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RIO DE JANEIRO, 8 DE OUTUBRO DE 1969
TRIBUNA DA IMPRENSA/3
Garrastazu quer governar
com o apoio das classes
Faaendo seu primeiro pronunciamento público, através da
da Agência Nacional — Rádio e Televisão — como sucessor oficial do marechal Costa e Silva, na Presidência da República, o general Emílio Oarrastazu Medlce, disse em trecho
do seu pronunciamento que "ao término do meu período administrativo, espero deixar definitivamente instaurada a democracia em nosso Pais e, bem assim, as bases do nosso desenvolvimento econômico e social."
Anunciou que "apresentarei & Nação, oportunamente, um
plano econômico e administrativo, resguardado basicamente os
resultados Já obtidos pela Revolução, fixando as novas metas de
incremento da produção e da expansão do mercado, tendo
atn vista a prioridade dos setores de educação, da saúde e da
alimentação, e atendimento das regiões menos desenvolvidas, a
estabilidade monetária, a correção dos desequilíbrios regionais
de renda, a redução das desigualdades na distribuição das rendas individuais, os salários Justos e a participação dos trabalhadores nos benefícios do desenvolvimento e, bem, assim,
oa critérios das reformas Institucionais.
Manifestou o desejo de manter a paz e a ordem e advertiu que todo aquele que atentar contra a tranqüilidade pública
• segurança nacional será inapelavelmente punido. Quem semear violência, colherá totalmente violência.
• U a Integra do pronunciamento do sucessor do Presidente
Artur da Costa e Silva.
«Recebo a indicação do meu nome para a Presidência da
República, consciente da responsabilidade excepcional dessa
mlinfirt que me foi imposta pelo consenso das Forças Armadas
• tornada Irrecusável pelo confiante acolhimento da Nação.
Fia tudo o que estava ao meu alcance para que meu nome não fosse cogitado. Não consegui, porém, demover meus
paras, que tomaram a seu cargo a tarefa de resolver o problema sucessório, nem mesmo os três ministros militares foram
sensíveis ao meu apelo.
Não valeram e nem foram consideradas as razoes que me
levaram a declarar, mais de uma vez, meu veemente desejo
de não ocupar tão elevado cargo.
Há quarenta e cinco anos sirvo ao Exército e a ôle, somente a èle e á Nação, consagrei todo o meu preparo profissional.
Quis o Alto Comando das Forças Armadas, auscultando os
Altos Comandos das Forças Singulares selecionar meu nome
para substituir o Presidente Costa e Silva, como capaz de
manter coesas e unidas as Forças Armadas da Nação em torno
dos ideais da Revolução de Março de 1964.
Impôe-me, assim, o Alto Comando das Forças Armadas,
mais um dever a cumprir. Não me cabe o direito de fuga.
Revolucionário desde a mocidade, atuei, em 1964, diretamente sob as ordens do Marechal Costa e Silva, a cujo governo também pertenci. Durante esse estreito convívio, aprofundou-se a minha amizade e admiração por aquele eminente
chefe militar e estadista, t , portanto, compreensível que, ao
sentimento de pesar de todos os brasileiros pelo sofrimento que
atingiu o Presidente, acrescente-se, em meu Intimo, a tristeza maior do companheiro de mocidade, de vida militar e de
serviço público. Não desejaria substitui-lo, muito menos em
tão duras circunstancias. Mas aprendi, com o próprio Marechal
Costa e Silva que o destino do soldado não lhe pertence. Nem
lhe é permitido escolher encargos.
Sal de minhas dificuldades, mas procurarei ultrapassá-las
pela escolha de auxiliares capazes dignos e patriotas que, .em
qualquer circunstância, tenham os Interesses nacionais acima.
• multo acima, de seus próprios.
REVOLUÇÃO
A Revolução de Março de 1964 deu um novo destino ao
Brasil, e sua obra, começada com o Marechal Castelo Branco
— de' saudosa memória —, não pôde ser concluída pelo Marechal Costa e Silva, Infelizmente enfermo e Incapacitado para
o cargo.
Cabe-me, portanto, por Imposição de meus pares, prosseguir no rumo traçado por esses dois eminentes brasileiros.
O meu governo vai lnlciar-se numa hora difícil. Sei o que
sente e pensa o povo, em todas as camadas sociais, com relação
ao fato de que o Brasil ainda continua longe de ser uma nação desenvolvida, vivendo sob um regime que não podemos
considerar plenamente democrática Não pretendo negar essa
realidade, exatamente porque acredito que existem soluções
para as crise» que a eriaram ou que dela decorrem. B estou
disposto a pô-las em prática. Desse modo, ao término do meu
período administrativo, espero deixar definitivamente instaurada a democracia em nosso Pais e, bem assim, fixadas as bases
do nosso desenvolvimento econômico e sociaL Advirto que essa
não poderá ser obra exclusiva da administração pública e, sim,
uma tarefa global da Nação, exigindo a colaboração dos brasileiros de todas as classes e regiões. Democracia e desenvolvimento não se resumem em iniciativas governamentais: são
atos de vontade coletiva que cabe ao governo coordenar e
transformar em autênticos e efetivos objetivos nacionais.
* preciso ficar claro- que nao vamos restabelecer as Instituições que nos levaram à crise de 1964. Jamais voltaremos
aquele sistema político que subjugava completamente a vontade popular ao jogo das manipulações de cúpula.
Nem àqueles desregrados Impulsos de desenvolvimento,
mais Intuitivos que racionais, e que acabaram redundando
na torrente inflacionária.
mente, esse entendimento requer universidades livres, partidos Urres, sindicatos livres, imprensa livre, Igreja livre.
