiro Objetivo Resultados Autor(es) Verificar se os índices extraídos da Demonstração dos Fluxos de Caixa apresentam maiores valores informacionais na avaliação do desempenho econômico-financeiro que os índices extraídos do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado. Com base nos resultados encontrados, confirmou-se que tanto os índices da DFC como os índices do BP & DR conseguem predizer, com ótima eficácia classificatória, o estado financeiro das empresas. Conforme os autores, as informações extraídas de ambas as análises ofereceram subsídio similar na avaliação do desempenho das empresas estudadas. Vieira et al. (2013b) Analisar a situação financeira de um grupo de quatro empresas do setor de tecnologia da informação, avaliadas em relação aos dados da controladora, por meio das técnicas do Modelo Fleuriet e de análises da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Os resultados da aplicação destes métodos para análise financeira demonstraram serem consistentes para sinalizar a posição econômico-financeira das empresas estudas, e tanto as análises através do Modelo Fleuriet quanto às análises da Demonstração dos Fluxos de Caixa sinalizaram uma posição de baixa liquidez e possibilidade de insolvência para as empresas estudadas. Cruz e Bressan (2011) Analisar a associação entre indicadores tradicionais e de fluxos de caixa, que expressam o desempenho e a competitividade empresarial e setorial, em setores Os resultados obtidos mostraram que as associações existentes no grupo de indicadores tradicionais e no grupo de indicadores de fluxos de caixa são mais acentuadas do que a existente entre os dois grupos de indicadores e que o uso conjunto de indicadores, tradicionais e de fluxos de Claudino Filho que englobam as empresas brasileiras de capital aberto. caixa, fortalece a avaliação do desempenho e da competitividade empresarial, úteis aos stakeholders. Identificar quais índices financeiros influenciam na criação e destruição de valor das empresas, mensurada pelos seus Valores Econômicos Adicionados (EVA’S). Os resultados demonstraram que a equação encontrada se mostrou bastante significativa e apresentou, como índices que influenciaram na criação de valor, a capacidade de geração de lucros, o retorno do ativo total, o retorno sobre capital próprio e o índice de endividamento geral, e apresentou, como índices que influenciaram na destruição de valor, o índice de liquidez geral. Comparar a avaliação de desempenho realizada com base nos índices de fluxo de caixa das empresas Sul-Africanas (SA) da indústria eletrônica, química e de alimentos pertencentes a um país em desenvolvimento com indústrias semelhantes dos EUA, considerado um país de primeiro mundo. Os índices de suficiência do fluxo de caixa mostraram que as indústrias SA tinham dinheiro suficiente para pagar as obrigações principais, enquanto que as indústrias norteamericanas não tinham. O fluxo de caixa gerado pelos ativos utilizados em empresas SA também é mais do que aquele gerado por empresas dos Estados Unidos, mas, as indústrias norte-americanas aposentam dívidas de longo prazo em um período mais curto do que as indústrias SA. Analisar o desempenho econômicofinanceiro e a criação de sinergias em algumas sociedades anônimas brasileiras de capital aberto que passaram por processos de fusão ou aquisição entre 1995 e 1999. Fonte: Dados da pesquisa, 2013 Identificou-se uma piora na situação financeira das empresas analisadas. No entanto, após a combinação, contatou-se uma melhora na situação econômica e que tais processos geraram sinergias operacionais e gerenciais. (2009) Silva, Ferreira e Calegario (2009) Jooste (2006) Camargos e Barbosa (2005) Ressalta-se, ainda, que apesar de tais pesquisas também terem analisado os indicadores econômico-financeiros de caixa e/ou competência, todas tiveram um enfoque diferente do que é proposto nesta pesquisa. Portanto, com base nos pressupostos abordados, este estudo faz empiricamente uma abordagem sobre a avaliação do desempenho empresarial, analisando o comportamento dos indicadores tanto de competência como de fluxos de caixa e, assim, contribui com informações que acrescentam subsídios à tomada de decisão dos usuários das informações contábeis. 