ID: 42393092
20-06-2012
Tiragem: 9969
Pág: 11
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 16,41 x 30,65 cm²
Âmbito: Regional
Corte: 1 de 1
“Queremos dar o nosso contributo
para a sustentabilidade do SNS”
Novo conselho de administração do Hospital de Cantanhede
foi ontem empossado por secretário de Estado da Saúde.
Aurélio Rodrigues promete, “cumprir os objectivos das políticas de saúde”
José Carlos Silva
O antigo auditor interno da Administração Regional de Saúde
(ARS) do Norte e ex-presidente
da ARS de Viana do Castelo, Aurélio Rodrigues, foi ontem empossado pelo secretário de Estado
da Saúde, Fernando Leal da Costa,
no cargo de presidente do conselho de administração do Hospital
de Cantanhede. Com ele tomou
posse a restante equipa formada
por Marta Temido (vogal executiva); Maria de Lurdes de Sá (directora clínica); e Helena Santos
Fernandes (enfermeira directora).
Sendo um “homem do Norte”,
Aurélio Rodrigues mostrou ao governante, profissionais do hospital e inúmeros convidados (na
sua maioria médicos) ter feito os
trabalhos de casa e conhecer bem
o hospital que vai gerir. Por isso,
no seu discurso, começou por fazer referências históricas ao desenvolvimento do hospital, doado
à Misericórdia de Cantanhede em
1573 «pelo notável Arcebispo de
Braga e insigne cidadão de Cantanhede, João Crisóstomo»; chegando à actualidade referindo «o
início de uma alteração estratégica» que visou a evolução de um
serviço hospitalar clássico «para
uma unidade de cuidados continuados, complementada por algumas valências «já anteriormente existentes».
de importância suprema» que,
para além das exigências técnicas
colocadas aos seus profissionais,
«exige deles uma dedicação inevitavelmente emocional com um
desgaste de consequências óbvias». Ou seja, o novo administrador quis mostrar à tutela e a
quem o escolheu para o cargo
(José Tereso, presidente da ARS
Centro) que (já) conhecia bem os
cantos à casa. Depois, avançou
com as estratégias…
“POTENCIAR
RECURSOS
RACIONALIZAR
MEIOS E OPTIMIZAR
RESULTADOS”
A lição estava tão bem estudada que Aurélio Rodrigues (um
homem do Norte, recorde-se) tinha na ponta da língua a actividade dominante do hospital de
Cantanhede, como a Unidade de
Convalescença, «criada em Julho
de 2007», com 30 camas afectas,
área em que «passaram pelos
nossos serviços nos últimos três
anos 1.176 doentes, com uma taxa
de ocupação média superior a
86%». Também sabia que o Arcebispo João Crisóstomo tem
uma Unidade de Cuidados Paliativos, com 14 camas, área de
saúde «extremamente sensível
FOTOS: JOSÉ CARLOS SILVA
n
AURÉLIO RODRIGUES tomou posse como administrador do Hospital
“Sector nunca
teve restrições
económicas
tão severas”
n O secretário de Estado da
Saúde estava com a agenda
«muito sobrecarregada» e
nem foi visitar o Biocant,
como estava previsto. Por
isso a sua visita a Cantanhede foi “de médico” e a sua
intervenção foi curta e de circunstância. O suficiente, porém, para elogiar os profissionais do hospital, homenagear Santana Maia, «uma figura marcante da medicina
portuguesa», quer como médico, como bastonário da Ordem e gestor hospitalar. Fernando Leal da Costa aludiu as
sérias limitações financeiras
na saúde, sustentando que,
«nunca este sector conheceu
restrições económicas tão severas», e, nesta óptica, apelou
ao «esforço de todos os dirigentes para corrigir erros do
passado». O governante garantiu que é obsessão do Governo preservar um Serviço
Nacional de Saúde (SNS) «geral, universal e tendencialmente gratuito para todos os
cidadãos», mas, ao mesmo
tempo, que é preciso «garantir, em simultâneo, a sustentabilidade financeira», sem
descurar, obviamente, «o aumento da protecção dos mais
vulneráveis». E, à despedida,
deixou outra garantia, esta
dirigida aos profissionais do
hospital: «O Ministério da
Saúde está e estará sempre na
defesa das carreiras profissionais».l
O GOVERNANTE, José Tereso e a nova administração
Racionalizar meios
«Assumindo-nos servidores públicos e ao serviço do interesse público, pretende esta equipa directiva ter uma postura afirmativa e
de contributo para o desenvolvimento de sustentabilidade do
SNS», garantiu Aurélio Rodrigues.
O gestor afirmou, ainda, que
existem outras soluções e melhores opções «que aquelas que se
nos apresentam numa primeira
análise», e que vai incrementar
no Arcebispo João Crisóstomo os
processos «que concorram para
obtermos melhores resultados
de gestão das políticas públicas».
Nesta óptica diz ter elegido as
unidades de Cuidados Paliativos
e Convalescença como projectos
a desenvolver, «para além dos já
bons serviços que tem prestado
aos utentes do SNS», facto «atestado pelo prémio “Saúde Sustentável”», atribuído em Abril ao
hospital de Cantanhede, então
gerido por Victor Leonardo.
Aurélio Rodrigues assegurou
que irá implementar uma estratégia de desenvolvimento da
saúde na região, gizada com a
ARS e com o Ministério da Saúde
e articulação com o CHUC, com
a qual «pretendemos incrementar programas de saúde de proximidade que constituição um
desafio para o desenvolvimento
e afirmação deste hospital». E, em
jeito de conclusão, salienta que,
com a referida estratégia, «estamos a fazer jus às necessidades
dos cidadãos e a cumprir os objectivos das políticas de saúde que
se impõe à presente realidade do
país e desta região». Ou seja: «Permitirá [estratégia] potenciar recursos, racionalizar meios e optimizar os resultados, a bem da
saúde e da sustentabilidade do
SNS». l
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“Queremos dar o nosso contributo para a sustentabilidade do SNS”