Mas livres, acima de tudo, daqueles grupos minoritários que
ainda hoje, como ontem, ora pela violência, ora pela corrupção, jogando com todos os processos de uma técnica
subversiva cada vez mais aprimorada e audaciosa, pretendem servir a Ideologias que já estão sendo repudiadas e
superadas nos seus próprios países de origem. Na medida
em que os estudantes, os políticos, os operários, os jornalistas e os religiosos conseguirem livrar-se dessas manipulações e manobras, assegurando autenticidade às manifestações de sua vida Institucional, estarão conquistando
a própria liberdade que — é bom deixar esclarecido — não
cabe ao governo outorgar, mas, apenas, reconhecer Estarei
atento a esse esforço de libertação, em cada dia do meu
governo. Mas não me deixarei Iludir, nem iludir ao povo.
Chegou a hora de fazermos o jogo da verdade.
Apresentarei à Nação, oportunamente, um plano econômico e administrativo, resguardando basicamente os resultados já obtidos pela Revolução, fixando as novas metas de incremento da produção e de expansão do mercado,
tendo em vista a prioridade dos setores da educação, da
saúde e da alimentação, o atendimento das regiões menos
desenvolvidas, a estabilidade monetária, a correção dos desequilíbrios regionais de renda, a redução das desigualdades na distribuição das rendas individuais, os salários justos e a participação dos trabalhadores nos benefícios do
desenvolvimento e, bem assim, os critérios das reformas
institucionais.
Entretanto, insisto em afirmar que não acredito em
nenhum plano de governo que não corresponda a um plano
de ação nacional. Na marcha para o desenvolvimento, o
povo não pode ser espectador. Tem de ser o protagonista
principal. Dai, o apelo que, nesta oportunidade, dirijo ao
Pais: Que todos os indivíduos, classes, organizações sociais
e políticas e centros culturais, em todos os recantos do território nacional, formulem os seus programas e reivindicações para o momento presente! Asseguro que nenhuma
sugestão deixara de ser devidamente apreciada. Mobilizarei,
para esse estudo e análise, não só os órgãos de planejamento, mas, Inclusive, as diversas Instituições de pesquisa
— civis e militares — a fim de realizar o levantamento
global das sugestões e a adequada formulação da sua síntese. Com isso, poderemos completar o plano de ação a
ser executado nos próximos anos.
Precisamos reproduzir, na vida politico-admlnlstratiya,
aquilo que conseguimos, até hoje, nas atividades esportivas
ou artísticas. De fato, é significativo que tenhamos obtido
expressivos trlunfos, exatamente naqueles setores em que
ocorre uma entusiástica e comovida participação do povo.
No entanto, não é possível que, no século das conquistas
espaciais, no momento em que os modernos sistemas de
computação e informação marcam o fim das soluções meramente ideológicas, no instante em que a extraordinária
revolução da técnica possibilita o arranco de tantas nações
para o desenvolvimento, não é possível, repito, que um Pais
como o nosso não venha a registrar, também, realizações
e êxitos marcantes na história da civilização. O Brasil ó
grande demais, para tão poucas ambições. E está a exigir
dos seus filhos uma atuação que realmente corresponda
à magnitude do seu território, bem como aos alevantados
Ideais das gerações que nos legaram todo esse imenso patrimônio. Uma atuação, enfim, que se eleve à altura dos •
lncontidos sonhos da mocidade que se prepara para airigl-lo e cuja meta não pode ser outra, senão o triunfo final
na arrancada para o desenvolvimento econômico e sociaL
No curso do governo, jamais procurarei impor o meu
programa administrativo, mediante efeitos de propaganda
ou a simples divulgação de resultados estatísticos. A última
palavra será dada, de acordo com os reflexos que efetivamente se verifiquem nas condições de vida. Outrossim, qualquer sacrifício a ser Imposto nos setores privados corresponderá previamente, a um ato ou reforma do próprio
governo.
Simultaneamente, ficarão fixados os limites em que o
Estado atuara e aqueles dentro dos quais terão atuação,
em maioria, os setores particulares nacionais e, bem assim,
os investidores estrangeiros que nos tragam a sua indispensável colaboração de técnica ou de capital.
C O M P R O M I S S O S
Manteremos os nossos compromissos internacionais, deixando claro que os mesmos implicam em reciprocidade de
tratamento. Vamos cumprir o que nos cabe e exigir o que
nos é devido. Não prtendemos aceitar e, muito menos, impor lideranças de qualquer tipo, respeitando a lição da
história contemporânea que nos ensina que a convivência
internacional só pode ser mantida nos termos de uma comunidade de nações livres e soberanas. Permaneceremos
unidos com os países do Hemisfério na luta em prol do
nosso desenvolvimento e sempre no sentido da plena efetivação dos princípios cristãos da cultura ocidental. E continuaremos identificados com todas as demais nações, no
esforço comum pela paz e pela mais Justa distribuição das
conquistas do nosóo tempo, por todos os povos da Terra.
Temos viva a lembrança de que, por efeito daquele
sistema, foram-se distinguindo, no Pais, uma minoria Integrada nas instituições e uma grande maioria marginalizada. Com o tempo, passamos a enfrentar o risco de uma
cisão interna, chegando ao ponto que obrigou as Forças
Armadas a intervir, para salvar a unidade nacional, evitando a desagregação e o caos. Desse modo, as instituições
não foram assaltadas pelos militares, como pretendem apregoar os inimigos da Revolução, mas, de fato, foram sustentadas pelos mesmos, no auge da crise que ameaçou cindir a Nação, entre uma minoria com participação na ordem econômica e política e, de outro lado, uma maioria
não dispondo de qualquer renda e, conseqüentemente, sem
meios práticos de poder exercer ou exigir os seus próprios
direitos, vivendo em condições que, como observou o Papa
Paulo VI, na sua histórica visita ao nosso continente, não
se coadunam com a dignidade espiritual do homem.
