Departamento de Matemática Resolução Numérica da Equação de Condução do Calor em Uma Placa Bidimensional Eliandro R. Cirilo Estrutura da Apresentação: 1 – Aspectos Históricos 2 – Equação de Condução do Calor 3 – Questões Numéricas 4 – Resultados Numéricos 5 – Consideração Finais 1 – Aspectos Históricos • A condução do calor está ligada a fenômenos físicos difusivos. • O seu estudo teve inicio por volta de 1800. • A primeira investigação importante foi desenvolvida por Joseph B. Fourier (1768-1830), ele enunciava que uma função totalmente arbitrária podia ser representada por uma série da forma a0 ∞ mπx mπx + ∑ am cos + bm sen 2 m =1 l l • Em homenagem a ele as séries dessa forma são denominadas séries de Fourier, e são fundamentais na solução analítica do PVC da condução do calor unidimensional. • Para problemas mais complexos, ainda não é disponível a solução de forma fechada. 2 – Equação de Condução do Calor A equação diferencial parcial que descreve a condução do calor numa placa retangular, do espaço bidimensional, é da forma: ∂ 2T ∂ 2T ∂T = α 2 + 2 ∂t ∂y ∂x onde: t ∈ [ 0, ∞ ) é a variável temporal; ( x , y ) ∈ [ 0,l1 ] × [ 0,l2 ] T ( t , x, y) l1 l2 é o ponto discreto do espaço 2D l1 ; l2 ∈ R T ≡ T ( t , x , y ) é a temperatura no tempo e espaço α é o coeficiente de difusividade térmica do meio 2.1 – Solução Analítica ∂T Admitindo por hipótese que = 0 a equação de condução fica: ∂t ∂ 2T ∂ 2T + 2 = 0 “Equação de Laplace” 2 ∂x ∂y considerando T ( 0 , x , y ) = 50 T ( t , 0, y ) = 0 T ( t , 2, y ) = 10 T ( t , x ,0 ) = 0 T ( t , x ,1 ) = 0 foi demonstrado que a solução do problema é dada por: 1 − cos( nπ ) T ( x , y ) = 20∑ senh( nπx ).sen( nπy ) n =1 nπ .senh( 2nπ ) ∞ Malha de 50x50 Isolinhas Gradiente Mas e os casos onde: 1. a geometria é complexa 2. as condições de contorno são variáveis 3. há geração de calor internamente 4. há transferência de calor pelo contorno 5. há troca de calor com o meio externo 6. Etc… nestas, e outras, situações ainda não há solução na forma fechada, logo se faz necessária à abordagem numérica. 3 – Questões Numéricas Da fórmula de Taylor infinitesimal tem-se: 1 2 1 3 f ( φ + h ) = f ( φ ) + hf ′( φ ) + h f ′′( φ ) + h f ′′′( φ ) + 2 6 1 1 f ( φ − h ) = f ( φ ) − hf ′( φ ) + h 2 f ′′( φ ) − h 3 f ′′′( φ ) + 2 6 onde f ( φ ) é uma função “n” vezes derivável em φ , e h ∈ R. ( ) Negligenciando termos da O h 2 e O( h ) obtém-se: d 2 f (φ ) f (φ + h ) − 2 f (φ ) + f (φ − h) ≅ 2 dφ h2 df ( φ ) f ( φ + h ) − f ( φ ) ≅ dφ h que substituídas na equação do calor nos dá a forma discretizada da mesma. Considerando um esquema implícito, então T ( t , x , y ) ≡ T ( k ,i , j ) logo: ∂T ∂T T ( k + 1,i , j ) − T ( k ,i , j ) ( t , x, y ) = ( k ,i , j ) ≈ ∂t ∂t ∆t ∂ 2T ∂ 2T T ( k + 1,i + 1, j ) − 2T ( k + 1,i , j ) + T ( k + 1,i − 1, j ) ( t , x , y ) = 2 ( k ,i , j ) ≈ 2 ∂x ∂x ∆x 2 ∂ 2T ∂ 2T T ( k + 1,i , j + 1 ) − 2T ( k + 1,i , j ) + T ( k + 1,i , j − 1 ) ( t , x , y ) = ( k , i , j ) ≈ ∂y 2 ∂y 2 ∆y 2 Substituindo-as na equação obtemos ∂ 2T ∂ 2T ∂T ∂ 2T ∂ 2T = α 2 + 2 = α 2 + α 2 ∂t ∂y ∂x ∂y ∂x T ( k + 1,i , j ) − T ( k ,i , j ) = ∆t T ( k + 1,i + 1, j ) − 2T ( k + 1,i , j ) + T ( k + 1,i − 1, j ) α + 2 ∆x T (k + 1, i, j + 1) − 2T (k + 1, i, j ) + T (k + 1, i, j − 1) α 2 ∆y que depois do reagrupamento fica 1 T ( k + 1,i , j ) = ( AeTe + AwTw + AnTn + AsTs + T ) AP onde 1 1 α∆t α∆t AP = 1 + 2α∆t 2 + 2 Ae = 2 = Aw An = 2 = As ∆y ∆x ∆y ∆x Te = T ( k + 1,i + 1, j ) Tw = T ( k + 1,i − 1, j ) Ts = T ( k + 1,i , j − 1 ) Tn = T ( k + 1,i , j + 1 ) T = T ( k ,i , j ) e os índice, p, e, w, n e s, designam localizações cardeais. 1 O sistema de equações T ( k + 1,i , j ) = ( AeTe + AwTw + AnTn + AsTs + T AP é resolvido pelo método das relaxações sucessivas, dado por: T ( k + 1,i , j ) i , j ( IT +1) onde celula do interior IT+1 ( IT ) ( IT +1) r é o fator de relaxação tal que o método só converge se 0 < r < 2 IT é o nível iterativo. celula do contorno IT = (1 − r ) .T ( k + 1,i , j ) i , j + r .T ( k + 1,i , j ) GS i , j níveis iterativos MALHA SOLVER EXECUTAR VISUALIZAR ) 4 – Resultados Numéricos Observando as isolinhas, e conseqüentemente, os mapas do gradiente de temperatura, abaixo, percebe-se que eles apresentaram uma significativa similaridade Solução analítica Solução numérica Considerando que a equação de condução (de uma chapa de alumínio) ∂ 2T ∂ 2T ∂T = 0 ,86 2 + 2 ∂t ∂y ∂x é resolvida no mesmo domínio já abordado, e sujeita às condições: T ( 0, x , y ) = 50 T ( t , 0, y ) = 150 T ( t , 2, y ) = 20 T ( t , x ,0 ) = 70 T ( 0, x ,1 ) = 10 As isolinhas e o mapa de cores para porcentagens de 25%, 50%, 75% e 100% do tempo para alcançar o estado permanente podem ser observadas abaixo: Considerando que a equação de condução (de uma chapa de tijolo) ∂ 2T ∂ 2T ∂T = 0 ,0038 2 + 2 ∂t ∂y ∂x é resolvida no mesmo domínio já abordado, e sujeita às condições: T ( 0, x , y ) = 50 T ( t , 0, y ) = 150 T ( t , 2, y ) = 20 T ( t , x ,0 ) = 70 T ( 0, x ,1 ) = 10 ele necessitou de 15.4276 segundo para alcançar o estado permanente, e a distribuição ficou: 5 – Consideração Finais Tendo informações sobre o comportamento da distribuição de temperatura pode-se: • Analisar os gradientes em regiões específicas na geometria; • Sugerir medidas de controle, mudanças de design, etc. Via simulação numérica. • Analisar o tempo necessário, em que intensidade, se alcança o equilíbrio térmico; • Etc... www.mat.uel.br/ercirilo