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PUBLISHER RICARDO GALUPPO
DIRETOR JOAQUIM CASTANHEIRA
DIRETOR ADJUNTO RAMIRO ALVES
Henrique Manreza
TERÇA-FEIRA, 20 DE MARÇO, 2012
O
ANO 4 | N 645 | R$ 3,00
“Descabida e antidemocrática”
Aposta arriscada
Foi assim que o ex-ministro Roberto
Rodrigues classificou a ameaça do
Planalto de vetar o Código Florestal. ➥ P8
Videolar vai inaugurar fábrica para
entrar num mercado em que a oferta
é maior do que a demanda. ➥ P25
Só três países em crise pagam mais
do que o Brasil para rolar dívida
Ao tentar conter a entrada de dólares no país, o governo tem uma missão quase impossível, já que os rendimentos oferecidos
por títulos da dívida pública são muito atraentes: 12,55% ao ano, só inferiores aos de Grécia, Portugal e Paquistão. ➥ P38
Sérgio Lima/Folhapress
“O mercado não aceita mais
aumento de preços”, diz Furlan
O ex-ministro Luiz Furlan,
do conselho de administração
da Brasil Foods, diz, em
entrevista ao BRASIL ECONÔMICO,
que o principal foco será a revisão
dos custos de produção, e não
o repasse ao consumidor . ➥ P24
FALTAM
92
RIO + 20
dias
Rio+20 começa a definir
“o futuro que queremos”
O BRASIL ECONÔMICO inicia hoje uma série de reportagens semanais sobre a reunião que vai
reunir chefes de Estado para discutir desenvolvimento sustentável, em junho, no Rio. ➥ P4
Livre dos celulares, Apple anuncia que Por que, afinal, o
Motorola Solutions vai recomprar
Estaleiro Atlântico
cresce 25% ao ano US$ 10 bi em ações Sul não deslancha
Um ano depois da separação, área
de soluções cumpriu suas metas
e agora quer diversificar. ➥ P32
A empresa mais valiosa do
mundo vai distribuir dividendo
de US$ 2,65 por ação. ➥ P33
Brigas entre sócios e erros de
gestão nos projetos ameaçam a
sobrevivência da empresa. ➥ P26
Correr faz bem à
saúde e à carreira
Além de cuidar do bem-estar,
atividade física permite
novos contatos profissionais e
integra a equipe e superiores
em ambiente informal ➥ P42
INDICADORES
TAXAS DE CÂMBIO
Dólar comercial (R$/US$)
Euro (R$/€)
JUROS
Selic (ao ano)
BOLSAS
Bovespa — São Paulo
Dow Jones — Nova York
FTSE 100 — Londres
19.3.2012
COMPRA
VENDA
1,8090
2,3945
1,8110
2,3955
META
EFETIVA
9,75%
VAR. %
0,07
0,05
-0,07
9,65%
ÍNDICES
67.730,31
13.239,13
5.961,11
Procura-se um novo presidente para a filial do HSBC
Sem maiores explicações, Conrado Engel deixa o comando do banco, num momento de indefinição sobre os rumos da instituição no mundo.
➥ P39
2 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
CARTAS
OPINIÃO
Avanço
Acho louvável a medida do Procon-SP
descrita no texto “Americanas.com,
Submarino e Shoptime serão suspensos”
(publicado pelo BRASIL ECONÔMICO Online
em 14/3/12). Fui vítima de um dos sites
de compras em 2010. Não entregaram
a mercadoria que comprei e, em vez de
devolverem meu dinheiro, deram-me um
vale para outra compra. Quando tentava
comprar uma mercadoria com valor maior
que o vale e tentava pagar a diferença
com cartão de crédito, o sistema do site
ficava louquinho. Gerava valores negativos.
Por fim, comprei mercadorias de valores
menores que o vale e o sistema aceitou.
Mesmo assim perdi R$ 120.
José Pires
São José dos Campos
Murillo de Aragão
Cientista político e presidente
da Arko Advice Pesquisas
Fotos: divulgação
A reportagem “Quatro mudanças podem
reduzir em 51% custo para abrir empresa”
(publicada em 13/3/12) deixa claro que,
infelizmente, há muitos empecilhos
encontrados pelos empreendedores
no Brasil. Aqui no município de Sinop
temos a Secretaria de Meio Ambiente
Estadual (Sema) que se o empresário
depender de um laudo dela, desiste
de abrir seu negócio. Como somos uma
região produtora de madeira, algumas
empresas madeireiras tem esperado até
um ano para receber laudo ambiental.
Isso sem mencionar o Corpo de Bombeiros
que não tem contingente suficiente para
fazer vistorias — o que encarece o processo.
Celso Adão
Sinop (MT)
Alex Atala
Dono do DOM, restaurante nº 1 do Brasil
Dono do melhor restaurante do Brasil, o chef
Alex Atala volta a mostrar a versatilidade que lhe
deu fama. Em maio, na Virada Cultural, Atala vai
cozinhar em cima do Minhocão, em São Paulo.
Retrocesso
ERRATA
Diferentemente do que constou no
artigo de Augusto Braúna Pinheiro
“Quando começar a poupar?”, publicado
no dia 29 de fevereiro, no exemplo de
contribuição a planos de previdência
em que o autor coloca o valor de
R$ 446,1, o correto é R$ 446,1 mil.
Pelé
Ex-jogador brasileiro
Depois de se autoproclamar ‘bombeiro’ da Copa,
Pelé está tendo que acionar o extintor para
defender seu nome, com o escândalo de fraude
envolvendo projeto em Angola que divulgou.
CONECTADO
[email protected]
Ferramentas do mundo digital que facilitam seu dia a dia
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Quem tem agenda repleta
de compromissos e dificuldade
em lembrar de datas e
convenções pode dispor
do aplicativo que permite
programar o dia e horário
de envio de mensagens
de texto e e-mail. Com ele,
é possível enviar cartões
de aniversário, boas festas
e de congratulações para
várias pessoas ao longo ano,
entre outras facilidades.
Quem não gosta de descansar
ao som tranquilizante do mar?
Mas, se não é possível
trazer a praia para o escritório,
pelo menos o barulho do
movimento das ondas pode
ser reproduzido pelo celular,
graças ao aplicativo de 4,1 MB.
O programa gratuito traz
ainda uma série de imagens de
conchas, cada uma com sons
distintos. Depois, é só encostar
o ouvido no aparelho e relaxar.
Calcular o Imposto
de Renda devido e os
percentuais dos tributos
federais que insidem
na compra de vários artigos
se tornou uma tarefa simples
e rápida para quem faz
o download do aplicativo.
Por ele é possível descobrir
a carga tributária de
diversos produtos, desde
uma resma de papel até
um avião, por exemplo.
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Para iPhone e iPod Touch
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Texto alinhado à sfdfesquerda, sem hifenização,
Cartas para a Redação: Avenida das Nações Unidas, 11.633, 8º andar, CEP 04578-901, Brooklin, São Paulo (SP).
falso, alinhado esquerda, sinha o à esquerda,
E-mail: [email protected]
texto alinhado à esquerda, sem hifenização, texto
As mensagens devem conter nome completo, endereço, telefone e assinatura. Em razão de
falso, alinhado esquerdafhlação. ➥ PXX
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Presidencialismo de coalizão
Muitos já ouviram falar do termo “presidencialismo de coalizão”, cunhado pelo brilhante cientista político Sergio Abranches. Poucos talvez saibam como o sistema funciona na prática. A ideia do presidencialismo de coalizão se assenta em
dois pilares: o papel do presidente e a existência de coalizões
partidárias que sustentam o governo. Ao colocar a fórmula
em movimento, os partidos da coalizão participam do governo quase que de forma semiparlamentarista e, ao mesmo tempo, oferecendo a maioria de que dispõem no Congresso para
apoiar a agenda do presidente.
O presidencialismo de coalizão é um modelo que vem sendo
aplicado desde a redemocratização. Fernando Collor tentou governar de modo diferente. Rendeu-se, ainda que tarde, à fórmula, mas não escapou do impeachment. Para que serve esse
sistema? Na prática, o presidencialismo de coalizão serve para: dar governabilidade ao presidente; assegurar a aprovação
das principais propostas do Planalto no Congresso; e evitar
que a oposição paralise politicamente o governo com pedidos
de investigação. Se o modelo de presidencialismo de coalizão
não conseguir assegurar tais condições, não irá funcionar. E,
pior, será gerador de crises que, no mínimo, impactarão a governabilidade e, no máximo, inviabilizarão o governo. O Brasil vive hoje uma crise em seu presidencialismo de coalizão. A
crise, mais do que anunciada desde o final da campanha de Dilma, agravou-se pela incompatibilidade entre a gestão política
do governo e as expectativas dos aliados.
Na gestão Lula, tanto por sua imensa popularidade quanto
pela certeza de que poderia prolongar o “lulismo” com a eleição de Dilma, as diferenças e incompatibilidades foram abafadas em nome do continuísmo. Hoje, a situação é diferente. As
fissuras verificadas na campanha de 2010 prosseguem sendo
ampliadas. A divisão ministerial, a distribuição de cargos de segundo e terceiro escalões e os cortes de despesa aprofundaram
a cizânia. O diálogo político, que seria o paliativo para as diferenças, não é aplicado eficientemente.
A crise no presidencialismo de coalizão
sinaliza que não vale apoiar a fórmula
governista no primeiro turno
O núcleo do governo parece distante e insensível aos reclamos da política. Ainda que não caiba fazer juízo de valor acerca do que se pede, o fato é que existe um jogo político sendo
jogado que, para funcionar bem, deve manter os sócios do governo satisfeitos. Os focos de atrito estão em todos os partidos
da base. Caso o conflito não seja reduzido a limites toleráveis,
o cenário é de derrotas no Congresso; de apoios relativizados;
de dissidências crescentes; e, ainda, de real possibilidade de racha na base política do “lulismo”.
O que acontece em São Paulo, em torno dos movimentos de
José Serra, é uma amostra de como poderá ser em 2014. A crise
no presidencialismo de coalizão sinaliza que não vale apoiar a
fórmula governista no primeiro turno, já que os ganhos políticos não são assegurados.Aparentemente, o movimento de tensão e conflito com a base pode ser planejado e visaria “emagrecer” a coalizão, expulsando os parceiros indesejáveis, ou decorreria apenas da incapacidade política de gestão? Seja qual for a
causa, os efeitos nunca serão agradáveis. ■
NESTA EDIÇÃO
No rastro da Le Lis Blanc
A marca masculina de moda Noir, Le Lis — irmã mais nova da feminina
Le Lis Blanc — planeja contar com 18 unidades pelo país até o fim
do ano. A primeira será inaugurada em abril, em São Paulo. ➥ P37
QG Propaganda reforça o time na área digital
Agência está investindo R$ 1 milhão para integrar
departamentos e contratou três executivos especializados
em web para atender a expansão da demanda. ➥ P35
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 3
MOSAICO POLÍTICO
Andrea Matarazzo
Secretário estadual de
Cultura de São Paulo
PEDRO VENCESLAU
[email protected]
Wilson Dias/ABr
Água: escassez e conflitos
Já está claro que a natureza, em sua complexa dinâmica, impõe
limites à forma com que a sociedade industrial consome seus recursos. Este problema se agrava à medida que avançamos nos
processos sociais inclusivos, garantindo bens de consumo e
qualidade de vida para amplas parcelas de população. Este é
um paradoxo dramático da nossa era.
Temos nesta semana o Dia Internacional da Água, no dia 22
de março. Mais do que comemorar, há motivos para refletir.
Tanto nas cidades como nas áreas rurais, as águas cumprem
uma série de funções de interesse social, econômico e ambiental. A sociedade tem interesse em que se garanta água abundante e de qualidade para diferentes usos, mas nem sempre isso
tem sido possível. É preciso muito conhecimento técnico, estruturas administrativas modernas e ágeis, além de grande capacidade de gerenciar conflitos para que se possa garantir, em cada
bacia hidrográfica, água para abastecimento público, agricultura, indústrias, produção hidrelétrica, lazer e biodiversidade.
Quando as funções da água entram em conflito,
é preciso que governos e usuários em geral
atuem com procedimentos muito articulados
A hora e a vez de Aloizio Mercadante
Nesses tempos de turbulência em Brasília, um ministro se aproxima cada vez mais do entorno de Dilma: Aloizio Mercadante, da Educação. Apesar dos problemas pontuais na pasta, como as recentes denúncias de que instituições de ensino estão cobrando preços diferenciados para bolsistas do Fies (Programa de Financiamento Estudantil), ele está em alta no Palácio do Planalto. Hoje a presidente estará
no lançamento do Programa Nacional de Educação do Campo (Pronacampo), o que garantirá uma
agenda positiva para ambos. Mercadante também foi "convocado" para viajar com Dilma para a India
na semana que vem, quando acontecerá a reunião dos Brics em Nova Déli. Mas apesar do bom momento, o ministro está sendo cobrado por mais engajamento na cambaleante campanha de seu antecessor, Fernando Haddad, em São Paulo. Sobre o assunto, Mercadante não fala nem por decreto. ■
Pré-sal na educação: ministro
é mais incisivo que Haddad
Serra faz 70 anos sem
festa nem badalação
Durante almoço com empresários do Lide (Grupo
de Líderes Empresariais) ontem em São Paulo,
Mercadante reforçou um discurso que o diferencia
de seu antecessor: a defesa enfática do uso dos
recursos do pré-sal para a educação. “Estou nesse
debate há muitos anos. Mantenho a mesma visão”.
Em vez de transformar a data em uma festa
eleitoral, o pré-candidato do PSDB à Prefeitura de
São Paulo José Serra completou ontem 70 anos
sem nenhuma badalação. Quem conhece o tucano
de perto diz que ele não quer publicidade em torno
da idade. Ele terá 76 anos na eleição de 2018.
CURTAS
➤
●
Considerado o mais
católico dos ministros
da Esplanada, Gilberto Carvalho
foi escalado por Dilma para
comandar a comissão especial
criada para organizar os
preparativos da visita do Papa
ao Brasil em julho de 2013.
➤
●
Primeiro-ministro, Mario Monti, reúne-se com representantes de
sindicatos patronais e dos trabalhadores para negociar mudanças
na legislação que visam combater falta de emprego. ➥ P45
A presidente Dilma
Rousseff enfrenta
problemas também nas franjas
do Congresso Nacional.
Hoje, deputados do PTB e
do nanico PSC, que pelo
menos por enquanto
são aliados do governo,
se reúnem para debater a ideia
de imitar o PR e deixar a base
governista. Se a moda pega...
Educação para reduzir déficit profissional
➤
●
Italianos discutem reforma trabalhista
Em artigo, Antoninho Marmo Trevisan defende aumento nos
recursos destinados ao ensino brasileiro dos atuais 5,1% do PIB para a
média anual dos países da OCDE — que gira em torno dos 7%. ➥ P47
Na quinta-feira, o PV
terá seus 5 minutos
de TV em rede nacional.
A ex-sigla de Marina Silva
deve usar o tempo para
promover seus prefeituráveis
e bater no Código Florestal.
➤
●
Piada sem graça que
circula nos corredores
do Congresso. “Essa base
aliada nem a Ideli...Salvatti”.
PRONTO, FALEI
“A decisão é
da família. Com
essa classificação
indicativa, caberá
aos pais a decisão
de deixar seus
filhos assistirem
a um programa
não indicado para
menores de 18 anos”
➤
●
A sugestão é do
senador Roberto Requião
(PMDB-PR): imunidade para
senadores e deputados que
denunciarem atos de corrupção
contra o patrimônio público.
➤
●
Não se fala de outra coisa
no Palácio do Planalto.
Os funcionários foram convidados
para assistir, na quinta-feira,
ao filme “O Palhaço”.
José Eduardo Cardozo
Ministro da Justiça,
sobre a classificação
indicativa da TV
➤
●
Renato Araújo/ABr
Especialmente em nossas cidades, as águas sofrem de uma série de males. O crescimento urbano no país deu-se sem que tenhamos a infraestrutura necessária. Ainda que em muitas cidades, como São Paulo, o abastecimento de água de qualidade alcance praticamente 100% das casas, a coleta e tratamento de esgotos ainda exige anos de investimentos.
Em São Paulo, temos também um exemplo marcante de conflito pelo uso da água: ela é tão necessária para o abastecimento
público quanto para a produção energética. Numa situação em
que não há água abundante para todas as funções, é preciso decidir qual destes usos será prioridade. Ambos são interesses legítimos, com forte respaldo em necessidades sociais.
A Represa Billings foi construída há mais de 90 anos para reservar águas para produção energética na Usina de Henry Borden. Mas, com o passar dos anos, a represa passou a ser muito
importante também na garantia de água para o abastecimento
da população metropolitana. Tendo as cidades crescido de forma tão extraordinária, a presença de uma represa passou a ser
preciosa para o lazer, paisagem, qualidade urbana. Aliás, todas
as grandes cidades no mundo usufruem e valorizam-se pela
proximidade de águas.
Porém, e aí está o conflito, para que a represa tenha água o
suficiente para que uma parcela seja enviada à Usina de Henry
Borden (e com isso se produza energia), é preciso alimentá-la
com as águas do Rio Pinheiros e do Rio Tietê. Como as águas
destes rios estão poluídas, ao enviá-las para a Billings reduzimos a possibilidade de captação para abastecimento. O quadro
fica mais complexo se pensarmos que, hoje, a qualidade do Rio
Pinheiros pode ser muito melhorada, se parte das águas da Billings corresse seu curso original, ou seja, circulasse desde a represa em direção ao Rio Tietê, diluindo a poluição e trazendo
alívio para a cidade.
Quando as funções da água entram em conflito, é preciso
que os governos, os vários usuários das águas e a sociedade em
geral atuem com procedimentos muito articulados e compactuados para enfrentá-los. ■
A exibição do longa será
no Anexo I do Palácio do
Planalto e está marcada para
às 16hs, quando o Congresso
estará pegando fogo. O evento
contará com a presença
de todo elenco. Assim que
o filme terminar, Selton Mello
e cia darão uma passada no
gabinete da presidente Dilma.
4 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
DESTAQUE ESPECIAL RIO+20
Editora: Elaine Cotta
[email protected]
Ueslei Marcelino/Reuters
Rio +20
vai definir
‘O futuro que
queremos’
Em passagem pelo Brasil,
Sha Zukang, secretário da ONU
para a Rio+20, mostrou
otimismo para conferência
Desafio é trazer resultado mais significativo
que o de conferências anteriores
Gabriela Murno, do Rio
[email protected]
A exatos três
92dias meses da Rio
+20, foram retomadas ontem, em Nova
York, negociações para a
elaboração do
“rascunho zero” do documento intitulado
“O Futuro que Queremos” e
que norteará a Conferência das
Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. A rodada,
que vai até 27 de março, pretende diminuir polêmicas em torno da declaração final do evento, que acontece entre os dias
20 e 22 de junho, no Rio.
Representante da sociedade
civil, a ONG Vitae Civilis, classifica o documento produzido até
agora como “genérico e fraco”.
Para Rubens Born, coordenador
adjunto da ONG, o enfoque dado à economia verde é “superficial” e não há avanços em relação ao que foi discutido na Rio
92 e em outros encontros internacionais sobre o tema. “É preciso especificar quais instrumentos deveriam ser utilizados
para se chegar a esta economia.
‘O quê’ e ‘o porquê’ foram discutidos em conferências anteriores. Precisamos agora chegar ao
‘como’ e ao ‘quando’”, diz.
RIO + 20
FALTAM
“
O grau de entusiasmo
e compromisso
é extraordinário.
A ONU chegou ao
Brasil com uma
série de questões
em aberto e a
maioria foi resolvida
Sha Zukang
Rubens aponta outros problemas no documento. “Ele sugere
que seja criada uma ouvidoria,
mas não se sabe sequer para quê.
Além disso, a questão da governança ambiental ainda aparece
de forma primária”, critica. O governo brasileiro também cobra
melhorias no rascunho. Entretanto, se aprovado pelo Congresso
Nacional, o Código Florestal Brasileiro pode ser um dos “calcanhares de Aquiles” da delegação brasileira no encontro (leia na pág.8).
Para o Grupo de Especialistas
da Organização das Nações Unidas (ONU), há urgência na incorporação de normas e padrões internacionais de direitos huma-
nos com rigorosos mecanismos
de responsabilização. “Aprendendo com os erros dos Objetivos do Milênio, as novas metas
sustentáveis devem integrar a
ampla gama dos direitos humanos ao desenvolvimento sustentável, e os direitos humanos devem ser a referência para analisar se um desenvolvimento equitativo, inclusivo e sustentável está ocorrendo”, diz.
Em sua passagem pelo Brasil,
o Secretário-Geral das Nações
Unidas para a Rio +20, Sha
Zukang, mostrou otimismo quanto aos preparativos para a Conferência. “O grau de entusiasmo e
compromisso é extraordinário. A
ONU chegou ao Brasil com uma
série de questões em aberto e a
maioria foi resolvida”, disse.
Zukang afirmou ainda que o
Host Country Agreement (Acordo do País Anfitrião) deve ser assinado em breve. O acordo, firmado entre o governo brasileiro e a
ONU, determina todos os aspectos de cooperação e logística para
a realização do encontro.
Para Zukang, a crise financeira
internacional e o período eleitoral de alguns países, como o próprio Brasil e os Estados Unidos,
pode prejudicar a elaboração de
metas para a economia verde no
mundo, tema que será muito discutido ao longo da Conferência.
Sha informou também que uma
bandeira da Organização será
hasteada, no RioCentro, em cerimônia oficial, dia 5 de junho. A
partir de então até o último dia
de Conferência, o local será considerado território das ONU.
A Rio+20 espera reunir 50 mil
pessoas e terá dois eixos de discussão: a economia verde e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. ■
➔
Com esta reportagem,
o BRASIL ECONÔMICO
inicia uma série especial que
abordará, semanalmente, os
principais temas da Rio+20,
o mais importante evento
global sobre sustentabilidade.
DA RIO-92 À RIO+20
1992
1994
Rio-92 ou Cúpula da Terra
teve a participação de 172
países. Daí saem os
principais documentos que
balizam as discussões
internacionais sobre o
meio ambiente (Convenção
do Clima e Biodiversidade,
Agenda 21 e Declaração
sobre Florestas)
Fonte: ONU
Primeira
Conferência
das Partes
(COP) sobre
biodiversidade
1995
1997
Primeira
Conferência
das Partes
(COP) para
redução
das emissões
de gases
do efeito
estufa,
em Berlim
Durante a COP 3, em Kyoto, são
adotadas as metas de redução
de emissões de gases do efeito
estufa para os países desenvolvidos.
Os países em desenvolvimento estão
desobrigados de adotar metas. No
mesmo ano, é criada a Global Report
Initiative (GRI), que se torna o padrão
mundial para relatórios de
sustentabilidade das empresas
1999
Lançado o Índice Dow Jones
de Sustentabilidade
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 5
LEIA MAIS
➤
●
A taxa de ocupação da rede
hoteleira do Rio para o
período da Rio+20 é de 93,80%,
índice só alcançado em
altas temporadas turísticas,
como Carnaval e Réveillon.
➤
●
Os eventos paralelos à
Rio+20, como a Cúpula dos
Povos, devem reunir entre 10 mil
e 15 mil pessoas. O evento
acontece de 15 e 23 de junho no
Aterro do Flamengo, zona sul.
➤
●
Conhecido defensor do
crescimento a qualquer
preço, o economista João Paulo
dos Reis Velloso, hoje com
80 anos, diz que a economia
verde é o novo futuro do Brasil.
Rodrigo Capote
Integrar economia
verde com redução da
pobreza é o desafio
Para Corrêa do
Lago, maior desafio
é discutir a
sustentabilidade
de forma ampla
Essa é a opinião do embaixador André Corrêa do Lago, negociador-chefe
do Brasil para a Rio+20, que defende ainda o fomento a novas tecnologias
Martha França
[email protected]
Dois temas caros ao Brasil serão discutidos na Rio+20: a
economia verde ou de baixo
carbono e instrumentos de governança para o desenvolvimento sustentável. Aparentemente genéricos, os temas já
ecoam as tensões que têm marcado os encontros patrocinados pelas Nações Unidas quando se busca um consenso. O
embaixador André Corrêa do
Lago, negociador-chefe do Brasil para a Rio+20, assinala que
a proposta da conferência que
será realizada no Brasil é equilibrar o foco da sustentabilidade
nos seus três pilares: econômico, social e ambiental. Para Lago, a Rio+20 deverá ir além da
conservação de recursos naturais, para mostrar como integrar essa questão à economia,
à redução da pobreza e ao fomento de novas tecnologias.
“O equilíbrio entre ambiental, social e econômico foi deturpado ao longo dos anos e queremos mostrar que a economia
“
O equilíbrio entre
ambiental, social
e econômico foi
deturpado ao longo
dos anos e queremos
mostrar que a
economia verde
pressupõe que os três
pilares não podem
ser dissociados
André Corrêa do Lago
Embaixador e negociador-chefe
do Brasil para a Rio+20
verde pressupõe que os três pilares não podem ser dissociados”, diz, lembrando o que chama de “espírito de Estocolmo”,
referindo-se à primeira conferência ambiental da ONU, realizada em Estocolmo, em 1972, e
na qual muitos países viam a
conservação de recursos como
contrária ao desenvolvimento.
Nesse contexto, afirma o embaixador, o Brasil defende uma
estrutura de governança ambiental transversal, no mais alto
nível, com a participação de organismos financeiros como o
Fundo Monetário Internacional
(FMI) e a Organização Mundial
do Comércio (OMC).
Em contraposição, a proposta europeia é de criação de uma
agência para o meio ambiente,
que substituiria o atual Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (Pnuma). “Nós
não nos opomos a que o Pnuma
seja fortalecido e ampliado,
mas tem que ser dentro do contexto do desenvolvimento sustentável e isso seria difícil se for
levado em conta só a questão
ambiental”, diz Lago.
“Eu acredito que as empresas
provaram em vários níveis que
pode haver um equilíbrio possível entre os três pilares”, afirma. Daí, segundo Lago, existir
um forte engajamento do setor
privado para ter um papel ativo
na Rio+20 e ajudar a avançar
em problemas como eficiência
energética, redução de emissões de carbono e eliminação de
subsídios para práticas insustentáveis, além de mecanismos de
mercado para financiar o desenvolvimento sustentado.
O governo brasileiro prevê a
realização, de 16 a 19 de junho,
antes da Rio+20, dos Diálogos
Sustentáveis, evento que irá
acontecer no Riocentro, o lugar
da reunião da cúpula, mas sem
caráter deliberativo. A ideia é definir painéis de alto nível relacionados ao desenvolvimento, com
temas como energia, segurança
alimentar, consumo e agricultura. Para enriquecer as discussões,
serão convidados renomados especialistas e ganhadores do Prêmio Nobel. “A ideia é que esses
debates tenham efeito sobre a sociedade mundial e brasileira aproveitando a visibilidade da conferência”, diz Lago. ‘É preciso que
todos tenham clareza de que essa
é a agenda do futuro.” ■
Acessibilidade e inclusão social entram na pauta
Serão produzidos documentos
em braille e em audiodescrição,
além de acessos especiais
O governo federal quer se tornar referência em acessibilidade para grandes eventos. Para isso, portadores de necessidades
especiais terão acesso a todas as
áreas da Rio+20, em junho.
2000
ONU lança as Metas
do Milênio, destinadas
a erradicar a pobreza
e a fome, reduzir a
desigualdade de gênero,
a mortalidade infantil,
combater a Aids
e a malária, garantir a
sustentabilidade e atingir
o ensino básico universal
As ações vão envolver não só
as pessoas credenciadas, mas todos os participantes dos eventos paralelos, que serão realizados em áreas da Barra da Tijuca,
Aterro do Flamengo, Píer Mauá
e Quinta da Boa Vista. Haverá
duas vertentes: a primeira se refere aos equipamentos físicos e
digitais e a segunda pretende ga-
2003
Bancos lançam os
Princípios do Equador,
incorporando
salvaguardas
ambientais em projetos
de financiamento acima
de US$ 50 milhões.
Em 2006, os valores
são revistos para acima
de US$ 10 milhões
rantir acessibilidade na própria
organização da Rio+20. Para isso, estão sendo contratadas pessoas com deficiência. Além da
acessibilidade física, há também a preocupação em relação
à acessibilidade de conteúdo
nos documentos oficiais da Conferência. Recursos como braille
(sistema de leitura para cegos),
2009
close caption (legenda oculta) e
em audiodescrição (ao vivo ou
gravada) serão utilizados.
O governo também pretende
que a inclusão social seja uma
marca da Conferência. Cerca de
1.000 jovens de comunidades
carentes do Rio de Janeiro e 500
universitários serão convidados
a participar. Ainda não estão de-
finidas todas as áreas em que
atuarão, mas atendimento ao
público será uma delas. Estes jovens receberão treinamento em
meio ambiente, desenvolvimento sustentável e direitos humanos, além de temas específicos
da Conferência. Os parceiros para este projeto ainda serão definidos. ■ G.M.
2010
A COP15 em
Copenhague une
os líderes
globais para
a criação de
medidas contra
o aquecimento
global. Apesar
disso, não há
acordo final
2012
Mais de 190 países assinam
o Protocolo de Nagoia,
como parte da Conferência
de Diversidade Biológica,
que garante acesso
e repartição de benefícios
da biodiversidade
e também um plano
estratégico de ações
até 2020
Conferência
das Nações
Unidas sobre
Desenvolvimento
Sustentável
ou Rio+20 vai
discutir a
governança
ambiental e a
economia verde
6 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
DESTAQUE ESPECIAL RIO+2O
Rio de Janeiro já tem 93% das
reservas de hotéis confirmadas
Nível de ocupação durante a realização da Rio+20 só se equipara a de eventos como Carnaval e Réveillon
Divulgação
Gabriela Murno, do Rio
[email protected]
CRONOGRAMA DA RIO+20
A taxa de ocupação da rede
hoteleira do
Rio de Janeiro
para o período da Rio+20
— de 20 a 22
de junho deste ano — é de
93,80%. Segundo a Associação
Brasileira da Indústria de Hotéis
do Rio de Janeiro (Abih-RJ), índices como este só são alcançados em altas temporadas, como
as do Carnaval e do Réveillon —
transmitidos para o mundo pelas redes de televisão. Em relação às categorias de hospedagens, 94,33% dos hotéis cinco
estrelas e 94,40% dos de categoria três e quatro estrelas já estão
ocupados. Estes números incluem os bloqueios feitos pela
própria organização da Conferência das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Sustentável,
responsável pela Rio+20.
Segundo o presidente da entidade, Alfredo Lopes, o parque
hoteleiro de cidades vizinhas,
como Niterói e Petrópolis, também está sendo mobilizado,
principalmente, para abrigar
hóspedes que vem à cidade para
eventos paralelos à Rio+20, mas
que não têm relação direta com
o evento. “Se a pessoa vai para
Itaguaí, por exemplo, pode ficar hospedada em Agra dos
Reis, não precisa ficar no Rio”,
afirma. Ainda segundo o presidente, no próximo dia 27, haverá uma reunião entre a entida-
Além da conferência, haverá
um conjunto de eventos
relacionados
FALTAM
RIO + 20
92dias
Ocupação dos hotéis do
Rio de Janeiro é de 93,80%
durante a Rio+20
13 A 15 DE JUNHO
PrepCom3: última reunião
preparatória de onde sairá
rascunho do documento final
da conferência
16 A 19 DE JUNHO
Diálogos com a Sociedade Civil,
patrocinado pelo governo brasileiro
com negociações e consultas
informais entre governos e
sociedade civil. Cúpula dos Povos,
organizada por entidades da
sociedade civil brasileira e
internacional. Eventos independentes
20 A 22 DE JUNHO
Conferência oficial com chefes
de Estado
Fonte: ONU
de, Ministério do Turismo, Embratur, Itamaraty e Grupo Terra
Mar (agência oficial da Rio+20)
para discutir como andam os
preparativos para o evento.
As reservas feitas pelo Comitê Nacional de Organização da
Rio+20 (CNO) têm influenciado
na ocupação dos hotéis. Segundo o Comitê, cerca de 80 chefes
de estado e de governo já confirmaram presença no encontro.
A expectativa é que este número chegue a 120. “Além de algumas delegações ainda não terem sido confirmadas, o número de participantes de cada uma
varia. A variação combinada
com a logística necessária de
deslocamento faz com que a seleção dos hotéis seja complicada. É um trabalho de formiguinha”, ressalta Alfredo.
A preocupação com a segu-
Eventos paralelos também
trazem visitantes à cidade
Cúpula dos Povos, de 13 a 23 de
junho, reunirá entre 10 e 15 mil
pessoas no Aterro do Flamengo
Os eventos paralelos à Rio+20
também atrairão visitantes.
Apenas para a Cúpula dos Povos, o principal evento que
acontece na esteira do principal, organizado pela sociedade
civil global, são esperadas entre
10 mil e 15 mil pessoas — dos
quais farão parte desde grupos
de jovens e indígenas até quilombolas. Mas esse tipo de público não deve lotar os hotéis — a
expectativa é que eles fiquem
acampados, mas o lugar ainda
não está definido.
Mas boa parte do
público desses
eventos paralelos
não deve lotar os
hotéis. A expectativa
é que eles fiquem
acampados, apesar
de o lugar ainda
não estar definido
A Cúpula dos Povos vai acontecer entre os dias 15 e 23 de junho no Aterro do Flamengo,
zona sul do Rio de Janeiro.
“Ainda estamos em negociação, porque queremos ficar
acampados no próprio Aterro
para não fragmentar o grupo”,
afirmou Carlos Henrique Painel à Agência Brasil. Carlos é
membro do Comitê Facilitador
Nacional da Rio+20.
Ele lembra que, além dos
acampamentos organizados,
devem vir ao Rio grupos de outros países da América Latina,
que terão dificuldade em encontrar hospedagem. ■ G.M.,
com agências
rança dos líderes é tamanha que
as nações confirmadas e seus locais de hospedagem não podem
ser divulgados. Apenas o governo espanhol declarou que virá
ao evento.
A Conferência chegou a ser
adiada quinze dias pela presidente Dilma Rousseff para que
um número maior de representantes pudessem comparecer.
A mudança foi feita para que a
Rio+20 não coincidisse com a
comemoração dos 60 anos de
coroação da rainha da Inglaterra, entre os dias 4 e 6 de junho,
pois vários líderes do G20 e de
países europeus vão participar
da festa britânica. Além disso,
países da Ásia pediram para que
a Conferência fosse marcada para uma data próxima a reunião
do G20, marcada para os dias 18
e 19 de junho, no México. ■
Conferência de Estocolmo
criou um marco ambiental
Reunião na Suécia deu origem
à criação da Secretaria Especial
de Meio Ambiente, no Brasil
A Conferência de Estocolmo foi
a primeira tentativa de organizar as relações entre o homem e
o meio ambiente. O encontro
foi realizado em junho de 1972,
na Suécia, e reuniu 113 países e
mais de 400 instituições governamentais e não governamentais. Os temas discutidos foram
a chuva ácida e a poluição.
A solução apresentada pelos
Estados Unidos, junto com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foi acabar com
as atividades industriais de todos os países por um período, já
que a indústria é o setor que
mais polui o ambiente. A decisão foi contestada pelas nações
em desenvolvimento, já que
elas tinham a base da economia
apenas na industrialização. Por
conta deste impasse, a Conferência ficou conhecida pela disputa do “desenvolvimento zero”, defendido pelos países ricos e pelo “desenvolvimento a
qualquer custo”, defendido pelos países em desenvolvimento.
No final da reunião foi concebido um documento relacionado aos temas ambientais, de preservação e uso dos recursos naturais. Depois de participar da
Conferência, o Brasil promoveu
a elaboração do decreto que instituiu em 1973 a Secretaria Especial do Meio Ambiente. ■
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 7
ENTREVISTA JOÃO PAULO DOS REIS VELLOSO Economista e ex-ministro do Planejamento (1969-1979)
Wilson Dias/ABr
“
Devemos avançar
em três áreas:
ambiental, agrícola
e energética. E abrir
uma nova frente
para a criação
da indústria verde,
que já nasce sem
emissões ou com
baixas emissões
de carbono
Precisamos mudar
o que os economistas
chamam de função
de produção ou a
maneira de produzir
Brasil precisa investir em inovação
para desenvolver a indústria “verde”
Velloso, que chegou a defender a poluição como preço para o crescimento, diz agora que sustentabilidade é o futuro do país
Martha França
[email protected]
Já se foi o tempo em que João
Paulo dos Reis Velloso defendia
o desenvolvimento econômico
a qualquer preço. Um dos estrategistas do chamado milagre
econômico brasileiro — ele foi
ministro do Planejamento entre
1969 e 1979 — Reis Velloso chegou a ser citado em editorial do
The New Yor Times sobre a 1ª
Conferência Mundial sobre o
Homem e o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, em 1972,
com a frase “Vamos à poluição.” Naquele momento, o modelo de desenvolvimento brasileiro baseava-se no uso dos recursos naturais considerados infinitos, em sistemas industriais
muito poluentes e na intensa exploração da mão de obra barata.
Mas o mundo mudou e Reis Velloso, hoje com 80 anos, também. Organizador do Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos
(Inae), ele lançou o livro “A
questão ambiental e a Rio+20”,
no qual sai em defesa da economia verde que, segundo ele, é
“uma grande oportunidade para o Brasil”. O economista diz esperar que a Rio+20, deixe um legado nessa direção ao país.
“
Temos um enorme
potencial de
biodiversidade com
a floresta amazônica
e não sabemos
aproveitar.
A estratégia é
simples: utilizar a
biodiversidade para
fazer biotecnologia.
Esta é a tecnologia do
século 21, que pode
se transformar em
algo tão importante
quanto a informação
e comunicação hoje
O Brasil está preparado para
usufruir da economia verde?
Esse é o momento das grandes
oportunidades para o Brasil. Devemos avançar em três áreas —
ambiental, agrícola e energética
— e abrir uma nova frente para
a criação da indústria verde,
que já nasce sem emissões ou
com baixas emissões de carbono. Precisamos mudar o que os
economistas chamam de função
de produção ou a maneira de
produzir. Precisamos criar um
sistema de inovação e de pesquisa e desenvolvimento verdes.
Nós temos melhorado em inovação, mas ainda não na criação
de uma indústria verde.
Como essa ideia se aplicaria
à agricultura e energia?
Nós não apenas temos uma grande tecnologia de agricultura tropical, mas de agricultura de baixo carbono. E temos uma matriz energética que é muito boa
porque é constituída principalmente de energias renováveis.
Deveremos avançar mais ainda
em energias renováveis, aumentando a participação da energia
elétrica, além de desenvolver
novas tecnologias de biocombustíveis. Temos duas propostas nessa área que vão entrar no
centro das discussões. Uma é a
opção pela energia elétrica,
com a possibilidade de desenvolver, por exemplo, o carro elétrico. Outra é mudar o sistema
de transporte público nas grandes metrópoles. Hoje, a base é o
ônibus, que não funciona. A proposta que fazemos é mudar para
um sistema a base de trens,como metrô e VLT (veículo leve sobre trilhos). Ônibus é ruim.
Como o Brasil poderia avançar
em pesquisa e desenvolvimento
para uma economia verde?
Temos um enorme potencial de
biodiversidade com a floresta
amazônica e não sabemos aproveitar. A estratégia é simples:
utilizar a biodiversidade para fazer biotecnologia. Esta é a tecnologia do século 21, que pode se
transformar em algo tão importante quanto a informação e comunicação. Existe uma empresa na Ilha do Fundão que produz sabe o quê? Moléculas. Exporta moléculas para as indústrias farmacêutica e agrícola, e
aeroespacial. Este é o futuro.
Em 1972, na conferência de
Estocolmo, o senhor não era
um entusiasta da economia
verde. O que mudou?
Há muito tempo que o Brasil enveredou para este caminho de
criar uma economia verde ou
de evitar a poluição. No segundo PND (Programa Nacional de
Desenvolvimento), de 1974, já
havia um capítulo sobre controle de poluição. Isso era muito
avançado na época. Depois criamos a Secretaria Especial do
Meio Ambiente que resultou no
Ministério do Meio Ambiente. E
tomamos outras medidas: proibimos, por exemplo, qualquer
incentivo financeiro ou fiscal
em indústrias localizadas na
Grande São Paulo, porque a região já era muito poluída. Adotamos medidas para que a indústria crescesse no interior ou em
outros estados. Naquela época
havia uma história de que São
Paulo não podia parar. Dissemos que podia. São Paulo podia
se desenvolver pelos serviços.
O que o sr. espera da Rio+20?
Que ela caminhe na direção certa e comece a entender que temos de evoluir para a história
da economia verde, ou de PIB
Verde. E que ela deixe um legado, ou seja, algo que realmente
possa ser útil durante dez anos.
Pelo menos que abra caminho e
tenha visão estratégia, e o sentido de legado, herança que ela
vai deixar. Os acordos podem
resultar daí. ■
8 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
BRASIL
Editora: Elaine Cotta [email protected]
Subeditora: Ivone Portes [email protected]
Intervenção do governo no
texto do Código Florestal é
“descabida e antidemocrática”
Sérgio Lima/Folhapress
Ex-ministro de Lula, Roberto Rodrigues
critica pressão para a aprovação da
versão pró-ambientalistas do texto atual
Pedro Venceslau
[email protected]
Um dos personagens mais influentes na primeira gestão do
ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues reforçou a pressão dos ruralistas sobre a presidente Dilma Rousseff
para que ela aprove o mais rápido possível a versão do Código
Florestal que está sendo modificada pela Câmara dos Deputados. “A intervenção do executivo para que se vote de qualquer
jeito a versão que veio do Senado é descabida e antidemocrática. Espero que o governo recue”, disse o ex-ministro ao BRASIL ECONÔMICO durante um almoço com empresários promovido
pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), em São Paulo.
Segundo Rodrigues, o projeto
original relatado pelo então deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) era
equilibrado, mas tornou-se favorável aos ambientalistas depois
das alterações feitas no Senado.
“O relatório do Aldo Rebelo na
Câmara foi aprovado com de
mais de 400 votos contra 60.
Aquilo foi uma vitória da democracia. É evidente que não existem 400 deputados ruralistas.
Mas aí o Senado desequilibrou a
favor dos ambientalistas. Tanto é
verdade que eles querem votar essa versão do Senado. Se alguém
perdeu, foram os ruralistas.”
O ex-ministro disse que acha
“uma pena” que a presidente
cogite vetar o Código caso ele sofra muitas mudanças na Câmara. “O Código Florestal poderia
ser um grande troféu a ser exibido pelo Brasil na Rio+20 (Conferência das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Sustentável).
O Brasil tem grandes exemplos
no agronegócio para mostrar”.
Os líderes partidários do Congresso esperam definir ainda hoje quando a pauta será votada. A
base aliada sinalizou que pode
Roberto Rodrigues
acredita que Senado
desequilibrou
Código Florestal
“
O relatório do
deputado federal
Aldo Rebelo (sobre o
Código Florestal) na
Câmara foi aprovado
com mais de 400
votos contra 60.
Aquilo foi uma
vitória da
democracia.
É evidente que não
existem 400
deputados ruralistas.
Mas aí o Senado
desequilibrou a favor
dos ambientalistas
Roberto Rodrigues
Ex-ministro da Agricultura
do governo Lula
ceder pouco, permitindo a flexibilização das regras de recomposição de áreas desmatadas.
Um ponto que causa ansiedade entre os ruralistas é o decreto que suspende multas aos desmatadores, cujo o prazo expira
no dia 11 de abril. Se o impasse
prosseguir, a presidente pode
prorrogar a anistia, mas só até
que a Câmara chegue a um acordo e aprove o texto do Senado
no formato integral.
Dilma teme que se o texto que
veio do Senado for muito modificado pelos ruralistas, ela enfrentaria um constrangimento internacional na Rio+20, um evento
que já ameaça ser esvaziado (leia
mais na pág.4). O veto presidencial blindaria o governo das críticas dos ambientalistas, mas colocaria o debate na estaca zero.
Nesta semana, a ordem do governo é concentrar as energias da base na votação da Lei Geral da Copa (veja matéria ao lado). ■
“A pressão sobre o governo será menor depois
da Rio+20”, diz Alfredo Sirkis, do PV
Deputado membro da Frente
Ambientalista da Câmara diz que
efeito negativo de adiar projeto
O deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), membro da Frente
Ambientalista da Câmara, teme
que o adiamento da votação
do Código Florestal para depois
da Conferência Rio+20 acabe
tendo um efeito negativo. “Não
acho o adiamento positivo porque as pressões internacionais
sobre o governo serão menores
depois (do evento da ONU). O
melhor seria que a presidente
vetasse
o projeto e colocasse a bola no
meio de campo para começarmos tudo de novo”, afirma.
A pressão dos ambientalistas
sobre Dilma deve aumentar
esta semana com a realização
Fórum Mundial de Sustentabilidade. O evento, que começa
quinta-feira em Manaus, reunirá ambientalistas de vários países, além do ex-presidente Fer-
nando Henrique Cardoso, do exprimeiro ministro da França Dominique de Villepin e da ex-primeira ministra da Noruega Gro
Harlen Brundtland. Durante
o evento, a ONG Greenpeace começará no Rio Negro uma viagem que percorrerá o litoral brasileiro e terminará no
Rio de Janeiro em junho, quando começa a Rio+20. A ideia é
coletar assinaturas em defesa
da Lei do Desmatamento Zero. ■ P.V
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 9
Marcela Beltrão
Remédios terão reajustes de até 5,8%
Resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos
(Cmed) publicada ontem no Diário Oficial da União autoriza reajustes
de até 5,85% no preço dos remédios vendidos em todo o país.
As alterações podem ser feitas a partir do próximo dia 31 e devem
ter como referência o chamado preço do fabricante (limite usado
por laboratórios ou distribuidores de medicamentos para venda no
mercado brasileiro) cobrado em 31 de março de 2011. ABr
ACALMANDO ÂNIMOS
Planalto
liberaemendas
em abril
O Planalto decidiu agilizar a liberação de emendas parlamentares para a partir do mês de
abril na tentativa de conseguir aplacar a crise com partidos aliados no Congresso e tentar aprovar três propostas que
considera importantes já nesta semana, afirmaram à Reuters fontes do governo.
A negociação da liberação
dos chamados restos a pagar e
dos valores empenhados em
2011 foi intensificada no final da
última semana e veio a reboque
do acirramento das relações do
Planalto com os parlamentares,
em consequência da troca de lideranças na Câmara e no Senado anunciada pela presidente
Dilma Rousseff — o que ameaçava a aprovação de propostas
consideradas prioritárias pelo
governo no Congresso.
A negociação é coordenada
pela Secretaria de Relações Institucionais, comandada pela
ministra Ideli Salvatti, e pelo
gabinete da presidente.
O movimento do
Planalto veio a
reboque do recente
acirramento das
relações com
parlamentares
da base aliada
Segundo uma fonte que participou das negociações, além de
restos a pagar, o governo pode
sinalizar com a liberação mais
empenhos. “O governo vai ter
que liberar bem mais (do que
restos a pagar) para fazer as
coisas andarem, porque a situação no Congresso está difícil”, disse a fonte, que participou das discussões.
Uma fonte do Planalto afirma que o foco é definir as liberações de restos a pagar, que
podem ser utilizados imediatamente para projetos nas bases
eleitorais dos parlamentares.
As emendas são previstas em
lei, mas o governo pode liberar na medida em que achar
conveniente.
“Esta é uma tática antiga: o
governo congela emendas e libera emendas a conta-gotas
quando tem problemas no Congresso”, critica um deputado
do PMDB. ■ Reuters
Dilma cobra aprovação da Lei
Geral da Copa pelo Congresso
Em reunião com líderes, presidente tenta driblar crise na base de sustentação do governo para
acelerar a votação do projeto, que tem como ponto mais polêmico a liberação de bebidas alcoólicas
Jose Cruz/ABr
A Lei Geral da Copa foi o tema
central de reunião da presidente Dilma Rousseff com líderes
do governo no Congresso e com
ministros, realizada ontem, em
Brasília. A matéria, que tramita
na Câmara dos Deputados, tem
sofrido atrasos. O mais recente
deles foi provocado por uma crise na base de sustentação do governo, que impossibilitou sua
votação no plenário da Casa ao
longo da última semana.
Segundo o líder do governo
na Câmara, o deputado Arlindo
Chinaglia (PT-SP), Dilma ressaltou a importância de afinar o
discurso entre os aliados para
acelerar a votação do tema, já
que a Lei ainda terá de passar pelo Senado — e o governo vem
sendo pressionado pela Fifa para pela aprovação rápida.
Durante reunião, a presidente ouviu um relato do ministro
do Esporte, Aldo Rebelo, sobre
os compromissos assumidos
com a Fifa, entre eles a autorização para a venda e consumo de
bebidas alcoólicas nas arenas esportivas, um dos dispositivos
mais polêmicos da Lei Geral da
Copa — já que o Código de Defesa do Torcedor, que proíbe a
venda de bebidas nos estádios.
A permissão consta de uma
lista de garantias dadas pelo governo brasileiro à entidade que
comanda o futebol mundial para sediar o evento, mas o compromisso chegou a ser ameaçado durante a crise na última semana que resultou na troca dos
líderes do governo na Câmara e
no Senado. “Tratamos da tramitação da Lei Geral da Copa. Passamos e repassamos todos os
compromissos e termos aditivos desses compromissos assumidos pelo governo brasileiro”,
disse Aldo após a reunião com
Dilma. “Compromissos que o
governo brasileiro honrará.”
Em uma reunião na última semana com o novo líder da base
na Câmara, líderes aliados e o
relator da Lei GEral da Copa, deputado Vicente Cândido (PTSP), representantes da Casa Civil informaram que o governo
não tinha interesse em incluir
a comercialização de bebidas alcoólicas no projeto. O argumento era que evitar tocar no assunto poderia facilitar a aprovação
da matéria num momento de
Em reunião com novo
líder na Câmara,
Arlindo Chinaglia,
recomendou agilidade
ao projeto
O QUE ESTÁ EM JOGO
Polêmica cerca Lei Geral da Copa
Presidente Dilma colocou ontem, durante
reunião com líderes, a votação da Lei Geral
da Copa entre as prioridades de seu
governo
Na última semana, governo e Congresso
bateram cabeça em temas envolvendo a lei
O pivô da discussão foi a liberação do
consumo de bebidas alcoólicas durante
a realização do Mundial no país
A venda é uma exigência da Fifa e faz
parte dos compromissos entre governo
e a entidade máxima do futebol
Fonte: Brasil Econômico
fragilidade da base aliada do governo, o que não interessa ao
Planalto. A Fifa, por outro lado, tem interesse financeiro
neste ponto do projeto, pois
um dos seus patrocinadores oficiais é uma cervejaria. Mas o tema recebe críticas de diversos
setores da sociedade, principalmente o religioso.
À época, o ministro do Esporte — que era Orlando Silva — intercedeu e divulgou nota afirmando que o governo brasileiro
irá cumprir o compromisso assumido com a Fifa. Cândido
também garantiu que a autorização para a venda de bebidas estará presente no texto.
