1 Sessão Extraordinária Acta nº 1/2001 Aos onze dias do mês de Maio do ano dois mil e um, pelas nove horas, reuniu, no Salão Nobre dos Paços do Município, a Assembleia Municipal com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1 – 1ª Revisão ao Plano de Actividades e Orçamento Municipal para 2001; 2 – Matadouro Regional do Barroso e Alto Tâmega, S.A. – Relatório do Conselho de Administração; 3 – Matadouro Regional do Barroso e Alto Tâmega, S.A. – Alteração dos Estatutos e Aumento de Capital Social; 4 – Matadouro Regional do Barroso e Alto Tâmega, S.A. – Capital Social – Participação – Situação das Acções – Declaração; 5 – Região de Turismo do Alto Tâmega e Barroso – Relatório da Conta de Execução Orçamental relativo à Gerência do ano financeiro 2000. Registando-se quorum, estiveram presentes cinquenta e nove membros. Não compareceram à chamada os senhores Adelaide Conceição Carvalho, Cândido Jorge Barroso Gonçalves, Adelina Maria Rodrigues Teixeira Félix, José Carlos Fonseca Gomes, José Ventura Dourado Coelho, António Bernardes Fidalgo, Fernando Delgado Carneiro, Armando Rodrigues Mendes Duarte, António Gregório Azevedo Dias e João Batista Verde. O Senhor Presidente da Assembleia declarou aberta a sessão e informou que o deputado José Luis Justo Mesquita pediu renúncia do cargo, sendo substituído pelo deputado Alvarino Gonçalves Lavrado. Informou também da correspondência recebida. Informou ainda que os representantes da Assembleia Municipal, na sessão solene da comemoração dos 25 anos do Poder Local Democrático no dia 20 de Maio em Coimbra, serão os senhores Manuel António Silva Carvalho e António Bernardes Fidalgo. PERÍODO DA ORDEM DO DIA 1 – 1ª Revisão ao Plano de Actividades e Orçamento Municipal para 2001 O Senhor Presidente explicou qual o motivo da revisão ao Plano de Actividades e Orçamento Municipal para 2001, verificando que se trata, essencialmente de criar condições administrativas para que a Câmara possa eventualmente intervir na estrada de S. Vicente e da Fronteira, degradadas pelo Inverno, aproveitando esta reunião obrigatória de aprovação da participação da Câmara no aumento do capital do Matadouro e respectivos estatutos. Inscreveram-se para intervir os deputados Guilhermina Costa, António José Carvalho e Fernando Calvão. A deputada Guilhermina Costa disse que esta revisão lhe parece de pequenos valores e que o Senhor Presidente da Câmara, na explicação que deu, disse que a estrada é 2 Municipal e depois já disse que é nacional. Perguntou afinal qual a classificação da estrada 308 e quando é que vai haver uma intervenção. O deputado António José Carvalho disse que a 1ª revisão ao Plano e Orçamento para 2001 é mais que justa porque houve muitos imprevistos com as intempéries. Disse ainda que o ideal seria fazer-se já duas intervenções de fundo, quer na estrada da Fronteira, quer na estrada de S. Vicente porque são duas vias muito importantes para o concelho. O deputado Fernando Calvão disse que não se compreende como é que a estrada de S. Vicente estava prevista passar a estrada nacional e ainda não passou. A qualidade das obras que a gestão socialista tem feito tem deixado muito a desejar. Lembrou que a estrada de S. Vicente já teve duas intervenções; numa dessas intervenções andaram de regador a espalhar areia e deram-se vários acidentes, a outra intervenção aconteceu quando alguém importante do governo veio visitar Montalegre. Passados três anos a estrada está toda rebentada. Findas as intervenções, o Senhor Presidente da Assembleia deu a palavra ao Senhor Presidente da Câmara para responder que disse que uma coisa é a estrada 103, outra coisa é a 308, que vai de Montalegre-Gralhós-Parada. O protocolo que foi feito com a JAE era no sentido de que a estrada, depois de reparada, passava automaticamente a estrada municipal mesmo que a Câmara não aceitasse. Foi uma imposição do governo do Profº Cavaco Silva. Para que a estrada fosse reparada o mais breve possível, a Câmara assinou o protocolo. O projecto foi feito e aprovado, a JAE lançou o concurso e fez a obra. Terminados os trabalhos, enviaram o auto de recepção para a Câmara e o Presidente da Câmara não assinou porque o projecto tinha defeitos e vê-se agora, porque o piso não era o indicado para esta zona. Fez-se um acordo com a empresa e com a JAE e a Câmara ficou de realizar trabalhos para além dos obrigatórios pela empresa de 20 mil contos. O Senhor Presidente da Câmara referiu ainda que tem pressionado o director da JAE para que a reparação seja feita antes do verão. Nesta data enviou um fax à JAE para que a reparação se iniciasse dentro de 15 dias. A estrada de Gralhós a Montalegre também está desclassificada e vai ser recebida pela Câmara, com a contrapartida de 135 mil contos, e garantiu que era com esse dinheiro que se irá construir a variante ao Rolo. Sobre a estrada da Fronteira, disse que a Câmara conseguiu que fosse incluída no Plano Rodoviário com a