E' com essa disposição que encaro as minhas novas
e graves responsabilidades.
Espero que cada brasileiro faça justiça aos meus sinceros
propósitos de servi-lo. E confesso, lealmente, que gostaria que
o meu governo viesse, afinal, a receber o prêmio da popularidade, entendida no seu legitimo e verdadeiro sentido de compreensão do povo. Mas não pretendo conquistá-la, senão com
c inalterável cumprimento do dever.
Desejo manter a paz e a ordem. Por isso mesmo, advirto
que todo aquele que atentar contra a tranqüilidade pública e
a sugurança nacional será inepelàvelmente punido. Quem semear a violência, colherá fatalmente a violência.
Quero transformar em dever de Chefe de Estado o desejo
sincero de garantir a harmonia do empenho dos senhores Juizes, legisladores e governantes, no âmbito federal como no estadual, para a convergência de esforços e colaboração mútua
na consecução <te nossos objetivos comuns.
• Considero, também, que não podemos perder mais tempo,
recordando os erros de administrações anteriores. Em vez de
jogar pedras no passado, vamos aproveitar todas as pedras disponíveis para construir o futuro.
,
Por tudo isso, é Inaceitável o retorno à situação prérevolucionárla.
Interpreto os anseios de afirmação nacional do povo brasileiro, como uma tendência irrecusável de nossa época.
Repudiamos a pregação dos extremistas, que exigem,
de forma primária, a destruição das instituições.
E também o apelo de oligarquias que recomendam a
sua inalterável manutenção. Nosso dever é lmpor-lhes uma
profunda transformação pela qual deixem de servir aos privilégios de minorias, para atender aos supremos interesses
do Pais.
Essa reforma das Instituições econômicas, sociais e políticas não será obtida com simples medidas corretivas ou
repressivas, adotadas ao sabor dos acontecimentos. Exige,
i w verdade, uma revolução.
E procurarei ser fiel aos seus imperativos, simplesmente
realizando um governo do Brasil, pelo Brasil e para o Brasil,
dentro do concerto das nações Uvres da América e do Mundo.
Impor-me-ei, como Comandante-em-Chefe das Forças Armadas a consciência de que todas as minhas atitudes e determinações terão a plenitude da correspondência de meus Chefes
comandados, dentro do rigor e da Justeza das normas militares que institucionalmente, nos regem a todos. Com base indiscutível no mais amplo respeito à disciplina, na fiel observância da cadela hierárquica e sob o manto de lnquebrantável
coesão estarão garantidas as condições primordiais do preparo
proflssional-milltar e da disposição para manter o ímpeto revolucionário, marcado na alma e na vontade de cada soldado do
DIALOGO
Foi isso o que as Forças Armadas se decidiram a fazer:
completar o movimento de 1964, transformando-o em uma
autêntica Revolução da Democracia e do Desenvolvimento,
em consonância com as mais lídimas aspirações nacionais.
Vamos dar efetividade a esses objetivos revolucionários.
Nesse sentido, Iremos ouvir os homens de empresa, os operários, os Jovens, os professores, os intelectuais, as donasde-casa, enfim, todo o povo brasileiro.
Será um diálogo travado sobre o nosso Pais, os nossos
problemas, os nossos interesses e o nosso destino. Natural-
i 4
Sfto esses os meus propósitos. Que Deus atendendo às minhas orações, me dê a força, a coragem e a firmeza de cumpri-los!
Al VÊM OS
ULTRACLASSIFICADOS'
fatos e
rumores EM FMMEIRA MÃO
JOÃO DA SILVA
O general Garrastazu Medice ainda não tem nenhum norte escolhido
para o seu Ministério. Também são infundadas as notícias de que já esta
acertada a permanência de seis ou sete ministros do atual governo, pois o
novo Presidente da República vem trabalhando exclusivamente no levantamento da situação polftico-social-econômica do País. Naturalmente, nesta altura dos acontecimentos, o sucessor do marechal Costa e Silva já está sendo
assessorado por técnicos • militares que, evidentemente, vão fazer parte do
seu governo. Isto não quer dizer, contudo, que esses auxiliares já estejam esGarrastazu Medice
A informação mais positiva colhida depois da reunião do Alto Comando das
Forças Armadas que indicou o nome do general
Oarrastazu Medlce p a r a
suceder o marechal Costa
e Silva: se o mandato fôr
de quatro anos (até as últimas horas da noite de
ontem havia divergências
sobre o prazo do mandato
do novo chefe do Governo) haverá uma reformulação total no Ministério,
inclusive nos chamados e s calões intermediários. Prevalecendo essa tese, obviamente tudo será mudado
na administração do Pais,
a partir da p o l í t i c a
econômico-financeira que
vem sendo executada desde o primeiro governo da
Revolução.
O general Garrastazu Medice, que é e sempre foi
um homem muito meticuloso, que gosta mais de
ouvir do que de falar, esteve ontem no Palácio Laranjeiras, desde as nove
horas da manhã até pouco
mais das 11 horas. Reuniu-se com o general Jaime Portela, chefe do Gabinete Militar da Presidência, Inclusive tomando
conhecimento prévio da
nota oficial distribuída as
11,45 pela Secretaria de
Imprensa. Fez, por assim
dizer, o seu primeiro contato com alguns auxiliares
da Presiaencia, na qualidade de candidato oficial
ã sucessão do marechal
Costa e Silva.