Ambiente
O líder do governo na Câmara
acredita ser possível votar a Lei
da Copa nesta semana. Uma decisão definitiva, no entanto, só
ocorrerá depois de reuniões de
Chinaglia com líderes de todos
os partidos. “Eu avalio que seja
possível”, disse o deputado a
jornalistas ontem. “Amanhã
(hoje) terei reuniões com líderes da base e também procurarei os líderes da oposição para
analisarmos o momento de votar (a lei)”, afirmou.
De acordo com Chinaglia,
nessas reuniões também será
avaliado qual texto tem mais
condições de ser aprovado. ■
GUERRA FISCAL
Governadores querem tempo para discutir mudanças no ICMS
O governador de Santa
Catarina, Raimundo Colombo,
propôs à ministra de Relações
Institucionais, Ideli Salvatti,
mais tempo para se adaptar
à Resolução 72, que uniformiza
as alíquotas do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias
e Serviços (ICMS) interestadual
para bens e mercadorias
importadas.
O governo pretende aprovar
a mudança nas alíquotas do
ICMS para produtos importados
até abril, mas a proposta
enfrenta resistência dos
governadores de estados que
têm políticas de incentivos
fiscais para essas operações.
A resolução, de autoria do
ex-líder do governo na Casa,
senador Romero Jucá
(PMDB-RR), depende de
aprovação do Senado, e prevê
a uniformização das alíquotas
do tributo para produtos
importados em 4%. ABr
10 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
BRASIL
Renato Araujo/ABr
SAÚDE
RESERVAS INDÍGENAS
Ministério suspende contrato com empresas
que fraudaram licitação em hospital público
Proposta que revê poderes da Funai será
votada hoje na Câmara dos Deputados
O Ministério da Saúde vai suspender os contratos com as empresas que
ofereceram propina para fraudar licitação de emergência do Instituto
de Pediatria do Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro. As empresas denunciadas na reportagem
exibida pela TV Globo são Toesa Service, Locanty Soluções, Bella Vista
Refeições Industriais e Rufolo Serviços Técnicos e Construções. ABr
A PEC 215, que transfere a aprovação de demarcações de terras
indígenas da Fundação Nacional do Índio (Funai) para o Congresso
Nacional, será votada hoje pela Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania. Para o deputado Vilson Covatti (PP-RS), a alteração excluirá
um “resquício do sistema inquisitivo” da Funai, que não respeita
as partes interessadas — índios e não índios — do processo. Redação
Evaristo Sá/AFp
Câmbio não
é principal
obstáculo
à indústria
Segundo economistas, baixa
produtividade e falta de qualificação são
gargalos mais sérios a serem superados
Rafael Abrantes
[email protected]
O avanço de produtos e insumos importados sobre a economia brasileira não se deve apenas à valorização do câmbio. Especificamente no caso da indústria, fatores como produtividade e qualificação da mão de
obra, apontam economistas,
vêm ganhando peso e, desde o
ano passado, têm colaborado para agravar os resultados negativos para o setor, que vê sua
competitividade diminuir.
“É um absurdo colocar todos os males da produção industrial sobre o câmbio. Alguns setores da indústria precisam urgentemente ganhar
A participação de
bens estrangeiros
no mercado nacional
atingiu 19,8% em
2011, alta de dois
pontos percentuais
em relação ao ano
anterior, segundo
pesquisa da CNI sobre
abertura comercial
da indústria brasileira
ABERTURA COMERCIAL DA INDÚSTRIA
Coeficiente mostra participação das exportações e importações,
em % sobre a produção da indústria
TOTAL INDÚSTRIA
2009
25
20
16,5% 17,8%
19,8%
16,6% 17,8%
19,8%
2010
17,5% 19,1%
2011
21,7%
15
10
5
0
Exportações
Produtos Importados
Insumos Importados
INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
25
20
15
19,6%
22,4%
14,8% 13,9% 15,0%
18,5%
15,3% 16,6%
17,8%
EXPORTAÇÕES
PRODUTOS IMPORTADOS
INSUMOS IMPORTADOS
10
5
0
Fontes: CNI, Funcex, Secex, IBGE e FGV
Setores ligados
à informática
e eletrônica puxam
a fila do crescimento
de importados
em produtividade e qualificação”, diz o professor de Economia da Universidade de Brasília (UNB), Jorge Nogueira.
O especialista se refere à pesquisa divulgada ontem pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI), que mostra que o
nível de consumo de produtos
importados foi recorde no Brasil no ano passado. Segundo o
levantamento, um em cada cinco produtos industriais comercializados tinha sua origem fora
do país. A participação de bens
estrangeiros no mercado nacional atingiu 19,8% em 2011, alta
de dois pontos percentuais em
relação ao ano anterior (veja
gráfico ao lado). A entrada de
mercadorias e insumos estrangeiros na cadeia produtiva é
atualmente a maior preocupação de diversos setores da indústria brasileira, que aponta a
forte valorização do câmbio como responsável pela concorrência externa. Ainda segundo a
CNI, do total de 27 setores das
indústrias extrativa e de transformação, 21 tiveram aumento
de participação dos importados
entre 2010 e o ano passado.
As maiores elevações foram
sentidas nos setores de informática, eletrônicos e ópticos,
de 45,4% para 51%; máquinas
e equipamentos, de 32,5% para
36,8%; e derivados do petróleo
e biocombustíveis, de 17,8%
para 23,3%. O índice de insumos importados é ainda maior
que o de mercadorias, chegando a 21,7% no ano passado, ante 19,1% em 2010.
Para o economista Júlio Gomes de Almeida, do Instituto
de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), o acesso crescente dos insumos estrangeiros à indústria nacional
é o que gera mais preocupação. “É mais difícil a indústria
se recuperar de um processo
de importação de insumos porque são criadas relações de
clientela com fornecedores”,
afirma. “E os motivos são a perda de competitividade, com
um câmbio que não nos favorece, e o baixo crescimento da
produtividade.” Almeida acredita que ações do governo na
tentativa de desvalorizar o
câmbio são corretas, mas reconhece que o aumento dos níveis gerais de produção merecem ser melhor observados.
Para Nogueira, da UNB, é evidente que enquanto o real se
mantiver valorizado no mercado internacional a indústria brasileira terá que conviver com a
presença dos importados. No
entanto, diz, os atuais coeficientes de participação dos importados ainda não são provas de sucateamento da indústria nacional. “Índices de até 25% para insumos importados e 30% para
produtos não são ruins”, afirma, projetando que o Brasil deverá continuar registrando números crescentes de importados nos próximos anos.
“Estabelecer cotas de importação para alguns setores não
vai garantir ganhos de produtividade e eficiência para nossa
indústria”, diz Nogueira. ■
BALANÇA
Exportações
não superam
importados
Além do retrato da participação
dos importados na indústria nacional, a pesquisa “Coeficientes
de Abertura Comercial”, da Confederação Nacional da Indústria
(CNI), também revela o estágio
das exportações do setor.
No ano passado, o volume total de vendas da indústria ao exterior ficou em 19,8%. Os índices de 2009 e 2010 — 16,5% e
17,8%, respectivamente — são
idênticos aos da entrada de produtos importados no mesmo
período. A maioria dos 27 segmentos, contudo, mostra estabilidade nos coeficientes de exportação, com exceção para Metalurgia, que aumentou de
23,3% em 2010 para 30,2% no
ano passado; biocombustíveis
(de 9,2% para 15,9%); e embarcações (de 7,1% para 48,5%) —
todos integrantes da indústria
de transformação.
Neste setor, entretanto, quando comparamos as exportações
com os índices de produtos e insumos importados, no ano passado, o saldo é negativo para a
indústria nacional. A participação de 15% das exportações é
superada por índices de 18,5%
de produtos importados e
22,4% de insumos. ■ R.A
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 11
12 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
INOVAÇÃO & EMPREENDEDORISMO
QUARTA-FEIRA
QUINTA-FEIRA
EDUCAÇÃO/GESTÃO
SUSTENTABILIDADE
Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]
Um grande negócio que
começou com três jacarés
O aparecimento desses animais na fazenda de Maria Cristina Ruffo, em Alagoas, foi o ponto de partida
para a fundação do Criatório Mr. Cayman, que prevê chegar a 100 mil matrizes nos próximos oito anos
Ricardo Kuehn/FOlhapress
Weruska Goeking
[email protected]
A ideia de montar um criatório de
jacarés-de-papo-amarelo com a
intenção de comercializar sua pele quando a espécie típica da América Latina estava sob risco de extinção parecia um tanto absurda
em 1994, ano em que três desses
animais apareceram em uma fazenda da família de Maria Cristina Ruffo, em Maceió (AL). Dos lagos dessa propriedade, ela retirava os peixes que seram oferecidos
em seus restaurantes.
Naquela época, ela já havia se
formado em jornalismo e investido em vários pequenos negócios,
nas áreas de softwares e de recursos humanos. Nascida em Santos,
litoral paulista, a empresária decidiu se mudar para o Nordeste
após sofrer um enfarte aos 34
anos. “Resolvi mudar para Maceió, viver uma vida mais tranquila e sossegada. Minha situação
era difícil: recém enfartada, com
três filhas menores de 12 anos de
idade, recém separada e numa cidade totalmente nova”, lembra.
A veia empreendedora de Maria Cristina fez com que, ainda
no primeiro ano em Maceió,
abrisse seu primeiro restaurante. Dois anos depois já eram quatro estabelecimentos.
Os negócios iam bem, mas Maria Cristina não pôde ignorar a
oportunidade diante de seus
olhos. O inusitado encontro com
os jacarés despertou na empresária a vontade de investir na área.
“Embora eu não entendesse nada do assunto, eu sabia que tudo
de jacaré dá dinheiro. Fiz pesquisa de campo e visitas a criatórios
existentes no mundo (Austrália,
Egito e Estados Unidos)”, conta.
A ideia era montar um criatório com técnicas de manejo
criadas por ela mesma e seu marido especializado em etologia,
ciência que estuda o comportamento animal.
Entretanto, o processo de extinção em que se encontrava a espécie impedia qualquer exploração comercial legal dos animais.
Criatório de jacarés-de-papo-amarelo em Maceió
ajudou animais a sair da lista de extinção
“
Embora eu não
entendesse nada
do assunto, eu
sabia que tudo de
jacaré dá dinheiro
Maria Cristina Ruffo
Diretora-geral do Mr. Cayman
ção do registro comercial de seu
criatório, o primeiro do Brasil.
Para isso, ela precisou colaborar
para a reprodução dos jacarésde-papo-amarelo no país. Foram oito anos de estudo para alavancar os índices de natalidade
da espécie, devidamente comprovados e documentados.
Sob a denominação Criatório
Mr. Cayman, suas atividades
iniciaram ainda em 1994, mas
sem finalidade comercial. A partir dos três jacarés que apareceram espontaneamente na fazenda, a empresária deu início à reprodução em cativeiro.
“Fui atrás de compradores na
Europa e Brasil. Foram anos de
muito trabalho, sem retorno,
pois eu ainda não estava autorizada a vender meus produtos”
A espécie foi declarada oficialmente fora de risco de extinção
em 12 de dezembro de 2002.
Combate à extinção
Mão de obra local
Maria Cristina focou seus esforços, de 1994 a 2002, na obten-
Maria Cristina conta que dá preferência à contratação de mão de
■ CRIATÓRIO
■ PROJEÇÃO
■ ABATIMENTOS
obra local. Apenas três funcionários são responsáveis pela criação
dos 12 mil animais e outros seis ficam com a parte do manejo, que
é coordenado por seu marido etólogo e por uma veterinária.
Além disso, funcionários devem ser treinados por especialistas italianos para trabalhar no
curtume próprio da empresa,
previsto para ser inaugurado em
outubro deste ano. “Vamos trazer experts italianos para ensinar
o trabalho para que o curtume
funcione como ‘top de linha’, assim como é na Itália”, avisa.
Presente e futuro
Atualmente, o Mr. Cayman detém o posto de maior criatório
da espécie no mundo, com 12
mil jacarés-de-papo-amarelo
e a meta é chegar ao final do
ano com 16 mil.
Para 2020, Maria Cristina espera chegar às 100 mil matrizes, com um crescimento exponencial que deve ser garantido
pela construção de um “criató-
■ FATURAMENTO
rio-modelo”, também em Maceió. “Vamos conseguir aumentar o número de ovos”, conta a
empresária.
Metade das peles extraídas
dos animais é exportada e a produção nacional dá origem a bolsas, sapatos, carteiras e até bancos para motos e automóveis. ■
ORIGEM
✽
●
Nome do criatório
é inspirado no latim
O nome jacaré-de-papo-amarelo
vem do latim “caiman latirostris”
que, por sua vez, deu origem
ao nome do criatório Mr. Cayman.
Após a transformação
da matéria-prima em produto
final, os sapatos, bolsas,
cintos e carteiras produzidos
pela empresa são vendidos
com a grife Mr. Krocco,
nome fantasia da empresa.
■ EXPORTAÇÃO
Número de animais hoje
Meta de animais para 2020
Volume mensal
Estimativa de crescimento
Volume de produção
12
100
200
40
50
mil
mil
%
%
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 13
SEXTA-FEIRA
SEGUNDA-FEIRA
TECNOLOGIA
ECONOMIA CRIATIVA
Fotos: divulgação
MARCELO
NAKAGAWA
PRODUTOS FEITOS COM A PELE DO JACARÉ
Professor e coordenador
do Centro de
Empreendedorismo do Insper
O Bartleby em todos nós
As peles extraídas dos animais do Criatório Mr. Cayman são curadas, salgadas,
recebem bactericida e seguem para um curtume na Itália, onde são coloridas e
envernizadas. De volta ao Brasil são transformadas em produto final.
Criatório tira animal da lista
de ameaçados de extinção
Maria Cristina Ruffo, diretorageral e idealizadora do Criatório
Mr. Cayman, investiu em pesquisas de métodos de criação e
diferentes experimentações de
manejo, acomodação e nutrição
para conseguir a multiplicação
dos jacarés-de-papo-amarelo.
A espécie estava na chamada
“lista vermelha” do Ministério do
Meio Ambiente (MMA), em que
constam as espécies brasileiras
em processo de extinção. Sem a
saída desses animais da lista, o
criatório comercial seria inviável.
Muitas etapas tiveram que
ser vencidas, entre elas a comprovação de natalidade, por
meio de trabalho realizado no
criatório com acompanhamen-
Um dos recursos
técnicos que
contribuíram
para o sucesso da
reprodução em
cativeiro foi uma
chocadeira elétrica
desenvolvida
pelo marido da
empresária Maria
Cristina Ruffo
to do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama).
Um dos recursos técnicos que
contribuiu para o sucesso da reprodução em cativeiro foi uma
chocadeira elétrica desenvolvida pelo marido da empresária.
A espécie deixou a lista oficialmente em 12 de dezembro
de 2002, mas o criatório só recebeu a licença para o funcionamento comercial em 2010. “O
Mr. Cayman não é o único responsável, mas ele contribuiu
com o índice de natalidade comprovado”, afirma Maria Cristina. De acordo com ela, o abatimento é humanizado, por meio
de pistola pneumática. ■
RECONHECIMENTO
Idealizadora do Mr. Cayman
recebe prêmio do Sebrae
A idealizadora do criatório Mr.
Cayman, Maria Cristina Ruffo,
foi a vencedora do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios em
2011 na categoria Pequenos Negócios por sua empresa pioneira
no ramo. “Ela se destacou pelo
senso de oportunidade e caráter
inovador de seu negócio, além
de sua capacidade de gerenciar
processos e monitorar resultados”, afirma o Sebrae em nota
sobre as vencedoras, anuncia-
das no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março.
O prêmio é destinado a mulheres empreendedoras brasileiras, cujos negócios devem estar formalmente estabelecidos
há pelo menos um ano. As participantes devem, obrigatoriamente, ser proprietárias de micro e pequenas empresas ou integrante de grupos de produção formal, como cooperativas
e associações de pequenos ne-
gócios produtivos, com geração de trabalho e renda.
As candidatas podem concorrer nas categorias Pequenos Negócios e Negócios Coletivos. As duas vencedoras nacionais terão também a oportunidade de participar de uma Missão Internacional.
As inscrições já estão abertas
e podem ser feitas no site www.
mulherdenegocios.sebrae.com.
br até o dia 31 de agosto. ■
Não. Prefiro não. Prefiro não fazer. Prefiro não fazer isto.
Ou mesmo aquilo. Eu sei, mas prefiro não. Sei fazer, mas
prefiro não. Sei que é importante, mas prefiro não. Prefiro
não agora. Prefiro não. Não. Até tentei colocar algumas palavras a mais nas frases de Bartleby, mas ele prefere não.
Aclamado como uma das obras literárias mais importantes para a humanidade, Bartleby é o título e o personagem principal do conto escrito em 1853 por Herman
Melville, mais famoso por Moby Dick. Na estória, Bartleby é auxiliar em um escritório em Wall Street. Tudo ia
bem até que certo dia, ao ser requisitado para revisar
um documento, ele simplesmente responde: prefiro
não fazer. Depois que a irritação passa, seu chefe tenta
entender porque ele agia daquela forma. E Bartleby continuou preferindo não fazer cada vez mais coisas. E um
dia, morreu de fome. Preferiu não comer. Mas ele preferiu não ir embora e passou a existir em todos nós e nas
coisas que preferimos não fazer em nosso dia-a-dia.
Coisas triviais como preferir não se dedicar mais aos
estudos e depois sentir falta de um conhecimento específico no futuro, de preferir não apostar no seu talento pessoal e depois reclamar sobre suas condições de trabalho
e de preferir não ajudar o
mundo a ser melhor e dePara quem já
pois ficar horrorizado com
foi um náufrago as notícias do jornal.
Para os que se incomodam
e chegou ao
com a Síndrome de Bartleby
país sem nada,
há vários tratamentos. Um
deles chegou ao Brasil em
começar um
1979 vindo do Vietnã e se
novo negócio
chama Thai Quang Nghia.
era um desafio
Bartleby desaparece no momento em que Nghia surge
mentalmente
entre nós. Ambos não falasimples
vam, não tinham dinheiro e
nem perspectiva de futuro.
Mas Nghia só não falava, no início, porque não sabia
uma só palavra em português. Resgatado por um navio
da Petrobras no Oceano Pacífico e fugindo do regime
comunista do seu país, chegou ao Brasil só com a roupa
do corpo e sem nenhum dinheiro. Sobreviveu nos primeiros meses com uma ajuda de US$ 50 mensais que recebia da Organização das Nações Unidas (ONU) como
refugiado. Seu futuro parecia ser o mesmo dos outros
que se refugiaram no Brasil: desconhecido.
Mas não é que Nghia preferiu estudar! Em um caderninho simples criou um dicionário vietnamita-português.
Lia livros nas bibliotecas públicas no centro da cidade
para aprender nosso idioma e nos sebos para prestar vestibular. Cinco anos depois entrava no Instituto de Matemática e Estatística (IME/USP). Isto é uma humilhação
para os Bartlebies que querem atingir seus objetivos.
Nghia conseguiu um bom emprego na área de informática de um grande banco. Ganhava bem, mas preferiu apostar no seu talento pessoal de criar relações pessoais em vendas e fundou a Yepp, que depois se tornou a Góoc, para comercializar bolsas e calçados. Para quem já foi um naufrago
e chegou ao país sem nada, começar um novo negócio era
um desafio mentalmente simples. Isto é uma provocação
para os Bartlebies que querem apostar em seus potenciais.
Mas Nghia não queria montar um negócio qualquer,
queria devolver as coisas boas que tinha recebido do
país que o acolheu. Com isto, a Góoc se especializou em
moda sustentável há mais de duas décadas, quando sustentabilidade era apenas um princípio da física. E isto é
uma inspiração para os Bartlebies que querem mudar o
mundo. É bem provável que prefira não decorar o nome
deste tratamento para a Síndrome de Bartleby. Mas tenho certeza que não se esquecerá do seu principio ativo:
empreendedorismo. É isto que nos torna menos Bartleby e mais a expressão de nós mesmos. ■
14 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
ENCONTRO DE CONTAS
MARCADO
● O prêmio Nobel de Economia e criador do Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH), Amartya Sen, será um dos intelectuais do time de
debatedores do Ibmec Conference, que discutirá O Brasil no Novo
Cenário Global, em São Paulo. O programa de palestras, entre 18 de
abril e 30 de maio, terá ainda Gustavo Franco, Maílson da Nóbrega,
Marcos Troyjo, Miguel Reale Jr., Roberto Civita e Roberto DaMatta.
● A Cultura Inglesa promove na sexta-feira, em São Paulo, mais
uma edição do Business Talks, palestras em inglês sobre negócios.
LURDETE ERTEL
[email protected]
Fotos: divulgação
Elegância a bordo
Desembarca em São Paulo nesta
semana o presidente mundial
da Tumi, Jerome Griffith.
O CEO da maior marca global de
acessórios premium para viagem
e negócios fará rasante no país
para comandar a inauguração da
primeira loja da grife no Brasil.
A unidade de estreia da Tumi no
mercado brasileiro será aberta
na quinta-feira, no Shopping
Iguatemi São Paulo.
Tablet verde-amarelo
Apelo brasileiro
Depois de 17 anos de
abstinência, acaba de reabrir
em Coimbra (Portugal) um
histórico ponto gastronômico
que faz homenagem ao Brasil.
Fundado em 1928, o Café
A Brasileira foi reinaugurado
com sua função tradicional,
após passar quase duas
décadas cedendo lugar
a uma loja de roupas.
O café e restaurante
de Coimbra é famoso
em Portugal como antigo
palco de reuniões políticas
e literárias e, por isso, foi
ícone na cidade por décadas.
“A Brasileira” é uma marca
tradicional em Portugal,
com endereços assediados
também em Braga e Lisboa.
Na capital portuguesa,
a cafeteria foi fundada
em 1905 e ganhou
este nome por servir “o
genuíno café do Brasil”.
O grupo educacional Uninter vai lançar na sexta-feira a pedra
fundamental da fábrica de computadores que construirá em
Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.
Com investimento de R$ 87 milhões, a empresa planeja produzir,
de largada, 350 mil unidades por ano - entre tablets, notebooks,
netbooks e desktops. A planta é anunciada como a primeira
indústria de tablets de capital nacional no país. Numa segunda fase,
a fábrica deve ganhar uma linha de produção de telefones móveis.
Pano para manga
Com novo Centro de Distribuição
inaugurado em janeiro de 2012
no Rio, a marca feminina
Enjoy está tirando da manga
o projeto de inaugurar 100 lojas
nos próximos cinco anos.
Hoje, a rede carioca soma
34 lojas próprias e 27 franquias,
além de vender suas confecções
em cerca de 300 lojas
multimarca do país.
As filiais mais imediatas
serão abertas em São Paulo,
Rio e Belo Horizonte.
Arte na moda
Pelas beiradas
Depois de debutar no varejo de São Paulo com uma loja em Presidente
Prudente, o grupo catarinense Havan começa a avançar no Estado.
A maior rede brasileira de lojas de departamento já iniciou obras e
contratações para sua filial em Araçatuba, orçada em R$ 20 milhões.
A loja deve abrir em maio em antiga área da Rede Ferroviária Federal.
Jogando âncora
Aprendizagem divertida
Já está em obras em São Paulo
a primeira unidade brasileira
da KidZania®, rede internacional
que mistura educação e
entretenimento (‘Edutenimento’)
em uma espécie de
parque temático familiar.
A primeira KidZania no
GIRO RÁPIDO
Brasil vai ocupar uma área
de 8,5 mil metros quadrados
no Shopping Eldorado.
Segundo a empresa, a unidade
paulistana terá capacidade para
receber 1,2 milhão de pessoas
por ano. A inauguração está
programada para março de 2013.
Chega a São Paulo nesta
semana a primeira ação
da grife italiana Ermenegildo
Zegna no mundo das artes.
O ZegnArt, projeto da marca
que une moda e arte visual
contemporânea, ficará em
exposição no Museu Nacional
das Artes do Século XXI de
22 de março a 23 de setembro.
Depois da exposição, uma peça
será oferecida ao acervo do
museu como presente ao MAXXI.
Match point
O maior salão náutico da América Latina vai trocar de atracadouro
no Rio de Janeiro neste ano.
Tradicionalmente realizado na Marina da Glória, o Rio Boat Show vai
ancorar neste ano pela primeira vez no Píer Mauá. Em sua 15ª edição,
o evento vai forrar a Baia da Guanabara de embarcações nacionais e
importadas entre os dias 12 e 18 de abril. São esperadas 40 mil pessoas.
Fábrica própria
Atualmente instalada em um pavilhão alugado no Centro Industrial e
Logístico (Cielog) em Ponta Grossa (PR), o grupo chileno BO Packaging
planeja iniciar em 2013 a construção de uma fábrica própria de
embalagens recicláveis no município paranaense. A empresa tem
prazo de três anos, a contar de outubro, para inaugurar a planta.
Grande apoiador do tênis
brasileiro, o Itaú será também
patrocinador pelo quarto
ano consecutivo do
Sony Ericsson Open,
que será realizado até
1º de abril em Miami, nos EUA.
O evento é considerado
o quinto maior torneio do
circuito mundial da Associação
dos Tenistas Profissionais
(ATP) e terá cerca de
US$ 4 milhões em prêmios.
Vassouradas festivas
FRASE
Sopa de letrinhas
A chef Carla Pernambuco voltou
a trocar as caçarolas pela caneta.
A dona do restaurante Carlota
e do Las Chicas, de São Paulo,
acaba de colocar nas prateleiras
seu segundo livro infantil.
As Deliciosas Férias de Beatriz
está sendo lançado pela editora
LeYa Brasil e pela marca Green.
É o sétimo livro da chef, que
no ano passado participou
do reality show O Aprendiz.
“Não existe lado bom
em ser uma celebridade.
Digo em termos
de vida pessoal, que
traz muita pressão”
Javier Bardem, ator espanhol.
É com a revitalização de seu
produto mais vendido que a
gaúcha Bettanin, maior fabricante
brasileira de produtos de limpeza,
festeja 65 anos de fundação.
A empresa redesenhou a
vassoura Noviça, o carro-chefe
de seu portfólio. A Bettanin
deu origem ao grupo industrial
formado por Atlas, Sanremo,
Ordene, Primafer e SuperPro.
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 15
RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO 2011
Mensagem aos Acionistas
O ano de 2011 representou um período de amadurecimento e de passos importantes da
Positivo Informática em direção à consolidação de um novo patamar de sustentabilidade
da organização. Mesmo sob intensa competição, vendemos mais de 2 milhões de
computadores no Brasil, recorde que proporcionou o 7º ano consecutivo de liderança da
companhia no país e que permitiu o rompimento da marca de 10 milhões de PCs
produzidos em nossa história. Em um dos anos mais desafiadores da companhia,
dedicamo-nos à implantação de medidas para adequar a empresa à nova condição
concorrencial do mercado, ampliamos o horizonte do nosso negócio com investimentos
em conteúdos digitais, e inauguramos nossa primeira fábrica de computadores no exterior.
O crescimento do Brasil no setor de
informática tem sido tão importante
que, somente em 2011, o país saltou
duas posições e tornou-se o 3º maior
mercado de computadores do mundo.
Esta crescente relevância do país na
economia global tem atraído novos
competidores para a nossa indústria, um
processo natural que demanda da
companhia total atenção ao desafio permanente - de buscar a máxima
competitividade.
Sendo
assim,
implantamos uma agenda de captura de
eficiência que envolveu a gestão aprimorada dos inventários, a revisão da estrutura de
pós-vendas, o aumento da produtividade nas fábricas e a reavaliação da estrutura de
custos fixos. Tais medidas permitiram à companhia fortalecer sua situação financeira por
meio da redução do endividamento e da melhora da rentabilidade, que cresceu a cada
trimestre de 2011 e encerrou o ano em patamares praticamente normalizados. Ainda mais
importante, vivenciamos a gradativa incorporação da busca pela eficiência à cultura da
organização, um processo fundamental para a sustentação desta nova realidade.
Em termos operacionais, o ano foi atípico devido a duas crises na cadeia de suprimentos
envolvendo memórias e discos rígidos, decorrentes do terremoto no Japão e das enchentes
na Tailândia em março e outubro, respectivamente. A Positivo Informática se diferenciou da
concorrência administrando exemplarmente suas operações, tanto pela segurança
proporcionada por seus estoques estratégicos como pelo sólido relacionamento com seus
fornecedores, o que permitiu à companhia cumprir os compromissos com seus clientes e
fortalecer ainda mais os laços de sua cadeia de relacionamentos.
Atentos ao processo de convergência digital que se passa no universo da tecnologia,
intensificamos os investimentos na criação de produtos e serviços para explorar as
oportunidades do mercado de conteúdos virtuais. Acreditamos que este é um segmento
com grande potencial para adicionar valor aos produtos já vendidos pela companhia, bem
como para criar novas fontes de receita no futuro. Em linha com esta visão, lançamos os
tablets Positivo Ypy e o ecossistema virtual Mundo Positivo com conteúdo em português,
desenvolvido após 20 meses de pesquisas com os brasileiros. A companhia também
agregou a tecnologia 3D a uma linha completa de produtos no varejo, obtendo grande
aceitação dos consumidores durante as vendas do quarto trimestre, posteriormente
refletida em ganhos de participação de mercado.
O projeto de internacionalização da companhia, que vinha sendo avaliado há alguns anos,
foi executado em 2011. Iniciamos uma operação na Argentina por meio de uma associação
com a BGH S.A., empresa centenária do setor eletroeletrônico daquele país. Os produtos
sob a marca Positivo BGH começaram a ser produzidos em uma nova e verticalizada fábrica
na província da Terra do Fogo, chegando ao mercado no segundo semestre. Em um ano de
trabalho árduo, liderado por um time competente escalado por ambas as empresas, foram
obtidos resultados que impressionaram a todos: a marca Positivo BGH assumiu a liderança
do mercado de PCs argentino já no primeiro semestre de operação, segundo a IDC
(International Data Corporation).
Os esforços, no entanto, foram muito recompensadores. Encerramos 2011 otimistas com
as perspectivas que se apresentam para a companhia e convictos de que a empresa atingiu
um novo patamar de maturidade. O futuro aponta para o rápido crescimento de nosso
mercado e nos convida a exercitar a inovação e a criatividade, sem perder o pulso da gestão
firme de custos, um elemento chave para a perenidade do negócio. Agradecemos o apoio
de nossos parceiros, a confiança dos acionistas e a preferência de nossos clientes, que nos
estimulam a buscar sempre a excelência nas atividades. Por fim, agradecemos
especialmente nossos colaboradores, cujo empenho, dedicação e talento revigorou mais
uma vez o orgulho da Administração de ser parte da Positivo Informática.
Oriovisto Guimarães
Hélio Bruck Rotenberg
Presidente do Conselho de Administração
Diretor Presidente
DESTAQUES DE 2011
Composição de Vendas de PCs (unidades)
governo. Dessa forma, a receita líquida ajustada sofreu redução de 10,9% em relação a
2010, registrando R$ 2,079 bilhões. O custo do produto vendido (CPV) correspondeu a
75,8% da receita líquida ajustada, apresentando melhora de 3,3 p.p. em relação a 2010.
A implementação de medidas focadas na captura de eficiência operacional contribuiu para
a redução do CPV no período, dentre as quais se destacam a verticalização das áreas de
armazenagem, a reorganização das linhas de produção, a racionalização do portfólio de
produtos e a readequação do quadro de colaboradores. Tais medidas foram responsáveis
também pela redução nas despesas operacionais da companhia, que em 2011 totalizaram
R$ 482,0 milhões, representando uma queda de 11,6% em relação ao ano anterior.
A estratégia de proteção cambial, por sua vez, contribuiu para a redução em 25,5% na
despesa financeira líquida, que totalizou R$ 19,0 milhões em 2011. No ano de 2011, a
companhia alcançou EBITDA1 (“Earnings before interests, taxes, depreciation and
amortization”; lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 70,4
milhões, sendo que a margem EBITDA2 totalizou 3,4% no período. O prejuízo líquido
contábil registrou 67,9 milhões, impactado principalmente pelo reconhecimento de
despesas sem efeito caixa para o período no montante de R$ 94,7 milhões, referentes à
revisão da estrutura de pós-vendas no 2T11. Expurgando-se esse efeito, o lucro líquido1
teria alcançado R$ 24,7 milhões em 2011 e uma margem líquida2 de 1,2%. Cumpre
destacar que as medidas implantadas durante o ano para aumentar a eficiência da
companhia fez com que a rentabilidade evoluísse positivamente ao longo do ano, tendo
registrado margens EBITDA2 e líquida2 de 8,5% e 7,4% no 4T11, respectivamente.
¹ O Ajuste pela Subvenção para Investimentos: Os números apresentados neste
Relatório da Administração referentes às contas de receita líquida, lucro líquido e EBITDA
se diferem dos números apresentados na tabela de Demonstração dos Resultados abaixo,
pois foram ajustados. A estas contas foi somada a parcela referente à subvenção para
investimentos que foi contabilizada como passivo circulante e que será reconhecida no
resultado à medida que os investimentos obrigatórios em P&D relativos a esse montante
sejam amortizados. O intuito desse ajuste é comunicar ao investidor como seriam os
resultados considerando a totalidade da subvenção para investimentos incorrida no
período. Adicionalmente, os dados de custo, despesas, lucro e EBITDA de 2011 foram
ajustados expurgando-se os lançamentos não recorrentes e sem efeito caixa, cujo
montante totaliza R$ 94,7 milhões, referentes à revisão da estrutura de pós-vendas.
² Em razão da Receita Líquida Ajustada.
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•
Completado o 7º ano consecutivo de liderança no mercado brasileiro,
registrando market share em 2011 de:
• 13,3% no mercado total, liderando tanto em desktops como em notebooks;
• 19,3% no mercado de varejo;
• 46,1% no mercado de governo;
2,4 milhões de PCs vendidos, crescimento de 21,5% vs. 2010, sendo:
• +14,0% no mercado de varejo;
• +82,0% em notebooks, que representaram 62,5% do volume total;
EBITDA Ajustado de R$ 70,4 milhões em 2011. Somente no 4T11, o EBITDA¹
registrou
R$
52,2
milhões
e
margem
EBITDA¹
de
8,5%
(+8,3 p.p.), encerrando o ano com forte recuperação da rentabilidade;
Redução de 42 dias no ciclo de conversão de caixa, totalizando 108 dias;
Início das operações na Argentina por meio de uma joint venture local com a BGH
S.A.:
• Inauguração da fábrica na Terra do Fogo com capacidade produtiva mensal de
60 mil PCs e 30 mil placas-mãe;
• Notebooks Positivo BGH assumem a liderança do mercado total com
market share de 22,0% no 2S11, superando a soma das participações
das 2ª e 3ª colocadas;
Principais lançamentos do ano:
• Linha de tablets Positivo Ypy e ecossistema virtual Mundo Positivo, com acesso
a revistas e jornais nacionais, livros, filmes, jogos e aplicativos;
• Computadores Positivo com tecnologia 3D: recurso para a conversão
2D-3D de fotos e vídeos, visualização e postagem de imagens em três
dimensões, incorporado a notebooks e desktops a preços acessíveis.
1 - DESTAQUES OPERACIONAIS
Produto
DT
58,3%
NB
41,7%
Canal
DT
62,5%
NB
37,5%
Varejo
73,2%
+20,8 p.p.
Gov.
27,1%
Varejo
68,6%
+4,5 p.p.
2010
NB: Notebook
Gov.
22,8%
2011
DT: Desktop
2010
Corp.
4,0%
Corp.: Corporativo
Corp.
4,3%
2011
Gov: Governo
Hardware Varejo: 68,6% das vendas - 1,651 milhão de unidades em 2011
A Positivo Informática lidera o mercado de varejo no Brasil há 7 anos consecutivos, estando
presente em mais de 8.800 pontos de venda. Na Argentina, os notebooks Positivo BGH
também lideraram o varejo durante o 2S11, contando com ampla distribuição nas
principais redes do país. Foram vendidos 1,651 milhão de computadores para o segmento,
crescimento de 14,0% em relação a 2010, mesmo com o acirrado ambiente competitivo
que caracterizou o mercado no período.
Hardware Governo: 27,1% das vendas - 651,2 mil unidades em 2011
Em 2011, a Positivo Informática consolidou mais uma vez sua posição de liderança no
segmento de governo no Brasil, além de iniciar com sucesso sua operação nesse mercado
na Argentina. O volume total comercializado para o segmento foi de 651,2 mil unidades,
sendo 376,9 mil sob a marca Positivo e 274,3 mil sob a marca Positivo BGH. As vendas
combinadas representam um aumento significativo de 43,9% em relação a 2010.
A carteira de entregas para clientes de governo projetada para 2012 é estimada em mais
de 340 mil unidades no Brasil, volume que já representa 90% do total entregue em 2011.
Na Argentina, os produtos sob a marca Positivo BGH iniciam 2012 com uma carteira
estimada de 25 mil notebooks para entrega ao longo do ano, com boas perspectivas para
o lançamento de novos projetos educacionais de grande porte ao longo de 2012.
Hardware Corporativo: 4,3% das vendas - 103,1 mil unidades em 2011
O volume total comercializado no segmento corporativo em 2011 foi de 103,1 mil
unidades, representando um aumento de 30,5% em relação a 2010. Tal crescimento se
deve ao bom desempenho nas vendas diretas para grandes empresas e à estratégia da
companhia para capturar a demanda crescente do mercado de pequenas e médias
empresas (SMB), por meio de parcerias com mais de 2 mil revendas em todo o Brasil.
1.2 - Tecnologia Educacional
No segmento de Tecnologia Educacional, a Positivo Informática está presente em três
segmentos de atuação: Ensino Particular, Ensino Público e Varejo. A companhia desenvolve e
gerencia o maior portfólio de produtos e ferramentas educacionais do país, com destaque
para os portais e softwares educacionais, além de produtos inovadores como as mesas
educacionais, lousas interativas e câmeras de documentos. As soluções educacionais da
Positivo Informática estão presentes em 8.496 escolas públicas, 2.343 escolas particulares e
mais de 2.000 pontos de venda do varejo. Em 2011, a receita bruta do segmento atingiu
R$ 46,0 milhões, representando 2,0% do faturamento da companhia no período.
1.1 - Hardware
Market Share
Em 2011, a Positivo Informática completou seu 7º ano consecutivo de liderança
absoluta no mercado brasileiro, uma posição sustentada por uma combinação de
fatores que incluem o profundo conhecimento do consumidor brasileiro e o sólido
relacionamento comercial com o varejo, aliados à habilidade de rapidamente identificar e
explorar oportunidades de crescimento. Na Argentina, os notebooks Positivo BGH
lideraram o mercado durante o segundo semestre de 2011, período em que se iniciaram
as vendas da marca no país.
No Brasil, a companhia registrou market share de 13,3% no mercado total em 2011,
representando 26,4% e 67,4% a mais (em unidades) do que as 2ª e 3ª colocadas,
respectivamente. No varejo brasileiro, mercado que representou 76,5% das vendas no país
em 2011, foi registrado market share de 19,3%. Nos mercados de governo e educação, a
companhia completou seu quinto ano consecutivo na liderança, com 46,1% de
participação.
Na Argentina, os notebooks Positivo BGH foram líderes com market share de 22,0% no
mercado total, superando a soma das participações das 2ª e 3ª colocadas no segundo
semestre de 2011. No mercado de varejo, a marca Positivo BGH liderou com market share
de 21,5% no mesmo período.
Volumes
No ano, o volume de vendas sob as marcas Positivo e Positivo BGH foi de 2,405 milhões de
PCs, crescimento de 21,5% em relação a 2010. No Brasil, o total comercializado foi de
2,045 milhões de unidades, recorde histórico da companhia. Para o mercado argentino, 2 - OPERAÇÕES
foram vendidos 360,3 mil notebooks, um volume significativo, considerando-se que as
As plantas industriais da Positivo Informática atendem aos mais rigorosos padrões de
entregas tiveram início no segundo semestre do ano.
qualidade. A sede e principal unidade está instalada em Curitiba, no estado do Paraná,
Var. % onde são produzidos, além de computadores, placas-mãe de desktops e de notebooks,
Volume de Vendas Hardware (unidades)
2010
2011 2011x2010 bem como placas de memória e gabinetes. Adicionalmente, a companhia possui uma
PCs
1.979.807
2.405.081
21,5 unidade em Manaus, inaugurada em agosto de 2008 com o principal objetivo de atender
Desktops
1.154.328
902.457
-21,8 varejistas localizados nas regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste. Em Ilhéus, no estado da
Notebooks
825.479
1.502.624
82,0 Bahia, foi inaugurada também em 2008 uma unidade produtora de monitores LCD,
Canal
1.979.807
2.405.081
21,5 visando ao atendimento da demanda das demais plantas e ao complemento da estratégia
Varejo
1.448.423
1.650.776
14,0 de verticalização. A partir de 2011, a unidade de Ilhéus também passou a produzir
Governo
452.370
651.171
43,9 desktops.
Corporativo
79.014
103.134
30,5 3 - DESEMPENHO FINANCEIRO
Em 2011, os notebooks representaram 62,5% do
total de PCs vendidos, contra 41,7% em 2010.
Foram vendidos 1,503 milhão de notebooks,
dos quais 1,142 milhão foram comercializados
sob a marca Positivo e 360,3 mil sob a
marca Positivo BGH. As vendas combinadas
representaram um aumento anual de 82,0%.
Da quantidade total de portáteis comercializada,
32,6% está representada por netbooks,
refletindo as massivas entregas de laptops para
programas educacionais de governo no Brasil e na
Argentina.
4 - MERCADO DE CAPITAIS
Performance das Ações
Em 31 de dezembro de 2011, as ações da Positivo Informática estavam cotadas a R$ 5,78,
indicando um valor de mercado de R$ 507,5 milhões. A POSI3 está presente na carteira dos
índices: IBrX-100, Itag (Índice de Ações com Tag Along Diferenciado), IGC (Índice de Ações
com Governança Corporativa Diferenciada), INDX (Índice do Setor Industrial), IVBX2 (Índice
Valor Bovespa - 2ª linha) e SMLL (Índice de Ações Small Caps).
Dividendos
O Estatuto Social da Positivo Informática determina que, pelo menos, 25% do lucro líquido
contábil da companhia deve ser distribuído como dividendo anual obrigatório. Foram pagos
em 15/12/2011 proventos em dinheiro no valor líquido de R$ 22,3 milhões, referentes aos
resultados de 2010, representando payout de 23,3% sobre o lucro líquido ajustado.
5 - INVESTIMENTOS
Em 2011, o investimento total realizado em ativo fixo foi de R$ 64,6 milhões, sendo parte
significativa relacionada a atividades de pesquisa e desenvolvimento, que totalizaram
R$ 19,7 milhões. Os demais investimentos somaram R$ 44,9 milhões, contemplando a
ampliação e o desenvolvimento do Projeto ERP, a flexibilização das linhas de produção de
placas-mãe e a verticalização das áreas de armazenagem em Curitiba, bem como a
inauguração de uma nova planta industrial na Terra do Fogo (Argentina).
6 - COLABORADORES
Em 31 de dezembro de 2011, a Positivo Informática contava com 4.049 colaboradores,
alocados em sua maior parte em Curitiba (PR), sede da companhia. Adicionalmente, a
companhia contava com 283 colaboradores temporários, envolvidos principalmente em
funções operacionais para fazer frente à maior produção industrial típica de final de ano.
7 - RELACIONAMENTO COM OS AUDITORES INDEPENDENTES
Em conformidade com a Instrução CVM nº 381, informamos que no exercício social
encerrado em 31 de dezembro de 2011 não houve outros serviços contratados pela
Os comentários apresentados a seguir se referem aos números consolidados da Positivo companhia e prestados pela Deloitte Touche Tohmatsu Auditores Independentes que não
Informática S.A. e de suas controladas Positivo Informática da Amazônia Ltda. e Positivo os relacionados com os procedimentos de auditoria das demonstrações financeiras.
Informática da Bahia Ltda., bem como de seu investimento na Informatica Fueguina S.A.,
na Argentina, fruto da aquisição de seu controle compartilhado em dezembro de 2010. 8 - DECLARAÇÃO DA DIRETORIA
Todas as informações financeiras apresentadas neste Relatório da Administração Em observância às disposições constantes da Instrução CVM nº 480/09, a Diretoria declara
contemplam as modificações contábeis introduzidas pela Lei nº 11.638/07 e pela Lei que discutiu, reviu e concordou com as opiniões expressas no parecer dos auditores
nº 11.941/09, bem como dos efeitos provenientes da adoção das Normas Internacionais de independentes e com as demonstrações financeiras relativas ao exercício social encerrado
Relatório Financeiro (IFRS). Em 2011, apesar do crescimento dos volumes de venda,
em 31 de dezembro de 2011.
foi registrada receita bruta de R$ 2,333 bilhões, redução de 12,7% em relação ao ano
anterior, principalmente em função da queda no preço médio dos PCs entre os períodos. 9 - CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA
Os fatores que ocasionaram tal redução foram o menor dólar médio do período, a intensa
competição no varejo brasileiro e mudanças no mix de vendas, representado em 2011 por A Companhia está vinculada à arbitragem na Câmara de Arbitragem do Mercado,
uma maior proporção de netbooks educacionais de baixo preço para um projeto de conforme Cláusula Compromissória constante no Estatuto Social.