classificação EN 103-9. A estrada é nacional e o estado assume-a como tal, só não pode assumir é que todas as estradas sejam feitas em dois anos. Sobre a qualidade das obras, disse que há problemas nas obras, mas não são só as da Câmara, também os há nas obras que são feitas e da responsabilidade do governo e que muitas vezes a responsabilidade é do empreiteiro e outras vezes é do projecto. O concelho de Montalegre tem 800 Km2 de área e a Câmara tem alguma dificuldade em assegurar a manutenção da rede viária. Referiu que também sabe fazer obras bem feitas, só que custam três ou quatro vezes mais. Ainda em relação à EN 103, disse que esta tem muito trânsito e quando se construiu não se pensou que tivesse tanto trânsito. Está a ser destruída pelos camiões de areia de Espanha. Deliberação: A 1ª Revisão ao plano de Actividades e Orçamento Municipal para 2001 foi aprovada por maioria com seis abstenções. 2 - Matadouro Regional do Barroso e Alto Tâmega, S.A. – Relatório do Conselho de Administração 3 O Senhor Presidente da Câmara explicou este assunto à Assembleia. Inscreveram-se para intervir os deputados Acácio Gonçalves e António José Carvalho. O deputado Acácio Gonçalves disse que aquilo que vê pelos documentos é alarmante porque a instituição está à beira da falência com dívidas de 626 mil contos, disse que não sabe se o Matadouro os valerá. Disse que o Matadouro é um caso de má gestão, uma vez que as prestações de serviço aumentaram 300 toneladas, com um lucro de 20 mil contos. Referiu que as richas entre o Engº Albano de Boticas e o Engº Justo são pessoais, mas que se repercutem no Matadouro. Relativamente às despesas para investigação de 40 mil contos, perguntou se aquela instituição é alguma universidade porque lhe parecem exageradas. Perguntou ainda porque é que o representante da Câmara, no Matadouro, não está presente na Assembleia para prestar esclarecimentos. O deputado António José Carvalho disse que qualquer empresa tem que ser viável e tem de dar lucro, não pode apresentar contas negativas. Parece-lhe, por isso, que o caso do Matadouro é de má gestão. Referiu, como exemplo, a TAP, perguntando se valeu a pena o Estado injectar dinheiro. Terminou, dizendo que as empresas, quando são públicas, dão sempre prejuízo e quando passam a privadas começam a dar lucro. O Senhor Presidente da Assembleia deu a palavra ao Senhor Presidente da Câmara para responder que disse que o Matadouro nasceu com os problemas financeiros que já todos conhecem. Se todos os Municípios do Alto Tâmega abatessem no Matadouro, a situação seria bem diferente. A verdade é que não era necessário uma estrutura tão grande; a culpa é de quem incentivou a que se fizesse uma obra com aquelas dimensões. Por outro lado, se fosse pequeno também não se conseguia financiamentos. Existem ali trinta postos de trabalho e isso deve ser levado em conta. Para além disso o Matadouro cumpre um grande objectivo sócio-económico no apoio aos agricultores da região. O que seria se não houvesse o Matadouro! Disse que a viabilidade do Matadouro não tem a ver com a gestão e em relação às verbas atribuídas à investigação disse que são candidaturas que se fazem e a responsabilidade é das entidades que se candidatam. O deputado Rogério Borralheiro pediu a palavra para um esclarecimento e perguntou se a Câmara tem algum representante no Matadouro. O Senhor Presidente da Câmara respondeu que sim, que é o Vereador Albino Fidalgo, que lhe prestou os esclarecimentos que ele deu à Assembleia. A Assembleia tomou conhecimento. 3 – Matadouro Regional do Barroso e Alto Tâmega, SA – Alteração dos Estatutos e Aumento de Capital Social O Senhor Presidente da Câmara explicou este ponto à Assembleia. Inscreveu-se para intervir o deputado José Rodrigues que perguntou quem é que subscreve o aumento de capital e se há outras entidades ou não a participar no Matadouro. Se a Câmara actualmente detém 20% do capital social e vai passar para 28%, pergunta quem é que perde estrutura de capital. Disse ainda que o Matadouro chama-se Matadouro Regional do Alto Tâmega e Barroso, mas parece-lhe que a Câmara 4 de Montalegre foi abandonada pelas outras Câmaras porque quem beneficia é só Montalegre. Terminou, dizendo que o Sr. Presidente da Câmara tem de aparecer menos sorridente na SIC para dizer que leva 5 autocarros ao congresso do PS. O Senhor Presidente da Câmara, no uso da palavra, respondeu, dizendo que não sabia qual a estrutura que o Matadouro iria ter e que não há perspectivas de que irá evoluir. Referiu que este investimento não é o das eólicas, mas se a Assembleia pensa que o problema do Matadouro é a má gestão por parte de quem o dirige, desafiou a que apresentassem uma moção de censura. O Matadouro devia ter nascido num espírito de solidariedade entre todas as Câmaras. Sobre a ida aos congressos do PS, disse que para ele uma coisa é o Governo, outra coisa é o partido e que se olhar para a imagem que tinha Montalegre