Imediatamente após conhecidas as decisões do
Alto Comando das Forças
A r m a d a s de considerar
vaga a Presidência da República e escolher o general Garrastazu Medice para o cargo, os familiares
do marechal Costa e Silva
começaram a providenciar
a mudança dos pertences
do chefe do Governo para
o apartamento de sua propriedade, no 13.° andar do
edifício "Mursa", à Avenida Rui Barbosa, 460, no
Morro da Viúva.
colhidos para este ou aquele Ministério.
O dia de ontem foi multo
telúrico no Palácio Laranjeiras. Depois que se tornou pública a designação
do g e n e r a l Garrastazu
Medice, os a u x i l i a r e s
presidenciais recolheramse a um mutismo impressionante, embora t o d o s
dissessem que "esperavam
a substituição do marechal Costa e Silva, que
realmente não tinha condições imediatas de retornar à chefia do Governo,
pois sua recuperação será
muito l e n t a , sem prato
certo".
Quadro semelhante ocorria em q u a s e todos os
Ministérios. Não propriamente pelos ministros, que
não foram vistos, mas pelos seus auxiliares, que não
esperavam a indicação do
general Garrastazu Medice "para tão cedo". O que
se via: corre-corre, arrumação de gavetas e telefonemas a amigos para se
informarem da data certa
da posse do novo chefe do
Governo. Nas empresas
m i s t a s , nas autarquias,
nos estabelecimentos oficiais de crédito, IPASE,
INPS e outros organismos
para-oficlais, tudo era expectativa.
Com a reunião do Alto Comando das Forcas Armadas, realizada à tarde, no
.«ÁuiiMúxio da Marinha, o
Palácio Laranjeiras ficou
sem nenhuma movimentação. Apenas os ministros
Mário Andreazza e Hélio
Beltrão, o senador Dinarte Maria e dom Eugênio
Sales, arcebispo da Bahia,
e s t i v e r a m conversando
com o ministro Rondon
Pacheco, na Casa Civil.
Dona Iolanda também não
foi vista durante o expediente.
O embaixador Burke Elbrick, dos Estados unidos,
esteve ontem com o ministro Gama e Silva. Foi
fazer a visita protocolar
que devia ao ministro desde quando chegou ao Bra-
sil, e que, apesar de marcada sucessivas vezes, ia
sendo transferida por uma
razão ou outra. A última
data f i x a d a para a audiência foi o dia S de setembro, mas o embaixador
não pode comparecer porque estava seqüestrado.
A propósito do embaixador
norte-americano: èle trocou seu Cadillac, modelo
Executivo, feito sob encomenda, 6 0 m dispositivos
excepcionais de segurança
(que falharam ou não foram acionados no dia do
seqüestro), por um Ford
comum, de fabricação em
série. Só que agora o sr.
Burke Elbrick, por determinação expressa do Departamento de Estado, não
anda mais sozinho: para
onde quer que vá, seja para que lugar fôr, tem de
levar cinco agentes de sefurança, selecionados pelo
próprio governo dos EUA.
Já está pronto o "listão"
de aposentadorias, demissões e de suspensão de direitos políticos, com base
no^Ato Institucional n.° 5,
de mais de 50 integrantes
da Policia da Guanabara.
A relação
foi feita
pelo Exército, depois de
minuciosa e sigllosa investigação em todas as delegacias e departamentos da
Secretaria de Segurança
carioca. O processo não
está correndo com a rapidez que era de se esperar,
mas posso garantir, com
absoluta segurança, que
dentro de uma semana o
"listão" será encaminhado
à Presidência da República com pareceres favoráveis do governador Negrão
de Lima e do Ministério
da Justiça.
Sôbre cassações de mandatos e suspensão de direitos políticos, posso informar mais o seguinte: antes
da posse do general Garrastazu Medice na chefia
do Governo, será divulgado um "listão" que, esmo
ou disse há dias, vai causar o maior impacto poli-
tico dos últimos 30 ano».
O ex-governador C a r l o s
Lacerda, que viaja hoje de
Paris para Frankfurt, na
Alemanha, p a r a assistir
uma festa nacional de livro, negou-se a comentai
a designação do general
Garrastazu Medice p e l o
Alto Comando das Força.-*
Armadas. Nestas três semanas que p a s s o u m.
França, apenas uma «a*
pronunciou sobre a substi tulção do marechal Costa
e Silva, frisando que para
haver legitimidade na posse do novo chefe do Governo a sua indicação te
ria de ser aprovada pele
Congresso Nacional.
Esteve ontem na Guam»
bara o governador Paul«
Pimentel, do Paraná. F M
vários contatos políticos c
administrativos, conversou
com militares e, por firu,
foi recebido pelo ministro
Gama e Silva. Assunto em
foco: as eleições da Comi»
são Executiva da ARENA
do Paraná, quando o governador deu um "passeio"
no senador Nei Braga.
O general Luís Mendes da
Silva e o sr. Roberto Rocha Sousa, que governaram o Território do Amapá durante o governo Ca&tel* B r a n c o , estão em
franca atividade Ontem
foram vistos com amplo
d o s s i ê encaminhand »•
se para a sede do Mi
tério da Justiça, onde I
ciona a Comissão Geral de
Investigações.
O sr. Carlos Medeiros 811va, conforme já revelei
aqui, não está participan
do de qualquer comissão
ou grupo de juristas que
estudou ou estuda a adaptação dos Atos Institucionais à Constituição Federal. Procurado ontem
por uma jornalista paulista, o ex-ministro da Justiça confirmou a informação desta coluna, reafirmando que está dedicado
exclusivamente a questões
de seu escritório de advocacia.
ur-gente
O levantamento do recesso imposto ao Congresso
está sendo esperado para as próximas horas, através
de um Ato Complementar que seria baixado pelos
ministros militares. Parlamentares da ARENA, que
ainda desfrutam de algum transito no Governo,
confirmaram que já receberam informações da edição do novo Ato, mas têm dúvida se a decisão será
adotada ainda esta semana ou se ficará para a
próxima, como era admitido ontem.