BALANÇOS PATRIMONIAIS DOS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais)
ATIVO
CIRCULANTE
Caixa e equivalentes de caixa
Créditos de instrumentos financeiros
Contas a receber
Estoques
Partes relacionadas
Impostos a recuperar
Adiantamentos diversos
Outros créditos
Nota
4
28
5
6
9
7
8
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
146.047
16.887
479.151
352.311
3.553
58.749
11.962
30.678
1.099.338
89.591
2.801
618.613
512.609
942
115.471
17.154
16.213
1.373.394
156.707
16.887
562.159
411.736
16.607
61.511
16.024
31.689
1.273.320
89.817
2.801
622.983
541.192
942
118.555
18.192
16.243
1.410.725
NÃO CIRCULANTE
Realizável a longo prazo
Partes relacionadas
Impostos a recuperar
Tributos diferidos
Outros créditos
9
7
19
8
16.942
39.411
76.112
11.159
143.624
19.333
–
76.112
9.843
105.288
–
39.411
81.388
11.250
132.049
–
–
77.193
9.935
87.128
Permanente
Investimentos
Investimentos em empreendimentos em conjunto (“joint venture”)
Imobilizado líquido
Intangível líquido
10
11
12
13
44.498
27.150
65.797
70.597
208.042
42.280
21
56.597
55.942
154.840
–
–
73.422
89.250
162.672
4.660
–
58.648
71.309
134.617
TOTAL ATIVO
1.451.004
PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
CIRCULANTE
Fornecedores
Empréstimos - terceiros
Salários e encargos a pagar
Provisões
Tributos a recolher
Dividendos a pagar
Receita diferida
Partes relacionadas
Outras contas a pagar
NÃO CIRCULANTE
Empréstimos - terceiros
Fornecedores - partes relacionadas
Provisões
Provisão para riscos tributários, trabalhistas e cíveis
Tributos diferidos
Passivo a descoberto em controladas
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social
Reserva de capital
Reserva de lucros
Ações em tesouraria
Ajuste de avaliação patrimonial
1.633.522
1.568.041
1.632.470 TOTAL PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras
Nota
14
15
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
235.663
236.441
32.448
107.406
14.508
–
29.706
1.196
3.516
660.884
226.533
307.564
25.647
134.744
3.059
22.299
32.651
806
4.138
757.441
281.717
288.293
33.754
124.629
17.095
–
30.623
1.196
5.771
783.078
249.953
308.021
26.073
137.287
4.385
22.299
32.651
818
4.073
785.560
15
9
16
20
19
10
116.377
3.471
19.747
17.080
10.211
4.062
170.948
100.000
28.565
33.102
15.213
10.208
2.683
189.771
116.377
–
20.897
17.379
11.138
–
165.791
100.000
–
34.251
15.512
10.837
–
160.600
21.a
21.c
21.d
21.h
389.000
120.309
144.536
(35.430)
757
619.172
389.000
120.297
212.443
(35.430)
–
686.310
389.000
120.309
144.536
(35.430)
757
619.172
389.000
120.297
212.443
(35.430)
–
686.310
1.451.004
1.633.522
1.568.041
1.632.470
16
17
21.g
7 e 18
9
16 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
DEMONSTRAÇÃO DOS VALORES ADICIONADOS
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais, exceto quando indicado)
(Valores expressos em milhares de reais)
RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS
CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS E SERVIÇOS PRESTADOS
LUCRO BRUTO
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS
Com vendas
Gerais e administrativas
Remuneração dos administradores
Outras receitas (despesas) operacionais líquidas
Resultado da equivalência patrimonial
Nota
22
23
23
23
9 e 23
23
10 e 11
RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO RESULTADO FINANCEIRO
Receitas financeiras
Despesas financeiras
Variação cambial líquida
25
25
25
LUCRO (PREJUÍZO) ANTES DOS EFEITOS TRIBUTÁRIOS
Provisão para imposto de renda
Provisão para contribuição social
Imposto de renda e contribuição social diferidos
19
19
19
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
1.873.804
2.328.135
(1.456.459) (1.723.203)
417.345
604.932
(417.323)
(74.284)
(7.729)
17.412
15.298
(466.626)
(49.281)
50.601
(59.959)
(9.268)
(18.626)
(67.907)
–
–
–
–
(67.907)
(405.122)
(91.786)
(12.112)
1.648
18.911
(488.461)
116.471
28.322
(56.108)
751
(27.035)
89.436
–
–
(240)
(240)
89.196
LUCRO (PREJUÍZO) LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
LUCRO POR AÇÃO - R$
Básico
27
(0,7887)
1,0366
Diluído
27
(0,7887)
1,0366
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
2.081.291
2.327.605
(1.628.298) (1.692.065)
452.993
635.540
(435.470)
(80.029)
(7.729)
17.412
–
(505.816)
(52.823)
52.924
(60.991)
(10.879)
(18.946)
(71.769)
–
–
3.862
3.862
(67.907)
(412.460)
(96.722)
(12.112)
1.459
–
(519.835)
115.705
29.250
(56.271)
1.575
(25.446)
90.259
(771)
(331)
39
(1.063)
89.196
(0,7887)
(0,7887)
1,0366
1,0366
DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADOS ABRANGENTES
PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais)
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
(67.907)
89.196
Nota
Resultado líquido do exercício
Outros resultados abrangentes
Variação cambial sobre investimento no exterior
10 e 11
757
–
(67.150)
89.196
Resultado abrangente do exercício
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
(67.907)
89.196
757
(67.150)
–
89.196
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
1 - Receitas
Vendas de produtos e serviços
Devoluções e descontos comerciais
Provisão (reversão) para créditos de liquidação duvidosa
Não operacional
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
2.113.139
(48.923)
(564)
19.396
2.083.048
2.660.332
(59.747)
(1.096)
4.798
2.604.287
2.333.145
(50.601)
(899)
19.414
2.301.059
2.672.857
(61.471)
(1.169)
4.798
2.615.015
(1.446.978)
(109.455)
(46.170)
(107.404)
(1.710.007)
373.041
(29.263)
343.778
(1.720.149)
(100.162)
(52.365)
(106.810)
(1.979.486)
624.801
(20.346)
604.455
(1.612.201)
(119.695)
(47.545)
(113.092)
(1.892.533)
408.526
(30.588)
377.938
(1.689.011)
(105.353)
(53.120)
(107.422)
(1.954.906)
660.109
(20.946)
639.163
15.298
50.601
65.899
409.677
18.911
28.322
47.233
651.688
–
52.924
52.924
430.862
–
29.250
29.250
668.413
144.361
16.026
11.771
172.158
156.676
16.834
12.781
186.291
152.673
17.243
11.996
181.912
159.099
17.786
12.983
189.868
189.074
34.683
609
224.366
224.711
86.693
636
312.040
195.368
35.999
629
231.996
234.534
89.622
654
324.810
59.959
11.833
9.268
81.060
56.108
8.804
(751)
64.161
60.991
12.991
10.879
84.861
56.271
9.843
(1.575)
64.539
–
22.299
(67.907)
66.897
(67.907)
89.196
8 - Valor adicionado total distribuído
409.677
651.688
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras
–
(67.907)
(67.907)
430.862
22.299
66.897
89.196
668.413
2 - Insumos adquiridos de terceiros
Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
Comissões
Marketing
3 - Valor adicionado bruto (1-2)
4 - Depreciação, amortização e exaustão
5 - Valor adicionado líquido produzido pela entidade (3-4)
6 - Valor adicionado recebido em transferência
Resultado de equivalência patrimonial
Receitas financeiras
7 - Valor adicionado total a distribuir (5+6)
Distribuição do valor adicionado
Pessoal
Remuneração direta
Benefícios
FGTS
Impostos, taxas e contribuições
Federais
Estaduais
Municipais
Remuneração de capitais de terceiros
Juros
Aluguéis
Variação cambial
Remuneração de capitais próprios
Dividendos
Lucros (prejuízos) retidos
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais, exceto quando especificado)
Nota
SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2009
Lucro líquido do exercício
Dividendos propostos (R$ 0,259140 por ação)
Constituição reserva de capital - stock options
Constituição reserva de lucros
Realização de opções - stock options
SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010
SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2010
Prejuízo líquido no exercício
Outros resultados abrangentes:
Ajuste acumulado de conversão
Total de resultado abrangente
Constituição reserva de capital - stock options
Absorção do prejuízo do exercício
SALDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011
21.b
Capital
social
389.000
–
–
–
–
–
389.000
389.000
–
Reservas de
subvenção
118.305
–
–
–
–
–
118.305
118.305
–
Controladora (BR GAAP) e Consolidado (IFRS e BR GAAP)
Opções outorgadas Reservas de Ações em Outros resultados Lucros/prejuízos
reconhecidas
lucros tesouraria
abrangentes
acumulados
3.468
165.867
(38.126)
–
–
–
–
–
–
89.196
–
(20.321)
–
–
(22.299)
359
–
–
–
–
–
66.897
–
–
(66.897)
(1.835)
–
2.696
–
–
1.992
212.443
(35.430)
–
–
1.992
212.443
(35.430)
–
–
–
–
–
–
(67.907)
10 e 11
–
–
–
–
–
–
–
–
12
–
–
–
389.000
118.305
2.004
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras
21.b
21.d
–
–
–
(67.907)
144.536
–
–
–
–
(35.430)
757
757
–
–
757
Total
patrimônio líquido
638.514
89.196
(42.620)
359
–
861
686.310
686.310
(67.907)
–
(67.907)
–
67.907
–
757
(67.150)
12
–
619.172
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais)
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS
Lucro (prejuízo) líquido do período
Reconciliação do lucro (prejuízo) líquido com o caixa obtido
(aplicado) nas operacões:
Depreciação e amortização
Equivalência patrimonial
Ganho no valor justo dos instrumentos financeiros
Provisão para riscos tributários, trabalhistas e cíveis
Provisão para créditos de liquidação duvidosa
Provisão para estoques, líquida
Stock options
Baixa de ativo imobilizado
Baixa de investimentos em P&D
Encargos sobre empréstimos
Prêmio na integralização de capital
Imposto de renda e contribuição social diferidos
(Aumento) diminuição de ativos:
Contas a receber
Estoques
Impostos a recuperar
Adiantamentos diversos
Outros ativos
Aumento (diminuição) de passivos:
Fornecedores
Contas a pagar e provisões
(67.907)
29.263
(15.298)
(14.086)
11.087
564
30.346
12
1.574
–
33.296
(16.528)
–
(7.677)
138.898
134.358
17.311
5.192
(18.392)
9.130
(50.535)
89.196
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
(67.907)
89.196
Obrigações tributárias
Imposto de renda e contribuição social, pagos
Outros passivos
Caixa líquido obtido (aplicado) das atividades operacionais
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS
Aquisição de joint venture
Integralização de capital - investida
Aquisição de imobilizado
Aumento do intangível
Caixa líquido aplicado nas atividades de investimento
FLUXO DE CAIXA DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO
Pagamento de dividendos
Captação de empréstimos
Captação de empréstimos junto ao BNDES
Amortização de empréstimos
Pagamento de juros sobre empréstimos
Ações em tesouraria
Partes relacionadas
(212.339)
59.925
(214.450)
59.174
100.131
48.567 Caixa líquido obtido das (aplicado nas)
(27.575)
17.633
(30.287)
atividades de financiamento
(10.118)
2.168
(10.540) AUMENTO (REDUÇÃO) NO CAIXA
33.710
(31.704)
33.679
E EQUIVALENTES NO EXERCÍCIO
CAIXA E EQUIVALENTES NO INÍCIO DO EXERCÍCIO
(112.332)
31.764
(105.413) CAIXA E EQUIVALENTES NO FINAL DO EXERCÍCIO
4.981
(35.231)
643 AUMENTO (REDUÇÃO) NO CAIXA E EQUIVALENTES NO EXERCÍCIO
As notas explicativas são parte integrante das demonstrações financeiras
20.346
(18.911)
(2.801)
23.650
1.099
(6.612)
(466)
3.083
862
14.159
–
240
123.845
30.588
–
(14.086)
11.087
899
33.715
12
1.574
–
33.546
–
(3.862)
25.566
20.946
–
(2.801)
23.650
1.169
(6.588)
(466)
3.083
862
14.159
–
(39)
143.171
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
11.449
(2.376)
–
–
4.248
(5.495)
251.659
(272.370)
243.982
(148.525)
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
12.710
(367)
–
(2.032)
7.731
(5.484)
165.127
(285.684)
190.693
(142.513)
–
(44)
(16.965)
(37.473)
(54.482)
(21)
–
(25.660)
(21.407)
(47.088)
–
–
(23.414)
(41.193)
(64.607)
–
–
(26.219)
(21.414)
(47.633)
(22.299)
511.467
47.003
(605.849)
(40.663)
–
(22.703)
(50.000)
714.668
100.000
(474.684)
(16.104)
1.686
1.990
(22.299)
562.612
47.003
(605.849)
(40.663)
–
–
(50.000)
715.121
100.000
(474.684)
(16.104)
1.686
(3.770)
(133.044)
277.556
(59.196)
272.249
56.456
89.591
146.047
56.456
81.943
7.648
89.591
81.943
66.890
89.817
156.707
66.890
82.103
7.714
89.817
82.103
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais)
1. INFORMAÇÕES GERAIS
A Positivo Informática S.A. (“Companhia”), fundada em 1989, possui um parque
tecnológico de cinco unidades no município de Curitiba - PR, uma unidade no município
de Ilhéus - BA, duas controladas diretas, uma em Manaus - AM e outra em Ilhéus - BA,
e uma controlada indireta em São Paulo - SP. Em dezembro de 2010 a Companhia adquiriu
o controle compartilhado da Informática Fueguina S.A., na Argentina. Em fevereiro de
2011 a Companhia adquiriu o controle acionário da Crounal S.A., no Uruguai.
Tem como atividades preponderantes: a industrialização, comercialização e
desenvolvimento de projetos na área de informática; industrialização, comercialização e
locação de software e hardware; comercialização de equipamentos de informática, de
sistemas de aplicação pedagógica e de administração escolar, planejamento e suporte
técnico-pedagógico; representação, comercialização, implantação, treinamento e suporte,
assistência técnica de equipamentos e de sistemas de ensino técnico, tecnológico e
científico em diversas áreas e demais atividades correlatas.
Dentre os produtos fabricados e comercializados pela Companhia encontram-se:
computadores de pequeno e médio porte, computadores portáteis, monitores, placas
eletrônicas, mesas educacionais informatizadas, servidores e softwares educacionais.
Internacionais de Relatório Financeiro (“IFRSs”) emitidas pelo International
Accounting Standards Board - IASB e as práticas contábeis adotadas no Brasil, identificadas
como Consolidado - IFRS e BR GAAP; e as demonstrações financeiras individuais da
controladora preparadas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil,
identificadas como Controladora - BR GAAP.
As práticas contábeis adotadas no Brasil compreendem aquelas incluídas na legislação
societária brasileira e os Pronunciamentos, as Orientações e as Interpretações emitidas pelo
Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC e aprovados pela CVM.
As demonstrações financeiras individuais apresentam a avaliação dos investimentos em
controladas, em empreendimentos controlados em conjunto e coligadas pelo método da
equivalência patrimonial, de acordo com a legislação brasileira vigente. Desta forma, essas
demonstrações financeiras individuais não são consideradas como estando conforme as
IFRSs, que exigem a avaliação desses investimentos nas demonstrações separadas da
controladora pelo seu valor justo ou pelo custo.
Como não existe diferença entre o patrimônio líquido consolidado e o resultado
consolidado atribuíveis aos acionistas da controladora, constantes nas demonstrações
financeiras consolidadas preparadas de acordo com as IFRSs e as práticas contábeis
adotadas no Brasil, e o patrimônio líquido e resultado da controladora, constantes nas
2. APRESENTAÇÃO E ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
demonstrações financeiras individuais preparadas de acordo com as práticas contábeis
2.1. Declaração de conformidade
adotadas no Brasil, a Companhia optou por apresentar essas demonstrações financeiras
As demonstrações financeiras da Companhia compreendem:
As demonstrações financeiras consolidadas preparadas de acordo com as Normas individuais e consolidadas em um único conjunto, lado a lado.
2.2. Base de elaboração
As demonstrações financeiras foram elaboradas com base no custo histórico, exceto por
determinados instrumentos financeiros mensurados pelos seus valores justos, conforme
descrito nas práticas contábeis a seguir. O custo histórico geralmente é baseado no valor
justo das contraprestações pagas em troca de ativos.
O resumo das principais políticas contábeis adotadas pela Companhia é como segue:
2.3. Bases de consolidação e investimentos em controladas
As demonstrações financeiras consolidadas incluem as demonstrações financeiras da
Companhia, suas controladas e controlada em conjunto. O controle é obtido quando a
Companhia tem o poder de controlar as políticas financeiras e operacionais de uma
entidade para auferir benefícios de suas atividades.
Nas demonstrações financeiras individuais da Companhia as informações financeiras das
controladas e dos empreendimentos controlados em conjunto são reconhecidas através do
método de equivalência patrimonial.
Quando necessário, as demonstrações financeiras das controladas e controlada em
conjunto são ajustadas para adequar suas políticas contábeis àquelas estabelecidas pela
Companhia. Todas as transações, saldos, receitas e despesas entre as empresas são
eliminados integralmente nas demonstrações financeiras consolidadas.
Nas demonstrações financeiras consolidadas as controladas diretas Positivo Informática da
Amazônia Ltda., Positivo Informática da Bahia Ltda., Crounal S.A., e indireta Boreo
Comércio de Equipamentos Ltda., foram consolidadas integralmente. Para o
empreendimento controlado em conjunto, Informática Fueguina S.A. foi utilizado o
método de consolidação proporcional.
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 17
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais)
Participação %
31/12/2011 31/12/2010
Controladas Diretas
Positivo Informática da Amazônia Ltda.
100
100
Positivo Informática da Bahia Ltda.
100
100
Crounal S.A.
100
–
Controlada Indireta
Investida da Positivo Informática da Bahia Ltda.
Boreo Comércio de Equipamentos Ltda.
100
100
Empreendimento controlado em conjunto
Informática Fueguina S.A.
50
50
2.4. Ágio
O ágio resultante de uma combinação de negócios é demonstrado ao custo na data da
combinação do negócio, líquido da perda acumulada no valor recuperável, se houver.
Para fins de teste de redução ao valor recuperável, o ágio é alocado para cada uma das
unidades geradoras de caixa da Companhia (ou grupos de unidades geradoras de caixa)
que irão se beneficiar das sinergias da combinação.
As unidades geradoras de caixa às quais o ágio foi alocado são submetidas anualmente a
teste de redução no valor recuperável, ou com maior frequência quando houver indicação
de que a unidade poderá apresentar redução no valor recuperável. Se o valor recuperável
da unidade geradora de caixa for menor que o valor contábil, a perda por redução ao valor
recuperável é primeiramente alocada para reduzir o valor contábil de qualquer ágio
alocado à unidade e, posteriormente, aos outros ativos da unidade, proporcionalmente ao
valor contábil de cada um de seus ativos. Qualquer perda por redução no valor recuperável
de ágio é reconhecida diretamente no resultado do período. A perda por redução ao valor
recuperável não é revertida em períodos subsequentes.
Quando da alienação da correspondente unidade geradora de caixa, o valor atribuível de
ágio é incluído na apuração do lucro ou prejuízo da alienação.
2.5. Reconhecimento de receita
A receita é mensurada pelo valor justo da contrapartida recebida ou a receber, deduzida de
quaisquer estimativas de devoluções, descontos comerciais e/ou bonificações concedidos
ao comprador e outras deduções similares.
2.5.1. Venda de produtos
A receita de vendas de produtos é reconhecida quando todas as seguintes condições
forem satisfeitas:
• a Companhia transferiu ao comprador os riscos e benefícios significativos relacionados à
propriedade dos produtos;
• a Companhia não mantém envolvimento continuado na gestão dos produtos vendidos
em grau normalmente associado à propriedade nem controle efetivo sobre tais produtos;
• o valor da receita pode ser mensurado com confiabilidade;
• é provável que os benefícios econômicos associados à transação fluirão para a
Companhia; e
• os custos incorridos ou a serem incorridos relacionados à transação podem ser
mensurados com confiabilidade.
Mais especificamente, a receita de venda de produtos é reconhecida quando os produtos
são entregues e a titularidade legal é transferida.
2.5.2. Prestação de serviços
A receita de um contrato para prestação de serviços é reconhecida de acordo com o
estágio de conclusão do contrato. O estágio de conclusão dos contratos é assim
determinado:
• Os honorários de instalação são reconhecidos de acordo com o estágio de conclusão dos
serviços de instalação, determinados proporcionalmente entre o tempo total estimado para
os serviços e o tempo decorrido até o final de cada período de relatório.
• Os honorários de serviços incluídos no preço de produtos vendidos são reconhecidos
proporcionalmente ao seu custo total, considerando as tendências históricas no número de
serviços realmente prestados em produtos vendidos anteriormente.
A receita referente a serviços com base em tempo e materiais contratados é reconhecida às
taxas contratuais conforme as horas trabalhadas e quando as despesas diretas são
incorridas.
2.6. Arrendamento
Os arrendamentos são classificados como financeiros sempre que os termos do contrato de
arrendamento transferirem substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade
do bem para o arrendatário. Todos os outros arrendamentos são classificados como
operacional.
2.6.1. A Companhia como arrendadora
As contas a receber de arrendatários referentes a contratos de arrendamento financeiro
são registradas inicialmente com base no valor justo do bem arrendado. O rendimento do
arrendamento financeiro é reconhecido nos períodos contábeis, a fim de refletir a taxa de
retorno efetiva no investimento líquido da Companhia em aberto em relação aos
arrendamentos.
A receita de aluguel oriunda de arrendamento operacional é reconhecida pelo método
linear durante o período de vigência do arrendamento em questão. Os custos diretos
iniciais incorridos na negociação e preparação do leasing operacional são adicionados ao
valor contábil dos ativos arrendados e reconhecidos também pelo método linear pelo
período de vigência do arrendamento.
2.7. Moeda estrangeira
Na elaboração das demonstrações financeiras de cada empresa da Companhia, as
transações em moeda estrangeira, ou seja, qualquer moeda diferente da moeda funcional
de cada empresa são registradas de acordo com as taxas de câmbio vigentes na data de
cada transação. No final de cada período de relatório, os itens monetários em moeda
estrangeira são reconvertidos pelas taxas vigentes no fim do exercício. Os itens não
monetários registrados pelo valor justo apurado em moeda estrangeira são reconvertidos
pelas taxas vigentes na data em que o valor justo foi determinado. Os itens não monetários
que são mensurados pelo custo histórico em uma moeda estrangeira devem ser
convertidos, utilizando a taxa vigente da data da transação.
As variações cambiais sobre itens monetários são reconhecidas no resultado no período em
que ocorrerem.
2.8. Custos de empréstimos
Os custos de empréstimos atribuíveis diretamente à aquisição, construção ou produção de
ativos qualificáveis, os quais levam, necessariamente, um período de tempo substancial
para ficarem prontos para uso ou venda pretendida, são acrescentados ao custo de tais
ativos até a data em que estejam prontos para o uso ou a venda pretendida.
Os ganhos sobre investimentos decorrentes da aplicação temporária dos recursos obtidos
com empréstimos específicos ainda não gastos com o ativo qualificável são deduzidos dos
custos com empréstimos elegíveis para capitalização.
Todos os outros custos com empréstimos são reconhecidos no resultado do período em
que são incorridos.
2.9. Subvenções governamentais
Subvenção para investimentos e para custeio: conforme mencionado na nota explicativa
nº 7, a Companhia goza de benefícios fiscais. A parcela correspondente à utilização dos
benefícios fiscais relativa ao ICMS decorrentes da venda de produtos industrializados é
reconhecida da seguinte forma:
• Como receita do exercício corrente, a parcela em que as obrigações de investimentos
relacionadas ao benefício foram plenamente atendidas;
• Mantida no passivo, sob a rubrica Receita Diferida, a parcela cuja obrigação de
investimento ainda não foi plenamente atendida;
• Também mantida no passivo, sob a rubrica Receita Diferida, a parcela de investimento
referente a um ativo amortizável. Esta parcela será reconhecida como receita ao longo do
período da vida útil deste bem, na proporção de sua amortização;
• Como receita do exercício corrente, a parcela em que não há obrigação direta de
investimento.
Tanto a subvenção para custeio quanto a subvenção para investimento são computadas no
resultado como receita na conta “Impostos e Contribuições”.
2.10. Acordos de pagamentos baseados em ações
2.10.1 Transações de pagamentos baseados em ações da Companhia
O plano de remuneração baseado em ações para empregados e outros provedores de
serviços similares são mensurados pelo valor justo dos instrumentos de patrimônio na data
da outorga. Os detalhes a respeito da determinação do valor justo desses planos estão
descritos na nota explicativa nº 29.
O valor justo das opções concedidas determinado na data da outorga é registrado pelo
método linear como despesa no resultado do exercício durante o prazo no qual o direito é
adquirido, com base em estimativas da Companhia sobre quais opções concedidas serão
eventualmente adquiridas, com correspondente aumento do patrimônio. No final de cada
período de relatório, a Companhia revisa suas estimativas sobre a quantidade de
instrumentos de patrimônio que serão adquiridos. O impacto da revisão em relação às
estimativas originais, se houver, é reconhecido no resultado do período, de tal forma que a
despesa acumulada reflita as estimativas revisadas com o correspondente ajuste no
patrimônio líquido na conta “Opções Outorgadas Reconhecidas” que registrou o benefício
aos empregados.
2.11. Tributação
A despesa com imposto de renda e contribuição social representa a soma dos impostos
correntes e diferidos.
2.11.1. Impostos correntes
A provisão para imposto de renda e contribuição social está baseada no lucro tributável do
exercício. O lucro tributável difere do lucro apresentado na demonstração do resultado,
porque exclui receitas ou despesas tributáveis ou dedutíveis em outros exercícios, além de
excluir itens não tributáveis ou não dedutíveis de forma permanente. A provisão para
imposto de renda e contribuição social é calculada individualmente para a Controladora e
suas controladas com base nas alíquotas vigentes no fim do exercício.
2.11.2. Impostos diferidos
O imposto de renda e contribuição social diferidos (“imposto diferido”) é reconhecido
sobre as diferenças temporárias no final de cada período de relatório entre os saldos de
ativos e passivos reconhecidos nas demonstrações financeiras e as bases fiscais
correspondentes usadas na apuração do lucro tributável, incluindo saldo de prejuízos
fiscais, quando aplicável. Os impostos diferidos passivos são geralmente reconhecidos
sobre todas as diferenças temporárias tributáveis e os impostos diferidos ativos são
reconhecidos sobre todas as diferenças temporárias dedutíveis, apenas quando for
provável que a empresa apresentará lucro tributável futuro em montante suficiente para
que tais diferenças temporárias dedutíveis possam ser utilizadas. Os impostos diferidos
ativos ou passivos não são reconhecidos sobre diferenças temporárias resultantes de ágio
ou de reconhecimento inicial (exceto para combinação de negócios) de outros ativos e
passivos em uma transação que não afete o lucro tributável nem o lucro contábil.
Os impostos diferidos passivos são reconhecidos sobre as diferenças temporárias tributáveis
associadas a investimentos em controladas, coligadas e participações em “joint ventures”,
exceto quando a Companhia for capaz de controlar a reversão das diferenças temporárias
e quando for provável que essa reversão não irá ocorrer em um futuro previsível.
Os impostos diferidos ativo originados de diferenças temporárias dedutíveis relacionadas a
tais investimentos e participações somente são reconhecidos quando for provável que
haverá lucro tributável futuro em montante suficiente para que tais diferenças temporárias
possam ser utilizadas e quando for provável sua reversão em um futuro previsível.
A recuperação do saldo dos impostos diferidos ativos é revisada no final de cada período
de relatório e, quando não for mais provável que lucros tributáveis futuros estarão
disponíveis para permitir a recuperação de todo o ativo, ou parte dele, o saldo do ativo é
ajustado pelo montante que se espera que seja recuperado.
Impostos diferidos ativos e passivos são mensurados pelas alíquotas aplicáveis no período
no qual se espera que o passivo seja liquidado ou o ativo seja realizado, com base nas
alíquotas previstas na legislação tributária vigente no final de cada período de relatório, ou
quando uma nova legislação tiver sido substancialmente aprovada. A mensuração dos
impostos diferidos ativos e passivos reflete as consequências fiscais que resultariam da
forma na qual a Companhia espera, no final de cada período de relatório, recuperar ou
liquidar o valor contábil desses ativos e passivos.
2.11.3. Imposto de renda e contribuição social correntes e diferidos do período
O imposto de renda e contribuição social correntes e diferidos são reconhecidos como
despesa ou receita no resultado do período.
2.12. Imobilizado
Edificações, imobilizações em andamento, móveis e utensílios e equipamentos estão
demonstrados ao valor de custo, deduzidos de depreciação e perda por redução ao valor
recuperável acumuladas. São registrados como parte dos custos das imobilizações em
andamento os honorários profissionais e, no caso de ativos qualificáveis, os custos
de empréstimos capitalizados de acordo com a política contábil da Companhia.
Tais imobilizações são classificadas nas categorias adequadas do imobilizado quando
concluídas e prontas para o uso pretendido. A depreciação desses ativos inicia-se quando
eles estão prontos para o uso pretendido na mesma base dos outros ativos imobilizados.
A depreciação é reconhecida com base na vida útil estimada de cada ativo pelo método
linear, de modo que o valor do custo menos o seu valor residual após sua vida útil seja
integralmente baixado (exceto para terrenos e construções em andamento). A vida útil
estimada, os valores residuais e os métodos de depreciação são revisados no final da data
do balanço patrimonial e o efeito de quaisquer mudanças nas estimativas é contabilizado
prospectivamente.
Ativos mantidos por meio de arrendamento financeiro são depreciados pela vida útil
esperada da mesma forma que os ativos próprios ou por um período inferior, se aplicável,
conforme termos do contrato de arrendamento em questão.
Um item do imobilizado é baixado após alienação ou quando não há benefícios econômicos
futuros resultantes do uso contínuo do ativo. Quaisquer ganhos ou perdas na venda ou
baixa de um item do imobilizado são determinados pela diferença entre os valores
recebidos na venda e o valor contábil do ativo e são reconhecidos no resultado.
2.13. Ativos intangíveis
2.13.1. Ativos intangíveis adquiridos separadamente
Ativos intangíveis com vida útil definida adquiridos separadamente são registrados ao
custo, deduzido da amortização e das perdas por redução ao valor recuperável acumuladas.
A amortização é reconhecida linearmente com base na vida útil estimada dos ativos.
A vida útil estimada e o método de amortização são revisados no fim de cada exercício
e o efeito de quaisquer mudanças nas estimativas é contabilizado prospectivamente.
Ativos intangíveis com vida útil indefinida adquiridos separadamente são registrados ao
custo, deduzido das perdas por redução ao valor recuperável acumuladas.
2.13.2. Ativos intangíveis gerados internamente - gastos com desenvolvimento
Os gastos com atividades de pesquisa são reconhecidos como despesa no período em que
são incorridos.
O ativo intangível gerado internamente resultante de gastos com desenvolvimento
(ou de uma fase de desenvolvimento de um projeto interno) é reconhecido se, e somente
se, demonstrado todas as seguintes condições:
• A viabilidade técnica de completar o ativo intangível para que seja disponibilizado para
uso ou venda;
• A intenção de se completar o ativo intangível e usá-lo ou vendê-lo;
• A habilidade de usar ou vender o ativo intangível;
• Como o ativo intangível irá gerar prováveis benefícios econômicos futuros;
• A disponibilidade de adequados recursos técnicos, financeiros e outros para completar o
desenvolvimento do ativo intangível e para usá-lo ou vendê-lo; e
• A habilidade de mensurar, com confiabilidade, os gastos atribuíveis ao ativo intangível
durante seu desenvolvimento.
O montante inicialmente reconhecido de ativos intangíveis gerados internamente
corresponde à soma dos gastos incorridos desde quando o ativo intangível passou a
atender aos critérios de reconhecimento mencionados anteriormente. Quando nenhum
ativo intangível gerado internamente puder ser reconhecido, os gastos com
desenvolvimento serão reconhecidos no resultado do período, quando incorridos.
Subsequentemente ao reconhecimento inicial, os ativos intangíveis gerados internamente
são registrados ao valor de custo, deduzido da amortização e da perda por redução ao
valor recuperável acumuladas, assim como os ativos intangíveis adquiridos separadamente.
2.13.3. Baixa de ativos intangíveis
Um ativo intangível é baixado na alienação ou quando não há benefícios econômicos
futuros resultantes do uso ou da alienação. Os ganhos ou as perdas resultantes da baixa de
um ativo intangível, mensurados como a diferença entre as receitas líquidas da alienação e
o valor contábil do ativo, são reconhecidos no resultado quando o ativo é baixado.
2.14. Redução ao valor recuperável de ativos tangíveis e intangíveis, excluindo o
ágio
No fim de cada exercício, a Companhia revisa o valor contábil de seus ativos tangíveis e
intangíveis para determinar se há alguma indicação de que tais ativos sofreram alguma
perda por redução ao valor recuperável. Se houver tal indicação, o montante recuperável
do ativo é estimado com a finalidade de mensurar o montante dessa perda, se houver.
Quando não for possível estimar o montante recuperável de um ativo individualmente, a
Companhia calcula o montante recuperável da unidade geradora de caixa à qual pertence
o ativo. Quando uma base de alocação razoável e consistente pode ser identificada, os
ativos corporativos também são alocados às unidades geradoras de caixa individuais ou ao
menor grupo de unidades geradoras de caixa para o qual uma base de alocação razoável
e consistente possa ser identificada.
Ativos intangíveis com vida útil indefinida ou ainda não disponíveis para uso são submetidos
ao teste de redução ao valor recuperável pelo menos uma vez ao ano e sempre que houver
qualquer indicação de que o ativo possa apresentar perda por redução ao valor recuperável.
O montante recuperável é o maior valor entre o valor justo menos os custos na venda ou o
valor em uso. Na avaliação do valor em uso, os fluxos de caixa futuros estimados são
descontados ao valor presente pela taxa de desconto, antes dos impostos, que reflita uma
avaliação atual de mercado do valor da moeda no tempo e os riscos específicos do ativo
para o qual a estimativa de fluxos de caixa futuros não foi ajustada.
Se o montante recuperável de um ativo (ou unidade geradora de caixa) calculado for
menor que seu valor contábil, o valor contábil do ativo (ou unidade geradora de caixa)
é reduzido ao seu valor recuperável. A perda por redução ao valor recuperável é
reconhecida imediatamente no resultado.
Quando a perda por redução ao valor recuperável é revertida subsequentemente, ocorre o
aumento do valor contábil do ativo (ou unidade geradora de caixa) para a estimativa
revisada de seu valor recuperável, desde que não exceda o valor contábil que teria sido
determinado, caso nenhuma perda por redução ao valor recuperável tivesse sido
reconhecida para o ativo (ou unidade geradora de caixa) em exercícios anteriores.
A reversão da perda por redução ao valor recuperável é reconhecida imediatamente
no resultado.
2.15. Estoques
Os estoques são apresentados pelo menor valor entre o valor de custo e o valor líquido
realizável. Os custos dos estoques são determinados pelo método do custo médio. O valor
líquido realizável corresponde ao preço de venda estimado dos estoques, deduzido de
todos os custos estimados para conclusão e custos necessários para realizar a venda.
A provisão de obsolescência para estoques é realizada com base na avaliação das matériasprimas, estoques de revendas e produtos acabados que não possuem expectativa clara de
utilização e venda. A base principal dessa avaliação é o giro dos estoques, segregando
aqueles destinados à produção daqueles destinados à assistência técnica.
2.16. Provisões
As provisões são reconhecidas para obrigações presentes (legal ou presumida) resultante
de eventos passados, em que seja possível estimar os valores de forma confiável e cuja
liquidação seja provável.
O valor reconhecido como provisão é a melhor estimativa das considerações requeridas
para liquidar a obrigação no final de cada período de relatório, considerando-se os riscos e
as incertezas relativos à obrigação. Quando a provisão é mensurada com base nos fluxos
de caixa estimados para liquidar a obrigação, seu valor contábil corresponde ao valor
presente desses fluxos de caixa (em que o efeito do valor temporal do dinheiro é relevante).
Quando alguns ou todos os benefícios econômicos requeridos para a liquidação de uma
provisão são esperados que sejam recuperados de um terceiro, um ativo é reconhecido se,
e somente se, o reembolso for virtualmente certo e o valor puder ser mensurado de forma
confiável.
2.16.1. Garantias
As provisões para o custo esperado com a garantia de vendas são reconhecidas na data
da venda dos respectivos produtos com base na melhor estimativa da Administração em
relação aos gastos necessários para liquidar a obrigação da Companhia.
Com base no número de computadores em garantia e no prazo de cada garantia concedida
sobre estas máquinas e, adicionalmente em função do histórico recente de frequência de
atendimentos por máquina e do custo médio por atendimento de assistência técnica,
estimou-se o valor da provisão necessária para fazer frente à obrigação total assumida, em
relação aos equipamentos em garantia nas respectivas datas-base.
2.16.2. Passivos contingentes adquiridos em uma combinação de negócios
Os passivos contingentes adquiridos em uma combinação de negócios são inicialmente
mensurados pelo valor justo na data da aquisição. No encerramento do exercício,
esses passivos contingentes são mensurados pelo maior valor entre o valor que seria
reconhecido de acordo com a IAS 37 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos
Contingentes (equivalente ao CPC 25) e o valor inicialmente reconhecido deduzido
da amortização acumulada reconhecida de acordo com a IAS 18 - Receita (equivalente
ao CPC 30).
2.17. Instrumentos financeiros
Os ativos e passivos financeiros são reconhecidos quando uma entidade da
Companhia for parte das disposições contratuais do instrumento.
Os ativos e passivos financeiros são inicialmente mensurados pelo valor justo.
Os custos da transação diretamente atribuíveis à aquisição ou emissão de ativos e passivos
financeiros (exceto por ativos e passivos financeiros reconhecidos ao valor justo no
resultado) são acrescidos ou deduzidos do valor justo dos ativos ou passivos financeiros, se
aplicável, após o reconhecimento inicial. Os custos da transação diretamente atribuíveis à
aquisição de ativos e passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado são
reconhecidos imediatamente no resultado.
2.18. Ativos financeiros
Os ativos financeiros estão classificados nas seguintes categorias específicas:
ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado, investimentos mantidos até o
vencimento, ativos financeiros “disponíveis para venda” e empréstimos e recebíveis.
A classificação depende da natureza e finalidade dos ativos financeiros e é determinada na
data do reconhecimento inicial. Todas as aquisições ou alienações normais de ativos
financeiros são reconhecidas ou baixadas com base na data de negociação. As aquisições
ou alienações normais correspondem a aquisições ou alienações de ativos financeiros que
requerem a entrega de ativos dentro do prazo estabelecido por meio de norma ou prática
de mercado.
2.18.1 Método de juros efetivos
O método de juros efetivos é utilizado para calcular o custo amortizado de um instrumento
da dívida e alocar sua receita de juros ao longo do período correspondente. A taxa de juros
efetiva é a taxa que desconta exatamente os recebimentos de caixa futuros estimados
(incluindo todos os honorários e pontos pagos ou recebidos que sejam parte integrante da
taxa de juros efetiva, os custos da transação e outros prêmios ou deduções) durante a vida
estimada do instrumento da dívida ou, quando apropriado, durante um período menor,
para o valor contábil líquido na data do reconhecimento inicial.
A receita é reconhecida com base nos juros efetivos para os instrumentos de dívida não
caracterizados como ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado.
2.18.2. Ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado
Os ativos financeiros são classificados ao valor justo por meio do resultado
quando são mantidos para negociação ou designados pelo valor justo por meio do
resultado.
Um ativo financeiro é classificado como mantido para negociação se:
• for adquirido principalmente para ser vendido a curto prazo; ou
• no reconhecimento inicial é parte de uma carteira de instrumentos financeiros
identificados que a Companhia administra em conjunto e possui um padrão real recente
de obtenção de lucros a curto prazo; ou
• for um derivativo que não tenha sido designado como um instrumento de
“hedge” efetivo.
Um ativo financeiro além dos mantidos para negociação pode ser designado ao valor justo
por meio do resultado no reconhecimento inicial se:
• tal designação eliminar ou reduzir significativamente uma inconsistência de mensuração
ou reconhecimento que, de outra forma, surgiria; ou
• o ativo financeiro for parte de um grupo gerenciado de ativos ou passivos
financeiros ou ambos, e
• seu desempenho for avaliado com base no valor justo, de acordo com a estratégia
documentada de gerenciamento de risco ou de investimento da Companhia, e quando as
informações sobre o agrupamento forem fornecidas internamente com a mesma base; ou
• fizer parte de um contrato contendo um ou mais derivativos embutidos e a
IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (equivalente ao CPC 38)
permitir que o contrato combinado (ativo ou passivo) seja totalmente designado ao valor
justo por meio do resultado.
Os ativos financeiros ao valor justo por meio do resultado são demonstrados ao valor justo,
e quaisquer ganhos ou perdas resultantes são reconhecidos no resultado. Ganhos e perdas
líquidos reconhecidos no resultado incorporam os dividendos ou juros auferidos pelos
ativos financeiros, sendo incluídos na rubrica “Outros ganhos e perdas”, na demonstração
do resultado, o valor justo é determinado conforme descrito na nota explicativa nº 28.
2.18.3. Empréstimos e recebíveis
Empréstimos e recebíveis são ativos financeiros não derivativos com pagamentos fixos ou
determináveis e que não são cotados em um mercado ativo. Os empréstimos e recebíveis
(inclusive contas a receber de clientes e outras, caixa e equivalentes de caixa) são
mensurados pelo valor de custo amortizado utilizando o método de juros efetivos,
deduzidos de qualquer perda por redução do valor recuperável.
A receita de juros é reconhecida através da aplicação da taxa de juros efetiva, exceto para
créditos de curto prazo quando o reconhecimento dos juros seria imaterial.
2.18.4. Redução ao valor recuperável de ativos financeiros
Ativos financeiros, exceto aqueles designados pelo valor justo por meio do resultado, são
avaliados por indicadores de redução ao valor recuperável no final de cada período de
relatório. As perdas por redução ao valor recuperável são reconhecidas se, e apenas se, houver
evidência objetiva da redução ao valor recuperável do ativo financeiro como resultado de um
ou mais eventos que tenham ocorrido após seu reconhecimento inicial, com impacto nos
fluxos de caixa futuros estimados desse ativo.
Para todos os outros ativos financeiros, uma evidência objetiva pode incluir:
• Dificuldade financeira significativa do emissor ou contraparte; ou
• Violação de contrato, como uma inadimplência ou atraso nos pagamentos
de juros ou principal; ou
• Probabilidade de o devedor declarar falência ou reorganização financeira; ou
• Extinção do mercado ativo daquele ativo financeiro em virtude de problemas
financeiros.
Para certas categorias de ativos financeiros, tais como contas a receber os ativos que na
avaliação individual não apresentam redução ao valor recuperável podem, subsequentemente,
apresentá-la quando são avaliados coletivamente. Evidências objetivas de redução ao valor
recuperável para uma carteira de créditos podem incluir a experiência passada da Companhia
na cobrança de pagamentos e o aumento no número de pagamentos em atraso, além de
mudanças observáveis nas condições econômicas nacionais ou locais relacionadas à
inadimplência dos recebíveis.
Para os ativos financeiros registrados ao valor de custo amortizado, o valor da redução ao
valor recuperável registrado corresponde à diferença entre o valor contábil do ativo e o
valor presente dos fluxos de caixa futuros estimados, descontada pela taxa de juros efetiva
original do ativo financeiro.
Para ativos financeiros registrados ao custo, o valor da perda por redução ao valor
recuperável corresponde à diferença entre o valor contábil do ativo e o valor presente dos
18 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais)
fluxos de caixa futuros estimados, descontada pela taxa de retorno atual para um ativo
financeiro similar. Essa perda por redução ao valor recuperável não será revertida em
períodos subsequentes.
O valor contábil do ativo financeiro é reduzido diretamente pela perda por redução ao valor
recuperável para todos os ativos financeiros, com exceção das contas a receber, em que o
valor contábil é reduzido pelo uso de uma provisão. Recuperações subsequentes de valores
anteriormente baixados são creditadas à provisão. Mudanças no valor contábil da provisão
são reconhecidas no resultado.
Para ativos financeiros registrados ao custo amortizado, se em um período subsequente o
valor da perda da redução ao valor recuperável diminuir e a diminuição puder ser
relacionada objetivamente a um evento ocorrido após a redução ao valor recuperável ter
sido reconhecida, a perda anteriormente reconhecida é revertida por meio do resultado,
desde que o valor contábil do investimento na data dessa reversão não exceda o eventual
custo amortizado se a redução ao valor recuperável não tivesse sido reconhecida.
2.18.5. Baixa de ativos financeiros
A Companhia baixa um ativo financeiro, apenas quando os direitos contratuais aos fluxos
de caixa provenientes desse ativo expiram, ou transfere o ativo, e substancialmente todos
os riscos e benefícios da propriedade para outra empresa. Se a Companhia não transferir
nem retiver substancialmente todos os riscos e benefícios da propriedade do ativo
financeiro, mas continuar a controlar o ativo transferido, a Companhia reconhece a
participação retida e o respectivo passivo nos valores que terá de pagar. Se retiver
substancialmente todos os riscos e benefícios do ativo da propriedade do ativo financeiro
transferido, a Companhia continua reconhecendo esse ativo, além de um empréstimo
garantido pela receita recebida.
Na baixa de um ativo financeiro que não seja em sua totalidade (por exemplo, quando a
Companhia retém uma opção de recompra de parte de um ativo transferido ou retém
participação residual que não resulte na retenção de substancialmente todos os riscos e
benefícios da titularidade e a Companhia retém o controle), a Companhia aloca o valor
contábil anterior do ativo financeiro entre a parte que ele continua a reconhecer devido ao
envolvimento contínuo e a parte que ele não mais reconhece, com base no valor justo
relativo dessas partes na data da transferência.
2.19. Passivos financeiros e instrumentos de patrimônio
2.19.1. Classificação como instrumento de dívida ou de patrimônio
Instrumentos de dívida e de patrimônio emitidos por uma entidade da Companhia são
classificados como passivos financeiros ou patrimônio, de acordo com a natureza do
acordo contratual e as definições de passivo financeiro e instrumento de patrimônio.
2.19.2. Instrumento de patrimônio
Um instrumento de patrimônio é um contrato que evidencia uma participação
residual nos ativos de uma empresa após a dedução de todas as suas obrigações.
Os instrumentos de patrimônio emitidos pela Companhia são reconhecidos quando os
recursos são recebidos, líquidos dos custos diretos de emissão.
A recompra dos próprios instrumentos de patrimônio da Companhia é reconhecida e
deduzida diretamente no patrimônio. Nenhum ganho ou perda é reconhecido no resultado
proveniente de compra, venda, emissão ou cancelamento dos próprios instrumentos de
patrimônio da Companhia.
2.19.3. Passivos financeiros
Os passivos financeiros são classificados como “Passivos financeiros ao valor
justo por meio do resultado” ou “Outros passivos financeiros”.
2.19.3.1. Passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado
Os passivos financeiros são classificados como ao valor justo por meio do resultado quando
são mantidos para negociação ou designados ao valor justo por meio do resultado.
Um passivo financeiro é classificado como mantido para negociação se:
• foi adquirido principalmente para a recompra no curto prazo;
• faz parte de uma carteira de instrumentos financeiros identificados e gerenciados em
conjunto pela Companhia e possui um padrão real recente de obtenção de lucro de curto
prazo; e
• é um derivativo não designado como instrumento de “hedge” efetivo.
Um passivo financeiro não mantido para negociação pode ser designado ao valor justo por
meio do resultado no reconhecimento inicial se:
• tal designação eliminar ou reduzir significativamente uma inconsistência na mensuração
ou reconhecimento que, de outra forma, iria surgir;
• o passivo financeiro for parte de um grupo de ativos ou passivos financeiros ou ambos,
gerenciado e com seu desempenho avaliado com base no valor justo de acordo com a
gestão dos riscos ou estratégia de investimentos documentados da Companhia, e quando
as informações a respeito da Companhia forem fornecidas internamente com a mesma
base; ou
• o ativo financeiro for parte de um contrato contendo um ou mais derivativos embutidos
e a IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração permitir que o
contrato combinado (ativo ou passivo) seja totalmente designado ao valor justo por meio
do resultado.
Os passivos financeiros ao valor justo por meio do resultado são demonstrados ao valor justo, e
os respectivos ganhos ou perdas são reconhecidos no resultado. Os ganhos ou as perdas
líquidos reconhecidos no resultado incorporam os juros pagos pelo passivo financeiro, sendo
incluídos na rubrica “Outros ganhos e perdas”, na demonstração do resultado. O valor justo é
determinado conforme descrito na nota explicativa nº 28.
2.19.3.2. Outros passivos financeiros
Os outros passivos financeiros (incluindo empréstimos) são mensurados pelo
valor de custo amortizado utilizando o método de juros efetivos.
O método de juros efetivos é utilizado para calcular o custo amortizado de um passivo
financeiro e alocar sua despesa de juros pelo respectivo período. A taxa de juros efetiva é
a taxa que desconta exatamente os fluxos de caixa futuros estimados (inclusive honorários
e pontos pagos ou recebidos que constituem parte integrante da taxa de juros efetiva,
custos da transação e outros prêmios ou descontos) ao longo da vida estimada do passivo
financeiro ou, quando apropriado, por um período menor, para o reconhecimento inicial
do valor contábil líquido.
2.19.3.3. Baixa de passivos financeiros
A Companhia baixa passivos financeiros somente quando as obrigações da
Companhia são extintas e canceladas ou quando vencem. A diferença entre
o valor contábil do passivo financeiro baixado e a contrapartida paga e a pagar
é reconhecida no resultado.
2.20. Instrumentos financeiros derivativos
A Companhia possui vários instrumentos financeiros derivativos para administrar a sua
exposição a riscos de taxa de juros e câmbio, incluindo contratos de câmbio a termo,
“swaps” de taxa de juros e de moedas. A nota explicativa nº 28 inclui informações mais
detalhadas sobre os instrumentos financeiros derivativos.
Os derivativos são inicialmente reconhecidos ao valor justo na data de contratação e são
posteriormente remensurados pelo valor justo no encerramento do exercício. Eventuais ganhos
ou perdas são reconhecidos no resultado imediatamente, a menos que o derivativo seja designado
e efetivo como instrumento de “hedge”; nesse caso, o momento do reconhecimento no
resultado depende da natureza da relação de “hedge”.
2.21. Ajuste a valor presente
A Companhia efetua o cálculo do valor presente principalmente sobre os saldos de contas
a receber e fornecedores. Os efeitos desse cálculo são registrados no resultado do exercício,
na rubrica de “Resultado financeiro”.
Os elementos integrantes do ativo e do passivo, decorrentes de operações de longo ou
curto prazos, quando houver efeito relevante, são ajustados a valor presente, com base na
taxa de desconto que reflete as melhores avaliações do mercado quanto ao valor do
dinheiro no tempo e os riscos dos passivos e expectativas do ativo em suas datas originais.
A taxa de desconto utilizada foi de aproximadamente 10% ao ano, a qual tem como
fundamento e premissa a taxa média publicada pela Associação Nacional dos Bancos de
Investimento e Distribuidoras - “ANBID”.
2.22. Demonstração do Valor Adicionado (“DVA”)
Essa demonstração tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela Companhia e sua
distribuição durante determinado período e é apresentada pela Companhia, conforme
requerido pela legislação societária brasileira, como parte de suas demonstrações
financeiras individuais e como informação suplementar às demonstrações financeiras
consolidadas, pois não é uma demonstração prevista e nem obrigatória conforme as IFRSs.
A DVA foi preparada com base em informações obtidas dos registros contábeis que servem
de base de preparação das demonstrações financeiras e seguindo as disposições contidas
no CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado. Em sua primeira parte apresenta a
riqueza criada pela Companhia, representada pelas receitas (receita bruta das vendas,
incluindo os tributos incidentes sobre a mesma, as outras receitas e os efeitos da provisão
para créditos de liquidação duvidosa), pelos insumos adquiridos de terceiros (custo das
vendas e aquisições de materiais, energia e serviços de terceiros, incluindo os tributos
incluídos no momento da aquisição, os efeitos das perdas e recuperação de valores ativos,
e a depreciação e amortização) e o valor adicionado recebido de terceiros (resultado da
equivalência patrimonial, receitas financeiras e outras receitas). A segunda parte da DVA
apresenta a distribuição da riqueza entre pessoal, impostos, taxas e contribuições,
remuneração de capitais de terceiros e remuneração de capitais próprios.
2.23. Novas normas, alterações e interpretações de normas
a) Normas, interpretações e alterações de normas existentes em vigor em 31 de dezembro
de 2011 e que não tiveram impactos relevantes sobre as demonstrações contábeis da
Companhia.
As interpretações e alterações das normas existentes a seguir foram editadas e estavam em com relação às exposições ao risco quando um ativo financeiro é transferido, porém o
vigor em 31 de dezembro de 2011. Entretanto, não tiveram impactos relevantes sobre as transferidor retém certo nível de exposição contínua no ativo. As modificações requerem
ainda divulgações nos casos em que as transferências de ativos financeiros não são
demonstrações contábeis da Companhia:
Norma
Principais exigências
Data de entrada em vigor proporcionalmente distribuídas durante o período.
A Administração da Companhia não espera que essas modificações à IFRS 7 tenham um
Aplicável a exercícios com efeito relevante sobre as divulgações da Companhia relacionadas a transferências de
Melhorias nas
IFRSs - 2010
Alteração de diversos
início em ou após 1º de contas a receber anteriormente executadas (ver nota explicativa nº 5). No entanto, caso a
pronunciamentos contábeis.
janeiro de 2011. Companhia realize outros tipos de transferência de ativos financeiros no futuro, as
Alterações à IFRS 1
Isenção limitada de
divulgações relacionadas a essas transferências poderão ser impactadas.
Aplicável a exercícios com Modificação da IFRS 1 sobre a eliminação de datas fixas para adotantes pela primeira vez
divulgações comparativas da
IFRS 7 para adotantes
início em ou após 1º de julho das IFRSs: em 20 de dezembro de 2010, o IASB emitiu a modificação da IFRS 1 - First-time
iniciais.
de 2010. Adoption of International Financial Reporting Standards (IFRSs) que trata da eliminação de
Aplicável a exercícios com datas fixas para adotantes pela primeira vez das IFRSs. As modificações substituem a data
Alterações à IAS 24
início em ou após 1º de fixa de aplicação prospectiva de 1º de janeiro de 2004 para a data de transição para as
Divulgações de partes
janeiro de 2011. IFRSs, de forma que os adotantes pela primeira vez das IFRSs não tenham de aplicar os
relacionadas.
Alterações à IFRIC 14
Pagamentos antecipados de
Aplicável a exercícios com requerimentos de baixa da IAS 39 retrospectivamente. A modificação deve ser adotada
início em ou após 1º de obrigatoriamente para exercícios iniciados em ou após 1º de julho de 2011 e a adoção
exigência mínima de
janeiro de 2011. antecipada é permitida.
financiamento.
Aplicável a exercícios com Em maio de 2011, um pacote de cinco normas de consolidação, acordos de participação,
Alterações à IAS 32
Classificação dos direitos de
início em ou após 1º de coligadas e divulgações foi emitido, incluindo a IFRS 10, IFRS 11, IFRS 12, IAS 27 (revisada
emissão.
fevereiro de 2010. em 2011) e IAS 28 (revisada em 2011).
As principais exigências dessas cinco normas estão descritas a seguir:
IFRIC 19
Extinção de passivos
Aplicável a exercícios com A IFRS 10 substitui as partes da IAS 27 Demonstrações Financeiras Consolidadas e
financeiros através de
início em ou após 1º de julho Separadas que tratam das demonstrações financeiras consolidadas. A SIC-12 Consolidação
instrumentos patrimoniais.
de 2010.