3 METODOLOGIA O presente trabalho teve como objetivo verificar através da Análise Discriminante quais índices de caixa e/ou competência expressam o desempenho econômico-financeiro das empresas brasileiras listadas na Bovespa. Fizeram parte da população as empresas cadastradas na Bovespa e cujas demonstrações contábeis, quais sejam: Balanço Patrimonial, Demonstração dos Resultados e Demonstração dos Fluxos de Caixa, estiveram disponíveis na base de dados Economática no período de 2008 a 2012, perfazendo um total de 688 empresas. Para definição da amostra adotaram-se critérios semelhantes aos de Vieira et al. (2013b), Barac (2010), Borges, Nunes e Alves (2012), Altman e Hotchkiss (2006) e Beaver (1968), considerando apenas as: a) Empresas que têm seus títulos negociados na BM&FBovespa Bolsa de Valores S.A; b) Empresas que possuem as informações financeiras disponíveis na base de dados Economática no período de 2008 a 2012; c) Empresas que apresentam todos os valores para os indicadores financeiros durante os cinco anos: de 2008 a 2012, e d) Empresas do setor bancário, seguros e fundos foram excluídas da amostra. O primeiro critério justifica-se pela facilidade de acesso às informações (relatórios) necessárias a esta pesquisa, haja vista serem de fácil acesso e também disponibilizadas de forma gratuita. O segundo critério foi adotado com base em estudos anteriores em que um período de observação de 5 anos foi utilizado. O terceiro, que consistiu em retirar os missing values (valores perdidos), justifica-se pela necessidade de considerar apenas as empresas que apresentaram valores referentes aos indicadores financeiros para o período de 2008 a 2012, possibilitando realizar comparações entre as funções discriminantes de cada ano. O último critério está de acordo com pesquisas relevantes semelhantes em que excluíram os mesmos setores por causa das diferenças de estrutura dos ativos em relação aos outros setores, dificultando sua comparabilidade. (ALTMAN; HOTCHKISS, 2006; BARAC, 2010; BORGES; NUNES; ALVES, 2012). Após o cumprimento das condições acima, a amostra desta pesquisa ficou formada por 112 empresas. Destaca-se também, que antes de se aplicar a análise discriminante, as seguintes premissas foram observadas: normalidade multivariada das variáveis independentes, ausência de multicolinearidade e homogeneidade das matrizes de variância e covariância. A coleta de dados e o cálculo dos índices econômico-financeiros foram obtidos através do banco de dados Economática. Assim, para obter os valores das variáveis independentes (índices de caixa e competência) e, consequentemente, o resultado das empresas em cada ano, calculou-se inicialmente, para cada empresa, 12 índices com base no BP & DR e 12 índices com base na DFC, conforme ilustra a Tabela 2. Tabela 2 – Índices econômico-financeiros utilizados na pesquisa Índices de Liquidez Índices de Endividamento Índices de Rentabilidade Regime de Competência Índice de Ativo corrente Passivo Total Liquidez Rentabilidade do EBIT Endividamen Passivo corrente Ativo Total Ativo Total Corrente (LC) Ativo (RA) to (EG) Lucro (Ativo corrente – EBIT/ Índice de Rentabilidade do Líquido Liquidez Seca Estoques) Cobertura de Despesas Capital Próprio Patrimônio (LS) Passivo Corrente Financeiras Juros (ICJ) (RCP) Líquido Cap. Social + Passivo não Lucro Índice de (Ativo corrente – Índice de Circulante. Líquido Estabilidade Rentabilidade Capital de Giro Passivo corrente) Ativo não Financeira das Vendas (RV) Receita Ativo Total (ICG) Circulante. + Líquida (IEF) Estoques Ativo Corrente Ativo corrente / vs. Ativo Total Ativo Total (ACAT) Regime de Caixa Índice de Índice de FCO /Passivo FCO/Ativo Índice do Fluxo FCO /Passivo Caixa para Retorno de Total Total de Caixa (IFC) Corrente Dívida Total Caixa sobre (ICDT) Ativos (IRCA) Índice de Caixa Índice de FCO/ (Emprést. e Índice de FCO/ de Cobertura Retorno do Financ. a curto e FCO Caixa de Patrimônio Necessidades Caixa sobre LP + Dividendo a Cobertura de Desp.Finan. Líquido Críticas Capital Próprio CP) Juros (ICCJ) (INCN) (IRCCP) (Lucro Líq.+ Índice de Índice de Índice de Fluxo FCO – Capex Depr, Amort, FCO/Receita Solidez Retorno de de Caixa Livre FCO Exaustão) x4/ de vendas Financeira Caixa sobre (IFCL) Passivo Total (ISF) Vendas (IRCV) Índice de Qualidade dos FCO/EBIT Resultados (IQR) Índices de eficiência de Investimento (Lucro líquido – dividendos) / (Preço Médio de Mercado Lucro por Ação Dividendos Yield Número de ações da ação) / Lucro por ação Fluxo de Caixa (Fluxo de Caixa Operacional – Preço para (Preço Médio de Mercado da ação) Dividendos) / Número de por Ação Índice do Fluxo / Fluxo de Caixa por Ação ações (FCA) de Caixa (PIFC) Fonte: Adaptado de Barac (2010). Utilizou-se a Análise Discriminante para identificar quais índices de caixa e/ou competência são mais significativos para avaliar o desempenho econômico-financeiro das empresas. O método utilizado para a aplicação da Análise Discriminante foi o Stepwise (passo a passo) que seleciona as variáveis independentes com maiores poderes discriminatórios para comporem as funções discriminantes. Assim, seguindo a etapa inicial da Análise Discriminante, dividiu-se a amostra em dois grupos – empresas com "resultados satisfatórios" e empresas com "resultados insatisfatórios" – de acordo com o Resultado Líquido do Exercício (RLE) em cada ano analisado. Assim, as empresas que possuíam um RLE positivo foram classificadas no grupo de empresas "resultado satisfatório". Já as empresas que apresentaram um RLE negativo foram classificadas no grupo "resultado insatisfatório". Desta