Duas decisões importantes já tomadas pelos partidos políticos e que devem ser tornadas públicas no
decorrer desta semana: todos os integrantes do
Diretório Nacional da ARENA renunciarão coletivamente assim que o general Garrastazu Medlce assumir oficialmente a presidência da República, "para
que èle possa ficar à vontade e formar a sua-base
política com parlamentares de sua mais e s t r e i t a
confiança", segundo deixou claro o senador Felinto
Mui ler, presidente do partido situacionista.
A outra resolução foi adotada pelo MDB, embora sem
caráter oficial, mas contando com o voto da maioria
de seus partidários: a Oposição não terá candidato
próprio à sucessão do marechal Costa e Silva se
a eleição do seu substituto fôr mesmo pelo Congresso, como se anuncia. A idéia do MDB é comparecei
maciçamente à sessão conjunta da Câmara e do
Senado que vai homologar o nome do general Garrastazu Medice, mas nenhum oposicionista, por quês*
toes de fidelidade partidária, sufragará seu nome.
Com isso, o MDB pretende desmentir, desde logo.
que esteja sendo articulada a candidatura de um
ex-ministro para receber os votos da Oposição, e
que criaria, no seu entender uma nova tensão político-partidária. Além disso, segundo um líder do
partido revelava ontem, o MDB, concorrendo com
um candidato próprio à sucessão do marechal Costa
e Silva, estaria aceitando as regras do jogo fixada»
unilateralmente pelas Forças Armadas,, o que contrariaria fundamentalmente a linha de ação que
vem sendo a principal plataforma da agremiação
oposicionista.
O ex-governador de Pernambuco, deputado Cid
Sampaio, reuniu-se reservadamente com o ministro
da Justiça para tratar de problemas políticos de
seu Estado. • Ninguém reclama, pelo contrário,
muitos até elogiam os políticos do Piauí: apesar das
sucessivas listas de cassações de mandatos e de
suspensões de direitos políticos, apenas um parlamentar piauiense foi atingido pela medida revolucionária, que é o ex-deputado Chagas Rodrigues.
• O jornalista Paulo César Ferreira, que deixou
simultaneamente a Rádio Nacional e a assessoria
do ministro Delfim Neto, reapresentou-se ao Serviço de Relações Públicas da Caixa Econômica Federal, do qual é antigo funcionário. "Estou quase
desempregado", queixava-se êle para amigos. • O sr.
Walter Baere de Araújo foi exonerado ontem, por
ato da Junta Governativa, de uma das diretorias
do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico.
•*• O general Bretas Cupertino, dlretor-geral do DPF.
esteve no Palácio Laranjeiras em reunião com o
ministro Rondon Pacheco. • A e d i t o r a Image
lançando com sucesso o livro do criminalista Carlos
de Araújo Lima, sob o titulo "A Presença de Portugal no Direito Criminal Brasileiro". • Viajando
para São Paulo o jornalista Paulo VMal, chefe dos
escritórios da Representação de São Paulo na Guanabara. • O brigadeiro-deputado Haroldo Veloso,
quase completamente recuperado da violência de
que foi vitima em S a n t a r é m , caminhava despreocupado pela galeria do INPS, acompanhado de
um amigo, -k Na Guanabara o famoso articulista
da "Folha do Norte", de Belém, jornalista João Malato. • O "governador" Luís Viana Filho, da Bahia,
e o prefeito Antônio Carlos Magalhães, de Salvador,
pretendem pleitear ao general Garrastazu Medice,
na época oportuna, a manutenção do ministro Carlos Simas no Ministério das Comunicações. Ambos
vão justificar o pedido com o argumento de que
o titular das Comunicações realizou, no campo das
telecomunicações, uma verdadeira revolução no País.
* Já está sendo preparada, com todo o sigilo, a
recondução do ministro Ari Campista como representante classlsta no Tribunal Superior do Trabalho.
8*
AU, ntOX*).Q,
_
,ACL.
O GLOBO ->. 8-10-69 ú P á g i n a 15
Mediei promete implantar a democracia plena
Por meio de uma cadeia de rádio
e televisão comandada pela Agência
Nacional, o General Emílio Garrastazu Mediei fez, às 22h 17m de ontem,
o seu primeiro pronunciamento à
Nação, como indicado a suceder ao
Presidente Costa e Silva na Chefia do
Governo. Eis a íntegra do discurso do
General Mediei:
"Recebo a indicação do meu
nome para a Presidência da
Republica, consciente da responsabilidade exce p c i o n a 1
dessa missão que me foi imposta pelo consenso das Forças Armadas e tornada irrecusável pelo confiante acolhimento da Nação.
Fiz tudo o que estava ao
meu alcance para que meu
nome não fosse cogitado. Não
consegui, p o r é m , demover
meus pares, que tomaram a
leu cargo a tarefa de resolver o problema sucessório,
nam mesmo os três Ministros
Militares foram sensíveis ao
meu apelo.
Não valeram e nem foram
consideradas as razões que
me levaram a declarar, mais
de uma vez, meu veemente
desejo de não ocupar tão
elevado cargo.
Há quarenta e cinco anos
sirvo ao Exército e a êle sò' mente a êle e à Nação, consagrei todo o meu preparo
profissional."
0 dever
"Quis o Alto-Comando das
Forças Armadas, auscultando os Altos-Comandos das
Forças Singulares, selecionar
meu nome para substituir o
Presidente Costa e Silva, como capaz de manter coesas e
unidas as Forças Armadas da
Nação em torno dos ideais da
Revolução de Março de 1964.
