www.brasileconomico.com.br mobile.brasileconomico.com.br PUBLISHER RICARDO GALUPPO DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA DIRETOR ADJUNTO RAMIRO ALVES Henrique Manreza TERÇA-FEIRA, 20 DE MARÇO, 2012 O ANO 4 | N 645 | R$ 3,00 “Descabida e antidemocrática” Aposta arriscada Foi assim que o ex-ministro Roberto Rodrigues classificou a ameaça do Planalto de vetar o Código Florestal. ➥ P8 Videolar vai inaugurar fábrica para entrar num mercado em que a oferta é maior do que a demanda. ➥ P25 Só três países em crise pagam mais do que o Brasil para rolar dívida Ao tentar conter a entrada de dólares no país, o governo tem uma missão quase impossível, já que os rendimentos oferecidos por títulos da dívida pública são muito atraentes: 12,55% ao ano, só inferiores aos de Grécia, Portugal e Paquistão. ➥ P38 Sérgio Lima/Folhapress “O mercado não aceita mais aumento de preços”, diz Furlan O ex-ministro Luiz Furlan, do conselho de administração da Brasil Foods, diz, em entrevista ao BRASIL ECONÔMICO, que o principal foco será a revisão dos custos de produção, e não o repasse ao consumidor . ➥ P24 FALTAM 92 RIO + 20 dias Rio+20 começa a definir “o futuro que queremos” O BRASIL ECONÔMICO inicia hoje uma série de reportagens semanais sobre a reunião que vai reunir chefes de Estado para discutir desenvolvimento sustentável, em junho, no Rio. ➥ P4 Livre dos celulares, Apple anuncia que Por que, afinal, o Motorola Solutions vai recomprar Estaleiro Atlântico cresce 25% ao ano US$ 10 bi em ações Sul não deslancha Um ano depois da separação, área de soluções cumpriu suas metas e agora quer diversificar. ➥ P32 A empresa mais valiosa do mundo vai distribuir dividendo de US$ 2,65 por ação. ➥ P33 Brigas entre sócios e erros de gestão nos projetos ameaçam a sobrevivência da empresa. ➥ P26 Correr faz bem à saúde e à carreira Além de cuidar do bem-estar, atividade física permite novos contatos profissionais e integra a equipe e superiores em ambiente informal ➥ P42 INDICADORES TAXAS DE CÂMBIO Dólar comercial (R$/US$) Euro (R$/€) JUROS Selic (ao ano) BOLSAS Bovespa — São Paulo Dow Jones — Nova York FTSE 100 — Londres 19.3.2012 COMPRA VENDA 1,8090 2,3945 1,8110 2,3955 META EFETIVA 9,75% VAR. % 0,07 0,05 -0,07 9,65% ÍNDICES 67.730,31 13.239,13 5.961,11 Procura-se um novo presidente para a filial do HSBC Sem maiores explicações, Conrado Engel deixa o comando do banco, num momento de indefinição sobre os rumos da instituição no mundo. ➥ P39 2 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 CARTAS OPINIÃO Avanço Acho louvável a medida do Procon-SP descrita no texto “Americanas.com, Submarino e Shoptime serão suspensos” (publicado pelo BRASIL ECONÔMICO Online em 14/3/12). Fui vítima de um dos sites de compras em 2010. Não entregaram a mercadoria que comprei e, em vez de devolverem meu dinheiro, deram-me um vale para outra compra. Quando tentava comprar uma mercadoria com valor maior que o vale e tentava pagar a diferença com cartão de crédito, o sistema do site ficava louquinho. Gerava valores negativos. Por fim, comprei mercadorias de valores menores que o vale e o sistema aceitou. Mesmo assim perdi R$ 120. José Pires São José dos Campos Murillo de Aragão Cientista político e presidente da Arko Advice Pesquisas Fotos: divulgação A reportagem “Quatro mudanças podem reduzir em 51% custo para abrir empresa” (publicada em 13/3/12) deixa claro que, infelizmente, há muitos empecilhos encontrados pelos empreendedores no Brasil. Aqui no município de Sinop temos a Secretaria de Meio Ambiente Estadual (Sema) que se o empresário depender de um laudo dela, desiste de abrir seu negócio. Como somos uma região produtora de madeira, algumas empresas madeireiras tem esperado até um ano para receber laudo ambiental. Isso sem mencionar o Corpo de Bombeiros que não tem contingente suficiente para fazer vistorias — o que encarece o processo. Celso Adão Sinop (MT) Alex Atala Dono do DOM, restaurante nº 1 do Brasil Dono do melhor restaurante do Brasil, o chef Alex Atala volta a mostrar a versatilidade que lhe deu fama. Em maio, na Virada Cultural, Atala vai cozinhar em cima do Minhocão, em São Paulo. Retrocesso ERRATA Diferentemente do que constou no artigo de Augusto Braúna Pinheiro “Quando começar a poupar?”, publicado no dia 29 de fevereiro, no exemplo de contribuição a planos de previdência em que o autor coloca o valor de R$ 446,1, o correto é R$ 446,1 mil. Pelé Ex-jogador brasileiro Depois de se autoproclamar ‘bombeiro’ da Copa, Pelé está tendo que acionar o extintor para defender seu nome, com o escândalo de fraude envolvendo projeto em Angola que divulgou. CONECTADO [email protected] Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia TxTLater Stress Reducer ImpostoBR Quem tem agenda repleta de compromissos e dificuldade em lembrar de datas e convenções pode dispor do aplicativo que permite programar o dia e horário de envio de mensagens de texto e e-mail. Com ele, é possível enviar cartões de aniversário, boas festas e de congratulações para várias pessoas ao longo ano, entre outras facilidades. Quem não gosta de descansar ao som tranquilizante do mar? Mas, se não é possível trazer a praia para o escritório, pelo menos o barulho do movimento das ondas pode ser reproduzido pelo celular, graças ao aplicativo de 4,1 MB. O programa gratuito traz ainda uma série de imagens de conchas, cada uma com sons distintos. Depois, é só encostar o ouvido no aparelho e relaxar. Calcular o Imposto de Renda devido e os percentuais dos tributos federais que insidem na compra de vários artigos se tornou uma tarefa simples e rápida para quem faz o download do aplicativo. Por ele é possível descobrir a carga tributária de diversos produtos, desde uma resma de papel até um avião, por exemplo. US$ 9,99 Para BlackBerry Grátis Para iPhone e iPod Touch Grátis Para iPhone e iPod Touch Texto alinhado à sfdfesquerda, sem hifenização, Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP). falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda, E-mail: [email protected] texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX espaço ou clareza, BRASIL ECONÔMICO reserva-se o direito de editar as cartas recebidas. Mais cartas em www.brasileconomico.com.br Presidencialismo de coalizão Muitos já ouviram falar do termo “presidencialismo de coalizão”, cunhado pelo brilhante cientista político Sergio Abranches. Poucos talvez saibam como o sistema funciona na prática. A ideia do presidencialismo de coalizão se assenta em dois pilares: o papel do presidente e a existência de coalizões partidárias que sustentam o governo. Ao colocar a fórmula em movimento, os partidos da coalizão participam do governo quase que de forma semiparlamentarista e, ao mesmo tempo, oferecendo a maioria de que dispõem no Congresso para apoiar a agenda do presidente. O presidencialismo de coalizão é um modelo que vem sendo aplicado desde a redemocratização. Fernando Collor tentou governar de modo diferente. Rendeu-se, ainda que tarde, à fórmula, mas não escapou do impeachment. Para que serve esse sistema? Na prática, o presidencialismo de coalizão serve para: dar governabilidade ao presidente; assegurar a aprovação das principais propostas do Planalto no Congresso; e evitar que a oposição paralise politicamente o governo com pedidos de investigação. Se o modelo de presidencialismo de coalizão não conseguir assegurar tais condições, não irá funcionar. E, pior, será gerador de crises que, no mínimo, impactarão a governabilidade e, no máximo, inviabilizarão o governo. O Brasil vive hoje uma crise em seu presidencialismo de coalizão. A crise, mais do que anunciada desde o final da campanha de Dilma, agravou-se pela incompatibilidade entre a gestão política do governo e as expectativas dos aliados. Na gestão Lula, tanto por sua imensa popularidade quanto pela certeza de que poderia prolongar o “lulismo” com a eleição de Dilma, as diferenças e incompatibilidades foram abafadas em nome do continuísmo. Hoje, a situação é diferente. As fissuras verificadas na campanha de 2010 prosseguem sendo ampliadas. A divisão ministerial, a distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões e os cortes de despesa aprofundaram a cizânia. O diálogo político, que seria o paliativo para as diferenças, não é aplicado eficientemente. A crise no presidencialismo de coalizão sinaliza que não vale apoiar a fórmula governista no primeiro turno O núcleo do governo parece distante e insensível aos reclamos da política. Ainda que não caiba fazer juízo de valor acerca do que se pede, o fato é que existe um jogo político sendo jogado que, para funcionar bem, deve manter os sócios do governo satisfeitos. Os focos de atrito estão em todos os partidos da base. Caso o conflito não seja reduzido a limites toleráveis, o cenário é de derrotas no Congresso; de apoios relativizados; de dissidências crescentes; e, ainda, de real possibilidade de racha na base política do “lulismo”. O que acontece em São Paulo, em torno dos movimentos de José Serra, é uma amostra de como poderá ser em 2014. A crise no presidencialismo de coalizão sinaliza que não vale apoiar a fórmula governista no primeiro turno, já que os ganhos políticos não são assegurados.Aparentemente, o movimento de tensão e conflito com a base pode ser planejado e visaria “emagrecer” a coalizão, expulsando os parceiros indesejáveis, ou decorreria apenas da incapacidade política de gestão? Seja qual for a causa, os efeitos nunca serão agradáveis. ■ NESTA EDIÇÃO No rastro da Le Lis Blanc A marca masculina de moda Noir, Le Lis — irmã mais nova da feminina Le Lis Blanc — planeja contar com 18 unidades pelo país até o fim do ano. A primeira será inaugurada em abril, em São Paulo. ➥ P37 QG Propaganda reforça o time na área digital Agência está investindo R$ 1 milhão para integrar departamentos e contratou três executivos especializados em web para atender a expansão da demanda. ➥ P35 Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 3 MOSAICO POLÍTICO Andrea Matarazzo Secretário estadual de Cultura de São Paulo PEDRO VENCESLAU [email protected] Wilson Dias/ABr Água: escassez e conflitos Já está claro que a natureza, em sua complexa dinâmica, impõe limites à forma com que a sociedade industrial consome seus recursos. Este problema se agrava à medida que avançamos nos processos sociais inclusivos, garantindo bens de consumo e qualidade de vida para amplas parcelas de população. Este é um paradoxo dramático da nossa era. Temos nesta semana o Dia Internacional da Água, no dia 22 de março. Mais do que comemorar, há motivos para refletir. Tanto nas cidades como nas áreas rurais, as águas cumprem uma série de funções de interesse social, econômico e ambiental. A sociedade tem interesse em que se garanta água abundante e de qualidade para diferentes usos, mas nem sempre isso tem sido possível. É preciso muito conhecimento técnico, estruturas administrativas modernas e ágeis, além de grande capacidade de gerenciar conflitos para que se possa garantir, em cada bacia hidrográfica, água para abastecimento público, agricultura, indústrias, produção hidrelétrica, lazer e biodiversidade. Quando as funções da água entram em conflito, é preciso que governos e usuários em geral atuem com procedimentos muito articulados A hora e a vez de Aloizio Mercadante Nesses tempos de turbulência em Brasília, um ministro se aproxima cada vez mais do entorno de Dilma: Aloizio Mercadante, da Educação. Apesar dos problemas pontuais na pasta, como as recentes denúncias de que instituições de ensino estão cobrando preços diferenciados para bolsistas do Fies (Programa de Financiamento Estudantil), ele está em alta no Palácio do Planalto. Hoje a presidente estará no lançamento do Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo), o que garantirá uma agenda positiva para ambos. Mercadante também foi "convocado" para viajar com Dilma para a India na semana que vem, quando acontecerá a reunião dos Brics em Nova Déli. Mas apesar do bom momento, o ministro está sendo cobrado por mais engajamento na cambaleante campanha de seu antecessor, Fernando Haddad, em São Paulo. Sobre o assunto, Mercadante não fala nem por decreto. ■ Pré-sal na educação: ministro é mais incisivo que Haddad Serra faz 70 anos sem festa nem badalação Durante almoço com empresários do Lide (Grupo de Líderes Empresariais) ontem em São Paulo, Mercadante reforçou um discurso que o diferencia de seu antecessor: a defesa enfática do uso dos recursos do pré-sal para a educação. “Estou nesse debate há muitos anos. Mantenho a mesma visão”. Em vez de transformar a data em uma festa eleitoral, o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo José Serra completou ontem 70 anos sem nenhuma badalação. Quem conhece o tucano de perto diz que ele não quer publicidade em torno da idade. Ele terá 76 anos na eleição de 2018. CURTAS ➤ ● Considerado o mais católico dos ministros da Esplanada, Gilberto Carvalho foi escalado por Dilma para comandar a comissão especial criada para organizar os preparativos da visita do Papa ao Brasil em julho de 2013. ➤ ● Primeiro-ministro, Mario Monti, reúne-se com representantes de sindicatos patronais e dos trabalhadores para negociar mudanças na legislação que visam combater falta de emprego. ➥ P45 A presidente Dilma Rousseff enfrenta problemas também nas franjas do Congresso Nacional. Hoje, deputados do PTB e do nanico PSC, que pelo menos por enquanto são aliados do governo, se reúnem para debater a ideia de imitar o PR e deixar a base governista. Se a moda pega... Educação para reduzir déficit profissional ➤ ● Italianos discutem reforma trabalhista Em artigo, Antoninho Marmo Trevisan defende aumento nos recursos destinados ao ensino brasileiro dos atuais 5,1% do PIB para a média anual dos países da OCDE — que gira em torno dos 7%. ➥ P47 Na quinta-feira, o PV terá seus 5 minutos de TV em rede nacional. A ex-sigla de Marina Silva deve usar o tempo para promover seus prefeituráveis e bater no Código Florestal. ➤ ● Piada sem graça que circula nos corredores do Congresso. “Essa base aliada nem a Ideli...Salvatti”. PRONTO, FALEI “A decisão é da família. Com essa classificação indicativa, caberá aos pais a decisão de deixar seus filhos assistirem a um programa não indicado para menores de 18 anos” ➤ ● A sugestão é do senador Roberto Requião (PMDB-PR): imunidade para senadores e deputados que denunciarem atos de corrupção contra o patrimônio público. ➤ ● Não se fala de outra coisa no Palácio do Planalto. Os funcionários foram convidados para assistir, na quinta-feira, ao filme “O Palhaço”. José Eduardo Cardozo Ministro da Justiça, sobre a classificação indicativa da TV ➤ ● Renato Araújo/ABr Especialmente em nossas cidades, as águas sofrem de uma série de males. O crescimento urbano no país deu-se sem que tenhamos a infraestrutura necessária. Ainda que em muitas cidades, como São Paulo, o abastecimento de água de qualidade alcance praticamente 100% das casas, a coleta e tratamento de esgotos ainda exige anos de investimentos. Em São Paulo, temos também um exemplo marcante de conflito pelo uso da água: ela é tão necessária para o abastecimento público quanto para a produção energética. Numa situação em que não há água abundante para todas as funções, é preciso decidir qual destes usos será prioridade. Ambos são interesses legítimos, com forte respaldo em necessidades sociais. A Represa Billings foi construída há mais de 90 anos para reservar águas para produção energética na Usina de Henry Borden. Mas, com o passar dos anos, a represa passou a ser muito importante também na garantia de água para o abastecimento da população metropolitana. Tendo as cidades crescido de forma tão extraordinária, a presença de uma represa passou a ser preciosa para o lazer, paisagem, qualidade urbana. Aliás, todas as grandes cidades no mundo usufruem e valorizam-se pela proximidade de águas. Porém, e aí está o conflito, para que a represa tenha água o suficiente para que uma parcela seja enviada à Usina de Henry Borden (e com isso se produza energia), é preciso alimentá-la com as águas do Rio Pinheiros e do Rio Tietê. Como as águas destes rios estão poluídas, ao enviá-las para a Billings reduzimos a possibilidade de captação para abastecimento. O quadro fica mais complexo se pensarmos que, hoje, a qualidade do Rio Pinheiros pode ser muito melhorada, se parte das águas da Billings corresse seu curso original, ou seja, circulasse desde a represa em direção ao Rio Tietê, diluindo a poluição e trazendo alívio para a cidade. Quando as funções da água entram em conflito, é preciso que os governos, os vários usuários das águas e a sociedade em geral atuem com procedimentos muito articulados e compactuados para enfrentá-los. ■ A exibição do longa será no Anexo I do Palácio do Planalto e está marcada para às 16hs, quando o Congresso estará pegando fogo. O evento contará com a presença de todo elenco. Assim que o filme terminar, Selton Mello e cia darão uma passada no gabinete da presidente Dilma. 4 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 DESTAQUE ESPECIAL RIO+20 Editora: Elaine Cotta [email protected] Ueslei Marcelino/Reuters Rio +20 vai definir ‘O futuro que queremos’ Em passagem pelo Brasil, Sha Zukang, secretário da ONU para a Rio+20, mostrou otimismo para conferência Desafio é trazer resultado mais significativo que o de conferências anteriores Gabriela Murno, do Rio [email protected] A exatos três 92dias meses da Rio +20, foram retomadas ontem, em Nova York, negociações para a elaboração do “rascunho zero” do documento intitulado “O Futuro que Queremos” e que norteará a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. A rodada, que vai até 27 de março, pretende diminuir polêmicas em torno da declaração final do evento, que acontece entre os dias 20 e 22 de junho, no Rio. Representante da sociedade civil, a ONG Vitae Civilis, classifica o documento produzido até agora como “genérico e fraco”. Para Rubens Born, coordenador adjunto da ONG, o enfoque dado à economia verde é “superficial” e não há avanços em relação ao que foi discutido na Rio 92 e em outros encontros internacionais sobre o tema. “É preciso especificar quais instrumentos deveriam ser utilizados para se chegar a esta economia. ‘O quê’ e ‘o porquê’ foram discutidos em conferências anteriores. Precisamos agora chegar ao ‘como’ e ao ‘quando’”, diz. RIO + 20 FALTAM “ O grau de entusiasmo e compromisso é extraordinário. A ONU chegou ao Brasil com uma série de questões em aberto e a maioria foi resolvida Sha Zukang Rubens aponta outros problemas no documento. “Ele sugere que seja criada uma ouvidoria, mas não se sabe sequer para quê. Além disso, a questão da governança ambiental ainda aparece de forma primária”, critica. O governo brasileiro também cobra melhorias no rascunho. Entretanto, se aprovado pelo Congresso Nacional, o Código Florestal Brasileiro pode ser um dos “calcanhares de Aquiles” da delegação brasileira no encontro (leia na pág.8). Para o Grupo de Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), há urgência na incorporação de normas e padrões internacionais de direitos huma- nos com rigorosos mecanismos de responsabilização. “Aprendendo com os erros dos Objetivos do Milênio, as novas metas sustentáveis devem integrar a ampla gama dos direitos humanos ao desenvolvimento sustentável, e os direitos humanos devem ser a referência para analisar se um desenvolvimento equitativo, inclusivo e sustentável está ocorrendo”, diz. Em sua passagem pelo Brasil, o Secretário-Geral das Nações Unidas para a Rio +20, Sha Zukang, mostrou otimismo quanto aos preparativos para a Conferência. “O grau de entusiasmo e compromisso é extraordinário. A ONU chegou ao Brasil com uma série de questões em aberto e a maioria foi resolvida”, disse. Zukang afirmou ainda que o Host Country Agreement (Acordo do País Anfitrião) deve ser assinado em breve. O acordo, firmado entre o governo brasileiro e a ONU, determina todos os aspectos de cooperação e logística para a realização do encontro. Para Zukang, a crise financeira internacional e o período eleitoral de alguns países, como o próprio Brasil e os Estados Unidos, pode prejudicar a elaboração de metas para a economia verde no mundo, tema que será muito discutido ao longo da Conferência. Sha informou também que uma bandeira da Organização será hasteada, no RioCentro, em cerimônia oficial, dia 5 de junho. A partir de então até o último dia de Conferência, o local será considerado território das ONU. A Rio+20 espera reunir 50 mil pessoas e terá dois eixos de discussão: a economia verde e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. ■ ➔ Com esta reportagem, o BRASIL ECONÔMICO inicia uma série especial que abordará, semanalmente, os principais temas da Rio+20, o mais importante evento global sobre sustentabilidade. DA RIO-92 À RIO+20 1992 1994 Rio-92 ou Cúpula da Terra teve a participação de 172 países. Daí saem os principais documentos que balizam as discussões internacionais sobre o meio ambiente (Convenção do Clima e Biodiversidade, Agenda 21 e Declaração sobre Florestas) Fonte: ONU Primeira Conferência das Partes (COP) sobre biodiversidade 1995 1997 Primeira Conferência das Partes (COP) para redução das emissões de gases do efeito estufa, em Berlim Durante a COP 3, em Kyoto, são adotadas as metas de redução de emissões de gases do efeito estufa para os países desenvolvidos. Os países em desenvolvimento estão desobrigados de adotar metas. No mesmo ano, é criada a Global Report Initiative (GRI), que se torna o padrão mundial para relatórios de sustentabilidade das empresas 1999 Lançado o Índice Dow Jones de Sustentabilidade Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 5 LEIA MAIS ➤ ● A taxa de ocupação da rede hoteleira do Rio para o período da Rio+20 é de 93,80%, índice só alcançado em altas temporadas turísticas, como Carnaval e Réveillon. ➤ ● Os eventos paralelos à Rio+20, como a Cúpula dos Povos, devem reunir entre 10 mil e 15 mil pessoas. O evento acontece de 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, zona sul. ➤ ● Conhecido defensor do crescimento a qualquer preço, o economista João Paulo dos Reis Velloso, hoje com 80 anos, diz que a economia verde é o novo futuro do Brasil. Rodrigo Capote Integrar economia verde com redução da pobreza é o desafio Para Corrêa do Lago, maior desafio é discutir a sustentabilidade de forma ampla Essa é a opinião do embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil para a Rio+20, que defende ainda o fomento a novas tecnologias Martha França [email protected] Dois temas caros ao Brasil serão discutidos na Rio+20: a economia verde ou de baixo carbono e instrumentos de governança para o desenvolvimento sustentável. Aparentemente genéricos, os temas já ecoam as tensões que têm marcado os encontros patrocinados pelas Nações Unidas quando se busca um consenso. O embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe do Brasil para a Rio+20, assinala que a proposta da conferência que será realizada no Brasil é equilibrar o foco da sustentabilidade nos seus três pilares: econômico, social e ambiental. Para Lago, a Rio+20 deverá ir além da conservação de recursos naturais, para mostrar como integrar essa questão à economia, à redução da pobreza e ao fomento de novas tecnologias. “O equilíbrio entre ambiental, social e econômico foi deturpado ao longo dos anos e queremos mostrar que a economia “ O equilíbrio entre ambiental, social e econômico foi deturpado ao longo dos anos e queremos mostrar que a economia verde pressupõe que os três pilares não podem ser dissociados André Corrêa do Lago Embaixador e negociador-chefe do Brasil para a Rio+20 verde pressupõe que os três pilares não podem ser dissociados”, diz, lembrando o que chama de “espírito de Estocolmo”, referindo-se à primeira conferência ambiental da ONU, realizada em Estocolmo, em 1972, e na qual muitos países viam a conservação de recursos como contrária ao desenvolvimento. Nesse contexto, afirma o embaixador, o Brasil defende uma estrutura de governança ambiental transversal, no mais alto nível, com a participação de organismos financeiros como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC). Em contraposição, a proposta europeia é de criação de uma agência para o meio ambiente, que substituiria o atual Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). “Nós não nos opomos a que o Pnuma seja fortalecido e ampliado, mas tem que ser dentro do contexto do desenvolvimento sustentável e isso seria difícil se for levado em conta só a questão ambiental”, diz Lago. “Eu acredito que as empresas provaram em vários níveis que pode haver um equilíbrio possível entre os três pilares”, afirma. Daí, segundo Lago, existir um forte engajamento do setor privado para ter um papel ativo na Rio+20 e ajudar a avançar em problemas como eficiência energética, redução de emissões de carbono e eliminação de subsídios para práticas insustentáveis, além de mecanismos de mercado para financiar o desenvolvimento sustentado. O governo brasileiro prevê a realização, de 16 a 19 de junho, antes da Rio+20, dos Diálogos Sustentáveis, evento que irá acontecer no Riocentro, o lugar da reunião da cúpula, mas sem caráter deliberativo. A ideia é definir painéis de alto nível relacionados ao desenvolvimento, com temas como energia, segurança alimentar, consumo e agricultura. Para enriquecer as discussões, serão convidados renomados especialistas e ganhadores do Prêmio Nobel. “A ideia é que esses debates tenham efeito sobre a sociedade mundial e brasileira aproveitando a visibilidade da conferência”, diz Lago. ‘É preciso que todos tenham clareza de que essa é a agenda do futuro.” ■ Acessibilidade e inclusão social entram na pauta Serão produzidos documentos em braille e em audiodescrição, além de acessos especiais O governo federal quer se tornar referência em acessibilidade para grandes eventos. Para isso, portadores de necessidades especiais terão acesso a todas as áreas da Rio+20, em junho. 2000 ONU lança as Metas do Milênio, destinadas a erradicar a pobreza e a fome, reduzir a desigualdade de gênero, a mortalidade infantil, combater a Aids e a malária, garantir a sustentabilidade e atingir o ensino básico universal As ações vão envolver não só as pessoas credenciadas, mas todos os participantes dos eventos paralelos, que serão realizados em áreas da Barra da Tijuca, Aterro do Flamengo, Píer Mauá e Quinta da Boa Vista. Haverá duas vertentes: a primeira se refere aos equipamentos físicos e digitais e a segunda pretende ga- 2003 Bancos lançam os Princípios do Equador, incorporando salvaguardas ambientais em projetos de financiamento acima de US$ 50 milhões. Em 2006, os valores são revistos para acima de US$ 10 milhões rantir acessibilidade na própria organização da Rio+20. Para isso, estão sendo contratadas pessoas com deficiência. Além da acessibilidade física, há também a preocupação em relação à acessibilidade de conteúdo nos documentos oficiais da Conferência. Recursos como braille (sistema de leitura para cegos), 2009 close caption (legenda oculta) e em audiodescrição (ao vivo ou gravada) serão utilizados. O governo também pretende que a inclusão social seja uma marca da Conferência. Cerca de 1.000 jovens de comunidades carentes do Rio de Janeiro e 500 universitários serão convidados a participar. Ainda não estão de- finidas todas as áreas em que atuarão, mas atendimento ao público será uma delas. Estes jovens receberão treinamento em meio ambiente, desenvolvimento sustentável e direitos humanos, além de temas específicos da Conferência. Os parceiros para este projeto ainda serão definidos. ■ G.M. 2010 A COP15 em Copenhague une os líderes globais para a criação de medidas contra o aquecimento global. Apesar disso, não há acordo final 2012 Mais de 190 países assinam o Protocolo de Nagoia, como parte da Conferência de Diversidade Biológica, que garante acesso e repartição de benefícios da biodiversidade e também um plano estratégico de ações até 2020 Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável ou Rio+20 vai discutir a governança ambiental e a economia verde 6 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 DESTAQUE ESPECIAL RIO+2O Rio de Janeiro já tem 93% das reservas de hotéis confirmadas Nível de ocupação durante a realização da Rio+20 só se equipara a de eventos como Carnaval e Réveillon Divulgação Gabriela Murno, do Rio [email protected] CRONOGRAMA DA RIO+20 A taxa de ocupação da rede hoteleira do Rio de Janeiro para o período da Rio+20 — de 20 a 22 de junho deste ano — é de 93,80%. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro (Abih-RJ), índices como este só são alcançados em altas temporadas, como as do Carnaval e do Réveillon — transmitidos para o mundo pelas redes de televisão. Em relação às categorias de hospedagens, 94,33% dos hotéis cinco estrelas e 94,40% dos de categoria três e quatro estrelas já estão ocupados. Estes números incluem os bloqueios feitos pela própria organização da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, responsável pela Rio+20. Segundo o presidente da entidade, Alfredo Lopes, o parque hoteleiro de cidades vizinhas, como Niterói e Petrópolis, também está sendo mobilizado, principalmente, para abrigar hóspedes que vem à cidade para eventos paralelos à Rio+20, mas que não têm relação direta com o evento. “Se a pessoa vai para Itaguaí, por exemplo, pode ficar hospedada em Agra dos Reis, não precisa ficar no Rio”, afirma. Ainda segundo o presidente, no próximo dia 27, haverá uma reunião entre a entida- Além da conferência, haverá um conjunto de eventos relacionados FALTAM RIO + 20 92dias Ocupação dos hotéis do Rio de Janeiro é de 93,80% durante a Rio+20 13 A 15 DE JUNHO PrepCom3: última reunião preparatória de onde sairá rascunho do documento final da conferência 16 A 19 DE JUNHO Diálogos com a Sociedade Civil, patrocinado pelo governo brasileiro com negociações e consultas informais entre governos e sociedade civil. Cúpula dos Povos, organizada por entidades da sociedade civil brasileira e internacional. Eventos independentes 20 A 22 DE JUNHO Conferência oficial com chefes de Estado Fonte: ONU de, Ministério do Turismo, Embratur, Itamaraty e Grupo Terra Mar (agência oficial da Rio+20) para discutir como andam os preparativos para o evento. As reservas feitas pelo Comitê Nacional de Organização da Rio+20 (CNO) têm influenciado na ocupação dos hotéis. Segundo o Comitê, cerca de 80 chefes de estado e de governo já confirmaram presença no encontro. A expectativa é que este número chegue a 120. “Além de algumas delegações ainda não terem sido confirmadas, o número de participantes de cada uma varia. A variação combinada com a logística necessária de deslocamento faz com que a seleção dos hotéis seja complicada. É um trabalho de formiguinha”, ressalta Alfredo. A preocupação com a segu- Eventos paralelos também trazem visitantes à cidade Cúpula dos Povos, de 13 a 23 de junho, reunirá entre 10 e 15 mil pessoas no Aterro do Flamengo Os eventos paralelos à Rio+20 também atrairão visitantes. Apenas para a Cúpula dos Povos, o principal evento que acontece na esteira do principal, organizado pela sociedade civil global, são esperadas entre 10 mil e 15 mil pessoas — dos quais farão parte desde grupos de jovens e indígenas até quilombolas. Mas esse tipo de público não deve lotar os hotéis — a expectativa é que eles fiquem acampados, mas o lugar ainda não está definido. Mas boa parte do público desses eventos paralelos não deve lotar os hotéis. A expectativa é que eles fiquem acampados, apesar de o lugar ainda não estar definido A Cúpula dos Povos vai acontecer entre os dias 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo, zona sul do Rio de Janeiro. “Ainda estamos em negociação, porque queremos ficar acampados no próprio Aterro para não fragmentar o grupo”, afirmou Carlos Henrique Painel à Agência Brasil. Carlos é membro do Comitê Facilitador Nacional da Rio+20. Ele lembra que, além dos acampamentos organizados, devem vir ao Rio grupos de outros países da América Latina, que terão dificuldade em encontrar hospedagem. ■ G.M., com agências rança dos líderes é tamanha que as nações confirmadas e seus locais de hospedagem não podem ser divulgados. Apenas o governo espanhol declarou que virá ao evento. A Conferência chegou a ser adiada quinze dias pela presidente Dilma Rousseff para que um número maior de representantes pudessem comparecer. A mudança foi feita para que a Rio+20 não coincidisse com a comemoração dos 60 anos de coroação da rainha da Inglaterra, entre os dias 4 e 6 de junho, pois vários líderes do G20 e de países europeus vão participar da festa britânica. Além disso, países da Ásia pediram para que a Conferência fosse marcada para uma data próxima a reunião do G20, marcada para os dias 18 e 19 de junho, no México. ■ Conferência de Estocolmo criou um marco ambiental Reunião na Suécia deu origem à criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente, no Brasil A Conferência de Estocolmo foi a primeira tentativa de organizar as relações entre o homem e o meio ambiente. O encontro foi realizado em junho de 1972, na Suécia, e reuniu 113 países e mais de 400 instituições governamentais e não governamentais. Os temas discutidos foram a chuva ácida e a poluição. A solução apresentada pelos Estados Unidos, junto com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foi acabar com as atividades industriais de todos os países por um período, já que a indústria é o setor que mais polui o ambiente. A decisão foi contestada pelas nações em desenvolvimento, já que elas tinham a base da economia apenas na industrialização. Por conta deste impasse, a Conferência ficou conhecida pela disputa do “desenvolvimento zero”, defendido pelos países ricos e pelo “desenvolvimento a qualquer custo”, defendido pelos países em desenvolvimento. No final da reunião foi concebido um documento relacionado aos temas ambientais, de preservação e uso dos recursos naturais. Depois de participar da Conferência, o Brasil promoveu a elaboração do decreto que instituiu em 1973 a Secretaria Especial do Meio Ambiente. ■ Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 7 ENTREVISTA JOÃO PAULO DOS REIS VELLOSO Economista e ex-ministro do Planejamento (1969-1979) Wilson Dias/ABr “ Devemos avançar em três áreas: ambiental, agrícola e energética. E abrir uma nova frente para a criação da indústria verde, que já nasce sem emissões ou com baixas emissões de carbono Precisamos mudar o que os economistas chamam de função de produção ou a maneira de produzir Brasil precisa investir em inovação para desenvolver a indústria “verde” Velloso, que chegou a defender a poluição como preço para o crescimento, diz agora que sustentabilidade é o futuro do país Martha França [email protected] Já se foi o tempo em que João Paulo dos Reis Velloso defendia o desenvolvimento econômico a qualquer preço. Um dos estrategistas do chamado milagre econômico brasileiro — ele foi ministro do Planejamento entre 1969 e 1979 — Reis Velloso chegou a ser citado em editorial do The New Yor Times sobre a 1ª Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, em 1972, com a frase “Vamos à poluição.” Naquele momento, o modelo de desenvolvimento brasileiro baseava-se no uso dos recursos naturais considerados infinitos, em sistemas industriais muito poluentes e na intensa exploração da mão de obra barata. Mas o mundo mudou e Reis Velloso, hoje com 80 anos, também. Organizador do Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), ele lançou o livro “A questão ambiental e a Rio+20”, no qual sai em defesa da economia verde que, segundo ele, é “uma grande oportunidade para o Brasil”. O economista diz esperar que a Rio+20, deixe um legado nessa direção ao país. “ Temos um enorme potencial de biodiversidade com a floresta amazônica e não sabemos aproveitar. A estratégia é simples: utilizar a biodiversidade para fazer biotecnologia. Esta é a tecnologia do século 21, que pode se transformar em algo tão importante quanto a informação e comunicação hoje O Brasil está preparado para usufruir da economia verde? Esse é o momento das grandes oportunidades para o Brasil. Devemos avançar em três áreas — ambiental, agrícola e energética — e abrir uma nova frente para a criação da indústria verde, que já nasce sem emissões ou com baixas emissões de carbono. Precisamos mudar o que os economistas chamam de função de produção ou a maneira de produzir. Precisamos criar um sistema de inovação e de pesquisa e desenvolvimento verdes. Nós temos melhorado em inovação, mas ainda não na criação de uma indústria verde. Como essa ideia se aplicaria à agricultura e energia? Nós não apenas temos uma grande tecnologia de agricultura tropical, mas de agricultura de baixo carbono. E temos uma matriz energética que é muito boa porque é constituída principalmente de energias renováveis. Deveremos avançar mais ainda em energias renováveis, aumentando a participação da energia elétrica, além de desenvolver novas tecnologias de biocombustíveis. Temos duas propostas nessa área que vão entrar no centro das discussões. Uma é a opção pela energia elétrica, com a possibilidade de desenvolver, por exemplo, o carro elétrico. Outra é mudar o sistema de transporte público nas grandes metrópoles. Hoje, a base é o ônibus, que não funciona. A proposta que fazemos é mudar para um sistema a base de trens,como metrô e VLT (veículo leve sobre trilhos). Ônibus é ruim. Como o Brasil poderia avançar em pesquisa e desenvolvimento para uma economia verde? Temos um enorme potencial de biodiversidade com a floresta amazônica e não sabemos aproveitar. A estratégia é simples: utilizar a biodiversidade para fazer biotecnologia. Esta é a tecnologia do século 21, que pode se transformar em algo tão importante quanto a informação e comunicação. Existe uma empresa na Ilha do Fundão que produz sabe o quê? Moléculas. Exporta moléculas para as indústrias farmacêutica e agrícola, e aeroespacial. Este é o futuro. Em 1972, na conferência de Estocolmo, o senhor não era um entusiasta da economia verde. O que mudou? Há muito tempo que o Brasil enveredou para este caminho de criar uma economia verde ou de evitar a poluição. No segundo PND (Programa Nacional de Desenvolvimento), de 1974, já havia um capítulo sobre controle de poluição. Isso era muito avançado na época. Depois criamos a Secretaria Especial do Meio Ambiente que resultou no Ministério do Meio Ambiente. E tomamos outras medidas: proibimos, por exemplo, qualquer incentivo financeiro ou fiscal em indústrias localizadas na Grande São Paulo, porque a região já era muito poluída. Adotamos medidas para que a indústria crescesse no interior ou em outros estados. Naquela época havia uma história de que São Paulo não podia parar. Dissemos que podia. São Paulo podia se desenvolver pelos serviços. O que o sr. espera da Rio+20? Que ela caminhe na direção certa e comece a entender que temos de evoluir para a história da economia verde, ou de PIB Verde. E que ela deixe um legado, ou seja, algo que realmente possa ser útil durante dez anos. Pelo menos que abra caminho e tenha visão estratégia, e o sentido de legado, herança que ela vai deixar. Os acordos podem resultar daí. ■ 8 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 BRASIL Editora: Elaine Cotta [email protected] Subeditora: Ivone Portes [email protected] Intervenção do governo no texto do Código Florestal é “descabida e antidemocrática” Sérgio Lima/Folhapress Ex-ministro de Lula, Roberto Rodrigues critica pressão para a aprovação da versão pró-ambientalistas do texto atual Pedro Venceslau [email protected] Um dos personagens mais influentes na primeira gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues reforçou a pressão dos ruralistas sobre a presidente Dilma Rousseff para que ela aprove o mais rápido possível a versão do Código Florestal que está sendo modificada pela Câmara dos Deputados. “A intervenção do executivo para que se vote de qualquer jeito a versão que veio do Senado é descabida e antidemocrática. Espero que o governo recue”, disse o ex-ministro ao BRASIL ECONÔMICO durante um almoço com empresários promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em São Paulo. Segundo Rodrigues, o projeto original relatado pelo então deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) era equilibrado, mas tornou-se favorável aos ambientalistas depois das alterações feitas no Senado. “O relatório do Aldo Rebelo na Câmara foi aprovado com de mais de 400 votos contra 60. Aquilo foi uma vitória da democracia. É evidente que não existem 400 deputados ruralistas. Mas aí o Senado desequilibrou a favor dos ambientalistas. Tanto é verdade que eles querem votar essa versão do Senado. Se alguém perdeu, foram os ruralistas.” O ex-ministro disse que acha “uma pena” que a presidente cogite vetar o Código caso ele sofra muitas mudanças na Câmara. “O Código Florestal poderia ser um grande troféu a ser exibido pelo Brasil na Rio+20 (Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável). O Brasil tem grandes exemplos no agronegócio para mostrar”. Os líderes partidários do Congresso esperam definir ainda hoje quando a pauta será votada. A base aliada sinalizou que pode Roberto Rodrigues acredita que Senado desequilibrou Código Florestal “ O relatório do deputado federal Aldo Rebelo (sobre o Código Florestal) na Câmara foi aprovado com mais de 400 votos contra 60. Aquilo foi uma vitória da democracia. É evidente que não existem 400 deputados ruralistas. Mas aí o Senado desequilibrou a favor dos ambientalistas Roberto Rodrigues Ex-ministro da Agricultura do governo Lula ceder pouco, permitindo a flexibilização das regras de recomposição de áreas desmatadas. Um ponto que causa ansiedade entre os ruralistas é o decreto que suspende multas aos desmatadores, cujo o prazo expira no dia 11 de abril. Se o impasse prosseguir, a presidente pode prorrogar a anistia, mas só até que a Câmara chegue a um acordo e aprove o texto do Senado no formato integral. Dilma teme que se o texto que veio do Senado for muito modificado pelos ruralistas, ela enfrentaria um constrangimento internacional na Rio+20, um evento que já ameaça ser esvaziado (leia mais na pág.4). O veto presidencial blindaria o governo das críticas dos ambientalistas, mas colocaria o debate na estaca zero. Nesta semana, a ordem do governo é concentrar as energias da base na votação da Lei Geral da Copa (veja matéria ao lado). ■ “A pressão sobre o governo será menor depois da Rio+20”, diz Alfredo Sirkis, do PV Deputado membro da Frente Ambientalista da Câmara diz que efeito negativo de adiar projeto O deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), membro da Frente Ambientalista da Câmara, teme que o adiamento da votação do Código Florestal para depois da Conferência Rio+20 acabe tendo um efeito negativo. “Não acho o adiamento positivo porque as pressões internacionais sobre o governo serão menores depois (do evento da ONU). O melhor seria que a presidente vetasse o projeto e colocasse a bola no meio de campo para começarmos tudo de novo”, afirma. A pressão dos ambientalistas sobre Dilma deve aumentar esta semana com a realização Fórum Mundial de Sustentabilidade. O evento, que começa quinta-feira em Manaus, reunirá ambientalistas de vários países, além do ex-presidente Fer- nando Henrique Cardoso, do exprimeiro ministro da França Dominique de Villepin e da ex-primeira ministra da Noruega Gro Harlen Brundtland. Durante o evento, a ONG Greenpeace começará no Rio Negro uma viagem que percorrerá o litoral brasileiro e terminará no Rio de Janeiro em junho, quando começa a Rio+20. A ideia é coletar assinaturas em defesa da Lei do Desmatamento Zero. ■ P.V Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 9 Marcela Beltrão Remédios terão reajustes de até 5,8% Resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) publicada ontem no Diário Oficial da União autoriza reajustes de até 5,85% no preço dos remédios vendidos em todo o país. As alterações podem ser feitas a partir do próximo dia 31 e devem ter como referência o chamado preço do fabricante (limite usado por laboratórios ou distribuidores de medicamentos para venda no mercado brasileiro) cobrado em 31 de março de 2011. ABr ACALMANDO ÂNIMOS Planalto liberaemendas em abril O Planalto decidiu agilizar a liberação de emendas parlamentares para a partir do mês de abril na tentativa de conseguir aplacar a crise com partidos aliados no Congresso e tentar aprovar três propostas que considera importantes já nesta semana, afirmaram à Reuters fontes do governo. A negociação da liberação dos chamados restos a pagar e dos valores empenhados em 2011 foi intensificada no final da última semana e veio a reboque do acirramento das relações do Planalto com os parlamentares, em consequência da troca de lideranças na Câmara e no Senado anunciada pela presidente Dilma Rousseff — o que ameaçava a aprovação de propostas consideradas prioritárias pelo governo no Congresso. A negociação é coordenada pela Secretaria de Relações Institucionais, comandada pela ministra Ideli Salvatti, e pelo gabinete da presidente. O movimento do Planalto veio a reboque do recente acirramento das relações com parlamentares da base aliada Segundo uma fonte que participou das negociações, além de restos a pagar, o governo pode sinalizar com a liberação mais empenhos. “O governo vai ter que liberar bem mais (do que restos a pagar) para fazer as coisas andarem, porque a situação no Congresso está difícil”, disse a fonte, que participou das discussões. Uma fonte do Planalto afirma que o foco é definir as liberações de restos a pagar, que podem ser utilizados imediatamente para projetos nas bases eleitorais dos parlamentares. As emendas são previstas em lei, mas o governo pode liberar na medida em que achar conveniente. “Esta é uma tática antiga: o governo congela emendas e libera emendas a conta-gotas quando tem problemas no Congresso”, critica um deputado do PMDB. ■ Reuters Dilma cobra aprovação da Lei Geral da Copa pelo Congresso Em reunião com líderes, presidente tenta driblar crise na base de sustentação do governo para acelerar a votação do projeto, que tem como ponto mais polêmico a liberação de bebidas alcoólicas Jose Cruz/ABr A Lei Geral da Copa foi o tema central de reunião da presidente Dilma Rousseff com líderes do governo no Congresso e com ministros, realizada ontem, em Brasília. A matéria, que tramita na Câmara dos Deputados, tem sofrido atrasos. O mais recente deles foi provocado por uma crise na base de sustentação do governo, que impossibilitou sua votação no plenário da Casa ao longo da última semana. Segundo o líder do governo na Câmara, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), Dilma ressaltou a importância de afinar o discurso entre os aliados para acelerar a votação do tema, já que a Lei ainda terá de passar pelo Senado — e o governo vem sendo pressionado pela Fifa para pela aprovação rápida. Durante reunião, a presidente ouviu um relato do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, sobre os compromissos assumidos com a Fifa, entre eles a autorização para a venda e consumo de bebidas alcoólicas nas arenas esportivas, um dos dispositivos mais polêmicos da Lei Geral da Copa — já que o Código de Defesa do Torcedor, que proíbe a venda de bebidas nos estádios. A permissão consta de uma lista de garantias dadas pelo governo brasileiro à entidade que comanda o futebol mundial para sediar o evento, mas o compromisso chegou a ser ameaçado durante a crise na última semana que resultou na troca dos líderes do governo na Câmara e no Senado. “Tratamos da tramitação da Lei Geral da Copa. Passamos e repassamos todos os compromissos e termos aditivos desses compromissos assumidos pelo governo brasileiro”, disse Aldo após a reunião com Dilma. “Compromissos que o governo brasileiro honrará.” Em uma reunião na última semana com o novo líder da base na Câmara, líderes aliados e o relator da Lei GEral da Copa, deputado Vicente Cândido (PTSP), representantes da Casa Civil informaram que o governo não tinha interesse em incluir a comercialização de bebidas alcoólicas no projeto. O argumento era que evitar tocar no assunto poderia facilitar a aprovação da matéria num momento de Em reunião com novo líder na Câmara, Arlindo Chinaglia, recomendou agilidade ao projeto O QUE ESTÁ EM JOGO Polêmica cerca Lei Geral da Copa Presidente Dilma colocou ontem, durante reunião com líderes, a votação da Lei Geral da Copa entre as prioridades de seu governo Na última semana, governo e Congresso bateram cabeça em temas envolvendo a lei O pivô da discussão foi a liberação do consumo de bebidas alcoólicas durante a realização do Mundial no país A venda é uma exigência da Fifa e faz parte dos compromissos entre governo e a entidade máxima do futebol Fonte: Brasil Econômico fragilidade da base aliada do governo, o que não interessa ao Planalto. A Fifa, por outro lado, tem interesse financeiro neste ponto do projeto, pois um dos seus patrocinadores oficiais é uma cervejaria. Mas o tema recebe críticas de diversos setores da sociedade, principalmente o religioso. À época, o ministro do Esporte — que era Orlando Silva — intercedeu e divulgou nota afirmando que o governo brasileiro irá cumprir o compromisso assumido com a Fifa. Cândido também garantiu que a autorização para a venda de bebidas estará presente no texto. Ambiente O líder