R IHGB a. 169 n. 441 out./dez. 2008 INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO DIRETORIA – (2006-2008) Presidente: Arno Wehling 1º Vice-Presidente: João Hermes Pereira de Araújo 2º Vice-Presidente: Victorino Coutinho Chermont de Miranda 3º Vice-Presidente: Max Justo Guedes 1ª Secretária: Cybelle Moreira de Ipanema 2º Secretário: Elysio de Oliveira Belchior Tesoureiro: Fernando Tasso Fragoso Pires Orador: José Arthur Rios CONSELHO FISCAL Membros efetivos: Antônio Gomes da Costa, Marilda Corrêa Ciribelli e Jonas de Morais Correia Neto Membros suplentes: Joaquim Victorino Portella Ferreira Alves e Pedro Carlos da Silva Telles COMISSÕES PERMANENTES Admissão de sócios: José Arthur Rios, Alberto Venancio Filho, Carlos Wehrs, Francisco Luiz Teixeira Vinhosa e João Hermes Pereira de Araújo Ciências Sociais: Lêda Boechat Rodrigues, Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão, Helio Jaguaribe de Mattos, Cândido Antônio Mendes de Almeida e Ronaldo Rogério de Freitas Mourão Estatuto: Affonso Arinos de Mello Franco, Alberto Venancio Filho, Victorino Coutinho Chermont de Miranda, Célio Borja e Elysio Custódio Gonçalves de Oliveira Belchior Geografia: Max Justo Guedes, Lucinda Coutinho de Mello Coelho, Jonas de Morais Correia Neto, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão e Miridan Britto Falci História: João Hermes Pereira de Araújo, Maria de Lourdes Viana Lyra, Eduardo Silva, Elysio Custódio G. de Oliveira Belchior, Pe. Fernando Bastos de Ávila e Guilherme de Andréa Frota Patrimônio: Affonso Celso Villela de Carvalho, Claudio Moreira Bento, Joaquim Victorino Portella Ferreira Alves, Victorino Coutinho Chermont de Miranda e Fernando Tasso Fragoso Pires CONSELHO CONSULTIVO Membros nomeados: Augusto Carlos da Silva Telles, Luiz de Castro Souza, Lêda Boechat Rodrigues, Evaristo de Moraes Filho, Max Justo Guedes e Hélio Leoncio Martins CEPHAS (Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas) Coordenadoras: Maria de Lourdes Viana Lyra e Lucia Maria Paschoal Guimarães Editor do Noticiário: Victorino Coutinho Chermont de Miranda DIRETORIAS ADJUNTAS Arquivo: Carlos Wehrs Biblioteca: Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha Museu: Vera Lucia Bottrel Tostes Coordenadoria de Cursos: Maria de Lourdes Viana Lyra, Mary del Priore Patrimônio: Guilherme de Andréa Frota Projetos Especiais: Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão Informática e Disseminação da Informação: Esther Caldas Bertoletti Relações Externas: João Maurício Ottoni Wanderley de Araújo Pinho Iconografia: Pedro Karp Vasquez REVISTA DO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO Hoc facit, ut longos durent bene gesta per annos. Et possint serâ posteritate frui. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169, n. 441, pp. 9-368, out./dez. 2008. Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ano 169, n. 441, 2008 Indexada por/Indexed by Historical Abstract: America, History and Life - Ulrich’s International Periodicals Directory Handbook of Latin American Studies (HLAS) - Sumários Correntes Brasileiros Comissão da Revista - Editores Miridan Britto Falci (Diretora) - Esther Bertoletti - Maria de Lourdes Viana Lyra - Mary Lucy Murray Del Priore Conselho Editorial Arno Wehling (Presidente) Antonio Manuel Dias Farinha Carlos Wehrs Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior Humberto Carlos Baquero Moreno João Hermes Pereira de Araújo José Murilo de Carvalho Vasco Mariz Conselho Consultivo Amado Cervo Aniello Angelo Avella Antony Russel-Wood Antonio Manuel Botelho Hespanha Braz Augusto Aquino Brancato Carlos Humberto Pederneiras Corrêa Claude Lévi-Strauss Edivaldo Machado Boaventura Fernando Camargo Geraldo Mártires Coelho José Octávio de Arruda Mello José Marques Junia Ferreira Furtado Leslie Bethell Márcia Elisa de Campos Graf Marcus Joaquim Maciel de Carvalho Maria Beatriz Nizza da Silva Maria Luiza Marcílio Nestor Goulart Reis Filho Stuart Schwartz Victor Tau Anzouategui Correspondência: Rev. IHGB - Av. Augusto Severo, 8-10º andar - Glória - CEP: 20021-040 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil Fone/fax. (21) 2509-5107 / 2252-4430 / 2224-7338 e-mail: [email protected] home page: www.ihgb.org.br © Copright by IHGB Tiragem: 700 exemplares Impresso no Brasil - Printed in Brazil Revisora: Julia Carion Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. - Ano 1-4 (jan./dez.,1839)-. Rio de Janeiro: o Instituto, 1839v. : il. ; 23 cm Trimestral Título varia ligeiramente ISSN 0101-4366 N. 408: Anais do Simpósio Momentos Fundadores da Formação Nacional N. 427: Inventário analítico da documentação colonial portuguesa na África, Ásia e Oceania integrante do acervo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro / coord. Regina Maria Martins Pereira Wanderley N. 432: Colóquio Luso-Brasileiro de História. O Rio de Janeiro Colonial. 22 a 26 de maio de 2006. N. 436: Curso - 1808 - Transformação do Brasil: de Colônia a Reino e Império 1. Brasil - História. 2. História. 3. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - Discursos, ensaios, conferências. I. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Ficha catalográfica preparada pela bibliotecária Célia da Costa SUMÁRIO Apresentação Miridan Britto Falci 9 I– CELEBRAÇÕES ACADÊMICAS I.1– Sessões de posses Discurso de recepção ao sócio Célio de Oliveira Borja Alberto Venancio Filho Discurso de Posse 23 Discurso de recepção ao sócio Miguel Maria Santos Corrêa Monteiro 25 Discurso de Posse: Pombal e os Jesuítas 33 Discurso de recepção ao sócio Pedro Aranha Corrêa do Lago 57 Discurso de Posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa 71 Discurso de recepção à sócia Isabel Lustosa 89 Discurso de Posse 93 Sessão Magna Fala do Presidente Arno Wehling 109 Relatório de Atividades 117 Célio de Oliveira Borja Edivaldo M. Boaventura Miguel Corrêa Monteiro Alberto Venancio Filho Pedro Aranha Corrêa do Lago Maria de Lourdes Viana Lyra Isabel Lustosa I.2– 11 Cybelle Moreira de Ipanema Elogio aos Sócios Falecidos José Arthur Rios 125 II– DELIBERAÇÕES SOCIAIS II.1– Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais Assembléias Gerais, Ordinárias e Extraordinárias II.2– Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas CEPHAS II.3– Atas e/ou deliberações de Comissões Permanentes ou Especiais Sessão Magna Aniversária, 21 de outubro de 2008 131 151 237 III–INFORMES ADMINISTRATIVOS III.1– Atos do presidente Editais e Portarias 239 III.2– Relatórios setoriais Biblioteca 257 Arquivo 259 Iconografia 263 Hemeroteca 269 Museu 271 III.3– Publicações Recebidas Livros recebidos 275 Periódicos recebidos 288 III.4– Estatística Sala de Leitura 295 Visitas ao Museu 295 Acesso ao site 295 IV–QUADRO SOCIAL IV.1– Cadastro Social a - Por classe 297 b - Por ordem alfabética 329 c - Relação de presidentes e endereços de Institutos Históricos 341 IV.2– Movimentação no quadro social Eleitos 345 Transferidos 345 Falecidos 345 Propostas e Pareceres 347 IV.3– Vagas no quadro social Vagas existentes no quadro social em 31 de dezembro de 2008 363 APRESENTAÇÃO A última revista do ano de 2008 apresenta um novo formato. Em reunião ocorrida em outubro de 2008 presentes a Presidência, Vice-Presidência e a Comissão da Revista, resolveu-se destinar ao último número de cada ano os Discursos das Posses ocorridas durante o mesmo. Nesta, no entanto, só figuram três posses, já que em números anteriores foram alocadas as correspondentes aos trimestres em que foram realizadas. Nosso objetivo, nessa transformação, é duplo: adequar a Revista ao modelo já consagrado de revista acadêmica nos números dos três primeiros trimestres – onde não se apresentam discursos de posses - e, ao mesmo tempo, possibilitar ao pesquisador interessado na percepção do pensamento de nosso sócio, as características básicas do empossando no tocante à sua formação, à sua obra e à sua contribuição como sócio do Instituto. A última revista do ano comporta, assim, uma síntese da vida social e administrativa do IHGB: I - Celebrações Acadêmicas divididas em duas partes: os Discursos de posses e a Sessão Magna sempre ocorrida no dia da fundação do Instituto 21 de outubro; II – Deliberações Sociais - Atas das reuniões acadêmicas (Cephas) onde convidados e sócios, previamente agendados por Maria de Lourdes Viana Lyra e Lucia Guimarães, falam sobre suas pesquisas e trabalhos mais recentes e as atas das Comissões Permanentes ou Especiais e das Assembléias Ordinárias e Extraordinárias com os pareceres sobre a admissão de sócios; III – Informes Administrativos contendo os Atos (editais e portarias) do Senhor Presidente, os Relatórios setoriais da Biblioteca, Arquivo, Ico- nografia, Hemeroteca e Museu, as Publicações Recebidas, a Estatística de Visitas ao Museu, acesso ao site e à sala de Leitura; IV – Quadro Social contendo o Cadastro Social por classe e ordem alfabética, a movimentação no quadro social ocorrida por eleição, transferência ou falecimento e as vagas existentes em 31 de dezembro de 2008. É uma revista em que a equipe de funcionários do IHGB colabora com suas informações e levantamentos. As atividades diversas, como as palestras na CEPHAS (Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas) todas as quartas-feiras, cursos, visitas de alunos da rede escolar do Rio às nossas dependências, empréstimos de obras raras para exposições diversas, doações e compras incorporadas ao nosso acervo comprovam que o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro é uma instituição ímpar: é acadêmica de conhecimento, pelos seus ideais de pesquisa e elaboração da História; é um Arquivo pela força de sua documentação; uma Biblioteca, pela sua alentada biblioteca aberta ao público; e um Museu, pela posse de obras raríssimas. Distanciado das atividades especificamente de ensino como são os Programas de História, nosso Instituto, e conseqüentemente nossa Revista, cumpre sua missão e objetivos: apresentar ao público em geral, historiadores, sociólogos e cientistas políticos as contribuições mais recentes da produção dentro dessas áreas e possibilitar aos acadêmicos, em geral, o conhecimento da nossa INSTITUIÇÃO. Miridan Britto Falci Sócia titular – Diretora da Revista Pós-Doutora em História -Professora Adjunto da UFRJ Discurso de recepção ao sócio Célio de Oliveira Borja I – CELEBRAÇÕES ACADÊMICAS I.1 – Sessões de Posses DISCURSO DE RECEPÇÃO AO SÓCIO CÉLIO DE OLIVEIRA BORJA Alberto Venancio Filho1 O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro recebe hoje Célio de Oliveira Borja. A sua qualificação seria extensa e desnecessária: advogado, professor, jurista, deputado estadual e federal, Presidente da Câmara dos Deputados, Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ministro da Justiça, todos estes títulos englobando uma única personalidade, figura destacada no meio jurídico e político, com uma atitude inatacável na vida pública e privada e com um profundo sentido ético da conduta humana. Este Instituto, a Casa da Memória Nacional, acolhe aqueles que escrevem sobre a História, mas ao lado deles muitos outros que também fazem a História. O elenco seria amplo e lembro alguns: como maior expressão o Barão do Rio Branco, presidente perpétuo desta Casa, historiador da História Militar e que os percalços da diplomacia não permitiram realizar obra mais completa. Recordo Tavares de Lyra, pertencente ao grupo do Jardim de Infância, Ministro da Justiça do governo Afonso Pena, cuja biografia foi traçada com mão de mestre pelo nosso saudoso Presidente Américo Jacobina Lacombe. Relembro também José Carlos Macedo Soares, também presidente perpétuo desta Casa, Ministro das Relações Exteriores por duas vezes, Ministro da Justiça, Interventor no Estado de São Paulo e cujos estudos históricos estão em primeira plana das nossas estantes. Assim, à história aqui e em toda a parte se dedicam não apenas aqueles que exercem a profissão ou o ofício, mas muitos dos quais voltados 1 –1Sócio Titular – Instituto Histórico e Geografico Brasileiro R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):11-21, out./dez. 2008 11 Alberto Venancio Filho para outras profissões também são afeiçoados aos estudos históricos. Inicio com o curso secundário de Célio Borja realizado no Instituto Lafayete, escola de boas humanidades, dirigida pelo ilustre professor Lafayete Cortes. Ensinavam no estabelecimento os desembargadores Fonseca Passos, Porto Carreiro de Miranda e Nei Palmeiro. Pode-se aventar que esses professores despertaram a vocação jurídica de Célio Borja, e de dois outros, José Carlos Moreira Alves e Luiz Otávio Gallotti, três futuros Ministros do Supremo Tribunal Federal, fato certamente inédito para uma escola secundária. Para os estudos jurídicos também se encaminhou uma vocação prematuramente desaparecida Márcio Lourenço Filho e do grupo despertaram duas vocações literárias: Antônio Carlos Vilaça e Alberto Costa e Silva. A política estudantil o atraiu em momento de agitação política em que grupos de esquerda tentavam dominar os cargos de direção de entidades estudantis. Numa eleição disputadíssima em que a anulação estava sendo julgada pelo Tribunal de Estudantes, Paulo Egydio Martins, candidato à Presidência da União Metropolitana de Estudantes pela chapa democrática, aguardava o resultado em outro local, quando Célio Borja veio ao seu encontro e, contrastando com a figura austera de hoje, disse: “Paulo, demos uma lavada!”. A profunda fé católica que conserva até hoje fez pertencer na juventude à Ação Católica Brasileira e a exercer depois a vice-presidência do Centro D. Vital e ser membro da Associação de Juristas Católicos. O visgo político não o abandonou ao deixar a política estudantil. Bacharel e doutor em direito, exerce a profissão e o magistério, quando eminente político e jurista, seu professor Aliomar Baleeiro, cujo nome deve ser pronunciado com respeito, insistiu para que concorresse à cadeira de deputado estadual à Assembléia Constituinte do novo Estado da Guanabara. Era o início de uma grande e notável carreira política. Pode-se dizer, adaptando frase conhecida, que a história é tema importante demais para ser deixada apenas para os historiadores. 12 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):11-21, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Célio de Oliveira Borja De fato, o apanágio do grande jurista é aquele que traz para sua especialidade conhecimentos de ordem filosófica, econômica e política e mesmo literária e artística. No campo do Direito nenhum setor apresenta vinculação mais nítida com a História do que o Direito Público – Direito de Estado –, pois cada mudança institucional é a história em movimento, e as instituições têm de se adaptar a essas alterações, só compreendidas com o entendimento do processo de evolução histórica. Foi a esses aspectos históricos que Célio Borja se dedicou ao estudar o Federalismo, um dos cernes da vida política brasileira que afeta o País há mais de um século. Em excelente estudo, “O Federalismo na Constituição de 1988”, publicado pela Fundação Getúlio Vargas no volume “Estudos sobre a Constituição de 1988”, ao examinar esta Constituição, V.Excia. tem presente a evolução histórica do instituto desde a adoção em nosso direito pelo apostolado de Rui Barbosa, as adaptações em cento e dezessete anos de vida republicana e a passagem do Federalismo dual para o Federalismo cooperativa. O interesse pelo federalismo se espraia em vários momentos, quando, por exemplo, no Supremo Tribunal Federal se opõe a uma “interpretação ideológica da Constituição que nela veria uma tendência incoercível à centralização”. E acrescentaria: “Como juiz, tenho que me limitar exclusivamente àquilo que está posto no texto de lei”. Os temas históricos estão presentes em sua judicatura no Supremo quando impõe o primado da Constituição e da lei diante de medidas arbitrárias do Poder Público: “O que não podemos fazer – e cada vez me convenço mais disso – é, em nome de uma certa utilidade social, esquecer os cânones, as regras, os princípios que presidem a organização do Estado e da vida da sociedade. Ou damos primazia ao direito e exigimos que as autoridades cumpram o seu dever dentro da lei e dentro da Constituição ou realmente penso que não saberia bem o que estaria fazendo aqui”. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):11-21, out./dez. 2008 13 Alberto Venancio Filho Comentando a tão apregoada reforma da Justiça, comentava com uma pitada de bom senso: “Nas nações ricas e desenvolvidas, a organização da Justiça é tão boa que ajuda os juízes a serem bons. Cá, a pobreza da Justiça é tamanha que, por mais que faça o bom juiz, o bem que faz chega tarde. Falta pouco para que o Brasil tenha boa Justiça, porque isto depende, preponderantemente, de fazer-se nos serviços judiciários a mesma revolução que já se fez em outros serviços públicos com grande êxito. Sabemos fazê-lo, sem dúvida: falta-nos vontade”. No campo estritamente histórico, em conferência feita nesta Casa sobre “Pedro Calmon e o Direito”, Célio Borja destacava dois aspectos da vida daquele eminente consórcio, que se aplica a ele com perfeição: “A sua indiscutível erudição não escondia o fato de que o Brasil era o seu interesse primordial. Assim, na exposição do Direito Público, geral ou positivo, eram as instituições nacionais, na sua longa existência, que motivavam o estudo comparado dos símiles estrangeiros”. E em outro passo: “Na obra de Calmon predominam as explicações históricas, para as quais estava ele excepcionalmente preparado”. Entre os numerosos estudos históricos, cito só alguns: a conferência pronunciada no Museu Imperial de Petrópolis em 15 de outubro de 1976 comemorando os cento e cinqüenta anos de existência da Câmara dos Deputados como órgão do Poder Legislativo com o título de “Alguns Parlamentares do Segundo Reinado”. O título é ilusório, porque na verdade a conferência é súmula da história parlamentar e política do Império, através de figuras dos grandes estadistas, “para relembrar aqueles que no Parlamento do Império ilustraram minha velha província natal”. Inicia dizendo que a histórica Província Fluminense acompanhava 14 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):11-21, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Célio de Oliveira Borja ativamente os acontecimentos que interessavam de perto aos interesses brasileiros, confirmando, dessa forma, como em tantos outros episódios de nossa História, o seu inegável ascendente, que não se interrompeu ao longo de quase cinco séculos. A análise começa pelos participantes das Cortes de Lisboa que considerava como embrião das instituições parlamentares. Destaca em primeiro lugar Francisco Vilela Barbosa, o primeiro Marquês do Paranaguá, um dos dez conselheiros que elaboraram a Constituição do Império e contribuíram para a restauração do Conselho de Estado e a reforma do Código de Processo Criminal. Menciona em seguida Joaquim Gonçalves Ledo, chamado pelo Barão do Rio Branco como quem inspirou todas as grandes manifestações que iniciaram o movimento pela Independência. A seguir, pouco conhecido, José Egídio Lopes de Almeida, o Barão de Santo Amaro, com destacada atuação parlamentar. Acompanha Dom João quando da chegada ao Brasil e orienta como conselheiro de Dom João VI para a solução de grandes problemas políticos. Aureliano de Souza Coutinho, o Visconde de Sepetiba, inscreve-se entre os maiores estadistas patrícios que se distinguiu por sua honradez e talento administrativo. É uma das mais completas figuras de homem público do Segundo Reinado. O testamento revela a simplicidade: “Seja o meu enterro com muita simplicidade e sem a menor ostentação; não me vistam fardas e não me ponham insígnias; esses galardões do mérito provocam a vaidade, postos em cima de um cadáver num pouco de lama abandonada pela alma, me parecem quase ridículos”. Euzébio de Queirós Coutinho Matoso da Câmara é outra figura exponencial das terras fluminenses. Disse Machado de Assis no “O Velho Senado”: “Uma só vez ouvi falar de Euzébio de Queirós e a impressão que me deixou foi viva; era fluente, abundante, claro sem prejuízo do vigor e da energia”. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):11-21, out./dez. 2008 15 Alberto Venancio Filho Outro parlamentar fluminense do Segundo Reinado foi Francisco de Sales Torres-Homem, o Visconde de Inhomirim. Autor do Libelo do Povo, com o pseudônimo de Timandro, que mais tarde iria reconhecer o quanto errara em suas opiniões. E comenta Célio Borja: José Joaquim Rodrigues Torres, o Visconde de Itaboraí, foi o estadista que, por cerca de cinqüenta anos, prestou os mais assinalados serviços ao Brasil, para justificado orgulho da terra natal fluminense. Outra referência é a Paulino José Soares de Souza, o Visconde de Uruguai, o primeiro Paulino. Embora não tenha nascido em terras fluminenses, foi um dos primeiros Presidentes da Província do Rio de Janeiro e eleito membro da Assembléia Provincial na primeira legislatura, um dos mais notórios parlamentares do Segundo Reinado. Com Euzébio de Queirós e Itaboraí formou o “trio saquarema”. Afinal, examina a figura de José Maria da Silva Paranhos, o Visconde do Rio Branco, em que se via como um predestinado político, predestinação por sinal gloriosamente confirmada na obra do gabinete de 7 de março de 1871. Às críticas à atuação na questão do Prata, de volta ao Brasil, defendeu-se no Senado com discurso de oito horas. Relata Machado de Assis: “Era uma hora da tarde quando o Presidente deu a palavra ao Senador por Mato Grosso. Começava a discussão do voto de graças... Eram nove horas da noite quando acabou. Estava como no princípio, nenhum sinal de fadiga nem dele nem do público que o aplaudiu. A agitação passara com os sucessos e a defesa estava feita”. E conclui Célio Borja o estudo: “Se é verdade que não se deve apegar demasiado ao passado a ponto de negligenciar o presente e o futuro, também não será menos verdadeiro que, sem um conhecimento apurado do que se fez de duradouro entre nós, ignorando como atuaram nossos estadistas de outrora, precisamente no momento em que o Brasil amanhecia 16 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):11-21, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Célio de Oliveira Borja para o lugar que já hoje ocupa no mundo, estaremos cometendo o grave equívoco de secionar o fluxo das correntes históricas autenticamente nacionais”. Trabalho de relevância é o estudo sobre Caxias, mostrando o autor um arguto analista do Segundo Império, na feição de militar, de parlamentar e de político. Analisa a atuação de Caxias a partir da guerra da Independência na Bahia, das rebeliões e da Revolução Farroupilha, aponta aspecto fundamental do regime monarquista de grande significado e nem sempre assinalado: “a função que a monarquia exerceu no sentido do respeito à hierarquia e submissão da força armada às instituições políticas nacionais”. A atuação parlamentar como Senador da Província do Rio Grande do Sul também merece destaque. Na análise da atuação da Guerra do Paraguai, o estudo dedica vários parágrafos que a mostrar a posição de Caxias, as críticas e agravos que recebeu e que respondeu com bravura. Creio que o ponto alto do estudo é o debate da questão de Caxias com o Ministério de Zacarias por ocasião da Guerra do Paraguai mostrando que a queda do Ministério de Zacarias não teve relação com o episódio, pois ocorrera muitos meses depois. Acrescento dois gestos expressivos de Caxias, o primeiro, contribuindo para a nomeação de Rio Branco como Cônsul em Liverpool, onde iniciou brilhante carreira. Rio Branco era na época o Jucá Paranhos, rapaz boêmio, freqüentador das noitadas do Alcazar para ouvir as cançonetas das artistas francesas e D. Pedro II resistia a nomeá-lo. Caxias, junto com Cotegipe, obteve da regente Princesa Isabel a nomeação. Em outro passo, junto ao Imperador, empenhou-se pela anistia dos bispos D. Vital de Oliveira e D. Antônio de Macedo Costa. A transcrição das palavras de Caxias completa o seu perfil: “Não tendo servido senão ao Sr. D. Pedro e ao seu Governo, representado pelos seus Ministros de Estado” (...) “não receio que seja exibida aqui, ou em qualquer outra parte, a minha fé de ofício. Ela R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):11-21, out./dez. 2008 17 Alberto Venancio Filho é tão limpa, tão cheia de serviços, tão nobre, que não pode senão fazer-me muita honra sempre que for trazida à luz do dia. Não há em toda a minha vida, quer privada quer pública, um fato que possa envergonhar-me. Em toda a minha vida tomei por norma obedecer sempre, sem hesitar, a todas as ordens do governo”. Sr. Célio Borja. Além de fazer história em trabalhos de alta expressão, V.Excia. fez história contemporânea. V.Excia. fez história no Parlamento. Eleito Presidente da Câmara dos Deputados em 1971 em pleno regime militar, dada a eficiência do trabalho parlamentar e o prestígio que alcançara, foi um elemento de contemporização entre as demandas dos elementos radicais militares e de outro lado das facções extremadas. Com a cassação de alguns deputados, teve dificuldades em se manter no posto, mas achou de dever enfrentar a situação e foi figura de proa no processo de abertura. Há um episódio emblemático: estava se preparando para comparecer à reunião do Conselho Executivo da União Parlamentar na Austrália, do qual era membro, quando decidiu não viajar enquanto o Congresso estivesse em recesso. No momento o Brasil estava em importantes negociações com aquele país e a ausência do representante brasileiro teria repercussão negativa. Instado pelo Chanceler Azeredo da Silveira, declarou que só compareceria à reunião se o Congresso fosse reaberto. E o chanceler mais tarde dava a informação do Presidente da República de que o Congresso seria aberto quando chegasse à Austrália. V.Excia. fez história na elaboração de leis. O conhecimento histórico do fastígio da velha província fluminense no Império e da herança que os líderes saquaremas exerceram no Império certamente despertaram o interesse de examinar a situação geopolítica com a mudança da capital para Brasília e a criação do Estado da Guanabara. Estava atento à situação do Estado do Rio e da Cidade do Rio, esta sem possibilidade de realizar uma verdadeira expansão industrial. Como Deputado Estadual apresentara projeto de reflorestamento das encostas da Cidade, com vistas à preser- 18 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):11-21, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Célio de Oliveira Borja vação ambiental. Mas o interesse não era apenas pela Cidade do Rio de Janeiro, mas também pelo seu entorno e a recuperação do antigo Estado do Rio que entrara em processo de decadência. Em conseqüência, fez várias manifestações em público e entrevistas em jornais, ao considerar que a fusão era alternativa a ser estudada. Representante do futuro governo do Presidente Geisel, solicitou documento a respeito, que foi entregue nas vésperas da posse. Já em abril realizou-se reunião com a presença do Presidente e outras pessoas, da qual surgiu a necessidade da preparação de um Projeto de Lei. Armando Falcão e Reis Veloso presentes lhe disseram: “Você faz porque está com isso na cabeça. Além do mais é carioca e jurista e quem entende disto é você.” Logo após a entrega do documento, houve nova reunião para discussão do projeto e Célio Borja pôde conhecer os conhecimentos literários do General João Baptista Figueiredo solicitando mudanças no texto hoje aceitas. O projeto de fusão incluía duas partes, uma de aplicação geral para caso de fusão, divisão e desmembramento do Estado, e outra aplicável para o caso Guanabara e Estado do Rio. O projeto teve andamento no Congresso e foi aprovado. Célio Borja aventou a possibilidade de ser nomeado Governador do Novo Estado, o que afinal não ocorreu. Os resultados trazidos pela fusão, os benefícios e os malefícios, ainda não foram devidamente estudados, mas para ele a falta de uma efetiva liderança política frustrou em grande parte os resultados desejados. V.Excia. mais uma vez fez história quando da votação do impedimento do Presidente Fernando Collor de Mello. Convocado pelo Presidente da República como Ministro da Justiça para realizar a implantação do parlamentarismo, encontrou como colegas Marcílio Marques Moreira na parte da Fazenda, Celso Lafer na parte das Relações Exteriores, Hélio Jaguaribe na Secretaria de Ciência e Tecnologia e Sérgio Rouanet na Secretaria de Cultura. Era um ministério de notáveis. Mas ao lado do miR IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):11-21, out./dez. 2008 19 Alberto Venancio Filho nistério de notáveis passou a existir o ministério das sombras, devotado à corrupção e à apropriação de recursos públicos. O escândalo veio à baila. Com a reação da opinião pública Barbosa Lima Sobrinho, Presidente da Associação Brasileira de Imprensa, e Marcelo Lavenère Machado, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, ambos a título pessoal, propuseram ao Congresso Nacional o impedimento do Presidente. Encontrava-se diante de um dilema: o drama da atividade política é manter o equilíbrio entre as exigências da real politik e os imperativos da conduta ética, evitando os transbordamentos desta última, para não cair no anátema de Gaston Boissier, ao comentar a inapetência política de Catão: “En exagérant les scrupules, on désarme la vertu”. Aos ministros havia a posição cômoda de pedir demissão e deixar o cargo, retornando às suas atividades, mas o dever com a Nação os convocava para permanecer. Formou-se o “gabinete da governabilidade” e sem faltar à confiança ao Presidente da República, promoveu com sucesso a transição sem ruptura da ordem do País. Marcílio Marques Moreira manteve o controle da economia, tranquilizando os investidores estrangeiros; Celso Lafer explicando a situação, em contato com as embaixadas e chancelarias estrangeiras, e Hélio Jaguaribe e Sérgio Rouanet atuando no âmbito das suas secretarias. V.Excia. Ministro da Justiça, o ministério mais antigo, o ministro da ordem pública, coordenou este trabalho em contato permanente com as Forças Armadas e com as classes políticas. Creio que não haverá episódio idêntico em nenhum outro país que atravessou este trauma dentro da maior tranqüilidade. 20 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):11-21, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Célio de Oliveira Borja Sr. Célio Borja. Esta súmula bastante incompleta de sua vida e obra justifica à saciedade o ingresso no Instituto como personalidade que escreveu sobre a História e fez história contemporânea. A escolha do tema para a posse, “Considerações sobre a História das Instituições Políticas no Brasil” – assunto pouco estudado pela historiografia –, revela o interesse do estudioso pela matéria. Senhor Célio Borja. Afastado das lides políticas, liberado da função judicante, V. Excia. tem se dedicado, ao lado de chefe exemplar, de família exemplar – e homenageio a nossa querida Helena –, às tarefas de jurisperito. Recolhido ao gabinete de trabalho, na sua “arrière boutique”, no dizer de Montaigne, V. Excia. tem sido chamado para redigir pareceres, largamente solicitados e que merecem a consideração e o acatamento dos juízes de nossos tribunais superiores. Creio que nas gavetas do escritório estarão recolhidos vários rascunhos de trabalhos incompletos. Esperamos, portanto, que, com o ingresso nesta Casa, V. Excia. nos proporcionará a conclusão desses estudos históricos esboçados. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):11-21, out./dez. 2008 21 Discurso de posse DISCURSO DE POSSE1 CÉLIO DE OLIVEIRA BORJA Célio de Oliveira Borja No discurso proferido em 30 de janeiro de 1908, na sessão de sua posse na Presidência do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o Barão do Rio Branco dizia faltar-lhe competência “para poder igualar os homens eminentes” que o haviam antecedido, mas empenhava sua boa vontade e afirmava o “ardente desejo” de recomendar-se à estima dos seus confrades e retribuir em dedicação às muitas finezas de que se julgava devedor, concorrendo, na medida dos seus recursos, para que o futuro do Instituto não desmerecesse o seu passado “fecundo e glorioso”.2 Estas palavras completam um século, neste ano de 2008; tomo-as para dizer-vos que os meus propósitos não traem os do nosso Presidente Perpétuo, embora minhas pobres vida e obras não se possam comparar às dele. A modéstia com que se apresentou era desmentida pelo valor superlativo das memórias históricas e geográficas que escreveu e com as quais completou o trabalho de seu pai, o VISCONDE DO RIO BRANCO, na determinação e negociação das fronteiras e na afirmação da integridade territorial do Brasil. Mas se a modéstia de tão grande homem lhe sobrepujava o valor notório e indisputável, no meu caso, são muito bem fundados o temor com que me aproximo do Instituto e a reverência com que me associo às altas personalidades das letras históricas e geográficas do nosso País. Sem embargo da seriedade e empenho de meus estudos monográficos de professor de Direito Constitucional e Teoria Geral do Estado, dos tra1 –1Posse realizada em 25 de junho de 2008 2 –1Obras Completas do Barão do Rio Branco, IX, Discursos, Ministério das Relações Exteriores, pg. 149. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):23-24, out./dez. 2008 23 Célio de Oliveira Borja balhos profissionais do advogado e dos projetos legislativos e pareceres jurídicos que produzi como servidor do povo brasileiro sem outro vínculo funcional que não o amor à minha terra e à minha gente sem embargo da seriedade e do esforço, sei do muito que devo para corresponder ao voto generoso que me deu ingresso entre vós, caros confrades. Tributo à Vossa Excelência, Senhor Presidente Arno Wehling, admiração por sua contribuição à história, cultivando-a como disciplina de rigor e estudando-a com método seguro que a elevam à condição de ciência. Da admiração e da convivência, nasceu a amizade. A V.Excelência e aos confrades ilustres, entre os quais tenho tantos e tão antigos amigos, sou profundamente reconhecido pelo acolhimento generoso. A Alberto Venâncio Filho agradeço a aceitação do encargo de receber-me. Sua escolha foi inspirada pela amizade e, na mesma medida, pela admiração por sua vida profissional e por sua obra de historiador das instituições jurídicas, biógrafo das mais ilustres personalidades da Literatura e do Direito brasileiros. É tão notável a sua vocação literária que, reconhecendo-a, a Academia Brasileira de Letras reservou-lhe o posto singular de representante das letras jurídicas pátrias, entre seus pares. O Instituto Histórico e Geográfico conhece-lhe a produção historiográfica, que enriquece sua tradição e seu acervo. Sou-lhe reconhecido, meu caro Alberto Venâncio Filho, pelas palavras e pelos gestos com que me tem sempre incentivado, não diria paternalmente, uma vez que é bem mais moço do que eu, mas como o benjamim dos meus conselheiros e modelos. A todos os queridos amigos e colegas que anuíram ao convite do Instituto Histórico agradeço as presenças, motivo de alegria para Helena e para mim, para nossos filhos e netos aqui presentes, nada podendo dizer de nossos bisnetos que ainda não estão em idade de freqüentar esta Casa da memória e da História do Brasil. 24 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):23-24, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Miguel Maria Santos Corrêia Monteiro DISCURSO DE RECEPÇÃO AO SÓCIO MIGUEL MARIA SANTOS CORRÊA MONTEIRO Edivaldo M. Boaventura1 É com alegria que o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro recebe hoje o educador e historiador Miguel Maria Santos Corrêia Monteiro, professor da Universidade de Lisboa e secretário-geral da joanina Academia Portuguesa da História. Ao longo de sua produtiva vida acadêmica, desenvolveu duas dimensões do conhecimento que se harmonizam na sua trajetória: Educação e História. A dimensão pedagógica se manifesta em intensas atividades de formação de docentes, dedicando-se com afinco à Didática da História e à vertente historiográfica, que se torna expressiva na investigação científica. Contribui, assim, significativamente, para a História Moderna, envolvendo a Companhia de Jesus no contexto cultural do século XVI ao XVIII. Licenciado em História pela Faculdade de Letras de Lisboa, fez a profissionalização para o ensino e obteve, em seguida, o mestrado com a dissertação: Os jesuítas e o ensino médio: contributo para uma análise da respectiva ação pedagógica. Inicia, dessa forma, a sua linha do inquérito investigativo sobre a contribuição dos inacianos. Miguel escreveu uma série de ensaios, comunicações para congressos, conferências e outros trabalhos acadêmicos acerca dos jesuítas, culminando com a sua tese de doutoramento: O padre Inácio Monteiro (1724-1812) um jesuíta português na dispersão: contribuição para a história da Companhia de Jesus durante a época das luzes. 1 –1Professor Emérito da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Mestre e Ph.D. em Administração Educacional pela The Pennsylvania State University (Penn State), Doutor e Docente Livre em Direito pela Ufba. Entre suas publicações encontram-se UFBA: trajetória de uma universidade 1946-1996 (1999); Metodologia da Pesquisa: monografia, dissertação e tese. (2004); O solar Góes Calmon (2004), Castro Alves: um parque para o poeta (2006). Posse realizada em 26 de novembro de 2008. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):25-31, out./dez. 2008 25 Edivaldo M. Boaventura Com mestrado e doutorado, confirma-se o seu chamado para o magistério superior com uma riquíssima experiência pedagógica. Como atividade profissional, voltada sobretudo para o ensino médio, lecionou no curso secundário em vários colégios, quando ingressou como assistente estagiário na sua alma mater. Tornou-se, então, professor-assistente da Faculdade de Letras, no ramo educacional. É nessa condição que desenvolverá a coordenação de estágios e de outras atividades curriculares, tanto no continente quanto em Funchal, na Ilha da Madeira. André Maurois chamaria com muita propriedade anos de aprendizagem. Percebe-se, na progressão da carreira, como a educação superior universitária assume uma função estratégica de formar e capacitar recursos humanos para os seus próprios quadros e para os demais níveis e tipos de ensino, máxime o fundamental e o médio. É do seu posto, na Universidade de Lisboa, que Miguel desenvolve todo um trabalho altamente pedagógico com Didática, Metodologia do Ensino da História e Estágio. Coordenou por anos o Seminário de Didática e Conteúdos Programáticos e ensinou também Teoria da Educação, Sociologia da Educação e Metodologia da História. A propósito da Didática, é oportuno referenciar Duarte Costa Pereira, distinguido scholar da Universidade do Porto, quando se refere à clivagem entre didática da Europa Central e ao currículo anglo-saxônico. A Europa central refere-se certamente ao grande Comenius e ao desenvolvimento do Curriculum and Programs, nas universidades norte-americanas. A propósito de sua contribuição à educação, tomo a sua obra Didáctica da História: teorização e prática - algumas reflexões como exemplificação do seu saber pedagógico, reflexo do seu fazer. Neste trabalho discute os modelos educativos, o planejamento didático, as estratégias do processo ensino–aprendizagem, os materiais escolares de apoio, a avaliação, problema tão discutido entre nós, as visitas de estudo, a utilização dos meios audiovisuais e a metodologia do projeto. Já em outra obra, que trata da mesma problemática metodológica O ensino da história numa escola em transformação - discute como os 26 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):25-31, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Miguel Maria Santos Corrêia Monteiro estudantes do ensino básico e secundário não gostam de História. Empiricamente, mostra o resultado de um inquérito realizado com 480 respostas em que 179 alunos disseram que não gostam de História. Indaga: em uma escola em transformação, qual o valor da História como disciplina? Como ensinar História em um contexto de tecnologia, de pressa e do pronto a servir? Reconhece que uma das respostas encontra-se na “alteração dos métodos de ensino, o que pressupõe igualmente uma mudança na atitude dos professores, que passa pelo abandono gradual de um tipo de aula baseado na exposição exaustiva e cansativa de conteúdos”. Em contraste marcante reconhece que o público anônimo, sobretudo adulto, tem demonstrado vivo interesse, pois “aumenta de dia para dia: editores, realizadores de cinema e de televisão, arqueólogos e entusiastas de diversos países, todos eles encontraram um público para o qual a História constitui uma fonte inesgotável de fascinação.” Miguel, respondendo à pergunta formulada por John Chaffer – será que a morte do passado atingiu nossas escolas? – mostra a utilização do documento nas estratégias do ensino da História, isto é, em um ensino ativo. Pesquisa documental que pode envolver teste de hipóteses, exige consulta aos mais diversos tipos de arquivos públicos e privados e apresenta-se sob os mais diversos formatos, na caracterização de Antônio Carlos Gil. No início do seu magistério escreveu e ilustrou um delicioso livro - A ilha pedagógica. - uma verdadeira utopia da escola. Enfeixa: É um conjunto de reflexões, fruto da experiência humana e profissional do autor, e pretende alertar os leitores para o problema da Escola isolada, fechada sobre si mesma, sobre os sistemas pedagógicos inalteráveis, sobre os seus preconceitos e métodos antiquados e em muitos casos cheios de erros, que contribuem para deformar gerações de alunos em nome da tradição, em nome de projetos mais ou menos percebidos e adaptados e quantas vezes afastados da realidade e portanto utópicos. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):25-31, out./dez. 2008 27 Edivaldo M. Boaventura Ao longo da participação em encontros de âmbito científico e pedagógico e em inúmeras atividades de formação em comunicação e conferências, expressa a sua contribuição à história. Um dos temas mais recorrentes são os jesuítas. Ilustro com alguns: “Ação dos jesuítas na China até o início da Querela dos Ritos”, “A Companhia de Jesus e a missionação no Oriente”, “O século XVII e o Marquês de Pombal”, “O tempo de São Francisco Xavier”, “Teísmo e humanismo na educação jesuítica dos séculos XVI e XVIII. Um ensaio deixou-me curioso: “O longo e penoso exílio dos jesuítas portugueses em Itália durante os reinados de D. José I e D. Maira I”. Possui alentado conhecimento sobre a vida dos nossos padres jesuítas haurido das suas investigações, nos arquivos da Itália, em especial Roma, Ferrara e Bolonha, Espanha e Portugal, quando da elaboração da sua tese de doutoramento. Considerando a cópia, abundante e qualificada, dos seus ensaios jesuíticos, Miguel nos deve uma coletânea da Societatis Jesu S.J. que eu intitularia - Jesuítas, educação e fé. É uma sugestão que flui da leitura da sua obra. Dentro da temática jesuítica, seleciono o belo livro: São Francisco Xavier: um homem para os demais, comemorativo do quinto centenário de nascimento. Belíssimo em palavras e em ilustrações como o esplendor miraculoso do apóstolo do Oriente, pintado por Rubens, a despedida de Dom João III, retratada por José de Avelar Rebeto e a movimentada tela de André Reinoso que mostra São Francisco Xavier tornando doce a água do mar. Dentre todo o conjunto figurativo e textual, destaco a frase dramática de despedida de São Francisco Xavier ao seu amigo e colega de ordem, Santo Inácio de Loiola, “até a eternidade”. Uma abordagem dentre muitas outras da sua produção científica são as relações entre História e Cinema. Como secretário da Comissão de Formação Permanente do Centro de História da Universidade de Lisboa, organizou o primeiro ciclo de palestra “Cinema e História”, dedicado à História Contemporânea. Assim, trabalhou a Guerra Civil Espanhola com as películas La lengua de las mariposas, um filme de 1999 dirigido por 28 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):25-31, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Miguel Maria Santos Corrêia Monteiro José Luís Cuerda, o Dragon rapid, de Jaime Camino, de 1986. Dedicando-se aos temas medievais, instrumentalizou o ensino com O nome da rosa, de Jean-Jacques Annaud, O sétimo selo, de Ingmar Bergman, o Decameron, de Píer Paolo Pasolini. Atinente ao filme A missão, considera um filme histórico “quando procura recriar e interpretar uma série de acontecimentos reais ocorridos no passado, mas de uma enorme relevância no desenvolvimento futuro das colônias espanholas e portuguesas na América, e mesmo no que diz respeito ao cenário político da Europa”. Enfim, pondera que a concepção positivista da História, na época da criação do cinema, era voltada para o documento escrito. Os positivistas foram incapazes de mudar as suas concepções não somente quanto à história, mas também no que tange à documentação: “a função didática da relação cinema-história se consubstancia na utilização de um novo método aplicado ao ensino: o uso da linguagem cinematográfica como instrumento auxiliar de formação histórica, com a finalidade de integrar, orientar e estimular a capacidade de análise dos estudantes.” Começando a fechar esta palavra congratulatória, Miguel, em pleno desenvolvimento de sua carreira acadêmica, participa de bancas de exames, elabora pareceres técnicos e científicos e orienta mestrados e doutoramentos. No particular, distingue-se pela coordenação do Mestrado em Didática da História, ao qual tem se empenhado com energia e extremos de dedicação. Dentre as muitas organizações a que Miguel pertence, cabe uma referência à Academia Portuguesa da História pelas relações institucionais e pessoais com o nosso Instituto. Como Secretário-Geral da joanina Academia, tem sido um parceiro qualificado desse relacionamento entre as duas instituições. Instituições que têm como função precípua a disseminação do conhecimento pela convivência acadêmica. Miguel é um fautor da internacionalização das Academias de História, que é também um dos objetivos do nosso Presidente Arno Wheling, R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):25-31, out./dez. 2008 29 Edivaldo M. Boaventura que procura, internamente, a aproximação com os Institutos Históricos brasileiros. Interessa incrementar o intercâmbio interacadêmico e intrauniversitário como expressão ou talvez como reação à globalização. No que tange a Portugal e ao Brasil, a aproximação complementa a pesquisa pela história nos dois lados do Atlântico. Como Secretário-Geral da Academia Portuguesa da História, colabora eficientemente com a presidente Manuela Mendonça, no desempenho de funções e missões, tanto em Portugal quanto no exterior. Recentemente, distinguiu-se na hospitalidade das Primeiras Jornadas Comemorativas da Partida da Família Real para o Brasil 1807-2008. Recordo a visita às históricas Linhas de Torres, cuidadosamente preparadas por ele. Lembro igualmente o sucesso do Décimo Congresso Ibero-Americano das Academias de História, de 2006. Por tudo que tem realizado no relacionamento Brasil-Portugal, este cerimonial de entrada quer dizer também agradecimento. Muito obrigado, meu caro Sócio Correspondente. Meus caros amigos, presidente Arno Wheling, secretária Cybelle de Ipanema, meus caros confrades. A tomada de posse no nosso Instituto sucede à agregação que o confrade Miguel acaba de se submeter com êxito em setembro. Esses exigentíssimos exames da tradição universitária européia avaliaram o seu labor acadêmico e científico na construção da História Moderna, no magistério superior na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Se este é um momento de agradecimento é também de congratulação pelo sucesso do desempenho acadêmico. Parabéns, meu caro amigo Miguel, por toda uma vida dedicada aos estudos, pela sua distinguida scholarship, pela produção científica e acadêmica, integradas à Educação e à História, e mais ainda pela amizade e vivo interesse pelo Brasil, o professor doutor Miguel Maria Santos Corrêia Monteiro muito somará com a sua incorporação ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Parabéns, meu caro amigo. Venha com a sua Margarida, a quem apresento os melhores e mais distinguidos sentimentos de acolhida. Venha com as alunas, alunos, colegas e servidores da Universidade de Lis- 30 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):25-31, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Miguel Maria Santos Corrêia Monteiro boa e venha também com os confrades da nossa mui querida Academia Portuguesa da História. Bem haja. Seja bem feliz na Casa da Memória Nacional. Gratos a todos pela atenção, Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2008. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):25-31, out./dez. 2008 31 Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas DISCURSO DE POSSE1 MIGUEL CORRÊA MONTEIRO POMBAL E OS JESUÍTAS Miguel Corrêa Monteiro Passados cerca de duzentos e trinta anos após a sua fundação por Inácio de Loiola e um punhado de companheiros, e de ter sido autorizada pelo Papa Paulo III, a Companhia de Jesus foi suprimida por um outro Papa, Clemente XIV, cedendo assim às pressões dos soberanos de Portugal, Espanha, França e Nápoles. Foi a 21 de julho de 1773. E sobre este facto uma questão se nos coloca desde já: será que a perda desta Congregação pelas monarquias católicas referidas foi uma questão tão inesperada como alguns autores querem fazer crer? Pensamos que não há nada de surpreendente neste facto, uma vez que ele reflecte o lento processo de afrontamento entre o poder absoluto que vigorava no chamado século das Luzes, que, ao dominar o Estado, não podia tolerar um outro poder ou Estado paralelo. Como é que uma sociedade religiosa que dependente acima de tudo dos próprios Papas poderia ter coabitado um “edifício” onde só havia espaço para o Estado Absoluto? Na construção deste Estado surge-nos a figura incontornável de Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e depois Marquês de Pombal, cujo governo de Portugal foi caracterizado por Francisco Calazans Falcon do seguinte modo: “Um mercantilismo de tipo clássico, tardio mas ajustado à defasagem da sociedade lusa, adequado ao absolutismo reformador que dele se serve como instrumento de aceleração das mudanças. Insere-se então, como problemática mais profunda, a de transição do Feudalismo ao Capitalismo. Ilustração numa sociedade perifé1 –1Realizada em 26 de novembro de 2008. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 33 Miguel Corrêa Monteiro rica, longamente fechada sobre si mesma, na qual o movimento ilustrado foi fatalmente alguma coisa vinda de fora, do “estrangeiro”. Em conseqüência, diversidade de discursos, eclectismo das formas de pensamento, redefinição das práticas ao sopro de uma realidade que se dobra mas continua a resistir. Encontro, teoricamente inexplicável, de dois fenómenos que deveriam em princípio repelir-se um ao outro: o Mercantilismo e a Ilustração. Entretanto, ali estavam eles, juntos, articulados, durante todo o período pombalino”2. Quando nos interrogamos sobre os verdadeiros motivos que terão levado o Marquês de Pombal a perseguir os Jesuítas do modo como o fez, parecendo ser esta a missão mais importante da sua vida, temos que partir dos documentos existentes, como a lei da proscrição, entre outros, e onde são referidas seis importantes acusações. A primeira tem a ver com a famosa questão em torno do Tratado de Limites, celebrado ainda em vida do Rei D. João V (1750), e que entregava a Portugal o Sul do Brasil. Este facto obrigou a transferência de sete aldeias de indígenas missionadas por Jesuítas espanhóis para a margem esquerda do Rio Paraguai. Em troca Portugal entregou à Espanha a Colónia do Sacramento, situada perto de Buenos Aires. A resistência dos índios em abandonar os locais onde habitavam foi atribuída aos Jesuítas com acusações publicadas em Lisboa na Relação abreviada da República, que os religiosos Jesuítas das Províncias de Portugal e Espanha estabeleceram nos Domínios Ultramarinos das duas Monarquias; e da guerra, que neles têm movido, e sustentado contra os exércitos espanhóis e portugueses. Formada pelos registros das Secretarias dos dois respectivos Principais Comissários, e Plenipotenciários; e por outros documentos autênticos, e também na Dedução Cronológica e Analítica publicada em Lisboa no ano de 1765. Sobre este assunto refere o padre Jesuíta António Leite, “Os índios recusavam-se a deixar as suas casas e terras, não obs2 –1Francisco José Calazans Falcon. A época pombalina, São Paulo, Ática, 1982, p. 483. 34 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas tante as instâncias dos missionários para que cumprissem as ordens do monarca espanhol. Mas, mesmo que os jesuítas, sobretudo ao princípio, apresentassem as dificuldades de tal medida, ou até alguma resistência, como aliás as autoridades e os Bispos do território espanhol, não seriam responsáveis deste facto os seus confrades portugueses”3. Contudo, a luta travada pelos índios contra as tropas aliadas de Portugal e Espanha, apesar de ter sido corajosa, era desigual, e acabou com a chacina de milhares. A força das armas acabou de um modo violento com a utopia, o sonho dos padres inacianos. Para Lúcio de Azevedo, “A execução do Tratado de Limites no Brasil, o estabelecimento da Companhia do Grão-Pará, a declaração da liberdade dos indígenas da América, pertencem a este período do Governo pombalino, antecedente ao terramoto, e constituem na sua ligação o facto culminante de todo o reinado. Com efeito, esses actos levaram Carvalho à luta com os Jesuítas, e daí por diante toda a administração se orienta pela idéia sobreposta a tudo o mais de os vencer e aniquilar” 4. Quando examinamos a correspondência de Mendonça Furtado, Governador da Amazónia e irmão de Pombal, compreendemos que existia um ressentimento mais antigo contra os inacianos, demonstrador de que o eventual confisco das suas propriedades e outros bens, assim como o fim da administração que exerciam nas suas missões, iriam permitir um desenvolvimento do controle, não só político quanto à mão-de-obra indígena, mas em relação à posse económica da região amazónica. Foi também atribuído aos missionários portugueses do Norte do Brasil o facto de ter sido mal recebida a perda dos benefícios de autoridade temporal concedidos anteriormente aos índios, assim como a proibição de pode3 –1António Leite SJ, “A Ideologia Pombalina - Despotismo Esclarecido e Regalismo”, in Como Interpretar Pombal?, Lisboa, Ed. Brotéria, 1983, pp. 27-54. Veja-se igualmente Miguel C. Monteiro, Inácio Monteiro (1724-1812), um jesuíta português na dispersão, Lisboa, Centro de História da Universidade de Lisboa, 2004, pp. 177-213. 4 –1Lúcio de Azevedo, in O Marquês de Pombal e a sua época, Lisboa, Clássica Edit., 1990, p. 95. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 35 Miguel Corrêa Monteiro rem enviar ao Reino os produtos da terra indígena para compra ou troca de outros que lhes faziam falta tais como tecidos para se puderem vestir e ferramentas. Em causa estava o monopólio concedido por Pombal à Companhia do Grão-Pará. Os Jesuítas entenderam que este facto significava a ruína das aldeias dos índios, e procuraram reagir, nomeadamente através do padre Malagrida, que se deslocou à Corte em Lisboa. Alegava-se também que os inacianos se dedicavam ao comércio, o que corrompera muitos padres − esquecendo-se as anteriores concessões reais e pontifícias − e ainda que nas suas queixas, nomeadamente ao Geral da Congregação, difamavam o rei e o ministro. O seu envolvimento no atentado perpetrado contra D. José foi outra das acusações que fizeram contra os inacianos. Nada se provou contra estes, para além das confissões obtidas durante a tortura a que foram sujeitos o Duque de Aveiro e um dos Távoras. Na sentença que foi mandada ao Papa, os Jesuítas também foram acusados de terem incitado os amotinados do Porto em 1757. Todos estes acontecimentos tiveram lugar numa época histórica complexa, mas ao mesmo tempo cativante para o historiador como foi o século XVIII, em meados do qual o “Despotismo Esclarecido” estava amplamente divulgado na Europa. Em Portugal, esse sistema esteve geralmente associado ao Regalismo, sendo apontado o ministro de D. José I, mais conhecido por Marquês de Pombal, como o seu principal protagonista, durante o longo reinado do rei (1750-1777)5. Durante muito tempo foi comum atribuir-se ao ministro todas as realizações importantes da época, principalmente depois do terramoto de 1755 e do atentado contra o monarca ocorrido em 1758, altura em que os destinos do Estado passaram a estar nas mãos de Carvalho e Melo. Mas terá sido D. José um rei fraco, alheado dos assuntos da governação, levando uma vida de luxo, entregue aos prazeres da caça, da música e das aventuras amorosas, como diversos autores o caracterizaram? Será que delegou completamente no seu ministro toda a pesada responsabi5 –1Cf. António Leite, “A Ideologia Pombalina−Despotismo Esclarecido e Regalismo” in Como interpretar Pombal?, Lisboa, Ed. Brotéria, 1983, p. 27. 36 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas lidade de tomar decisões, limitando-se a assinar sem ler os documentos mais complexos, dando deste modo uma total e cúmplice cobertura à actuação do seu ministro, que lentamente se tornou aos olhos do reino uma figura omnipotente? Pensamos que não, sendo até normal o rei despachar com os secretários de estado quando a corte se encontrava em Mafra ou Salvaterra. O rei travou igualmente as pretensões de Pombal em relação ao julgamento dos Jesuítas, porque o desejo do ministro era fazê-los julgar por um tribunal civil, o que era sem dúvida um atropelo ao Direito Canónico que determinava que os inacianos fossem julgados nos tribunais eclesiásticos, mas, como seria de prever, o Papa negou a possibilidade em contrário. Mas este facto não evitou que os Jesuítas fossem desnaturalizados, presos e expulsos do reino e de todos os domínios do Ultramar por lei de 3 de Setembro de 1759, assinada conjuntamente pelo monarca e o seu omnipotente ministro. Dificilmente podemos acreditar, no entanto, que o monarca, apesar de influenciado por Pombal, tivesse podido acreditar na culpabilidade global dos Jesuítas, que antes, enquanto príncipe e nos primeiros anos do seu reinado, tanto estimara. Alguns historiadores têm mesmo afirmado, modernamente, que o Rei D. José foi umas vezes cúmplice e outras o instigador das acções praticadas pelo seu ministro. E se nos é difícil perceber se o monarca pensava de um modo diverso de Carvalho e Melo, o facto é que, em termos práticos, o monarca se identifica com Pombal, sendo o próprio Rei o primeiro responsável pelos actos praticados pelo seu ministro. O Marquês de Pombal interferiu igualmente nas ordens religiosas, ao perseguir os seus membros que não estavam de acordo com as idéias regalistas, através das escolhas que recaíam em pessoas que aprovavam as sua idéias e o seu modo de actuar, particularmente os religiosos que desejavam uma maior austeridade para as respectivas Congregações, e que foram acusados de violarem o segredo da confissão. Contudo, o objectivo maior da perseguição de Pombal foi, sem dúvida, a Companhia R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 37 Miguel Corrêa Monteiro de Jesus, de quem se procurou servir para alcançar o poder6. No entanto, a feroz perseguição que lhes moveu no País e no estrangeiro, valendo-se de todos os meios para alcançar os seus fins, culminando na sua desnaturalização, prisão e expulsão, foram bem a medida do ódio de Sebastião José aos jesuítas. Esta animosidade contra os filhos de Loiola está bem patente com a publicação da famosa Dedução Cronológica e Analítica (1767), onde a história nacional, sobretudo no que diz respeito aos seus períodos negativos, é vista como conseqüência nefasta da influência directa ou indirecta dos inacianos. Todo o espírito de isenção na linha de Fr. António Brandão e D. António Caetano de Sousa fora deixado de lado7. E, depois da morte do Marquês, estabeleceu-se uma divisão de opiniões a favor e contra Pombal. Os pombalinos, representados pelo ministro Sousa Coutinho, defenderam uma “interpretação da sua atitude como quase laicista, jusnaturalista, precursora dos novos tempos e de novas formas de governo, ligadas aos conceitos do despotismo iluminado”. Os que expressavam uma opinião diferente, considerando que o período pombalino tinha sido uma vergonha para o País, tinham no Visconde de Vila Nova de Cerveira a sua figura principal. Os ecos que chegavam até nós da Revolução Francesa contribuíram para a perda de importância da primeira corrente de opinião, sobretudo em termos políticos. A pressão internacional para que o Papa suprimisse uma Congregação a quem a Igreja devia tanto, usando toda a influência pessoal e diplomática para conseguir alianças para os seus intentos junto dos governos 6 –1O Marquês de Pombal ficou a dever a seu tio Paulo de Carvalho, lente da Universidade e arcipreste da Patriarcal, o seu património inicial, pois dele herdou, em 1737, bens em Oeiras e Sintra, prédios em Lisboa, e mais de 504 mil cruzados em dinheiro, e foi certamente esse tio que o relacionou com o Cardeal D. João da Mota, primeiro-ministro responsável pelo seu envio para Londres. Cf. J. Lúcio de Azevedo, O Marquês de Pombal e a sua época, Lisboa, Clássica Editora, 1990, p. 10. 7 –1Cf. J. Borges de Macedo, artº sobre Pombal, in Dicionário de História de Portugal, dirigido por Joel Serrão, Porto, Liv. Figueirinhas, 1992, vol. V, p. 113. Segundo este historiador, “Com a Dedução Cronológica inaugurou-se uma historiografia oficial abertamente partidária e que continuou até os nossos dias, tendo pertencido à cultura não-oficial o esforço de isenção e de justa análise”. 