- Sociedades de Propósito Específico foi retirada com a emissão da IFRS 10. De acordo com
a) Normas, interpretações e alterações de normas existentes que ainda não estão a IFRS 10, existe somente uma base de consolidação, ou seja, o controle. Adicionalmente,
em vigor e não foram adotadas antecipadamente pela Sociedade.
a IFRS 10 inclui uma nova definição de controle que contém três elementos: (a) poder sobre
As normas e alterações das normas existentes a seguir foram publicadas e são obrigatórias uma investida; (b) exposição, ou direitos, a retornos variáveis da sua participação na
para os períodos iniciados após 31 de dezembro de 2011. Todavia, não houve adoção investida e (c) capacidade de utilizar seu poder sobre a investida para afetar o valor dos
antecipada dessas normas e alterações de normas por parte da Sociedade.
retornos ao investidor. Orientações abrangentes foram incluídas na IFRS 10 para abordar
Modificações à IFRS 1
Eliminação de datas fixas para adotantes cenários complexos.
pela primeira vez das IFRSs 1 A IFRS 11 substitui a IAS 31 Participações em Joint Ventures. A IFRS 11 aborda como um
Modificações à IFRS 7
Divulgações - Transferências de Ativos acordo de participação onde duas ou mais partes têm controle conjunto deve ser
Financeiros 1 classificada. A SIC-13 Joint Ventures – Contribuições Não-Monetárias de Investidores foi
retirada com a emissão da IFRS 11. De acordo com a IFRS 11, os acordos de participação
IFRS 9 (conforme alterada em 2010)
Instrumentos Financeiros 2 são classificados como operações conjuntas ou joint ventures, conforme os direitos e as
Modificações à IAS 12
Impostos diferidos - recuperação dos ativos obrigações das partes dos acordos. Por outro lado, de acordo com a IAS 31, existem três
subjacentes quando o ativo é mensurado tipos de acordos de participação: entidades controladas em conjunto, ativos controlados
pelo modelo de valor justo da IAS 403 em conjunto e operações controladas em conjunto.
Adicionalmente, de acordo com a IFRS 11, as joint ventures devem ser contabilizadas pelo
IAS 28 (Revisada 2011) Investimentos em Coligadas e
Revisão da IAS 28 para incluir as alterações método de equivalência patrimonial, enquanto as entidades controladas em conjunto,
Entidades com Controle Compartilhado
introduzidas pelas IFRSs 10, 11 e 12. 2 de acordo com a IAS 31, podem ser contabilizadas pelo método de equivalência patrimonial
ou pelo método de contabilização proporcional.
IAS 27 (Revisada 2011) Requerimentos da IAS 27 relacionados às A IFRS 12 é uma norma de divulgação aplicável a entidades que possuem participações em
Demonstrações Financeiras
demonstrações contábeis consolidadas são controladas, acordos de participação, coligadas e/ou entidades estruturadas não
substituídos pela IFRS 10. Requerimentos consolidadas. De um modo geral, as exigências de divulgação de acordo com a IFRS 12
Separadas
para demonstrações contábeis separadas são mais abrangentes do que as normas atuais.
são mantidos. 2 Essas cinco normas são aplicáveis a períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de
IFRS 10 - Demonstrações
Substituiu a IAS 27 em relação aos 2013. A adoção antecipada é permitida desde que essas cinco normas sejam adotadas
Financeiras Consolidadas
requerimentos aplicáveis às demonstrações antecipadamente ao mesmo tempo.
contábeis consolidadas e a SIC 12. A IFRS A administração da Companhia espera que essas cinco normas sejam adotadas nas
10 determinou um único modelo de demonstrações financeiras consolidadas da Companhia no período anual iniciado em 1º de
consolidação com base em controle, janeiro de 2013. A adoção dessas cinco normas pode ter um efeito significativo sobre os
independentemente da natureza do valores reportados nas demonstrações financeiras consolidadas. A adoção da IFRS 11
investimento. 2 poderá resultar em alterações na contabilização da entidade controlada em conjunto da
IFRS 11 - Acordos de Participação
Eliminou o modelo de consolidação Companhia atualmente contabilizada pelo método de consolidação proporcional. De
proporcional para as entidades com acordo com a IFRS 11, uma entidade controlada em conjunto poderá ser classificada como
controle compartilhado, mantendo apenas uma operação conjunta ou joint venture, de acordo com os direitos e as obrigações das
o modelo pelo método da equivalência partes do acordo de participação. No entanto, os dirigentes da empresa ainda não
patrimonial. Eliminou também o conceito efetuaram uma análise detalhada do impacto da aplicação dessas Normas. Por conseguinte,
de “ativos com controle compartilhado”, ainda não quantificaram o alcance do impacto.
mantendo apenas “operações com controle A IFRS 13 apresenta uma fonte única de orientação para as mensurações do valor justo e
compartilhado” e “entidades com controle divulgações acerca das mensurações do valor justo. A norma define valor justo, apresenta
compartilhado”. 2 uma estrutura de mensuração do valor justo e exige divulgações das mensurações do valor
IFRS 12 - Divulgações de
Expande os requerimentos de divulgação justo. O escopo da IFRS 13 é abrangente, aplicando-se a itens de instrumentos financeiros
Participações em Outras Entidades
de investimentos nas entidades que a e não-financeiros, para os quais outras IFRSs exigem ou permitem mensurações do valor
Sociedade possui influência significativa. 2 justo e divulgações das mensurações do valor justo, exceto em determinados casos.
Por exemplo, divulgações quantitativas e qualitativas, com base na hierarquia de valor justo
IFRS 13 - Mensurações ao Valor Justo
Substitui e consolida todas as orientações e de três níveis atualmente exigida para instrumentos financeiros somente de acordo com a
requerimentos relacionados à mensuração IFRS 7 Instrumentos Financeiros: Divulgações, serão complementadas pela IFRS 13 de
ao valor justo contidos nos demais modo a incluir todos os ativos e passivos em seu escopo.
pronunciamentos das IFRSs em um único A IFRS 13 é aplicável para períodos anuais iniciados em ou após 1º de janeiro de 2013,
pronunciamento. A IFRS 13 define valor sendo permitida a adoção antecipada.
justo e orienta como determinar o valor A administração da Companhia espera que a IFRS 13 seja adotada nas demonstrações
justo e os requerimentos de divulgação financeiras consolidadas do Grupo no período anual iniciado em 1º de janeiro de 2013 e a
relacionados à mensuração do valor justo. adoção dessa nova norma poderá resultar em montantes reportados nas demonstrações
Entretanto, ela não introduz nenhum novo financeiras e resultar em divulgações mais abrangentes nas demonstrações financeiras.
requerimento nem alteração com relação As modificações à IAS 1 permitem apresentar o resultado e outro resultado abrangente e
aos itens que devem ser mensurados ao uma única demonstração ou em duas demonstrações separadas e consecutivas.
valor justo, os quais permanecem nos No entanto, as modificações à IAS 1 exigem divulgações adicionais na seção de outro
pronunciamentos originais. 2 resultado abrangente de forma que os itens de outro resultado abrangente sejam
Alterações à IAS 19 Eliminação do enfoque do corredor agrupados em duas categorias: (a) itens que não serão reclassificados posteriormente no
Benefícios aos Empregados
(“corridor approach”), sendo os ganhos ou resultado e (b) itens que serão reclassificados posteriormente no resultado de acordo com
as perdas atuariais reconhecidos como determinadas condições. O imposto de renda sobre os itens de outro resultado abrangente
outros resultados abrangentes para os será destinado da mesma forma.
planos de pensão e o resultado para os As modificações à IAS 1 são aplicáveis para períodos anuais iniciados em ou após
demais benefícios de longo prazo, quando 1º de julho de 2012. A apresentação dos itens de outro resultado abrangente será
incorridos, entre outras alterações. 2 modificada apropriadamente na medida em que as modificações são adotadas nos
Alterações à IAS 1 - Apresentação
Introduz o requerimento de que os itens períodos contábeis futuros.
das Demonstrações Financeiras
registrados em outros resultados As Modificações da IAS 12 sobre impostos diferidos (recuperação dos ativos subjacentes):
abrangentes sejam segregados e em 20 de dezembro de 2010, o IASB emitiu a modificação da IAS 12 - Income Taxes
totalizados entre itens que são e os que denominada Deferred Tax: Recovery of Underlying Assets. A IAS 12 requer que uma
não são posteriormente reclassificados para entidade mensure os impostos diferidos relativos a um ativo dependendo se a entidade
lucros e perdas. 2 espera recuperar o valor contábil do ativo através do uso ou da venda. Quando um ativo é
mensurado pelo modelo de valor justo da IAS 40 - Investment Property, pode ser difícil e
1
Aplicável a períodos anuais com início em ou após 1o de julho de 2011.
subjetivo avaliar se a recuperação do ativo será através do uso ou da venda.
2
Aplicável a períodos anuais com início em ou após 1o de janeiro de 2013.
A modificação apresenta uma solução prática para o problema, introduzindo a presunção
3
Aplicável a períodos anuais com início em ou após 1º de janeiro de 2012.
de que a recuperação do valor contábil será, normalmente, através de venda. Como
IFRS 9 - Instrumentos Financeiros, emitida em novembro de 2009 e alterada em outubro resultado das modificações, a SIC-21 - Income Taxes - Recovery of Revalued Nondepreciable
de 2010, introduz novas exigências para a classificação, mensuração e baixa de ativos e Assets não será mais aplicável para propriedades para investimento mantidas ao valor
passivos financeiros.
justo. As modificações devem ser adotadas obrigatoriamente para exercícios iniciados em
• A IFRS 9 estabelece que todos os ativos financeiros reconhecidos que estão inseridos no ou após 1º de janeiro de 2012.
escopo da IAS 39 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (equivalente As modificações às IAS 19 alteram a contabilização dos planos de benefícios definidos e
ao CPC 38) sejam subsequentemente mensurados ao custo amortizado ou valor justo. dos benefícios de rescisão. A modificação mais significativa refere-se à contabilização das
Especificamente, os instrumentos de dívida que são mantidos segundo um modelo de alterações nas obrigações de benefícios definidos e ativos do plano. As modificações
negócios, cujo objetivo é receber os fluxos de caixa contratuais, e que possuem fluxos de exigem o reconhecimento das alterações nas obrigações de benefícios definidos e no valor
caixa contratuais que se referem exclusivamente a pagamentos do principal e dos juros justo dos ativos do plano conforme ocorram, e, portanto, a eliminação da “abordagem de
sobre o valor principal devido são geralmente mensurados ao custo amortizado ao final corredor” permitida na versão anterior da IAS 19 e o reconhecimento antecipado dos
dos períodos contábeis subsequentes. Todos os outros instrumentos de dívida e custos de serviços passados. Adicionalmente, as modificações exigem que todos os ganhos
investimentos em títulos patrimoniais são mensurados ao valor justo ao final dos períodos e prejuízos atuariais sejam reconhecidos imediatamente por meio de outro resultado
contábeis subsequentes.
abrangente de forma que o ativo ou passivo líquido do plano de pensão seja reconhecido
• O efeito mais significativo da IFRS 9 relacionado à classificação e mensuração de passivos na demonstração consolidada da posição financeira para refletir o valor integral do déficit
financeiros refere-se à contabilização das variações no valor justo de um passivo financeiro ou superávit do plano.
(designado ao valor justo através do resultado) atribuíveis a mudanças no risco de crédito As modificações à IAS 19 são efetivas para períodos anuais com início em ou após
daquele passivo. Especificamente, de acordo com a IFRS 9, com relação aos passivos 1º de janeiro de 2013 e exigem adoção retroativa, exceto em determinadas circunstâncias.
financeiros reconhecidos ao valor justo através do resultado, o valor da variação no valor A Administração da Companhia não espera que essas modificações à IAS 19 tenham efeito
justo do passivo financeiro atribuível a mudanças no risco de crédito daquele passivo é sobre as divulgações da Companhia já que a mesma não oferece planos de benefícios
reconhecido em “Outros resultados abrangentes”, a menos que o reconhecimento dos definidos aos seus empregados.
efeitos das mudanças no risco de crédito do passivo em “Outros resultados abrangentes” O Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC ainda não editou os respectivos
resulte em ou aumente o descasamento contábil no resultado. As variações no valor justo pronunciamentos e modificações correlacionados às IFRSs novas e revisadas apresentadas
atribuíveis ao risco de crédito de um passivo financeiro não são reclassificadas no resultado. acima. Em decorrência do compromisso do CPC e da Comissão de Valores Mobiliários Anteriormente, de acordo com a IAS 39 e CPC 38, o valor total da variação no valor CVM de manter atualizado o conjunto de normas emitido com base nas atualizações feitas
justo do passivo financeiro reconhecido ao valor justo através do resultado foi pelo International Accounting Standards Board - IASB, é esperado que esses
reconhecido no resultado.
pronunciamentos e modificações sejam editados pelo CPC e aprovados pela CVM até a
A IFRS 9 é aplicável para períodos anuais com início em ou após 1º de janeiro de 2013.
data de sua aplicação obrigatória.
A Administração da Companhia espera que a IFRS 9 a ser adotada nas demonstrações
financeiras consolidadas da Companhia para o período anual com início em 1º de janeiro 3. PRINCIPAIS FONTES DE INCERTEZA NAS ESTIMATIVAS
de 2013 e que a adoção da nova Norma tenham um efeito relevante sobre os saldos Na aplicação das políticas contábeis da Companhia descritas na nota explicativa nº2, a
reportados com relação aos ativos e passivos financeiros da Companhia. No entanto, não Administração deve fazer julgamentos e elaborar estimativas a respeito dos valores
é possível fornecer estimativa razoável desse efeito até que seja efetuada revisão detalhada. contábeis dos ativos e passivos para os quais não são facilmente obtidos de outras fontes.
As modificações à IFRS 7 - Divulgações - Transferências de Ativos Financeiros (equivalente As estimativas e as respectivas premissas estão baseadas na experiência histórica
ao CPC 40) aumentam as exigências de divulgação de transações envolvendo transferências e em outros fatores considerados relevantes. Os resultados efetivos podem diferir
de ativos financeiros. Essas modificações têm por objetivo oferecer maior transparência dessas estimativas.
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 19
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais)
As estimativas e premissas subjacentes são revisadas continuamente. Os efeitos decorrentes
das revisões feitas às estimativas contábeis são reconhecidos no período em que as
estimativas são revistas, se a revisão afetar apenas este período, ou também em períodos
posteriores se a revisão afetar tanto o período presente como períodos futuros.
3.1. Principais fontes de incertezas nas estimativas
A seguir, são apresentadas as principais premissas a respeito do futuro e outras principais
origens da incerteza nas estimativas no final de cada período de relatório, que podem levar
a ajustes significativos nos valores contábeis dos ativos e passivos no próximo exercício.
3.1.1. Recuperação de ativo intangível gerado internamente
Durante o exercício, a Administração revisa a recuperação do ativo intangível da
Companhia gerado internamente, oriundo de vários projetos, não tendo identificado a
necessidade de reconhecimento de provisões para perda na recuperação dos referidos
intangíveis nos anos de 2011 e 2010.
3.1.2. Redução ao valor recuperável do ágio
Para determinar se o ágio apresenta redução em seu valor recuperável, é necessário fazer
estimativa do valor em uso das unidades geradoras de caixa para as quais o ágio foi
alocado. O cálculo do valor em uso exige que a Administração estime os fluxos de caixa
futuros esperados oriundos das unidades geradoras de caixa e uma taxa de desconto
adequada para que o valor presente seja calculado.
O valor contábil do ágio em 31 de dezembro de 2011 é de R$14.173 (R$14.173 em 31 de
dezembro de 2010) e pela avaliação da Administração não foi necessário registrar provisão
para perda do valor recuperável nos anos de 2011 e 2010. Os detalhes do cálculo da perda
por redução ao valor recuperável estão divulgados na nota explicativa nº 13.b.
3.1.3. Vida útil dos bens do imobilizado
Conforme descrito na nota explicativa nº 2.12, a Companhia revisa a vida útil estimada dos
bens do imobilizado anualmente no final de cada período de relatório.
3.1.4. Avaliação de instrumentos financeiros
Conforme descrito na nota explicativa nº 28, a Companhia usa técnicas de avaliação que
incluem informações que não se baseiam em dados observáveis de mercado para estimar
o valor justo de determinados tipos de instrumentos financeiros. A nota explicativa nº 28
oferece informações detalhadas sobre as principais premissas utilizadas na determinação
do valor justo de instrumentos financeiros, bem como a análise de sensibilidade
dessas premissas.
A Administração acredita que as técnicas de avaliação selecionadas e as premissas
utilizadas são adequadas para a determinação do valor justo dos instrumentos financeiros.
3.2. Conversão para moeda de apresentação das demonstrações financeiras
Os resultados e os balanços patrimoniais das investidas no exterior são convertidos para a
moeda de apresentação por meio dos seguintes procedimentos:
a) Os ativos e passivos para cada balanço patrimonial apresentado são convertidos
utilizando a taxa de fechamento na data do respectivo balanço;
b) O patrimônio líquido inicial de cada balanço corresponde ao patrimônio líquido final do
período anterior conforme convertido à época; as mutações do patrimônio inicial durante
o período corrente são convertidas pela taxa de suas respectivas datas;
c) As receitas e despesas para cada demonstração do resultado são convertidas utilizando
as taxas cambiais em vigor nas datas das transações;
d) As variações cambiais resultantes dos itens (b) e (c) acima são reconhecidas na conta de
ajuste de avaliação patrimonial do patrimônio líquido.
4. CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
Caixa
–
3
Bancos
8.453
6.709
Aplicações financeiras atreladas
ao Certificado de Depósito
Interbancário - CDI
137.594
82.879
146.047
89.591
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
–
3
15.487
6.935
141.220
156.707
82.879
89.817
Em 31 de dezembro de 2011 e 2010, as aplicações financeiras são prontamente
conversíveis em um valor conhecido de caixa e estão sujeitas a um insignificante risco de
mudança de valor.
5. CONTAS A RECEBER
A vencer
Vencidos até 30 dias
Vencidos de 31 a 60 dias
Vencidos de 61 a 90 dias
Vencidos de 91 a 180 dias
Vencidos de 181 a 360 dias
Vencidos há mais
de 361 dias
(–) Provisão para créditos
de liquidação duvidosa
(–) Ajuste a valor presente
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
406.701
441.886
32.261
53.795
7.075
15.233
3.311
31.956
4.357
46.786
11.680
25.833
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
487.476
446.060
34.548
53.839
7.314
15.233
3.311
32.107
4.587
47.095
11.786
25.853
24.078
15.965
24.475
15.966
(8.266)
(2.046)
479.151
(7.702)
(5.139)
618.613
(8.675)
(2.663)
562.159
(7.776)
(5.394)
622.983
6. ESTOQUES
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
Materiais
273.102
373.710
Produtos
112.224
127.458
Importações em andamento
28.778
46.261
Adiantamentos a fornecedores
9.950
1.117
Licenças de uso
1.235
6.695
Provisão para estoques
(72.978)
(42.632)
352.311
512.609
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
291.638
385.576
141.852
129.796
39.429
59.208
13.772
1.117
1.490
8.225
(76.445)
(42.730)
411.736
541.192
A provisão para perdas com estoques é realizada com base na avaliação das
matérias-primas, estoques de revendas e produtos acabados que não possuem expectativa
clara de utilização e venda. A base principal dessa avaliação é a perspectiva de realização
dos estoques, segregando aqueles destinados à produção daqueles destinados à assistência
técnica. A administração espera que os estoques sejam realizados em um período inferior
a 12 meses. A Administração revisou o processo de cálculo de suas estimativas e registro
da referida provisão conforme descrito na nota 23.
7. IMPOSTOS A RECUPERAR
ICMS
Imposto de renda
IPI
COFINS
Contribuição social
Outros impostos a recuperar
PIS
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
43.205
38.460
29.283
17.301
9.870
4.240
6.124
36.949
3.971
8.949
3.373
1.004
2.334
8.568
98.160
115.471
58.749
115.471
39.411
–
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
43.435
38.648
29.426
18.687
9.875
4.246
6.300
37.036
4.557
10.439
4.946
901
2.383
8.598
100.922
118.555
61.511
118.555
39.411
–
Parcela no circulante
Parcela no não circulante
ICMS
A Companhia utiliza os seguintes benefícios de Impostos Sobre Circulação de Mercadorias
- ICMS:
(i) Lei Estadual no 13.214/2001 e referendada pela Lei Estadual nº 15.542/2007, que
estabelece redução para 7% na carga tributária dos produtos de informática para vendas
dentro do estado;
(ii) Decreto Estadual nº 5.375/2002, confirmado por Termo de Acordo de Regime Especial,
que possibilita a utilização de crédito presumido do ICMS, resultando em carga tributária
de 3% para produtos específicos comercializados pela Companhia (vigência do Artigo 3º
até 31 de julho de 2011).
(iii) Decreto Estadual nº 1.922/2011 entrou em vigor a partir de 01 de agosto de 2011,
revogando o Artigo 3º do Decreto Estadual nº 5.375/2002 e concede crédito presumido do
ICMS equivalente ao valor devido pela saída, resultando em carga tributária de 0% para
produtos específicos comercializados pela Companhia.
Como resultado da fruição dos benefícios fiscais acima mencionados, no exercício findo em
31 de dezembro de 2011, a Companhia registrou o montante de R$ 215.465 (R$ 250.460
em 31 de dezembro de 2010), relativo à subvenção para investimento, na conta de
deduções sobre venda - Impostos e Contribuições, referente à venda de produtos
industrializados e manteve o valor de R$ 29.706 no passivo, sob a rubrica de receita
diferida (R$ 32.651 em 31 de dezembro de 2010), que será apropriado ao resultado
em função da amortização dos ativos relacionados e cumprimento de obrigações
exigidas em contrapartida ao referido benefício fiscal, conforme previsto nas normas
preconizadas no CPC 7.
8. OUTROS CRÉDITOS
Despesa antecipada (a)
Depósitos judiciais
Arrendamento mercantil
financeiro (b)
Empréstimos concedidos (c)
Juros a apropriar
Outros
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
26.773
14.163
8.438
4.862
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
26.773
14.163
8.485
4.906
5.131
877
5.131
877
–
3.332
–
3.332
95
1.792
95
1.792
1.400
1.030
2.455
1.108
41.837
26.056
42.939
26.178
Parcela no circulante
30.678
16.213
31.689
16.243
Parcela no não circulante
11.159
9.843
11.250
9.935
a) Em 31 de dezembro de 2011 a Companhia possui créditos a serem compensados com
gastos de propaganda e publicidade, no valor de R$ 16.084 (R$ 14.163 em
31 de dezembro de 2010), registrados na conta de despesa antecipada de propaganda.
A Administração considera que a realização deverá ocorrer até 2014 e contabilizou o ajuste
a valor presente sobre o saldo.
b) No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia possui R$ 10.743
(R$ 12.984 em 31 de dezembro de 2010) referente a contratos de arrendamento mercantil
financeiro, dos quais R$ 5.612 foram registrados no contas a receber de curto prazo
(R$ 12.107 em 31 de dezembro de 2010). O montante de R$ 5.131 (R$ 877 em
31 de dezembro de 2010) foi registrado no longo prazo.
c) No exercício de 2010 a Companhia realizou operações de mútuo com a BGH Uruguay
S.A., que faz parte do grupo com o qual a Companhia compartilha o controle da
Informática Fueguina S.A.. A remuneração da transação era de variação do dólar norteamericano mais 1,5% ao ano, e tinha vencimento em 31 de dezembro de 2011, data em
que o referido empréstimo foi quitado pela devedora.
9. TRANSAÇÕES COM PARTES RELACIONADAS
Transações comerciais
Controladora (BR GAAP)
Passivo
Vendas e serviços
31/12/2011 31/12/2010
31/12/2011 31/12/2010
Ativo
31/12/2011 31/12/2010
Circulante
Centro de Estudos Superiores Positivo Ltda.
Sociedade Educacional Positivo Ltda.
Editora Positivo Ltda.
Gráfica e Editora Posigraf S.A.
Rosch Administração de Bens Ltda .
Não circulante
Positivo Informática da Bahia Ltda.
Positivo Informática da Amazônia Ltda.
440
200
256
46
–
942
(a)
(a)
(a)
(a)
61
–
81
193
861
1.196
1
47
28 (d)
148
582 (e)
806
525
112
8.655
73
–
9.365
61 (f)
107
5.064 (c)
115 (b)
–
5.347
–
4.709
617
730
9.720
15.776
15.558
1.384
16.942
20.495
14.805 (k)
4.528 (g)
19.333
20.275
–
3.471
3.471
4.667
–
28.565 (i)
28.565
29.371
–
7.430
7.430
16.795
–
16.295 (h)
16.295
21.642
–
18.764
18.764
34.540
a) Venda de microcomputadores
São transações de comercialização de microcomputadores produzidos pela Companhia.
Os preços praticados seguem políticas de preços e prazos definidos entre as partes.
A Companhia realiza vendas de microcomputadores para todas as partes relacionadas.
Gráfica e Editora Posigraf S.A.
b) Produtos e serviços gráficos
Referem-se às compras de produtos e serviços gráficos e venda de computadores e
equipamentos de informática produzidos pela Companhia.
Editora Positivo Ltda.
c) Direitos autorais
Os Direitos Autorais são referentes à disponibilização, pela Positivo Informática S.A., de
acessos aos sítios na internet denominados “Portal Positivo” e “Portal Aprende Brasil”, aos
clientes indicados pela Editora Positivo Ltda., bem como o fornecimento da matriz de
CD-ROMs com conteúdos educacionais.
A Companhia disponibiliza o acesso ao “Portal Positivo” para todas as instituições
conveniadas pela Editora Positivo ao Sistema Positivo de Ensino, denominado SPE, e o
acesso ao “Portal Aprende Brasil” para todas as instituições conveniadas pela Editora
Positivo ao Sistema de Ensino Aprende Brasil, denominado SABE.
Conforme contratos independentes, a Companhia recebe remuneração específica pelo
acesso ao “Portal Positivo” no montante de R$ 4.638 por ano, dividida em doze parcelas
mensais, e pelo acesso ao “Portal Aprende Brasil” de R$ 2.861 por ano, dividida em quatro
parcelas trimestrais.
d) Serviços editoriais
Referem-se à contratação de serviços editoriais. Estes serviços editoriais são aplicados nos
produtos gráficos produzidos pela Gráfica e Editora Posigraf S.A. e demais gráficas
contratadas pela Companhia.
Rosch Administradora de Bens Ltda.
e) Aluguel
A Companhia possui contrato de aluguel de unidades industriais com parte relacionada
que expira a cada seis anos no valor mensal de R$ 861. O valor é reajustado anualmente
conforme aditivos contratuais e em função de ampliação das áreas construídas
proporcionando aumento da capacidade produtiva, benfeitorias realizadas pela locadora e
extensão do prazo de contrato de locação.
Centro de Estudos Superiores Positivo
f) Convênio
A Companhia firmou convênio com a Universidade Positivo referente ao programa de
cooperação e intercâmbio científico e tecnológico, amparado pela legislação brasileira,
Lei nº 11.077/2004 e Decreto nº 5.906/2006, relativa à capacitação e competitividade do
setor de tecnologia da informação, abrangendo atividades de pesquisa, desenvolvimento e
serviços científicos e tecnológicos, formação e treinamento de recursos humanos, absorção
e transferência de tecnologias, aprimoramento e otimização do uso da infraestrutura
laboratorial.
Investimentos
Positivo Informática da Amazônia Ltda.
Outros Investimentos
Provisão para passivo
a descoberto
Positivo Informática da Bahia Ltda.
Crounal S.A
Compras e serviços
31/12/2011 31/12/2010
–
110
3.383
60
–
3.553
5.1. Contas a receber de clientes: Os saldos vencidos referem-se substancialmente à
venda de mercadorias a órgãos públicos, cujo recebimento depende de
processo interno de aprovação de pagamento pelos referidos órgãos. Historicamente, essa
situação de atraso no processo de pagamento é uma característica normal nesse segmento
de vendas, previsto pela Administração dentro de sua estratégia de negócios, e não trouxe
perdas relevantes para a Companhia. Portanto, os saldos vencidos ainda não representam
neste momento nenhum risco relevante de perda no recebimento desses créditos e por
esse motivo, a provisão foi constituída somente para casos em que há perspectiva de perda
por parte da Companhia. O montante de títulos vencidos de órgãos públicos no exercício
findo em 31 de dezembro de 2011 é de R$ 41.011 (R$ 144.215 em 31 de dezembro de
2010), com uma provisão de R$ 948 registrada.
No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia não possui contratos de
cessão de crédito para antecipação de recebíveis. O montante da antecipação em aberto
em 31 de dezembro de 2010 era de R$ 185.223, que foi registrado na rubrica de
empréstimos e financiamento e liquidado de acordo com o vencimento das faturas.
No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia possui R$ 10.743 (R$ 12.984
em 31 de dezembro de 2010) referente a contratos de arrendamento mercantil financeiro,
dos quais R$ 5.612 registrados no contas a receber de curto prazo (R$ 12.107 em 31 de
dezembro de 2010). O montante de R$ 5.131 (R$ 877 em 31 de dezembro de 2010) foi
registrado no longo prazo, conforme descrito na nota explicativa nº 8.
O período médio de crédito na venda de produtos é de 60 dias, exceto determinadas
vendas a órgãos públicos em que o prazo pode chegar até 180 dias.
Critério para estimativa de provisão para créditos de liquidação duvidosa - devido à
concentração das vendas em poucos clientes (os 20 maiores clientes representam cerca de
74% do montante a receber em 31 de dezembro de 2011, cerca de 82% em 31 de
dezembro de 2010), a Companhia avalia a necessidade de provisão para perdas com
créditos substancialmente através de análise individual dos créditos em atraso, conjugado
com o índice de perdas históricas destes créditos. Em 31 de dezembro de 2011 o saldo
consolidado desta provisão totalizou R$ 8.675 (R$ 7.776 em 31 de dezembro de 2010).
Composição por vencimento dos valores vencidos e não incluídos na provisão para créditos
de liquidação duvidosa:
Composição por vencimento dos valores vencidos e incluídos na provisão para créditos de
liquidação duvidosa.
Controladora
Consolidado
(BR GAAP)
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010
Até 30 dias
32.261
53.795
34.548
53.839
31 a 60 dias
7.075
15.197
6.908
15.197
61 a 90 dias
3.311
31.816
3.311
31.902
91 a 180 dias
4.262
46.501
4.492
46.804
181 a 360 dias
11.272
24.207
11.378
24.225 10. INVESTIMENTOS
acima de 361 dias
16.315
10.350
16.709
10.350
74.496
181.866
77.346
182.317
Movimentação na provisão para créditos de liquidação duvidosa:
Controladora
Consolidado
(BR GAAP)
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010
Saldo no início do período
7.702
6.603
7.776
6.607
Constituição/(Reversão) líquida
sobre a provisão para créditos
de liquidação duvidosa
reconhecida
564
1.099
899
1.169
8.266
7.702
8.675
7.776
No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia revisou a expectativa de
realização do ICMS e reclassificou o montante de R$ 38.372 para o longo prazo.
IPI
O crédito do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI deve-se à utilização do benefício
fiscal previsto na Lei nº 8.248/1991, que concedeu a isenção do IPI posteriormente
convertida em redução progressiva, sobre as saídas dos equipamentos, máquinas,
aparelhos e instrumentos novos, inclusive aos de automação industrial e de processamento
de dados de fabricação nacional, combinado com a manutenção e a utilização do crédito
do IPI, relativo às matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem,
empregados na industrialização dos bens. A redução progressiva dos percentuais sobre o
referido imposto devido, prevista em lei, obedece ao seguinte calendário:
• Redução de 95% (noventa e cinco por cento) do imposto devido, de 1o de janeiro de
2004 até 31 de dezembro de 2014.
• Redução de 90% (noventa por cento) do imposto devido, de 1º de janeiro de 2015 até
31 de dezembro de 2015.
• Redução de 70% (setenta por cento) do imposto devido, de 1º de janeiro de 2016 até
31 de dezembro de 2019, quando será extinta a redução.
Para usufruir do referido benefício, a Companhia deve investir anualmente cerca de 5% do
faturamento bruto de bens e serviços de informática incentivados, em atividades de
pesquisa e desenvolvimento e tecnologia de informação calculados de acordo com a Lei
nº 8.248/1991 e suas alterações. A Companhia anualmente deve apresentar ao Ministério
da Ciência e Tecnologia evidências de que cumpre essa exigência de investimento.
A Administração efetua estudos periódicos para avaliar a realização dos créditos relativos a
impostos a recuperar, tomando medidas preventivas para que tal realização ocorra e evitar
que o saldo aumente em montante superior à capacidade de sua realização.
–
5.208 (j)
713 (d)
749 (b)
6.759 (e)
13.429
–
113.297
113.297
126.726
(i)
Positivo Informática da Amazônia Ltda.
g) Mútuo
A Companhia mantém operações de mútuo com a Positivo Informática da Amazônia Ltda.,
com finalidade de capital de giro sem prazo definido para encerramento. Nos exercícios de
2011 e 2010 não houve cobrança de encargos sobre os saldos.
h) Venda
A Controladora mantém vendas para as Controladas de insumos para produção.
i) Compra
A Controladora mantém compra de produtos acabados da Controlada para posterior
revenda a clientes.
Sociedade Educacional Positivo Ltda.
j) Rateio de despesas
Rateio de despesas administrativas e serviços compartilhados com a Sociedade Educacional
Positivo Ltda., Gráfica e Editora Posigraf S.A. e Editora Positivo Ltda.. Despesas estas
relativas ao uso compartilhado do departamento de compras de materiais de expediente,
departamento pessoal e departamento de informática, além de reembolso de aluguel,
energia, água e telefone da sede onde funciona a área de Tecnologia Educacional. O valor
do rateio é apurado pelo custo efetivo, rateado em função da utilização dos recursos
disponíveis.
Positivo Informática da Bahia Ltda.
k) Mútuo
A Companhia realizou operações de mútuo com a Positivo Informática da Bahia Ltda. com
a finalidade de viabilizar a aquisição da Boreo Equipamentos de Informática Ltda.,
e cumprir com todas as obrigações de suas controladas. Nos exercícios de 2011 e 2010 não
houve a cobrança de encargos sobre o saldo e não foi firmado prazo para encerramento.
Partes relacionadas não consolidadas
O saldo consolidado a receber no exercício findo em 31 de dezembro de 2011 é de
R$ 16.607 (R$ 942 em 31 de dezembro de 2011) e refere-se a transações de compra e
venda de produtos e insumos que a Companhia e suas controladas mantém com partes
relacionas não consolidadas.
Remuneração da Administração
O montante reconhecido até 31 de dezembro de 2011, como remuneração dos
administradores, foi de R$ 7.729 (R$ 12.112 em 31 de dezembro de 2010). A Assembléia
Geral Ordinária e Extraordinária de 29 de abril de 2011 aprovou para o exercício findo em
31 de dezembro de 2011, a remuneração dos administradores até o máximo de R$ 11.000
(R$ 14.900 no exercício de 2010).
Controladora (BR GAAP)
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
Benefícios de curto prazo
7.723
11.970
Pagamento baseados em ações
6
142
7.729
12.112
Controladora (BR GAAP)
Saldo em
Resultado de Integralização
Ajuste de avaliação Saldo em
31/12/2010 equivalência patrimonial
de capital Transferência
patrimonial 31/12/2011
(a)
37.620
4.660
42.280
6.878
–
6.878
–
–
–
–
(4.660)
(4.660)
–
–
–
44.498
–
44.498
(b)
(c)
(2.683)
–
(2.683)
(934)
(399)
(1.333)
–
1
1
–
–
–
–
(47)
(47)
(3.617)
(445)
(4.062)
20 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais)
Controladora (BR GAAP)
Resultado de
equivalência Outras
patrimonial adições Transferência
Projetos de
desenvolvimento
Controladora (BR GAAP)
Projetos
Licenças
sistema - ERP
de uso
Software
Total
Custo
Custo do intangível em 31/12/2009
37.666
32.088
5.289
2.891
77.934
Investimentos
Adições
12.359
5.521
–
3.527
21.407
Positivo Informática da Amazônia Ltda.
(a)
16.017
21.603
–
–
37.620
Baixas
–
–
(862)
–
(862)
Positivo Informática da Bahia Ltda.
(b)
10
(2.693)
–
2.683
–
Transferências
1.258
–
(1.526)
–
(268)
1.641
–
3.019
–
4.660 Custo do intangível em 31/12/2010
Outros Investimentos
51.283
37.609
2.901
6.418
98.211
17.668
18.910
3.019
2.683
42.280
Adições
27.236
2.270
3.125
4.842
37.473
Transferências
(1.574)
1.574
–
–
–
Provisão para passivo a descoberto
76.945
41.453
6.026
11.260 135.684
Positivo Informática da Bahia Ltda.
(b)
–
–
–
(2.683)
(2.683) Custo do intangível em 31/12/2011
–
–
–
(2.683)
(2.683) Amortização
Amortização acumulada em 31/12/2009
(18.391)
(2.909)
(1.352)
(1.823) (24.475)
Participação em controladas
Despesas de amortização
(8.375)
(6.930)
(1.433)
(1.056) (17.794)
a) Positivo Informática da Amazônia Ltda.
(26.766)
(9.839)
(2.785)
(2.879) (42.269)
Amortização acumulada em 31/12/2010
A Companhia constituiu em 06 de dezembro de 2007 a controlada direta, Positivo Informática da Amazônia Ltda., cuja operação foi
(11.532)
(7.806)
(1.049)
(2.431) (22.818)
Despesas de amortização
iniciada em outubro de 2008, com objeto social igual ao da controladora. Todo processo decisório é centralizado e os serviços financeiros, Amortização acumulada em 31/12/2011
(38.298)
(17.645)
(3.834)
(5.310) (65.087)
administrativos, contábeis e de controle são realizados pela Controladora.
Valor líquido do intangível em 31/12/2011
38.647
23.808
2.192
5.950
70.597
Em 31 de dezembro de 2011 e 2010 o capital social da Positivo Informática da Amazônia Ltda. é de R$ 8.100.
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
b) Positivo Informática da Bahia Ltda.
Projetos de
Projetos
Licenças
Ágio em
Em 08 de abril de 2008 a Companhia constituiu a controlada direta Positivo Informática da Bahia Ltda., que iniciou suas atividades em 2009.
Total
desenvolvimento
sistema - ERP
de uso Software Outros controlada
Naquele exercício, esta controlada direta realizou a aquisição da Boreo Comércio de Equipamentos Ltda.
Custo
Em 31 de dezembro de 2011 e 2010, o capital social da Positivo Informática da Bahia Ltda. é de R$ 10.
Custo do intangível
c) Crounal S.A.
em 31/12/2009
37.666
32.088
5.289
2.926
2.151
14.173
94.293
Adições
12.359
5.521
–
3.534
–
–
21.414
Em fevereiro de 2011 a Companhia adquiriu a controlada direta Crounal S.A., cuja sede é em Montevideo - Uruguai.
Baixa
–
–
(862)
–
–
–
(862)
O capital social desta controlada é de R$ 1.
Transferências
1.258
–
(1.526)
–
–
–
(268)
11. INVESTIMENTO EM EMPREENDIMENTO EM CONJUNTO (“JOINT VENTURE”)
Custo do intangível
51.283
37.609
2.901
6.460
2.151
14.173 114.577
em 31/12/2010
Em 03 de dezembro de 2010, a Companhia constituiu uma Joint Venture com a empresa argentina BGH Sociedad Anónima (“BGH”), a
Adições
27.235
2.270
3.125
4.842
3.721
–
41.193
qual terá por objeto a fabricação e a comercialização de produtos de informática (desktops, notebooks, all-in-ones, e-books e tablets) na
Transferências
(144)
1.574
–
–
(1.430)
–
–
Argentina e no Uruguai.
Custo
do
intangível
Para a constituição da Joint Venture, a Companhia adquiriu 50% (cinqüenta por cento) do capital social da sociedade argentina
em 31/12/2011
78.374
41.453
6.026
11.302
4.442
14.173 155.770
Informática Fueguina S.A., que era de titularidade direta e indireta da BGH. O valor pago na aquisição foi de R$ 21 sem pagamento de
Amortização
ágio.
Amortização acumulada
No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia registrou um ganho decorrente de prêmio na integralização de capital,
em 31/12/2009
(18.391)
(2.909)
(1.352)
(1.832)
(547)
– (25.031)
realizada pelo outro acionista - BGH Argentina, no empreendimento controlado em conjunto, Informática Fueguina S.A., registrado na
Despesas de amortização
(8.375)
(6.930)
(1.433)
(1.068)
(431)
– (18.237)
conta de outras receitas (despesas) operacionais líquidas.
Amortização acumulada
em 31/12/2010
(26.766)
(9.839)
(2.785)
(2.900)
(978)
– (43.268)
Controladora (BR GAAP)
(11.532)
(7.806)
(1.049)
(2.445)
(420)
– (23.252)
Despesas de amortização
31/12/2011 31/12/2010
Amortização acumulada
Saldo do investimento no início do exercício
21
–
(38.298)
(17.645)
(3.834)
(5.345)
(1.398)
– (66.520)
em
31/12/2011
Integralização de capital e prêmio na integralização
16.572
21
Valor líquido do intangível
Resultado da equivalência patrimonial
9.753
–
em 31/12/2011
40.076
23.808
2.192
5.957
3.044
14.173
89.250
804
–
Ajuste acumulado de conversão
a) Gastos com Desenvolvimento de Projetos
27.150
21
Saldo do investimento no final do exercício
A Companhia se beneficia dos incentivos fiscais concedidos para os segmentos de informática e automação previstas na Lei nº 8.248/1991,
12. IMOBILIZADO
conhecida como Lei da Informática, regulamentada pelo Decreto nº 792, de 23 de outubro de 1991. A referida Lei foi alterada pela Lei
10.176, de 11 de janeiro de 2001, regulamentada pelo Decreto 3.800, de 20 de abril de 2001, a qual no ano de 2004 foi novamente
Controladora
Consolidado
alterada pela Lei nº 11.077 de 30 de dezembro de 2004, regulamentado pelo Decreto 5.906/2006 de 26 de setembro de 2006.
(BR GAAP)
(IFRS e BR GAAP)
Taxas anuais
Para fazer jus ao benefício, as empresas de desenvolvimento ou produção de bens e serviços de informática devem investir, anualmente,
de depreciação 31/12/2011 31/12/2010
31/12/2011
31/12/2010
em atividades de pesquisa e desenvolvimento em tecnologia da informação a serem realizadas no país, percentual mínimo do seu
Valores contábeis de:
faturamento. O cálculo do percentual mínimo a ser investido tem como base 5% do faturamento bruto no mercado interno, decorrente da
comercialização de bens e serviços de informática incentivados na forma da lei, sendo que, do faturamento bruto são deduzidos as revendas
Máquinas e equipamentos
10%
32.507
31.044
36.372
31.577
de mercadorias, os tributos correspondentes, bem como o valor das aquisições de produtos incentivados na forma da lei. Os percentuais para
Benfeitorias s/imóvel locado
10%
12.506
8.612
13.006
9.146
investimento têm sua base reduzida em 20% até 2014, complementada por redução adicional de 25% até 31 de dezembro de 2014.
Hardware
20%
12.097
6.417
12.371
6.675
A obrigação de investimentos relativa ao exercício findo em 31 de dezembro de 2011 foi de R$ 48.111. De janeiro a dezembro de 2011
Móveis e utensílios
10%
3.564
3.656
4.148
3.729
foram investidos R$ 45.938 e a totalidade da obrigação deve ser cumprida até o primeiro trimestre de 2012. Os dispêndios são aplicados
Instalações industriais
10%
3.070
2.527
3.226
2.705
no aperfeiçoamento dos produtos existentes e no desenvolvimento de novos produtos, compreendem essencialmente: mão de obra direta
Edificações
5%
1.693
1.773
1.693
1.773
e indireta, encargos, softwares, serviços de consultoria, materiais, infraestrutura, viagens, e outros correlatos.
360
2.568
2.606
3.043
Outros imobilizados
10%
O investimento refere-se principalmente ao Projeto Portal Educacional, sendo que a amortização do mesmo foi fixada
65.797
56.597
73.422
58.648
substancialmente em 3 anos com base no histórico de vida útil.
A amortização destes projetos foi contabilizada na conta de custo dos produtos vendidos.
Controladora (BR GAAP)
b) Ágio
BenfeiEm dezembro de 2009 a controlada Positivo Informática da Bahia Ltda. formalizou a aquisição da empresa Boreo Comércio de
Máquinas torias s/
Outros
Equipamentos Ltda., gerando um ágio de R$ 14.173, registrado na adquirente e fundamentado na expectativa de geração de
Móveis e Instalações
Edifiimóvel
e equipaimobirentabilidade futura.
Total O valor recuperável do ágio é determinado com base no cálculo do valor em uso utilizando as projeções dos fluxos de caixa com base em
locado Hardware utensílios industriais
mentos
Custo
cações lizados
orçamento financeiro de cinco anos aprovados pela Administração e a taxa de desconto de 11,72% ao ano.
Custo do imobilizado em 31/12/2009
25.668
5.329
8.390
4.168
2.379
2.000
6.609 54.543
14. FORNECEDORES
Adições
11.137
4.975
3.384
1.171
1.073
–
– 21.740
Controladora
Consolidado
Baixas
(25)
–
–
–
–
–
(3.058) (3.083)
(BR GAAP)
(IFRS e BR GAAP)
986
24
6
6
(39)
–
(983)
–
Outros
31/12/2011 31/12/2010
31/12/2011 31/12/2010
Custo do imobilizado em 31/12/2010
37.766
10.328
11.780
5.345
3.413
2.000
2.568 73.200 Fornecedores - mercado externo
131.769
133.133
161.132
152.663
Adições
4.769
4.253
6.870
455
618
–
– 16.965 Fornecedores - mercado interno
66.472
72.376
79.734
75.062
Transferências
681
839
5.051
7
287
–
(2.205)
4.660 Direitos autoriais e licenças de uso a pagar
38.842
22.886
42.271
24.090
(1.420)
(1.862)
(1.420)
(1.862)
Baixa
–
–
(1.574)
–
–
–
– (1.574) Juros a apropriar AVP Fornecedores
235.663
226.533
281.717
249.953
Custo do imobilizado em 31/12/2011
43.216
15.420
22.127
5.807
4.318
2.000
363 93.251
Os
Direitos
autorais
e
licenças
de
uso
a
pagar,
representam
obrigação
pela
aquisição
de
uso
de
direito
de
softwares
da
Microsoft.
Tais
Depreciação acumulada a redução
direitos estão formalizados através de license agreement celebrados entre as partes e são renovados periodicamente. O prazo médio de
ao valor recuperável
pagamento para fornecedores é de 60 dias.
Depreciação acumulada
em 31/12/2009
(3.729)
(1.098)
(3.721)
(1.233)
(579)
(147)
– (10.507) 15. EMPRÉSTIMOS
Despesas de depreciação
(2.993)
(618)
(1.643)
(456)
(307)
(80)
– (6.097)
Controladora
Consolidado
Depreciação acumulada
(BR GAAP)
(IFRS e BR GAAP)
Ao custo
Taxa swap
em 31/12/2010
(6.722)
(1.716)
(5.364)
(1.689)
(886)
(227)
– (16.604)
amortizado Taxa contratual em % CDI Vencimento
Garantias
31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010
Despesas de depreciação
(3.987)
(1.198)
(4.666)
(554)
(362)
(80)
(3) (10.850) Passivo
Circulante
Depreciação acumulada
11/03/2012 Nota promissória
28.300
–
28.300
–
(10.709)
(2.914) (10.030)
(2.243)
(1.248)
(307)
(3) (27.454) Capital de Giro 2,2783% aa + VC 96,89%
em 31/12/2011
Capital de Giro 2,28% aa + VC
97,00%
22/02/2012 Nota promissória
26.153
–
26.153
–
Valor líquido do imobilizado
Capital de Giro 2,88% aa + VC 100,90%
23/03/2012 Nota promissória
17.950
–
17.950
–
32.507
12.506
12.097
3.564
3.070
1.693
360 65.797
em 31/12/2011
Capital de Giro 2,24% aa + VC
97,70%
15/02/2012 Nota promissória
17.541
–
17.541
–
Capital
de
Giro
2,78%
aa
+
VC
98,94%
15/03/2012
Nota
promissória
15.956
–
15.956
–
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
Capital de Giro 2,57% aa + VC
95,55%
29/02/2012 Nota promissória
14.108
–
14.108
–
BenfeiCapital de Giro 2,80% aa + VC 100,60%
19/03/2012 Nota promissória
11.582
–
11.582
–
Máquinas torias s/
Outros
Capital de Giro 2,57% aa + VC
96,90%
27/02/2012 Nota promissória
10.943
–
10.943
–
e equipaimobiMóveis e Instalações
Edifiimóvel
Capital de Giro 2,90% aa + VC 100,50%
26/03/2012 Nota promissória
10.765
–
10.765
–
Total Capital de Giro 2,40% aa + VC
locado Hardware utensílios industriais
mentos
cações lizados
Custo
92,79%
06/02/2012 Nota promissória
8.683
–
8.683
–
Custo do imobilizado em 31/12/2009
26.314
5.329
8.761
4.254
2.594
2.000
7.156 56.408 Capital de Giro 2,29% aa + VC
95,98%
09/01/2012 Nota promissória
8.546
–
8.546
–
Adições
10.624
5.527
3.417
1.178
1.083
–
470 22.299 Capital de Giro 2,40% aa + VC
91,98%
03/02/2012 Nota promissória
8.118
–
8.118
–
Tranferência
1.528
24
6
6
(39)
–
(1.525)
– Capital de Giro 2,01% aa + VC
95,10%
13/02/2012 Nota promissória
7.685
–
7.685
–
95,30%
08/02/2012 Nota promissória
7.339
–
7.339
–
(25)
–
–
–
–
–
(3.058) (3.083) Capital de Giro 1,98% aa + VC
Baixas
98,50%
16/03/2012 Nota promissória
6.530
–
6.530
–
Custo do imobilizado em 31/12/2010
38.441
10.880
12.184
5.438
3.638
2.000
3.043 75.624 Capital de Giro 2,78% aa + VC
05/03/2012 Nota promissória
4.642
–
4.642
–
Adições
8.282
4.275
6.976
1.024
619
–
2.238 23.414 Capital de Giro 3,00% aa + VC 100,00%
Capital
de
Giro
2,4%
a.a.
N/A
26/03/2012
Nota
promissória
–
–
14.073
–
Transferências
681
839
5.051
7
287
–
(2.205)
4.660
Capital de Giro
3,8% a.a.
N/A
08/03/2012 Nota promissória
–
–
8.487
–
–
–
(1.574)
–
–
–
– (1.574)
Baixa
Capital de Giro
4,05% a.a.
N/A
16/04/2012 Nota promissória
–
–
4.697
–
Custo do imobilizado em 31/12/2011
47.404
15.994
22.637
6.469
4.544
2.000
3.076 102.124 Capital de Giro 2,78% aa + VC
98,94%
15/03/2012 Nota promissória
–
–
4.610
–
Depreciação acumulada a
Capital de Giro
2% a.a.
N/A
24/01/2012 Nota promissória
–
–
3.772
–
redução ao valor recuperável
Capital de Giro
2,5% a.a.