forma, em cada função (uma para cada ano), foi analisado o poder discriminante que cada indicador possui para que se tenha uma resposta de quais os índices (de caixa e de competência) apresentam maior poder discriminante e, consequentemente, quais expressam o desempenho econômico-financeiro das empresas. A classificação pelas funções nos dois grupos foi feita mediante o escore de corte (também chamado de valor Z crítico ou Zc), calculado para cada função discriminante. Para verificar a precisão de classificação do modelo discriminante das empresas por grupo, realizou-se ainda o teste de McNemar, com um nível de significância de 5%, que avalia a eficiência de situações “antes” e “depois”, isto é, compara a classificação original com aquela obtida pela Análise Discriminante. O tratamento dos dados foi realizado utilizando-se o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0. 4 Análise dos Resultados No intuito de identificar por meio da Análise Discriminante quais índices de caixa e/ou competência expressam o desempenho econômico-financeiro das empresas brasileiras listadas na Bovespa, aplicou-se todos os testes específicos da Análise Discriminante nos 24 índices econômico-financeiros em cada ano, desde 2008 até 2012. A Tabela 3 apresenta as estatísticas associadas à Análise Discriminante aplicadas neste estudo. Tabela 3 – Estatísticas associadas à Análise Discriminante Determinação Considerações Valor varia entre 0 e 1. Mede o alcance entre os scores discriminantes e os grupos. Seu quadrado mede o poder explicativo da função discriminante. Centroide Média dos scores discriminantes do grupo. Os coeficientes das variáveis. Scores discriminantes Apresenta o percentual total dos casos classificados corretamente e mal Matriz de Classificação classificados Valor varia entre 0 e 1. Está relacionado com a diferença entre as médias dos Lambda de Wilks grupos. Quanto menor o seu valor, maior a diferença entre as médias. Fonte: Corrar, Paulo e Dias Filho (2007). Correlação Canônica A Tabela 4 apresenta os valores referentes à Correlação Canônica, que demonstra o grau de associação entre os grupos e os escores discriminantes, e seu quadrado mensura o poder explicativo da função discriminante (HAIR et al. 2009). Tabela 4 – Correlação canônica Função Correlação Canônica Poder Explicativo 2008 0,728 0,5300 2009 0,782 0,6115 2010 0,714 0,5097 2011 0,767 0,5883 2012 0,820 0,6724 Fonte: Dados da pesquisa, 2013 Com base na Tabela 4, observa-se que todas as funções discriminantes (2008 a 2012) apresentaram poderes explicativos muito próximos e com graus de confiabilidade bem aceitáveis, uma vez que os valores das correlações canônicas são bem próximos de 1, nos cinco anos analisados. O poder explicativo da função discriminante, como dito no parágrafo anterior, é encontrado elevando-se o resultado da correlação ao quadrado. Percebe-se ainda, que a função discriminante no ano de 2012 apresentou maior correlação canônica (0,820), ou seja, explica aproximadamente (0,820)2 = 67,24% da classificação do desempenho-econômico das empresas. Nesse caso, pode-se afirmar que é possível explicar com esse modelo cerca de 67% de sua classificação. Já a função discriminante para o ano de 2010 tem o menor poder explicativo (menor correlação canônica = 0,714); explicando aproximadamente (0,714)2 = 50,97% da classificação do desempenho das empresas. Mesmo neste caso, pode-se observar que possui um poder explicativo considerável. Outro teste de validação do modelo é o Lambda de Wilks que, segundo Maroco (2003, p. 344) serve para testar a significância das funções discriminantes, e é aplicado com o fim de obter diferentes médias dos grupos (obter p < 0,05), e assim, melhor discriminar os grupos. A estatística Lambda de Wilks é uma medida inversa do grau de diferenciação entre os grupos: quanto menor o seu valor, maior esse grau de diferenciação. Além disso, esse teste avalia se o modelo consegue separar e classificar bem os grupos (CORRAR; PAULO; DIAS FILHO, 2007, p. 256). A Tabela 5 apresenta os valores do Lambda de Wilks para cada ano. Tabela 5 – Lambda Wilks Teste da Wilks' Quifunção(s) Lambda quadrado 2008 0,471 61,420 2009 0,389 74,627 2010 0,490 56,991 2011 0,412 70,854 2012 0,328 88,526 Fonte: Dados da pesquisa, 2013 Sig. 