do governo na Câmara acredita ser possível votar a Lei da Copa nesta semana. Uma decisão definitiva, no entanto, só ocorrerá depois de reuniões de Chinaglia com líderes de todos os partidos. “Eu avalio que seja possível”, disse o deputado a jornalistas ontem. “Amanhã (hoje) terei reuniões com líderes da base e também procurarei os líderes da oposição para analisarmos o momento de votar (a lei)”, afirmou. De acordo com Chinaglia, nessas reuniões também será avaliado qual texto tem mais condições de ser aprovado. ■ GUERRA FISCAL Governadores querem tempo para discutir mudanças no ICMS O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, propôs à ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, mais tempo para se adaptar à Resolução 72, que uniformiza as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual para bens e mercadorias importadas. O governo pretende aprovar a mudança nas alíquotas do ICMS para produtos importados até abril, mas a proposta enfrenta resistência dos governadores de estados que têm políticas de incentivos fiscais para essas operações. A resolução, de autoria do ex-líder do governo na Casa, senador Romero Jucá (PMDB-RR), depende de aprovação do Senado, e prevê a uniformização das alíquotas do tributo para produtos importados em 4%. ABr 10 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 BRASIL Renato Araujo/ABr SAÚDE RESERVAS INDÍGENAS Ministério suspende contrato com empresas que fraudaram licitação em hospital público Proposta que revê poderes da Funai será votada hoje na Câmara dos Deputados O Ministério da Saúde vai suspender os contratos com as empresas que ofereceram propina para fraudar licitação de emergência do Instituto de Pediatria do Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. As empresas denunciadas na reportagem exibida pela TV Globo são Toesa Service, Locanty Soluções, Bella Vista Refeições Industriais e Rufolo Serviços Técnicos e Construções. ABr A PEC 215, que transfere a aprovação de demarcações de terras indígenas da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Congresso Nacional, será votada hoje pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Para o deputado Vilson Covatti (PP-RS), a alteração excluirá um “resquício do sistema inquisitivo” da Funai, que não respeita as partes interessadas — índios e não índios — do processo. Redação Evaristo Sá/AFp Câmbio não é principal obstáculo à indústria Segundo economistas, baixa produtividade e falta de qualificação são gargalos mais sérios a serem superados Rafael Abrantes [email protected] O avanço de produtos e insumos importados sobre a economia brasileira não se deve apenas à valorização do câmbio. Especificamente no caso da indústria, fatores como produtividade e qualificação da mão de obra, apontam economistas, vêm ganhando peso e, desde o ano passado, têm colaborado para agravar os resultados negativos para o setor, que vê sua competitividade diminuir. “É um absurdo colocar todos os males da produção industrial sobre o câmbio. Alguns setores da indústria precisam urgentemente ganhar A participação de bens estrangeiros no mercado nacional atingiu 19,8% em 2011, alta de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior, segundo pesquisa da CNI sobre abertura comercial da indústria brasileira ABERTURA COMERCIAL DA INDÚSTRIA Coeficiente mostra participação das exportações e importações, em % sobre a produção da indústria TOTAL INDÚSTRIA 2009 25 20 16,5% 17,8% 19,8% 16,6% 17,8% 19,8% 2010 17,5% 19,1% 2011 21,7% 15 10 5 0 Exportações Produtos Importados Insumos Importados INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO 25 20 15 19,6% 22,4% 14,8% 13,9% 15,0% 18,5% 15,3% 16,6% 17,8% EXPORTAÇÕES PRODUTOS IMPORTADOS INSUMOS IMPORTADOS 10 5 0 Fontes: CNI, Funcex, Secex, IBGE e FGV Setores ligados à informática e eletrônica puxam a fila do crescimento de importados em produtividade e qualificação”, diz o professor de Economia da Universidade de Brasília (UNB), Jorge Nogueira. O especialista se refere à pesquisa divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que mostra que o nível de consumo de produtos importados foi recorde no Brasil no ano passado. Segundo o levantamento, um em cada cinco produtos industriais comercializados tinha sua origem fora do país. A participação de bens estrangeiros no mercado nacional atingiu 19,8% em 2011, alta de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior (veja gráfico ao lado). A entrada de mercadorias e insumos estrangeiros na cadeia produtiva é atualmente a maior preocupação de diversos setores da indústria brasileira, que aponta a forte valorização do câmbio como responsável pela concorrência externa. Ainda segundo a CNI, do total de 27 setores das indústrias extrativa e de transformação, 21 tiveram aumento de participação dos importados entre 2010 e o ano passado. As maiores elevações foram sentidas nos setores de informática, eletrônicos e ópticos, de 45,4% para 51%; máquinas e equipamentos, de 32,5% para 36,8%; e derivados do petróleo e biocombustíveis, de 17,8% para 23,3%. O índice de insumos importados é ainda maior que o de mercadorias, chegando a 21,7% no ano passado, ante 19,1% em 2010. Para o economista Júlio Gomes de Almeida, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), o acesso crescente dos insumos estrangeiros à indústria nacional é o que gera mais preocupação. “É mais difícil a indústria se recuperar de um processo de importação de insumos porque são criadas relações de clientela com fornecedores”, afirma. “E os motivos são a perda de competitividade, com um câmbio que não nos favorece, e o baixo crescimento da produtividade.” Almeida acredita que ações do governo na tentativa de desvalorizar o câmbio são corretas, mas reconhece que o aumento dos níveis gerais de produção merecem ser melhor observados. Para Nogueira, da UNB, é evidente que enquanto o real se mantiver valorizado no mercado internacional a indústria brasileira terá que conviver com a presença dos importados. No entanto, diz, os atuais coeficientes de participação dos importados ainda não são provas de sucateamento da indústria nacional. “Índices de até 25% para insumos importados e 30% para produtos não são ruins”, afirma, projetando que o Brasil deverá continuar registrando números crescentes de importados nos próximos anos. “Estabelecer cotas de importação para alguns setores não vai garantir ganhos de produtividade e eficiência para nossa indústria”, diz Nogueira. ■ BALANÇA Exportações não superam importados Além do retrato da participação dos importados na indústria nacional, a pesquisa “Coeficientes de Abertura Comercial”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), também revela o estágio das exportações do setor. No ano passado, o volume total de vendas da indústria ao exterior ficou em 19,8%. Os índices de 2009 e 2010 — 16,5% e 17,8%, respectivamente — são idênticos aos da entrada de produtos importados no mesmo período. A maioria dos 27 segmentos, contudo, mostra estabilidade nos coeficientes de exportação, com exceção para Metalurgia, que aumentou de 23,3% em 2010 para 30,2% no ano passado; biocombustíveis (de 9,2% para 15,9%); e embarcações (de 7,1% para 48,5%) — todos integrantes da indústria de transformação. Neste setor, entretanto, quando comparamos as exportações com os índices de produtos e insumos importados, no ano passado, o saldo é negativo para a indústria nacional. A participação de 15% das exportações é superada por índices de 18,5% de produtos importados e 22,4% de insumos. ■ R.A Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 11 12 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 INOVAÇÃO & EMPREENDEDORISMO QUARTA-FEIRA QUINTA-FEIRA EDUCAÇÃO/GESTÃO SUSTENTABILIDADE Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] Um grande negócio que começou com três jacarés O aparecimento desses animais na fazenda de Maria Cristina Ruffo, em Alagoas, foi o ponto de partida para a fundação do Criatório Mr. Cayman, que prevê chegar a 100 mil matrizes nos próximos oito anos Ricardo Kuehn/FOlhapress Weruska Goeking [email protected] A ideia de montar um criatório de jacarés-de-papo-amarelo com a intenção de comercializar sua pele quando a espécie típica da América Latina estava sob risco de extinção parecia um tanto absurda em 1994, ano em que três desses animais apareceram em uma fazenda da família de Maria Cristina Ruffo, em Maceió (AL). Dos lagos dessa propriedade, ela retirava os peixes que seram oferecidos em seus restaurantes. Naquela época, ela já havia se formado em jornalismo e investido em vários pequenos negócios, nas áreas de softwares e de recursos humanos. Nascida em Santos, litoral paulista, a empresária decidiu se mudar para o Nordeste após sofrer um enfarte aos 34 anos. “Resolvi mudar para Maceió, viver uma vida mais tranquila e sossegada. Minha situação era difícil: recém enfartada, com três filhas menores de 12 anos de idade, recém separada e numa cidade totalmente nova”, lembra. A veia empreendedora de Maria Cristina fez com que, ainda no primeiro ano em Maceió, abrisse seu primeiro restaurante. Dois anos depois já eram quatro estabelecimentos. Os negócios iam bem, mas Maria Cristina não pôde ignorar a oportunidade diante de seus olhos. O inusitado encontro com os jacarés despertou na empresária a vontade de investir na área. “Embora eu não entendesse nada do assunto, eu sabia que tudo de jacaré dá dinheiro. Fiz pesquisa de campo e visitas a criatórios existentes no mundo (Austrália, Egito e Estados Unidos)”, conta. A ideia era montar um criatório com técnicas de manejo criadas por ela mesma e seu marido especializado em etologia, ciência que estuda o comportamento animal. Entretanto, o processo de extinção em que se encontrava a espécie impedia qualquer exploração comercial legal dos animais. Criatório de jacarés-de-papo-amarelo em Maceió ajudou animais a sair da lista de extinção “ Embora eu não entendesse nada do assunto, eu sabia que tudo de jacaré dá dinheiro Maria Cristina Ruffo Diretora-geral do Mr. Cayman ção do registro comercial de seu criatório, o primeiro do Brasil. Para isso, ela precisou colaborar para a reprodução dos jacarésde-papo-amarelo no país. Foram oito anos de estudo para alavancar os índices de natalidade da espécie, devidamente comprovados e documentados. Sob a denominação Criatório Mr. Cayman, suas atividades iniciaram ainda em 1994, mas sem finalidade comercial. A partir dos três jacarés que apareceram espontaneamente na fazenda, a empresária deu início à reprodução em cativeiro. “Fui atrás de compradores na Europa e Brasil. Foram anos de muito trabalho, sem retorno, pois eu ainda não estava autorizada a vender meus produtos” A espécie foi declarada oficialmente fora de risco de extinção em 12 de dezembro de 2002. Combate à extinção Mão de obra local Maria Cristina focou seus esforços, de 1994 a 2002, na obten- Maria Cristina conta que dá preferência à contratação de mão de ■ CRIATÓRIO ■ PROJEÇÃO ■ ABATIMENTOS obra local. Apenas três funcionários são responsáveis pela criação dos 12 mil animais e outros seis ficam com a parte do manejo, que é coordenado por seu marido etólogo e por uma veterinária. Além disso, funcionários devem ser treinados por especialistas italianos para trabalhar no curtume próprio da empresa, previsto para ser inaugurado em outubro deste ano. “Vamos trazer experts italianos para ensinar o trabalho para que o curtume funcione como ‘top de linha’, assim como é na Itália”, avisa. Presente e futuro Atualmente, o Mr. Cayman detém o posto de maior criatório da espécie no mundo, com 12 mil jacarés-de-papo-amarelo e a meta é chegar ao final do ano com 16 mil. Para 2020, Maria Cristina espera chegar às 100 mil matrizes, com um crescimento exponencial que deve ser garantido pela construção de um “criató- ■ FATURAMENTO rio-modelo”, também em Maceió. “Vamos conseguir aumentar o número de ovos”, conta a empresária. Metade das peles extraídas dos animais é exportada e a produção nacional dá origem a bolsas, sapatos, carteiras e até bancos para motos e automóveis. ■ ORIGEM ✽ ● Nome do criatório é inspirado no latim O nome jacaré-de-papo-amarelo vem do latim “caiman latirostris” que, por sua vez, deu origem ao nome do criatório Mr. Cayman. Após a transformação da matéria-prima em produto final, os sapatos, bolsas, cintos e carteiras produzidos pela empresa são vendidos com a grife Mr. Krocco, nome fantasia da empresa. ■ EXPORTAÇÃO Número de animais hoje Meta de animais para 2020 Volume mensal Estimativa de crescimento Volume de produção 12 100 200 40 50 mil mil % % Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 13 SEXTA-FEIRA SEGUNDA-FEIRA TECNOLOGIA ECONOMIA CRIATIVA Fotos: divulgação MARCELO NAKAGAWA PRODUTOS FEITOS COM A PELE DO JACARÉ Professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper O Bartleby em todos nós As peles extraídas dos animais do Criatório Mr. Cayman são curadas, salgadas, recebem bactericida e seguem para um curtume na Itália, onde são coloridas e envernizadas. De volta ao Brasil são transformadas em produto final. Criatório tira animal da lista de ameaçados de extinção Maria Cristina Ruffo, diretorageral e idealizadora do Criatório Mr. Cayman, investiu em pesquisas de métodos de criação e diferentes experimentações de manejo, acomodação e nutrição para conseguir a multiplicação dos jacarés-de-papo-amarelo. A espécie estava na chamada “lista vermelha” do Ministério do Meio Ambiente (MMA), em que constam as espécies brasileiras em processo de extinção. Sem a saída desses animais da lista, o criatório comercial seria inviável. Muitas etapas tiveram que ser vencidas, entre elas a comprovação de natalidade, por meio de trabalho realizado no criatório com acompanhamen- Um dos recursos técnicos que contribuíram para o sucesso da reprodução em cativeiro foi uma chocadeira elétrica desenvolvida pelo marido da empresária Maria Cristina Ruffo to do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Um dos recursos técnicos que contribuiu para o sucesso da reprodução em cativeiro foi uma chocadeira elétrica desenvolvida pelo marido da empresária. A espécie deixou a lista oficialmente em 12 de dezembro de 2002, mas o criatório só recebeu a licença para o funcionamento comercial em 2010. “O Mr. Cayman não é o único responsável, mas ele contribuiu com o índice de natalidade comprovado”, afirma Maria Cristina. De acordo com ela, o abatimento é humanizado, por meio de pistola pneumática. ■ RECONHECIMENTO Idealizadora do Mr. Cayman recebe prêmio do Sebrae A idealizadora do criatório Mr. Cayman, Maria Cristina Ruffo, foi a vencedora do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios em 2011 na categoria Pequenos Negócios por sua empresa pioneira no ramo. “Ela se destacou pelo senso de oportunidade e caráter inovador de seu negócio, além de sua capacidade de gerenciar processos e monitorar resultados”, afirma o Sebrae em nota sobre as vencedoras, anuncia- das no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março. O prêmio é destinado a mulheres empreendedoras brasileiras, cujos negócios devem estar formalmente estabelecidos há pelo menos um ano. As participantes devem, obrigatoriamente, ser proprietárias de micro e pequenas empresas ou integrante de grupos de produção formal, como cooperativas e associações de pequenos ne- gócios produtivos, com geração de trabalho e renda. As candidatas podem concorrer nas categorias Pequenos Negócios e Negócios Coletivos. As duas vencedoras nacionais terão também a oportunidade de participar de uma Missão Internacional. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas no site www. mulherdenegocios.sebrae.com. br até o dia 31 de agosto. ■ Não. Prefiro não. Prefiro não fazer. Prefiro não fazer isto. Ou mesmo aquilo. Eu sei, mas prefiro não. Sei fazer, mas prefiro não. Sei que é importante, mas prefiro não. Prefiro não agora. Prefiro não. Não. Até tentei colocar algumas palavras a mais nas frases de Bartleby, mas ele prefere não. Aclamado como uma das obras literárias mais importantes para a humanidade, Bartleby é o título e o personagem principal do conto escrito em 1853 por Herman Melville, mais famoso por Moby Dick. Na estória, Bartleby é auxiliar em um escritório em Wall Street. Tudo ia bem até que certo dia, ao ser requisitado para revisar um documento, ele simplesmente responde: prefiro não fazer. Depois que a irritação passa, seu chefe tenta entender porque ele agia daquela forma. E Bartleby continuou preferindo não fazer cada vez mais coisas. E um dia, morreu de fome. Preferiu não comer. Mas ele preferiu não ir embora e passou a existir em todos nós e nas coisas que preferimos não fazer em nosso dia-a-dia. Coisas triviais como preferir não se dedicar mais aos estudos e depois sentir falta de um conhecimento específico no futuro, de preferir não apostar no seu talento pessoal e depois reclamar sobre suas condições de trabalho e de preferir não ajudar o mundo a ser melhor e dePara quem já pois ficar horrorizado com foi um náufrago as notícias do jornal. Para os que se incomodam e chegou ao com a Síndrome de Bartleby país sem nada, há vários tratamentos. Um deles chegou ao Brasil em começar um 1979 vindo do Vietnã e se novo negócio chama Thai Quang Nghia. era um desafio Bartleby desaparece no momento em que Nghia surge mentalmente entre nós. Ambos não falasimples vam, não tinham dinheiro e nem perspectiva de futuro. Mas Nghia só não falava, no início, porque não sabia uma só palavra em português. Resgatado por um navio da Petrobras no Oceano Pacífico e fugindo do regime comunista do seu país, chegou ao Brasil só com a roupa do corpo e sem nenhum dinheiro. Sobreviveu nos primeiros meses com uma ajuda de US$ 50 mensais que recebia da Organização das Nações Unidas (ONU) como refugiado. Seu futuro parecia ser o mesmo dos outros que se refugiaram no Brasil: desconhecido. Mas não é que Nghia preferiu estudar! Em um caderninho simples criou um dicionário vietnamita-português. Lia livros nas bibliotecas públicas no centro da cidade para aprender nosso idioma e nos sebos para prestar vestibular. Cinco anos depois entrava no Instituto de Matemática e Estatística (IME/USP). Isto é uma humilhação para os Bartlebies que querem atingir seus objetivos. Nghia conseguiu um bom emprego na área de informática de um grande banco. Ganhava bem, mas preferiu apostar no seu talento pessoal de criar relações pessoais em vendas e fundou a Yepp, que depois se tornou a Góoc, para comercializar bolsas e calçados. Para quem já foi um naufrago e chegou ao país sem nada, começar um novo negócio era um desafio mentalmente simples. Isto é uma provocação para os Bartlebies que querem apostar em seus potenciais. Mas Nghia não queria montar um negócio qualquer, queria devolver as coisas boas que tinha recebido do país que o acolheu. Com isto, a Góoc se especializou em moda sustentável há mais de duas décadas, quando sustentabilidade era apenas um princípio da física. E isto é uma inspiração para os Bartlebies que querem mudar o mundo. É bem provável que prefira não decorar o nome deste tratamento para a Síndrome de Bartleby. Mas tenho certeza que não se esquecerá do seu principio ativo: empreendedorismo. É isto que nos torna menos Bartleby e mais a expressão de nós mesmos. ■ 14 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 ENCONTRO DE CONTAS MARCADO ● O prêmio Nobel de Economia e criador do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Amartya Sen, será um dos intelectuais do time de debatedores do Ibmec Conference, que discutirá O Brasil no Novo Cenário Global, em São Paulo. O programa de palestras, entre 18 de abril e 30 de maio, terá ainda Gustavo Franco, Maílson da Nóbrega, Marcos Troyjo, Miguel Reale Jr., Roberto Civita e Roberto DaMatta. ● A Cultura Inglesa promove na sexta-feira, em São Paulo, mais uma edição do Business Talks, palestras em inglês sobre negócios. LURDETE ERTEL [email protected] Fotos: divulgação Elegância a bordo Desembarca em São Paulo nesta semana o presidente mundial da Tumi, Jerome Griffith. O CEO da maior marca global de acessórios premium para viagem e negócios fará rasante no país para comandar a inauguração da primeira loja da grife no Brasil. A unidade de estreia da Tumi no mercado brasileiro será aberta na quinta-feira, no Shopping Iguatemi São Paulo. Tablet verde-amarelo Apelo brasileiro Depois de 17 anos de abstinência, acaba de reabrir em Coimbra (Portugal) um histórico ponto gastronômico que faz homenagem ao Brasil. Fundado em 1928, o Café A Brasileira foi reinaugurado com sua função tradicional, após passar quase duas décadas cedendo lugar a uma loja de roupas. O café e restaurante de Coimbra é famoso em Portugal como antigo palco de reuniões políticas e literárias e, por isso, foi ícone na cidade por décadas. “A Brasileira” é uma marca tradicional em Portugal, com endereços assediados também em Braga e Lisboa. Na capital portuguesa, a cafeteria foi fundada em 1905 e ganhou este nome por servir “o genuíno café do Brasil”. O grupo educacional Uninter vai lançar na sexta-feira a pedra fundamental da fábrica de computadores que construirá em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Com investimento de R$ 87 milhões, a empresa planeja produzir, de largada, 350 mil unidades por ano - entre tablets, notebooks, netbooks e desktops. A planta é anunciada como a primeira indústria de tablets de capital nacional no país. Numa segunda fase, a fábrica deve ganhar uma linha de produção de telefones móveis. Pano para manga Com novo Centro de Distribuição inaugurado em janeiro de 2012 no Rio, a marca feminina Enjoy está tirando da manga o projeto de inaugurar 100 lojas nos próximos cinco anos. Hoje, a rede carioca soma 34 lojas próprias e 27 franquias, além de vender suas confecções em cerca de 300 lojas multimarca do país. As filiais mais imediatas serão abertas em São Paulo, Rio e Belo Horizonte. Arte na moda Pelas beiradas Depois de debutar no varejo de São Paulo com uma loja em Presidente Prudente, o grupo catarinense Havan começa a avançar no Estado. A maior rede brasileira de lojas de departamento já iniciou obras e contratações para sua filial em Araçatuba, orçada em R$ 20 milhões. A loja deve abrir em maio em antiga área da Rede Ferroviária Federal. Jogando âncora Aprendizagem divertida Já está em obras em São Paulo a primeira unidade brasileira da KidZania®, rede internacional que mistura educação e entretenimento (‘Edutenimento’) em uma espécie de parque temático familiar. A primeira KidZania no GIRO RÁPIDO Brasil vai ocupar uma área de 8,5 mil metros quadrados no Shopping Eldorado. Segundo a empresa, a unidade paulistana terá capacidade para receber 1,2 milhão de pessoas por ano. A inauguração está programada para março de 2013. Chega a São Paulo nesta semana a primeira ação da grife italiana Ermenegildo Zegna no mundo das artes. O ZegnArt, projeto da marca que une moda e arte visual contemporânea, ficará em exposição no Museu Nacional das Artes do Século XXI de 22 de março a 23 de setembro. Depois da exposição, uma peça será oferecida ao acervo do museu como presente ao MAXXI. Match point O maior salão náutico da América Latina vai trocar de atracadouro no Rio de Janeiro neste ano. Tradicionalmente realizado na Marina da Glória, o Rio Boat Show vai ancorar neste ano pela primeira vez no Píer Mauá. Em sua 15ª edição, o evento vai forrar a Baia da Guanabara de embarcações nacionais e importadas entre os dias 12 e 18 de abril. São esperadas 40 mil pessoas. Fábrica própria Atualmente instalada em um pavilhão alugado no Centro Industrial e Logístico (Cielog) em Ponta Grossa (PR), o grupo chileno BO Packaging planeja iniciar em 2013 a construção de uma fábrica própria de embalagens recicláveis no município paranaense. A empresa tem prazo de três anos, a contar de outubro, para inaugurar a planta. Grande apoiador do tênis brasileiro, o Itaú será também patrocinador pelo quarto ano consecutivo do Sony Ericsson Open, que será realizado até 1º de abril em Miami, nos EUA. O evento é considerado o quinto maior torneio do circuito mundial da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) e terá cerca de US$ 4 milhões em prêmios. Vassouradas festivas FRASE Sopa de letrinhas A chef Carla Pernambuco voltou a trocar as caçarolas pela caneta. A dona do restaurante Carlota e do Las Chicas, de São Paulo, acaba de colocar nas prateleiras seu segundo livro infantil. As Deliciosas Férias de Beatriz está sendo lançado pela editora LeYa Brasil e pela marca Green. É o sétimo livro da chef, que no ano passado participou do reality show O Aprendiz. “Não existe lado bom em ser uma celebridade. Digo em termos de vida pessoal, que traz muita pressão” Javier Bardem, ator espanhol. É com a revitalização de seu produto mais vendido que a gaúcha Bettanin, maior fabricante brasileira de produtos de limpeza, festeja 65 anos de fundação. A empresa redesenhou a vassoura Noviça, o carro-chefe de seu portfólio. A Bettanin deu origem ao grupo industrial formado por Atlas, Sanremo, Ordene, Primafer e SuperPro. Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 15 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2011 Mensagem aos Acionistas O ano de 2011 representou um período de amadurecimento e de passos importantes da Positivo Informática em direção à consolidação de um novo patamar de sustentabilidade da organização. Mesmo sob intensa competição, vendemos mais de 2 milhões de computadores no Brasil, recorde que proporcionou o 7º ano consecutivo de liderança da companhia no país e que permitiu o rompimento da marca de 10 milhões de PCs produzidos em nossa história. Em um dos anos mais desafiadores da companhia, dedicamo-nos à implantação de medidas para adequar a empresa à nova condição concorrencial do mercado, ampliamos o horizonte do nosso negócio com investimentos em conteúdos digitais, e inauguramos nossa primeira fábrica de computadores no exterior. O crescimento do Brasil no setor de informática tem sido tão importante que, somente em 2011, o país saltou duas posições e tornou-se o 3º maior mercado de computadores do mundo. Esta crescente relevância do país na economia global tem atraído novos competidores para a nossa indústria, um processo natural que demanda da companhia total atenção ao desafio permanente - de buscar a máxima competitividade. Sendo assim, implantamos uma agenda de captura de eficiência que envolveu a gestão aprimorada dos inventários, a revisão da estrutura de pós-vendas, o aumento da produtividade nas fábricas e a reavaliação da estrutura de custos fixos. Tais medidas permitiram à companhia fortalecer sua situação financeira por meio da redução do endividamento e da melhora da rentabilidade, que cresceu a cada trimestre de 2011 e encerrou o ano em patamares praticamente normalizados. Ainda mais importante, vivenciamos a gradativa incorporação da busca pela eficiência à cultura da organização, um processo fundamental para a sustentação desta nova realidade. Em termos operacionais, o ano foi atípico devido a duas crises na cadeia de suprimentos envolvendo memórias e discos rígidos, decorrentes do terremoto no Japão e das enchentes na Tailândia em março e outubro, respectivamente. A Positivo Informática se diferenciou da concorrência administrando exemplarmente suas operações, tanto pela segurança proporcionada por seus estoques estratégicos como pelo sólido relacionamento com seus fornecedores, o que permitiu à companhia cumprir os compromissos com seus clientes e fortalecer ainda mais os laços de sua cadeia de relacionamentos. Atentos ao processo de convergência digital que se passa no universo da tecnologia, intensificamos os investimentos na criação de produtos e serviços para explorar as oportunidades do mercado de conteúdos virtuais. Acreditamos que este é um segmento com grande potencial para adicionar valor aos produtos já vendidos pela companhia, bem como para criar novas fontes de receita no futuro. Em linha com esta visão, lançamos os tablets Positivo Ypy e o ecossistema virtual Mundo Positivo com conteúdo em português, desenvolvido após 20 meses de pesquisas com os brasileiros. A companhia também agregou a tecnologia 3D a uma linha completa de produtos no varejo, obtendo grande aceitação dos consumidores durante as vendas do quarto trimestre, posteriormente refletida em ganhos de participação de mercado. O projeto de internacionalização da companhia, que vinha sendo avaliado há alguns anos, foi executado em 2011. Iniciamos uma operação na Argentina por meio de uma associação com a BGH S.A., empresa centenária do setor eletroeletrônico daquele país. Os produtos sob a marca Positivo BGH começaram a ser produzidos em uma nova e verticalizada fábrica na província da Terra do Fogo, chegando ao mercado no segundo semestre. Em um ano de trabalho árduo, liderado por um time competente escalado por ambas as empresas, foram obtidos resultados que impressionaram a todos: a marca Positivo BGH assumiu a liderança do mercado de PCs argentino já no primeiro semestre de operação, segundo a IDC (International Data Corporation). Os esforços, no entanto, foram muito recompensadores. Encerramos 2011 otimistas com as perspectivas que se apresentam para a companhia e convictos de que a empresa atingiu um novo patamar de maturidade. O futuro aponta para o rápido crescimento de nosso mercado e nos convida a exercitar a inovação e a criatividade, sem perder o pulso da gestão firme de custos, um elemento chave para a perenidade do negócio. Agradecemos o apoio de nossos parceiros, a confiança dos acionistas e a preferência de nossos clientes, que nos estimulam a buscar sempre a excelência nas atividades. Por fim, agradecemos especialmente nossos colaboradores, cujo empenho, dedicação e talento revigorou mais uma vez o orgulho da Administração de ser parte da Positivo Informática. Oriovisto Guimarães Hélio Bruck Rotenberg Presidente do Conselho de Administração Diretor Presidente DESTAQUES DE 2011 Composição de Vendas de PCs (unidades) governo. Dessa forma, a receita líquida ajustada sofreu redução de 10,9% em relação a 2010, registrando R$ 2,079 bilhões. O custo do produto vendido (CPV) correspondeu a 75,8% da receita líquida ajustada, apresentando melhora de 3,3 p.p. em relação a 2010. A implementação de medidas focadas na captura de eficiência operacional contribuiu para a redução do CPV no período, dentre as quais se destacam a verticalização das áreas de armazenagem, a reorganização das linhas de produção, a racionalização do portfólio de produtos e a readequação do quadro de colaboradores. Tais medidas foram responsáveis também pela redução nas despesas operacionais da companhia, que em 2011 totalizaram R$ 482,0 milhões, representando uma queda de 11,6% em relação ao ano anterior. A estratégia de proteção cambial, por sua vez, contribuiu para a redução em 25,5% na despesa financeira líquida, que totalizou R$ 19,0 milhões em 2011. No ano de 2011, a companhia alcançou EBITDA1 (“Earnings before interests, taxes, depreciation and amortization”; lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 70,4 milhões, sendo que a margem EBITDA2 totalizou 3,4% no período. O prejuízo líquido contábil registrou 67,9 milhões, impactado principalmente pelo reconhecimento de despesas sem efeito caixa para o período no montante de R$ 94,7 milhões, referentes à revisão da estrutura de pós-vendas no 2T11. Expurgando-se esse efeito, o lucro líquido1 teria alcançado R$ 24,7 milhões em 2011 e uma margem líquida2 de 1,2%. Cumpre destacar que as medidas implantadas durante o ano para aumentar a eficiência da companhia fez com que a rentabilidade evoluísse positivamente ao longo do ano, tendo registrado margens EBITDA2 e líquida2 de 8,5% e 7,4% no 4T11, respectivamente. ¹ O Ajuste pela Subvenção para Investimentos: Os números apresentados neste Relatório da Administração referentes às contas de receita líquida, lucro líquido e EBITDA se diferem dos números apresentados na tabela de Demonstração dos Resultados abaixo, pois foram ajustados. A estas contas foi somada a parcela referente à subvenção para investimentos que foi contabilizada como passivo circulante e que será reconhecida no resultado à medida que os investimentos obrigatórios em P&D relativos a esse montante sejam amortizados. O intuito desse ajuste é comunicar ao investidor como seriam os resultados considerando a totalidade da subvenção para investimentos incorrida no período. Adicionalmente, os dados de custo, despesas, lucro e EBITDA de 2011 foram ajustados expurgando-se os lançamentos não recorrentes e sem efeito caixa, cujo montante totaliza R$ 94,7 milhões, referentes à revisão da estrutura de pós-vendas. ² Em razão da Receita Líquida Ajustada. • • • • • • Completado o 7º ano consecutivo de liderança no mercado brasileiro, registrando market share em 2011 de: • 13,3% no mercado total, liderando tanto em desktops como em notebooks; • 19,3% no mercado de varejo; • 46,1% no mercado de governo; 2,4 milhões de PCs vendidos, crescimento de 21,5% vs. 2010, sendo: • +14,0% no mercado de varejo; • +82,0% em notebooks, que representaram 62,5% do volume total; EBITDA Ajustado de R$ 70,4 milhões em 2011. Somente no 4T11, o EBITDA¹ registrou R$ 52,2 milhões e margem EBITDA¹ de 8,5% (+8,3 p.p.), encerrando o ano com forte recuperação da rentabilidade; Redução de 42 dias no ciclo de conversão de caixa, totalizando 108 dias; Início das operações na Argentina por meio de uma joint venture local com a BGH S.A.: • Inauguração da fábrica na Terra do Fogo com capacidade produtiva mensal de 60 mil PCs e 30 mil placas-mãe; • Notebooks Positivo BGH assumem a liderança do mercado total com market share de 22,0% no 2S11, superando a soma das participações das 2ª e 3ª colocadas; Principais lançamentos do ano: • Linha de tablets Positivo Ypy e ecossistema virtual Mundo Positivo, com acesso a revistas e jornais nacionais, livros, filmes, jogos e aplicativos; • Computadores Positivo com tecnologia 3D: recurso para a conversão 2D-3D de fotos e vídeos, visualização e postagem de imagens em três dimensões, incorporado a notebooks e desktops a preços acessíveis. 1 - DESTAQUES OPERACIONAIS Produto DT 58,3% NB 41,7% Canal DT 62,5% NB 37,5% Varejo 73,2% +20,8 p.p. Gov. 27,1% Varejo 68,6% +4,5 p.p. 2010 NB: Notebook Gov. 22,8% 2011 DT: Desktop 2010 Corp. 4,0% Corp.: Corporativo Corp. 4,3% 2011 Gov: Governo Hardware Varejo: 68,6% das vendas - 1,651 milhão de unidades em 2011 A Positivo Informática lidera o mercado de varejo no Brasil há 7 anos consecutivos, estando presente em mais de 8.800 pontos de venda. Na Argentina, os notebooks Positivo BGH também lideraram o varejo durante o 2S11, contando com ampla distribuição nas principais redes do país. Foram vendidos 1,651 milhão de computadores para o segmento, crescimento de 14,0% em relação a 2010, mesmo com o acirrado ambiente competitivo que caracterizou o mercado no período. Hardware Governo: 27,1% das vendas - 651,2 mil unidades em 2011 Em 2011, a Positivo Informática consolidou mais uma vez sua posição de liderança no segmento de governo no Brasil, além de iniciar com sucesso sua operação nesse mercado na Argentina. O volume total comercializado para o segmento foi de 651,2 mil unidades, sendo 376,9 mil sob a marca Positivo e 274,3 mil sob a marca Positivo BGH. As vendas combinadas representam um aumento significativo de 43,9% em relação a 2010. A carteira de entregas para clientes de governo projetada para 2012 é estimada em mais de 340 mil unidades no Brasil, volume que já representa 90% do total entregue em 2011. Na Argentina, os produtos sob a marca Positivo BGH iniciam 2012 com uma carteira estimada de 25 mil notebooks para entrega ao longo do ano, com boas perspectivas para o lançamento de novos projetos educacionais de grande porte ao longo de 2012. Hardware Corporativo: 4,3% das vendas - 103,1 mil unidades em 2011 O volume total comercializado no segmento corporativo em 2011 foi de 103,1 mil unidades, representando um aumento de 30,5% em relação a 2010. Tal crescimento se deve ao bom desempenho nas vendas diretas para grandes empresas e à estratégia da companhia para capturar a demanda crescente do mercado de pequenas e médias empresas (SMB), por meio de parcerias com mais de 2 mil revendas em todo o Brasil. 1.2 - Tecnologia Educacional No segmento de Tecnologia Educacional, a Positivo Informática está presente em três segmentos de atuação: Ensino Particular, Ensino Público e Varejo. A companhia desenvolve e gerencia o maior portfólio de produtos e ferramentas educacionais do país, com destaque para os portais e softwares educacionais, além de produtos inovadores como as mesas educacionais, lousas interativas e câmeras de documentos. As soluções educacionais da Positivo Informática estão presentes em 8.496 escolas públicas, 2.343 escolas particulares e mais de 2.000 pontos de venda do varejo. Em 2011, a receita bruta do segmento atingiu R$ 46,0 milhões, representando 2,0% do faturamento da companhia no período. 1.1 - Hardware Market Share Em 2011, a Positivo Informática completou seu 7º ano consecutivo de liderança absoluta no mercado brasileiro, uma posição sustentada por uma combinação de fatores que incluem o profundo conhecimento do consumidor brasileiro e o sólido relacionamento comercial com o varejo, aliados à habilidade de rapidamente identificar e explorar oportunidades de crescimento. Na Argentina, os notebooks Positivo BGH lideraram o mercado durante o segundo semestre de 2011, período em que se iniciaram as vendas da marca no país. No Brasil, a companhia registrou market share de 13,3% no mercado total em 2011, representando 26,4% e 67,4% a mais (em unidades) do que as 2ª e 3ª colocadas, respectivamente. No varejo brasileiro, mercado que representou 76,5% das vendas no país em 2011, foi registrado market share de 19,3%. Nos mercados de governo e educação, a companhia completou seu quinto ano consecutivo na liderança, com 46,1% de participação. Na Argentina, os notebooks Positivo BGH foram líderes com market share de 22,0% no mercado total, superando a soma das participações das 2ª e 3ª colocadas no segundo semestre de 2011. No mercado de varejo, a marca Positivo BGH liderou com market share de 21,5% no mesmo período. Volumes No ano, o volume de vendas sob as marcas Positivo e Positivo BGH foi de 2,405 milhões de PCs, crescimento de 21,5% em relação a 2010. No Brasil, o total comercializado foi de 2,045 milhões de unidades, recorde histórico da companhia. Para o mercado argentino, 2 - OPERAÇÕES foram vendidos 360,3 mil notebooks, um volume significativo, considerando-se que as As plantas industriais da Positivo Informática atendem aos mais rigorosos padrões de entregas tiveram início no segundo semestre do ano. qualidade. A sede e principal unidade está instalada em Curitiba, no estado do Paraná, Var. % onde são produzidos, além de computadores, placas-mãe de desktops e de notebooks, Volume de Vendas Hardware (unidades) 2010 2011 2011x2010 bem como placas de memória e gabinetes. Adicionalmente, a companhia possui uma PCs 1.979.807 2.405.081 21,5 unidade em Manaus, inaugurada em agosto de 2008 com o principal objetivo de atender Desktops 1.154.328 902.457 -21,8 varejistas localizados nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste. Em Ilhéus, no estado da Notebooks 825.479 1.502.624 82,0 Bahia, foi inaugurada também em 2008 uma unidade produtora de monitores LCD, Canal 1.979.807 2.405.081 21,5 visando ao atendimento da demanda das demais plantas e ao complemento da estratégia Varejo 1.448.423 1.650.776 14,0 de verticalização. A partir de 2011, a unidade de Ilhéus também passou a produzir Governo 452.370 651.171 43,9 desktops. Corporativo 79.014 103.134 30,5 3 - DESEMPENHO FINANCEIRO Em 2011, os notebooks representaram 62,5% do total de PCs vendidos, contra 41,7% em 2010. Foram vendidos 1,503 milhão de notebooks, dos quais 1,142 milhão foram comercializados sob a marca Positivo e 360,3 mil sob a marca Positivo BGH. As vendas combinadas representaram um aumento anual de 82,0%. Da quantidade total de portáteis comercializada, 32,6% está representada por netbooks, refletindo as massivas entregas de laptops para programas educacionais de governo no Brasil e na Argentina. 4 - MERCADO DE CAPITAIS Performance das Ações Em 31 de dezembro de 2011, as ações da Positivo Informática estavam cotadas a R$ 5,78, indicando um valor de mercado de R$ 507,5 milhões. A POSI3 está presente na carteira dos índices: IBrX-100, Itag (Índice de Ações com Tag Along Diferenciado), IGC (Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada), INDX (Índice do Setor Industrial), IVBX2 (Índice Valor Bovespa - 2ª linha) e SMLL (Índice de Ações Small Caps). Dividendos O Estatuto Social da Positivo Informática determina que, pelo menos, 25% do lucro líquido contábil da companhia deve ser distribuído como dividendo anual obrigatório. Foram pagos em 15/12/2011 proventos em dinheiro no valor líquido de R$ 22,3 milhões, referentes aos resultados de 2010, representando payout de 23,3% sobre o lucro líquido ajustado. 5 - INVESTIMENTOS Em 2011, o investimento total realizado em ativo fixo foi de R$ 64,6 milhões, sendo parte significativa relacionada a atividades de pesquisa e desenvolvimento, que totalizaram R$ 19,7 milhões. Os demais investimentos somaram R$ 44,9 milhões, contemplando a ampliação e o desenvolvimento do Projeto ERP, a flexibilização das linhas de produção de placas-mãe e a verticalização das áreas de armazenagem em Curitiba, bem como a inauguração de uma nova planta industrial na Terra do Fogo (Argentina). 6 - COLABORADORES Em 31 de dezembro de 2011, a Positivo Informática contava com 4.049 colaboradores, alocados em sua maior parte em Curitiba (PR), sede da companhia. Adicionalmente, a companhia contava com 283 colaboradores temporários, envolvidos principalmente em funções operacionais para fazer frente à maior produção industrial típica de final de ano. 7 - RELACIONAMENTO COM OS AUDITORES INDEPENDENTES Em conformidade com a Instrução CVM nº 381, informamos que no exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2011 não houve outros serviços contratados pela Os comentários apresentados a seguir se referem aos números consolidados da Positivo companhia e prestados pela Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes que não Informática S.A. e de suas controladas Positivo Informática da Amazônia Ltda. e Positivo os relacionados com os procedimentos de auditoria das demonstrações financeiras. Informática da Bahia Ltda., bem como de seu investimento na Informatica Fueguina S.A., na Argentina, fruto da aquisição de seu controle compartilhado em dezembro de 2010. 8 - DECLARAÇÃO DA DIRETORIA Todas as informações financeiras apresentadas neste Relatório da Administração Em observância às disposições constantes da Instrução CVM nº 480/09, a Diretoria declara contemplam as modificações contábeis introduzidas pela Lei nº 11.638/07 e pela Lei que discutiu, reviu e concordou com as opiniões expressas no parecer dos auditores nº 11.941/09, bem como dos efeitos provenientes da adoção das Normas Internacionais de independentes e com as demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado Relatório Financeiro (IFRS). Em 2011, apesar do crescimento dos volumes de venda, em 31 de dezembro de 2011. foi registrada receita bruta de R$ 2,333 bilhões, redução de 12,7% em relação ao ano anterior, principalmente em função da queda no preço médio dos PCs entre os períodos. 