N/A
06/04/2012 Nota promissória
–
–
3.757
–
Depreciação acumulada
Capital de Giro
2% a.a.
N/A
13/01/2012 Nota promissória
–
–
3.019
–
05/03/2012 Nota promissória
–
–
2.440
–
em 31/12/2009
(3.806)
(1.098)
(3.793)
(1.244)
(604)
(147)
– (10.692) Capital de Giro 3,00% aa + VC 100,00%
2,12% a.a.
N/A
18/01/2012 Nota promissória
–
–
2.083
–
(3.058)
(636)
(1.716)
(465)
(329)
(80)
– (6.284) Capital de Giro
Despesas de depreciação
Capital de Giro
2% a.a.
N/A
03/02/2012 Nota promissória
–
–
1.888
–
Depreciação acumulada
1,99% a.a.
N/A
13/01/2012 Nota promissória
–
–
1.512
–
(6.864)
(1.734)
(5.509)
(1.709)
(933)
(227)
– (16.976) Capital de Giro
em 31/12/2010
Capital de Giro
2,07% a.a.
N/A
17/01/2012 Nota promissória
–
–
947
–
Despesas de depreciação
(4.168)
(1.254)
(4.757)
(612)
(385)
(80)
(470) (11.726)
Capital de Giro
2% a.a.
N/A
06/01/2012 Nota promissória
–
–
567
–
Depreciação acumulada
Libor 0,3% +
em 31/12/2011
(11.032)
(2.988) (10.266)
(2.321)
(1.318)
(307)
(470) (28.702) Capital de Giro 0,777% a.a. + VC 91,28%
11/02/2011 Nota promissória
–
49.794
–
49.794
Valor líquido do imobilizado
Capital de Giro 0,9343 % a.a. + VC 90,00%
18/02/2011 Nota promissória
–
34.668
–
34.668
em 31/12/2011
36.372
13.006
12.371
4.148
3.226
1.693
2.606 73.422 Capital de Giro 0,9343 % a.a. + VC 92,30%
21/02/2011 Nota promissória
–
20.901
–
21.358
Capital de Giro 0,9343 % a.a. + VC 91,00%
25/02/2011 Nota promissória
–
15.638
–
15.638
13. INTANGÍVEL
Arrendamento
Controladora
Consolidado
Mercantil (a)
CDI+3,80% a.a.
N/A
36 meses
–
–
764
–
764
BNDES (b)
4,5% a.a
N/A
15/02/2016
Carta fiança
31.600
576
31.600
576
Taxas anuais
(BR GAAP)
(IFRS e BR GAAP)
Antecipação de
03/01/11 a
de amortização 31/12/2011 31/12/2010
31/12/2011
31/12/2010
recebíveis (c)
0,93% do a.m.
N/A
18/04/11
Duplicatas
–
185.223
–
185.223
Valores contábeis de:
236.441
307.564
288.293
308.021
Projetos de desenvolvimento
33%
38.647
24.517
40.076
24.517
Passivo
Não
Projetos sistema - ERP
20%
23.808
27.770
23.808
27.770
Circulante
Licenças de uso
20%
2.192
116
2.192
116
BNDES (b)
5,43% a.a
N/A
15/02/2016
Carta fiança
116.377
100.000
116.377
100.000
Software
20%
5.950
3.539
5.957
3.560
116.377
100.000
116.377
100.000
Outros
–
–
–
3.044
1.173
Total de
Ágio em controlada
–
–
–
14.173
14.173
empréstimos e
financiamentos
352.818
407.564
404.670
408.021
70.597
55.942
89.250
71.309
Saldo em
31/12/2009
Saldo em
31/12/2010
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 21
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais)
a) Arrendamento mercantil
Proveniente de Arrendamento Mercantil de equipamentos e serviços conexos para
utilização no projeto ERP. Os equipamentos foram registrados no Ativo Imobilizado da
Companhia ao seu valor justo e estão sendo depreciados pelo seu uso. O contrato prevê a
opção ao final do contrato de compra dos equipamentos por valor simbólico.
b) BNDES
No exercício de 2010 a Companhia firmou contrato para obtenção de linhas especiais de
financiamento junto ao BNDES, no montante de até R$ 147.000, os quais serão
direcionados para atividades inovadoras. No exercício findo em 31 de dezembro de 2011,
a Companhia captou a totalidade do financiamento junto ao BNDES.
Os vencimentos de empréstimos de longo prazo são como seguem:
Controladora (BR GAAP)
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
R$ (mil)
Ano
2013
36.751
2014
36.751
2015
36.751
6.124
2016
Total
116.377
c) Antecipações de recebíveis
No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia não possui contratos de
cessão de crédito para antecipação de recebíveis. O montante da antecipação em aberto
em 31 de dezembro de 2010 era de R$ 185.223, que foi registrado na rubrica de
empréstimos e financiamento e liquidado de acordo com o vencimento das faturas.
16. PROVISÕES DE CURTO E LONGO PRAZO
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
Passivo Circulante
Provisão para garantias e
assistência técnica
(a)
64.265
68.959
Provisão para comissões (c)
16.197
19.781
Provisão para VPC
(b)
8.877
24.681
Provisão para fretes
8.211
5.528
Provisão para rebate
(d)
2.236
6.933
Outras provisões
10.740
10.247
(3.120)
(1.385)
Cut Off provisões
Subtotal
107.406
134.744
Passivo Não Circulante
Provisão para garantias
19.747
33.102
e assistência técnica
(a)
127.153
167.846
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
73.627
17.029
13.428
8.556
3.404
12.271
(3.686)
124.629
20.897
145.526
70.766
19.900
25.297
5.635
6.948
10.268
(1.527)
137.287
34.251
171.538
a) Provisão para garantias e assistência técnica
Com base no número de computadores em garantia e no prazo de cada garantia concedida
sobre estas máquinas e, adicionalmente, em função do histórico recente de frequência de
atendimentos por máquina e do custo médio por atendimento de assistência técnica,
estimou-se o valor da provisão necessária para fazer frente à obrigação total assumida, em
relação aos equipamentos em garantia nas respectivas datas-base.
b) Provisão para VPC - Verba de Propaganda Cooperada
Os valores provisionados como verba de propaganda cooperada são calculados com base
em percentuais acordados entre as partes e se trata de verbas para inserções promocionais
e exposição dos produtos da Companhia. Os percentuais dessa verba são negociados
individualmente com cada cliente.
c) Provisão para comissões
A provisão para comissões é calculada tomando-se por base o percentual individual de
comissões registradas nos pedidos de vendas.
d) Provisão para rebate
Os valores provisionados como rebate, são calculados com base em percentuais históricos
e demandas adicionais. Os valores dessa verba são negociados individualmente com cada
cliente.
17. TRIBUTOS A RECOLHER
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
IRRF
3.677
841
IPI
3.366
1.631
INSS
3.128
–
COFINS
1.753
105
PIS
381
23
Outros impostos e contribuições
2.203
459
14.508
3.059
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
3.677
866
3.365
1.631
3.128
–
2.861
291
636
67
3.428
1.530
17.095
4.385
18. RECEITA DIFERIDA
Refere-se à parcela da Subvenção para Investimento cuja obrigação de investimento não
foi plenamente atendida conforme mencionado na nota nº 7. Como resultado da fruição
dos benefícios fiscais de ICMS no exercício findo em 31 de dezembro de 2011,
a Companhia registrou o montante de R$ 29.706 no passivo, sob a rubrica de Receita
Diferida (R$ 32.651 em 31 de dezembro de 2010), que será apropriado ao resultado
em função da amortização dos ativos relacionados e cumprimento de obrigações
exigidas em contrapartida ao referido benefício fiscal, conforme previsto nas normas
preconizadas no CPC 7.
19. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - CORRENTE E DIFERIDO
a) Diferido
O Imposto de Renda e a Contribuição Social diferidos, ativo e passivo, foram constituídos
considerando as alíquotas vigentes em 31 de dezembro de 2011 e 2010 apresentando a
seguinte composição:
Controladora
Consolidado
(BR GAAP)
(IFRS e BR GAAP)
Ativo
31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010
Imposto de Renda e
Contribuição Social Diferidos
Provisão para garantia
28.564
34.701
30.959
34.966
Estoques obsoletos
42.077
14.495
42.263
14.531
Provisão para VPC
5.401
10.878
6.924
11.064
Provisão para comissões
5.507
6.726
5.720
6.756
Contingências tributárias,
trabalhistas e cíveis
5.807
5.172
5.807
5.172
Provisões obrigações
trabalhistas
3.796
2.914
3.811
2.977
Rebate
2.460
2.357
2.610
2.362
AVP
65
–
275
87
Provisão para crédito
de liquidação duvidosa
2.810
1.952
2.835
1.977
Outras diferenças temporárias
1.799
2.216
1.866
2.190
(22.174)
(5.299)
(21.682)
(4.889)
Diferido não contabilizado
76.112
76.112
81.388
77.193
O registro do crédito tributário está suportado pelos planos de negócios da Companhia, os
quais consideram a ampliação das atividades comerciais que demonstra lucros tributáveis
em exercícios futuros, em montantes suficientes para a realização de tais valores, além da
decisão da Administração de distribuir dividendos, em níveis dos montantes distribuídos
historicamente, utilizando parte da receita de subvenção para investimentos, o que irá
gerar lucro tributável suficiente para compensar o referido crédito tributário diferido.
Estudos técnicos de viabilidade, apreciados e aprovados pelo Conselho de Administração,
indicam a plena recuperação dos valores de impostos diferidos reconhecidos como
definido pela Instrução CVM nº 371, de 27 de junho de 2002 e correspondem às melhores
estimativas da Administração sobre a evolução futura da Companhia e do mercado que a
mesma opera, cuja expectativa de realização dos créditos fiscais está representada a seguir:
Controladora (BR GAAP)
Expectativa de realização
2013
2014
2015
2016
Total
Imposto de renda
1.998 11.881 19.337 22.751 55.967
719
4.277
6.960
8.189 20.145
Contribuição social
2.717 16.158 26.297 30.940 76.112
Total
Anualmente a Administração reavalia o resultado efetivo desses planos de negócios na
geração de lucros tributáveis e, consequentemente, reavalia a expectativa de realização
desses créditos tributários.
Como a base tributável do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido
decorre não apenas do lucro que pode ser gerado, mas também da existência de receitas
não tributáveis, despesas não dedutíveis, incentivos fiscais e outras variáveis, não existe
uma correlação imediata entre o lucro líquido da Companhia e suas controladas e o
resultado de imposto de renda e contribuição social. Portanto, a expectativa da utilização
dos créditos fiscais não deve ser tomada como único indicativo de resultados futuros da
Companhia e suas controladas.
Controladora
Consolidado
Passivo
(BR GAAP)
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010
Imposto de Renda e
Contribuição Social Diferidos
Projetos de desenvolvimento
de produtos
8.544
8.206
8.921
8.301
1.667
2.002
2.217
2.536
Outras diferenças temporárias
10.211
10.208
11.138
10.837
Os tributos diferidos passivos referem-se a: (i) diferimento de contas a receber de órgãos
governamentais e, (ii) incentivo fiscal introduzido pela Lei nº 10.637/2002 e posteriormente
alterado pela Lei nº 11.196/2006, que possibilita a dedutibilidade dos gastos com projetos de
Desenvolvimento por regime de caixa para fins de Imposto de Renda e Contribuição Social.
Tal incentivo é direcionado ao ramo de negócio da Companhia e refere-se aos gastos com
projetos de Desenvolvimentos de produtos registrados no ativo intangível. O valor dos
impostos diferidos será revertido na medida em que os projetos forem amortizados.
Até o exercício findo em 31 de dezembro de 2011 o valor do crédito sobre prejuízos fiscais
e base negativa de contribuição social não reconhecido é de R$ 125.899 (R$ 370.292 de
valor base).
Referem-se basicamente à:
b) Corrente
Reconciliação do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro:
Controladora
Consolidado
(BR GAAP)
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010
Lucro (Prejuízo) antes do
imposto de renda e da
contribuição social
(67.907)
89.436
(71.769)
90.259
Alíquota vigente combinado
34%
34%
34%
34%
Expectativa de imposto de renda
e contribuição social, de
acordo com a alíquota vigente
23.088
(30.408)
24.401
(30.688)
Exclusão subvenção
para investimento
73.258
79.687
78.497
84.621
Exclusão equivalência
patrimonial
1.841
6.430
–
Outras exclusões/(adições)
permanentes
(492)
(896)
(497)
(897)
Prejuízos fiscais e diferenças
temporárias para os quais
não foram constituídos
impostos diferidos
(97.695)
(55.053)
(98.539)
(54.099)
Receita (Despesa)
contabilizada
–
(240)
3.862
(1.063)
20. PROVISÃO PARA RISCOS TRIBUTÁRIOS, TRABALHISTAS E CÍVEIS
A Companhia possui contingências que estão sendo discutidas judicialmente, que incluem
processos tributários, trabalhistas e cíveis. A administração da Companhia acredita que a
solução dessas questões não produzirá efeito significativamente diferente do montante
provisionado, que corresponde aos valores das ações consideradas como “perdas
prováveis”.
Cível
Saldo em 31 de
dezembro de 2010
Provisões reconhecidas
Reduções por pagamentos
Saldo em 30 de
dezembro de 2011
Controladora (BR GAAP)
Tributária Trabalhista
Total
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
Cível Tributária Trabalhista
Total
7.731
9.273
(8.511)
6.837
1.084
(567)
645
730
(142)
15.213
11.087
(9.220)
8.030
9.273
(8.511)
6.837
1.084
(567)
645
730
(142)
15.512
11.087
(9.220)
8.493
7.354
1.233
17.080
8.792
7.354
1.233
17.379
Cível - Processos judiciais em que são discutidas questões de natureza comercial, cível e
causas relacionadas a reivindicações movidas pelos consumidores finais sobre produtos e
serviços prestados.
Tributária - Processos administrativos e judiciais envolvendo a discussão da legalidade ou
constitucionalidade das exigências de impostos, taxas e contribuições de competência
municipal, estadual e federal.
Trabalhista - Processos judiciais em que são discutidas indenizações de cunho trabalhista.
Perda Possível
Os valores das contingências, consideradas como perdas possíveis pelos assessores jurídicos
da Companhia, para os quais nenhuma provisão foi constituída conforme as práticas
contábeis adotadas no Brasil são demonstrados conforme abaixo:
Controladora (BR GAAP)
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
Tributárias
ICMS ( a )
35.671
29.193
Outros ( b )
168.250
129.202
Trabalhista
Empregados ( c )
1.311
3.236
Cíveis
Órgão Público ( d )
12.457
41.034
Consumidor ( e )
4.614
2.408
222.303
205.073
Tributárias
a) ICMS:
a.1) ICMS - A Companhia apropria-se de crédito do ICMS sobre as operações com
produtos remetidos por contribuintes localizados em áreas incentivadas para a unidade de
Curitiba, nos termos dos artigos 22 e 23 do Regulamento do ICMS do Estado do Paraná,
aprovado pelo decreto estadual nº 1.980/2007. Estes créditos podem ser passíveis de
questionamento pela Secretaria da Fazenda do Paraná, em função do decreto estadual
2.131/2008 ampliado pelo decreto 5.596/2009. Com a referida ampliação, o risco de
questionamento foi aumentado para todas as compras realizadas via estados incentivados,
que estejam incluídos no decreto 5.596/2009. A Companhia, em conjunto com os seus
assessores jurídicos, entende que existem fortes argumentos jurídicos que sustentam a
apropriação do crédito de acordo com a legislação regente e jurisprudência em caso de
eventual questionamento pela fiscalização.
b) Tributárias - Outros:
• CIDE - Auto de infração exigindo Contribuição de Intervenção de Domínio Econômico CIDE sobre remessas de valores ao exterior a título de royalties sobre softwares, realizadas
no ano de 2005.
• II e IPI - Auto de infração exigindo diferenças de Imposto de Importação e Imposto sobre
Produtos Industrializados, decorrente da reclassificação de NCM’s das importações de
microprocessadores realizadas pela Companhia nos últimos cinco anos. Tal reclassificação
teve origem em alteração de critério de classificação fiscal pela Receita Federal.
• II e IPI - Auto de infração exigindo diferenças de Imposto de Importação e Imposto sobre
Produtos Industrializados, decorrente da reclassificação de NCM’s das importações de telas de
LCD realizadas pela filial da Companhia localizada em Ilhéus-BA, nos últimos três anos. Tal
reclassificação teve origem em alteração de critério de classificação fiscal pela Receita Federal.
Trabalhistas
c) Empregados: Processos judiciais em que são discutidas verbas e indenizações
de cunho trabalhista.
Cíveis
d) Órgãos públicos:
Tribunal de Contas da União - TCU: Processo de Tomada de Contas no qual o TCU analisa
a regularidade ou não do reequilíbrio econômico financeiro concedido pela Companhia de
Correios e Telégrafos - ECT ao Consórcio Alpha, formado pela Companhia e pela Novadata
Sistemas e Computadores S.A.
Companhia de Correios e Telégrafos - ECT: Ação proposta pela Positivo Informática tendo
por objeto anular os procedimentos administrativos que culminaram na aplicação de
multas pelos Correios à Companhia, suspender a exigibilidade das multas e evitar a
inscrição nos cadastros restritivos do poder público - SICAF, CADIN e similares.
Ministério Público de Araras-SP: Ação de Improbidade Administrativa movida pelo
Ministério Público do Estado de São Paulo, onde se discute a legalidade de Ato
Administrativo praticado pelo Prefeito Municipal de Araras-SP, relativo a aquisição de
Lousas Educacionais Interativas, através de Pregão Presencial.
Tribunal do Contas do Estado de São Paulo - TCE-SP: Processo de Tomada de Contas no
qual o TCE-SP analisa a regularidade ou não de contrato firmado em 03/2008 com o FDE
- Fundação para o Desenvolvimento da Educação, em virtude de adesão (carona) à Ata da
PRODAM - Cia. de Processamento de Dados do Município de São Paulo.
e) Consumidor: São causas relacionadas a reivindicações movidas pelos consumidores
finais sobre produtos e serviços prestados, pleiteando substancialmente a substituição do
produto ou a devolução dos valores pagos.
21. PATRIMÔNIO LÍQUIDO
a) Capital social
O Capital Social é de R$ 389.000. O total de ações da Companhia é de 87.800.000, sendo
todas de classe ordinária, distribuídas como segue:
Quantidade de ações (unidades)
Acionistas
31/12/2011 31/12/2010
Controladores e partes relacionadas
62.093.094 62.093.094
Não controladores, partes relacionadas e diretores
37.892
37.892
Ações em tesouraria
1.695.508
1.695.508
Ações em circulação
23.973.506 23.973.506
87.800.000 87.800.000
Com base na Ata da Reunião de sócios, realizada em 17 de agosto de 2006, a Companhia está
autorizada a aumentar o seu capital social, independentemente de reforma estatutária e de
decisão de assembléia, mediante simples deliberação do Conselho de Administração, até o
limite do capital autorizado da Companhia de 4.500.000 novas ações ordinárias, sem valor
nominal definido.
b) Opção de compra concedida pelo plano de compra de ações para os empregados
Em 31 de dezembro de 2010, diretores e gerentes selecionados, bem como outros
participantes designados pelo Conselho de Administração detinham 145.638 opções de
compra de ações ordinárias da Companhia; 130.644 dessas opções expiraram em
31 de dezembro de 2011 e 14.994 expirarão em 31 de dezembro de 2012.
Durante o exercício findo em 31 de dezembro de 2011, alguns executivos saíram da
Companhia e o montante de 9.330 opções, que expirariam em 31 de dezembro de 2012,
expiraram no exercício corrente. A quantidade de opções em aberto em 31 de dezembro
de 2011 é de 5.664, destinados a diretores e gerentes selecionados, bem como outros
participantes designados pelo Conselho de Administração, e expirarão em 31 de dezembro
de 2012.
Opções de compra concedidas no âmbito do plano de opções de compra de ações para os
empregados não dão direito a voto nem a dividendos. Mais detalhes sobre o plano de
opção de compra de ações para funcionários estão descritos na nota explicativa nº 29
destas demonstrações financeiras.
c) Reserva de capital
Controladora (BR GAAP)
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
Reservas de Benefício das opções Stock Option
2.004
1.992
118.305
118.305
Reservas de Subvenção para investimentos
120.309
120.297
d) Reserva de lucro
Controladora (BR GAAP)
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
Reservas de Subvenção p/Incentivos Fiscais
144.455
212.362
81
81
Reserva de lucros
144.536
212.443
e) Reservas de subvenção para investimentos
Conforme mencionado na nota explicativa n° 7, os valores registrados nesta conta
referem-se ao incentivo fiscal de ICMS, em conformidade com o Decreto Estadual
nº 5.375/2002 (vigência do Artigo 3º até 31 de julho de 2011), e pelo Decreto Estadual
nº 1.922/2011 em vigor a partir de 01 de agosto de 2011. Segundo a legislação do
Imposto de Renda, a Reserva de Capital constituída apenas pode ser utilizada para
absorção de prejuízos ou aumento de capital, não podendo ser distribuída como
dividendos, por tratar-se de um benefício do Estado à Companhia para uma atividade
específica.
f) Apropriação do Lucro/Prejuízo
Do lucro líquido do exercício serão deduzidos, antes de qualquer participação, eventuais
prejuízos acumulados. Sobre o lucro remanescente, será calculada a participação
estatutária dos administradores, até o limite máximo legal, conforme previsto no artigo
152, § 1º da Lei nº 6.404/76, e a reserva legal de 5%, que não excederá 20% do capital
social. Em 2009 e 2010 não foi constituída a Reserva Legal, devido a Reserva de Capital
exceder 30% do Capital Social conforme artigo 193, § 1º da Lei nº 6.404/76. O saldo
remanescente foi transferido para a conta de Reserva de Lucros, de acordo com a
proposição da administração. No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia
apurou prejuízo.
g) Dividendos
Conforme ata da Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária realizada em 25 de março de
2008, a Companhia poderá levantar balanços semestrais ou intermediários; deliberar a
distribuição de dividendos a débito da conta de lucro apurado naqueles balanços; declarar
dividendos intermediários a débito da conta de lucros acumulados ou de reservas de lucros
existentes naqueles balanços ou no último balanço anual; poderá pagar ou creditar juros
sobre o capital próprio, ad referendum da Assembléia Geral Ordinária que apreciar as
demonstrações financeiras relativas ao exercício social em que tais juros foram pagos ou
creditados, sendo que os dividendos intercalares ou intermediários e os juros sobre o
capital próprio deverão ser sempre imputados ao dividendo obrigatório. A Assembléia
Geral Ordinária realizada em 29 de abril de 2011 deliberou a distribuição aos acionistas a
título de dividendo obrigatório do exercício de 2010, no valor de R$ 22.299, o que equivale
a um valor de R$ 0,25897643 por ação, pagos aos acionistas em uma única parcela, em 15
de dezembro de 2011, sem correção monetária, consignando-se, nos termos do artigo
134, §4º, da Lei das S.As..
h) Ações em Tesouraria
A reunião do Conselho de Administração realizada em 28 de maio de 2008 aprovou o
plano de recompra de 600.000 ações da própria Companhia para manutenção em
tesouraria e posterior alienação, sem redução de capital. O objetivo das operações
autorizadas foi o de maximizar a geração de valor para os acionistas.
Para atender ao plano de opções para executivos, a Companhia possui um total de
1.695.508 ações em tesouraria, adquiridas através do programa de recompra, ao preço
médio de R$ 20,90. Considerando que as ações fossem vendidas ao preço de
31 de dezembro de 2011, o efeito no patrimônio seria de uma perda de R$ 25.636
(perda de R$ 18.905 em 31 de dezembro de 2010), conforme abaixo:
Preço médio de aquisição
Preço das ações
Custo x Cotação
Ações
pela Companhia
em 31/12/11
de Mercado
1.695.508
20,90
5,78
(25.636)
22. RECEITA
A seguir, a análise da receita da Companhia nos exercícios findos em 31 de dezembro de
2011 e 2010.
Controladora
Consolidado
(BR GAAP)
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010
Receita da venda de produtos 2.058.864
2.607.415
2.278.870
2.619.940
54.275
52.917
54.275
52.917
Receita de serviços prestados
2.113.139
2.660.332
2.333.145
2.672.857
Segue abaixo a conciliação entre a receita bruta e a receita apresentada nas demonstrações
de resultados dos exercícios findos em 31 de dezembro de 2011 e 2010:
Controladora
Consolidado
(BR GAAP)
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010
Receita Bruta
2.113.139
2.660.332
2.333.145
2.672.857
Menos:
Impostos sobre vendas
(190.412)
(272.450)
(201.253)
(283.781)
Devoluções e abatimentos
(48.923)
(59.747)
(50.601)
(61.471)
1.873.804
2.328.135
2.081.291
2.327.605
Receita líquida
22 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais)
23. INFORMAÇÕES SOBRE A NATUREZA DAS DESPESAS RECONHECIDAS NA
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO
A Companhia apresentou a demonstração do resultado utilizando uma classificação das
despesas baseadas na sua função.
As informações sobre a natureza dessas despesas reconhecidas na demonstração do
resultado é apresentada a seguir:
Controladora
Consolidado
(BR GAAP)
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010
Matérias-primas e materiais
de consumo utilizados
1.348.745
1.543.707
1.495.973
1.505.995
Despesa com pessoal
176.552
204.408
186.977
208.416
Despesas gerais
125.768
126.618
134.875
133.477
Despesa com serviços
com terceiros
50.643
70.681
52.309
71.045
Despesa com verba
de propaganda cooperada
42.285
56.202
47.966
56.790
Despesa com comissões
46.170
52.365
47.691
53.121
Depreciação e amortização
29.263
20.346
30.119
20.946
Outras despesas operacionais
líquidas
136.369
156.248
155.616
162.110
1.955.795
2.230.575
2.151.526
2.211.900
26. SEGUROS - CONSOLIDADO
Em 31 de dezembro de 2011, a cobertura de seguros estabelecida pela Administração da
Companhia para cobrir eventuais sinistros e responsabilidade civil, é resumida como segue:
Valor em
Ramo
Cobertura por eventos
Vigência
risco
Riscos Nomeados
Incêndio, explosão, colisão
01/04/2011 a
e Operacionais
veículos e riscos diversos
277.970
01/04/2012
Riscos Nomeados
Roubo e furto de bens e
01/04/2011 a
e Operacionais
estoques
215.620
01/04/2012
Responsabilidade Civil - diretores
30/09/2011 a
Responsabilidade Civil
e administradores
12.000
30/09/2012
Vendas de computadores e
01/10/2011 a
Lucros Cessantes
prestação de serviços 2.000.000
01/10/2012
27. LUCRO POR AÇÃO
Básico
Numerador básico
Lucro/(prejuízo) líquido alocado para ações ordinárias
Denominador básico
Média ponderada das ações ordinárias (em milhares)
Lucro/(prejuízo) por ação - Básico
Diluído
Numerador diluído
Lucro/(prejuízo) líquido alocado para ações ordinárias
Denominador diluído
Média ponderada das ações ordinárias
Lucro/(prejuízo) por ação - Diluído
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
(67.907)
89.196
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
Dívida Líquida
Dívida (a)
Caixa e saldos de bancos
Patrimônio Líquido (b)
Índice endividamento
líquido
25. RESULTADO FINANCEIRO
Controladora
(BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
Receitas financeiras
AVP clientes
Rendimento aplicação financeira
Descontos obtidos
com fornecedores
Outras receitas financeiras
Despesas financeiras
AVP fornecedores
Juros sobre empréstimos
Despesa antecipação
de recebíveis
Imposto sobre
operações financeiras
Outras despesas financeiras
Total das receitas e
despesas financeiras
Variação cambial
Ganho na cobertura cambial
Perda na cobertura cambial
Ganho na variação cambial
Perda na variação cambial
Resultado financeiro líquido
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
25.166
16.271
24.787
918
26.938
16.271
25.688
918
2.057
7.107
50.601
1.928
689
28.322
2.091
7.624
52.924
1.948
696
29.250
(20.911)
(33.296)
(21.319)
(14.159)
(20.911)
(33.546)
(21.319)
(14.159)
(2.181)
(13.538)
(2.181)
(13.540)
(583)
(2.988)
(59.959)
(2.367)
(4.725)
(56.108)
(585)
(3.768)
(60.991)
(2.367)
(4.886)
(56.271)
(9.358)
(27.786)
(8.067)
(27.021)
11.245
(5.520)
30.924
(45.917)
(9.268)
(18.626)
10.213
(11.678)
44.327
(42.111)
751
(27.035)
11.245
(5.520)
35.017
(51.621)
(10.879)
(18.946)
10.213
(11.678)
47.178
(44.138)
1.575
(25.446)
Cenário
Taxa Dólar (cenário)
Efeito Caixa
Compras:
Compras internalizadas
Compras em trânsito
Projetos de governo (estimado)
Compras totais estimadas (exterior)
Cobertura cambial:
Opções de compra de dólares
Non Deliverable Forward - NDF
Cobertura total
Exposição líquida estimada (c/compras em trânsito)
Resultado líquido estimado (c/compras em trânsito)
Exposição líquida estimada (s/compras em trânsito)
Resultado líquido estimado (s/compras em trânsito)
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
335.931
146.047
189.884
619.172
404.763
89.591
315.172
686.310
387.783
156.707
231.076
619.172
405.220
89.817
315.403
686.310
0,31
0,46
0,37
0,46
(a) A dívida é definida como empréstimos de curto e longo prazos, abatida pelo recebível
das operações de swap vinculadas aos empréstimos.
(b) O patrimônio líquido inclui todo o capital e as reservas da Companhia, gerenciados
como capital.
28.2. Categoria de instrumentos financeiros
A Companhia efetuou avaliação de seus ativos e passivos financeiros em relação aos
valores de mercado, por meio de informações disponíveis e metodologias de avaliação
apropriadas. Entretanto, a interpretação dos dados de mercado e a seleção de métodos de
avaliação requerem considerável julgamento e estimativas para se calcular o valor de
realização mais adequado. Como consequência, as estimativas apresentadas não indicam,
necessariamente, os montantes que poderão ser realizados no mercado corrente. O uso de
diferentes hipóteses de mercado e/ou metodologias pode ter efeito relevante nos valores
de realização estimados.
Ativos financeiros não derivativos: Caixa e equivalentes de caixa, contas a receber de curto
e longo prazo e partes relacionadas a receber são classificadas como empréstimos e
recebíveis. Seus respectivos valores contábeis se aproximam de seus valores de mercado.
Passivos financeiros não derivativos: Os empréstimos e financiamentos, fornecedores,
obrigações com partes relacionadas e outras contas a pagar, são classificadas como
passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado e seus respectivos valores contábeis
se aproximam com os seus valores de mercado (com exceção do empréstimo captado junto
ao BNDES, cujo valor contábil em 31 de dezembro de 2011 é de R$ 147.977 e o valor justo
é de R$ 134.700).
28.3. Valor justo dos instrumentos financeiros
O valor justo dos ativos e passivos financeiros é incluído no valor pelo qual o instrumento
poderia ser trocado em uma transação corrente entre partes dispostas a negociar, e não em
uma venda ou liquidação forçada.
O valor justo dos instrumentos derivativos é calculado utilizando preços cotados. Quando
esses preços não estão disponíveis, é usada a análise do fluxo de caixa descontado por
meio da curva de rendimento, aplicável com a duração dos instrumentos para os derivativos
sem opções. Os contratos futuros de câmbio são mensurados com base nas taxas de
câmbio e nas curvas de rendimento obtidas com base em cotação e para os mesmos prazos
de vencimentos dos contratos. Os “swaps” são mensurados pelo valor presente dos fluxos
de caixa futuros estimados e descontados com base nas curvas de rendimento aplicáveis,
baseadas na cotação das taxas de juros.
Para os instrumentos financeiros derivativos da Companhia (contratos futuros de moeda e
swaps de troca de variação cambial por taxas de juros) são utilizadas mensurações de valor
justo de Nível 2, por meio de outras variáveis além dos preços cotados incluídos no Nível 1,
que são observáveis para o ativo ou passivo diretamente (ou seja, como preços) ou
indiretamente (ou seja, com base em preços).
28.4. Contratos futuros de moeda
Em 31 de dezembro de 2011 a Companhia não possuía opções de compra de dólar.
Em 31 de dezembro de 2010, o valor lastreado, em operações de opções, era de USD
5.100 mil e o prêmio era de R$ 78.
Em 31 de dezembro de 2011 a Companhia não possui operações de NDF (Non Deliverable
Forward).
Em 31 de dezembro de 2010, o valor lastreado, em operações de NDF’s, era de USD
28.800 mil e o resultado líquido a pagar era de R$ 1.008.
A exposição cambial da Companhia em 31 de dezembro de 2011 com compras
internalizadas e compras em trânsito é de USD 95.252 mil. Para os projetos de licitações do
governo a exposição cambial estimada é de USD 113.311 mil.
Até 31 de dezembro de 2011 e 2010 a Companhia obteve os seguintes ganhos e perdas
nas suas operações com instrumentos financeiros:
Controladora (BR GAAP) e Consolidado (IFRS e BR GAAP)
31/12/2011
31/12/2010
Ganho
Perda Líquido Ganho
Perda Líquido
Instrumento
NDF
8.122 (3.047)
5.075
9.445
(9.911)
(466)
3.123 (2.473)
650
768
(1.767)
(999)
Opções
Total
11.245 (5.520)
5.725 10.213 (11.678)
(1.465)
Os resultados apresentados na tabela acima estão registrados no resultado financeiro,
conforme apresentado na nota nº 25.
A tabela a seguir demonstra a análise de sensibilidade da Administração da Companhia,
conforme requerida pela Instrução CVM nº 475/08 de 17 de dezembro de 2008, referente
ao efeito estimado de caixa gerado nas operações de proteção cambial em aberto em 31
de dezembro de 2011:
86.050
A Companhia com auxílio de assessoria externa especializada completou, no exercício de
1,0366
2011 uma profunda reestruturação de sua estrutura de pós-venda, visando maior eficiência
na administração de seus estoques, principalmente aqueles destinados a suprir seu parque
de máquinas em garantia e melhorar a qualidade de atendimento a seus clientes.
(67.907)
89.196
Como principais medidas dessa reestruturação, a Companhia decidiu descredenciar um
número significativo de prestadores de serviços e definiu uma nova forma de comercializar
86.104
86.050
máquinas recebidas em devolução/troca.
(0,7887)
1,0366
Como consequência dessas medidas, durante o trimestre findo em 30 de junho de 2011,
a companhia aprimorou seus critérios de mensuração da provisão para perdas com A quantidade média ponderada de ações ordinárias usadas no cálculo do lucro básico por
estoques, buscando refletir na estimativa desta provisão o novo modelo ação concilia com a quantidade média ponderada de ações ordinárias usadas na apuração
de gestão adotado para os estoques. A aplicação dessa nova metodologia resultou um
ajuste de aproximadamente R$ 51,9 milhões no saldo da provisão para perdas com do lucro por ação diluído, como segue:
Consolidado
estoques e baixa de estoques em aproximadamente R$ 42,8 milhões.
(IFRS e BR GAAP)
24. SEGMENTOS OPERACIONAIS
31/12/2011 31/12/2010
Para gerenciar seu negócio e tomar decisões, a Companhia utiliza informações que focam Quantidade média ponderada de ações ordinárias utilizadas
nos canais de venda de produtos e serviços, que são a base na qual reporta suas
na apuração do lucro básico por ação
86.104
86.050
informações primárias por segmento. Os principais segmentos operacionais da Companhia Ações consideradas como emitidas sem
são os seguintes: vendas ao varejo, vendas a entidades governamentais, vendas ao
nenhuma contrapartida relacionadas a:
mercado corporativo e vendas de tecnologia educacional. Destes, são seguimentos
Opções de empregados
–
–
reportáveis os segmentos Varejo e Governo. As informações por segmento reportáveis Quantidade média ponderada de ações ordinárias utilizada
dessas unidades estão apresentadas a seguir:
86.104
86.050
na apuração do lucro diluído por ação
24.1. Receita e resultados dos segmentos
As seguintes ações ordinárias potenciais são antidilutivas e, portanto, foram excluídas da
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
quantidade média ponderada de ações ordinárias para o cálculo do lucro diluído por ação:
31/12/2011
31/12/2010
Varejo Governo
Varejo Governo
31/12/2011 31/12/2010
Receita líquida de vendas
1.434.954
466.255
1.455.432
717.937 Opções de empregados
6
146
Custo dos serviços prestados
(1.085.950) (404.767) (1.097.645) (496.977)
Lucro bruto
349.004
61.488
357.787
220.960 28. INSTRUMENTOS FINANCEIROS
Despesas operacionais
(381.041)
(83.214)
(304.922) (179.080) A política de derivativos da Companhia tem como objetivo proteger seus compromissos
Resultado antes do resultado
assumidos em dólar de oscilações nos preços futuros, de forma a proporcionar maior
financeiro
(32.037)
(21.726)
52.865
41.880
previsibilidade em sua operação. A Administração não opera com instrumentos financeiros
Resultado financeiro líquido
(12.508)
(3.887)
(14.305)
(9.322)
derivativos com propósitos de especulação para alavancar seus resultados financeiros.
Lucro/(prejuízo) antes dos
efeitos tributários
(44.545)
(25.613)
38.560
32.558 A Companhia pratica operações de opção de compra de dólar e também operações de
NDF (Non Deliverable Forward), as quais possuem a finalidade de proteção contra as
Imposto de renda e contribuição
social (corrente e diferido)
2.126
502
(539)
(351) oscilações das taxas de câmbio, cobrindo assim, apenas a exposição cambial pelo prazo de
Lucro/(prejuízo) líquido
pagamento concedido por fornecedores na compra de componentes importados.
do exercício
(42.419)
(25.111)
38.021
32.207
Adequação dos controles internos e parâmetros utilizados para o gerenciamento de riscos:
A conciliação entre o total das receitas dos segmentos divulgáveis com as receitas totais da A partir da análise do saldo em contas a pagar referente às importações, sejam relativos ao
Companhia é como segue:
material já em estoque, ou do material em trânsito, os contratos derivativos são
Consolidado
semanalmente revisados e/ou incrementados.
(IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010 O montante e tipo de modalidade (opção de compra ou NDF) a serem contratados são
definidos à luz das particularidades de cada uma delas em relação à volatilidade do dólar e
Receita líquida de vendas da Companhia
Receita líquida de vendas dos segmentos reportáveis
1.901.209
2.173.369 perspectivas futuras da economia.
Receita líquida de vendas dos segmentos não reportáveis
180.082
154.236 Com base na análise de sensibilidade da volatilidade do dólar versus as modalidades de
2.081.291
2.327.605 hedge contratadas ao longo dos meses, é possível mensurar as possíveis necessidades de
A conciliação entre o total do lucro líquido do exercício dos segmentos divulgáveis com as caixa para fazer frente aos resultados das operações de NDF.
receitas totais da Companhia é como segue:
Conforme as condições estabelecidas na Instrução CVM 235/95, as operações que
Consolidado
envolvem instrumentos financeiros ativos e passivos, conforme abaixo, estão registradas
(IFRS e BR GAAP)
contabilmente pelos valores compatíveis com as atuais taxas de mercado para as operações
31/12/2011 31/12/2010
de prazos e riscos similares e estão apresentadas conforme orientações contidas na
Lucro/(prejuízo) líquido do exercício da Companhia
deliberação CVM 550/08.
Lucro/(prejuízo) líquido do exercício dos
segmentos reportáveis
(67.530)
70.228 Análise de sensibilidade - Ganho/(Perda)
Lucro/(prejuízo) líquido do exercício dos segmentos
não reportáveis
(377)
18.968
Operação
Taxas
(67.907)
89.196
A receita dos segmentos apresentada anteriormente corresponde à receita gerada pelos
clientes externos.
As políticas contábeis para os segmentos reportáveis são as mesmas da Companhia
(descritas na nota explicativa nº 2). O lucro do segmento corresponde ao lucro auferido por
cada segmento, após a alocação de todas as receitas, custos e despesas.
24.2. Receita dos principais produtos e serviços
Abertura da receita líquida por produto
Consolidado
(IFRS e BR GAAP)
Produtos
31/12/2011 31/12/2010
Desktops
956.460
1.339.415
Notebooks
987.129
908.362
Outros
137.702
79.828
2.081.291
2.327.605
24.3. Ativos por segmento
Os ativos da Companhia embora sejam destinados a alguns segmentos, não são
gerenciados de maneira independente por se tratar, substancialmente, na fabricação de
computadores para atender aos segmentos de vendas.
24.4. Informações geográficas
No exercício findo em 31 de dezembro de 2011 a Companhia e suas controladas
reconheceram R$ 121.403 de vendas para o mercado externo (R$ 3.831 no exercício findo
em 31 de dezembro de 2010). O restante das vendas ocorreu no território brasileiro.
24.5. Informações sobre principais clientes
Dois clientes da Companhia foram responsáveis individualmente por mais de 10% da receita
líquida total no exercício de 2011.
86.104
(0,7887)
28.1. Índice de endividamento
(Fechamento)
1,8758
1,8758
1,8758
1,8758
(Contratada)
–
–
Valor
USD
Provável
R$
(a)
(Bacen)
1,8200
Possível
(Baixa) R$
(b)
-25%
1,4069
Remoto
(Baixa) R$
(c)
-50%
0,9379
Possível
(Alta) R$
(d)
25%
2,3448
Remoto
(Alta) R$
(e)
50%
2,8137
89.679
5.573
113.311
208.563
5.004
311
6.323
11.638
42.055
2.613
53.137
97.805
84.110
5.227
106.274
195.611
(42.055)
(2.613)
(53.137)
(97.805)
(84.110)
(5.227)
(106.274)
(195.611)
–
–
–
208.563
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
11.638
97.805
195.611
(97.805)
(195.611)
11.327
95.192
190.384
(95.192)
(190.384)
202.990
a) O cenário provável reflete a expectativa de cotações do BACEN - Banco central do Brasil, em 31 de dezembro de 2011.
b) O cenário possível de baixa é representado pela valorização do Real em relação ao Dólar de 25%.
c) O cenário remoto de baixa é representado pela valorização do Real em relação ao Dólar de 50%.
d) O cenário possível de alta é representado pela desvalorização do Real em relação ao Dólar em 25%.
e) O cenário remoto de alta é representado pela desvalorização do Real em relação ao Dólar em 50%.
As compras totais são compostas de compras já internalizadas e de compras em trânsito. A Administração entende que as compras em trânsito no momento da internalização podem
produzir resultado diferente do apresentado.
Vale ressaltar que os resultados apresentados no quadro de análise de sensibilidade acima refletem os impactos para cada cenário numa posição estática da carteira para o dia
31 de dezembro de 2011. O dinamismo do mercado faz com que essa posição se altere continuamente e não obrigatoriamente reflita a posição atual. Em caso de sinais de deterioração
de determinada posição, ações proativas são tomadas para minimização de possíveis impactos negativos visando maximizar a relação risco retorno para a Companhia.
Além da análise de sensibilidade exigida pela Instrução CVM nº 475/08, a Companhia avalia seus instrumentos financeiros considerando os possíveis efeitos no resultado e patrimônio
líquido frente aos riscos avaliados pela Administração da Companhia na data das demonstrações financeiras, conforme sugerido pelo CPC 40 e IFRS 7. Baseado na posição patrimonial
em 31 de dezembro de 2011 estima-se que esses efeitos seriam próximos aos valores mencionados na coluna de riscos prováveis da tabela acima, uma vez que as premissas utilizadas
pela Companhia são próximas às descritas anteriormente.
28.5. Contratos de “Swap”
Controladora (BR GAAP) e Consolidado (IFRS e BR GAAP)
Contratos em aberto que recebem variação cambial e pagam taxas
Taxa prefixada média
Valor nocional
Valor justo líquido
de juros pós-fixadas
contratada (% do CDI)
31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010 31/12/2011 31/12/2010
189.601
116.810
16.887
2.801
Menos de um ano
97,36
91,05
189.601
116.810
16.887
2.801
Os “swaps” são liquidados conforme o seu vencimento estipulado no contrato. A taxa de juros dos “swaps” corresponde à taxa de certificado de depósito interbancário. A Companhia
irá liquidar os contratos pelo valor líquido da diferença entre as taxas de juros e a variação cambial.
Todos os contratos de “swaps” que trocarem variação cambial por taxa de juros foram contratados para reduzir a exposição do fluxo de caixa da Companhia resultante da variação
cambial dos empréstimos. Os pagamentos dos contratos de “swaps” e dos juros dos empréstimos ocorrem simultaneamente e o valor é reconhecido no resultado do exercício.
O saldo em aberto nas operações de swap está reconhecido em conta específica - Crédito de instrumentos financeiros, no balanço patrimonial.
A tabela a seguir demonstra a análise de sensibilidade da Administração da Companhia, conforme requerida pela Instrução CVM nº 475/08 de 17 de dezembro de 2008, referente ao
efeito estimado de caixa gerado nas operações de proteção de taxas de juros em aberto em 31 de dezembro de 2011:
Análise de sensibilidade - Ganho/(Perda)
Operação
Taxas Valor nocional Provável Possível (Baixa) Remoto (Baixa) Possível (Alta) Remoto (Alta)
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
Cenário
97,36
(Cetip)
-25%
-50%
25%
50%
Swap
189.601
16.887
12.665
8.444
21.109
25.331
189.601
16.887
12.665
8.444
21.109
25.331
Cobertura total
a) O cenário provável reflete às taxas do CDI em 31 de dezembro de 2011.
b) O cenário possível de baixa é representado pela redução da taxa do CDI de 25% em relação à taxa em 31 de dezembro de 2011.
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 23
NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2011 E 2010
(Valores expressos em milhares de reais)
c) O cenário remoto de baixa é representado pela redução da taxa do CDI de 50% em relação à taxa em 31 de dezembro de 2011.
d) O cenário possível de alta é representado pelo aumento da taxa do CDI de 25% em relação à taxa em 31 de dezembro de 2011.
e) O cenário remoto de alta é representado pelo aumento da taxa do CDI de 50% em relação à taxa em 31 de dezembro de 2011.
Vale ressaltar que os resultados apresentados no quadro de análise de sensibilidade acima refletem os impactos para cada cenário numa
posição estática das operações de “swaps” para o dia 31 de dezembro de 2011. O dinamismo do mercado faz com que essa posição se
altere continuamente e não obrigatoriamente reflita a posição atual. Em caso de sinais de deterioração de determinada posição, ações
proativas são tomadas para minimização de possíveis impactos negativos visando maximizar a relação risco retorno para a Companhia.
Além da análise de sensibilidade exigida pela Instrução CVM nº 475/08, a Companhia avalia seus instrumentos financeiros considerando
os possíveis efeitos no resultado e patrimônio líquido frente aos riscos avaliados pela Administração da Companhia na data das
demonstrações financeiras, conforme sugerido pelo CPC 40 e IFRS 7. Baseado na posição patrimonial e no valor nocional dos instrumentos
derivativos em aberto em 31 de dezembro de 2011, estima-se que esses efeitos seriam próximos aos valores mencionados na coluna de
riscos prováveis da tabela acima, uma vez que as premissas utilizadas pela Companhia são próximas às descritas anteriormente.
28.5.1. Gestão do risco de liquidez
A responsabilidade final pelo gerenciamento do risco de liquidez é do Conselho de Administração, que elaborou um modelo apropriado
de gestão de risco de liquidez para o gerenciamento das necessidades de captação e gestão de liquidez no curto, médio e longo prazos.
A Companhia gerencia o risco de liquidez mantendo adequadas reservas, linhas de crédito bancárias e linhas de crédito para captação de
empréstimos que julgue adequados, através do monitoramento contínuo dos fluxos de caixa previstos e reais, e pela combinação dos
perfis de vencimento dos ativos e passivos financeiros. A nota explicativa nº 28.5.3 inclui linhas de crédito não utilizadas que a Companhia
tem à disposição para reduzir ainda mais o risco de liquidez.
28.5.2. Tabelas do risco de liquidez e juros
As tabelas a seguir mostram em detalhes o prazo de vencimento contratual restante dos passivos e ativos financeiros não derivativos da
Companhia e os prazos de amortização contratuais. As tabelas foram elaboradas de acordo com os fluxos de caixa não descontados dos
passivos financeiros com base na data mais próxima em que a Companhia deve quitar as respectivas obrigações. As tabelas incluem os
fluxos de caixa dos juros e do principal. Na medida em que os fluxos de juros são pós-fixados, o valor não descontado foi obtido com base
nas curvas de juros no encerramento do exercício. O vencimento contratual baseia-se na data mais recente em que a Companhia deve
quitar as respectivas obrigações.
Passivos financeiros
Controladora (BR GAAP)
Taxa de juros
De um
De três De um a
Mais de
efetiva média Menos de
a três meses a
cinco
cinco
um mês
ponderada
meses
um ano
anos
anos
Total
% do CDI
R$
R$
R$
R$
R$
R$
31 de dezembro de 2011
Fornecedores
100,86
205.933
16.274
14.876
–
–
237.083
Empréstimos corrigidos a taxas
de juros pós-fixadas
82,25
8.564
204.644
32.894
126.540
–
372.642
Partes relacionadas
–
1.196
–
3.471
–
4.667
214.497
222.114
47.770
130.011
–
614.392
31 de dezembro de 2010
Fornecedores
99,59
126.205
92.390
7.862
76
–
226.533
Empréstimos corrigidos a taxas
de juros pós-fixadas
79,42
131.176
175.094
4.048
108.102
4.195
422.615
Partes relacionadas
–
806
–
28.565
–
29.371
257.381
268.290
11.910
136.743
4.195
678.519
Taxa de juros
efetiva média
ponderada
% do CDI
31 de dezembro de 2011
Fornecedores
Empréstimos corrigidos a taxas
de juros pós-fixadas
Partes relacionadas
31 de dezembro de 2010
Fornecedores
Empréstimos corrigidos a taxas
de juros pós-fixadas
Partes relacionadas
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
De um a
De três De um a
Menos de
três meses a
cinco
meses
um ano
anos
um mês
R$
R$
R$
R$
Mais de
cinco
anos
R$
Total
R$
100,86
221.613
46.648
14.876
–
–
283.137
82,25
20.475
–
242.088
236.245
1.196
284.089
41.433
–
56.309
126.540
–
126.540
–
–
–
424.693
1.196
709.026
99,59
134.625
105.890
9.362
76
–
249.953
79,42
131.176
–
265.801
175.103
818
281.811
4.048
–
13.410
108.102
–
108.178
4.195
–
4.195
422.624
818
673.395
Ativos Financeiros
Taxa de juros
efetiva média
ponderada
% do CDI
31 de dezembro de 2011
Caixa e bancos
Aplicações financeiras a taxas de juros pós-fixadas
Contas a receber de clientes
Partes relacionadas
31 de dezembro de 2010
Caixa e bancos
Aplicações financeiras a taxas de juros pós-fixadas
Contas a receber de clientes
Partes relacionadas
101,00
99,59
Taxa de juros
efetiva média
ponderada
% do CDI
31 de dezembro de 2011
Caixa e bancos
Aplicações financeiras a taxas de juros pós-fixadas
Contas a receber de clientes
Partes relacionadas
31 de dezembro de 2010
Caixa e bancos
Instrumentos a taxas de juros pós-fixadas
Contas a receber de clientes
Partes relacionadas
100,45
100,86
De um a
cinco
anos
R$
Total
R$
8.453
137.594
249.541
–
395.588
–
–
213.707
–
213.707
–
–
17.949
3.553
21.502
–
–
–
16.942
16.942
8.453
137.594
481.197
20.495
647.739
6.712
82.879
339.835
–
429.426
–
–
278.186
–
278.186
–
–
5.731
942
6.673
–
–
–
19.333
19.333
6.712
82.879
623.752
20.275
733.618
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
Menos De um a
De três
De um a
de um
três
meses a
cinco
mês
meses
um ano
anos
R$
R$
R$
R$
Total
R$
15.487
141.220
275.303
–
432.010
–
–
266.686
–
266.686
–
–
22.833
16.607
39.440
–
–
–
–
–
15.487
141.220
564.822
16.607
738.136
6.938
–
–
–
6.938
82.879
–
–
–
82.879
340.944
280.526
6.907
–
628.377
–
–
942
–
942
430.761
280.526
7.849
–
719.136
A tabela a seguir mostra em detalhes a análise de liquidez dos instrumentos financeiros derivativos da Companhia. A tabela foi elaborada
de acordo com as entradas (saídas) de recursos líquidos e não descontadas dos instrumentos derivativos que permitem liquidação pelo
valor líquido e com as entradas (saídas) de recursos brutos desses derivativos que exigem a liquidação pelo valor bruto. Quando o valor a
pagar ou receber não é fixo, o valor apresentado é determinado com base nas taxas de juros projetadas conforme demonstrado pelas
curvas de desempenho existentes no encerramento do exercício.