38 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas de Madrid e de Paris, não deu tréguas ao Papa Clemente XIII. Contudo, não se submetendo às imposições de que era alvo, o Pontífice Romano publicou o breve Apostolicum Pascendi de 7 de Janeiro de 1765, defendendo os inacianos. A reacção do ministro português não se fez esperar, e está patente na proposta apresentada aos governos da Espanha e da França, congregados contra os Jesuítas: a criação de uma força expedicionária para invasão dos Estados Pontifícios a fim de obrigar o Papa a extinguir a congregação Inaciana. Estava mesmo prevista a sua deposição no caso de se recusar a fazê-lo.8 Contudo, tal não foi necessário, visto que no dia 2 de Fevereiro de 1769, morria Clemente XIII, e as três potências conjugaram esforços, utilizando a sua influência junto à Santa Sé, para que o Papa a escolher fosse do seu agrado. O novo Papa eleito, Clemente XIV, foi assim ocupar a cadeira do Bispo de Roma em tempos conturbados para a cristandade. Não conseguindo enfrentar as ameaças das três cortes católicas, cedeu, acabando por decretar a extinção da Companhia de Jesus a 21 de julho de 1773. É bem verdade que os Jesuítas tinham inimigos. Alguns ataques contra eles foram feitos pelos enciclopedistas, designadamente D’Alembert que, no entanto, considerava que os jansenistas eram muito piores e se, por acaso, fossem poder, passariam a exercer sobre todos uma violenta repressão. Outros vieram mesmo do seio da própria Igreja através de congregações que olhavam o poder dos Jesuítas e a sua influência política com desconfiança e, porque não dizê-lo, com inveja. E se os ministros das potências católicas, Pombal, Choiseul, Aranda e Tanucci representando os governos de Portugal, França, Espanha e Nápoles, contribuíram com os seus ataques para a exaltação do espírito voltairiano, há que procurar a razão principal da extinção da Companhia na formação do Estado Nacional Moderno. A Congregação inaciana foi fruto da sua época, isto é, foi 8 –1Como a Espanha não se mostrasse muito interessada na empresa, o poderoso ministro de Luis XV, e Duque de Choiseul, enviou resposta através do embaixador francês acreditado em Lisboa, de que se tratava de um perigoso intento, e que o melhor seria as três potências interessadas na extinção dos inacianos esperarem mais algum tempo, pois o Papa Clemente XIII estava doente e avançado em idade, apostando-se, deste modo, na sua morte para se tomar decisões. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 39 Miguel Corrêa Monteiro fundada durante um período da história européia em que se degladiavam os sectores romano e germânico, tentando manter um certo distanciamento em relação às fronteiras nacionais e aos ventos que agitavam as bandeiras de Francisco I, Henrique VIII e os príncipes protestantes 9. A afirmação crescente dos nacionalismos, que se dava não só em Portugal, era comum à França, Espanha e Áustria. A influência francesa no destino da Espanha ainda foi maior com a candidatura dos príncipes franceses ao seu trono. Esta centralização foi provocando uma cada vez maior incompatibilidade entre as opções romanas dos inacianos e os interesses directos dos Estados Absolutos, como aconteceu nos territórios americanos da Espanha e de Portugal. A Companhia que manifestara uma abertura a todos os povos e culturas e uma enorme capacidade de adaptação às culturas diferentes dos valores transmitidos pela evangelização e pelo ensino, foi fazendo de aliada do filosofismo e procurou manter as melhores relações com os “déspotas iluminados”, mas não se conteve com os ataques que lhe eram dirigidos da Enciclopédia. Ao lidar com nacionalismos crescentes, as hipóteses de sobrevivência foram também escassas, porque teria sido preciso mudar tudo ou quase tudo, e fazer isto teria sido descaracterizar a Congregação. Sem dúvida que havia muito antigo aluno que detinha posições importantes no tecido social e nos quadros nacionais, mas seria possível à Companhia desligarse do seu voto de obediência ao Papa? E à ortodoxia católica? Como tornar autónomas as suas diversas províncias? Os Jesuítas tiveram que enfrentar esta tempestade que caiu sobre eles, confiando que de Roma, o Geral, Padre Lorenzo Ricci, eleito em 1758, conduzisse a nau a bom porto, enfrentando numerosos problemas como os constantes ataques dos jansenistas, dos galicanos e dos “filósofos”. 9 –1 Cf. Idem, ibidem, pp. 480-481. Para o autor, a Companhia tinha tentado adaptar-se, mas as “tentativas de apagar as suas origens externas, transnacionais, ultramontanas, abortam definitivamente no fim do reinado de Luís XIV, quando o Papa se serve da Companhia para fazer prevalecer em França a aplicação da Bula Unigenitus que pretende submeter a prática cristã à negação expressa do jansenismo. Está aí o principal ponto de ruptura que marca a ferro em brasa a Sociedade, instrumento de um processo inquisicional, opressivo, e decretado do estrangeiro”. 40 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas A complicar a situação estavam as relações com a Santa Sé que não eram as melhores desde há muito, visto que os Jesuítas tinham sido condenados na questão dos “rituais chineses”, e viram a História do Povo de Deus (Histoire du peuple de Dieu) do padre francês Berruyer ser incluída no Índex. Também havia muita discordância entre as posições de Roma e os missionários no respeitante ao Paraguai. Mas a grande ofensiva contra os inacianos partiu de Portugal, onde o fervor missionário dos companheiros de Loiola tinha sido tão proveitoso desde o reinado de D. João III. Como foi possível uma tal reviravolta? Será que Carvalho e Melo foi assim a única causa da desgraça da Companhia? Segundo Lacouture, “a causa antiga e profunda foi a situação conflituosa entre os Jesuítas fundadores das missões guaranis e as colónias portuguesas. Originariamente, como vimos, e primeiro sobre a protecção muito notória e muito directa de Madrid, os “Pais” haviam constituído os “redutos” como bastiões contra os caçadores de escravos, na sua maioria portugueses ou vindos de territórios controlados por Portugal, como os mamelucos paulistas. As relações entre a “República Guarani” e Lisboa baseavam-se, pois, na contradição”. Era forçoso que as grandes casas nobres fossem atingidas, sobretudo as que tinham interesses ultramarinos como as Casas de Aveiro e Távora. Esta política também se dirigiu às ordens religiosas com os mesmos interesses e influência no estrangeiro, sendo a Companhia de Jesus a mais significativa. Este processo teve diversas evoluções caracterizadas por uma guerra aberta no Brasil, pelos motins populares do Porto, e pela tentativa de eliminação física do rei e as relações tensas com a burguesia lisboeta. As dificuldades que o Estado atravessava não foram somente de natureza política. A diminuição das remessas de ouro brasileiro provocara efeitos no comércio do açúcar, diamantes e escravos. Este facto ocasionou uma diminuição do poder de compra de produtos estrangeiros, afectando principalmente as importações de Inglaterra. A somar às dificuldades comerciais, as nossas exportações também diminuíram, o que agravou ainda mais a crise nos rendimentos do Estado. Este conjunto de probleR IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 41 Miguel Corrêa Monteiro mas não fez desanimar Pombal, que procurou diminuir os seus efeitos em termos económicos e sociais. A responsabilidade da crise foi atribuída aos Jesuítas, culpados de todos os males de que o País sofria, através de uma vasta campanha interna e externa de propaganda política. As conseqüências foram a expulsão dos filhos de Loiola, a morte do Padre Malagrida aos oitenta e dois anos – prenunciadora do ajuste de contas com a alta nobreza do reino como veio a suceder depois do atentado contra o rei – o corte de relações com Roma, a perseguição a outras ordens religiosas, e aos pequenos e médios mercadores. A narração pormenorizada que Pombal levou a efeito contra a Companhia de Jesus, e que esteve na origem da perseguição, prisão e banimento dos padres inacianos não somente de Portugal continental, mas também de todo o Ultramar em 1759-1760 até à extinção da ordem em 1773, foi escrita pelo Padre Jesuíta José Caeiro, um contemporâneo entre muitos outros destes acontecimentos10. Pombal tentou justificar os seus procedimentos de diversas formas. Não só através Relação Abbreviada publicada em dezembro de 1757, e à qual alguns inacianos pretenderam dar resposta. Contudo, para não piorar a situação adversa em que estavam envolvidos os Jesuítas, tal resposta não foi autorizada pelo Provincial. Tentava-se deste modo evitar aumentar o clima de tensão entre o ministro de D. José e os filhos de Loiola, e que seria certamente desvantajosa para estes, como veio a acontecer mais tarde. Já desde o tempo da questão dos redutos que se receava na Congregação a reacção violenta de Pombal. As conseqüências não se fizeram esperar a começar pelos Jesuítas residentes na Corte, a quem foi dada ordem de expulsão, sendo-lhes vedada a entrada no paço. Aqueles inacianos desempenhavam importantes funções como confessores e perceptores de fidalgos e de membros da Família Real, como aconteceu com 10–1Veja-se José Caeiro, S. I., História da Companhia de Jesus da Província de Portugal (Séc. XVIII), Lisboa, Edit. Verbo, 1995-1999. Trad. portuguesa segundo o ms. Livraria 2600-2601 do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Lisboa, por Júlio Morais S. I. (Livro I) e José Leite, S. I. (Livros II-V). 42 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas o Infante D. Pedro, irmão do Rei, e das filhas deste, em que destacamos a futura rainha D. Maria I. A sua influência era ainda maior por serem conselheiros do monarca nas questões de âmbito moral e eclesiástico, pelo que a sua saída provocou as mais diversas reacções. Recearia Pombal que informassem o rei dos acontecimentos ocorridos no Brasil? E teria sido realmente necessário? Foram igualmente desterrados outros Jesuítas da capital, assim como os 21 que haviam chegado do Maranhão, por ordem do Governador, Francisco Almada e Mendonça, que era irmão de Pombal. Sobre as acusações de que foram alvo, nenhuma tinha ficado provada. Desterrados então, seriam igualmente presos em 1759. Por altura destes acontecimentos, Carvalho e Melo acusou os Jesuítas, sobretudo através da Relação Abreviada como referimos, apresentada ao Papa Bento XIV. No limiar da sua vida, o Papa não quis deixar de atender a um documento oficial da coroa portuguesa, e tendo também em conta que as acusações eram graves, nomeou o Cardeal Francisco de Saldanha para Visitador da Companhia de Jesus em Portugal, tendo-lhe recomendado discrição e moderação no inquérito que iria realizar. Os Jesuítas receberam a notícia da nomeação do Cardeal Saldanha a 2 de maio de 1758 e confiaram que a visita do reformador da sua Congregação se faria com toda a imparcialidade. No entanto, o Cardeal Visitador não realizou a investigação como lhe fora ordenado pelo Papa, condenando os Jesuítas por fazeram comércio vedado aos religiosos, e proibindoos de continuarem a fazê-lo, ameaçando-os com a pena de excomunhão. Ao acusar os jesuítas de “amotinados, infiéis ao rei, manchados com o crime de negociação e semeadores de doutrinas falsas e sediciosas”, Pombal pretendia deixar o Patriarca de Lisboa, D. José Manuel da Câmara, sem capacidade para reagir, cedendo aos desejos do ministro. Assim, a 6 de junho de 1758 foi retirada aos filhos de Loiola a capacidade de confessar e pregar, sendo mesmo proibidos de o fazer na igreja patriarcal de Lisboa. O ódio contra os inacianos terá sido a principal razão que moveu R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 43 Miguel Corrêa Monteiro Pombal? Será que foi este o principal motivo do ministro de D. José, a justificar a afirmação de João Lúcio de Azevedo de que “toda a acção pombalina é consequência do seu ódio antijesuítico”?11 Terá sido esta a verdadeira razão da feroz perseguição à Companhia de Jesus, iniciada pelo ministro português e rapidamente alargada à França, Espanha e alguns estados italianos? Terá sido aquele o principal motivo dos pedidos feitos pelos governos para, através de ameaças directas ou veladas, obterem do Papa a extinção da Congregação inaciana? Diremos ainda com Lúcio de Azevedo, referindo-se a Pombal, que “Dentro e fora do País foi grande a repercussão dos seus actos. Como Tanucci e Aranda, Frederico, o Grande, e José II de Áustria, quis a golpes de tagante despertar a sua nação para a vida nova, que o fermentar das idéias, a meio do século XVIII, deixava obscuramente entrever. Mas, sempre imbuído da rotina que pensava repudiar, foi seu principal esforço consolidar o poder régio, rematando o abaixamento já secular da nobreza, e, até onde foi possível, emancipando a autoridade civil da tutela romana, obra que a Idade Média principiara”12. Como seria de esperar, esta intenção do Papa não foi do agrado das cortes interessadas na perda da Companhia, e o direito que se concede a quem é acusado para que se defenda, um direito aliás bem cristão, foi recusado aos amigos de Jesus. O que receavam? Que os jesuítas conseguissem convencer os juízes se estes fossem isentos? O facto é que as cortes 11–1Cf. António Leite, “A Ideologia Pombalina-Despotismo Esclarecido e Regalismo”, in Como Interpretar Pombal?, Lisboa, Ed. Brotéria, 1983, p. 53. Para o autor, a razão “era a mesma porque os jansenistas e regalistas, sobretudo em França, tanto odiavam os Jesuítas: a oposição que sobretudo aqueles religiosos manifestavam contra as idéias menos ortodoxas, ou mesmo francamente heterodoxas dos jansenistas e dos regalistas e galicanos, sobretudo contra o Papa, ao qual os Jesuítas se mantinham fiéis, até em virtude de um voto especial de obediência que emitiam os seus professos”. 12–1J. Lúcio de Azevedo, op. cit., p. 7. “A execução do tratado de limites no Brasil, o estabelecimento da companhia do Grão-Pará, a Declaração da Liberdade dos Indígenas da América pertencem a este período do Governo pombalino, antecedente ao terramoto, e constituem na sua ligação o facto culminante de todo o reinado. Com efeito, esses actos levaram Carvalho à luta com os Jesuítas, e daí por diante toda a administração se orienta pela idéia sobreposta a tudo o mais, de os vencer e aniquilar”. 44 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas não aceitaram a realização do Concílio. Na madrugada do dia 21 de julho de 1773, Clemente XIV assinou o breve Dominus ac redemptor que suprimia a Companhia de Jesus. De que valeram as manifestações posteriores de arrependimento? Não tinha o Papa o poder de revogar um documento de que foi responsável? Não sabia o sucessor de Pedro que a supressão dos Jesuítas representaria sempre um duro golpe no “edifício” cristão, e que o seu próprio prestígio ficaria afectado? O facto é que no Breve criticou profundamente inacianos, acusando-os de serem uma fonte de discórdias para a cristandade: “... A Sociedade, quase ainda no berço, viu nascer no seu seio diferentes germes de discórdias e de invejas que não só dilaceraram os seus membros mas também os levaram a sublevar-se contra outras Ordens religiosas, contra o Clero Secular, as Academias, as Universidades, os Colégios, as escolas públicas, e contra os próprios Soberanos que os haviam acolhido nos seus Estados”. O texto tenta justificar, no passo seguinte, os motivos que levaram à expulsão da Companhia de Jesus: “não houve nenhuma das acusações mais graves que não fosse feita contra esta Sociedade, e a paz e a tranqüilidade da Cristandade foram durante muito tempo perturbadas (...)”, justificando-se em seguida a atitude tomada pelas monarquias de Bourbon: “ao ponto de os nossos caríssimos filhos em Jesus Cristo os reis de França, Espanha, Portugal e das duas Sicílias serem obrigados a banir dos seus Reinos, Estados e províncias todos os religiosos desta Ordem, persuadidos de que este meio extremo era o único remédio para tantos males e o único que se devia usar para impedir os Cristãos de se insultarem, de se provocarem mutuamente e de se ofenderem no próprio seio da Igreja, sua mãe. Mas estes mesmos reis, nossos caríssimos filhos em Jesus Cristo, pensaram que este remédio não poderia ter um efeito duradouro nem estabelecer a tranquilidade no universo cristão, se a Sociedade em si não fosse inteiramente suprimida e abolida”. Segundo a opinião do Professor Borges de Macedo, o governo pom- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 45 Miguel Corrêa Monteiro balino, como uma realidade em si mesma, desligado da respectiva realidade social e política onde se integra, assim como das restantes perspectivas económicas e culturais, tem sido visto como sendo obra do Ministro Pombal, de D. José ou dos dois. “Nesse dimensionamento, esquecem-se, quase sempre, não as pessoas, mas as posições contrárias e o que elas defendiam, assim como a situação do País dentro da qual elas fazem sentido. Mas na História Política, a actuação dos governos e das oposições nunca se bastam a si próprias”13. Refere ainda aquele historiador que é forçoso considerar a época pombalina “como um todo onde os contrários existem” para a podermos compreender. “Nela, os Jesuítas foram vencidos, precisamente, porque tinham algo de importante a dizer, a que o aparelho de Estado se opôs porque tinham algo de importante a defender. As sociedades são assim. Mal vai quem as julga de outro modo e supõe que os homens se esgotam nesses problemas do dia a dia. Para vencer os Jesuítas, Pombal teve de os esmagar. Isto significa que a mensagem que representavam era essencial para o tempo em que estes acontecimentos ocorreram. A fatalidade da história é só a de que tem de haver vencedores e vencidos. Não se segue daí que estes últimos estejam em erro ou em culpa; pode significar que a sua mensagem é, por um momento, ultrapassada pelos acontecimentos. E foi o que sucedeu. Na dialéctica da sociedade portuguesa do século XVIII, seguros da justeza da sua posição, quanto à origem do poder, como defensora dos homens contra o perigo da tirania, os Jesuítas foram vencidos mas não recuaram nessa posição doutrinária. Era, como se viu, o essencial” 14. A 3 de setembro de 1759 completava-se um ano sobre o grave atentado contra o Rei D. José. Esta foi a data escolhida para publicação da lei que acusava os Jesuítas. 13–1Jorge Borges de Macedo, “Dialéctica da Sociedade Portuguesa no tempo de Pombal”, in Como interpretar Pombal?, Lisboa, Edit. Brotéria, 1983, pp. 22-23. 14–1Idem, ibidem, p. 23. 46 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas “Declaro os sobreditos Regulares na referida forma corrompidos, deploravelmente alienados do seu Santo Instituto, e manifestamente indispostos com tantos, tão abomináveis, tão inveterados e tão incorrigíveis vícios para voltarem à observância dele, por notórios rebeldes, traidores, adversários e agressores, que têm sido e são actualmente, contra a minha Real Pessoa e Estados, contra a paz pública dos meus reinos e domínios, e contra o bem comum dos meus fiéis vassalos; ordenando que como tais sejam tidos, havidos e reputados; e os hei desde logo, em efeito desta presente lei, por desnaturados, proscritos e exterminados; mandando que efectivamente sejam expulsos de todos os meus reinos e domínios, para neles mais não poderem entrar; e estabelecendo, debaixo de pena de morte natural e irremissível e de confiscação de todos os bens para o meu fisco e câmara real, que nenhuma pessoa, de qualquer estado e condição que seja, dê nos meus reinos e domínios entrada aos sobreditos Regulares ou qualquer deles, ou que com eles, junta ou separadamente, tenha qualquer correspondência verbal ou por escrito, ainda que hajam saído da referida Sociedade e que sejam recebidos ou professos em quaisquer outras províncias de fora dos meus reinos e domínios” 15. Em conseqüência destes crimes eram expulsos de Portugal e seus domínios. Num “Comentário” ao julgamento do Tribunal de Lisboa, publicado pelas Novidades Interessantes pode, ler-se o seguinte: “Foi o rei de Portugal que decidiu despojar os Jesuítas daquela soberania que tinham usurpado no Paraguai e que lhes era mais cara do que as meninas dos olhos (...). É por isso que os Jesuítas dão lições não só de revolta e sedição, mas também de assassínio e de sangue (...). Estes ‘Pais’ decidem autoritariamente que matar o rei não é sequer um pecado venial (...). Qual não será o excesso desta maldade, quando a deliberação e a decisão dizem respeito não à vida de um particular mas à do Soberano; quando se trata de a sa15–1 “Lei da Expulsão da Companhia de Jesus” in José Caeiro, S. I., História da Expulsão da Companhia de Jesus da Província de Portugal (Séc. XVIII), Lisboa, Editorial Verbo, 1999, pp. 391-393 com ortografia actualizada. O texto pode igualmente ser encontrado na Colleção de Leis, Decretos, e Alvarás, Ordens régias e editaes, que se publicárão desde o Anno de 1759 até 1764, Lisboa, bem como na Colleção dos Negócios de Roma, I, Lisboa 1874, pp. 114-116. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 47 Miguel Corrêa Monteiro crificar não a um interesse público, real ou suposto, o que deixaria ainda ao projecto um grau de enormidade que faz horror, mas ao interesse particular daqueles que pronunciam a decisão, do que só os Jesuítas são capazes. (...) Estes ‘Pais’ não são talvez os únicos que têm defendido que por vezes é permitido matar os reis; mas são os únicos que nunca abandonaram esta doutrina execrável. São os únicos que a adoptaram. São os únicos que a ensinam numa tradição perpétua, desde há mais de cento e cinqüenta anos. São os únicos, enfim, a tomarem-na como regra de conduta e a aplicá-la no seu próprio interesse...” 16. Mais uma vez foram os inacianos acusados de pretenderem usurpar o território do Brasil, pelo que a maneira rápida como se tinha enfrentado este problema foi até considerada benéfica para a coroa, considerandose que, se tivessem esperado mais dez anos para os reprimir, os Jesuítas poderiam resistir com êxito às forças européias coligadas. Refere ainda o documento que foi o fracasso deste projecto que levou os padres inacianos a prepararem a ruína da real pessoa assim como dos vassalos, preparando o atentado de que fora vítima o monarca no ano anterior. Então, como é referido no documento, “passaram a atentar contra a minha fama a cara descoberta, maquinando e difundindo por toda a Europa, em causa comum com os seus sócios das outras regiões, os infames agregados de disformes e manifestas imposturas”. Nessa data era publicado o decreto de expulsão dos Jesuítas, declarando o Rei que os considerava: “corrompidos, deploravelmente alienados do seu santo instituto, e manifestamente indispostos com tantos, tão abomináveis, tão inveterados e tão incorrigíveis vícios para voltarem à obediência dele, por notórios rebeldes, traidores, adversários e agressores, que têm sido e são actualmente, contra a minha real pessoa e Estados, contra a paz pública dos reinos e domínios, e contra o bem comum dos meus fiéis vassalos; ordenando que tais sejam tidos, havidos 16–1Nouvelles intéressantes, Tomo III, p. 447. 48 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas e reputados; e os hei desde logo, em efeito desta presente lei, por desnaturalizados, proscritos e exterminados; mandando que efectivamente sejam expulsos de todos os meus reinos e domínios, para neles mais não poderem entrar; e estabelecendo, debaixo de pena de morte natural e irremissível e de confiscação de todos os bens para o meu fisco e câmara real, que nenhuma pessoa, de qualquer estado e condição que seja, dê nos meus reinos e domínios entrada aos sobreditos Regulares ou qualquer deles, ou que com eles, junta ou separadamente, tenha qualquer correspondência verbal ou por escrito, ainda que hajam saído da referida Sociedade (...) a menos que as pessoas que os admitirem, ou praticarem, tenham para isso especial licença minha...”. Por conseguinte, os Jesuítas foram presos por todo o reino e respectivas possessões no ultramar, as suas escolas cercadas e encerradas, os seus bens arrolados e confiscados e os seus membros, incluindo os noviços, presos onde quer que estivessem. Metidos em prisões desumanas, aguardaram penosamente o momento de embarcar para Itália, permanecendo os estrangeiros nos cárceres nacionais. Os inacianos portugueses acusados ficaram igualmente nas prisões estatais, como aconteceu aos provenientes do Grão-Pará e Maranhão. A expulsão foi o golpe de misericórdia no condenado, afastando de vez a influência que a Congregação inaciana tivera na política portuguesa, motivando o desdobramento de esforços e energias de vários reinos católicos que em Roma se multiplicavam em actividades para a extinção da própria Companhia. Referimos como o recém-agraciado Conde de Oeiras se desembaraçou daqueles que julgou serem os seus maiores inimigos, e expulsou o núncio Acciaiuoli sob um pretexto rídiculo de ordem protocolar. Este incidente provocado tinha como finalidade última a criação de uma situação de corte institucional com a Corte Pontifícia, que recebera os Jesuítas portugueses acusados de se terem organizado para contrariar a acção de Pombal, e conseqüentemente o embaixador português em Roma retirou-se. Não deixaram os bispos portugueses de obedecer à Santa Sé? Com que intenção? Tudo indicia, como referimos, que Pombal projectou a criação de uma igreja independente de Roma. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 49 Miguel Corrêa Monteiro Decorridos apenas três escassos meses do decreto de confisco dos bens inacianos em Portugal, sucedeu a ordem de expulsão. De facto, o Rei D. José informou o Papa através de carta datada do dia 20 de Abril de 1759, da sua decisão de expulsar os Jesuítas do reino. Mas, paradoxalmente, parecia que não havia grande pressa em fazer embarcar a caminho do exílio os primeiros Jesuítas, o que ocorreu em 16 de setembro, quando 132 padres partiram de Lisboa. Logo a seguir, a 5 de outubro, os Jesuítas foram declarados rebeldes e traidores e o próprio Cardeal Visitador nesse mesmo dia alertava o povo católico para o perigo que corria se os contactassem, acusando os inacianos de não se quererem emendar dos seus erros, e pedindo para eles a oração dos fiéis para que se convertessem. Depois de uma viagem muito dura, em que foram tratados como objectos amontoados, chegaram ao porto de Civitavecchia, que fazia parte dos territórios Pontifícios, no dia 24 de outubro. Presos em condições desumanas, suportando o frio e a humidade das masmorras onde muitos vieram a falecer, os inacianos, sobretudo os mais jovens sem os votos definitivos, foram tentados a pedir ao Cardeal Saldanha a dispensa dos votos anteriormente feitos, ficando deste modo no reino. Sem forças anímicas para resistir e pressionados igualmente pelas famílias, alguns renunciaram, mas a esmagadora maioria, que incluía até os noviços da Congregação, resistiu, como aconteceu em Coimbra onde de 145 escolásticos somente três cederam. 17 O caminho do exílio foi realmente muito longo para os inacianos. Entre 1759 e 1769, decorreu uma década em que o Governo de D. José esteve apostado no enfraquecimento da Igreja. Podemos utilizar mesmo a expressão de combate ou batalha diplomática, capitaneada pelo lado português por esse homem de notável determinação e energia que foi Carvalho e Melo. E no fundo era o interesse temporal que estava em causa. Não vira a Europa do século XVI o interesse com que os príncipes alemães se apressaram a enfileirar ao lado das teses de Lutero quando se 17–1Cf. William Bangert, S. J., História da Companhia de Jesus, Porto, Livraria A. I., 1985, p. 447. “Dos 1700 membros da Assistência Portuguesa, incluindo os missionários de além-mar, seis sétimos permaneceram fiéis à Companhia. O governo procedeu a expulsão por fases, vindo a aportar na Itália cerca de 1100 Jesuítas portugueses”. 50 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas falou em nacionalizar os bens das ordens religiosas? Agora tratava-se de extinguir uma Congregação que fazia sombra ao poder dos reis absolutos, e por isso Pombal obteve a aliança dos Governos francês e espanhol. E porque de uma batalha se tratou, todos os meios foram utilizados pelos atacantes para alcançar a vitória: as ameaças directas, os subornos escondidos, as promessas a cumprir no futuro, os argumentos verbais e a propaganda escrita, nomeadamente o livro Dedução Cronológica e Analítica, publicado em Lisboa em 1767, e que teve enormes conseqüências no descrédito lançado contra a Companhia de Jesus, acusada de ser a responsável dos momentos negativos acontecidos na História de Portugal desde o seu estabelecimento no País. E nesta “guerra” tudo serviu, desde a ameaça de um corte religioso com a Santa Sé, à invasão dos seus domínios por uma coligação militar dos países burbónicos, aos subornos a certas figuras da corte pontifícia de Clemente XIII e à propaganda. O longo caminho do exílio começara para os Jesuítas em 1755, ano em que Carvalho e Melo enviou um decreto assinado pelo Rei ao Pará, que era a capital da capitania do Grão-Pará e Maranhão, governada por Francisco Xavier de Mendonça Furtado, irmão do ministro. Segundo refere o Padre Anselmo Eckart, como conseqüência deste acto, foram exilados três padres Jesuítas: Teodoro da Cruz, António José e o Padre Roch Hundertpfund, natural da Baviera, conhecido e estimado pela rainha viúva de D. João V 18. Foram os primeiros exilados. Ao aportarem a Lisboa a 19 de novembro de 1755, puderam ver uma cidade destroçada pelo grande terremoto na sua caminhada para o Colégio de Santo Antão, que fora também atingido, servindo agora como hospital. Tendo ordens para se manterem disponíveis para serem convocados a qualquer momento, o facto é que isso nunca aconteceu. Já anteriormente (em 1753), fora chamado pela rainha o padre Malagrida para a assistir espiritualmente, e que pedia ao povo para fazer penitência, considerando que o terremoto era um castigo divino. Para trás tinham deixado longos anos de trabalho junto das populações 18–1Cf. Anselmo Eckart, S. J., Memórias de um Jesuíta prisioneiro de Pombal, Braga, Livraria A. I., 1987, p. 19. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 51 Miguel Corrêa Monteiro indígenas. A sua vinda foi como um presságio para os acontecimentos dramáticos que ocorreriam posteriormente. Em Setembro de 1757, os padres Jesuítas foram afastados da Corte com a justificação de que já não eram necessários. Esta notícia foi-lhes comunicada em plena noite, tendo apenas tempo para juntar os seus parcos haveres, e deixar o Palácio Real sob escolta militar. No dia seguinte, a entrada na Corte foi vedada igualmente ao Padre Provincial quando este procurava saber o que se passava, com a informação da parte de Pombal da proibição de entrada a qualquer Jesuíta. Em finais do mês de novembro de 1757, começava igualmente o longo caminho do exílio para dez Jesuítas do Pará. Além do Reitor do Colégio, foram expulsos mais nove missionários, sendo três deles alemães. Relata o Padre Eckart, que foi um dos expulsos, que os inacianos foram metidos num navio de guerra que transportava material bélico, partilhando o seu alojamento com outros dez padres Capuchos. Depois de dois meses e meio de viagem marítima algo atribulada em que foram vistoriados por duas naus inglesas, a comitiva dos exilados fora engrossada com mais cinco Jesuítas vindos do Maranhão que viajavam em barcos pertencentes à Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão. Chegados à foz do Rio Tejo no dia 12 de fevereiro de 1758 e depois de um episódio perigoso passado com um dos navios que evitou à justa um naufrágio, ainda tiveram que esperar a bordo quatro dias antes de serem autorizados a desembarcar. Este facto aconteceu perante a assistência de uma multidão que queria observar os inacianos. Uma vez desembarcados, foram transportados em oito caleches, e por ordem de Carvalho e Melo partiram para o exílio em Sanfins, tendo pernoitado em Sacavém. Foi durante esta viagem que o grupo de exilados teve conhecimento do libelo intitulado Relação Abreviada da República dos Jesuítas do Paraguai, um dos livros que mais mal fez aos Jesuítas, tendo Pombal mandado imprimir só na cidade de Lisboa 20 mil exemplares que foram distribuídos por diversos nobres e religiosos, assim como aos embaixadores portugueses nas cortes européias, onde foi traduzido e igualmente divulgado. 52 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas A política de Pombal foi a de resolver de uma vez por todas o problema da Companhia de Jesus em Portugal, e sem qualquer aviso enviar para os Estados Pontifícios cerca de 1500 jesuítas, para que o Papa os acolhesse e lhes desse sustento e trabalho, uma questão grave, visto estarem condenados a desterro perpétuo. No entanto, procurou separar os não-professos, muitos deles jovens adolescentes dos inacianos com o 4º voto, porque se considerava que não sendo ainda professos não tinham ainda tomado conhecimento oficial das maquinações e projectos secretos da Companhia contra o Rei e os seus domínios, e com muitas ameaças e promessas de liberdade, tentou-se que abandonassem a Congregação. Apesar de todas as vicissitudes porque tinham passado no seu longo caminho do exílio, os Jesuítas portugueses experimentaram na Itália a liberdade relativa dos que se consagram à vida religiosa. Viviam com pouco, situação que se foi agravando como veremos, muitos não tinham trabalho específico, em virtude do aumento da oferta que de repente tinha aparecido junto das comunidades italianas, tinham muitas saudades dos seus parentes e amigos, mas estavam livres, viam a luz do sol e respiravam ar puro. A situação para os que ficaram em Portugal foi bem diferente. Os que se encontravam em Azeitão continuaram a enfrentar as tentativas levadas a cabo para que abandonassem a Companhia. Eram ainda submetidos às mais árduas provações, tendo aí falecido diversos Jesuítas, como os Padres João Lopes, que fora Reitor do colégio de Setúbal, e António Pais, já muito idoso, que fora companheiro do Padre Malagrida no Maranhão. Deste local veio também para Azeitão e aí morreu o Padre Manuel Taborda, e o Irmão Carlos Correia, nascido no Brasil. Será legitimo considerar que Pombal obteve vitória sobre a Companhia de Jesus? Não estava o País em dificuldades quando Carvalho e Melo se tornou Secretário de Estado? Onde é que estava o Portugal de outros tempos, a nação poderosa do século XVI, com muitas das suas conquistas perdidas para ingleses e holandeses? Não terá sido esta vitória de Pombal, segundo refere o padre inaciano William Bangert, “um estranho acto de automutilação”? É que a atitude do Ministro de D. José não deixa de parecer estranha, porque em vez de procurar dar consistência ao R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 53 Miguel Corrêa Monteiro País e aos domínios do ultramar, precisamente quando o momento era de crise, o Marquês, “com a cegueira própria dos Iluministas, baniu um grupo numeroso de homens que, além das suas criações literárias, científicas e espirituais, dirigiam vinte colégios em Portugal, e trinta nas colónias. (...) Embora Pequim e Nanquim legalmente estivessem dentro da esfera do Padroado português, o Vice-Rei da Índia, Manuel Saldanha de Albuquerque, a mais alta autoridade portuguesa no Oriente, recebeu instruções para não tocar nos Jesuítas da China, porque esses viviam “mais como gentios do que como religiosos”, e não eram facilmente substituíveis. Mas dos outros campos de missão, consagrados pelos suores de alguns dos maiores apóstolos da história, como a Índia, de Francisco Xavier, Roberto de Nobili e João de Brito; Macau de Alessandro Valignano e Matteo Ricci; o Brasil de Manuel da Nóbrega, José de Anchieta e António Vieira; a África de Gonçalo da Silveira, Baltazar Barreira e Pedro Pais − de todas estas regiões ultramarinas, as naus, transportando nos porões superlotados e insalubres cerca de 850 homens, sulcaram os mares em direccção à Europa” 19. A história repetiu-se. Mas desta vez não foram cristãos novos a abandonar o Reino, desterrados, mas levando as suas riquezas e contribuindo para o desenvolvimento económico de outras nações. Agora eram homens de grande cultura e experiência cujo exílio provocou um enorme vazio nos territórios por eles deixados, como o Brasil, e um retrocesso em termos educativos, porque os colégios ficaram sem mestres qualificados, obrigados a transportar para outras paragens o seu saber. Se, por um lado, foi em Portugal que se iniciaram os cerrados ataques contra a Companhia de Jesus que acabaram por a perder, foi, por outro lado, com profunda emoção que se assistiu ao heróico exemplo que deram todos aqueles que aceitaram o exílio perpétuo de preferência à renúncia da sua fé e dos seus votos. Ao testemunho de inacianeidade que foi dado por professos e não-professos, alguns com 16 anos de idade, que souberam resistir a todas as ameaças e promessas de liberdade e de pensões para abandonarem a Companhia, tudo enfrentando desde os tra19–1Cf. William Bangert. op. cit., pp. 448-449. 54 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 Discurso de posse: Pombal e os Jesuítas tamentos desumanos, às ameaças de perpétua prisão, à morte pela fome em ilhas desertas ou nas costas de África, às ternas súplicas de mães e irmãs, regadas com lágrimas que fizeram alguns vacilar, apelos de amigos e de familiares horrorizados com a perspectiva do exílio para sempre em terra distante. Em nome da fé tudo souberam sofrer e ultrapassar. E mesmo se houve alguns que fraquejaram como é próprio dos homens, este facto ainda vem engrandecer mais o mérito dos que renunciaram a viver em liberdade no seu próprio País, e a viver o seu longínquo desterro com resignação, preferindo isso a violar os seus votos e a sua vocação religiosa. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 55 Miguel Corrêa Monteiro Referências bibliográficas Azevedo, Lúcio, O Marquês de Pombal e a sua época, Lisboa, Clássica Edit., 1990. Bangert, William, S. J., História da Companhia de Jesus, Porto, Livraria A. I., 1985. Caeiro, José, S. I., História da Companhia de Jesus da Província de Portugal (Séc. XVIII), Lisboa, Edit. Verbo, 1995-1999. Colleção de Leis, Decretos, e Alvarás, Ordens régias e editaes, que se publicárão desde o Anno de 1759 até 1764, Lisboa, bem como na Colleção dos Negócios de Roma, I, Lisboa 1874. Eckart, Anselmo, S. J., Memórias de um Jesuíta prisioneiro de Pombal, Braga, Livraria A. I., 1987. Falcon, Francisco José Calazans, A época pombalina, São Paulo, Ática, 1982. Leite, António, S.J., “A Ideologia Pombalina - Despotismo Esclarecido e Regalismo”, in Como Interpretar Pombal?, Lisboa, Ed. Brotéria, 1983, pp. 27-54. Veja-se igualmente Macedo, Jorge Borges de, “Dialéctica da Sociedade Portuguesa no tempo de Pombal”, in Como interpretar Pombal?, Lisboa, Edit. Brotéria, 1983, pp. 22-23. Macedo, J. Borges de, artº sobre Pombal, in Dicionário de História de Portugal, dirigido por Joel Serrão, Porto, Liv. Figueirinhas, 1992, vol. V, p. 113. Monteiro, Miguel Corrêa, Inácio Monteiro (1724-1812) um jesuíta português na dispersão, Lisboa, Centro de História da Universidade de Lisboa, 2004. 56 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):33-56, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Pedro Aranha Corrêia do Lago DISCURSO DE RECEPÇÃO AO SÓCIO PEDRO ARANHA CORRÊA DO LAGO Alberto Venancio Filho1 O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro recebe hoje como Sócio Honorário brasileiro um historiador da Arte, um bibliófilo, um colecionador, um ex-livreiro e um editor, mas dentre tantos títulos se destaca, sobretudo, o pesquisador. Assim foi salientado na proposta de admissão assinada por mais de uma dezena de sócios: “Queremos acentuar que as atividades a que vêm se dedicando o candidato, no campo da cultura, na pesquisa, colecionamento, estudo, divulgação, de documentos históricos, e de Arte, livros, inclusive os raros, sempre teve neste Instituto pesquisadores dedicados, desde os precursores, como Rio Branco, Varnhagen, ou Affonso Taunay, até os mais recentes, como, por exemplo, José Antônio, no Recife; Mindlin em São Paulo; Ferrez, ou Sousa Leão, no Rio; cada um com suas características mas, certamente, todos importantes para o campo cultural de nosso País.” Neto de Oswaldo Aranha, Pedro Corrêa do Lago nasceu em 1958 no Rio de Janeiro. Poucos anos depois o pai, o Embaixador Antônio Corrêa do Lago, foi removido para Caracas, o que lhe proporcionou na meninice o conhecimento da língua espanhola, na qual aprendeu a ler e escrever. Estágio importante foi também a residência em Genebra, a cidade de Calvino e Rousseau, e a freqüência ao liceu de língua francesa, onde tomou conhecimento da cultura francesa e universal. Em muitos casos o drama de filhos de diplomatas são apenas curtas estadas no Brasil e longas permanências no exterior, que provocam o desenraizamento e o desconhecimento da cultura do seu País. Não foi o caso do nosso homenageado, as freqüentes vindas ao Brasil, quando vivendo no exterior, e realizando curso de humanidades em colégio no Rio deixaram marcas 1 –1Sócio Titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 57 Alberto Venancio Filho firmes no primado da Cultura Brasileira. Quando da formatura no Colégio Santo Inácio, vivíamos na época os malefícios do bacharelismo que afastava dos cursos de direito jovens com predisposições humanísticas e estávamos em predomínio da era dos economistas. Optou pela Economia e formou-se pela PUC, tendo entre seus professores Pedro Malan e como colegas Armínio Fraga e Gustavo Franco. A escolha da dissertação de Mestrado revelaria o interesse histórico: a evolução da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), órgão criado em 1945 no Governo Vargas para controle e fiscalização do sistema bancário, e vinte anos depois absorvido pelo Banco Central. O interesse pela Arte e pela Pesquisa começou na infância, na casa dos pais, na Bélgica, dos 11 aos 16 anos, folheando livros de Arte. A residência era próxima da Alemanha, da França e da Holanda, e a família passava o domingo em visitas a cidades históricas ou museus. Nessa época, já com surgimento do interesse por papéis e documentos, estudou a pintura moderna, inclusive para orientação de coleções, e por extensão se interessou pela pintura antiga. O interesse por livros raros veio de freqüentar livrarias antiquárias em Bruxelas e Paris durante toda a adolescência, pois em algumas delas eram também vendidos documentos e papéis. Após a formatura trabalhou por pouco tempo numa instituição financeira, mas se tornou logo sócio, durante um ano, numa firma que fornecia livros correntes brasileiros às universidades americanas. Durante esse período formulou o projeto de uma livraria de livros raros em São Paulo, e foi convidado em encontro casual na Inglaterra para representante da Sotheby’s em São Paulo. Em qualquer atividade humana, a fortuna maquiaveliana é indispensável para o êxito e na pesquisa histórica ela é extremamente importante. E dela o novo sócio tem sido bem aquinhoado. Dois exemplos, entre muitos, são ilustrativos. Percorria a Lima Li58 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Pedro Aranha Corrêia do Lago brary, doada pelo ilustre historiador e nosso consócio à Universidade Católica de Washington, para examinar um quadro de Frans Post quando verificou em cima de uma estante um quadro que o curador Thomas Cohen declarava ser de Chamberlain, mas o olho clínico do visitante verificou logo ser de Taunay, e que seria capa de um dos seus livros. De outra feita, ao avaliar uma coleção de livros antigos num apartamento da Rui Barbosa, reparou em cima de uma estante num determinado quadro. Ao examiná-lo concluiu ser quadro procurado há muitos anos, uma pintura de Pailière, o mais importante quadro descritivo da Cidade de São Paulo no século XIX. Mas a fortuna se conjuga a virtude do especialista que sabe examinar e com o cabedal de seus conhecimentos chegar a conclusões exatas. Examinando os livros de gravuras o volume “Iconografia Brasileira” (Coleção Itaú), inclui uma das mais importantes coleções já formadas do País. O volume apresenta tanto obras individuais excepcionais quanto um conjunto quase exaustivo da iconografia impressa publicada no século XIX. Reúne uma das mais expressivas coleções de gravuras publicadas sobre o Brasil durante o período que se estende desde 1847 a 1869. A essas gravuras se adiciona conjunto de óleos e aquarelas de grande importância, tanto da imagem do nosso passado como de obras de arte de qualidade relevante. A coleção abrange imagens do Brasil inscritas num amplo espectro, a começar no século XVII com Frans Post, o nosso primeiro paisagista até 1860, quando a disseminação da fotografia determina o fim dos álbuns de gravuras de temas brasileiros editados no Brasil e no exterior. A iconografia brasileira do século XVII tem a expressão de novo, se comparada à pobreza das imagens nos Estados Unidos, que só alguns anos depois alcançara o privilégio de que o Brasil já teve em 1637, ter a sua paisagem pintada por artista profissional formado na Europa. Prefaciando um dos primeiros livros A Iconografia Paulista do Século XIX, escreveu José Mindlin: R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 59 Alberto Venancio Filho “Espero que este ensaio de pesquisa de Pedro Corrêa do Lago, tão bem sucedido, não se limite ao presente volume. A iconografia brasileira ainda tem muitos mistérios, especialmente a do Brasil Colônia. Acho que todos devemos ser gratos ao autor pelo prazer que nos proporcionou. Mas acho também que todos esperamos vê-lo continuar seus esforços, valendo-se da nova faceta de seu talento que este livro revelou”. O prognóstico se confirmou procedente e várias outras obras surgiram de sua pena. Outro volume, Cinco Séculos de Papel e Tinta, Autógrafos e Manuscritos da Coleção Pedro Corrêa do Lago, é parte da monumental coleção de dezenas de milhares de manuscritos reunidos durante muito anos. Personalidades do mundo inteiro estão registradas em documentos inéditos. Cartas, manuscritos, desenhos, dedicatórias, fotografias assinadas, os documentos reproduzidos no livro quase todos inéditos, em termos de episódios desconhecidos da maior parte das personalidades mais expressivas dos últimos cinco séculos, todas elas hauridas de coleções privadas formadas há quase trinta anos. O espectro é grande desde o século XI aos dias de hoje, com personalidades, como Rubens, Rafael, Napoleão, Freud, Joyce Proust e Einstein. O professor Carlo Ginzburg, da Universidade de Piza e da Califórnia, um dos maiores especialistas contemporâneos, no prefácio fala do entusiasmo e da revelação que foi um dia visitar a coleção de Pedro Corrêa do Lago. Posso confirmar que idêntico fato aconteceu comigo, certo dia em sua residência em São Paulo, ao mencionar qualquer nome a esmo tirava ele do gavetão um autógrafo da pessoa. Nesse tema de autógrafos, Pedro Corrêa do Lago discute sobre a sua permanência do autógrafo e se a informática desferirá um golpe mortal no autógrafo: “Talvez possa vir a dar-se o caso, mas o telefone, tal qual a máquina de escrever, tinham já ― desde há cem anos contribuído para diminuir sensivelmente o número de mensagens escritas a mão. 60 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Pedro Aranha Corrêia do Lago Os faxes recebidos não são considerados como peças autógrafas. E menos ainda os e-mails, mesmo que provenham autenticamente de seu autor. É certo que os comportamentos no domínio da escrita mudaram muito e deverão ainda evoluir. O autógrafo será por isso cada vez mais apreciado e é de prever que as peças interessantes se tornarão mais difíceis de encontrar, o que tenderá a valorizá-las”. Já no campo da Pintura, a publicação da Obra Completa de Frans Post (1612-1680), escrito com sua mulher Bia Corrêa do Lago e editado em 2006, reúne trabalhos até agora desconhecidos, e constitui importante contribuição para a história do Brasil holandês. Na introdução o nosso novo sócio expõe a importância da passagem do pintor pelo Brasil comissionado pelo Príncipe Maurício de Nassau, com tantos outros artistas como Piso, Marcgraf, Barleus e Eckout. Evaldo Cabral de Melo acentuou que a vinda desses artistas foi iniciativa pessoal do Príncipe, desvinculada de sua ação administrativa. Enquanto Eckout se retratava às pessoas, Frans Post restringiu-se ao estudo da paisagem e forneceu matéria extremamente importante para o conhecimento da História Social da época. Os engenhos, os fortes, as igrejas retratadas pela sua mão podem ser mais expressivas para o conhecimento histórico do que muitos trechos de livros. Vários estudiosos anteriormente se debruçaram sobre o estudo da obra de Post, com Oliveira Lima anteriormente, Eduardo Prado, Pedro Souto Maior e mais recentemente com o Embaixador Joaquim de Souza Leão Filho, mas o livro de Pedro e Bia Corrêa do Lago colocou em total dimensão a importância desse pintor e a relevância de sua obra. Na expressão de Ribeiro Couto, Maurício de Nassau desejava que os pintores “copiassem” as coisas novas que pintassem “documentos” do reino exótico e Post correspondeu a esse propósito, pois a ele se deve o primeiro retrato plástico de um fragmento da terra brasileira, foi ele quem primeiro fixou na tela a nossa luz, os nossos rios, os nossos horizontes, a cor do nosso ambiente físico na região nordestina. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 61 Alberto Venancio Filho Em matéria de fotografia, um grande livro com uma visão admirável da cidade de São Paulo na década de 60, no século XIX, é volume de Augusto Militão de Azevedo. Carioca que iniciou a vida como artista teatral, indo a São Paulo com uma companhia ali se radicou, se dedicando anos depois à fotografia. Naquele momento a cidade de São Paulo era atrasada, com uma população de cerca de vinte mil habitantes, dos quais quinhentos eram estudantes da academia de direito que exerciam papel relevante na vida da cidade. O Rio de Janeiro não teve um registro fotográfico tão expressivo quanto São Paulo – graças ao trabalho de Augusto Militão. Afonso Taunay já acentuara a importância dos trabalhos que vinham sendo divulgados, mas trabalhos avulsos e incompletos, dos quais o volume que Pedro Corrêa do Lago apresenta oferece uma visão mais abrangente. A fotografia documental é instrumento importante para compreender os espaços urbanos de São Paulo e tentar entender a paisagem humana nesse processo de formação. Não fosse o trabalho de Militão iniciado em 1862, a Cidade de São Paulo de então seria totalmente abstrata para os dias de hoje. O interesse pela obra de Taunay, surgiu por acaso, quando Pedro Corrêa do Lago visitava a biblioteca Oliveira Lima e encontrou um quadro do pintor. Alguns anos mais tarde o quadro foi exibido pela primeira vez no Brasil, o autor curador da exposição “Olhar Distante”, em São Paulo, na comemoração dos quinhentos anos do Brasil. Nessa ocasião haviam surgido duas admiráveis paisagens atribuídas a Chamberlain pelo estudioso Joaquim de Souza Leão, que Pedro Corrêa do Lago também atribuiu a Taunay. Deve-se o primeiro estudo sobre Taunay ao historiador brasileiro Afonso Taunay, seu bisneto e nosso ilustre consócio que resolveu se debruçar sobre a vida do bisavô, quase que completamente esquecido e o 62 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Pedro Aranha Corrêia do Lago nome de Taunay significando apenas os descendentes que se tornaram ilustres em vários setores da atividade cultural. Taunay fez levantamento meritório, dadas as condições então pouco favoráveis à pesquisa de História, e conseguiu identificar muitos quadros da produção de Taunay que se encontravam na Europa e com o ramo francês da família. O livro discute o caráter oficial da missão; se teve realmente esse caráter ou se foi iniciativa de particular, o que me parece, entretanto, irrelevante para o estudo da obra de Taunay. O livro analisa as dificuldades do pintor ao chegar ao Brasil e adaptar-se à nova realidade. Na verdade, ele nunca fez um esforço de adaptação, apenas resolveu não tomar conhecimento dela. Taunay pintou o Brasil como se não estivesse aqui. Nada alterou de sua paleta. Mesmo diante da nova realidade do Rio de Janeiro, as formas do Brasil foram modificadas em função dos princípios estéticos que Taunay nunca deixou de cultivar. O que Taunay sabia pintar era mais determinante do que a realidade. Na verdade, na técnica, nas formas e nos esquemas, nada mudou no Brasil para Taunay, pois se recusava a pintar o que via. Ele só pintava o que queria pintar. Durante sua estada no Rio, a atitude de Taunay diante da paisagem foi sempre a de idealizá-la. “Taunay não leu o Brasil em português. Leu o Brasil em francês e até mesmo italiano. Não adaptou sua pintura ao Brasil, mas o Brasil à sua pintura.” Passou cinco anos com vida pacata e conseguiu colocar a família na residência da floresta da Tijuca, um local admirável de residência, onde tinha uma plantação de café. No final, resume Pedro Corrêa do Lago: R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 63 Alberto Venancio Filho “Não se trata de concluir se a obra de Taunay nos trópicos é um fracasso ou um sucesso. É sem dúvida uma grande vantagem para o Brasil ter tido sua paisagem submetida à escolha e à versão de um grande artista neoclássico e a simples existência de vinte paisagens do Rio de Janeiro é um claro privilégio brasileiro”. A publicação da obra Voyage Pitoresque et Historique du Brésil, com as pranchas de Jean Batiste Debret pela Casa Firmin Didot de Paris entre 1834 a 1939, inicia uma série de estudos sobre o pintor francês que culmina com o Catálogo Raisonné Debret e o Brasil - Obra Completa (1816-1831), de Pedro Corrêa do Lago e Júlio Bandeira. No prefácio, o historiador e acadêmico José Murilo de Carvalho salienta que “para os historiadores em particular, a publicação desse catálogo é um grande presente. Debret inaugurou entre nós a história da vida privada em imagens. Graças a ele, sobretudo, sem desfazer de Rugendas, Ender e outros, somos informados sobre como se vestia, trabalhava, se divertia, era enterrada gente rica e gente simples, livres e escravos”. A obra está dividida em quatro conjuntos: óleos, aquarelas acabadas, esboços e desenhos e gravuras. Os autores dizem na introdução que “este é um livro de Arte e não se pretende um livro de História. Não foram tentadas interpretações extensas da inserção de Debret em seu tempo nem uma análise de sua época a partir de uma leitura literal de seus escritos”. Mas esta análise não seria necessária, pois a expressividade da pintura de Debret pela exatidão da realidade revela por si só a vida social da época. Como comprovação da seriedade do trabalho, foi constituído, como no catálogo de Post, um comitê de especialistas brasileiros e estrangeiros para dirimir dúvidas e estabelecer um corpus coerente da obra de Debret, dentre eles o nosso ilustre e querido consócio embaixador João Hermes Pereira de Araújo. Debret foi eleito Sócio Correspondente do Instituto Histórico em 1830 e já no ano seguinte surgiram na Revista do Instituto críticas a seu 64 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Pedro Aranha Corrêia do Lago trabalho. Na síntese de Afonso Arinos de Melo Franco: “Em termos franceses a posição de Debret como artista foi modesta. E para o Brasil ele continua a ser o mais precioso documentarista da formação de nossa sociedade de país independente.” Este ano um novo volume de Pedro Corrêa do Lago foi publicado, a “Coleção Princesa Isabel – Fotografias do Século XIX” (A descoberta de um tesouro cultural inédito composto de mais de mil imagens brasileiras). Visitando há alguns anos uma neta da Princesa Isabel para lhe oferecer o livro de gravuras do século XIX, o casal Corrêa do Lago encontrou num grande baú de ferro centenas de fotografias, logo identificada pela coleção pessoal, formada pela Princesa Isabel e o Conde D’Eu, levada para o Castelo de D’Eu, até a sua morte em 1920. A coleção se equipara à Coleção Tereza Cristina Maria, doada por Dom Pedro II à Biblioteca Nacional, e tem ainda a peculiaridade de destacar grandes mestres da fotografia do século XIX, entre os quais Marc Ferrez. No prefácio com o título sugestivo “O Tesouro no Baú”, o historiador e acadêmico José Murilo de Carvalho conclui: “A descoberta e revelação da Coleção Princesa Isabel opera uma revolução no campo da fotografia brasileira Oitocentista. A Princesa e o Conde prepararam um festim iconográfico para os historiadores do Brasil e da fotografia.” De fato, a História do Brasil Imperial ganhou relevo nesta obra, da qual se destacam momentos expressivos da época: os episódios da Abolição e a fotografia extraordinária da Sessão do Senado que aprovou a Lei Áurea; o interesse do Conde D’Eu pelo Exército com fotografias expressivas de manobras militares e episódios da Guerra do Paraguai e o interesse do casal pela imigração em Santa Catarina e no Rio Grande do R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 65 Alberto Venancio Filho Sul, revelada em muitos instantâneos. O especialista Joaquim Marçal Ferreira de Andrade ressalta a importância da coleção do ponto de vista técnico: “Ela vem iluminar algumas das áreas – dos estudos históricos de nossa fotografia –, ainda obscuras, esclarecer dúvidas e, acima de tudo, provocar e renovar os debates sobre alguns dos temas mais palpitantes, quando lidamos com as imagens do nosso passado.” Como enquadrar essa importante obra editorial na historiografia? No livro “De La Connaissance Historique”, o historiador francês Henri Irenée Marrou, no capítulo “A história se faz com documentos”, esclarece: “Nós não podemos atingir o passado diretamente, mas somente através dos traços, inteligíveis para nós, que foram deixados deles na medida em que esses traços subsistiram e nós o reencontramos e somos capazes de interpretá-los. Reencontramos a primeira e a mais forte das servidões que pesa sobre a elaboração da História.” Acrescenta o historiador francês: “Encontramos aí um dos limites mais estreitos e rígidos em que se encontra limitado o conhecimento histórico: sua possibilidade, sua precisão, seu interesse e valor se encontram determinados pelo fato brutal, todo exterior da existência ou da ausência duma documentação conservada com relação a cada uma das questões que a pesquisa se propõe a abordar.” E cita o texto a frase lapidar de Stephan Zweig: “Como poderemos surpreender o misterioso instante de transição em que um verso, uma frase, uma melodia passam do invisível para o material, senão nos escritos originais dos grandes mestres, fruto de um enorme esforço ou redigido às pressas”. 66 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Pedro Aranha Corrêia do Lago Não seria necessário tratar da relação da Arte, especialmente da Pintura com a História, tema bastante estudado. Mencionaria apenas a obra monumental de Francis Haskell, professor de História da Arte da Universidade de Oxford “History and Its Images”, examinando a influência da Arte na História desde a Antiguidade. Conclui citando o livro do historiador holandês Johan Huizinga, que em “O Declínio da Idade Média” demonstra que as pinturas de Jan Eick devem ser consideradas como o último reflexo de uma civilização em decadência, e não como o anúncio do nascimento de uma nova sociedade. Enquanto as artes plásticas de há muito eram utilizadas como instrumentos de conhecimento histórico, só recentemente a fotografia ganhou este status. Cite-se um fato curioso como a utilização da fotografia tardou em nosso país. No início do século XX, ao organizar Euclides da Cunha a equipe para a missão de reconhecimento do Alto Purus, incluiu nela um fotógrafo. O Secretário-Geral do Itamaraty, o velho funcionário Visconde de Cabo Frio, que ocupava a função há muito tempo, opinou dizendo que as expedições dos viajantes coloniais não levavam fotógrafo. É evidente que a fotografia é um instrumento útil de conhecimento da História. Se o passado é na expressão de Paul Valery “uma coisa toda mental”, quanto teria ganho o passado se a fotografia existisse antes do século XIX. Entretanto, como documento a ser analisado pelo pesquisador, a fotografia é um dado natural que tem de ser trabalhado pelo pesquisador. Na expressão de E. P. Thompson , “a iconografia, certamente, é uma fonte histórica das mais expressivas que traz embutida as escolhas do produtor e todo o contexto no qual foi concebida, idealizada, forjada ou inventada. Nesse aspecto, ela é uma fonte como qualquer outra, e assim como as demais tem que ser explorada com muito cuidado. Não são raros os casos em que elas passam a ser tomadas como verdade, porque estariam retratando fielmente uma época, um evento, uma deter- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 67 Alberto Venancio Filho minada paisagem. Não se deve deixar prender por essas armadilhas metodológicas. É preciso saber filtrar todas essas imagens, todos esses registros inconográficos.” Às armadilhas metodológicas, podem ser citadas as armadilhas técnicas: recorde-se uma fotografia famosa da campanha eleitoral de 1947, em que se tem a nítida impressão de que no palanque de comício em São Paulo, Luis Carlos Prestes está segurando o microfone para Getúlio Vargas discursar. Mas com todas estas ressalvas a fotografia se tornou indispensável para o conhecimento histórico. Que grande utilidade para conhecer a vida em São Paulo nos meados do século XX nas fotografias de Augusto Militão de Azevedo e com a vida imperial no álbum da Princesa Isabel. Na análise de Susan Sontag: “Fotos fornecem um testemunho. Algo de que ouvimos falar mas de que duvidamos parece comprovado, quando nos mostram uma fotografia. Enquanto uma pintura ou uma descrição jamais podem ser outra coisa que não uma interpretação estritamente seletiva, pode-se tratar uma fotografia como uma transparência estritamente seletiva”. E mais adiante: “A época atual é de nostalgia, e os fotógrafos fomentam ativamente a nostalgia. A fotografia é uma arte elegíaca, uma arte crepuscular”. Ao cabo deste percurso cabe a reflexão de José Mindlin: “Como Pedro Corrêa do Lago conseguiu reunir um acervo desse porte, é um mistério, pois não somente exige persistência, conhecimento e muitas vezes patológica insistência, embora tenha sido beneficiado por certa proteção sobrenatural que colocou em seu caminho documentos normalmente inencontráveis.” Um breve intervalo ocorreu nesta atividade intelectual. Surpreendido pela escolha do Presidente Luis Inácio Lula da Silva, Pedro Corrêa do 68 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 Discurso de recepção ao sócio Pedro Aranha Corrêia do Lago Lago, dedicado aos livros, aceitou a tarefa de presidir a Biblioteca Nacional como um desafio. Trabalhando na iniciativa particular, encontrou um ambiente bem diverso: a rotina e a rigidez burocrática, as verbas insuficientes e incertas, um pessoal competente e dedicado, mas com baixa remuneração. Nos três anos de sua gestão, tentou realizar um programa de abertura para o público potencial, incluindo, entre outras iniciativas, a publicação da Revista de História da Biblioteca Nacional, assessorada por um Comitê Editorial de grandes especialistas, revista e comitê mantidos pela administração seguinte. Com a extinção da Secretaria do Livro e da Leitura, suas funções passaram para a Biblioteca e no período foram instaladas cerca de 600 bibliotecas em municípios onde elas inexistiam. Senhoras e Senhores, Este sucinto e impreciso resumo da obra de Pedro Corrêa do Lago, embora não permita avaliar a sua total dimensão, já dá a medida da importância de seus trabalhos para a História da Arte de nosso País e para a pesquisa histórica, justificando cabalmente sua eleição para esta Casa. Senhor Pedro Corrêa do Lago, Ao ingressar no IHGB ainda na juventude, sabemos dos inúmeros projetos em elaboração e a convicção de que iremos receber a profícua colaboração da sua inteligência, da sua cultura e da sua extraordinária capacidade de pesquisador. O discurso que vamos ouvir “Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa” é a primeira dessas grandes contribuições. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):57-69, out./dez. 2008 69 Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa DISCURSO DE POSSE1 PEDRO ARANHA CORRÊA DO LAGO Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa Pedro Aranha Corrêa do Lago Senhor Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Dr. Arno Wehling, Dr. Alberto Venancio Filho, ilustre jurista e historiador, membro da Academia Brasileira de Letras, que me recebe hoje nesta casa com um generosíssimo discurso, mais um gesto que devo à sua longa e indefectível amizade; minha mãe, Dedei Aranha Corrêa do Lago, meu sogro, José Rubem Fonseca, Senhores Sócios, Senhoras e Senhores, é com grande honra e prazer que tomo hoje posse da cadeira de Sócio Honorário deste Instituto, cuja atividade intensa admiro desde a adolescência. O IHGB contribui fundamentalmente há 170 anos para o aprofundamento dos estudos da História do Brasil, paixão que compartilho com os demais sócios e também agora com um número cada vez maior de brasileiros. Dos muitos temas ligados à História da Arte no Brasil que tive o privilégio de estudar, dediquei-me recentemente à vida e à obra de dois dos pintores de maior destaque do começo do século XIX em nosso País: Jean-Baptiste Debret e Nicolas-Antoine Taunay, cuja rivalidade é o assunto desta fala. Os dois franceses chegaram ao Brasil no mesmo momento, o que levou a historiografia tradicional a considerá-los sempre juntos sob a legenda de “Missão Francesa”, nome dado no início do século XX a um grupo de artistas em dificuldades políticas na França com a queda de Napoleão. Estes artistas, cujo destino se tornara incerto na nova fase da França que se abriu em 1815, foram reunidos num grupo organizado por Joachim 1 –1Realizada em 12 de novembro de 2008. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 71 Pedro Aranha Corrêa do Lago Lebreton, e partiram para o Brasil com o objetivo de iniciar o ensino artístico e fundar uma academia de Belas-Artes no País. Como veremos, as trajetórias de Debret e Taunay sempre estiveram em oposição e os dois pintores foram – desde o embarque na França – rivais ferozes, pois competiam pela mesma posição, a de Professor de Pintura de História na futura Escola de Belas-Artes que esperavam criar. A chamada pintura de história era então a categoria mais prestigiosa na hierarquia do ensino de Belas-Artes e terminaria por equivaler no Brasil à posição de pintor oficial da Corte, pois pouco interessava a D. João VI aquela que talvez fosse a segunda categoria mais valorizada, a chamada pintura de paisagem. Faltaram elementos e alguns documentos-chave descobertos recentemente para que os historiadores do passado que se debruçaram sobre a chamada Missão Francesa pudessem estudar mais profundamente a luta surda que se travou entre Debret e Taunay. O terceiro personagem dessa história, Joachim Lebreton, organizador da Missão, não desempenhou o papel de árbitro que talvez lhe coubesse, pois também enfrentou a rivalidade de Taunay. Assim, deixou de ser isento e tendeu para o lado de Debret. É importante voltar às origens desta famosa Missão Francesa para explicar melhor como o projeto brasileiro destes dois grandes artistas entra logo em conflito e por que motivos. Esta rivalidade só pode ser compreendida no contexto da estranha dinâmica do grupo que chegou ao Rio de Janeiro em março de 1816, liderado por Lebreton, antigo secretário da Seção de Belas-Artes do Instituto de França, também ele caído em desgraça no novo regime instaurado em seu país. Esse grupo de vinte e poucas pessoas tem sido chamado comumente de Missão Artística Francesa, expressão que só foi definitivamente cunhada por Affonso Taunay, bisneto do pintor, em 1916, exatos cem anos após a chegada da então chamada “expedição”. O conjunto de artistas estrangeiros também tem sido às vezes tratado como “Missão Lebreton”, “Colônia Lebreton”, ou mesmo “Caravana Lebreton” e de tal forma foi atabalhoada sua partida, ainda que sua organização pouco tivesse de 72 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa improvisada. Vamos continuar a nos referir a ela como Missão Francesa, o nome mais habitualmente usado, apesar de todos concordarem que só tenha sido assim batizada muito mais tarde. Ao partir, o grupo não tinha qualquer nome oficial, e a colônia de artistas que se estabeleceu no Brasil se autodenominava ainda “expedição”, na expressão do próprio Debret. Consagrou-se entre nós, no entanto, o termo “Missão Francesa”, que, se não prevaleceu em sua época, certamente pode ser usado hoje com propriedade, pois se tratou sem dúvida de uma “missão”, na medida em que foi assim concebida e constituída por Joachim Lebreton. Lebreton desempenha o papel crucial de tertius na rivalidade entre Debret e Taunay, e é um personagem fundamental dessa história, que começa de fato com ele e com um dos maiores cientistas do século XIX, Alexandre Von Humboldt, grande explorador da América Central e do Sul. Humboldt fora impedido de entrar no Brasil pelas autoridades portuguesas no final do século XVIII, pois estas ainda temiam a incursão de qualquer estrangeiro que pudesse revelar as riquezas do Brasil, tanto mais um cientista que parecia aos olhos dos portugueses possuir qualificações de espião de alta periculosidade. Quase vinte anos mais tarde, em 1815, quando começa nossa história, Humboldt continuava mantendo laços com o Novo Mundo, especialmente com o México, onde participara da criação da Academia de Nobles Artes, uma iniciativa que lhe parecia particularmente importante e bem-vinda para as Américas. Joachim Lebreton, acusado mais tarde de ser um padre que largara a batina – quando na verdade fora apenas um seminarista –, casara-se com a filha de um homem influente e, após as vicissitudes da Revolução Francesa, chegara à posição de grande destaque àquela época, de secretário da Seção de Belas-Artes do Instituto de França, na qual se manteve por mais de dez anos. Era um homem hábil, que soube ampliar seus apoios durante a época napoleônica, mas que estava de tal forma comprometido com o Império que em 1815, ante a dupla queda de seu protetor, sentiu claramente não ter mais condições políticas para conservar o posto. Deve ter confidenciado esta profunda preocupação com seu futuro imediato a Humboldt, seu colega no Instituto de França. Estou convencido de R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 73 Pedro Aranha Corrêa do Lago que partiu de Humboldt a sugestão de que Lebreton se empenhasse num projeto de criação no Brasil de uma escola de Belas-Artes nos mesmos moldes da Academia de Nobles Artes mexicana, pois o francês não tinha nenhum conhecimento do Novo Continente, e dificilmente lhe ocorreria sozinho tal idéia como opção de solução para seu destino. Humboldt conhecia também o Marquês de Marialva, Embaixador português em Paris, e sabia que Lebreton mantivera boas relações com o conde da Barca, agora ministro de D. João VI, quando este havia sido o enviado português em Paris. Do encontro de Lebreton com Humboldt deve ter surgido a idéia de propor a Marialva, com o endosso do cientista alemão, a formação de um grupo de artistas e artífices que pudesse criar o ensino de Belas-Artes no Brasil e atender também às muitas necessidades decorativas da nova Corte do Reino Unido de Portugal e do Brasil. Uma série de circunstâncias improváveis, mas particularmente felizes, permitiu que a hoje chamada Missão Francesa, que começou apenas como uma “utopia Lebreton”, se materializasse no episódio pleno que hoje conhecemos. Foram fundamentais o prestígio de Humboldt junto a Marialva, o empenho pessoal e o entusiasmo de Lebreton – o principal interessado –, mas também o apoio imediato do embaixador português, homem culto que entendeu os grandes benefícios da iniciativa para a Corte no Brasil, uma vez que tal colônia de profissionais de alto nível poderia ser contratada a baixo custo, devido à crise política que os desvalorizara. Havia também a coincidência favorável da amizade de Lebreton com o Conde da Barca, formada em Paris anos mais cedo, e que tornava o líder da expedição uma figura confiável aos olhos do principal ministro francófilo de D. João VI no Rio de Janeiro. É preciso notar que sempre foi muito claro para Marialva e para o diplomata português que o sucedeu, o Cavaleiro de Brito, que – devido às dificuldades pessoais que seus membros anteviam enfrentar na França – a tal colônia de artistas formada por Lebreton representava sem dúvida a melhor relação qualidade/preço existente na Europa naquele momento, uma verdadeira pechincha se a idéia era trazer para a nova Corte um gru- 74 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa po de bons profissionais dessa área. Se a escolha da Corte portuguesa fosse contratar um grupo equivalente na Inglaterra ou na Itália, as dificuldades e o custo seriam muito maiores, uma vez que para convencer artistas estabelecidos a deixar suas situações estáveis seria necessário oferecer fortunas. É portanto claro que houve um profundo interesse das duas partes, e grande competência de Lebreton, que convenceu talentosos profissionais franceses a tentar uma grande aventura para integrar a expedição ao Brasil, ainda que compartilhassem em menor medida o seu infortúnio político. Houve empenho também, é verdade, por parte dos portugueses Marialva, Brito e, mais tarde, o Conde da Barca. Este acompanhou todas as negociações de seus enviados à França, informando constantemente os pormenores a D. João VI, e sempre ressaltando que não se prometesse nada aos franceses. Os portugueses tinham uma clara noção da situação de força em que estavam nesta contratação, pois não restava ao grupo de franceses nenhuma opção viável naquele momento. Falou-se do interesse do Czar da Rússia em contratar Debret e Grandjean de Montigny (o ilustre arquiteto que também fez parte da Missão), mas este projeto nunca teve chance real de concretizar-se. Uma vez abordado por nós o contexto da iniciativa de Lebreton, podemos agora comparar as circunstâncias pessoais muito diferentes que levaram Debret e Taunay, os principais pintores da Missão, a decidir integrá-la. Debret provavelmente teria podido sobreviver como pintor sob o novo regime que sucedeu Napoleão, a chamada Restauração da dinastia Bourbon, cujo último rei havia sido Luís XVI, guilhotinado 22 anos antes. Apesar de sua reputação como pintor ser menor, porquanto não fosse membro do Instituto – como o era Taunay, mais velho e mais bem estabelecido –, Debret havia conquistado algum espaço graças a suas cenas de batalhas e, sobretudo, ao apoio de um parente de sua mulher, David, o mais influente artista da época de Napoleão. Quando lhe foi proposto o trabalho no Brasil, Debret estava próximo dos cinqüenta anos, idade R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 75 Pedro Aranha Corrêa do Lago avançada naquela época para uma guinada tão completa. Ocorreram, no entanto, duas delicadas circunstâncias pessoais que o impeliram definitivamente a aceitar a aventura: sua mulher o deixara e, um ano antes, perdera seu único filho, preparado para também ser artista, provação que o deixou sem gosto pela vida. Fora até então um homem dinâmico e saudável, e ao que parece bastante cordato, mas o aspecto mais importante para a história que estamos contando foi, sem dúvida, sua boa relação com Lebreton, cuja origem exata não é conhecida. A amizade pode ter surgido apenas a partir de simpatia mútua no momento em que se viram envolvidos no mesmo objetivo de mudança para o Brasil, o que não ocorreu, como veremos mais tarde, entre Lebreton e Taunay, que tiveram sempre uma relação difícil com relação ao projeto brasileiro. O fato é que a confiança de Lebreton em Debret e a facilidade de suas relações desempenharam um papel decisivo no rumo que a Missão Francesa tomaria no Brasil, pois Lebreton preferiu Debret para a posição de Pintor de História, fator determinante para a carreira do artista no Brasil. Talvez os unisse o fato de ambos viajarem sem suas famílias, ao contrário de Taunay, que trouxe uma numerosa parentela para o Brasil, e parece ter preferido concentrar sua vida social no âmbito familiar. É muito difícil, quase duzentos anos mais tarde, especular sobre as personalidades respectivas de Debret, Lebreton e Taunay, sobretudo quando restam muito poucos testemunhos de época a esse respeito. É indubitável, porém, que as idiossincrasias, simpatias, diferenças, invejas e manias dos três desempenharam papel relevante no surgimento e no formato inicial do ensino de Belas-Artes no Brasil. Nicolas Taunay, quando embarcou para o Brasil com a mulher, criada e cinco filhos, era um artista quase famoso, doze anos mais velho que Debret, e com uma posição bem mais firme na arte francesa de então, pois era membro do Instituto na Seção de Belas-Artes, consagração máxima para um artista oficial na França daquele tempo. Tornara-se conhecido com paisagens e cenas bucólicas, históricas ou campestres, inspiradas por uma visão da Arcádia oriunda de sua estada na Itália na juventude. Seus quadros revelavam uma qualidade extraordinária de miniaturista, e 76 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa o artista fora apelidado por seus colegas, de forma um pouco irônica, de “Poussin dos pequenos formatos”. Parece ter sido um homem dedicado ao trabalho e à família, e seu comprometimento com Napoleão e seu regime não fora maior do que o de quase todos os artistas de mesmo destaque em sua geração. Não tinha, assim, tanto a temer quanto Lebreton, servidor assíduo do Império, ou Debret, associado claramente a David – fadados a sofrer muito mais com a volta dos Bourbon. Tanto Taunay acreditava poder sobreviver no novo regime que, durante o breve período da primeira restauração de Luís XVIII – antes do retorno de Napoleão nos famosos cem dias em que recuperou o poder –, chegou a proferir um discurso em que se congratulava com o regresso ao trono de um descendente de Henrique IV. Este pronunciamento tinha o objetivo claro de demonstrar sua fidelidade à velha dinastia que os novos ventos políticos acabaram de trazer de volta, e garantir a sua permanência no Instituto, posição máxima que lograra alcançar e de que muito se orgulhava. Se para Debret a decisão de acompanhar a missão montada por Lebreton foi relativamente fácil, uma vez que pouco ainda o ligava à sua vida passada – e permanecer na França lhe parecia insistir no desgosto –, para Taunay a idéia de juntar-se a um grupo organizado por Lebreton para um destino longínquo sempre pareceu a última e a pior das opções diante das novas incertezas políticas. Taunay fora um dos primeiros artistas convidados, pois Lebreton precisava de um membro do Instituto para abrilhantar o grupo que tentava formar e para impressionar favoravelmente os portugueses. Contudo, o organizador deve ter se arrependido logo, pois Taunay passou a competir por uma posição de primeiro plano no grupo. Não restou nenhum documento que ilustre o primeiro contato entre eles, assim como não sabemos como se deu a proposta a Debret, membro menos prestigioso da comunidade artística francesa aos olhos dos portugueses, mas provavelmente desde o início mais cordato, dinâmico, útil e confiável para Lebreton. Taunay recebera, a princípio, a proposta de Lebreton como uma opção extrema, mas nunca a teria aceitado não fosse um estopim familiar da maior gravidade, que o obrigou a dar passo tão ousado. Ao contrário de R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 77 Pedro Aranha Corrêa do Lago Lebreton, Taunay esperava que seu discurso a favor de Luís XVIII – que por sorte não lhe causou problemas durante a breve volta de Napoleão – fosse agora lembrado por ocasião do retorno definitivo dos Bourbon e que a prova de sua fidelidade garantisse a continuação de seus privilégios de membro do Instituto. Encaminhava-se, quase certamente, para a opção de tentar sua chance no novo regime (ainda que esperasse ser inicialmente algo ostracizado) quando se deu a famosa e momentosa assembléia da Seção de Belas-Artes do Instituto, em 28 de outubro de 1815. Essa reunião era a primeira do novo reinado, e a ela compareceu excepcionalmente o Duque de Wellington. Lebreton proferiu um discurso provocador que equivalia a um suicídio político e à perda imediata de sua posição, o que já não lhe importava, pois acabara de garantir junto aos portugueses a opção Brasil. Taunay ficou quieto durante toda a sessão e teria muito provavelmente escapado incólume de qualquer expurgo não tivesse ocorrido um episódio extemporâneo, que resultou no verdadeiro motivo de sua partida para o Brasil. Seu filho mais velho, Charles Taunay – que ganhara a Legião de Honra por méritos militares aos 21 e tinha agora 24 anos –, insurgiu-se publicamente contra o fato de seu pai, aos 61 anos, e apesar de grande artista, ainda não ter sido agraciado com a mesma condecoração. Charles manifestou-se de forma tão ruidosa e escandalosa que se chegou a pensar que se tratasse de um atentado contra o Duque de Angoulême, sobrinho do rei e herdeiro do trono, também presente à sessão. O jovem Taunay foi, naturalmente, preso e libertado dias mais tarde somente graças à intervenção de alguns amigos de seu pai. Continuava, porém, pairando sobre ele a ameaça de nova prisão, o que foi decisivo para que Nicolas Taunay aceitasse imediatamente a viagem ao Brasil e embarcasse dois meses mais tarde, com toda a família, para o Rio de Janeiro. Nesse intervalo, vendeu apressadamente suas propriedades, e levantou a quantia considerável para a época de quarenta mil francos, suficiente, pensava ele – juntamente com a pensão que esperava receber de D. João VI –, para mudar-se com sua família para o Brasil e passar o tempo necessário até que o gesto de seu filho fosse esquecido. Em nenhum momento Taunay pensou em estabelecer-se permanentemente no Rio de Janeiro. O Brasil 78 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa pareceu-lhe nesse momento um mal necessário e a única solução imediata diante da ameaça de prisão iminente do filho. Não fosse esse estopim, o artista de idade avançada certamente não teria deixado o quase certo pelo incerto. Devemos ao gesto impensado de Charles o legado dos 16 quadros de nossa paisagem pintados por seu pai, o maior e mais importante conjunto de vistas a óleo do Rio de Janeiro realizado por um artista viajante na primeira metade do século XIX. Debret, por seu lado, não excluía a possibilidade de passar no Brasil o resto de seus dias, caso as condições lhe fossem favoráveis e pudesse reencontrar no Rio de Janeiro algo da felicidade perdida na França. Permaneceu de fato por mais de 15 anos e só deixou o País aos 63 anos, devido à abdicação de seu protetor, D. Pedro I. Caso o reinado deste tivesse sido mais longo, é provável que Debret tivesse continuado no Brasil. Talvez pudesse ter realizado à distância o seu grande projeto, que acabou concretizando de volta à França, o famoso livro e álbum de gravuras Viagem pitoresca, que divulgou amplamente sua obra e o consagrou entre nós. Tão logo chegou ao Rio de Janeiro, o objetivo essencial para Taunay tornou-se garantir uma pensão do rei D. João VI, pois o velho pintor já se habituara a receber uma quantia mensal por ser membro do Instituto, e durante todo o Império dependeu do favor de Napoleão. Uma vez obtida essa pensão, a prioridade seria conquistar os postos de maior prestígio no incipiente mundo artístico do Rio de Janeiro. As opções possíveis que se apresentavam para Taunay no Brasil eram, por ordem de sua própria preferência: 1) tornar-se Diretor da Academia de Belas-Artes a ser fundada no Rio de Janeiro, cargo que poderia esperar devido a sua idade, posição hierárquica e ao fato de ser membro do Instituto, obtendo também – idealmente – a posição de Secretário da mesma Academia para um de seus filhos; 2) a segunda opção seria a nomeação de Professor de Pintura de História, sem dúvida a posição de maior destaque que um pintor poderia ter na futura Academia, superior à de um Professor de Pintura de Paisagem, e Taunay podia pretender esse cargo em função de sua experiência com temas históricos durante sua longa carreira no Império; 3) a terceira opção seria tornar-se Professor de Desenho dos jovens príncipes, o que R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 79 Pedro Aranha Corrêa do Lago lhe permitiria aproximar-se da Corte e da Família Real. A quarta possibilidade, que o próprio Taunay inventou, seria um cargo de Curador das Coleções Reais, posto que absolutamente nunca ocorrera a D. João VI criar, pois as coleções de arte eram administradas pela mordomia da Casa Imperial sem distinção com relação aos móveis, obras de arte ou outros utensílios. Finalmente, a quinta e a pior de todas as opções em termos de prestígio seria a de Professor de Pintura de Paisagem na futura Academia de Belas-Artes. Essa foi justamente a única que Taunay conseguiu, mas que lhe garantiu ao menos – antes mesmo de ser montada a Academia – a mesma quantia anual que a de Professor de Pintura de História. Os franceses foram muito bem recebidos ao desembarcar, e iniciaram-se logo as conversas entre Lebreton e o Conde da Barca para definir o formato da futura Academia de Belas-Artes, e obter rapidamente uma pensão real para os integrantes da Missão, de forma que pudessem sobreviver no Brasil. Isso só ocorre em agosto de 1816, pouco menos de cinco meses após a chegada dos franceses. É nesse período, entre março e agosto, que Taunay, Debret e Lebreton buscam aliados e tentam se posicionar junto à Corte – e esses meses representam o auge da rivalidade entre os três personagens, ou, melhor dizendo, da atitude de Taunay contrária a Lebreton e Debret. Todas as iniciativas que cada um tomará nesse intervalo determinarão os anos seguintes de sua estada no Brasil e a obra que deixarão entre nós. Debret logo consegue aproximar-se do Príncipe-Herdeiro, o futuro D. Pedro I, que contava então com apenas 18 anos. De fato, uma aquarela sua datada de agosto revela um adiantado retrato do príncipe de corpo inteiro, que deve ter sido iniciado por volta de abril. Isso mostra que Debret não perdeu tempo em posicionar-se nessa corrida em busca dos favores da Família Real. Conseguiu também aproximar-se da duquesa viúva de Cadaval, prima do rei e a fidalga de maior prestígio na Corte após os membros da Família Real. Obtém logo, portanto, esses dois apoios essenciais, e consegue também pintar em maio dois pequenos quadros ilustrando a partida das tropas reais para Montevidéu, quando retrata a Família Real reunida pela primeira vez. Este último movimento não es80 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa capa à família Taunay que, diante da aparente vantagem do rival, resolve desencadear uma onda de boatos contra Lebreton que, esperavam, enfraquecesse também Debret. Taunay contava com o apoio do cônsul da França no Rio de Janeiro, Maler, que vira com grande desconfiança a chegada da expedição e enxergava em Lebreton e nos demais membros da Missão Francesa (com exceção do velho Taunay) um grupo de perigosos bonapartistas, cuja influência deveria ser esvaziada ou mesmo eliminada. Aliado a Maler, Taunay imaginou poder minar a força e a reputação de Lebreton e, pela mesma ocasião, a de Debret, como revela uma fabulosa carta que relata e desvenda todo esse primeiro período. Às vezes, ao estudar um determinado ponto da história, o pesquisador tem a sorte de dispor de um documento de importância extraordinária. Neste caso, foi encontrada nos anos 1950, em Paris, pelo estudioso Yan de Almeida Prado, uma das raras cartas de Debret falando do Brasil que chegaram a nós, e que constitui um documento histórico de primeira grandeza. A carta não foi tratada, até hoje, como o documento fundamental que é sob todos os aspectos. O texto de Debret é uma fonte riquíssima, do tipo com que sonha todo historiador. Foi lido e interpretado por diversos autores, mas alguns tenderam a achar exagerado o que entenderam como ironia ou mesmo sarcasmo do pintor. Outros minimizaram vários aspectos essenciais do texto, e outros ainda simplesmente confundiram os personagens aos quais Debret se refere. Em novembro de 1816, isto é, nove meses após a chegada ao Brasil, Debret escreve essa longa carta privada para um amigo íntimo, Lafontaine, que vivia na França e não tinha qualquer influência ou relação com os eventos no país. Debret quer lhe contar sua vida no primeiro ano de Rio de Janeiro, tanto mais que Lafontaine conhecia os personagens envolvidos, inclusive Taunay. Isso leva a crer que Debret tenha sido o mais sincero possível, ainda que naturalmente discorresse a partir da sua própria versão dos fatos. Mas nada indica que exagere em seu texto, e o cruzamento de suas afirmações com o que revelam outras fontes esparsas mostra que não há nenhuma inconsistência em seu relato. Muito mais do que qualquer outro escrito, seja de Taunay ou de R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 81 Pedro Aranha Corrêa do Lago outro personagem pertinente ao período, este é sem dúvida o documento fundamental que explica os pormenores dos primeiros tempos da Missão Francesa no Brasil, e deixa clara essa rivalidade intensa entre Debret e Taunay, que não foi ainda estudada plenamente, e cuja relevância para os rumos que tomou a “expedição” é fundamental. A mensagem de Debret é linear e claríssima. Acompanhá-la é um prazer para o historiador, ou mesmo para o leitor curioso, pois até parece que o autor planta em cada linha mais uma peça que completa o quebracabeça. Todas as chaves que desvendam as diferentes etapas iniciais da Missão Francesa no Brasil figuram nessa carta, que confirma que Taunay chegou a sugerir que se dispensasse, até mesmo antes da partida, a presença de Lebreton, voltando a reconciliar-se com ele durante a travessia, apenas para tentar desacreditá-lo novamente tão logo chegassem ao Rio de Janeiro. O objetivo de Taunay e de sua família era evidente. Lebreton era o candidato natural à presidência da Academia, e o Conde da Barca só deixaria de escolhê-lo se rumores arruinassem sua reputação. O alvo estava claramente identificado e era preciso, portanto, desqualificar Lebreton com duas acusações: a de que fosse um padre casado e a de que, 23 anos mais cedo, quando deputado, tivesse votado a favor da execução do rei. Tratava-se, de fato, de um outro Lebreton, e não o Joachim, que tomara parte nessa decisão. Ambas as acusações revelaram-se falsas, mas desempenharam amplamente, por algum tempo, seu papel de calúnia. Affonso Taunay, o bisneto de Nicolas Taunay, autor da primeira crônica desse período, ignorava a existência dessa carta quando escreveu sobre seu antepassado, e é possível que seu amigo Yan de Almeida Prado tenha escondido sua descoberta para poupá-lo de qualquer decepção a respeito da atitude de seus parentes. De fato, a carta revela uma família Taunay bastante intrigante, que não hesita em espalhar rumores não verificados contanto que sirvam ao propósito de prejudicar Lebreton e afastálo do caminho em direção à diretoria da futura Academia. Como Lebreton também preferia Debret na posição de pintor de história, Taunay talvez esperasse matar dois coelhos com uma só calúnia, já que o descrédito de Lebreton também traria ao velho artista, além do comando da Academia, 82 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa a posição de pintor de história junto à Corte, cargo que Debret não alcançaria sem o apoio de Lebreton. Escrita no final de 1816, quando muito da poeira inicial já havia baixado, a carta é uma crônica deliciosa, especialmente quando descreve o afobamento de Taunay, tanto nos preparativos para o embarque quanto na reação à dianteira que Debret assumira ao retratar, por sugestão de Lebreton, a Família Real numa ocasião pública pouco após o desembarque no Rio de Janeiro. A caracterização de Taunay como Dom Basílio, famoso personagem das comédias de Beaumarchais e da ópera de Rossini, é particularmente saborosa. Um “Basílio”, empregado como substantivo, expressava o caluniador por excelência. No mesmo ano da carta, Rossini tornaria popular uma das melhores árias no Barbeiro de Sevilha, quando Dom Basílio profere o famoso discurso sobre a calúnia – meio infalível, segundo ele, para desgraçar as pessoas mais honestas. Entretanto, Taunay não suspeitava, nesses primeiros meses, da solidez da posição de Lebreton, protegido pelo Conde da Barca, que só viria a morrer um ano depois. Essa confiança não deixava qualquer espaço para a escolha de outro diretor enquanto o ministro português detivesse o poder. Ignorando isso, Taunay pensava que com o apoio de Maler estaria desferindo, ao espalhar os rumores, um tiro certeiro e mortal. Em fins de maio de 1816, chega ao Brasil uma embaixada prestigiosa cuja importância tampouco tem sido justamente avaliada. O Duque de Luxemburgo, embaixador extraordinário de Luís XVIII, mandado ao Brasil para confirmar a devolução da Guiana Francesa, chega acompanhado de um grupo de músicos, cientistas e artistas, como Neukomm, Saint-Hilaire e Clarac, personagens de tal destaque que sua embaixada poderia ser considerada uma “Segunda Missão Francesa”. Luxemburgo, fidalgo absolutista francês, era irmão da Duquesa de Cadaval e sua vinda ao Brasil soou ao Cônsul Maler como a oportunidade definitiva de desacreditar Lebreton, provando ao duque suas filiações bonapartistas. Segundo a carta de Debret, Taunay e Maler animam-se com o provável novo aliado, levam-lhe a pretensão de Taunay de obter o posto prometido a Lebreton, e repetem-lhe as muitas acusações a respeito do líder da expeR IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 83 Pedro Aranha Corrêa do Lago dição. O tiro, infelizmente para o velho pintor, acabaria saindo pela culatra, uma vez que Luxemburgo considerou descabidas as alegações contra Lebreton e Debret, e desagradou-lhe a ousadia de Taunay em candidatarse à diretoria da futura Academia e ainda pedir-lhe a posição de secretário para seu filho Hippolyte. Por outro lado, Taunay e Maler desconheciam que Debret já causara boa impressão no Duque de Luxemburgo pelos serviços prestados à sua irmã, a Duquesa de Cadaval, para quem executara dois grandes quadros a óleo – recém-identificados em livro como obra de Debret, assim como seu retrato e o de seu filho, em aquarela. O texto da carta é hoje plenamente interpretável à luz das informações consolidadas de que passamos a dispor. Essa leitura pode ser um pouco injusta com Taunay, pois só contamos com a versão de Debret e certamente o mesmo relato escrito por algum membro da família Taunay apresentaria as coisas sob outro ângulo, e seguramente seria ressaltado o aspecto da legítima defesa do que a família considerava os direitos naturais de seu patriarca. Mas não há motivos para duvidar de que os fatos tenham se desenrolado basicamente como Debret relata, uma vez que outras fontes permitem confirmar muitas de suas afirmações. Outro documento histórico de menor importância para nosso relato, mas que deu lugar a interpretações recentes diversas, merece também ser mencionado. Trata-se da famosa carta não datada de Taunay a D. João VI, na qual o pintor propõe os seus serviços ao rei, o que levou à idéia de que, mesmo antes da partida da Missão Francesa, Taunay já tivesse se oferecido para trabalhar no Brasil, independentemente da iniciativa de Lebreton. A carta foi descoberta no Museu Imperial por Donato Mello Junior nos anos 1970, e deu origem a um artigo de sua autoria no qual apresenta a teoria deste autoconvite de Taunay. Mal sabia o pintor que, por deixar de datar sua carta – um detalhe que lhe teria parecido insignificante –, criaria, dois séculos mais tarde, tanta dúvida entre os historiadores. Na verdade, um elemento claro, no próprio texto da carta, permite datá-la e prova que foi certamente escrita no Brasil e enviada a D. João VI no primeiro momento da Missão Francesa, entre abril e julho de 1816, nos famosos quatro primeiros meses decisivos em que se sedimentam as posições rela84 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa tivas de cada um dos integrantes da Colônia Lebreton. Todos os indícios revelam que a carta é do período. A própria ausência de data é característica de uma correspondência entregue em mãos a um destinatário que sabe que o missivista se encontra próximo. A carta contém, ademais, uma prova inequívoca de sua data: Taunay saúda D. João VI como “Senhor” e trata-o por “Vossa Majestade”. Só poderia dirigir-se a ele dessa forma a partir de março de 1816, quando, com a morte de sua mãe, a rainha titular D. Maria I, o então príncipe regente tornou-se o rei D. João VI. Fazia agora jus ao tratamento de “Majestade”, pois se tornara rei de direito e de fato do Reino Unido de Brasil e Portugal. Até então, D. João VI era saudado nas cartas como “Alteza” e referido como “Vossa Alteza Real”. Taunay certamente não ignorava esses usos, estritamente codificados na época, que faziam parte das mais corriqueiras noções de etiqueta, dominadas por todos os homens em contato com as cortes européias. Nunca escreveria uma carta para uma Alteza Real chamando-a de “Majestade”. Temos uma prova adicional com a segunda carta que Taunay escreve, quase certamente no mesmo dia, a D. Carlota Joaquina, referindo-se também a ela como “Majestade” e mencionando a primeira missiva que mandara ao “rei”. Esta constatação nos parece um elemento definitivo, que encerra a questão. A carta teve como resultado uma encomenda de oito retratos feita pela rainha Carlota Joaquina, que representam as princesas que formavam a ala feminina da Família Real. Taunay não imaginava que, ao aceitar essa encomenda, fecharia suas portas de acesso ao núcleo da Família Real, constituído por D. João VI e seu filho, o futuro D. Pedro I. O velho pintor nada sabia do afastamento profundo entre o rei e sua mulher, e esperava que, após os retratos solicitados pela rainha, seguissem outras encomendas da Corte. Enganou-se profundamente, pois não se dera conta de que cometera um equívoco fundamental ao apostar no costado errado da Família Real, aquele liderado pela rainha, que vivia distante do rei, numa grande casa de Botafogo. Os dois só se reuniam nos grandes eventos da Corte, mas levavam vidas separadas. Taunay estava habituado a agradar rainhas. Fora um protegido da Imperatriz Josefina, mas essa – ao R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 85 Pedro Aranha Corrêa do Lago contrário de D. Carlota – era próxima de seu marido e ser seu protegido significava também gozar da proteção do Imperador. A situação não se repetia no Brasil. Ao optar pela proteção da rainha, Taunay renunciou, sem saber, aos cuidados do rei e do jovem príncipe D. Pedro, que a essa altura já se tornara amigo de Debret, que dele se aproximara, ainda nos primeiros meses da expedição, ao pintar seu retrato. Nesse aspecto Taunay ficou em clara desvantagem e nunca conseguiu recuperar o terreno perdido. Não há notícia de qualquer retrato de D. João VI ou de D. Pedro realizado por Taunay, que provavelmente teriam sido encomendados ao artista caso este não fosse visto como um pintor de D. Carlota. O decreto de 12 de agosto de 1816 acalmou definitivamente o clima de ebulição dos primeiros quatro meses após a chegada da Missão. Estava criada a Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios – organizada segundo o plano proposto por Lebreton –, e foram distribuídas pensões aos franceses “beneméritos” que integravam a Missão. Havia já vários meses que os artistas “úteis”, como Debret e seu amigo Grandjean de Montigny, trabalhavam intensamente para as celebrações ou retratos da Corte, enquanto os “menos úteis”, como Taunay, eram pouco solicitados e só lhes restava conspirar. A confirmação de Lebreton como diretor da Academia – cargo ainda inexistente na prática – e a nomeação de Debret como Pintor de História significaram a intensificação da carreira deste também como pintor da Corte e deixaram-no ocupadíssimo com diversas encomendas, enquanto não era estabelecida de fato a futura Academia. Apesar de sua vitória aparente, esta situação representou também um longo período de decepção para Lebreton, durante o qual esperou em vão que se concretizasse a criação da Academia, projeto que a morte do Conde da Barca, em março de 1817, adiou sine die. Os quase três anos após o decreto foram, assim, de profunda angústia para Lebreton, que morreu, em junho de 1819, sem que saísse do papel a instituição para a qual fora nomeado diretor. Nesse intervalo, Taunay dedicou-se à paisagem brasileira e retirou-se em sua casa na Floresta da Tijuca, muitas vezes descrita por viajantes e retratada por ele em alguns de seus quadros mais famosos. Manteve, nesse perí86 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 Discurso de posse: Debret e Taunay artistas rivais da Missão Francesa odo, segundo sua própria expressão, “tanta esperança quanto este país me permite”, mas satisfazia-se com a gorda pensão do rei, que equivalia anualmente a uma quarta parte de toda a fortuna que amealhara ao partir para o Brasil. Debret, juntamente com o arquiteto Grandjean de Montigny, esteve profundamente envolvido nas comemorações da aclamação de D. João VI, do desembarque da princesa Leopoldina e outros importantes eventos que teve de decorar e documentar para a Corte. Um curioso episódio ocorrido nos quase três anos entre o decreto que criou a Escola de Belas Artes e a morte de Lebreton foi justamente a chegada da Imperatriz Leopoldina, oportunidade que deu a Taunay um último alento. O artista realizou um grande quadro para provar ao rei sua capacidade como Pintor de História. Trata-se do Primeiro passeio de D. João VI e D. Leopoldina na Quinta da Boa Vista, o maior e mais ambicioso dos óleos sobre tela pintados por Taunay no Brasil, e que retrata com maestria uma passagem alegre para a monarquia. O pintor esperava que este quadro, com o qual presenteara ao rei, lhe propiciasse novas encomendas, mas seu desejo não se realizou, talvez ainda como retaliação à sua primeira aproximação com Carlota Joaquina. A morte de Lebreton foi para Taunay o último sopro de esperança. O velho pintor estava no Brasil havia mais de três anos e se considerava muito superior a Debret como candidato à sucessão de Lebreton. No entanto, a nomeação de um substituto para uma função que tecnicamente não existia era a última das preocupações dos ministros que sucederam o Conde da Barca: Targini e Vila Nova Portugal. Por isso, somente ao cabo de mais de um ano decidiram por um postulante que não era nem Debret nem Taunay, mas sim um pintor português medíocre, Henrique José da Silva, pai de numerosa família e que fora recomendado ao ministro Targini, futuro Barão de São Lourenço. A nomeação de Henrique José da Silva dará ensejo, seis anos mais tarde, a uma nova rivalidade famosa: a de Debret com o pintor português. Taunay, contudo, já não participa dessa história, pois decidira regressar à França tão logo soube da nomeação de Silva, no final de 1820. Em março de 1821, já está de volta R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 87 Pedro Aranha Corrêa do Lago a Paris, encerrando assim o período de quase cinco anos que passou no Brasil, durante o qual acumulou toda sorte de frustrações, mas conseguiu pintar um fabuloso grupo de vistas do Rio de Janeiro, que constituiu seu maior legado pessoal ao país. Deixou aqui quatro de seus cinco filhos, entre os quais Félix-Émile, que concretizaria nos anos seguintes todos os objetivos que seu pai não alcançara: tornou-se de fato pintor de história e diretor da Academia de Belas-Artes, assim como professor de desenho do futuro Imperador D. Pedro II, que permaneceu por toda a vida seu grande amigo e concedeu-lhe o título de Barão de Taunay. Félix-Émile foi, por sua vez, vítima de inúmeras intrigas, mas morreu consagrado com 85 anos, em 1881. Apesar de todas as dificuldades e frustrações que evocamos, e do fosso que se abriu entre os dois principais artistas da Missão Francesa – que continuam a ser sempre citados em conjunto nos estudos brasileiros –, o legado artístico de Debret e Taunay foi fundamental para nosso País e estabeleceu-se apesar (ou talvez em virtude) desta rivalidade e dos atrasos da Academia, que tanto atormentaram Lebreton. Taunay não teria tido a energia e a saúde necessárias para desempenhar o papel de Debret, nem tampouco teria podido pintar suas belas paisagens do Brasil se estivesse empregado em tempo integral como professor. Por sua parte, Debret não teria conseguido acumular, com o mesmo empenho, suas inúmeras e preciosas observações visuais caso fossem diferentes as condições, ainda que as posições almejadas parecessem as mais favoráveis para os dois artistas nos primeiros tempos após a chegada. Resta-nos, portanto, muito além e talvez graças a esta rivalidade histórica, a obra magnífica que ambos esses grandes artistas nos deixaram. 88 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):71-88, out./dez. 2008 Discurso de recepção à sócia Isabel Lustosa DISCURSO DE RECEPÇÃO À SÓCIA ISABEL LUSTOSA Maria de Lourdes Viana Lyra1 Caríssima Isabel Lustosa, Manifesto inicialmente minha enorme satisfação por ter sido escolhida para lhe receber nessa tocante solenidade de posse no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a mais antiga instituição cultural do País e referência inconteste para os estudiosos da História do Brasil. Não faz muito tempo que aqui também fui acolhida e ainda é viva em mim a emoção que você hoje deve estar sentindo. Alem disso, creio que um tipo de sentimento emanado da boa terra nordestina, de onde ambas viemos, provavelmente faz nossos corações baterem ainda em maior sintonia. O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro recebe hoje em seus quadros uma intelectual talentosa e dinâmica, em plena maturidade, cuja produção historiográfica desponta como uma das mais férteis nos últimos anos. Isabel Lustosa nasceu em Sobral, no interior do Ceará, e iniciou seus estudos na capital do Estado, Fortaleza, concluindo-os no Rio de Janeiro, onde se bacharelou em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Revelando-se pesquisadora por excelência começou a se destacar neste campo desde o início de sua atuação profissional colaborando na implantação do Centro de Estudos Históricos da Divisão de Documentação e Pesquisa no Museu da República. Também ali organizou o seminário interdisciplinar “Bairros do Rio: em busca de uma identidade” e elaborou seu primeiro estudo: “Catete, singularidades de um bairro do Rio”, publicado na Revista do Rio de Janeiro, em 1984. Na Fundação Casa de Rui Barbosa, passou a coordenar o Projeto Botafogo, reunindo pesquisas em torno de vários aspectos da história daquele bairro. Em paralelo, dirigiu a área de pesquisa do Museu da República 1 –1Sócia Titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):89-92, out./dez. 2008 89 Maria de Lourdes Viana Lyra e escreveu seu primeiro livro: “Histórias de Presidentes: a República do Catete”, no qual analisa os períodos governamentais de Deodoro da Fonseca a Juscelino Kubitschek, enfocando a relação dos presidentes com a imprensa através de casos curiosos, charges, poemas e marchinhas de carnaval criadas sobre a vida e o caráter dos ocupantes do Catete. Lançado em plena campanha presidencial de 1989 e recentemente reeditado, o livro obteve grande repercussão pela abordagem criativa e narrativa agradável, tornando-se obra de referência sobre o assunto. A autora descobriu àquela altura o gosto pelo estudo de temas que, segundo ela mesma, “desde então me acompanham e aos quais sempre volto em meus trabalhos: a imprensa, a caricatura, o humor, a política e a vida cultural do Brasil e do Rio de Janeiro”. Seguindo a mesma trilha Isabel aprofundou o tema em sua dissertação de mestrado em Ciências Políticas, no IUPERJ: “Brasil pelo método confuso – humor e boemia em Mendes Fradique”, estudo precursor sobre o humorismo brasileiro do começo do século XIX, publicado em 1993. E, como tese de doutorado, na mesma instituição: “Insultos impressos: a guerra dos jornalistas na Independência”, analisando o papel da imprensa no processo de Independência e as imprevisíveis formas de competição política resultantes, publicado em 2000. Em seguida reuniu artigos esparsos e produzidos ao longo dos anos, publicando-os em 2004 sob o título: As trapaças da sorte: ensaios de história política e história cultural. São textos diversos que cobrem um vasto leque de temas, espaços e temporalidades, pois tratam “da política ao carnaval; de José Bonifácio, nas Cortes de Lisboa, a Paulo Francis, no Pasquim; do Rio de Janeiro, na antiga Rua do Ouvidor, à América de Henry Ford”, e que acabam por formar um abrangente painel sobre fatos e personagens que marcaram o longo trajeto da História do Brasil, entre os séculos XIX e XX, e cuja leitura é leve e atraente. O seu alentado curriculum vitae enumera dezessete títulos de livros escritos individualmente ou em parceria, ou ainda por ela organizados e quase o mesmo número de capítulos escritos em obras coletivas. Há ainda uma expressiva quantidade de três dezenas de artigos publicados em 90 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):89-92, out./dez. 2008 Discurso de recepção à sócia Isabel Lustosa renomadas revistas acadêmicas nacionais e estrangeiras. Não cabe aqui fazer referência a todas essas obras escritas, mas quero destacar aquela que alcançou maior repercussão no meio acadêmico e obteve ótima receptividade entre o grande público: o estudo biográfico. D. Pedro I: um herói sem nenhum caráter. Fugindo do modelo das biografias tradicionais que tendem a enaltecer os fundadores das nacionalidades, Isabel Lustosa analisa a trajetória do personagem através de duas faces contraditórias do seu comportamento. Enfoca o seu lado rude, malcriado e irresponsável, mulherengo e farrista, briguento e fanfarrão, complementado pelo lado valente, simpático e inteligente. Enriquece assim a imagem do jovem que começou a governar o Brasil aos 22 anos, promoveu a Independência e deu uma Constituição ao novo país, abdicou aos tronos de Portugal e do Brasil, e morreu cercado de glória. Considerado por ela como um dos personagens mais fascinantes da História do Brasil o perfil biográfico que traçou sobre D. Pedro I agradou a um grande número de leitores e, caso raro entre nós historiadores, tornou-se um sucesso editorial. Ainda em sua atividade de pesquisadora elaborou relevante trabalho como co-editora, juntamente com o jornalista Alberto Dines, da edição fac-similar do Correio Braziliense. A qual traz notas introdutórias aos 29 volumes originais e a organização de mais um trigésimo reunindo ensaios de historiadores, jornalistas, filólogos e críticos literários sobre o publicista Hipólito da Costa e sobre o período de circulação do referido jornal (1808 – 1822). Esse trabalho representa contribuição inestimável à pesquisa sobre o processo de Independência do Brasil. No campo da divulgação, em iniciativas igualmente louváveis visando a transmissão do conhecimento histórico ao público infantil, escreveu duas obras: O Chico e o avô do Chico, narrativa ficcional construída com o objetivo de despertar na criança o interesse pela história da cidade; e História dos escravos, que recebeu o certificado de Altamente Recomendável pelo Instituto Nacional do Livro Infanto-Juvenil / Fundação Nacional do Livro / Ministério da Cultura. Atualmente Isabel Lustosa é pesquisadora titular da Fundação Casa R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):89-92, out./dez. 2008 91 Maria de Lourdes Viana Lyra de Rui Barbosa, órgão do Ministério da Cultura, e dedica-se exclusivamente às atividades de pesquisa. Atua ainda de forma intermitente na imprensa escrevendo nos jornais O Globo e Folha de São Paulo, resenhas de livros, crônicas, ensaios e textos ficcionais, sendo nessa condição convidada com freqüência para participar de bienais, feiras literárias e programas de televisão. Todo esse dinamismo, aliado à segurança intelectual e à extrema simpatia, característica marcante e facilitadora de sociabilidades, dão sinais do quanto será proveitosa a sua presença entre nós. Sócia Honorária Isabel Lustosa, seja bem-vinda ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, seja bem-vinda entre nós. 92 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):89-92, out./dez. 2008 Discurso de posse: DISCURSO DE POSSE1 ISABEL LUSTOSA Isabel Lustosa Boa tarde. Eu gostaria de saldar na pessoa do Presidente do IHGB, Prof. Arno Wehling todos os demais sócios do Instituto, na pessoa do Prof. José Almino de Alencar, Presidente da FCRB, todos os meus colegas daquela instituição a que estou ligada não só por laços profissionais, mas também de amizade, e saudar, na pessoa do Acadêmico Afonso Arinos de Mello Franco, meu querido amigo, os membros da ABL. Estendo esta saudação a todos os presentes, amigos de várias fases de minha vida, e, muito especialmente, a meu companheiro, Mario Bag, meu irmão Fred, minha cunhada Elza e meus sobrinhos. De longe, lá no Ceará, sei que acompanham esse momento com muita alegria minha mãe Dolores, meu filho Francisco Bento e aquela verdadeira comunidade de irmãos, cunhados e sobrinhos que compõem a família Lustosa da Costa. Também aproveito para homenagear a memória de alguns intelectuais com que tive o privilégio de conviver e que me honraram com a sua amizade e que ligam essas duas casas: Américo Jacobina Lacombe, Plinio Doyle, Homero Sena e Francisco de Assis Barbosa. Com esse elenco de grandes historiadores, escritores, memorialistas, mas, principalmente de pessoas inteligentes, charmosas, de conversação e trato amável, trabalhei durante alguns anos da minha vida e hoje vejo o quanto essa convivência foi importante para a minha formação. Esta posse acontece ao apagar das luzes do ano de 2008, que foi marcado pelas comemorações em torno dos 200 anos da chegada da Corte portuguesa ao Brasil. Tendo participado de tantas atividades acadêmicas e culturais relacionadas com essa importante data, escolhi um assunto relacionado com as mesmas para compor meu discurso. Essas comemo1 –1Realizada em 10 de dezembro de 2008. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 93 Isabel Lustosa rações tiveram início ainda em 2007 e se prolongaram por todo o ano seguinte, com mais intensidades no primeiro semestre e na Cidade do Rio de Janeiro, onde a corte se estabeleceu. Na mídia, a data despertou enorme interesse, de forma que, talvez, desde os festejos pelo centenário da Independência, em 1922, nunca mais se tinha visto em relação a um fato histórico. No entanto, não freqüentaram muito o noticiário os temas mais polêmicos relacionados com o estudo do período, dos quais o mais interessante diz respeito à política econômica. Pois se sabe que é considerável a quantidade de estudos sobre os antecedentes e as conseqüências do decreto de Abertura dos Portos e do tratado de comércio assinado em 1810 com a Inglaterra e renovado em 1825 por D. Pedro I. Sobre este importante tema merece destacar o artigo de Rubens Ricupero: “O problema da Abertura dos Portos”, inserido no livro organizado por Luís Valente e o mesmo Ricupero, A Abertura dos Portos. Ricupero faz ali um interessante estudo comparativo entre o decreto de Abertura dos Portos e o tratado assinado com a Inglaterra em 1810. O autor chama a atenção para o caráter daninho desse último e para as razões políticas de sua assinatura, levando toda a culpa para esse mau negócio tanto para o Brasil quanto para Portugal aos interesses da dinastia Bragança. Mostra ainda como foram esses mesmos interesses depois representados por D. Pedro I, que levaram à renovação do mesmo tratado, em bases igualmente desvantajosas para o Brasil, em 1825. Outro aspecto pouco contemplado nos debates foi a questão da concentração dos benefícios resultantes de todo o processo na região Centro-Sul do País em detrimento do resto do Brasil e do Norte e Nordeste brasileiro em especial. Fato que foi o motor das revoluções que agitaram Pernambuco e que só esteve em pauta nas comemorações através da voz solitária de um autor contemporâneo da maior importância: Ewaldo Cabral de Melo. No meio acadêmico-universitário, a data propiciou a realização de muitos seminários e conferências. Merecem destaque os grandes encon- 94 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 Discurso de posse: tros internacionais produzidos pela Universidade Federal Fluminense, em março, e pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em maio. Além do encontro promovido pelo Superior Tribunal de Justiça, no Museu da Justiça, e a série de conferências promovidas pela Academia Brasileira de Letras, todos realizados no Rio de Janeiro. O seminário promovido pela UFF, em maio, reuniu pesquisadores do Brasil e do exterior, notadamente de Portugal, e foi, certamente, o maior evento acadêmico relacionado com o tema. Os que dele participaram tomaram contato com pesquisas que contemplam os mais variados aspectos: as razões da transferência da corte; fatores que a antecederam; as vicissitudes da viagem; a abertura dos portos; a criação do Banco do Brasil; o papel dos naturalistas; o funcionamento da justiça; os desdobramentos econômicos causados pela transferência e instalação da Corte no Rio de Janeiro; o impacto da mudança sobre outras regiões do Brasil, como o Nordeste e o Sul. Figuras importantes como o Conde de Linhares e o Visconde de Cairu tiveram suas idéias e trajetórias analisadas em mais de um trabalho. A administração de Paulo Fernandes Viana no Rio de Janeiro também mereceu estudo minucioso. Mais uma notável contribuição dessa grande historiadora luso-brasileira, uma das maiores especialista no período: Maria Beatriz Nizza da Silva. Na questão da administração da justiça, os trabalhos que o professor Arno Wehling apresentou em vários dos encontros que se realizaram o credenciam como maior especialista na matéria e jogam luz sobre esse aspecto tão pouco conhecido e, no entanto, tão importante para os desdobramentos que sucederam não só à chegada do Rei, mas também à sua partida. Tanto na UFF quanto no IHGB também foram contempladas questões puramente historiográficas relacionadas com o tratamento dos diversos temas tal como vêm sendo trabalhados, tanto no Brasil quanto em Portugal. Nessas matérias, particularmente proveitoso foi o diálogo com os colegas portugueses que para cá vieram, notadamente pela revelação de arquivos e de novos estudos relacionados com a elite portuguesa e com a situação econômica de Portugal depois de 1808. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 95 Isabel Lustosa Tantas foram as publicações lançadas no âmbito das comemorações dos 200 anos da chegada da Corte que seria fastidioso arrolá-las aqui. A música, a ciência e os impressos foram temas de livros que estão hoje entre os mais vendidos nas livrarias. O best-seller de Laurentino Gomes, “1808”, popularizou o tema ampliando ainda mais o público dos leitores que já tinham se encantado com a obra de Patrick Wilkcen, Império à deriva, lançada há poucos anos. O livro de Vasco Mariz, A música no Rio de Janeiro no tempo de D. João VI, também apresenta o ambiente da Capela Real, palco da disputa entre o arrogante maestro português Marcos Portugal e o modesto músico brasileiro José Maurício Nunes Garcia. A antiga Igreja do Carmo - que foi Capela Real e, depois da Independência, Capela Imperial, título que conservou até a Proclamação da República - foi totalmente restaurada para as comemorações sob os auspícios da Fundação Roberto Marinho que também publicou livro reunindo artigos de diversos autores sobre sua história. Os livros sobre a história do Jardim Botânico, O Jardim de D. João, de Rosa Nepomuceno, e sobre Taunay e a chamada Missão Francesa, O sol do Brasil, de Lilia Schwarcz, elaboram esses dois aspectos importantes do período sob novas perspectivas. A trajetória e o papel de Carlota Joaquina naquele contexto que já tinham sido estudados em livro anterior por Francisca de Azevedo, Carlota Joaquina na Corte do Brasil, são agora reforçados pelas cartas da princesa e depois rainha reunidas em edição comentada pela mesma autora, Carlota Joaquina – cartas inéditas. A imprensa do período joanino foi o tema de diversos livros lançados ou reeditados no âmbito das comemorações. Para o conhecimento da história e do conteúdo da Gazeta do Rio de Janeiro foram importantes contribuições os livros de Maria Beatriz Nizza da Silva, – A Gazeta do Rio de Janeiro (1808-1822): cultura e sociedade. Rio de Janeiro: Eduerj, 2007 – e de Juliana Gesuelli Meirelles, – Imprensa e poder na corte joanina: a Gazeta do Rio de Janeiro (1808-1821), Rio de Janeiro, Ed. Arquivo Nacional, 2008. Importante publicação do mesmo editor da Gazeta, Manuel Ferreira de Araújo Guimarães, a revista O patriota teve todos os seus textos reunidos em um CD que acompanha livro de textos de quatro 96 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 Discurso de posse: autores sobre a mesma publicação organizada por Lorelai Kury, Iluminismo e Império no Brasil - O Patriota (1813-1814). O livro de Cybelle e Marcello de Ipanema: Silva Porto: livreiro na Corte de D. João - editor na Independência mereceu bela reedição pela editora Capivara de nosso confrade Pedro Correa do Lago. Parte 2 Em termos de estudos mais abrangentes, destacam-se dois trabalhos de fôlego: a biografia D. João VI: um príncipe entre dois continentes, de Jorge Pedreira e Fernando Dores Costa, originalmente publicada em Portugal e aqui lançada pela Companhia das letras, e Versalhes Tropical: Império, monarquia e a Corte Real portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821, da historiadora norte-americana Kirsten Schultz. A biografia de D. João é trabalho denso que tem sobre as anteriores a novidade do foco: é um olhar português sobre seu reinado. Novidade porque enfrenta outra questão que esteve em pauta nos debates: o contraste entre o olhar francamente favorável com que a historiografia brasileira viu o personagem e seu reinado com a visão crítica, para não dizer desfavorável, que dos mesmos se construiu em Portugal. No entanto, é biografia que vai na mesma direção das anteriores ao se deter no período bem mais do que no personagem, não trazendo maiores revelações a seu respeito. Mas, sem dúvida, a longamente esperada publicação do livro de Kirsten Schultz foi o grande marco dentre os tantos lançamentos do período. Originalmente publicado nos Estados Unidos em 2001, o livro de Kirsten Schultz já figurava na bibliografia da maior parte dos estudos que se produziram daí em diante. Baseada em densa pesquisa documental, a autora percorre os principais temas relacionados ao período, produzindo análise original e aprofundando as discussões propostas por outros autores que a antecederam. Sua maior contribuição é, sem dúvida, na análise da relação dos escravos com D. João, intermediada pelo intendente-geral de polícia, Paulo Fernandes Viana. De certa forma, em seu estudo Kirsten repensa a questão dos limites do liberalismo no âmbito do despotismo ilustrado que orientou a política joanina. Ela analisa, de forma bastante feliz, o impacto R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 97 Isabel Lustosa que a “Imediata Presença do Soberano” representou sobre as relações sociais, inclusive as entretidas entre senhores e escravos. A seu ver: “No processo tanto de construir uma nova corte quanto de forjar uma nova política da monarquia no Novo Mundo, os imperativos da sociedade colonial e os imperativos de uma corte real reconfiguraram-se juntos”. A prática de peticionar à coroa estendia-se a todos os vassalos, independentemente do seu status social. No entanto, apesar dos escravos estarem formalmente excluídos da comunidade de vassalos do Rio, depois da transferência da Corte, eles passaram a reivindicar um relacionamento particular com a Coroa, vendo “o monarca como a fonte de justiça à qual todos estavam sujeitos e à qual todos podiam apelar quando diante de dificuldades”.Essa ação dos escravos levando seus pedidos ao Rei criou uma situação de fato no que concernia às relações de poder que mantinham com seus proprietários. Assim, diz Schultz, a autoridade do rei antagonizava com a autoridade do senhor. Ao atender o pleito do escravo, o soberano demonstrava que a autoridade real estava acima de todas as demais hierarquias sociais e que a autoridade do proprietário de escravos deveria ser manifestamente circunscrita pela lei e pela Coroa. Em outras palavras, a própria autoridade da monarquia, teoricamente reconhecida como absoluta, mas também justa e liberal, ficaria enfraquecida se proprietários de escravos fossem liberados para agir de maneira que seu soberano não podia agir. Ao intervir impedindo as injustiças e a tirania das autoridades inferiores, diz Schultz, a Coroa revelava que o poder real absoluto era virtuoso. O valor de contribuições como o trabalho de Kirsten Schultz, só agora tornado acessível ao público universitário, e seu enraizamento no campo historiográfico a que vieram se associar, só será devidamente avaliado com o tempo. No entanto, quero crer que, mesmo sendo grandes contribuições, elas todas se beneficiam em grande medida de alguns trabalhos precursores que ainda continuam a iluminar os caminhos dos que elegem essa importante fase de nossa História como tema de seus estudos. Dentre os que para mim foram fundamentais destaco os trabalhos de Maria Odila Leite da Silva Dias e da Sócia Titular deste Instituto, Maria de Lourdes 98 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 Discurso de posse: Viana Lyra. A meu ver são obras que se propõem a examinar o período de forma abrangente, reunindo um conjunto de informações inéditas e produzindo teses que hoje fazem parte do acervo de que partem historiadores e cientistas sociais para analisar aquele momento histórico. Assim me parece que, mesmo sendo grande o esforço renovador das tantas investigações em curso, a acuidade e pertinácia das análises dessas duas autoras ainda não foram superadas. Cabe aqui resumir suas idéias centrais de modo a demonstrar essa afirmativa. Parte 3 Dois trabalhos de Maria Odila Leite da Silva Dias recentemente reeditados são os mais citados pela bibliografia relativa ao período. A autora reuniu em um pequeno livro A interiorização da metrópole e outros estudos, Alameda, 2005 seus três ensaios mais importantes. Contrastar a dimensão material dessa obra, em termos de páginas impressas, com a enorme importância que tiveram para os estudos que se lhe seguiram deve, de alguma forma, nos ajudar a refletir sobre a possibilidade de um conteúdo formulado de forma econômica, clara e objetiva prover com teses originais um campo importante do conhecimento histórico. De fato, com poucas e bem colocadas palavras, Maria Odila desenvolveu teses fundamentais que fizeram de seus artigos orientadores de trilhas seguidas posteriormente por outros grandes historiadores brasileiros e estrangeiros. Seu trabalho mais antigo, “Aspectos da Ilustração Brasileira”, publicado no começo de 1968 na revista do IHGB, abriu caminho para muitos estudos, no âmbito da História das Idéias e das Práticas Políticas do Período. Como ele se relaciona diretamente com o trabalho da Maria de Lourdes que comentarei em seguida, me atenho primeiro ao texto clássico e que foi mais citado durante os eventos de 2008: A interiorização da metrópole. Publicado em 1972, portanto quatro anos depois do primeiro, esse artigo abriu a senda para outros trabalhos importantes nas áreas da história econômica e social brasileiras. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 99 Isabel Lustosa Ao ter estabelecido em seu ensaio fundador as matrizes do processo de desenvolvimento econômico do Centro-Sul do País – predomínio social do comerciante; interdependência de interesses rurais, comerciais e administrativos; processo moderado de emancipação da colônia frente à metrópole onde, menos do que a questão política, predominaram os interesses econômicos locais – Maria Odila deu a régua e o compasso que possibilitaram, entre outros, os trabalhos de Alcir Lenharo, Riva Goresntein e João Fragoso. Ela também explorou com eficácia analítica a influência que tiveram, naquele contexto, os mecanismos sociais de acomodação baseados no receio das elites coloniais em relação aos riscos que qualquer agitação social traria para a economia. A vinda da Corte para o Brasil, com o enraizamento do Estado e dos interesses portugueses no Centro-Sul, processo que a autora denominou de “interiorização da metrópole”, representou não uma ruptura, mas a continuidade de um processo de transição da colônia para o império. O surto de crescimento que tivera início a partir da descoberta das minas de ouro e diamante na passagem dos séculos XVII para XVIII não sofreu interrupção na segunda metade do século XVIII, apesar de seu esgotamento. A estrutura de estradas e a rede de pequenas vilas e fazendas que se criaram no período ligando as Minas Gerais ao porto do Rio de Janeiro serviriam de suporte à produção agrícola e pecuária destinada à exportação e também ao abastecimento da população local. Com a chegada da Corte, a demanda por esses produtos se elevaria consideravelmente, gerando, a princípio, uma crise no abastecimento. Crise esta que seria logo seguida pela ampliação e intensificação da rede de comércio que já ligava o Rio a Minas e a São Paulo. Tudo isso propiciou a mais estreita integração entre as capitanias do Centro-Sul fazendo com que a região liderasse, posteriormente, o processo de rompimento com Portugal. Maria Odila também sugere que o fortalecimento das elites da região estava associado às estreitas inter-relações dos interesses comerciais com os agrários, ao contrário do que antes se pensara. Suas elites comerciais, enriquecidas principalmente pelo tráfico negreiro, estreitaram seus laços com a burocracia da Corte, tanto pela realização de investimentos em 100 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 Discurso de posse: obras públicas quanto pelos casamentos entre filhos de uns e outros. A proximidade do trono proporcionaria aos comerciantes estabelecidos no Rio de Janeiro acesso privilegiado à exploração de postos e de serviços administrativos que, por falta de funcionários e de estrutura administrativa, passaram a ser terceirizados pela Coroa. Essa mesma elite seria ainda a grande beneficiária das doações de sesmarias onde, mais tarde, surgiriam as imensas fazendas produtoras de café, principal riqueza do País durante todo o século XIX e começo do XX. Outro caminho importante aberto por Maria Odila aponta no sentido de mostrar como esse cenário lançou os fundamentos do Novo Império a partir do controle do Rio de Janeiro sobre as demais capitanias, especialmente as do Nordeste. O grande volume de recursos investidos na transformação do Rio em metrópole, às custas da elevação dos impostos sobre as demais partes da antiga colônia, teria representado, do ponto de vista das outras capitanias, apenas um recrudescimento dos processos de colonização portuguesa do século anterior. No entanto, entre as classes dominantes tanto do Sul quanto do Norte, a enorme distância que as separava do resto da sociedade seria um fator de união, ainda mais reforçado pelo temor de que aqui se repetissem os acontecimentos de São Domingos, onde uma revolta de escravos tinha dizimado a população branca. Tal perigo, sempre lembrado pelos conservadores, se casava bem com o espírito da contra-revolução européia que se seguira à queda de Napoleão. Mas, principalmente, seria o risco que representavam para a estabilidade econômica que neutralizaria inconfidências, revoltas e regionalismos de caráter separatista como os que mais de uma vez agitariam Pernambuco. Da peculiaridade desse modo de transição resultou que o processo de Independência do Brasil de Portugal não foi marcado por um movimento nacionalista ou revolucionário e também não ensejou, na seqüência, um processo de consolidação nacional. A continuidade da ordem existente com a manutenção da monarquia era a grande preocupação dos homens que forjaram a transição para o Império. Ao contrário das elites criollas R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 101 Isabel Lustosa que expulsaram e expropriaram os espanhóis metropolitanos, as elites brasileiras se confundiram com as portuguesas, que acabaram por enraizar seus capitais e interesses no Brasil. A idéia de que se precisava de um governo central forte para neutralizar os conflitos da sociedade e as forças de desagregação internas era defendida pelos ilustrados brasileiros que a viam como fator decisivo para a manutenção da unidade. Desta forma, conclui Maria Odila, a independência se fez com base em um incipiente nacionalismo didático, integrador e progressista que daria origem, no Segundo Reinado, a uma consciência nacional eminentemente elitista e utilitária. Parte 4 Em Aspectos da Ilustração brasileira, publicado quatro anos antes do texto que resumi acima, Maria Odila já havia mapeado as bases sociais, intelectuais e ideológicas que orientariam a ação da elite brasileira naquele contexto. A forma moderada com que o Brasil se tornou independente de Portugal, conservando inclusive a mesma dinastia no trono pode ser apenas parcialmente explicado pela vinda da Corte e da estrutura administrativa para o Rio de Janeiro. Só mesmo a existência de uma elite constituída com base nos mesmos valores que tinham predominado durante toda a regência e Reinado de D. João VI poderia dar sustentação a um modelo político que conservaria muito do que nos viera de Portugal. “Aspectos da Ilustração brasileira” analisa o surgimento do quadro de intelectuais e cientistas que comporiam aquela elite. Grupo criado na Universidade de Coimbra que optou por uma formação que tinha por base os conhecimentos úteis, as ciências naturais e a matemática em detrimento das belas letras e que teve em D. Rodrigo de Sousa Coutinho, o Conde de Linhares, seu principal mentor. No entanto, esse movimento de cooptação da juventude culta brasileira teria começado com Pombal e sua política de industrialização portuguesa que deveria ter por base as matérias-primas produzidas no Brasil. Para desenvolver e diversificar a produção agrícola da colônia americana, de forma que compensasse as oscilações dos rendi- 102 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 Discurso de posse: mentos do quinto e a baixa do preço do açúcar, o poderoso ministro de D. José I encomendou aos governadores e capitães-generais das principais capitanias a realização de estudos sobre a flora brasileira e de levantamento de seus produtos mais comerciáveis. Com isto, foi produzida por brasileiros letrados uma série de trabalhos geográficos e estatísticos que seriam depois continuados sob a orientação de D. Rodrigo. Para Maria Odila, tais estudos, que eram freqüentemente acompanhados por relatórios de viagem mereceriam ser analisados como parte integrante do processo de formação de uma consciência nacional, pois revelavam os conhecimentos de que os brasileiros daquele tempo dispunham sobre a realidade de sua Terra. Esses trabalhos de natureza empírica e objetiva constituiriam, a seu ver, um patrimônio documental de caráter mais específico para os estudo das origens de uma cultura brasileira “do que a análise das primeiras manifestações revolucionárias e republicanas da colônia, formas generalizadas de um movimento cosmopolita e universal”. Esses jovens ilustrados eram, em sua maioria, filhos dos grandes proprietários e negociantes brasileiros e estavam perfeitamente identificados com os interesses materiais de seu grupo de origem e, por isso, não aderiram ao liberalismo democrático de Jean Jacques Rousseau. Educados na atmosfera de Reforma do Antigo Regime que marcou a segunda metade do século XVIII português e o despotismo ilustrado que orientaria a política joanina, imbuídos de sentimento patriótico que os ligava à grande família portuguesa que se espalhava por vários continentes, estimulados por D. Rodrigo, adotariam o sonho do grande império luso-brasileiro. Assim, Maria Odila chama a atenção para um aspecto fundamental da mentalidade desse grupo que teria conseqüências para os desdobramentos posteriores de nossa história. Segundo a autora: “quase não se vislumbravam idéias de separação entre os ilustrados brasileiros”. Menos ainda depois da vinda da Família Real para o Brasil, quando pareceu a eles que ia se concretizar o ideal de um grande império português centralizado na América. O que buscavam era a reforma do Estado Absolutis- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 103 Isabel Lustosa ta nos moldes sonhados pelos reformadores que viam no Brasil a única esperança de um futuro glorioso para Portugal. Pudemos constatar nos debates que marcaram a imprensa da Independência como esse sonho persistiria na mente de muitos brasileiros de atuação decisiva até mesmo depois do Fico. Maria Odila vai ainda mais longe quando diz: “Tem-se a impressão de que a independência veio refrear um pouco os sonhos dos ilustrados brasileiros – sonhos que envolviam visões otimistas não somente de progresso material como também de regeneração social, antecipando uma transfiguração idealista do novo império americano”. Um aspecto que é ressaltado pela autora é o papel da política do Estado, tanto com Pombal quanto com D. Rodrigo, nesse movimento de formação de quadros brasileiros e de cooptação dos mesmos para o grande projeto português. Naturalmente que, após a Independência, o Império a que dedicariam seus talentos e esforços seria outro. Migrando das Ciências Exatas para a Política, como foi o caso de José Bonifácio de Andradas, eles levaram para a atividade pública o pragmatismo e o racionalismo próprio da Ciência. Evitando as abstrações e as teorias políticas tão caras aos grupos mais identificados com os ideais da Revolução Francesa, eles procurariam “dar à política uma feição essencialmente moderada, preocupando-se, sobretudo, com a ordem, e lutando para manter a unidade do País e um executivo forte”. Parte 5 Toda uma geração de jovens, boa parte deles nascidos no Brasil, se formaria tendo como ideal de progresso e desenvolvimento para todo o reino português, inclusive sua grande colônia americana, o programa pensado no âmbito do chamado Reformismo Ilustrado. O livro de Maria de Lourdes A Utopia do Poderoso Império. Portugal e Brasil: Bastidores da Política 1789-1822. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1994 esquadrinha o universo de idéias e símbolos que foram utilizados para construir esse ideal, concentrando-se especialmente no discurso de D. Rodrigo de Sousa 104 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 Discurso de posse: Coutinho. A autora percorre o caminho seguido pela idéia de Império Lusobrasileiro desde quando, no reinado de D. João IV, o Padre Antônio Vieira lançou a bandeira do Quinto Império para levantar o orgulho do povo português e estimulá-lo a lutar pela recuperação da autonomia do Reino frente à Espanha. Seguindo essa trilha, Maria de Lourdes produz certamente o estudo mais completo sobre o conteúdo e as contradições do chamado reformismo ilustrado no que diz respeito ao Brasil. A autora desencava as raízes do conceito, a partir da evolução do pensamento liberal propiciada pelas revoluções inglesa, americana e francesa. Ela também analisa as idéias de dois autores do século XVIII que estiveram na base das formulações teóricas do Reformismo Ilustrado em Portugal: o abade Raynal e Adam Smith. A inevitabilidade da independência das colônias americanas prevista pelos dois e a maneira de sanar os danos que isto causaria às suas metrópoles sugerida pelo segundo vão influenciar na fórmula intermediária que intelectuais a serviço do absolutismo português desenvolveriam para preservar a colônia sem mudar o regime. Seu estudo também nos proporciona uma viagem pela história das visões do Brasil que circulavam na Europa e das idealizações que se construíram a partir não só dos relatos, mas também por conta da própria realidade desesperançada dos portugueses que poucas saídas tinham para o crescimento da metrópole cada vez mais dependente de sua mais importante colônia. O império americano lavava a alma portuguesa da humilhação de ser uma nação de segunda no contexto das monarquias européias e os confortava com a idéia de que possuíam um tesouro na América, uma terra prometida para onde a Coroa e o próprio povo de Portugal poderia migrar a qualquer momento. Terra tão rica e boa que, para alguns, valeria até mesmo a troca da sede européia pelas possessões espanholas na América do Sul a fim de realizar o destino do poderoso império luso-brasileiro. As dimensões continentais dessa terra eram tais que a ela só poderia caber o título de Império. O livro de Maria de Lourdes é também um precioso estudo sobre R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 105 Isabel Lustosa o pensamento de D. Rodrigo de Sousa Coutinho e de outros ilustrados acerca do Brasil e de como esse corpo de idéias lidou com as situações do acaso. A tese do poderoso império elaborada no âmbito do Reformismo Ilustrado serviu para mitigar a imagem absolutista do Regime Monárquico português e para mascarar a profunda desigualdade no tratamento dado à colônia em favor da metrópole. Sob a alegação do necessário equilíbrio entre as duas partes do Reino, o Brasil, por suas dimensões, estaria destinado à produção das matérias primas que, na Europa, movimentavam a Balança Comercial portuguesa. Portugal, por sua vez, além de conservar o monopólio da produção do vinho e do azeite, devia receber investimentos no sentido de estimular o incremento e a diversificação de sua produção industrial. No entanto, o modelo que embasava esse ideal tinha como pontos de ancoragem o fato de que se destinava a Portugal o posto necessário de líder da nação portuguesa, tanto por sua história quanto por estar situado no continente europeu, junto ao grande mercado, vizinho das demais coroas. No entanto, depois de 1808, com o estabelecimento da sede da monarquia na América, essa tese ficaria comprometida. Afinal, Portugal se mostrara um lugar estrategicamente menos favorável à sobrevivência da monarquia do que o Brasil, protegido, pela distância e por sua imensa costa, de um possível ataque estrangeiro. Ao mesmo tempo, a transferência da Corte também mostraria que o mesmo poderoso império se tornaria mais viável se governado e administrado diretamente da América. Essa também é outra contribuição do trabalho de Maria de Lourdes: a análise da adaptação do projeto do poderoso império à nova realidade no discurso de D. Rodrigo que, no Brasil, volta a ocupar o posto de principal ministro de D. João. D. Rodrigo que também fora, antes de 1807, um dos intelectuais portugueses que tinham defendido a idéia da transferência da sede da Corte para o Brasil. Projeto que, levado a cabo por força das circunstâncias, tinha muitos adversários entre os conselheiros de D. João. No Rio de Janeiro, o grande esforço de D. Rodrigo foi no sentido de realizar, a partir do Brasil, as reformas que o Reino de Portugal precisava, mantendo o projeto do grandioso império sem explicitar, pelo menos em 106 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 Discurso de posse: seus documentos, a evidente intenção de tornar definitiva a permanência da Corte no Brasil. D. Rodrigo morreu em 1812. Não enfrentou, por isso, a pressão que, da Europa, fizeram os portugueses para restabelecer o modelo antigo. Um dos seus seguidores, Silvestre Pinheiro, o mais ilustrado representante desse projeto junto a D. João, apresentaria, em 1814, como alternativa às pressões portuguesas que, depois da expulsão dos franceses, se intensificariam, a divisão dos dois reinos: D. João permaneceria no Brasil e o Príncipe D. Pedro seguiria para Portugal, convertido em uma espécie de reino anexo ao Brasil, com relativa autonomia administrativa. D. Rodrigo que, com muitos recursos retóricos tentara manter os portugueses na mesma ilusão com que, na década anterior, conseguira atrair os brasileiros para o seu projeto, talvez não tivesse ido tão longe. O fato é que a tese do poderoso império luso-brasileiro se desfez por inevitável depois que a sede do poder mudou para o Rio. Os portugueses da Europa não se conformaram com o papel secundário a que estavam destinados na era americana da monarquia portuguesa. Um dos dois lados fatalmente romperia. A solução encontrada pelos ilustrados brasileiros que tinham se formado sob a orientação de D. Rodrigo, no entanto, foi a mais próxima possível do seu projeto: o rei voltou, mas aqui ficou o príncipe. E, apesar da Independência, o vínculo com Portugal prolongar-se-ia através da dinastia Bragança até o final do século XIX. Uma transição lenta e gradual que teria agradado aos Reformistas Ilustrados do final do século XVIIII. Desta maneira, o trabalho de Maria de Lourdes, publicado pela primeira vez no final da década de 1970, completou o concentrado esboço analítico que havia sido produzido por Maria Odila. Creio que o trabalho de Kirsten Schultz é herdeiro direto dessa tradição de historiadoras que produziram análises de conjunto da realidade brasileira daquele período a partir de uma pesquisa documental densa. Cada uma em seu estilo representa uma tradição preciosa na nossa historiografia que, talvez, depois que venham à luz os tantos trabalhos produzidos em virtude da comemoração dos 200 anos da chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, será ainda R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 107 Isabel Lustosa mais engrandecida. Muito obrigada. 108 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):93-108, out./dez. 2008 Sessão Magna 21 de outubro de 2008 I.2 – Sessão Magna FALA DO PRESIDENTE ARNO WEHLING Arno Wehling1 Senhores membros da Mesa Senhores Sócios do Instituto Ilustres convidados Senhoras e Senhores O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro cumpre hoje 170 anos de fundação. Os 27 fundadores, tendo à frente o cônego Januário da Cunha Barbosa e o brigadeiro Raimundo José da Cunha Matos, destacaram-se da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional e fundaram nova entidade, com a finalidade de coligir informações, discutir questões de relevância para a história, a geografia e a administração do País e divulgar suas conclusões por meio de eventos e publicações. Era todo um catálogo de realizações, que aparecia enunciado no estatuto de 1838 e nos “programas históricos” propostos pelo primeiro presidente do IHGB, o Visconde de São Leopoldo. Na expressão da época, foram reunidas a história filosófica e a história pragmática para, a partir de um repositório de dados sobre o País, compreender o processo de sua formação e estabelecer diretrizes para o futuro. Mesmo a idéia de formar quadros para a administração pública aparece nos textos produzidos na primeira década do Instituto. Ao mesmo tempo programa de pesquisa científica, proposta de pedagogia social e discurso legitimador, o projeto do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro pressupunha diversos desdobramentos: coleta de 1 –1Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. - Sócio Titular R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):109-116, out./dez. 2008 109 Arno Wehling dados no Brasil e no exterior, envolvendo procedimentos que hoje denominamos arquivísticos, museológicos e biblioteconômicos; realização de investigações que permitissem aprofundar o conhecimento da evolução histórica do País, de sua composição étnica, de suas bases geográficas, de suas características e potencialidades econômicas; constituição de foruns de debates especializados e divulgação de textos que contribuíssem para aperfeiçoar o nível científico, educacional e cultural do País; e, por último e talvez mais importante, a elaboração de um discursso legitimador que levasse em conta os valores dominantes entre aquela elite fluminense, mineira e paulista que reequilibrava institucionalmente o País, com o apoio, nem sempre fácil, das demais elites provinciais. Esses valores aparecem algo difusamente nos textos publicados na Revista do Instituto em seus primeiros anos, mas se tornam explícitos com a premiação da monografia de Martius, em 1843, sobre “como se deve escrever a história do Brasil”. Aí estão, clara e sucintamente expostas, as vértebras do discurso legitimador que será a marca do Instituto e do País ao longo de quase todo o século XIX. O método a seguir é o da combinação da história filosófica com a história pragmática; o objeto da pesquisa, a sociedade, a cultura, a vida econômica e as instituições políticas, mais do que as meras informações factuais, numa equação que combina a história dos costumes de Voltaire com a história do Zeitgeist da Ilustração alemã; o processo formador, a fusão das etnias portuguesa, indígena e negra, com o predomínio da primeira, como rio principal ao qual se mesclavam os afluentes, na metáfora geográfica do autor; as concepções diretoras, a idéia da integridade nacional, pela união das províncias em torno ao centro político e da monarquia constitucional como forma de governo capaz de permitir as condições de estabilidade ao sistema político, indispensáveis à paz e ao progresso. Ao longo dos seus 170 anos, certamente os “programas históricos” a cumprir pelo IHGB variaram de acordo com as circunstâncias de sua historicidade. Ao romantismo historicista, preocupado com a integridade nacional e a construção do estado, seguiram-se as gerações cientificistas, 110 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):109-116, out./dez. 2008 Sessão Magna 21 de outubro de 2008 embebidas de positivismo, evolucionismo e posteriormente marxismo, centradas em encontrar os fundamentos e a dinâmica da sociedade brasileira. No século XX também se acrescentaram ao debate weberianos, estruturalistas e foucauldianos. Ainda neste século viu o IHGB acelerar-se o movimento de fundação de seus congêneres estaduais, já iniciado no século XIX e o movimento de pesquisa universitária, nascido com a fundação das Faculdades de Filosofia na década de 1930 e consolidada com os programas de pós-graduação dos anos 1970. Novos papéis precisaram ser definidos para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, como precisaram igualmente ser definidos para os institutos estaduais e, já agora, municipais. Um papel, porém, permanece como base, embora todo o restante mude, e na oportunidade em que coincide a comemoração dos 170 anos com a realização do IV Colóquio dos Institutos Históricos Brasileiros, vale a pena ser sublinhado: é o papel de pensar o Brasil. Peço licença para reiterar aqui o que já enunciei em outro colóquio, que nos reuniu em encontro regional. Nosso dever para com nossas instituições é continuar a pensar o Brasil e pensar nossos estados, quer formulando nós próprios a reflexão, como o fazemos em nossas reuniões permanentes e extraordinárias e em nossos congressos estaduais, nacionais e internacionais, quer facultando os meios, em nossos arquivos, bibliotecas e museus, para que os pesquisadores alheios às nossas Casas o façam, quer, ainda, contribuindo para as políticas de preservação do patrimônio cultural e para o êxito da pedagogia social da comemoração. Esse pensar o Brasil e pensar nossas realidades regionais, no início do século XXI, envolve certamente categorias, conceitos e práticas diversas daquelas que orientaram os nossos respectivos fundadores e as gerações intermediárias. Desde a nossa autolocalização institucional no panorama da cultura brasileira até as atividades concretas que a refletirão, R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):109-116, out./dez. 2008 111 Arno Wehling tudo precisa ser repensado à luz dos desafios dessa peculiar modernidade pós-moderna. Nossas instituições precisam construir coletivamente, pelo esforço e pela participação de seus membros, os novos objetivos para responder a tantos e tão profundos desafios. Mas o deverão fazer, creio, plenamente conscientes de que os novos objetivos definir-se-ão nos limites impostos pelas suas antigas finalidades. Os fins dos Institutos Históricos estão inscritos perenemente – com a perenidade que podem ter as construções humanas – em nossos estatutos e em nossas realizações desde os fundadores. A eles permaneceremos absolutamente fiéis. Quanto aos objetivos, estes sofrem os efeitos da historicidade e precisam ser redefinidos a cada nova conjuntura, sempre olhando o norte definido pelos fins. Já tive oportunidade, no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, referindo-me a outro contexto, de utilizar uma paráfrase de Ortega y Gasset que parece adequada a esta situação: não devemos fazer o que os fundadores fizeram, sob pena de nos esclerosarmos num conservadorismo estéril; mas devemos fazer o que fariam hoje, se estivessem em nosso lugar. Para cumprir este desiderato, somente seremos bem-sucedidos se tivermos muito claros os fins dos Institutos Históricos e Geográficos, aqueles princípios intemporais cuja encarnação histórica cabe a cada nova geração de membros das nossas Casas. É um desafio magno, mas que estimula nossa inteligência e anima nossa criatividade. E deveremos vencê-lo juntos, Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e Institutos Históricos Estaduais, para honra de nossas entidades que, pensando as realidades regionais, pensamos simultaneamente o Brasil, e com isso ajudamos a consolidar esta imensa realização histórica que é fazer de um país continental um milagre de unidade na diversidade. Fazer 170 anos implica, também, em reafirmar nosso compromisso de recomeçar, cumprindo a sina de Sísifo. Recomeçar consolidando o que foi realizado, partindo de um ponto 112 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):109-116, out./dez. 2008 Sessão Magna 21 de outubro de 2008 que serve de patamar e alavanca para os seguintes, sempre no sentido de, em cumprimento ao Programa fixado pela atual Diretoria, adensar a contribuição intelectual e moral do Instituto ao Brasil, fazendo-o partícipe de peso no conjunto das instituições culturais brasileiras. Diversos são os instrumentos para a consolidação do trabalho até aqui desenvolvido, alguns já mencionados por ocasião de Sessões Magnas ou solenidades de posse. Sobre um dos mais significativos, porque condição da argamassa que nos une como sócios, a sociabilidade - gostaria hoje de expender algumas reflexões. A própria natureza de uma academia envolve a idéia de união e esta por sua vez tem como corolários o convívio e a sociabilidade. Bernardin de Saint Pierre fala da indispensabilidade de “reunir as verdades dispersas por toda a terra”. Xavier Heuschling, no Dictionnaire générale de la politique, de 1864, afirma ser necessária “a unidade na multiplicidade: tal é a lei da natureza, na ordem intelectual e moral, como na ordem material. Daí também a necessidade da reunião dos homens que pensam, para concentrar num local comum suas idéias isoladas e esparsas”. O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro tem sido, ao longo de sua história, um local de convergência de idéias sobre a História, a Geografia e outros campos do conhecimento. Convergência que não significa abandono de concepções ou convicções próprias em favor das eventualmente dominantes na instituição. Aqui coexistiram e conviveram racionalistas ilustrados, historicistas, positivistas, evolucionistas, marxistas e weberianos; liberais, tradicionalistas, conservadores e socialistas; românticos, realistas e modernistas. Ademais, orgulhamo-nos de nossas origens pluricorporativas: poucas instituições mais existem nas quais sentem-se lado a lado e dialoguem juristas, eclesiásticos, militares, professores universitários, diplomatas, médicos. Essa convivência plural tornou-se possível e, mais do que isso, desejável, porque a finalidade que nos congrega é uma só: pensar o Brasil. Mas não o fazemos do ponto de vista de um partido, porque não aspiramos ao poder. Não o fazemos do ponto de vista de uma ideologia, porque R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):109-116, out./dez. 2008 113 Arno Wehling não aspiramos, ao estilo sofista, vencer uma discussão. Pensamos o Brasil de um ponto de vista acadêmico, isto é, de uma valoração superior, não imediatamente engajada numa determinada opção, de qualquer natureza, mas mediatamente identificada com valores mais altos que envolvem uma atitude de profunda empatia com a humanidade e um sincero desejo de que o País afirme um ethos humanista. Ao percorrermos as páginas da Revista do Instituto, desde o século XIX, é esta mensagem, freqüentemente envolta em formas muito diversas de expressão, que encontramos. Talvez o exemplo pessoal mais emblemático dessa idéia seja o do cônego Januário da Cunha Barbosa, que foi pregador imperial, mas também polêmico e combativo jornalista e deputado. Esteve no governo, na oposição e na prisão, mas dedicou seus últimos anos à finalidade maior de dar ao Brasil uma instituição efetivamente nacional, para muito além das circunstâncias. Em conseqüência, quando falamos em sociabilidade, não estamos nos referindo necessariamente à amabilidade, mas à capacidade de conviver com o outro, ainda que este outro seja profundamente diferente. Charles Duclos, que era um homem cultivado no sentido francês do século XVIII e viveu nos reinados dos últimos Luíses, dizia que “o homem sociável inspira o desejo de com ele conviver... [ ao contrário ] o homem amável reúne vícios, frivolidades e inconvenientes que o tornam freqüentemente o menos digno de ser amado”. A sociabilidade manifesta-se de diferentes maneiras, seja na essência, seja nos acidentes, seja no estilo. Mas alguns de seus traços mais característicos devem ser lembrados, se desejamos refletir sobre nossa Casa e seu espírito. Em primeiro lugar, um acendrado respeito pela pessoa e pela obra de nosso confrade. Para além da tolerância, que apenas suporta a diversidade do outro, esse respeito nasce não apenas da mútua condição acadêmica, mas da convicção de que aquele que não pensa como nós certamente o faz amparado por alguma parcela de verdade em seu pensamento, assim como a nossa própria Weltanschauung, por mais cara que ela nos seja, 114 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):109-116, out./dez. 2008 Sessão Magna 21 de outubro de 2008 também é um exercício necessariamente parcial, datado e perspectivado. Quando lemos os livros de Max Fleiuss sobre o Instituto, cujos temas diversificados cobrem quase toda a primeira metade do século XX, ou quando recordamos o consulado de Pedro Calmon à frente de nossa instituição, entendemos a expressão concreta desta atitude, a de um convívio fundado no respeito intrínseco pela pessoa e seu trabalho e não na tolerância, esta sempre fruto de uma decisão política. Inseparável desta atitude é a da admiração ilimitada pela inteligência, mais do que pela simples erudição. A valorização do “contato com pessoas inteligentes”, na expressão de Goethe, fê-lo perguntar o que seria, “se não tivesse sempre aprendido com elas”. E rematando o pensamento em forma de conselho, dizia, dirigindo-se a seu correspondente: “Vocês devem aprender não através dos livros, mas de uma viva troca de idéias, por meio de uma tranqüila sociabilidade”. Esta Geselichkeit reaparece em várias obras e vários momentos de sua vida, atestando a importância que lhe dava, talvez porque ela já se encontrasse em certo declínio nestes anos de crise do Antigo Regime, refugiando-se em alguns nichos acadêmicos e literários. O gosto pela troca de idéias completa, assim, o perfil acadêmico da sociabilidade. Sem o “comércio de idéias” da expressão Setecentista, a sociabilidade não floresce. Ela seria apenas um exercício frívolo ou lúdico, se não contribuísse efetivamente para o refinamento do conhecimento. Aquilo que hoje em dia as diferentes especialidades fazem em congressos científicos, trocando informações e procedimentos dentro de certas regras, visando ao aperfeiçoamento de um determinado campo, pode e deve ser feito em outro estilo e com meios diversos, numa sociedade acadêmica. Muitos anos antes de falar-se em interdisciplinaridade, Valéry, referindo-se à Academia Francesa, falava do “comércio de personalidades incomparáveis” para ilustrá-lo com a troca multifacetada permitida pelo convívio de prelados, diplomatas, filósofos, poetas, militares e historiadores. É da interlocução entre diferentes, sobretudo entre muito diferentes, R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):109-116, out./dez. 2008 115 Arno Wehling que podem nascer as reflexões mais elaboradas e as valorações mais profundas, além e acima das práticas rotineiras do quotidiano. Se, em nosso espaço espiritual, continuarmos a perseguir esta finalidade, o “comércio de idéias” será o instrumento fundamental para atingi-la, pois poderemos dizer, ainda com Goethe, que “onde a Geselichkeit encontra interlocutores, ela está à vontade”. Possa o Instituto continuar sendo este lugar do espírito onde se cultivam os valores maiores. 116 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):109-116, out./dez. 2008 Relatório das atividades do ano social 2007-2008 RELATÓRIO DAS ATIVIDADES DO ANO SOCIAL 2007-2008 Cybelle Moreira de Ipanema 1ª secretária Exmo. Sr. Prof. Dr. Arno Wehling DD. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro Demais ilustres componentes da Mesa Diretora Exmos. Senhores Delegados dos Institutos Históricos Estaduais, Representantes junto ao IV Colóquio dos Institutos Históricos Brasileiros Prezados Confrades Senhoras e Senhores Quando começamos a frequentar o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, como centro de pesquisa; quando a generosidade dos seus membros nos levou a uma cadeira no Quadro Social – diretora, na 1ª Secretaria –; quando a generosidade, ainda, dos confrades vem nos elegendo, há sucessivos sete mandatos na gestão Arno Wehling, não sonharíamos, sequer, com o privilégio de repassar o desempenho do Instituto em seu 170º aniversário. É o peso de existência longa, sem perder a perspectiva de vencer os desafios que a marca impõe. Como nos anos anteriores, nas décadas anteriores, nas centúrias – quase duas – anteriores, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro arvorou a bandeira do trabalho – em nome da manutenção das tradições, e não descurou delas. Desde 1838, evidentemente, têm-se alterado projetos e resultados, mas não a coerência em se apresentar à comunidade estudiosa, propiciando caminhos e embasamento material - livros, periódicos, manuscritos, iconografia, peças museológicas - para a realização da produção do conhecimento no viés da História, da Geografia e das demais Ciências Sociais. Disponibilizar os acervos, oferecer matéria para reflexão, a partir dos R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):117-123, out./dez. 2008 117 Cybelle Moreira de Ipanema próprios sócios, ou acolhendo contribuições externas, tem sido a tônica do funcionamento ininterrupto nessa idade longeva, balizada por eventos rotineiros e/ou esporádicos. CEPHAS – Entre a última Sessão Magna e a presente, a Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas, sob a coordenação de Maria de Lourdes Viana Lyra e Lúcia Maria Paschoal Guimarães - após funcionamento sob Arivaldo Silveira Fontes, realizou 15 sessões, com apresentação de 39 comunicações, por sócios ou convidados, isoladas ou grupadas, sob ou não o título de Mesas Temáticas, tratadas a seguir e não incluídas na contagem acima. Sessões globais – Dedicaram-se a Nelson Werneck Sodré, com o Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, em seu III Congresso Fluminense de História e Geografia, e outras entidades, Basílio de Magalhães, Hipólito da Costa e o Correio Braziliense, José Carlos de Macedo Soares, Genealogia, Josué de Castro, Padre Antônio Vieira (duas sessões completas) e Arqueologia. Posses – Em 9 de janeiro, realizou-se a posse da Diretoria, Conselho Fiscal e Comissões Permanentes, eleitos em dezembro anterior. Empossaram-se ainda, durante o ano, os sócios: Marcos Guimarães Sanches, honorário brasileiro, no gabinete do presidente e, solenemente, Jean Pierre Blay, correspondente estrangeiro, recebido por Guilherme de Andréa Frota, e os honorários brasileiros, Antonio Izaias da Costa Abreu, recebido por Arno Wehling, Ondemar Ferreira Dias Junior, por Cybelle Moreira de Ipanema, e Célio de Oliveira Borja por Alberto Venâncio Filho. Ainda no dia de hoje, no gabinete, a posse do correspondente brasileiro, D. Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança. Posse, ainda, revestida de grande solenidade e expressiva freqüência, foi a do presidente de Portugal, Dr. Aníbal Cavaco Silva, como Presidente de Honra do Instituto, dentro das comemorações dos 200 anos da corte portuguesa no Brasil, cabendo ao presidente Arno Wehling saudá-lo. Eventos culturais e associativos – A Abertura das Atividades Cul- 118 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):117-123, out./dez. 2008 Relatório das atividades do ano social 2007-2008 turais fez-se em 5 de março, com a conferência de Kenneth Light sobre “A transferência da corte para o Brasil”. Realizaram-se em três fases, as comemorações do Bicentenário, com a participação do IHGB: I Jornadas Comemorativas da Partida, em Lisboa, em novembro de 2007; na Bahia, de 14 a 16 de maio deste ano e no Rio de Janeiro, nesta Casa, de 19 a 21 do mesmo mês. Em igual sentido, foi aqui realizado, de 3 a 6 de junho, o “Curso D. João e a Cidade do Rio de Janeiro 1808-2008”, pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, com parceria do Brasileiro. O Instituto participou do Seminário “Juízes e Tribunais - Perspectivas da História da Justiça no Brasil”, em março, associando-se ao Supremo Tribunal Federal. Como periodicamente acontece, realizou-se, em conjunto com o IHGB, a XXVII Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica – SBPH. Em outubro, será o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro parceiro da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha no Simpósio do Bicentenário do Visconde de Inhaúma. Participação, igualmente, deu o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro a mais duas realizações tendentes ao Bicentenário da Transferência da Corte. Com o jornal Folha Dirigida e o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro, e o apoio do Real Gabinete Português de Leitura e Liceu Literário Português, integrou-se no Concurso de Redação para estudantes. Por um lado, vários de seus sócios colaboraram no tablóide preparado para estimular os concorrentes e, por outro, sediou, em 24 de setembro, o evento de premiação a 100 (cem) classificados, assim como ofereceu brindes. Foi lançado, na ocasião, o livro resultante do Concurso: A chegada da Corte Portuguesa e a Transição para a Independência. Nem se deixe de fora o registro de que se inscreveram, da última série do Ensino Fundamental e do Ensino Médio do Estado, 22.714 parR IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):117-123, out./dez. 2008 119 Cybelle Moreira de Ipanema ticipantes! A outra presença foi na Revista da Academia Brasileira de Letras, relativa ao tema, com ensaios de sócios. Cursos e outras realizações convocatórias de público – Todos sob a coordenação da Sócia Honorária Mary Del Priore. Os Cursos “História e doenças: estudos e perspectivas” (abril) e “O que é sport?” (junho) e a programação, em outubro, do “Baú de histórias”: cotidiano e objetos de nosso passado”, em três sessões e a participação de seis especialistas, em parceria com a ABBR – Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação. De ressaltar a criação, pelo Governo Federal, do Conselho Nacional de Política Cultural, na área do MinC, onde representam o Instituto seus presidente e 2º vice-presidente, Victorino Chermont de Miranda. Da maior significação é o evento que se inicia no dia desta Sessão Magna: o IV Colóquio dos Institutos Históricos Brasileiros, na tradição do primeiro, de 1998, e que este ano, ao congraçar os Institutos de todo o Brasil, privilegiou a temática dos 200 Anos. Lançamento de livros – Registrem-se, entre março e setembro: A Casa das Alagoas, a História e as Coleções, de Douglas Apprato Tenório e Carmen Lúcia Dias; La Ravardière e a França Equinocial, de Vasco Mariz e Lucien Provençal; Da Escola Palatina ao Silogeu: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (1889-1938), de Lucia Maria Paschoal Guimarães; Silva Porto: livreiro na corte de D. João, editor na Independência, de Cybelle de Ipanema e Marcello de Ipanema (in memoriam); Napoleão Bonaparte: imaginário e política em Portugal c. 1808-1810, de Lúcia Maria Pereira das Neves; Caminhos do açúcar: engenhos e casasgrandes das Alagoas, de Douglas Apprato e Carmen Lúcia Dias; e Nas fronteiras da intolerância: Einstein, Hitler, a Bomba e o FBI, de Ronaldo de Freitas Mourão; além do decorrente do Concurso de Redação. Durante o Colóquio Luso-Brasileiro da transferência da corte, em maio, foi lançada a 2ª edição do clássico de Joaquim Veríssimo Serrão, 120 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):117-123, out./dez. 2008 Relatório das atividades do ano social 2007-2008 presidente de honra da Academia Portuguesa da História (que não pôde comparecer), O Rio de Janeiro no século XVI, agora em um só volume, acrescido de ilustrações. O Colóquio contou com o apoio da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e das entidades portuguesas Real Gabinete e Liceu Literário. Reproduções e empréstimos de acervo - O Instituto, aberto à pesquisa o ano inteiro, também atende a pedidos de reprodução e de empréstimo de documentos sob sua guarda, o que se traduz em um intenso relacionamento. Revista – Circulando há 169 anos, a Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro reúne o maior conjunto de estudos de História do Brasil. É referência internacional em Ciências Sociais. Trimestral, editada pela Gráfica do Senado Federal, tem a direção da Sócia Titular Miridan Britto Falci. Foram lançados este ano os volumes 437 (out.-dez. 2007) e 438 (jan.-mar. 2008). Em Brasília, o volume seguinte. Noticiário – Além da informação administrativa, formal, dos editais e portarias que regulam o funcionamento do Instituto, da programação cultural do período e eventos, o órgão, mensal, sob a edição de Victorino Chermont de Miranda, é enriquecido com descrições ilustradas de itens do acervo do Instituto. Valiosas para acompanhar a presença do Corpo Social são as informações respectivas e o “Destaque na imprensa”. Registrada a ascensão de Luiz de Castro Souza, benemérito, eleito em 1963 como novo decano do Instituto, após o falecimento de D. Pedro Gastão de Orléans e Bragança. Visibilidade do Instituto – Contratou-se empresa de comunicação para a divulgação das atividades. Tesouraria – Sob comando de Fernando Tasso Fragoso Pires controlando as chaves do cofre, como convém. Setores técnicos – Entrosados com a Sala de Leitura, para dar conseqüência ao atendimento ao usuário, de 2ª a 6ª, de 9h30 às 17 horas, R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):117-123, out./dez. 2008 121 Cybelle Moreira de Ipanema sem solução de continuidade, de janeiro a janeiro. Dirigidos por sócios e movimentados por chefes, são assim enunciados: Biblioteca – Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha e Maura Corrêa e Castro. Hemeroteca – a mesma sócia e Célia da Costa. Arquivo – Carlos Wehrs e Lúcia Maria Alba da Silva. Iconografia – sem diretor; chefe, a mesma. to). Museu – Vera Lúcia Bottrel Tostes (sem corpo funcional no momen- Em reconhecimento pela participação e dedicação à Casa, foram, como visto, agraciados sete funcionários, caminhando com o Instituto há mais de 20 anos. Secretária da Diretoria – Tupiara Machareth Ávila Dias. A Secretaria, ligada à Diretoria, funciona como esta, durante todo o ano, não se fragmentando por recesso como as atividades culturais, de dezembro a março. Gerência administrativa – Jeferson dos Santos Teixeira, na biface: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (cultural) e Edifício Pedro Calmon (comercial). No setor, instalado, com apoio do BNDES, o sistema de prevenção de incêndio, certamente de importância capital com dispensa de justificativa. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores, Circulando entre Diretoria, Corpo Social, Setores técnicos, Secretaria e Gerência Administrativa, procura conhecer do funcionamento a 1ª secretária que, todo ano, agradece aos corpos dirigentes, administrativos e funcionais a possibilidade de desempenhar o que lhe compete, espelha- 122 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):117-123, out./dez. 2008 Relatório das atividades do ano social 2007-2008 do, em parte, por este Relatório, tanto extenso, quanto lhe exige a imagem do Instituto em mais 365 dias diante do público acadêmico e cultural do País que o freqüenta, participa das suas atividades e toma conhecimento delas pelas páginas da Revista, em seu último número de cada ano. Muito obrigada. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):117-123, out./dez. 2008 123 Elogios aos sócios falecidos ELOGIO AOS SÓCIOS FALECIDOS José Arthur Rios Ilmo. Sr. Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro Professor Arno Wehling Membros da Diretoria Prezados Colegas Senhoras e Senhores Mais uma vez, abusando da paciência dos meus confrades, venho ler o obituário dos que se foram no correr do ano que se finda. Lamentável que o IHGB não tenha na sua burocracia o cargo de um escrivão dos mortos que aqui viesse devidamente enlutado, melhor desincumbir-se desse registro. À falta desse titular, recorro à lembrança de um amigo, crente fervoroso que, em grave doença, interpelado pelo médico que o visitava se desejava alguma coisa, suspirou – só tenho pressa de chegar logo ao purgatório. Manifestava assim sua certeza de salvação, na verdade garantia de ressurreição. Nem seria preciso recordar Santa Tereza “muerro porque no muerro”. É, portanto, nesse espírito que espero ouçam essa resenha, despida de qualquer unção funerária, inspirada na esperança de que os colegas ausentes estejam vivendo no limiar de outra vida e de uma paz que não é deste mundo. Para nós, grandes as perdas do ano nessas figuras da mais diversa formação, vindos de tão remotos quadrantes: juristas, militares, professores, servidores exemplares do Estado, até três senhoras – que a morte comete a grosseria imperdoável de não poupar o sexo frágil – ,brasileiros a maioria, mas também um norte-americano e uma alemã e, até um Príncipe nascido na Espanha – todos irmanados na mesma vocação de amor ao nosso País, de culto à nossa história. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):125-130, out./dez. 2008 125 José Arthur Rios DOM PEDRO GASTÃO DE ORLEANS E BRAGANÇA. Veio à luz em Sevilha, neto da Princesa Izabel, a Redentora, e bisneto de D. Pedro II – monarca cidadão – ,o mais legítimo de nossos republicanos. Tantas vezes pr1esidiu nossas sessões, símbolo vivo de uma nobreza mais de caráter que de sangue. A ele deve o Brasil a recuperação do arquivo do Castelo D´Eu, patrimônio histórico que hoje se encontra à disposição dos nossos pesquisadores, no Museu Imperial, em Petrópolis. Logo, como que a escoltá-lo, numa invisível Guarda de Honra, ARIVALDO SILVEIRA FONTES, sergipano de Riachão do Dantas. No físico enxuto e na palavra breve, não desmentia a origem sertaneja. Chegou ao Instituto com larga folha de serviços prestados ao País: professor de matemática do Colégio Pedro II e do Colégio Militar do Rio de Janeiro, diretor-geral do Departamento Nacional do SENAI, diretor e presidente da Fundação Osório, Secretário de Educação de Sergipe – acima de tudo educador, voltado para problemas essenciais de formação de recursos humanos. Na modéstia e simplicidade de trato quase fazia esquecer importantes funções desempenhadas na administração pública. Escreveu sobre a história dos colégios militares do Brasil, traçou o perfil de Vultos do Ensino Militar sem esquecer Figuras e Fatos do seu amado Sergipe. Muitas vezes, na presidência das reuniões do CEPHAS, cabia-lhe a espinhosa tarefa, sempre desempenhada com hábil diplomacia, de dar a palavra aos conferencistas e também de encurtar o tempo das intervenções, como todos sabem, sempre insuficientes. Assídua às reuniões do CEPHAS, recordamos a figura de FRIEDA WOLFF. Nos anos 30 veio para o Brasil com o marido fugindo das perseguições racistas da Alemanha nazista. Não perdia ocasião para defender e valorizar sua cultura e sua gente. Singularizou-se pela contribuição à história dos judeus e judaizantes em nosso País, amiúde marginalizada ou esquecida na história oficial. Em colaboração com o marido Egon Wolff assinou inúmeros estudos sobre as comunidades judaicas revolvendo arquivos, bibliotecas, até registros de cemitérios. Suas pesquisas foram divulgadas nos Estados Unidos, em países da Europa, em Israel. Só- 126 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):125-130, out./dez. 2008 Elogios aos sócios falecidos cia Honorária do Instituto foi eleita, em 1994, benemérita. Dedicada de corpo e alma à defesa da causa judaica, foi militante no judaísmo talvez esquecida de que o brasileiro, como em tanta coisa mais, só é racista por preguiça e que o Brasil, na frase lapidar de um publicista “é uma terra em que padre é maçon” – hoje diríamos progressista, “preto casa com branca, alemão joga no bicho e judeu come carne de porco”. Sócio Correspondente foi o brasilianista JOHN W. F. DULLES. Não sei se ainda há brasilianistas ou se é espécie extinta como extintas parecem as verbas fartamente distribuídas in illo tempore a esses pesquisadores pelo Departamento de Estado Norte-americano. A categoria não chegou a produzir uma ideologia – o brasilianismo – mas deu origem a figuras e obras marcantes que muito influíram em nossa cultura, trazendo-nos uma metodologia, às vezes uma visão nova de nossa história – e que está pedindo com urgência uma avaliação. Dulles, entre tantos, foi dos que mais contribuíram para o conhecimento da fase mais recente de nossa história política. Filho de Secretário de Estado, formado pelas universidades de Princeton e Harvard, dedicou-se a partir de 1962 à cátedra de estudos latino-americanos na Universidade do Texas. Deixou obras definitivas sobre Anarquistas e Comunistas do Brasil, biografias minuciosas de personalidades polêmicas e contraditórias como Getúlio Vargas, Castelo Branco, Carlos Lacerda. Seu último trabalho, a biografia de Heráclito Sobral Pinto, o grande e intemerato advogado liberal; todos esses livros traduzidos para o português, escritos em notável espírito de imparcial objetividade. Em 1997, ao receber notícia de sua escolha para Sócio Correspondente do Instituto, agradeceu a distinção em carta ao nosso Presidente que é modelo de modéstia e retrato do scholar que foi: “Com sentimento de profunda gratidão – e também de humildade – venho aceitar a possibilidade de me ver associado ao IHGB e quero agradecer sua gentileza em considerar-me sócio e a todos os que, como o Sr., vêm contribuindo para o renome desta casa”. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):125-130, out./dez. 2008 127 José Arthur Rios NÍCIA VILLELA LUZ seria brasilianista pela freqüência e associação a universidades americanas se não fosse paulista. Cumpriu brilhante carreira na USP, onde assumiu a orientação dos cursos de pós-graduação na área de História da Civilização Brasileira quando da aposentadoria de Sérgio Buarque de Holanda. Foi discente e docente de universidades norte-americanas, participou de projetos de pesquisa sobre História Econômica do Brasil patrocinados pelas Universidades de Harvard e Vanderbilt e pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Além de sua obra mais importante A Luta pela Industrialização do Brasil e do ensaio hoje mais do que nunca oportuno sobre a política de D. João VI e seu papel na formação de nossa indústria, deixou inúmeros artigos em revistas especializadas e colaborações em obras coletivas. Outra figura feminina que nos deixou foi MARIA CECÍLIA RIBAS CARNEIRO. Dedicada colaboradora do historiador Helio Silva em sua obra sobre a História da República, chegou a concluí-la, após a morte do historiador, redigindo os volumes finais. Completou sua formação de magistério na Universidade do Texas, onde privou do convívio e dos ensinamentos de Foster Dulles. Não se limitou a acompanhar Helio Silva com exemplar dedicação. Só a política os separava, ele lacerdista, ela getulista. Seguiu-o também na vida religiosa. Helio faleceu na Ordem Beneditina, Maria Cecília o acompanhou como oblata de São Bento. Falta-nos a imagem do novelo de sua cabeça branca na primeira fila das reuniões do CEPHAS que freqüentou praticamente até seus últimos dias. Do baiano JOSÉ FORTUNA ANDRÉA DOS SANTOS, nosso José Andréa, da sua brilhante carreira no magistério e no serviço público, haveria muito a dizer. Começou a vida profissional ensinando no tradicional Ginásio da Bahia, foi promotor público no interior do Estado e logo depois, em 1967, começou sua longa identificação com o Departamento Nacional de Obras contra a Seca, onde implantou as normas do serviço, elaborou o planejamento do setor jurídico, chegando a Procurador-Geral do Departamento, cargo que exerceu até sua aposentadoria. Participou da criação do Banco do Nordeste e da Sudene. Em 1967, assessorou o 128 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):125-130, out./dez. 2008 Elogios aos sócios falecidos recém-criado Ministério do Interior, passando a servir no seu setor jurídico. Serviu a quatro ministérios até dezembro de 1984, e mereceu, por serviços prestados, a medalha de ouro que lhe foi concedida pelo Governo Federal. Deixou-nos vários trabalhos sobre História do Brasil, dentre os quais se destacam o ensaio sobre seu antepassado o Marechal Andréa. Impossível enumerar seus trabalhos sobre Direito Administrativo, numismática, heráldica, filatelia, teses jurídicas e histórias, bem como várias comunicações apresentadas nas sessões do CEPHAS. Do mesmo padrão foi BRAZ AUGUSTO AQUINO BRANDATO. Homem do Rio Grande do Sul, dedicou boa parte da sua vida à Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre e à história de seu estado. Professor de graduação e pós-graduação de sua Universidade, deixounos, entre outros, estudo sobre a vinda da Corte portuguesa para o Brasil. Concentrou seu interesse na época da invasão napoleônica em Espanha e Portugal, nas figuras de D. João VI, Carlota Joaquina e Pedro I, analisou as vicissitudes da política hispânica no começo do século XIX, a Carta Constitucional portuguesa de 1826 e acompanhou, com lente de jurista e historiador, os primeiros vagidos do liberalismo na Península Ibérica e também os últimos estertores do absolutismo. ODILON NOGUEIRA DE MATOS foi outro historiador que se voltou para o estudo e recuperação dos anais de seu Estado natal. Seu campo de estudo foi a história paulista, - o que não impediu de conquistar o reconhecimento da Real Academia de Historia de Madrid. Vinha editando, desde 1969, sob os auspícios da Universidade Católica de Campinas, a Notícia Bibliográfica e Histórica, precioso acervo de documentos e informações que hoje soma mais de 130 números. Nogueira de Matos tinha a singularidade de ser um historiador da música e um dos seus livros é Música e Espiritualidade. Concluímos aqui, Senhor Presidente, esta resenha. No seu necessário e forçoso esquematismo, não faz justiça aos títulos e méritos dos nossos companheiros que partiram. Graças à sua dedicação e seu talento, na diversidade de suas vocações, contribuíram para dar a essa Casa de R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):125-130, out./dez. 2008 129 José Arthur Rios Memória sua verdadeira dimensão nacional e internacional, na defesa de um patrimônio hoje ameaçado pela lenta erosão de nossas melhores tradições e pela traça solerte do esquecimento. José Arthur Rios IHGB, Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2008. 130 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):125-130, out./dez. 2008 Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais II – DELIBERAÇÕES SOCIAIS II.1 – Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais ATA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 9 DE JANEIRO DE 2008 Posse da Diretoria, Conselho Fiscal e Comissões Permanentes Aos nove dias do mês de janeiro de dois mil e oito, no Salão Nobre, realizou-se a Sessão de Posse da Diretoria, Conselho Fiscal e Comissões Permanentes do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, para o mandato dois mil e oito / dois mil e nove. Sessão sob a Presidência do Prof. Arno Wehling e secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema. Aberta às dezoito horas e quinze minutos, compôs o presidente a Mesa com as seguintes personalidades: presidentes Cícero Sandroni, da Academia Brasileira de Letras, Cláudio Murilo Leal, do PEN Clube do Brasil , gen. Aureliano Pinto de Moura, do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil , Stella Leonardos, da Academia Carioca de Letras , Edir Meirelles, da União Brasileira de Escritores , e Carlos Eduardo Barata, do Colégio Brasileiro de Genealogia. Seguindo o ritual do Instituto, a secretária leu as Efemérides brasileiras, do Barão do Rio Branco, relativas à data. Foi feito um minuto de silêncio em homenagem ao sócio grande benemérito e decano do Corpo Social, Dom Pedro Gastão de Orléans e Bragança, recém-falecido. Em seguida, a leitura do Termo de Posse da Diretoria e demais órgãos, eleitos em doze de dezembro do ano passado. O Presidente Arno Wehling leu o Termo de Compromisso pela Diretoria, seguindo-se, por ele, a chamada dos membros da Diretoria, presentes, que assinaram o Livro de Posse. Faltaram, por motivo justificado, o primeiro e o terceiro vice-presidentes, respectivamente, Emb. João Hermes Pereira de Araújo e alm. Max Justo Guedes. O discurso do presidente enfocou o humanismo, visão presente sempre, desde a criação do Instituto. Reafirmou o compromisso humanista do IHGB, expresso na centralidade do documento como fonte histórica, no seu tratamento crítico e em outros R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 131 aspectos. Encerrada sua fala, foram lidas as manifestações recebidas, desde o Senhor Presidente da República. Registradas também as presenças do Presidente do Real Gabinete Português de Leitura, Antonio Gomes da Costa, do Diretor do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, Paulo Knauss, do Presidente da Academia Brasileira de Filologia, Leodegário Azevedo Filho, do Emb. Álvaro Franco, da Fundação Alexandre Gusmão, do Subsecretário Municipal de Turismo, Paulo Bastos César, do pro-reitor de Planejamento da UniRio, Luiz Cleber Gak, da profª. Julia Belesse, decana do Centro de Ciências Humanas da mesma Universidade, e de Antonio Celso Alves Pereira, Presidente da Sociedade Brasileira de Direito Internacional. O Presidente Arno Wehling agradeceu ao Corpo Social a confiança reiterada para um novo mandato de Diretoria, e à presença de sócios e convidados. Passou a Diretoria à Sala Imperial, onde recebeu os cumprimentos, seguindo-se de coquetel no terraço. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Victorino Chermont de Miranda, Elysio de Oliveira Belchior, Fernando Tasso Fragoso Pires, Alberto Venancio Filho, Arnaldo Niskier, Marcos Guimarães Sanches, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Antônio Izaias da Costa Abreu, Dora Alcântara, José Arthur Rios, Célio Borja, Mary Del Priore, Antonio Gomes da Costa, Esther Caldas Bertoletti, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Affonso Arinos de Mello Franco, Melquíades Pinto Paiva, Vasco Mariz, Vera Bottrel Tostes, Marcos Castrioto de Azambuja, Carlos Henrique Cardim e Cybelle Moreira de Ipanema. Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária 132 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORINÁRIA DO DIA 20 DE FEVEREIRO DE 2008 Eleição do Presidente da República Portuguesa como Presidente de Honra do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Aos vinte dias do mês de fevereiro de dois mil e oito, realizou-se, na Sala Pedro Calmon, em segunda convocação, a Assembléia Geral Extraordinária, destinada à eleição do Presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, como Presidente de Honra do Instituto. Presidência do prof. Arno Wehling e Secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema. A sessão foi aberta às quinze horas e explicada a razão, fundada em uma tradição do IHGB. O Presidente leu a Proposta da Diretoria e mencionou os governantes de Portugal que já tiveram o título: os reis Dom Fernando, em 1842, e Dom Carlos, em 1897, e os Presidentes da República, Gen. Francisco Higino Craveiro Lopes (1947), Alm. Américo de Deus Rodrigues Tomás (1971) e Dr. Jorge Fernando Branco de Sampaio (1999). Apresentada a Proposta, foi a mesma aprovada por aclamação, com unanimidade dos participantes. Passando aos Assuntos Gerais, o Gen. Jonas de Morais Correia Neto pediu para lembrar dois fatos ocorridos no presente dia: em 20 de fevereiro de 1827, a Batalha de Passo do Rosário ou Ituzaingó, de resultados indefinidos, para o Brasil ou Buenos Aires, fechando-se com a criação do estado-tampão do Uruguai. O assunto gerara polêmica entre o Gen. Tasso Fragoso e Max Fleiuss, do Instituto. O segundo, a entrada triunfal do Conde de Porto Alegre em Buenos Aires, em 20 de fevereiro de 1852, após a derrota de Monte Caseros, que selou o destino de Juan Manoel de Rosas. O Presidente agradece e anuncia as próximas sessões do Instituto: em 5 de março, Abertura das Atividades Culturais, e 7 de março, a Posse do Presidente Aníbal Cavaco Silva, às 11 horas. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Victorino Chermont de Miranda, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Fernando Tasso Fragoso Pires, Maria de Lourdes Viana Lyra, Jonas de Morais Correia Neto, Maria da Conceição Beltrão, Marilda Corrêa Ciribelli, Elysio de Oliveira Belchior, Max Justo Guedes, Carlos Wehrs, Luiz de Castro Souza, Vasco Mariz, Roberto Cavalcanti de R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 133 Albuquerque, Antonio Gomes da Costa, Guilherme de Andréa Frota, José Arthur Rios, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Helio Leôncio Martins e Cybelle Moreira de Ipanema. Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 5 DE MARÇO DE 2008 Abertura das Atividades Culturais Aos cinco dias do mês de março de dois mil e oito, realizou-se a sessão destinada a marcar a Abertura das Atividades Culturais do ano. Às dezessete horas e quinze minutos inicia-se a sessão, compondo o Presidente a Mesa com o segundo Vice-presidente Victorino Chermont de Miranda; o Alm. Armando de Senna Bittencourt, Diretor do Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha; o Secretário do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano; além da primeira secretária. Lidas as Efemérides brasileiras, do barão do Rio Branco, relativas à data, o presidente minudenciou os eventos que, ao longo do ano, vão marcar a participação do Instituto nas comemorações dos 200 anos da Chegada da Família Real ao Brasil. Nos dias vinte e sete e vinte e oito, programação conjunta com o Supremo Tribunal Federal, no Centro Cultural da Justiça, intitulada “Juízes e tribunais”. Dezenove a vinte e um de maio, o Colóquio Luso-Brasileiro “A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil”. No mês de outubro, IV Colóquio dos Institutos Históricos Estaduais, com ênfase na temática dos 200 anos e comemorando os cento e setenta anos da fundação do IHGB. A seguir, deu a palavra ao historiador Kenneth Ligth para sua conferência, “A transferência da Capital e Corte para o Brasil – 1807-1808”. Discursou sobre a viagem, capacidade dos navios, ventos, circunstâncias, número de passageiros. Ao final, mostrou imagens dos navios, como concebeu suas posições e encomendou quadro a um pintor (acha-se exibido na Exposição do Museu Histórico Nacional). 134 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais A secretária registrou as manifestações recebidas e presenças no plenário. Arno Wehling encerrou a sessão, agradecendo a sócios e convidados e anunciou o coquetel e o lançamento do livro de Lucia Maria Paschoal Guimarães, Da Escola Palatina ao Silogeu: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro – 1889/1938. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Victorino Chermont de Miranda, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Mary Del Priore, Maria de Lourdes Viana Lyra, Marilda Corrêa Ciribelli , Elysio de Oliveira Belchior, Maria da Conceição Beltrão, Antonio Izaias da Costa Abreu, Carlos Wehrs, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Luiz de Castro Souza, Esther Caldas Bertoletti, Roberto Cavalcanti de Albuquerque, Marcos Guimarães Sanches, Armando de Senna Bittencourt , José Arthur Rios, Alberto Venâncio Filho, José Murilo de Carvalho, Jaime Antunes da Silva, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Isabel Lustosa e Cybelle Moreira de Ipanema. Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária ATA DA SESSÃO EXTRORDINÁRIA DE 7 DE MARÇO DE 2008 Posse, como Presidente de Honra, do Presidente da Nação Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva com início às onze horas e trinta minutos. A Sessão, no Salão Nobre, foi antecipada por ato na Sala Imperial, onde o visitante foi introduzido pelo presidente Arno Wehling que o apresentou aos membros da Diretoria, que ali o aguardavam, e diversas autoridades, representantes de instituições culturais e de governos estadual, e municipal da Cidade do Rio de Janeiro. O presidente Arno Wehling convocou as chefes da Biblioteca e Arquivo para explicarem peças raras do acervo do Instituto que foram: a edição príncipes de Os Lusíadas e a Relação dos despachos publicados na Corte pelo expediente da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros, e da Gerra, Rio de Janeiro, 13 de maior de 1808, primeira peça saída R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 135 da Impressão Régia. Em seguida, ofereceu ao presidente Aníbal Cavaco Silva o Álbum dos 150 anos do Instituto e a edição fac-similar de Os Lusíadas, lançada no ano passado, aguardo crítico de Leodegário de Azevedo Filho. À senhora dona Maria Cavaco Silva foi oferecida a obra sobre Franz Post (Catalogue raisoné), organizada por Pedro Corrêa do Lago. Os visitantes ofertaram ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro a publicação: Portugalia Documenta Cartográfica. A seguir, o presidente de Portugal passou ao Salão Nobre, totalmente lotado, acompanhado dos membros da Diretoria presidente Arno Wehling, 2° e 3° vice-presidente Victorino Chermont de Miranda e Max Justo Guedes, e 1ª secretária, Cybelle Moreira de Ipanema, quando já todos se achavam no recinto: os sócios do Instituto, na galeria de Sócios. Cybelle Moreira de Ipanema 1ª secretária ATA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 9 DE ABRIL DE 2008 Posse do Sócio Honorário Brasileiro Antônio Izaias da Costa Abreu Às dezessete horas e vinte minutos do dia nove de abril de dois mil e oito, no Salão Nobre, teve início a Sessão de Posse do Sócio Honorário brasileiro, desembargador Antônio Izaias da Costa Abreu. O Presidente Arno Wehling iniciou a sessão compondo a Mesa, onde já se encontrava a primeira-secretária Cybelle Moreira de Ipanema com os membros da Diretoria: segundo vice-presidente, Victorino Chermont de Miranda e tesoureiro Fernando Tasso Fragoso Pires, além do decano do Corpo Social Luiz de Castro Souza. Convocou a secretária para a leitura das Efemérides brasileiras, do barão do Rio Branco, alusivas à data. Em seguida, designou Comissão de três sócios para introduzirem o empossando: Maria da Conceição Beltrão, Vasco Mariz e Ronaldo de Freitas Mourão. Sua entrada no plenário, lotado de sócios e convidados, foi saudada de pé. Acercando-se da Mesa, o novo sócio ouviu a leitura do Termo de Posse 136 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais pela secretária e, a seguir, leu o Termo de Compromisso, passado pelo Presidente. Aplaudido, recebeu deste o Diploma de sua categoria. Foi chamada sua esposa, Maria de Fátima Abreu, para a imposição do colar acadêmico. O Discurso de Recepção esteve a cargo do Presidente Arno Wehling que destacou a circunstância de, sempre, o Instituto ter contado com juristas em seu Quadro Social. Mencionou vários, recordando um dos últimos, o Desembargador José Bezerra Câmara. Enalteceu a formação e as atividades do novo sócio, com larga trajetória na Judicatura do Estado do Rio de Janeiro. Natural de Bom Jesus do Itabopoana, no noroeste fluminense, tem-se dedicado, além de suas atribuições forenses, ao estudo das comunidades fluminenses e da implantação e desenvolvimento do Poder Judiciário estadual. É autor de, entre outros, Municípios e topônimos fluminenses e Palácios e Fóruns do Judiciário do Estado do Rio de Janeiro. Passou-lhe a palavra, em seqüência, o Presidente para sua oração protocolar. Da tribuna, proferiu o discurso: “Evolução histórica das comarcas fluminenses”. Foram marcadas por muita emoção as referências à sua própria terra e comarcas onde tem atuado. Ao final, a Secretária fez o registro de outras presenças no plenário e das manifestações recebidas. O Presidente encerrou a sessão, dizendo muito esperar o Instituto da colaboração do novo sócio. Agradeceu a presença de todos e convidou para o coquetel oferecido pelo casal Maria de Fátima–Antônio Izaias. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Fernando Tasso Fragoso Pires, Maria da Conceição Beltrão, Melquíades Pinto Paiva, Antônio Izaias da Costa Abreu, Esther Caldas Bertoletti, Victorino Chermont de Miranda, Luiz de Castro Souza, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Marcos Guimarães Sanches,Vasco Mariz, Dora Alcântara e Cybelle Moreira de Ipanema. Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 137 ATA DA SESSÃO ORDINÁRIA DE 7 DE MAIO DE 2008 Posse do Sócio Honorário brasileiro Ondemar Ferreira Dias Junior Aos sete dias do mês de maio de dois mil e oito, realizou-se, na Sala Pedro Calmon, a sessão de posse do Sócio Honorário brasileiro Ondemar Ferreira Dias Junior. Sessão presidida pelo Prof. Arno Wehling, com secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema, iniciada às dezessete horas e vinte e cinco minutos. Para compor a Mesa o presidente convocou, além da secretária; o segundo vice-presidente Victorino Chermont de Miranda, o Sócio Institucional Jaime Antunes da Silva – Diretor-geral do Arquivo Nacional – e o decano do corpo social, Luiz de Castro Souza. Lidas as Efemérides brasileiras, do barão do Rio Branco, alusivas à data, uma Comissão de sócios, constituída de Esther Caldas Bertoletti, Elysio de Oliveira Belchior e Maria de Lourdes Viana Lyra introduziu no recinto o novo sócio, recebido de pé, sob aplausos. Acercando-se da Mesa, ouviu ele o Termo de Posse, lido pela secretária, e leu o Termo de Compromisso, passado pelo presidente que lhe entregou o Diploma de sua categoria. Ambos, presidente e empossando, assinaram o Livro de Posse. A imposição do colar acadêmico ficou a cargo da esposa do novo sócio, Jandira Neto Dias. A seguir, a Sócia Emérita e primeira-secretária Cybelle Moreira de Ipanema leu, da tribuna, o Discurso de Recepção. Recordou, em primeiro lugar, o início da Divisão de Patrimônio Histórico e Artístico da Guanabara, em mil novecentos e sessenta e cinco, dirigida por Marcello de Ipanema, onde ela mesma chefiou a Seção de Pesquisa, Exposições e Divulgação, em que esteve alocado Ondemar Dias e deu grande contribuição àquele órgão da Secretaria de Educação e Cultura, no ano do IV Centenário do Rio de Janeiro. Louvou a formação acadêmica e o desempenho como professor e arqueólogo do novo sócio, área de conhecimento a que se tem dedicado, criando o Instituto de Arqueologia Brasileira, com sede própria no município de Belford Roxo, base de pesquisas, formação de técnicos e atividades, hoje estendidas aos estados do Acre e Tocantins. Seu último trabalho é, com a equipe do IAB, a pesquisa arqueológica na antiga Catedral, a Igreja de N. S. do Carmo da Sé do Rio de Janeiro. 138 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais Em seqüência, o presidente concedeu-lhe a palavra para sua oração sob o título “Sobre a degenerescência do índio brasileiro”, onde apontou as distorções de avaliação nesse terreno. Findo seu discurso, a secretária leu as manifestações recebidas por sua posse. O Presidente encerrou a sessão, esperando novas contribuições do sócio que já tem colaborado na Revista e se apresentando na CEPHAS. Agradeceu a presença de todos e convidou, em nome do casal Dias, para coquetel no terraço. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Elysio de Oliveira Belchior, Maria de Lourdes Viana Lyra, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Ondemar Ferreira Dias Junior, Jaime Antunes da Silva, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Esther Caldas Bertoletti, Antônio Izaias da Costa Abreu, Victorino Chermont de Miranda, Luiz de Castro Souza, Marcos Guimarães Sanches, José Arthur Rios, Maria Cecília Londres e Cybelle Moreira de Ipanema. Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA DE 11 DE JUNHO DE 2008 Prestação de contas de 2007 Às quatorze horas e trinta minutos do dia onze de junho de dois mil e oito, abriu-se, em segunda convocação, a Assembléia Geral Ordinária de Prestação de Contas de dois mil e sete, chamando a atenção o presidente Arno Wehling para três pontos: o atraso nesta realização, motivado pelo Escritório de Contabilidade a apresentação de superávit nas contas, representando, em parte, superávit do ano e em parte para cobrir déficits anteriores e a autorização solicitada, como todos os anos, à Assembléia para a Diretoria transferir rubricas, se necessário, a fim de evitar convocação específica. A seguir, deu a palavra ao tesoureiro, Fernando Tasso Fragoso Pires, que leu o Parecer Favorável do Conselho Fiscal, firmado pelos sócios Jonas Correia Neto, Antonio Gomes da Costa e Marilda Corrêa Ciribelli, às contas do Instituto relativas ao exercício passado (de R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 139 primeiro de janeiro a trinta e um de dezembro de dois mil e sete). Informa do superávit e diz estar ligado ao fato de o Instituto ter, agora, nove inquilinos (com áreas menores). Antes era o que se chamava “concentração de risco”. Lembra também o ônus com as entidades culturais que não pagam e ocupam um andar. O sócio Alberto Venâncio Filho pergunta se há subvenção e o Presidente explica ser pequena quantia anual do MinC que só pode ser aplicada a melhorias do acervo e atendimento e não manutenção dos serviços. Recorda também que o convênio com o Senado tem mantido a Revista, com prazos regulares. O Presidente põe em votação o Relatório do tesoureiro. Ninguém se manifestando, declara-o aprovado. Não há, também, Assuntos Gerais. O Prof. Arno Wehling agradece a todos e dá por encerrada a Assembléia. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Elysio de Oliveira Belchior, Maria da Conceição Beltrão, Marilda Corrêa Ciribelli, Carlos Wehrs, Alberto Venâncio Filho, Fernando Tasso Fragoso Pires, Lêda Boechat Rodrigues, Miridan Britto Falci, Victorino Chermont de Miranda, Esther Caldas Bertoletti e Cybelle Moreira de Ipanema. Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 25 DE JUNHO DE 2008 Posse do Sócio Honorário brasileiro Célio de Oliveira Borja Aos vinte e cinco dias do mês de junho de dois mil e oito, na Sala Pedro Calmom, tomou posse o Sócio Honorário Brasileiro Célio de Oliveira Borja. Sessão presidida pelo Prof. Arno Wehling, aberta às dezessete horas e quinze minutos, com secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema. O Presidente compôs a Mesa com o segundo Vice-presidente Victorino Coutinho Chermont de Miranda, o segundo secretário Elysio de Oliveira Belchior e o tesoureiro Fernando Tasso Fragoso Pires. Lidas, como de praxe, as Efemérides brasileiras, do Barão do Rio Branco, alusivas à data. O Presidente constituiu Comissão dos sócios Maria Beltrão, 140 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais Affonso Arinos e José Arthur Rios para introduzir o novo sócio no recinto. Recebido de pé e sob aplausos, Célio Borja acercou-se da Mesa e ouviu a leitura do Termo de Posse, pela secretária. A seguir, leu o Termo de Compromisso, estatutário, entregue pelo Presidente que também lhe passou o Diploma de sua categoria. Ambos, Presidente e empossando, assinaram o Livro de Posse. Para fazer a imposição do colar acadêmico, foi chamada a esposa, Srª. Helena Maria de Oliveira Borja. O Presidente deu a palavra ao sócio encarregado do Discurso de Recepção, Alberto Venâncio Filho que, da tribuna, traçou a trajetória do novo sócio: professor, jurista, com desempenho em várias áreas da administração federal, no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Foi ministro da Justiça, como presidente da Câmara dos Deputados e ministro do Supremo Tribunal Federal. Em muitas ocasiões, em situações delicadas da vida brasileira, soube enfrentar como o momento exigia. Finda a saudação, o Prof. Arno Wehling agradeceu ao porta-voz do Instituto sua oração, cabendo a vez ao novo sócio para sua alocução que versou sobre “ Considerações sobre a História das instituições políticas”. Sua longa tradição do magistério e da prática da magistratura permearam seu Discurso de Posse. Ao final, a secretária registrou novas presenças no plenário, como de ex-ministro, e as numerosas manifestações de apreço recebidas das áreas política e cultural. No encerramento, o presidente reiterou a marca do discurso de Alberto Venâncio, traçando o duplo perfil de Célio Borja de intelectual ligado à História e ao Direito. Teceu mais considerações, agradeceu a aula magna conduzindo à reflexão do novo sócio, ao lado de agradecimento à presença de sócios e freqüentadores e convidou, em nome do casal Célio Borja, para um coquetel no terraço. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Victorino Chermont de Miranda, Elysio de Oliveira Belchior, Fernando Tasso Fragoso Pires, Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão, Lygia Fernandes da Cunha, Maria de Lourdes Viana Lyra, Célio Borja, Alberto Venâncio Filho, Hélio Jaguaribe, Eduardo Silva, Leda Boechat Rodrigues, Dora Alcântara, Tarcísio Padilha, Affonso Arinos de Mello Franco, Isabel Lustosa, José Arthur Rios, Alberto da Costa e Silva, Ronaldo de Freitas R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 141 Mourão, Marcos Guimarães Sanches, Melquíades Pinto Paiva e Cybelle Moreira de Ipanema. Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária ATA DA SESSÃO DO DIA 21 DE OUTUBRO DE 2008 Posse do Sócio Correspondente Brasileiro D. Carlos Tasso de SaxeCoburgo e Bragança Às dezessete horas e trinta minutos do dia vinte e um de outubro de dois mil e oito, no gabinete do presidente Arno Wehling, tomou posse o Sócio Correspondente Brasileiro D. Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e Bragança, eleito em dezesseis de dezembro de mil novecentos e oito. Como de praxe, a posse se revestiu de todos os rituais das posses solenes, só não havendo discurso de recepção. O presidente explicou o motivo de reunião, dizendo representar o novo sócio a continuação, no Instituto, da presença de D. Pedro II, de quem é descendente. Não apenas a circunstância levou à sua eleição, mas por se tratar de historiador competente, com o trabalho de pesquisas em livros e colaborações na Revista. Em dois mil e sete, lançou, pela Universidade de Caxias do Sul, com o apoio do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, O imperador e a atriz: D. Pedro II e Adelaide Ristori, edição de luxo da correspondência trocada pelo imperante e a atriz italiana, muitas vezes atuante em espetáculos no Brasil. Foi lido, pela secretária, o Termo de Posse e, pelo empossando, o Termo de Compromisso, após o que o presidente lhe passou o diploma, assinando ambos o Livro de Posse. Igualmente foi-lhe imposto o colar acadêmico, sacramentando a investidura. D. Carlos agradeceu a distinção, mencionando seu interesse em prosseguir pesquisas e realizações na linha do Instituto. Compareceram numerosos sócios, inclusive correspondentes, participantes do IV Colóquio dos Institutos Históricos Brasileiros – que se realizava – que cumprimentaram o novo membro invertido do Quadro Social. 142 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária ATA DE SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DO DIA 12 DE NOVEMBRO DE 2008 Posse do Sócio Honorário Brasileiro Pedro Aranha Corrêa do Lago Aos doze dias do mês de novembro de dois mil e oito, no Salão Nobre, tomou posse o Sócio Honorário Brasileiro Pedro Aranha Corrêa do Lago, em sessão presidida pelo prof. Arno Wehling, com secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema. A sessão teve início às dezoito horas e quinze minutos com a abertura pelo Presidente, que compôs à Mesa com o segundo Vice-presidente Victorino Chermont de Miranda, o tesoureiro Fernando Tasso Fragoso Pires, e o orador oficial José Arthur Rios. Presente, o Cônsul Geral de Portugal no Rio de Janeiro, Embaixador Antônio Almeida Lima, não integrado à Mesa por se Ausentar mais cedo Lidas como de praxe, as Efemérides brasileiras, do barão do Rio Branco, alusiva à data. O presidente designou Comissão para introduzir o novo sócio, composta de João Maurício de Araújo Pinho, Evaldo Cabral de Mello e Elysio de Oliveira Belchior. Saudado de pé pela numerosa Platéia de sócios, convidados e familiares, o sócio acercou-se da mesa, onde foi lido o Termo de Posse. O Presidente pediu-lhe ler o Termo de Compromisso, entregando-lhe o diploma, seguindo-se a assinatura no Livro de Posse. Para a imposição do colar acadêmico foi chamada a esposa Bia Corrêa do Lago. O Presidente deu a palavra do Sócio Titular Alberto Venâncio Filho. Para a saudação em nome do Instituto, seu discurso traçou a biografia do empossando, filho do Embaixador Antônio Corrêa do Lago que, desde cedo, a mercê da residência em países estrangeiros, travou contato com as literaturas e as línguas, por exemplo, espanhola e francesa. Destacou sua formação e aplicação às atividades de pesquisador e historiador da arte, colecionador, livreiro e editor, com uma faceta também de investigador da fotografia como fonte histórica. Durante algum tempo, exerceu o cargo de presidente da Fundação Biblioteca Nacional, onde desenvolveu proje- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 143 tos culturais ligados ao livro e à leitura. Nos vários campos de estudo ... produzido edições de apurado gosto artístico, ao lado do metodológico na revelação das fontes. Editou, mais recentemente, três importantes obras sobre: o pintor Franz Post, Jean Baptista Debret e a Coleção pessoal de fotografia da Princesa Isabel. Com a palavra, o empossado Pedro Corrêa do Lago escolheu para seu tema “Debret e Taunay: artistas rivais na Missão Francesa”. Discutiu a chamada Missão Francesa e as figuras e papéis de Joaquim Lebreton e os pintores Debret e Taunay. Baseado em documentos, aprecia a rivalidade dos dois artistas, Felix-Emile Taunay, membro do Instituto de France, como Lebreton, e Jean Baptista Debret, que não o era. Uma revelação curiosa é de que Taunay se aproximou da Rainha Carlota Joaquina, pintando-lhe os retratos das filhas, no pressuposto de agradar ao Rei, o que teve efeito exatamente contrário. D.João inclinou-se por Debret, que deixou vários retratos seus, como o conhecido em trajes majestáticos, e o quadro do desembarque da arquiduquesa Leopoldina para o casamento com D.Pedro. Terminada sua exposição, a secretária registrou outras presenças no plenário e as manifestações recebidas. Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 26 DE NOVEMBRO DE 2008 Posse do Sócio Correspondente Português Miguel Monteiro Às dezessete horas e vinte minutos do dia vinte e seis de novembro de dois mil e oito, na sala Pedro Calmon, realizou-se a posse do Sócio Correspondente Português Miguel Monteiro, eleito em dezessete de outubro de dois mil e sete. A sessão foi presidida pelo presidente Arno Wehling com secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema. Aberta, o presidente compôs a Mesa com os sócios Victorino Chermont de Miranda, segundo vice-presidente, e José Athur Rios, orador, além do presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia, Carlos Eduardo Barata. Como do 144 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais ritual do Instituto, foram lidas as Efemérides brasileiras, do barão do Rio Branco, relativas à data. Para introdução do novo sócio no recinto, o presidente designou Comissão composta de Esther Bertoletti, Vera Tostes e Elysio Belchior, sócios titulares. Recebido de pé, sob aplausos, Miguel Monteiro acercou-se da Mesa onde ouviu a leitura do Termo de Posse, pela secretária. Leu o Termo de Compromisso, solicitado pelo presidente, recebeu deste o Diploma e ambos assinaram o Livro de Posse. A imposição do colar acadêmico ficou a cargo da sócia Maria Beltrão. Para a saudação em nome do Instituto, foi convocado o Sócio Correspondente brasileiro Edivaldo Machado Boaventura, da Bahia, que, da tribuna, traçou o elogio do novo sócio, um especialista no estudo dos jesuítas. É ele secretário-geral da Academia Portuguesa da História, com formação em colégio jesuítico e, de longa data, pesquisador, em arquivos de Portugal, da Itália, com destaque para o Vaticano, da trajetória dos inacianos em sua terra, no Brasil e no mundo. Autor de extensa e importante bibliografia sobre o tema como Inácio Monteiro, um jesuíta português na dispersão. Professor, com destacada atuação na Universidade de Lisboa e outras de seu País, participante de reuniões internacionais, como, neste próprio Instituto, ainda em maio, sobre a presença da Corte portuguesa no Brasil. O presidente agradece ao sócio da Bahia e dá a palavra ao empossando cuja fala versou sobre “Pombal e os jesuítas”. Inicia lembrando a valiosa biblioteca da Academia Portuguesa da História e os acervos documentais de Lisboa e fora dela. Classifica os jesuítas de “primeiros mestres do Brasil”, discorrendo sobre sua ação em mais de duzentos anos de catequese e pedagogia, nos Colégios fundados no extenso território brasileiro, até a supressão da Ordem, pelo marquês de Pombal, em mil e setecentos e cinqüenta e nove. Lembra José de Anchieta e o padre Antônio Vieira. Na fala de encerramento, o presidente Arno Wehling destacou a importância da incorporação de Miguel Monteiro aos quadros do Instituto, passando a ser representante do IHGB na Academia Portuguesa da História e, em escala maior, no mundo cultural português. Convidou para confraternização no terraço, agradecendo a presença de sócios e freqüentadores. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Victorino Cher- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 145 mont de Miranda, José Arthur Rios, Miguel Monteiro, Edivaldo Boaventura, Maria da Conceição Beltrão, Vera Bottrel Tostes, Esther Caldas Bertoletti, Paulo Sérgio Rouanet, Lygia Fernandes da Cunha, Elysio de Oliveira Belchior, Maria de Lourdes Viana Lyra, Guilherme de Andréa Frota, Ronaldo de Freitas Mourão, Marcos Castrioto de Azambuja, Melquíades Pinto Paiva, João Maurício de Araújo Pinho e Cybelle Moreira de Ipanema. Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária ATA DA ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DE 10 DE DEZEMBRO DE 2008 Eleição de sócios Aos dez de dias do mês de dezembro de dois mil e oito, realizou-se, em segunda convocação, às quinze horas, a Assembléia Geral Extraordinária, destinada à eleição de novos membros dos quadros sociais do Instituto. Presidência da sessão, prof. Dr. Arno Wehling, e secretaria da profª Dra. Cybelle Moreira de Ipanema, primeira-secretária. O presidente abriu a sessão às quinze horas e cinco minutos e explicou o mecanismo de votação, com a utilização de cédulas de cores diferentes, para cinco categorias de sócios: eméritos, titulares, correspondentes brasileiros, correspondentes estrangeiros e honorários brasileiros. Consultou o plenário sobre a dispensa de leitura dos pareceres das Comissões, onde todos os candidatos tinham sido aprovados. Aceito, o segundo vice-presidente Victorino Chermont de Miranda pede a fixação do quorum para eleição. Estando presentes vinte sócios, ele representa onze votos para a obtenção da maioria absoluta. Distribuídas as cédulas e, posteriormente, recolhidas à urna, o presidente designou escrutinadores os sócios Elysio de Oliveira Belchior e Carlos Wehrs, Titulares, e o decano do Instituto, Luiz de Castro Souza, Benemérito. Apurados os votos, o presidente voltou à mesa e indicou que o decano enunciasse os resultados. Em todos os casos, houve votos positivos, marcados com x (xis), e votos em branco, que serão, 146 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais aqui, expressos. Para Sócio Emérito, por transferência da categoria de Correspondente Brasileiro, Walter Fernando Piazza (dezoito mais dois); para Sócios Titulares, por transferência de categoria de Honorários Brasileiros, Alberto da Costa e Silva (dezoito mais dois), Armando de Senna Bittencourt (dezoito mais dois), Arnaldo Niskier (treze mais sete); João Mauricio de Araújo Pinho (dezoito mais dois) e Marcos Guimarães Sanches (dezessete mais três); para a categoria de sócio correspondente brasileiro, Reinaldo Carneiro Leão (dezesseis mais quatro); para a categoria de Sócios Correspondentes Estrangeiros, Andreé Mansuy-Diniz Silva (dezessete mais três) e Nuno Álvares Pereira de Castro (dezessete mais três) e para a categoria de Sócios Honorários Brasileiros, Antônio Celso Alves Pereira (dezessete mais três), Luiz Cláudio Aguiar (dezessete mais três), D. João de Orléans e Bragança (dezesseis mais quatro) e Kenneth Henry Leonel Light (dezesseis mais quatro). O presidente proclamou os eleitos, agradeceu a presença de todos e encerrou a sessão, convidando para a posse da Sócia Honorária Brasileira, Isabel Lustosa, às dezessete horas. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Marilda Corrêa Ciribelli, Elysio de Oliveira Belchior, Fernando Tasso Fragoso Pires, Carlos Wehrs, Esther Caldas Bertoletti, Eduardo Silva, Vasco Mariz, José Arthur Rios, Affonso Arinos de Mello Franco, Roberto Cavalcanti de Albuquerque, Luiz de Castro Souza, Leda Boechat Rodrigues, Antônio Gomes da Costa, Maria de Lourdes Viana Lyra, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão e Cybelle Moreira de Ipanema. Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 147 ATA DA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DE 10 DE DEZEMBRO DE 2008 Posse da Sócia Honorária Brasileira Isabel Lustosa Aos dez dias do mês de dezembro de dois mil e oito, realizou-se a Sessão Extraordinária, marcada para a posse da Sócia Honorária Brasileira Isabel Lustosa. Aberta a sessão às dezessete horas e quinze minutos pelo presidente Arno Wehling, foi composta a Mesa pelo presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia, Carlos Eduardo Barata, o presidente da Sociedade Brasileira de História da Medicina, Carlos Alberto Basílio de Oliveira, e o sócio benemérito Luiz de Castro Souza, decano do IHGB. Lidas pela primeira-secretária Cybelle Moreira de Ipanema, as Efemérides brasileiras do barão do Rio Branco, referentes à data. Em seguida, o presidente designou Comissão para introduzir a nova sócia: Esther Bertoletti, Melquíades Pinto Paiva e Eduardo Silva. Recebida, sob aplausos, com o numeroso plenário de sócios e convidados de pé, Isabel Lustosa acercou-se da Mesa, onde lhe foi lido o Termo de Posse. Leu, a pedido do presidente, o Termo de Compromisso e recebeu seu Diploma. Ambos, presidente e empossanda, assinaram o Livro de Posse. O colar da instituição foi imposto por Mário Mendonça. No ritual da Casa, o prof. Arno Wehling convocou a Sócia Titular Maria de Lourdes Viana Lyra para o Discurso de Recepção. Traçou o perfil acadêmico e profissional da nova sócia, formada em Ciências Sociais e Ciências Políticas, com grande atuação na Fundação Casa de Rui Barbosa, onde é pesquisadora de História. Autora de numerosa bibliografia sobre períodos presidenciais, imprensa e outros, participou com Alberto Dines da organização da edição fac-similar do Correio Brazilense, de Hipólito da Costa. Ultimamente, lançou livro sobre D. Pedro I. Escreve em periódicos do Rio e de São Paulo. Finda a apresentação, a palavra foi dada à empossanda, que falou sobre “O impacto da transferência da Corte para o Rio de Janeiro a partir de alguns textos fundadores”. De início, marcou sua posição nos estudos historiográficos do País e se dedicou à análise das comemorações dos 200 anos da Corte portuguesa no Brasil: eventos e produção de livros e outras 148 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 Atas e/ou Resoluções de Assembléias Gerais formas de mídia, exaltando a reviravolta de 1808. Grande parte de sua oração foi dedicada à apreciação da trajetória do Brasil, à luz de livros de Maria Odila da Silva Dias e Maria de Lourdes Lyra. Ao encerrar a sessão, o presidente, em seu dizer, interpretando a opinião de sócios, saudou a entrada de Isabel Lustosa nos quadros do Instituto. Agradeceu aos componentes da Mesa, à sócia que falou pelo Instituto e à presença de todos, convidando para o coquetel no terraço, oferecido pela nova sócia. Compareceram os seguintes sócios: Arno Wehling, Maria de Lourdes Viana Lyra, Isabel Lustosa, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Melquíades Pinto Paiva, Roberto Cavalcanti de Albuquerque, Elysio de Oliveira Belchior, Marilda Corrêa Ciribelli, Eduardo Silva, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Affonso Arinos de Mello Franco, Esther Caldas Bertoletti, Miridan Britto Falci, Luiz de Castro Souza, Victorino Chermont de Miranda, Antônio Izaías da Costa Abreu, José Arthur Rios, Célio Borja e Cybelle Moreira de Ipanema. Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):131-149, out./dez. 2008 149 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS II.2 –Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS ATA DA 1ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 12 DE MARÇO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Victorino Coutinho Chermont de Miranda Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra 1. Dando início à sessão, o presidente saúda os presentes e, logo após, relembrando a relevante participação no IHGB do Sócio Emérito Odilon Nogueira de Matos, recentemente falecido na cidade de Campinas, pede um minuto de silêncio em sua memória. Em seguida, faz a leitura do artigo A ver navios ..., publicado no dia anterior, no jornal O Globo, escrito pelo embaixador de Portugal no Brasil, Sr. Francisco Seixas da Costa. Pela qualidade do texto e pertinência do tema abordado, no contexto das comemorações pelo Bicentenário da Transferência da Corte Portuguesa para o Brasil, sugere que o mesmo seja transcrito em anexo à ata desta sessão, sendo a moção aprovada por todos os presentes. 2. Apresentação do conferencista do dia: Orlando de Barros - Professor de História do Brasil na UERJ, onde é o decano de sua unidade, o IFCH. Ex-professor da UFF, doutor em História Social pela USP, dedica-se às pesquisas sobre temas culturais, inclusive os internacionais, principalmente entre o final da Primeira República aos tempos de Vargas. Título da exposição: Corações De Chocolat, a história da Companhia Negra de Revistas (1926-27). Resumo da exposição: A Companhia Negra de Revistas foi a primeira organização de artistas negros, dentre outras formadas no Brasil. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 151 Sua concepção se deve ao artista baiano João Candido Ferreira, o De Chocolat, influenciado pelo aparecimento da Révue Nègre, célebre iniciativa artística parisiense de 1925. A trupe de De Chocolat e de seu sócio, o cenógrafo português Jaime Silva, contra todas as dificuldades e contra a má vontade da imprensa conseguiu alcançar um notável sucesso, no Rio, em São Paulo e em outras cidades de diversos estados onde excursionou. No começo de 1927 agregou-se à Companhia Negra o menino de 11 anos Pequeno Otelo, o futuro Grande Otelo, com inesquecível sucesso. Depois de um ano de existência, extinguiu-se a Companhia Negra, logo depois de ter sido convidada a exibir-se em Buenos Aires, ocasião em que seus opositores a consideraram “um atentado aos foros da civilização”. 3. Questões levantadas sobre a conferência / Comentários/Debates: Os sócios presentes Miridan Britto Knox Falci, Maria de Lourdes Viana Lyra, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Victorino Coutinho Chermont de Miranda, Carlos Wehrs e os visitantes Vera Cabana e Claudio Aguiar tecem comentários instigantes sobre o tema apresentado. 4. Freqüência: Número de sócios presentes: 10 Número de convidados: 4 Relação dos sócios presentes: Victorino Coutinho Chermont de Miranda, Maria de Lourdes Viana Lyra, Lygia da Fonseca Fernandes Cunha, Carlos Wehrs, Miridan Britto Knox Falci, Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão. Relação dos convidados presentes: Orlando de Barros, Stella de Barros, Claudio Aguiar, Vera Cabana. Livro doado: Corações De Chocolat. A história da Companhia Negra de Revistas (1926-27) Orlando de Barros. Rio de Janeiro: Livre Expressão, 2005. 152 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS Transcrição do Texto: A ver navios ... ATA DA 2ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 26 DE MARÇO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra 1. Dando início à sessão, o presidente saúda os presentes e, logo após, solicita que a coordenadora faça a leitura da Ata da Sessão Anterior, o que é feito, sendo aprovada sem restrições. Segue-se a apresentação do conferencista do dia: Magda Maria Jaolino Torres - Professora Adjunta do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Doutora em História pela Universidade de Brasília – que falará sobre: O Teatro Jesuítico e os problemas de sua apreensão no Brasil Resumo da exposição: Considerando os objetivos maiores do IHGB – “coligir, metodizar, publicar ou arquivar os documentos necessários para a História e a Geografia do Brasil...” – antes mesmo de apresentar a minha tese de doutorado sobre as práticas discursivas da Companhia de Jesus e a emergência do que chamei de “teatro jesuítico da missão” no Brasil do século XVI, defendida na UnB após um quadriênio de estudos doutorais realizados em Florença, berço do teatro moderno, e Roma, sede dos arquivos mais relevantes da Companhia de Jesus -, pareceu-me oportuno alargar a discussão sobre o estado de suas possíveis fontes, a inexistência de edições críticas, sinalizando possíveis vias de superação. Bem como refletir sobre os problemas que tal situação vem acarretando para a percepção das dimensões das problemáticas em que se insere o tema, geralmente tratado entre nós de forma bastante reduzida sob o título de “teatro R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 153 de Anchieta”. 2. Questões levantadas sobre a conferência/Comentários/Debates – O visitante Roberto Paulo Freire levantou questão pertinente, o Professor Leodegário A. de Azevedo Filho teceu elogios e fez comentários instigantes sobre o trabalho de pesquisa apresentado, sendo seguido pela sócia Maria de Lourdes Viana Lyra. 3. Outras intervenções (comunicados, doações de livros etc.) A Sócia Emérita Cybelle de Ipanema faz a apresentação do seu livro, elaborado em parceria com Marcello de Ipanema (in memoriam) Silva Porto: livreiro na Corte de D. João, editor da Independência -, que será lançado após a sessão da Cephas, no terraço do IHGB, e editado no contexto das comemorações pelo bicentenário da transferência da Corte portuguesa para o Brasil, pela editora Capivara. O sócio Pedro Corrêa do Lago tece comentário elogioso sobre a validade da obra editada e ressalta a importância do trabalho de pesquisa dos autores. 4. Freqüência: Número de sócios presentes: 12 Número de convidados: 14 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling; Cybelle de Ipanema; Maria de Lourdes Viana Lyra, Elysio Belchior, Carlos Wehrs, Melquíades Pinto Paiva, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Vasco Mariz, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha, Miridan Brito Falci, Lucia Maria Paschoal Guimarães e Pedro Corrêa do Lago. 154 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS ATA DA 3ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 02 DE ABRIL DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente Arno Wehling, que saudou os presentes e solicitou à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. Em seguida, o presidente convocou o conferencista convidado da sessão, o professor Luiz Carlos Soares, e o apresentou ao auditório: Luiz Carlos Soares é Professor Titular da Área de História Moderna e Contemporânea da Universidade Federal Fluminense; doutor em História pelo University College London, onde defendeu a tese “Urban Slavery in Nineteenth – Century Rio de Janeiro, em janeiro de 1988. Autor de diversas publicações, o professor falará sobre “O ‘Povo de Cam’ na capital do Brasil: a escravidão urbana no Rio de Janeiro do século XIX”, temática, aliás, abordada em livro do mesmo nome, recentemente lançado pela Editora 7 Letras. 2. Resumo da Exposição: O Rio de Janeiro constituiu a maior cidade escravista das Américas e experimentou um crescimento econômico, urbano e populacional sem precedentes, não apenas por causa da expansão cafeeira no Vale do Paraíba, mas também devido à sua posição como centro comercial e financeiro da cafeicultura. Estima-se que, na primeira metade do século XIX, cerca de 900 mil escravos tenham sido desembarcados no País pelo porto do Rio de Janeiro, destinando-se a grande maioria deles às necessidades de mão-de-obra da atividade cafeeira. Entretanto, um número considerável desses cativos permaneceu na cidade, para ser empregado, juntamente com seus descendentes já R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 155 nascidos no País (crioulos e mestiços), nas mais diversas atividades urbanas. Por volta de 1850, mais de 110 mil escravos viviam nas áreas das freguesias urbanas e rurais do Município do Rio de Janeiro. Obviamente, uma massa tão grande de cativos tinha que ser controlada de forma rigorosa tanto pelos senhores quanto pelos poderes públicos. Mas, apesar deste rigoroso controle, os escravos não deixaram de manifestar, consciente ou inconscientemente, sua rebeldia contra a situação de cativeiro, praticando com freqüência fugas, roubos, agressões e assassinatos, organizando pequenas e atomizadas revoltas, fazendo parte das diversas maltas de capoeiras que infestavam a cidade e, até mesmo, recorrendo à alternativa última do suicídio. Todavia, a cessação definitiva do tráfico de escravos africanos, em 1850, produziu um declínio gradual da escravidão no Rio de Janeiro e a redução da população cativa da cidade. A enorme elevação dos preços de cativos, após o fim do tráfico, e a diversificação da economia urbana de meados do século, trazendo alternativas mais rentáveis e seguras para aplicação de capital, estimularam os senhores da cidade e seus arredores a se desfazerem de grande parte de seus escravos e substituí-los por novos trabalhadores recrutados entre as grandes levas de imigrantes europeus (sobretudo portugueses) que chegavam ao País. Apesar disso, o Rio de Janeiro continuou a concentrar um número considerável de escravos até as vésperas da Lei Áurea de 1888, que determinou a abolição incondicional da escravatura em todo o Brasil. 3. Questões levantadas sobre a conferência/Comentários/Debates A sócia Miridan Brito Falci levantou questões, estabelecendo um cotejo entre indicadores da população escrava do Rio de Janeiro e com a do Piauí, alvo da sua pesquisa de doutorado. O sócio Tasso Fragoso elogiou a apresentação e teceu alguns comentários pertinentes, enquanto que a visitante Suellen Teixeira Nascimento solicitou informações de fontes sobre escravidão urbana. Ao final do debate, 156 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS o palestrante doou duas obras de sua autoria para a Biblioteca do IHGB, e presidente Arno Wehling sugeriu que a sócia Miridan Falci resenhasse o mencionado livro “O ‘Povo de Cam’ na capital do Brasil: a escravidão urbana no Rio de Janeiro do século XIX”, com vistas à publicação na Revista Trimensal do IHGB. 4. Outras intervenções (comunicados, doações de livros etc.) Dando prosseguimento aos trabalhos, o presidente Arno Wehling convidou o Sócio Correspondente Estrangeiro d. Marcus de Noronha a apresentar a comunicação “Transferência da Família Real para o Brasil: antigo plano magistralmente executado”. D. Marcus Noronha fez uma apreciação a respeito das interpretações da historiografia portuguesa tributárias da obra de Oliveira Martins, que consideram uma “fuga”, a vinda de D. João e de sua Corte para os domínios americanos. Baseado em documentos do Gabinete Real do Príncipe Regente e do seu Real Conselho, o autor demonstrou que a solução da transmigração há muito que vinha sendo preparada em Lisboa. Portanto, não pode ser considerada uma fuga. 5. Nada mais havendo a tratar o presidente deu por encerrada a sessão, lembrando a todos que a próxima reunião da CEPHAS ocorrerá no dia 16 de abril, e contará com a participação dos professores Zilia Osório de Castro e Luís Crespo Andrade, da Universidade Nova de Lisboa. 6. Freqüência: número de sócios presentes: 10 número de convidados: 8 relação dos sócios presentes: Arno Wehling; Cybelle de Ipanema; Fernando Tasso Fragoso Pires; Ondemar Dias;Melquíades Pinto Paiva, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Miridan Brito Falci, Maria da Conceição Beltrão, Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha e Lucia Maria Paschoal Guimarães. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 157 ATA DA 4ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 16 DE ABRIL DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente Arno Wehling, que saudou os presentes e cumprimentou o sócio Vasco Mariz pelo lançamento do seu último livro, A música no Rio de Janeiro no tempo de d. João VI, realizado na Livraria da Travessa, no dia 14 passado. Em seguida, passou a palavra à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. O presidente convocou, então, a primeira conferencista convidada da sessão, Zilia Maria Brandão Osório de Castro para tomar assento na mesa dos trabalhos, solicitando que a subcoordenadora a apresentasse ao auditório: Zilia Maria Brandão Osório de Castro é doutora em Filosofia e Cultura Portuguesa. Professora catedrática jubilada de História das Idéias na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, onde continua a desenvolver suas atividades dirigindo o Seminário Livre de História das Idéias, além de coordenar o Centro de História da Cultura e o Grupo de Investigação Faces de Eva, de estudos sobre mulheres. Membro da Academia Portuguesa da História, Zilia é autora e organizadora de diversas publicações, a exemplo de Cultura e Política. Manuel Borges Carneiro e o vintismo (1990); Portugal e Brasil. Debates Parlamentares 1821-1836 (2002); Dicionário do Vintismo e do 1º Cartismo (2001); Dicionário no Feminino (2005) e Tratados do Atlântico Sul. Portugal e Brasil 1825-2000 (2006). A professora falará sobre “A nova grande Lusitania”. 2. Resumo da Exposição: Zilia Osório de Castro agradeceu o convite e manifestou sua satisfa- 158 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS ção de participar da sessão da CEPHAS. Sua comunicação traçou o percurso das relações luso-brasileiras após a independência, fixando-se nas primeiras décadas do século XX, quando foram formuladas diversas propostas no sentido de estreitar os laços entre Portugal e Brasil. Um desses projetos consistiu na publicação de uma revista de natureza binacional, a Atlântida, dirigida em Lisboa por João de Barros e no Rio de Janeiro por Paulo Barreto, o popular João do Rio. A Atlântida circulou entre 1915 e 1920, patrocinada pelos dois governos. Trouxe a latinidade para o primeiro plano, como resposta ao avanço do pangermanismo, defendeu a formação da “Nova grande Lusitânia”, ou seja, de uma comunidade luso-brasileira, por meio da aproximação política e cultural dos dois países. 3. Questões levantadas sobre a conferência/Comentários/Debates O presidente Arno Wehling levantou questão pertinente sobre a aproximação luso-brasileira, articulando-a com a presença de Fidelino Figueiredo no Brasil. A sócia Lucia Guimarães lembrou que em 1908, quando foi anunciada a visita do rei de Portugal D Carlos ao Brasil, o Barão do Rio Branco, então presidente do IHGB, chegou a programar com Max Fleiuss a convocação de um congresso lusobrasileiro de História, com o objetivo de reunir intelectuais dos dois países para exame de temas comuns. O projeto, porém, não foi avante devido ao assassinato do monarca. 4. Após essas intervenções, o Presidente Arno Wehling convocou o segundo conferencista convidado, o professor Luís Crespo de Andrade, e pediu que a subcoordenadora da CEPHAS fizesse a sua apresentação. Luís Crespo de Andrade é doutor em Filosofia, professor do Departamento de Filosofia da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e investigador do Centro de História da Cultura da Universidade Nova de Lisboa. Autor de diversos trabalhos sobre publicações culturais, lançou recentemente obra examinando a trajetória editorial da revista Sol Nascente (1937 e 1940.) Coordenador do Seminário Livre de História das Idéias, desenvolve o Projeto Edição de R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 159 Revistas de Cultura, apoiado pela Fundação para Ciência e Tecnologia e financiado pelo Programa operacional de Ciência e Inovação, comparticipado pelo Fundo Comunitário Europeu - FEDER. O professor falará sobre “Intelectuais e Literatura - Afinidades Atlânticas nos Finais da Década de 1930”. 5. Resumo da Exposição: O professor agradeceu o convite para se apresentar na sessão da CEPHAS e iniciou sua comunicação tecendo algumas reflexões teóricas sobre o papel desempenhado pela publicação e circulação de periódicos nos movimentos culturais. Em seguida, centrou sua análise na revista Sol Nascente, editada em Portugal, na década de 1930, e que contava com a participação de intelectuais portugueses e brasileiros. Apontou as afinidades existentes entre aqueles letrados e as redes de sociabilidades que se teceram entre os colaboradores de Sol Nascente. Evidenciou, ainda, a influência que escritores brasileiros de esquerda como Jorge Amado e José Lins do Rego exerciam sobre seus pares em Portugal, apesar da censura do Estado Novo salazarista. 6. Após a exposição do Prof. Luís Crespo, o presidente Arno Wehling convidou a fazer uso da palavra o professor Edivaldo Machado Boaventura, Sócio Correspondente do IHGB, natural do estado da Bahia. Edivaldo Boaventura externou sua satisfação em participar da sessão da CEPHAS e fez um breve comentário a respeito da longevidade do intercâmbio entre intelectuais brasileiros e portugueses, tomando como exemplo o corpo de colaboradores da revista Brotéria. Em seguida, anunciou sua intenção de homenagear o seu conterrâneo Luís Vianna Filho, cujo centésimo aniversário de nascimento se comemora justamente na data de 16 de abril de 2008. Apresentou uma concisa história de vida de Luís Vianna Filho, realçando sua atuação não apenas como político, mas também como jurista, historiador e homem de letras que cultivava a boa conversa. Salientou a expressiva bibliografia deixada pelo homenageado no campo da História, em especial suas contribuições ao gênero biográfico, lembrando Pedro Calmon, que considerava Luís Vianna Filho o nosso 160 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS melhor biógrafo. Ao concluir sua exposição, Edivaldo Boaventura doou à Biblioteca do IHGB sete obras de Luís Vianna Filho, recentemente reeditadas pela Universidade Federal da Bahia, inclusive as biografias de Rui Barbosa, de José de Alencar, do Barão do Rio Branco, de Eça de Queiroz e de Anísio Teixeira. 7. Outras intervenções (comunicados, doações de livros etc.) O sócio Melchiades Pinto Paiva doou à Biblioteca do IHGB a coletânea Trabalhos esparsos, agora reunidos, obra que editou para celebrar a passagem do seu septuagésimo oitavo aniversário de nascimento, bem como do seu jubileu científico. O sócio Ronaldo Mourão, após fazer uma rápida alusão ao seu convívio com Luís Vianna Filho, ofereceu ao Instituto Histórico dois livros de sua autoria: Anuário Astronômico e Nas fronteiras da intolerância. 8. Nada mais havendo a tratar o presidente deu por encerrada a sessão, lembrando a todos que a próxima reunião da CEPHAS ocorrerá no dia 7 de maio, data em que também haverá a posse o Sócio Honorário Ondemar Ferreira Dias. 9. Freqüência: 25 assistentes Número de sócios presentes: 13 Número de convidados: 12 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling; Cybelle de Ipanema; Melquíades Pinto Paiva, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Maria de Lourdes Viana Lyra, Conceição Beltrão, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Lygia Telles, Vasco Mariz, Tasso Fragoso Pires, Alberto Venâncio Filho, Edivaldo Machado Boaventura. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 161 ATA DA 5ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 7 DE MAIO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Cybelle de Ipanema Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra 1. Dando início à sessão, a presidente saudou os presentes e logo após, lembrando a relevante atuação do Sócio Titular, Arivaldo Silveira Fontes, recentemente falecido, pediu um minuto de silêncio em sua memória. Em seguida, passou a palavra à coordenadora, para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrição. Foi então convocada a primeira conferencista convidada, Regina Wanderley - Professora do Departamento de História da UERJ, Doutora em História Social pela USP, Coordenadora do Projeto COLUSO no IHGB -, que iniciou manifestando satisfação por participar da sessão da CEPHAS, passando a expor o seu tema: O Acervo documental do IHGB: uma análise de seu potencial. 2. Resumo da Exposição: Fazendo um balanço do seu trabalho no acervo arquivístico do IHGB, a professora passou a apresentar os resultados, inicialmente, do trabalho de levantamento da vasta documentação encontrada relativos à África, organizando o primeiro índice analítico “Homens, mares e terras”, publicado pela editora da UERJ em convênio com o IHGB, e posteriormente, em edição revista e aumentada, na Revista do IHGB, nº 247. Em seguida, do levantamento da documentação do “Projeto Reencontro”, resultando na catalogação e feitura de verbetes, encaminhados para a microfilmagem feita na Biblioteca Nacional. Também foi feito o levantamento da documentação referente à Revolução Farroupilha, da coleção Araripe Júnior, material já enviado para o Rio Grande do Sul para a devida publicação. No 162 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS momento, a equipe de pesquisadores (alunos cotistas), orientada pela professora, encontra-se dedicada ao trabalho de levantamento do conjunto “Documentos Navais”, composto de 111 latas, num total aproximado de 15 mil documentos. Já foi realizado o levantamento da documentação relativa à Colônia e elaborados os verbetes da mesma e, no momento, está sendo feita a elaboração dos índices. Em seguida, a professora passou a falar sobre os convênios e acordos firmados entre o IHGB e instituições congêneres em que o Projeto COLUSO está envolvido, como: o de Editoração de Obras Inéditas / Cátedra Jaime Cortesão, com a Universidade de São Paulo, do qual constam o do Tratado de Oclocracia e o do Dicionário das Antiguidades de Portugal, de Manuel Severin de Faria; o Projeto Pró-África, Acervo digital Brasil-Angola, em convênio com a Universidade Federal Fluminense; o Projeto Tratamento Arquivístico da Coleção Conde Galveas, financiado pela FAPERJ – apresentando os resultados já obtidos e, não esquecendo de falar sobre as perspectivas de novos projetos, como o da Editoração dos manuscritos do Monsenhor Pizarro, e outro sobre “Formas de comunicação no Atlântico português: a monarquia, as câmaras, a escravidão e o tráfico transatlântico (séculos XVI – XIX). 3. Comentários/debates: A Sócia Emérita Cybelle de Ipanema parabenizou a professora pelo trabalho realizado, tecendo comentário sobre a riqueza documental do acervo do IHGB. Em seguida, a Presidente da Spassou a função ao Presidente do IHGB, Arno Wehling, que logo convocou o segundo expositor, o Sócio Titular Ronaldo Rogério Mourão para falar sobre: A Astronomia na regência de D.João. 4. Resumo da exposição: O professor agradeceu pela oportunidade de apresentar sua reflexão na sessão da CEPHAS sobre um tema que ainda é pouco conhecido, mas de grande importância para o conhecimento da ciência no período enfocado. E, depois de relatar os an- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 163 tecedentes da chegada, no porto do Rio de Janeiro, dos astrônomos portugueses e da relação dos instrumentos astronômicos enviados durante o governo de D. Maria I, do qual participava D. João, ressaltando que foi este grupo de astrônomos que deu origem à criação do primeiro observatório, na cidade do Rio de Janeiro, o professor passou a analisar a orientação do governo, demonstrando que a preocupação do regente em relação à astronomia é nítida, principalmente quando decide transferir para o Brasil o observatório da Real Academia dos Guardas-Marinhas, ressaltando ter sido esse observatório o principal núcleo de toda astronomia durante o período joanino, e que na Academia dos Guardas-Marinhas surgiu a primeira biblioteca técnico-científica do Brasil. A exposição foi ilustrada com a mostra da lista dos funcionários, dos alunos e instrumentos que aqui chegaram, com o objetivo de mostrar a importância dos militarescientistas, principalmente dos oficiais de marinha responsáveis pela primeira publicação anual sobre astronomia – Efemérides náuticas e/ou Diário Astronômico, calculados para o meridiano do Rio de Janeiro – assim como pelo primeiro observatório, tão pouco valorizado e ainda quase desconhecido. 5. Comentários/debates: A Sócia Emérita Lygia Cunha elogiou o confrade pela exposição do tema, demonstrando interesse em aprofundar a discussão sobre a revelação de que a Biblioteca (técnico-científica) da Marinha tenha sido fundada em 1809, portanto um ano antes da Real Biblioteca, sempre vista como a primeira a ser criada na cidade do Rio de Janeiro. O Sócio Emérito Elysio Belchior teceu comentários sobre o primeiro Observatório, e a convidada Jandira Neto Dias elogiou a palestra sobre um tema de tanto interesse para a história da Ciência no Brasil. 6. Freqüência: - número de sócios presentes: 164 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS - número de convidados: - relação dos sócios presentes: ATA DA 6ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 14 DE MAIO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra 1. O presidente iniciou a sessão comunicando aos presentes que acabara de chegar de Salvador, onde participou do Simpósio Internacional Comemorativo dos 200 Anos da Chegada da Família Real à Bahia. E, também, que participou, junto com a coordenadora Maria de Lourdes Lyra, de uma Sessão Magna na Câmara dos Deputados em Brasília pelos 200 Anos da Chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil – As origens do Estado Nacional: das Cortes Gerais ao Parlamento Brasileiro. Em seguida, o presidente passou a palavra à coordenadora para proceder à leitura da Ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrição. Foi convocado, então, o primeiro conferencista, o Sócio Emérito Vasco Mariz, para falar sobre: Padre Antônio Vieira, o diplomata. 2. Resumo da exposição: Festejando a importante efeméride dos 400 anos do Padre Antônio Vieira, diplomata amador e patriota lusitano, o conferencista traçou o perfil do personagem, acompanhando a sua trajetória desde o seu nascimento em Lisboa, à vinda para o Brasil ainda menino e a sua formação no colégio dos Jesuítas, do trabalho de catequese com indígenas e negros escravos, à volta para Portugal, já adulto, como integrante da comissão baiana encarregada de levar as congratulações do Brasil ao Rei D. João IV que acabara de assumir o trono português. E se detém na análise do período em que o Padre Vieira foi R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 165 encarregado pelo Rei de três missões diplomáticas, em Amsterdan, Haia, e Paris, nos anos de 1646, 1647 e 1648, detendo-se, sobretudo, no célebre aconselhamento da entrega de todo o Nordeste brasileiro aos holandeses, para assegurar a independência e o futuro de Portugal, sendo então chamado de “o Judas do Brasil”. 3. Comentários/Debate: O presidente elogiou a qualidade do texto apresentado e logo encarregou a coordenadora de convocar o conferencista para participar do painel que será organizado para celebrar os 400 anos do Padre Antônio Vieira. Foi convocada a segunda conferencista convidada, a professora Maria Cristina Moreira, da Universidade do Minho, Portugal, para falar sobre: Fontes para o estudo do Império luso-brasileiro: estatísticas luso-brasileiras sobre o comércio internacional. 4. Resumo da Exposição: Agradecendo pela oportunidade da participação na sessão da CEPHAS, a professora passou a apresentar o seu trabalho de pesquisa, que versa sobre o espólio das Balanças Gerais de Comércio do Reino de Portugal com os seus Domínios Ultramarinos e Nações Estrangeiras, cujas fontes primárias se encontram quase todas em Portugal e algumas no Brasil, e é objeto de estudo no projeto POCI/HAR/59281/2004, designado por “Comércio Externo Português na primeira metade do século XIX”, desenvolvido sob sua responsabilidade. Remarcando que o IHGB é detentor de um documento único no mundo, a Balança Geral do Comércio do Reino de Portugal com os seus Domínios Ultramarinos e Nações Estrangeiras de 1808, a professora se deteve na apresentação da metodologia utilizada para informatizar as informações obtidas na documentação levantada, bem como os objetivos do projeto a serem alcançados, ilustrando a apresentação dos dados com o recurso do datashow. Por fim, a professora sublinhou o papel do Príncipe Regente D. João, posteriormente Rei, D. João VI, como promotor de um sistema político que permitiu a elaboração de uma riquíssima informação esta- 166 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS tística sobre o comércio internacional no final do século XVIII e na primeira metade do século XIX. 5. Comentários/Debates: O professor Arno Wehling questionou a conferencista sobre o programa utilizado para montar os gráficos e tabelas apresentados. E a professora Regina Wanderley teceu considerações sobre o levantamento estatístico realizado. Em seguida, o presidente convocou a terceira conferencista, a professora Célia Cristina Tavares, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, para falar sobre: Jesuítas e Inquisição: cumplicidades e confrontações. 6. Resumo da Exposição: O argumento básico da comunicação será demonstrar que duas instituições extremamente poderosas existentes em Portugal – a Companhia de Jesus e a Inquisição – estão cobertas por mitos especialmente desenvolvidos no período pombalino, mas depois alimentados por interpretações historiográficas preocupadas em buscar as razões do possível atraso ibérico no contexto europeu. O estudo visa a esclarecer que houve muitas variações de atitudes nas relações entre estas duas corporações. Investiga também como os mitos relacionados com essas duas instituições foram desenvolvidos e consolidaram uma interpretação de senso comum que sobrevive em imagens que se difundem até hoje em muitos meios de comunicação. Busca-se, com a exposição destas idéias, a melhor compreensão possível da Inquisição e da Companhia de Jesus, não um julgamento fácil de atribuições de certo ou errado, de bom ou mau, de justo ou injusto. 