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O TURISMO CULTURAL COMO FATO GERADOR E DE
SUSTENTABILIDADE DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Esilaine Aparecida Tavares Pavan - Uni-FACEF
Barbara Fadel – Uni-FACEF
INTRODUÇÃO
A Revolução Industrial trouxe um intenso processo de urbanização para as
sociedades, com o deslocamento de multidões de pessoas para os centros urbanos,
esvaziando os campos e deslocando o eixo de produção cultural. Passaram as
cidades a forjar novos valores e a construir novas identidades.
As viagens sempre estiveram relacionadas a momentos históricos, e atrelada
à situação social e econômica da vida do ser humano. Com o avanço tecnológico,
através dos tempos, proporcionou-se ao homem facilidades e motivações de
viagens, que influenciaram para o desenvolvimento da atividade turística em várias
regiões do mundo. Somente no século XVIII, na Inglaterra, o turismo começou a se
desenvolver como atividade econômica e a se fazer conhecido como uma forma de
viagem em que as pessoas buscavam o prazer, a satisfação da curiosidade, o
tratamento médico, como meio de complementar a educação ou por motivos
culturais.
Em 1844, Thomas Cook cria o sistema de viagem em grupo, que reduz
custos. Cem anos depois, por volta de 1950, outros acontecimentos impulsionam o
turismo como o aumento do número de proprietários de veículos, crescimento do
transporte aéreo, cruzeiros marítimos e férias remuneradas. Segundo Dias (2003),
os destinos mais visitados do mundo não possuem características iguais - cada uma
das regiões tem suas peculiaridades, seus atrativos. Desta forma, entende-se que se
faz necessário mensurar o potencial turístico de cada região, a fim de identificar os
motivos que levam uma cidade a transformar-se em um destino de turismo.
Em relação as questões culturais, a qualidade na formação profissional é que
possibilita o conhecimento e o respeito pelas variadas culturas e suas
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características: linguagem, valores e hábitos étnicos, religiosos e econômicos no
mundo. Relacionam-se à gestão de pessoas dois âmbitos: o das interações entre
profissionais e clientes e o das relações internas entre profissionais. É necessário
saber o que é inerente ao trabalho de profissionais do setor turístico como o contato
com as pessoas de culturas diferentes da sua e a qualidade do trabalho profissional
pois esse possibilita o conhecimento e o respeito pelas variadas culturas e suas
características de linguagem, valores e hábitos, ainda mais por haver tantos conflitos
étnicos, religiosos e econômicos.
Para Dias (2003, p.88-90) “o turismo cumpre um papel dinamizador que
atinge vários setores da economia, gerando assim alguns efeitos econômicos” A
Cultura local e as diversas atividades correlatas constituem uma fonte direta e
indireta de geração de novos investimentos e postos de trabalho
Dias (2003, p. 48-50) cita que embora desenvolvimento sustentável seja um
conceito amplamente utilizado, não existe uma visão única do que ele seja. Para
alguns, alcançar o desenvolvimento sustentável é obter o crescimento econômico
contínuo por meio de manejo mais racional dos recursos naturais e a utilização de
tecnologia mais eficiente e menos poluente. Para outros, o desenvolvimento
sustentável é antes de tudo um projeto social e político destinado a erradicar a
pobreza, elevar a qualidade de vida e satisfazer às necessidades básicas da
humanidade que oferece os princípios e orientações para o desenvolvimento
harmônico da sociedade, considerando a apropriação e a transformação sustentável
dos recursos ambientais. Ou seja, para alguns somente é compatibilizar o meio
ambiente com um crescimento econômico contínuo, mantendo as condições que
produzem e reproduzem as relações de exploração, hierarquização e dominação
que permitem a apropriação da capacidade produtiva social por alguns homens.