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 Conforme apresenta a Tabela 5, percebe-se que os modelos, em todos os anos, são altamente significativos, pois os p-values são muito menores que o nível de significância de 0,05, e ainda os valores de Lambda de Wilks, que variam de 0 a 1, estão mais próximos de zero do que de 1, apresentando o menor valor para o ano de 2012 (0,328) e o maior valor para o ano de 2010 (0,490). Com base nos testes realizados e apresentados na Tabela 6, constata-se que o modelo de Análise Discriminante foi válido em todos os anos, e pôde-se aplicá-lo para identificar quais indicadores representam o desempenho econômico-financeiro das empresas nos 5 anos analisados. Deste modo, as funções discriminantes lineares, foram, respectivamente, as seguintes: F_2008 = 0,120 RA – 0,335 F_2009 = – 0,678 LC+ 0,048 RA + 0,959 RV + 3,754 ICG + 0,945 IFC – 0,150 IRCCP + 0,225 F_2010 = 0,121 RA + 1,859 RV – 0,581 IEF – 1,453 IRCCP + 0,101 F_2011 = 0,119 RA – 0,407 IEF + 0,503 IRCV + 0,210 IQR – 0,065 F_2012 = 0,187 RA + 1,707 RCP – 1,221 IRCCP + 0,735 IRCV + 0,132 IQR – 0,749 Observa-se que tais funções apresentam apenas alguns dos índices propostos no Quadro 2, calculados para medir o desempenho econômico-financeiro das empresas. Estes índices são os que mais influenciam na análise de desempenho das empresas, conforme funções obtidas. Assim, com o objetivo de estudar a influência que as variáveis possuem na avaliação do desempenho econômico-financeiro das empresas, apresenta-se a seguir uma análise individual para cada uma das cinco funções discriminantes estabelecidas. 4.1.1 Função discriminante do ano de 2008 F_2008 = 0,120 RA – 0,335 Percebe-se que, neste ano, a função é composta por apenas um índice de competência, a saber, Rentabilidade do Ativo (RA), calculado a partir do BP & DR, além da constante (– 0,335). Segundo Morante (2009), a rentabilidade do ativo total indica a lucratividade em relação às aplicações que destinou o ativo da empresa e quanto maior esse indicador melhor para a empresa. Neste caso, o índice RA expressou de forma positiva o desempenho das empresas, já que seu coeficiente apresentou valor positivo (+ 0,120). Diante disso, a função discriminante encontrada no ano de 2008 revelou que apenas a variável RA é suficiente para representar o desempenho econômico-financeiro das empresas. Assim, com base na análise discriminante do ano de 2008, os índices do BP & DR são melhores para avaliar o desempenho das empresas do que os índices calculados com base na DFC. 4.1.2 Função discriminante do ano de 2009 F_2009 = – 0,678 LC+ 0,048 RA + 0,959 RV + 3,754 ICG + 0,945 IFC – 0,150 IRCCP + 0,225 Diferente do ano de 2008, observa-se que para 2009 a função discriminante foi composta por mais variáveis, neste caso, seis, sendo 4 índices (LC, RA, RV, ICG) de competência e 2 (IFC e IRCCP) de caixa. Neste ano, percebe-se que os índices de competência prevaleceram sobre os de caixa tanto em quantidade quanto pelos seus coeficientes. Nota-se que dois índices de competência (LC, ICG) que compõem a função discriminante fazem parte do grupo de liquidez, e os outros dois (RA e o RV) pertencem ao grupo de rentabilidade. Os índices de liquidez, em sua essência, medem a capacidade que a empresa possui de pagar suas obrigações, ou seja, medem o grau de solvência da empresa. Já os índices de rentabilidade medem a capacidade econômica da empresa, em outras palavras, a lucratividade do negócio (VIEIRA; SANTOS, 2005). Semelhante aos índices de competência, os índices de caixa (IFC e IRCCP) presentes na função discriminante pertencem aos grupos de liquidez e rentabilidade, respectivamente. Sendo o Índice de Fluxo de Caixa (IFC) pertencente ao grupo de liquidez e o índice de Retorno do Caixa sobre Capital Próprio (IRCCP), ao grupo de rentabilidade. Dos quatro índices (RA, RV, ICG e IFC), o índice de competência ICG é o que mais influencia positivamente o desempenho das empresas, tendo em vista que este possui o maior peso discriminante. Por outro lado, a função discriminante também revelou que dois índices, LC e IRCCP afetam o desempenho econômico-financeiro das empresas de forma negativa. No entanto, observando-se os pesos da função discriminante para o ano de 2009, pode-se afirmar, a priori, que se uma empresa apresenta alto valor para o ICG e demais valores aproximados, terá um bom desempenho, uma vez que os valores de RA, RV e IFC, que são positivos, equilibram os valores negativos dos índices LC e IRCCP. 4.1.3 Função discriminante do ano de 2010 F_2010 = 0,121 RA + 1,859 RV – 0,581 IEF – 1,453 IRCCP + 0,101 Percebe-se que apenas um índice de caixa (IRCCP) faz parte dos que discriminam o desempenho econômico-financeiro das empresas. Esse índice é importante porque mede a lucratividade da empresa em relação aos capitais próprios concernentes aos investimentos realizados (MORANTE, 2009). No entanto, conforme demonstra a função, o indicador IRCCP apresentou impacto significativo, porém, negativo (– 1,453) sobre o desempenho das empresas, apresentando um comportamento idêntico ao observado no ano de 2009. Também foram selecionados três índices de competência: RA, RV e IEF. Neste ano de 2010, a função discriminante foi composta mais por indicadores de competência do que por indicadores de caixa. Nota-se ainda que apenas um índice de competência, o Índice de Estabilidade Financeira (IEF), pertencente ao grupo de endividamento, esteve presente nesta função de 2010. Segundo Matarazzo (2010), os índices pertencentes a esse grupo indicam, em termos gerais, a proporção de recursos próprios e de terceiros mantidos pela empresa, ou seja, sua dependência financeira, bem como a natureza de suas exigibilidades. Como visto na função, o coeficiente negativo desse indicador é coerente com sua característica para avaliação da empresa, já que, para fins de análise econômico-financeira, é interessante que o valor para este indicador seja baixo. Sendo assim, esse indicador deve ser bem gerenciado pela empresa. 