9 - CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA Os fatores que ocasionaram tal redução foram o menor dólar médio do período, a intensa competição no varejo brasileiro e mudanças no mix de vendas, representado em 2011 por A Companhia está vinculada à arbitragem na Câmara de Arbitragem do Mercado, uma maior proporção de netbooks educacionais de baixo preço para um projeto de conforme Cláusula Compromissória constante no Estatuto Social. BALANÇOS PATRIMONIAIS DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais) ATIVO CIRCULANTE Caixa e equivalentes de caixa Créditos de instrumentos financeiros Contas a receber Estoques Partes relacionadas Impostos a recuperar Adiantamentos diversos Outros créditos Nota 4 28 5 6 9 7 8 Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 146.047 16.887 479.151 352.311 3.553 58.749 11.962 30.678 1.099.338 89.591 2.801 618.613 512.609 942 115.471 17.154 16.213 1.373.394 156.707 16.887 562.159 411.736 16.607 61.511 16.024 31.689 1.273.320 89.817 2.801 622.983 541.192 942 118.555 18.192 16.243 1.410.725 NÃO CIRCULANTE Realizável a longo prazo Partes relacionadas Impostos a recuperar Tributos diferidos Outros créditos 9 7 19 8 16.942 39.411 76.112 11.159 143.624 19.333 – 76.112 9.843 105.288 – 39.411 81.388 11.250 132.049 – – 77.193 9.935 87.128 Permanente Investimentos Investimentos em empreendimentos em conjunto (“joint venture”) Imobilizado líquido Intangível líquido 10 11 12 13 44.498 27.150 65.797 70.597 208.042 42.280 21 56.597 55.942 154.840 – – 73.422 89.250 162.672 4.660 – 58.648 71.309 134.617 TOTAL ATIVO 1.451.004 PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO CIRCULANTE Fornecedores Empréstimos - terceiros Salários e encargos a pagar Provisões Tributos a recolher Dividendos a pagar Receita diferida Partes relacionadas Outras contas a pagar NÃO CIRCULANTE Empréstimos - terceiros Fornecedores - partes relacionadas Provisões Provisão para riscos tributários, trabalhistas e cíveis Tributos diferidos Passivo a descoberto em controladas PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social Reserva de capital Reserva de lucros Ações em tesouraria Ajuste de avaliação patrimonial 1.633.522 1.568.041 1.632.470 TOTAL PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Nota 14 15 Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 235.663 236.441 32.448 107.406 14.508 – 29.706 1.196 3.516 660.884 226.533 307.564 25.647 134.744 3.059 22.299 32.651 806 4.138 757.441 281.717 288.293 33.754 124.629 17.095 – 30.623 1.196 5.771 783.078 249.953 308.021 26.073 137.287 4.385 22.299 32.651 818 4.073 785.560 15 9 16 20 19 10 116.377 3.471 19.747 17.080 10.211 4.062 170.948 100.000 28.565 33.102 15.213 10.208 2.683 189.771 116.377 – 20.897 17.379 11.138 – 165.791 100.000 – 34.251 15.512 10.837 – 160.600 21.a 21.c 21.d 21.h 389.000 120.309 144.536 (35.430) 757 619.172 389.000 120.297 212.443 (35.430) – 686.310 389.000 120.309 144.536 (35.430) 757 619.172 389.000 120.297 212.443 (35.430) – 686.310 1.451.004 1.633.522 1.568.041 1.632.470 16 17 21.g 7 e 18 9 16 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 DEMONSTRAÇÃO DOS VALORES ADICIONADOS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais, exceto quando indicado) (Valores expressos em milhares de reais) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS E SERVIÇOS PRESTADOS LUCRO BRUTO (DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS Com vendas Gerais e administrativas Remuneração dos administradores Outras receitas (despesas) operacionais líquidas Resultado da equivalência patrimonial Nota 22 23 23 23 9 e 23 23 10 e 11 RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO Receitas financeiras Despesas financeiras Variação cambial líquida 25 25 25 LUCRO (PREJUÍZO) ANTES DOS EFEITOS TRIBUTÁRIOS Provisão para imposto de renda Provisão para contribuição social Imposto de renda e contribuição social diferidos 19 19 19 Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 1.873.804 2.328.135 (1.456.459) (1.723.203) 417.345 604.932 (417.323) (74.284) (7.729) 17.412 15.298 (466.626) (49.281) 50.601 (59.959) (9.268) (18.626) (67.907) – – – – (67.907) (405.122) (91.786) (12.112) 1.648 18.911 (488.461) 116.471 28.322 (56.108) 751 (27.035) 89.436 – – (240) (240) 89.196 LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO LUCRO POR AÇÃO - R$ Básico 27 (0,7887) 1,0366 Diluído 27 (0,7887) 1,0366 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 2.081.291 2.327.605 (1.628.298) (1.692.065) 452.993 635.540 (435.470) (80.029) (7.729) 17.412 – (505.816) (52.823) 52.924 (60.991) (10.879) (18.946) (71.769) – – 3.862 3.862 (67.907) (412.460) (96.722) (12.112) 1.459 – (519.835) 115.705 29.250 (56.271) 1.575 (25.446) 90.259 (771) (331) 39 (1.063) 89.196 (0,7887) (0,7887) 1,0366 1,0366 DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS ABRANGENTES PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais) Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 (67.907) 89.196 Nota Resultado líquido do exercício Outros resultados abrangentes Variação cambial sobre investimento no exterior 10 e 11 757 – (67.150) 89.196 Resultado abrangente do exercício As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 (67.907) 89.196 757 (67.150) – 89.196 Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 1 - Receitas Vendas de produtos e serviços Devoluções e descontos comerciais Provisão (reversão) para créditos de liquidação duvidosa Não operacional Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 2.113.139 (48.923) (564) 19.396 2.083.048 2.660.332 (59.747) (1.096) 4.798 2.604.287 2.333.145 (50.601) (899) 19.414 2.301.059 2.672.857 (61.471) (1.169) 4.798 2.615.015 (1.446.978) (109.455) (46.170) (107.404) (1.710.007) 373.041 (29.263) 343.778 (1.720.149) (100.162) (52.365) (106.810) (1.979.486) 624.801 (20.346) 604.455 (1.612.201) (119.695) (47.545) (113.092) (1.892.533) 408.526 (30.588) 377.938 (1.689.011) (105.353) (53.120) (107.422) (1.954.906) 660.109 (20.946) 639.163 15.298 50.601 65.899 409.677 18.911 28.322 47.233 651.688 – 52.924 52.924 430.862 – 29.250 29.250 668.413 144.361 16.026 11.771 172.158 156.676 16.834 12.781 186.291 152.673 17.243 11.996 181.912 159.099 17.786 12.983 189.868 189.074 34.683 609 224.366 224.711 86.693 636 312.040 195.368 35.999 629 231.996 234.534 89.622 654 324.810 59.959 11.833 9.268 81.060 56.108 8.804 (751) 64.161 60.991 12.991 10.879 84.861 56.271 9.843 (1.575) 64.539 – 22.299 (67.907) 66.897 (67.907) 89.196 8 - Valor adicionado total distribuído 409.677 651.688 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras – (67.907) (67.907) 430.862 22.299 66.897 89.196 668.413 2 - Insumos adquiridos de terceiros Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos Materiais, energia, serviços de terceiros e outros Comissões Marketing 3 - Valor adicionado bruto (1-2) 4 - Depreciação, amortização e exaustão 5 - Valor adicionado líquido produzido pela entidade (3-4) 6 - Valor adicionado recebido em transferência Resultado de equivalência patrimonial Receitas financeiras 7 - Valor adicionado total a distribuir (5+6) Distribuição do valor adicionado Pessoal Remuneração direta Benefícios FGTS Impostos, taxas e contribuições Federais Estaduais Municipais Remuneração de capitais de terceiros Juros Aluguéis Variação cambial Remuneração de capitais próprios Dividendos Lucros (prejuízos) retidos DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais, exceto quando especificado) Nota SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009 Lucro líquido do exercício Dividendos propostos (R$ 0,259140 por ação) Constituição reserva de capital - stock options Constituição reserva de lucros Realização de opções - stock options SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010 Prejuízo líquido no exercício Outros resultados abrangentes: Ajuste acumulado de conversão Total de resultado abrangente Constituição reserva de capital - stock options Absorção do prejuízo do exercício SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 21.b Capital social 389.000 – – – – – 389.000 389.000 – Reservas de subvenção 118.305 – – – – – 118.305 118.305 – Controladora (BR GAAP) e Consolidado (IFRS e BR GAAP) Opções outorgadas Reservas de Ações em Outros resultados Lucros/prejuízos reconhecidas lucros tesouraria abrangentes acumulados 3.468 165.867 (38.126) – – – – – – 89.196 – (20.321) – – (22.299) 359 – – – – – 66.897 – – (66.897) (1.835) – 2.696 – – 1.992 212.443 (35.430) – – 1.992 212.443 (35.430) – – – – – – (67.907) 10 e 11 – – – – – – – – 12 – – – 389.000 118.305 2.004 As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras 21.b 21.d – – – (67.907) 144.536 – – – – (35.430) 757 757 – – 757 Total patrimônio líquido 638.514 89.196 (42.620) 359 – 861 686.310 686.310 (67.907) – (67.907) – 67.907 – 757 (67.150) 12 – 619.172 DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais) Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS Lucro (prejuízo) líquido do período Reconciliação do lucro (prejuízo) líquido com o caixa obtido (aplicado) nas operacões: Depreciação e amortização Equivalência patrimonial Ganho no valor justo dos instrumentos financeiros Provisão para riscos tributários, trabalhistas e cíveis Provisão para créditos de liquidação duvidosa Provisão para estoques, líquida Stock options Baixa de ativo imobilizado Baixa de investimentos em P&D Encargos sobre empréstimos Prêmio na integralização de capital Imposto de renda e contribuição social diferidos (Aumento) diminuição de ativos: Contas a receber Estoques Impostos a recuperar Adiantamentos diversos Outros ativos Aumento (diminuição) de passivos: Fornecedores Contas a pagar e provisões (67.907) 29.263 (15.298) (14.086) 11.087 564 30.346 12 1.574 – 33.296 (16.528) – (7.677) 138.898 134.358 17.311 5.192 (18.392) 9.130 (50.535) 89.196 Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 (67.907) 89.196 Obrigações tributárias Imposto de renda e contribuição social, pagos Outros passivos Caixa líquido obtido (aplicado) das atividades operacionais FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS Aquisição de joint venture Integralização de capital - investida Aquisição de imobilizado Aumento do intangível Caixa líquido aplicado nas atividades de investimento FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Pagamento de dividendos Captação de empréstimos Captação de empréstimos junto ao BNDES Amortização de empréstimos Pagamento de juros sobre empréstimos Ações em tesouraria Partes relacionadas (212.339) 59.925 (214.450) 59.174 100.131 48.567 Caixa líquido obtido das (aplicado nas) (27.575) 17.633 (30.287) atividades de financiamento (10.118) 2.168 (10.540) AUMENTO (REDUÇÃO) NO CAIXA 33.710 (31.704) 33.679 E EQUIVALENTES NO EXERCÍCIO CAIXA E EQUIVALENTES NO INÍCIO DO EXERCÍCIO (112.332) 31.764 (105.413) CAIXA E EQUIVALENTES NO FINAL DO EXERCÍCIO 4.981 (35.231) 643 AUMENTO (REDUÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES NO EXERCÍCIO As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras 20.346 (18.911) (2.801) 23.650 1.099 (6.612) (466) 3.083 862 14.159 – 240 123.845 30.588 – (14.086) 11.087 899 33.715 12 1.574 – 33.546 – (3.862) 25.566 20.946 – (2.801) 23.650 1.169 (6.588) (466) 3.083 862 14.159 – (39) 143.171 Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 11.449 (2.376) – – 4.248 (5.495) 251.659 (272.370) 243.982 (148.525) Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 12.710 (367) – (2.032) 7.731 (5.484) 165.127 (285.684) 190.693 (142.513) – (44) (16.965) (37.473) (54.482) (21) – (25.660) (21.407) (47.088) – – (23.414) (41.193) (64.607) – – (26.219) (21.414) (47.633) (22.299) 511.467 47.003 (605.849) (40.663) – (22.703) (50.000) 714.668 100.000 (474.684) (16.104) 1.686 1.990 (22.299) 562.612 47.003 (605.849) (40.663) – – (50.000) 715.121 100.000 (474.684) (16.104) 1.686 (3.770) (133.044) 277.556 (59.196) 272.249 56.456 89.591 146.047 56.456 81.943 7.648 89.591 81.943 66.890 89.817 156.707 66.890 82.103 7.714 89.817 82.103 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais) 1. INFORMAÇÕES GERAIS A Positivo Informática S.A. (“Companhia”), fundada em 1989, possui um parque tecnológico de cinco unidades no município de Curitiba - PR, uma unidade no município de Ilhéus - BA, duas controladas diretas, uma em Manaus - AM e outra em Ilhéus - BA, e uma controlada indireta em São Paulo - SP. Em dezembro de 2010 a Companhia adquiriu o controle compartilhado da Informática Fueguina S.A., na Argentina. Em fevereiro de 2011 a Companhia adquiriu o controle acionário da Crounal S.A., no Uruguai. Tem como atividades preponderantes: a industrialização, comercialização e desenvolvimento de projetos na área de informática; industrialização, comercialização e locação de software e hardware; comercialização de equipamentos de informática, de sistemas de aplicação pedagógica e de administração escolar, planejamento e suporte técnico-pedagógico; representação, comercialização, implantação, treinamento e suporte, assistência técnica de equipamentos e de sistemas de ensino técnico, tecnológico e científico em diversas áreas e demais atividades correlatas. Dentre os produtos fabricados e comercializados pela Companhia encontram-se: computadores de pequeno e médio porte, computadores portáteis, monitores, placas eletrônicas, mesas educacionais informatizadas, servidores e softwares educacionais. Internacionais de Relatório Financeiro (“IFRSs”) emitidas pelo International Accounting Standards Board - IASB e as práticas contábeis adotadas no Brasil, identificadas como Consolidado - IFRS e BR GAAP; e as demonstrações financeiras individuais da controladora preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, identificadas como Controladora - BR GAAP. As práticas contábeis adotadas no Brasil compreendem aquelas incluídas na legislação societária brasileira e os Pronunciamentos, as Orientações e as Interpretações emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e aprovados pela CVM. As demonstrações financeiras individuais apresentam a avaliação dos investimentos em controladas, em empreendimentos controlados em conjunto e coligadas pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com a legislação brasileira vigente. Desta forma, essas demonstrações financeiras individuais não são consideradas como estando conforme as IFRSs, que exigem a avaliação desses investimentos nas demonstrações separadas da controladora pelo seu valor justo ou pelo custo. Como não existe diferença entre o patrimônio líquido consolidado e o resultado consolidado atribuíveis aos acionistas da controladora, constantes nas demonstrações financeiras consolidadas preparadas de acordo com as IFRSs e as práticas contábeis adotadas no Brasil, e o patrimônio líquido e resultado da controladora, constantes nas 2. APRESENTAÇÃO E ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS demonstrações financeiras individuais preparadas de acordo com as práticas contábeis 2.1. Declaração de conformidade adotadas no Brasil, a Companhia optou por apresentar essas demonstrações financeiras As demonstrações financeiras da Companhia compreendem: As demonstrações financeiras consolidadas preparadas de acordo com as Normas individuais e consolidadas em um único conjunto, lado a lado. 2.2. Base de elaboração As demonstrações financeiras foram elaboradas com base no custo histórico, exceto por determinados instrumentos financeiros mensurados pelos seus valores justos, conforme descrito nas práticas contábeis a seguir. O custo histórico geralmente é baseado no valor justo das contraprestações pagas em troca de ativos. O resumo das principais políticas contábeis adotadas pela Companhia é como segue: 2.3. Bases de consolidação e investimentos em controladas As demonstrações financeiras consolidadas incluem as demonstrações financeiras da Companhia, suas controladas e controlada em conjunto. O controle é obtido quando a Companhia tem o poder de controlar as políticas financeiras e operacionais de uma entidade para auferir benefícios de suas atividades. Nas demonstrações financeiras individuais da Companhia as informações financeiras das controladas e dos empreendimentos controlados em conjunto são reconhecidas através do método de equivalência patrimonial. Quando necessário, as demonstrações financeiras das controladas e controlada em conjunto são ajustadas para adequar suas políticas contábeis àquelas estabelecidas pela Companhia. Todas as transações, saldos, receitas e despesas entre as empresas são eliminados integralmente nas demonstrações financeiras consolidadas. Nas demonstrações financeiras consolidadas as controladas diretas Positivo Informática da Amazônia Ltda., Positivo Informática da Bahia Ltda., Crounal S.A., e indireta Boreo Comércio de Equipamentos Ltda., foram consolidadas integralmente. Para o empreendimento controlado em conjunto, Informática Fueguina S.A. foi utilizado o método de consolidação proporcional. Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 17 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais) Participação % 31/12/2011 31/12/2010 Controladas Diretas Positivo Informática da Amazônia Ltda. 100 100 Positivo Informática da Bahia Ltda. 100 100 Crounal S.A. 100 – Controlada Indireta Investida da Positivo Informática da Bahia Ltda. Boreo Comércio de Equipamentos Ltda. 100 100 Empreendimento controlado em conjunto Informática Fueguina S.A. 50 50 2.4. Ágio O ágio resultante de uma combinação de negócios é demonstrado ao custo na data da combinação do negócio, líquido da perda acumulada no valor recuperável, se houver. Para fins de teste de redução ao valor recuperável, o ágio é alocado para cada uma das unidades geradoras de caixa da Companhia (ou grupos de unidades geradoras de caixa) que irão se beneficiar das sinergias da combinação. As unidades geradoras de caixa às quais o ágio foi alocado são submetidas anualmente a teste de redução no valor recuperável, ou com maior frequência quando houver indicação de que a unidade poderá apresentar redução no valor recuperável. Se o valor recuperável da unidade geradora de caixa for menor que o valor contábil, a perda por redução ao valor recuperável é primeiramente alocada para reduzir o valor contábil de qualquer ágio alocado à unidade e, posteriormente, aos outros ativos da unidade, proporcionalmente ao valor contábil de cada um de seus ativos. Qualquer perda por redução no valor recuperável de ágio é reconhecida diretamente no resultado do período. A perda por redução ao valor recuperável não é revertida em períodos subsequentes. Quando da alienação da correspondente unidade geradora de caixa, o valor atribuível de ágio é incluído na apuração do lucro ou prejuízo da alienação. 2.5. Reconhecimento de receita A receita é mensurada pelo valor justo da contrapartida recebida ou a receber, deduzida de quaisquer estimativas de devoluções, descontos comerciais e/ou bonificações concedidos ao comprador e outras deduções similares. 2.5.1. Venda de produtos A receita de vendas de produtos é reconhecida quando todas as seguintes condições forem satisfeitas: • a Companhia transferiu ao comprador os riscos e benefícios significativos relacionados à propriedade dos produtos; • a Companhia não mantém envolvimento continuado na gestão dos produtos vendidos em grau normalmente associado à propriedade nem controle efetivo sobre tais produtos; • o valor da receita pode ser mensurado com confiabilidade; • é provável que os benefícios econômicos associados à transação fluirão para a Companhia; e • os custos incorridos ou a serem incorridos relacionados à transação podem ser mensurados com confiabilidade. Mais especificamente, a receita de venda de produtos é reconhecida quando os produtos são entregues e a titularidade legal é transferida. 2.5.2. Prestação de serviços A receita de um contrato para prestação de serviços é reconhecida de acordo com o estágio de conclusão do contrato. O estágio de conclusão dos contratos é assim determinado: • Os honorários de instalação são reconhecidos de acordo com o estágio de conclusão dos serviços de instalação, determinados proporcionalmente entre o tempo total estimado para os serviços e o tempo decorrido até o final de cada período de relatório. • Os honorários de serviços incluídos no preço de produtos vendidos são reconhecidos proporcionalmente ao seu custo total, considerando as tendências históricas no número de serviços realmente prestados em produtos vendidos anteriormente. A receita referente a serviços com base em tempo e materiais contratados é reconhecida às taxas contratuais conforme as horas trabalhadas e quando as despesas diretas são incorridas. 2.6. Arrendamento Os arrendamentos são classificados como financeiros sempre que os termos do contrato de arrendamento transferirem substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do bem para o arrendatário. Todos os outros arrendamentos são classificados como operacional. 2.6.1. A Companhia como arrendadora As contas a receber de arrendatários referentes a contratos de arrendamento financeiro são registradas inicialmente com base no valor justo do bem arrendado. O rendimento do arrendamento financeiro é reconhecido nos períodos contábeis, a fim de refletir a taxa de retorno efetiva no investimento líquido da Companhia em aberto em relação aos arrendamentos. A receita de aluguel oriunda de arrendamento operacional é reconhecida pelo método linear durante o período de vigência do arrendamento em questão. Os custos diretos iniciais incorridos na negociação e preparação do leasing operacional são adicionados ao valor contábil dos ativos arrendados e reconhecidos também pelo método linear pelo período de vigência do arrendamento. 2.7. Moeda estrangeira Na elaboração das demonstrações financeiras de cada empresa da Companhia, as transações em moeda estrangeira, ou seja, qualquer moeda diferente da moeda funcional de cada empresa são registradas de acordo com as taxas de câmbio vigentes na data de cada transação. No final de cada período de relatório, os itens monetários em moeda estrangeira são reconvertidos pelas taxas vigentes no fim do exercício. Os itens não monetários registrados pelo valor justo apurado em moeda estrangeira são reconvertidos pelas taxas vigentes na data em que o valor justo foi determinado. Os itens não monetários que são mensurados pelo custo histórico em uma moeda estrangeira devem ser convertidos, utilizando a taxa vigente da data da transação. As variações cambiais sobre itens monetários são reconhecidas no resultado no período em que ocorrerem. 2.8. Custos de empréstimos Os custos de empréstimos atribuíveis diretamente à aquisição, construção ou produção de ativos qualificáveis, os quais levam, necessariamente, um período de tempo substancial para ficarem prontos para uso ou venda pretendida, são acrescentados ao custo de tais ativos até a data em que estejam prontos para o uso ou a venda pretendida. Os ganhos sobre investimentos decorrentes da aplicação temporária dos recursos obtidos com empréstimos específicos ainda não gastos com o ativo qualificável são deduzidos dos custos com empréstimos elegíveis para capitalização. Todos os outros custos com empréstimos são reconhecidos no resultado do período em que são incorridos. 2.9. Subvenções governamentais Subvenção para investimentos e para custeio: conforme mencionado na nota explicativa nº 7, a Companhia goza de benefícios fiscais. A parcela correspondente à utilização dos benefícios fiscais relativa ao ICMS decorrentes da venda de produtos industrializados é reconhecida da seguinte forma: • Como receita do exercício corrente, a parcela em que as obrigações de investimentos relacionadas ao benefício foram plenamente atendidas; • Mantida no passivo, sob a rubrica Receita Diferida, a parcela cuja obrigação de investimento ainda não foi plenamente atendida; • Também mantida no passivo, sob a rubrica Receita Diferida, a parcela de investimento referente a um ativo amortizável. Esta parcela será reconhecida como receita ao longo do período da vida útil deste bem, na proporção de sua amortização; • Como receita do exercício corrente, a parcela em que não há obrigação direta de investimento. Tanto a subvenção para custeio quanto a subvenção para investimento são computadas no resultado como receita na conta “Impostos e Contribuições”. 2.10. Acordos de pagamentos baseados em ações 2.10.1 Transações de pagamentos baseados em ações da Companhia O plano de remuneração baseado em ações para empregados e outros provedores de serviços similares são mensurados pelo valor justo dos instrumentos de patrimônio na data da outorga. Os detalhes a respeito da determinação do valor justo desses planos estão descritos na nota explicativa nº 29. O valor justo das opções concedidas determinado na data da outorga é registrado pelo método linear como despesa no resultado do exercício durante o prazo no qual o direito é adquirido, com base em estimativas da Companhia sobre quais opções concedidas serão eventualmente adquiridas, com correspondente aumento do patrimônio. No final de cada período de relatório, a Companhia revisa suas estimativas sobre a quantidade de instrumentos de patrimônio que serão adquiridos. O impacto da revisão em relação às estimativas originais, se houver, é reconhecido no resultado do período, de tal forma que a despesa acumulada reflita as estimativas revisadas com o correspondente ajuste no patrimônio líquido na conta “Opções Outorgadas Reconhecidas” que registrou o benefício aos empregados. 2.11. Tributação A despesa com imposto de renda e contribuição social representa a soma dos impostos correntes e diferidos. 2.11.1. Impostos correntes A provisão para imposto de renda e contribuição social está baseada no lucro tributável do exercício. O lucro tributável difere do lucro apresentado na demonstração do resultado, porque exclui receitas ou despesas tributáveis ou dedutíveis em outros exercícios, além de excluir itens não tributáveis ou não dedutíveis de forma permanente. A provisão para imposto de renda e contribuição social é calculada individualmente para a Controladora e suas controladas com base nas alíquotas vigentes no fim do exercício. 2.11.2. Impostos diferidos O imposto de renda e contribuição social diferidos (“imposto diferido”) é reconhecido sobre as diferenças temporárias no final de cada período de relatório entre os saldos de ativos e passivos reconhecidos nas demonstrações financeiras e as bases fiscais correspondentes usadas na apuração do lucro tributável, incluindo saldo de prejuízos fiscais, quando aplicável. Os impostos diferidos passivos são geralmente reconhecidos sobre todas as diferenças temporárias tributáveis e os impostos diferidos ativos são reconhecidos sobre todas as diferenças temporárias dedutíveis, apenas quando for provável que a empresa apresentará lucro tributável futuro em montante suficiente para que tais diferenças temporárias dedutíveis possam ser utilizadas. Os impostos diferidos ativos ou passivos não são reconhecidos sobre diferenças temporárias resultantes de ágio ou de reconhecimento inicial (exceto para combinação de negócios) de outros ativos e passivos em uma transação que não afete o lucro tributável nem o lucro contábil. Os impostos diferidos passivos são reconhecidos sobre as diferenças temporárias tributáveis associadas a investimentos em controladas, coligadas e participações em “joint ventures”, exceto quando a Companhia for capaz de controlar a reversão das diferenças temporárias e quando for provável que essa reversão não irá ocorrer em um futuro previsível. Os impostos diferidos ativo originados de diferenças temporárias dedutíveis relacionadas a tais investimentos e participações somente são reconhecidos quando for provável que haverá lucro tributável futuro em montante suficiente para que tais diferenças temporárias possam ser utilizadas e quando for provável sua reversão em um futuro previsível. A recuperação do saldo dos impostos diferidos ativos é revisada no final de cada período de relatório e, quando não for mais provável que lucros tributáveis futuros estarão disponíveis para permitir a recuperação de todo o ativo, ou parte dele, o saldo do ativo é ajustado pelo montante que se espera que seja recuperado. Impostos diferidos ativos e passivos são mensurados pelas alíquotas aplicáveis no período no qual se espera que o passivo seja liquidado ou o ativo seja realizado, com base nas alíquotas previstas na legislação tributária vigente no final de cada período de relatório, ou quando uma nova legislação tiver sido substancialmente aprovada. A mensuração dos impostos diferidos ativos e passivos reflete as consequências fiscais que resultariam da forma na qual a Companhia espera, no final de cada período de relatório, recuperar ou liquidar o valor contábil desses ativos e passivos. 2.11.3. Imposto de renda e contribuição social correntes e diferidos do período O imposto de renda e contribuição social correntes e diferidos são reconhecidos como despesa ou receita no resultado do período. 2.12. Imobilizado Edificações, imobilizações em andamento, móveis e utensílios e equipamentos estão demonstrados ao valor de custo, deduzidos de depreciação e perda por redução ao valor recuperável acumuladas. São registrados como parte dos custos das imobilizações em andamento os honorários profissionais e, no caso de ativos qualificáveis, os custos de empréstimos capitalizados de acordo com a política contábil da Companhia. Tais imobilizações são classificadas nas categorias adequadas do imobilizado quando concluídas e prontas para o uso pretendido. A depreciação desses ativos inicia-se quando eles estão prontos para o uso pretendido na mesma base dos outros ativos imobilizados. A depreciação é reconhecida com base na vida útil estimada de cada ativo pelo método linear, de modo que o valor do custo menos o seu valor residual após sua vida útil seja integralmente baixado (exceto para terrenos e construções em andamento). A vida útil estimada, os valores residuais e os métodos de depreciação são revisados no final da data do balanço patrimonial e o efeito de quaisquer mudanças nas estimativas é contabilizado prospectivamente. Ativos mantidos por meio de arrendamento financeiro são depreciados pela vida útil esperada da mesma forma que os ativos próprios ou por um período inferior, se aplicável, conforme termos do contrato de arrendamento em questão. Um item do imobilizado é baixado após alienação ou quando não há benefícios econômicos futuros resultantes do uso contínuo do ativo. Quaisquer ganhos ou perdas na venda ou baixa de um item do imobilizado são determinados pela diferença entre os valores recebidos na venda e o valor contábil do ativo e são reconhecidos no resultado. 2.13. Ativos intangíveis 2.13.1. Ativos intangíveis adquiridos separadamente Ativos intangíveis com vida útil definida adquiridos separadamente são registrados ao custo, deduzido da amortização e das perdas por redução ao valor recuperável acumuladas. A amortização é reconhecida linearmente com base na vida útil estimada dos ativos. A vida útil estimada e o método de amortização são revisados no fim de cada exercício e o efeito de quaisquer mudanças nas estimativas é contabilizado prospectivamente. Ativos intangíveis com vida útil indefinida adquiridos separadamente são registrados ao custo, deduzido das perdas por redução ao valor recuperável acumuladas. 2.13.2. Ativos intangíveis gerados internamente - gastos com desenvolvimento Os gastos com atividades de pesquisa são reconhecidos como despesa no período em que são incorridos. O ativo intangível gerado internamente resultante de gastos com desenvolvimento (ou de uma fase de desenvolvimento de um projeto interno) é reconhecido se, e somente se, demonstrado todas as seguintes condições: • A viabilidade técnica de completar o ativo intangível para que seja disponibilizado para uso ou venda; • A intenção de se completar o ativo intangível e usá-lo ou vendê-lo; • A habilidade de usar ou vender o ativo intangível; • Como o ativo intangível irá gerar prováveis benefícios econômicos futuros; • A disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e outros para completar o desenvolvimento do ativo intangível e para usá-lo ou vendê-lo; e • A habilidade de mensurar, com confiabilidade, os gastos atribuíveis ao ativo intangível durante seu desenvolvimento. O montante inicialmente reconhecido de ativos intangíveis gerados internamente corresponde à soma dos gastos incorridos desde quando o ativo intangível passou a atender aos critérios de reconhecimento mencionados anteriormente. Quando nenhum ativo intangível gerado internamente puder ser reconhecido, os gastos com desenvolvimento serão reconhecidos no resultado do período, quando incorridos. Subsequentemente ao reconhecimento inicial, os ativos intangíveis gerados internamente são registrados ao valor de custo, deduzido da amortização e da perda por redução ao valor recuperável acumuladas, assim como os ativos intangíveis adquiridos separadamente. 2.13.3. Baixa de ativos intangíveis Um ativo intangível é baixado na alienação ou quando não há benefícios econômicos futuros resultantes do uso ou da alienação. Os ganhos ou as perdas resultantes da baixa de um ativo intangível, mensurados como a diferença entre as receitas líquidas da alienação e o valor contábil do ativo, são reconhecidos no resultado quando o ativo é baixado. 2.14. Redução ao valor recuperável de ativos tangíveis e intangíveis, excluindo o ágio No fim de cada exercício, a Companhia revisa o valor contábil de seus ativos tangíveis e intangíveis para determinar se há alguma indicação de que tais ativos sofreram alguma perda por redução ao valor recuperável. Se houver tal indicação, o montante recuperável do ativo é estimado com a finalidade de mensurar o montante dessa perda, se houver. Quando não for possível estimar o montante recuperável de um ativo individualmente, a Companhia calcula o montante recuperável da unidade geradora de caixa à qual pertence o ativo. Quando uma base de alocação razoável e consistente pode ser identificada, os ativos corporativos também são alocados às unidades geradoras de caixa individuais ou ao menor grupo de unidades geradoras de caixa para o qual uma base de alocação razoável e consistente possa ser identificada. Ativos intangíveis com vida útil indefinida ou ainda não disponíveis para uso são submetidos ao teste de redução ao valor recuperável pelo menos uma vez ao ano e sempre que houver qualquer indicação de que o ativo possa apresentar perda por redução ao valor recuperável. O montante recuperável é o maior valor entre o valor justo menos os custos na venda ou o valor em uso. Na avaliação do valor em uso, os fluxos de caixa futuros estimados são descontados ao valor presente pela taxa de desconto, antes dos impostos, que reflita uma avaliação atual de mercado do valor da moeda no tempo e os riscos específicos do ativo para o qual a estimativa de fluxos de caixa futuros não foi ajustada. Se o montante recuperável de um ativo (ou unidade geradora de caixa) calculado for menor que seu valor contábil, o valor contábil do ativo (ou unidade geradora de caixa) é reduzido ao seu valor recuperável. A perda por redução ao valor recuperável é reconhecida imediatamente no resultado. Quando a perda por redução ao valor recuperável é revertida subsequentemente, ocorre o aumento do valor contábil do ativo (ou unidade geradora de caixa) para a estimativa revisada de seu valor recuperável, desde que não exceda o valor contábil que teria sido determinado, caso nenhuma perda por redução ao valor recuperável tivesse sido reconhecida para o ativo (ou unidade geradora de caixa) em exercícios anteriores. A reversão da perda por redução ao valor recuperável é reconhecida imediatamente no resultado. 2.15. Estoques Os estoques são apresentados pelo menor valor entre o valor de custo e o valor líquido realizável. Os custos dos estoques são determinados pelo método do custo médio. O valor líquido realizável corresponde ao preço de venda estimado dos estoques, deduzido de todos os custos estimados para conclusão e custos necessários para realizar a venda. A provisão de obsolescência para estoques é realizada com base na avaliação das matériasprimas, estoques de revendas e produtos acabados que não possuem expectativa clara de utilização e venda. A base principal dessa avaliação é o giro dos estoques, segregando aqueles destinados à produção daqueles destinados à assistência técnica. 2.16. Provisões As provisões são reconhecidas para obrigações presentes (legal ou presumida) resultante de eventos passados, em que seja possível estimar os valores de forma confiável e cuja liquidação seja provável. O valor reconhecido como provisão é a melhor estimativa das considerações requeridas para liquidar a obrigação no final de cada período de relatório, considerando-se os riscos e as incertezas relativos à obrigação. Quando a provisão é mensurada com base nos fluxos de caixa estimados para liquidar a obrigação, seu valor contábil corresponde ao valor presente desses fluxos de caixa (em que o efeito do valor temporal do dinheiro é relevante). Quando alguns ou todos os benefícios econômicos requeridos para a liquidação de uma provisão são esperados que sejam recuperados de um terceiro, um ativo é reconhecido se, e somente se, o reembolso for virtualmente certo e o valor puder ser mensurado de forma confiável. 2.16.1. Garantias As provisões para o custo esperado com a garantia de vendas são reconhecidas na data da venda dos respectivos produtos com base na melhor estimativa da Administração em relação aos gastos necessários para liquidar a obrigação da Companhia. Com base no número de computadores em garantia e no prazo de cada garantia concedida sobre estas máquinas e, adicionalmente em função do histórico recente de frequência de atendimentos por máquina e do custo médio por atendimento de assistência técnica, estimou-se o valor da provisão necessária para fazer frente à obrigação total assumida, em relação aos equipamentos em garantia nas respectivas datas-base. 2.16.2. Passivos contingentes adquiridos em uma combinação de negócios Os passivos contingentes adquiridos em uma combinação de negócios são inicialmente mensurados pelo valor justo na data da aquisição. No encerramento do exercício, esses passivos contingentes são mensurados pelo maior valor entre o valor que seria reconhecido de acordo com a IAS 37 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes (equivalente ao CPC 25) e o valor inicialmente reconhecido deduzido da amortização acumulada reconhecida de acordo com a IAS 18 - Receita (equivalente ao CPC 30). 2.17. Instrumentos financeiros Os ativos e passivos financeiros são reconhecidos quando uma entidade da Companhia for parte das disposições contratuais do instrumento. Os ativos e passivos financeiros são inicialmente mensurados pelo valor justo. Os custos da transação diretamente atribuíveis à aquisição ou emissão de ativos e passivos financeiros (exceto por ativos e passivos financeiros reconhecidos ao valor justo no resultado) são acrescidos ou deduzidos do valor justo dos ativos ou passivos financeiros, se aplicável, após o reconhecimento inicial. Os custos da transação diretamente atribuíveis à aquisição de ativos e passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado são reconhecidos imediatamente no resultado. 2.18. Ativos financeiros Os ativos financeiros estão classificados nas seguintes categorias específicas: ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado, investimentos mantidos até o vencimento, ativos financeiros “disponíveis para venda” e empréstimos e recebíveis. A classificação depende da natureza e finalidade dos ativos financeiros e é determinada na data do reconhecimento inicial. Todas as aquisições ou alienações normais de ativos financeiros são reconhecidas ou baixadas com base na data de negociação. As aquisições ou alienações normais correspondem a aquisições ou alienações de ativos financeiros que requerem a entrega de ativos dentro do prazo estabelecido por meio de norma ou prática de mercado. 2.18.1 Método de juros efetivos O método de juros efetivos é utilizado para calcular o custo amortizado de um instrumento da dívida e alocar sua receita de juros ao longo do período correspondente. A taxa de juros efetiva é a taxa que desconta exatamente os recebimentos de caixa futuros estimados (incluindo todos os honorários e pontos pagos ou recebidos que sejam parte integrante da taxa de juros efetiva, os custos da transação e outros prêmios ou deduções) durante a vida estimada do instrumento da dívida ou, quando apropriado, durante um período menor, para o valor contábil líquido na data do reconhecimento inicial. A receita é reconhecida com base nos juros efetivos para os instrumentos de dívida não caracterizados como ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado. 2.18.2. Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado Os ativos financeiros são classificados ao valor justo por meio do resultado quando são mantidos para negociação ou designados pelo valor justo por meio do resultado. Um ativo financeiro é classificado como mantido para negociação se: • for adquirido principalmente para ser vendido a curto prazo; ou • no reconhecimento inicial é parte de uma carteira de instrumentos financeiros identificados que a Companhia administra em conjunto e possui um padrão real recente de obtenção de lucros a curto prazo; ou • for um derivativo que não tenha sido designado como um instrumento de “hedge” efetivo. Um ativo financeiro além dos mantidos para negociação pode ser designado ao valor justo por meio do resultado no reconhecimento inicial se: • tal designação eliminar ou reduzir significativamente uma inconsistência de mensuração ou reconhecimento que, de outra forma, surgiria; ou • o ativo financeiro for parte de um grupo gerenciado de ativos ou passivos financeiros ou ambos, e • seu desempenho for avaliado com base no valor justo, de acordo com a estratégia documentada de gerenciamento de risco ou de investimento da Companhia, e quando as informações sobre o agrupamento forem fornecidas internamente com a mesma base; ou • fizer parte de um contrato contendo um ou mais derivativos embutidos e a IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (equivalente ao CPC 38) permitir que o contrato combinado (ativo ou passivo) seja totalmente designado ao valor justo por meio do resultado. Os ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado são demonstrados ao valor justo, e quaisquer ganhos ou perdas resultantes são reconhecidos no resultado. Ganhos e perdas líquidos reconhecidos no resultado incorporam os dividendos ou juros auferidos pelos ativos financeiros, sendo incluídos na rubrica “Outros ganhos e perdas”, na demonstração do resultado, o valor justo é determinado conforme descrito na nota explicativa nº 28. 2.18.3. Empréstimos e recebíveis Empréstimos e recebíveis são ativos financeiros não derivativos com pagamentos fixos ou determináveis e que não são cotados em um mercado ativo. Os empréstimos e recebíveis (inclusive contas a receber de clientes e outras, caixa e equivalentes de caixa) são mensurados pelo valor de custo amortizado utilizando o método de juros efetivos, deduzidos de qualquer perda por redução do valor recuperável. A receita de juros é reconhecida através da aplicação da taxa de juros efetiva, exceto para créditos de curto prazo quando o reconhecimento dos juros seria imaterial. 2.18.4. Redução ao valor recuperável de ativos financeiros Ativos financeiros, exceto aqueles designados pelo valor justo por meio do resultado, são avaliados por indicadores de redução ao valor recuperável no final de cada período de relatório. As perdas por redução ao valor recuperável são reconhecidas se, e apenas se, houver evidência objetiva da redução ao valor recuperável do ativo financeiro como resultado de um ou mais eventos que tenham ocorrido após seu reconhecimento inicial, com impacto nos fluxos de caixa futuros estimados desse ativo. Para todos os outros ativos financeiros, uma evidência objetiva pode incluir: • Dificuldade financeira significativa do emissor ou contraparte; ou • Violação de contrato, como uma inadimplência ou atraso nos pagamentos de juros ou principal; ou • Probabilidade de o devedor declarar falência ou reorganização financeira; ou • Extinção do mercado ativo daquele ativo financeiro em virtude de problemas financeiros. Para certas categorias de ativos financeiros, tais como contas a receber os ativos que na avaliação individual não apresentam redução ao valor recuperável podem, subsequentemente, apresentá-la quando são avaliados coletivamente. Evidências objetivas de redução ao valor recuperável para uma carteira de créditos podem incluir a experiência passada da Companhia na cobrança de pagamentos e o aumento no número de pagamentos em atraso, além de mudanças observáveis nas condições econômicas nacionais ou locais relacionadas à inadimplência dos recebíveis. Para os ativos financeiros registrados ao valor de custo amortizado, o valor da redução ao valor recuperável registrado corresponde à diferença entre o valor contábil do ativo e o valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, descontada pela taxa de juros efetiva original do ativo financeiro. Para ativos financeiros registrados ao custo, o valor da perda por redução ao valor recuperável corresponde à diferença entre o valor contábil do ativo e o valor presente dos 18 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais) fluxos de caixa futuros estimados, descontada pela taxa de retorno atual para um ativo financeiro similar. Essa perda por redução ao valor recuperável não será revertida em períodos subsequentes. O valor contábil do ativo financeiro é reduzido diretamente pela perda por redução ao valor recuperável para todos os ativos financeiros, com exceção das contas a receber, em que o valor contábil é reduzido pelo uso de uma provisão. Recuperações subsequentes de valores anteriormente baixados são creditadas à provisão. Mudanças no valor contábil da provisão são reconhecidas no resultado. Para ativos financeiros registrados ao custo amortizado, se em um período subsequente o valor da perda da redução ao valor recuperável diminuir e a diminuição puder ser relacionada objetivamente a um evento ocorrido após a redução ao valor recuperável ter sido reconhecida, a perda anteriormente reconhecida é revertida por meio do resultado, desde que o valor contábil do investimento na data dessa reversão não exceda o eventual custo amortizado se a redução ao valor recuperável não tivesse sido reconhecida. 2.18.5. Baixa de ativos financeiros A Companhia baixa um ativo financeiro, apenas quando os direitos contratuais aos fluxos de caixa provenientes desse ativo expiram, ou transfere o ativo, e substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade para outra empresa. Se a Companhia não transferir nem retiver substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo financeiro, mas continuar a controlar o ativo transferido, a Companhia reconhece a participação retida e o respectivo passivo nos valores que terá de pagar. Se retiver substancialmente todos os riscos e benefícios do ativo da propriedade do ativo financeiro transferido, a Companhia continua reconhecendo esse ativo, além de um empréstimo garantido pela receita recebida. Na baixa de um ativo financeiro que não seja em sua totalidade (por exemplo, quando a Companhia retém uma opção de recompra de parte de um ativo transferido ou retém participação residual que não resulte na retenção de substancialmente todos os riscos e benefícios da titularidade e a Companhia retém o controle), a Companhia aloca o valor contábil anterior do ativo financeiro entre a parte que ele continua a reconhecer devido ao envolvimento contínuo e a parte que ele não mais reconhece, com base no valor justo relativo dessas partes na data da transferência. 2.19. Passivos financeiros e instrumentos de patrimônio 2.19.1. Classificação como instrumento de dívida ou de patrimônio Instrumentos de dívida e de patrimônio emitidos por uma entidade da Companhia são classificados como passivos financeiros ou patrimônio, de acordo com a natureza do acordo contratual e as definições de passivo financeiro e instrumento de patrimônio. 2.19.2. Instrumento de patrimônio Um instrumento de patrimônio é um contrato que evidencia uma participação residual nos ativos de uma empresa após a dedução de todas as suas obrigações. Os instrumentos de patrimônio emitidos pela Companhia são reconhecidos quando os recursos são recebidos, líquidos dos custos diretos de emissão. A recompra dos próprios instrumentos de patrimônio da Companhia é reconhecida e deduzida diretamente no patrimônio. Nenhum ganho ou perda é reconhecido no resultado proveniente de compra, venda, emissão ou cancelamento dos próprios instrumentos de patrimônio da Companhia. 2.19.3. Passivos financeiros Os passivos financeiros são classificados como “Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado” ou “Outros passivos financeiros”. 2.19.3.1. Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado Os passivos financeiros são classificados como ao valor justo por meio do resultado quando são mantidos para negociação ou designados ao valor justo por meio do resultado. Um passivo financeiro é classificado como mantido para negociação se: • foi adquirido principalmente para a recompra no curto prazo; • faz parte de uma carteira de instrumentos financeiros identificados e gerenciados em conjunto pela Companhia e possui um padrão real recente de obtenção de lucro de curto prazo; e • é um derivativo não designado como instrumento de “hedge” efetivo. Um passivo financeiro não mantido para negociação pode ser designado ao valor justo por meio do resultado no reconhecimento inicial se: • tal designação eliminar ou reduzir significativamente uma inconsistência na mensuração ou reconhecimento que, de outra forma, iria surgir; • o passivo financeiro for parte de um grupo de ativos ou passivos financeiros ou ambos, gerenciado e com seu desempenho avaliado com base no valor justo de acordo com a gestão dos riscos ou estratégia de investimentos documentados da Companhia, e quando as informações a respeito da Companhia forem fornecidas internamente com a mesma base; ou • o ativo financeiro for parte de um contrato contendo um ou mais derivativos embutidos e a IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração permitir que o contrato combinado (ativo ou passivo) seja totalmente designado ao valor justo por meio do resultado. Os passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado são demonstrados ao valor justo, e os respectivos ganhos ou perdas são reconhecidos no resultado. Os ganhos ou as perdas líquidos reconhecidos no resultado incorporam os juros pagos pelo passivo financeiro, sendo incluídos na rubrica “Outros ganhos e perdas”, na demonstração do resultado. O valor justo é determinado conforme descrito na nota explicativa nº 28. 2.19.3.2. Outros passivos financeiros Os outros passivos financeiros (incluindo empréstimos) são mensurados pelo valor de custo amortizado utilizando o método de juros efetivos. O método de juros efetivos é utilizado para calcular o custo amortizado de um passivo financeiro e alocar sua despesa de juros pelo respectivo período. A taxa de juros efetiva é a taxa que desconta exatamente os fluxos de caixa futuros estimados (inclusive honorários e pontos pagos ou recebidos que constituem parte integrante da taxa de juros efetiva, custos da transação e outros prêmios ou descontos) ao longo da vida estimada do passivo financeiro ou, quando apropriado, por um período menor, para o reconhecimento inicial do valor contábil líquido. 2.19.3.3. Baixa de passivos financeiros A Companhia baixa passivos financeiros somente quando as obrigações da Companhia são extintas e canceladas ou quando vencem. A diferença entre o valor contábil do passivo financeiro baixado e a contrapartida paga e a pagar é reconhecida no resultado. 2.20. Instrumentos financeiros derivativos A Companhia possui vários instrumentos financeiros derivativos para administrar a sua exposição a riscos de taxa de juros e câmbio, incluindo contratos de câmbio a termo, “swaps” de taxa de juros e de moedas. A nota explicativa nº 28 inclui informações mais detalhadas sobre os instrumentos financeiros derivativos. Os derivativos são inicialmente reconhecidos ao valor justo na data de contratação e são posteriormente remensurados pelo valor justo no encerramento do exercício. Eventuais ganhos ou perdas são reconhecidos no resultado imediatamente, a menos que o derivativo seja designado e efetivo como instrumento de “hedge”; nesse caso, o momento do reconhecimento no resultado depende da natureza da relação de “hedge”. 2.21. Ajuste a valor presente A Companhia efetua o cálculo do valor presente principalmente sobre os saldos de contas a receber e fornecedores. Os efeitos desse cálculo são registrados no resultado do exercício, na rubrica de “Resultado financeiro”. Os elementos integrantes do ativo e do passivo, decorrentes de operações de longo ou curto prazos, quando houver efeito relevante, são ajustados a valor presente, com base na taxa de desconto que reflete as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do dinheiro no tempo e os riscos dos passivos e expectativas do ativo em suas datas originais. A taxa de desconto utilizada foi de aproximadamente 10% ao ano, a qual tem como fundamento e premissa a taxa média publicada pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento e Distribuidoras - “ANBID”. 2.22. Demonstração do Valor Adicionado (“DVA”) Essa demonstração tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela Companhia e sua distribuição durante determinado período e é apresentada pela Companhia, conforme requerido pela legislação societária brasileira, como parte de suas demonstrações financeiras individuais e como informação suplementar às demonstrações financeiras consolidadas, pois não é uma demonstração prevista e nem obrigatória conforme as IFRSs. A DVA foi preparada com base em informações obtidas dos registros contábeis que servem de base de preparação das demonstrações financeiras e seguindo as disposições contidas no CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado. Em sua primeira parte apresenta a riqueza criada pela Companhia, representada pelas receitas (receita bruta das vendas, incluindo os tributos incidentes sobre a mesma, as outras receitas e os efeitos da provisão para créditos de liquidação duvidosa), pelos insumos adquiridos de terceiros (custo das vendas e aquisições de materiais, energia e serviços de terceiros, incluindo os tributos incluídos no momento da aquisição, os efeitos das perdas e recuperação de valores ativos, e a depreciação e amortização) e o valor adicionado recebido de terceiros (resultado da equivalência patrimonial, receitas financeiras e outras receitas). A segunda parte da DVA apresenta a distribuição da riqueza entre pessoal, impostos, taxas e contribuições, remuneração de capitais de terceiros e remuneração de capitais próprios. 