Impõe-me assim, o Alto-Comando das Forças Armadas
mais um dever a cumprir.
Nio me cabe o direito de fuga.
Revolucionário desde a mocidade, atuei, em 1964, diretamente sob as ordens do
Marechal Costa e Silva, a cujo
Governo também pertenci.
Durante esse estreito convívio, aprofundou-se a minha
amizade e admiração por
aquele eminente chefe militar e estadista. É, portanto,
compreensível que, ao sentimento de pesar de todos os
brasileiros pelo sofrimento
que a t i n g i u o Presidente,
•crescente-se, em meu íntimo, a tristeza maior do companheiro de mocidade, de vida militar e de serviço público. Não desejaria substituílo, muito menos em tão duras circunstâncias. Mas aprendi, com o próprio Marechal
Costa e Silva, que o destino
do soldado não lhe pertence.
Nem lhe é permitido escolher encargos."
Dificuldades
"Sei de minhas dificuldades, mas procurarei ultrapassá-las pela escolha de.auxiliares capazes, dignos e patriotas
que, em qualquer circunstância, tenham os interesses nacionais acima, e muito acima, de seus próprios.
A Revolução de Março de
1964 deu um novo destino
• o Brasil, e sua obra, começada com o Marechal Castelo
Branco — de saudosa memória —, não pôde ser concluída pelo Marechal Costa e
Silva, infelizmente enfermo
• incapacitado para o cargo.
Cabe-me, portanto, por imposição de meus pares prosseguir no rumo traçado por esses dois eminentes brasileiros."
Hora difícil
"O meu Governo vai iniciar-se numa hora difícil. Sei
o que sente e pensa o povo,
cm todas as camadas sociais,
com relação ao fato de que o
Brasil ainda continua longe de
ser uma nação desenvolvida,
vivendo sob um regime que
não podemos considerar plenamente democrático. Não
pretendo negar essa realidade,
exatamente porque acredito
que existem soluções para as
crises que a criaram ou que
dela decorrem. E estou disposto a pô-las em prática. Desse modo, ao término do meu
período administrativo, espero
deixar definitivamente instaurada a democracia em nosso
País e, bem assim, fixadas as
bases do nosso desenvolvimento econômico e social. Advirto que essa não poderá ser
obra exclusiva da administração pública e, sim, uma tarefa
global da Nação, exigindo a
colaboração dos brasileiros de
todas as classes e regiões. Democracia e d e s e nvolvimento
não se resumem em iniciativas
governamentais: são atos de
vontade coletiva que cabe ao
Governo coordenar e transfor-
mar em autênticos e efetivos
objetivos nacionais.
Ê preciso ficar claro que não
vamos restabelecer as instituições que nos levaram à crise
de 1964. Jamais voltaremos
àquele sistema político que
subjugava completamente a
vontade popular ao jogo das
manipulações d» cúpula.
Nem àqueles desregrados
impulsos de desenvolvimento,
mais intuitivos que racionais,
e que acabaram redundando
na torrente inflacionária."
Instituições
memos viva a lembrança de
que, por efeito daquele sistema, foram-se distinguindo, no
País, uma minoria integrada
nas instituições e uma grande
maioria marginalizada. Com o
tempo, passamos a enfrentar
o risco de uma cisão interna,
chegando ao ponto que obrigou as Forças Armadas a intervirem, para salvar a unidade nacional, evitando a desagregação e o caos. Desse modo,
as instituições não foram assaltadas pelos militares, como pretendem apregoar os inimigos da Revolução, mas, de
fato, foram sustentadas pelos
mesmos, no auge da crise que
ameaçou cindir a Nação, entre
uma minoria com participação
na ordem econômica e política e, de outro lado, uma maioria não dispondo de qualquer
renda e, conseqüentemente,
sem meios práticos de poder
exercer ou exigir os seus próprios direitos, vivendo em condições que, como observou o
Papa Paulo VI, na sua histórica visita ao nosso continente, não se coadunam com a
dignidade espiritual do homem.
iludir ao povo. Chegou & hora de fazermos o jogo da
verdade."
A gravação
Programa
A gravação da fala do General Mediei foi realizada na residência do Ministro da Aeronáutica. Os primeiros a chegar cerca das 20 horas foram os elementos da Agência Nacional, cujo diretor recebeu a Incumbência de redigir o noticiário do primeiro pronunciamento do novo Presidente da República. Estavam presentes o General Siseno Sarmento, Comandante do I
Exército; o General Carlos Alberto Fontoura, Chefe
do SNI, além dos coronéis Manso e Teles, responsáveis
pela segurança.
Durante uns trinta minutos, as equipes das diversas emissoras de televisão movimentaram-se, ajustando seus aparelhos. A sala, não muito espaçosa, tinha apenas algumas poltronas e uma mesa onde foram instalados os microfones. Os representantes de
jornal que conseguiram entrar receberam recomendação de não abordar o General. Êle preferia falar apenas pela televisão, deixando as entrevistas para outra
oportunidade.
Antes de que tudo estivesse pronto para a gravação, o General Mediei apareceu na sala, cumprimentou os presentes com um boa noite, e retlrou-se. Voltou minutos depois para iniciar sua fala. O General
trajava terno marrom com gravata azulada e sapatos
pretos. Sorriu ligeiramente, perguntando novamente
se tudo estava pronto. A apresentação foi feita pelo
locutor Alberto Cúri, da Agência Nacional, que por
força de suas funções foi o único que trocou algumas
palavras com o futuro Presidente.
Depois de concluído o video-tape, o General Garrastazu Mediei pediu para ouvir parte da gravação.
Achou que tudo tinha saído bem e retirou-se para uma
sala contígua, onde tomou um cafezinho.