4.1.4 Função discriminante do ano de 2011 F_2011 = 0,119 RA – 0,407 IEF + 0,503 IRCV + 0,210 IQR – 0,065 Observa-se que esta função foi composta pelos dois grupos de índices (caixa e competência), sendo dois índices de cada grupo, RA e IEF, calculados a partir do BP & DR e o IRCV e IQR, calculados com base na DFC. Analisando apenas as variáveis de competência (RA e IEF), percebe-se que a Rentabilidade de Ativos que discrimina o desempenho das empresas neste ano apresentou coeficiente positivo. No entanto, o IEF, que faz parte do grupo endividamento, apresentou coeficiente negativo. Os sinais positivos dos coeficientes dos indicadores de rentabilidade, bem como o sinal negativo do coeficiente do indicador de endividamento são coerentes com a característica do indicador correspondente; isto é um aspecto positivo para a função, indicando aceitabilidade da Análise Discriminante, pois oferece uma boa função para avaliar o desempenho econômico-financeiro das empresas. Em relação aos índices de caixa, o IRCV e o IQR, pertencentes ao grupo de rentabilidade, apresentaram coeficientes positivos. Destaca-se que, conforme visto na função de 2011, tanto os índices de caixa (IRCV e IQR) como o de competência (RA) discriminaram a rentabilidade da empresa, demonstrando que ambos os grupos são eficientes para avaliar o desempenho econômico da empresa. Dessa forma, constatou-se neste ano que tanto os índices de competência como os de caixa discriminam, de forma semelhante, o desempenho econômico-financeiro das empresas. 4.1.5 Função discriminante do ano de 2012 F_2012 = 0,187 RA + 1,707 RCP – 1,221 IRCCP + 0,735 IRCV + 0,132 IQR – 0,749 Observa-se que a composição da função discriminante neste ano diferencia-se dos demais, apresentando, em sua maioria, índices de caixa. São três índices de caixa (IRCCP, IRCV e IQR) contra dois índices de competência (RA e RCP). Destes cinco índices, apenas um, o Índice de Retorno do Caixa sobre Capital Próprio (IRCCP), pertencente ao regime de caixa, apresenta impacto negativo para o desempenho das empresas. Nota-se que assim como nos anos de 2009 e 2010, o Índice de Retorno do Caixa sobre Capital Próprio (IRCCP), calculado com base na DFC, mais uma vez apresentou coeficiente negativo. Por outro lado, os outros quatro índices (IRCV, RCP, IQR, RA) presentes na função apresentaram coeficientes positivos, sendo que o RCP apresentou maior coeficiente e, consequentemente, destacou-se entre os demais. Outro ponto de destaque é que o índice RCP não esteve presente em nenhuma das funções dos anos anteriores, apenas neste ano de 2012. O índice IRCCP discriminou o desempenho das empresas nos anos de 2009, 2010 e 2012. Tanto o IRCV como o IQR compuseram as funções nos anos de 2011 e 2012. Já o RA foi um indicador que compôs a função discriminante em todos os anos analisados, ou seja, de 2008 a 2012. Desta forma, com o objetivo de compreender melhor quais variáveis aparecem com maior frequência, bem como suas importâncias na classificação dos grupos e possíveis relações que possam existir entre elas, as cinco funções discriminantes, desde 2008 até 2012 estabelecidas anteriormente são apresentadas na Tabela 3. Destaca-se que os seis primeiros índices (de cima para baixo) da Tabela 6 pertencem ao regime de competência, os outros quatro são do regime de caixa. Tabela 6 – Coeficientes das funções discriminantes canônicas Função Discriminante Pesos discriminantes Índices 2008 2009 2010 2011 Rentabilidade do Ativo – (RA) 0,120 0,048 0,121 0,119 Liquidez Corrente – (LC) – 0,678 Rentabilidade das Vendas – (RV) 0,959 1,859 Índice de Capital de Giro – (ICG) 3,754 Índice de Estabilidade Financeira – (IEF) – 0,581 – 0,407 Rentabilidade do Capital Próprio – (RCP) Índice do Fluxo de Caixa – (IFC) 0,945 Índ. Retorno do CX sobre CP – (IRCCP) – 0,150 – 1,453 Ind_Retorno de CX sobre Vendas (IRCV) 0,503 Índ. de Qualidade dos Resultados – (IQR) 0,210 (Constant) – 0,335 0,225 0,101 – 0,065 Fonte: Dados da pesquisa, 2013 2012 0,187 1,707 – 1,221 0,735 0,132 – 0,749 De modo geral, analisando apenas os índices que expressaram o desempenho econômico-financeiro das empresas, presentes nas funções discriminantes durante os cincos anos analisados (2008 a 2012), destacaram-se alguns pontos importantes: 1) A variável de competência Rentabilidade do Ativo (RA) é o único índice que aparece em todos os anos; isto mostra sua importância na análise do desempenho das empresas. Além disso, constatou-se também que os coeficientes do RA foram positivos em todos os anos. Neste sentido, quanto maiores os valores do índice RA, melhor será o desempenho das empresas. 