Controladora (BR GAAP)
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
De um a três meses
Total
31 de dezembro de 2011
R$
R$
“Swaps”
16.887 16.887
16.887 16.887
31 de dezembro de 2010
“Swaps”
2.801
2.801
1.008
1.008
NDFs
3.809
3.809
101,00
99,59
28.5.3. Linhas de financiamentos
Controladora (BR GAAP)
Consolidado (IFRS e BR GAAP)
31/12/2011 31/12/2010
Conta garantida não assegurada, revisada anualmente e com pagamento mediante solicitação
Utilizada
Não utilizada
29. PLANO DE OPÇÃO DE COMPRA DE AÇÕES
a) Opção de Compra de Ações da Companhia para diretores e gerentes conforme a descrição dos planos abaixo:
Plano I
Lote
Qtd. Opções em Aberto em 31/12/2011
Preço Exercício
Ano Exercício
Preço corrigido pelo IGPM até 31/12/2011
1
–
11/12/2006
2009
–
2
–
Média Dez.2008
2010
–
3
–
Média Dez.2009
2011
–
Plano II
Lote
Qtd. Opções em Aberto em 31/12/2011
Preço Exercício
Ano Exercício
Preço corrigido pelo IGPM até 31/12/2011
1
–
Média Dez.2008
2010
–
2
–
Média Dez.2009
2011
–
3
5.664
Média Dez.2010
2012
9,94
A Assembleia Geral Extraordinária realizada em 03 de novembro de 2006 aprovou o Plano de Opção de Compra de Ações da Companhia
para diretores e gerentes selecionados, bem como para outros participantes designados pelo Conselho de Administração.
O plano I, aprovado em reunião do Conselho de Administração realizada em 28 de agosto de 2007, totalizava originalmente 459.500
opções e era dividido em três lotes iguais. Em 31 de dezembro de 2011, não havia opções em aberto.
Até 30 de setembro de 2009 a Companhia divulgou os cálculos projetados de efeito do exercício das opções com base no custo médio
ponderado considerando a cronologia de aquisição das ações para cada lote de opções. A partir de 01 de outubro de 2009 a Companhia
está utilizando para os cálculos projetados de efeito do exercício das opções o custo médio total das ações adquiridas em tesouraria, com
base na Instrução CVM nº 10 de 1980, que dispõe sobre o valor de alienação ou cancelamento das ações em tesouraria.
O preço de exercício do primeiro lote foi definido em R$ 23,50, corrigido pelo índice IGPM, a partir de 11 de dezembro de 2006 até a
data de exercício e reduzindo os proventos pagos a partir da data de assinatura do contrato até a data do exercício. O período de exercício
deste primeiro lote foi de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2009, o qual foi encerrado sem nenhum exercício de opção. A Companhia
adquiriu as ações para este lote a um preço médio de R$ 20,90.
O preço de exercício do segundo lote foi definido em R$ 7,50, corrigido pelo índice IGPM, a partir de 31 de dezembro de 2008 até a data
de exercício e reduzindo os proventos pagos a partir da data de assinatura do contrato até a data do exercício. O período de exercício
deste segundo lote foi de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2010, sendo que foram exercidas 105.982 opções. A Companhia adquiriu
as ações para este lote a um preço médio de R$ 20,90.
O preço de exercício do terceiro lote foi definido em R$ 21,10, corrigido pelo índice IGPM, a partir de 31 de dezembro de 2009 até a data
de exercício e reduzindo os proventos pagos a partir da data de assinatura do contrato até a data do exercício. O período de exercício
deste terceiro lote foi de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2011, o qual foi encerrado sem nenhum exercício de opção. A Companhia
adquiriu as ações para este lote a um preço médio de R$ 20,90.
O plano II, aprovado em reunião do Conselho de Administração realizada em 12 de agosto de 2008, totalizava originalmente 89.000
opções e era dividido em três lotes iguais. Em 31 de dezembro de 2011 atualizado com o desligamento de alguns beneficiários e
exercícios ocorridos, o total de opções é 5.664.
100,45
100,86
Controladora (BR GAAP)
Menos
De um
De três
de um
a três
meses a
mês
meses
um ano
R$
R$
R$
–
8.000
8.000
–
4.000
4.000
Data Outorga
06/09/2007
06/09/2007
06/09/2007
Preço Opção
3,2650
10,0614
13,8141
Vlr. Total Opção
500
1.455
1.888
2007
121
32
31
2008
379
100
98
2009
–
1.323
1.267
2010
–
–
489
2011
–
–
–
Data Outorga
28/08/2008
28/08/2008
28/08/2008
Preço Opção
Vlr. Total Opção
1,3257
36
2,5195
61
3,5323
73
Despesa Total Apropriada
2007
–
–
–
184
2008
12
9
8
606
2009
25
31
31
2.677
2010
–
21
21
531
2011
–
–
12
12
O preço de exercício do primeiro lote foi definido em R$ 7,50, corrigido pelo IGPM, a partir de 31 de dezembro de 2008
até a data de exercício e reduzindo os proventos pagos a partir da data de assinatura do contrato até a data de exercício.
O período de exercício deste primeiro lote foi de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2010, sendo que foram exercidas
23.010 opções. A Companhia adquiriu as ações para este lote a um preço médio de R$ 20,90.
O preço de exercício do segundo lote foi definido em R$ 21,10, corrigido pelo IGPM, a partir de 31 de dezembro de 2009 até a data de
exercício e reduzindo os proventos pagos a partir da data de assinatura do contrato até a data de exercício.
O período de exercício deste primeiro lote foi de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2011, o qual foi encerrado sem nenhum exercício
de opção. A Companhia adquiriu as ações para este lote a um preço médio de R$ 20,90.
O preço de exercício do terceiro lote, o qual atualmente conta com 5.664 opções em aberto foi definido em R$ 9,71, corrigido pelo IGPM,
a partir de 31 de dezembro de 2010 até a data de exercício e reduzindo os proventos pagos a partir da data de assinatura do contrato
até a data de exercício. Este terceiro lote poderá ser exercido no período de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2012. A Companhia
adquiriu as ações para este lote a um preço médio de R$ 20,90. Considerando que as opções em aberto fossem exercidas em 31 de
dezembro de 2011, o efeito no patrimônio e no resultado seria uma despesa de R$ 62, conforme abaixo:
Ações em aberto
Preço de aquisição
Preço de exercício em
Despesa da Companhia por lote
por lote
pela Companhia
31/12/2011
referente ao custo de aquisição
Plano/Lote
Plano II/Lote 3
5.664
20,90
9,94
62
Pelo fato da Companhia ter adquirido ações para fazer frente às opções eventualmente exercidas, não haverá diluição de participação dos
acionistas quando do exercício das opções.
As premissas utilizadas para precificação das opções se deram pelo modelo de Black-Scholes.
30. APROVAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
As demonstrações financeiras foram aprovadas e autorizadas para publicação pelo Conselho de Administração em
13 de março de 2012.
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Oriovisto Guimarães - Presidente
Hélio Bruck Rotenberg
Ruben Tadeu Coninck Formighieri
Samuel Ferrari Lago
Álvaro Augusto do Amaral
Fernando Soares Mitri
PRESIDÊNCIA EXECUTIVA
Hélio Bruck Rotenberg
Diretor Presidente
Marielva Andrade Dias
Vice-Presidente de Operações
Maurício Roorda
Diretor Vice-Presidente de Produtos e Procurement
Ricardo Fernandes Pereira
Vice-Presidente Financeiro
e Diretor de Relações com Investidores
Elaine Camargo Roginski Guetter
Diretora Vice-Presidente de Tecnologia Educacional
Marco Antônio de Oliveira Lopes
Diretor Vice-Presidente de Marketing
Antonio Carlos Ferreira da Silva Junior
Contador - CRC 052836/O-0-PR
RELATÓRIO DOS AUDITORES INDEPENDENTES SOBRE AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Aos
Conselheiros de Administração e Diretores da Positivo Informática S.A.
Curitiba - PR
Examinamos as demonstrações financeiras individuais e consolidadas da Positivo Informática
S.A. (“Companhia”), identificadas como Controladora e Consolidado, respectivamente, que
compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2011 e as respectivas
demonstrações do resultado, do resultado abrangente, das mutações do patrimônio líquido e
dos fluxos de caixa, para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais
práticas contábeis e demais notas explicativas.
Responsabilidade da administração sobre as demonstrações financeiras
A administração da Companhia é responsável pela elaboração e adequada apresentação das
demonstrações financeiras individuais de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil e
das demonstrações financeiras consolidadas de acordo com as normas internacionais de
relatório financeiro (IFRS), emitidas pelo International Accounting Standards Board - IASB, e de
acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, assim como pelos controles internos que
ela determinou como necessários para permitir a elaboração dessas demonstrações financeiras
livres de distorção relevante, independentemente se causada por fraude ou erro.
Responsabilidade dos auditores independentes
Nossa responsabilidade é a de expressar uma opinião sobre essas demonstrações financeiras
com base em nossa auditoria, conduzida de acordo com as normas brasileiras e internacionais
de auditoria. Essas normas requerem o cumprimento de exigências éticas pelos auditores e que
a auditoria seja planejada e executada com o objetivo de obter segurança razoável de que as
demonstrações financeiras estão livres de distorção relevante.
Uma auditoria envolve a execução de procedimentos selecionados para obtenção de
evidência a respeito dos valores e divulgações apresentados nas demonstrações financeiras.
Os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos
riscos de distorção relevante nas demonstrações financeiras, independentemente se causada
por fraude ou erro. Nessa avaliação de riscos, o auditor considera os controles internos
relevantes para a elaboração e adequada apresentação das demonstrações financeiras da
Companhia para planejar os procedimentos de auditoria que são apropriados nas circunstâncias,
mas não para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia desses controles internos da
Companhia. Uma auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis
utilizadas e a razoabilidade das estimativas contábeis feitas pela administração, bem como a
avaliação da apresentação das demonstrações financeiras tomadas em conjunto.
Acreditamos que a evidência de auditoria obtida é suficiente e apropriada para fundamentar
nossa opinião.
Opinião sobre as demonstrações financeiras individuais
Em nossa opinião, as demonstrações financeiras individuais acima referidas apresentam
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da
Positivo Informática S.A. em 31 de dezembro de 2011, o desempenho de suas operações e os
seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis
adotadas no Brasil.
Opinião sobre as demonstrações financeiras consolidadas
Em nossa opinião, as demonstrações financeiras consolidadas acima referidas apresentam
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da
Positivo Informática S.A. em 31 de dezembro de 2011, o desempenho consolidado de suas
operações e os seus fluxos de caixa consolidados para o exercício findo naquela data, de acordo
com as normas internacionais de relatório financeiro (IFRS) emitidas pelo International
Accounting Standards Board - IASB e as práticas contábeis adotadas no Brasil.
Ênfase
Conforme descrito na nota explicativa n° 2, as demonstrações financeiras individuais foram
elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil. No caso da Positivo
Informática S.A. essas práticas diferem do IFRS, aplicável às demonstrações financeiras
separadas, somente no que se refere à avaliação dos investimentos em controladas, coligadas e
controladas em conjunto pelo método de equivalência patrimonial, enquanto que para fins de
IFRS seria custo ou valor justo.
Outros assuntos
Demonstrações do valor adicionado
Examinamos, também, as demonstrações individual e consolidada do valor adicionado (DVA),
referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2011, preparadas sob a responsabilidade
da administração da Companhia, cuja apresentação é requerida pela legislação societária
brasileira para companhias abertas, e como informação suplementar pelas IFRS que não
requerem a apresentação da DVA. Essas demonstrações foram submetidas aos mesmos
procedimentos de auditoria descritos anteriormente e, em nossa opinião, estão adequadamente
apresentadas, em todos os seus aspectos relevantes, em relação às demonstrações financeiras
tomadas em conjunto.
Curitiba, 13 de março de 2012
Deloitte Touche Tohmatsu
Auditores Independentes
CRC nº 2 SP-011.609/O-8 F-PR
Fernando de Souza Leite
Contador - CRC nº 1 PR-050.422/O-3
24 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
EMPRESAS
Editora: Eliane Sobral [email protected]
Subeditoras: Rachel Cardoso [email protected]
Patrícia Nakamura [email protected]
ENTREVISTA LUIZ FERNANDO FURLAN Membro do conselho da BRF Brasil Foods
“O foco deste ano será no
corte de custos”, avisa Furlan
Crescimento interno moderado e alta dos serviços e commodities obrigarão empresas a rever negociações
Sérgio Lima/Folhapress
de mão de obra em construção
civil, alimentos, agora na área
de hotelaria você terá um crescimento da demanda e necessidade de treinamento de pessoas
para enfrentar esses eventos futuros de Copa do Mundo. Se você tiver que treinar gente para a
Copa tem que começar logo.
Françoise Terzian
[email protected]
Neto do fundador da Sadia, exministro do Desenvolvimento
e membro do conselho de administração da BRF Brasil Foods,
Luiz Fernando Furlan é um homem de grandes cargos e hábitos simples. Quando não se encontra nos Estados Unidos ou
na Espanha, para participar como conselheiro das reuniões
do board do Walmart, da Telefônica ou da AGCO, Furlan gosta
de visitar padarias. E não é só
pelo prazer de saborear um pão
quentinho, mas pela oportunidade de sentir in loco o termômetro das vendas da Sadia. Da
última vez, questionou a ausência das peças de mussarela e
queijo prato da Sadia, a última
grande investida da BRF, e ficou feliz ao ouvir que os lançamentos haviam se esgotado.
Mais: que não existe presunto
melhor que o da Sadia. Escutou, contudo, que só tinha um
item do concorrente melhor
que o da marca da BRF: a mortadela Ceratti. “Eles têm uma
marca muito forte mesmo”, admite Furlan em entrevista exclusiva ao B RASIL E CONÔMICO .
Quando questionado sobre o interesse na compra da Ceratti,
ele é enfático: “não posso falar
sobre a BRF porque estamos
em período de silêncio, mas te
digo que não podemos comprar mais nada”, referindo-se
Furlan: câmbio, efeito
China e recessão na Europa
afetam exportações
A BRF tem vagas em aberto?
Chegou a ter cinco mil. Hoje
provavelmente tem menos,
mas são alguns milhares.
Qual é a taxa de câmbio
ideal para a BRF,
que é a terceira maior
exportadora do país?
Ideal não existe. Mas deu um
grande ânimo no setor quando o
câmbio chegou perto de R$ 1,90,
como ocorreu no terceiro trimestre. A tendência é ficar com um
piso de R$ 1,70.
às restrições impostas pelo Cade para aprovar a fusão. Abaixo, trechos da entrevista:
Quais os desafios das empresas
de alimentação em 2012?
O ano passado foi marcado pelo
aumento de custos e por grandes reajustes em áreas diversas
como a de serviços. O ano começa com uma grande preocupação com custos dentro das empresas, uma vez que o ritmo da
economia também está exigindo prudência. O foco deste ano
é cortar custos. E contando que
“
A economia de 2012
será melhor que
a de 2011. Só que,
ao contrário do ano
passado, que teve
um começo mais
animado e perda de
velocidade posterior,
neste ano o
caminho é inverso
o crescimento interno continua, mas é moderado, e que a
rentabilidade das exportações
está pressionada pela taxa de
câmbio e também pelo aumento de custo de matérias-primas.
Isso significa que teremos
um ano de demissões?
Não acredito que seja a ênfase.
A ênfase é em custos indiretos,
negociações em compra de matérias-primas, componentes.
Boa parte das empresas tem ainda vagas em aberto, porque teve um período largo de escassez
Dá para ser rentável a R$ 1,70?
O preço do farelo de soja subiu
de US$ 300 para US$ 350 em
poucos dias na Bolsa de Chicago. Além disso tem o custo da
logística e também o aumento
do preços dos caminhões, que
agora precisam seguir a norma
Euro5. A Petrobras também lançou um diesel mais caro e tudo
isso impacta no custo das empresas, que precisam elevar o
esforço interno para reduzir
custos, até porque o consumidor não está preparado para
aceitar aumento. ■
Marcela Beltrão
MORTADELA
Ceratti, que quase foi comprada pela Sadia em 2008, dobra de tamanho
A Ceratti, empresa familiar
brasileira de frios, é um negócio
que cresce de carona no aumento
do consumo de sanduíches
no Brasil. “No ano passado,
faturamos R$ 130 milhões,
o dobro em relação às vendas de
2008”, afirma Mario Ceratti,
diretor e herdeiro da empresa.
Com fábrica em Vinhedo (SP),
a Ceratti chega hoje a 18 mil
pontos de vendas do país com
uma linha composta por mais
de 80 produtos. O carro-chefe
é a mortadela, que responde
por 45% do faturamento
da empresa e que é produzida
em várias versões, incluindo até
formulações com picles e
pistache. Antes da crise de 2008,
a Ceratti esteve na mira de
grandes empresas de proteínas,
como a Sadia e a Bertin. Na
época, a marca, que se tornou
sinônimo da categoria de
mortadela, chegou a contratar
o Banco Real para cuidar da
negociação. Com as dificuldades
geradas pela crise, contudo,
o negócio não foi para a frente.
Hoje, Ceratti diz que não se fecha
a conversas com interessados,
mas garante que, “a princípio,
a empresa não está à venda.”
No primeiro trimestre deste ano,
Ceratti conta que as vendas
da empresa saltaram 15% e que
ele tem condições de seguir
adiante sem dinheiro de terceiros.
Um exemplo é o estudo
para alavancar as vendas no
food-service. Ao invés de
construir uma nova fábrica,
Ceratti conta que estuda
terceirizar parte da produção
para atender lanchonetes e
restaurantes de forma menos
custosa e mais eficaz. F.T.
Ceratti: vendas de
R$ 130 milhões em 2011
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 25
Murillo Constantino
Ipiranga converte últimas bandeiras Texaco
Após cinco anos, a Ipiranga volta a atuar com a sua marca nas regiões
Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, onde trabalhava desde
2008 com a marca Texaco. É que havia um impedimento em função
de contratos anteriores. Ao todo, 1,2 mil postos dos mais de 6 mil
da companhia foram convertidos. Os adesivos e lonas com a marca
Texaco foram retirados ontem, segundo o Grupo Ultra. Mais de 20
empresas e 300 pessoas trabalharam na reforma dos estabelecimentos.
Murillo Constantino
“
Vamos ocupar
o espaço que hoje
é das importações e
teremos a vantagem
de não lidar com
a burocracia
enfrentada pelos
concorrentes
Phillip Wojdyslawski
Presidente da Videolar
Wojdyslawski:
investimento de R$ 465
milhões na nova planta
Videolar entra em setor onde
oferta é maior que demanda
Nova fábrica para produzir polipropileno será inaugurada até o final do semestre e aumentará
capacidade produtiva nacional em 40%. Objetivo da empresa é roubar mercado das importações
Gabriel Ferreira
[email protected]
MERCADO
O nome polipropileno bioorientado e sua sigla, Bopp, parece complicado para quem o
ouve pela primeira vez. Mas se
a denominação assusta os leigos, o material de fato é um velho conhecido e está presente
no cotidiano de qualquer cidadão comum, afinal quem nunca
tomou um refrigerante ou uma
água mineral? O Bopp está presente justamente no rótulo desses produtos e em muitos outros. (Veja arte ao lado). Tratase de um mercado em ebulição,
que passará por mudanças significativas ainda este ano
Até o final do semestre a Videolar, conhecida pela fabricação de fitas VHS e CDs, deve colocar em operação uma fábrica
de Bopp em Manaus. A unidade, que é resultado de um investimento total de R$ 465 milhões, terá capacidade produtiva de 80 mil toneladas por ano.
Com isso, a empresa se tornará
uma das mais fortes do segmento e deverá causar grande impacto no mercado.
Isso porque, a atual capacidade produtiva do Brasil já é muito
maior do que a demanda pelo Bopp. Se todos os fabricantes nacionais operassem com suas capaci-
O Bopp no Brasil
200 mil
Capacidade
produtiva atual toneladas por ano
Capacidade produtiva 280 mil toneladas
com a entrada da
por ano
Videolar
Demanda atual
130 mil toneladas
por ano
Consumo de 25% do
produto que vem de
Argentina, Peru
e Equador
APLICAÇÕES
Material é usado em:
Embalagens metálicas,
como as de salgadinhos
Embalagens plásticas,
como as de macarrão
Rótulos de águas e refrigerantes
Plástico que reveste
embalagens de CDs e DVDs
Fitas adesivas
Fonte: empresas
dades máximas, seriam produzidas 200 mil toneladas por ano.
O consumo anual do mercado
doméstico é de 130 mil toneladas e hoje nem esse número é todo atendido pelos fabricantes locais. Cerca de 25% do Bopp consumido é importado de países
como Argentina, Peru e Equador, que têm benefícios fiscais
capazes de tornar seus preços
bastante competitivos.
A ideia da Videolar é justamente enfrentar os concorrentes estrangeiros. “Queremos
ocupar o espaço que hoje é das
importações”, afirma Phillip
Wojdyslawski, presidente da
empresa. Apesar do objetivo declarado, o mercado aguarda cauteloso pelas novidades. “Certamente haverá uma queda de
preço e os distribuidores terão
que apertar suas margens”, afirma Tamas Istvan Vero, presidente da distribuidora TIV Plásticos
e membro da Adirplast, entidade que reúne empresas distribuidoras de resinas e Bopp.
Os executivos da Videolar
não acreditam que o início da
operação da planta em Manaus
resultará em uma queda tão
acentuada no preço do material. “A demanda por Bopp tem
crescido o dobro do Produto Interno Bruto”, afirma Carlos Rocha, diretor comercial da em-
presa. “Nossa entrada em operação vai substituir as importações atuais e atender o crescimento da demanda.”
Os concorrentes também
acompanham com atenção os
movimentos da Videolar. José
Ricardo Roriz Coelho, presidente da Vitopel, atual líder de mercado, também não acredita em
grandes mudanças no preço.
“Mas a entrada de um novo
competidor em um setor que já
tem uma supercacidade produtiva sempre provocará impactos
relevantes”, afirma. Hoje, a Vitopel tem capacidade produtiva
de 120 mil toneladas por ano.
Distância
Responsáveis por mais de 70%
do consumo de Bopp no Brasil,
as principais empresas do setor
alimentício estão longe da Zona
Franca de Manaus. “Os custos
maiores com frete devem compensar os incentivos fiscais que
a Videolar receberá”, diz Vero.
Wojdyslawski concorda que
os gastos gerados pela distância
devem fazer com que os benefícios ficais não sejam tão compensadores, mas ressalta que os
competidores estrangeiros enfrentam o mesmo problema. “E
nós teremos a vantagem de não
ter que lidar com a burocracia
de importação”, afirma. ■
Playcenter
investe R$ 40
milhões para
tentar mudar
seu destino
Parque fechará as portas em 29
de julho para se reestruturar e
voltar a toda até a Copa de 2014
O ano não começou bem para o
setor de parques de diversões
no Brasil. O Grupo Playcenter
anunciou ontem o encerramento de suas atividades para o dia
29 de julho.
Mas a empresa situada na
Barra Funda, zona oeste de São
Paulo, quer dar a volta por cima. Vai investir, segundo comunicado, R$ 40 milhões entre pesquisas, projetos, instalações, atrações, start-up operacional e marketing.
A ideia é presentear a cidade
com um novo conceito de empreendimento, ainda inédito no
Brasil, e projetado sob medida
para as crianças. O empreendimento estará em pleno funcionamento durante a Copa do
Mundo de Futebol de 2014, mas
abrirá suas portas em julho do
próximo ano.
A ideia é desenvolver
um novo conceito
de empreendimento,
ainda inédito no
Brasil, e projetado
sob medida para
crianças, com verde
e interatividade
Para garantir o conforto e a
experiência dos visitantes, a capacidade máxima será limitada
a 4,5 mil pessoas por dia.
Só para menores
O modelo de parque é uma tendência mundial e segue os moldes de Legoland e Nickelodeon
Universe, entre outros, com
atrações inéditas por aqui, muito verde, conteúdo temático,
educacional e interatividade.
Fundando no início da década de 1970, o Playcenter está numa área de 85 mil metros quadrados e recebe anualmente cerca de 1,5 milhões de visitantes,
segundo informações da empresa. O anúncio do fechamento
veio logo depois de o Hopi Hari,
em Vinhedo,região de Campinas também baixar as portas.
O motivo, porém, foi um grave acidente, que levou a morte de
uma adolescente de 14 anos. ■
Com agências
26 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
EMPRESAS
Divulgação
CIÊNCIA
DESEMPENHO
Engenheiros criam tipo de fibra óptica que
facilitará fabricação de telas 3D flexíveis
Apple vende 3 milhões de unidades do novo
iPad no fim de semana de lançamento
Engenheiros americanos criaram uma fibra óptica a laser capaz de
emitir luz em qualquer direção e ao longo de todo o seu comprimento.
A nova fonte de luz abre espaço para a fabricação de telas 3D flexíveis,
além de aparelhos médicos que ativem compostos terapêuticos
no interior do corpo humano utilizando disparos de luz precisos,
segundo o coordenador do grupo de pesquisa, Alexander Stolyarov.
A Apple vendeu 3 milhões de unidades do novo iPad no primeiro
fim de semana de comercialização do tablet. Segundo a empresa,
o novo iPad se posiciona como a versão de seu tablet com melhor
desempenho no lançamento até hoje. No primeiro fim de semana
de vendas do iPhone 4S, mais recente versão do celular da Apple,
a empresa vendeu mais de 4 milhões de unidades.
Hannelore Foerster/Bloomberg
Sócios batem cabeça
e naufragam o EAS
Andreas Renschler,
da Daimler, que
vai reforçar
presença nos
emergentes
Série de erros e discordância na gestão prejudicaram negócio
Érica Polo
[email protected]
A saída da coreana Samsung da
estrutura societária do Estaleiro
Atlântico Sul (EAS), na semana
passada, trouxe à tona uma
questão: por que um estaleiro
com sócios majoritários do porte de Queiroz Galvão e Camargo
Corrêa e uma carteira de pedidos invejável não deslanchou?
Há uma lista de motivos, apurou o BRASIL ECONÔMICO. Entre
eles, houve problemas no gerenciamento dos projetos de
engenharia e de compras de peças. Além disso, a dificuldade
na tomada de decisões, provocada pela diferença de cultura
dos sócios, foi citada por fontes
ligadas à indústria naval como
uma importante trava para o andamento dos negócios. “Os executivos divergem por conta das
culturas distintas. São grandes
companhias, que têm interesses similares em alguns negócios e concorrem em outros”,
disse uma fonte.
Soma-se à lista, a pressa em
colocar o EAS nos trilhos. A
companhia é uma novata (nasceu em novembro de 2005) e enquanto sua planta industrial era
construída no complexo de Suape (PE), praticamente ao mesmo tempo já iniciava suas atividades - a construção do navio
petroleiro João Cândido, cuja
entrega está atrasada há um ano
e quatro meses, e a plataforma
P-55, já entregue. Embora o
Atlântico Sul tenha investido
no treinamento das equipes, o
tempo foi curto para que o time
ficasse azeitado.
A mão de obra “verde” explica, em parte, o atraso no cronograma. Esse fato, aliado a erros
cometidos no projeto, prejudicou a construção do João Cândido, que já passou por enorme
quantidade de reparos. E a demora na entrega do primeiro navio teve efeito dominoó em todo o resto da carteira do EAS. Segundo fontes, o orçamento do
petroleiro estourou em pelo menos R$ 500 milhões. Mesmo
com as correções feitas, o navio
dificilmente navegará, disse outra fonte. “Foram cometidos erros técnicos de engenharia que
dificilmente, serão corrigidos.
Os comandos não respondem, o
petroleiro apenas bóia.”
Bagagem insuficiente
No início de suas atividades, o
EAS contratou uma pequena empresa do Rio de Janeiro para ‘tropicalizar” o projeto base fornecido pela Samsung. Esse foi o primeiro erro, dizem dois entrevistados. A tropicalização é uma espécie de adaptação às necessidades do cliente. No entanto, a
companhia não tinha a bagagem necessária para a tarefa e
os engenheiros demoraram para entregar o projeto.
O cenário formado por dificuldade nas entregas num momento em que a Petrobras ganhou novo comando, também
teria pesado para que a Samsung vendesse seus 6% no estaleiro. A presidente da Petrobras, Graças Foster, já disse que
vai acompanhar mais de perto
os cronogramas de entrega para
cumprir o aumento de metas de
produção de petróleo e os sócios do EAS procuram sócios internacionais no momento. ■
ESTALEIRO ATLÂNTICO SUL
Encomendas, investimento
e composição societária
INVESTIMENTOS
R$ 2,5 bilhões**
50%
Queiroz
Galvão
ENCOMENDAS
22 navios petroleiros
7 navios sonda
SÓCIOS
Casco da plataforma P-55*
50%
Serviços navais da P-62
Camargo
Corrêa
Fonte: Estaleiro Atlântico Sul
*entregue
**Até 19/3/2012
Bric sustenta
venda da Daimler
Maior montadora de caminhões
aposta nos emergentes para
conter avanço da Volkswagen
QUEDA NOS PESADOS
Vendas de caminhões da
Mercedes-Benz no 1º bimestre
no Brasil, em mil unidades
Ana Paula Machado*
[email protected]
Os mercados emergentes estão
em alta na Daimler Trucks. Isso
porque, para conter o avanço da
Volkswagen no segmento de pesados, a maior fabricante de veículos comerciais do mundo quer
aumentar sua participação nos
BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China. Para a montadora, esses mercados têm “enorme” potencial
de maior crescimento e terão
grande participação no aumento
de dois dígitos nas vendas globais nos próximos anos.
A montadora previu uma melhora na demanda por caminhões no Brasil e na Europa no
segundo semestre e reafirmou
meta estratégica de aumentar
as vendas de veículos para meio
milhão no próximo ano, excluindo suas alianças na China e Rússia. O número deverá subir para
700 mil em 2020.
Para atingir esse volume de
vendas mundiais a Daimler vai
aumentar sua participação na
montadora russa KamAZ. O fabricante de veículos MercedesBenz já controla 15% da Kamaz
e segundo o chefe da Divisão de
caminhões da Daimler, Andreas Renschler, sua participação deverá aumentar nos próximos três a quatro anos.
“Nossa cooperação com KamAZ está indo muito bem. A
Rússia é o maior mercado de caminhões na Europa e continua
00
6,3
6,2
33
VARIAÇÃO
-1,6%
67
00
2011
2012
Fonte: empresa
sendo um dos mercados em
crescimento mais dinâmicos do
continente”, disse o executivo.
No Brasil, a marca já está bem
estruturada e espera manter as
vendas de veículos pesados este
ano, mesmo com a queda do
mercado de caminhões esperada entre 5% a 10%.
Hoje, o país é o maior mercado de vendas de caminhões para
a montadora e a Daimler está em
pleno plano de investimentos
com início das operações da segunda fábrica de veículos comerciais em Juiz de Fora (MG) e a expansão da capacidade de sua unidade em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Essa estratégia é para reforçar as operações
na América Latina para sustentar o crescimento da marca no
mundo. ■ *Com agências
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 27
Divulgação
INTERNET
ALIMENTOS
Internet brasileira deve movimentar
R$ 158 bilhões em negócios, até 2016
Pães industriais faturam R$ 3,2 bilhões em
2011, um incremento de 56% sobre 2007
A internet brasileira deverá gerar negócios da ordem de R$ 158 bilhões
até 2016, ou 2,4% do PIB, projeta estudo da série Connected World
realizado pelo Boston Consulting Group (BCG). Esse valor é quase
o dobro dos R$ 81 bilhões movimentados pela web no país em 2010.
O levantamento apontou também que se a internet fosse um segmento
no Brasil, seria quase tão grande quanto o setor de mineração.
O brasileiro consumiu R$ 3,2 bilhões em pães de forma no ano passado,
salto de 56% em relação a 2007, segundo a Associação Brasileira
das Indústrias de Massas Alimentícias (Abima) e a Nielsen. Em volume,
as vendas atingiram 992 milhões de toneladas. Para Claudio Zanão,
presidente da Abima, o salto no consumo se deve à procura por uma
alimentação mais saudável e prática e tende a se manter em 2012.
CARGA EXPRESSA
UPS encosta
na DHL no
mercado
europeu
ArcelorMittal e Usiminas se
unem para construir porto no RJ
Siderúrgicas vão investir US$ 800 milhões em projeto de terminal para escoar minério de ferro
Renzo Gostoli/Bloomberg
A americana UPS confirmou a
compra da concorrente holandesa TNT Express. O negócio girou em torno de ¤ 5,16 bilhões
(US$ 6,8 bilhões), garantindo o
maior negócio na história de
105 anos da empresa.
Com a TNT, a UPS, maior empresa do mundo de entrega expressa, vai ficar em pé de igualdade na Europa, com Deutsche
Post DHL, líder de mercado na
região. UPS deteve 7,7% do mercado de encomendas expressas
na Europa em 2010, em comparação com 9,6% da TNT. Combinados, eles seriam quase tão
grande como DHL, que teve
uma quota de 17,6%.
José Gabriel Navarro*
A empresa espera receber
aprovação da aquisição até o final do terceiro trimestre “Estamos confiantes de que vamos receber todas as aprovações necessárias e esperar para receber a liberação da concorrência da Comissão Europeia na primeira fase”, disse o vice-presidente financeiro da UPS, Kurt Kuehn.
A ArcelorMittal e a Usiminas
acertam detalhes de um acordo
para disputar a concessão de
construção do Porto do Meio,
na Baía de Sepetiba, no Rio de Janeiro. “A ideia é tornar a exploração minerária em Serra Azul
(MG) mais competitiva, pois o
escoamento por meio do novo
porto reduzirá problemas com a
logística enfrentados por empresas da região”, confirmou a ArcelorMittal em comunicado.
A aliança inclui a operadora
de portos Multiterminais e prevê investimentos de US$ 800
milhões, segundo disse à agência Reuters Sebastião Costa Filho, diretor-presidente da ArcelorMittal no Brasil. O edital de licitação deve sair até junho deste ano e vai outorgar a construção do novo porto entre os terminais da Vale e da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN).
“A idea é abrir também espaço para pequenas mineradoras
da região”, acrescentou Costa
Filho, sinalizando que o consórcio poderá exportar também minério de outras empresas. O
principal problema das mineradoras em Minas Gerais é a logística deficitária para escoação do
minério de ferro. O estado responde por cerca de dois terços
da produção nacional da matéria-prima do aço.
Maior negócio
Expansão no país
Comprar a TNT será a maior
aquisição desde que a UPS foi
fundada em 1907 como um serviço mensageiro realizado por
bicicleta. O acordo cobre a aquisição de 2005 Overnite Corp
por US $ 1,25 bilhão, que deu
UPS a capacidade de aumentar
a presença nos Estados Unidos.
Segundo a empresa, o negócio de carga expressa gerou
uma receita de US$ 12,2 bilhões
no ano passado e representou
23% do total faturado pela UPS,
US$ 53,1 bilhões.
Após a compra da TNT, a receita internacional subirá para
36% das vendas globais da companhia. A compra da TNT foi informada na última sexta-feira e
confirmada ontem pela UPS.
A ArcelorMittal pretende produzir 4,3 milhões de toneladas de
minério de ferro no Brasil este
ano, 1 milhão de toneladas a menos que o registrado em 2011. A
redução, prevista no planeja-
A compra da TNT
foi o maior negócio
da UPS desde
sua fundação nos
Estados Unidos,
há 105 anos
■
Bloomberg
Sebastião Costa Filho, da
ArcelorMittal: US$ 50
milhões investidos na
mina de Serra Azul
[email protected]
ARCELORMITTAL NO BRA
Produção de minério de ferr
em milhões de toneladas
8,000000
5,333333
7,1
5,3
4,3
2,666667
0,000000
2011
Fonte: empresa
2012*
2013*
*estimado
mento da empresa, ocorre porque o minério de ferro fino explorado em Serra Azul chegou
ao fim. Novas expansões na mina, porém, farão com que o cenário se reverta e a companhia
produza 7,1 milhões de toneladas de minério de ferro em
2013, segundo estimativa da
própria ArcelorMittal (veja o
gráfico). O investimento da empresa na Mina de Serra Azul soma US$ 50 milhões. Na Mina do
Andrade, também em Minas, estão sendo aplicados em uma nova planta US$ 75 milhões.
O plano da ArcelorMittal é
produzir 75% das suas necessidades de minério de ferro a partir de minas próprias e assim
chegar a uma produção da ordem de 100 milhões de tonela-
das no mundo - hoje, a companhia produz 54 milhões de toneladas por ano.
Vale com problemas
Enquanto isso, a Vale informou
que, com o desabamento de
uma ponte ferroviária no município maranhense de Vitória do
Mearim na última sexta-feira,
a empresa deixou de transportar 300 mil toneladas de minério de ferro - o que equivale a
menos de um dia de produção
na mineradora, estimado em
452 mil toneladas.
A empresa diz que pode compensar o prejuízo por meio de
outros terminais. De acordo
com a própria Vale, o tráfego ferroviário será retomado hoje. ■
com Reuters
Rio Tinto aceita oferta da mineradora chinesa
Empresa espera poder unir mina
de urânio de Husab com a
Rossing, a mais antiga no mundo
A mineradora global Rio Tinto
aceitou ontem oferta da China
Guangdong Nuclear Power (CGNPC) por 14% na Extract Resources, detentora do gigante projeto
de urânio de Husab, na Namíbia.
O acordo era esperado desde
janeiro, quando a Rio Tinto aceitou a proposta da CGNPC por
uma participação na Kalahari
Minerals, que tem 42% da Extract - o conselho aprovou o negócio de US$ 2,4 bilhões no começo deste mês.
A proposta, a US$ 8,65 australianos por ação, avaliou a participação da Rio Tinto na companhia listada na Austrália em quase US$ 330 milhões.
Husab seria a segunda maior
mina de urânio no mundo, e a
Rio Tinto negocia com a Extract
para unir as operações com as
da vizinha Rossing, a mais antiga no mundo.
“A Rossing continua interessada em trabalhar com os novos
donos da Husab”, disse o diretor
Chris Salisbury, que avalia que a
união traz benefícios para ambos
os sócios. ■ Reuters, leia mais sobre a Rio Tinto na pág. 40.
28 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
EMPRESAS
Divulgação
AVIAÇÃO
VAREJO
Grupo Aeroméxico registra alta de 11% no
número de passageiros transportados
Lojas Americanas planeja vender 18 milhões
de ovos de chocolate nesta Páscoa
Em fevereiro, o grupo Aeroméxico transportou 1,097 milhão de
passageiros, o que representou um crescimento de 11% em relação
ao mesmo mês de 2011. Um dos fatores para o desemepenho
positivo foi o aumento de 15% no número de passageiros transportados
no mercado internacional. Este ano, a companhia anunciou plano
de expansão para adquirir 20 aviões nos próximos 24 meses.
As unidades das Lojas Americanas de todo país já estão decoradas com
as tradicionais parreiras de Páscoa. A expectativa da varejista é vender
18 milhões de ovos de chocolate. A maior aposta está em produtos
licenciados como Princesas, Bob Esponja, Pica Pau e Kung Fu Panda.
Além dos produtos exclusivos, a Americanas também comercializará
240 tipos de ovos das marcas Nestlé, Garoto, Lacta, Ferrero e Arcor.
Rodrigo Capote
Dafiti anda a
passos largos
rumo à venda
de R$ 1 bilhão
Horeyseck, Huffmann,
Povel e Lecuyer,
fundadores da Dafiti
Site de comércio eletrônico de calçados
começa a diversificar produtos
à venda, como linhas de cosméticos
Regiane de Oliveira
[email protected]
Uma certeza move os sócios da
loja virtual de calçados Dafiti.
“Se há no Brasil uma empresa
capaz de faturar R$ 5 bilhões
apenas com negócios on-line,
nós também podemos chegar
lá”, afirma o francês Thibaud
Lecuyer, sócio-diretor da empresa, juntamente com os alemães Malte Horeyseck e Malte
Huffmann e com o brasileiro
Philip Povel. A companhia citada é a B2W, dona dos sites Submarino, Americanas.com e
Shoptime, que ano ano passado teve uma receita bruta de
R$ 4,7 bilhões. A diferença é
que, para “chegar lá”, a Dafiti
não quer esperar cerca de dez
anos como a pioneira do varejo
on-line brasileiro. O site especializado em sapatos, lançado
no começo de 2011, já traçou o
caminho para o primeiro bilhão que pode, inclusive, ser
atingido neste ano.
Lecuyer não fala em números, apenas nos R$ 50 milhões
investidos em parceria com o
fundo alemão Rocket Internet
para tirar o negócio do papel.
Mas o empresário dá pistas sobre a velocidade de crescimento da Dafiti. “Não passamos a
Netshoes ainda. Faltam alguns
meses”, afirma, sobre a maior
varejista virtual de calçados do
país que, segundo estimativas,
chegou a R$ 620 milhões de faturamento em 2011. Aliado a isto, está a taxa de expansão da
empresa, que mais que dobrou
no último ano, por exemplo saiu de quatro funcionários no
final de 2010, para 800.
Se o primeiro bilhão chegará
ainda em 2012, Lecuyer desconversa. “O primeiro bilhão não
“
Não passamos a
Netshoes ainda.
Faltam alguns meses
Thibaud Lecuyer
Sócio-diretor da Dafiti
importa tanto assim, porque depois dele, muitos virão”, garante. E para isso, a empresa prevê
diversificar sua linha de atuação. Hoje, a Dafiti atua com 3 categorias de produtos - calçados, vestuários e acessórios. Até
o fim do ano, serão sete. A primeira, de produtos cosméticos,
será lançada dentro de um mês.
“Nossa estratégia nesse primeiro momento é crescer o mais rápido possível. E para isso, vamos vender de tudo”, diz. Quanto ao ponto de equilíbrio do negócio, ele só é esperado para daqui a um ano. E neste quesito,
aparentemente, não há pressa.
“Esta estratégia está alinhada
com os investidores.”
A Dafiti atingiu a marca de 33
mil produtos comercializados
no site. Em janeiro de 2011,
eram 7 mil itens. O site também
já ampliou suas vendas para Argentina e Chile. E Lecuyer não
descarta a possibilidade de levar os negócios para outros países da América Latina. “Tudo
vai depender de se conseguir tocar os negócios sem atrapalhar
a expansão no Brasil”, explica.
Aliás, a ampliação de negócios
está só começando. A Dafiti negocia o lançamento de cartão
de crédito próprio. ■
CONCORRÊNCIA
Varejo on-line busca novas
formas de melhorar serviço
A recente crise da B2W, que teve de brigar na justiça para garantir a continuidade de seus
serviços - já que o Procon de
São Paulo chegou a determinar
na semana passada a suspensão
de suas vendas por 72 horas por
conta no aumento nas reclamações -, evidenciou um problema comum no varejo: a má qualidade na prestação de serviços,
seja de entrega ou troca de produtos comprados nos sites.
Para vencer esses obstáculos,
as empresas estão tendo de mudar sua forma de negócio. A Dafiti, por exemplo, tem em seu
DNA o modelo de serviço prestado pela americana Amazon.
“O cliente que compra na Amazon tem certeza de que vai receber no prazo certo e que pode
devolver facilmente”, explica
Thibaud Lecuyer, sócio-diretor
da Dafiti. “Nós seguimos o mes-
Sistema de frete
e devolução gratuita
para todo o Brasil
vem garantindo
crescimento das
vendas de vestuário
da Dafiti, que
hoje representam
20% do faturamento
da companhia
mo princípio. Um cliente da Dafiti não vai receber embalagem
amassada ou dois pés esquerdos
de um sapato”, diz.
A varejista teve de desenvolver embalagens diferentes,
com papelão mais resistente, para dar suporte aos produtos.
Além disso, para driblar a falta
de cultura de compra de sapatos
e roupas pela internet, a Dafiti
oferece frete e devolução gratuita. “Somos uma empresa de serviço e nosso atendimento tem
de ser o melhor do mercado”,
afirma Lecuyer.
O modelo de negócio da Dafiti já faz escola. A Máquina de
Vendas, segundo maior grupo
varejista do Brasil, lançou neste
mês uma loja virtual especializada em sapatos, a Cipela,
que também oferece frete grátis
para todo o Brasil e troca de pedidos em até 30 dias. ■ R.O.
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 29
Aidan Crawley/Bloomberg
GESTÃO
COMÉRCIO ELETRÔNICO
Divisão de produtos oftalmológicos
da Novartis tem novo diretor
Peixe Urbano fecha parceria com PayPal
para dar mais segurança às suas transações
O executivo Carlos Sianavas acaba de chegar à Alcon, divisão de
produtos oftalmológicos do grupo Novartis, para dirigir a área de
Tecnologia da Informação. Sianavas será responsável pela coordenação
dos projetos das unidades da farmacêutica no Brasil, Argentina,
Chile, Peru e Venezuela. O novo diretor tem passagem pelas empresas
Brystol Myers Squibb, Unilever, Indústrias Arteb e Metal Leve.
O site de compras coletivas Peixe Urbano fechou parceria com o
PayPal para oferecer aos seus usuários uma nova opção de pagamento.
A partir de agora, os clientes do Peixe Urbano que comprarem uma
oferta do portal podem optar por efetuar a transação através do
PayPal, sistema que permite compras mais seguras pela internet.
Atualmente, o Peixe urbano possui 17 milhões de clientes cadastrados.
Cresce relação
de confiança entre
cliente e empresa
Consumidor está disposto a
compartilhar informações com
empresas em troca de benefícios
Cintia Esteves
[email protected]
Confiança é um valor importante para os mais variados tipos
de relacionamento. E entre vendedores e compradores não poderia ser diferente. Quanto
maior a relação de segurança entre clientes e empresas, melhores são os benefícios para ambas
as partes. Um estudo da divisão
de consultoria da IBM mostra
que os brasileiros estão dispostos a compartilhar informações
pessoais com as empresas desde
que percebam benefícios com
esta atitude. Para as companhias, a principal vantangem está em descobrir caminhos preciosos de alavancar as vendas.
A pesquisa revela que os consumidores não veem problemas
em passar informações referentes a estilo de vida. De um total
de 1,8 mil brasileiros entrevistados, 41% concordam em informar quantidade de bens, como
carros e imóveis, além de frequência de viagens e hobbies.
Outros 31% não estão dipostos a
ofercer este tipo de informação
e 29% são neutros em relação a
este assunto. Informar etinia e
idade também ser tornou comum para estes consumidores:
aproximadamente de 55% estão
abertos a passar este tipo de dado. Atualmente, a maior resistência do consumidor está em
transmitir às empresas informa-
Cerca de 41% dos
consumidores não
veem problemas em
passar informações
referentes a estilo
de vida
ções financeiras como, por
exemplo, renda mensal. Do total de entrevistados, 55% responderam que não concordam
em abrir estes dados às companhias. Outros 21% não vêem
problemas e cerca de 24% são
neutros. “Apesar da maioria
não gostar de transmitir estas informações consideramos que logo esta situação deva se reverter. Afinal uma parcela importante respondeu ser neutra”, diz
João Pissutto, consultor da IBM.
Para o especialista, uma das
vantagens para o consumidor
em compartilhar sua renda está
em receber descontos para produtos que realmente tenham a
ver com seu perfil. E para as empresas, claro, está a possibilidade de ser mais eficiente nas promoções. A pesquisa também revela que 50% dos entrevistados
não gostam de informar dados
que permitam com que eles sejam localizados como, por
exemplo, endereço residencial.
Transmitir o número de documentos pessoais como RG e CPF
também gera desconforto para
45% dos consumidores. ■
CONFIANÇA NOS MEIOS DIGITAIS
Número de tecnologias que os consumidores adotam
para comprar ou planejar suas aquisições
100
86%
80
27%
Uma tecnologia
21%
Duas tecnologias
38%
Três tecnologias
60
40
20
14%
0
Nenhuma tecnologia
Fonte: IBM
Tecnologia
Sites
Celulares
Redes sociais
TV (usando controle remoto)
Vídeos sociais (YouTube, por ex
Jogos eletrônicos
Sobra suco de laranja
no estoque brasileiro
Produto à venda chegará a 224
mil toneladas em 30 de junho,
4,7% maior que do ano anterior
Após colher uma grande safra
de laranja, o Brasil terminará a
temporada 2011/12 com estoques finais maiores de suco, em
uma recuperação após os baixos
níveis do período anterior, estimou ontem a CitrusBR, a associação dos exportadores.
Os estoques comercializáveis de suco de laranja do Brasil
no mundo somarão 224 mil toneladas em 30 de junho, aumento de 4,7% em relação ao
mesmo período do ano anterior, quando baixaram ao menor nível em quatro anos.
A safra de laranja do estado
de São Paulo, grande produtor
da fruta do país, atingiu 377,1
milhões de caixas de 40,8 kg, alta de 17% ante o período anterior. O Brasil é o maior produtor
global de suco de laranja.
Mas os volumes de estoques a
partir da segunda metade do
ano deverão ser ainda maiores
do que os projetados, admitiu o
Divulgação
Christian
Lohbauer
Presidente
executivo
da CitrusBr
“Setor de suco de laranja do
Brasil, que responde por cerca
de 80% do comércio global,
contou pela primeira vez na
safra atual com uma linha de
crédito especial do governo”
presidente-executivo da CitrusBr, Christian Lohbauer.