A gravação começou exatamente -às 21 .horas e
durou 25 minutos. Cópias do pronunciamento foram
distribuídas depois aos representantes da televisão e
dos jornais.
Segundo apurou a reportagem de O GLOBO, o
General deverá permanecer hoje no Rio.
"Apresentarei a. N a ç ã o ,
oportunamente, um plano econômico e administrativo, resguardando basicamente os resultados já obtidos pela Revolução, fixandos as novas
metas de incremento da produção e de expansão do mercado, tendo em vista 'a prioridade dos setores da educação, da saúde e da alimentação, o atendimento das regiões menos desenvolvidas, a
estabilidade .monetária, a correção dos desequilíbrios regionais de renda, a redução
das desigualdades na distribuição das rendas individuais,
os salários justos e a participação dos trabalhadores nos
benefícios do desenvolvimento e, bem assim, os critérios
das reformas institucionais.
Entretanto, insisto em afirmar que não acredito em nenhum plano de governo que
nâo corresponda a um plano
de ação nacional. Na marcha
para o desenvolvimento, o povo não pode ser espectador.
Tem que ser o protagonista
principal. Dai, o apelo que.
nesta oportunidade, dirijo ao
Pais: Que todos os indivíduos,
classes, organizações sociais •
políticas e centros culturais,
em todos os recantos do território nacional, formulem os
seus programas e reivindicações para o momento presente! Asseguro que nenhuma
sugestão deixará de ser devidamente apreciada. Mobilizarei, para esse estudo e análise,
não só os órgãos de planejamento, mas, inclusive, as diversas instituições de pesquisa — civis e militares —, a fim
de realizar o levantamento
global das sugestões e a adequada formulação da sua síntese. Com isso, poderemo»
completar o plano de ação a
ser executado nos próximos
anos."
SUPER GINCANA VAI
MOVIMENTAR 0 RIO
Polítiíca
"Precisamos reproduzir, na
vida politico-admlnistrativa.
aquilo que conseguimos, até
hoje, nas atividades esportivas ou artísticas. De fato, é
significativo que tenhamos
obtido expressivos triunfos,
exatamente naqueles setores
em que ocorre uma entusiástica e comovida participação do
povo. No entanto, não é possível que, no século das conquistas espaciais, no momento
em que os modernos sistemas
de computação e informação
marcam o fim das soluções
meramente ideológicas, no Instante em que a extraordinária
revolução da técnica possibilita o arranco de tantas nações
para o desenvolvimento, não
é possível, repito, que um país
como o nosso não venha a repislrar, também, realizações e
êxitos marcantes na história
da civilização. O Brasil é
grande demais, para tão poucas ambições. E está a exigir O FUTURO PRESIDENTE FAZ SEU PRIMEIRO PRONUNCIAMENTO À NAÇÃO
Diálogo
dos seus filhos uma atuação
"Foi isso o que as Forças que realmente ervre-esponda à que nos cabe e exigir o que lherá fatalmente a violência. meus chefes comandados, denArmadas se decidiram a fa- magnitude do seu território, nos é devido. Não pretendeQuero transformar em de- tro do rigor e da justeza das
zer: completar o movimento bem como aos alevantados mos aceitar e, muito menos, ver de Chefe de Estado o de- normas militares que, instituideais
das
gerações
que
nos
de 1964, transformando-o em
impor lideranças de qualquer sejo sincero de garantir a cionatmente, nos regem a touma autêntica Revolução da legaram todo esse imenso pa- tipo, respeitando a lição da harmonia do empenho dos se- dos. Com base indiscutível no
trimônio.
Uma
atuação,
enDemocracia e do Desenvolvinhores juizes, legisladores e mais amplo respeito à disciplique se eleve à altura dos história contemporânea que governantes,
mento, em consonância com fim,
âmbito fe- na, na fiel observância da casonhos da mocida- nos ensina que a convivência deral como nonoestadual,
as mais lídimas aspirações incontidos
para deia hierárquica e sob o mande que se prepara para diri- internacional só pode ser a convergência de esforços
nacionais.
e to de inquebrantável coemantida nos termos de uma
gi-lo
e
cuja
meta
não
pode
ser
Vamos dar efetividade a outra, senão o triunfo final na comunidade de nações livres e colaboração mútua na conse- são estarão garantidas as conesses objetivos revolucioná- arrancada para o desenvolvi- soberanas. Permaneceremos cução de nossos objetivos co- dições primordiais do preparo
profissional-militar e da disrios. Nesse sentido, iremos mento econômico e social."
unidos com os países do He- muns.
posição para manter o ímpeto
ouvir os homens de empresa,
misfério na luta em prol do
"Considero, também, que não revolucionário, marcado na alos operários, os jovens, os
nosso desenvolvimento e sem- podemos perder mais tempo, ma e na vontade de cada solprofessores, os intelectuais,
Intenção
pre no sentido da plena efeti- recordando os erros de admi- dado do Brasil.
as donas-de-casa, enfim, todo
tivação dos princípios cristãos nistrações anteriores. Em vez
o povo brasileiro.