2) O segundo índice (de caixa) mais frequente nas funções discriminantes foi o Índice de Retorno do Caixa sobre Capital Próprio (IRCCP), que esteve presente nos anos de 2009, 2010 e 2012, apresentando coeficientes negativos e relativamente altos nos três anos. Percebe-se que este índice é importante na análise do desempenho das empresas e vem afetando-o de forma negativa. 3) Com base somente nas funções, não se pode dizer que apenas um grupo de índices pode ser considerado e o outro não. Na verdade, para o ano de 2008, apenas os índices de competência foram necessários para explicar o desempenho das empresas. Porém, de ano a ano, observa-se a importância dos índices de caixa, de forma que no ano de 2012 estes índices prevalecem aos de competência, em número. 4) Finalmente, consoante às funções encontradas, pode-se afirmar que das 24 varáveis calculadas, apenas 10 se revelaram como significativas para avaliar o desempenho econômico-financeiro das empresas. Outra etapa importante da Análise Discriminante é a determinação do ponto de corte (Zc) ou escore crítico, usado para que a função discrimine em qual grupo: com “resultado satisfatório” ou “resultado insatisfatório” pertence uma determinada empresa. Assim, para cada uma das funções, calculou-se o ponto de corte ou Z crítico ( ) segundo a fórmula: Onde: - é o centroide do grupo 1: RLE < 0; - é o centroide do grupo 2: RLE > 0; - é o número de observações do grupo 1 da amostra de análise; - é o número de observações do grupo 2 da amostra de análise. Com base na função Zc, classifica-se uma empresa no grupo “resultado satisfatório” se o valor da função discriminante for maior que , e no grupo “resultado insatisfatório” se o valor da função for menor do que . A partir disso, calculou-se no SPSS os centroides Z1 e Z2, os valores de N1 e N2. Dessa forma, foi possível calcular os valores de para cada função, conforme apresentados na Tabela 7. Assim, calculando, por exemplo, para o ano de 2008, o valor referente ao ponto de corte, tem-se: Procedendo de forma inteiramente análoga aos demais anos (2009 a 2012), obteve-se os valores de (pontos de corte), os quais são apresentados na Tabela 7. Ano 2008 –1,21 Fonte: Dados da pesquisa, 2013 Tabela 7 – Pontos de Corte 2009 2010 –2,36 –1,92 2011 –1,36 2012 –1,34 Assim, em 2008, se o valor da função for menor do que = –1,21, a empresa será classificada no grupo “resultado insatisfatório”; porém, se o valor da função for maior do que = –1,21, a empresa será classificada no grupo “resultado satisfatório”. Procede-se de forma semelhante para os outros anos. Com o auxílio do SPSS, obtém-se também a porcentagem de todas as empresas corretamente classificadas quando observada a classificação original. Isto é feito da seguinte forma: aplica-se a função discriminante às empresas da amostra e utiliza-se o critério do Z crítico e, em seguida, compara-se o resultado obtido com a pré-classificação inicialmente feita antes de aplicar a Análise Discriminante, a saber: As empresas que possuíam um RLE positivo foram classificadas no grupo de empresas com "resultado satisfatório"; As empresas que apresentaram um RLE negativo foram classificadas no grupo de empresas com "resultado insatisfatório". Então, considera-se a taxa de acerto que a função obteve em relação à classificação original. Neste sentido, a Tabela 8 apresenta o percentual de acertos em relação à classificação correta referente aos cinco anos analisados. Tabela 8 – Nível de acertos de classificação das empresas Empresas com Total de Classificação “Resultado Empresas insatisfatório” Empresas da Amostra 86,9% 47,6% 2008 Outras Empresas 92,9% 0% Empresas da Amostra 76,9% 96,4% 2009 Outras Empresas 96,4% 50% Empresas da Amostra 92,9% 61,5% 2010 Outras Empresas 89,3% 0% Empresas da Amostra 90,5% 66,7% 2011 Outras Empresas 50% 89,3% Empresas da Amostra 96,4% 87,5% 2012 Outras Empresas 100% 100% Fonte: Dados da pesquisa, 2013 Empresas com “Resultado satisfatório” 100% 100% 100% 100% 98,6% 96,2% 98,4% 92,3% 100% 100% A Tabela 8 mostra que a função que modela o desempenho das empresas para o ano de 2012 apresentou a maior eficácia classificatória (quando comparada a dos outros anos) para todos os grupos de empresas, quer sejam da amostra ou não. Em outras palavras, a função ofereceu melhor nível de classificação para “todas” as empresas juntas; para as empresas do grupo “resultado satisfatório”; e para as empresas do grupo “resultado insatisfatório”. Inclusive, o erro na classificação de empresas alheias à amostra foi zero. Agora, considerando apenas as empresas da amostra, o modelo para o ano de 2008 foi o que apresentou menor percentual de acerto em relação aos cinco anos, tanto para todas as empresas juntas, com 86,9%, como para as empresas do grupo de “resultado