ESCOLAS PIBIDIANAS NO TEATRO Bianca Ebeling Barbosa Murilo Furlan Jade Garisto Ramos Allan Luis Correia Leite 1 Taís Ferreira2 EIXO TEMÁTICO: Ações com a comunidade. Palavras chave: Escolas; Carência; Apresentação. O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID – tem como objetivo melhorar a qualidade da formação do futuro professor, incluindo na formação do licenciando experiências de vivência no ambiente escolar, estudos sobre educação e temas relacionados e execução de projetos e tomadas de iniciativas experimentais na busca da melhoria da educação. Como conseqüências da inserção da universidade dentro do cotidiano da escola de formação básica temos; a formação de um profissional ciente das dificuldades e desafios que existem no seu campo; um diálogo direto entre escola e universidade, possibilitando que a segunda capacite seus acadêmicos para as reais necessidades da primeira; e a evolução gradual do ensino básico e superior. Para a área de teatro é também uma ótima oportunidade de se firmar como área de conhecimento legítima dentro das escolas e fornecer um panorama amplo sobre a sua situação atual nesse meio para os acadêmico-bolsistas e futuros professores. Em 2010 o PIBID colocou em execução algumas atividades que estavam previstas no nosso subprojeto, entre elas a participação dos alunos das escolas como espectadores em espetáculos teatrais profissionais e universitários. Considerando está uma das ações fundamentais tanto à aquisição da linguagem teatral como à formação sociocultural destes educandos e de platéias. 1 Bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Subprojeto de Teatro. 2 Coordenadora do PIBID/UFPel do Subprojeto de Teatro. Esta atividade foi realizada em cinco escolas da rede pública de ensino de Pelotas, tendo como espectadores em torno de 4.000 jovens e crianças. Foram apresentadas atividades artísticas de diferentes gêneros como: A peça “... e o gato não comeu” produzida pelo Núcleo de Teatro da UFPel, a apresentação do Grupo de Dança-Teatro Tatá dança Simões que tem a coordenação professora Maria Falkembach e também o Quinteto Guitarreria que tem a coordenação do professor Thiago Colombo. Em cada uma das escolas aconteceu apresentações diferenciadas tanto pela faixa etária dos alunos, como pelo espaço que a escola dispunha e o número de alunosexpectadores. Algumas escolas foram até o teatro do COP outras receberam as apresentações nas dependências da escola. O PIBID teatro em parceria com o PIBID Pedagogia proporcionou a 574 alunos do 1° a 4° ano da Escola Municipal Núcleo Habitacional Getúlio Vargas a primeira visita ao teatro do Circulo Operário de Pelotas (COP) onde ocorreram quatro apresentações da peça “... e o gato não comeu”. Foi um dia cultural na vida daquelas crianças que nunca tinham ido ao teatro. Dava para perceber a alegria no rosto de cada uma delas, a satisfação e o encantamento de estarem em um teatro, assistindo a um espetáculo teatral, uma atividade que foge bastante da realidade onde a maioria destas crianças reside, já que a escola está situada em uma zona considerada periférica na cidade de Pelotas. Mas todas as crianças que ali residem são muito bem educadas e inteligentes, isto pode ser observado no debate que acontecia ao final das apresentações, onde as crianças podiam fazer perguntas aos atores da peça, que por sinal foram perguntas muito interessantes. Os alunos da escola Getúlio Vargas entenderam a idéia principal desta peça que é mostrar que para se jogar e fazer teatro não é necessário estar em um palco dentro de um teatro, mas teatro pode ser feito em qualquer lugar desde que se determine uma área de jogo e quando estou dentro daquele espaço eu estou jogando e fora dele eu não estou. Ainda em parceria com o PIBID Pedagogia, a área de Teatro proporcionou a 200 alunos dos anos iniciais, da escola Ministro Fernando Osório a ida ao Teatro do COP para assistirem a mesma peça. As crianças gostaram bastante do espetáculo, porém não entenderam a idéia principal da peça. Antes de irem assistir a peça os professores receberam uma apostila com jogos teatrais, músicas que estavam na peça, entre outros conteúdos. Nem todos os professores da escola conseguiram ou quiseram realizar as atividades, mas as que foram realizadas foram bem sucedidas. Um fato não tão positivo que ocorreu na apresentação de “... e o gato não comeu” quando foi apresentado para o Fernando Osório, foi que a peça sofreu algumas alterações de atores e também de texto, fugindo um pouco do que havia sido colocado inicialmente na apostila. No entanto as crianças gostaram bastante já que a maioria delas nunca tinham ido antes a um teatro e nem assistido a uma peça teatral. Sendo analisado assim o resultado desta atividade como positivo, pois a intenção dessa atividade é a formação de público, apreciadores de teatro. Iniciam-se as atividades no Instituto Estadual de Educação Assis Brasil primeiramente com a realização do diagnóstico escolar, que visa identificar todas as necessidades da escola para uma organização correta das prioridades que deveriam ser usadas ao começar um trabalho efetivo dentro da escola. Fez-se uma prévia do que a escola precisava