Para outros, implica novas bases nas quais se sustenta a civilização, pela
construção de uma nova racionalidade ambiental, que coloque como sentido e fim
da organização social produtiva o bem-estar material do ser humano e seu
desenvolvimento espiritual, ou seja, nível de vida e qualidade de vida,
respectivamente.
Pretende-se demonstrar com este trabalho a relevância do tema proposto, a
necessidade de manter a cultura local e o desenvolvimento da região, sem perder de
vista suas raízes, que fará com que gerações consigam sobreviver e desenvolver
cada vez mais o turismo de determinada região.
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REFERENCIAL TEÓRICO
A EMBRATUR (2009) relata que o Turismo, como atividade econômica,
deve ter seu desenvolvimento planejado, para que seu potencial e necessidades
sejam gerenciadas e se transformem em estratégias que conduzam à inserção do
patrimônio natural, histórico e cultural no circuito econômico, evidentemente sem
haver exploração predatória.
O local que possui potencial turístico pode desenvolver a atividade turística,
proporcionando, assim, benefícios para a localidade, tais como a valorização
cultural, a geração de renda, a preservação do meio ambiente, o desenvolvimento
da infra-estrutura básica e turística. Porém, é necessário que seja feito um
planejamento turístico da região, caso contrário, o crescimento desordenado da
atividade pode gerar problemas. Segundo Trigo (1998, p. 25) "a exploração
irracional, baseada exclusivamente nas regras de mercado, pode trazer prejuízos
irreparáveis a regiões geográficas e a grupos humanos”.
O turismo proporciona à comunidade desenvolvimento econômico com
diminuição do desemprego e novas possibilidades de mercado de trabalho;
desenvolvimento social com a melhoria da infra-estrutura local e melhoria de vida da
população; desenvolvimento cultural, pois estimula o interesse da comunidade com
sua própria cultura, tradições, costumes, folclore, e pelo seu patrimônio edificado,
“uma vez que os elementos culturais de valor para os turistas são recuperados e
conservados, para que possam ser incluídos na atividade turística” e o “intercâmbio
cultural” que proporciona à comunidade adquirir novas experiências junto aos
visitantes.
Já para Ruschmann (1999, p. 139) que não menciona potencial turístico e
sim oferta turística, "a característica mais marcante da oferta turística é sua
heterogeneidade, e se constitui da justaposição de bens e serviços oferecidos aos
turistas e consumidos por eles. Esses bens e serviços são agrupados em duas
categorias de oferta :
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- As atrações que são os recursos naturais, socioculturais e tecnológicos, também
chamados de oferta diferencial, porque da sua diversidade depende o seu grau de
atratividade. Mercadologicamente, são responsáveis pela escolha do turista por uma
destinação em detrimento de outra.
- Os equipamentos e serviços (ou "facilidades"), corresponde aos alojamentos,
serviços de alimentação, de entretenimentos, de transporte para a localidade e
dentro dela, responsáveis pelo maior ou menor tempo de permanência do turista, de
acordo com sua qualidade e preço. Também são chamados de elementos da oferta
técnica, considerada específica, quando se relaciona aos serviços eminentemente
turísticos, e geral, quando seus componentes atendem à população como um todo e
correspondem aos equipamentos da infra-estrutura do local."
Há uma dimensão intangível no setor de serviços que envolve a relação com
a pessoa que lhe presta o serviço. A pensar no setor turístico e, mais
especificamente no de hospedagem, a sutileza das emoções e atitudes envolvidas
traduzidas em conceitos de hospitalidade e acolhimento e a importância das
pessoas que fazem o atendimento potencializam-se.
O desenvolvimento da cultura e do turismo cultural, numa perspectiva
integrada
com
outros
setores,
deve
fazer
parte
de
qualquer
plano
de
desenvolvimento local ou regional, no qual a colaboração estratégica entre a
administração pública e as empresas privadas assumem um papel significativo.