7. Comentários/Debates: O professor Arno Wehling fez comentários pertinentes sobre o trabalho de confrontação de análises diversas e a professora Maria de Lourdes Lyra elogiou a originalidade da pesquisa realizada. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 167 8. Freqüência: Número de sócios presentes: 8 Número de convidados: 23 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Maria de Lourdes Viana Lyra, Vasco Mariz, Cybelle de Ipanema, Tasso Fragoso Pires, Marilda Corrêa Ciribelli, Melquíades Pinto Paiva e Antonio Izaias da Costa Abreu. ATA DA 7ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 28 DE MAIO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Vitorino Chermont de Miranda Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. Os trabalhos foram abertos pelo Presidente em exercício, Primeiro Vice-Presidente do Instituto Histórico Victorino Chermont de Miranda, que saudou os presentes, e pediu um minuto de silêncio em memória da Sócia Emérita Frida Wolf, recentemente falecida. Em seguida, passou a palavra à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. O presidente convocou, então, o primeiro conferencista convidado da sessão, o Prof. Alex Varela, a tomar assento na mesa dos trabalhos, para falar sobre o tema “Ciência e patronagem: análise da trajetória do naturalista e intendente das minas Manuel Ferreira da Câmara”. Solicitou, ainda, que a subcoordenadora o apresentasse ao auditório: Alex Varela possui graduação em História pela PUC/RJ. Mestre e doutor em História das Ciências pela UNICAMP; atualmente, é bolsista do CNPq e faz estágio de pós-doutorado na Coordenação de História da Ciência, do Museu de Astronomia e Ciências Afins. Autor do livro “Juro-lhe Pela Honra de Bom Vassalo e Bom Português”: Análise das Memórias Científicas de José 168 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS Bonifácio de Andrada e Silva (1780-1819), publicado em 2006, sua produção bibliográfica aborda temas de História das Ciências, Ilustração Portuguesa, História do Brasil, História das Geociências e História da Medicina. 2. Resumo da Exposição: Alex Varela agradeceu o convite e manifestou sua satisfação de participar da sessão da CEPHAS. Sua comunicação examinou a trajetória do ilustrado Manuel Ferreira da Câmara, a qual caracterizou-se pela associação entre os interesses políticos e o estudo das ciências naturais. No cargo público de Intendente dos Diamantes da região de Serro do Frio, sob a a proteção do “pai e benfeitor” D. Rodrigo, ministro da Marinha e Domínios Ultramarinos, Câmara acumulou serviços e honras com a inspeção das minas e matas, a construção de fábricas de ferro, como a Real Fábrica de Gaspar Soares ou do Pilar, a capacidade de influir para a publicação de um conjunto de leis relativas à política mineral do Brasil, entre outras atividades. Seus serviços renderam-lhe diversos títulos honoríficos e projeção na sociedade luso-brasileira. 3. Questões levantadas sobre a conferência / Comentários/Debates: A sócia Lucia Guimarães levantou questão pertinente sobre o papel desempenhado por Manuel Ferreira da Câmara articulando-o com a política estatal de renovação cultural-científica do governo de Dona Maria I. Assinalou, também, a relevância do estudo que reflete o avanço porque passam hoje em dia os estudos de História das Ciências no Brasil. 4. Após essa intervenção, o presidente Vitorino Chermont convocou a segunda conferencista convidada, a professora Ângela Telles, e pediu que a subcoordenadora da CEPHAS fizesse a sua apresentação. Ângela Cunha da Motta Telles é graduada em Museologia e História com especialização em História da Arte e Arquitetura no Brasil pela R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 169 Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É mestre em História Social, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde também defendeu, em 2007, sua tese de doutorado Desenhando a nação: revistas ilustradas do Rio de Janeiro e Buenos Aires nas décadas de 1860-1870 sob a orientação de José Murilo de Carvalho. Leciona na Universidade Estácio de Sá e integra o Pólo de Pesquisa sobre Relações Luso-Brasileiras do Real Gabinete Português de Leitura. Seu livro Grandjean de Montigny: da arquitetura revolucionária à civilização nos trópicos (2008), recém publicado pelo Arquivo Nacional, recebeu o 2º lugar do “Prêmio D. João VI de Pesquisa”, concurso organizado pela Universidade de Coimbra, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Grupo Tordesilhas e Comissão para a Salvaguarda e Divulgação do Patrimônio Documental (COLUSO). A professora falará sobre “Grandjean de Montigny “. 5. A professora agradeceu o convite para se apresentar na sessão da CEPHAS e iniciou sua comunicação tecendo algumas considerações sobre a história de vida de Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny. Nascido em 1776, foi o arquiteto da Missão Artística Francesa, contratada em 1816 pelo governo metropolitano português instalado no Rio de Janeiro, desde 1808. A Missão, constituída por artistas renomados, tinha a função de elaborar e implantar, na capital do Reino, uma escola de Belas Artes nos moldes daquelas existentes na Europa. De fato, tal projeto era a ponta de lança de outro mais abrangente que visava, em última análise, à constituição, na América portuguesa, de um império alinhado à civilização européia. Nesta apresentação, ilustrada com slides, Ângela esclarece que não explorou toda a obra arquitetônica produzida por Grandjean. Foram selecionados apenas os projetos relevantes para as questões colocadas e que cobrem o período de 1799 a 1828. O conjunto do trabalho traça um perfil do arquiteto francês do ponto de vista de seus projetos, executados ou não. Parte-se do pressuposto de que os projetos arquitetônicos portam formas, as quais portam valores que nos 170 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS informam sobre as sociedades que as moldaram. Foram explorados esboços e plantas projetadas por Granjean inicialmente na Europa e, num segundo momento, no Rio de Janeiro. A autora demonstrou que os princípios arquitetônicos, as pesquisas sobre propriedades dos materiais e as soluções plásticas presentes nos primeiros trabalhos do arquiteto na França e nos estudos realizados na Itália, sobretudo na região da Toscana, foram objeto de experimentação posterior no Velho e no Novo Mundo. 6. Questões levantadas sobre a conferência / Comentários/Debates O sócio Tasso Fragoso Pires cumprimentou a conferencista, destacando a relevância da pesquisa empreendida. Em seguida, levantou algumas questões e teceu comentários sobre a arquitetura do Pavilhão da Aclamação de D. João VI, erguido para aquela efeméride, onde hoje é a Praça XV. Reportou-se, também, à arquitetura e aos materiais empregados na casa que pertenceu a Grandjean de Montigny, no bairro da Gávea, cujo muro em andorinha talvez ainda seja o original. 7. Outras intervenções (comunicados, doações de livros etc.) O sócio Ronaldo Mourão doou à Biblioteca do IHGB o livro de sua autoria, Écologie cosmique, há pouco lançado em Paris. A sócia Maria Beltrão ofereceu sua obra mais recente, Le peuplement de l’Amérique du Sud. Essai d’archéologie: une approche interdisciplinaire, publicado também naquela cidade. 8. Nada mais havendo a tratar, o presidente deu por encerrada a sessão, lembrando a todos que na próxima semana será realizado no IHGB o Curso “D. João VI e a cidade do Rio de Janeiro 1808 -2008”, promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro. 9. Freqüência: 20 assistentes número de sócios presentes: 8 número de convidados: 12 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 171 relação dos sócios presentes: Victorino Chermont de Miranda, Vasco Mariz, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Conceição Beltrão, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Tasso Fragoso Pires. ATA DA 8ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 11 DE JUNHO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente do IHGB, o Dr. Arno Wehling, que saudou os presentes, passando a palavra à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. O presidente convocou, em seguida, os dois conferencistas convidados da sessão, o jornalista Alberto Dines e a sócia Isabel Lustosa, a tomarem assento na mesa dos trabalhos, para a exposição do Painel: “Hipólito da Costa: um retrato falado”. Arno Wehling externou sua satisfação em recebê-los e ponderou que ambos dispensavam maiores apresentações, pois são nomes sobejamente conhecidos por suas contribuições ao par História e Imprensa. 2. Resumo da Exposição: O painel se iniciou com a intervenção de Isabel Lustosa, que ofereceu um perfil biográfico e político de Hipólito da Costa, evidenciando as sucessivas aventuras que pontearam sua história de vida, como a viagem realizada aos Estados Unidos (1798-1800), a passagem pelos cárceres da Inquisição (1802/1805) e a sua permanência em Londres, por dezoitos anos (1805/1823). Isabel destacou o papel de vanguarda de Hipólito e do Correio Braziliense, periódico por ele publicado em Londres, o qual se distinguia dos primeiros jornais editados no Brasil, por não sofrer a interveniência da Coroa. Salientou a influência das propostas veiculadas pelo Correio Braziliense, 172 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS no ideário e nas práticas políticas dos homens que promoveram a Independência do nosso País. Por outro lado, assinalou que o governo reinol chegou a financiar a publicação de outros jornais em Londres, para combater e contestar Hipólito, a exemplo do Campeão Português, de José Liberato Freire de Carvalho. Finalmente, Isabel Lustosa narrou a experiência compartilhada com Alberto Dines de editar a versão facsimilada dos 29 volumes da coleção do jornal Correio Braziliense, publicado por Hipólito da Costa (Londres, 1808 – 1822), obra lançada pela Imprensa Oficial do Estado do São Paulo entre 2000 e 2003. O jornalista Alberto Dines, apresentador do programa Observatório da Imprensa, na Rede Brasil, agradeceu o convite para se apresentar no Instituto Histórico, órgão que considera um “baluarte da cultura brasileira”. Sua exposição buscou aprofundar o perfil pioneiro de Hipólito da Costa, no seu entender “patrono e patriarca”, autor da primeira peça jornalística da imprensa brasileira, uma verdadeira profissão de fé, texto de natureza pedagógica, que marcou o aparecimento do Correio Braziliense. Reportou-se aos biógrafos de Hipólito da Costa e à decisão de alterar a comemoração do Dia da Imprensa para 1 de junho, em homenagem ao início da circulação do Correio, em lugar do dia 10 de setembro, que correspondia à edição inaugural da Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro veículo impresso no Brasil, porém de natureza oficial, pois era preparado pela Corte portuguesa, instalada no Rio de Janeiro. Concluindo sua comunicação, Dines chamou a atenção para o longo silêncio a que ficou relegado o jornalista pioneiro, rompido apenas por Assis Chateaubriand, que se apossou da sua memória. Em 1942, na campanha “Asas para o Brasil”, foi batizado em São Paulo um pequeno avião com o nome de “Hipólito da Costa”, por iniciativa de Chateaubriand, sendo padrinho Elmano Cardim, Diretor do Jornal do Commércio do Rio de Janeiro. Questões levantadas sobre o Painel / Comentários/Debates R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 173 A sócia Cybelle de Ipanema felicitou os dois expositores pela apresentação na CEPHAS e pelo trabalho gigantesco de ambos, ao organizarem a edição facsimilar do Correio Braziliense. Comentou que o Dia Nacional da Imprensa passou a ser celebrado em 1 de junho por força de lei proposta pelo Deputado Nelson Marchezan e aprovada no Congresso Nacional, em 1999. Informou, também, que o acervo do IHGB possui a coleção completa do Investigador Português, doada pelo sócio Manuel Barata, acrescentando que o Investigador foi um dos diversos jornais editados em Londres, com financiamento da Coroa, por José Liberato Freire de Carvalho, para combater Hipólito da Costa. Lucia Guimarães levantou questão pertinente sobre o papel desempenhado por Hipólito da Costa e o Correio Braziliense como fontes históricas, já que constituem os principais testemunhos em que se apoiou Francisco Adolfo de Varnhagen para analisar os fatos que precederam a Independência. Maria Beltrão recordou que na década de 1980, quando pesquisava em Londres, conheceu a capela onde estava enterrado Hipólito da Costa e fez menção a algumas curiosidades que cercariam o seu falecimento. Alberto Dines esclareceu que tais fatos não diziam respeito a Hipólito, mas sim a um filho seu, oficial da marinha mercante assassinado durante um ataque de piratas no porto de Hong-Kong. Em relação ao tema de escolhas de datas comemorativas, o sócio Elysio Belchior comentou que há cerca de 15 anos leu um texto sobre as motivações que levaram a definição do dia 7 de setembro como a data da Independência do Brasil e comprometeu-se de trazer a indicação dessa fonte, em sessão próxima da CEPHAS. Miridan Brito Falci congratulou-se com os palestrantes e fez observações relacionadas com o livro Contribuição à História da Imprensa, publicado pelo professor Hélio Vianna, em 1945. Esther Bertoletti especulou a respeito das causas do silêncio da historiografia em torno de Hipólito da Costa, detendose no fato de que Hipólito pertencia à maçonaria da linha inglesa. Arno Wehling, por sua vez, teceu reflexões sobre as estratégias da memória, refletindo sobre a forma como se vai construindo a ima- 174 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS gem do homem e da respectiva obra ao longo do tempo. No entender de Wehling, Varnhagen, de algum modo, já havia oficializado as censuras que Hipólito da Costa costumava fazer à administração joanina, em particular, a crítica de que d. Rodrigo de Sousa Coutinho, quando instalou o aparato de governo no Rio de Janeiro, ao invés de modernizá-lo, limitou-se a copiar o Almanak de Lisboa de 1807. Juízo, aliás, referendado por Oliveira Lima, em 1908, na obra d. João VI no Brasil. A propósito da referência à data, Cybelle de Ipanema salientou que o Instituto Histórico promoveu naquele ano uma Exposição, comemorativa do primeiro centenário do estabelecimento da Imprensa no Brasil. Reportou-se aos dois catálogos preparados para o evento, dos quais só um foi publicado, já que outro teve os originais perdidos no incêndio que consumiu as oficinas da Imprensa Nacional, em 1911. Revelou, também, que junto com Marcelo de Ipanema já realizou um extenso levantamento bio-hemerográfico dos brasileiros que participaram daqueles jornais. Alberto Dines, em seguida, sugeriu-lhe que transformasse o material em um banco de dados, com a respectiva edição em CD-Rom. 3. Outras intervenções (comunicados, doações de livros etc.) A sócia Miridan Brito Falci, Diretora da Revista do IHGB, ofertou a Alberto Dines um exemplar da mesma do último número lançado, relativo ao 3º trimestre de 2007. Em seguida, doou para o acervo do Instituto três números do periódico do Programa de Pós-Graduação de História da Universidade Severino Sombra, do qual é editora responsável. O sócio Davis Ribeiro de Sena ofereceu obras de sua autoria para a biblioteca. 4. Nada mais havendo a tratar, o presidente deu por encerrada a sessão, comunicando que a próxima sessão da CEPHAS se realizará em 25 de junho. 5. Freqüência: 23 assistentes Número de sócios presentes: 14 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 175 Número de convidados: 9 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Davis Ribeiro de Sena, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Maria Beltrão, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Tasso Fragoso Pires, Isabel Lustosa, Cybelle de Ipanema, Miridan Brito Falci, Esther Caldas Bertoleti, Elysio Belchior e Antonio Izaias da Costa Abreu, Victorino Chermont de Miranda. ATA DA 9ª. SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 25 de JUNHO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra 1. Dando início à sessão, o presidente saudou os presentes e em seguida passou a palavra à coordenadora, para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada com a recomendação de correção na indicação do nome do sócio Manuel, em lugar de Mário, e na intervenção do sócio Elysio Belchior, sobre a fixação da data do Dia da Independência. Foi então convocada a primeira conferencista convidada, Carmen Alveal, graduada em História pela UFF, com mestrado pela UFRJ e recém-doutora pela Johns Hopkins University, que iniciou sua fala manifestando satisfação por participar da sessão da CEPHAS, passando a expor o tema: Comunicações jurídicas e o sistema sesmarial no império português. 2. Resumo da Exposição: Fazendo uma breve apresentação do trabalho geral de levantamento das fontes e sobre a metodologia utilizada na elaboração de sua tese, a professora centrou a exposição sobre o tema em pauta, analisando a atuação da principal agência metropolitana, o Conselho Ultramarino, criado em 1642 e responsável pelas colônias, que funcionou 176 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS como o principal canal de comunicação entre a colônia e a metrópole; explicitando a eficácia do controle português sobre as colônias, que requereu o desenvolvimento de um conjunto de técnicas de comunicações jurídicas no tocante ao sistema de distribuição de sesmarias; esclarecendo que as comunicações jurídicas constituíamse numa diversa gama de mecanismos de trocas de informações jurídicas, incluindo instruções reais aos governadores, ordens régias, casos de apelação e petições; e explicando que este conceito de comunicações jurídicas abarca um número de indistinguíveis práticas percebidas, ao analisar-se o sistema de sesmarias inserido do sistema de administração lusitana. 3. Comentários/debates: O sócio Fernando Tasso Fragoso Pires parabenizou a professora pelo trabalho realizado, tecendo comentário sobre a importância do tema apresentado, e a visitante Luitgarde Oliveira registra a importância dos trabalhos clássicos de Célia Freire d`Aquino Fonseca e Costa Porto sobre o tema das sesmarias no Brasil colonial. Em seguida, o presidente convocou o segundo conferencista convidado, Tayguara Torres, graduado e mestre em Ciências Sociais pela UERJ, para falar sobre o tema: Desenvolvimento e sertão nordestino: um debate. 4. Resumo da exposição: O professor agradeceu pela oportunidade de apresentar, na sessão da CEPHS, o trabalho de pesquisa desenvolvido na sua Dissertação de Mestrado, onde analisa os pressupostos sócio-econômicos do plano que ficou conhecido como Operação Nordeste, criado em finais dos anos 1950, em meio à euforia desenvolvimentista do “anos JK”, quando surge novamente o Sertão Nordestino na cena política brasileira, tornando-se objeto de políticas de governo. Enfocando o debate existente entre dois intelectuais de grande importância à época – Celso Furtado, economista e idealizador da OPENE, e Josué de Castro, médico e geógrafo, autor do livro clássico Geografia da Fome, que entendiam o Sertão de for- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 177 ma diversa e defendiam propostas antagônicas de desenvolvimento da região –, o expositor demonstra que a análise permite melhor vislumbrar os pressupostos das políticas de desenvolvimento, e as críticas a que tais propostas foram alvo, bem como a transformação do Sertão Nordestino de então no Sertão de hoje. 5. Comentários/debates: O visitante Mário Afonso Carneiro elogiou o trabalho apresentado, tecendo comentários sobre algumas das relevantes questões abordadas. Em seguida, o presidente convidou o sócio Melquíades Pinto Paiva para uma breve apresentação do livro de sua autoria, Trabalhos esparsos, agora reunidos., que foi gentilmente distribuído aos presentes. Nada mais havendo a tratar, o presidente encerrou a sessão, convidando os presentes para assistirem à cerimônia de posse do novo sócio Célio Borja, na sala Pedro Calmon. 6. Freqüência: 21 - Número de sócios presentes: 09 - Número de convidados: 12 - Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Elysio Belchior, Melquíades Pinto Paiva, Dora Alcântara, Fernando Tasso Fragoso Pires, Lygia Fernandes da Cunha, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Eduardo Silva e Maria de Lourdes Viana Lyra. 178 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS ATA DA 10ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 2 DE JULHO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Victorino Chermont de Miranda Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra 1. Dando início à sessão, o presidente saudou os presentes e em seguida passou a palavra à coordenadora, para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no qual foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. Fazendo o registro de tratar-se de uma Sessão de Homenagem a José Carlos Macedo Soares, o presidente convocou o primeiro conferencista, Nelson de Castro Senra - Doutor em Ciência da Informação, Pesquisador-Titular do CDDI do IBGE e no programa de mestrado na Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do IBGE –, para expor o tema: MACEDO SOARES REÚNE IBGE E IHGB. 2. Resumo da Exposição: Fazendo uma breve apresentação sobre a relevante atuação do homenageado na direção do IBGE, onde figura como o seu primeiro presidente e o mais longevo entre todos, e do IHGB, instituição que presidiu por quase três décadas, o professor passou a ressaltar as situações em que, nas presidências simultâneas de Macedo Soares, o IBGE e o IHGB estiveram irmanados. Apresentando apenas alguns exemplos, por ser uma temática a demandar pesquisas históricas mais alentadas, o professor ressalta que o estudo em pauta revela alguns dos aspectos mais relevantes da criação do IBGE, além da assunção de Macedo Soares à sua presidência, associando sua habilidade articuladora à concretização da idealização de Teixeira de Freitas. No final, fez doação ao IHGB dos livros Embaixador Macedo Soares. Um Príncipe da Conciliação e História das Estatísticas Brasileiras, Vol.3, publicados pelo IBGE. 3. Comentários/debates: R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 179 O sócio Alberto Venâncio Filho teceu comentários pertinentes sobre o texto apresentado, a sócia Maria de Lourdes Viana Lyra parabenizou o professor pelo trabalho de pesquisa realizado, a sócia Esther Caldas Bertoletti sugeriu a retomada da tarefa de incrementar a escrita da história dos municípios, o sócio Vasco Mariz falou do seu convívio institucional no governo JK com o homenageado Macedo Soares, e a sócia Mary Del Priore solicitou informações sobre a documentação existente no IBGE. Em seguida, o presidente convocou o segundo conferencista, Alexandre de Paiva Rio Camargo – Mestre em História pela UFE, Pesquisador-assistente e autor de numerosos capítulos na coleção “História das Estatísticas Brasileiras”, editada pelo IBGE, do artigo “A ciência da certeza”, publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional (nº 23, 2007), e do artigo “Uma breve História do Brasil”, publicado no “Brasil em Números” do IBGE (v. 16, 2008) –, para expor o tema: MACEDO SOARES, EMBAIXADOR DA GEOGRAFIA. 4. Resumo da Exposição: O professor centrou a sua análise na recuperação do papel relevante de Macedo Soares na organização do campo geográfico, durante a Era Vargas. Destacando a sua atuação decisiva na criação e consolidação do Conselho Nacional de Geografia e, neste sentido, procurando revelar a relação entre tradição e modernidade presentes nos elos tecidos pelo embaixador no exercício concomitante das presidências do IHGB e do IBGE em benefício da visibilidade da atividade geográfica. E, por fim ressaltando que é preciso enfatizar o caráter preliminar de tal abordagem, que pretende incentivar pesquisas históricas sobre representações mútuas entre as duas instituições. Em seguida o presidente convocou o terceiro conferencista, Guilherme Pereira das Neves – Professor-Doutor do Departamento de História da UFE; pesquisador do CNPq e do projeto Pronex “Raízes do Privilégio”; autor de inúmeros artigos publicados no Brasil e no 180 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS exterior, e da tese de doutorado premiada pelo Arquivo Nacional e publicada em 1997 com o título E Receberá Mercê: a Mesa da Consciência e Ordens e o clero secular no Brasil, 1808-1828 –, para expor o tema CARLITO HISTORIADOR. 5. Resumo da Exposição: Expressando satisfação por participar das atividades do IHGB e agradecendo pelo convite para falar sobre o homenageado, o professor centra a análise sobre a atividade de José Carlos de Macedo Soares (1883-1968) como historiador, que considera tratar-se, em especial, a partir das suas três principais obras: As fronteiras do Brasil no regime colonial (1939), Santo Antônio de Lisboa, Militar no Brasil (1942) e Fontes para a história da Igreja católica no Brasil (1954). Explicando que, embora elas permitam situá-lo como um caso atípico no período, essas obras não deixam de revelar certas constantes do pensamento histórico no País na primeira metade do século XX. Em seguida, o presidente convocou a quarta conferencista, a Sócia Emérita Cybelle Moreira de Ipanema, para expor o tema: COMO O INSTITUTO EVOLUIU SOB MACEDO SOARES. 6. Resumo da Exposição: A professora iniciou sua apresentação assinalando a passagem dos quarenta anos de morte do homenageado, passando a enumerar as atividades mais relevantes do IHGB no longo período da sua presidência, por quase trinta anos. 7. Comentários/debates: A sócia Lúcia Maria Paschoal Guimarães parabeniza os expositores pela relevância das análises apresentadas e agradece pelo aceite de todos aos convites para participarem dessa sessão de homenagem, sendo endossada pela coordenadora Maria de Lourdes Viana Lyra. O Sócio Decano Luis Castro Souza lembra a celebração promovida pelo IHGB por ocasião da passagem do centenário do embaixador R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 181 Macedo Soares. Nada mais havendo a tratar, o presidente encerrou a sessão, convidando os presentes para o tradicional cafezinho do terraço. 8. Freqüência: 26 Número de sócios presentes: 14 Número de convidados: 12 Relação dos sócios presentes: Victorino Chermont de Miranda, Elysio Belchior, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Vasco Mariz, Alberto Venâncio Filho, Tasso Fragoso Pires, Mary Del Priore, Esther caldas Bertoletti, Ronaldo Rogério De Freitas Mourão, Cybelle Moreira de Ipanema, Luiz de Castro Souza, Maria Beltrão, Lygia Fernandes da Cunha e Maria de Lourdes Viana Lyra. ATA DA 11ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 9 de JULHO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente do IHGB, o Dr. Arno Wehling, que pediu um minuto de silêncio em memória do Sócio Correspondente Braz Augusto Brancato, falecido em Porto Alegre no dia 5 de julho passado. Após a homenagem, passou a palavra à subcoordenadora da CEPHAS para a leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. O presidente convocou, em seguida, a primeira palestrante convidada da sessão, a professora Vera Lucia Cabana Andrade, para apresentar a comunicação “Historiadores do IHGB e Catedráticos do Colégio Pedro II na República”. Vera Lucia Cabana Andrade é doutora em História Social pela UFRJ, professora aposentada da UERJ e do 182 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS Colégio Pedro II, onde coordenou investigações no Núcleo de Documentação e Memória (NUDOM). É autora de diversos trabalhos publicados na linha de pesquisa “História do Ensino de História”. 2. Resumo da Exposição: Vera Cabana agradeceu o convite para participar da CEPHAS e assinalou que o seu trabalho dá continuidade à pesquisa anteriormente exposta no IHGB, intitulada “Historiadores do IHGB e Catedráticos do Colégio Pedro II no Império”. Esclareceu que seu interesse é examinar a dimensão cognitiva e cultural do ensino da História como disciplina escolar, através da articulação e/ou aproximação de duas categorias de análise: o conhecimento acadêmico ou saber científico e o conhecimento escolar como saber docente, produzidos respectivamente no IHGB e no Colégio Pedro II. O estudo das fontes documentais e de memória possibilitou a análise do entrecruzamento das duas instituições. Neste sentido, destacou a atuação dos docentes que exerceram a “cátedra” de História no Colégio, autores de compêndios escolares ali adotados, e ao mesmo tempo integrantes dos quadros do IHGB, a exemplo de João Ribeiro e de Jonatas Serrano. Situação, aliás, que perdurou até a década de 1960, quando a “cátedra” foi extinta no Colégio. 3. Questões levantadas sobre a conferência/Comentários/Debates: O presidente Arno Wehling teceu comentários pertinentes e a sócia Lucia Guimarães lembrou que a Revista do IHGB costumava publicar resenhas desses compêndios escolares nas primeiras décadas do século XX. A sócia Mary Del Priore cumprimentou a expositora e manifestou sua preocupação com a necessidade de estudos mais aprofundados sobre a decalagem existente entre os estudos acadêmicos de História e sua reprodução no ensino fundamental. A sócia Marilda Ciribelli levantou a mesma questão centrando-se na problemática dos livros didáticos. 4. Em seguida, o presidente Arno Wehling convocou à mesa a segunda R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 183 palestrante da sessão, a professora Maria Letícia Corrêa, para dissertar sobre o tema “Nacionalismo e Estado nacional na Era Vargas: um estudo sobre o Conselho Nacional de Águas e Energia Elétrica e as empresas estrangeiras (1939-1945)”. Maria Letícia Corrêa é doutora em História pela UFF, autora de diversos títulos publicados sobre o tema; foi bolsista recém-doutora do CNPq e da FAPERJ, e desde 2006 é professora-adjunta do Departamento de Ciências Humanas da Faculdade de Formação de Professores da UERJ 5. Maria Letícia Corrêa expressou sua satisfação em participar da CEPHAS. Assinalou que seu trabalho focaliza a formulação de políticas públicas no Brasil, durante a chamada “Era Vargas”, tomando como ponto de partida o processo de regulamentação conduzido pelo Conselho Nacional de Águas e Energia, criado em 1939. Da investigação empreendida, a professora concluiu que se faz necessária a revisão de uma noção freqüentemente associada à memória de Getúlio Vargas, e endossada em parte pela historiografia do período, qual seja, a de que em seu governo, considerado o período até 1954, determinadas ações de política pública teriam contribuído para a afirmação de posições nacionalistas, marcando a ruptura definitiva em direção à industrialização. 6. Questões levantadas sobre a conferência/Comentários/Debates A sócia Lucia Guimarães felicitou a expositora e teceu comentários pertinentes, e levantou a discussão sobre carência de estudos aprofundados sobre as relações entre o governo brasileiro e as empresas estrangeiras concessionárias de serviços, em especial a Ligth & Power. 7. Concluída a discussão, o presidente Arno Wehling convocou à mesa a última palestrante da sessão, a professora Mariana P. Cândido, para apresentar a comunicação “Reconstruindo a história pré-colonial africana: o caso de Benguela nos séculos XVIII e XIX”. Mariana Candido é PhD em História da África pela Universidade de York (Canadá), exerce as funções de Assistant Professor da Princeton 184 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS University e é autora de diversas publicações internacionais sobre a problemática da escravidão na África portuguesa. 8. Maria Cândido agradeceu a oportunidade de expor os resultados de sua pesquisa na CEPHAS. Destacou, também, o diálogo entre a sua investigação e projeto de catalogação e de digitalização de documentos sobre a África existentes no IHGB, coordenado por Regina Wanderley. Sua comunicação ofereceu uma síntese das experiências de pesquisa que realizou na região de Benguela, em Angola. A localidade era um dos centros mais importantes de embarque de escravos durante o período do tráfico transatlântico. Abordou, sobretudo, as dificuldades de se reconstruir a história pré-colonial angolana, apesar do rico acervo documental disponível. 9. Questões levantadas sobre a conferência/Comentários/Debates A sócia Lucia Guimarães felicitou a expositora e teceu comentários pertinentes, seguida das intervenções da sócia Marilda Ciribelli sobre “Ana de Angola”, e da professora Regina Wanderley que salientou a necessidade de publicar, em meio digital, os resultados do trabalho de arquivista que vem sendo realizado no acervo do IHGB sobre escravidão e África. 10. Retomando a palavra, o presidente Arno Wehling comunicou que o acervo do IHGB fora acrescido de doações do bibliotecário prof. Pedro Tórtima (fotos de Augusto Malta e correspondência trocada entre Manoel de Oliveira Lima e Antonio Carneiro Leão. Informou, também, que já está disponível o último número da Revista, o 438, relativo aos meses de outubro-dezembro de 2007, com textos originais de diversos sócios. Nada mais havendo a tratar, o presidente deu por encerrada a sessão, convidando a todos para o tradicional café no terraço do Instituto. 11. Freqüência: 31 assistentes Número de sócios presentes: 12 Número de convidados: 19 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 185 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Tasso Fragoso Pires, Davis Ribeiro de Sena, Marilda Ciribelli, Mary Del Priore ,Lygia Fernandes da Cunha, Antonio Izaias da Costa Abreu,Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Maria da Conceição Beltrão, Melquíades Pinto Paiva, Elysio Belchior e Lucia Maria Paschoal Guimarães. ATA DA 12ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 16 de JULHO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente do IHGB, o Dr. Arno Wehling, que cumprimentou os presentes e dirigiu uma saudação especial ao Sócio Correspondente dr. Pedro Mário Soares Martinez, de nacionalidade portuguesa. Este agradeceu a deferência e manifestou sua firme disposição de colaborar mais estreitamente com o Instituto. O Presidente respondeu-lhe que a contribuição será benvinda. Solicitou, então, à subcoordenadora da CEPHAS para proceder a leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada com a correção de que o número recém-lançado da Revista é o 437. 2. O presidente convocou à mesa os palestrantes convidados Carlos Eduardo Barata, Eduardo Schnoor e Victorino Chermont de Miranda. Comunicou à platéia que devido à natureza da sessão, voltada para a temática da Genealogia, as questões e os comentários deveriam ser deixados para o final das três exposições. Em seguida, passou a palavra ao Dr. Carlos Eduardo Barata, para apresentar o trabalho “A serventia dos estudos genealógicos para a historiografia brasileira”. Carlos Eduardo Barata é presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia e autor de diversas obras voltadas para esse campo do saber histórico. 186 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS 3. Resumo das Exposições: Carlos Eduardo Barata agradeceu o convite e assinalou que sua intervenção é fruto de levantamento realizado no fichário do Colégio Brasileiro de Genealogia, abrangendo o corte temporal entre 1565 e 1900. O estudo buscou identificar os principais fatores que concorreram para o povoamento do Rio de Janeiro, através do levantamento das famílias que se transferiram para a cidade, vindas de outros pontos do Brasil em diferentes momentos da época colonial e mais tarde do Império. Dando seqüência aos trabalhos, o presidente Arno Wehling convocou o Prof. Eduardo Schnoor para desenvolver a comunicação “Da fazenda do Resgate em Bananal (São Paulo) à Gare du nord. A genealogia como instrumento de uma pesquisa histórica”. Eduardo Schnoor é doutor em História pela USP, preparou junto com Hebe Castro a coletânea Resgate: uma janela para o oitocentos, assinou o capítulo “Os senhores do caminho: a elite na transição para o século XIX”, que integra o livro Revisão do Paraíso: os brasileiros e o Estado em 500 anos de história, organizado por Mary Del Priore. No momento, investiga as chamadas “famílias cafeeiras” da região de São João Marcos e Pirai. O professor manifestou sua satisfação em participar das atividades da CEPHAS. Acentuou que seu trabalho tem por objetivo mostrar a importância da genealogia em pesquisas históricas sobre elites coloniais e imperiais. Através de um estudo de caso, demonstrou que a montagem de uma parentela ou de uma rede de sociabilidade em uma determinada região pode levar à ampliação do conhecimento histórico, pois muitas vezes personagens importantes são vistos de maneira dispersa. Entretanto, através da genealogia, é possível articulá-los a contextos mais amplos que lhes dão novos significados. Finalmente, o Presidente Arno Wehling convidou o Sócio Titular e Vice-Presidente do IHGB Dr. Victorino Chermont de Miranda, para expor a comunicação “Os estudos genealógicos e sua significação nos dias de hoje”. Victorino Chermont fez uma reflexão a respeito do significado contemporâneo dos estudos de genealogia. Esclareceu que atualmente genealogia não é R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 187 sinônimo de nobiliarquia, nem certificação de qualidade; trata-se do resgate da continuidade de uma família, de cada família, no tempo. A moderna investigação genealógica constitui um suporte da identidade. E, neste sentido, ter genealogia significa ter uma história. 4. Questões levantadas sobre as exposições/ Comentários/Debates A sócia Lucia Guimarães cumprimentou os expositores pela contribuição substantiva, salientando a relevância dos respectivos trabalhos. As sócias Marilda Ciribelli e Mary Del Priore levantaram questões pertinentes sobre a relação entre a genealogia e a história da vida privada, enquanto o sócio Melquíades Paiva teceu comentários sobre a genealogia cearense. Também participaram dos debates os convidados Regina Cascão, Vera Cabana, Ludmila Mayrink da Costa e Carlos Gabriel Guimarães. 5. Concluída a discussão e nada mais havendo a tratar, o presidente deu por encerrada a sessão, convidando a todos para o tradicional café no terraço do Instituto. 6. Freqüência: 49 assistentes Número de sócios presentes: 13 Número de convidados: 36 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Davis Ribeiro de Sena, Marilda Ciribelli, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Miridan Britto Falci, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Fernando Tasso Fragoso Pires, Mary Del Priore, Elysio Belchior, Victorino Chermont de Miranda, Pedro Mário Soares Martinez, Melquíades Pinto Paiva e Esther Caldas Bertoletti. 188 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS ATA DA 13ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 6 DE AGOSTO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra 1. Dando início à sessão, o presidente saudou os presentes e em seguida passou a palavra à coordenadora para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem restrições. Foi então convocada a primeira conferencista, a Sócia Titular professora doutora Marilda Corrêa Ciribelli, para expor o tema: A presença feminina na Abolição da escravatura. 2. Resumo da exposição: A professora iniciou sua fala agradecendo ao presidente pela oportunidade da apresentação na CEPHAS do trabalho de pesquisa que vem desenvolvendo, cuja temática trata especificamente da participação feminina no movimento abolicionista. O planejamento da apresentação foi dividido em três partes, sendo o primeiro denominado considerações introdutórias, no qual tratou das interpretações polêmicas e contraditórias em relação à participação da mulher na abolição. Nas duas partes seguintes, tratou das variadas formas de colaboração feminina no movimento abolicionista, discutindo sobre as diversificadas facetas de atuação da mulher branca, negra e mulata em prol da libertação do trabalho escravo e refletindo sobre as formas de reações então colocadas em prática. Complementando a sua explanação, apresentou imagens correlatas ao tema apresentado. 3. Considerações/debates: A sócia Mary Del Priori parabenizou a professora pela competência na abordagem do tema, fazendo comentários pertinentes em torno da questão apresentada. O convidado Sérgio Lima, sócio do Instituto R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 189 Histórico de Vassouras, cumprimentou a professora pelo trabalho de pesquisa realizado, se detendo sobre a classificação dos quilombos. O Presidente Arno Wehling felicitou a conferencista pela importância do trabalho para o estudo do tema da abolição da escravatura e pelo seu entusiasmo na apresentação do mesmo. Em seguida, o presidente convocou a coordenadora para proceder à leitura do texto: Gilberto Ferrez, historiador da imagem no Brasil, escrito pela Sócia Emérita Lygia Fonseca Fernandes da Cunha, impedida de comparecer à sessão por motivo de saúde. 4. Resumo da Exposição: A autora dissertou sobre a trajetória do pesquisador Gilberto Ferrez, ressaltando a sua inclusão entre os historiadores ligados principalmente aos estudos da iconografia brasileira, inclusive na vertente histórica completa. Chamou a atenção para a sua vasta bibliografia, destacando as obras de maior importância, sobretudo A muito leal e heróica cidade do Rio de Janeiro, primorosa edição para comemorar os quatrocentos anos da cidade, e aquela registrada nas páginas das Revistas do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, que se estendeu inclusive nas buscas da cartografia e fotografia, ambas acopladas à imagem. E demonstrou que a obra de Gilberto Ferrez, um dos pioneiros da iconografia brasileira, relacionada neste ensaio, confere-lhe a inclusão de pesquisador que sempre se dedicou a valorizar a imagem de um Brasil conhecido por alguns aficionados. Em Face da ausência da conferencista, não houve debate. O presidente convocou então o terceiro conferencista, o Sócio Honorário Pedro Karp Vasquez para expor o tema: Visões e antevisões de Gilberto Ferrez, o primeiro historiador da fotografia no Brasil. 5. Resumo da Exposição: Pedro Vazquez manifestou sua satisfação por participar da sessão de homenagem ao mestre e amigo, Gilberto Ferrez, passando a destacar 190 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS o seu papel de pesquisador, colecionador, historiador da iconografia nacional, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por trinta e sete anos, consultor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, membro do Conselho Federal de Cultura, atuações que demonstram a sua fundamental e distintiva contribuição para a cultura brasileira, sedimentada em cerca de quarenta obras temáticas variadas. Aproveitado o pretexto do seu centenário de nascimento, completados em 15 de maio último, o professor focalizou o pioneirismo do ilustre homenageado, enquanto primeiro historiador da fotografia brasileira e o seu mais importante colecionador do século XX. Ressaltado ainda o seu papel como divulgador da fotografia clássica brasileira, tanto no próprio País, quanto no exterior, onde realizou a primeira grande mostra sobre o tema em Nova York, em 1976, no Center for Inter-american Relation (atual Americas Society). Concluindo com a projeção de fotografias tiradas pelo homenageado desconhecidas do público até a recente exposição no Centro Cultural do Banco do Brasil: Gilberto Ferrez – novas revelações. O presidente cumprimentou o expositor pela excelência da apresentação. E nada mais havendo a tratar, encerrou a sessão. 6. Freqüência: 39 assistentes Número de sócios presentes: 15 Número de convidados:24 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle Moreira de Ipanema, Elysio Belchior, Pedro Vasquez, Carlos Wehrs, Antonio Izaias da Costa Abreu, Fernando Tasso Fragoso Pires, Mary Del Priore, Eduardo Silva, Vasco Mariz, Marilda Ciribelli, Ronaldo Mourão, Esther Bertoletti e Maria de Lourdes Viana Lyra. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 191 ATA DA 14ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 13 DE AGOSTO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente do IHGB, o Dr Arno Wehling, que cumprimentou os presentes e dirigiu uma saudação especial ao Sócio Correspondente Edivaldo Boaventura, da Bahia, que agradeceu a deferência. O Presidente, solicitou, então, à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada. 2. Arno Wehling convocou à mesa o primeiro palestrante convidado da Sessão, o professor Ivan Ducatti, para apresentar a comunicação BRASIL: Passado Feudal? - Os “Restos Feudais” na obra de Nelson Werneck Sodré. Ivan Ducatti é mestre em História pela USP e atualmente cursa o doutorado na mesma Universidade, sob a orientação do Dr. Marcos Silva. Foi professor em diversas instituições de ensino superior e é autor de vários artigos, publicados em periódicos especializados sobre a problemática da produção historiográfica de Nelson Werneck Sodré. 3. Resumo da Exposição: Ivan Ducatti agradeceu o convite e assinalou que sua intervenção é fruto da pesquisa que vem desenvolvendo no doutorado. Sua intervenção busca analisar como Nelson Werneck Sodré precisou a categoria feudal em suas obras da formação histórica brasileira. O termo feudal, neste caso, trata-se de uma metáfora política para justificar os obstáculos ao desenvolvimento da burguesia nacional e da sujeição desta ao imperialismo político-econômico. É importante frisar que o conceito “feudal” tem estatuto de centralidade na obra de Sodré. Ele mostra a existência de restos feudais no Brasil, mas esses restos feu192 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS dais fariam parte de uma superestrutura de funcionamento da grande propriedade fundiária no Brasil. Mesmo após a independência política, o Brasil continuava a manter uma estrutura colonial sobre as propriedades do campo. Torna-se necessário indagar qual modo de produção se desenvolveu num país cuja história colonial fora herança de colonizadores que, há muito, em termos econômicos, não viviam sob a égide da produção feudal. 4. Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates: A sócia Esther Bertoletti parabenizou o expositor e aventou a possibilidade da Casa da Torre de Garcia D’Ávila ter constituído um feudo, sendo aparteada pelo sócio Edivaldo Boaventura, o qual não concorda com essa premissa. O Presidente Arno Wehling teceu reflexões a respeito da abordagem historiográfica do problema que envolve a existência de um suposto feudalismo no Brasil. 5. Em seguida, o Presidente Arno Wehling convocou à mesa a segunda palestrante da sessão, a professora Lucia Maria Bastos Pereira das Neves, para dissertar sobre o tema “Napoleão Bonaparte: imagens e culturas políticas no mundo luso-brasileiro”. A convidada é Professora Titular de História Moderna na UERJ. Pesquisadora do CNPq, do Pronex/CNPq/Faperj: “Dimensões da Cidadania”, coordenado por José Murilo de Carvalho e Cientista do Nosso Estado/Faperj. Autora de Napoleão Bonaparte: Imaginário e política em Portugal (c.1808-1810). São Paulo, Alameda, 2008; Corcundas e constitucionais: a cultura política da Independência do Brasil, 1820-1822. Rio de Janeiro, Revan/FAPERJ, 2003; e O Império do Brasil. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1999; além de diversos artigos em periódicos no Brasil e em Portugal. 6. Lucia Maria Bastos Pereira das Neves agradeceu o convite das coordenadoras para participar da sessão da CEPHAS. Seu estudo propõe uma análise das imagens e culturas políticas que Portugal e Brasil elaboraram a respeito de Napoleão Bonaparte e da França imperial ao longo do conturbado período das invasões francesas (1807-1810). R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 193 Como fontes, privilegia os impressos de circunstância – jornais e panfletos – capazes de evidenciar, sob o choque das novidades que os invasores trouxeram e dos episódios inéditos que ocorreram, o lento desgaste das estruturas tradicionais portuguesas e de acenar para a entrada do País e de seu império na via da cultura política moderna. Para tanto, examina a trama dos acontecimentos que daí se depreende, a fim de considerá-la como a expressão de um embate, no plano político e ideológico, entre as forças, ainda ativas, do Antigo Regime e aquelas, nascentes, do liberalismo europeu. 7. Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates: A sócia emérita Cybelle de Ipanema cumprimentou a expositora pela pesquisa e teceu comentários pertinentes, no que foi seguida pelos sócios Edivaldo Boaventura e esther Bertoletti. A Dra. Fátima Sá, visitante e professora do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, de Lisboa, destacou a originalidade da investigação empreendida e a erudição da autora. 8. O sócio Melquíades Pinto Paiva doou à Biblioteca do IHGB o livro Professor Dias da Rocha: origem, vida e obra. 9. E nada mais havendo a tratar o Presidente Arno Wehling convidou a todos para subirem ao terraço do Instituto, onde será lançado o livro Napoleão Bonaparte: Imaginário e política em Portugal (c.18081810), de autoria de Lucia Bastos Pereira das Neves, acompanhado de um coquetel. 10. Freqüência: 34 assistentes Número de sócios presentes: 12 Número de convidados: 22 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Mary Del Priore, Roberto Cavalcanti de Albuquerque, Eduardo Silva, Edivaldo Boaventura, Esther Bertoletti, Melquíades Pinto Paiva, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Miridan Britto Falci, Maria 194 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS Beltrão e Lucia Maria Paschoal Guimarães. ATA DA 15ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 20 de AGOSTO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente do IHGB, o Dr. Arno Wehling, que cumprimentou os presentes e fez uma rápida introdução à temática que seria tratada, e esclareceu que devido à natureza da sessão, com 3 expositores voltados para o 4º centenário do nascimento de Antônio Vieira, as questões e os comentários deveriam ser deixados para o final das apresentações. O Presidente solicitou, então, à subcoordenadora da CEPHAS para proceder a leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada. 2. Arno Wehling convocou para compor a mesa os três palestrantes convidados, Cláudio Aguiar, Marco Lucchesi e José Arthur Rios, passando a palavra ao primeiro, para expor a comunicação “Padre Antônio Vieira e o Ceará”. ������������������������������������� Cláudio Aguiar é graduado pela Faculdade de Direito do Recife e Doutor pela Universidade de Salamanca, Espanha. Foi Professor-Visitante da Universidade Federal Rural de Pernambuco, atuando em convênio com a Universidade de Sherbrooke-Irecus – Canadá (1990-94). Foi Bolsista Pesquisador do Ministério de Assuntos Exteriores de Espanha (Madri), onde se especializou na obra de Ortega y Gassset (Madrid, 1983) e Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), quando estudou o processo de imigração espanhola ao Brasil junto à Universidade de Salamanca, Espanha (1983/1986), defendendo a Tese Doutoral – ORGANIZACIÓN SOCIAL Y JURÍDICA DE LOS INMIGRANTES ESPAÑOLES EN BRASIL. Possui cerca de vinte obras publicadas, destacando-se as de natureza R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 195 histórica, a saber: OS ESPANHÓIS NO BRASIL (Edições Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, 1991); FRANKLIN TÁVORA E O SEU TEMPO (Academia Brasileira de Letras, Coleção Afrânio Peixoto, vol. 72. Rio de Janeiro, 2005) e A PRÁXIS MISSIONÁRIA DO PADRE ANTÔNIO VIEIRA E OUTROS ESTUDOS (Ateliê Editorial, São Paulo, 2008, no prelo). 3. Resumo da Exposição: Cláudio Aguiar agradeceu o convite e externou sua satisfação de participar da sessão da CEPHAS. ������������������������������� Iniciou sua intervenção assinalando que até o início do século XVII a fisionomia institucional do Ceará ainda se apresentava praticamente informe. Somente em 1605 ocorreu a primeira tentativa de colonização por parte de Pero Coelho de Sousa. Curiosamente, será por causa do fracasso dessa primeira tentativa que o Padre Antônio Vieira, em 1655, movido por sua fé inabalável na “doutrina e governo espiritual de todos os índios que estivessem à conta dos religiosos da Companhia”, partiu do Maranhão para o Ceará, liderando uma missão extremamente perigosa pois, na prática, sua ação missionária buscava reviver o mesmo périplo realizado, em 1605 pelo seu irmão jesuíta Francisco Pinto, brutalmente martirizado pelos índios Tabajaras da Serra da Ibiapaba. O relato dessa emocionante incursão do Padre Antônio Vieira, intitulado “Relação da Missão Jesuítica da Serra de Ibiapaba”, constiui uma de suas mais importantes páginas. No entanto, nosso estudo objetiva mostrar os resultados práticos alcançados pela Missão, sobretudo no contexto da colonização do Ceará. 4. Em seguida o Presidente Arno Wehling solicitou ao 2º expositor, o professor Marco Lucchesi, para apresentar a comunicação “As Romas do Padre Antônio Vieira e a Filosofia da História”. Marco Lucchesi é Professor Associado da Faculdade de Letras da UFRJ. Bacharel em História pela UFF, Doutorado em Letras pela UFRJ, com estágio de Pós-Doutorado em Filosofia, na Universidade de Colônia (Alemanha). 196 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS 5. Marco Lucchesi manifestou seu contentamento de voltar às sessões da CEPHAS, que freqüentara quando estudante, lembrando o seu contato com sócios como Antonio Carlos Vilaça e Marcelo de Ipanema. Aproveitou para convidar os presentes para a Exposição de Machado de Assis na Biblioteca Nacional, a ser inaugurada em 23 de setembro. O professor apresentou um instigante ensaio sobre aspectos da visão de história do padre Antônio Vieira e o seu lugar no debate do discurso historiográfico luso-brasileiro. Através de diversos exemplos, extraídos dos Sermões, indicou aspectos centrais e chaves interpretativas que se mostram flutuantes na obra do religioso, e que dificultam a sua interpretação, como as relações dialéticas obra total e obra em fragmento; contingência e fluxo do tempo, evidenciando ainda de que maneira a noção de totalidade perpassa os “Sermões”. 6. Concluída a exposição, o Presidente cedeu a palavra ao último palestrante, o Sócio Titular José Arthur Rios, para proferir a comunicação “Antônio Vieira: o político”. José Arthur fez um grande balanço da atuação política de Vieira, advertindo para a impossibilidade de se reduzir a análise de uma figura da envergadura de Antônio Vieira a apenas um ângulo. Examinou o contexto político, social e cultural em que o religioso atuou, sobretudo como confidente e conselheiro de D. João IV, pontuando suas idéias sobre a gestão dos negócios do Estado, e destacou tanto a pertinência das suas sugestões ao monarca em relação ao Brasil quanto das suas críticas à sociedade e aos políticos em geral. Finalmente, José Arthur Rios salientou que, mesmo sob o prisma político Vieira é um personagem multifacetado, à medida que se na maturidade suas contribuições denotam forte pragmatismo, na velhice ele se volta para o profetismo político. 7. Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates: O Embaixador Antonio Fantinato levantou questão pertinente sobre a exposição de Marco Lucchesi, e a visitante Maria Arair Paiva teceu reflexões sobre a relação entre os paradigmas do pensamento científico e as análises da obra de Antônio Vieira. O presidente Arno R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 197 Wehling fez um comentário das três comunicações articulando-as e estabelecendo pontos comuns. Seguiu-se a discussão de questões pontuais, com intervenções dos sócios Roberto Cavalcanti, Vasco Mariz, e do visitante Mario Afonso Carneiro, com as réplicas de Marco Lucchesi, Cláudio Aguiar e José Arthur Rios. 8. Outras intervenções (comunicados, doações de livros etc.): A sócia Lucia Maria Paschoal Guimarães doou à biblioteca do Instituto um exemplar do livro “Entre a Monarquia e a República; imprensa, pensamento político e historiografia (1822-1889)”. O palestrante Marco Lucchesi ofereceu “Arte da língua de Angola”, de Pedro Dias, uma edição facsimilar da Fundação Biblioteca Nacional, por ele produzida. E nada mais havendo a tratar, o Presidente Arno Wehling encerrou a sessão e convidou a todos para subirem ao terraço do Instituto para o tradicional café. 9. Freqüência: 28 assistentes Número de sócios presentes: 13 Número de convidados: 15 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Melquíades Pinto Paiva, José Arthur Rios, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Antonio Izaias da Costa Abreu, Fernando Tasso Fragoso Pires, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Elysio Belchior, Roberto Cavalcanti de Albuquerque, Elysio Belchior, Maria da Conceição Beltrão e Vasco Mariz. 198 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS ATA DA 16ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 27 DE AGOSTO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente do IHGB, que saudou os presentes, dispensou a leitura da ata, por tratar-se de continuidade da temática tratada na sessão anterior, o 4º centenário de nascimento do Padre Antônio Vieira, informou que as atas dessas duas sessões serão lidas em conjunto, e que os comentários serão feitos no final das apresentações. Em seguida, convocou os demais palestrantes, os sócios Vasco Mariz e Arnaldo Niskier, para compor a mesa, passando a palavra ao primeiro, para apresentar o tema: Padre Antônio Vieira, o diplomata. 2. Resumo da exposição: Após cumprimentar os presentes, o Sócio Emérito Vasco Mariz iniciou a sua intervenção assinalando a trajetória do Pe. Vieira, desde a sua saída de Salvador para Lisboa, em 1641, como integrante da missão de congratulações do Brasil ao Rei D. João IV, que acabara de assumir o trono português, após 60 anos de domínio espanhol. Traçou o perfil de hábil negociador em missões diplomáticas da maior delicadeza em Amsterdã, Haia e Paris, levantando questões sobre a sua sugestão de venda de parte do Nordeste do Brasil, ocupado pelos holandeses, a criação de companhias de comércio e o seu apoio aos cristãos-novos, que resultou em graves problemas a Ordem dos Jesuítas, a qual pertencia. Analisa as razões da sua volta ao Brasil e o seu trabalho missionário no Maranhão, o retorno a Lisboa e ao posto de orador da Capela Real, o processo que lhe moveu o Tribunal do Santo Ofício, a missão a Roma e o reconhecimento de genial orador, a velhice e a volta definitiva a Salvador, onde falece R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 199 aos 85 anos de idade. Em seguida, o presidente passou a palavra ao segundo expositor, a Sócia Titular Maria de Lourdes Viana Lyra, para apresentar o tema: Vieira e a idealização do Quinto Império do Mundo - que centrou a atenção na conjuntura de crise do século XVII, quando Portugal enfrentou a Espanha para restaurar a monarquia e a autonomia do Reino, para destacar o relevante papel desempenhado pelo Padre Vieira, ao lançar mão da visão do “Quinto Império, sob a égide de Deus e de Portugal” para estimular os patrícios à luta pela Restauração. Traçou os passos da elaboração dessa idealização, esboçada por ocasião da passagem do ano 1641/1642, no Sermão dos Bons Anos, exposta na carta intitulada Esperanças de Portugal, dirigida ao Pe. André Fernandes, e completada na obra: História do Futuro, texto de alta qualidade literária, publicado após a sua morte, em 1718. Remarcou a sua influência na mentalidade regeneradora da nação portuguesa e a sua permanência ao longo dos tempos – sendo transposta para o Brasil com a transferência da Corte, em 1808, e retomada pelo poeta Fernando Pessoa, ao reivindicar a criação de um Quinto Império Cultural, tendo Portugal como centro absoluto. O presidente passou a palavra ao terceiro expositor, o Sócio Honorário, Arnaldo Niskier, para apresentar o tema: Vieira, imperador da Língua Portuguesa – que iniciou a sua fala levantando algumas questões na abordagem das duas primeiras exposições, passando a destacar o reconhecimento de Vieira como gênio literário, pela Academia das Ciências de Lisboa, nas atuais celebrações do 4º centenário do seu nascimento, sendo também ressaltado o seu trabalho em defesa da igualdade dos povos e raças e a sua reprovação de vocábulos estrangeiros. Em seguida, salienta o combate de Vieira ao estilo pomposo de pregador da época e defesa de um estilo fácil e natural, para que a pregação fosse frutífera; aponta a sua atuação de missionário, diplomata, orador e político, e centra a análise no seu papel de crítico do comportamento da metrópole em relação à colônia Brasil, sua pátria maior e, também, como defensor dos cristãos-novos, per200 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS seguidos pelo Santo Ofício. Em seguida, o Presidente e Sócio Titular Arno Wehling, como o quarto e último expositor, inicia a apresentação do tema - Vieira e a justiça colonial -, com pertinente indagação: qual a imagem que o Padre Antônio Vieira fez da justiça absolutista e de sua aplicação no mundo colonial brasileiro? E passa a buscar as respostas no vasto acervo de sermões, cartas, relatórios, pareceres, voto sobre a administração dos índios e propostas de mudanças nos estilos do Santo Ofício, elaborando uma instigante análise da sua visão que Vieira possuía sobre questões essenciais ao exercício do poder real como: os fundamentos da justiça; a justiça do príncipe, cujo poder se baseava na vontade divina; a administração e a execução da justiça; o caso colonial, com o devido esclarecimento de tratar-se de uma abordagem indireta, por serem os sermões obras de circunstância, e a pertinente reflexão sobre a dimensão dessa fonte para a História Política e Social que sermões de natureza mais espiritual não possuem, pelo caráter eminentemente político do púlpito no século XVII. E constatando que Vieira acompanhou a filosofia política do seu tempo, ao emprestar papel proeminente à justiça como organizadora das relações sociais e elemento significativo do seu universo simbólico. 3. Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates: A expositora Maria de Lourdes Viana Lyra pediu a palavra para apresentar a edição fac-similar do livro História do Futuro, escrita pelo Padre Antônio Vieira, editado pela Secretaria de Cultura e da Imprensa Oficial do Estado do Pará, em 1998, como marco dos trezentos anos de sua morte. E fazer referência à louvável publicação da obra: Sermões, organizada por Alcir Pécora e editada pela Hedra, em 2001, por facilitar o acesso dessa fonte aos pesquisadores. O embaixador Vasco Mariz teceu reflexões sobre as questões levantadas pelo expositor Arnaldo Niskier. Seguiu-se a discussão de questões pontuais, com intervenções dos sócios: Arno Wehling, Arthur Rios, R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 201 Maria de Lourdes Viana Lyra, e dos visitantes Vera Cabana e Josué Nogueira Junior. Nada mais havendo a tratar, o presidente encerrou a sessão e convidou os presentes para subirem ao terraço do Instituto para o tradicional café. 4. Freqüência: 29 Número de sócios presentes: 12 Número de convidados: 17 Relação de sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Maria de Lourdes Viana Lyra, Mary Del Priore, Elysio Belchior, Carlos Wehrs, Arnaldo Niskier, Fernando Tasso Fragoso Pires, Maria da Conceição Beltrão, Melquíades Pinto Paiva, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Vasco Mariz. ATA DA 17ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 3 DE SETEMBRO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Victorino Coutinho Chermont de Miranda Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente, que saudou os presentes e passou a palavra à coordenadora para proceder à leitura das atas das duas sessões anteriores, no que foi atendido, sendo as mesmas aprovadas sem restrições. Foi convocado o primeiro palestrante, o sócio Melquíades Pinto Paiva, para expor o tema: Algumas perdas das Ciências Naturais no Brasil. 2. Resumo da exposição: Após cumprimentar os presentes, o palestrante iniciou sua intervenção assinalando algumas perdas das Ciências Naturais no Brasil, ocasionadas por razões diversas, incluindo roubo, naufrágio, incên202 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS dio, perseguição política, desídia e estúpido comportamento de herdeiros. E tomando com exemplos, o caso do livro de Ivo d`Evreux, impresso pela primeira vez em 1615, em Paris, totalmente dilacerado por perseguição política; o caso de Alexandre Rodrigues Ferreira, que após realizar importante expedição científica na Amazônia e Mato Grosso, entre 1783 e 1793, faleceu por conseqüência de profunda depressão, por saber que seus escritos não seriam divulgados, deixando-os inéditos e dispersos; o caso de Alfredo Russel Wallace, que perdeu todo o material coletado em três expedições científicas realizadas nas bacias dos rios Negro, Solimões, Uapés, e Cuquiari, no incêndio do navio que o levava de à volta A Inglaterra, em agosto de 1852; o caso da Comissão Científica de Exploração, proposta pelo IHGB, em 1856, iniciada pela província do Ceará, com resultados irrelevantes; o caso de Philipp Von Leutzeiburg, que chegou ao Brasil em 1910, enviado pela Academia Bávara de Ciências, cujo material coletado foi perdido num incêndio; o caso do Catálogo Mundial dos Dipólodos, organizado pelo alemão Otto Rudolf Julius Schubart, que chegou ao Brasil em 1934, cujo original, desaparecido por longo tempo foi recuperado pelo palestrante e entregue ao Museu Nacional, de lá retirado pelos herdeiros que também impediram a sua publicação. Em seguida, o presidente convocou a convidada Franci Machado Darigo para expor o tema: Perfil de um mineiro – João Pandiá Calógeras. 3. Resumo da Exposição: Após cumprimentar os presentes e externar sua satisfação de participar da sessão da CEPHAS, a pesquisadora traçou o perfil do escritor, desde a sua formação inicial de engenheiro, com atuação emMinas Gerais, e de pesquisador de minério, manganês e de ferro, levando-o a escrever As minas do Brasil e sua Legislação, em 1904, quando entrou na vida política, projetando-se no conhecimento dos assuntos de mineração, transportes, fronteiras, marinha de guerra. Foi eleito Deputa- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 203 do, assumiu a pasta da Agricultura, Indústria e Comércio e depois o Ministério da Fazenda, entre 1914 e 1918, fez parte da Delegação da Conferência de Paz em Versalhes e ainda assumiu o Ministério da Guerra, fazendo profundas modificações nas normas do Exército, em seguida abandonando a vida política para se tornar escritor de obras fundamentais ao conhecimento da História do Brasil, com destaque para Formação Histórica do Brasil, As minas do Brasil e sua Legislação, entre outras. No Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, deixou o cunho do seu serviço à cultura. Em seguida, o presidente convocou o sócio Senna Bittencourt para apresentar o convidado e terceiro palestrante, o Diretor do Museu da Marinha de Portugal, o comandante José Antônio Rodrigues Pereira, para expor o tema: A Armada Real no início do século XIX. 4. Resumo da Exposição: Após cumprimentar os presentes e externar sua satisfação de participar da CEPHAS, o comandante apresentou um interessante e pertinente estudo sobre a organização da Armada portuguesa desde o século XVII, mas centrando a atenção sobre a sua composição, a classificação dos navios, o poder de fogo de uma esquadra, as batalhas em que a Armada participou no século XIX, sobretudo no contexto da invasão francesa em Portugal e na transferência da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808. Utilizando o recurso da projeção de imagens, o palestrando foi apresentando cenas das batalhas e os tipos de navios que compunham a Armada, explanando sobre o poder naval operacional fundeado no Tejo, em novembro de 1807, com os navios preparados com grau de segurança aceitável para uma longa viagem e completamente abastecidos e a estratégia de retirada da Família Real e de todos os membros da Corte, além da valiosa documentação e tesouros transportados, Sobre o transcurso da viagem e da chegada ao Brasil, Sobre a participação de esquadras em batalhas ocorridas na América do Sul, como na conquista de Caiena e da Banda Oriental, no combate à Revolução Pernambucana de 1817 e 204 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS no regresso da Corte à Lisboa. 5. Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates: Levantaram questões pertinentes: sobre a primeira exposição, o sócio Vasco Mariz; sobre a segunda, a convidada Vera Cabana; e sobre a terceira, os sócios Senna Bittencourt, Vasco Mariz e Maria de Lourdes Viana Lyra, e a convidada Vera Cabana. 6. Freqüência: 23 Número de sócios presentes: 10 Número de convidados: 13 Relação dos sócios presentes: Victorino Chermont de Miranda, Maria de Lourdes Viana Lyra, Cybelle Moreira de Ipanema, Melquíades Pinto Paiva, Vasco Mariz, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Lygia Fonseca Fernandes da Cunha, Maria da Conceição de M. Coutinho Beltrão, Antonio Izaias da Costa Abreu e Armando de Senna Bittencourt. ATA DA 18ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 10 DE SETEMBRO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Cybelle Moreira de Ipanema Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra 1. Os trabalhos foram abertos pela Senhora Presidente da Sessão, que justificou a ausência do presidente do IHGB, saudou os presentes e passou a palavra à coordenadora para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendida, sendo a mesma aprovada sem restrição. Em seguida, a presidente convocou os três conferencistas convidados, os professores Ana Maria de Castro, Luitgarde Cavalcanti e Tayguara Torres Cardoso, a tomarem assento na mesa de trabalhos, para a exposição do Painel: Centenário de Josué de Castro: R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 205 vida e obra. O painel se iniciou com a intervenção de Ana Maria de Castro, filha do homenageado, Livre Docente em Sociologia e Professora Titular aposentada do IFCS, UFRJ, que apresentou o tema: Josué de Castro e a Geografia da Fome. Inicialmente, a professora externou sua satisfação pela homenagem prestada pelo IHGB ao seu pai e agradeceu pela oportunidade da participação. Em seguida, traçou o perfil biográfico e político do renomado médico/geógrafo, destacando que a sua obra cientifica está repleta de intervenções multidisciplinares, sendo esse o caráter predominante de todo o seu pensamento. E ressaltando que na elaboração do seu mais importante livro, Geografia da Fome, Josué de Castro deixa explícito no prefácio, a importância do método geográfico para o êxito do trabalho. “Para tal fim lançamos mão do método geográfico no estudo do problema da fome. Único método que a nosso ver permite estudar o problema em sua realidade total, sem arrebentar-lhe as raízes que o ligam subterraneamente a inúmeras outras manifestações econômicas e sociais da vida dos povos”. Em seguida, a senhora presidente passou a palavra ao conferencista convidado, Tayguara Torres Cardoso, Mestre em Ciências Sociais pela UERJ e Professor de Sociologia da rede pública do Estado do Rio de Janeiro, para apresentar o tema: Josué de Castro e o Desenvolvimentismo. O professor agradeceu pela oportunidade da participação e passou a falar sobre o papel desempenhado pelo homenageado, pouco citado no Brasil como referência científica e intelectual no debate em torno do desenvolvimento, mesmo tendo produzido importantes reflexões sobre o tema, analisando suas concepções sobre desenvolvimento e subdesenvolvimento, bem como suas críticas ao que considerava “exagerado economicismo”, nas propostas e políticas governamentais, por deixarem de considerar o bem-estar, a cultura e a dignidade dos homens dos chamados “países subdesenvolvidos”, em suas concepções teóricas. 206 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS Falou por último a proponente e organizadora do Painel, a conferencista convidada Luitgarde Cavalcante, Doutora em Ciências Sociais e Professora de Antropologia da UERJ, sobre o tema: Josué de Castro e os Estudos de Meio Ambiente. A professora iniciou sua fala agradecendo ao IHGB pelo acolhimento da sugestão e tecendo elogios à instituição pela realização da sessão comemorativa do centenário de nascimento de Josué de Castro, ressaltando que, com a homenagem, resgatava-se a importante contribuição do cientista em vários ramos do conhecimento, seu pioneirismo e militância nas tentativas de solucionar problemas enfrentados pelos grupos humanos, passando a apresentar instigante análise sobre a preocupação de Josué de Castro com relação ao destino do planeta, e conseqüentemente da sociedade humana, a partir de seus estudos pioneiros sobre o Meio Ambiente, posto contemporaneamente nos debates universitários e nas agendas governamentais em todos os países. 2. Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates: A presidente Cybelle de Ipanema parabenizou os conferencistas e relembrou os tempos da UDF, que reuniu personalidades expressivas como Josué de Castro, e destacou a contribuição à cultura da época. A coordenadora Maria de Lourdes Viana Lyra parabenizou os conferencistas e agradeceu pela participação, levantando questões pertinentes sobre o que foi apresentado. Seguiu-se a discussão de questões pontuais, com as intervenções da sócia Miridan Britto Falci, que teceu reflexões sobre o pensamento e a atuação do homenageado, de quem foi aluna, e dos convidados Maria Arair Pinto Paiva e Sérgio Severino Azevedo. 3. Freqüência: 27 Número de sócios presentes: 9 Número de convidados: 18 Relação dos sócios presentes: Cybelle Moreira de Ipanema, Melquíades Pinto Paiva, Elysio de Oliveira Belchior, Maria de Lourdes Via- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 207 na Lyra, Miridan Britto Falci, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Vasco Mariz, Marilda Cirirbelli e Lygia Fernandes da Cunha. ATA da 19ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 17 DE SETEMBRO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Prof. Arno Wehling Coordenação: Profa. Miridan Britto Falci 1. Após a leitura e aprovação da ata da sessão anterior, o presidente convidou a Sócia Emérita Cybelle Moreira de Ipanema para falar sobre Enfim, o jornal: Gazeta do Rio de Janeiro (1808-1822). A palestrante iniciou lembrando as comemorações que estão ocorrendo neste ano sobre a chegada de D. João, os jornais e a imprensa e o esquecimento da importância da Gazeta do Rio de Janeiro. Tal fato adviria da ocorrência de três datas para a celebração do início da imprensa: 13 de maio de 1808, com criação da Impressão; primeiro de junho, quando surgiu o Correio Brasiliense em Londres; e 10 de setembro, quando saiu o primeiro número da Gazeta do Rio de Janeiro. Acresce o fato de que foi sancionado por Fernando Henrique Cardoso, como o Dia da Imprensa no Brasil, o primeiro de junho, quando saiu o Correio Brasiliense. Deu minuciosos detalhes sobre a história da imprensa no Brasil, desde a tentativa de Nassau, reportou-se à proibição de D. João V e ao decreto de criação da Imprensa Régia por D. João e sobre a finalidade da mesma, assunto que a palestrante possui imenso conhecimento por ter sido profunda pesquisadora do assunto. 2. Fez, em seguida, um detalhamento do jornal A Gazeta, assinalando o seu tamanho, características da impressão, epígrafes, mudança de título, números saídos, editoração, números extraordinários, preços, distribuição, redatores e os assuntos mais veiculados como anúncios de venda de livros, venda de escravos etc. Lembrou a bibliografia 208 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS a respeito destacando Alfredo do Vale Cabral e Rubens Borba de Morais. Ao final, foi parabenizada pelo presidente – que lembrou outros estudos sobre a Gazeta e principalmente o livro da sócia Maria Beatriz Nizza da Silva, A Gazeta do Rio de Janeiro, lançado no próprio IHGB. 3. Segue-se a intervenção da profa. Miridan Britto Falci, que apresentou os dois últimos números saídos da Revista do IHGB, o número 437 (out/dez 2007) e o 438(jan/mar 2008), do qual leu todo o sumário. Lembrou que a revista possui qualificação excepcional dada pela CAPEs como periódico de categoria A Internacional pedindo, aos sócios que apanhassem os seus exemplares na Secretaria e que os autores teriam até 10 volumes. 4. Segue-se a palestrante Eliane Garcindo de Sá, professora adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Agradecendo inicialmente a oportunidade de mais uma vez expor os seus trabalhos na Cephas, declarou que está atualmente se dedicando à pesquisa de temas relacionados à produção artística e intelectual e ao intercâmbio cultural entre artistas e intelectuais da América Latina. Paralelamente, dá continuidade a estudos sobre mestiçagem, construção de identidades e produção de cronistas e pensadores do período colonial ibero-americano, trazendo hoje um ensaio intitulado Entre África e Américas – leituras da terra e do homem nos textos do século XVI e XVII. Trata-se de uma leitura crítica e cotejo de textos de três autores: Ambrósio Fernandes Brandão, português, texto de 1618, intitulado Diálogo das Grandezas do Brasil, André Alvarez d`Almada, texto de 1594, e do índio Felipe Waman Poma de Ayala, texto do início do século XVII. Apresentando as ilustrações em Power Point, fez reflexões sobre as mesmas e sobre o pensamento de Almada e Ayala no tocante à mestiçagem e construção das identidades crioulas e negras na América Espanhola e Portuguesa. O Presidente agradeceu a comunicação e a projeção dos belos desenhos do século XVI R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 209 e passou ao terceiro palestrante, o Sócio Correspondente Douglas Apratto Tenório. O sócio informou que com a professora de História da Arte Cármen Lucia Dantas, idealizou o belo livro editado pelo Senado Federal que seria lançado logo após, no terraço: Caminhos do açúcar: a influência dos engenhos na formação histórica de Alagoas. Discorreu sobre a influência dos engenhos na formação histórica de Alagoas assinalando, com Diegues Junior, que a história de Alagoas é a história do açúcar, ciclo econômico que se iniciou e expandiu na faixa litorânea da parte austral da capitania de Pernambuco iniciada pelos engenhos Escurial e Buenos Aires. Essa produção formou uma sociedade hierarquizada, senhorial e escravocrata e que está simbolizada nos exemplares de casas-grandes e senzalas que ainda restam nas fazendas que substituíram os antigos engenhos. Os professores projetaram algumas imagens de engenhos, de casas-grandes, de mobiliários, de louças e brasões e de famílias de Alagoas. Agradecendo a participação de todos, o presidente encerrou a sessão e convidou para o café e lançamento do livro no terraço. 5. Freqüência: 27 assistentes Número de convidados: 20 Número de sócios presentes: 7 Relação de sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Elysio Belchior, Miridan Britto Falci, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Douglas Apratto Tenório e Vasco Mariz. 210 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS ATA DA 20ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 1 de OUTUBRO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Victorino Chermont de Miranda Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente em exercício, Dr. Victorino Chermont de Miranda, primeiro vice-presidente do IHGB, que cumprimentou os presentes e solicitou à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada. 2. Em seguida, Victorino Chermont convocou para compor a mesa a Sócia Titular Maria Beltrão – organizadora da sessão de natureza temática, voltada para os estudos de Arqueologia no Brasil, bem como os convidados Fernando Bonetti e Rhoneds Aldora Perez. Maria Beltrão agradeceu o convite formulado pela coordenação da CEPHAS e esclareceu que a sessão previa também a intervenção do Sócio Honorário Ondemar Ferreira Dias, que não pôde comparecer por motivo de doença. O presidente em exercício passou a palavra, então, ao primeiro palestrante, Fernando Bonetti, para apresentar a comunicação “Nota prévia sobre as Tocas do Índio e Tapuia������� ”. Fernando Bonetti possui graduação em Ciências Econômicas e dedicase à investigações na área de Arqueoastronomia. É pesquisador associado ao Projeto Central, coordenado por Maria Beltrão. 3. Resumo da Exposição: Fernando Bonetti agradeceu o convite e assinalou que há um grande descompasso nos estudos sobre a arte rupestre brasileira, pois é muito maior o número de estudos relativos às pinturas do que às gravuras. Valendo-se da apresentação de fotos em Power Point, Fernando deteve-se na exposição dos resultados de investigações realizadas em três sítios arqueológicos localizados no estado da Bahia: Toca do R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 211 Tapuio e Toca dos Índios, no município de Caetés; e Toca do Pintado, no município de Central. A pesquisa partiu da premissa formulada por Maria Beltrão de que esses três sítios teriam sido habitados por ancestrais do tronco Macro Jê. O autor concluiu que a representação de um plano de aldeia Jê, com superposição intencional de vários eventos astronômicos, possivelmente de caráter mágico-religiosos, na Toca do Pintado, a ausência de mamíferos e, sobretudo, a presença de cerâmica Jê junto à Toca parece confirmar tal hipótese. Ao final da exposição, Maria Beltrão ofereceu explicações complementares a respeito da similaridade dos vestígios encontrados naqueles sítios e da dificuldade com a respectiva preservação. 4. Em seguida, Victorino Chermont solicitou à 2ª palestrante – a doutora Rhoneds Aldora Rodrigues Perez, para apresentar a comunicação “Os sambaquis brasileiros com estratégia de ocupação do litoral”. Rhoneds Aldora Rodrigues Perez é arqueóloga do Departamento de Antropologia do Museu Nacional, autora�������������������������� de diversos trabalhos publicados no Brasil e no exterior. Desde 1979, estuda a ocupação préhistórica da Bacia de Itaboraí. No momento, orienta, dentre outros, bolsistas do Projeto Jovens Talentos para a Ciência, patrocinado pela FAPERJ/CECIERJ. 5. Rhoneds Aldora Rodrigues Perez manifestou seu contentamento de participar da sessão da CEPHAS. Salientou que a ciência arqueológica ainda se encontra em fase de construção no Brasil, sendo a sua trajetória marcada por incertezas e dificuldades, que impedem a formulação de uma grande síntese da Pré-História brasileira. Rhoneds Aldora ilustrou sua palestra com material fotográfico e explicou que os sambaquis constituem espaços multifuncionais, onde se percebe a intervenção do homem na natureza. Através da sua análise é possível identificar processos de ocupação e de domínio de uma determinada área, tal como no caso do recôncavo da Baía de Guanabara, com os sambaquis localizados em Guapimirim, Magé, Caxias e Itaboraí. Após a apresentação, Maria Beltrão pediu a palavra para acrescentar que os sambaquis do litoral brasileiro podem alcançar 8 mil e até 10 212 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS mil anos, mas na maioria dos casos se encontram submersos, devido ao avanço do mar. Por conseguinte, para estudar tais ocorrências, há necessidade da formação de equipes transdisciplinares, integradas por químicos, físicos, paleontólogos etc. 6. Questões levantadas sobre as exposições/Comentários/Debates: A Sócia Emérita Cybelle de Ipanema cumprimentou os expositores e teceu comentários pertinentes, lembrando as iniciativas pioneiras do professor de geografia Francis Ruellan, na antiga Faculdade Nacional de Filosofia, a respeito do Sambaqui de Sernambetiba. A Sócia Titular Miridan Britto Falci também se reportou aos trabalhos de Ruellan e fez uma breve reflexão sobre o avanço do mar sobre o litoral, em conseqüência do aquecimento global. Finalmente, a sócia Lucia Guimarães agradeceu à profª Maria Beltrão pela substantiva contribuição acadêmica oferecida às atividades da CEPHAS. Nada mais havendo a tratar, o presidente Victorino Chermont de Miranda encerrou a sessão pedindo que se registrasse em ata um voto de pesar pelo falecimento recente do Dr. Joaquim Monteiro de Carvalho, Colaborador Benemérito do IHGB. Em seguida, convidou os presentes a subirem ao terraço do Instituto para o tradicional café. 7. Freqüência: Número de sócios presentes: 08 Número de convidados: 12 Relação dos sócios presentes: Victorino Chermont de Miranda, Maria Beltrão, Cybelle de Ipanema, Elysio Belchior, Fernando Tasso Fragoso Pires, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão e Miridan Britto Falci. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 213 ATA DA 21ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 15 DE OUTUBRO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. Os trabalhos foram abertos pelo Presidente Arno Wehling, que cumprimentou os presentes e solicitou à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada, com a correção indicada pela Sócia Emérita Cybelle de Ipanema. 2. Em seguida, o presidente convocou à mesa a primeira palestrante convidada da sessão, Profª Gilda Santos, para apresentar a comunicação Machado de Assis no Real Gabinete. Gilda Santos é Doutora em Letras pela UFRJ, onde também lecionou Literatura Portuguesa nos cursos de Graduação e de Pós-Graduação da Faculdade de Letras/UFRJ até 2007, quando se aposentou. Foi pesquisadora do CNPq e realizou investigação de Pós-Doutorado na Univ. da Califórnia/Santa Bárbara (1992-3) e na Biblioteca Nacional de Portugal (2005). Criou a Cátedra Jorge de Sena para Estudos Literários Luso-Afro-Brasileiros na UFRJ e o Pólo de Pesquisa sobre Relações Luso-Brasileiras, no Real Gabinete. Tem trabalhos publicados no Brasil e no Exterior e uma trajetória de conferencista que inclui Portugal, Espanha, França, Itália, EUA e Hungria. Em 1997, recebeu a Comenda da Ordem do Mérito de Portugal. 3. Resumo da Exposição: Gilda Santos agradeceu o convite e manifestou sua satisfação de participar pela primeira vez das atividades da CEPHAS. Assinalou que as biografias de Machado de Assis costumam salientar o seu autodidatismo que, em grande parte, se deve à assiduidade com que freqüentava o Gabinete Português de Leitura desde bem jovem. Ali 214 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS criou amigos e sempre foi muito prestigiado. A autora deteve-se em vários aspectos da estreita ligação entre o escritor e esse espaço luso-brasileiro, que ainda guarda importantes memórias de seu percurso biográfico e literário. Neste sentido, privilegiou documentos do acervo do Real Gabinete, em particular, da “Coleção de Ofícios, mensagens e telegramas endereçados ao Gabinete Português de Leitura por motivo do Terceiro Centenário de Camões (1880-1881)”; do Livro de Ouro em Homenagem ao Presidente Eduardo de Lemos; do Relatório da Diretoria do Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro (1895-1898) e de crônicas de Machado de Assis, que mencionam o Gabinete. 4. Comentários: A sócia Lucia Guimarães parabenizou a expositora e lembrou que Machado de Assis era leitor atento da Revista do IHGB, cujas matérias, vez por outra, comentava nos seus rodapés literários. Possuía uma coleção do periódico, atualmente incorporada ao acervo da Academia Brasileira de Letras. 5. Após esses comentários, o presidente Arno Wehling convocou o segundo palestrante convidado, professor Antonio Celso Alves Pereira, para discorrer sobre a temática “Teófilo Benedito Ottoni: liberalismo e epopéia na construção do Brasil”. Antonio Celso Alves Pereira é Doutor em Direito Público, Livre-Docente em Direito Internacional pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Pós-Graduado em Política Internacional e História Diplomática pela Universidade de Lisboa. Professor da Uerj e da UFRJ aposentado. Professor do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Gama Filho. Ex-Professor de Política Internacional do Instituto Rio Branco. Visitante e conferencista em várias universidades e instituições acadêmicas nacionais e internacionais. Foi Reitor da Uerj – 1966/2000 – e Diretor da Faculdade de Direito da mesma universidade – 1992/1996. Presidiu a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro – FAPERJ – 2000/2001. Autor de R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 215 livros, artigos e ensaios, científicos e literários, publicados no Brasil e no exterior. Em 1984, recebeu o Prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras. Desde 2001, preside a Sociedade Brasileira de Direito Internacional. 6. Antonio Celso Alves Pereira externou seu agradecimento à coordenação da CEPHAS pelo convite. Ponderou que Teófilo Benedito Ottoni foi um dos mais destacados liberais da história política brasileira. Democrata e formado nas idéias dos filósofos liberais ingleses e na doutrina da revolução norte-americana, na juventude batalhou pela República, entretanto, preocupado com a unidade física e a construção do Brasil, passou a apoiar a monarquia, desde que constitucional. Em defesa desses princípios, esteve à frente da Revolução Liberal de 1842. Durante toda a sua vida, foi alvo de absurdas preterições, da ira e do rancor das lideranças conservadoras do Império. Em 1849, Ottoni renunciou ao mandato de deputado para embrenhar-se nas matas do Vale do Mucuri, região infestada pela malária e povoada por tribos bravias, onde empreendeu verdadeira epopéia, plantando cidades, construindo estradas, colonizando um vasto território da Província das Minas Gerais. Arrematando sua intervenção, o auor concluiu que Teófilo Ottoni bateu-se com honra por suas idéias, defendeu a liberdade do índio, do negro e de todos os cidadãos. Manteve a coerência, a dignidade, e somente transigiu quando estava em jogo o interesse nacional. Foi, como disse dêle Juscelino Kubitschek, “uma figura apostolar da nossa democracia”. 7. Ao final da exposição, os sócios Cybelle de Ipanema e Arno Wehling cumprimentaram o expositor e teceram comentários pertinentes, a respeito do papel desempenhado por Ottoni no âmbito da política imperial. 8. Finalmente, o presidente convidou o sócio Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, autor do livro “Nas fronteiras da intolerância: Einstein, Hitler, a Bomba e o FBI”, para fazer uma apresentação da obra em questão, cujo lançamento teria lugar após a sessão da CEPHAS, no 216 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS terraço do Instituto. Nada mais havendo a tratar, o presidente Arno Wehling encerrou a sessão e convidou os presentes a subirem ao terraço do Instituto para o tradicional café, seguido do lançamento do livro de Ronaldo Rogério Mourão. 9. Freqüência: 19 assistentes Número de sócios presentes: 9 Número de convidados: 10 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Fernando Tasso Fragoso Pires, Elysio Belchior, Guilherme Frota, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Marilda Ciribelli, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Lygia Fernandes da Cunha. Ata da 22ª Sessão da Comissão de Estudos e PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 05 DE NOVEMBRO DE 2008 Aos cinco dias do mês de novembro de dois mil e oito, realizou-se a vigésima segunda sessão da CEPHAS, presidida pelo prof. Arno Wehling, com secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema, em substituição às duas coordenadoras responsáveis. Lida e aprovada a Ata da sessão anterior, foi chamada a primeira comunicadora do dia, Mariana Muaze, convidada pelo vice-presidente Victorino Chermont de Miranda. A expositora é doutora em História pela UFF, com pós-doutorado na Fundação Getúlio Vargas (CPDOC), onde leciona. Prêmio do Concurso de Monografias do Arquivo Nacional, 2007, e Menção Honrosa do Prêmio Jorge Zahar, do mesmo ano. Teve seu livro As memórias da viscondessa: família e poder no Brasil Império publicado em 2008 por aquela editora. É o objeto de sua apresentação que se propunha a discutir família e Império, utilizando rico material documental de Mariana Velho de Avelar, viscondessa de Ubá: manuscritos, fotografias e objetos de outras naturezas. Sede da família, a Fazenda Pau Grande, do Vale do Paraíba, na região R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 217 de Pati do Alferes, recentemente restaurada, de que se pode tomar também como fonte primária documentação do Arquivo Nacional e de terceiros. Inicia mencionando historiadores que se voltaram ao tema da família, como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Caio Prado Júnior. Seu trabalho, na metodologia da micro-história, remonta ao canal Mariana Velho da Silva e Joaquim Ribeiro de Avelar, constituído em 1849, cuja atuação, primitivamente no comércio do Rio de Janeiro, vai evoluindo para a fixação na vida rural do Vale e na criação de redes de sociabilidade, com o enobrecimento da família. Suas relações com o poder – a própria família imperial – vão sendo mostradas, inclusive com o testemunho iconográfico de numerosas fotos que proporcionaram a interpretação do aparecimento e valorização de aspectos do comportamento pessoal e social, inclusive ao lado da Princesa Isabel, por exemplo, e da imagem de álbuns que se abrem, com o imperante e seus familiares. Estavam presentes à sessão antigas proprietárias da Fazenda e guardiães dessa memória. Intervenções do sócio Vasco Mariz e de convidados. O presidente agradece à expositora e às que têm conservado a documentação como fundamento da História do Brasil. O item seguinte da pauta era o registro do centenário do historiador e professor Helio Viana. A secretária chamou a atenção para a vitrine, montada na sala, com documentos relativos, dos acervos do Instituto. Falaram os sócios Cybelle Moreira de Ipanema e Arno Wehling, ex-alunos do homenageado na Faculdade Nacional de Filosofia. A primeira referiu-se às origens da Faculdade, de 1939, sucessora da antiga UDF – Universidade do Distrito Federal, criada com a extinção desta. A FNF (depois FNFi) não dispunha de sede e o Curso de Geografia e História (duplo até os anos 1950), onde lecionou Helio Viana, funcionava no Largo do Machado, na Escola José de Alencar, uma das chamadas “escolas do ABC”, destinada como vontade do imperador ao povo, em oposição à idéia de elevação de uma estátua a D. Pedro II, com a subscrição popular arrecadada. Cybelle de Ipanema, da turma de 1944-47, lembrou a competência e traços da personalidade do cate- 218 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS drático de História do Brasil, como professor. Citou exemplos de sua vasta bibliografia, como História do Brasil, História diplomática e Contribuição à história da imprensa brasileira, ao lado de intensa participação em jornais e revistas. Complementou com dados ligados a suas relações e do antigo sócio, Marcello de Ipanema, também ex-aluno da mesma turma, com o homenageado do dia. Observação do sócio Alberto Venancio Filho. Arno Wehling, aluno de Helio Viana na mesma Faculdade, a partir de 1966, sumaria procedimentos didáticos daquele, em sala de aula e fora dela, e a faceta professoraluno, tendo observado ser “alguém extremamente metódico”. De seu relacionamento, mencionou que sua primeira bolsa de pesquisa fora solicitada por ele e que, em contato posterior, quando já doutorando na USP, em viagem para os Estados Unidos, recebeu do antigo professor excelente roteiro de indicações e contatos. Fala na sua vertente de pesquisador de toda a vida e na produção bibliográfica dela decorrente. Cita publicações e distingue nelas duas tendências: a das sínteses históricas e a dos trabalhos de investigação. Chama a atenção para as edições críticas que elaborou: Livro da Razão do Estado do Brasil e A Malagueta. Concluiu pela necessidade de uma análise em profundidade da obra de Helio Viana cujo roteiro preliminar poderia ser o que publicou, na Revista, Lucinda Coelho, consócia e exdiscípula. Além do Arquivo, já tratado, encontra-se no Instituto o Diário de Helio Viana com cláusula de sigilo por 50 anos. O convidado Maximiano de Carvalho e Silva ofertou à Biblioteca exemplar de A vida de um pintor escrita por ele mesmo, de Antônio Parreiras, em terceira edição por ele preparada, para restaurar a primeira, em virtude das distorções da que a antecedera. Por último, falou o sócio correspondente Ricardo Vélez Rodríguez, para apresentar seu livro, A análise do patrimonialismo através da literatura latino-americana: o Estado gerido como bem familiar, que seria lançado em seguida. Utilizou, como disse, “com olho de sociólogo”, os escritores Gabriel Garcia Márquez, Domingo Sarmiento, Amaro Juvenal, Octavio Paz e Érico Veríssimo. O presidente elogia e tece comentários e encerra R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 219 a sessão, convidando para o lançamento do livro no terraço. Compareceram 9 sócios e 21 convidados. ATA DA 23ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 12 DE NOVEMBRO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente Arno Wehling que cumprimentou os presentes e solicitou à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem correções. 2. Em seguida, o presidente convocou à mesa a primeira palestrante convidada da sessão, Profª Rogéria de Ipanema, para expor a comunicação Distinção do poder: Título de imperial. Rogéria de Ipanema é doutora em História Social pela UFF e mestra em História e Crítica da Arte pela URFJ. Professora-adjunta das Faculdades Integradas Hélio Alonso, onde leciona Arte, História e Cultura, também é artista plástica e design gráfica. Desempenha a função de 1º Secretário do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro. 3. Resumo da Exposição: Rogéria de Ipanema agradeceu o convite e manifestou sua satisfação de participar das atividades da CEPHAS. Assinalou que os privilégios, sempre outorgados por régia concessão e proteção, estabeleciam os limites da reprodução visual, qualidade e quantidade, na representação dos específicos e espaciais gravadores, editores e estabelecimentos, com que os governos permitiam a instituição, produção e circulação da sua imagem. No Brasil, as relações e as dinâmicas da gravura com o poder político se estabeleceram de formas diversas, mesmo na esfera comercial, para além dos privilégios de 220 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS impressão, distribuição, importação e venda de livros, desde o período de D. João. No reinado de D. Pedro II é que se vai permitir ao profissionalismo liberal, ao comércio e à indústria associarem-se ao Estado, com a distinção do estabelecimento e/ou produto/produção, concedendo-lhe a mercê do título de Imperial. 4. Comentários: O sócio Vasco Mariz e a convidada Vera Cabana parabenizaram a expositora e teceram considerações pertinentes. 5. Após esses comentários, o Presidente Arno Wehling convocou o segundo palestrante, o Sócio Emérito Afonso Arinos de Mello Franco, para apresentar a comunicação Virgilio de Mello Franco. Afonso Arinos assinalou que sua intervenção constituía uma homenagem à passagem do sexagésimo aniversário da morte do político mineiro, ocorrido em 28 de outubro de 1948. O expositor fez uma síntese da história de vida de Virgílio de Mello Franco, pontuando sua atuação política, tanto no movimento que pôs fim à Primeira República quanto na derrubada do Estado Novo, quando assumiu o papel de principal articular político da redemocratização do País. 6. Ao final da exposição, o Presidente Arno Wehling cumprimentou o palestrante e lembrou que o retrato de Virgilio de Mello Franco que se encontrava à mostra na sala das sessões da CEPHAS era proveniente do acervo da UDN, doado ao Instituto Histórico pelo sócio Oscar Dias Correia. 7. Finalmente, o Presidente convidou o Sócio Titular Eduardo Silva para expor o trabalho “A Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e o movimento popular abolicionista”. 8. Eduardo Silva agradeceu o convite das coordenadoras da CEPHAS e indicou que sua comunicação é parte de uma pesquisa maior sobre a História Cultural da Abolição, apoiada pelo CNPq. Destacou que a Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos, no Rio de janeiro, exerceu papel essencial na luta R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 221 pela libertação dos escravos no Brasil. Primeiro, dentro do projeto emancipador tradicional, se empenhou na libertação de seus próprios membros, os chamados “irmãos cativos”. Depois, a partir de 1880, engajou-se no projeto revolucionário-abolicionista articulado por José Carlos do Patrocínio e passou a ser um dos centros principais da agitação subversiva que, em poucos anos, destruiria o sistema escravista no Brasil. Nada mais havendo a tratar, o Presidente Arno Wehling encerrou a sessão e convidou os presentes para comparecerem à posse do Sócio Honorário Pedro Correia do Lago, às 18 horas. 9. Freqüência:19 assistentes Número de sócios presentes: 13 Número de convidados: 06 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Vasco Mariz, Afonso Arinos de Mello Franco, José Artur Rios, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Elysio Belchior, Fernando Tasso Fragoso Pires, Alberto Venâncio Filho, Eduardo Silva ,Esther Caldas Bertoletti e Marilda Ciribelli. ATA DA 24ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 19 DE NOVEMBRO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Victorino Chermont de Miranda Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente Victorino Chermont de Miranda, que cumprimentou os presentes e solicitou à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem correções. 2. Em seguida, o presidente convocou à mesa a primeira palestran- 222 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS te convidada, Renata Santos, para expor a comunicação A Imagem Gravada: A Gravura no Rio de Janeiro. Renata Santos é historiadora, doutora em História Social pela UFRJ, pesquisadora contratada do Museu Victor Meirelles/IPHAN. 3. Resumo da Exposição: A pesquisadora agradeceu o convite para participar, mais uma vez, das atividades da CEPHAS. Manifestou, também, sua gratidão à sócia Lygia Cunha, pioneira no estudo da gravura no País. Acompanhada de projeção de material iconográfico, Renata Santos examinou a história da produção de gravuras no Rio de Janeiro desde a chegada dos primeiros gravadores, que vieram com a Corte portuguesa, em 1808, até meados do século XIX, quando se deu o encontro entre a gravura e a fotografia. Assinalou, ainda, que a comunicação constitui um breve resumo do seu livro “A Imagem Gravada. A Gravura no Rio de Janeiro entre 1808 e 1853”, lançado este ano pela Editora Casa da Palavra, e selecionado pela Comissão para as Comemorações da Chegada de D. João e da Família Real ao Rio de Janeiro/Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro. 4. Comentários: Os sócios Lygia Cunha, Lucia Guimarães e Victorino Chermont cumprimentaram a expositora e teceram comentários pertinentes, sendo que Lygia Cunha agradeceu a menção ao seu nome e os elogios às incursões que realizou ao estudo da gravura. O convidado Sérgio Severino de Azevedo levantou questão sobre a permanência nas práticas da gravação de imagens e a preparação de obras de literatura de cordel no Nordeste. 5. Após esses comentários, o presidente convocou o segundo palestrante, Frederico Lustosa, para expor a comunicação “Prefácio a uma História da Administração Pública Brasileira”. Frederico Lustosa é Doutor em Gestão pelo Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), de Lisboa, e Professor Titular da Escola Bra- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 223 sileira de Administração Pública e de Empresas (EBAPE) da Fundação Getúlio Vargas. 6. Frederico Lustosa externou seu agradecimento à coordenação da CEPHAS. Explicou que seu trabalho constitui uma modesta contribuição a um projeto mais amplo voltado para a elaboração de uma História do Estado, da Organização Governamental e da Administração Pública Brasileira. Procurou delimitar o campo de estudo em face dos marcos da historiografia contemporânea. Indicou que o projeto pretende incorporar os aportes teóricos e metodológicos da Nova História e construir uma periodização que contemple as grandes transformações verificadas no País, antes de 1930. Trata-se de uma tentativa de superar a setorialização da História Administrativa em ministérios de existência transitória para privilegiar o exame de macro funções permanentes ou quase permanentes, além de propiciar a introdução de temas relacionados com dimensões e representações do Estado moderno. 7. Comentários: A Sócia Emérita Cybelle de Ipanema felicitou o expositor e destacou a contribuição de dois sócios do IHGB à História Administrativa: Max Fleiuss e Vicente Tapajós. Desculpou-se por se haver ausentado temporariamente da sessão devido a problema de garganta, o que lhe impediu de parabenizar Renata Santos pela comunicação sobre a introdução da gravura no Brasil. Neste sentido, lembrou, também, os trabalhos de Rogéria de Ipanema, em particular, sobre a técnica da litografia. 8. Finalmente, o Presidente chamou à mesa o último palestrante convidado, Sérgio Bittencourt - Sampaio, para apresentar a comunicação “Duas intérpretes negras brasileiras na música lírica (séc. XVIII a XX)”. Sérgio Bittencourt-Sampaio diplomou-se pela Faculdade de Medicina da UFRJ, onde exerceu o magistério, bem como na Escola de Medicina Souza Marques (RJ). Desempenhou as funções de Assessor Cultural do Decanato do Centro de Ciências da Saúde da 224 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS UFRJ e da Escola de Medicina Souza Marques. Entre outras atividades, idealizou e organizou o I Seminário de Cultura Nórdica no Rio de Janeiro, na Universidade Santa Úrsula. Foi indicado pelo Consulado Geral da Suécia no Rio de Janeiro para realizar um programa sobre a música sueca na Rádio Roquette Pinto (Rio de Janeiro). Pertenceu aos Conselhos Editoriais dos seguintes periódicos: Anais Brasileiros de Dermatologia (Rio de Janeiro); Revista da Academia Nacional de Música (Rio de Janeiro); Revista Española de Musicoteràpia (Barcelona). Foi presidente da Academia Nacional de Música (2004-2007). 9. Sérgio Bittencourt-Sampaio agradeceu o convite para se apresentar na CEPHAS. Salientou que a presença de cantoras negras no cenário lírico brasileiro, sobretudo nos séculos XVII e XIX é quase desconhecida da historiografia, embora seja incontestável sua participação na música popular desde longo tempo. No cenário lírico ou de concerto constitui um fato raro, como foram os casos de Joaquina Maria da Conceição Lapa (Lapinha) e de Camila Maria da Conceição. A primeira obteve êxito no Brasil e em Portugal, apoiada por D. Maria I e pelo então Príncipe Regente D. João, com fartos elogios na imprensa da época. Por sua vez, Camila Maria da Conceição, alvo de elogios de compositores ilustres, como Alberto Nepomuceno, Francisco Braga e outros, empenhou-se no movimento de implantação da nossa língua na música erudita, participou da primeira audição de obras desses e de outros compositores, foi professora Titular do Instituto Nacional de Música, e fundou duas instituições em prol da música e de músicos necessitados de auxílio. Ao final da apresentação, o expositor ofereceu à biblioteca do IHGB o livro “Negras líricas: Duas intérpretes negras brasileiras”, de sua autoria. 10. Outras intervenções (comunicados, doações de livros): A Sócia Titular Miridan Britto Falci fez uma rápida intervenção a respeito da sua publicação mais recente, “A morte escrava em Vassouras”, escrita em parceria com Ana Maria Leal Almeida. Em se- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 225 guida, ofertou um exemplar da obra à Biblioteca do IHGB. Nada mais havendo a tratar, o presidente Victorino Chermont de Miranda encerrou a sessão e convidou os presentes para o tradicional café no terraço do IHGB. 11. Freqüência: 17 assistentes Número de sócios presentes: 07 Número de convidados: 10 Relação dos sócios presentes: Victorino Chermont de Miranda, Cybelle de Ipanema, Lygia Cunha, Vasco Mariz, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Miridan Britto Falci e Guilherme Frota. ATA DA 25ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 26 DE NOVEMBRO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Maria de Lourdes Viana Lyra 1. Os trabalhos foram abertos pelo presidente, que cumprimentou os presentes e solicitou à coordenadora para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem correções. Informando tratar-se de sessão temática Projeto Acervo Digital Angola – Brasil, o presidente convocou a professora convidada, Mariza de Carvalho Soares, da Universidade Federal Fluminense, para iniciar a apresentação: Planejamento e execução de um projeto de pesquisa e documentação Arquivo Histórico de Angola (AHA) e IHGB. 2. Resumo da Exposição: A professora cumprimentou os presentes e falou da satisfação em apresentar os resultados do trabalho realizado pela equipe de professores e alunos bolsistas na sessão da CEPHAS. Realizado a partir do 226 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS levantamento da documentação que consta do Acervo Digital Angola Brasil – PABAP, o resultado ora apresentado é a produção de uma coleção digital de documentos históricos sobre as relações entre Angola e o Brasil. Informou que o projeto foi executado através de uma parceria entre o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o Arquivo Histórico de Angola e a UFF/LABHI, contou com financiamento do Edital Pró-África 2006 do CNPq. Com o objetivo de reunir e reclassificar a documentação existente para facilitar o acesso ao pesquisador. A professora também se incumbiu da parte que caberia ser apresentada pela bolsista Ana Flávia Cichelli Pires, doutoranda em História da UFF e também pesquisadora do NEAF, intitulada: O Arquivo Histórico de Angola e as possibilidades de pesquisa para a história das relações entre Angola e Brasil – Pesquisa documental: Cabinda e Rio de Janeiro na documentação do AHA – apresentando o quadro das condições de trabalho e do acervo do AHA no que diz respeito ao Brasil. Em seguida, falou a professora convidada Regina Wanderley sobre A experiência arquivista num projeto interinstitucional, explicando a metodologia do trabalho adotado na execução do projeto e discorrendo sobre os resultados obtidos. E também comentando sobre o volume da documentação trabalhada e sobre a elaboração de instrumentos de consulta. Em seguida, os alunos bolsistas Rafael Cupello Peixoto e Nathalia Topinilucas falaram sobre A coleção digital do AHA e no IHGB, apresentando a metodologia de trabalho e os resultados obtidos, bem como o volume da documentação trabalhada e a elaboração dos instrumentos de consulta. 3. Comentários: Os sócios Esther Bertoletti, Maria de Lourdes Viana Lyra, Arno Wehling, Vasco Mariz e Miguel Monteiro felicitaram a equipe de pesquisadores pelo trabalho realizado e bem apresentado. Esther Bertoletti comentou sobre o trabalho que está sendo desenvolvido R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 227 em Pernambuco, nesse mesmo sentido. Vasco Mariz perguntou se foi localizada alguma informação sobre Salvador Correia de Sá. Arno Wehling expressou seu contentamento pelos bons resultados apresentados, lembrando o início do trabalho embrionário da professora Regina Wanderley no IHGB. Finalizada a sessão temática, o Presidente convocou à mesa o Sócio Titular José Arthur Rios para expor a comunicação: Jackson de Figueiredo: 80 anos. 4. Resumo da Exposição: Após cumprimentar os presentes, o palestrante remarcou a passagem dos oitenta anos de morte do intelectual Jackson de Figueiredo, cujo tempo de vida (1891 e 1928) coincide com o período da chamada Primeira República ou República velha. Influenciado pela vivência em repúblicas estudantis, em Aracajú e em Salvador, Jackson de Figueiredo se identificou inicialmente com a filosofia de Nietzsche. Em 1914 veio para o Rio de Janeiro, em busca de emprego público. De temperamento arredio e recatado, exerceu a atividade de jornalista. Leitor voraz e participante das rodas literárias da sua época, abraçou o positivismo. Através da amizade com Farias de Brito – que perdeu o concurso para professor no Colégio Pedro II para Euclides da Cunha, protegido do Rio Branco - abandonou o materialismo e se voltou ao espiritualismo. Tornou-se católico fervoroso e fundou, em 1922, ano de criação do Partido Comunista, o Centro Dom Vital e o jornal A Ordem, passando a escrever sobre a fé católica até a morte prematura, aos 37 anos de idade. 5. Comentários: A visitante Vera Cabana cumprimentou o professor e comentou sobre a documentação existente no Colégio Pedro II sobre o mencionado concurso e o confronto resultante. A sócia Esther Bertoletti informou que a documentação referente ao Centro D. Vital encontra-se na Biblioteca Nacional. A sócia Maria de Lourdes Viana felicitou 228 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS o professor pela oportunidade da análise apresentada, que tão bem realçou a produção intelectual do homenageado. O Presidente Arno Wehling remarcou a importância do ano de 1922, pelos acontecimentos históricos marcantes, e apontou o catolicismo acuado da época, vendo-o como a ponta do iceberg da renovação que viria posteriormente. Por fim, comentou sobre a documentação do Jackson de Figueiredo existente no IHGB, doada pela filha do intelectual e pelo próprio expositor, o professor José Arthur Rios. Nada mais havendo a tratar, o presidente encerrou a sessão e convidou os presentes para o tradicional café no terraço do IHGB. 6. Freqüência: 27 assistentes Número de sócios presentes: 15 Número de convidados: 12 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Elysio Belchior, Maria de Lourdes Viana Lyra, Esther Caldas Bertoletti, Miguel Corrêa Monteiro, Guilherme Frota, Mary Del Priore, Ronaldo Mourão, José Arthur Rios, Vasco Mariz, Victorino Chermont, Melquíades Pinto Paiva, Edivaldo Machado Boaventura e Maria Beltrão . ATA DA 26ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 3 DE DEZEMBRO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. A sessão foi aberta pela primeira-secretária do IHGB, Cybelle de Ipanema, que cumprimentou os presentes, justificando a ausência temporária do Presidente Arno Wehling e da coordenadora da CEPHAS, os quais se encontravam na Casa, em reunião de trabalho. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 229 Em seguida, chamou à mesa o primeiro palestrante convidado, Carlos Alberto Figueiredo, para apresentar a comunicação “Aspectos do Salve Regina de Lobo de Mesquita (1745?-1805)”. Carlos Alberto de Figueiredo é Doutor em Musicologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Professor-Adjunto da mesma UNIRIO e Regente do Coro de Câmera Pró-Arte. 2. Resumo da Exposição: O professor agradeceu o convite para participar das atividades da CEPHAS. Indicou que a antífona “Salve Regina” do compositor mineiro José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1745?-1805), composta em 1787, lhe servirá como ponto de partida para uma reflexão sobre os vários aspectos que envolvem a noção de obra musical. Abordou as circunstâncias que envolvem o trabalho da composição - englobando o contexto sociocultural, a funcionalidade das obras musicais, a situação profissional do compositor mineiro no século XVIII, bem como o manuscrito autógrafo, a edição moderna, publicada por Francisco Curt Lange em 1951, e as várias interpretações da obra a partir de quatro diferentes gravações. No correr desta apresentação, o presidente Arno Wehling assumiu a presidência da sessão e a sócia Lucia Guimarães a secretaria dos trabalhos. 3. Comentários: A Sócia Emérita Cybelle de Ipanema e o convidado Sérgio Severino de Azevedo felicitaram o expositor e levantaram questões pertinentes, reportando-se à situação social dos músicos negros e mestiços pertencentes às irmandades. 4. Após as intervenções, o presidente anunciou o segundo palestrante, Professor Manoel Luiz Salgado Guimarães, o qual apresentou a comunicação “História e Erudição na cultura das Luzes.”. Manoel Guimarães é Doutor em História pela Universidade Livre de Berlim, Professor Associado do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ e Presidente da Associação Nacional de Professores de História. Autor de obras publicadas no País e no exterior, dedica-se ao 230 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS estudo da escrita da História do Brasil, nas primeiras décadas do século XIX. 5. Manoel Guimarães externou seu agradecimento à coordenação da CEPHAS e salientou que o Instituto Histórico, desde o seu curso de doutoramento, há cerca de duas décadas, constitui tema central de suas investigações, constituindo um foco importante a iluminar outras questões afins. A comunicação traz os primeiros resultados de pesquisa realizada em duas frentes, no Brasil e em Portugal, partindo da premissa de que os procedimentos necessários a uma escrita da História no Brasil no século XIX valeram-se de uma forte tradição erudita herdada da cultura letrada portuguesa das Luzes. Por meio de um estudo de caso, o do religioso português João Pedro Ribeiro, o qual assumiu a Cátedra de Diplomática na Universidade de Coimbra, em 1792, Manoel abordou as formas como essa tradição desenvolveu-se no espaço da cultura iluminista lusíada e sua reinterpretação da erudição humanista agora voltada para o papel central do documento para a realização de uma escrita da história. 6. Comentários: A sócia Lucia Guimarães cumprimentou o prof. Manoel pela apresentação e salientou a relevância da sua pesquisa para a historiografia luso-brasileira. 7. Finalmente, o presidente Arno Wehling convocou à mesa o último palestrante da tarde – José Almino de Alencar, para apresentar a comunicação “Joaquim Nabuco: a história em primeira pessoa”. José Almino de Alencar concluiu o doutorado em Sociologia pela Universidade de Chicago. È pesquisador e atualmente preside a Fundação Casa de Rui Barbosa. Autor, entre outros títulos, de Maneira de dizer (poesia); Motor da luz (romance) e Baixo Gávea (romance). Sobre Joaquim Nabuco, publicou os livros Meu caro Rui, um caro Nabuco – correspondência entre Rui Barbosa e Joaquim Nabuco; e Joaquim Nabuco: O dever da política (Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, 2002), em colaboração com Ana Pessoa; organizou R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 231 e apresentou a reedição de Balmaceda, de Joaquim Nabuco, lançada recentemente pela Editora Cosac Naif (2008). 8. Após cumprimentar os presentes, José Almino de Alencar agradeceu o convite formulado pelo Presidente do IHGB para se apresentar na sessão da CEPHAS. Assinalou que ao se afastar da vida política, durante a década de 1890, Joaquim Nabuco se dedicou à escrita de textos ... políticos, em que dramatiza a narrativa histórica através da análise das histórias de vida ou dos comportamentos de indivíduos excepcionais: ele mesmo, em Minha Formação (1900); seu pai, o senador José Tomás Nabuco de Araújo, em Um estadista do Império (1896) e em Balmaceda (1895), no qual narra a guerra civil que precedeu a deposição e depois o suicídio do presidente chileno, Balmaceda Fernandez (1891). Pondera que o conjunto desses três livros – ao que se acrescentaria O abolicionismo (1883) – compõe o núcleo dos seus escritos históricos. Neles, o que lhe interessa, conforme as palavras de José Veríssimo – é a parte contemporânea, cujos atores ainda conheceu, e de cujos atos ainda sente os contrachoques. Comenta que a obra de Nabuco constitui, sobretudo, um diálogo com sua época e com as alternativas políticas comuns aos homens de sua geração. 9. Comentários: O Presidente Arno Wehling felicitou o pesquisador pela sua contribuição e remarcou a importância da obra política de Joaquim Nabuco. Após este comentário, observando que restava tempo hábil, solicitou à subcoordenadora da CEPHAS para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada, com a indicação de que seja corrigido o termo jornal para revista A Ordem. 10. Outras intervenções (comunicados, doações de livros): A Sócia Emérita Cybelle de Ipanema – Presidente do Instituto Histórico do Rio de Janeiro – convidou a todos para o lançamento do 232 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS livro “D. João e a cidade do Rio de Janeiro (1808-2008), no próximo dia 11 de dezembro, às 17 horas, no terraço do IHGB. A obra organizada por Rogéria Moreira de Ipanema reúne os textos de 27 colaboradores, que se apresentaram no Curso do mesmo nome, realizado em junho passado por aquela instituição em parceria com o IHGB. Nada mais havendo a tratar, o Presidente Arno Wehling encerrou a sessão e convidou os presentes para o tradicional café no terraço do IHGB. 11. Freqüência: 20 assistentes Número de sócios presentes: 10 Número de convidados: 10 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Cybelle de Ipanema, Carlos Wehrs, Esther Caldas Bertoletti, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Miridan Britto Falci, Victorino Chermont de Miranda, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Maria da Conceição de M.C. Beltrão e Vasco Mariz. ATA DA 27ª SESSÃO DA COMISSÃO DE ESTUDOS E PESQUISAS HISTÓRICAS (CEPHAS) DE 17 DE DEZEMBRO DE 2008 Composição da Mesa dos Trabalhos: Presidência: Arno Wehling Coordenação: Lucia Maria Paschoal Guimarães 1. A sessão foi aberta pelo Presidente Arno Wehling, que cumprimentou os presentes, dirigindo-se especialmente aos senhores Nuno Álvares Pereira de Castro, Antonio Celso Alves Pereira e Cláudio Aguiar, recém-eleitos Membros Honorários do IHGB, e ao sócio Marcos Guimarães Sanchez, promovido à categoria de titular, na última Assembléia Geral do IHGB, de 10 de dezembro de 2008. Após a saudação, Arno Wehling solicitou à subcoordenadora da CEPHAS R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 233 para proceder à leitura da ata da sessão anterior, no que foi atendido, sendo a mesma aprovada sem correções. Em seguida, chamou à mesa o primeiro palestrante convidado, o Sócio Emérito Vasco Mariz, para apresentar a comunicação “Um personagem notável do século XVIII: Salvador Corrêa de Sá e Benevides”. 2. Resumo da Exposição: Externando sua satisfação de participar das atividades da CEPHAS, Vasco Mariz ponderou que Salvador Corrêa de Sá e Benevides é um personagem bastante esquecido de nossa história colonial, apesar da sua extraordinária importância na época. Citou a iniciativa do Ministério das Colônias de Portugal, que nos anos 1940 escolheu dois historiadores ilustres – o brasileiro Clado Ribeiro Lessa e o português Luís Norton para escreverem livros sobre Salvador. Lembrou, ainda, o trabalho de Charles Boxer (editado em 1952 e em 1973) e de uma pequena biografia de Salvador, editada em Angola, por volta de 1907. Vasco Mariz fez uma síntese apurada da história de vida de Salvador Corrêa de Sá acentuando suas conexões hispânicas, forjadas por meio de laços de família. Examinou sua atuação no Novo Mundo, na África e em Portugal, já idoso, quando tomou assento no Conselho Ultramarino. 3. Comentários: O sócio Antonio Celso felicitou o expositor e reportou-se às opiniões controversas a respeito da administração de Salvador Corrêa de Sá, na governança do Rio de Janeiro. 4. Após essa intervenção, o presidente anunciou o segundo palestrante, o Sócio Titular Marcos Guimarães Sanches, o qual apresentou a comunicação “Dano e prejuízo da Fazenda Real”. Marcos Sanches agradeceu o convite à coordenação da CEPHAS e salientou suas novas responsabilidades para com a Casa, doravante como Sócio Titular do IHGB. Indicou que a comunicação “DANO E PREJUÍZO DA FAZENDA REAL” é fruto de investigação que busca analisar 234 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas – CEPHAS a dinâmica dos processos de arrematação na Capitania do Rio de Janeiro. Segundo Sanches, os dízimos foram o mais importante e universal tributo do período colonial, no sentido que o Direito Tributário do nosso tempo lhe atribui, tendo sua arrecadação definida desde os Regimentos do Provedor-mór e dos Provedores de Fazenda (1548) e dos Dízimos (1577), incidindo de modo particular sobre o açúcar, embora extensivo a todos os produtos. Baseado no sistema de arrematação, o exercício do fiscus pelos colonos obedeceu à lógica da administração fazendária do Estado moderno. Neste sentido, a série de contratos da Capitania do Rio de Janeiro na segunda metade do século XVII é representativa da complexidade das relações coloniais, indicando a permanente tensão entre o esforço fiscal da metrópole, numa conjuntura de crise, e as resistências coloniais, muitas vezes decorrentes da real impossibilidade de quitar as obrigações. O funcionamento da Provedoria da Fazenda, suas relações com outras esferas da administração e sua direção monopolizada pelas principais redes de poder da sociedade revelam, ao mesmo tempo, o sutil e tenso “jogo” entre a exploração colonial e os interesses dos próprios colonos, eles próprios operadores da colonização. As constantes denúncias e suspeitas de conluios e descaminhos, mais do que esvaziar a efetividade dos objetivos da administração fazendária na extração fiscal sobre a colônia, tornam reveladora a sua dinâmica. 5. Comentários: Os sócios Arno Wehling e Lucia Guimarães cumprimentaram o expositor e salientaram a relevância da sua pesquisa para a historiografia luso-brasileira. 