2.23. Novas normas, alterações e interpretações de normas a) Normas, interpretações e alterações de normas existentes em vigor em 31 de dezembro de 2011 e que não tiveram impactos relevantes sobre as demonstrações contábeis da Companhia. As interpretações e alterações das normas existentes a seguir foram editadas e estavam em com relação às exposições ao risco quando um ativo financeiro é transferido, porém o vigor em 31 de dezembro de 2011. Entretanto, não tiveram impactos relevantes sobre as transferidor retém certo nível de exposição contínua no ativo. As modificações requerem ainda divulgações nos casos em que as transferências de ativos financeiros não são demonstrações contábeis da Companhia: Norma Principais exigências Data de entrada em vigor proporcionalmente distribuídas durante o período. A Administração da Companhia não espera que essas modificações à IFRS 7 tenham um Aplicável a exercícios com efeito relevante sobre as divulgações da Companhia relacionadas a transferências de Melhorias nas IFRSs - 2010 Alteração de diversos início em ou após 1º de contas a receber anteriormente executadas (ver nota explicativa nº 5). No entanto, caso a pronunciamentos contábeis. janeiro de 2011. Companhia realize outros tipos de transferência de ativos financeiros no futuro, as Alterações à IFRS 1 Isenção limitada de divulgações relacionadas a essas transferências poderão ser impactadas. Aplicável a exercícios com Modificação da IFRS 1 sobre a eliminação de datas fixas para adotantes pela primeira vez divulgações comparativas da IFRS 7 para adotantes início em ou após 1º de julho das IFRSs: em 20 de dezembro de 2010, o IASB emitiu a modificação da IFRS 1 - First-time iniciais. de 2010. Adoption of International Financial Reporting Standards (IFRSs) que trata da eliminação de Aplicável a exercícios com datas fixas para adotantes pela primeira vez das IFRSs. As modificações substituem a data Alterações à IAS 24 início em ou após 1º de fixa de aplicação prospectiva de 1º de janeiro de 2004 para a data de transição para as Divulgações de partes janeiro de 2011. IFRSs, de forma que os adotantes pela primeira vez das IFRSs não tenham de aplicar os relacionadas. Alterações à IFRIC 14 Pagamentos antecipados de Aplicável a exercícios com requerimentos de baixa da IAS 39 retrospectivamente. A modificação deve ser adotada início em ou após 1º de obrigatoriamente para exercícios iniciados em ou após 1º de julho de 2011 e a adoção exigência mínima de janeiro de 2011. antecipada é permitida. financiamento. Aplicável a exercícios com Em maio de 2011, um pacote de cinco normas de consolidação, acordos de participação, Alterações à IAS 32 Classificação dos direitos de início em ou após 1º de coligadas e divulgações foi emitido, incluindo a IFRS 10, IFRS 11, IFRS 12, IAS 27 (revisada emissão. fevereiro de 2010. em 2011) e IAS 28 (revisada em 2011). As principais exigências dessas cinco normas estão descritas a seguir: IFRIC 19 Extinção de passivos Aplicável a exercícios com A IFRS 10 substitui as partes da IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e financeiros através de início em ou após 1º de julho Separadas que tratam das demonstrações financeiras consolidadas. A SIC-12 Consolidação instrumentos patrimoniais. de 2010. - Sociedades de Propósito Específico foi retirada com a emissão da IFRS 10. De acordo com a) Normas, interpretações e alterações de normas existentes que ainda não estão a IFRS 10, existe somente uma base de consolidação, ou seja, o controle. Adicionalmente, em vigor e não foram adotadas antecipadamente pela Sociedade. a IFRS 10 inclui uma nova definição de controle que contém três elementos: (a) poder sobre As normas e alterações das normas existentes a seguir foram publicadas e são obrigatórias uma investida; (b) exposição, ou direitos, a retornos variáveis da sua participação na para os períodos iniciados após 31 de dezembro de 2011. Todavia, não houve adoção investida e (c) capacidade de utilizar seu poder sobre a investida para afetar o valor dos antecipada dessas normas e alterações de normas por parte da Sociedade. retornos ao investidor. Orientações abrangentes foram incluídas na IFRS 10 para abordar Modificações à IFRS 1 Eliminação de datas fixas para adotantes cenários complexos. pela primeira vez das IFRSs 1 A IFRS 11 substitui a IAS 31 Participações em Joint Ventures. A IFRS 11 aborda como um Modificações à IFRS 7 Divulgações - Transferências de Ativos acordo de participação onde duas ou mais partes têm controle conjunto deve ser Financeiros 1 classificada. A SIC-13 Joint Ventures – Contribuições Não-Monetárias de Investidores foi retirada com a emissão da IFRS 11. De acordo com a IFRS 11, os acordos de participação IFRS 9 (conforme alterada em 2010) Instrumentos Financeiros 2 são classificados como operações conjuntas ou joint ventures, conforme os direitos e as Modificações à IAS 12 Impostos diferidos - recuperação dos ativos obrigações das partes dos acordos. Por outro lado, de acordo com a IAS 31, existem três subjacentes quando o ativo é mensurado tipos de acordos de participação: entidades controladas em conjunto, ativos controlados pelo modelo de valor justo da IAS 403 em conjunto e operações controladas em conjunto. Adicionalmente, de acordo com a IFRS 11, as joint ventures devem ser contabilizadas pelo IAS 28 (Revisada 2011) Investimentos em Coligadas e Revisão da IAS 28 para incluir as alterações método de equivalência patrimonial, enquanto as entidades controladas em conjunto, Entidades com Controle Compartilhado introduzidas pelas IFRSs 10, 11 e 12. 2 de acordo com a IAS 31, podem ser contabilizadas pelo método de equivalência patrimonial ou pelo método de contabilização proporcional. IAS 27 (Revisada 2011) Requerimentos da IAS 27 relacionados às A IFRS 12 é uma norma de divulgação aplicável a entidades que possuem participações em Demonstrações Financeiras demonstrações contábeis consolidadas são controladas, acordos de participação, coligadas e/ou entidades estruturadas não substituídos pela IFRS 10. Requerimentos consolidadas. De um modo geral, as exigências de divulgação de acordo com a IFRS 12 Separadas para demonstrações contábeis separadas são mais abrangentes do que as normas atuais. são mantidos. 2 Essas cinco normas são aplicáveis a períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de IFRS 10 - Demonstrações Substituiu a IAS 27 em relação aos 2013. A adoção antecipada é permitida desde que essas cinco normas sejam adotadas Financeiras Consolidadas requerimentos aplicáveis às demonstrações antecipadamente ao mesmo tempo. contábeis consolidadas e a SIC 12. A IFRS A administração da Companhia espera que essas cinco normas sejam adotadas nas 10 determinou um único modelo de demonstrações financeiras consolidadas da Companhia no período anual iniciado em 1º de consolidação com base em controle, janeiro de 2013. A adoção dessas cinco normas pode ter um efeito significativo sobre os independentemente da natureza do valores reportados nas demonstrações financeiras consolidadas. A adoção da IFRS 11 investimento. 2 poderá resultar em alterações na contabilização da entidade controlada em conjunto da IFRS 11 - Acordos de Participação Eliminou o modelo de consolidação Companhia atualmente contabilizada pelo método de consolidação proporcional. De proporcional para as entidades com acordo com a IFRS 11, uma entidade controlada em conjunto poderá ser classificada como controle compartilhado, mantendo apenas uma operação conjunta ou joint venture, de acordo com os direitos e as obrigações das o modelo pelo método da equivalência partes do acordo de participação. No entanto, os dirigentes da empresa ainda não patrimonial. Eliminou também o conceito efetuaram uma análise detalhada do impacto da aplicação dessas Normas. Por conseguinte, de “ativos com controle compartilhado”, ainda não quantificaram o alcance do impacto. mantendo apenas “operações com controle A IFRS 13 apresenta uma fonte única de orientação para as mensurações do valor justo e compartilhado” e “entidades com controle divulgações acerca das mensurações do valor justo. A norma define valor justo, apresenta compartilhado”. 2 uma estrutura de mensuração do valor justo e exige divulgações das mensurações do valor IFRS 12 - Divulgações de Expande os requerimentos de divulgação justo. O escopo da IFRS 13 é abrangente, aplicando-se a itens de instrumentos financeiros Participações em Outras Entidades de investimentos nas entidades que a e não-financeiros, para os quais outras IFRSs exigem ou permitem mensurações do valor Sociedade possui influência significativa. 2 justo e divulgações das mensurações do valor justo, exceto em determinados casos. Por exemplo, divulgações quantitativas e qualitativas, com base na hierarquia de valor justo IFRS 13 - Mensurações ao Valor Justo Substitui e consolida todas as orientações e de três níveis atualmente exigida para instrumentos financeiros somente de acordo com a requerimentos relacionados à mensuração IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações, serão complementadas pela IFRS 13 de ao valor justo contidos nos demais modo a incluir todos os ativos e passivos em seu escopo. pronunciamentos das IFRSs em um único A IFRS 13 é aplicável para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013, pronunciamento. A IFRS 13 define valor sendo permitida a adoção antecipada. justo e orienta como determinar o valor A administração da Companhia espera que a IFRS 13 seja adotada nas demonstrações justo e os requerimentos de divulgação financeiras consolidadas do Grupo no período anual iniciado em 1º de janeiro de 2013 e a relacionados à mensuração do valor justo. adoção dessa nova norma poderá resultar em montantes reportados nas demonstrações Entretanto, ela não introduz nenhum novo financeiras e resultar em divulgações mais abrangentes nas demonstrações financeiras. requerimento nem alteração com relação As modificações à IAS 1 permitem apresentar o resultado e outro resultado abrangente e aos itens que devem ser mensurados ao uma única demonstração ou em duas demonstrações separadas e consecutivas. valor justo, os quais permanecem nos No entanto, as modificações à IAS 1 exigem divulgações adicionais na seção de outro pronunciamentos originais. 2 resultado abrangente de forma que os itens de outro resultado abrangente sejam Alterações à IAS 19 Eliminação do enfoque do corredor agrupados em duas categorias: (a) itens que não serão reclassificados posteriormente no Benefícios aos Empregados (“corridor approach”), sendo os ganhos ou resultado e (b) itens que serão reclassificados posteriormente no resultado de acordo com as perdas atuariais reconhecidos como determinadas condições. O imposto de renda sobre os itens de outro resultado abrangente outros resultados abrangentes para os será destinado da mesma forma. planos de pensão e o resultado para os As modificações à IAS 1 são aplicáveis para períodos anuais iniciados em ou após demais benefícios de longo prazo, quando 1º de julho de 2012. A apresentação dos itens de outro resultado abrangente será incorridos, entre outras alterações. 2 modificada apropriadamente na medida em que as modificações são adotadas nos Alterações à IAS 1 - Apresentação Introduz o requerimento de que os itens períodos contábeis futuros. das Demonstrações Financeiras registrados em outros resultados As Modificações da IAS 12 sobre impostos diferidos (recuperação dos ativos subjacentes): abrangentes sejam segregados e em 20 de dezembro de 2010, o IASB emitiu a modificação da IAS 12 - Income Taxes totalizados entre itens que são e os que denominada Deferred Tax: Recovery of Underlying Assets. A IAS 12 requer que uma não são posteriormente reclassificados para entidade mensure os impostos diferidos relativos a um ativo dependendo se a entidade lucros e perdas. 2 espera recuperar o valor contábil do ativo através do uso ou da venda. Quando um ativo é mensurado pelo modelo de valor justo da IAS 40 - Investment Property, pode ser difícil e 1 Aplicável a períodos anuais com início em ou após 1o de julho de 2011. subjetivo avaliar se a recuperação do ativo será através do uso ou da venda. 2 Aplicável a períodos anuais com início em ou após 1o de janeiro de 2013. A modificação apresenta uma solução prática para o problema, introduzindo a presunção 3 Aplicável a períodos anuais com início em ou após 1º de janeiro de 2012. de que a recuperação do valor contábil será, normalmente, através de venda. Como IFRS 9 - Instrumentos Financeiros, emitida em novembro de 2009 e alterada em outubro resultado das modificações, a SIC-21 - Income Taxes - Recovery of Revalued Nondepreciable de 2010, introduz novas exigências para a classificação, mensuração e baixa de ativos e Assets não será mais aplicável para propriedades para investimento mantidas ao valor passivos financeiros. justo. As modificações devem ser adotadas obrigatoriamente para exercícios iniciados em • A IFRS 9 estabelece que todos os ativos financeiros reconhecidos que estão inseridos no ou após 1º de janeiro de 2012. escopo da IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (equivalente As modificações às IAS 19 alteram a contabilização dos planos de benefícios definidos e ao CPC 38) sejam subsequentemente mensurados ao custo amortizado ou valor justo. dos benefícios de rescisão. A modificação mais significativa refere-se à contabilização das Especificamente, os instrumentos de dívida que são mantidos segundo um modelo de alterações nas obrigações de benefícios definidos e ativos do plano. As modificações negócios, cujo objetivo é receber os fluxos de caixa contratuais, e que possuem fluxos de exigem o reconhecimento das alterações nas obrigações de benefícios definidos e no valor caixa contratuais que se referem exclusivamente a pagamentos do principal e dos juros justo dos ativos do plano conforme ocorram, e, portanto, a eliminação da “abordagem de sobre o valor principal devido são geralmente mensurados ao custo amortizado ao final corredor” permitida na versão anterior da IAS 19 e o reconhecimento antecipado dos dos períodos contábeis subsequentes. Todos os outros instrumentos de dívida e custos de serviços passados. Adicionalmente, as modificações exigem que todos os ganhos investimentos em títulos patrimoniais são mensurados ao valor justo ao final dos períodos e prejuízos atuariais sejam reconhecidos imediatamente por meio de outro resultado contábeis subsequentes. abrangente de forma que o ativo ou passivo líquido do plano de pensão seja reconhecido • O efeito mais significativo da IFRS 9 relacionado à classificação e mensuração de passivos na demonstração consolidada da posição financeira para refletir o valor integral do déficit financeiros refere-se à contabilização das variações no valor justo de um passivo financeiro ou superávit do plano. (designado ao valor justo através do resultado) atribuíveis a mudanças no risco de crédito As modificações à IAS 19 são efetivas para períodos anuais com início em ou após daquele passivo. Especificamente, de acordo com a IFRS 9, com relação aos passivos 1º de janeiro de 2013 e exigem adoção retroativa, exceto em determinadas circunstâncias. financeiros reconhecidos ao valor justo através do resultado, o valor da variação no valor A Administração da Companhia não espera que essas modificações à IAS 19 tenham efeito justo do passivo financeiro atribuível a mudanças no risco de crédito daquele passivo é sobre as divulgações da Companhia já que a mesma não oferece planos de benefícios reconhecido em “Outros resultados abrangentes”, a menos que o reconhecimento dos definidos aos seus empregados. efeitos das mudanças no risco de crédito do passivo em “Outros resultados abrangentes” O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC ainda não editou os respectivos resulte em ou aumente o descasamento contábil no resultado. As variações no valor justo pronunciamentos e modificações correlacionados às IFRSs novas e revisadas apresentadas atribuíveis ao risco de crédito de um passivo financeiro não são reclassificadas no resultado. acima. Em decorrência do compromisso do CPC e da Comissão de Valores Mobiliários Anteriormente, de acordo com a IAS 39 e CPC 38, o valor total da variação no valor CVM de manter atualizado o conjunto de normas emitido com base nas atualizações feitas justo do passivo financeiro reconhecido ao valor justo através do resultado foi pelo International Accounting Standards Board - IASB, é esperado que esses reconhecido no resultado. pronunciamentos e modificações sejam editados pelo CPC e aprovados pela CVM até a A IFRS 9 é aplicável para períodos anuais com início em ou após 1º de janeiro de 2013. data de sua aplicação obrigatória. A Administração da Companhia espera que a IFRS 9 a ser adotada nas demonstrações financeiras consolidadas da Companhia para o período anual com início em 1º de janeiro 3. PRINCIPAIS FONTES DE INCERTEZA NAS ESTIMATIVAS de 2013 e que a adoção da nova Norma tenham um efeito relevante sobre os saldos Na aplicação das políticas contábeis da Companhia descritas na nota explicativa nº2, a reportados com relação aos ativos e passivos financeiros da Companhia. No entanto, não Administração deve fazer julgamentos e elaborar estimativas a respeito dos valores é possível fornecer estimativa razoável desse efeito até que seja efetuada revisão detalhada. contábeis dos ativos e passivos para os quais não são facilmente obtidos de outras fontes. As modificações à IFRS 7 - Divulgações - Transferências de Ativos Financeiros (equivalente As estimativas e as respectivas premissas estão baseadas na experiência histórica ao CPC 40) aumentam as exigências de divulgação de transações envolvendo transferências e em outros fatores considerados relevantes. Os resultados efetivos podem diferir de ativos financeiros. Essas modificações têm por objetivo oferecer maior transparência dessas estimativas. Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 19 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais) As estimativas e premissas subjacentes são revisadas continuamente. Os efeitos decorrentes das revisões feitas às estimativas contábeis são reconhecidos no período em que as estimativas são revistas, se a revisão afetar apenas este período, ou também em períodos posteriores se a revisão afetar tanto o período presente como períodos futuros. 3.1. Principais fontes de incertezas nas estimativas A seguir, são apresentadas as principais premissas a respeito do futuro e outras principais origens da incerteza nas estimativas no final de cada período de relatório, que podem levar a ajustes significativos nos valores contábeis dos ativos e passivos no próximo exercício. 3.1.1. Recuperação de ativo intangível gerado internamente Durante o exercício, a Administração revisa a recuperação do ativo intangível da Companhia gerado internamente, oriundo de vários projetos, não tendo identificado a necessidade de reconhecimento de provisões para perda na recuperação dos referidos intangíveis nos anos de 2011 e 2010. 3.1.2. Redução ao valor recuperável do ágio Para determinar se o ágio apresenta redução em seu valor recuperável, é necessário fazer estimativa do valor em uso das unidades geradoras de caixa para as quais o ágio foi alocado. O cálculo do valor em uso exige que a Administração estime os fluxos de caixa futuros esperados oriundos das unidades geradoras de caixa e uma taxa de desconto adequada para que o valor presente seja calculado. O valor contábil do ágio em 31 de dezembro de 2011 é de R$14.173 (R$14.173 em 31 de dezembro de 2010) e pela avaliação da Administração não foi necessário registrar provisão para perda do valor recuperável nos anos de 2011 e 2010. Os detalhes do cálculo da perda por redução ao valor recuperável estão divulgados na nota explicativa nº 13.b. 3.1.3. Vida útil dos bens do imobilizado Conforme descrito na nota explicativa nº 2.12, a Companhia revisa a vida útil estimada dos bens do imobilizado anualmente no final de cada período de relatório. 3.1.4. Avaliação de instrumentos financeiros Conforme descrito na nota explicativa nº 28, a Companhia usa técnicas de avaliação que incluem informações que não se baseiam em dados observáveis de mercado para estimar o valor justo de determinados tipos de instrumentos financeiros. A nota explicativa nº 28 oferece informações detalhadas sobre as principais premissas utilizadas na determinação do valor justo de instrumentos financeiros, bem como a análise de sensibilidade dessas premissas. A Administração acredita que as técnicas de avaliação selecionadas e as premissas utilizadas são adequadas para a determinação do valor justo dos instrumentos financeiros. 3.2. Conversão para moeda de apresentação das demonstrações financeiras Os resultados e os balanços patrimoniais das investidas no exterior são convertidos para a moeda de apresentação por meio dos seguintes procedimentos: a) Os ativos e passivos para cada balanço patrimonial apresentado são convertidos utilizando a taxa de fechamento na data do respectivo balanço; b) O patrimônio líquido inicial de cada balanço corresponde ao patrimônio líquido final do período anterior conforme convertido à época; as mutações do patrimônio inicial durante o período corrente são convertidas pela taxa de suas respectivas datas; c) As receitas e despesas para cada demonstração do resultado são convertidas utilizando as taxas cambiais em vigor nas datas das transações; d) As variações cambiais resultantes dos itens (b) e (c) acima são reconhecidas na conta de ajuste de avaliação patrimonial do patrimônio líquido. 4. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Caixa – 3 Bancos 8.453 6.709 Aplicações financeiras atreladas ao Certificado de Depósito Interbancário - CDI 137.594 82.879 146.047 89.591 Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 – 3 15.487 6.935 141.220 156.707 82.879 89.817 Em 31 de dezembro de 2011 e 2010, as aplicações financeiras são prontamente conversíveis em um valor conhecido de caixa e estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor. 5. CONTAS A RECEBER A vencer Vencidos até 30 dias Vencidos de 31 a 60 dias Vencidos de 61 a 90 dias Vencidos de 91 a 180 dias Vencidos de 181 a 360 dias Vencidos há mais de 361 dias (–) Provisão para créditos de liquidação duvidosa (–) Ajuste a valor presente Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 406.701 441.886 32.261 53.795 7.075 15.233 3.311 31.956 4.357 46.786 11.680 25.833 Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 487.476 446.060 34.548 53.839 7.314 15.233 3.311 32.107 4.587 47.095 11.786 25.853 24.078 15.965 24.475 15.966 (8.266) (2.046) 479.151 (7.702) (5.139) 618.613 (8.675) (2.663) 562.159 (7.776) (5.394) 622.983 6. ESTOQUES Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Materiais 273.102 373.710 Produtos 112.224 127.458 Importações em andamento 28.778 46.261 Adiantamentos a fornecedores 9.950 1.117 Licenças de uso 1.235 6.695 Provisão para estoques (72.978) (42.632) 352.311 512.609 Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 291.638 385.576 141.852 129.796 39.429 59.208 13.772 1.117 1.490 8.225 (76.445) (42.730) 411.736 541.192 A provisão para perdas com estoques é realizada com base na avaliação das matérias-primas, estoques de revendas e produtos acabados que não possuem expectativa clara de utilização e venda. A base principal dessa avaliação é a perspectiva de realização dos estoques, segregando aqueles destinados à produção daqueles destinados à assistência técnica. A administração espera que os estoques sejam realizados em um período inferior a 12 meses. A Administração revisou o processo de cálculo de suas estimativas e registro da referida provisão conforme descrito na nota 23. 7. IMPOSTOS A RECUPERAR ICMS Imposto de renda IPI COFINS Contribuição social Outros impostos a recuperar PIS Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 43.205 38.460 29.283 17.301 9.870 4.240 6.124 36.949 3.971 8.949 3.373 1.004 2.334 8.568 98.160 115.471 58.749 115.471 39.411 – Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 43.435 38.648 29.426 18.687 9.875 4.246 6.300 37.036 4.557 10.439 4.946 901 2.383 8.598 100.922 118.555 61.511 118.555 39.411 – Parcela no circulante Parcela no não circulante ICMS A Companhia utiliza os seguintes benefícios de Impostos Sobre Circulação de Mercadorias - ICMS: (i) Lei Estadual no 13.214/2001 e referendada pela Lei Estadual nº 15.542/2007, que estabelece redução para 7% na carga tributária dos produtos de informática para vendas dentro do estado; (ii) Decreto Estadual nº 5.375/2002, confirmado por Termo de Acordo de Regime Especial, que possibilita a utilização de crédito presumido do ICMS, resultando em carga tributária de 3% para produtos específicos comercializados pela Companhia (vigência do Artigo 3º até 31 de julho de 2011). (iii) Decreto Estadual nº 1.922/2011 entrou em vigor a partir de 01 de agosto de 2011, revogando o Artigo 3º do Decreto Estadual nº 5.375/2002 e concede crédito presumido do ICMS equivalente ao valor devido pela saída, resultando em carga tributária de 0% para produtos específicos comercializados pela Companhia. Como resultado da fruição dos benefícios fiscais acima mencionados, no exercício findo em 31 de dezembro de 2011, a Companhia registrou o montante de R$ 215.465 (R$ 250.460 em 31 de dezembro de 2010), relativo à subvenção para investimento, na conta de deduções sobre venda - Impostos e Contribuições, referente à venda de produtos industrializados e manteve o valor de R$ 29.706 no passivo, sob a rubrica de receita diferida (R$ 32.651 em 31 de dezembro de 2010), que será apropriado ao resultado em função da amortização dos ativos relacionados e cumprimento de obrigações exigidas em contrapartida ao referido benefício fiscal, conforme previsto nas normas preconizadas no CPC 7. 8. OUTROS CRÉDITOS Despesa antecipada (a) Depósitos judiciais Arrendamento mercantil financeiro (b) Empréstimos concedidos (c) Juros a apropriar Outros Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 26.773 14.163 8.438 4.862 Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 26.773 14.163 8.485 4.906 5.131 877 5.131 877 – 3.332 – 3.332 95 1.792 95 1.792 1.400 1.030 2.455 1.108 41.837 26.056 42.939 26.178 Parcela no circulante 30.678 16.213 31.689 16.243 Parcela no não circulante 11.159 9.843 11.250 9.935 a) Em 31 de dezembro de 2011 a Companhia possui créditos a serem compensados com gastos de propaganda e publicidade, no valor de R$ 16.084 (R$ 14.163 em 31 de dezembro de 2010), registrados na conta de despesa antecipada de propaganda. A Administração considera que a realização deverá ocorrer até 2014 e contabilizou o ajuste a valor presente sobre o saldo. b) No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia possui R$ 10.743 (R$ 12.984 em 31 de dezembro de 2010) referente a contratos de arrendamento mercantil financeiro, dos quais R$ 5.612 foram registrados no contas a receber de curto prazo (R$ 12.107 em 31 de dezembro de 2010). O montante de R$ 5.131 (R$ 877 em 31 de dezembro de 2010) foi registrado no longo prazo. c) No exercício de 2010 a Companhia realizou operações de mútuo com a BGH Uruguay S.A., que faz parte do grupo com o qual a Companhia compartilha o controle da Informática Fueguina S.A.. A remuneração da transação era de variação do dólar norteamericano mais 1,5% ao ano, e tinha vencimento em 31 de dezembro de 2011, data em que o referido empréstimo foi quitado pela devedora. 9. TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS Transações comerciais Controladora (BR GAAP) Passivo Vendas e serviços 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 Ativo 31/12/2011 31/12/2010 Circulante Centro de Estudos Superiores Positivo Ltda. Sociedade Educacional Positivo Ltda. Editora Positivo Ltda. Gráfica e Editora Posigraf S.A. Rosch Administração de Bens Ltda . Não circulante Positivo Informática da Bahia Ltda. Positivo Informática da Amazônia Ltda. 440 200 256 46 – 942 (a) (a) (a) (a) 61 – 81 193 861 1.196 1 47 28 (d) 148 582 (e) 806 525 112 8.655 73 – 9.365 61 (f) 107 5.064 (c) 115 (b) – 5.347 – 4.709 617 730 9.720 15.776 15.558 1.384 16.942 20.495 14.805 (k) 4.528 (g) 19.333 20.275 – 3.471 3.471 4.667 – 28.565 (i) 28.565 29.371 – 7.430 7.430 16.795 – 16.295 (h) 16.295 21.642 – 18.764 18.764 34.540 a) Venda de microcomputadores São transações de comercialização de microcomputadores produzidos pela Companhia. Os preços praticados seguem políticas de preços e prazos definidos entre as partes. A Companhia realiza vendas de microcomputadores para todas as partes relacionadas. Gráfica e Editora Posigraf S.A. b) Produtos e serviços gráficos Referem-se às compras de produtos e serviços gráficos e venda de computadores e equipamentos de informática produzidos pela Companhia. Editora Positivo Ltda. c) Direitos autorais Os Direitos Autorais são referentes à disponibilização, pela Positivo Informática S.A., de acessos aos sítios na internet denominados “Portal Positivo” e “Portal Aprende Brasil”, aos clientes indicados pela Editora Positivo Ltda., bem como o fornecimento da matriz de CD-ROMs com conteúdos educacionais. A Companhia disponibiliza o acesso ao “Portal Positivo” para todas as instituições conveniadas pela Editora Positivo ao Sistema Positivo de Ensino, denominado SPE, e o acesso ao “Portal Aprende Brasil” para todas as instituições conveniadas pela Editora Positivo ao Sistema de Ensino Aprende Brasil, denominado SABE. Conforme contratos independentes, a Companhia recebe remuneração específica pelo acesso ao “Portal Positivo” no montante de R$ 4.638 por ano, dividida em doze parcelas mensais, e pelo acesso ao “Portal Aprende Brasil” de R$ 2.861 por ano, dividida em quatro parcelas trimestrais. d) Serviços editoriais Referem-se à contratação de serviços editoriais. Estes serviços editoriais são aplicados nos produtos gráficos produzidos pela Gráfica e Editora Posigraf S.A. e demais gráficas contratadas pela Companhia. Rosch Administradora de Bens Ltda. e) Aluguel A Companhia possui contrato de aluguel de unidades industriais com parte relacionada que expira a cada seis anos no valor mensal de R$ 861. O valor é reajustado anualmente conforme aditivos contratuais e em função de ampliação das áreas construídas proporcionando aumento da capacidade produtiva, benfeitorias realizadas pela locadora e extensão do prazo de contrato de locação. Centro de Estudos Superiores Positivo f) Convênio A Companhia firmou convênio com a Universidade Positivo referente ao programa de cooperação e intercâmbio científico e tecnológico, amparado pela legislação brasileira, Lei nº 11.077/2004 e Decreto nº 5.906/2006, relativa à capacitação e competitividade do setor de tecnologia da informação, abrangendo atividades de pesquisa, desenvolvimento e serviços científicos e tecnológicos, formação e treinamento de recursos humanos, absorção e transferência de tecnologias, aprimoramento e otimização do uso da infraestrutura laboratorial. Investimentos Positivo Informática da Amazônia Ltda. Outros Investimentos Provisão para passivo a descoberto Positivo Informática da Bahia Ltda. Crounal S.A Compras e serviços 31/12/2011 31/12/2010 – 110 3.383 60 – 3.553 5.1. Contas a receber de clientes: Os saldos vencidos referem-se substancialmente à venda de mercadorias a órgãos públicos, cujo recebimento depende de processo interno de aprovação de pagamento pelos referidos órgãos. Historicamente, essa situação de atraso no processo de pagamento é uma característica normal nesse segmento de vendas, previsto pela Administração dentro de sua estratégia de negócios, e não trouxe perdas relevantes para a Companhia. Portanto, os saldos vencidos ainda não representam neste momento nenhum risco relevante de perda no recebimento desses créditos e por esse motivo, a provisão foi constituída somente para casos em que há perspectiva de perda por parte da Companhia. O montante de títulos vencidos de órgãos públicos no exercício findo em 31 de dezembro de 2011 é de R$ 41.011 (R$ 144.215 em 31 de dezembro de 2010), com uma provisão de R$ 948 registrada. No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia não possui contratos de cessão de crédito para antecipação de recebíveis. O montante da antecipação em aberto em 31 de dezembro de 2010 era de R$ 185.223, que foi registrado na rubrica de empréstimos e financiamento e liquidado de acordo com o vencimento das faturas. No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia possui R$ 10.743 (R$ 12.984 em 31 de dezembro de 2010) referente a contratos de arrendamento mercantil financeiro, dos quais R$ 5.612 registrados no contas a receber de curto prazo (R$ 12.107 em 31 de dezembro de 2010). O montante de R$ 5.131 (R$ 877 em 31 de dezembro de 2010) foi registrado no longo prazo, conforme descrito na nota explicativa nº 8. O período médio de crédito na venda de produtos é de 60 dias, exceto determinadas vendas a órgãos públicos em que o prazo pode chegar até 180 dias. Critério para estimativa de provisão para créditos de liquidação duvidosa - devido à concentração das vendas em poucos clientes (os 20 maiores clientes representam cerca de 74% do montante a receber em 31 de dezembro de 2011, cerca de 82% em 31 de dezembro de 2010), a Companhia avalia a necessidade de provisão para perdas com créditos substancialmente através de análise individual dos créditos em atraso, conjugado com o índice de perdas históricas destes créditos. Em 31 de dezembro de 2011 o saldo consolidado desta provisão totalizou R$ 8.675 (R$ 7.776 em 31 de dezembro de 2010). Composição por vencimento dos valores vencidos e não incluídos na provisão para créditos de liquidação duvidosa: Composição por vencimento dos valores vencidos e incluídos na provisão para créditos de liquidação duvidosa. Controladora Consolidado (BR GAAP) (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 Até 30 dias 32.261 53.795 34.548 53.839 31 a 60 dias 7.075 15.197 6.908 15.197 61 a 90 dias 3.311 31.816 3.311 31.902 91 a 180 dias 4.262 46.501 4.492 46.804 181 a 360 dias 11.272 24.207 11.378 24.225 10. INVESTIMENTOS acima de 361 dias 16.315 10.350 16.709 10.350 74.496 181.866 77.346 182.317 Movimentação na provisão para créditos de liquidação duvidosa: Controladora Consolidado (BR GAAP) (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 Saldo no início do período 7.702 6.603 7.776 6.607 Constituição/(Reversão) líquida sobre a provisão para créditos de liquidação duvidosa reconhecida 564 1.099 899 1.169 8.266 7.702 8.675 7.776 No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia revisou a expectativa de realização do ICMS e reclassificou o montante de R$ 38.372 para o longo prazo. IPI O crédito do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI deve-se à utilização do benefício fiscal previsto na Lei nº 8.248/1991, que concedeu a isenção do IPI posteriormente convertida em redução progressiva, sobre as saídas dos equipamentos, máquinas, aparelhos e instrumentos novos, inclusive aos de automação industrial e de processamento de dados de fabricação nacional, combinado com a manutenção e a utilização do crédito do IPI, relativo às matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, empregados na industrialização dos bens. A redução progressiva dos percentuais sobre o referido imposto devido, prevista em lei, obedece ao seguinte calendário: • Redução de 95% (noventa e cinco por cento) do imposto devido, de 1o de janeiro de 2004 até 31 de dezembro de 2014. • Redução de 90% (noventa por cento) do imposto devido, de 1º de janeiro de 2015 até 31 de dezembro de 2015. • Redução de 70% (setenta por cento) do imposto devido, de 1º de janeiro de 2016 até 31 de dezembro de 2019, quando será extinta a redução. Para usufruir do referido benefício, a Companhia deve investir anualmente cerca de 5% do faturamento bruto de bens e serviços de informática incentivados, em atividades de pesquisa e desenvolvimento e tecnologia de informação calculados de acordo com a Lei nº 8.248/1991 e suas alterações. A Companhia anualmente deve apresentar ao Ministério da Ciência e Tecnologia evidências de que cumpre essa exigência de investimento. A Administração efetua estudos periódicos para avaliar a realização dos créditos relativos a impostos a recuperar, tomando medidas preventivas para que tal realização ocorra e evitar que o saldo aumente em montante superior à capacidade de sua realização. – 5.208 (j) 713 (d) 749 (b) 6.759 (e) 13.429 – 113.297 113.297 126.726 (i) Positivo Informática da Amazônia Ltda. g) Mútuo A Companhia mantém operações de mútuo com a Positivo Informática da Amazônia Ltda., com finalidade de capital de giro sem prazo definido para encerramento. Nos exercícios de 2011 e 2010 não houve cobrança de encargos sobre os saldos. h) Venda A Controladora mantém vendas para as Controladas de insumos para produção. i) Compra A Controladora mantém compra de produtos acabados da Controlada para posterior revenda a clientes. Sociedade Educacional Positivo Ltda. j) Rateio de despesas Rateio de despesas administrativas e serviços compartilhados com a Sociedade Educacional Positivo Ltda., Gráfica e Editora Posigraf S.A. e Editora Positivo Ltda.. Despesas estas relativas ao uso compartilhado do departamento de compras de materiais de expediente, departamento pessoal e departamento de informática, além de reembolso de aluguel, energia, água e telefone da sede onde funciona a área de Tecnologia Educacional. O valor do rateio é apurado pelo custo efetivo, rateado em função da utilização dos recursos disponíveis. Positivo Informática da Bahia Ltda. k) Mútuo A Companhia realizou operações de mútuo com a Positivo Informática da Bahia Ltda. com a finalidade de viabilizar a aquisição da Boreo Equipamentos de Informática Ltda., e cumprir com todas as obrigações de suas controladas. Nos exercícios de 2011 e 2010 não houve a cobrança de encargos sobre o saldo e não foi firmado prazo para encerramento. Partes relacionadas não consolidadas O saldo consolidado a receber no exercício findo em 31 de dezembro de 2011 é de R$ 16.607 (R$ 942 em 31 de dezembro de 2011) e refere-se a transações de compra e venda de produtos e insumos que a Companhia e suas controladas mantém com partes relacionas não consolidadas. Remuneração da Administração O montante reconhecido até 31 de dezembro de 2011, como remuneração dos administradores, foi de R$ 7.729 (R$ 12.112 em 31 de dezembro de 2010). A Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária de 29 de abril de 2011 aprovou para o exercício findo em 31 de dezembro de 2011, a remuneração dos administradores até o máximo de R$ 11.000 (R$ 14.900 no exercício de 2010). Controladora (BR GAAP) Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Benefícios de curto prazo 7.723 11.970 Pagamento baseados em ações 6 142 7.729 12.112 Controladora (BR GAAP) Saldo em Resultado de Integralização Ajuste de avaliação Saldo em 31/12/2010 equivalência patrimonial de capital Transferência patrimonial 31/12/2011 (a) 37.620 4.660 42.280 6.878 – 6.878 – – – – (4.660) (4.660) – – – 44.498 – 44.498 (b) (c) (2.683) – (2.683) (934) (399) (1.333) – 1 1 – – – – (47) (47) (3.617) (445) (4.062) 20 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais) Controladora (BR GAAP) Resultado de equivalência Outras patrimonial adições Transferência Projetos de desenvolvimento Controladora (BR GAAP) Projetos Licenças sistema - ERP de uso Software Total Custo Custo do intangível em 31/12/2009 37.666 32.088 5.289 2.891 77.934 Investimentos Adições 12.359 5.521 – 3.527 21.407 Positivo Informática da Amazônia Ltda. (a) 16.017 21.603 – – 37.620 Baixas – – (862) – (862) Positivo Informática da Bahia Ltda. (b) 10 (2.693) – 2.683 – Transferências 1.258 – (1.526) – (268) 1.641 – 3.019 – 4.660 Custo do intangível em 31/12/2010 Outros Investimentos 51.283 37.609 2.901 6.418 98.211 17.668 18.910 3.019 2.683 42.280 Adições 27.236 2.270 3.125 4.842 37.473 Transferências (1.574) 1.574 – – – Provisão para passivo a descoberto 76.945 41.453 6.026 11.260 135.684 Positivo Informática da Bahia Ltda. (b) – – – (2.683) (2.683) Custo do intangível em 31/12/2011 – – – (2.683) (2.683) Amortização Amortização acumulada em 31/12/2009 (18.391) (2.909) (1.352) (1.823) (24.475) Participação em controladas Despesas de amortização (8.375) (6.930) (1.433) (1.056) (17.794) a) Positivo Informática da Amazônia Ltda. (26.766) (9.839) (2.785) (2.879) (42.269) Amortização acumulada em 31/12/2010 A Companhia constituiu em 06 de dezembro de 2007 a controlada direta, Positivo Informática da Amazônia Ltda., cuja operação foi (11.532) (7.806) (1.049) (2.431) (22.818) Despesas de amortização iniciada em outubro de 2008, com objeto social igual ao da controladora. Todo processo decisório é centralizado e os serviços financeiros, Amortização acumulada em 31/12/2011 (38.298) (17.645) (3.834) (5.310) (65.087) administrativos, contábeis e de controle são realizados pela Controladora. Valor líquido do intangível em 31/12/2011 38.647 23.808 2.192 5.950 70.597 Em 31 de dezembro de 2011 e 2010 o capital social da Positivo Informática da Amazônia Ltda. é de R$ 8.100. Consolidado (IFRS e BR GAAP) b) Positivo Informática da Bahia Ltda. Projetos de Projetos Licenças Ágio em Em 08 de abril de 2008 a Companhia constituiu a controlada direta Positivo Informática da Bahia Ltda., que iniciou suas atividades em 2009. Total desenvolvimento sistema - ERP de uso Software Outros controlada Naquele exercício, esta controlada direta realizou a aquisição da Boreo Comércio de Equipamentos Ltda. Custo Em 31 de dezembro de 2011 e 2010, o capital social da Positivo Informática da Bahia Ltda. é de R$ 10. Custo do intangível c) Crounal S.A. em 31/12/2009 37.666 32.088 5.289 2.926 2.151 14.173 94.293 Adições 12.359 5.521 – 3.534 – – 21.414 Em fevereiro de 2011 a Companhia adquiriu a controlada direta Crounal S.A., cuja sede é em Montevideo - Uruguai. Baixa – – (862) – – – (862) O capital social desta controlada é de R$ 1. Transferências 1.258 – (1.526) – – – (268) 11. INVESTIMENTO EM EMPREENDIMENTO EM CONJUNTO (“JOINT VENTURE”) Custo do intangível 51.283 37.609 2.901 6.460 2.151 14.173 114.577 em 31/12/2010 Em 03 de dezembro de 2010, a Companhia constituiu uma Joint Venture com a empresa argentina BGH Sociedad Anónima (“BGH”), a Adições 27.235 2.270 3.125 4.842 3.721 – 41.193 qual terá por objeto a fabricação e a comercialização de produtos de informática (desktops, notebooks, all-in-ones, e-books e tablets) na Transferências (144) 1.574 – – (1.430) – – Argentina e no Uruguai. Custo do intangível Para a constituição da Joint Venture, a Companhia adquiriu 50% (cinqüenta por cento) do capital social da sociedade argentina em 31/12/2011 78.374 41.453 6.026 11.302 4.442 14.173 155.770 Informática Fueguina S.A., que era de titularidade direta e indireta da BGH. O valor pago na aquisição foi de R$ 21 sem pagamento de Amortização ágio. Amortização acumulada No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia registrou um ganho decorrente de prêmio na integralização de capital, em 31/12/2009 (18.391) (2.909) (1.352) (1.832) (547) – (25.031) realizada pelo outro acionista - BGH Argentina, no empreendimento controlado em conjunto, Informática Fueguina S.A., registrado na Despesas de amortização (8.375) (6.930) (1.433) (1.068) (431) – (18.237) conta de outras receitas (despesas) operacionais líquidas. Amortização acumulada em 31/12/2010 (26.766) (9.839) (2.785) (2.900) (978) – (43.268) Controladora (BR GAAP) (11.532) (7.806) (1.049) (2.445) (420) – (23.252) Despesas de amortização 31/12/2011 31/12/2010 Amortização acumulada Saldo do investimento no início do exercício 21 – (38.298) (17.645) (3.834) (5.345) (1.398) – (66.520) em 31/12/2011 Integralização de capital e prêmio na integralização 16.572 21 Valor líquido do intangível Resultado da equivalência patrimonial 9.753 – em 31/12/2011 40.076 23.808 2.192 5.957 3.044 14.173 89.250 804 – Ajuste acumulado de conversão a) Gastos com Desenvolvimento de Projetos 27.150 21 Saldo do investimento no final do exercício A Companhia se beneficia dos incentivos fiscais concedidos para os segmentos de informática e automação previstas na Lei nº 8.248/1991, 12. IMOBILIZADO conhecida como Lei da Informática, regulamentada pelo Decreto nº 792, de 23 de outubro de 1991. A referida Lei foi alterada pela Lei 10.176, de 11 de janeiro de 2001, regulamentada pelo Decreto 3.800, de 20 de abril de 2001, a qual no ano de 2004 foi novamente Controladora Consolidado alterada pela Lei nº 11.077 de 30 de dezembro de 2004, regulamentado pelo Decreto 5.906/2006 de 26 de setembro de 2006. (BR GAAP) (IFRS e BR GAAP) Taxas anuais Para fazer jus ao benefício, as empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços de informática devem investir, anualmente, de depreciação 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 em atividades de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação a serem realizadas no país, percentual mínimo do seu Valores contábeis de: faturamento. O cálculo do percentual mínimo a ser investido tem como base 5% do faturamento bruto no mercado interno, decorrente da comercialização de bens e serviços de informática incentivados na forma da lei, sendo que, do faturamento bruto são deduzidos as revendas Máquinas e equipamentos 10% 32.507 31.044 36.372 31.577 de mercadorias, os tributos correspondentes, bem como o valor das aquisições de produtos incentivados na forma da lei. Os percentuais para Benfeitorias s/imóvel locado 10% 12.506 8.612 13.006 9.146 investimento têm sua base reduzida em 20% até 2014, complementada por redução adicional de 25% até 31 de dezembro de 2014. Hardware 20% 12.097 6.417 12.371 6.675 A obrigação de investimentos relativa ao exercício findo em 31 de dezembro de 2011 foi de R$ 48.111. De janeiro a dezembro de 2011 Móveis e utensílios 10% 3.564 3.656 4.148 3.729 foram investidos R$ 45.938 e a totalidade da obrigação deve ser cumprida até o primeiro trimestre de 2012. Os dispêndios são aplicados Instalações industriais 10% 3.070 2.527 3.226 2.705 no aperfeiçoamento dos produtos existentes e no desenvolvimento de novos produtos, compreendem essencialmente: mão de obra direta Edificações 5% 1.693 1.773 1.693 1.773 e indireta, encargos, softwares, serviços de consultoria, materiais, infraestrutura, viagens, e outros correlatos. 