noutros tempos e fizer a comparação com a que tem agora, não está descontente. Inscreveram-se para esclarecimentos os deputados Acácio Gonçalves, José Rodrigues e Rogério Borralheiro. O deputado Acácio Gonçalves disse que quando o Matadouro nasceu foi com o objectivo de comprar, abater e comercializar. Perguntou o que é que se lá faz actualmente porque os agricultores não beneficiam nada. Verifica-se uma auto-gestão; é uma instituição que está a ser gerida por familiares e não se deve compactuar com esta situação. Referiu ainda que as pessoas devem ocupar os cargos pela sua competência porque no caso do matadouro mais parece um intercâmbio de pessoas e começa a ser de familiares. O deputado José Rodrigues perguntou se queria que repetisse a intervenção que fez porque lhe parece que o Senhor Presidente da Câmara não percebe ou não quer perceber. Os conflitos de que falou já têm doze anos e a culpa é do PSD? O deputado Rogério Borralheiro disse que a questão do regionalismo e solidariedade não têm nada a ver com os partidos. O PS e o PSD estiveram sempre lado a lado em questões de estratégia. Montalegre e Boticas até conseguem fazer a Agro-Barroso porque negociaram e estrategicamente beneficia os dois concelhos, apesar de serem de partidos opostos. Disse ainda que foram referenciadas divergências entre o Engº Albano e o Engº Justo, mas a autarquia deve-lhes pôr o dedo no nariz e não deixar que as questões pessoais interfiram nas questões profissionais. Disse ainda que cabe ao Presidente da Câmara de Montalegre arranjar argumentos de convergência entre os Presidentes das Câmaras de Boticas e Chaves. O Senhor Presidente da Câmara respondeu que nunca ninguém o irá ver a pedir esmolas aos vizinhos. Misturaram questões pessoais com questões profissionais. Disse que não queria falar sobre esse assunto, mas foram os deputados intervenientes que o trouxeram. Referiu que o gado barrosão só representa 10% do efectivo pecuário da região e temos que nos preocupar com os outros 90%. Além disso quem detém a certificação do Barrosão não é de Montalegre e está a prejudicar o concelho ao tirar o gado ao lavrador do Minho deixando o dos lavradores de Montalegre. Mais grave ainda foi a recolha de vacas por esses senhores e em vez de abaterem no nosso matadouro levam-nos para outra unidade industrial. Daqui a uns dias podemos saber quem apoia esta situação, mas adiantou que não é gente do Partido Socialista. Concordou que as 5 questões de solidariedade dependem dos líderes e a exemplo disso falou da Escola de Enfermagem de Chaves em que os autarcas actuais se entenderam. Deliberação: A proposta foi aprovada por maioria com duas abstenções. 4 – Matadouro Regional do Barroso e Alto Tâmega, SA – Situação das Acções Declaração O Senhor Presidente da Câmara prestou os esclarecimentos necessários sobre este assunto. Inscreveram-se para intervir os deputados Guilhermina Costa e Acácio Gonçalves. A deputada Guilhermina Costa disse que o Matadouro tem de ser apoiado porque é de extrema importância para o concelho. Pediu ao Senhor Presidente da Câmara que não interpretasse mal as intervenções dos deputados do PSD porque isso não implica que a Câmara não tenha de estar atenta à gestão do Matadouro, assim como ajudar a encontrar soluções para resolver alguns problemas. Como todos sabem não fica mal pedir nada a ninguém. O deputado Acácio Gonçalves pensa que as injecções de capital são necessárias. A Câmara devia comprar mais acções e ficar a liderar e colocar no local de gestão pessoas da sua confiança porque a Câmara é uma instituição que tem de olhar por todos os munícipes, nomeadamente os agricultores. Deliberação: Aprovada por unanimidade a subscrição de capital social neste aumento até 20 mil contos. 5 – Região de Turismo do Alto Tâmega e Barroso – Relatório de Conta de Execução Orçamental relativo à Gerência do ano financeiro 2000 O Senhor Presidente da Câmara explicou que a Comissão Regional de Turismo tem algumas dificuldades financeiras. Inscreveu-se para intervir o deputado Acácio Gonçalves que disse que a Comissão Regional de Turismo do Alto Tâmega e Barroso tem um orçamento de 78 mil contos e gastam 43 mil contos em remunerações. No seu entender, isto é esbanjar dinheiro. O Senhor Presidente da Câmara respondeu, dizendo que a estrutura de pessoal que existe já existia e que nem sequer é grande. A Assembleia tomou conhecimento. Foi lida em voz alta a minuta desta acta a qual, posta a discussão e votação, foi aprovada por unanimidade. Nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente da Assembleia deu por encerrada a sessão. 6 No prazo legal justificaram as faltas os deputados Cândido Jorge Barroso Gonçalves, José Carlos Fonseca Gomes, José Ventura Dourado Coelho, António Bernardes Fidalgo, Fernando Delgado Carneiro, Armando Rodrigues Mendes Duarte, António Gregório Azevedo Dias e João Batista Verde. O Presidente da Assembleia O 1º Secretário O 2º Secretário