insatisfatório”, com 47,6%. Por outro lado, para as empresas pertencentes ao grupo de “resultado satisfatório”, o modelo com menor nível de acerto classificatório é aquele relativo ao ano de 2011 com 98,4% de acerto. Considerando a classificação para a análise das outras empresas (que não estão na amostra) apresentada na Tabela 8, o modelo de 2011 também é o que apresenta o mais baixo nível de classificação, tanto para todas as empresas (89,3%) como para as empresas do grupo de “resultado satisfatório” (92,3%). Mesmo assim, estes níveis “baixos” podem ser considerados bons, pois apresentam um nível de acerto acima de 80%. Por outro lado, para as empresas pertencentes ao grupo de “resultado insatisfatório”, e que não estão na amostra, os modelos que não apresentaram percentuais de acertos satisfatórios foram os dos anos de 2008 e 2010, ambos com 0% de acerto. Assim, considerando apenas empresas do grupo de “resultado insatisfatório", os modelos dos anos 2008 e 2010 só devem ser utilizados para empresas da amostra de análise. Entretanto, nos cinco anos (2008 a 2012), é notória a ótima eficácia classificatória para “todas” as empresas e para as empresas do grupo de “resultado satisfatório”, estando as empresas na amostra ou não. Para as empresas da amostra pertencentes ao grupo de “resultado satisfatório” a eficácia classificatória é bem aceitável; porém, para as empresas que não estão na amostra, o erro na classificação é considerável para os anos 2008 e 2010, mas para os outros anos, o poder discriminante é bem satisfatório, sendo ótimo no ano de 2012, com 100% de acerto. Convém observar que o modelo discriminante para o ano de 2012, sendo o de maior poder classificatório para qualquer empresa, deve ser utilizado para prever, a partir deste ano (NÓBREGA, 2010), a situação financeira das empresas, estando elas na amostra ou não. Dessa forma, apesar de que em alguns anos (2008 a 2010) os índices de competência apareceram em maior número que os índices de caixa, não se pode desprezar nenhum destes grupos de índices; ou melhor, nenhum destes grupos é mais importante que o outro, haja vista a função apresentar índices tanto de competência quanto de caixa. Também foi executado o teste de McNemar para verificar a igualdade ou diferença entre a classificação real (original, no caso das empresas da amostra, ou seja, a classificação inicialmente feita com base no RLE) e a classificação prevista (obtida pela função discriminante). Isto foi feito para analisar a precisão das funções discriminantes em predizer o desempenho das empresas. Como este teste verifica a igualdade nos resultados, o valor de significância deve ser superior a 0,05 para que haja igualdade (precisão) entre a classificação real e a classificação prevista pela função discriminante. O teste de McNemar revelou que só há diferença estatisticamente significativa entre a classificação real e a gerada pelo modelo discriminante no ano de 2008, pois apresentou nível de significância igual a 0,000 e, portanto, menor do que 0,05; nos demais anos, essa diferença não existe significativamente, pois todos os valores de significância são superiores a 0,05. Assim, as funções obtidas para os anos de 2009 a 2012 são, realmente, válidas para discriminar o desempenho das empresas e classificá-las em “desempenho satisfatório” ou “desempenho insatisfatório”, com um elevado poder de acerto, principalmente a função discriminante de 2012, a qual apresenta a maior significância dentre todas, isto é, a menor diferença entre a classificação real e a discriminada pela função. Dessa forma, essas funções podem auxiliar os gestores quanto ao desempenho econômico-financeiro de suas empresas. A partir destes resultados, constata-se que a função encontrada em 2012 foi a melhor para avaliar o desempenho econômico-financeiro das empresas e pode ser utilizada para avaliar o desempenho nos demais anos (NÓBREGA, 2010). Além disso, ressalta-se que tal função foi composta tanto por índices de competência como de caixa. Assim, em meio a tantas aproximações não se pode dizer que os índices de competência são os únicos responsáveis pelo sucesso ou fracasso de uma empresa; pelo contrário, os de caixa também discriminam, de forma satisfatória, o desempenho econômico-financeiro das empresas. E conforme os resultados obtidos, é aconselhável reunir os índices de competência com os índices de caixa para se obter uma função discriminante, pelo método Stepwise, que contenha uma seleção de índices dos dois grupos que melhor explique a situação financeira das empresas. Este fato já fora comprovado pelos testes da Correlação Canônica e do Lambda de Wilks. Em comparação a outros estudos semelhantes já realizados em relação ao poder classificatório, destaca-se que o resultado aqui obtido encontra-se em conformidade com os achados na literatura tanto nacional quanto internacional. No estudo de Vieira et al. (2013b) e