"No curso do governo, ja- da cultura ocidental. E con- de jogar pedras no passado,
"São esses os meus propóSerá um diálogo travado mais procurarei impor o meu tinuaremos identificados com vamos aproveitar todas as pesobre o nosso Pais, os nossos programa administrativo, me- todas as demais nações, no es- dras disponívfis para construir sitos. Que Deus, atendendo às
minhas orações, me dê a forproblemas, os nossos interes- diante efeitos de propaganda forço comum pela paz e pela o futuro.
ses e o nosso destino. Natural- ou a simples divulgação de re- mais justa distribuição das
"Interpreto os anseios de ça, a coragem e a firmeza de
mente, esse entendimento re- sultados estatísticos. A últi- conquistas do nosso tempo, por afirmação nacional do povo cumpri-los!"
quer universidades livres, par- ma palavra será dada, de acor- todos os povos da Terra.
brasileiro, como uma tendência
tidos livres, sindicatos livres, do com os reflexos que efetiÉ com essa disposição, que irrecusável de nossa época.
imprensa livre, Igreja livre. vamente se verifiquem nas encaro as minhas novas e gra"E, procurarei ser fiel aos
Mas livres, acima de tudo, da- condições de vida. Outrossim, ves responsabilidades.
seus imperativos, simplesmenqueles grupos minoritários que qualquer sacrifício a ser imte realizando um Governo do
"Espero que cada brasileiro Brasil pelo Brasil e para o
ainda hoje, como ontem, ora posto nos setores privados
corresponderá,
previamente,
a
pela violência, ora pela corfaça justiça aos meus sinceros Brasil, dentro do concerto das
rupção, jogando com todos os um ato ou reforma do próprio propósitos de servi-lo. E con- nações livres da América e do
processos de uma técnica sub- governo.
fesso, lealmente, que gostaria Mundo."
versiva cada vez mais apriSimultaneamente, f i c a r ã o que o meu Governo viesse,
morada e audaciosa, pretenPropósitos
dem servir a ideologias que fixados os limites em que o afinal, a receber o prêmio fla
já estão sendo repudiadas e Estado atuará e aqueles den- popularidade, entendida no
"Impor-me-ei, como Comansuperadas nos seus próprios tro dos quais terão atuação, em seu legítmo e verdadeiro senpaíses de origem. Na medida maioria, os setores particulares tido de compreensão do povo. dante-em-Chefe das Forças
em que os estudantes, os poArmadas, a consciência de que
líticos, os operários, os Jor- nacionais e, bem assim, os in- Mas não pretendo conquistá- todas as minhas atitudes e
la,
senão
com
o
inalterável
vestidores
estrangeiros
que
nalistas e os religiosos consedeterminações terão a pleniguirem livrar-se dessas ma- nos tragam a sua indispensá- cumprimento do dever."
A UNHA AÉREA
tude da correspondência de
nipulações e manobras, asse- vel colaboração de técnica ou
gurando autenticidade as ma- de capital."
Paz e ordem
nifestações de sua vida institucional, estarão conquisCompromissos
"Desejo manter a paz e a
tando a própria liberdade que
ordem. Por isso mesmo, advir— é bom deixar esclarecido
— não cabe ao Governo ou"Manteremos os nossos com- to que todo aquele que atentorgar, mas, apenos. reconhe- promissos internacionais, dei- tar contra a tranqüilidade púcer. Estarei atento a esse
esforço de libertação, em ca- xando claro que os mesmos blica e a segurança nacional
da dia do meu governo. Mas implicam em reciprocidade de será inapelàvelmente punido.
não me deixarei iludir, nem tratamento. Vamos cumprir o Quem semear a violência coPor tudo isso, é inaceitável
o retorno à situação pré-revolucionária.
Repudiamos a pregação dos
extremistas, que exigem, de
forma primária, a destruição
das instituições.
E também o apelo de oligarquias que recomendam- a
sua inalterável manutenção.
Nosso dever é impor-lhes uma
profunda transformação pela
qual deixem de servir aos privilégios de minorias, para
atender aos supremos interesses do País.
Essa reforma das instituições econômicas, sociais e políticas não será obtida com
simples medidas corretivas ou
repressivas, adotadas ao sabor dos acontecimentos. Exige, na verdade, • uma revolução".
Realizada pela ABRAVE —
Associação Brasileira dos Revendedores Autorizados de
Veículos —, no Estádio de Remo da Lagoa, a II FENAVE
parte agora para sua fase final, promovendo uma super
gincana, dando como prêmio
Jeep Volkswagen Gaiato, que
é representado no Rio pela
Sussec Automóveis.
lizada nos dias 11 e 12, a partir das 12 horas do dia 11. Milhares de cruzeiros em outros
prêmios s e r ã o distribuídos,
contando-se entre: um "veneno" completo, com dupla carburação, um título quitado do
Camping Club do Brasil, faróis Cibié, banco dianteiro reclinável da Capas Copacabana, atomização de todos os
participantes, rádios paLançada no sábado, a super Volks
gincana polarizou as atenções ra carros, toca-fitas, fins de
dos aficionados dessa modali- semana no Hotel Sans Soucl
dade de diversão, já contando para seis pessoas a dois colocom cerca de uma centena de cados e outras centenas d*
Inscrições. A gincana será rea- . prêmios.
Luxo, Rapidez, Conforto?
Moderníssimos Boeings 727
Trirreatores? Só com a
JÊL^wi/]W
ãÊLf^Êkâ^/fíternac/ô/?a/
QUE MELHOR CONHECE AS AMÉRICAS
ALTOS DIRIGENTES DA
SIEMENS ALEMÃ NO BRASIL
O GEN. GARRASTAZU MÉDICI, APÓS A REUNIÃO DO ALTO-COMANDO, COM O CHEFE DO SN
i
«MMMdkMM«i^**a^ai*^riMMala
A fim de tratar de assuntos financeiros de grande importância para a Siemens do Brasil S. A., desembarcaram no aeroporto
do Galeão os Srs. Ueribald Naerger e o Dr. Klaus Muller Zim mermann, altos dirigentes da Siemens na Alemanha. No flagrante, a chegada dos ilustres visitantes, ladeados pelos Srs. Peter Schreiber, funcionário da filial Rio, e Dieter Tuchmtz,
diretor da Siemens do Brasil
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Garrastazu quer governar com o apoio das classes