360 2.568 2.606 3.043 Outros imobilizados 10% O investimento refere-se principalmente ao Projeto Portal Educacional, sendo que a amortização do mesmo foi fixada 65.797 56.597 73.422 58.648 substancialmente em 3 anos com base no histórico de vida útil. A amortização destes projetos foi contabilizada na conta de custo dos produtos vendidos. Controladora (BR GAAP) b) Ágio BenfeiEm dezembro de 2009 a controlada Positivo Informática da Bahia Ltda. formalizou a aquisição da empresa Boreo Comércio de Máquinas torias s/ Outros Equipamentos Ltda., gerando um ágio de R$ 14.173, registrado na adquirente e fundamentado na expectativa de geração de Móveis e Instalações Edifiimóvel e equipaimobirentabilidade futura. Total O valor recuperável do ágio é determinado com base no cálculo do valor em uso utilizando as projeções dos fluxos de caixa com base em locado Hardware utensílios industriais mentos Custo cações lizados orçamento financeiro de cinco anos aprovados pela Administração e a taxa de desconto de 11,72% ao ano. Custo do imobilizado em 31/12/2009 25.668 5.329 8.390 4.168 2.379 2.000 6.609 54.543 14. FORNECEDORES Adições 11.137 4.975 3.384 1.171 1.073 – – 21.740 Controladora Consolidado Baixas (25) – – – – – (3.058) (3.083) (BR GAAP) (IFRS e BR GAAP) 986 24 6 6 (39) – (983) – Outros 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 Custo do imobilizado em 31/12/2010 37.766 10.328 11.780 5.345 3.413 2.000 2.568 73.200 Fornecedores - mercado externo 131.769 133.133 161.132 152.663 Adições 4.769 4.253 6.870 455 618 – – 16.965 Fornecedores - mercado interno 66.472 72.376 79.734 75.062 Transferências 681 839 5.051 7 287 – (2.205) 4.660 Direitos autoriais e licenças de uso a pagar 38.842 22.886 42.271 24.090 (1.420) (1.862) (1.420) (1.862) Baixa – – (1.574) – – – – (1.574) Juros a apropriar AVP Fornecedores 235.663 226.533 281.717 249.953 Custo do imobilizado em 31/12/2011 43.216 15.420 22.127 5.807 4.318 2.000 363 93.251 Os Direitos autorais e licenças de uso a pagar, representam obrigação pela aquisição de uso de direito de softwares da Microsoft. Tais Depreciação acumulada a redução direitos estão formalizados através de license agreement celebrados entre as partes e são renovados periodicamente. O prazo médio de ao valor recuperável pagamento para fornecedores é de 60 dias. Depreciação acumulada em 31/12/2009 (3.729) (1.098) (3.721) (1.233) (579) (147) – (10.507) 15. EMPRÉSTIMOS Despesas de depreciação (2.993) (618) (1.643) (456) (307) (80) – (6.097) Controladora Consolidado Depreciação acumulada (BR GAAP) (IFRS e BR GAAP) Ao custo Taxa swap em 31/12/2010 (6.722) (1.716) (5.364) (1.689) (886) (227) – (16.604) amortizado Taxa contratual em % CDI Vencimento Garantias 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 Despesas de depreciação (3.987) (1.198) (4.666) (554) (362) (80) (3) (10.850) Passivo Circulante Depreciação acumulada 11/03/2012 Nota promissória 28.300 – 28.300 – (10.709) (2.914) (10.030) (2.243) (1.248) (307) (3) (27.454) Capital de Giro 2,2783% aa + VC 96,89% em 31/12/2011 Capital de Giro 2,28% aa + VC 97,00% 22/02/2012 Nota promissória 26.153 – 26.153 – Valor líquido do imobilizado Capital de Giro 2,88% aa + VC 100,90% 23/03/2012 Nota promissória 17.950 – 17.950 – 32.507 12.506 12.097 3.564 3.070 1.693 360 65.797 em 31/12/2011 Capital de Giro 2,24% aa + VC 97,70% 15/02/2012 Nota promissória 17.541 – 17.541 – Capital de Giro 2,78% aa + VC 98,94% 15/03/2012 Nota promissória 15.956 – 15.956 – Consolidado (IFRS e BR GAAP) Capital de Giro 2,57% aa + VC 95,55% 29/02/2012 Nota promissória 14.108 – 14.108 – BenfeiCapital de Giro 2,80% aa + VC 100,60% 19/03/2012 Nota promissória 11.582 – 11.582 – Máquinas torias s/ Outros Capital de Giro 2,57% aa + VC 96,90% 27/02/2012 Nota promissória 10.943 – 10.943 – e equipaimobiMóveis e Instalações Edifiimóvel Capital de Giro 2,90% aa + VC 100,50% 26/03/2012 Nota promissória 10.765 – 10.765 – Total Capital de Giro 2,40% aa + VC locado Hardware utensílios industriais mentos cações lizados Custo 92,79% 06/02/2012 Nota promissória 8.683 – 8.683 – Custo do imobilizado em 31/12/2009 26.314 5.329 8.761 4.254 2.594 2.000 7.156 56.408 Capital de Giro 2,29% aa + VC 95,98% 09/01/2012 Nota promissória 8.546 – 8.546 – Adições 10.624 5.527 3.417 1.178 1.083 – 470 22.299 Capital de Giro 2,40% aa + VC 91,98% 03/02/2012 Nota promissória 8.118 – 8.118 – Tranferência 1.528 24 6 6 (39) – (1.525) – Capital de Giro 2,01% aa + VC 95,10% 13/02/2012 Nota promissória 7.685 – 7.685 – 95,30% 08/02/2012 Nota promissória 7.339 – 7.339 – (25) – – – – – (3.058) (3.083) Capital de Giro 1,98% aa + VC Baixas 98,50% 16/03/2012 Nota promissória 6.530 – 6.530 – Custo do imobilizado em 31/12/2010 38.441 10.880 12.184 5.438 3.638 2.000 3.043 75.624 Capital de Giro 2,78% aa + VC 05/03/2012 Nota promissória 4.642 – 4.642 – Adições 8.282 4.275 6.976 1.024 619 – 2.238 23.414 Capital de Giro 3,00% aa + VC 100,00% Capital de Giro 2,4% a.a. N/A 26/03/2012 Nota promissória – – 14.073 – Transferências 681 839 5.051 7 287 – (2.205) 4.660 Capital de Giro 3,8% a.a. N/A 08/03/2012 Nota promissória – – 8.487 – – – (1.574) – – – – (1.574) Baixa Capital de Giro 4,05% a.a. N/A 16/04/2012 Nota promissória – – 4.697 – Custo do imobilizado em 31/12/2011 47.404 15.994 22.637 6.469 4.544 2.000 3.076 102.124 Capital de Giro 2,78% aa + VC 98,94% 15/03/2012 Nota promissória – – 4.610 – Depreciação acumulada a Capital de Giro 2% a.a. N/A 24/01/2012 Nota promissória – – 3.772 – redução ao valor recuperável Capital de Giro 2,5% a.a. N/A 06/04/2012 Nota promissória – – 3.757 – Depreciação acumulada Capital de Giro 2% a.a. N/A 13/01/2012 Nota promissória – – 3.019 – 05/03/2012 Nota promissória – – 2.440 – em 31/12/2009 (3.806) (1.098) (3.793) (1.244) (604) (147) – (10.692) Capital de Giro 3,00% aa + VC 100,00% 2,12% a.a. N/A 18/01/2012 Nota promissória – – 2.083 – (3.058) (636) (1.716) (465) (329) (80) – (6.284) Capital de Giro Despesas de depreciação Capital de Giro 2% a.a. N/A 03/02/2012 Nota promissória – – 1.888 – Depreciação acumulada 1,99% a.a. N/A 13/01/2012 Nota promissória – – 1.512 – (6.864) (1.734) (5.509) (1.709) (933) (227) – (16.976) Capital de Giro em 31/12/2010 Capital de Giro 2,07% a.a. N/A 17/01/2012 Nota promissória – – 947 – Despesas de depreciação (4.168) (1.254) (4.757) (612) (385) (80) (470) (11.726) Capital de Giro 2% a.a. N/A 06/01/2012 Nota promissória – – 567 – Depreciação acumulada Libor 0,3% + em 31/12/2011 (11.032) (2.988) (10.266) (2.321) (1.318) (307) (470) (28.702) Capital de Giro 0,777% a.a. + VC 91,28% 11/02/2011 Nota promissória – 49.794 – 49.794 Valor líquido do imobilizado Capital de Giro 0,9343 % a.a. + VC 90,00% 18/02/2011 Nota promissória – 34.668 – 34.668 em 31/12/2011 36.372 13.006 12.371 4.148 3.226 1.693 2.606 73.422 Capital de Giro 0,9343 % a.a. + VC 92,30% 21/02/2011 Nota promissória – 20.901 – 21.358 Capital de Giro 0,9343 % a.a. + VC 91,00% 25/02/2011 Nota promissória – 15.638 – 15.638 13. INTANGÍVEL Arrendamento Controladora Consolidado Mercantil (a) CDI+3,80% a.a. N/A 36 meses – – 764 – 764 BNDES (b) 4,5% a.a N/A 15/02/2016 Carta fiança 31.600 576 31.600 576 Taxas anuais (BR GAAP) (IFRS e BR GAAP) Antecipação de 03/01/11 a de amortização 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 recebíveis (c) 0,93% do a.m. N/A 18/04/11 Duplicatas – 185.223 – 185.223 Valores contábeis de: 236.441 307.564 288.293 308.021 Projetos de desenvolvimento 33% 38.647 24.517 40.076 24.517 Passivo Não Projetos sistema - ERP 20% 23.808 27.770 23.808 27.770 Circulante Licenças de uso 20% 2.192 116 2.192 116 BNDES (b) 5,43% a.a N/A 15/02/2016 Carta fiança 116.377 100.000 116.377 100.000 Software 20% 5.950 3.539 5.957 3.560 116.377 100.000 116.377 100.000 Outros – – – 3.044 1.173 Total de Ágio em controlada – – – 14.173 14.173 empréstimos e financiamentos 352.818 407.564 404.670 408.021 70.597 55.942 89.250 71.309 Saldo em 31/12/2009 Saldo em 31/12/2010 Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 21 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais) a) Arrendamento mercantil Proveniente de Arrendamento Mercantil de equipamentos e serviços conexos para utilização no projeto ERP. Os equipamentos foram registrados no Ativo Imobilizado da Companhia ao seu valor justo e estão sendo depreciados pelo seu uso. O contrato prevê a opção ao final do contrato de compra dos equipamentos por valor simbólico. b) BNDES No exercício de 2010 a Companhia firmou contrato para obtenção de linhas especiais de financiamento junto ao BNDES, no montante de até R$ 147.000, os quais serão direcionados para atividades inovadoras. No exercício findo em 31 de dezembro de 2011, a Companhia captou a totalidade do financiamento junto ao BNDES. Os vencimentos de empréstimos de longo prazo são como seguem: Controladora (BR GAAP) Consolidado (IFRS e BR GAAP) R$ (mil) Ano 2013 36.751 2014 36.751 2015 36.751 6.124 2016 Total 116.377 c) Antecipações de recebíveis No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia não possui contratos de cessão de crédito para antecipação de recebíveis. O montante da antecipação em aberto em 31 de dezembro de 2010 era de R$ 185.223, que foi registrado na rubrica de empréstimos e financiamento e liquidado de acordo com o vencimento das faturas. 16. PROVISÕES DE CURTO E LONGO PRAZO Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Passivo Circulante Provisão para garantias e assistência técnica (a) 64.265 68.959 Provisão para comissões (c) 16.197 19.781 Provisão para VPC (b) 8.877 24.681 Provisão para fretes 8.211 5.528 Provisão para rebate (d) 2.236 6.933 Outras provisões 10.740 10.247 (3.120) (1.385) Cut Off provisões Subtotal 107.406 134.744 Passivo Não Circulante Provisão para garantias 19.747 33.102 e assistência técnica (a) 127.153 167.846 Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 73.627 17.029 13.428 8.556 3.404 12.271 (3.686) 124.629 20.897 145.526 70.766 19.900 25.297 5.635 6.948 10.268 (1.527) 137.287 34.251 171.538 a) Provisão para garantias e assistência técnica Com base no número de computadores em garantia e no prazo de cada garantia concedida sobre estas máquinas e, adicionalmente, em função do histórico recente de frequência de atendimentos por máquina e do custo médio por atendimento de assistência técnica, estimou-se o valor da provisão necessária para fazer frente à obrigação total assumida, em relação aos equipamentos em garantia nas respectivas datas-base. b) Provisão para VPC - Verba de Propaganda Cooperada Os valores provisionados como verba de propaganda cooperada são calculados com base em percentuais acordados entre as partes e se trata de verbas para inserções promocionais e exposição dos produtos da Companhia. Os percentuais dessa verba são negociados individualmente com cada cliente. c) Provisão para comissões A provisão para comissões é calculada tomando-se por base o percentual individual de comissões registradas nos pedidos de vendas. d) Provisão para rebate Os valores provisionados como rebate, são calculados com base em percentuais históricos e demandas adicionais. Os valores dessa verba são negociados individualmente com cada cliente. 17. TRIBUTOS A RECOLHER Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 IRRF 3.677 841 IPI 3.366 1.631 INSS 3.128 – COFINS 1.753 105 PIS 381 23 Outros impostos e contribuições 2.203 459 14.508 3.059 Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 3.677 866 3.365 1.631 3.128 – 2.861 291 636 67 3.428 1.530 17.095 4.385 18. RECEITA DIFERIDA Refere-se à parcela da Subvenção para Investimento cuja obrigação de investimento não foi plenamente atendida conforme mencionado na nota nº 7. Como resultado da fruição dos benefícios fiscais de ICMS no exercício findo em 31 de dezembro de 2011, a Companhia registrou o montante de R$ 29.706 no passivo, sob a rubrica de Receita Diferida (R$ 32.651 em 31 de dezembro de 2010), que será apropriado ao resultado em função da amortização dos ativos relacionados e cumprimento de obrigações exigidas em contrapartida ao referido benefício fiscal, conforme previsto nas normas preconizadas no CPC 7. 19. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - CORRENTE E DIFERIDO a) Diferido O Imposto de Renda e a Contribuição Social diferidos, ativo e passivo, foram constituídos considerando as alíquotas vigentes em 31 de dezembro de 2011 e 2010 apresentando a seguinte composição: Controladora Consolidado (BR GAAP) (IFRS e BR GAAP) Ativo 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos Provisão para garantia 28.564 34.701 30.959 34.966 Estoques obsoletos 42.077 14.495 42.263 14.531 Provisão para VPC 5.401 10.878 6.924 11.064 Provisão para comissões 5.507 6.726 5.720 6.756 Contingências tributárias, trabalhistas e cíveis 5.807 5.172 5.807 5.172 Provisões obrigações trabalhistas 3.796 2.914 3.811 2.977 Rebate 2.460 2.357 2.610 2.362 AVP 65 – 275 87 Provisão para crédito de liquidação duvidosa 2.810 1.952 2.835 1.977 Outras diferenças temporárias 1.799 2.216 1.866 2.190 (22.174) (5.299) (21.682) (4.889) Diferido não contabilizado 76.112 76.112 81.388 77.193 O registro do crédito tributário está suportado pelos planos de negócios da Companhia, os quais consideram a ampliação das atividades comerciais que demonstra lucros tributáveis em exercícios futuros, em montantes suficientes para a realização de tais valores, além da decisão da Administração de distribuir dividendos, em níveis dos montantes distribuídos historicamente, utilizando parte da receita de subvenção para investimentos, o que irá gerar lucro tributável suficiente para compensar o referido crédito tributário diferido. Estudos técnicos de viabilidade, apreciados e aprovados pelo Conselho de Administração, indicam a plena recuperação dos valores de impostos diferidos reconhecidos como definido pela Instrução CVM nº 371, de 27 de junho de 2002 e correspondem às melhores estimativas da Administração sobre a evolução futura da Companhia e do mercado que a mesma opera, cuja expectativa de realização dos créditos fiscais está representada a seguir: Controladora (BR GAAP) Expectativa de realização 2013 2014 2015 2016 Total Imposto de renda 1.998 11.881 19.337 22.751 55.967 719 4.277 6.960 8.189 20.145 Contribuição social 2.717 16.158 26.297 30.940 76.112 Total Anualmente a Administração reavalia o resultado efetivo desses planos de negócios na geração de lucros tributáveis e, consequentemente, reavalia a expectativa de realização desses créditos tributários. Como a base tributável do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido decorre não apenas do lucro que pode ser gerado, mas também da existência de receitas não tributáveis, despesas não dedutíveis, incentivos fiscais e outras variáveis, não existe uma correlação imediata entre o lucro líquido da Companhia e suas controladas e o resultado de imposto de renda e contribuição social. Portanto, a expectativa da utilização dos créditos fiscais não deve ser tomada como único indicativo de resultados futuros da Companhia e suas controladas. Controladora Consolidado Passivo (BR GAAP) (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos Projetos de desenvolvimento de produtos 8.544 8.206 8.921 8.301 1.667 2.002 2.217 2.536 Outras diferenças temporárias 10.211 10.208 11.138 10.837 Os tributos diferidos passivos referem-se a: (i) diferimento de contas a receber de órgãos governamentais e, (ii) incentivo fiscal introduzido pela Lei nº 10.637/2002 e posteriormente alterado pela Lei nº 11.196/2006, que possibilita a dedutibilidade dos gastos com projetos de Desenvolvimento por regime de caixa para fins de Imposto de Renda e Contribuição Social. Tal incentivo é direcionado ao ramo de negócio da Companhia e refere-se aos gastos com projetos de Desenvolvimentos de produtos registrados no ativo intangível. O valor dos impostos diferidos será revertido na medida em que os projetos forem amortizados. Até o exercício findo em 31 de dezembro de 2011 o valor do crédito sobre prejuízos fiscais e base negativa de contribuição social não reconhecido é de R$ 125.899 (R$ 370.292 de valor base). Referem-se basicamente à: b) Corrente Reconciliação do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro: Controladora Consolidado (BR GAAP) (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 Lucro (Prejuízo) antes do imposto de renda e da contribuição social (67.907) 89.436 (71.769) 90.259 Alíquota vigente combinado 34% 34% 34% 34% Expectativa de imposto de renda e contribuição social, de acordo com a alíquota vigente 23.088 (30.408) 24.401 (30.688) Exclusão subvenção para investimento 73.258 79.687 78.497 84.621 Exclusão equivalência patrimonial 1.841 6.430 – Outras exclusões/(adições) permanentes (492) (896) (497) (897) Prejuízos fiscais e diferenças temporárias para os quais não foram constituídos impostos diferidos (97.695) (55.053) (98.539) (54.099) Receita (Despesa) contabilizada – (240) 3.862 (1.063) 20. PROVISÃO PARA RISCOS TRIBUTÁRIOS, TRABALHISTAS E CÍVEIS A Companhia possui contingências que estão sendo discutidas judicialmente, que incluem processos tributários, trabalhistas e cíveis. A administração da Companhia acredita que a solução dessas questões não produzirá efeito significativamente diferente do montante provisionado, que corresponde aos valores das ações consideradas como “perdas prováveis”. Cível Saldo em 31 de dezembro de 2010 Provisões reconhecidas Reduções por pagamentos Saldo em 30 de dezembro de 2011 Controladora (BR GAAP) Tributária Trabalhista Total Consolidado (IFRS e BR GAAP) Cível Tributária Trabalhista Total 7.731 9.273 (8.511) 6.837 1.084 (567) 645 730 (142) 15.213 11.087 (9.220) 8.030 9.273 (8.511) 6.837 1.084 (567) 645 730 (142) 15.512 11.087 (9.220) 8.493 7.354 1.233 17.080 8.792 7.354 1.233 17.379 Cível - Processos judiciais em que são discutidas questões de natureza comercial, cível e causas relacionadas a reivindicações movidas pelos consumidores finais sobre produtos e serviços prestados. Tributária - Processos administrativos e judiciais envolvendo a discussão da legalidade ou constitucionalidade das exigências de impostos, taxas e contribuições de competência municipal, estadual e federal. Trabalhista - Processos judiciais em que são discutidas indenizações de cunho trabalhista. Perda Possível Os valores das contingências, consideradas como perdas possíveis pelos assessores jurídicos da Companhia, para os quais nenhuma provisão foi constituída conforme as práticas contábeis adotadas no Brasil são demonstrados conforme abaixo: Controladora (BR GAAP) Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Tributárias ICMS ( a ) 35.671 29.193 Outros ( b ) 168.250 129.202 Trabalhista Empregados ( c ) 1.311 3.236 Cíveis Órgão Público ( d ) 12.457 41.034 Consumidor ( e ) 4.614 2.408 222.303 205.073 Tributárias a) ICMS: a.1) ICMS - A Companhia apropria-se de crédito do ICMS sobre as operações com produtos remetidos por contribuintes localizados em áreas incentivadas para a unidade de Curitiba, nos termos dos artigos 22 e 23 do Regulamento do ICMS do Estado do Paraná, aprovado pelo decreto estadual nº 1.980/2007. Estes créditos podem ser passíveis de questionamento pela Secretaria da Fazenda do Paraná, em função do decreto estadual 2.131/2008 ampliado pelo decreto 5.596/2009. Com a referida ampliação, o risco de questionamento foi aumentado para todas as compras realizadas via estados incentivados, que estejam incluídos no decreto 5.596/2009. A Companhia, em conjunto com os seus assessores jurídicos, entende que existem fortes argumentos jurídicos que sustentam a apropriação do crédito de acordo com a legislação regente e jurisprudência em caso de eventual questionamento pela fiscalização. b) Tributárias - Outros: • CIDE - Auto de infração exigindo Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico CIDE sobre remessas de valores ao exterior a título de royalties sobre softwares, realizadas no ano de 2005. • II e IPI - Auto de infração exigindo diferenças de Imposto de Importação e Imposto sobre Produtos Industrializados, decorrente da reclassificação de NCM’s das importações de microprocessadores realizadas pela Companhia nos últimos cinco anos. Tal reclassificação teve origem em alteração de critério de classificação fiscal pela Receita Federal. • II e IPI - Auto de infração exigindo diferenças de Imposto de Importação e Imposto sobre Produtos Industrializados, decorrente da reclassificação de NCM’s das importações de telas de LCD realizadas pela filial da Companhia localizada em Ilhéus-BA, nos últimos três anos. Tal reclassificação teve origem em alteração de critério de classificação fiscal pela Receita Federal. Trabalhistas c) Empregados: Processos judiciais em que são discutidas verbas e indenizações de cunho trabalhista. Cíveis d) Órgãos públicos: Tribunal de Contas da União - TCU: Processo de Tomada de Contas no qual o TCU analisa a regularidade ou não do reequilíbrio econômico financeiro concedido pela Companhia de Correios e Telégrafos - ECT ao Consórcio Alpha, formado pela Companhia e pela Novadata Sistemas e Computadores S.A. Companhia de Correios e Telégrafos - ECT: Ação proposta pela Positivo Informática tendo por objeto anular os procedimentos administrativos que culminaram na aplicação de multas pelos Correios à Companhia, suspender a exigibilidade das multas e evitar a inscrição nos cadastros restritivos do poder público - SICAF, CADIN e similares. Ministério Público de Araras-SP: Ação de Improbidade Administrativa movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, onde se discute a legalidade de Ato Administrativo praticado pelo Prefeito Municipal de Araras-SP, relativo a aquisição de Lousas Educacionais Interativas, através de Pregão Presencial. Tribunal do Contas do Estado de São Paulo - TCE-SP: Processo de Tomada de Contas no qual o TCE-SP analisa a regularidade ou não de contrato firmado em 03/2008 com o FDE - Fundação para o Desenvolvimento da Educação, em virtude de adesão (carona) à Ata da PRODAM - Cia. de Processamento de Dados do Município de São Paulo. e) Consumidor: São causas relacionadas a reivindicações movidas pelos consumidores finais sobre produtos e serviços prestados, pleiteando substancialmente a substituição do produto ou a devolução dos valores pagos. 21. PATRIMÔNIO LÍQUIDO a) Capital social O Capital Social é de R$ 389.000. O total de ações da Companhia é de 87.800.000, sendo todas de classe ordinária, distribuídas como segue: Quantidade de ações (unidades) Acionistas 31/12/2011 31/12/2010 Controladores e partes relacionadas 62.093.094 62.093.094 Não controladores, partes relacionadas e diretores 37.892 37.892 Ações em tesouraria 1.695.508 1.695.508 Ações em circulação 23.973.506 23.973.506 87.800.000 87.800.000 Com base na Ata da Reunião de sócios, realizada em 17 de agosto de 2006, a Companhia está autorizada a aumentar o seu capital social, independentemente de reforma estatutária e de decisão de assembléia, mediante simples deliberação do Conselho de Administração, até o limite do capital autorizado da Companhia de 4.500.000 novas ações ordinárias, sem valor nominal definido. b) Opção de compra concedida pelo plano de compra de ações para os empregados Em 31 de dezembro de 2010, diretores e gerentes selecionados, bem como outros participantes designados pelo Conselho de Administração detinham 145.638 opções de compra de ações ordinárias da Companhia; 130.644 dessas opções expiraram em 31 de dezembro de 2011 e 14.994 expirarão em 31 de dezembro de 2012. Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2011, alguns executivos saíram da Companhia e o montante de 9.330 opções, que expirariam em 31 de dezembro de 2012, expiraram no exercício corrente. A quantidade de opções em aberto em 31 de dezembro de 2011 é de 5.664, destinados a diretores e gerentes selecionados, bem como outros participantes designados pelo Conselho de Administração, e expirarão em 31 de dezembro de 2012. Opções de compra concedidas no âmbito do plano de opções de compra de ações para os empregados não dão direito a voto nem a dividendos. Mais detalhes sobre o plano de opção de compra de ações para funcionários estão descritos na nota explicativa nº 29 destas demonstrações financeiras. c) Reserva de capital Controladora (BR GAAP) Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Reservas de Benefício das opções Stock Option 2.004 1.992 118.305 118.305 Reservas de Subvenção para investimentos 120.309 120.297 d) Reserva de lucro Controladora (BR GAAP) Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Reservas de Subvenção p/Incentivos Fiscais 144.455 212.362 81 81 Reserva de lucros 144.536 212.443 e) Reservas de subvenção para investimentos Conforme mencionado na nota explicativa n° 7, os valores registrados nesta conta referem-se ao incentivo fiscal de ICMS, em conformidade com o Decreto Estadual nº 5.375/2002 (vigência do Artigo 3º até 31 de julho de 2011), e pelo Decreto Estadual nº 1.922/2011 em vigor a partir de 01 de agosto de 2011. Segundo a legislação do Imposto de Renda, a Reserva de Capital constituída apenas pode ser utilizada para absorção de prejuízos ou aumento de capital, não podendo ser distribuída como dividendos, por tratar-se de um benefício do Estado à Companhia para uma atividade específica. f) Apropriação do Lucro/Prejuízo Do lucro líquido do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, eventuais prejuízos acumulados. Sobre o lucro remanescente, será calculada a participação estatutária dos administradores, até o limite máximo legal, conforme previsto no artigo 152, § 1º da Lei nº 6.404/76, e a reserva legal de 5%, que não excederá 20% do capital social. Em 2009 e 2010 não foi constituída a Reserva Legal, devido a Reserva de Capital exceder 30% do Capital Social conforme artigo 193, § 1º da Lei nº 6.404/76. O saldo remanescente foi transferido para a conta de Reserva de Lucros, de acordo com a proposição da administração. No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia apurou prejuízo. g) Dividendos Conforme ata da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 25 de março de 2008, a Companhia poderá levantar balanços semestrais ou intermediários; deliberar a distribuição de dividendos a débito da conta de lucro apurado naqueles balanços; declarar dividendos intermediários a débito da conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros existentes naqueles balanços ou no último balanço anual; poderá pagar ou creditar juros sobre o capital próprio, ad referendum da Assembléia Geral Ordinária que apreciar as demonstrações financeiras relativas ao exercício social em que tais juros foram pagos ou creditados, sendo que os dividendos intercalares ou intermediários e os juros sobre o capital próprio deverão ser sempre imputados ao dividendo obrigatório. A Assembléia Geral Ordinária realizada em 29 de abril de 2011 deliberou a distribuição aos acionistas a título de dividendo obrigatório do exercício de 2010, no valor de R$ 22.299, o que equivale a um valor de R$ 0,25897643 por ação, pagos aos acionistas em uma única parcela, em 15 de dezembro de 2011, sem correção monetária, consignando-se, nos termos do artigo 134, §4º, da Lei das S.As.. h) Ações em Tesouraria A reunião do Conselho de Administração realizada em 28 de maio de 2008 aprovou o plano de recompra de 600.000 ações da própria Companhia para manutenção em tesouraria e posterior alienação, sem redução de capital. O objetivo das operações autorizadas foi o de maximizar a geração de valor para os acionistas. Para atender ao plano de opções para executivos, a Companhia possui um total de 1.695.508 ações em tesouraria, adquiridas através do programa de recompra, ao preço médio de R$ 20,90. Considerando que as ações fossem vendidas ao preço de 31 de dezembro de 2011, o efeito no patrimônio seria de uma perda de R$ 25.636 (perda de R$ 18.905 em 31 de dezembro de 2010), conforme abaixo: Preço médio de aquisição Preço das ações Custo x Cotação Ações pela Companhia em 31/12/11 de Mercado 1.695.508 20,90 5,78 (25.636) 22. RECEITA A seguir, a análise da receita da Companhia nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010. Controladora Consolidado (BR GAAP) (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 Receita da venda de produtos 2.058.864 2.607.415 2.278.870 2.619.940 54.275 52.917 54.275 52.917 Receita de serviços prestados 2.113.139 2.660.332 2.333.145 2.672.857 Segue abaixo a conciliação entre a receita bruta e a receita apresentada nas demonstrações de resultados dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010: Controladora Consolidado (BR GAAP) (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 Receita Bruta 2.113.139 2.660.332 2.333.145 2.672.857 Menos: Impostos sobre vendas (190.412) (272.450) (201.253) (283.781) Devoluções e abatimentos (48.923) (59.747) (50.601) (61.471) 1.873.804 2.328.135 2.081.291 2.327.605 Receita líquida 22 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais) 23. INFORMAÇÕES SOBRE A NATUREZA DAS DESPESAS RECONHECIDAS NA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO A Companhia apresentou a demonstração do resultado utilizando uma classificação das despesas baseadas na sua função. As informações sobre a natureza dessas despesas reconhecidas na demonstração do resultado é apresentada a seguir: Controladora Consolidado (BR GAAP) (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 Matérias-primas e materiais de consumo utilizados 1.348.745 1.543.707 1.495.973 1.505.995 Despesa com pessoal 176.552 204.408 186.977 208.416 Despesas gerais 125.768 126.618 134.875 133.477 Despesa com serviços com terceiros 50.643 70.681 52.309 71.045 Despesa com verba de propaganda cooperada 42.285 56.202 47.966 56.790 Despesa com comissões 46.170 52.365 47.691 53.121 Depreciação e amortização 29.263 20.346 30.119 20.946 Outras despesas operacionais líquidas 136.369 156.248 155.616 162.110 1.955.795 2.230.575 2.151.526 2.211.900 26. SEGUROS - CONSOLIDADO Em 31 de dezembro de 2011, a cobertura de seguros estabelecida pela Administração da Companhia para cobrir eventuais sinistros e responsabilidade civil, é resumida como segue: Valor em Ramo Cobertura por eventos Vigência risco Riscos Nomeados Incêndio, explosão, colisão 01/04/2011 a e Operacionais veículos e riscos diversos 277.970 01/04/2012 Riscos Nomeados Roubo e furto de bens e 01/04/2011 a e Operacionais estoques 215.620 01/04/2012 Responsabilidade Civil - diretores 30/09/2011 a Responsabilidade Civil e administradores 12.000 30/09/2012 Vendas de computadores e 01/10/2011 a Lucros Cessantes prestação de serviços 2.000.000 01/10/2012 27. LUCRO POR AÇÃO Básico Numerador básico Lucro/(prejuízo) líquido alocado para ações ordinárias Denominador básico Média ponderada das ações ordinárias (em milhares) Lucro/(prejuízo) por ação - Básico Diluído Numerador diluído Lucro/(prejuízo) líquido alocado para ações ordinárias Denominador diluído Média ponderada das ações ordinárias Lucro/(prejuízo) por ação - Diluído Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 (67.907) 89.196 Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Dívida Líquida Dívida (a) Caixa e saldos de bancos Patrimônio Líquido (b) Índice endividamento líquido 25. RESULTADO FINANCEIRO Controladora (BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Receitas financeiras AVP clientes Rendimento aplicação financeira Descontos obtidos com fornecedores Outras receitas financeiras Despesas financeiras AVP fornecedores Juros sobre empréstimos Despesa antecipação de recebíveis Imposto sobre operações financeiras Outras despesas financeiras Total das receitas e despesas financeiras Variação cambial Ganho na cobertura cambial Perda na cobertura cambial Ganho na variação cambial Perda na variação cambial Resultado financeiro líquido Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 25.166 16.271 24.787 918 26.938 16.271 25.688 918 2.057 7.107 50.601 1.928 689 28.322 2.091 7.624 52.924 1.948 696 29.250 (20.911) (33.296) (21.319) (14.159) (20.911) (33.546) (21.319) (14.159) (2.181) (13.538) (2.181) (13.540) (583) (2.988) (59.959) (2.367) (4.725) (56.108) (585) (3.768) (60.991) (2.367) (4.886) (56.271) (9.358) (27.786) (8.067) (27.021) 11.245 (5.520) 30.924 (45.917) (9.268) (18.626) 10.213 (11.678) 44.327 (42.111) 751 (27.035) 11.245 (5.520) 35.017 (51.621) (10.879) (18.946) 10.213 (11.678) 47.178 (44.138) 1.575 (25.446) Cenário Taxa Dólar (cenário) Efeito Caixa Compras: Compras internalizadas Compras em trânsito Projetos de governo (estimado) Compras totais estimadas (exterior) Cobertura cambial: Opções de compra de dólares Non Deliverable Forward - NDF Cobertura total Exposição líquida estimada (c/compras em trânsito) Resultado líquido estimado (c/compras em trânsito) Exposição líquida estimada (s/compras em trânsito) Resultado líquido estimado (s/compras em trânsito) Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 335.931 146.047 189.884 619.172 404.763 89.591 315.172 686.310 387.783 156.707 231.076 619.172 405.220 89.817 315.403 686.310 0,31 0,46 0,37 0,46 (a) A dívida é definida como empréstimos de curto e longo prazos, abatida pelo recebível das operações de swap vinculadas aos empréstimos. (b) O patrimônio líquido inclui todo o capital e as reservas da Companhia, gerenciados como capital. 28.2. Categoria de instrumentos financeiros A Companhia efetuou avaliação de seus ativos e passivos financeiros em relação aos valores de mercado, por meio de informações disponíveis e metodologias de avaliação apropriadas. Entretanto, a interpretação dos dados de mercado e a seleção de métodos de avaliação requerem considerável julgamento e estimativas para se calcular o valor de realização mais adequado. Como consequência, as estimativas apresentadas não indicam, necessariamente, os montantes que poderão ser realizados no mercado corrente. O uso de diferentes hipóteses de mercado e/ou metodologias pode ter efeito relevante nos valores de realização estimados. Ativos financeiros não derivativos: Caixa e equivalentes de caixa, contas a receber de curto e longo prazo e partes relacionadas a receber são classificadas como empréstimos e recebíveis. Seus respectivos valores contábeis se aproximam de seus valores de mercado. Passivos financeiros não derivativos: Os empréstimos e financiamentos, fornecedores, obrigações com partes relacionadas e outras contas a pagar, são classificadas como passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado e seus respectivos valores contábeis se aproximam com os seus valores de mercado (com exceção do empréstimo captado junto ao BNDES, cujo valor contábil em 31 de dezembro de 2011 é de R$ 147.977 e o valor justo é de R$ 134.700). 28.3. Valor justo dos instrumentos financeiros O valor justo dos ativos e passivos financeiros é incluído no valor pelo qual o instrumento poderia ser trocado em uma transação corrente entre partes dispostas a negociar, e não em uma venda ou liquidação forçada. O valor justo dos instrumentos derivativos é calculado utilizando preços cotados. Quando esses preços não estão disponíveis, é usada a análise do fluxo de caixa descontado por meio da curva de rendimento, aplicável com a duração dos instrumentos para os derivativos sem opções. Os contratos futuros de câmbio são mensurados com base nas taxas de câmbio e nas curvas de rendimento obtidas com base em cotação e para os mesmos prazos de vencimentos dos contratos. Os “swaps” são mensurados pelo valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados e descontados com base nas curvas de rendimento aplicáveis, baseadas na cotação das taxas de juros. Para os instrumentos financeiros derivativos da Companhia (contratos futuros de moeda e swaps de troca de variação cambial por taxas de juros) são utilizadas mensurações de valor justo de Nível 2, por meio de outras variáveis além dos preços cotados incluídos no Nível 1, que são observáveis para o ativo ou passivo diretamente (ou seja, como preços) ou indiretamente (ou seja, com base em preços). 28.4. Contratos futuros de moeda Em 31 de dezembro de 2011 a Companhia não possuía opções de compra de dólar. Em 31 de dezembro de 2010, o valor lastreado, em operações de opções, era de USD 5.100 mil e o prêmio era de R$ 78. Em 31 de dezembro de 2011 a Companhia não possui operações de NDF (Non Deliverable Forward). Em 31 de dezembro de 2010, o valor lastreado, em operações de NDF’s, era de USD 28.800 mil e o resultado líquido a pagar era de R$ 1.008. A exposição cambial da Companhia em 31 de dezembro de 2011 com compras internalizadas e compras em trânsito é de USD 95.252 mil. Para os projetos de licitações do governo a exposição cambial estimada é de USD 113.311 mil. Até 31 de dezembro de 2011 e 2010 a Companhia obteve os seguintes ganhos e perdas nas suas operações com instrumentos financeiros: Controladora (BR GAAP) e Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Ganho Perda Líquido Ganho Perda Líquido Instrumento NDF 8.122 (3.047) 5.075 9.445 (9.911) (466) 3.123 (2.473) 650 768 (1.767) (999) Opções Total 11.245 (5.520) 5.725 10.213 (11.678) (1.465) Os resultados apresentados na tabela acima estão registrados no resultado financeiro, conforme apresentado na nota nº 25. A tabela a seguir demonstra a análise de sensibilidade da Administração da Companhia, conforme requerida pela Instrução CVM nº 475/08 de 17 de dezembro de 2008, referente ao efeito estimado de caixa gerado nas operações de proteção cambial em aberto em 31 de dezembro de 2011: 86.050 A Companhia com auxílio de assessoria externa especializada completou, no exercício de 1,0366 2011 uma profunda reestruturação de sua estrutura de pós-venda, visando maior eficiência na administração de seus estoques, principalmente aqueles destinados a suprir seu parque de máquinas em garantia e melhorar a qualidade de atendimento a seus clientes. (67.907) 89.196 Como principais medidas dessa reestruturação, a Companhia decidiu descredenciar um número significativo de prestadores de serviços e definiu uma nova forma de comercializar 86.104 86.050 máquinas recebidas em devolução/troca. (0,7887) 1,0366 Como consequência dessas medidas, durante o trimestre findo em 30 de junho de 2011, a companhia aprimorou seus critérios de mensuração da provisão para perdas com A quantidade média ponderada de ações ordinárias usadas no cálculo do lucro básico por estoques, buscando refletir na estimativa desta provisão o novo modelo ação concilia com a quantidade média ponderada de ações ordinárias usadas na apuração de gestão adotado para os estoques. A aplicação dessa nova metodologia resultou um ajuste de aproximadamente R$ 51,9 milhões no saldo da provisão para perdas com do lucro por ação diluído, como segue: Consolidado estoques e baixa de estoques em aproximadamente R$ 42,8 milhões. (IFRS e BR GAAP) 24. SEGMENTOS OPERACIONAIS 31/12/2011 31/12/2010 Para gerenciar seu negócio e tomar decisões, a Companhia utiliza informações que focam Quantidade média ponderada de ações ordinárias utilizadas nos canais de venda de produtos e serviços, que são a base na qual reporta suas na apuração do lucro básico por ação 86.104 86.050 informações primárias por segmento. Os principais segmentos operacionais da Companhia Ações consideradas como emitidas sem são os seguintes: vendas ao varejo, vendas a entidades governamentais, vendas ao nenhuma contrapartida relacionadas a: mercado corporativo e vendas de tecnologia educacional. Destes, são seguimentos Opções de empregados – – reportáveis os segmentos Varejo e Governo. As informações por segmento reportáveis Quantidade média ponderada de ações ordinárias utilizada dessas unidades estão apresentadas a seguir: 86.104 86.050 na apuração do lucro diluído por ação 24.1. Receita e resultados dos segmentos As seguintes ações ordinárias potenciais são antidilutivas e, portanto, foram excluídas da Consolidado (IFRS e BR GAAP) quantidade média ponderada de ações ordinárias para o cálculo do lucro diluído por ação: 31/12/2011 31/12/2010 Varejo Governo Varejo Governo 31/12/2011 31/12/2010 Receita líquida de vendas 1.434.954 466.255 1.455.432 717.937 Opções de empregados 6 146 Custo dos serviços prestados (1.085.950) (404.767) (1.097.645) (496.977) Lucro bruto 349.004 61.488 357.787 220.960 28. INSTRUMENTOS FINANCEIROS Despesas operacionais (381.041) (83.214) (304.922) (179.080) A política de derivativos da Companhia tem como objetivo proteger seus compromissos Resultado antes do resultado assumidos em dólar de oscilações nos preços futuros, de forma a proporcionar maior financeiro (32.037) (21.726) 52.865 41.880 previsibilidade em sua operação. A Administração não opera com instrumentos financeiros Resultado financeiro líquido (12.508) (3.887) (14.305) (9.322) derivativos com propósitos de especulação para alavancar seus resultados financeiros. Lucro/(prejuízo) antes dos efeitos tributários (44.545) (25.613) 38.560 32.558 A Companhia pratica operações de opção de compra de dólar e também operações de NDF (Non Deliverable Forward), as quais possuem a finalidade de proteção contra as Imposto de renda e contribuição social (corrente e diferido) 2.126 502 (539) (351) oscilações das taxas de câmbio, cobrindo assim, apenas a exposição cambial pelo prazo de Lucro/(prejuízo) líquido pagamento concedido por fornecedores na compra de componentes importados. do exercício (42.419) (25.111) 38.021 32.207 Adequação dos controles internos e parâmetros utilizados para o gerenciamento de riscos: A conciliação entre o total das receitas dos segmentos divulgáveis com as receitas totais da A partir da análise do saldo em contas a pagar referente às importações, sejam relativos ao Companhia é como segue: material já em estoque, ou do material em trânsito, os contratos derivativos são Consolidado semanalmente revisados e/ou incrementados. (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 O montante e tipo de modalidade (opção de compra ou NDF) a serem contratados são definidos à luz das particularidades de cada uma delas em relação à volatilidade do dólar e Receita líquida de vendas da Companhia Receita líquida de vendas dos segmentos reportáveis 1.901.209 2.173.369 perspectivas futuras da economia. Receita líquida de vendas dos segmentos não reportáveis 180.082 154.236 Com base na análise de sensibilidade da volatilidade do dólar versus as modalidades de 2.081.291 2.327.605 hedge contratadas ao longo dos meses, é possível mensurar as possíveis necessidades de A conciliação entre o total do lucro líquido do exercício dos segmentos divulgáveis com as caixa para fazer frente aos resultados das operações de NDF. receitas totais da Companhia é como segue: Conforme as condições estabelecidas na Instrução CVM 235/95, as operações que Consolidado envolvem instrumentos financeiros ativos e passivos, conforme abaixo, estão registradas (IFRS e BR GAAP) contabilmente pelos valores compatíveis com as atuais taxas de mercado para as operações 31/12/2011 31/12/2010 de prazos e riscos similares e estão apresentadas conforme orientações contidas na Lucro/(prejuízo) líquido do exercício da Companhia deliberação CVM 550/08. Lucro/(prejuízo) líquido do exercício dos segmentos reportáveis (67.530) 70.228 Análise de sensibilidade - Ganho/(Perda) Lucro/(prejuízo) líquido do exercício dos segmentos não reportáveis (377) 18.968 Operação Taxas (67.907) 89.196 A receita dos segmentos apresentada anteriormente corresponde à receita gerada pelos clientes externos. As políticas contábeis para os segmentos reportáveis são as mesmas da Companhia (descritas na nota explicativa nº 2). O lucro do segmento corresponde ao lucro auferido por cada segmento, após a alocação de todas as receitas, custos e despesas. 24.2. Receita dos principais produtos e serviços Abertura da receita líquida por produto Consolidado (IFRS e BR GAAP) Produtos 31/12/2011 31/12/2010 Desktops 956.460 1.339.415 Notebooks 987.129 908.362 Outros 137.702 79.828 2.081.291 2.327.605 24.3. Ativos por segmento Os ativos da Companhia embora sejam destinados a alguns segmentos, não são gerenciados de maneira independente por se tratar, substancialmente, na fabricação de computadores para atender aos segmentos de vendas. 24.4. Informações geográficas No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia e suas controladas reconheceram R$ 121.403 de vendas para o mercado externo (R$ 3.831 no exercício findo em 31 de dezembro de 2010). O restante das vendas ocorreu no território brasileiro. 24.5. Informações sobre principais clientes Dois clientes da Companhia foram responsáveis individualmente por mais de 10% da receita líquida total no exercício de 2011. 86.104 (0,7887) 28.1. Índice de endividamento (Fechamento) 1,8758 1,8758 1,8758 1,8758 (Contratada) – – Valor USD Provável R$ (a) (Bacen) 1,8200 Possível (Baixa) R$ (b) -25% 1,4069 Remoto (Baixa) R$ (c) -50% 0,9379 Possível (Alta) R$ (d) 25% 2,3448 Remoto (Alta) R$ (e) 50% 2,8137 89.679 5.573 113.311 208.563 5.004 311 6.323 11.638 42.055 2.613 53.137 97.805 84.110 5.227 106.274 195.611 (42.055) (2.613) (53.137) (97.805) (84.110) (5.227) (106.274) (195.611) – – – 208.563 – – – – – – – – – – – – – – – 11.638 97.805 195.611 (97.805) (195.611) 11.327 95.192 190.384 (95.192) (190.384) 202.990 a) O cenário provável reflete a expectativa de cotações do BACEN - Banco central do Brasil, em 31 de dezembro de 2011. b) O cenário possível de baixa é representado pela valorização do Real em relação ao Dólar de 25%. c) O cenário remoto de baixa é representado pela valorização do Real em relação ao Dólar de 50%. d) O cenário possível de alta é representado pela desvalorização do Real em relação ao Dólar em 25%. e) O cenário remoto de alta é representado pela desvalorização do Real em relação ao Dólar em 50%. As compras totais são compostas de compras já internalizadas e de compras em trânsito. A Administração entende que as compras em trânsito no momento da internalização podem produzir resultado diferente do apresentado. Vale ressaltar que os resultados apresentados no quadro de análise de sensibilidade acima refletem os impactos para cada cenário numa posição estática da carteira para o dia 31 de dezembro de 2011. O dinamismo do mercado faz com que essa posição se altere continuamente e não obrigatoriamente reflita a posição atual. Em caso de sinais de deterioração de determinada posição, ações proativas são tomadas para minimização de possíveis impactos negativos visando maximizar a relação risco retorno para a Companhia. Além da análise de sensibilidade exigida pela Instrução CVM nº 475/08, a Companhia avalia seus instrumentos financeiros considerando os possíveis efeitos no resultado e patrimônio líquido frente aos riscos avaliados pela Administração da Companhia na data das demonstrações financeiras, conforme sugerido pelo CPC 40 e IFRS 7. Baseado na posição patrimonial em 31 de dezembro de 2011 estima-se que esses efeitos seriam próximos aos valores mencionados na coluna de riscos prováveis da tabela acima, uma vez que as premissas utilizadas pela Companhia são próximas às descritas anteriormente. 28.5. Contratos de “Swap” Controladora (BR GAAP) e Consolidado (IFRS e BR GAAP) Contratos em aberto que recebem variação cambial e pagam taxas Taxa prefixada média Valor nocional Valor justo líquido de juros pós-fixadas contratada (% do CDI) 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 189.601 116.810 16.887 2.801 Menos de um ano 97,36 91,05 189.601 116.810 16.887 2.801 Os “swaps” são liquidados conforme o seu vencimento estipulado no contrato. A taxa de juros dos “swaps” corresponde à taxa de certificado de depósito interbancário. A Companhia irá liquidar os contratos pelo valor líquido da diferença entre as taxas de juros e a variação cambial. Todos os contratos de “swaps” que trocarem variação cambial por taxa de juros foram contratados para reduzir a exposição do fluxo de caixa da Companhia resultante da variação cambial dos empréstimos. Os pagamentos dos contratos de “swaps” e dos juros dos empréstimos ocorrem simultaneamente e o valor é reconhecido no resultado do exercício. O saldo em aberto nas operações de swap está reconhecido em conta específica - Crédito de instrumentos financeiros, no balanço patrimonial. A tabela a seguir demonstra a análise de sensibilidade da Administração da Companhia, conforme requerida pela Instrução CVM nº 475/08 de 17 de dezembro de 2008, referente ao efeito estimado de caixa gerado nas operações de proteção de taxas de juros em aberto em 31 de dezembro de 2011: Análise de sensibilidade - Ganho/(Perda) Operação Taxas Valor nocional Provável Possível (Baixa) Remoto (Baixa) Possível (Alta) Remoto (Alta) (a) (b) (c) (d) (e) Cenário 97,36 (Cetip) -25% -50% 25% 50% Swap 189.601 16.887 12.665 8.444 21.109 25.331 189.601 16.887 12.665 8.444 21.109 25.331 Cobertura total a) O cenário provável reflete às taxas do CDI em 31 de dezembro de 2011. b) O cenário possível de baixa é representado pela redução da taxa do CDI de 25% em relação à taxa em 31 de dezembro de 2011. Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 23 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010 (Valores expressos em milhares de reais) c) O cenário remoto de baixa é representado pela redução da taxa do CDI de 50% em relação à taxa em 31 de dezembro de 2011. d) O cenário possível de alta é representado pelo aumento da taxa do CDI de 25% em relação à taxa em 31 de dezembro de 2011. e) O cenário remoto de alta é representado pelo aumento da taxa do CDI de 50% em relação à taxa em 31 de dezembro de 2011. Vale ressaltar que os resultados apresentados no quadro de análise de sensibilidade acima refletem os impactos para cada cenário numa posição estática das operações de “swaps” para o dia 31 de dezembro de 2011. O dinamismo do mercado faz com que essa posição se altere continuamente e não obrigatoriamente reflita a posição atual. Em caso de sinais de deterioração de determinada posição, ações proativas são tomadas para minimização de possíveis impactos negativos visando maximizar a relação risco retorno para a Companhia. Além da análise de sensibilidade exigida pela Instrução CVM nº 475/08, a Companhia avalia seus instrumentos financeiros considerando os possíveis efeitos no resultado e patrimônio líquido frente aos riscos avaliados pela Administração da Companhia na data das demonstrações financeiras, conforme sugerido pelo CPC 40 e IFRS 7. Baseado na posição patrimonial e no valor nocional dos instrumentos derivativos em aberto em 31 de dezembro de 2011, estima-se que esses efeitos seriam próximos aos valores mencionados na coluna de riscos prováveis da tabela acima, uma vez que as premissas utilizadas pela Companhia são próximas às descritas anteriormente. 28.5.1. Gestão do risco de liquidez A responsabilidade final pelo gerenciamento do risco de liquidez é do Conselho de Administração, que elaborou um modelo apropriado de gestão de risco de liquidez para o gerenciamento das necessidades de captação e gestão de liquidez no curto, médio e longo prazos. A Companhia gerencia o risco de liquidez mantendo adequadas reservas, linhas de crédito bancárias e linhas de crédito para captação de empréstimos que julgue adequados, através do monitoramento contínuo dos fluxos de caixa previstos e reais, e pela combinação dos perfis de vencimento dos ativos e passivos financeiros. A nota explicativa nº 28.5.3 inclui linhas de crédito não utilizadas que a Companhia tem à disposição para reduzir ainda mais o risco de liquidez. 