Conforme Dias (2003) é necessário que as Cidades invistam em sua infraestrutura cultural, no setor produtivo da Cultura e no desenvolvimento dos recursos
humanos para satisfazer as necessidades de desenvolvimento. Deve-se incentivar a
participação dos cidadãos nesse processo e desenvolver o próprio potencial de seu
setor e as organizações culturais.
Desde o início dos anos 90 a expressão “turismo sustentável” passou a ser
usada com freqüência. Segundo Swarbrooke (2000), ela encerra uma abordagem do
turismo que reconhece a importância da comunidade local, a forma como as
pessoas são tratadas e o desejo de maximizar os benefícios econômicos do turista
para essa comunidade. Esse conceito foi reconhecido no Green Paper on Tourism
publicado em 1995, pela União Européia.
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Verifica-se então a necessidade de mensuração do potencial turístico, e
também a sua conceituação através de métodos, técnicas e fórmulas para o Turismo
acontecer de uma maneira padrão, facilitando o seu desenvolvimento por meio de
processos que o tornem mais eficaz, promissor e empreendedor.
JUSTIFICATIVA
A pesquisa abordará o tema O Turismo Cultural como fato gerador e de
sustentabilidade do Desenvolvimento Regional, o qual identificará o potencial
turístico cultural e suas atividades, para que haja conscientização da população, dos
empreendedores locais e órgãos públicos, fazendo com que ocorra desenvolvimento
do turismo cultural regional.
Para tanto é necessário que o poder público interfira nas atividades
turísticas, junto à população, pois essas atividades estão ligadas diretamente ao
comportamento sócio-econômico da comunidade, onde para algumas localidades a
atividade turística poderá vir a ser a maior fonte de renda dessas pessoas.
A questão do desenvolvimento se mostra pouco mais complexa, já que
se refere à elevação do nível de vida da população, podendo segundo Furtado
(1980, p.65 e 67) promover situações antagônicas.
Existe ainda o conceito de desenvolvimento auto-sustentado, onde
ocorre uma série de transformações da sociedade que se realizam em cadeia de
forma auto-sustentada. Uma vez desencadeado, o processo de desenvolvimento
apresenta uma seqüência de fases criando cada uma delas condições para a fase
seguinte. Os indicadores econômicos e sociais devem apresentar um processo
duradouro de transformação da sociedade (ClEMENTE e HIGASHI, 2000, p. 131).
Para que uma Cidade seja considerada com potencial turístico,
primeiramente deve existir um levantamento dos seus recursos, tanto naturais,
quanto culturais, pois, ao se promover a localidade, os responsáveis pelo
planejamento turístico devem ter conhecimento sobre a área em questão.
Ao se definir os atrativos de uma localidade o primeiro passo é se fazer
um levantamento considerando: bens culturais, dados da história, topografia,
personagens e lendas, músicas e danças típicas, gastronomia típica, festas e
comemorações, artesanato e as condições de patrimônio natural, da infra-estrutura e
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da estrutura turística já existente na localidade (MOLETTA e GOIDANISH, 2000,
p.52).
OBJETIVOS
Aprofundar o conhecimento sobre o desenvolvimento turístico cultural
regional, objetivando a conscientização e participação da população, afim de trazer a
região uma forma de usar sua Cultura, para o desenvolvimento econômico com a
participação da comunidade. A participação da população é condição essencial para
a manutenção e utilização de sua cultura e alavancar o desenvolvimento regional na
qual está inserida.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Há muitas abordagens potenciais diferentes para o desenvolvimento de
formas mais sustentáveis de turismo cultural, onde fica claro a necessidade de:
- Diagnosticar os atrativos culturais da localidade;
- Analisar iniciativas locais, onde o controle local é um elemento-chave da ideologia
do turismo sustentável;
- Pontuar culturas emergentes, onde o turismo cultural dependerá de se reconhecer
e promover culturas modernas emergentes, em vez de simplesmente continuar a
promover fontes culturais há muito estabelecidas;
- Identificar modelos de benefícios locais, ou seja, demonstrar os benefícios
econômicos, sociais e ambientais do turismo cultural para a comunidade local.