Isso porque a partir de julho,
parte do estoque de suco que foi
dado como garantia do financiamento da Linha Especial de Crédito (LEC), poderá ser liberado.
O setor de suco de laranja do
Brasil, que responde por cerca
de 80% do comércio global,
contou pela primeira vez na safra atual com uma linha de crédito especial do governo brasileiro para refazer seus estoques, desde que garantindo o
pagamento de um preço mínimo ao produtor da fruta.
Os estoques em penhor para
a LEC somam 311 mil toneladas. “Dois terços (dos estoques
do LEC) têm que segurar até o
final do ano de 2012. Um terço,
até meados do ano”, disse o
executivo.
Os estoques da safra 11/12, entre volumes à venda e os do
LEC, deverão somar aproximadamente 320 mil toneladas, cerca de 100 mil a mais na comparação com a previsão da produção
comercializáveis. ■ Reuters
30 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 31
32 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
EMPRESAS
Antonio Milena
TECNOLOGIA
TELEFONIA CELULAR
IBM investe R$ 40 milhões para preparar
data center para computação na nuvem
Brasil supera 247 milhões de celulares e
aparelhos com 3G ultrapassam os 47 milhões
A IBM anunciou investimentos de R$ 40 milhões para preparar seu
data center em Hortolândia (SP) para prover serviços de computação
na nuvem, nos modelos público e privado. Com isso, a empresa
passa a contar com sua primeira nuvem pública corporativa no país.
A solução oferecerá serviços básicos pré-configurados, como
servidores virtuais, armazenamento de dados e sistemas operacionais.
O Brasil fechou fevereiro de 2012 com quase 247,6 milhões de
linhas ativas na telefonia móvel, dos quais 47,2 milhões são terminais
de terceira geração de telefonia celular. O número absoluto de
novas habilitações (2,4 milhões) é o maior registrado em um mês
de fevereiro nos últimos 13 anos. O mercado é liderado pela Vivo,
seguida por Claro, Tim e Oi.
Separação fez muito bem
para a Motorola Solutions
Um ano após se separar da divisão Mobility, a área de soluções da empresa de
tecnologia fechou 2011 com crescimento de 25%. A meta agora é diversificar a carteira
Rodrigo Capote
José Gabriel Navarro
[email protected]
Promessa feita, compromisso
cumprido. Há um ano, o presidente da Motorola Solutions no
Brasil, Eduardo Stefano, disse
ao BRASIL ECONÔMICO que a empresa pretendia crescer entre 20%
e 25% no país em 2011. Passados
12 meses, a meta foi alcançada e
elevou o nível de autocobrança
da companhia. “Não esperamos
aumentar menos de 25% em
2012”, diz o executivo.
O resultado foi o primeiro divulgado após a Motorola ter se
dividido em duas corporações.
Em janeiro de 2011, surgiram a
Motorola Mobility, que produz
celulares e tablets para pessoas
físicas e foi comprada pelo Google em agosto; e a Motorola Solutions, focada em aparelhos para
serviços em empresas e para o
poder público.
Segundo Stefano, a maior razão para a performance positiva
da Motorola Solutions é a enxurrada de investimentos que vem
adubando a economia brasileira, em meio à crise nas nações
desenvolvidas e à proximidade
EXPANSÃO DOS NEGÓCIOS
EM 2011
Eduardo Stefano:
governo
responde por
maior parte
da receita
No Brasil, a empresa cresceu
mais de três vezes que
a média global
CRESCIMENTO NO BRASIL
25%
CRESCIMENTO NO MUNDO
8%
Fonte: Motorola Solutions/2012
da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. As condições locais, de fato, fizeram a diferença: globalmente, a empresa
cresceu 8%, três vezes menos
que no Brasil. O país representa
40% de todo o faturamento da
companhia na América Latina.
“No Brasil, 35% da nossa produção é voltada para segurança
pública”, afirma Stefano. O
principal cliente da empressa
nesse segmento é a Secretaria
de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Ainda neste semestre, a companhia vai testar
com o Exército um novo serviço de rede 4G.
Porém, as negociações da
empresa para participar do Plano Nacional de Banda Larga não
caminham com a velocidade
que a companhia esperava.
Mesmo assim, o setor público
representa 65% de suas vendas
e os 35% restantes são para a iniciativa privada. A tendência é
que essa divisão se equilibre
com 50% para cada setor. “A rapidez dos investimentos nas empresas tem sido maior. O governo, hoje, investe tanto quanto a
iniciativa privada. Mas, ao se observar países desenvolvidos, vemos que que a parcela do governo deve recuar”. ■
Software 3D acelera trabalho de estilistas
Ferramenta possibilita que
toda a equipe de criação
da coleção colabore
e troque informações
Deixar a sua grife mais atrativa
para o consumidor requer uma
lista de caminhos a serem seguidos. Imagina poder inovar e
criar coleções com a ajuda de
ferramentas de colaboração e
modelagem virtual em 3D? Essa
é a proposta do FashionLab, novo software desenvolvido pela
Dassault Systèmes voltado para
designers e estilistas de moda.
O FashionLab unifica ferramentas de design, faz simulações e permite que todos os envolvidos colaborem na criaçãode toda uma coleção.
Divulgação
Jerôme
Bergeret
Diretor do
FashionLab para
a Dassault
Systèmes
“Essa tecnologia 3D vem
para ajudar os profissionais
de moda a buscarem
novas formas de explorar
a imaginação e criar
a moda do futuro com
mais produtividade.”
“Essa tecnologia possibilita
explorar novas formas de uma
maneira fácil para que o designer seja mais criativo em seu
trabalho”, destaca Jerôme Bergeret, diretor do FashionLab
para a Dassault Systèmes. A
partir do software, o executivo acredita que os estilistas
possam ir além dos limites de
sua imaginação, construindo a
moda do futuro com tecnologias modernas
Ainda segundo o executivo,
o FashionLab facilita a tomada
de decisão de consumidores e
gera economia para as empresas, que poderão modelar seus
sketches (esquetes) com visualização em 360º antes de criálos de fato. Também faz simula-
ções do caimento de peças
com base no material escolhido pelo time de designers.
Para realizar esse trabalho, o
software, considerado inteligente, conta com uma "biblioteca"
digital on-line que pode ser
acessada pela nova geração de
estilistas sempre que desejável.
Os profissionais de moda que
adotarem o software poderão
ainda compartilhar conhecimentos por meio de uma plataforma colaborativa. Essa comunidade é aberta também para
estilistas do Brasil. Segundo Bergeret, o país é muito criativo como a Itália e França e que pode
adotar tecnologias 3D para se diferenciar e se tornar mais competitivo. ■ IT Web
TELECOMUNICAÇÕES
Vivo oferece
livros em
smartphones
Fabiana Monte
[email protected]
A Vivo anuncia esta semana o
serviço “Nuvem de livros”, que
permite ler publicações em smartphones. Desde dezembro, ele
está disponível nas versões para
tablets e para PCs, que têm 100
mil assinantes. “Vamos desenvolver cada vez mais serviços no
mundo digital que vão além e
que sustentam a conectividade
que oferecemos”, diz Alexandre
Fernandes, diretor de produtos
e serviços da operadora.
Com a novidade, a empresa
quer se posicionar além de provedora de conectividade e disputar um mercado cujos concorrentes incluem o leitor digital
Kindle, da Amazon, e o próprio
iPad, da Apple, entre outros tablets com aplicativos que permitem ler livros e revistas.
“Empresas como Google e
Amazon estão desenvolvendo negócios na área móvel, entrando
no celular. Estamos fazendo o
mesmo”, diz Fernandes.
Versões do serviço
para PC e tablets,
lançadas em
dezembro, têm
100 mil assinantes
Ao todo, há cinco mil títulos, entre romances, literatura infantil e
audiolivros, disponíveis, por uma
assinatura semanal de R$ 0,99. As
obras não são baixadas para o celular, mas acessados na biblioteca virtual. “As telas dos smartphones estão cada vez maiores
e com melhor definição. Além
disso, o serviço foi criado para esses aparelho, que tem mais capacidade de processamento”.
Fernandes não informa a meta de assinantes do lançamento,
mas diz que a oferta é parte de
uma estratégia da operadora
que inclui serviços de educação
a distância por meio do celular.
A Vivo tem 3,5 milhões de clientes mensais de cursos como o
de inglês Kantoo lançado há
três anos, e de espanhol e apoio
pré-vestibular, com preços que
variam de R$ 0,99 a R$ 3,99 por
semana. ■
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 33
Divulgação
BALANÇO
JUSTIÇA
Vendas de videogames crescem 53% no
Brasil em 2011, mostra estudo da GFK
TRF suspende licença ambiental de
fábrica da Suzano no Maranhão
No ano passado, foram vendidas 935 mil unidades de consoles no
varejo tradicional no Brasil, o que representa alta de 53%, segundo o
estudo GfK Consumer Choices. O salto em receita foi de 47%, em
função da migração das compras do mercado informal para o oficial.
Entre 2010 e 2011 houve queda de até 27% no preço de uma
das marcas de consoles, o que favorece também a compra de jogos.
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região suspendeu a licença ambiental
concedida pela Secretaria do Meio Ambiente do Maranhão à Suzano,
para produção de celulose em uma área de 42 hectares. A Suzano havia
recebido a licença para plantio de eucalipto destinado à produção
de carvão, informou o Ministério Público Federal em seu website. Entre
outros, a licença abrange os municípios de Santa Quitéria e Anapurus.
Robert Galbraith/Reuters
Continental quer ir
além do rastreamento
Cook: promessa
de muito mais
no futuro
Com nova Lei, empresa vai ampliar oferta de serviços para as montadoras
Rodrigo Capote
Carolina Pereira
[email protected]
Entra em vigor em agosto a medida do Conselho Nacional de
Trânsito (Contran) que obriga a
inclusão de rastreadores nos veículos fabricados a partir desta
data. A regra abre um novo mercado para a divisão de componentes automotivos da alemã
Continental, que pretende ter
entre 35% e 45% de participação no segmento no Brasil.
Como diferencial, além de
fornecer para as montadoras o
equipamento necessário, a companhia pretente também oferecer serviços adicionais que aproveitem o investimento no rastreador, que é de cerca de
US$ 100 por veículo.
Estes serviços vão desde avisos sobre o trânsito que aparecem no painel do carro ao recebimento de SMS no caso de acidentes com o veículo, de acordo com Flávio Sakai, diretor da
área de conectividade da Continental. Segundo ele, as alianças
necessárias para o fornecimento destes serviços estão sendo
estruturadas pela empresa.
As parceiras no negócio podem ir desde fornecedores de
conteúdo até companhias de
tecnologia e telecomunicação,
para a transmissão dos dados.
Uma das empresas que atuam
neste segmento é a alemã T-Systems. A prestadora de serviços
tem iniciativas similares na Europa e agora quer trazer os serviços para o Brasil, segundo o presidente Dominik Maurer.
Apple recomprará
US$ 10 bi em ações
Sakai: companhia
quer de 35% a 45%
do novo mercado
MONITORAMENTO EM NÚMEROS
Tamanho do mercado
no Brasil em 2012
Preço médio
do equipamento para
a montadora
R$ 180
Veículos que devem
4 milhões
ser equipados em 2012
Total que o mercado
deve movimentar
R$ 720 milhões
Fatia almejada pela
Continental
De R$ 250 milhões
a R$ 320 milhões
Fontes: Gristec e Continental
Na Alemanha, por exemplo,
a empresa tem como cliente a
BMW, que oferece para os clientes serviços como o de concierge, no qual o motorista consegue agendar hotéis no carro por
meio de comando de voz. Lá, o
serviço é fornecido de forma
gratuita pela montadora por
três anos como um diferencial
competitivo. Segundo Maurer,
este é um movimento que está
chegando ao Brasil. "A Volkswagen está interessada em oferecer serviços adicionais para os
clientes no Brasil", afirma.
Segundo Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e de Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento (Gristec), cerca de quatro milhões de veículos deverão
sair de fábrica com rastreador
em 2012 no país. ■
Um aplicativo para tornar real o mundo virtual
Wallit lança solução que,
baseada em recursos gráficos,
cria um grande mural público
Imagine estar na Torre Eiffel e
usar seu smartphone para ver
as mensagens e vídeos deixados
pelos visitantes que o precederam. Um novo aplicativo chamado Wallit combina realidade
aumentada, uma visão virtual
do mundo real que pode ser estendida com recursos gráficos.
O aplicativo permite que usuá-
rios postem e vejam conteúdo
em paredes virtuais de locais populares, atrações turísticas como a Torre Eiffel, estádios de esportes e lojas.
“Imagine uma parede virtual
que se estenda de um lado a outro da ponte Golden Gate, na
qual as pessoas possam expressar seus sentimentos e deixar fotos, vídeos e até gravações de
som persistentes no local, ainda
que as pessoas que gerem o conteúdo mudem constantemen-
te”, disse Veysel Berk, o fundador da Wallit. O objetivo é registrar uma experiência humana
cumulativa, em um local, que
exiba o caráter daquele lugar ao
longo do tempo.
“Queremos transferir a experiência física de uma parede pública na qual todos possam ver
conteúdo para a vida digital e virtual”. Para manter a qualidade
do conteúdo postado com o app,
os usuários não poderão criar
uma parede pessoal. ■ Reuters
Operação será feita em três
anos e tem o objetivo de reduzir
impactos da compra de papéis
pelos funcionários da empresa
A Apple anunciou ontem que
vai iniciar em julho um pagamento regular de dividendo trimestral e recomprar até US$ 10
bilhões em ações da empresa a
partir do ano fiscal de 2013.
A fabricante do iPad e iPhone
tem US$ 98 bilhões em caixa,
valor equivalente a US$ 104 por
ação, segundo o analista Brian
Marshall, do ISI Group.
A última vez que a Apple pagou dividendo foi em 1995, segundo dados da Thomson Reuters.
Em 1996, a empresa teve um prejuízo líquido de US$ 816 milhões.
O programa de recompra de
ações será executado ao longo
de três anos, com o objetivo principal de minimizar o impacto de
opções de ações de funcionários
e concessões de papéis ações.
“Temos usado parte de nosso
caixa para fazer grandes investimentos em nossos negócios por
meio de maiores atividades de
pesquisa e desenvolvimento,
aquisições e novas lojas. Efetuamos pagamentos antecipados e
aportamos capital em nossa rede de suprimentos e na construção de nossa infraestrutura. Vocês verão mais disso no futuro”,
disse Tim Cook, presidente-executivo da Apple.
O executivo comentou que a
empresa ainda mantém “reservas de guerra” para outras oportunidades estratégicas.
Cook afirmou que a companhia mais valiosa do mundo vai
usar cerca de US$ 45 bilhões do
caixa nos primeiros três anos
dos programas de recompra de
ações e dividendos.
“"Para muita gente que tem
essa ação, algum dividendo é
melhor do que nenhum dividendo”, disse Colin Gillis, analista
do BCG Partners.
A Apple divulgou ontem que
fará pagamento regular de dividendo de US$ 2,65 por ação em
julho. ■ Reuters
A empresa, uma das
companhias mais
valiosas do mundo,
vai investir para
expandir ainda
mais a sua marca
NEGÓCIOS EM ALTA
Valor dos papéis quase dobrou
em menos de 6 meses
610,0
601,00
547,5
485,0
422,5
381,32
360,0
30/SET/2011
19/MAR/2012
Fontes: Yahoo Finance, Nasdaq e Brasil Econômico
34 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
EMPRESAS
Divulgação
GAMES
FRANQUIAS
Vendas de consoles para games cresceram
53% no ano passado, no Brasil
Rede americana de frozen yogurt abrirá
21 lojas no país este ano com foco no Sul
As vendas de consoles de games no Brasil cresceram 53% em 2011,
segundo pesquisa da GfK Consumer Choices. Foram vendidas
935 mil unidades, ante 642 mil unidades em 2010, de acordo com
o levantamento. Segundo a empresa, o aumento se deve a uma
queda no preço do produto, que leva a um deslocamento do mercado
informal para o formal.
A rede americana de frozen yogurt Tutti Frutti quer dobrar o número
de lojas no país em 2012, com foco no Sul. Segundo a empresa,
que hoje tem 21 unidades, a estratégia surgiu da boa aceitação do
frozen pelos sulinos. Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, recebeu
em 2011 a primeira unidade da rede. A rede está presente em
30 países, entre eles Austrália, Colômbia, Nova Zelândia e México.
Bradesco tira Oi do dial
e faz programa de esporte
NEWS CORP
Murdoch
pode deixar
conselho
Patrocinador dos Jogos Olímpicos de 2016, banco assume rádio cuja frequência
era usada pela operadora de telefonia. Programação é exclusivamente esportiva
Divulgação
Érica Ribeiro
[email protected]
O banco Bradesco será o patrocinador máster da Rádio Bradesco Esportes FM, projeto em parceria com o Grupo Bandeirantes
de Rádio, que depois de alguns
meses de negociações sai do papel. Segundo Jorge Nasser, diretor de Marketing do Bradesco, o
objetivo é divulgar amplamente
todos os esportes, principalmente as modalidades olímpicas.
A instituição é patrocinadora
oficial dos Jogos Olímpicos no
Rio de Janeiro, em 2016 e apoia
também confederações de esportes como remo, vela, basquete, judô e natação.
A previsão, segundo fontes, é
que a rádio, que terá transmissões para Rio e São Paulo, entre
no ar no final de abril estreando
na São Paulo Indy 300 Nestlè,
que também é patrocinada pelo
Grupo Bandeirantes.
Herança da Oi
As frequências 94,1, em São
Paulo e 91,1, no Rio de Janeiro,
que antes eram de propriedade
da Oi FM, extinta no começo
deste ano, serão as utilizadas para transmissão.
A rádio terá na programação
temas relacionados à qualidade
de vida, humor e música, além
“
Estamos preparados
para fazer a cobertura
dos grandes
eventos esportivos,
como a Olimpíada,
as Paraolimpíadas
e a Copa de Futebol
Jorge Nasser
Diretor de Marketing
do Bradescor
de debates sobre assuntos da
área. "A rádio Bradesco Esportes estará preparada para fazer
a cobertura dos grandes eventos esportivos, como as Olimpíadas e Paralimpíadas, Copa
do Mundo de Futebol, Jogos Panamericanos e muitos outros",
comenta Nasser.
A Oi FM atuava, além de São
Paulo e Rio de Janeiro, em Belo
Horizonte, Recife e Porto Alegre. O Bradesco não informou
se a rádio terá atuação nas demais cidades que antes tinha a
Oi no dial.
Ele foi “convidado
a se retirar” dos
conselhos da British
Sky,GlaxoSmithKline
e da Sotheby’s
Nasser:
de olho nos
esportes
olímpicos do Rio
Histórico
Foi em 2005 que a operadora de
telefonia iniciou as atividades
da rádio Oi FM. Mas, no ano
passado, mais precisamente no
dia 31 de dezembro, a Oi FM testou um novo modelo e deixou
de patrocinar a mídia rádio, desfazendo o contrato com o Grupo Bel, que atua no segmento
há mais de 50 anos.
A nova parceria da operadora agora é com a americana
Rdio. Assim, foi criada a Oi
Rdio, por meio de um serviço
de streaming que oferece car-
dápio de 12 milhões de faixas e
permite ao cliente formar grupos de contatos, compartilhar
músicas com amigos e acompanhar o que as pessoas estão ouvindo em outros países.
O Oi Rdio , de acordo com a
própria Oi, faz parte da estratégia da companhia de direcionar
o pilar de música, para armazenamento na "nuvem", mais alinhada com a tendência global.
O conteúdo do serviço de
música digital pode ser acessado em dispositivos móveis e,
em breve, na TV. ■
Sony triplicará investimentos em mídia
Companhia acredita ter
músculos para brigar com
telefones da Samsung e Apple
A Sony Corp poderá triplicar
seus gastos com propaganda
neste ano em mercados como o
dos Estados Unidos para promover sua linha de smartphones.
A metada companhia é se fortalecer como marca de telefone
celulares, após a a Sony ter encerrado sua parceria que mantinha com a Ericsson.
“Em muitos territórios estratégicos o orçamento deverá ser
duas a três vezes maior do que
em 2011”, disse Steve Walker,
diretor de marketing da Sony
Mobile Communications. Além
dos Estaos Unidos, a companhia deverá fazer investimentos pesados no Reino Unido,
Alemanha, Brasil. Rússia, Índia
e China, disse o executivo.
Fim de parceria
A Sony desembolsou US$ 1,5 bilhão para comprar a participação da fabricante sueca na
Sony Ericsson Mobile Communications. A aquisição foi concluída no mês passado.
A companhia acredita que a
integração do conteúdo de TVs
e de outros produtos da Sony
com os celulares inteligentes
possa ser um negócio rentável à
companhia e que poderá fazer
frente a concorrentes de peso
como o celular Galaxy, da Samsung e o iPhone, da Apple. Também enfrentará o Lumia Windows Phone, da Nokia.
A divisão de telefonia celular
da Sony contratou a McCann
Worldgroup como sua agência
global e a unidade PhD, da Omnicom,será o comprador de mídia online em todo o mundo. O
montante total a ser investido
Os conselheiros independentes
do conglomerado de mídia New
Corp estão dispostos a tirar James Murdoch do conselho, de
acordo com o CtW Investment
Group, um fundo de pensão que
administra mais de US$ 200 bilhões em recursos. Murdoch foi
afastado da presidência da companhia em fevereiro, em meio a
um escândalo de grampos telefônicos feitos pela redação do extinto jornal “News of the
World” para obter informações.
Pesam também contra Murdoch
acusações de propina pagas a
membros do governo britânico.
em publicidade não foi revelado
pela companhia japonesa.
“A estratégia marca a volta
da Sony no mercado de telefones celulares após uma ausência de 10 anos”, disse Steve Walker. “Será um grande impulso
para que possamos conquistar
uma participação importante
no segmento”. Intitulada “Feita
de Imaginação”, a campanha sa
Sony incluirá um comercial de
60 segundos dirigido pelo cineasta Wes Anderson. Também
contará com mídia impresa, digital e propaganda em ponto de
venda. ■ Bloomberg
Na última sexta-feira, a Sotheby’s informou que Murdoch deixaria o conselho da casa de leilões a pedido da própria empresa. Foi a terceira posição de destaque que o filho de Rupert Murdoch, dono da News Corp, teve
de abrir mão nos últimos dois
meses. Ele teve que deixar a presidência do conselho da News International, subsidiária da News
Corp. e também de uma cadeira
no board da GlaxoSmithKline.
Há ainda muita pressão para que
ele abra mão de participar do
conselho da British Sky Broadcasting Group. A News Corp tem
39% das ações da emissora.
Em assembleia realizada em
outubro, acionistas da News
Corp votaram contra a gestão de
Rupert Murdoch e de sua família à frente da News Corp e pediram adoção de práticas de governança corporativa. Mais de 35%
dos acionistas votaram contra a
reeleição de James Murdoch ao
conselho de administração. Seu
mandato termina esse ano. “Os
conselhos da News Corp e da
British Sky Broadcasting Group
ainda não responderam a nossos questionamentos sobre a falta de credibilidade que James
Murdoch confere às companhias”, afirmou o analista sênior Michael Pryce-Jones, da
CtW. ■ Bloomberg
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 35
CRIATIVIDADE & MÍDIA
US$ 30
milhões
Editora: Eliane Sobral [email protected]
QG Propaganda investe R$ 1 mi
para consolidar área digital
Alexandre Rezende
Fábio Suzuki
[email protected]
A QG Propaganda investiu R$ 1
milhão para consolidar sua área
digital, de modo que os trabalhos voltados para as novas mídias estejam totalmente integrados aos outros departamentos
da empresa. Uma das medidas
tomadas foi a contratação de
três novos profissionais especializados em web para absorver o aumento dos projetos no
segmento dentro da agência.
“A proposta é transformar a
QG numa empresa multidisciplinar, com mais força da plataforma digital. Hoje, mais da metade dos nossos clientes já tem
ações nessa área”, afirma Paulo
Zoéga, diretor-geral da QG Propaganda, que passou a pertencer ao grupo francês Publicis no
final de 2010.
De acordo com o publicitário, o principal benefício desse
acordo está nos trabalhos realizados para clientes globais.
Com a nova estrutura, a agência
pretende fechar esse ano com
um crescimento de 20% em re-
Filme da Nexcare estreia
em TV aberta
A 3M do Brasil exibirá agora seu
comercial “Desastrado” em TV
aberta brasileira. O filme, criado
pela agência Grey para promover
a marca Nexcare, começou
a ser veiculado no programa
Mais Você, da Rede Globo,
esta semana. A aposta da marca
de curativos é no bom humor.
é quanto Lady Gaga fatura
com a promoção dos seus discos,
shows e merchandising
realizados pelo Twitter.
A estimativa foi divulgada pelo
The Wall Street Journal.
Na rede social, a cantora tem mais
de 20,8 milhões de seguidores,
e tudo o que ela escreve
é reproduzido no Facebook.
COM A PALAVRA...
...VIVIANE SCATOLLINI
Diretora de marketing da marca
de cream cheese Philadelphia
EUA intensificam
campanha contra fumo
O governo dos Estados Unidos
desembolsou US$ 54 milhões na
nova campanha contra o cigarro.
A peça tem imagens de fumantes
que sofreram danos físicos
severos em decorrência do
tabagismo. A meta é que ao
menos 50 mil fumantes
abandonem o vício.
lação a 2011, o que lhe renderia
uma receita em torno de R$ 780
milhões. A meta será alcançada
com facilidade caso mantenha
o ritmo desse início de ano.
Carteira ampliada
Nos três primeiros meses de
2012, a QG Propaganda conquistou três contas. Os novos clientes são a grife italiana Ermenegildo Zegna, a Alphaville Urbanismo e a Sementes Agroceres.
PARA LEMBRAR
“Atingimos um tamanho razoável para a atuação que pretendemos oferecer”, comenta Zoéga.
Pelo ranking do Ibope Monitor, a QG Propaganda ficou na
27ª posição entre as maiores
agências de publicidade no ano
passado, com faturamento de
R$ 654,5 milhões. “Nossa expectativa é ganhar entre uma ou
duas posições por ano para estar entre as 20 maiores nos próximos cinco ano. ■
Rae,MP homenageia
“O Senhor dos Anéis”
Para marcar o “Dia da Leitura de
Tolkien”, homenagem ao escritor
J. R. Tolkien, a agência Rae,MP
deixará seu site durante a
semana em sindarin, idioma
falado pelos elfos. A ação será
acompanhada por um concurso
cultural realizado pelo Twitter.
NO MUNDO DIGITAL
Kaiser divide conteúdo por regiões em fan page
Dentes brancos e marca resistente
Fotos: divulgação
A cerveja Kaiser agora tem uma
nova fan page no Facebook
com conteúdo customizado para
cada região do país. A ideia é
se aproximar do consumidor via
afinidades locais. Quem curtir
a página tem acesso a promoções,
lançamentos, eventos e ações
de marketing. A agência F.Biz,
responsável pelas atividades
de marketing digital da Kaiser
escolheu o público masculino como alvo principal. O conteúdo
é resultado de uma parceria com o blog Papo de Homem.
VAIVÉM
➤
●
Jet skis amarelos, pessoas felizes mergulhando
em piscinas azuis com o escrito “Ah!”.
O clima marcou as propagandas do creme dental
Kolynos na década de 1990 e tornou a marca
uma das mais conhecidas do país, mesmo
depois de sair de linha por conta de sua venda
para a Colgate Palmolive.
JAVIER TALAVERA
Diretor de arte da
agência Taterka
O publicitário Javier
Talavera é o novo diretor
de arte da agência Taterka,
comandada por Dodi Taterka.
De origem mexicana, Talavera
está há mais de 30 anos no
Brasil, onde começou sua
carreira como ilustrador. O
currículo do publicitário, porém,
é marcado por passagens como
diretor de criação em várias
agências brasileiras, como DPZ,
Ogilvy e Leo Burnett. Ele
também trabalhou na W/Brasil,
Fischer/América, Lowe/Loducca,
DM9/Brasil e Y&R/Brasil.
É possível dizer quais as ações
de marketing programadas
para a marca este ano?
Serão mais agressivas?
Tivemos um 2011 muito positivo,
com forte crescimento no Brasil.
Isso foi resultado do
reposicionamento da marca
iniciado em maio sob a campanha
"Espalhe a Leveza", cujo principal
objetivo era mostrar ao
consumidor que Philadelphia
é gostoso demais para se passar
só no pão ou ser consumido
somente no café da manhã. Pelos
bons resultados que tivemos
ano passado, acreditamos que
estamos no caminho certo e, em
2012, teremos sim um plano ainda
mais forte do que foi em 2011.
Quanto será investido em
marketing em 2012? O destino
será majoritariamente
no ponto de venda?
Não necessariamente. E como
disse, em 2012, teremos um plano
ainda mais agressivo e iremos
investir 50% a mais que em 2011.
Por isso, as ações serão bastante
diversas, contemplando
campanha em TV, ações em
pontos de venda, parcerias —
como o Restaurant Week — e forte
presença no ambiente digital.
Com quais agências a
Philadelphia trabalha?
Trabalhamos com diferentes
parceiros estratégicos de forma
integrada. A JWT é a agência
responsável pela comunicação
da marca e temos diversas outras
para as iniciativas em ponto
de venda, ativação de marca e
ações digitais, entre outras.
E como a marca usou
o Restaurant Week
em sua estratégia?
O Restaurant Week foi uma ótima
oportunidade de incentivar
momentos gostosos entre
amigos e família. Além disso,
reforça a versatilidade de
Philadelphia pela aplicação em
todo o tipo de prato. Da entrada à
sobremesa, em um prato japonês,
italiano, brasileiro, árabe...
36 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
MODA & LUXO
Mais precisão e leveza nos
relógios de luxo “swiss made”
Silício e ligas que misturam ouro e cerâmica são aplicados com mais frequência no maquinário das peças
Dermot Doherty, de Basileia
1
2
Bloomberg
Fabricantes suíços de relógios,
como Omega, Tag Heurer, Tissot e Hublot estão aplicando ligas de ouro e cerâmica no interior dos relógios. Já a Patek Philippe, do alto de seus 173 anos e
cujas peças já foram vendidas
por mais de US$ 18 milhões em
leilão, também deixa de lado
matérias primas tradicionais para produzir suas peças.
Para os fãs de relógios, a adoção de ligas deixou os modelos
mais leves, precisos e duráveis
- a combinação de elementos
deixa o relógio praticamente à
prova de riscos, preservando
sua beleza. Para os fabricantes,
é uma maneira de fugir da alta
dos preços de alguns componentes tradicionalmente usados na
indústria relojoeira. A mistura
de outros materiais ao ouro também ajuda a reduzir o valor de
venda de alguns modelos.
Durante a 39ª edição da Baselworld, exposição anual do segmento que aconteceu na Basileia (Suíça) na semana passada,
a Patek lançou o modelo 7140,
peça feminina ultrafina que alia
design requintado (ouro rosa e
mais de 90 diamantes) e tecnologia de ponta (parte de seu maquinário leva silício). O preço
do luxo e da precisão? Cerca de
US$ 90 mil. “Ainda há um vão
entre o maquinário que podemos desenhar e o que podemos
3
1. Movimento da Baselworld, na
Suíça 2. O Brasil só receberá uma
unidade do Grand Complication,
da Patek Philippe (preço sob
consulta) 3. O Hublot de US$ 5
milhões lançado semana passada
produzir”, disse Thierry Stern,
presidente da Patek. “Com a introdução do silício nos relógios,
ficará cada vez mais fácil transpor essa barreira”.
O silício ajuda a preservar o
mecanismo dos relógios, reduzzindo a necessidade de lubrificação periódica das peças. Além
disso, é garantia de precisão nos
mostradores. Além de silício, a
LVMH está usando ligas de ouro
e cerâmica para aumentar a re-
sistência de suas peças, que levam marcas como Rolex e Omega. Vale lembrar que o preço do
ouro subiu 19% em 2011, afetando diretamente os fabricantes.
Materiais inovadores
A Patek planeja expandir o uso
do silício para 90% de sua linha
de relógios em cinco anos, contra os atuais 10%, segundo
Stern. A Breguet, marca de luxo
da Swatch, também aposta nas
ligas especiais para garantir um
tic-tac mais acurado.
Enquanto algumas grifes
apostam em tecnologia, outras
vão atrás de materiais inusitados, como bambu, madeira e
plumas de aves exóticas. “Em algumas civilizações, essas penas
são tão valiosas quanto os diamantes” disse Frederic de Narp,
presidente da Nelly Saunier.
A Gucci foi buscar inspiração
nas alças de bambu de suas bol-
TRÊS PERGUNTAS A...
...CARLOS PAZETTO
Diretor criativo da Pazetto
Events Consulting
“Detalhes são
essenciais para o
público brasileiro”
sas para criar uma linha de relógios delicados, arredondados e
que usam o material natural na
pulseira. Já a Hermès usa a marchetaria em madeira em sua nova linha, que tem preços a partir
de US$ 161 mil. Já a Harry Winston, a exclusiva fabricante de relógios, vai além e promete usar
uma liga aeroespacial chamada
Zalium para aumentar a durabilidade de seus produtos. ■ Com
Reuters e redação
SÓ PARA FÃS
Quanto movimenta
o setor de eventos de luxo
no Brasil? O setor está
crescendo? Há ainda mais
espaço para evoluir?
classes A e B, num processo que
está apenas se iniciando.
de se instalarem e venderem
seus produtos por aqui.
Quais foram os fatores
para esse crescimento?
Somos a única produtora de
eventos que faz parte da Abrael
(Associação Brasileira das
Marcas de Luxo). Em 2010 o setor
movimentou no Brasil US$ 8,94
bilhões, e tem expectativa de
chegar a US$ 11,9 bilhões em 2011.
Os investimentos em eventos
correspondem a 20% desse valor
e, em marketing (redes sociais
e eventos), já se tornam bastante
expressivos. Numa sociedade
onde a classe C se tornou um
grande destaque, esse mesmo
crescimento alimenta as
Há uma série de fatores: o
primeiro de todos é que o
brasileiro tem uma vocação
natural para festas e
comemorações como em nenhum
outro local do mundo; o segundo
está ligado a todos os
investimentos e descobertas que
fizeram o país se deslocar de uma
crise mundial e necessariamente
passar a fazer parte do cenário
internacional na tomada de
decisões, o que influi diretamente
no terceiro fator — o desejo de
uma série de empresas e marcas
Podemos comparar um
evento brasileiro com grandes
acontecimentos ao redor
do mundo em termos
de organização, tecnologia
e infraestrutura?
Sem dúvidas podemos e, em
alguns casos fazemos até melhor.
Somos diferentes dos
americanos, cujas festas e
divulgação se concentram em
torno das celebridades, ao invés
da organização e do cenário.
Nossa relação com a arquitetura
e a emoção é muito mais
marcante. Somos exigentes.
Gabriel Ferreira
Leilão nos EUA terá
roupa de Liz Taylor e
LPs raros dos Beatles
Um leilão da Heritage Auctions
que será realizado no dia 30,
em Dallas (EUA), está atiçando
os amantes de cinema. Serão
apregoados, entre outros itens
usados em Hollywood, a capa
dourada usada por Elizabeth
Taylor em “Cleopatra” por um
preço mínimo de US$ 20 mil.
No mesmo pregão, haverá um
lote de LPs raros dos Beatles
da edição “Pink Label” - foram
produzidos apenas 25 unidades.
O lance inicial deverá ser de,
no mínimo, US$ 30 mil.
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 37
Fotos: divulgação
Ilha particular à venda no Panamá
Não existe nada mais exclusivo no mundo do que ter sua pópria ilha.
Portanto, aos interessados: a ilha de San José, que faz parte do
arquípélago de Pearl Island, no Panamá, está à venda. A propriedade
tem o equivalente a 44 quilômetros quadrados. Está equipada com
17 bangalôs, sala de ginástica, piscinas, quadras e pista de pouso.
Fica a apenas 20 minutos de avião da Cidade do Panamá, O preço
só é informado sob consulta, pela corretora Christies Real Estate.
Irmão caçula da Le Lis Blanc
terá 18 lojas até fim do ano
BREVES
Grife masculina Noir, Le Lis inaugura sua primeira loja nos Jardins, em São Paulo; primeira coleção
tem o ator americano Matthew McConaughey como retrato do homem contemporâneo
Patrícia Nakamura
[email protected]
Está prevista para o dia 4 de
abril a inauguração da primeira
loja Noir, Le Lis, irmão mais novo da grife feminina Le Lis
Blanc. A marca masculina do
conglomerado de moda Restoque terá sua primeira boutique
na região dos Jardins, em São
Paulo. Até o fim do ano, de acordo com a empresa, serão 18 unidades espalhadas pelo Brasil. Já
estão confirmadas a abertura de
lojas no JK Iguatemi, também
em São Paulo, e no Rio de Janeiro, ambas em abril.
A marca promete uma linha
completa de vestuário e acessórios para o homem contemporâneo. As apostas mais altas são
de camisaria e de alfaiataria. A
primeira coleção da Noir, Le
Lis, tem forte inspiração na elegância inglesa, utilizando em
seus modelos tweeds, veludos,
cashemere, alpaca e jeans.
Preto, cinza, marinho, marrom e branco formam a cartela
de cores da estação. Completa a
lista de iten à disposição na loja
uma linha de underwear, malas, carteiras, cintos, chapéus,
relógios e óculos. A Noir , Le LIs
tem como seu primeiro garoto
propaganda o ator americano
Matthew McConaughey. O elegante ensaio já pode ser conferido no site da marca.
A marca contará com parte
dos R$ 23 milhões que a Resto-
Lucro da Restoque,
controladora
da grife, foi de R$ 43
milhões em 2011
Matthew
McConaughey,
rosto da Noir,
que estreia
em São Paulo
Singapore Airlines
oferece nécessaire da
Kiehls na primeira classe
A Singapore Airlines tem uma
nova nécessaire para passageiros
de sua primeira classe. O kit
com produtos da marca badalada
marca Kiehls é composto por
protetor labial, creme de mão,
sabonete líquido para rosto e
creme para o rosto e um tônico.
Os mimos são oferecidos nos
voos de longa distância da
Singapore Airlines nas rotas
de São Paulo e dos EUA.
Uísque produzido pela
Glenfiddich’s é vendido
por US$ 94 mil em leilão
que vai empregar nos primeiros
meses do ano para abrir novos
pontos de venda pelo país.
Além da Le Lis Blanc e da Noir,
Le Lis, a companhia é dona da
Bo.Bô. e da Jon John Denim.
Um uísque produzido pela
escocesa Glenfiddich’s e que faz
parte da exclusivíssima coleção
de Janet Sheed Roberts atingiu
US$ 94 mil num leilão realizado
semana passada em Nova York.
É o preço mais alto já alcançado
pela bebida num pregão. A bebida
foi engarrafada há 55 anos
em Glenfiddich, no aniversário
de 55 anos de Janet Roberts,
neta do fundador da destilaria.
Lucro sobe 17%
No ano passado, a Restoque faturou R$ 473 milhões, um aumento de 34% em comparação a
2010. O lucro líquido ajustado,
de acordo com o balanço divulgado na semana passada, subiu
17% e atingiu R$ 43 mihões.
A empresa fez investimentos
de R$ 98 milhões para a manutenção e também para aumentar sua rede. O número de lojas
praticamente dobrou, de 54 para 104 unidades, sem contar outros canais de venda, como vendas online, bazares e outlets. ■
Ducati e Diesel
criam motocicleta em
versão limitada
MERCEDES EM ALTO-MAR
As velozes Mercedes
-Benz e a fabricante de
lanchas Cigarette criaram
uma edição especial da
Black Series Marauder,
uma offshore de 50 pés
(cerca de 16,5 metros de
comprimento). A
Marauder é equipada com
dois motores Mercury ,
de 510 cavalos cada um.
O design arrojado leva
a assinatura das duas
fabricantes. O preço não
foi divulgado. P.N.
A italiana Ducati — que está sendo
alvo de compra de empresas
como BMW e Volkswagen —
lançou nesta semana a Monster
Diesel em parceria com
a grife de jeans e acessórios.
A Diesel é patrocinadora
do time Ducati no campeonato
de moto GP e inspirou o
design arrojado da motocicleta.
O preço não foi divulgado.
38 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
FINANÇAS
Editora executiva: Jiane Carvalho [email protected]
Editora: Maria Luíza Filgueiras [email protected]
Subeditora: Priscila Dadona [email protected]
Retorno do título público no
Brasil é convite a estrangeiro
Papel com prazo de 10 anos paga 12,55% ao ano, abaixo apenas do rendimento da Grécia, Portugal e
Paquistão; taxa supera até a de países que não são grau de investimento, como a Hungria, com 8,61%
Valter Campanato/ABr
Ana Paula Ribeiro
[email protected]
O governo brasileiro vai ter que
se esforçar muito mais se quiser
conter a entrada de dólares no
país. A queda da taxa básica de
juro (Selic) e a elevação da alíquota de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) não tiram a atratividade do país como
destino de investimentos, especialmente para títulos públicos.
Dados compilados pela Trading Economics mostram que
os títulos públicos com prazo de
10 anos emitidos pelo Tesouro
Nacional pagam ao investidor
12,55% ao ano. Esse é o quarto
maior rendimento, perdendo
apenas para países com risco
considerado especulativo, sendo a liderança da Grécia — rendimento de 18,18% ao ano —,
que precisou reestruturar a sua
dívida. Em seguida estão Portugal e Paquistão.
“A taxa no Brasil é elevada
mesmo sendo grau de investimento”, destaca o coordenador
do Centro de Estudos em Finanças da Fundação Getulio Vargas
(FGV), William Eid Junior. A razão, segundo ele, é que o governo brasileiro tem uma necessidade de financiamento maior
do que de outros países e, ao
concorrer com outros tomadores, como bancos e empresas,
precisa oferecer uma taxa de retorno elevada.
Em termos tributários, também não há barreiras de entrada relevantes. No caso de títulos
públicos, o Imposto de Renda
(IR) para investidores estrangeiros é zero. “Esse é o imposto para investidores cuja origem não
é um país considerado paraíso
fiscal”, explica o tributarista Juliano Rotoli Okawa, sócio do
MHM Madrona, Hong, Mazzuco
Sociedade de Advogados, que
acrescenta que nesses casos não
há também incidência do imposto sobre operações financeiras
(IOF). Ou seja, retorno livre.
Em outros países emergentes, como a África do Sul, a taxa
de IR também é zero, mas o país
africano paga um juro de 8,2%
para papéis de 10 anos — e tem
um rating soberano apenas um
nível acima do Brasil na avaliação da agência de risco Fitch.
RANKING DO RENDIMENTO
Medidas adotadas por Mantega
e equipe econômica e atual
tributação podem não ser
suficientes para conter fluxo
Comparativo dos 20 maiores
retornos na emissão de título
público de 10 anos de cada país
1
GGRÉCIA
2
PPORTUGAL
18,18%
13,66%
3
PPAQUISTÃO
13,17%
4
BBRASIL
12,55%
5
ÍÍNDIA
8,89%
6
HHUNGRIA
8,61%
7
IIRLANDA
8,21%
8
ÁÁFRICA DO SUL
8,20%
9
CCOLÔMBIA
7,60%
PPERU
6,76%
10
11
M
MÉXICO
6,32%
12
RRÚSSIA
6,00%
13
IINDONÉSIA
5,96%
14
PPOLÔNIA
5,46%
15
EESPANHA
5,20%
16
IITÁLIA
4,86%
17
IISRAEL
4,79%
18
AAUSTRÁLIA
4,23%
19
NNOVA ZELÂNDIA
4,19%
20
CCOREIA DO SUL
3,97%
0
10
20
30
Fonte: TradingEconomics
O Brasil é também o que paga
a maior taxa do bloco BRIC. Na
Índia, o rendimento de um título similar é de 8,89% — quinto
maior da base de dados da Trading Economics — e na China,
de 3,55%. A regra geral para a
cobrança do IR a estrangeiros
nesses países é de, respectivamente, 20% e 10%, podendo variar de acordo com prazo e volume, entre outras condicionantes. Na Rússia chega a 30% sobre os rendimentos.
“O Brasil só é grau de investimento no papel, porque continua pagando juro de país especulativo”, corrobora o economista Paulo Rabello de Castro.
Este ano, o governo brasileiro
já elevou por duas vezes o IOF para captações externas e o Banco
Central tem feito compras diárias de dólares para tentar conter a valorização do real — ten-
tando reduzir o fluxo de entrada
de moeda estrangeira. Mas, no
ano até 9 de março, o fluxo cambial para o Brasil está positivo
em US$ 18,09 bilhões. “O Brasil
tem tentado controlar o ingresso
de capital especulativo por meio
do IOF”, avalia Okawa, destacando que há um cuidado de não
afetar a entrada de recursos que
podem ajudar no aumento da capacidade produtiva do país — e a
captação do próprio governo.
Roberto Haddad, da KPMG,
considera que as medidas já adotadas pelo governo para barrar
a entrada de dólares, com IOF
sobre captações externas, afetaram mais as operações corporativas que as financeiras. “O investidor estrangeiro, mesmo
que invista na renda fixa, tem
um IR de 15% sobre o ganho, o
que não é fora do padrão. Nossa
taxa de juros é atrativa”, diz. ■
Divulgação
Juliano Rotoli
Okawa
Sócio do MHM,
Madrona, Hong,
Mazzuco
Sociedade de
Advogados
“O Brasil tem tentado
controlar o ingresso
de capital especulativo
por meio do IOF”
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 39
Ag. Vale
Brasil capta mais no exterior que Inglaterra
As captações externas de empresas brasileiras — como Vale, Petrobras
e Odebrecht — chegam a US$ 20 bilhões este ano, valor só superado
por emissões feitas por companhias dos EUA e Canadá. As captações
corporativas internacionais do Brasil cresceram 65% este ano em
relação aos US$ 12,2 bilhões do mesmo período de 2011. As emissões em
títulos em dólares estão a caminho de superar as feitas por empresas
do Reino Unido, terceiro maior em emissões desses papéis em 2011.
AGENDA
● No Reino Unido tem preços
ao consumidor e vendas
no varejo, a partir das 6h30.
● Na Espanha será realizado
leilão de títulos também às 6h30.
● Nos Estados Unidos, às 9h30,
será divulgado o índice de
novas construções residenciais.
Rodrigo Capote
Engel, que ocupava
presidência desde de
2009, sai do HSBC para
assumir “desafios
profissionais”
Bolsa alemã
contesta definição
de monopólio
na União Europeia
Scott Eells/Bloomberg
Se a fusão fosse
concluída, 30%
das ações no
mundo seriam
negociadas em
uma única bolsa
Conrado Engel deixa
presidência do HSBC
Deutsche Boerse entra
com apelação jurídica em
relação ao veto de fusão com
a Nyse Euronext; bolsa quer
discutir tamanho de mercado
de derivativo
Nandini Sukumar
Bloomberg
Executivo sai da empresa
no fim do mês, em um
momento em que o HSBC faz
desinvestimentos no exterior e
traça estratégias para o Brasil
Flávia Furlan
[email protected]
Uma mudança repentina no comando do HSBC Brasil foi anunciada ontem aos funcionários e
com poucas justificativas. O presidente da instituição no país,
Conrado Engel, deixará o cargo
no final do mês para “assumir
novos desafios profissionais”,
segundo breve comunicado feito no fim da tarde.
Amostra de que o anúncio não
era esperado é que o banco não
tem um novo nome para o posto
até agora. Segundo a nota, “o
substituto será anunciado nos
próximos dias”, o que é pouco comum para as trocas de comando
no mercado financeiro, quando
um presidente já comunica sua
saída com a cadeira ocupada.
A mudança acontece em um
momento de ajuste de estratégias do HSBC no Brasil, voltando
à atividade de origem do banco
de financiamento ao comércio
exterior, aproveitando a internacionalização das empresas, e
Banco redefine
estratégia global,
com venda de ativos
de seguros e private
bank; no Brasil,
tentou vender a
financeira Losango,
mas não encontrou
comprador
atendendo pessoas físicas de alta
renda. “Queremos focar onde é
possível agregar vantagens competitivas”, disse Engel no início
deste mês sobre a estratégia para
o ano. Além disso, o banco tentou vender a financeira Losango
(o que nega oficialmente) mas
não encontrou comprador ao
preço pedido.
Engel assumiu a presidência
do HSBC em junho de 2009 e,
em nove anos na empresa, ainda
ocupou os cargos de presidente
da Losango, diretor de pessoa física no Brasil e diretor de varejo
para a região da Ásia e Pacífico.
Para o analista de instituições
financeiras da Austin Rating,
Luis Miguel Santacreu, o banco
é uma instituição sólida que tem
dado importância ao Brasil. “O
país tem crescimento respeitável dentro dos emergentes, com
grande potencial na atividade
de crédito”, diz. Apesar disso, a
agência de classificação de risco
Moody’s colocou em fevereiro a
nota do banco no Brasil em perspectiva negativa, junto a outras
oito instituições financeiras, por
conta do fato de estar com nota
acima daquela dada ao país e devido às dúvidas quanto à capacidade de sua matriz dar suporte à
operação. No país, o banco é alvo de rumores sobre a venda da
financeira Losango.
Ainda segundo Santacreu, no
exterior, o HSBC está exposto a
risco de dívidas soberanas, assim como outras instituições financeiras europeias. “O HSBC
tem buscado rentabilidade para
formar um colchão de lucro ou
fazer face aos requerimentos de
capital das autoridades da Europa”, diz. Na busca por rentabilidade global, o HSBC se desfez
dos segmentos de private bank
no Chile e no Japão, e da unidade de cartões nos Estados Unidos. Este mês, firmou acordo para vender operações de seguros
em Hong Kong, Cingapura, Argentina e México. ■
A Deutsche Boerse vai contestar a rejeição da União Europeia
à proposta de tomada de controle da Nyse Euronext, na tentativa de definir o tamanho do mercado de derivativos na região.
Em um comunicado enviado
ontem ao mercado, a bolsa alemã
considera que vários aspectos que
levaram à decisão de 1º de fevereiro estavam “errados”. A apelação
é uma forma de desafiar a decisão
jurídica da UE, mas não significa
necessariamente que as empresas
pretendem retomar a transação.
Autoridades europeias bloquearam a aquisição da Nyse pela Deutsche, por entenderem
que a transação criaria um “monopólio” no mercado de derivados da região. “Esta foi uma determinação infeliz de definição
do mercado”, disse Craig Donohue, diretor executivo da CME
Group, em Chicago. “Este não é
um mercado europeu único.”
A Nyse Euronext ainda não se
manifestou sobre a possibilidade de apelar da decisão, afirmou Robert Rendine, portavoz da bolsa americana em resposta por email, recusando fazer mais comentários.
