QUANTIFICAÇÃO DE HIDROXIPROLINA EM SALSICHAS HYDROXYPROLINE QUANTIFICATION IN SAUSAGES Afonso de Liguori Oliveira1, Ana Paula Ribeiro Angelini2, Roseane Batitucci Passos de Oliveira3, Rogerio Marcos de Souza4 1 Professor Associado – Escola de Veterinária – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) 2 Mestranda em Ciências de Alimentos – Faculdade de Farmácia – UFMG 3 Professora Adjunta - Faculdade de Farmácia. Universidade Federal de Minas Gerais UFMG 4 Professor Adjunto - Núcleo de Ciências Agrárias. Universidade Federal de Minas Gerais UFMG Palavras-chave: hidroxiprolina; tecido conjuntivo colagenoso; salsichas; exportação; formulação; padronização Introdução A qualidade das dietas e estilo de vida das populações são preocupações dos governos atuais pelas suas futuras conseqüências ao Sistema de Saúde Pública. Assim, novas legislações exigem que os teores de gordura e tecidos conjuntivos em produtos cárneos sejam expressos nos seus rótulos, como a Diretiva 2001/101/CE da Comissão do Parlamento Europeu e a Definição e Padrões de Identidade e Composição 9 CFR 319, Código de Regulamentos Federais dos Estados Unidos da América. Portanto, os países exportadores devem se adequar a estas exigências para possibilitar o comércio internacional de seus produtos cárneos. Portanto, o método AOAC Official Method 990.26 Hydroxyprolin in Meat Products, Colorimetric Method, Final Action 1993 adaptado foi utilizado para avaliar a qualidade das formulações de salsicha, produto cárneo emulsionado de consumo popular nacional e internacionalmente. A hidroxiprolina é um aminoácido presente em 12,5% no colágeno, proteína constituinte dos tecidos conjuntivos, assim utilizada para quantificação destes. Cortes cárneos de menor valorização no mercado, retalhos e aparas de abate são ricos em tecidos conjuntivos colagenosos e são, normalmente, utilizados nas formulações de salsichas. Materiais e Métodos Três diferentes marcas fantasia de abrangência nacional foram adquiridas no comércio de Belo Horizonte/MG, aqui nomeadas A, B e C. Estas foram analisadas com oito repetições, datas de fabricação e/ou lotes diferentes e em triplicata. As amostras, previamente secas em estufa a 105ºC, foram digeridas por solução ácida em balões de fundo chato de 500 ml, acoplados a colunas de recuperação de 0,5 m e esta estrutura organizada sobre uma mesa de aquecimento. As colunas de recuperação propiciaram que a solução ácida evaporada pelo aquecimento da mesa a 105ºC retornasse para o interior do balão, mantendo seu volume constante durante as 16 horas de digestão. Devido a condução do calor, a digestão torna-se violenta, assim pérolas de vidro foram adicionadas aos balões para permitir uma digestão mais tranqüila. O conteúdo dos balões foi transferido para balões volumétricos de 500 mL. As diluições foram realizadas conforme o método e as reações que se sucedem, realizadas com o auxílio de pipetador automático Gibson P-100 em tubos de ensaio, os quais foram cobertos com papel alumínio e levados ao banho-maria com controle de temperatura. Todas as reações, tempos e temperaturas descritos no método foram obedecidos. A leitura do produto final das reações foi feita em espectrofotômetro a 558 nm, convertidas a concentrações de hidroxiprolina nas diluições e, então, calculadas as concentrações do aminoácido em 100 g da amostra. A análise estatística de variância foi feita pelo quadro ANOVA e teste de comparação de médias de Duncan (p = 5%). Resultados e Discussão A análise de variância dos dados demonstra que há diferença significativa a 5% de probabilidade entre as repetições das marcas fantasia analisadas, o que demonstra baixa padronização das matérias-primas cárneas utilizadas na formulação destes produtos. Tabela 1 – Porcentagem de hidroxiprolina nas amostras (g/100g) e estatística descritiva Repetições 1 2 3 4 5 6 7 8 Média Variância Desvio-Padrão a,b,c,d A 0,113ab 0,107b 0,147a 0,103b 0,110b 0,117ab 0,137a 0,130a 0,120 2,4·10-4 0,016 B 0,123ab 0,103b 0,077c 0,110b 0,133a 0,147a 0,113b 0,137a 0,118 4,9·10-4 0,022 C 0,093c 0,100c 0,127b 0,077d 0,100c 0,143a 0,103c 0,073d 0,102 5,5·10-4 0,023 letras diferentes na mesma coluna, indicam valores que diferem estatisticamente entre si (p<0,05) pelo o teste de Tukey Conclusões A falta de padronização das marcas fantasia aqui estudadas demonstra variação na quantidade e qualidade dos cortes cárneos normalmente utilizados nas formulações. Como a Diretiva 2001/101/CE exige declaração da quantidade de tecido conjuntivo excedente do limite determinado para as matérias-primas segundo sua espécie animal, é obrigatória a padronização das formulações dos alimentos para evitar futuras fraudes. A mesma conclusão é feita para a Definição 9 CFR 319, a qual determina a concentração máxima permitida de tecido conjuntivo no produto final. Portanto, estas marcas fantasia necessitam padronizar suas manufaturas de salsichas caso haja pretensão futura de exportação destes produtos para a União Européia e os Estados Unidos da América. Referências Bibliográficas AOAC. Association of Official Analytical Chemists, Official Methods of Analysis. 17th ed. Gaithersburg, MD (2000). Official Method 990.26 Hydroxyproline in Meat and Meat Products. Colorimetric Method. First action 1990, Final Action 1993. BRONZWAER, S. EFSA scientific forum ‘‘from safe food to healthy diets’’. 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