e começaram às atividades pibidianas a partir dos eventos artísticos que a escola já estava promovendo. Começa-se então com uma oficina teatral na programação da “Semana de Educação do Curso Normal”, a oficina visava mostrar para aquelas futuras professoras uma noção de corpo e voz dentro da sala de aula, explicitando como esses fatores seriam utilizados por elas diariamente, necessitando então de um preparo vocal e corporal para prevenir futuros problemas de saúde. A oficina teve uma excelente repercussão, pois gerou um grande interesse dos alunos do magistério para o fazer teatral, possibilitando mais tarde um convite dos pibidianos de teatro para incluir uma oficina teatral no currículo do curso normal, atividade que se efetuará a partir do próximo ano. Seguindo com a vontade de incluir o teatro de forma fixa nesta escola, são abertas inscrições para oficinas teatrais todas as semanas em dois turnos, uma oficina pela manhã e outra no período da tarde. Houve um público considerável, pois as oficinas não faziam parte do currículo escolar e demandava tempo extra dos alunos em turnos inversos. Efetuou-se a formação de um grupo de aproximadamente 15 alunos que começaram a ter oficinas todas às semanas no período da tarde. A atividade terminou com cerca de dez semanas/aulas que contavam inicialmente com a proposta de desinibir um pouco os alunos, pois eram alunos que nunca tinham feito teatro. Posteriormente foi feita uma breve introdução sobre jogos teatrais, mostrando aos alunos que partir do jogo teatral o teatro também pode nascer. Atividade positivamente concluída com o interesse de todos os alunos em dar continuidade nesta oficina no próximo ano, mas dependeriam dos horários e da disponibilidade da escola. Paralelamente a essas atividades fixa, o Assis Brasil pode contar também com diversas apresentações artísticas que os pibidianos levaram para dentro da escola. Foram dois os tipos de apresentação trabalhadas, abordando dois tipos de público, os alunos do ensino fundamental e médio. Para os alunos de ensino fundamental foi levada até a escola a peça de teatro infantil “... e o gato não comeu” e a cartilha de atividades propostas. Com essa cartilha tivemos uma repercussão ainda maior dessa peça na escola, foram feitos questionários com as professoras perguntando como foi realizar as atividades da cartilha e como foi à recepção da peça pelos alunos; os alunos adoraram, pois era uma atividade atípica e o colégio não tinha o costume de propor. As professoras também consideraram positiva a iniciativa dessa peça infantil, bem como a cartilha na escola, originando em atividades mais lúdicas que elas conseguiram trabalhar com seus alunos. Já para os alunos do ensino médio, trabalhou-se com um grupo musical o “Quinteto de Violões Guitarreria” formado também por alunos do Conservatório de Música da UFPEL e o professor Thiago Colombo. Com a apresentação do “Quinteto” criou-se a oportunidade de desfrutar de novos arranjos de músicas tradicionais do cancioneiro popular brasileiro e latino americano. Também para essa atividade foi realizado um questionário que foi entregue a alguns alunos que assistiram ao “Quinteto”, visando ter uma noção das idéias que os alunos tiveram ao participarem dessa atividade. De forma positiva também houve a satisfação dos alunos em receber uma atividade diferente na escola, e a oportunidade de conhecer as músicas do “Quinteto”, pois muitas delas não faziam parte do repertório musical daqueles alunos. Uma oficina de teatro especialmente para todos os pibidianos do Assis Brasil também foi realizada, uma oficina para os coordenadores, professores e pibidianos das outras áreas que também trabalham na mesma escola. Essa oficina teve como objetivo principal desinibir os alunos em seus relacionamentos para com as outras áreas e obteve um sucesso muito interessante. A oficina trabalhou jogos teatrais que trabalham relação de grupo e confiança no outro, surgindo então uma relação mais efetiva entre todos os coordenadores, supervisores e alunos. Na Escola Técnica Estadual Professora Sylvia Mello, como forma de iniciar os trabalhos da área de teatro, foram levados a esta, tendo em vista a necessidade de maior contato artístico, atividades de apreciação artística com o grupo de música Guitarreria (para séries finais do EF) e a peça infantil “... e o gato não comeu” do Núcleo de Teatro da UFPel (para séries iniciais do EF). No colégio Dom João Braga, foi levado até a escola apresentações do grupo Quinteto de Violões Guitarreria do conservatório de Música da UFPel para todos os alunos do colégio e também o espetáculo “Tatá dança Simões” do núcleo de Dança-teatro da UFPel para os alunos das oitavas séries e todos do ensino médio. Todas as atividades realizadas nestas instituições de ensino somam resultado positivo no ponto de vista dos pibidianos da área de Teatro e sua coordenadora Taís Ferreira. Em todas as escolas a principal defasagem percebida era a falta de domínio e conhecimento da linguagem teatral e com estas apresentações conseguiu-se introduzir essa nova possibilidade na vida dessas crianças e jovens, abrindo caminho para um aprofundamento nos trabalhos com eles.