28.5.2. Tabelas do risco de liquidez e juros As tabelas a seguir mostram em detalhes o prazo de vencimento contratual restante dos passivos e ativos financeiros não derivativos da Companhia e os prazos de amortização contratuais. As tabelas foram elaboradas de acordo com os fluxos de caixa não descontados dos passivos financeiros com base na data mais próxima em que a Companhia deve quitar as respectivas obrigações. As tabelas incluem os fluxos de caixa dos juros e do principal. Na medida em que os fluxos de juros são pós-fixados, o valor não descontado foi obtido com base nas curvas de juros no encerramento do exercício. O vencimento contratual baseia-se na data mais recente em que a Companhia deve quitar as respectivas obrigações. Passivos financeiros Controladora (BR GAAP) Taxa de juros De um De três De um a Mais de efetiva média Menos de a três meses a cinco cinco um mês ponderada meses um ano anos anos Total % do CDI R$ R$ R$ R$ R$ R$ 31 de dezembro de 2011 Fornecedores 100,86 205.933 16.274 14.876 – – 237.083 Empréstimos corrigidos a taxas de juros pós-fixadas 82,25 8.564 204.644 32.894 126.540 – 372.642 Partes relacionadas – 1.196 – 3.471 – 4.667 214.497 222.114 47.770 130.011 – 614.392 31 de dezembro de 2010 Fornecedores 99,59 126.205 92.390 7.862 76 – 226.533 Empréstimos corrigidos a taxas de juros pós-fixadas 79,42 131.176 175.094 4.048 108.102 4.195 422.615 Partes relacionadas – 806 – 28.565 – 29.371 257.381 268.290 11.910 136.743 4.195 678.519 Taxa de juros efetiva média ponderada % do CDI 31 de dezembro de 2011 Fornecedores Empréstimos corrigidos a taxas de juros pós-fixadas Partes relacionadas 31 de dezembro de 2010 Fornecedores Empréstimos corrigidos a taxas de juros pós-fixadas Partes relacionadas Consolidado (IFRS e BR GAAP) De um a De três De um a Menos de três meses a cinco meses um ano anos um mês R$ R$ R$ R$ Mais de cinco anos R$ Total R$ 100,86 221.613 46.648 14.876 – – 283.137 82,25 20.475 – 242.088 236.245 1.196 284.089 41.433 – 56.309 126.540 – 126.540 – – – 424.693 1.196 709.026 99,59 134.625 105.890 9.362 76 – 249.953 79,42 131.176 – 265.801 175.103 818 281.811 4.048 – 13.410 108.102 – 108.178 4.195 – 4.195 422.624 818 673.395 Ativos Financeiros Taxa de juros efetiva média ponderada % do CDI 31 de dezembro de 2011 Caixa e bancos Aplicações financeiras a taxas de juros pós-fixadas Contas a receber de clientes Partes relacionadas 31 de dezembro de 2010 Caixa e bancos Aplicações financeiras a taxas de juros pós-fixadas Contas a receber de clientes Partes relacionadas 101,00 99,59 Taxa de juros efetiva média ponderada % do CDI 31 de dezembro de 2011 Caixa e bancos Aplicações financeiras a taxas de juros pós-fixadas Contas a receber de clientes Partes relacionadas 31 de dezembro de 2010 Caixa e bancos Instrumentos a taxas de juros pós-fixadas Contas a receber de clientes Partes relacionadas 100,45 100,86 De um a cinco anos R$ Total R$ 8.453 137.594 249.541 – 395.588 – – 213.707 – 213.707 – – 17.949 3.553 21.502 – – – 16.942 16.942 8.453 137.594 481.197 20.495 647.739 6.712 82.879 339.835 – 429.426 – – 278.186 – 278.186 – – 5.731 942 6.673 – – – 19.333 19.333 6.712 82.879 623.752 20.275 733.618 Consolidado (IFRS e BR GAAP) Menos De um a De três De um a de um três meses a cinco mês meses um ano anos R$ R$ R$ R$ Total R$ 15.487 141.220 275.303 – 432.010 – – 266.686 – 266.686 – – 22.833 16.607 39.440 – – – – – 15.487 141.220 564.822 16.607 738.136 6.938 – – – 6.938 82.879 – – – 82.879 340.944 280.526 6.907 – 628.377 – – 942 – 942 430.761 280.526 7.849 – 719.136 A tabela a seguir mostra em detalhes a análise de liquidez dos instrumentos financeiros derivativos da Companhia. A tabela foi elaborada de acordo com as entradas (saídas) de recursos líquidos e não descontadas dos instrumentos derivativos que permitem liquidação pelo valor líquido e com as entradas (saídas) de recursos brutos desses derivativos que exigem a liquidação pelo valor bruto. Quando o valor a pagar ou receber não é fixo, o valor apresentado é determinado com base nas taxas de juros projetadas conforme demonstrado pelas curvas de desempenho existentes no encerramento do exercício. Controladora (BR GAAP) Consolidado (IFRS e BR GAAP) De um a três meses Total 31 de dezembro de 2011 R$ R$ “Swaps” 16.887 16.887 16.887 16.887 31 de dezembro de 2010 “Swaps” 2.801 2.801 1.008 1.008 NDFs 3.809 3.809 101,00 99,59 28.5.3. Linhas de financiamentos Controladora (BR GAAP) Consolidado (IFRS e BR GAAP) 31/12/2011 31/12/2010 Conta garantida não assegurada, revisada anualmente e com pagamento mediante solicitação Utilizada Não utilizada 29. PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES a) Opção de Compra de Ações da Companhia para diretores e gerentes conforme a descrição dos planos abaixo: Plano I Lote Qtd. Opções em Aberto em 31/12/2011 Preço Exercício Ano Exercício Preço corrigido pelo IGPM até 31/12/2011 1 – 11/12/2006 2009 – 2 – Média Dez.2008 2010 – 3 – Média Dez.2009 2011 – Plano II Lote Qtd. Opções em Aberto em 31/12/2011 Preço Exercício Ano Exercício Preço corrigido pelo IGPM até 31/12/2011 1 – Média Dez.2008 2010 – 2 – Média Dez.2009 2011 – 3 5.664 Média Dez.2010 2012 9,94 A Assembleia Geral Extraordinária realizada em 03 de novembro de 2006 aprovou o Plano de Opção de Compra de Ações da Companhia para diretores e gerentes selecionados, bem como para outros participantes designados pelo Conselho de Administração. O plano I, aprovado em reunião do Conselho de Administração realizada em 28 de agosto de 2007, totalizava originalmente 459.500 opções e era dividido em três lotes iguais. Em 31 de dezembro de 2011, não havia opções em aberto. Até 30 de setembro de 2009 a Companhia divulgou os cálculos projetados de efeito do exercício das opções com base no custo médio ponderado considerando a cronologia de aquisição das ações para cada lote de opções. A partir de 01 de outubro de 2009 a Companhia está utilizando para os cálculos projetados de efeito do exercício das opções o custo médio total das ações adquiridas em tesouraria, com base na Instrução CVM nº 10 de 1980, que dispõe sobre o valor de alienação ou cancelamento das ações em tesouraria. O preço de exercício do primeiro lote foi definido em R$ 23,50, corrigido pelo índice IGPM, a partir de 11 de dezembro de 2006 até a data de exercício e reduzindo os proventos pagos a partir da data de assinatura do contrato até a data do exercício. O período de exercício deste primeiro lote foi de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2009, o qual foi encerrado sem nenhum exercício de opção. A Companhia adquiriu as ações para este lote a um preço médio de R$ 20,90. O preço de exercício do segundo lote foi definido em R$ 7,50, corrigido pelo índice IGPM, a partir de 31 de dezembro de 2008 até a data de exercício e reduzindo os proventos pagos a partir da data de assinatura do contrato até a data do exercício. O período de exercício deste segundo lote foi de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2010, sendo que foram exercidas 105.982 opções. A Companhia adquiriu as ações para este lote a um preço médio de R$ 20,90. O preço de exercício do terceiro lote foi definido em R$ 21,10, corrigido pelo índice IGPM, a partir de 31 de dezembro de 2009 até a data de exercício e reduzindo os proventos pagos a partir da data de assinatura do contrato até a data do exercício. O período de exercício deste terceiro lote foi de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2011, o qual foi encerrado sem nenhum exercício de opção. A Companhia adquiriu as ações para este lote a um preço médio de R$ 20,90. O plano II, aprovado em reunião do Conselho de Administração realizada em 12 de agosto de 2008, totalizava originalmente 89.000 opções e era dividido em três lotes iguais. Em 31 de dezembro de 2011 atualizado com o desligamento de alguns beneficiários e exercícios ocorridos, o total de opções é 5.664. 100,45 100,86 Controladora (BR GAAP) Menos De um De três de um a três meses a mês meses um ano R$ R$ R$ – 8.000 8.000 – 4.000 4.000 Data Outorga 06/09/2007 06/09/2007 06/09/2007 Preço Opção 3,2650 10,0614 13,8141 Vlr. Total Opção 500 1.455 1.888 2007 121 32 31 2008 379 100 98 2009 – 1.323 1.267 2010 – – 489 2011 – – – Data Outorga 28/08/2008 28/08/2008 28/08/2008 Preço Opção Vlr. Total Opção 1,3257 36 2,5195 61 3,5323 73 Despesa Total Apropriada 2007 – – – 184 2008 12 9 8 606 2009 25 31 31 2.677 2010 – 21 21 531 2011 – – 12 12 O preço de exercício do primeiro lote foi definido em R$ 7,50, corrigido pelo IGPM, a partir de 31 de dezembro de 2008 até a data de exercício e reduzindo os proventos pagos a partir da data de assinatura do contrato até a data de exercício. O período de exercício deste primeiro lote foi de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2010, sendo que foram exercidas 23.010 opções. A Companhia adquiriu as ações para este lote a um preço médio de R$ 20,90. O preço de exercício do segundo lote foi definido em R$ 21,10, corrigido pelo IGPM, a partir de 31 de dezembro de 2009 até a data de exercício e reduzindo os proventos pagos a partir da data de assinatura do contrato até a data de exercício. O período de exercício deste primeiro lote foi de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2011, o qual foi encerrado sem nenhum exercício de opção. A Companhia adquiriu as ações para este lote a um preço médio de R$ 20,90. O preço de exercício do terceiro lote, o qual atualmente conta com 5.664 opções em aberto foi definido em R$ 9,71, corrigido pelo IGPM, a partir de 31 de dezembro de 2010 até a data de exercício e reduzindo os proventos pagos a partir da data de assinatura do contrato até a data de exercício. Este terceiro lote poderá ser exercido no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2012. A Companhia adquiriu as ações para este lote a um preço médio de R$ 20,90. Considerando que as opções em aberto fossem exercidas em 31 de dezembro de 2011, o efeito no patrimônio e no resultado seria uma despesa de R$ 62, conforme abaixo: Ações em aberto Preço de aquisição Preço de exercício em Despesa da Companhia por lote por lote pela Companhia 31/12/2011 referente ao custo de aquisição Plano/Lote Plano II/Lote 3 5.664 20,90 9,94 62 Pelo fato da Companhia ter adquirido ações para fazer frente às opções eventualmente exercidas, não haverá diluição de participação dos acionistas quando do exercício das opções. As premissas utilizadas para precificação das opções se deram pelo modelo de Black-Scholes. 30. APROVAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS As demonstrações financeiras foram aprovadas e autorizadas para publicação pelo Conselho de Administração em 13 de março de 2012. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Oriovisto Guimarães - Presidente Hélio Bruck Rotenberg Ruben Tadeu Coninck Formighieri Samuel Ferrari Lago Álvaro Augusto do Amaral Fernando Soares Mitri PRESIDÊNCIA EXECUTIVA Hélio Bruck Rotenberg Diretor Presidente Marielva Andrade Dias Vice-Presidente de Operações Maurício Roorda Diretor Vice-Presidente de Produtos e Procurement Ricardo Fernandes Pereira Vice-Presidente Financeiro e Diretor de Relações com Investidores Elaine Camargo Roginski Guetter Diretora Vice-Presidente de Tecnologia Educacional Marco Antônio de Oliveira Lopes Diretor Vice-Presidente de Marketing Antonio Carlos Ferreira da Silva Junior Contador - CRC 052836/O-0-PR RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Aos Conselheiros de Administração e Diretores da Positivo Informática S.A. Curitiba - PR Examinamos as demonstrações financeiras individuais e consolidadas da Positivo Informática S.A. (“Companhia”), identificadas como Controladora e Consolidado, respectivamente, que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2011 e as respectivas demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e dos fluxos de caixa, para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras individuais de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e das demonstrações financeiras consolidadas de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS), emitidas pelo International Accounting Standards Board - IASB, e de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, assim como pelos controles internos que ela determinou como necessários para permitir a elaboração dessas demonstrações financeiras livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro. Responsabilidade dos auditores independentes Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as demonstrações financeiras estão livres de distorção relevante. Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações financeiras. Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras da Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias, mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da Companhia. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar nossa opinião. Opinião sobre as demonstrações financeiras individuais Em nossa opinião, as demonstrações financeiras individuais acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Positivo Informática S.A. em 31 de dezembro de 2011, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. Opinião sobre as demonstrações financeiras consolidadas Em nossa opinião, as demonstrações financeiras consolidadas acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Positivo Informática S.A. em 31 de dezembro de 2011, o desempenho consolidado de suas operações e os seus fluxos de caixa consolidados para o exercício findo naquela data, de acordo com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) emitidas pelo International Accounting Standards Board - IASB e as práticas contábeis adotadas no Brasil. Ênfase Conforme descrito na nota explicativa n° 2, as demonstrações financeiras individuais foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. No caso da Positivo Informática S.A. essas práticas diferem do IFRS, aplicável às demonstrações financeiras separadas, somente no que se refere à avaliação dos investimentos em controladas, coligadas e controladas em conjunto pelo método de equivalência patrimonial, enquanto que para fins de IFRS seria custo ou valor justo. Outros assuntos Demonstrações do valor adicionado Examinamos, também, as demonstrações individual e consolidada do valor adicionado (DVA), referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2011, preparadas sob a responsabilidade da administração da Companhia, cuja apresentação é requerida pela legislação societária brasileira para companhias abertas, e como informação suplementar pelas IFRS que não requerem a apresentação da DVA. Essas demonstrações foram submetidas aos mesmos procedimentos de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião, estão adequadamente apresentadas, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações financeiras tomadas em conjunto. Curitiba, 13 de março de 2012 Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes CRC nº 2 SP-011.609/O-8 F-PR Fernando de Souza Leite Contador - CRC nº 1 PR-050.422/O-3 24 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 EMPRESAS Editora: Eliane Sobral [email protected] Subeditoras: Rachel Cardoso [email protected] Patrícia Nakamura [email protected] ENTREVISTA LUIZ FERNANDO FURLAN Membro do conselho da BRF Brasil Foods “O foco deste ano será no corte de custos”, avisa Furlan Crescimento interno moderado e alta dos serviços e commodities obrigarão empresas a rever negociações Sérgio Lima/Folhapress de mão de obra em construção civil, alimentos, agora na área de hotelaria você terá um crescimento da demanda e necessidade de treinamento de pessoas para enfrentar esses eventos futuros de Copa do Mundo. Se você tiver que treinar gente para a Copa tem que começar logo. Françoise Terzian [email protected] Neto do fundador da Sadia, exministro do Desenvolvimento e membro do conselho de administração da BRF Brasil Foods, Luiz Fernando Furlan é um homem de grandes cargos e hábitos simples. Quando não se encontra nos Estados Unidos ou na Espanha, para participar como conselheiro das reuniões do board do Walmart, da Telefônica ou da AGCO, Furlan gosta de visitar padarias. E não é só pelo prazer de saborear um pão quentinho, mas pela oportunidade de sentir in loco o termômetro das vendas da Sadia. Da última vez, questionou a ausência das peças de mussarela e queijo prato da Sadia, a última grande investida da BRF, e ficou feliz ao ouvir que os lançamentos haviam se esgotado. Mais: que não existe presunto melhor que o da Sadia. Escutou, contudo, que só tinha um item do concorrente melhor que o da marca da BRF: a mortadela Ceratti. “Eles têm uma marca muito forte mesmo”, admite Furlan em entrevista exclusiva ao B RASIL E CONÔMICO . Quando questionado sobre o interesse na compra da Ceratti, ele é enfático: “não posso falar sobre a BRF porque estamos em período de silêncio, mas te digo que não podemos comprar mais nada”, referindo-se Furlan: câmbio, efeito China e recessão na Europa afetam exportações A BRF tem vagas em aberto? Chegou a ter cinco mil. Hoje provavelmente tem menos, mas são alguns milhares. Qual é a taxa de câmbio ideal para a BRF, que é a terceira maior exportadora do país? Ideal não existe. Mas deu um grande ânimo no setor quando o câmbio chegou perto de R$ 1,90, como ocorreu no terceiro trimestre. A tendência é ficar com um piso de R$ 1,70. às restrições impostas pelo Cade para aprovar a fusão. Abaixo, trechos da entrevista: Quais os desafios das empresas de alimentação em 2012? O ano passado foi marcado pelo aumento de custos e por grandes reajustes em áreas diversas como a de serviços. O ano começa com uma grande preocupação com custos dentro das empresas, uma vez que o ritmo da economia também está exigindo prudência. O foco deste ano é cortar custos. E contando que “ A economia de 2012 será melhor que a de 2011. Só que, ao contrário do ano passado, que teve um começo mais animado e perda de velocidade posterior, neste ano o caminho é inverso o crescimento interno continua, mas é moderado, e que a rentabilidade das exportações está pressionada pela taxa de câmbio e também pelo aumento de custo de matérias-primas. Isso significa que teremos um ano de demissões? Não acredito que seja a ênfase. A ênfase é em custos indiretos, negociações em compra de matérias-primas, componentes. Boa parte das empresas tem ainda vagas em aberto, porque teve um período largo de escassez Dá para ser rentável a R$ 1,70? O preço do farelo de soja subiu de US$ 300 para US$ 350 em poucos dias na Bolsa de Chicago. Além disso tem o custo da logística e também o aumento do preços dos caminhões, que agora precisam seguir a norma Euro5. A Petrobras também lançou um diesel mais caro e tudo isso impacta no custo das empresas, que precisam elevar o esforço interno para reduzir custos, até porque o consumidor não está preparado para aceitar aumento. ■ Marcela Beltrão MORTADELA Ceratti, que quase foi comprada pela Sadia em 2008, dobra de tamanho A Ceratti, empresa familiar brasileira de frios, é um negócio que cresce de carona no aumento do consumo de sanduíches no Brasil. “No ano passado, faturamos R$ 130 milhões, o dobro em relação às vendas de 2008”, afirma Mario Ceratti, diretor e herdeiro da empresa. Com fábrica em Vinhedo (SP), a Ceratti chega hoje a 18 mil pontos de vendas do país com uma linha composta por mais de 80 produtos. O carro-chefe é a mortadela, que responde por 45% do faturamento da empresa e que é produzida em várias versões, incluindo até formulações com picles e pistache. Antes da crise de 2008, a Ceratti esteve na mira de grandes empresas de proteínas, como a Sadia e a Bertin. Na época, a marca, que se tornou sinônimo da categoria de mortadela, chegou a contratar o Banco Real para cuidar da negociação. Com as dificuldades geradas pela crise, contudo, o negócio não foi para a frente. Hoje, Ceratti diz que não se fecha a conversas com interessados, mas garante que, “a princípio, a empresa não está à venda.” No primeiro trimestre deste ano, Ceratti conta que as vendas da empresa saltaram 15% e que ele tem condições de seguir adiante sem dinheiro de terceiros. Um exemplo é o estudo para alavancar as vendas no food-service. Ao invés de construir uma nova fábrica, Ceratti conta que estuda terceirizar parte da produção para atender lanchonetes e restaurantes de forma menos custosa e mais eficaz. F.T. Ceratti: vendas de R$ 130 milhões em 2011 Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 25 Murillo Constantino Ipiranga converte últimas bandeiras Texaco Após cinco anos, a Ipiranga volta a atuar com a sua marca nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, onde trabalhava desde 2008 com a marca Texaco. É que havia um impedimento em função de contratos anteriores. Ao todo, 1,2 mil postos dos mais de 6 mil da companhia foram convertidos. Os adesivos e lonas com a marca Texaco foram retirados ontem, segundo o Grupo Ultra. Mais de 20 empresas e 300 pessoas trabalharam na reforma dos estabelecimentos. Murillo Constantino “ Vamos ocupar o espaço que hoje é das importações e teremos a vantagem de não lidar com a burocracia enfrentada pelos concorrentes Phillip Wojdyslawski Presidente da Videolar Wojdyslawski: investimento de R$ 465 milhões na nova planta Videolar entra em setor onde oferta é maior que demanda Nova fábrica para produzir polipropileno será inaugurada até o final do semestre e aumentará capacidade produtiva nacional em 40%. Objetivo da empresa é roubar mercado das importações Gabriel Ferreira [email protected] MERCADO O nome polipropileno bioorientado e sua sigla, Bopp, parece complicado para quem o ouve pela primeira vez. Mas se a denominação assusta os leigos, o material de fato é um velho conhecido e está presente no cotidiano de qualquer cidadão comum, afinal quem nunca tomou um refrigerante ou uma água mineral? O Bopp está presente justamente no rótulo desses produtos e em muitos outros. (Veja arte ao lado). Tratase de um mercado em ebulição, que passará por mudanças significativas ainda este ano Até o final do semestre a Videolar, conhecida pela fabricação de fitas VHS e CDs, deve colocar em operação uma fábrica de Bopp em Manaus. A unidade, que é resultado de um investimento total de R$ 465 milhões, terá capacidade produtiva de 80 mil toneladas por ano. Com isso, a empresa se tornará uma das mais fortes do segmento e deverá causar grande impacto no mercado. Isso porque, a atual capacidade produtiva do Brasil já é muito maior do que a demanda pelo Bopp. Se todos os fabricantes nacionais operassem com suas capaci- O Bopp no Brasil 200 mil Capacidade produtiva atual toneladas por ano Capacidade produtiva 280 mil toneladas com a entrada da por ano Videolar Demanda atual 130 mil toneladas por ano Consumo de 25% do produto que vem de Argentina, Peru e Equador APLICAÇÕES Material é usado em: Embalagens metálicas, como as de salgadinhos Embalagens plásticas, como as de macarrão Rótulos de águas e refrigerantes Plástico que reveste embalagens de CDs e DVDs Fitas adesivas Fonte: empresas dades máximas, seriam produzidas 200 mil toneladas por ano. O consumo anual do mercado doméstico é de 130 mil toneladas e hoje nem esse número é todo atendido pelos fabricantes locais. Cerca de 25% do Bopp consumido é importado de países como Argentina, Peru e Equador, que têm benefícios fiscais capazes de tornar seus preços bastante competitivos. A ideia da Videolar é justamente enfrentar os concorrentes estrangeiros. “Queremos ocupar o espaço que hoje é das importações”, afirma Phillip Wojdyslawski, presidente da empresa. Apesar do objetivo declarado, o mercado aguarda cauteloso pelas novidades. “Certamente haverá uma queda de preço e os distribuidores terão que apertar suas margens”, afirma Tamas Istvan Vero, presidente da distribuidora TIV Plásticos e membro da Adirplast, entidade que reúne empresas distribuidoras de resinas e Bopp. Os executivos da Videolar não acreditam que o início da operação da planta em Manaus resultará em uma queda tão acentuada no preço do material. “A demanda por Bopp tem crescido o dobro do Produto Interno Bruto”, afirma Carlos Rocha, diretor comercial da em- presa. “Nossa entrada em operação vai substituir as importações atuais e atender o crescimento da demanda.” Os concorrentes também acompanham com atenção os movimentos da Videolar. José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Vitopel, atual líder de mercado, também não acredita em grandes mudanças no preço. “Mas a entrada de um novo competidor em um setor que já tem uma supercacidade produtiva sempre provocará impactos relevantes”, afirma. Hoje, a Vitopel tem capacidade produtiva de 120 mil toneladas por ano. Distância Responsáveis por mais de 70% do consumo de Bopp no Brasil, as principais empresas do setor alimentício estão longe da Zona Franca de Manaus. “Os custos maiores com frete devem compensar os incentivos fiscais que a Videolar receberá”, diz Vero. Wojdyslawski concorda que os gastos gerados pela distância devem fazer com que os benefícios ficais não sejam tão compensadores, mas ressalta que os competidores estrangeiros enfrentam o mesmo problema. “E nós teremos a vantagem de não ter que lidar com a burocracia de importação”, afirma. ■ Playcenter investe R$ 40 milhões para tentar mudar seu destino Parque fechará as portas em 29 de julho para se reestruturar e voltar a toda até a Copa de 2014 O ano não começou bem para o setor de parques de diversões no Brasil. O Grupo Playcenter anunciou ontem o encerramento de suas atividades para o dia 29 de julho. Mas a empresa situada na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, quer dar a volta por cima. Vai investir, segundo comunicado, R$ 40 milhões entre pesquisas, projetos, instalações, atrações, start-up operacional e marketing. A ideia é presentear a cidade com um novo conceito de empreendimento, ainda inédito no Brasil, e projetado sob medida para as crianças. O empreendimento estará em pleno funcionamento durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014, mas abrirá suas portas em julho do próximo ano. A ideia é desenvolver um novo conceito de empreendimento, ainda inédito no Brasil, e projetado sob medida para crianças, com verde e interatividade Para garantir o conforto e a experiência dos visitantes, a capacidade máxima será limitada a 4,5 mil pessoas por dia. Só para menores O modelo de parque é uma tendência mundial e segue os moldes de Legoland e Nickelodeon Universe, entre outros, com atrações inéditas por aqui, muito verde, conteúdo temático, educacional e interatividade. Fundando no início da década de 1970, o Playcenter está numa área de 85 mil metros quadrados e recebe anualmente cerca de 1,5 milhões de visitantes, segundo informações da empresa. O anúncio do fechamento veio logo depois de o Hopi Hari, em Vinhedo,região de Campinas também baixar as portas. O motivo, porém, foi um grave acidente, que levou a morte de uma adolescente de 14 anos. ■ Com agências 26 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 EMPRESAS Divulgação CIÊNCIA DESEMPENHO Engenheiros criam tipo de fibra óptica que facilitará fabricação de telas 3D flexíveis Apple vende 3 milhões de unidades do novo iPad no fim de semana de lançamento Engenheiros americanos criaram uma fibra óptica a laser capaz de emitir luz em qualquer direção e ao longo de todo o seu comprimento. A nova fonte de luz abre espaço para a fabricação de telas 3D flexíveis, além de aparelhos médicos que ativem compostos terapêuticos no interior do corpo humano utilizando disparos de luz precisos, segundo o coordenador do grupo de pesquisa, Alexander Stolyarov. A Apple vendeu 3 milhões de unidades do novo iPad no primeiro fim de semana de comercialização do tablet. Segundo a empresa, o novo iPad se posiciona como a versão de seu tablet com melhor desempenho no lançamento até hoje. No primeiro fim de semana de vendas do iPhone 4S, mais recente versão do celular da Apple, a empresa vendeu mais de 4 milhões de unidades. Hannelore Foerster/Bloomberg Sócios batem cabeça e naufragam o EAS Andreas Renschler, da Daimler, que vai reforçar presença nos emergentes Série de erros e discordância na gestão prejudicaram negócio Érica Polo [email protected] A saída da coreana Samsung da estrutura societária do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), na semana passada, trouxe à tona uma questão: por que um estaleiro com sócios majoritários do porte de Queiroz Galvão e Camargo Corrêa e uma carteira de pedidos invejável não deslanchou? Há uma lista de motivos, apurou o BRASIL ECONÔMICO. Entre eles, houve problemas no gerenciamento dos projetos de engenharia e de compras de peças. Além disso, a dificuldade na tomada de decisões, provocada pela diferença de cultura dos sócios, foi citada por fontes ligadas à indústria naval como uma importante trava para o andamento dos negócios. “Os executivos divergem por conta das culturas distintas. São grandes companhias, que têm interesses similares em alguns negócios e concorrem em outros”, disse uma fonte. Soma-se à lista, a pressa em colocar o EAS nos trilhos. A companhia é uma novata (nasceu em novembro de 2005) e enquanto sua planta industrial era construída no complexo de Suape (PE), praticamente ao mesmo tempo já iniciava suas atividades - a construção do navio petroleiro João Cândido, cuja entrega está atrasada há um ano e quatro meses, e a plataforma P-55, já entregue. Embora o Atlântico Sul tenha investido no treinamento das equipes, o tempo foi curto para que o time ficasse azeitado. A mão de obra “verde” explica, em parte, o atraso no cronograma. Esse fato, aliado a erros cometidos no projeto, prejudicou a construção do João Cândido, que já passou por enorme quantidade de reparos. E a demora na entrega do primeiro navio teve efeito dominoó em todo o resto da carteira do EAS. Segundo fontes, o orçamento do petroleiro estourou em pelo menos R$ 500 milhões. Mesmo com as correções feitas, o navio dificilmente navegará, disse outra fonte. “Foram cometidos erros técnicos de engenharia que dificilmente, serão corrigidos. Os comandos não respondem, o petroleiro apenas bóia.” Bagagem insuficiente No início de suas atividades, o EAS contratou uma pequena empresa do Rio de Janeiro para ‘tropicalizar” o projeto base fornecido pela Samsung. Esse foi o primeiro erro, dizem dois entrevistados. A tropicalização é uma espécie de adaptação às necessidades do cliente. No entanto, a companhia não tinha a bagagem necessária para a tarefa e os engenheiros demoraram para entregar o projeto. O cenário formado por dificuldade nas entregas num momento em que a Petrobras ganhou novo comando, também teria pesado para que a Samsung vendesse seus 6% no estaleiro. A presidente da Petrobras, Graças Foster, já disse que vai acompanhar mais de perto os cronogramas de entrega para cumprir o aumento de metas de produção de petróleo e os sócios do EAS procuram sócios internacionais no momento. ■ ESTALEIRO ATLÂNTICO SUL Encomendas, investimento e composição societária INVESTIMENTOS R$ 2,5 bilhões** 50% Queiroz Galvão ENCOMENDAS 22 navios petroleiros 7 navios sonda SÓCIOS Casco da plataforma P-55* 50% Serviços navais da P-62 Camargo Corrêa Fonte: Estaleiro Atlântico Sul *entregue **Até 19/3/2012 Bric sustenta venda da Daimler Maior montadora de caminhões aposta nos emergentes para conter avanço da Volkswagen QUEDA NOS PESADOS Vendas de caminhões da Mercedes-Benz no 1º bimestre no Brasil, em mil unidades Ana Paula Machado* [email protected] Os mercados emergentes estão em alta na Daimler Trucks. Isso porque, para conter o avanço da Volkswagen no segmento de pesados, a maior fabricante de veículos comerciais do mundo quer aumentar sua participação nos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China. Para a montadora, esses mercados têm “enorme” potencial de maior crescimento e terão grande participação no aumento de dois dígitos nas vendas globais nos próximos anos. A montadora previu uma melhora na demanda por caminhões no Brasil e na Europa no segundo semestre e reafirmou meta estratégica de aumentar as vendas de veículos para meio milhão no próximo ano, excluindo suas alianças na China e Rússia. O número deverá subir para 700 mil em 2020. Para atingir esse volume de vendas mundiais a Daimler vai aumentar sua participação na montadora russa KamAZ. O fabricante de veículos MercedesBenz já controla 15% da Kamaz e segundo o chefe da Divisão de caminhões da Daimler, Andreas Renschler, sua participação deverá aumentar nos próximos três a quatro anos. “Nossa cooperação com KamAZ está indo muito bem. A Rússia é o maior mercado de caminhões na Europa e continua 00 6,3 6,2 33 VARIAÇÃO -1,6% 67 00 2011 2012 Fonte: empresa sendo um dos mercados em crescimento mais dinâmicos do continente”, disse o executivo. No Brasil, a marca já está bem estruturada e espera manter as vendas de veículos pesados este ano, mesmo com a queda do mercado de caminhões esperada entre 5% a 10%. Hoje, o país é o maior mercado de vendas de caminhões para a montadora e a Daimler está em pleno plano de investimentos com início das operações da segunda fábrica de veículos comerciais em Juiz de Fora (MG) e a expansão da capacidade de sua unidade em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Essa estratégia é para reforçar as operações na América Latina para sustentar o crescimento da marca no mundo. ■ *Com agências Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 27 Divulgação INTERNET ALIMENTOS Internet brasileira deve movimentar R$ 158 bilhões em negócios, até 2016 Pães industriais faturam R$ 3,2 bilhões em 2011, um incremento de 56% sobre 2007 A internet brasileira deverá gerar negócios da ordem de R$ 158 bilhões até 2016, ou 2,4% do PIB, projeta estudo da série Connected World realizado pelo Boston Consulting Group (BCG). Esse valor é quase o dobro dos R$ 81 bilhões movimentados pela web no país em 2010. O levantamento apontou também que se a internet fosse um segmento no Brasil, seria quase tão grande quanto o setor de mineração. O brasileiro consumiu R$ 3,2 bilhões em pães de forma no ano passado, salto de 56% em relação a 2007, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima) e a Nielsen. Em volume, as vendas atingiram 992 milhões de toneladas. Para Claudio Zanão, presidente da Abima, o salto no consumo se deve à procura por uma alimentação mais saudável e prática e tende a se manter em 2012. CARGA EXPRESSA UPS encosta na DHL no mercado europeu ArcelorMittal e Usiminas se unem para construir porto no RJ Siderúrgicas vão investir US$ 800 milhões em projeto de terminal para escoar minério de ferro Renzo Gostoli/Bloomberg A americana UPS confirmou a compra da concorrente holandesa TNT Express. O negócio girou em torno de ¤ 5,16 bilhões (US$ 6,8 bilhões), garantindo o maior negócio na história de 105 anos da empresa. Com a TNT, a UPS, maior empresa do mundo de entrega expressa, vai ficar em pé de igualdade na Europa, com Deutsche Post DHL, líder de mercado na região. UPS deteve 7,7% do mercado de encomendas expressas na Europa em 2010, em comparação com 9,6% da TNT. Combinados, eles seriam quase tão grande como DHL, que teve uma quota de 17,6%. José Gabriel Navarro* A empresa espera receber aprovação da aquisição até o final do terceiro trimestre “Estamos confiantes de que vamos receber todas as aprovações necessárias e esperar para receber a liberação da concorrência da Comissão Europeia na primeira fase”, disse o vice-presidente financeiro da UPS, Kurt Kuehn. A ArcelorMittal e a Usiminas acertam detalhes de um acordo para disputar a concessão de construção do Porto do Meio, na Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro. “A ideia é tornar a exploração minerária em Serra Azul (MG) mais competitiva, pois o escoamento por meio do novo porto reduzirá problemas com a logística enfrentados por empresas da região”, confirmou a ArcelorMittal em comunicado. A aliança inclui a operadora de portos Multiterminais e prevê investimentos de US$ 800 milhões, segundo disse à agência Reuters Sebastião Costa Filho, diretor-presidente da ArcelorMittal no Brasil. O edital de licitação deve sair até junho deste ano e vai outorgar a construção do novo porto entre os terminais da Vale e da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). “A idea é abrir também espaço para pequenas mineradoras da região”, acrescentou Costa Filho, sinalizando que o consórcio poderá exportar também minério de outras empresas. O principal problema das mineradoras em Minas Gerais é a logística deficitária para escoação do minério de ferro. O estado responde por cerca de dois terços da produção nacional da matéria-prima do aço. Maior negócio Expansão no país Comprar a TNT será a maior aquisição desde que a UPS foi fundada em 1907 como um serviço mensageiro realizado por bicicleta. O acordo cobre a aquisição de 2005 Overnite Corp por US $ 1,25 bilhão, que deu UPS a capacidade de aumentar a presença nos Estados Unidos. Segundo a empresa, o negócio de carga expressa gerou uma receita de US$ 12,2 bilhões no ano passado e representou 23% do total faturado pela UPS, US$ 53,1 bilhões. Após a compra da TNT, a receita internacional subirá para 36% das vendas globais da companhia. A compra da TNT foi informada na última sexta-feira e confirmada ontem pela UPS. A ArcelorMittal pretende produzir 4,3 milhões de toneladas de minério de ferro no Brasil este ano, 1 milhão de toneladas a menos que o registrado em 2011. A redução, prevista no planeja- A compra da TNT foi o maior negócio da UPS desde sua fundação nos Estados Unidos, há 105 anos ■ Bloomberg Sebastião Costa Filho, da ArcelorMittal: US$ 50 milhões investidos na mina de Serra Azul [email protected] ARCELORMITTAL NO BRA Produção de minério de ferr em milhões de toneladas 8,000000 5,333333 7,1 5,3 4,3 2,666667 0,000000 2011 Fonte: empresa 2012* 2013* *estimado mento da empresa, ocorre porque o minério de ferro fino explorado em Serra Azul chegou ao fim. Novas expansões na mina, porém, farão com que o cenário se reverta e a companhia produza 7,1 milhões de toneladas de minério de ferro em 2013, segundo estimativa da própria ArcelorMittal (veja o gráfico). O investimento da empresa na Mina de Serra Azul soma US$ 50 milhões. Na Mina do Andrade, também em Minas, estão sendo aplicados em uma nova planta US$ 75 milhões. O plano da ArcelorMittal é produzir 75% das suas necessidades de minério de ferro a partir de minas próprias e assim chegar a uma produção da ordem de 100 milhões de tonela- das no mundo - hoje, a companhia produz 54 milhões de toneladas por ano. Vale com problemas Enquanto isso, a Vale informou que, com o desabamento de uma ponte ferroviária no município maranhense de Vitória do Mearim na última sexta-feira, a empresa deixou de transportar 300 mil toneladas de minério de ferro - o que equivale a menos de um dia de produção na mineradora, estimado em 452 mil toneladas. A empresa diz que pode compensar o prejuízo por meio de outros terminais. De acordo com a própria Vale, o tráfego ferroviário será retomado hoje. ■ com Reuters Rio Tinto aceita oferta da mineradora chinesa Empresa espera poder unir mina de urânio de Husab com a Rossing, a mais antiga no mundo A mineradora global Rio Tinto aceitou ontem oferta da China Guangdong Nuclear Power (CGNPC) por 14% na Extract Resources, detentora do gigante projeto de urânio de Husab, na Namíbia. O acordo era esperado desde janeiro, quando a Rio Tinto aceitou a proposta da CGNPC por uma participação na Kalahari Minerals, que tem 42% da Extract - o conselho aprovou o negócio de US$ 2,4 bilhões no começo deste mês. A proposta, a US$ 8,65 australianos por ação, avaliou a participação da Rio Tinto na companhia listada na Austrália em quase US$ 330 milhões. Husab seria a segunda maior mina de urânio no mundo, e a Rio Tinto negocia com a Extract para unir as operações com as da vizinha Rossing, a mais antiga no mundo. “A Rossing continua interessada em trabalhar com os novos donos da Husab”, disse o diretor Chris Salisbury, que avalia que a união traz benefícios para ambos os sócios. ■ Reuters, leia mais sobre a Rio Tinto na pág. 40. 28 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 EMPRESAS Divulgação AVIAÇÃO VAREJO Grupo Aeroméxico registra alta de 11% no número de passageiros transportados Lojas Americanas planeja vender 18 milhões de ovos de chocolate nesta Páscoa Em fevereiro, o grupo Aeroméxico transportou 1,097 milhão de passageiros, o que representou um crescimento de 11% em relação ao mesmo mês de 2011. Um dos fatores para o desemepenho positivo foi o aumento de 15% no número de passageiros transportados no mercado internacional. Este ano, a companhia anunciou plano de expansão para adquirir 20 aviões nos próximos 24 meses. As unidades das Lojas Americanas de todo país já estão decoradas com as tradicionais parreiras de Páscoa. A expectativa da varejista é vender 18 milhões de ovos de chocolate. A maior aposta está em produtos licenciados como Princesas, Bob Esponja, Pica Pau e Kung Fu Panda. Além dos produtos exclusivos, a Americanas também comercializará 240 tipos de ovos das marcas Nestlé, Garoto, Lacta, Ferrero e Arcor. Rodrigo Capote Dafiti anda a passos largos rumo à venda de R$ 1 bilhão Horeyseck, Huffmann, Povel e Lecuyer, fundadores da Dafiti Site de comércio eletrônico de calçados começa a diversificar produtos à venda, como linhas de cosméticos Regiane de Oliveira [email protected] Uma certeza move os sócios da loja virtual de calçados Dafiti. “Se há no Brasil uma empresa capaz de faturar R$ 5 bilhões apenas com negócios on-line, nós também podemos chegar lá”, afirma o francês Thibaud Lecuyer, sócio-diretor da empresa, juntamente com os alemães Malte Horeyseck e Malte Huffmann e com o brasileiro Philip Povel. A companhia citada é a B2W, dona dos sites Submarino, Americanas.com e Shoptime, que ano ano passado teve uma receita bruta de R$ 4,7 bilhões. A diferença é que, para “chegar lá”, a Dafiti não quer esperar cerca de dez anos como a pioneira do varejo on-line brasileiro. O site especializado em sapatos, lançado no começo de 2011, já traçou o caminho para o primeiro bilhão que pode, inclusive, ser atingido neste ano. Lecuyer não fala em números, apenas nos R$ 50 milhões investidos em parceria com o fundo alemão Rocket Internet para tirar o negócio do papel. Mas o empresário dá pistas sobre a velocidade de crescimento da Dafiti. “Não passamos a Netshoes ainda. Faltam alguns meses”, afirma, sobre a maior varejista virtual de calçados do país que, segundo estimativas, chegou a R$ 620 milhões de faturamento em 2011. Aliado a isto, está a taxa de expansão da empresa, que mais que dobrou no último ano, por exemplo saiu de quatro funcionários no final de 2010, para 800. Se o primeiro bilhão chegará ainda em 2012, Lecuyer desconversa. “O primeiro bilhão não “ Não passamos a Netshoes ainda. Faltam alguns meses Thibaud Lecuyer Sócio-diretor da Dafiti importa tanto assim, porque depois dele, muitos virão”, garante. E para isso, a empresa prevê diversificar sua linha de atuação. Hoje, a Dafiti atua com 3 categorias de produtos - calçados, vestuários e acessórios. Até o fim do ano, serão sete. A primeira, de produtos cosméticos, será lançada dentro de um mês. “Nossa estratégia nesse primeiro momento é crescer o mais rápido possível. E para isso, vamos vender de tudo”, diz. Quanto ao ponto de equilíbrio do negócio, ele só é esperado para daqui a um ano. E neste quesito, aparentemente, não há pressa. “Esta estratégia está alinhada com os investidores.” A Dafiti atingiu a marca de 33 mil produtos comercializados no site. Em janeiro de 2011, eram 7 mil itens. O site também já ampliou suas vendas para Argentina e Chile. E Lecuyer não descarta a possibilidade de levar os negócios para outros países da América Latina. “Tudo vai depender de se conseguir tocar os negócios sem atrapalhar a expansão no Brasil”, explica. Aliás, a ampliação de negócios está só começando. A Dafiti negocia o lançamento de cartão de crédito próprio. ■ CONCORRÊNCIA Varejo on-line busca novas formas de melhorar serviço A recente crise da B2W, que teve de brigar na justiça para garantir a continuidade de seus serviços - já que o Procon de São Paulo chegou a determinar na semana passada a suspensão de suas vendas por 72 horas por conta no aumento nas reclamações -, evidenciou um problema comum no varejo: a má qualidade na prestação de serviços, seja de entrega ou troca de produtos comprados nos sites. Para vencer esses obstáculos, as empresas estão tendo de mudar sua forma de negócio. A Dafiti, por exemplo, tem em seu DNA o modelo de serviço prestado pela americana Amazon. “O cliente que compra na Amazon tem certeza de que vai receber no prazo certo e que pode devolver facilmente”, explica Thibaud Lecuyer, sócio-diretor da Dafiti. “Nós seguimos o mes- Sistema de frete e devolução gratuita para todo o Brasil vem garantindo crescimento das vendas de vestuário da Dafiti, que hoje representam 20% do faturamento da companhia mo princípio. Um cliente da Dafiti não vai receber embalagem amassada ou dois pés esquerdos de um sapato”, diz. A varejista teve de desenvolver embalagens diferentes, com papelão mais resistente, para dar suporte aos produtos. Além disso, para driblar a falta de cultura de compra de sapatos e roupas pela internet, a Dafiti oferece frete e devolução gratuita. “Somos uma empresa de serviço e nosso atendimento tem de ser o melhor do mercado”, afirma Lecuyer. O modelo de negócio da Dafiti já faz escola. A Máquina de Vendas, segundo maior grupo varejista do Brasil, lançou neste mês uma loja virtual especializada em sapatos, a Cipela, que também oferece frete grátis para todo o Brasil e troca de pedidos em até 30 dias. ■ R.O. Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 29 Aidan Crawley/Bloomberg GESTÃO COMÉRCIO ELETRÔNICO Divisão de produtos oftalmológicos da Novartis tem novo diretor Peixe Urbano fecha parceria com PayPal para dar mais segurança às suas transações O executivo Carlos Sianavas acaba de chegar à Alcon, divisão de produtos oftalmológicos do grupo Novartis, para dirigir a área de Tecnologia da Informação. Sianavas será responsável pela coordenação dos projetos das unidades da farmacêutica no Brasil, Argentina, Chile, Peru e Venezuela. O novo diretor tem passagem pelas empresas Brystol Myers Squibb, Unilever, Indústrias Arteb e Metal Leve. O site de compras coletivas Peixe Urbano fechou parceria com o PayPal para oferecer aos seus usuários uma nova opção de pagamento. A partir de agora, os clientes do Peixe Urbano que comprarem uma oferta do portal podem optar por efetuar a transação através do PayPal, sistema que permite compras mais seguras pela internet. Atualmente, o Peixe urbano possui 17 milhões de clientes cadastrados. Cresce relação de confiança entre cliente e empresa Consumidor está disposto a compartilhar informações com empresas em troca de benefícios Cintia Esteves [email protected] Confiança é um valor importante para os mais variados tipos de relacionamento. E entre vendedores e compradores não poderia ser diferente. Quanto maior a relação de segurança entre clientes e empresas, melhores são os benefícios para ambas as partes. Um estudo da divisão de consultoria da IBM mostra que os brasileiros estão dispostos a compartilhar informações pessoais com as empresas desde que percebam benefícios com esta atitude. Para as companhias, a principal vantangem está em descobrir caminhos preciosos de alavancar as vendas. A pesquisa revela que os consumidores não veem problemas em passar informações referentes a estilo de vida. De um total de 1,8 mil brasileiros entrevistados, 41% concordam em informar quantidade de bens, como carros e imóveis, além de frequência de viagens e hobbies. Outros 31% não estão dipostos a ofercer este tipo de informação e 29% são neutros em relação a este assunto. Informar etinia e idade também ser tornou comum para estes consumidores: aproximadamente de 55% estão abertos a passar este tipo de dado. Atualmente, a maior resistência do consumidor está em transmitir às empresas informa- Cerca de 41% dos consumidores não veem problemas em passar informações referentes a estilo de vida ções financeiras como, por exemplo, renda mensal. Do total de entrevistados, 55% responderam que não concordam em abrir estes dados às companhias. Outros 21% não vêem problemas e cerca de 24% são neutros. “Apesar da maioria não gostar de transmitir estas informações consideramos que logo esta situação deva se reverter. Afinal uma parcela importante respondeu ser neutra”, diz João Pissutto, consultor da IBM. Para o especialista, uma das vantagens para o consumidor em compartilhar sua renda está em receber descontos para produtos que realmente tenham a ver com seu perfil. E para as empresas, claro, está a possibilidade de ser mais eficiente nas promoções. A pesquisa também revela que 50% dos entrevistados não gostam de informar dados que permitam com que eles sejam localizados como, por exemplo, endereço residencial. Transmitir o número de documentos pessoais como RG e CPF também gera desconforto para 45% dos consumidores. ■ CONFIANÇA NOS MEIOS DIGITAIS Número de tecnologias que os consumidores adotam para comprar ou planejar suas aquisições 100 86% 80 27% Uma tecnologia 21% Duas tecnologias 38% Três tecnologias 60 40 20 14% 0 Nenhuma tecnologia Fonte: IBM Tecnologia Sites Celulares Redes sociais TV (usando controle remoto) Vídeos sociais (YouTube, por ex Jogos eletrônicos Sobra suco de laranja no estoque brasileiro Produto à venda chegará a 224 mil toneladas em 30 de junho, 4,7% maior que do ano anterior Após colher uma grande safra de laranja, o Brasil terminará a temporada 2011/12 com estoques finais maiores de suco, em uma recuperação após os baixos níveis do período anterior, estimou ontem a CitrusBR, a associação dos exportadores. Os estoques comercializáveis de suco de laranja do Brasil no mundo somarão 224 mil toneladas em 30 de junho, aumento de 4,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando baixaram ao menor nível em quatro anos. A safra de laranja do estado de São Paulo, grande produtor da fruta do país, atingiu 377,1 milhões de caixas de 40,8 kg, alta de 17% ante o período anterior. O Brasil é o maior produtor global de suco de laranja. Mas os volumes de estoques a partir da segunda metade do ano deverão ser ainda maiores do que os projetados, admitiu o Divulgação Christian Lohbauer Presidente executivo da CitrusBr “Setor de suco de laranja do Brasil, que responde por cerca de 80% do comércio global, contou pela primeira vez na safra atual com uma linha de crédito especial do governo” presidente-executivo da CitrusBr, Christian Lohbauer. Isso porque a partir de julho, parte do estoque de suco que foi dado como garantia do financiamento da Linha Especial de Crédito (LEC), poderá ser liberado. O setor de suco de laranja do Brasil, que responde por cerca de 80% do comércio global, contou pela primeira vez na safra atual com uma linha de crédito especial do governo brasileiro para refazer seus estoques, desde que garantindo o pagamento de um preço mínimo ao produtor da fruta. Os estoques em penhor para a LEC somam 311 mil toneladas. “Dois terços (dos estoques do LEC) têm que segurar até o final do ano de 2012. Um terço, até meados do ano”, disse o executivo. Os estoques da safra 11/12, entre volumes à venda e os do LEC, deverão somar aproximadamente 320 mil toneladas, cerca de 100 mil a mais na comparação com a previsão da produção comercializáveis. ■ Reuters 30 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 31 32 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 EMPRESAS Antonio Milena TECNOLOGIA TELEFONIA CELULAR IBM investe R$ 40 milhões para preparar data center para computação na nuvem Brasil supera 247 milhões de celulares e aparelhos com 3G ultrapassam os 47 milhões A IBM anunciou investimentos de R$ 40 milhões para preparar seu data center em Hortolândia (SP) para prover serviços de computação na nuvem, nos modelos público e privado. Com isso, a empresa passa a contar com sua primeira nuvem pública corporativa no país. A solução oferecerá serviços básicos pré-configurados, como servidores virtuais, armazenamento de dados e sistemas operacionais. O Brasil fechou fevereiro de 2012 com quase 247,6 milhões de linhas ativas na telefonia móvel, dos quais 47,2 milhões são terminais de terceira geração de telefonia celular. O número absoluto de novas habilitações (2,4 milhões) é o maior registrado em um mês de fevereiro nos últimos 13 anos. O mercado é liderado pela Vivo, seguida por Claro, Tim e Oi. Separação fez muito bem para a Motorola Solutions Um ano após se separar da divisão Mobility, a área de soluções da empresa de tecnologia fechou 2011 com crescimento de 25%. A meta agora é diversificar a carteira Rodrigo Capote José Gabriel Navarro [email protected] Promessa feita, compromisso cumprido. Há um ano, o presidente da Motorola Solutions no Brasil, Eduardo Stefano, disse ao BRASIL ECONÔMICO que a empresa pretendia crescer entre 20% e 25% no país em 2011. Passados 12 meses, a meta foi alcançada e elevou o nível de autocobrança da companhia. “Não esperamos aumentar menos de 25% em 2012”, diz o executivo. O resultado foi o primeiro divulgado após a Motorola ter se dividido em duas corporações. Em janeiro de 2011, surgiram a Motorola Mobility, que produz celulares e tablets para pessoas físicas e foi comprada pelo Google em agosto; e a Motorola Solutions, focada em aparelhos para serviços em empresas e para o poder público. Segundo Stefano, a maior razão para a performance positiva da Motorola Solutions é a enxurrada de investimentos que vem adubando a economia brasileira, em meio à crise nas nações desenvolvidas e à proximidade EXPANSÃO DOS NEGÓCIOS EM 2011 Eduardo Stefano: governo responde por maior parte da receita No Brasil, a empresa cresceu mais de três vezes que a média global CRESCIMENTO NO BRASIL 25% CRESCIMENTO NO MUNDO 8% Fonte: Motorola Solutions/2012 da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. As condições locais, de fato, fizeram a diferença: globalmente, a empresa cresceu 8%, três vezes menos que no Brasil. O país representa 40% de todo o faturamento da companhia na América Latina. “No Brasil, 35% da nossa produção é voltada para segurança pública”, afirma Stefano. O principal cliente da empressa nesse segmento é a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Ainda neste semestre, a companhia vai testar com o Exército um novo serviço de rede 4G. Porém, as negociações da empresa para participar do Plano Nacional de Banda Larga não caminham com a velocidade que a companhia esperava. Mesmo assim, o setor público representa 65% de suas vendas e os 35% restantes são para a iniciativa privada. A tendência é que essa divisão se equilibre com 50% para cada setor. “A rapidez dos investimentos nas empresas tem sido maior. O governo, hoje, investe tanto quanto a iniciativa privada. Mas, ao se observar países desenvolvidos, vemos que que a parcela do governo deve recuar”. ■ Software 3D acelera trabalho de estilistas Ferramenta possibilita que toda a equipe de criação da coleção colabore e troque informações Deixar a sua grife mais atrativa para o consumidor requer uma lista de caminhos a serem seguidos. Imagina poder inovar e criar coleções com a ajuda de ferramentas de colaboração e modelagem virtual em 3D? Essa é a proposta do FashionLab, novo software desenvolvido pela Dassault Systèmes voltado para designers e estilistas de moda. O FashionLab unifica ferramentas de design, faz simulações e permite que todos os envolvidos colaborem na criaçãode toda uma coleção. Divulgação Jerôme Bergeret Diretor do FashionLab para a Dassault Systèmes “Essa tecnologia 3D vem para ajudar os profissionais de moda a buscarem novas formas de explorar a imaginação e criar a moda do futuro com mais produtividade.” “Essa tecnologia possibilita explorar novas formas de uma maneira fácil para que o designer seja mais criativo em seu trabalho”, destaca Jerôme Bergeret, diretor do FashionLab para a Dassault Systèmes. A partir do software, o executivo acredita que os estilistas possam ir além dos limites de sua imaginação, construindo a moda do futuro com tecnologias modernas Ainda segundo o executivo, o FashionLab facilita a tomada de decisão de consumidores e gera economia para as empresas, que poderão modelar seus sketches (esquetes) com visualização em 360º antes de criálos de fato. Também faz simula- ções do caimento de peças com base no material escolhido pelo time de designers. Para realizar esse trabalho, o software, considerado inteligente, conta com uma "biblioteca" digital on-line que pode ser acessada pela nova geração de estilistas sempre que desejável. Os profissionais de moda que adotarem o software poderão ainda compartilhar conhecimentos por meio de uma plataforma colaborativa. Essa comunidade é aberta também para estilistas do Brasil. Segundo Bergeret, o país é muito criativo como a Itália e França e que pode adotar tecnologias 3D para se diferenciar e se tornar mais competitivo. ■ IT Web TELECOMUNICAÇÕES Vivo oferece livros em smartphones Fabiana Monte [email protected] A Vivo anuncia esta semana o serviço “Nuvem de livros”, que permite ler publicações em smartphones. Desde dezembro, ele está disponível nas versões para tablets e para PCs, que têm 100 mil assinantes. “Vamos desenvolver cada vez mais serviços no mundo digital que vão além e que sustentam a conectividade que oferecemos”, diz Alexandre Fernandes, diretor de produtos e serviços da operadora. Com a novidade, a empresa quer se posicionar além de provedora de conectividade e disputar um mercado cujos concorrentes incluem o leitor digital Kindle, da Amazon, e o próprio iPad, da Apple, entre outros tablets com aplicativos que permitem ler livros e revistas. “Empresas como Google e Amazon estão desenvolvendo negócios na área móvel, entrando no celular. Estamos fazendo o mesmo”, diz Fernandes. Versões do serviço para PC e tablets, lançadas em dezembro, têm 100 mil assinantes Ao todo, há cinco mil títulos, entre romances, literatura infantil e audiolivros, disponíveis, por uma assinatura semanal de R$ 0,99. As obras não são baixadas para o celular, mas acessados na biblioteca virtual. “As telas dos smartphones estão cada vez maiores e com melhor definição. Além disso, o serviço foi criado para esses aparelho, que tem mais capacidade de processamento”. Fernandes não informa a meta de assinantes do lançamento, mas diz que a oferta é parte de uma estratégia da operadora que inclui serviços de educação a distância por meio do celular. A Vivo tem 3,5 milhões de clientes mensais de cursos como o de inglês Kantoo lançado há três anos, e de espanhol e apoio pré-vestibular, com preços que variam de R$ 0,99 a R$ 3,99 por semana. ■ Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 33 Divulgação BALANÇO JUSTIÇA Vendas de videogames crescem 53% no Brasil em 2011, mostra estudo da GFK TRF suspende licença ambiental de fábrica da Suzano no Maranhão No ano passado, foram vendidas 935 mil unidades de consoles no varejo tradicional no Brasil, o que representa alta de 53%, segundo o estudo GfK Consumer Choices. O salto em receita foi de 47%, em função da migração das compras do mercado informal para o oficial. Entre 2010 e 2011 houve queda de até 27% no preço de uma das marcas de consoles, o que favorece também a compra de jogos. O Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu a licença ambiental concedida pela Secretaria do Meio Ambiente do Maranhão à Suzano, para produção de celulose em uma área de 42 hectares. A Suzano havia recebido a licença para plantio de eucalipto destinado à produção de carvão, informou o Ministério Público Federal em seu website. Entre outros, a licença abrange os municípios de Santa Quitéria e Anapurus. Robert Galbraith/Reuters Continental quer ir além do rastreamento Cook: promessa de muito mais no futuro Com nova Lei, empresa vai ampliar oferta de serviços para as montadoras Rodrigo Capote Carolina Pereira [email protected] Entra em vigor em agosto a medida do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que obriga a inclusão de rastreadores nos veículos fabricados a partir desta data. A regra abre um novo mercado para a divisão de componentes automotivos da alemã Continental, que pretende ter entre 35% e 45% de participação no segmento no Brasil. Como diferencial, além de fornecer para as montadoras o equipamento necessário, a companhia pretente também oferecer serviços adicionais que aproveitem o investimento no rastreador, que é de cerca de US$ 100 por veículo. Estes serviços vão desde avisos sobre o trânsito que aparecem no painel do carro ao recebimento de SMS no caso de acidentes com o veículo, de acordo com Flávio Sakai, diretor da área de conectividade da Continental. Segundo ele, as alianças necessárias para o fornecimento destes serviços estão sendo estruturadas pela empresa. As parceiras no negócio podem ir desde fornecedores de conteúdo até companhias de tecnologia e telecomunicação, para a transmissão dos dados. Uma das empresas que atuam neste segmento é a alemã T-Systems. A prestadora de serviços tem iniciativas similares na Europa e agora quer trazer os serviços para o Brasil, segundo o presidente Dominik Maurer. Apple recomprará US$ 10 bi em ações Sakai: companhia quer de 35% a 45% do novo mercado MONITORAMENTO EM NÚMEROS Tamanho do mercado no Brasil em 2012 Preço médio do equipamento para a montadora R$ 180 Veículos que devem 4 milhões ser equipados em 2012 Total que o mercado deve movimentar R$ 720 milhões Fatia almejada pela Continental De R$ 250 milhões a R$ 320 milhões Fontes: Gristec e Continental Na Alemanha, por exemplo, a empresa tem como cliente a BMW, que oferece para os clientes serviços como o de concierge, no qual o motorista consegue agendar hotéis no carro por meio de comando de voz. Lá, o serviço é fornecido de forma gratuita pela montadora por três anos como um diferencial competitivo. Segundo Maurer, este é um movimento que está chegando ao Brasil. "A Volkswagen está interessada em oferecer serviços adicionais para os clientes no Brasil", afirma. Segundo Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento (Gristec), cerca de quatro milhões de veículos deverão sair de fábrica com rastreador em 2012 no país. ■ Um aplicativo para tornar real o mundo virtual Wallit lança solução que, baseada em recursos gráficos, cria um grande mural público Imagine estar na Torre Eiffel e usar seu smartphone para ver as mensagens e vídeos deixados pelos visitantes que o precederam. Um novo aplicativo chamado Wallit combina realidade aumentada, uma visão virtual do mundo real que pode ser estendida com recursos gráficos. O aplicativo permite que usuá- rios postem e vejam conteúdo em paredes virtuais de locais populares, atrações turísticas como a Torre Eiffel, estádios de esportes e lojas. “Imagine uma parede virtual que se estenda de um lado a outro da ponte Golden Gate, na qual as pessoas possam expressar seus sentimentos e deixar fotos, vídeos e até gravações de som persistentes no local, ainda que as pessoas que gerem o conteúdo mudem constantemen- te”, disse Veysel Berk, o fundador da Wallit. O objetivo é registrar uma experiência humana cumulativa, em um local, que exiba o caráter daquele lugar ao longo do tempo. “Queremos transferir a experiência física de uma parede pública na qual todos possam ver conteúdo para a vida digital e virtual”. Para manter a qualidade do conteúdo postado com o app, os usuários não poderão criar uma parede pessoal. ■ Reuters Operação será feita em três anos e tem o objetivo de reduzir impactos da compra de papéis pelos funcionários da empresa A Apple anunciou ontem que vai iniciar em julho um pagamento regular de dividendo trimestral e recomprar até US$ 10 bilhões em ações da empresa a partir do ano fiscal de 2013. A fabricante do iPad e iPhone tem US$ 98 bilhões em caixa, valor equivalente a US$ 104 por ação, segundo o analista Brian Marshall, do ISI Group. A última vez que a Apple pagou dividendo foi em 1995, segundo dados da Thomson Reuters. Em 1996, a empresa teve um prejuízo líquido de US$ 816 milhões. O programa de recompra de ações será executado ao longo de três anos, com o objetivo principal de minimizar o impacto de opções de ações de funcionários e concessões de papéis ações. “Temos usado parte de nosso caixa para fazer grandes investimentos em nossos negócios por meio de maiores atividades de pesquisa e desenvolvimento, aquisições e novas lojas. Efetuamos pagamentos antecipados e aportamos capital em nossa rede de suprimentos e na construção de nossa infraestrutura. Vocês verão mais disso no futuro”, disse Tim Cook, presidente-executivo da Apple. O executivo comentou que a empresa ainda mantém “reservas de guerra” para outras oportunidades estratégicas. Cook afirmou que a companhia mais valiosa do mundo vai usar cerca de US$ 45 bilhões do caixa nos primeiros três anos dos programas de recompra de ações e dividendos. “"Para muita gente que tem essa ação, algum dividendo é melhor do que nenhum dividendo”, disse Colin Gillis, analista do BCG Partners. A Apple divulgou ontem que fará pagamento regular de dividendo de US$ 2,65 por ação em julho. ■ Reuters A empresa, uma das companhias mais valiosas do mundo, vai investir para expandir ainda mais a sua marca NEGÓCIOS EM ALTA Valor dos papéis quase dobrou em menos de 6 meses 610,0 601,00 547,5 485,0 422,5 381,32 360,0 30/SET/2011 19/MAR/2012 Fontes: Yahoo Finance, Nasdaq e Brasil Econômico 34 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 EMPRESAS Divulgação GAMES FRANQUIAS Vendas de consoles para games cresceram 53% no ano passado, no Brasil Rede americana de frozen yogurt abrirá 21 lojas no país este ano com foco no Sul As vendas de consoles de games no Brasil cresceram 53% em 2011, segundo pesquisa da GfK Consumer Choices. Foram vendidas 935 mil unidades, ante 642 mil unidades em 2010, de acordo com o levantamento. Segundo a empresa, o aumento se deve a uma queda no preço do produto, que leva a um deslocamento do mercado informal para o formal. A rede americana de frozen yogurt Tutti Frutti quer dobrar o número de lojas no país em 2012, com foco no Sul. Segundo a empresa, que hoje tem 21 unidades, a estratégia surgiu da boa aceitação do frozen pelos sulinos. Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, recebeu em 2011 a primeira unidade da rede. A rede está presente em 30 países, entre eles Austrália, Colômbia, Nova Zelândia e México. Bradesco tira Oi do dial e faz programa de esporte NEWS CORP Murdoch pode deixar conselho Patrocinador dos Jogos Olímpicos de 2016, banco assume rádio cuja frequência era usada pela operadora de telefonia. Programação é exclusivamente esportiva Divulgação Érica Ribeiro [email protected] O banco Bradesco será o patrocinador máster da Rádio Bradesco Esportes FM, projeto em parceria com o Grupo Bandeirantes de Rádio, que depois de alguns meses de negociações sai do papel. Segundo Jorge Nasser, diretor de Marketing do Bradesco, o objetivo é divulgar amplamente todos os esportes, principalmente as modalidades olímpicas. A instituição é patrocinadora oficial dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016 e apoia também confederações de esportes como remo, vela, basquete, judô e natação. A previsão, segundo fontes, é que a rádio, que terá transmissões para Rio e São Paulo, entre no ar no final de abril estreando na São Paulo Indy 300 Nestlè, que também é patrocinada pelo Grupo Bandeirantes. Herança da Oi As frequências 94,1, em São Paulo e 91,1, no Rio de Janeiro, que antes eram de propriedade da Oi FM, extinta no começo deste ano, serão as utilizadas para transmissão. A rádio terá na programação temas relacionados à qualidade de vida, humor e música, além “ Estamos preparados para fazer a cobertura dos grandes eventos esportivos, como a Olimpíada, as Paraolimpíadas e a Copa de Futebol Jorge Nasser Diretor de Marketing do Bradescor de debates sobre assuntos da área. "A rádio Bradesco Esportes estará preparada para fazer a cobertura dos grandes eventos esportivos, como as Olimpíadas e Paralimpíadas, Copa do Mundo de Futebol, Jogos Panamericanos e muitos outros", comenta Nasser. A Oi FM atuava, além de São Paulo e Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre. O Bradesco não informou se a rádio terá atuação nas demais cidades que antes tinha a Oi no dial. Ele foi “convidado a se retirar” dos conselhos da British Sky,GlaxoSmithKline e da Sotheby’s Nasser: de olho nos esportes olímpicos do Rio Histórico Foi em 2005 que a operadora de telefonia iniciou as atividades da rádio Oi FM. Mas, no ano passado, mais precisamente no dia 31 de dezembro, a Oi FM testou um novo modelo e deixou de patrocinar a mídia rádio, desfazendo o contrato com o Grupo Bel, que atua no segmento há mais de 50 anos. A nova parceria da operadora agora é com a americana Rdio. Assim, foi criada a Oi Rdio, por meio de um serviço de streaming que oferece car- dápio de 12 milhões de faixas e permite ao cliente formar grupos de contatos, compartilhar músicas com amigos e acompanhar o que as pessoas estão ouvindo em outros países. O Oi Rdio , de acordo com a própria Oi, faz parte da estratégia da companhia de direcionar o pilar de música, para armazenamento na "nuvem", mais alinhada com a tendência global. O conteúdo do serviço de música digital pode ser acessado em dispositivos móveis e, em breve, na TV. ■ Sony triplicará investimentos em mídia Companhia acredita ter músculos para brigar com telefones da Samsung e Apple A Sony Corp poderá triplicar seus gastos com propaganda neste ano em mercados como o dos Estados Unidos para promover sua linha de smartphones. A metada companhia é se fortalecer como marca de telefone celulares, após a a Sony ter encerrado sua parceria que mantinha com a Ericsson. “Em muitos territórios estratégicos o orçamento deverá ser duas a três vezes maior do que em 2011”, disse Steve Walker, diretor de marketing da Sony Mobile Communications. Além dos Estaos Unidos, a companhia deverá fazer investimentos pesados no Reino Unido, Alemanha, Brasil. Rússia, Índia e China, disse o executivo. Fim de parceria A Sony desembolsou US$ 1,5 bilhão para comprar a participação da fabricante sueca na Sony Ericsson Mobile Communications. A aquisição foi concluída no mês passado. A companhia acredita que a integração do conteúdo de TVs e de outros produtos da Sony com os celulares inteligentes possa ser um negócio rentável à companhia e que poderá fazer frente a concorrentes de peso como o celular Galaxy, da Samsung e o iPhone, da Apple. Também enfrentará o Lumia Windows Phone, da Nokia. A divisão de telefonia celular da Sony contratou a McCann Worldgroup como sua agência global e a unidade PhD, da Omnicom,será o comprador de mídia online em todo o mundo. O montante total a ser investido Os conselheiros independentes do conglomerado de mídia New Corp estão dispostos a tirar James Murdoch do conselho, de acordo com o CtW Investment Group, um fundo de pensão que administra mais de US$ 200 bilhões em recursos. Murdoch foi afastado da presidência da companhia em fevereiro, em meio a um escândalo de grampos telefônicos feitos pela redação do extinto jornal “News of the World” para obter informações. Pesam também contra Murdoch acusações de propina pagas a membros do governo britânico. em publicidade não foi revelado pela companhia japonesa. “A estratégia marca a volta da Sony no mercado de telefones celulares após uma ausência de 10 anos”, disse Steve Walker. “Será um grande impulso para que possamos conquistar uma participação importante no segmento”. Intitulada “Feita de Imaginação”, a campanha sa Sony incluirá um comercial de 60 segundos dirigido pelo cineasta Wes Anderson. Também contará com mídia impresa, digital e propaganda em ponto de venda. ■ Bloomberg Na última sexta-feira, a Sotheby’s informou que Murdoch deixaria o conselho da casa de leilões a pedido da própria empresa. Foi a terceira posição de destaque que o filho de Rupert Murdoch, dono da News Corp, teve de abrir mão nos últimos dois meses. Ele teve que deixar a presidência do conselho da News International, subsidiária da News Corp. e também de uma cadeira no board da GlaxoSmithKline. Há ainda muita pressão para que ele abra mão de participar do conselho da British Sky Broadcasting Group. A News Corp tem 39% das ações da emissora. Em assembleia realizada em outubro, acionistas da News Corp votaram contra a gestão de Rupert Murdoch e de sua família à frente da News Corp e pediram adoção de práticas de governança corporativa. Mais de 35% dos acionistas votaram contra a reeleição de James Murdoch ao conselho de administração. Seu mandato termina esse ano. “Os conselhos da News Corp e da British Sky Broadcasting Group ainda não responderam a nossos questionamentos sobre a falta de credibilidade que James Murdoch confere às companhias”, afirmou o analista sênior Michael Pryce-Jones, da CtW. ■ Bloomberg Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 35 CRIATIVIDADE & MÍDIA US$ 30 milhões Editora: Eliane Sobral [email protected] QG Propaganda investe R$ 1 mi para consolidar área digital Alexandre Rezende Fábio Suzuki [email protected] A QG Propaganda investiu R$ 1 milhão para consolidar sua área digital, de modo que os trabalhos voltados para as novas mídias estejam totalmente integrados aos outros departamentos da empresa. Uma das medidas tomadas foi a contratação de três novos profissionais especializados em web para absorver o aumento dos projetos no segmento dentro da agência. “A proposta é transformar a QG numa empresa multidisciplinar, com mais força da plataforma digital. Hoje, mais da metade dos nossos clientes já tem ações nessa área”, afirma Paulo Zoéga, diretor-geral da QG Propaganda, que passou a pertencer ao grupo francês Publicis no final de 2010. De acordo com o publicitário, o principal benefício desse acordo está nos trabalhos realizados para clientes globais. Com a nova estrutura, a agência pretende fechar esse ano com um crescimento de 20% em re- Filme da Nexcare estreia em TV aberta A 3M do Brasil exibirá agora seu comercial “Desastrado” em TV aberta brasileira. O filme, criado pela agência Grey para promover a marca Nexcare, começou a ser veiculado no programa Mais Você, da Rede Globo, esta semana. A aposta da marca de curativos é no bom humor. é quanto Lady Gaga fatura com a promoção dos seus discos, shows e merchandising realizados pelo Twitter. A estimativa foi divulgada pelo The Wall Street Journal. Na rede social, a cantora tem mais de 20,8 milhões de seguidores, e tudo o que ela escreve é reproduzido no Facebook. COM A PALAVRA... ...VIVIANE SCATOLLINI Diretora de marketing da marca de cream cheese Philadelphia EUA intensificam campanha contra fumo O governo dos Estados Unidos desembolsou US$ 54 milhões na nova campanha contra o cigarro. A peça tem imagens de fumantes que sofreram danos físicos severos em decorrência do tabagismo. A meta é que ao menos 50 mil fumantes abandonem o vício. lação a 2011, o que lhe renderia uma receita em torno de R$ 780 milhões. A meta será alcançada com facilidade caso mantenha o ritmo desse início de ano. Carteira ampliada Nos três primeiros meses de 2012, a QG Propaganda conquistou três contas. Os novos clientes são a grife italiana Ermenegildo Zegna, a Alphaville Urbanismo e a Sementes Agroceres. PARA LEMBRAR “Atingimos um tamanho razoável para a atuação que pretendemos oferecer”, comenta Zoéga. Pelo ranking do Ibope Monitor, a QG Propaganda ficou na 27ª posição entre as maiores agências de publicidade no ano passado, com faturamento de R$ 654,5 milhões. “Nossa expectativa é ganhar entre uma ou duas posições por ano para estar entre as 20 maiores nos próximos cinco ano. ■ Rae,MP homenageia “O Senhor dos Anéis” Para marcar o “Dia da Leitura de Tolkien”, homenagem ao escritor J. R. Tolkien, a agência Rae,MP deixará seu site durante a semana em sindarin, idioma falado pelos elfos. A ação será acompanhada por um concurso cultural realizado pelo Twitter. NO MUNDO DIGITAL Kaiser divide conteúdo por regiões em fan page Dentes brancos e marca resistente Fotos: divulgação A cerveja Kaiser agora tem uma nova fan page no Facebook com conteúdo customizado para cada região do país. A ideia é se aproximar do consumidor via afinidades locais. Quem curtir a página tem acesso a promoções, lançamentos, eventos e ações de marketing. A agência F.Biz, responsável pelas atividades de marketing digital da Kaiser escolheu o público masculino como alvo principal. O conteúdo é resultado de uma parceria com o blog Papo de Homem. VAIVÉM ➤ ● Jet skis amarelos, pessoas felizes mergulhando em piscinas azuis com o escrito “Ah!”. O clima marcou as propagandas do creme dental Kolynos na década de 1990 e tornou a marca uma das mais conhecidas do país, mesmo depois de sair de linha por conta de sua venda para a Colgate Palmolive. JAVIER TALAVERA Diretor de arte da agência Taterka O publicitário Javier Talavera é o novo diretor de arte da agência Taterka, comandada por Dodi Taterka. De origem mexicana, Talavera está há mais de 30 anos no Brasil, onde começou sua carreira como ilustrador. O currículo do publicitário, porém, é marcado por passagens como diretor de criação em várias agências brasileiras, como DPZ, Ogilvy e Leo Burnett. Ele também trabalhou na W/Brasil, Fischer/América, Lowe/Loducca, DM9/Brasil e Y&R/Brasil. É possível dizer quais as ações de marketing programadas para a marca este ano? Serão mais agressivas? Tivemos um 2011 muito positivo, com forte crescimento no Brasil. Isso foi resultado do reposicionamento da marca iniciado em maio sob a campanha "Espalhe a Leveza", cujo principal objetivo era mostrar ao consumidor que Philadelphia é gostoso demais para se passar só no pão ou ser consumido somente no café da manhã. Pelos bons resultados que tivemos ano passado, acreditamos que estamos no caminho certo e, em 2012, teremos sim um plano ainda mais forte do que foi em 2011. Quanto será investido em marketing em 2012? O destino será majoritariamente no ponto de venda? Não necessariamente. E como disse, em 2012, teremos um plano ainda mais agressivo e iremos investir 50% a mais que em 2011. Por isso, as ações serão bastante diversas, contemplando campanha em TV, ações em pontos de venda, parcerias — como o Restaurant Week — e forte presença no ambiente digital. Com quais agências a Philadelphia trabalha? Trabalhamos com diferentes parceiros estratégicos de forma integrada. A JWT é a agência responsável pela comunicação da marca e temos diversas outras para as iniciativas em ponto de venda, ativação de marca e ações digitais, entre outras. E como a marca usou o Restaurant Week em sua estratégia? O Restaurant Week foi uma ótima oportunidade de incentivar momentos gostosos entre amigos e família. Além disso, reforça a versatilidade de Philadelphia pela aplicação em todo o tipo de prato. Da entrada à sobremesa, em um prato japonês, italiano, brasileiro, árabe... 36 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 MODA & LUXO Mais precisão e leveza nos relógios de luxo “swiss made” Silício e ligas que misturam ouro e cerâmica são aplicados com mais frequência no maquinário das peças Dermot Doherty, de Basileia 1 2 Bloomberg Fabricantes suíços de relógios, como Omega, Tag Heurer, Tissot e Hublot estão aplicando ligas de ouro e cerâmica no interior dos relógios. Já a Patek Philippe, do alto de seus 173 anos e cujas peças já foram vendidas por mais de US$ 18 milhões em leilão, também deixa de lado matérias primas tradicionais para produzir suas peças. Para os fãs de relógios, a adoção de ligas deixou os modelos mais leves, precisos e duráveis - a combinação de elementos deixa o relógio praticamente à prova de riscos, preservando sua beleza. Para os fabricantes, é uma maneira de fugir da alta dos preços de alguns componentes tradicionalmente usados na indústria relojoeira. A mistura de outros materiais ao ouro também ajuda a reduzir o valor de venda de alguns modelos. Durante a 39ª edição da Baselworld, exposição anual do segmento que aconteceu na Basileia (Suíça) na semana passada, a Patek lançou o modelo 7140, peça feminina ultrafina que alia design requintado (ouro rosa e mais de 90 diamantes) e tecnologia de ponta (parte de seu maquinário leva silício). O preço do luxo e da precisão? Cerca de US$ 90 mil. “Ainda há um vão entre o maquinário que podemos desenhar e o que podemos 3 1. Movimento da Baselworld, na Suíça 2. O Brasil só receberá uma unidade do Grand Complication, da Patek Philippe (preço sob consulta) 3. O Hublot de US$ 5 milhões lançado semana passada produzir”, disse Thierry Stern, presidente da Patek. “Com a introdução do silício nos relógios, ficará cada vez mais fácil transpor essa barreira”. O silício ajuda a preservar o mecanismo dos relógios, reduzzindo a necessidade de lubrificação periódica das peças. Além disso, é garantia de precisão nos mostradores. Além de silício, a LVMH está usando ligas de ouro e cerâmica para aumentar a re- sistência de suas peças, que levam marcas como Rolex e Omega. Vale lembrar que o preço do ouro subiu 19% em 2011, afetando diretamente os fabricantes. Materiais inovadores A Patek planeja expandir o uso do silício para 90% de sua linha de relógios em cinco anos, contra os atuais 10%, segundo Stern. A Breguet, marca de luxo da Swatch, também aposta nas ligas especiais para garantir um tic-tac mais acurado. Enquanto algumas grifes apostam em tecnologia, outras vão atrás de materiais inusitados, como bambu, madeira e plumas de aves exóticas. “Em algumas civilizações, essas penas são tão valiosas quanto os diamantes” disse Frederic de Narp, presidente da Nelly Saunier. A Gucci foi buscar inspiração nas alças de bambu de suas bol- TRÊS PERGUNTAS A... ...CARLOS PAZETTO Diretor criativo da Pazetto Events Consulting “Detalhes são essenciais para o público brasileiro” sas para criar uma linha de relógios delicados, arredondados e que usam o material natural na pulseira. Já a Hermès usa a marchetaria em madeira em sua nova linha, que tem preços a partir de US$ 161 mil. Já a Harry Winston, a exclusiva fabricante de relógios, vai além e promete usar uma liga aeroespacial chamada Zalium para aumentar a durabilidade de seus produtos. ■ Com Reuters e redação SÓ PARA FÃS Quanto movimenta o setor de eventos de luxo no Brasil? O setor está crescendo? Há ainda mais espaço para evoluir? classes A e B, num processo que está apenas se iniciando. de se instalarem e venderem seus produtos por aqui. Quais foram os fatores para esse crescimento? Somos a única produtora de eventos que faz parte da Abrael (Associação Brasileira das Marcas de Luxo). Em 2010 o setor movimentou no Brasil US$ 8,94 bilhões, e tem expectativa de chegar a US$ 11,9 bilhões em 2011. Os investimentos em eventos correspondem a 20% desse valor e, em marketing (redes sociais e eventos), já se tornam bastante expressivos. Numa sociedade onde a classe C se tornou um grande destaque, esse mesmo crescimento alimenta as Há uma série de fatores: o primeiro de todos é que o brasileiro tem uma vocação natural para festas e comemorações como em nenhum outro local do mundo; o segundo está ligado a todos os investimentos e descobertas que fizeram o país se deslocar de uma crise mundial e necessariamente passar a fazer parte do cenário internacional na tomada de decisões, o que influi diretamente no terceiro fator — o desejo de uma série de empresas e marcas Podemos comparar um evento brasileiro com grandes acontecimentos ao redor do mundo em termos de organização, tecnologia e infraestrutura? Sem dúvidas podemos e, em alguns casos fazemos até melhor. Somos diferentes dos americanos, cujas festas e divulgação se concentram em torno das celebridades, ao invés da organização e do cenário. Nossa relação com a arquitetura e a emoção é muito mais marcante. Somos exigentes. Gabriel Ferreira Leilão nos EUA terá roupa de Liz Taylor e LPs raros dos Beatles Um leilão da Heritage Auctions que será realizado no dia 30, em Dallas (EUA), está atiçando os amantes de cinema. Serão apregoados, entre outros itens usados em Hollywood, a capa dourada usada por Elizabeth Taylor em “Cleopatra” por um preço mínimo de US$ 20 mil. No mesmo pregão, haverá um lote de LPs raros dos Beatles da edição “Pink Label” - foram produzidos apenas 25 unidades. O lance inicial deverá ser de, no mínimo, US$ 30 mil. Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 37 Fotos: divulgação Ilha particular à venda no Panamá Não existe nada mais exclusivo no mundo do que ter sua pópria ilha. Portanto, aos interessados: a ilha de San José, que faz parte do arquípélago de Pearl Island, no Panamá, está à venda. A propriedade tem o equivalente a 44 quilômetros quadrados. Está equipada com 17 bangalôs, sala de ginástica, piscinas, quadras e pista de pouso. Fica a apenas 20 minutos de avião da Cidade do Panamá, O preço só é informado sob consulta, pela corretora Christies Real Estate. Irmão caçula da Le Lis Blanc terá 18 lojas até fim do ano BREVES Grife masculina Noir, Le Lis inaugura sua primeira loja nos Jardins, em São Paulo; primeira coleção tem o ator americano Matthew McConaughey como retrato do homem contemporâneo Patrícia Nakamura [email protected] Está prevista para o dia 4 de abril a inauguração da primeira loja Noir, Le Lis, irmão mais novo da grife feminina Le Lis Blanc. A marca masculina do conglomerado de moda Restoque terá sua primeira boutique na região dos Jardins, em São Paulo. Até o fim do ano, de acordo com a empresa, serão 18 unidades espalhadas pelo Brasil. Já estão confirmadas a abertura de lojas no JK Iguatemi, também em São Paulo, e no Rio de Janeiro, ambas em abril. A marca promete uma linha completa de vestuário e acessórios para o homem contemporâneo. As apostas mais altas são de camisaria e de alfaiataria. A primeira coleção da Noir, Le Lis, tem forte inspiração na elegância inglesa, utilizando em seus modelos tweeds, veludos, cashemere, alpaca e jeans. Preto, cinza, marinho, marrom e branco formam a cartela de cores da estação. Completa a lista de iten à disposição na loja uma linha de underwear, malas, carteiras, cintos, chapéus, relógios e óculos. A Noir , Le LIs tem como seu primeiro garoto propaganda o ator americano Matthew McConaughey. O elegante ensaio já pode ser conferido no site da marca. A marca contará com parte dos R$ 23 milhões que a Resto- Lucro da Restoque, controladora da grife, foi de R$ 43 milhões em 2011 Matthew McConaughey, rosto da Noir, que estreia em São Paulo Singapore Airlines oferece nécessaire da Kiehls na primeira classe A Singapore Airlines tem uma nova nécessaire para passageiros de sua primeira classe. O kit com produtos da marca badalada marca Kiehls é composto por protetor labial, creme de mão, sabonete líquido para rosto e creme para o rosto e um tônico. Os mimos são oferecidos nos voos de longa distância da Singapore Airlines nas rotas de São Paulo e dos EUA. Uísque produzido pela Glenfiddich’s é vendido por US$ 94 mil em leilão que vai empregar nos primeiros meses do ano para abrir novos pontos de venda pelo país. Além da Le Lis Blanc e da Noir, Le Lis, a companhia é dona da Bo.Bô. e da Jon John Denim. Um uísque produzido pela escocesa Glenfiddich’s e que faz parte da exclusivíssima coleção de Janet Sheed Roberts atingiu US$ 94 mil num leilão realizado semana passada em Nova York. É o preço mais alto já alcançado pela bebida num pregão. A bebida foi engarrafada há 55 anos em Glenfiddich, no aniversário de 55 anos de Janet Roberts, neta do fundador da destilaria. Lucro sobe 17% No ano passado, a Restoque faturou R$ 473 milhões, um aumento de 34% em comparação a 2010. O lucro líquido ajustado, de acordo com o balanço divulgado na semana passada, subiu 17% e atingiu R$ 43 mihões. A empresa fez investimentos de R$ 98 milhões para a manutenção e também para aumentar sua rede. O número de lojas praticamente dobrou, de 54 para 104 unidades, sem contar outros canais de venda, como vendas online, bazares e outlets. ■ Ducati e Diesel criam motocicleta em versão limitada MERCEDES EM ALTO-MAR As velozes Mercedes -Benz e a fabricante de lanchas Cigarette criaram uma edição especial da Black Series Marauder, uma offshore de 50 pés (cerca de 16,5 metros de comprimento). A Marauder é equipada com dois motores Mercury , de 510 cavalos cada um. O design arrojado leva a assinatura das duas fabricantes. O preço não foi divulgado. P.N. A italiana Ducati — que está sendo alvo de compra de empresas como BMW e Volkswagen — lançou nesta semana a Monster Diesel em parceria com a grife de jeans e acessórios. A Diesel é patrocinadora do time Ducati no campeonato de moto GP e inspirou o design arrojado da motocicleta. O preço não foi divulgado. 38 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 FINANÇAS Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected] Editora: Maria Luíza Filgueiras [email protected] Subeditora: Priscila Dadona [email protected] Retorno do título público no Brasil é convite a estrangeiro Papel com prazo de 10 anos paga 12,55% ao ano, abaixo apenas do rendimento da Grécia, Portugal e Paquistão; taxa supera até a de países que não são grau de investimento, como a Hungria, com 8,61% Valter Campanato/ABr Ana Paula Ribeiro [email protected] O governo brasileiro vai ter que se esforçar muito mais se quiser conter a entrada de dólares no país. A queda da taxa básica de juro (Selic) e a elevação da alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não tiram a atratividade do país como destino de investimentos, especialmente para títulos públicos. Dados compilados pela Trading Economics mostram que os títulos públicos com prazo de 10 anos emitidos pelo Tesouro Nacional pagam ao investidor 12,55% ao ano. Esse é o quarto maior rendimento, perdendo apenas para países com risco considerado especulativo, sendo a liderança da Grécia — rendimento de 18,18% ao ano —, que precisou reestruturar a sua dívida. Em seguida estão Portugal e Paquistão. “A taxa no Brasil é elevada mesmo sendo grau de investimento”, destaca o coordenador do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV), William Eid Junior. A razão, segundo ele, é que o governo brasileiro tem uma necessidade de financiamento maior do que de outros países e, ao concorrer com outros tomadores, como bancos e empresas, precisa oferecer uma taxa de retorno elevada. Em termos tributários, também não há barreiras de entrada relevantes. No caso de títulos públicos, o Imposto de Renda (IR) para investidores estrangeiros é zero. “Esse é o imposto para investidores cuja origem não é um país considerado paraíso fiscal”, explica o tributarista Juliano Rotoli Okawa, sócio do MHM Madrona, Hong, Mazzuco Sociedade de Advogados, que acrescenta que nesses casos não há também incidência do imposto sobre operações financeiras (IOF). Ou seja, retorno livre. Em outros países emergentes, como a África do Sul, a taxa de IR também é zero, mas o país africano paga um juro de 8,2% para papéis de 10 anos — e tem um rating soberano apenas um nível acima do Brasil na avaliação da agência de risco Fitch. RANKING DO RENDIMENTO Medidas adotadas por Mantega e equipe econômica e atual tributação podem não ser suficientes para conter fluxo Comparativo dos 20 maiores retornos na emissão de título público de 10 anos de cada país 1 GGRÉCIA 2 PPORTUGAL 18,18% 13,66% 3 PPAQUISTÃO 13,17% 4 BBRASIL 12,55% 5 ÍÍNDIA 8,89% 6 HHUNGRIA 8,61% 7 IIRLANDA 8,21% 8 ÁÁFRICA DO SUL 8,20% 9 CCOLÔMBIA 7,60% PPERU 6,76% 10 11 M MÉXICO 6,32% 12 RRÚSSIA 6,00% 13 IINDONÉSIA 5,96% 14 PPOLÔNIA 5,46% 15 EESPANHA 5,20% 16 IITÁLIA 4,86% 17 IISRAEL 4,79% 18 AAUSTRÁLIA 4,23% 19 NNOVA ZELÂNDIA 4,19% 20 CCOREIA DO SUL 3,97% 0 10 20 30 Fonte: TradingEconomics O Brasil é também o que paga a maior taxa do bloco BRIC. Na Índia, o rendimento de um título similar é de 8,89% — quinto maior da base de dados da Trading Economics — e na China, de 3,55%. A regra geral para a cobrança do IR a estrangeiros nesses países é de, respectivamente, 20% e 10%, podendo variar de acordo com prazo e volume, entre outras condicionantes. Na Rússia chega a 30% sobre os rendimentos. “O Brasil só é grau de investimento no papel, porque continua pagando juro de país especulativo”, corrobora o economista Paulo Rabello de Castro. Este ano, o governo brasileiro já elevou por duas vezes o IOF para captações externas e o Banco Central tem feito compras diárias de dólares para tentar conter a valorização do real — ten- tando reduzir o fluxo de entrada de moeda estrangeira. Mas, no ano até 9 de março, o fluxo cambial para o Brasil está positivo em US$ 18,09 bilhões. “O Brasil tem tentado controlar o ingresso de capital especulativo por meio do IOF”, avalia Okawa, destacando que há um cuidado de não afetar a entrada de recursos que podem ajudar no aumento da capacidade produtiva do país — e a captação do próprio governo. Roberto Haddad, da KPMG, considera que as medidas já adotadas pelo governo para barrar a entrada de dólares, com IOF sobre captações externas, afetaram mais as operações corporativas que as financeiras. “O investidor estrangeiro, mesmo que invista na renda fixa, tem um IR de 15% sobre o ganho, o que não é fora do padrão. Nossa taxa de juros é atrativa”, diz. ■ Divulgação Juliano Rotoli Okawa Sócio do MHM, Madrona, Hong, Mazzuco Sociedade de Advogados “O Brasil tem tentado controlar o ingresso de capital especulativo por meio do IOF” Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 39 Ag. Vale Brasil capta mais no exterior que Inglaterra As captações externas de empresas brasileiras — como Vale, Petrobras e Odebrecht — chegam a US$ 20 bilhões este ano, valor só superado por emissões feitas por companhias dos EUA e Canadá. As captações corporativas internacionais do Brasil cresceram 65% este ano em relação aos US$ 12,2 bilhões do mesmo período de 2011. As emissões em títulos em dólares estão a caminho de superar as feitas por empresas do Reino Unido, terceiro maior em emissões desses papéis em 2011. AGENDA ● No Reino Unido tem preços ao consumidor e vendas no varejo, a partir das 6h30. ● Na Espanha será realizado leilão de títulos também às 6h30. ● Nos Estados Unidos, às 9h30, será divulgado o índice de novas construções residenciais. Rodrigo Capote Engel, que ocupava presidência desde de 2009, sai do HSBC para assumir “desafios profissionais” Bolsa alemã contesta definição de monopólio na União Europeia Scott Eells/Bloomberg Se a fusão fosse concluída, 30% das ações no mundo seriam negociadas em uma única bolsa Conrado Engel deixa presidência do HSBC Deutsche Boerse entra com apelação jurídica em relação ao veto de fusão com a Nyse Euronext; bolsa quer discutir tamanho de mercado de derivativo Nandini Sukumar Bloomberg Executivo sai da empresa no fim do mês, em um momento em que o HSBC faz desinvestimentos no exterior e traça estratégias para o Brasil Flávia Furlan [email protected] Uma mudança repentina no comando do HSBC Brasil foi anunciada ontem aos funcionários e com poucas justificativas. O presidente da instituição no país, Conrado Engel, deixará o cargo no final do mês para “assumir novos desafios profissionais”, segundo breve comunicado feito no fim da tarde. Amostra de que o anúncio não era esperado é que o banco não tem um novo nome para o posto até agora. Segundo a nota, “o substituto será anunciado nos próximos dias”, o que é pouco comum para as trocas de comando no mercado financeiro, quando um presidente já comunica sua saída com a cadeira ocupada. A mudança acontece em um momento de ajuste de estratégias do HSBC no Brasil, voltando à atividade de origem do banco de financiamento ao comércio exterior, aproveitando a internacionalização das empresas, e Banco redefine estratégia global, com venda de ativos de seguros e private bank; no Brasil, tentou vender a financeira Losango, mas não encontrou comprador atendendo pessoas físicas de alta renda. “Queremos focar onde é possível agregar vantagens competitivas”, disse Engel no início deste mês sobre a estratégia para o ano. Além disso, o banco tentou vender a financeira Losango (o que nega oficialmente) mas não encontrou comprador ao preço pedido. Engel assumiu a presidência do HSBC em junho de 2009 e, em nove anos na empresa, ainda ocupou os cargos de presidente da Losango, diretor de pessoa física no Brasil e diretor de varejo para a região da Ásia e Pacífico. Para o analista de instituições financeiras da Austin Rating, Luis Miguel Santacreu, o banco é uma instituição sólida que tem dado importância ao Brasil. “O país tem crescimento respeitável dentro dos emergentes, com grande potencial na atividade de crédito”, diz. Apesar disso, a agência de classificação de risco Moody’s colocou em fevereiro a nota do banco no Brasil em perspectiva negativa, junto a outras oito instituições financeiras, por conta do fato de estar com nota acima daquela dada ao país e devido às dúvidas quanto à capacidade de sua matriz dar suporte à operação. No país, o banco é alvo de rumores sobre a venda da financeira Losango. Ainda segundo Santacreu, no exterior, o HSBC está exposto a risco de dívidas soberanas, assim como outras instituições financeiras europeias. “O HSBC tem buscado rentabilidade para formar um colchão de lucro ou fazer face aos requerimentos de capital das autoridades da Europa”, diz. Na busca por rentabilidade global, o HSBC se desfez dos segmentos de private bank no Chile e no Japão, e da unidade de cartões nos Estados Unidos. Este mês, firmou acordo para vender operações de seguros em Hong Kong, Cingapura, Argentina e México. ■ A Deutsche Boerse vai contestar a rejeição da União Europeia à proposta de tomada de controle da Nyse Euronext, na tentativa de definir o tamanho do mercado de derivativos na região. Em um comunicado enviado ontem ao mercado, a bolsa alemã considera que vários aspectos que levaram à decisão de 1º de fevereiro estavam “errados”. A apelação é uma forma de desafiar a decisão jurídica da UE, mas não significa necessariamente que as empresas pretendem retomar a transação. Autoridades europeias bloquearam a aquisição da Nyse pela Deutsche, por entenderem que a transação criaria um “monopólio” no mercado de derivados da região. “Esta foi uma determinação infeliz de definição do mercado”, disse Craig Donohue, diretor executivo da CME Group, em Chicago. “Este não é um mercado europeu único.” A Nyse Euronext ainda não se manifestou sobre a possibilidade de apelar da decisão, afirmou Robert Rendine, portavoz da bolsa americana em resposta por email, recusando fazer mais comentários. Líder bloqueado A Deutsche Boerse concordou em “ Esta foi uma determinação infeliz (proibição do acordo Nyse-Deutsche), de definição do mercado Craig Donohue Diretor executivo da CME Group adquirir sua rival com sede em Nova York em um negócio avaliado em US$ 9,5 bilhões, quando foi anunciado em fevereiro de 2011. Se fosse concretizado, o negócio representaria mais de 90% das ações negociadas em bolsa no mercado de derivativos da Europa e cerca de 30% nas mãos de uma única empresa. O chefe antitruste da UE, Joaquin Almunia, bloqueou o negócio “para proteger a economia europeia contra os efeitos perversos de uma combinação que praticamente eliminou a concorrência efetiva no mercado”, disse em 1º de fevereiro. ■ 40 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 FATO RELEVANTE Hypermarcas arruma a casa e começa a colher resultados Henrique Manreza Dívida líquida diminui, fluxo de caixa aumentou e ação acumula alta de 44% no ano; mas caminho é longo, dizem analistas Natália Flach [email protected] Depois de despencar 62,06% e encerrar o ano passado com o quarto pior desempenho das ações que compõem o Ibovespa, a Hypermarcas parece estar colocando a casa em ordem e retomando aos poucos a confiança dos investidores. No ano, as ações da companhia acumulam alta de 44,59%. Por 10 anos, a empresa comprou diversos ativos até se tornar