Líder bloqueado
A Deutsche Boerse concordou em
“
Esta foi uma
determinação infeliz
(proibição do acordo
Nyse-Deutsche), de
definição do mercado
Craig Donohue
Diretor executivo da
CME Group
adquirir sua rival com sede em
Nova York em um negócio avaliado em US$ 9,5 bilhões, quando
foi anunciado em fevereiro de
2011. Se fosse concretizado, o negócio representaria mais de
90% das ações negociadas em
bolsa no mercado de derivativos
da Europa e cerca de 30% nas
mãos de uma única empresa.
O chefe antitruste da UE, Joaquin Almunia, bloqueou o negócio “para proteger a economia
europeia contra os efeitos perversos de uma combinação que praticamente eliminou a concorrência efetiva no mercado”, disse
em 1º de fevereiro. ■
40 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
FATO RELEVANTE
Hypermarcas arruma a casa
e começa a colher resultados
Henrique Manreza
Dívida líquida diminui, fluxo de caixa aumentou e ação acumula
alta de 44% no ano; mas caminho é longo, dizem analistas
Natália Flach
[email protected]
Depois de despencar 62,06% e
encerrar o ano passado com o
quarto pior desempenho das
ações que compõem o Ibovespa, a Hypermarcas parece estar
colocando a casa em ordem e retomando aos poucos a confiança dos investidores. No ano, as
ações da companhia acumulam
alta de 44,59%.
Por 10 anos, a empresa comprou diversos ativos até se tornar um conglomerado cujo guarda-chuva abrangia desde produtos de beleza até itens farmacêuticos. No ano passado, sob o comando do presidente Cláudio
Bergamo, a estratégia foi colocada de lado com o intuito de ajustar o foco do grupo. A dívida estava alta, marcas foram vendidas e
a companhia sumiu da lista de recomendações de corretoras.
Agora, a valorização é impulsionada tanto pela alta geral da
bolsa brasileira quanto pelos
planos de crescimento da companhia para este ano, afirma
Sandra Peres, analista da Coinvalores. “A estratégia de reestruturação e a política comercial associadas ao discurso de
foco correto fez com que o mercado passasse a esperar um melhor desempenho no médio e
longo prazo”, diz a analista.
“Parece que o resultado vai se
concretizar por conta da reestruturação, mas só no fim deste
ano e em 2013.”
A companhia projeta um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização)
Entre as marcas
vendidas, estão Etti,
Salsaretti, Assolan,
Perfex. No total,
os desinvestimentos
somaram
R$ 445 milhões
de R$ 850 milhões para este
ano. No ano passado, a expectativa era de que se chegasse a R$ 1
bilhão, mas foi o montante foi revisado para baixo duas vezes até
chegar a R$ 700 milhões na projeção — acabou fechando o ano
com R$ 712 milhões. Ainda assim, inferior a 2010, quando somou R$ 734,5 milhões.
Uma das principais consequências do processo agressivo
de aquisições foi a disparada do
endividamento da Hypermarcas. A dívida líquida somou R$
2,74 bilhões no fim do ano —
uma melhora em relação ao trimestre anterior, quando estava
em R$ 3,26 bilhões líquidos.
Parte da estratégia para retomar fôlego financeiro e confiança dos investidores foi vender
ativos. Entre as marcas vendidas estão Etti, Salsaretti e Puropure, adquiridas pela Bunge por
RETOMADA DA HYPERMARCAS
Desempenho da ação na BM&FBovespa
Reestruturação da
Hypermarcas, sob o comando
de Claudio Bergamo,
rende os primeiros frutos
R$ 180 milhões, enquanto a Química Amparo vai pagar até R$
125 milhões por Assolan, Perfex
e Cross Hatch. No total, as vendas somaram R$ 445 milhões.
O fluxo de caixa aumentou
de R$ 67,5 milhões em 2010 para R$ 580,2 milhões em 2011.
Caminho longo
COTAÇÕES DE FECHAMENTO, EM R$
25
Ação caiu
62,06%
em 2011,
mas já sobe
44,59%
este ano
22,40
20
15
12,25
10
5
0
30/DEZ 01.FEV 1/MAR 01.ABR2/MAI 01.JUN 1/JUL 01.AGO 1/SET 03.OUT 1/NOV 01.DEZ 2/JAN 01.FEV0001.M19/M
19/MAR
19/M
Fontes: Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico
Se por um lado as ações em bolsa já mostram um conforto
maior dos investidores com a situação financeira e estratégia
da Hypermarcas, a companhia
ainda tem dever de casa a fazer
para que os analistas voltem a
recomendar compra das ações e
elevam o preço-alvo.
A Coinvalores e a Fator Corretora indicam a manutenção dos
papéis da Hypermarcas. Já a corretora HSBC mantém a classificação “neutra”, mas elevou o
preço-alvo de R$ 11 para R$ 13
para o fim do ano. “Os resultados da Hypermarcas no quarto
trimestre indicam que o trabalho ainda não foi concluído”,
avalia o analista Francisco Chevez, em relatório.
Já a Fator Corretora manteve o
preço-alvo de R$ 12,10 para as
ações. “As nossas estimativas já
incorporam a retomada de crescimento das vendas a partir do primeiro trimestre, além de aumento da rentabilidade proveniente
de recuperação da margem bruta e otimização das estruturas de
produção e vendas”, afirma Iago
Whately, em relatório.
Luiz Cesta, analista da Votorantim Corretora, coloca em
perspectiva negativa o desempenho dos papéis no curto prazo
(três meses). Para ele, as ações
devem chegar a R$ 10,10. ■
Rio Tinto quer captar US$ 2,5 bi com bônus
Mineradora baseada em Londres
quer captar nos EUA com títulos
de quatro prazos diferentes
A Rio Tinto, terceira maior companhia mineradora do mundo,
quer acessar o mercado de capitais americano para levantar
US$ 2,5 bilhões com uma emissão de dívida — sua primeira
venda de bônus em seis meses.
A companhia está ofertan-
do quatro vencimentos de títulos — de três, cinco, 10 e 30
anos, segundo fonte próxima
à companhia.
A mineradora sediada em
Londres planeja vender US$ 1 bilhão nas notas de 10 anos, com
rendimento (yield) de 120 pontos base ou 1,2 ponto percentual
acima do título do Tesouro americano de prazo similar. O restante está dividido em tranches
iguais de US$ 500 milhões, com
spread de 62,5 pontos base, 85
pontos base e 137,5 pontos base
acima do Tesouro americano,
respectivamente para os títulos
de três, cinco e 30 anos.
Na última emissão da Rio Tinto, em setembro, a empresa
vendeu US$ 1,15 bilhão em novas sênior de 10 anos a 3,75% e
US$ 500 milhões a 2,25% com
maturação em 2016, segundo da-
Terceira maior
mineradora do
mundo deve pagar
1,2 ponto percentual
sobre título público
americano de 10 anos
dos compilados pela Bloomberg.
O rendimento de títulos de dívida com nota de grau de investimento nos Estados Unidos caíram de 3,75% para 3,55% na última venda da Rio Tinto, segundo índice do Bank of America
Merrill Lynch. Os coordenadores da colocação de dívida são
os bancos Citigroup, Credit Suisse, Deutsche Bank e JPMorgan
Chase. ■ Bloomberg
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 41
MERCADO
Andres Stapff/Reuters
BID e China terão fundo de US$ 1 bi para AL
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) formará um fundo de
US$ 1 bilhão com a China para financiar investimentos na América Latina,
disse o presidente da instituição, Luis Alberto Moreno. O gigante
gigante asiático tem buscado expandir sua influência na região. “Isso
mostra o enorme interesse que a China tem pela região latino-americana”,
disse Moreno. A China superou os EUA como principal parceiro comercial
de muitos países ricos em commodities na América Latina. Reuters
MOEDAS
Dólar vai a R$ 1,81
à espera de medidas
Descolada do cenário externo, moeda americana subiu 0,40% ante
o real em dia sem intervenção do Banco Central no mercado à vista
Danielle Fonseca
Reuters
O dólar fechou em alta ontem,
chegando a R$ 1,81 e descolado
do movimento externo, em um
dia sem intervenção do Banco
Central (BC). O mercado financeiro tem operado na espera de
que o governo possa tomar
mais medidas para conter uma
valorização excessiva do real
ou que o BC possa voltar a
atuar com leilões.
A divisa americana subiu
0,40%, a R$ 1,8107 na venda, oscilando entre R$ 1,80 na mínima e R$ 1,812 na máxima.
Para o consultor financeiro da
Previbank DTVM, Jorge Lima, o
mercado tem respeitado o piso
de R$ 1,80, já que abaixo disso o
BC tem voltado a atuar com leilões de compra de dólares.
Segundo avaliação dos especialistas, o BC deixou de atuar ontem por conta do fraco volume
nos mercados ontem e também
com poucas novidades no cenário externo. A autoridade monetária chegou a atuar nas duas últimas sessões, com leilões de compra no mercado à vista.
BOLSAS
“
O mercado tem
respeitado o piso
de R$ 1,80, já que
abaixo disso o BC
tem voltado a atuar
Jorge Lima
Consultor da Previbank
governo em manter a moeda no
patamar de R$ 1,80, o volume
fraco ajudou a evitar movimentos mais bruscos.
A atuação do governo ainda
tem mantido o dólar em alta
frente ao real, diferentemente
do que ocorre no exterior, já
que a divisa americana tem
mostrado queda ante outras divisas. Frente a uma cesta de
moedas, o dólar caiu quase
0,50%.
Moeda mais forte
Na última sexta-feira, a
moeda fechou praticamente
estável, no dia em que o governo anunciou mais uma
medida, que reduziu a zero
a alíquota do Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF)
nas operações de hedge cambial em contratos de derivativos feitas por exportadores.
O economista BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, avalia
que, além da disposição do
JUROS
Para o Goldman Sachs, os investidores devem trocar a lira turca
pelo real, após a moeda brasileira cair e porque a Turquia “é um
país vulnerável” por causa do
seu déficit em conta corrente,
sugere o banco, em relatório.
Embora o desempenho forte
da lira nos últimos três meses pode ser atribuído a uma recuperação do sentimento de risco global, os benefícios de altos juros
brasileiros ainda persistem, disse o banco. “Os termos de troca
também devem procurar apoio
após o real cair cerca de 6% desde o final de fevereiro”, diz o
Goldman. ■ Com Bloomberg
COMMODITIES
Ibovespa e
DI avança
Taxa extra
EUA sobem antes de
sobre
e Europa cai indicadores minério
A bolsa fechou o pre gão de ontem praticamente estável, após
uma sessão volátil e em dia de
exercício de opções. O Ibovespa
subiu 0,07% a 67.730 pontos.
Em Nova York, o índice Dow
Jones teve leve ganho de
0,05% e o S&P 500 subiu 0,4%.
Na Europa, no entanto, as ações
fecharam em queda, interrompendo sequência de quatro dias
de alta, com investidores realizando lucros, após as bolsas terem atingido a maior alta em oito meses na semana passada. O
FTSE Eurofirst 300 caiu 0,11%,
a 1.105 pontos. Em Londres, o
FT fechou em baixa de 0,07%, a
5.961 pontos. ■
Os juros no mercado futuro subiram na maioria dos contratos ontem, antes da divulgação, hoje, de dados que podem
mostrar desaceleração da inflação e da economia.
“Vamos ter alguns dados importantes esta semana e o mercado ainda deve digerir a ata
do Copom”, diz Luís Otávio de
Souza Leal, economista-chefe
do Banco ABC Brasil. Segundo
ele, indicadores devem mostrar que a inflação e a atividade se desaceleraram.
Ontem, os DIs para janeiro de
2013 subiram para 9%, enquanto os para janeiro de 2014 avançaram a 9,74%. ■ Bloomberg
O governo australiano aprovou uma legislação que vai
abocanhar cerca de US$ 11 bilhões em taxas em três anos
da BHP Billiton, Rio Tinto e de
outras mineradores de ferro e
carvão. A medida faz parte da
estratégia do governo de buscar superávit. A medida pode
proporcionar margens maiores para os concorrentes.
No entanto, a avaliação do governo é de que as companhias
podem arcar com o custo adicional e que a expansão da China e
outros emergentes elevarão a
demanda por esses recursos naturais. A taxa será de 30% sobre
o retorno das empresas. ■
Extrato:
Câmara Municipal de São José dos Campos - ABERTURA DE LICITAÇÃO Pregão Presencial n° 13/2012 - Objeto: Formação de Ata de Registro de Preços
para possível aquisição de papel sulfite plano, envelope saco pardo e papel
sulfite multiuso.- Abertura: 02/04/2012 - Horário: 09h. ABERTURA DE
LICITAÇÃO - Pregão Presencial n° 08/2012 - Objeto: Formação de Ata de
Registro de Preços para a possível aquisição de café em pó, margarina e açúcar
refinado - Abertura: 03/04/2012 - Horário: 09h - Edital e Informações: Os
Editais completos poderão ser baixados do site www.camarasjc.sp.gov.br – Em
16/03/12 - Vereador Juvenil Silvério – Presidente.
42 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
FINANÇAS PESSOAIS
INTEGRAR
Alexandre Rezende
Correr faz bem para
a saúde e também
para a carreira
Atividade esportiva pode aumentar a rede de contatos,
integrar equipes e melhorar o relacionamento com clientes
Marília Almeida
[email protected]
A corrida definitivamente virou
moda no Brasil e não é à toa que
ganha cada vez mais adeptos no
mundo corporativo. Além de
cuidar da saúde com um exercício físico que pode ser feito em
qualquer lugar do mundo, sem
ter que levar equipamentos na
mala ou interromper o treinamento, e dar energia para encarar a rotina profissional, muitos
executivos vêm descobrindo no
esporte uma forma de aumentar a rede de contatos e melhorar o relacionamento com a própria equipe de trabalho.
“Quando o profissional treina com colegas de trabalho, a
corrida torna a relação mais próxima, principalmente entre pessoas de áreas diferentes da empresa ou entre funcionários e superiores”, diz Fabio Medina, diretor técnico da assessoria esportiva que leva seu nome.
Quem sabe bem disso é Paulo
Sarti, presidente da multinacional Penske Logistics. Aos 40
anos de idade, Sarti corre há 10
e, em janeiro deste ano, resolveu montar um grupo de corrida com seus funcionários. “Contratamos uma assessoria esportiva que nos dá apoio para os treinos. Corremos duas vezes por
semana, durante uma hora e
meia, e a empresa subsidia par-
“
Os corredores
podem fazer contatos
profissionais ou
melhorar a relação
com clientes
e funcionários.
A atividade em
grupo motiva e torna
a relação mais
transparente ao
deixar negócios em
segundo plano
Fabio Medina
Diretor técnico da assessoria
esportiva Fabio Medina
te da mensalidade”, conta.
Entre os objetivos de Sarti ao
criar o grupo estava justamente
ter uma equipe mais unida. “O
presidente correndo de calção
ao lado do funcionário desmistifica muita coisa. E o grupo motiva, dá mais ânimo”, avalia o executivo. Correndo, ele acaba também encontrando fornecedores
e clientes que fazem o mesmo.
Essa desmistificação da imagem de executivo distante também é apontada por Luiz De Luca, superintendente corporativo
do Hospital Samaritano. “O diretor da associação da qual o hospital faz parte também corre e essa
identificação torna a relação
mais prazerosa e transparente”,
considera De Luca que, aos 51
anos, acumula 13 na corrida.
Escolha seu grupo
Marcos Paulo Reis, preparador físico da MPR Assessoria Esportiva, diz que o profissional deve
buscar se identificar com o grupo, que pode ser livre ou da empresa, mas, principalmente, buscar apoio de uma assessoria para os treinos. “Muitos acabam
querendo treinar sozinhos, mas
é mais difícil. É necessário que
alguém acompanhe a evolução
dos treinos e monte algo personalizado”, recomenda.
Isso não significa, porém, que
o profissional ficará amarrado
ao treinador. Geralmente, este
Presidente da Penske
Logistics, Sarti fará a
primeira maratona completa
acompanhamento é remoto e,
quando não é possível acompanhar o grupo, o treino pode ser
feito em qualquer hora ou lugar, inclusive durante uma viagem de negócios.
“O corredor precisa apenas
utilizar alguns acessórios com
tecnologia específica, que pode
ser um relógio e, com um pen
drive, jogar as informações do
treino para o computador. Depois, é só mandar as informações por email para o treinador”, explica Medina.
Além disso, a corrida não exige muitos equipamentos além
de um short e tênis, o que acaba
com o argumento daqueles que
PREPARE-SE
As maratonas mais disputadas no Brasil e no exterior neste ano
MARATONA DE SÃO PAULO
MARATONA DO
RIO DE JANEIRO
Realizada no Parque Ibirapuera
em junho, tem circuitos com
42,2 km, 25 km e 10 km
A meia maratona tem extensão
de 21 km e é realizada em julho
DATA
DATA
17/6
www.yescom.com.br/maratonasp
A corrida acontece
em setembro e tem 21 km
DATA
8/7
www.maratonadorio.com.br
Fonte: Marcos Paulo Reis Assessoria Esportiva
MEIA MARATONA
DE BUENOS AIRES
9/9
www.21kmbuenosaires.com
MARATONA DE BERLIM
MARATONA DE CHICAGO
Acontece em setembro e agrega
minimaratona e pequenas
corridas de velocidade. A taxa de
inscrição varia de € 60 a € 100
Realizada em outubro,
corredores de 16 até 80 anos
podem se inscrever e competir
ao lado de atletas veteranos
DATA
DATA
30/9
www.bmw-berlin-marathon.com
7/10
www.chicagomarathon.com
dizem “não ter tempo para nada”. Sarti, por exemplo, leva
sempre seu uniforme de corrida, caso tenha alguma brecha
na agenda.
Para os mais atarefados, a atividade física exige planejamento e
disciplina. De Luca treina de três
a quatro vezes por semana, e participa de corridas aos sábados e
domingos. “Quando vou correr
na USP, acordo mais cedo, às 6h,
e tento marcar o treino quando
não tenho reuniões. Caso tenha
algum compromisso no dia, tento remarcar o treino ou corro para a academia depois.”
Quem começa a correr acaba
se engajando na atividade e
quer participar de disputas, no
Brasil e no exterior — uma das
mais populares entre executivos hoje é a maratona de Chicago. As corridas motivam o corredor a atingir metas e o calendário é diversificado.
Sarti já participou de cinco
meia maratonas (de 21 quilômetros), entre elas, uma no Arizona, nos Estados Unidos, durante uma viagem de negócios. Agora, prepara-se para encarar sua
primeira maratona, de 42 quilômetros. De Luca já participou
de 100 provas em diversas partes do mundo, e completou as
cinco maiores maratonas mundiais.”É um desafio”, diz. ■
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 43
Marcela Beltrão
Cielo vai recomprar 2 milhões de ações
A Cielo informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que
o seu conselho de administração aprovou a recompra de 2 milhões
de ações ordinárias, sem valor nominal. O objetivo é atender ao
exercício das opções e ações dentro do Plano de Opção de Compra
de Ações. A operação será realizada em até 365 dias, a partir
de ontem e será realizada em bolsa, a preços de mercado, com a
intermediação da Bradesco Corretora e Votorantim Corretora.
HOME BROKER
Decisão positiva
da Camargo Corrêa
(fechamento em R$)
JBS ON (JBSS3)
11,00
11
10,17
10
10,17
Analistas consideram correto
o anúncio do fechamento
de capital da controlada CCDI
9,50
9
8,57
8,57
8,00
8
8,28
ALL
Venda de ativos argentinos
é positiva para as ações
7,59
7
6,50
6,24
6
Suporte/Stop
5,00
5
1/DEZ
Objetivo 1
Resistência 1
2/JAN
Objetivo 2
1/FEV
Resistência 2
1/MAR
19/MAR
Fontes: Carlos Martins, Economatica, BM&FBovespa e Brasil Econômico
Ação da JBS está perto do ponto de compra
O papel da empresa de frigorífico JBS (JBSS3) está perto do ponto
de compra, segundo análise de Carlos Martins, analista do Trader
Gráfico. Ontem, a ação encerrou a sessão a R$ 8,28. O preço de
compra é de R$ 8,20. Martins aponta que a compra é atrativa, pois
a ação pode chegar a R$ 10,17. “É uma alta agressiva, de 23%, que
pode atingir até o começo de julho”, diz o analista. O papel havia
atingido o topo de R$ 7,59 entre agosto a dezembro de 2010.
Desde então, passou a cair até o começo de outubro do ano passado.
A partir de outubro, passou a subir e rompeu o topo da cotação
registrada em 2010 no dia 1º de março, quando passou a ter
forte alta e atingiu R$ 8,04. “Vemos uma extensão de Fibonacci,
atingida quando você tem um rompimento do topo bem definido,
o que permite projetar o preço”, afirma Martins. Ele conta que
foi difícil o papel romper este valor. “Houve diversos pontos fortes
de venda até que a ação teve uma forte correção até R$ 6,90.
Quando ultrapassou este valor, teve uma forte alta. Quando há um
rompimento da resistência com muito volume confirma sinal de
compra. O papel subiu 3% em três dias.” Agora, Martins aponta a
alta volatilidade do papel. “Quando bater R$ 10,17 o ideal é vender.
Antes de chegar lá, porém, o investidor deve remanejar os
valores de stop. Por exemplo, quando atingir R$ 8,57 o investidor
deve subir o stop para R$ 8,20 e praticamente zera os riscos da
operação, e assim por diante.”
AÇÕES
AMIL
Opções têm
Empresa liquida
volume recorde debêntures
A BM&FBovespa informou que
o exercício de contratos de opções sobre ações movimentou
ontem, no segmento Bovespa,
R$ 6,4 bilhões, sendo R$ 6 bilhões em opções de compra e
R$ 361 milhões em opções de
venda. O recorde anterior foi registrado no dia 13 de fevereiro,
quando o exercício de opções
movimentou R$ 6,3 bilhões. A
opção que registrou o maior volume financeiro foi Vale PNA,
que a R$ 40 por ação movimentou R$ 528,8 milhões em opções de compra. ■
A Amil Participações liquidou
ontem as debêntures no valor
de R$ 158,9 milhões. Do total,
R$ 150 milhões são relativos ao
principal e R$ 8,9 milhões ao pagamento de juros.
Os recursos utilizados para o
pagamento foram obtidos através da quarta emissão de debêntures da empresa, realizada no
final do ano passado. De acordo com a Amil, a liquidação
dos papéis emitidos em março
de 2010 “está alinhada à estratégia de alongamento” do perfil
de sua dívida. ■
A empresa de logística
ALL está conversando com
potenciais investidores
interessados na aquisição de
participação de concessões
detidas por ela na Argentina.
As negociações envolvem
aquisição de participações na
ALL Mesopotámica e ALL
Central. Para a analista chefe
da Ativa Corretora, Luciana
Leocádio, a informação
de desinvestimento no país
vizinho é “marginalmente
positiva, porque apesar de
ainda não haver um preço
definido para uma avaliação
mais quantitativa,
a performance dos ativos
da Argentina vinham
decepcionando o mercado
e a companhia, e sua venda
pode permitir uma melhor
alocação do capital
empregado em termos de
retorno”, afirma a analista,
em relatório.
A recomendação da
especialista para os papéis
da empresa é de compra,
com preço-alvo de R$ 18,40
para dezembro deste ano,
com potencial de valorização
de 87,3%, em relação à
cotação de ontem, quando os
papéis encerraram o pregão
negociados a R$ 9,77.
TWITTADAS
“Tímidos são aqueles que
não aprenderam a se
vender. Chatos são aqueles
que se vendem demais.”
@StephenKanitz, Stephen Kanitz
Administrador
“A expectativa de receber
herança pode gerar filhos
acomodados. Incentive seus
filhos a terem a educação
como a verdadeira
fonte de riqueza.”
@celinamacedo, Celina Arruda Macedo
Educadora financeira
“Brasil é o 3º maior
mercado estrangeiro
para empresas europeias.
5% de toda receita delas
vem do Brasil, atrás só de
EUA (13%) e China (6%).”
@Ricamconsult, Ricardo Amorim
Economista
A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) avançou ontem para o maior nível
em mais de sete meses após dizer que sua controladora, a Camargo Corrêa SA, pretende fechar o capital da companhia.
As ações subiram 8,49%, para
R$ 4,60. O volume movimentado chamou a atenção, que foi de
R$ 7,49 milhões, o maior desde
12 de novembro de 2009. O índice BM&FBovespa Real Estate recuava 0,88% no mesmo horário.
A Camargo Corrêa quer realizar uma oferta pública de aquisição de 38,25 milhões de
ações ordinárias da CCDI por
até R$ 4,70 cada e fechar o capital da companhia. ■ Bloomberg
44 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
MUNDO
Editor executivo: Gabriel de Sales [email protected]
Mitt Romney é o favorito Reeleição de
Obamarecebe
nas primárias de Illinois US$45milhões
DOAÇÕES ELEITORAIS
Vitorioso em Porto Rico, no sábado, o pré-candidato que lidera a disputa nacionalmente
tem 45% das preferências dos republicanos do estado do Meio-Oeste americano
Chip Somodevilla/AFP
Steve Holland e Samuel P. Jacobs
Reuters, Washington e Illinois
O ex-governador do Estado de
Massachusetts Mitt Romney pode estar prestes a obter uma importante vitória em Illinois, hoje, o que o ajudaria a aumentar
a distância sobre Rick Santorum, seu principal rival na disputa para ser o candidato dos republicanos na eleição presidencial dos Estados Unidos.
Uma nova pesquisa da Public
Policy Polling indicou que Romney tem 45% das preferências
dos eleitores de Illinois em comparação com 30% de Santorum.
O ex-presidente da Câmara dos
Deputados dos EUA Newt Gingrich aparece com 12% e o congressista Ron Paul, com 10%.
Romney está à frente de Santorum na disputa pelos 1.144 delegados necessários para conseguir ser o candidato presidencial dos republicanos. Ele tem
518 delegados e Santorum, 239,
de acordo com a CNN.
Uma vitória em Illinois, somada à obtida na primária de Porto
Rico, na qual conseguiu 20 delegados no sábado, deixaria Romney mais próximo de se tornar
o candidato republicano a enfrentar o presidente Barack Obama, do Partido Democrata, na
eleição de 6 de novembro.
Em seus discursos, inclusive
no de ontem, em Chicago, Romney tem promovido o que con-
Romney discursa em Rockford
(Illinois), no domingo, depois
da vitória em Porto Rico
Romney está à frente
de Santorum na
disputa pelos 1.144
delegados para ser
o candidato dos
republicanos. Ele
tem 518 delegados
e Santorum, 239,
de acordo com a CNN
sidera ser seu ponto forte: o conhecimento prático da economia americana, por ser ex-empresário.
A disputa republicana ficou
mais dura, já que Romney e Santorum passaram a trocar insultos. Romney chamou Santorum
de “peso-leve na economia” e
Santorum tem pedido atenção à
fortuna de Romney.
“Ouvi que o governador Romney me chamou de peso-leve
na economia porque eu não fui
um financista de Wall Street como ele”, disse Santorum a uma
multidão em Rockford, Illinois.
“Vocês acreditam mesmo que
este país quer eleger um financista de Wall Street para presidente dos Estados Unidos? Vocês acham que é desse tipo de
experiência que precisamos?”
A campanha voltará ao Sul no
final desta semana, com as primárias da Louisiana, dia 24. ■
Luke MacGregor/Reuters
TOCHA OLÍMPICA VAI PERCORRER 13 MIL QUILÔMETROS NO REINO UNIDO
Mais de 8 mil pessoas
vão carregar a tocha
olímpica no percurso
de quase 13 mil
quilômetros pelo Reino
Unido antes dos Jogos de
Londres. Os mais jovens
têm apenas 12 anos e a
mais velha é Dinah Gould
(segunda da esq/dir), que
completará 100 anos antes
dos Jogos. Serão cerca de
115 portadores diários que
cobrirão, cada um, em
torno de 300 metros. AFP
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e seus aliados democratas arrecadaram
mais de US$ 45 milhões em doações eleitorais em fevereiro,
quantia superior à de janeiro. A
campanha intensificou o ritmo
da arrecadação diante dos temores de que os republicanos possam superar os gastos dos democratas na campanha.
Em nota divulgada pelo Twitter, a campanha obamista disse
que 348 mil indivíduos fizeram
contribuições no mês passado,
sendo 105 mil pela primeira
vez. Quase 98% das doações do
mês foram de até US$ 250.
“Desde abril de 2011, um total
de 1,64 milhão de pessoas contribuíram com a campanha”, disse
a mensagem pelo Twitter. Há meses a campanha de Obama à reeleição tenta montar uma mobilização que resulte em maior comparecimento às urnas dos eleitores
democratas dia 6 de novembro.
A campanha de Obama, o Comitê Nacional Democrata e outros comitês de arrecadação arrecadaram um total combinado
de US$ 29,1 milhão em janeiro.
Mas seus funcionários dizem
que grupos paralelos conhecidos como “Super PACs” possam
levar os republicanos a superarem Obama em termos de gastos eleitorais. Os “Super PACs”
são comitês independentes que
podem arrecadar e gastar quantias ilimitadas nas campanhas.
Obama participou na sextafeira de cinco eventos de arrecadação em Chicago e Atlanta,
nos quais esperava receber cerca de US$ 5 milhões. O presidente é o maior puxador de doações da própria campanha. Ele
participou até agora do dobro
dos eventos de arrecadação do
que seu antecessor, George W.
Bush, em momentos comparáveis da corrida eleitoral.
Obama tem tentando aproveitar a prolongada disputa interna
pela indicação republicana para
reforçar os cofres da sua campanha. O democrata teve US$ 750
milhões disponíveis na campanha de 2008, mas teme que desta
vez isso não seja suficiente para
fazer frente à enxurrada de anúncios da oposição republicana.
O Super PAC que apoia Obama, chamado Priorities USA Action, arrecadou apenas US$ 2
milhões em janeiro, quantia significativamente inferior à obtida por grupos republicanos. ■
Jeff Mason, Reuters
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 45
Jean-Philippe Arles/ Reuters
Atentadoemescolajudiacausaquatromortes
Um assassino — que circula com uma scooter e usa uma arma de calibre
11,43 — matou quatro pessoas, inclusive três crianças, ontem numa escola
judaica de Toulouse, na França. É a mesma pessoa que na semana passada
atacou militares de origem norte-africana e um de seus companheiros negro.
O presidente Nicolas Sarkozy e o seu adversário eleitoral François Hollande
cancelaram compromissos e foram ao local dos crimes para manifestar
solidariedade às vítimas e defender reforços na segurança. AFP
Panayiotis Tzamaros/Reuters
Itália tenta acelerar
reforma trabalhista
Evangelos Venizelos vai
assumir a presidência do
partido socialista Pasok
Primeiro-ministro Mario Monti procura convencer sindicatos patronais e de
trabalhadores, em reunião hoje em Roma, que “cada um deve ceder algo”
Filippo Monteforte/AFP
O governo italiano entrou numa
semana decisiva para a reforma
da legislação trabalhista e previdenciária do país, uma das prioridades do primeiro-ministro Mario Monti, que terá de convencer
os agentes sociais a aceitar vários
pontos ainda polêmicos para que
haja um acordo.Monti convocou
os sindicatos e a organização patronal para uma reunião hoje à
tarde no Palácio Chigi, a sede do
governo em Roma, na tentativa
de fechar a negociação nesta semana. “Cada um deve ceder algo. Nosso dever é que prevaleça
o interesse geral”, declarou o governante no domingo.
Em sua chegada ao poder em
novembro, o ex-comissário europeu anunciou seu desejo de reformar profundamente a legislação
trabalhista. Na Itália, a taxa de desemprego é inferior à média da
Zona do Euro (9,2% contra
10,7% em janeiro), mas a taxa de
emprego é, em contrapartida,
uma das mais baixas da Europa
(56,9% em 2010) devido à amplitude do trabalho informal.
Com a reforma, o governo pretende alterar as demissões mediante uma reforma de artigo 18
do Estatuto dos Trabalhadores. A
Itália também quer fazer frente à
falta de emprego, o problema
central no país, que afeta particularmente os jovens e as mulheres, apostando na aprendizagem.
A ministra do Trabalho, Elsa
Fornero, mostrou sua confiança
em que se chegue a um acordo.
“A patronal se lamenta, o sindi-
Reformas devem provocar
novos protestos dos italianos
BC da Grécia prevê
queda de 4,5%
do PIB em 2012
Recuperação grega, após cinco
anos de recessão, deve começar
somente a partir de 2013
O governo italiano
também pretende
reformar o
seguro- desemprego
com a criação de um
sistema “universal”
para todos
os assalariados
cato se lamenta. Isso demonstra
que não trabalhamos a favor de
um deles e sim para o país e para
o futuro”, disse Fornero.
“Estamos longe de um acordo”, disse Susanna Camusso, a
número um do CGIL, o maior sindicato italiano (esquerda), que é
contra as propostas do governo
sobre o artigo 18.
A “patroa dos patrões”, a líder empresarial Emma Marcegaglia, pediu que o governo seja ambicioso quanto às demissões, já que uma reforma pequena geraria uma reação negativa “nos mercados”. ■ Mathieu Gorse, AFP
REVOLTA CONTRA AL-ASSAD
Rebeldes sírios lutam em Damasco
O Banco da Grécia prevê que a
economia grega apresentará
contração de 4,5% em seu Produto Interno Bruto (PIB) este
ano, um dado pior que o previsto, de acordo com um relatório
anual divulgado ontem. “De
acordo com estimativas provisórias, a queda média anual do PIB
em 2012 se situará em 4,5%, o
emprego cairá 3% e a taxa anual
de desemprego se situará acima
dos 19%”, diz o Relatório Anual
de Política Monetária, que recorda que o PIB nacional apresentou contração de 6,9% em 2011.
A Comissão Europeia, por
sua vez, estimou em fevereiro
que a economia grega recuará
4,4% este ano, enquanto que o
FMI cogita um desempenho negativo de 4,8%, muito pior que
os prognósticos feitos na aprovação do orçamento para 2012, do
início de dezembro, que previam um retrocesso de 2,8%.
O Banco Central
grego estima que
com os preços
atenuados poderá
ser retomada até 75%
da competitividade
da economia, perdida
depois da adesão
à Zona do Euro
No melhor dos casos, e se o
país aplicar ao pé da letra seu programa de recuperação acertado
com seus credores - a UE e o FMI
-, 2013 “pode ser o início da recuperação, apesar de que o PIB retrocederá 0,5%”, diz o relatório.
O ministro grego de Finanças, Evangelos Venizelos, apresentou sua demissão do governo de coalizão para assumir a
presidência do partido socialista Pasok, para a qual foi eleito
no domingo. ■ AFP
QUEDA SEM FIM
Os rebeldes sírios lutavam, ontem, contra as forças do governo em Damasco na batalha mais
violenta da capital síria desde o
início da revolta contra o presidente Bashar al-Assad, disseram ativistas da oposição. Os
confrontos perto do centro da
base de poder de Assad pareciam ser uma investida dos rebeldes — que foram forçados a
sair de Homs e Idlib e ficaram
sob ataque na cidade oriental de
Deir al-Zor — para mostrar que
ainda representam um desafio.
O combate começou depois
da meia-noite no distrito de alMezze quando alguns rebeldes
lançaram uma granada na casa
de um general do Exército, disse Rami Abdulrahman, que dirige o oposicionista Observatório
Sírio para Direitos Humanos, baseado na Grã-Bretanha.
A agência de notícias oficial
da Síria, a Sana, disse que três
rebeldes e um membro das forças de segurança morreram.
O confronto armado aconteceu apenas dois dias após duas
explosões terem matado ao menos 27 pessoas no coração da cidade, em um sinal de que a capital pode estar lentamente
afundando no caos.
A recente onda de violência
coincidiu com a chegada a Damasco de uma equipe de cinco
especialistas, mandados por
Kofi Annan, o enviado especial
da ONU e da Liga Árabe à Síria
para discutir propostas de envio de monitores internacionais na Síria. ■ Khaled Yacoub
Oweis, Reuters
PIB grego vem recuando há cinco anos
5,9%
5,5%
4,4%
3,0%
2,3%
-0,2%
-0,5%
-3,3% -3,5%
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Fontes: Eurostat, Banco da Grécia e Brasil Econômico
2010
*Estimativa
-4,5%
-6,9%
2011
2012*
2013*
46 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
Terça-feira, 20 de março, 2012 Brasil Econômico 47
PONTO FINAL
Comérciodearmacresce24%,eÍndiaémaiorcomprador
O comércio internacional de armas aumentou 24% em cinco anos (2007/2011),
segundo relatório divulgado ontem pelo Instituto de Pesquisas para a Paz
de Estocolmo. Pelos dados, os Estados Unidos permanecem como o maior
exportador, seguidos por Rússia, Alemanha, França e Grã-Bretanha. De acordo
com o relatório, a Índia se tornou o maior importador de armas, acompanhada
por Coreia do Sul, Paquistão, China e Cingapura. O que fez a Índia ultrapassar
a China, segundo o estudo, foi o crescimento da indústria bélica chinesa. ABr
IDEIAS/DEBATES
[email protected]
Cândido Vaccarezza
Antoninho Marmo Trevisan
Deputado federal pelo PT-SP
Presidente da Trevisan Escola de Negócios
e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico
e Social da Presidência da República
O novo patamar do Brasil
Sem medo da qualificação
“O Brasil tem batido os europeus no futebol por um longo tempo, mas batêlos na economia é um novo fenômeno". Essa frase, pronunciada no final do
ano passado pelo CEO do Center for Economics and Business Research,
Douglas McWilliams, depois do anúncio de que o PIB do Brasil havia ultrapassado o do Reino Unido e se tornado a 6ª economia mundial, era simplesmente impensável há uma década. Num período de nove anos — os governos Lula e Dilma — a economia brasileira mais do que triplicou, com o PIB
pulando de R$ 1,1 trilhão, em 2000, para R$ 3,6 trilhões, em 2010, com média de crescimento de 3,59%. E, mais importante, essa nova fase de desenvolvimento brasileiro se fez resgatando nossa dívida social, com distribuição de renda e de criação recorde de empregos.
O lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em
2007, foi a grande aposta do governo na opção pela retomada do desenvolvimento econômico. Com ações em infraestrutura (habitação, saneamento, transporte de massa), medidas para estimular crédito e desoneração
tributária, entre outros, o PAC — nas edições 1 e 2 — já investiu R$ 700 bilhões e só em 2012 estão previstos R$ 42,5 bilhões. Um dos alicerces do
PAC é o programa Minha Casa, Minha Vida, que combinou estímulo à construção civil à realização do sonho de casa própria para milhões de brasileiros dos setores mais necessitados da população, investindo R$ 125,7 bilhões até 2014 na construção de 3 milhões de casas em todo o Brasil, já
tendo contratadas 1,3 milhão de moradias.
Outro marco essencial dos governos Lula e Dilma foi a ampliação dos
programas de inclusão social, como Bolsa Família e o Luz para Todos. O Bolsa Família beneficia 13 milhões de famílias e foi um dos responsáveis por
alavancar o crescimento do que os sociólogos já chamam de “nova classe
média”: 32 milhões de brasileiros que saíram das classes D e E e hoje estão
no mercado, alimentando o crescimento econômico do país. Entre 2003 e
2008, a pobreza extrema foi reduzida de 12% para 4,8%.
Além das consequências socioeconômicas intrínsecas, como o fechamento
de empresas e postos de trabalho, queda dos investimentos e esgotamento
do crédito, as crises têm efeitos colaterais perversos no contexto da sociedade e no comportamento dos indivíduos. Triste exemplo ocorre na Espanha.
Enfrentando índice de desemprego em torno de 23%, engenheiros, administradores e executivos em geral estão modificando seus currículos — para
pior — na expectativa de conquistar vagas que exigem menor qualificação.
Em contraste com estudos anteriores, reveladores de que os espanhóis, como,
a rigor, trabalhadores de todo o mundo, sempre buscavam “dourar a pílula” em
seus históricos profissionais, é lamentável constatar a presente situação, em que
a sobrevivência sobrepõe-se à tendência natural da evolução das carreiras profissionais. Isso demonstra como uma crise prolongada desorganiza os setores produtivos, o mercado de trabalho, as empresas e as próprias relações econômicas.
A crise econômica internacional nos impõe
novos desafios, entre eles a necessidade de
enfrentar a concorrência predatória estrangeira
No entanto, não podemos sentar em louros. O Brasil precisa continuar
crescendo e gerando empregos. Diminuímos a desigualdade, mas ainda temos bolsões de miséria. Por isso, a importância de um programa como o Brasil Sem Miséria. Do ponto de vista do desenvolvimento, a crise internacional nos coloca novos desafios, como a necessidade de se enfrentar a concorrência predatória estrangeira. Para isso, é preciso adotar uma série de medidas para incrementar a produção de bens de alto valor agregado que vão desde a desoneração tributária - particularmente aqueles que têm mão de obra
extensiva - até o aumento de investimentos em tecnologia e inovação, passando pela atualização da lei de licitações, pela capacitação da nossa força
de trabalho por meio de uma reforma global da educação no país e pela consolidação da legislação brasileira, um cipoal burocrático que entrava o desenvolvimento. Os desafios, portanto, são imensos. Mas podemos dizer que nosso horizonte é muito mais promissor do que era dez anos atrás. ■
O Brasil está atrás das nações integrantes
da OCDE nas quais, em média, o investimento
no ensino público se situa entre 6% e 8% do PIB
Torcendo para que a Espanha e toda a Europa consigam superar o mais rapidamente possível a presente conjuntura de dificuldades, é inevitável fazer
o contraponto com o atual mercado de trabalho brasileiro, com baixíssimo
índice de desemprego. Aliás, verifica-se em nosso país a falta de profissionais qualificados, em numerosas áreas, um problema que tem sido apontado
como fator capaz até mesmo de limitar nosso crescimento econômico.
O chamado “apagão profissional” precisa ser solucionado, considerando que as perspectivas de expansão de nosso PIB continuam favoráveis, na
esteira do pré-sal, dos biocombustíveis e da ampliação do mercado interno
propiciada pelo processo de inclusão socioeconômica. Por essa razão, é
preocupante constatar que o investimento público direto em educação evoluiu apenas 0,1 ponto percentual em 2010, em relação ao ano anterior, chegando a 5,1% do PIB, conforme divulgou recentemente o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
É verdade que, desde o início da série histórica produzida pelo Inep, o patamar
do investimento público em ensino em relação ao PIB cresceu sensivelmente:
passou de 3,9%, em 2000, para 5,1%, em 2010. Ou seja, em uma década, o Brasil
ampliou em 1,2 ponto percentual do PIB os recursos aplicados em educação.
No entanto, ainda estamos atrás das nações integrantes da Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nas quais, em média, o investimento no ensino situa-se entre 6% e 8% do PIB. E alguns desses países são
justamente os que se digladiam com a crise persistente. Portanto, precisamos
nos empenhar no sentido de tornar viável a meta de, até o final da década, elevar
a pelo menos 7% do PIB o aporte de recursos no ensino. Lembrando ser essa a projeção mínima do MEC para viabilizar o novo Plano Nacional de Educação (PNE).
Ao contrário dos espanhóis, precisamos melhorar os currículos, em especial das novas gerações, que terão a responsabilidade de consolidar o crescimento sustentado e o desenvolvimentobrasileiro. Em tempo: no nosso país,
mesmo nas mais duras crises, a qualificação profissional sempre foi muito
valorizada, evidenciando o valor do ensino e do conhecimento. ■
Presidente do Conselho de Administração Maria Alexandra Mascarenhas Vasconcellos
Diretor-Presidente José Mascarenhas
Diretores Executivos Alexandre Freeland e Ricardo Galuppo
BRASIL ECONÔMICO
é uma publicação da Empresa
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48 Brasil Econômico Terça-feira, 20 de março, 2012
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ÚLTIMA HORA
Rogerio Santana/Reuters
Chevron suspende
operação no país
por dois meses
A Chevron suspendeu temporariamente a sua produção de petróleo no Brasil, após dois incidentes com vazamentos em um intervalo de quatro meses, mas a empresa informou também que a suspensão, por dois meses, não muda os planos de investimentos no país. A
companhia era a segunda maior petrolífera do país,
atrás apenas da Petrobras.
Na semana passada, a multinacional já havia cortado seu volume de exploração em campos brasileiros pela metade, caindo para quarto lugar no ranking de produção da Agência Nacional de Petróleo (ANP), cedendo lugar à Shell e à Statoil.
Segundo a empresa, até a semana passada, a produção estava em 31,8 mil barris diários líquidos, volume
56 por cento menor que os 73,2 mil barris diários líquidos de petróleo retirados em novembro de 2011, quando ainda não havia ocorrido nenhum derrame no campo operado pela petrolífera norte-americana.
A companhia anunciou que ocorreu um segundo vazamento na bacia de Campos, no campo de Frade, a três
quilômetros do poço onde ocorreu, em novembro de
2011, outro incidente envolvendo a empresa.A companhia pediu autorização para suspender temporariamente as operações de produção no campo Frade como medida preventiva.
A multinacional argumentou que o segundo derrame foi de pequenas proporções e anunciou que já foram colocados três dispositivos de contenção para interromper o vazamento. A mancha aconteceu no dia 4
Ricardo Galuppo
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Ainda os juros
deste mês e só na última semana os técnicos da Chevron descobriram a sua origem, uma fissura de 800
metros de comprimento. A agência reguladora autuou
novamente a Chevron porque a petroleira norte-americana não teria tomado as medidas necessárias para
evitar a volta das exsudações no solo marinho, após
quatro meses do primeiro vazamento. A Chevron, contudo, afirmou em conferência de imprensa que não há
evidências ainda de que o segundo vazamento tenha
relação com o primeiro.
O órgão regulador disse ontem que técnicos constataram, através das filmagens submarinas, cinco pontos
com o aparecimento de “gotículas de óleo, em uma vazão reduzida, ao longo de uma fissura de 800 metros”.
A ANP afirmou também que criou um comitê formado
por técnicos da Chevron, operadora do campo, da Petrobras e da Frade Japão Petróleo Ltda, que detêm participação na concessão, que apresentarão estudos e informações complementares. ■ Reuters
José Cruz/ABr
Teixeira renuncia a
cargo no comitê da Fifa
Havelange está internado
em estado grave no Rio
Após deixar a presidência da Confederação Brasileira de
Futebol (CBF) e do comitê organizador da Copa do Mundo de 2014, Ricardo Teixeira renunciou ontem a seu cargo no comitê executivo da Fifa alegando motivos particulares. Em carta ao presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Nicolás Leoz, Teixeira comunica sua renúncia “irrevogável” do comitê da entidade que comanda o futebol mundial. “Fui indicado pelo comitê executivo dessa conceituada entidade continental
para integrar o comitê da Fifa em 1994 e, a partir dessa data, trabalhei com determinação para defender os interesses do futebol no nosso continente”, disse Teixeira na
breve carta. A renúncia acontece uma semana depois de
ele deixar o comando da CBF, que presidia desde 1989.
Ele disse que precisa cuidar de sua saúde. ■ Reuters
Nacho Doce/Reuters
O ex- presidente da Fifa e presidente de honra da entidade, João Havelange, está em estado grave em um hospital particular no Rio de Janeiro, segundo médicos
que tratam do ex-dirigente de 95 anos. “O estado clínico do Presidente de Honra da Fifa é grave e inspira cuidados”, afirma o hospital Samaritano em nota divulgada ontem. Ele deu entrada no hospital na noite de domingo e passou por uma bateria de exames. Os médicos detectaram que Havelange tem um quadro agudo
de infecção. O ex-presidente da Fifa está na unidade coronariana do hospital tomando antibióticos na veia e
sendo monitorado. Não há previsão de alta, segundo os
médicos. No ano passado, Havelange já esteve internado para cuidar de problemas no rosto. O ex-dirigente
presidiu a Fifa entre 1974 e 1998. ■ Reuters
Que os juros brasileiros são altos e que o governo dá a
impressão de ser refém de uma taxa que sempre aparenta ser mais alta do que poderia ser, todo mundo está
cansado de saber. Da mesma forma, a afirmação de que
os juros por aqui estão entre os mais elevados do mundo já não surpreende ninguém. O que causa espanto
mesmo é saber quem são os outros governos que, por
diferentes razões, pagam mais do que o Brasil pelos títulos de sua dívida interna com prazo de 10 anos. São
eles: Grécia, Portugal e Paquistão, conforme mostra a
reportagem de Ana Paula Ribeiro na página 38 desta
edição. Os dois primeiros, como se sabe, atravessam o
inferno astral de suas vidas financeiras — e é mais do
que razoável que o investidor queira um retorno mais
elevado quando o emissor pode ter problemas para honrar os títulos que joga no mercado. O terceiro é um país
envolvido num conflito que parece não ter fim e mostra-se incapaz de inspirar confiança em quem quer que
seja. Em seguida vem o Brasil, que, ao contrário dos outros três, atrai capitais de todas as partes, é apontado como uma das economias mais promissoras do mundo e
mesmo assim oferece juros estratosféricos por seus títulos. Há algo de estranho nisso: por que um país que vai
bem paga juros semelhantes aos de países que vão mal?
É mesmo muito estranho: por que
um país que vai bem paga juros
semelhantes aos de países que vão mal?
Na verdade, não existe razão que justifique o fato.
Uma redução dos juros num ritmo mais firme do que
vem sendo conduzido pelo Banco Central teria, à primeira vista, o benefício de reduzir as obrigações do governo com o pagamento dos juros e, de quebra, afastar parte dos investidores internacionais que procuram tirar proveito das taxas generosas pagas por aqui.
Com isso, a pressão sobre o câmbio se reduziria, a indústria recuperaria parte da competitividade e o país,
finalmente, poderia se preocupar em aproveitar o
bom momento que está vivendo (e não em oferecer
vantagens aos investidores). Se tudo é tão simples, se
a mera redução na taxa seria capaz de gerar esses e
mais alguns benefícios, a pergunta é: por que o Banco
Central não reduz a taxa num ritmo mais acelerado?
Existem, com toda certeza, diversas explicações para
o fato. A mais recorrente delas diz respeito ao desarranjo
que uma redução súbita dos juros provocaria sobre a caderneta de poupança. Seja como for, o Brasil precisa correr o risco e enfrentar o problema antes que seja tarde.
Com a taxa atual, que garante um rendimento de 12,5%
ao ano sobre os títulos de 10 anos, o governo cria um obstáculo para a solução de problemas em que ele é o principal interessado em resolver. Pouquíssimos negócios produtivos são capazes de garantir ao acionista um lucro real
superior a 10%. Portanto, diante da opção de se colocar
dinheiro num negócio — com todos os riscos que essa decisão envolve — ou de adquirir títulos que garantem mais
do que isso, muita gente acaba escolhendo o segundo caminho. Manter os juros no nível dos que são cobrados no
Brasil é, no final das contas, um tiro no pé. O país vive, de
fato, um momento muito bom. Mas que pode ser melhor
caso o governo encare com mais firmeza a questão dos juros. A cada dia que passa, percebe-se com mais clareza
que mesmo a taxa de 9% ao ano, que deve ser aprovada
na próxima reunião do Copom, é alta. Muito alta. ■
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do que o Brasil para rolar dívida