Borges, Nunes e Alves (2012), foi evidenciado que tanto o modelo baseado nos índices de competência, como o modelo baseado nos índices dos fluxos de caixa, são capazes de atingir uma eficácia classificatória satisfatória. Por outro lado, Barac (2010) apontou que o modelo de previsão e classificação do desempenho das empresas baseado nos índices de fluxo de caixa apresenta melhor poder discriminatório do que o modelo com base em índices de competência. No entanto, enquanto as funções obtidas por Borges, Nunes e Alves (2012), assim como por Barac (2010) classificaram melhor as empresas no grupo com “resultado insatisfatório”, as funções obtidas no presente trabalho classificaram melhor as empresas com “resultado satisfatório”. Além disso, ressalta-se que os resultados desse trabalho foram melhores do que aqueles porque os testes realizados apresentaram melhores valores e obtiveram um resultado de classificação muito superior. Entretanto, é importante ressaltar que essas evidências empíricas utilizaram, para realização dos seus resultados, a Análise Discriminante juntamente com a análise fatorial, diferentemente deste estudo que utilizou apenas a Análise Discriminante. Assim, semelhante aos estudos anteriores, os resultados desta pesquisa confirmaram que as informações fornecidas tanto pelos índices de caixa como pelos de competência são úteis para avaliar o desempenho econômico de uma empresa e, quando utilizados de forma conjunta, os resultados proporcionam uma melhor previsão quanto à situação futura de uma empresa. 5 CONCLUSÃO O objetivo desta pesquisa foi verificar através da Análise Discriminante quais os índices de caixa e/ou competência expressam o desempenho econômico-financeiro das empresas brasileiras listadas na Bovespa. Para atingir o objetivo, realizada a Análise Discriminante através do método Stepwise, com todos os índices em conjunto (caixa e competência), para encontrar a função que expressasse o desempenho econômico-financeiro das empresas estudadas e, a partir dela, evidenciar os índices mais significativos na predição desse desempenho. Constatou-se através da Análise Discriminante, que tanto os índices de caixa como os índices de competência conseguem predizer com alta eficácia classificatória a situação financeira das empresas. No entanto, dos 24 índices analisados, os que mais expressaram o desempenho econômico-financeiro das empresas presentes nas funções discriminantes durante os cincos anos analisados (2008 a 2012), foram apenas 10: RA, LC, RV, ICG, IEF, RCP, IFC, IRCCP, IRCV e IQR. Observou-se também que as funções discriminantes encontradas apresentaram percentuais de acertos válidos em todos os anos. No entanto, dos cinco anos analisados, a função mais precisa, conforme os testes de Correlação Canônica e Lambda de Wilks, nível de classificação das empresas e pelo teste de McNemar, foi a concernente ao ano de 2012, sendo, portanto, a mais indicada para avaliar o desempenho das empresas a partir deste ano. Esta função foi composta tanto por índices de caixa quanto de competência. Desta forma, como todas as funções discriminantes que passaram no teste de McNemar apresentaram índices de caixa e de competência, não se pode afirmar qual grupo de índices (caixa ou competência) foi melhor para avaliar o desempenho das empresas. Isto não significa que se poderia tomar qualquer grupo de índices isoladamente. Ao contrário, o estudo revelou que os dois grupos deveriam ser considerados simultaneamente. Neste sentido, para ter resultados mais seguros em relação à avaliação do desempenho econômico-financeiro das empresas, é importante considerar os índices de caixa e competência em conjunto. Como limitações destaca-se a quantidade limitada da amostra e poucos estudos semelhantes para traçar comparações, o que impossibilitou a realização de maiores análises comparativas dos resultados com os achados deste estudo. Sugere-se, para pesquisas futuras, aumentar o número da amostra com objetivo de serem mais representativas da população, além de também abranger outros setores que esta pesquisa se limitou, a saber, finanças, fundos e seguros. Sugere-se, ainda, acrescentar novos índices financeiros para procurar, também, através da Análise Discriminante, a confirmação dos resultados aqui alcançados. 6 REFERÊNCIAS ALTMAN, E. L.; HOTCHKISS, E. Corporate Financial Distress and Bankruptcy. 3. Ed. Hoboken, New Jersey: John Wiley & Sons, Inc. 2006. BARAC, Z. A. Cash flow ratios vs. accrual ratios: empirical research on incremental information content. The Business Review, Cambridge, v. 15, n. 2, 2010. BARBOSA, H. M. A análise de demonstrativos financeiros como ferramenta para tomada de decisão nas micro e pequenas empresas. In: SCIENTIA FAER, Olímpia – SP, ano 2, v. 2, janeiro/junho, 2010. BEAVER, W. H. Alternative accounting measures as predictors of failure. The Accounting Review. 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