um conglomerado cujo guarda-chuva abrangia desde produtos de beleza até itens farmacêuticos. No ano passado, sob o comando do presidente Cláudio Bergamo, a estratégia foi colocada de lado com o intuito de ajustar o foco do grupo. A dívida estava alta, marcas foram vendidas e a companhia sumiu da lista de recomendações de corretoras. Agora, a valorização é impulsionada tanto pela alta geral da bolsa brasileira quanto pelos planos de crescimento da companhia para este ano, afirma Sandra Peres, analista da Coinvalores. “A estratégia de reestruturação e a política comercial associadas ao discurso de foco correto fez com que o mercado passasse a esperar um melhor desempenho no médio e longo prazo”, diz a analista. “Parece que o resultado vai se concretizar por conta da reestruturação, mas só no fim deste ano e em 2013.” A companhia projeta um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) Entre as marcas vendidas, estão Etti, Salsaretti, Assolan, Perfex. No total, os desinvestimentos somaram R$ 445 milhões de R$ 850 milhões para este ano. No ano passado, a expectativa era de que se chegasse a R$ 1 bilhão, mas foi o montante foi revisado para baixo duas vezes até chegar a R$ 700 milhões na projeção — acabou fechando o ano com R$ 712 milhões. Ainda assim, inferior a 2010, quando somou R$ 734,5 milhões. Uma das principais consequências do processo agressivo de aquisições foi a disparada do endividamento da Hypermarcas. A dívida líquida somou R$ 2,74 bilhões no fim do ano — uma melhora em relação ao trimestre anterior, quando estava em R$ 3,26 bilhões líquidos. Parte da estratégia para retomar fôlego financeiro e confiança dos investidores foi vender ativos. Entre as marcas vendidas estão Etti, Salsaretti e Puropure, adquiridas pela Bunge por RETOMADA DA HYPERMARCAS Desempenho da ação na BM&FBovespa Reestruturação da Hypermarcas, sob o comando de Claudio Bergamo, rende os primeiros frutos R$ 180 milhões, enquanto a Química Amparo vai pagar até R$ 125 milhões por Assolan, Perfex e Cross Hatch. No total, as vendas somaram R$ 445 milhões. O fluxo de caixa aumentou de R$ 67,5 milhões em 2010 para R$ 580,2 milhões em 2011. Caminho longo COTAÇÕES DE FECHAMENTO, EM R$ 25 Ação caiu 62,06% em 2011, mas já sobe 44,59% este ano 22,40 20 15 12,25 10 5 0 30/DEZ 01.FEV 1/MAR 01.ABR2/MAI 01.JUN 1/JUL 01.AGO 1/SET 03.OUT 1/NOV 01.DEZ 2/JAN 01.FEV0001.M19/M 19/MAR 19/M Fontes: Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico Se por um lado as ações em bolsa já mostram um conforto maior dos investidores com a situação financeira e estratégia da Hypermarcas, a companhia ainda tem dever de casa a fazer para que os analistas voltem a recomendar compra das ações e elevam o preço-alvo. A Coinvalores e a Fator Corretora indicam a manutenção dos papéis da Hypermarcas. Já a corretora HSBC mantém a classificação “neutra”, mas elevou o preço-alvo de R$ 11 para R$ 13 para o fim do ano. “Os resultados da Hypermarcas no quarto trimestre indicam que o trabalho ainda não foi concluído”, avalia o analista Francisco Chevez, em relatório. Já a Fator Corretora manteve o preço-alvo de R$ 12,10 para as ações. “As nossas estimativas já incorporam a retomada de crescimento das vendas a partir do primeiro trimestre, além de aumento da rentabilidade proveniente de recuperação da margem bruta e otimização das estruturas de produção e vendas”, afirma Iago Whately, em relatório. Luiz Cesta, analista da Votorantim Corretora, coloca em perspectiva negativa o desempenho dos papéis no curto prazo (três meses). Para ele, as ações devem chegar a R$ 10,10. ■ Rio Tinto quer captar US$ 2,5 bi com bônus Mineradora baseada em Londres quer captar nos EUA com títulos de quatro prazos diferentes A Rio Tinto, terceira maior companhia mineradora do mundo, quer acessar o mercado de capitais americano para levantar US$ 2,5 bilhões com uma emissão de dívida — sua primeira venda de bônus em seis meses. A companhia está ofertan- do quatro vencimentos de títulos — de três, cinco, 10 e 30 anos, segundo fonte próxima à companhia. A mineradora sediada em Londres planeja vender US$ 1 bilhão nas notas de 10 anos, com rendimento (yield) de 120 pontos base ou 1,2 ponto percentual acima do título do Tesouro americano de prazo similar. O restante está dividido em tranches iguais de US$ 500 milhões, com spread de 62,5 pontos base, 85 pontos base e 137,5 pontos base acima do Tesouro americano, respectivamente para os títulos de três, cinco e 30 anos. Na última emissão da Rio Tinto, em setembro, a empresa vendeu US$ 1,15 bilhão em novas sênior de 10 anos a 3,75% e US$ 500 milhões a 2,25% com maturação em 2016, segundo da- Terceira maior mineradora do mundo deve pagar 1,2 ponto percentual sobre título público americano de 10 anos dos compilados pela Bloomberg. O rendimento de títulos de dívida com nota de grau de investimento nos Estados Unidos caíram de 3,75% para 3,55% na última venda da Rio Tinto, segundo índice do Bank of America Merrill Lynch. Os coordenadores da colocação de dívida são os bancos Citigroup, Credit Suisse, Deutsche Bank e JPMorgan Chase. ■ Bloomberg Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 41 MERCADO Andres Stapff/Reuters BID e China terão fundo de US$ 1 bi para AL O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) formará um fundo de US$ 1 bilhão com a China para financiar investimentos na América Latina, disse o presidente da instituição, Luis Alberto Moreno. O gigante gigante asiático tem buscado expandir sua influência na região. “Isso mostra o enorme interesse que a China tem pela região latino-americana”, disse Moreno. A China superou os EUA como principal parceiro comercial de muitos países ricos em commodities na América Latina. Reuters MOEDAS Dólar vai a R$ 1,81 à espera de medidas Descolada do cenário externo, moeda americana subiu 0,40% ante o real em dia sem intervenção do Banco Central no mercado à vista Danielle Fonseca Reuters O dólar fechou em alta ontem, chegando a R$ 1,81 e descolado do movimento externo, em um dia sem intervenção do Banco Central (BC). O mercado financeiro tem operado na espera de que o governo possa tomar mais medidas para conter uma valorização excessiva do real ou que o BC possa voltar a atuar com leilões. A divisa americana subiu 0,40%, a R$ 1,8107 na venda, oscilando entre R$ 1,80 na mínima e R$ 1,812 na máxima. Para o consultor financeiro da Previbank DTVM, Jorge Lima, o mercado tem respeitado o piso de R$ 1,80, já que abaixo disso o BC tem voltado a atuar com leilões de compra de dólares. Segundo avaliação dos especialistas, o BC deixou de atuar ontem por conta do fraco volume nos mercados ontem e também com poucas novidades no cenário externo. A autoridade monetária chegou a atuar nas duas últimas sessões, com leilões de compra no mercado à vista. BOLSAS “ O mercado tem respeitado o piso de R$ 1,80, já que abaixo disso o BC tem voltado a atuar Jorge Lima Consultor da Previbank governo em manter a moeda no patamar de R$ 1,80, o volume fraco ajudou a evitar movimentos mais bruscos. A atuação do governo ainda tem mantido o dólar em alta frente ao real, diferentemente do que ocorre no exterior, já que a divisa americana tem mostrado queda ante outras divisas. Frente a uma cesta de moedas, o dólar caiu quase 0,50%. Moeda mais forte Na última sexta-feira, a moeda fechou praticamente estável, no dia em que o governo anunciou mais uma medida, que reduziu a zero a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de hedge cambial em contratos de derivativos feitas por exportadores. O economista BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, avalia que, além da disposição do JUROS Para o Goldman Sachs, os investidores devem trocar a lira turca pelo real, após a moeda brasileira cair e porque a Turquia “é um país vulnerável” por causa do seu déficit em conta corrente, sugere o banco, em relatório. Embora o desempenho forte da lira nos últimos três meses pode ser atribuído a uma recuperação do sentimento de risco global, os benefícios de altos juros brasileiros ainda persistem, disse o banco. “Os termos de troca também devem procurar apoio após o real cair cerca de 6% desde o final de fevereiro”, diz o Goldman. ■ Com Bloomberg COMMODITIES Ibovespa e DI avança Taxa extra EUA sobem antes de sobre e Europa cai indicadores minério A bolsa fechou o pre gão de ontem praticamente estável, após uma sessão volátil e em dia de exercício de opções. O Ibovespa subiu 0,07% a 67.730 pontos. Em Nova York, o índice Dow Jones teve leve ganho de 0,05% e o S&P 500 subiu 0,4%. Na Europa, no entanto, as ações fecharam em queda, interrompendo sequência de quatro dias de alta, com investidores realizando lucros, após as bolsas terem atingido a maior alta em oito meses na semana passada. O FTSE Eurofirst 300 caiu 0,11%, a 1.105 pontos. Em Londres, o FT fechou em baixa de 0,07%, a 5.961 pontos. ■ Os juros no mercado futuro subiram na maioria dos contratos ontem, antes da divulgação, hoje, de dados que podem mostrar desaceleração da inflação e da economia. “Vamos ter alguns dados importantes esta semana e o mercado ainda deve digerir a ata do Copom”, diz Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil. Segundo ele, indicadores devem mostrar que a inflação e a atividade se desaceleraram. Ontem, os DIs para janeiro de 2013 subiram para 9%, enquanto os para janeiro de 2014 avançaram a 9,74%. ■ Bloomberg O governo australiano aprovou uma legislação que vai abocanhar cerca de US$ 11 bilhões em taxas em três anos da BHP Billiton, Rio Tinto e de outras mineradores de ferro e carvão. A medida faz parte da estratégia do governo de buscar superávit. A medida pode proporcionar margens maiores para os concorrentes. No entanto, a avaliação do governo é de que as companhias podem arcar com o custo adicional e que a expansão da China e outros emergentes elevarão a demanda por esses recursos naturais. A taxa será de 30% sobre o retorno das empresas. ■ Extrato: Câmara Municipal de São José dos Campos - ABERTURA DE LICITAÇÃO Pregão Presencial n° 13/2012 - Objeto: Formação de Ata de Registro de Preços para possível aquisição de papel sulfite plano, envelope saco pardo e papel sulfite multiuso.- Abertura: 02/04/2012 - Horário: 09h. ABERTURA DE LICITAÇÃO - Pregão Presencial n° 08/2012 - Objeto: Formação de Ata de Registro de Preços para a possível aquisição de café em pó, margarina e açúcar refinado - Abertura: 03/04/2012 - Horário: 09h - Edital e Informações: Os Editais completos poderão ser baixados do site www.camarasjc.sp.gov.br – Em 16/03/12 - Vereador Juvenil Silvério – Presidente. 42 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 FINANÇAS PESSOAIS INTEGRAR Alexandre Rezende Correr faz bem para a saúde e também para a carreira Atividade esportiva pode aumentar a rede de contatos, integrar equipes e melhorar o relacionamento com clientes Marília Almeida [email protected] A corrida definitivamente virou moda no Brasil e não é à toa que ganha cada vez mais adeptos no mundo corporativo. Além de cuidar da saúde com um exercício físico que pode ser feito em qualquer lugar do mundo, sem ter que levar equipamentos na mala ou interromper o treinamento, e dar energia para encarar a rotina profissional, muitos executivos vêm descobrindo no esporte uma forma de aumentar a rede de contatos e melhorar o relacionamento com a própria equipe de trabalho. “Quando o profissional treina com colegas de trabalho, a corrida torna a relação mais próxima, principalmente entre pessoas de áreas diferentes da empresa ou entre funcionários e superiores”, diz Fabio Medina, diretor técnico da assessoria esportiva que leva seu nome. Quem sabe bem disso é Paulo Sarti, presidente da multinacional Penske Logistics. Aos 40 anos de idade, Sarti corre há 10 e, em janeiro deste ano, resolveu montar um grupo de corrida com seus funcionários. “Contratamos uma assessoria esportiva que nos dá apoio para os treinos. Corremos duas vezes por semana, durante uma hora e meia, e a empresa subsidia par- “ Os corredores podem fazer contatos profissionais ou melhorar a relação com clientes e funcionários. A atividade em grupo motiva e torna a relação mais transparente ao deixar negócios em segundo plano Fabio Medina Diretor técnico da assessoria esportiva Fabio Medina te da mensalidade”, conta. Entre os objetivos de Sarti ao criar o grupo estava justamente ter uma equipe mais unida. “O presidente correndo de calção ao lado do funcionário desmistifica muita coisa. E o grupo motiva, dá mais ânimo”, avalia o executivo. Correndo, ele acaba também encontrando fornecedores e clientes que fazem o mesmo. Essa desmistificação da imagem de executivo distante também é apontada por Luiz De Luca, superintendente corporativo do Hospital Samaritano. “O diretor da associação da qual o hospital faz parte também corre e essa identificação torna a relação mais prazerosa e transparente”, considera De Luca que, aos 51 anos, acumula 13 na corrida. Escolha seu grupo Marcos Paulo Reis, preparador físico da MPR Assessoria Esportiva, diz que o profissional deve buscar se identificar com o grupo, que pode ser livre ou da empresa, mas, principalmente, buscar apoio de uma assessoria para os treinos. “Muitos acabam querendo treinar sozinhos, mas é mais difícil. É necessário que alguém acompanhe a evolução dos treinos e monte algo personalizado”, recomenda. Isso não significa, porém, que o profissional ficará amarrado ao treinador. Geralmente, este Presidente da Penske Logistics, Sarti fará a primeira maratona completa acompanhamento é remoto e, quando não é possível acompanhar o grupo, o treino pode ser feito em qualquer hora ou lugar, inclusive durante uma viagem de negócios. “O corredor precisa apenas utilizar alguns acessórios com tecnologia específica, que pode ser um relógio e, com um pen drive, jogar as informações do treino para o computador. Depois, é só mandar as informações por email para o treinador”, explica Medina. Além disso, a corrida não exige muitos equipamentos além de um short e tênis, o que acaba com o argumento daqueles que PREPARE-SE As maratonas mais disputadas no Brasil e no exterior neste ano MARATONA DE SÃO PAULO MARATONA DO RIO DE JANEIRO Realizada no Parque Ibirapuera em junho, tem circuitos com 42,2 km, 25 km e 10 km A meia maratona tem extensão de 21 km e é realizada em julho DATA DATA 17/6 www.yescom.com.br/maratonasp A corrida acontece em setembro e tem 21 km DATA 8/7 www.maratonadorio.com.br Fonte: Marcos Paulo Reis Assessoria Esportiva MEIA MARATONA DE BUENOS AIRES 9/9 www.21kmbuenosaires.com MARATONA DE BERLIM MARATONA DE CHICAGO Acontece em setembro e agrega minimaratona e pequenas corridas de velocidade. A taxa de inscrição varia de € 60 a € 100 Realizada em outubro, corredores de 16 até 80 anos podem se inscrever e competir ao lado de atletas veteranos DATA DATA 30/9 www.bmw-berlin-marathon.com 7/10 www.chicagomarathon.com dizem “não ter tempo para nada”. Sarti, por exemplo, leva sempre seu uniforme de corrida, caso tenha alguma brecha na agenda. Para os mais atarefados, a atividade física exige planejamento e disciplina. De Luca treina de três a quatro vezes por semana, e participa de corridas aos sábados e domingos. “Quando vou correr na USP, acordo mais cedo, às 6h, e tento marcar o treino quando não tenho reuniões. Caso tenha algum compromisso no dia, tento remarcar o treino ou corro para a academia depois.” Quem começa a correr acaba se engajando na atividade e quer participar de disputas, no Brasil e no exterior — uma das mais populares entre executivos hoje é a maratona de Chicago. As corridas motivam o corredor a atingir metas e o calendário é diversificado. Sarti já participou de cinco meia maratonas (de 21 quilômetros), entre elas, uma no Arizona, nos Estados Unidos, durante uma viagem de negócios. Agora, prepara-se para encarar sua primeira maratona, de 42 quilômetros. De Luca já participou de 100 provas em diversas partes do mundo, e completou as cinco maiores maratonas mundiais.”É um desafio”, diz. ■ Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 43 Marcela Beltrão Cielo vai recomprar 2 milhões de ações A Cielo informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que o seu conselho de administração aprovou a recompra de 2 milhões de ações ordinárias, sem valor nominal. O objetivo é atender ao exercício das opções e ações dentro do Plano de Opção de Compra de Ações. A operação será realizada em até 365 dias, a partir de ontem e será realizada em bolsa, a preços de mercado, com a intermediação da Bradesco Corretora e Votorantim Corretora. HOME BROKER Decisão positiva da Camargo Corrêa (fechamento em R$) JBS ON (JBSS3) 11,00 11 10,17 10 10,17 Analistas consideram correto o anúncio do fechamento de capital da controlada CCDI 9,50 9 8,57 8,57 8,00 8 8,28 ALL Venda de ativos argentinos é positiva para as ações 7,59 7 6,50 6,24 6 Suporte/Stop 5,00 5 1/DEZ Objetivo 1 Resistência 1 2/JAN Objetivo 2 1/FEV Resistência 2 1/MAR 19/MAR Fontes: Carlos Martins, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico Ação da JBS está perto do ponto de compra O papel da empresa de frigorífico JBS (JBSS3) está perto do ponto de compra, segundo análise de Carlos Martins, analista do Trader Gráfico. Ontem, a ação encerrou a sessão a R$ 8,28. O preço de compra é de R$ 8,20. Martins aponta que a compra é atrativa, pois a ação pode chegar a R$ 10,17. “É uma alta agressiva, de 23%, que pode atingir até o começo de julho”, diz o analista. O papel havia atingido o topo de R$ 7,59 entre agosto a dezembro de 2010. Desde então, passou a cair até o começo de outubro do ano passado. A partir de outubro, passou a subir e rompeu o topo da cotação registrada em 2010 no dia 1º de março, quando passou a ter forte alta e atingiu R$ 8,04. “Vemos uma extensão de Fibonacci, atingida quando você tem um rompimento do topo bem definido, o que permite projetar o preço”, afirma Martins. Ele conta que foi difícil o papel romper este valor. “Houve diversos pontos fortes de venda até que a ação teve uma forte correção até R$ 6,90. Quando ultrapassou este valor, teve uma forte alta. Quando há um rompimento da resistência com muito volume confirma sinal de compra. O papel subiu 3% em três dias.” Agora, Martins aponta a alta volatilidade do papel. “Quando bater R$ 10,17 o ideal é vender. Antes de chegar lá, porém, o investidor deve remanejar os valores de stop. Por exemplo, quando atingir R$ 8,57 o investidor deve subir o stop para R$ 8,20 e praticamente zera os riscos da operação, e assim por diante.” AÇÕES AMIL Opções têm Empresa liquida volume recorde debêntures A BM&FBovespa informou que o exercício de contratos de opções sobre ações movimentou ontem, no segmento Bovespa, R$ 6,4 bilhões, sendo R$ 6 bilhões em opções de compra e R$ 361 milhões em opções de venda. O recorde anterior foi registrado no dia 13 de fevereiro, quando o exercício de opções movimentou R$ 6,3 bilhões. A opção que registrou o maior volume financeiro foi Vale PNA, que a R$ 40 por ação movimentou R$ 528,8 milhões em opções de compra. ■ A Amil Participações liquidou ontem as debêntures no valor de R$ 158,9 milhões. Do total, R$ 150 milhões são relativos ao principal e R$ 8,9 milhões ao pagamento de juros. Os recursos utilizados para o pagamento foram obtidos através da quarta emissão de debêntures da empresa, realizada no final do ano passado. De acordo com a Amil, a liquidação dos papéis emitidos em março de 2010 “está alinhada à estratégia de alongamento” do perfil de sua dívida. ■ A empresa de logística ALL está conversando com potenciais investidores interessados na aquisição de participação de concessões detidas por ela na Argentina. As negociações envolvem aquisição de participações na ALL Mesopotámica e ALL Central. Para a analista chefe da Ativa Corretora, Luciana Leocádio, a informação de desinvestimento no país vizinho é “marginalmente positiva, porque apesar de ainda não haver um preço definido para uma avaliação mais quantitativa, a performance dos ativos da Argentina vinham decepcionando o mercado e a companhia, e sua venda pode permitir uma melhor alocação do capital empregado em termos de retorno”, afirma a analista, em relatório. A recomendação da especialista para os papéis da empresa é de compra, com preço-alvo de R$ 18,40 para dezembro deste ano, com potencial de valorização de 87,3%, em relação à cotação de ontem, quando os papéis encerraram o pregão negociados a R$ 9,77. TWITTADAS “Tímidos são aqueles que não aprenderam a se vender. Chatos são aqueles que se vendem demais.” @StephenKanitz, Stephen Kanitz Administrador “A expectativa de receber herança pode gerar filhos acomodados. Incentive seus filhos a terem a educação como a verdadeira fonte de riqueza.” @celinamacedo, Celina Arruda Macedo Educadora financeira “Brasil é o 3º maior mercado estrangeiro para empresas europeias. 5% de toda receita delas vem do Brasil, atrás só de EUA (13%) e China (6%).” @Ricamconsult, Ricardo Amorim Economista A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) avançou ontem para o maior nível em mais de sete meses após dizer que sua controladora, a Camargo Corrêa SA, pretende fechar o capital da companhia. As ações subiram 8,49%, para R$ 4,60. O volume movimentado chamou a atenção, que foi de R$ 7,49 milhões, o maior desde 12 de novembro de 2009. O índice BM&FBovespa Real Estate recuava 0,88% no mesmo horário. A Camargo Corrêa quer realizar uma oferta pública de aquisição de 38,25 milhões de ações ordinárias da CCDI por até R$ 4,70 cada e fechar o capital da companhia. ■ Bloomberg 44 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 MUNDO Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected] Mitt Romney é o favorito Reeleição de Obamarecebe nas primárias de Illinois US$45milhões DOAÇÕES ELEITORAIS Vitorioso em Porto Rico, no sábado, o pré-candidato que lidera a disputa nacionalmente tem 45% das preferências dos republicanos do estado do Meio-Oeste americano Chip Somodevilla/AFP Steve Holland e Samuel P. Jacobs Reuters, Washington e Illinois O ex-governador do Estado de Massachusetts Mitt Romney pode estar prestes a obter uma importante vitória em Illinois, hoje, o que o ajudaria a aumentar a distância sobre Rick Santorum, seu principal rival na disputa para ser o candidato dos republicanos na eleição presidencial dos Estados Unidos. Uma nova pesquisa da Public Policy Polling indicou que Romney tem 45% das preferências dos eleitores de Illinois em comparação com 30% de Santorum. O ex-presidente da Câmara dos Deputados dos EUA Newt Gingrich aparece com 12% e o congressista Ron Paul, com 10%. Romney está à frente de Santorum na disputa pelos 1.144 delegados necessários para conseguir ser o candidato presidencial dos republicanos. Ele tem 518 delegados e Santorum, 239, de acordo com a CNN. Uma vitória em Illinois, somada à obtida na primária de Porto Rico, na qual conseguiu 20 delegados no sábado, deixaria Romney mais próximo de se tornar o candidato republicano a enfrentar o presidente Barack Obama, do Partido Democrata, na eleição de 6 de novembro. Em seus discursos, inclusive no de ontem, em Chicago, Romney tem promovido o que con- Romney discursa em Rockford (Illinois), no domingo, depois da vitória em Porto Rico Romney está à frente de Santorum na disputa pelos 1.144 delegados para ser o candidato dos republicanos. Ele tem 518 delegados e Santorum, 239, de acordo com a CNN sidera ser seu ponto forte: o conhecimento prático da economia americana, por ser ex-empresário. A disputa republicana ficou mais dura, já que Romney e Santorum passaram a trocar insultos. Romney chamou Santorum de “peso-leve na economia” e Santorum tem pedido atenção à fortuna de Romney. “Ouvi que o governador Romney me chamou de peso-leve na economia porque eu não fui um financista de Wall Street como ele”, disse Santorum a uma multidão em Rockford, Illinois. “Vocês acreditam mesmo que este país quer eleger um financista de Wall Street para presidente dos Estados Unidos? Vocês acham que é desse tipo de experiência que precisamos?” A campanha voltará ao Sul no final desta semana, com as primárias da Louisiana, dia 24. ■ Luke MacGregor/Reuters TOCHA OLÍMPICA VAI PERCORRER 13 MIL QUILÔMETROS NO REINO UNIDO Mais de 8 mil pessoas vão carregar a tocha olímpica no percurso de quase 13 mil quilômetros pelo Reino Unido antes dos Jogos de Londres. Os mais jovens têm apenas 12 anos e a mais velha é Dinah Gould (segunda da esq/dir), que completará 100 anos antes dos Jogos. Serão cerca de 115 portadores diários que cobrirão, cada um, em torno de 300 metros. AFP O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e seus aliados democratas arrecadaram mais de US$ 45 milhões em doações eleitorais em fevereiro, quantia superior à de janeiro. A campanha intensificou o ritmo da arrecadação diante dos temores de que os republicanos possam superar os gastos dos democratas na campanha. Em nota divulgada pelo Twitter, a campanha obamista disse que 348 mil indivíduos fizeram contribuições no mês passado, sendo 105 mil pela primeira vez. Quase 98% das doações do mês foram de até US$ 250. “Desde abril de 2011, um total de 1,64 milhão de pessoas contribuíram com a campanha”, disse a mensagem pelo Twitter. Há meses a campanha de Obama à reeleição tenta montar uma mobilização que resulte em maior comparecimento às urnas dos eleitores democratas dia 6 de novembro. A campanha de Obama, o Comitê Nacional Democrata e outros comitês de arrecadação arrecadaram um total combinado de US$ 29,1 milhão em janeiro. Mas seus funcionários dizem que grupos paralelos conhecidos como “Super PACs” possam levar os republicanos a superarem Obama em termos de gastos eleitorais. Os “Super PACs” são comitês independentes que podem arrecadar e gastar quantias ilimitadas nas campanhas. Obama participou na sextafeira de cinco eventos de arrecadação em Chicago e Atlanta, nos quais esperava receber cerca de US$ 5 milhões. O presidente é o maior puxador de doações da própria campanha. Ele participou até agora do dobro dos eventos de arrecadação do que seu antecessor, George W. Bush, em momentos comparáveis da corrida eleitoral. Obama tem tentando aproveitar a prolongada disputa interna pela indicação republicana para reforçar os cofres da sua campanha. O democrata teve US$ 750 milhões disponíveis na campanha de 2008, mas teme que desta vez isso não seja suficiente para fazer frente à enxurrada de anúncios da oposição republicana. O Super PAC que apoia Obama, chamado Priorities USA Action, arrecadou apenas US$ 2 milhões em janeiro, quantia significativamente inferior à obtida por grupos republicanos. ■ Jeff Mason, Reuters Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 45 Jean-Philippe Arles/ Reuters Atentadoemescolajudiacausaquatromortes Um assassino — que circula com uma scooter e usa uma arma de calibre 11,43 — matou quatro pessoas, inclusive três crianças, ontem numa escola judaica de Toulouse, na França. É a mesma pessoa que na semana passada atacou militares de origem norte-africana e um de seus companheiros negro. O presidente Nicolas Sarkozy e o seu adversário eleitoral François Hollande cancelaram compromissos e foram ao local dos crimes para manifestar solidariedade às vítimas e defender reforços na segurança. AFP Panayiotis Tzamaros/Reuters Itália tenta acelerar reforma trabalhista Evangelos Venizelos vai assumir a presidência do partido socialista Pasok Primeiro-ministro Mario Monti procura convencer sindicatos patronais e de trabalhadores, em reunião hoje em Roma, que “cada um deve ceder algo” Filippo Monteforte/AFP O governo italiano entrou numa semana decisiva para a reforma da legislação trabalhista e previdenciária do país, uma das prioridades do primeiro-ministro Mario Monti, que terá de convencer os agentes sociais a aceitar vários pontos ainda polêmicos para que haja um acordo.Monti convocou os sindicatos e a organização patronal para uma reunião hoje à tarde no Palácio Chigi, a sede do governo em Roma, na tentativa de fechar a negociação nesta semana. “Cada um deve ceder algo. Nosso dever é que prevaleça o interesse geral”, declarou o governante no domingo. Em sua chegada ao poder em novembro, o ex-comissário europeu anunciou seu desejo de reformar profundamente a legislação trabalhista. Na Itália, a taxa de desemprego é inferior à média da Zona do Euro (9,2% contra 10,7% em janeiro), mas a taxa de emprego é, em contrapartida, uma das mais baixas da Europa (56,9% em 2010) devido à amplitude do trabalho informal. Com a reforma, o governo pretende alterar as demissões mediante uma reforma de artigo 18 do Estatuto dos Trabalhadores. A Itália também quer fazer frente à falta de emprego, o problema central no país, que afeta particularmente os jovens e as mulheres, apostando na aprendizagem. A ministra do Trabalho, Elsa Fornero, mostrou sua confiança em que se chegue a um acordo. “A patronal se lamenta, o sindi- Reformas devem provocar novos protestos dos italianos BC da Grécia prevê queda de 4,5% do PIB em 2012 Recuperação grega, após cinco anos de recessão, deve começar somente a partir de 2013 O governo italiano também pretende reformar o seguro- desemprego com a criação de um sistema “universal” para todos os assalariados cato se lamenta. Isso demonstra que não trabalhamos a favor de um deles e sim para o país e para o futuro”, disse Fornero. “Estamos longe de um acordo”, disse Susanna Camusso, a número um do CGIL, o maior sindicato italiano (esquerda), que é contra as propostas do governo sobre o artigo 18. A “patroa dos patrões”, a líder empresarial Emma Marcegaglia, pediu que o governo seja ambicioso quanto às demissões, já que uma reforma pequena geraria uma reação negativa “nos mercados”. ■ Mathieu Gorse, AFP REVOLTA CONTRA AL-ASSAD Rebeldes sírios lutam em Damasco O Banco da Grécia prevê que a economia grega apresentará contração de 4,5% em seu Produto Interno Bruto (PIB) este ano, um dado pior que o previsto, de acordo com um relatório anual divulgado ontem. “De acordo com estimativas provisórias, a queda média anual do PIB em 2012 se situará em 4,5%, o emprego cairá 3% e a taxa anual de desemprego se situará acima dos 19%”, diz o Relatório Anual de Política Monetária, que recorda que o PIB nacional apresentou contração de 6,9% em 2011. A Comissão Europeia, por sua vez, estimou em fevereiro que a economia grega recuará 4,4% este ano, enquanto que o FMI cogita um desempenho negativo de 4,8%, muito pior que os prognósticos feitos na aprovação do orçamento para 2012, do início de dezembro, que previam um retrocesso de 2,8%. O Banco Central grego estima que com os preços atenuados poderá ser retomada até 75% da competitividade da economia, perdida depois da adesão à Zona do Euro No melhor dos casos, e se o país aplicar ao pé da letra seu programa de recuperação acertado com seus credores - a UE e o FMI -, 2013 “pode ser o início da recuperação, apesar de que o PIB retrocederá 0,5%”, diz o relatório. O ministro grego de Finanças, Evangelos Venizelos, apresentou sua demissão do governo de coalizão para assumir a presidência do partido socialista Pasok, para a qual foi eleito no domingo. ■ AFP QUEDA SEM FIM Os rebeldes sírios lutavam, ontem, contra as forças do governo em Damasco na batalha mais violenta da capital síria desde o início da revolta contra o presidente Bashar al-Assad, disseram ativistas da oposição. Os confrontos perto do centro da base de poder de Assad pareciam ser uma investida dos rebeldes — que foram forçados a sair de Homs e Idlib e ficaram sob ataque na cidade oriental de Deir al-Zor — para mostrar que ainda representam um desafio. O combate começou depois da meia-noite no distrito de alMezze quando alguns rebeldes lançaram uma granada na casa de um general do Exército, disse Rami Abdulrahman, que dirige o oposicionista Observatório Sírio para Direitos Humanos, baseado na Grã-Bretanha. A agência de notícias oficial da Síria, a Sana, disse que três rebeldes e um membro das forças de segurança morreram. O confronto armado aconteceu apenas dois dias após duas explosões terem matado ao menos 27 pessoas no coração da cidade, em um sinal de que a capital pode estar lentamente afundando no caos. A recente onda de violência coincidiu com a chegada a Damasco de uma equipe de cinco especialistas, mandados por Kofi Annan, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe à Síria para discutir propostas de envio de monitores internacionais na Síria. ■ Khaled Yacoub Oweis, Reuters PIB grego vem recuando há cinco anos 5,9% 5,5% 4,4% 3,0% 2,3% -0,2% -0,5% -3,3% -3,5% 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Fontes: Eurostat, Banco da Grécia e Brasil Econômico 2010 *Estimativa -4,5% -6,9% 2011 2012* 2013* 46 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 47 PONTO FINAL Comérciodearmacresce24%,eÍndiaémaiorcomprador O comércio internacional de armas aumentou 24% em cinco anos (2007/2011), segundo relatório divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisas para a Paz de Estocolmo. Pelos dados, os Estados Unidos permanecem como o maior exportador, seguidos por Rússia, Alemanha, França e Grã-Bretanha. De acordo com o relatório, a Índia se tornou o maior importador de armas, acompanhada por Coreia do Sul, Paquistão, China e Cingapura. O que fez a Índia ultrapassar a China, segundo o estudo, foi o crescimento da indústria bélica chinesa. ABr IDEIAS/DEBATES [email protected] Cândido Vaccarezza Antoninho Marmo Trevisan Deputado federal pelo PT-SP Presidente da Trevisan Escola de Negócios e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República O novo patamar do Brasil Sem medo da qualificação “O Brasil tem batido os europeus no futebol por um longo tempo, mas batêlos na economia é um novo fenômeno". Essa frase, pronunciada no final do ano passado pelo CEO do Center for Economics and Business Research, Douglas McWilliams, depois do anúncio de que o PIB do Brasil havia ultrapassado o do Reino Unido e se tornado a 6ª economia mundial, era simplesmente impensável há uma década. Num período de nove anos — os governos Lula e Dilma — a economia brasileira mais do que triplicou, com o PIB pulando de R$ 1,1 trilhão, em 2000, para R$ 3,6 trilhões, em 2010, com média de crescimento de 3,59%. E, mais importante, essa nova fase de desenvolvimento brasileiro se fez resgatando nossa dívida social, com distribuição de renda e de criação recorde de empregos. O lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em 2007, foi a grande aposta do governo na opção pela retomada do desenvolvimento econômico. Com ações em infraestrutura (habitação, saneamento, transporte de massa), medidas para estimular crédito e desoneração tributária, entre outros, o PAC — nas edições 1 e 2 — já investiu R$ 700 bilhões e só em 2012 estão previstos R$ 42,5 bilhões. Um dos alicerces do PAC é o programa Minha Casa, Minha Vida, que combinou estímulo à construção civil à realização do sonho de casa própria para milhões de brasileiros dos setores mais necessitados da população, investindo R$ 125,7 bilhões até 2014 na construção de 3 milhões de casas em todo o Brasil, já tendo contratadas 1,3 milhão de moradias. Outro marco essencial dos governos Lula e Dilma foi a ampliação dos programas de inclusão social, como Bolsa Família e o Luz para Todos. O Bolsa Família beneficia 13 milhões de famílias e foi um dos responsáveis por alavancar o crescimento do que os sociólogos já chamam de “nova classe média”: 32 milhões de brasileiros que saíram das classes D e E e hoje estão no mercado, alimentando o crescimento econômico do país. Entre 2003 e 2008, a pobreza extrema foi reduzida de 12% para 4,8%. Além das consequências socioeconômicas intrínsecas, como o fechamento de empresas e postos de trabalho, queda dos investimentos e esgotamento do crédito, as crises têm efeitos colaterais perversos no contexto da sociedade e no comportamento dos indivíduos. Triste exemplo ocorre na Espanha. Enfrentando índice de desemprego em torno de 23%, engenheiros, administradores e executivos em geral estão modificando seus currículos — para pior — na expectativa de conquistar vagas que exigem menor qualificação. Em contraste com estudos anteriores, reveladores de que os espanhóis, como, a rigor, trabalhadores de todo o mundo, sempre buscavam “dourar a pílula” em seus históricos profissionais, é lamentável constatar a presente situação, em que a sobrevivência sobrepõe-se à tendência natural da evolução das carreiras profissionais. Isso demonstra como uma crise prolongada desorganiza os setores produtivos, o mercado de trabalho, as empresas e as próprias relações econômicas. A crise econômica internacional nos impõe novos desafios, entre eles a necessidade de enfrentar a concorrência predatória estrangeira No entanto, não podemos sentar em louros. O Brasil precisa continuar crescendo e gerando empregos. Diminuímos a desigualdade, mas ainda temos bolsões de miséria. Por isso, a importância de um programa como o Brasil Sem Miséria. Do ponto de vista do desenvolvimento, a crise internacional nos coloca novos desafios, como a necessidade de se enfrentar a concorrência predatória estrangeira. Para isso, é preciso adotar uma série de medidas para incrementar a produção de bens de alto valor agregado que vão desde a desoneração tributária - particularmente aqueles que têm mão de obra extensiva - até o aumento de investimentos em tecnologia e inovação, passando pela atualização da lei de licitações, pela capacitação da nossa força de trabalho por meio de uma reforma global da educação no país e pela consolidação da legislação brasileira, um cipoal burocrático que entrava o desenvolvimento. Os desafios, portanto, são imensos. Mas podemos dizer que nosso horizonte é muito mais promissor do que era dez anos atrás. ■ O Brasil está atrás das nações integrantes da OCDE nas quais, em média, o investimento no ensino público se situa entre 6% e 8% do PIB Torcendo para que a Espanha e toda a Europa consigam superar o mais rapidamente possível a presente conjuntura de dificuldades, é inevitável fazer o contraponto com o atual mercado de trabalho brasileiro, com baixíssimo índice de desemprego. Aliás, verifica-se em nosso país a falta de profissionais qualificados, em numerosas áreas, um problema que tem sido apontado como fator capaz até mesmo de limitar nosso crescimento econômico. O chamado “apagão profissional” precisa ser solucionado, considerando que as perspectivas de expansão de nosso PIB continuam favoráveis, na esteira do pré-sal, dos biocombustíveis e da ampliação do mercado interno propiciada pelo processo de inclusão socioeconômica. Por essa razão, é preocupante constatar que o investimento público direto em educação evoluiu apenas 0,1 ponto percentual em 2010, em relação ao ano anterior, chegando a 5,1% do PIB, conforme divulgou recentemente o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). É verdade que, desde o início da série histórica produzida pelo Inep, o patamar do investimento público em ensino em relação ao PIB cresceu sensivelmente: passou de 3,9%, em 2000, para 5,1%, em 2010. Ou seja, em uma década, o Brasil ampliou em 1,2 ponto percentual do PIB os recursos aplicados em educação. No entanto, ainda estamos atrás das nações integrantes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nas quais, em média, o investimento no ensino situa-se entre 6% e 8% do PIB. E alguns desses países são justamente os que se digladiam com a crise persistente. Portanto, precisamos nos empenhar no sentido de tornar viável a meta de, até o final da década, elevar a pelo menos 7% do PIB o aporte de recursos no ensino. Lembrando ser essa a projeção mínima do MEC para viabilizar o novo Plano Nacional de Educação (PNE). Ao contrário dos espanhóis, precisamos melhorar os currículos, em especial das novas gerações, que terão a responsabilidade de consolidar o crescimento sustentado e o desenvolvimentobrasileiro. Em tempo: no nosso país, mesmo nas mais duras crises, a qualificação profissional sempre foi muito valorizada, evidenciando o valor do ensino e do conhecimento. ■ Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos Diretor-Presidente José Mascarenhas Diretores Executivos Alexandre Freeland e Ricardo Galuppo BRASIL ECONÔMICO é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A. CONTATOS: Redação - Fone (11) 3320-2000 - Fax (11) 3320-2158 Administração - Fone RJ (21) 2222-8050 - SP (11) 3320-2128 Publicidade - Fone RJ (21) 2222-8151 - SP (11) 3320-2182 Condições especiais para pacotes e projetos corporativos [email protected] Fone (11) 3320-2017 (circulação de segunda a sexta, exceto nos feriados nacionais) Publisher Ricardo Galuppo Diretor de Redação Joaquim Castanheira Diretor Adjunto (RJ) Ramiro Alves Redação - Avenida das Nações Unidas, 11.633 - 8º andar CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP) Central de Atendimento ao Jornaleiro Fone (11) 3320-2112 Editores Executivos Adriana Teixeira, Gabriel de Sales, Jiane Carvalho [email protected] Sede - Rua Joaquim Palhares, 40 Torre Sul - 7º andar - Cidade Nova – CEP 20260-080 Rio de Janeiro (RJ) Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Atendimento ao assinante/leitor Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 São Paulo e demais localidades - Fone 0800 021-0118 De segunda a sexta-feira - das 6h30 às 18h30 Sábados, domingos e feriados - das 7h às 14h www.brasileconomico.com.br/assine [email protected] Impressão Editora O Dia S.A. (RJ) Diário Serv Gráfica & Logística (SP) 48 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico é uma publicação da Empresa Jornalística Econômico S.A., o com sede à Rua Joaquim Palhares, 40, Torre Sul, 7 andar, Cidade Nova - CEP 20260-080 Rio de Janeiro (RJ) - Fones (21) 2222-8701 e 2222-8707 Central de atendimento e venda de assinaturas: São Paulo e demais localidades: 0800 021 0118 Rio de Janeiro (Capital) - Fone (21) 3878-9100 - [email protected] É proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Empresa Jornalística Econômica S.A. ÚLTIMA HORA Rogerio Santana/Reuters Chevron suspende operação no país por dois meses A Chevron suspendeu temporariamente a sua produção de petróleo no Brasil, após dois incidentes com vazamentos em um intervalo de quatro meses, mas a empresa informou também que a suspensão, por dois meses, não muda os planos de investimentos no país. A companhia era a segunda maior petrolífera do país, atrás apenas da Petrobras. Na semana passada, a multinacional já havia cortado seu volume de exploração em campos brasileiros pela metade, caindo para quarto lugar no ranking de produção da Agência Nacional de Petróleo (ANP), cedendo lugar à Shell e à Statoil. Segundo a empresa, até a semana passada, a produção estava em 31,8 mil barris diários líquidos, volume 56 por cento menor que os 73,2 mil barris diários líquidos de petróleo retirados em novembro de 2011, quando ainda não havia ocorrido nenhum derrame no campo operado pela petrolífera norte-americana. A companhia anunciou que ocorreu um segundo vazamento na bacia de Campos, no campo de Frade, a três quilômetros do poço onde ocorreu, em novembro de 2011, outro incidente envolvendo a empresa.A companhia pediu autorização para suspender temporariamente as operações de produção no campo Frade como medida preventiva. A multinacional argumentou que o segundo derrame foi de pequenas proporções e anunciou que já foram colocados três dispositivos de contenção para interromper o vazamento. A mancha aconteceu no dia 4 Ricardo Galuppo [email protected] Publisher Ainda os juros deste mês e só na última semana os técnicos da Chevron descobriram a sua origem, uma fissura de 800 metros de comprimento. A agência reguladora autuou novamente a Chevron porque a petroleira norte-americana não teria tomado as medidas necessárias para evitar a volta das exsudações no solo marinho, após quatro meses do primeiro vazamento. A Chevron, contudo, afirmou em conferência de imprensa que não há evidências ainda de que o segundo vazamento tenha relação com o primeiro. O órgão regulador disse ontem que técnicos constataram, através das filmagens submarinas, cinco pontos com o aparecimento de “gotículas de óleo, em uma vazão reduzida, ao longo de uma fissura de 800 metros”. A ANP afirmou também que criou um comitê formado por técnicos da Chevron, operadora do campo, da Petrobras e da Frade Japão Petróleo Ltda, que detêm participação na concessão, que apresentarão estudos e informações complementares. ■ Reuters José Cruz/ABr Teixeira renuncia a cargo no comitê da Fifa Havelange está internado em estado grave no Rio Após deixar a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Teixeira renunciou ontem a seu cargo no comitê executivo da Fifa alegando motivos particulares. Em carta ao presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Nicolás Leoz, Teixeira comunica sua renúncia “irrevogável” do comitê da entidade que comanda o futebol mundial. “Fui indicado pelo comitê executivo dessa conceituada entidade continental para integrar o comitê da Fifa em 1994 e, a partir dessa data, trabalhei com determinação para defender os interesses do futebol no nosso continente”, disse Teixeira na breve carta. A renúncia acontece uma semana depois de ele deixar o comando da CBF, que presidia desde 1989. Ele disse que precisa cuidar de sua saúde. ■ Reuters Nacho Doce/Reuters O ex- presidente da Fifa e presidente de honra da entidade, João Havelange, está em estado grave em um hospital particular no Rio de Janeiro, segundo médicos que tratam do ex-dirigente de 95 anos. “O estado clínico do Presidente de Honra da Fifa é grave e inspira cuidados”, afirma o hospital Samaritano em nota divulgada ontem. Ele deu entrada no hospital na noite de domingo e passou por uma bateria de exames. Os médicos detectaram que Havelange tem um quadro agudo de infecção. O ex-presidente da Fifa está na unidade coronariana do hospital tomando antibióticos na veia e sendo monitorado. Não há previsão de alta, segundo os médicos. No ano passado, Havelange já esteve internado para cuidar de problemas no rosto. O ex-dirigente presidiu a Fifa entre 1974 e 1998. ■ Reuters Que os juros brasileiros são altos e que o governo dá a impressão de ser refém de uma taxa que sempre aparenta ser mais alta do que poderia ser, todo mundo está cansado de saber. Da mesma forma, a afirmação de que os juros por aqui estão entre os mais elevados do mundo já não surpreende ninguém. O que causa espanto mesmo é saber quem são os outros governos que, por diferentes razões, pagam mais do que o Brasil pelos títulos de sua dívida interna com prazo de 10 anos. São eles: Grécia, Portugal e Paquistão, conforme mostra a reportagem de Ana Paula Ribeiro na página 38 desta edição. Os dois primeiros, como se sabe, atravessam o inferno astral de suas vidas financeiras — e é mais do que razoável que o investidor queira um retorno mais elevado quando o emissor pode ter problemas para honrar os títulos que joga no mercado. O terceiro é um país envolvido num conflito que parece não ter fim e mostra-se incapaz de inspirar confiança em quem quer que seja. Em seguida vem o Brasil, que, ao contrário dos outros três, atrai capitais de todas as partes, é apontado como uma das economias mais promissoras do mundo e mesmo assim oferece juros estratosféricos por seus títulos. Há algo de estranho nisso: por que um país que vai bem paga juros semelhantes aos de países que vão mal? É mesmo muito estranho: por que um país que vai bem paga juros semelhantes aos de países que vão mal? Na verdade, não existe razão que justifique o fato. Uma redução dos juros num ritmo mais firme do que vem sendo conduzido pelo Banco Central teria, à primeira vista, o benefício de reduzir as obrigações do governo com o pagamento dos juros e, de quebra, afastar parte dos investidores internacionais que procuram tirar proveito das taxas generosas pagas por aqui. Com isso, a pressão sobre o câmbio se reduziria, a indústria recuperaria parte da competitividade e o país, finalmente, poderia se preocupar em aproveitar o bom momento que está vivendo (e não em oferecer vantagens aos investidores). Se tudo é tão simples, se a mera redução na taxa seria capaz de gerar esses e mais alguns benefícios, a pergunta é: por que o Banco Central não reduz a taxa num ritmo mais acelerado? Existem, com toda certeza, diversas explicações para o fato. A mais recorrente delas diz respeito ao desarranjo que uma redução súbita dos juros provocaria sobre a caderneta de poupança. Seja como for, o Brasil precisa correr o risco e enfrentar o problema antes que seja tarde. Com a taxa atual, que garante um rendimento de 12,5% ao ano sobre os títulos de 10 anos, o governo cria um obstáculo para a solução de problemas em que ele é o principal interessado em resolver. Pouquíssimos negócios produtivos são capazes de garantir ao acionista um lucro real superior a 10%. Portanto, diante da opção de se colocar dinheiro num negócio — com todos os riscos que essa decisão envolve — ou de adquirir títulos que garantem mais do que isso, muita gente acaba escolhendo o segundo caminho. Manter os juros no nível dos que são cobrados no Brasil é, no final das contas, um tiro no pé. O país vive, de fato, um momento muito bom. Mas que pode ser melhor caso o governo encare com mais firmeza a questão dos juros. A cada dia que passa, percebe-se com mais clareza que mesmo a taxa de 9% ao ano, que deve ser aprovada na próxima reunião do Copom, é alta. Muito alta. ■ www.brasileconomico.com.br