PROBLEMA
Como potencializar o turismo Cultural de uma determinada região a
desenvolver atividades turísticas auto-sustentáveis?
METODOLOGIA
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Considerando o critério de classificação de pesquisa apresentada por Gil
(1997 p. 45): “Com relação às pesquisas, é usual a classificação com base em seus
objetivos gerais. Assim é possível classificar as pesquisas em três grandes grupos:
exploratórias, descritivas e explicativas”.
GIL (1997, p. 45) complementa que: “embora o planejamento da pesquisa
exploratória seja bastante flexível, na maioria dos casos assume a forma de
pesquisa bibliográfica ou de estudo de caso”.
Como esta pesquisa envolve pesquisa bibliográfica, esta se encarregará de
nos colocar em contato direto com as obras publicadas por diversos autores sobre o
assunto em questão, tendo a análise dos dados coletados por finalidade, a
exploração e análise do objetivo a ser pesquisado.
Para por contraste aos dados obtidos da pesquisa bibliográfica proponho uma
pesquisa de campo, a qual se baseará em uma observação direta através da
elaboração de perguntas fechadas com organizações que tem como filosofia a
responsabilidade social, que serão formuladas a posteriori, dentro da linha de
raciocínio do estudo.
Será realizada uma pesquisa bibliográfica, descritiva e exploratória, a fim de
analisar os conceitos e definições de Cultura local e regional, de turismo sustentável
e de métodos pertinentes à demonstração de realidade atual de uma determinada
localidade, até então tidos como certos para mostrar a realidade atual desses locais.
CONCLUSÃO
A atividade turística no Brasil vem crescendo de forma rápida, porém,
ainda pouco organizada. Hoje se trabalha os mais variados segmentos de turismo, o
que a tempo atrás ainda não era muito explorado. Nunca se falou tanto em
ecoturismo, turismo rural, agroturismo, turismo cultural, turismo religioso; enfim o
país está aprendendo a diversificar o seu produto de tal forma a atender os mais
variados públicos.
O Brasil é um dos países com maior potencial natural e cultural para a
prática do turismo; é preciso agregar valores a essa riqueza para que a atividade
turística seja explorada de forma adequada de acordo com a identidade local, para a
captação de recursos financeiros tanto para o empreendedor como para a
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população local que se desenvolve econômica e socialmente com a prática do
turismo no país mais respectivamente em seu local de origem.
REFERÊNCIAS
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Ministério
da
Fazenda.
Disponível
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CLEMENTE, Ademir; HIGACHI, Hermes Y. Economia e Desenvolvimento
Regional. São Paulo: Atlas, 2000.
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EMBRATUR. Disponível em: http://embratur.gov.br. Acesso em: 04 de abril de
2009.
FURTADO, Celso. Pequena Introdução ao Desenvolvimento: Enfoque
Interdisciplinar: São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1980.
GIL, Antonio Carlos. Metodologia do ensino superior. São Paulo: Atlas,
1997.
IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira,
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LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da
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MOLETTA, V.F.; GOIDANICH, K.L. Turismo Rural. PortoAlegre:SEBRAE/RS,
2000.
392
REJOSWISKI,
Mirian.
Turismo
e
Pesquisa
Cientifica:
Pensamento
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RUSCHMANN, Doris Van de Meene. Turismo e Planejamento Sustentável:
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SWARBROOKE, John. Turismo sustentável: conceitos e impacto ambiental.
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SWARBROOKE, John.. Turismo sustentável: turismo cultural, ecoturismo e
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TRIGO, Luiz Gonzaga Godoy. Turismo como aprender, como ensinar. 2.
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__________. A Sociedade pós industrial e o profissional em turismo.
Campinas: Papirus,1998.
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