ÉMILE DURKHEIM
Émile Durkheim nasceu na cidade de Épinal (região de Lorena, França) no dia 15 de abril de
1858. Faleceu em Paris, capital francesa, em 15 de novembro de 1917. É considerado, junto com Max
Weber, um dos fundadores da sociologia moderna.
O fato social
Durkheim parte da ideia de que o indivíduo é produto da sociedade. Como cita Aron, “[...] o
indivíduo nasce da sociedade, e não a sociedade nasce do indivíduo” (2003, p. 464). Logo, a sociedade
tem precedente lógico sobre o indivíduo. Durkheim definiu como objetivo da sociologia o fato social, o
entende como fato social, “[...] todos os fenômenos que se dão no interior da sociedade, por menos que
apresentem, com certa generalidade, algum interesse social” (DURKHEIM, 1999, p. 1). Porém, dessa
maneira poderíamos ver todos os acontecimentos como sendo um fato social, pois como Durkheim “[...]
todo o indivíduo come, bebe, dorme, raciocina, e a sociedade tem todo o interesse em que essas
funções se exerçam regularmente” (DURKHEIM, 1999, p. 1). Logo, se considerarmos esses objetos
como sendo fatos sociais a sociologia perde o seu domínio próprio. Assim, “[...] só há fato social quando
existe uma organização definida” (DURKHEIM, 1999, p. 4), como regras jurídicas, dogmas religiosos,
morais, etc.
Dessa maneira, fato social, é, [...] toda maneira de fazer, fixado ou não, suscetível de exercer
sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de
uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente de suas
manifestações individuais. (DURKHEIM, 1999, p. 13).
Os fatos sociais tem três características fundamentais:

Generalidade: é a comunhão no pensar, agir e sentir de um grupo de pessoas. Todos tem os
‘mesmos’ comportamentos, seguem os mesmos parâmetros e limites.

Exterioridade: é aquele fato que este intrínseco no indivíduo. Mesmo que o indivíduo queira roubar,
matar ou cometer qualquer ato ilícito, ele não o fará, mas não por que está proibido pela lei para tais
atos, mas por estar acima de sua vontade o limite do que pode ou não ser feito.

Coercitividade: É a obrigação do indivíduo a seguir determinada orientação, conceito ou norma já
preestabelecida pela sociedade (Estado).
O suicídio
O suicídio como problema contemporâneo atravessa civilizações, nações passam por
problemas, as pessoas sofrem de depressão e veem como última alternativa o suicídio. Ato improvável
e indireto. O ser humano é um ser suicida. Duvido de seis bilhões de seres humanos na terra, qual não
pensou em suicídio.
O suicida sabe o que vai acontecer, como ira lesar o seu ato, qual será o resultado de sua
ação. Durkheim procura explicar que o suicídio além de uma causa psicológica, psicopatológica ou
mesmo causa de imitação, também possui causa social. Durkheim distingue 3 tipos de suicídio:
suicídio egoísta: quando o indivíduo não está integrado à instituição, sente separado da sociedade,
distante das correntes sociais. Não existe integração o indivíduo não se sente parte integrante do grupo
ou redes sociais que regulam as ações e imprimem disciplina e ordem (família, religião, trabalho, etc.),
os indivíduos apresentam desejos que não podem satisfazer-se. Quando esse egoísmo acaba
frustrando-se leva as ondas sociais de suicídio. Também pode aparecer quando a pessoa se desvincula
das redes sociais, sofrendo de depressão, melancolia, e outros sentimentos.
suicídio altruísta: é o oposto do suicídio egoísta, o suicida altruísta se revela quando o indivíduo se
identifica com uma causa nobre, com a coletividade, essa identificação deve ser tão intensa que este
acaba renegando a própria vida pela sua identificação. Está excessivamente integrado ao grupo,
frequentemente está regulada por laços culturais, religiosos ou políticos, essa integração acaba sendo
tão forte que o indivíduo acaba sacrificando sua própria vida em favor do grupo (Mártires, Kamikases,
etc.).
suicídio anômico: deve-se a um desregramento social, ocorre depois da mudança na vida de um
indivíduo (ex: divórcio, perda de emprego), o que desorganiza os sentimentos de relação com o grupo
em que não existem normas ou estas perderam o sentido. Quando os laços que prendem os indivíduos
aos grupos se afrouxam.
Solidariedade mecânica
A solidariedade mecânica prevalece naquelas sociedades ditas "primitivas" ou "arcaicas", ou
seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por clãs. Nestas sociedades, os indivíduos que
a integram compartilham das mesmas noções e valores sociais tanto no que se refere às crenças
religiosas como em relação aos interesses materiais necessários a subsistência do grupo, essa
correspondência de valores assegura a coesão social.
Solidariedade orgânica
De modo distinto, existe a solidariedade orgânica que é a do tipo que predomina nas
sociedades ditas "modernas" ou "complexas" do ponto de vista da maior diferenciação individual e
social (o conceito deve ser aplicado às sociedades capitalistas). Além de não compartilharem dos
mesmos valores e crenças sociais, os interesses individuais são bastante distintos e a consciência de
cada indivíduo é mais acentuada.
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