6. Em seguida, o Presidente Arno Wehling informou que a sessão deveria contar com um terceiro palestrante, o Sócio Correspondente brasileiro José Mendonça Telles, inscrito para apresentar comunicação sobre o livro “A Coluna Prestes em Goiás”, de sua autoria. Face à ausência de Mendonça Telles, o presidente concedeu a palavra, novamente, ao Sócio Emérito Vasco Mariz para concluir suas reflexões R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 235 sobre o papel desempenhado por Salvador Corrêa de Sá e Benevides na administração colonial. Ao final desta exposição, os sócios Maria de Lourdes Viana Lyra e Nuno Álvares Pereira de Castro teceram comentários pertinentes, e Elisio Belchior lembrou que a família de Salvador Corrêa de Sá e Benevides perdeu o poder no Rio de Janeiro em 1660, após o episódio conhecido como Revolta da Cachaça, ainda que sua influência não desaparecesse de todo na capitania. Nada mais havendo a tratar, o Presidente Arno Wehling encerrou a sessão, desejando a todos boas festas e próspero ano novo, e convidou os presentes para o tradicional café no terraço do IHGB. 7. Freqüência: 24 assistentes Número de sócios presentes: 13 Número de convidados: 11 Relação dos sócios presentes: Arno Wehling, Vasco Mariz, Lucia Maria Paschoal Guimarães, Maria de Lourdes Viana Lyra, Nuno Álvares Pereira de Castro, Antonio Celso Alves Pereira, Elisio Belchior, Cláudio Aguiar. 236 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):151-236, out./dez. 2008 Atas e/ou deliberações de Comissões Permanentes ou Especiais II.3 –Atas e/ou deliberações de Comissões Permanentes ou Especiais ATA DA SESSÃO MAGNA DE 21 DE OUTUBRO DE 2008 Aos vinte e um dias do mês de outubro de dois mil e oito, no Salão Nobre, realizou-se a Sessão Magna comemorativa dos cento e setenta anos de fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Sessão presidida pelo prof. Dr. Arno Wehling com secretaria de Cybelle Moreira de Ipanema. O presidente abriu a sessão e compôs a Mesa com as seguintes personalidades: Dr. Antonio Gomes da Costa, presidente do Real Gabinete Português de Leitura; embaixador António de Almeida Lima, cônsul de Portugal no Rio de Janeiro; Jaime Antunes da Silva, diretorgeral do Arquivo Nacional; Adolfo Martins, do grupo Folha Dirigida; D. Carlos Tasso de Saxe – Coburgo e Bragança, Presidente de Honra do IV Colóquio dos Institutos Históricos Brasileiros; Luiz de Castro Souza, decano do Corpo Social; e Reinaldo Carneiro Leão, secretário perpétuo do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. Anunciada pelo presidente a execução do Hino Nacional Brasileiro pela Banda do 1º Batalhão de Guardas – Batalhão do Imperador – cantado por todos. A seguir, foi convocada a primeira secretária para a leitura das Efemérides brasileiras, do barão do Rio Branco, relativas à data. O prof. Arno Wehling proferiu sua fala de abertura, saudando os Institutos estaduais presentes por suas delegações ao IV Colóquio e enfatizando o significado da fundação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, há cento e setenta anos. Discorreu sobre as circunstâncias da criação desse órgão de representação da nacionalidade, não muito longe da conquista da Independência, em mil oitocentos e vinte e dois. Estendeu-se na importância do reconhecimento da documentação embasadora do perfil do País, no estímulo à criação dos Institutos congêneres nas províncias e no aspecto de sociabilidade, fundamental ao relacionamento. Deu a palavra à secretária para a aprovação do Relatório das Atividades do Ano Social. Findo R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):237-238, out./dez. 2008 237 Sessão Magna Aniversária este, foi a vez do elogio dos sócios falecidos, pelo sócio José Arthur Rios. Como renovação na frente, o Instituto prestou homenagem a sete de seus funcionários, com longo tempo de presença e serviços nas guardas da instituição. Foram oferecidas com placas individuais. A secretária registrou as manifestações recebidas e presenças no plenário. O presidente encerrou a sessão, convidando a todos assistirem ao descerramento de placa evocativa dos fundadores do Instituto, em mil oitocentos e trinta e oito, em número de vinte e sete, à saída do Salão Nobre. A placa será colocada em lugar de destaque. Seguiu-se recepção, no terraço, aos presentes. Compareceram os seguintes consócios: Arno Wehling, Victorino Chermont de Miranda, D. Carlos Tasso de Saxe–Coburgo e Bragança, Jaime Antunes da Silva, Luiz de Castro Souza, Enélio Luiz Petrovich, Lygia de Fonseca Fernandes da Cunha, Vasco Mariz, Afonso Arinos de Mello Franco, Guilherme de Andrea Frota, Alberto Venancio Filho, José Arthur Rios, Carlos Wehrs, Antônio Gomes da Costa, Esther Caldas Bertoletti, Elysio de Oliveira Belchior, Miridan Britto Falci, Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Vera Lucia Bottrel Tostes, Marilda Corrêa Ciribelli, Maria de Lourdes Viana Lyra, Marcos Guimarães Sanches, Alberto Costa e Silva, Célio de Oliveira Borja, Armando de Senna Bittencourt, Lucia Maria Pascoal Guimarães, Melquíades Pinto Paiva, Isabel Lustosa, Pedro Corrêa do Lago, Antônio Izaias da Costa Abreu, Consuelo Pondé de Sena, Hildebrando Campestrini, Gabriel Augusto de Mello Bittencourt, Jaime Lustosa de Altavila, José Mendonça Teles, Carlos Humberto Pederneiras Corrêa, Vasco Mariz, Eduardo Silva e Cybelle Moreira de Ipanema. Cybelle Moreira de Ipanema. 1ª secretária 238 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):237-238, out./dez. 2008 Atos do Presidente III – INFORMES ADMINISTRATIVO III.1 – Atos do Presidente EDITAIS E PORTARIAS EDITAL Nº 01/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Eméritos em decorrência do falecimento do sócio grande-benemérito Dom Pedro Gastão de Orléans e Bragança. Rio de Janeiro, 2 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 02/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação regimental, declara aberta uma vaga no quadro de Sócios Correspondentes Brasileiros, em virtude do falecimento da sócia Nicia Villela Luz. Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 03/08 Ficam convidados os Sócios Eméritos, Titulares e Correspondentes Brasileiros a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária no dia 20 de fevereiro, em primeira convocação às 13horas e em segunda convoca- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 239 Editais e Portarias ção às 15 horas, com o quorum previsto no § 2º do artigo 20 do Estatuto, com a seguinte pauta: Eleição do presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, para Presidente de Honra do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 04/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação regimental, declara aberta uma vaga no quadro de Sócios Correspondentes Portugueses, em virtude do falecimento do sócio Luís Ferrand de Almeida. Rio de Janeiro, 9 de abril de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 05/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Titulares em decorrência do falecimento do sócio Arivaldo Silveira Fontes. Rio de Janeiro, 6 de maio de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 06/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Eméri- 240 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 Atos do Presidente tos em decorrência do falecimento da sócia Frieda Wolff. Rio de Janeiro, 24 de maio de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 07/08 Ficam convidados os Sócios Eméritos, Titulares e Correspondentes Brasileiros a se reunirem em Assembléia Geral Ordinária no dia 11 de junho, em primeira convocação às 12h30m, em segunda convocação às 14h30m, com o quorum previsto no art. 20 do Estatuto, com a seguinte ordem do dia: Prestação de Contas 2007 Previsão orçamentária 2008 Assuntos Gerais Rio de Janeiro, 30 de maio de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 08/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Titulares em decorrência do falecimento do sócio José Fortuna Andréa dos Santos. Rio de Janeiro, 21 de junho de 2008. Arno Wehling Presidente R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 241 Editais e Portarias EDITAL Nº 09/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Correspondentes Estrangeiros em decorrência do falecimento do sócio John W. Foster Dulles. Rio de Janeiro, 2 de julho de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 10/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Correspondentes Brasileiros em decorrência do falecimento do sócio Braz Augusto Aquino Brancato. Rio de Janeiro, 12 de setembro de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 11/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação estatutária, declara aberta a vaga no quadro de Sócios Titulares em decorrência do falecimento da sócia Maria Cecília Ribas Carneiro. Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2008. Arno Wehling Presidente 242 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 Atos do Presidente EDITAL Nº 012/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação estatutária, declara que fica aberto por 60 (sessenta) dias o prazo para apresentação de propostas de candidatos a 2 (duas) vagas de Sócio Correspondente estrangeiro, observando-se os procedimentos estabelecidos no art. 2o do Estatuto. Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 13/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação estatutária, declara que fica aberto por 30 (trinta) dias o prazo para apresentação de propostas de candidatos a 1 (uma) vaga de Sócio Emérito, observando-se os procedimentos estabelecidos no art. 2o do Estatuto. Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 14/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação estatutária, declara que fica aberto por 30 (trinta) dias o prazo para apresentação de propostas de candidatos a 5 (cinco) vagas de Sócios Titulares, observando-se os procedimentos estabelecidos no art. 2o do Estatuto. Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2008. Arno Wehling Presidente R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 243 Editais e Portarias EDITAL Nº 15/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação estatutária, declara que fica aberto por 30 (trinta) dias o prazo para apresentação de propostas de candidatos a 1 (uma) vaga de Sócio Correspondente Brasileiro, observando-se os procedimentos estabelecidos no art. 2o do Estatuto. Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 16/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, por determinação estatutária, declara que fica aberto por 30 (trinta) dias o prazo para apresentação de propostas de candidatos a 4 (quatro) vagas de Sócios Honorários Brasileiros, observando-se os procedimentos estabelecidos no art. 2o do Estatuto. Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2008. Arno Wehling Presidente EDITAL Nº 17/08 Ficam convidados os Sócios Eméritos, Titulares e Correspondentes Brasileiros a se reunirem em Assembléia Geral Extraordinária no dia 10 de dezembro, em primeira convocação às 13 horas e em segunda convocação às 15 horas, com o quorum previsto no § 2o do artigo 20 do Estatuto, com a seguinte pauta: Eleição de novos membros do Quadro Social nas categorias: Sócio Emérito 244 1 vaga R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 Atos do Presidente Sócio Titular 5 vagas Sócio Honorário Brasileiro 4 vagas Sócio Correspondente Brasileiro 1 vaga Sócio Correspondente Estrangeiro 2 vagas Rio de Janeiro, 19 de novembro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 01/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nomear, para a Coordenação e Subcoordenação da Comissão de Estudos e Pesquisas Históricas (CEPHAS), a Sócia Titular Maria de Lourdes Viana Lyra e a Sócia Honorária Brasileira Lucia Maria Paschoal Guimarães. Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 02/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nomear, para a função de Editor do Noticiário, o Sócio Titular Victorino Coutinho Chermont de Miranda. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 245 Editais e Portarias Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 03/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nomear, para o cargo de Diretor do Arquivo, o Sócio Titular Carlos Wehrs. Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 04/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nomear, para o cargo de Diretora da Biblioteca, a Sócia Emérita Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha. Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 05/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, 246 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 Atos do Presidente RESOLVE: Nomear, para o cargo de Diretora do Museu, a Sócia Titular Vera Lucia Bottrel Tostes. Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 06/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nomear, para a função de Secretário Adjunto da Diretoria, o Sócio Titular Arivaldo Silveira Fontes. Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 07/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nomear, para a Coordenação de Cursos, a Sócia Honorária Brasileira Mary Lucy Murray Del Priore. Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 247 Editais e Portarias PORTARIA Nº 08/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nomear, para o cargo de Diretor de Patrimônio, o Sócio Titular Guilherme de Andréa Frota. Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 09/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nomear, para o cargo de Diretora de Projetos Especiais, a Sócia Titular Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão. Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 10/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nomear, para o cargo de Diretora de Informática e Disseminação da Informação, a Sócia Titular Esther Caldas Bertoletti. 248 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 Atos do Presidente Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 11/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nomear, para o cargo de Diretor de Relações Externas, o Sócio Honorário Brasileiro João Maurício Ottoni Wanderley de Araújo Pinho. Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 12/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nomear, para o cargo de Diretor de Iconografia, o Sócio Honorário Brasileiro Pedro Karp Vasquez. Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 13/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 249 Editais e Portarias RESOLVE: Nomear, para a Comissão da Revista, as sócias: Miridan Britto Falci Esther Caldas Bertoletti Maria de Lourdes Viana Lyra Lucia Maria Paschoal Guimarães Mary Lucy Murray Del Priore Cabendo à primeira o cargo de Diretora. Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 14/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nos termos do art. 16 do Estatuto, nomear Membros do Conselho Consultivo os sócios: Arivaldo Silveira Fontes Augusto Carlos da Silva Telles Evaristo de Moraes Filho Frieda Wolff Hélio Leoncio Martins Lêda Boechat Rodrigues José Pedro Pinto Esposel 250 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 Atos do Presidente Luiz de Castro Souza Maria Cecília Ribas Carneiro Vasco Mariz Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 15/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, e considerando a realização do IV Colóquio dos Institutos Históricos Estaduais, no período de 21 a 23 de outubro de 2008, RESOLVE: Art. 1o – Constituir Comissão Executiva para planejar, organizar e implementar atividades relacionadas ao IV Colóquio dos Institutos Históricos Estaduais. Art. 2o – Designar para compor a Comissão, sob a presidência do primeiro, os sócios: Victorino Coutinho Chermont de Miranda Cybelle Moreira de Ipanema Lucia Maria Paschoal Guimarães Esther Caldas Bertoletti Rio de Janeiro, 01 de fevereiro de 2008. Arno Wehling Presidente R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 251 Editais e Portarias PORTARIA 16/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, de acordo com o Estatuto e com as atribuições que o mesmo lhe confere, RESOLVE: Admitir no quadro de funcionários desta entidade Carlos Elias Paulino Filho como Assistente Administrativo, com os proventos iniciais de R$ 1.250,00 (hum mil e duzentos e cinqüenta reais), no horário de 09:00 às 18:00 horas, de segunda a sexta-feira, sendo reservado o horário de 13:00 às 14:00 horas para refeição e descanso. Rio de Janeiro, 25 de fevereiro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 17/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Designar para compor a Comissão Organizadora do Projeto Memória dos Sócios, instituída em Portaria nº 18/04, de 19 de março de 2004, a Sócia Emérita Cybelle Moreira de Ipanema. Rio de Janeiro, 03 de abril de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 17A/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, atendendo ao que lhe foi sugerido pela Comissão Executiva do IV Colóquio de Institutos Históricos Brasileiros, 252 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 Atos do Presidente RESOLVE: 1º) Fica instituída a COMISSÃO JULGADORA DO PRÊMIO PEDRO CALMON – 2008, com a seguinte composição: – Um representante do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, a quem caberá a Presidência da Comissão; – O representante do mais antigo dos Institutos Históricos Estaduais presentes ao Colóquio, que não haja indicado candidatos ao prêmio, conforme certificação da Comissão Executiva do Colóquio; – Um representante dos demais Institutos Históricos Estaduais presentes, escolhido por sorteio, a ser realizado pela Comissão Executiva do Colóquio, dentre os que não hajam indicado candidatos ao Prêmio. 2º) Dos trabalhos será lavrada ata a ser encaminhada à Comissão Executiva; 3º) Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão Julgadora, ouvida a Comissão Executiva do IV Colóquio, constituída pela Portaria nº 15/08. Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 18/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, atendendo ao que lhe foi sugerido pela Comissão Executiva do IV Colóquio de Institutos Históricos Brasileiros, RESOLVE: 1º ) Revogar a Portaria 17A/08 e instaurar a COMISSÃO JULGADORA DO PRÊMIO PEDRO CALMON-2008, com a seguinte composição dos sócios: R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 253 Editais e Portarias – Elysio de Oliveira Belchior – Maria de Lourdes Viana Lyra – Lucia Maria Paschoal Guimarães 2º) Dos trabalhos será lavrada ata a ser encaminhada à Comissão Executiva; 3º) Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão Julgadora, ouvida a Comissão Executiva do IV Colóquio, constituída pela Portaria nº 15/08. Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 19/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Art. 1o – Constituir Comissão Executiva para planejar, organizar e implementar atividades relacionadas às Comemorações do Ano da França no Brasil (2009). Art. 2o – Designar para compor a Comissão, sob a presidência do primeiro, os sócios: Vasco Mariz José Arthur Rios Maria da Conceição Coutinho Beltrão Ronaldo Rogério de Freitas Mourão 254 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 Atos do Presidente Rio de Janeiro, 29 de outubro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 20/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Acrescentar à Comissão Executiva das Comemorações do Ano da França no Brasil (2009), constituída através da Portaria nº 19/08, de 29 de outubro de 2008, o Sócio Honorário brasileiro Marcos Castrioto Azambuja. Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 21/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições e tendo em vista haverem os Institutos Históricos, presentes ao IV Colóquio de Institutos Históricos Brasileiros, deliberado, em Sessão Administrativa, deferir ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro o julgamento das obras inscritas para concorrerem ao Prêmio Pedro Calmon – 2008. RESOLVE: 1º ) Dar nova configuração à Comissão instituída para julgamento do Prêmio Pedro Calmon – 2008, nomeando para integrarem-na os seguintes sócios: Elysio de Oliveira Belchior R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 255 Editais e Portarias Maria de Lourdes Viana Lyra Lucia Maria Paschoal Guimarães 2º) Revoga as indicações constantes do Art. 1º, da Portaria nº 17A, de 15/10/2008,ratificando o disposto em seus Artigos 2º e 3º. Rio de Janeiro, 10 de dezembro de 2008. Arno Wehling Presidente PORTARIA Nº 22/08 O Presidente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no uso de suas atribuições, RESOLVE: Nomear, para compor o Conselho Consultivo da Revista, Renato Pinto Venâncio, em substituição a Braz Augusto Aquino Brancato. Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 2008. Arno Wehling Presidente 256 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):239-256, out./dez. 2008 Relatórios setoriais III.2 – Relatórios setoriais BIBLIOTECA Relatório das atividades Período de outubro de 2007 a outubro de 2008 Relatório das atividades desenvolvidas pela Biblioteca do IHGB no período de outubro de 2007 a outubro de 2008. 1 – Atividades de rotina: –– Agradecimentos, registro, catalogação e arranjo das publicações recebidas –– Higienização das publicações e encadernação, quando necessária –– Análise das publicações, com descarte das duplicatas –– Digitalização das publicações correntes –– Colocação no computador, com nova catalogação, do acervo antigo, que ainda se encontra em fichas datilografas –– Atendimento a consultas internas e externas –– Estatísticas dos livros recebidos e do movimento da Sala de Leitura –– Colaboração no Noticiário do IHGB: Algumas pesquisas e Livros Recebidos –– Autorização para reprodução da documentação –– Atendimento aos consulentes na Sala de Leitura 2 – Atividades desenvolvidas: –– Continuação dos trabalhos de restauração dos livros da Biblioteca Americana de Von Martius (séc. XVI-XVIII) –– Finalização do tratamento e catalogação da Coleção Guilherme Schubert –– Tratamento da catalogação da Coleção Emilio Garrastazu Médici 3 – Enriquecimento do acervo: Doação – 2.450 livros Compra (FARP, Leilões) – 24 livros R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):257-258, out./dez. 2008 257 Biblioteca Comodato: Victorino Coutinho Chermont de Miranda – 25 livros 4 – Visitas à Biblioteca: Universidade Federal Fluminense – Departamento de História Professora Beatriz Kushnir – Participação: 10 alunos Edward L. Widmer Diretor da John Carter Brown Library Universidade Federal do Rio de Janeiro – Faculdade de Medicina Professor Carlos Alberto Basílio de Oliveira – Participação: 8 alunos Universidade Gama Filho Acompanhante: Elysio de Oliveira Belchior – Participação: 10 alunos Cláudio Magnavita Jornalista 6 – Participação em palestras: Palestra do Coronel Ronaldo Braga – “Segurança de Instituições Culturais” Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro 7 – Digitalização do acervo: Total de itens digitalizados disponíveis da Internet: 25.000 Maura Corrêa e Castro Chefe da Biblioteca 258 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):257-258, out./dez. 2008 Relatórios setoriais ARQUIVO Relatório das atividades Período de outubro de 2007 a outubro de 2008 A - ATIVIDADES DE ROTINA: –– Análise crítica dos documentos manuscritos. –– Pesquisas para identificação e classificação da documentação. –– Digitação do material produzido pela equipe técnica (planilhas, relações, inventários). –– Correspondência interna e externa. –– Arranjo da documentação. –– Confecção do material de acondicionamento da documentação (pastas, envelopes). –– Higienização dos documentos. –– Autorização para reprodução fotográfica ou xerográfica de peças do acervo. –– Acompanhamento das reproduções fotográficas (documentos textuais e iconográficos). –– Levantamento estatístico da documentação consultada. B – TRATAMENTO DO ACERVO: –– Em andamento o tratamento técnico dos Arquivos do General Osório e de Epitácio Pessoa (descrição e digitação). C – ENRIQUECIMENTO DO ACERVO: 1 - Doações: –– 1 - Eleições 2006 – Presidente, governador e senador: Luís Inácio Lula da Silva, Vladimir Palmeira e Jandira Feghali. Nº de documentos: 3 –– Cartões de visita de Eugênio Castro, Miguel Calmon du Pin e Almeida, Paulo de Frontin e senhora. Nº de documentos: 3 Doador: Victorino Coutinho Chermont de Miranda. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):259-262, out./dez. 2008 259 Arquivo –– Condy Ragnet: sua vida, obra e educação. 20° aniversário da tese de doutorado apresentada à Universidade da Pensilvânia – USA em 1988. 1 folheto, 1 CD, 1 cartão de agradecimento. Doadora: Zélia de Sá Viana Camurça. –– Documentos sobre escravos: Livro contendo escrituras de compra e venda, cartas de liberdade. Incompleto. 1871-1873. Doador: Melquíades Pinto Paiva. –– Disco: Sérgio Cabral no Congresso – Deputado Federal – PSB Doador: Alfredo Brito. –– Documentos pertencentes a Antônio Carneiro Leão, destacando-se a correspondência com o diplomata e historiador Manuel de Oliveira Lima. Fundo Eva Tórtima. Doador: Pedro Tórtima. 2 - Adquiridos por compra: a) FARP: –– Volantes de propaganda eleitoral: a) Para Presidente da República e Vice-Presidente: Getúlio Vargas e João Pessoa, b) Movimento Popular Jânio Quadros. –– Discos: a) Monumento apresenta – A Carta – Testamento de Getúlio Vargas na interpretação de Silvino Netto, b) Amaral Neto na XV Convenção Nacional da UDN – A Verdade custe o que custar. –– Cartões de visita: General e sra. Gaspar Dutra, Henrique Dodsworth (prefeito do Distrito Federal), Monseigneur Aloisi Masella. –– Cardápio do almoço oferecido a Sua Excelência Sr. Presidente da República Dr. Juscelino Kubitschek de Oliveira, por ocasião da inauguração das obras da BR-2, trecho São Paulo-Curitiba. Registro, 24.1.1961. b) Leilão: –– Volantes de propaganda eleitoral: a) Não desespere! Jânio vem aí..., b) Eleitorado culto e inteligente do Brasil, Minas e Juiz de Fora – Se quiserdes redemocratizar a República e engrandecer a Pátria, votai o 260 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):259-262, out./dez. 2008 Relatórios setoriais –– –– –– –– nome do major-brigadeiro Eduardo Gomes para Presidente da República. Cardápio do almoço em homenagem a Enrico Ferrri. Com autógrafo. Rio de Janeiro, 27.11.1908. Cassino balneário da Urca. Grill Room. Rio de Janeiro. Impresso. Título de eleitor nº 22 de Luís Domingues Branco. Província de São Paulo. Município da Parnaíba. São Paulo, 1.9.1881. Notas fiscais: G. Huebner & Amaral, J. B. Pedrosa & C. (2); Companhia de Transportes e Carruagens, Officina Vulcano (2); Freitas, Couto & Ca. Ferragens, Tintas e Artigos de Cozinha (2); Fábrica Nacional de Artefatos de Borracha e Manuel Moreira Dias, Depósito de Máquinas de Timóteo Martins & C. (2); A. S. Coqueiro, Julio Miguel de Freitas & Cia. (2); Cunha & Fernandes (2); A. F. Vieira, Alfaiataria de A. L. Oliveira (2); Campos, Silva & C. (1); Carlos Conteville & Cia., Oscar Tavares & Comp. (2); Alexandre Ribeiro & Comp. (1); Vicente dos Santos Caneco & C. (1); Melo Sampaio & Ca. – Ao fogão econômico (1); Fundição de Ferro e Bronze-M.S.Lino (1); José Silva & Comp. (1); Casa Globo – M.R. Paiva (1); Lobo da Costa, Gomes Neto & Cia. (1). D – ATENDIMENTO DE PEDIDOS DE REPRODUÇÃO: 7 (sete) pedidos. E - VISITAS AO ARQUIVO: –– Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ Instituto de Filosofia e Ciências Humanas - Departamento de História - Cadeira de Arquivística. Prof. Jaime Antunes da Silva - 8 alunos Data: 1.7.2008 –– Universidade Gama Filho Visita de alunos acompanhados pelo Dr. Elysio de Oliveira Belchior, 2º secretário do IHGB. Data: 9.7.2008 –– Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):259-262, out./dez. 2008 261 Arquivo Faculdade de Medicina Dr. Carlos Alberto Basílio de Oliveira - 8 alunos Data: 26.8.2008 F – PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS: –– Exposição “Barão de Mauá” Local: Centro Cultural Banco do Brasil Período: 14.7.2008 a 10.8.2008 Material exposto: Documentos textuais: 11 Iconografia: 1 foto, 1 litografia e 1 álbum –– Posse do Presidente de Portugal Aníbal Cavaco Silva como Presidente de Honra do IHGB. Exposição de peças do acervo do IHGB Local: IHGB Data: 7.3.2008 Material exposto: Documentos textuais: 5 G – PARTICIPAÇÃO EM PALESTRAS: –– Palestra do Coronel Ronaldo Braga Tema: Segurança de Instituições Culturais Local: Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro Data: 5. 8.2008 H - AUTOMAÇÃO DO ARQUIVO: Disponibilizados para o usuário: –– Coleção IHGB e Arquivos: General Osório, Victorino Chermont de Miranda, João Severiano, Fonseca Hermes, Paulo de Frontin, Hélio Viana e Wanderley Pinho. Total de itens até a presente data: 22.269 CONCLUSÃO: O Arquivo funcionou, durante o ano de 2008, com 2 funcionárias: 1 Arquivista e 1 Auxiliar de Arquivo. Os programas de trabalho foram desenvolvidos dentro do tempo previsto. 262 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):259-262, out./dez. 2008 Relatórios setoriais Lucia Maria Alba da Silva Chefe do Arquivo ARQUIVO ICONOGRAFIA Relatório das atividades Período de outubro de 2007 a outubro de 2008 A – ATIVIDADES DE ROTINA: –– Pesquisa. –– Registro no livro de entrada do acervo. –– Digitação de planilhas de descrição. –– Digitalização de peças do acervo. –– Acompanhamento das reproduções fotográficas. –– Confecção de envelopes, caixas, pastas para acondicionamento. B – ATENDIMENTO DE PEDIDOS DE REPRODUÇÃO: –– Solicitante: Vladimir Sacchetta – Cia. da Memória Material solicitado: 6 fotos Finalidade: Caderno iconográfico da biografia do general Osório, série Perfis Brasileiros, da Companhia das Letras. –– Solicitante: Ana Laura N. Sousa Material solicitado: Fotos de D. Romualdo Seixas, Padre Anchieta, Diogo Feijó, Seminário de Olinda, Jesuítas. (5) Finalidade: Edição de livro. –– Solicitante: Marcus Monteiro, Diretor Geral INEPAC Material solicitado: 29 Finalidade: Publicação de livro de memória fotográfica da Baixada Fluminense. –– Solicitante: Rogério Rezende Material solicitado: 1 foto –– Solicitante: Embaixador Vasco Mariz R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):263-267, out./dez. 2008 263 Arquivo/Iconografia Material solicitado: 6 Finalidade: Publicação do livro “A Música no Rio de Janeiro no tempo de D. João”. –– Solicitante: Mariângela Castro – Fundação Roberto Marinho Material solicitado: Retrato de José Maurício Nunes Garcia Finalidade: Produtos educativos e de divulgação do Projeto de Restauro da Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé. –– Solicitante: Regina Cascão: Colégio Brasileiro de Genealogia (CBG) Material solicitado: Retrato de Vicente Costa Santos Tapajós –– Solicitante: Guilherme de Andréa Frota Material solicitado: Iconografia sobre o visconde de Inhaúma. 5 fotos –– Solicitante: Rodrigo Moura Visoni Material solicitado: 1 foto –– Solicitante: Priscila Serejo Material solicitado: 7 –– Solicitante: Adriana Barreto de Sousa Material solicitado: Retrato do visconde de Majé Finalidade: Tese de doutoramento. –– Solicitante: Bruno Porto – Editora Objetiva Material solicitado: 29 Finalidade: Livro: “Condessa de Barral” (provisório) de Mary Del Priore. –– Solicitante: Cyro Ferreira Filizola Zucarino Material solicitado: Foto de João Bráulio Muniz Finalidade: Opúsculo sobre o regente e sua passagem pela ilha de Paquetá. –– Solicitante: Maria José dos Santos Cunha Material solicitado: 3 fotos 264 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):263-267, out./dez. 2008 Relatórios setoriais Finalidade: Tese de doutoramento sobre os jesuítas no Espírito Santo. –– Solicitante: João E. da Costa Machado – Instituto Histórico e Geográfico de Caxias (MA) Material solicitado: Foto de César Augusto Marques. –– Solicitante: Ernesto Regino Xavier de Carvalho Material solicitado: Forte de Monteserrate Finalidade: Publicação institucional do Centro de Recursos Ambientais (Salvador-BA). –– Solicitante: Casa de Oswaldo Cruz – FIOCRUZ Material solicitado: 13 –– Solicitante: Nataraj Trinta Material solicitado: Missa Campal em homenagem a Princesa Isabel, a 17 de maio de 1888. Finalidade: Revista de História da Biblioteca Nacional. nº 29. C – ENRIQUECIMENTO DO ACERVO: Doações: –– Fotografia de Hamilton Nogueira – 1897 Doador: Victorino Coutinho Chermont de Miranda. –– Fotografias do IHGB. Jonas de Morais Correia Filho. 1972, 1977 e 1978 – 6 fotos Doador: General Jonas de Morais Correia Neto. –– Ressaca em Botafogo – Fotografia Doadora: Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha. –– Calendário: Postais de Alagoas – 2008 Doador: Douglas Apratto Tenório – Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. –– Egon e Frieda Wolf, com padrinhos, no casamento (cópia). Doador: Carlos Wehrs. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):263-267, out./dez. 2008 265 Arquivo/Iconografia –– Marquesa de Lages – Litografia Doador: Miguel Salles. –– Arcos da Lapa – cartão-postal (6) Doador: Pedro Tórtima. –– Dom João VI – Rei do Reino Unido de Portugal, do Brasil e Algarves. Homenagem do Instituto Dom João VI no 2º Centenário da Transferência da Família Real para o Brasil. Doador: Victorino Coutinho Chermont de Miranda. –– Brasão da Família Trompowsky Doadora: Atella Maria B. T. L de Oliveira. –– Fotos de Augusto Malta: 41 Fotos diversas: 7 Doador: Pedro Tórtima. –– Ilustrações do falecido sócio Geraldo de Menezes no Jornal de História e Geografia do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 1988-1992. (cópias xérox). Doadora: Cybelle Moreira de Ipanema. Adquirido por compra: a) FARP: –– Retratos de Carlos Lacerda: 3 –– Retratos diversos: 10 –– Retrato: Manuel Duarte, Washington Luís Pereira de Sousa, entre outros. b) Leilão: –– Fotografias de Getúlio Vargas, Café Filho, Nereu Ramos, Epitácio Pessoa: 3 –– Posse da governadoria do Acre – Ministério da Justiça – Rio. Carlos Luz, Presidente da República – Litografia: 1 Comodato: 266 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):263-267, out./dez. 2008 Relatórios setoriais –– Bilhete postal – Associação de Cartofilia do Rio de Janeiro. XVIII Jornada Nacional de Cartofilia. Comodante: Victorino Coutinho Chermont de Miranda. –– Exportadores de café (Barão de Matos Vieira, comendador Francisco Joaquim Gomes, Paulo Arnaud da Silva Taveira, Albano Raimundo da Fonseca Marques). Foto. Comodante: Victorino Coutinho Chermont de Miranda. –– Retrato do Barão de Pouso Alto. Retrato do Barão de Calera. Comodante: Victorino Coutinho Chermont de Miranda. D – AUTOMAÇÃO DO ARQUIVO: –– Itens disponibilizados para usuários até a presente data: 5.003 Lucia Maria Alba da Silva Chefe do Arquivo R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):263-267, out./dez. 2008 267 Relatórios setoriais HEMEROTECA A Hemeroteca continua a atuação no sentido de aprimorar o atendimento ao público, sobretudo através da indexação da coleção completa da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e outros periódicos em sua base de dados. O acervo está todo indexado. Incorporação ao acervo: Foram indexados 119 artigos de periódicos, 117 informações contidas nas atas de Revista e 182 periódicos. A base de dados já se encontra com 8.907 artigos, 5.302 títulos de periódicos e 104.294 fascículos. Atendimento por e-mail: Foram atendidas 78 consultas Conservação: Higienização de 1.594 periódicos, entre eles o Jornal do Commercio, Correio Official (RJ), o Cruzeiro (RJ), A Província (PE), Diário do Governo (RJ) e A União (PB); Restauração de quatro volumes de periódicos raros: Gazeta de Lisboa Occidental (1718 e 1722), A Idade d’Ouro do Brazil (1812), e Brazil Ilustrado (1888); Encadernação de 48 números da Revista do IHGB. Digitação: A Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro já se encontra toda digitalizada do t. 1, 1839 ao n. 438, jan/mar. 2008. Folha do Acre (1910-1912). Sob a responsabilidade da Hemeroteca e operação do funcionário Givonildo Luiz da Silva, foram atendidos 191 pedidos de digitalizações, atendendo aos setores: Biblioteca, Arquivo e Hemeroteca. Aquisição por compra: Brasil Reportagens – 2; Careta – 2; O Cruzeiro – 2; Fatos & Fotos – 6; Ilustração Brasileira – 9; O Malho – 3: Manchete – 66; A Manhã R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):269-270, out./dez. 2008 269 Hemeroteca – 1; O Momento – 12; Mundo Ilustrado – 44; Noite Ilustrada – 1; Revista da Semana – 1 e Sétimo Céu (Portugal aclama JK) – 1. Ao todo foram adquiridos 110 números de periódicos para preencherem as lacunas de acervo. Intercâmbio: A distribuição da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro é feita para 166 bibliotecas de Institutos Históricos Estaduais e Municipais, Academias, entidades e universidades nacionais e estrangeiras. Participação em palestras: Palestra sobre Proteção contra Incêndio aplicada pela Firma Mentor realizada na CEPHAS. Palestra do Cel. Ronaldo Braga sobre Segurança de Instituições Culturais, realizada no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Visitantes: Edward L. Widner – Diretor da John Carter Brown Library. Comissão do presidente de Portugal Aníbal Cavaco e Silva. Cláudio Magnavita – jornalista de turismo. Estudantes da Universidade Gama Filho. Projetos: Em andamento: disponibilidade dos números digitalizados da Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro na base de dados, nos terminais da Sala de Leitura. Celia da Costa Chefe da Hemeroteca 270 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):269-270, out./dez. 2008 Relatórios setoriais MUSEU Compras/FARP: –– 01 (uma) medalha de bronze. 3ª Conferência Internacional Americana, 1906. –– 01 (uma) medalha de prata. Presidente José Linhares. –– 01 (uma) medalha de prata. Presidente João Café Filho. –– 01 (uma) medalha de bronze. Visita do Presidente Harry Truman ao Brasil, 1947. –– 01 (uma) flâmula de propaganda política. Campanha presidencial de Juscelino Kubitschek, 1955. –– 01 (uma) flâmula comemorativa. Visita do presidente Juscelino Kubitschek ao Amapá. –– 01 (um) prato decorativo. Porcelana francesa com o retrato de Santos Dumont. –– 01 (um) button de propaganda política. Campanha Civilista, com o retrato do marechal Hermes da Fonseca. –– 01 (um) button de propaganda política. Partido da Soberania Nacional – 33. Doações: –– 01 (uma) medalha comemorativa. 170 anos do Arquivo Nacional. –– 01 (um) medalhão Comemorativo. Centenário de Nascimento do Prof. Ernesto de Mello Salles Cunha, por doação de Thales Ribeiro de Magalhães. –– 01 (uma) peça comemorativa. Bicentenário da Chegada da Família Real, por doação de Antônio da Silva Pena Loulé. –– 01 (um) retrato a óleo. Visconde de Andaraí, de autoria de Vienot et Morisset, doação de D. Laura Cerqueira Lima, por intermédio do sócio João Mauricio de Araújo Pinho. –– 01 (um) retrato a óleo. Não assinado, de James Andrew, idem. –– 01 (um) retrato a óleo. Não assinado, de Margarida d´Assunção Silva Andrew, idem. –– 01 (um) retrato a óleo. Não assinado, de Benedita Cândida Andrew R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):271-273, out./dez. 2008 271 Museu de Souza, idem. –– 01 (um) retrato a lápis de cera. Visconde de Andaraí, de autoria de Valle, idem. –– 01 (uma) fotografia colorisada. Barão de Aimorés, em formato bombée, emoldurada, com a marca do atelier da Chicago Portrait Company, por doação de descendentes do referido titular, por intermédios da prof. Regina Wanderley. –– 01 (uma) fotografia colorisada. Baronesa de Aimorés, em formato bombée, emoldurada, com a marca do atelier da Chicago Portrait Company, por doação de descendentes da referida titular, por intermédios da prof. Regina Wanderley. –– 01 (um) prato de porcelana. Limoges, França, com detalhes policromados e aplicação de ornatos florais e inscrição “DEODORO” – fim do século XIX, do aparelho de jantar do Mal. Deodoro da Fonseca, por doação de Francisco José Andrade Ramalho. –– 01 (um) protetor de caixa de fósforos. Campanha eleitoral de 1950. Para Presidente Getúlio Vargas e para Governador Ernani do Amaral Peixoto por doação de Maura Macedo Correa e Castro. Legado da sócia Maria Cecília Ribas Carneiro: 1. Espátula em bronze com incrustação em marfim de cabeça feminina coroada com louros com a inscrição em baixo relevo “Dr”, e abaixo o monograma “RC” de seu pai, o jurista Edgar Ribas Carneiro. No verso da peça existe a inscrição “Bernoud”. 2. Estojo em jacarandá com guarnições em prata em estilo rococó tendo ao centro o emblema da justiça e uma pequena placa com a inscrição em baixo relevo “RC”, do jurista Edgard Ribas Carneiro. 3. Pequena placa em jacarandá e metal banhado à prata com o brasão policromado da cidade de Porto Alegre e as inscrições em baixo relevo “A Câmara Municipal de Porto Alegre agradece a honrosa visita de”, e, em letra manuscrita, “Maria Cecília Ribas Carneiro”. 4. Moeda em prata com a inscrição: verso “UM PESO 1947 Mo. 14 Gr. 0.500.” (com perfil masculino imberbe com a identificação “Morelos”, um dos mártires da Independência mexicana), reverso “Estados 272 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):271-273, out./dez. 2008 Relatórios setoriais Unidos Mexicanos” (com emblema do México). 5. Estatueta de bacamarteiro nordestino portando arma e cachimbo, com a inscrição: “Zizuino Brilante” na parte inferior frontal e atrás “JFS”. 6. Estatueta em barro cozido, madeira e arame representando vendedor de peixes com chapéu, cachimbo e duas cestas com peixes, uma delas danificada. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):271-273, out./dez. 2008 273 Publicações recebidas III.3 – Publicações Recebidas Livros Recebidos ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Arquivo. Arquivo dos Acadêmicos: guia geral. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2003. 230 p. ___ . Arquivo Machado de Assis. Rio de Janeiro: inventário. 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CDs: .......................................................................................... 2.499 3.596 1.761 1.955 804 01 67 VISITAS AO MUSEU NO ANO DE 2008 VISITAS: .................................................................................. 173 ACESSOS AO SITE NO ANO DE 2008 ACESSOS: ............................................................................... 56.195 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):295-295, out./dez. 2008 295 Cadastro Social IV – QUADRO SOCIAL IV.1 – Cadastro Social A - POR CLASSES Presidentes Honorários 1. Dom Juan Carlos de Bourbon, da Espanha 25-05-1983 Palácio de La Zarzuela - Madrid – Espanha 2. José Sarney Ala Sen. Ruy Carneiro - Gab. 3 - Anexo 02-10-1985 II/B - Senado Federal - 70165-900 Brasília - DF 3. Jornal Gazeta de Alagoas – Av. Aristeu Fernando Collor de Mello 13-12-1991 de Andrade, 355 – Farol – Maceió – AL – 57051-090 – Fone.: (82) 3218-7700 4. Fernando Henrique Cardoso Instituto Fernando Henrique Cardoso – Rua Formosa, 367 – 6o andar – Centro 03-10-1999 – São Paulo – SP – 01049-000 – Fone.: (11) 3359-5000 5. Jorge Sampaio 24-04-2000 Praça Afonso de Albuquerque - Palácio de Belém - 1300 - Lisboa – Portugal 6. Aníbal Cavaco Silva 07-03-2008 Palácio de Belém – Calçada da Ajuda, nº 11 – 1349022 – Lisboa - Portugal Sócios Eméritos 01 – Beneméritos 1. Luiz de Castro Souza Rua Sebastião Lacerda, 31/507 26-06-1963 Laranjeiras - Rio de Janeiro - RJ - 22240110 - Fone: (21) 2557-3425 2. Max Justo Guedes Rua Sambaíba, 166/104 - Leblon - Rio 15-12-1967 de Janeiro - RJ - 22450-140 - Fone.: (21) 2274-0374 3. Isa Adonias Rua Tonelero, 125/801 - Copacabana 04-09-1968 Rio de Janeiro - RJ - 22030-000 - Fone.: (21) 2257-3304 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 297 Por classes 02 - Eméritos 4. Enélio Lima Petrovich 21-05-1969 Rua Açu, 703 – Tirol – Natal RN – 59020-110 – Fone.: (84) 3222-3050 5. Augusto Carlos da Silva Telles 19-05-1971 Caixa Postal 85828 - Pati do Alferes - RJ – 26950-000 - Fone.: (24) 2485-6690 6. João Hermes Pereira de Araújo Rua Gago Coutinho, 66/901 - Laranjeiras 19-05-1971 - Rio de Janeiro - RJ - 22221-070 - Fone.: (21) 2558-0100 7. Affonso Arinos de Mello Franco Praia de Botafogo, 130/801 – Botafogo 19-05-1971 Rio de Janeiro - RJ - 22250-040 - Fone.: (21) 2552-5922 8. Lygia da Fonseca Fernandes da Cunha Rua Senador Vergueiro, 200/409 – 19-05-1971 Flamengo - Rio de Janeiro - RJ – 22230001 - Fone.: (21) 2552-6177 9. Affonso Celso Villela de Carvalho Av. Celso Garcia, 564 – Palmas – Paulo 11-12-1974 de Frontin – RJ - 26650-000 – Fone.: (24) 2471-2566/2468-1340 10. Luís Henrique Dias Tavares Av. Princesa Leopoldina, 214/1003 15-12-1975 Edf. Serza Real – Graça - 40150-080 Salvador - BA – Fone.: (71) 3245-3524 11. Cybelle Moreira de Ipanema Rua Rui Vaz Pinto, 130/302 – Jardim Guanabara - Ilha do Governador - Rio de 15-12-1976 Janeiro - RJ - 21931-390 – Fone.: (21) 3393-3927 12. Thalita de Oliveira Casadei Rua Lemos Cunha, 414/402 – Icaraí – 15-12-1976 Niterói – RJ – 24230-130 – Fone.: (21) 3711-8385. 13. Claudio Moreira Bento Casa da Palmeira Imperial – Rua Florença, 266 - Jardim das Rosas 13-12-1978 Itatiaia - RJ – 27580-000 – Fone.: (24) 3354-2988 14. Walter Fernando Piazza Rua Frei Evaristo, 172 – Centro – 13-12-1978 Florianópolis – SC – 88015-410 Fone.: (48) 3222-3014 298 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 15. Lêda Boechat Rodrigues Rua Paul Redfern, 23/C. 01 – Ipanema 17-12-1979 Rio de Janeiro - RJ – 22410-080 - Fone.: (21) 2239-8233 16. Lucinda Coutinho de Mello Coelho Rua Argentina, 306 – Nogueira – 16-12-1981 Petrópolis – RJ – 25730-120 – Fone.: (24) 2221-0777 17. Vasco Mariz Av. Atlântica, 2150/1102 - Leme - Rio 27-10-1982 de Janeiro - RJ - 22021-001 - Fone.: (21) 2255-9517 Sócios Titulares 1. Pedro Jacinto de Mallet Joubin Rua Senador Eusébio, 30/204 – 11-12-1974 Flamengo – Rio de Janeiro - RJ – 22250020 - Fone.: (21) 2552-7460 2. Arno Wehling Rua Soares Cabral, 59/603 – Laranjeiras 15-12-1976 - Rio de Janeiro - RJ 22240-070 - Fone.: (21) 2553-5677 3. Waldir da Cunha Rua Belfort Roxo, 158/302 – Copacabana 15-12-1976 – Rio de Janeiro - RJ – 22020-010 Fone.: (21) 2541-5613/9826 4. José Pedro Pinto Esposel Rua Comte. Miguelote Viana, 141 Icaraí 13-12-1978 – Niterói - RJ - 24220-190 – Fone.: (21) 2711-8663 5. Evaristo de Morais Filho Rua Domingos Ferreira, 102/303 Copacabana – Rio de Janeiro - RJ 10-12-1980 22050-010 – Fone.: (21) 2547-5629 / 2240-8314 6. Paulo Werneck da Cruz Rua Canning, 10/602 - Ipanema - Rio de 10-12-1980 Janeiro - RJ - 22081-040 – Fone.: (21) 2287-6966 7. Guilherme de Andréa Frota Av. Rui Barbosa, 16/1802 - Flamengo – 16-12-1981 Rio de Janeiro - RJ - 22250-020 - Fone.: (21) 2551-8717 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 299 Por classes 8. Arnaldo Niskier Rua Prudente de Morais, 765 - Cob. 02 16-12-1981 – Ipanema - Rio de Janeiro - RJ – 22420043 - Fone.: (21) 2267-7655 9. Evaldo José Cabral de Mello Rua Barão de Jaguaribe, 297/301 28-10-1987 Ipanema - Rio de Janeiro - RJ - 22421000 - Fone.: (21) 2247-2574 10. Joaquim Victorino Portella Ferreira Alves Av. Atlântica, 1536/801 - Copacabana – 13-07-1988 Rio de Janeiro - RJ - 22021-000 - Fone.: (21) 2295-2000 / 2541-3000 11. Alberto Venâncio Filho Praia de Botafogo, 132/401 - Botafogo 17-08-1988 Rio de Janeiro - RJ - 22250-040 - Fone.: (21) 2551-0159 12. Eduardo Silva Rua Viúva Lacerda, 300/601 - Humaitá 17-08-1988 Rio de Janeiro - RJ - 22261-050 – Fone.: (21) 2539-5845 13. José Arthur Rios Travessa do Oriente, 83 - Santa Teresa 29-03-1989 Rio de Janeiro - RJ – 20240-120 - Fone.: (21) 2224-6765 14. Marilda Corrêa Ciribelli Rua Lopes Trovão, 89/801 - Icaraí – 07-06-1989 Niterói – RJ - 24220-070 – Fone. (21) 2711-4305 15. Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão Rua Prudente de Morais, 1179 - Cob. 01 20-09-1989 – Ipanema - Rio de Janeiro - RJ – 22420041 – Fone.: (21) 2513-2691 16. Carlos Wehrs Rua Senador Vergueiro, 154/1203 – 29-11-1989 Flamengo - Rio de Janeiro - RJ – 22230001 - Fone.: (21) 2551-6916 17. Francisco Luiz Teixeira Vinhosa Estr. Caetano Monteiro, 2835 - Rua B, 356 – Pendotiba - Niterói - RJ – 24310030 - Fone.: (21) 2617-6818 12-12-1990 Rua Sergipe, 472 / 1206 – Funcionários – 30130-170 – Belo Horizonte – MG – Fone: (31)3212-4504 18. Antônio Gomes da Costa Av. Osvaldo Cruz, 121/902 – Flamengo 29-04-1992 – Rio de Janeiro – RJ – 22250-060 – Fone.: (21) 2253-5351 300 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 19. João Maurício Ottoni Wanderley de Araújo Pinho Rua Pio Correia, 55 - Jardim Botânico 29-04-1992 Rio de Janeiro - RJ – 22461-240 - Fone.: (21) 2252-7059 20. Jonas de Morais Correia Neto Rua Prof. Eurico Rabelo, 139 – Maracanã 24-06-1992 – Rio de Janeiro - RJ – 20271-150 Fone.: (21) 2569-7782 21. Esther Caldas Bertoletti Rua das Laranjeiras, 147/204 – Laranjeiras – Rio de Janeiro - RJ – 16-12-1992 22240-000 - Fone.: (21) 2557-5604 / 2557-5625 22. Victorino Coutinho Chermont de Miranda Rua Eurico Cruz, 47/1101 - Jardim 16-12-1992 Botânico - Rio de Janeiro - RJ - 22461200 - Fone.: (21) 2535-2273 23. Elysio Custódio Gonçalves de Oliveira Belchior Rua Homem de Melo, 347/701 - Tijuca – 09-06-1993 Rio de Janeiro - RJ - 20510-180 - Fone.: (21) 2571-9561 / 3804-9265 24. Luiz Felipe de Seixas Corrêa Embaixada do Brasil no Vaticano – Via 09-06-1993 della Conciliazione 22 – 3 piano 00193 – Roma - Itália 25. Miridan Britto Falci Rua Des. Alfredo Russel, 50/101 – 09-06-1993 Leblon - Rio de Janeiro - RJ - 22431030 - Fone.: (21) 2274-0302 26. Ronaldo Rogério de Freitas Mourão Av. do Exército, 105 - Casa - Quinta da 08-06-1994 Boa Vista - 20910-020 – Rio de Janeiro - RJ - Fone.: (21) 2580-7154 Rua Fernando Magalhães, 45 – Jardim 27. Helio Jaguaribe de Mattos 14-12-1994 Botânico – Rio de Janeiro – RJ – 22460210 – Fone: 3205-4668 28. Pedro Carlos da Silva Telles Rua Voluntários da Pátria, 181/201 – 14-12-1994 Botafogo - Rio de Janeiro - RJ - 22270000 - Fone.: (21) 2538-0726 29. Marcos Guimarães Sanches Rua Barão de São Borja, 23/101 – Meier 28-06-1995 - Rio de Janeiro - RJ – 20720-300 – Fone.: (21) 2592-9224 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 301 Por classes 30. Vera Lucia Bottrel Tostes Rua Francisco Otaviano, 23 - Bl. 2 - apt. 301 – Copacabana – Rio de Janeiro - RJ 18-12-1996 – 22080-040 - Fone.: (21) 2287-9282 (21) 2220-2328 (museu) 31. Hélio Leoncio Martins Rua Raul Pompéia, 53/501 – Copacabana 13-08-1997 – Rio de Janeiro - RJ – 22080-000 Fone.: (21) 2522-4742 32. Cândido Antonio Mendes de Almeida Rua Paulo Cesar de Andrade, 70/302 Laranjeiras - Rio de Janeiro - RJ- 22221090 – Fone.: (21) 2264-1725 - Trab.: 13-08-1997 Praça XV de Novembro, 101/ sl. 26 – Centro - Rio de Janeiro - RJ – 20010010 – Fone.: (21) 2531-2310 – Fax: 2533-4782 33. Fernando Tasso Fragoso Pires Rua Arthur Araripe, 53/702 – Gávea 28-04-1999 – Rio de Janeiro – RJ – 22451-020 – Fone.: (21) 2239-7491 34. Alberto Vasconcellos da Costa e Silva Rua das Laranjeiras, 322/401 – 21-08-2002 Laranjeiras – Rio de Janeiro – RJ – 22240-002 – Fone.: (21) 2265-2002 35. Maria de Lourdes Viana Lyra Rua das Acácias, 101/904 – Gávea – Rio 19-11-2003 de Janeiro – RJ – 22451-060 – Fone.: (21) 2274-3436 36. Armando de Senna Bittencourt Rua Alberto de Campos, 107/cob. 2 – 25-08-2004 Ipanema – 22411-030 – Rio de Janeiro – RJ – Fone.: (21) 2267-5965 37. Roberto Cavalcanti de Albuquerque Rua Paula Freitas, 104/405 – Copacabana 15-12-2004 – Rio de Janeiro – RJ – 22040-010 – Fone.: (21) 2235-8742 / 8743 Sócios Honorários Brasileiros 1. 302 Jarbas Gonçalves Passarinho SHIS - QL 06 – Conj. 08 - Casa 7 - Lago 29-04-1970 Sul – Brasília - DF - 71620-085 - Fone.: (61) 3248-0820 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 2. Dom Eugênio de Araújo Sales Rua Visconde de Pirajá, 339/8º andar – 19-05-1971 Ipanema - Rio de Janeiro – RJ – 22410003 - Fone.: (21) 2267-1255 3. Ibrahim Abi-Ackel Rua Curitiba, 2427/301 - Lourdes - Belo 25-05-1983 Horizonte - MG - 30170-122 – Fone.: (31) 3337-1479 - 3337-8454 4. Paulo Brossard de Souza Pinto Rua Dario Pederneiras, 347 – Petrópolis 30-09-1987 – Porto Alegre - RS - 90630-090 – Fone.: (51) 3321-8588 5. Antônio Henrique Cunha Bueno Rua Líbero Badaró, 293/13º. and. Conj. 13-07-1988 A – Centro – São Paulo – SP – 01009907 – Fone.: (11) 3105-7121 6. Celina Vargas do Amaral Peixoto 17-08-1988 7. José Ephraim Mindlin Av. Alfredo Egídio de Souza Aranha, 75 – Conj. 51/5o and. – Vila Cruzeiro – São 17-08-1988 Paulo – SP – 04726-170 – Fone.: (11) 5641-0493 8. Kátia M. Queirós Mattoso 21-12-1988 9. Marcos Castrioto de Azambuja Av Vieira Souto, 324 – ap 301 -= Ipanema – Rio de Janeiro – RJ – 22420-000 Rua Square Thiers - 75116 - Paris França – Fone.: (331) 4553-7141 Praia do Flamengo, 392/2º and. – Flamengo – Rio de Janeiro – RJ - 2221005-09-1990 030 – Fone.: (21) 2551-1613 / 25532454 10. João de Scantimburgo Rua Prof. Picarolo, 115/4º andar B - São 24-11-1993 Paulo - SP – 01332-020 – Fone.: (11) 2287-4951 11. Sérgio Paulo Rouanet Av Afrânio de Melo Franco, 393 – ap 24-11-1993 203 – Leblon – Rio de Janeiro – RJ 22430-060 – Fone: 2274-2875 12. Alexandre Miranda Delgado Rua Carvalho Alvim, 87/204 - Tijuca – 28-06-1995 Rio de Janeiro - RJ - 20510-100 - Fone.: (21) 2208-6214 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 303 Por classes 13. Pe. Fernando Bastos de Ávila, S.J. Rua Bambina, 115 – Botafogo - Rio de 29-11-1995 Janeiro - RJ – 22251-050 – Fone.: (21) 3527-2903 14. José Murilo de Carvalho Rua Senador Vergueiro, 154/1004 – 29-11-1995 Flamengo - Rio de Janeiro – RJ – 22230001 Alameda Joaquim Eugênio de Lima, 15. Antonio Candido de Melo 1196/apt. 5 - Jardim Paulista - São Paulo 13-08-1997 e Souza - SP – 01403-002 - Fone.: (11) 38876194 16. Antonio Ferreira Paim Instituto Tancredo Neves – Senado 13-08-1997 Federal – Anexo I – 26º. Andar – 70165900 – Brasília – DF 17. Celso Lafer 13-08-1997 18. Eulália Maria Lahmeyer Lobo Rua Senador Simonsen, 42/401 – Jardim 13-08-1997 Botânico - Rio de Janeiro - RJ – 22461040 - Fone.: (21) 2539-7840 19. José Roberto Teixeira Leite Rua Angatuba, 618 – Pacaembu - São 13-08-1997 Paulo - SP - 01247-000 - Fone.: (11) 3873-4095 20. Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça QL 10 – conj 1 - casa 16 - Lago Sul – 13-08-1997 Brasília - DF - 71630-015 - Fone.: (61) 3248-6678 21. Roberto DaMatta Estrada de Itaipu –Alameda 3 - casa 33 13-08-1997 Jardim Ubá - Itaipu- Niterói - RJ-24350370 - Fone.: (21) 3709-1925 Av. Brigadeiro Faria Lima, 1306/10º. – Centro – São Paulo – SP- 01451-914 Rua Sá Ferreira, 188/704 – Copacabana 22. Tarcísio Meirelles Padilha 13-08-1997 Rio de Janeiro - RJ – 22071-100 - Fone.: (21) 2521-1102 304 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 23. Francisco Correa Weffort Av Epitácio Pessoa, 2800 – ap 403 – 16-12-1998 Lagoa – Rio de Janeiro – RJ – 22471003 – Fone: 2267-6628 / 2513-2058 24. Luiz Felipe Lampreia Rua Cupertino Durão, 148/401- Leblon – 05-07-2000 Rio de Janeiro - RJ – 22441-030 - Fone.: (21) 2529-2993 25. Fernando Segismundo Esteves Rua General Azevedo Pimentel, 21/201 04-07-2001 – Copacabana - Rio de Janeiro – RJ 22011-050 - Fone.: (21) 2236-1632 26. Pedro Karp Vasquez Praia de Icaraí, 237/1302 – Bloco B – 21-08-2002 Niterói – RJ – 24230-003 – Fone.: (21) 2714-1700 27. Célio de Oliveira Borja Rua Bulhões de Carvalho, 527/801 19-11-2003 – Copacabana – Rio de Janeiro – RJ – 22081-000 – Fone.: (21) 2247-3287 28. Davis Ribeiro de Sena Rua XV de Novembro, 132 – ap 702 – 15-12-2004 Centro – Campo Grande – MS – 79002141 Rua Ribeiro Guimarães, 220/403 – Vila 29. Ondemar Ferreira Dias Jr. 15-12-2004 Isabel – 20511-070 – Rio de Janeiro – RJ – Fone.: (21) 3612-0267 / 2264-9806 30. Lucia Maria Paschoal Guimarães Rua Alm. Tamandaré, 38/301 – Flamengo 28-09-2005 – Rio de Janeiro – RJ – 22210-060 – Fone.: (21) 2265-1610 31. Melquíades Pinto Paiva Rua Baronesa de Poconé, 71/701 – 28-09-2005 Lagoa – Rio de Janeiro – RJ 22471-270 – Fone.: (21) 2266-7880 32. Mary Lucy Murray Del Priore Chácara do Ipê – Estr. do grande Circuito, 04-10-2006 35 – Parque do Imbuí – Teresópolis – RJ – 25970-480 – Fone.: (21) 2641-9468 33. Antônio Izaias da Costa Abreu Rua Barão do Flamengo,. 3 ap 1101 – 17-10-2007 Flamengo – Rio de Janeiro – RJ – 22220080 - Fone: 3133-3614 (TJ) R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 305 Por classes 34. Dora Monteiro e Silva de Alcântara Av Epitácio Pessoa, 3400 – ap 1108 – 17-10-2007 Lagoa – Rio de Janeiro – RJ – 22471001 – Fone:2539-7994 35. Isabel Lustosa Rua Fonte da Saudade, 265 – ap 302 – 17-10-2007 Lagoa – Rio de Janeiro – RJ – 22471210 – Fone:2537-3097(FCRB) 36. Pedro Aranha Corrêa do Lago Av Visconde de Albuquerque., 871 – 17-10-2007 Leblon – Rio de Janeiro - RJ – 22450001 – Fone: 2239-4196 37. Antônio Celso Pereira Alves Rua Marina Guimarães, 197 – Barra da 10-12-2008 Tijuca – Rio de Janeiro – RJ – 22793236 – Fone: 3325-8685 / 3326-2928 38. D. João de Orléans e Bragança Rua Fresca, 4 – Centro Histórico de 10-12-2008 Paraty – Paraty – RJ – 23970-000 – Fone: (24) 3371-6143 39. Kenneth Henry Lionel Light Rua da Imperatriz, 65 – ap 502 – 10-12-2008 Petrópolis – RJ – 25685-320 - Fone: (24) 2242-58931 40. Luiz Cláudio Aguiar Praia do Flamengo, 82 – ap 1101 – 10-12-2008 Flamengo – Rio de Janeiro – RJ – 22210030 – Fone: 2556-4626 Sócios Honorários Estrangeiros 1. Daisaku Ikeda Rua Miguel Fernandes, 229 – Méier 25-08-2004 – 20780-060 – Rio de Janeiro – RJ – Fone.: (21) 2501-2336 Sócios Correspondentes Brasileiros 1. 306 Rua Padre Carapuceiro, 399/701 – Boa Fernando da Cruz Gouvêa 17-12-1979 Viagem - Recife - PE – 51020-280 – Fone.: (81) 3465-4674 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 2. Garvey Park Hotel – SHN – Qd 2 – Bl Vamireh Chacon de 14-12-1983 J – ap 716 – 70710-300 – Brasília – DF – Albuquerque Nascimento (61)3329-8516 / 3329-8400 / 3327-9064 3. Gabriel Augusto de Mello Bittencourt Rua Chapot Presvot, 214/801 - Praia 02-10-1985 do Canto - Vitória - ES – 29055-410 – Fone.: (27) 3324-2586 4. Hilgard O’Reilly Sternberg Departament of Geography - 4GEO1 29-07-1987 – University of California Berkeley – California – 94720 – USA 5. Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho 29-07-1987 Praça do Rosário, 15 – Viçosa - MG – 36570-000 - Fone.: (31) 3891-1144 6. Alberto Martins da Silva 13-07-1988 SQN 205 – Bloco D - ap 303 – Brasília DF - 70843-040 - Fone.: (61) 3347-4385 7. Consuelo Pondé de Sena Av. Princesa Leopoldina, 288/301 Graça 29-03-1989 - Salvador - BA – 40150-080 - Fone.: (71) 3336-6205 / 3247-6669 8. Edivaldo Machado Boaventura Rua Dr. José Carlos, 99/801 – Ed. Parque das Mangueiras – Acupe de Brotas – 29-09-1989 Salvador – BA 40290-040 - Fone.: (71) 3340-8505 9. Altiva Pilatti Balhana Rua Padre Anchieta, 1025/112 – Curitiba 12-12-1990 – PR - 80430-060 - Fone.: (41) 33361822 10. Carlos Humberto Pederneiras Corrêa Rua Alan Kardec, 181 – Agronômica – 29-04-1992 Florianópolis - SC – 88025-100 – Fone.: (48) 3228-2185 / 3228-0824 11. Nachman Falbel Rua Duarte da Costa, 166 - Lapa – São 29-04-1992 Paulo - SP - 05080-100 – Fone.: (11) 3834-6063 12. Aziz Nacib Ab’Saber 24-06-1992 13. Helga Iracema Landgraf Piccolo Rua Prof. Idelfonso Gomes, 53 – Porto 02-09-1992 Alegre - RS - 91900-130 – Fone.: (51) 3264-7207 Rua Brasiléia, 472 - Granja Viana - Cotia – SP - 06700-000 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 307 Por classes 14. Luiz Fernando Ribeiro Soutelo Rua Dep. Carvalho Dedo, 379/103 – Solopedo – Aracajú - SE- 49025-070 02-09-1992 – Fone.: (79) 3231-2318 / 3224-2127 / 3224-2128 15. Sonia Maria Demoner Av. Antonio Gil Veloso, 2350/604 – Praia 02-09-1992 da Costa - Vila Velha – ES – 29101-012 - Fone.: (27) 3229-7106 16. Leonardo Dantas Silva Rua Marquês de Maricá, 73 – Torre – 16-12-1992 Recife - PE - 50711-120 – Fone.: (81) 3227-4910 17. José Octávio de Arruda Mello Av. Senador Ruy Carneiro, 425 - João 24-11-1993 Pessoa – PB - 58032-100 - Fone.: (83) 2247-7926 18. Maria Luiza Marcílio Rua Pe. João Manuel, 774/142 – São 08-06-1994 Paulo – SP - 01411-000 - Fone.: (11) 3282-8550 19. Maria Beatriz Nizza da Silva Rua Fialho de Almeida, 26/3º. – Lisboa 14-12-1994 – Portugal – 1000 – Fone: 351-214835019 20. Sonia Apparecida de Siqueira Av. Cons. Rodrigues Alves, 966/32 - São 14-12-1994 Paulo - SP - 04014-010 – Fone.: (11) 5579-8281 21. Wilson Martins Av. João Gualberto, 1435 ap. 71 – 14-12-1994 Curitiba – PR - 80030-001 - Fone.: (41) 3252-5515 22. Vicente Salles 28-06-1995 23. Cid José Teixeira Cavalcante Rua das Violetas, 85 - Pituba – Salvador 29-11-1995 – BA - 41810-080 - Fone.: (71) 34521828. 24. Luiz Alberto Dias Lima de Vianna Moniz Bandeira Reilinger Strabe 19 - 68789 - St. Leon18-12-1996 Rot - Deutschland – CP 10096- Fone.: 49-62-27880534 308 SQS 210 - Bl. A - ap. 508 – Brasília - DF - 70273-010 - Fone.: (61) 3244-6757 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social Quinta de São Fernando – apartado 166 25. Dom Carlos Tasso de 16-12-1998 – 8700-906 – Moncarapacho – Algarve – Saxe-Coburgo e Bragança Portugal Fone.: 351-916719161 26. Ricardo Vélez Rodríguez Praça Jarbas de Lery Santos, Bl. 11/502 – 30016-390 - São Mateus - Juiz de Fora 16-12-1998 – MG – Fone: (32) 3232-2878 / 32127994 27. José Mendonça Teles Rua SB 11 QD 6 – Lt 7 – Portal do Sol 28-04-1999 I – 74884-597 – Goiânia - GO – Fone.: (62) 3275-3268 28. Marcus Joaquim Maciel de Carvalho Rua Pacífico dos Santos, 63/101 – 04-07-2001 Paissandu - 52010-030 - Recife - PE – Fone.: (81) 3325-3557 29. Synesio Sampaio Goes Filho SMDB – Cj 26 – Casa 8/9 – Lago Sul – 04-07-2001 71680-260 – Brasília – DF – Fone: (61) 3367-1351 30. Elizabeth Madureira Siqueira Rua Quatro, 630 – Boa Esperança – 10-07-2002 78068-724 – Cuiabá – MT – Fone.: (65) 3627-6268 / 6247 Rua Marieta Lage, 80 – Farol – 5705031. Jaime Lustosa de Altavila 10-07-2002 130 – Maceió – AL – Fone.: (82) 32235297 32. Léa Brígida Rocha de Alvarenga Rosa Av. Saturnino de Brito, 1001/502 – Praia 10-07-2002 do Canto – 29055-180 – Vitória – ES – Fone.: (27) 3227-9886 33. Luís Alberto Cibils Av. 24 de outubro, 627/301 – 90040-150 10-07-2002 – Porto Alegre – RS – Fone.: (51)32228594/3228-2610 34. Luiz Hugo Guimarães Rua Aurora, 28/201 – 58043-270 – 10-07-2002 João Pessoa – PB – Fone.: (83) 32472481/8103 35. Maria Thetis Nunes 10-07-2002 Av. Ivo do Prado, 820/701 – Centro – 49015-330 – Aracaju – SE R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 309 Por classes 36. Marcio Augusto de Freitas Meira SQ SW 103 – Bl. E – ap. 605 – 7067027-08-2003 309 – Brasília – DF – Fone.: (61) 33162149/2151 37. Arno Alvarez Kern Av. Ipiranga, 6681 – Prédio 3 – sala 303 19-11-2003 – Partenon – 90619-900 – Porto Alegre – RS – Fone.: (51) 3320-3534 38. Caio César Boschi Rua Ramalhete, 550/900 – Serra – 3021019-11-2003 500 – Belo Horizonte – MG – Fone.: (31) 3319-4299 39. Carlos Henrique Cardim 19-11-2003 40. Corcino Medeiros dos Santos Condomínio Vivendas Friburgo – Módulo 19-11-2003 I – Casa I – Sobradinho – 73074-013 – Brasília – DF – Fone.: (61) 3485-0250 41. José Jobson de Andrade Arruda Alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1465 – apt. 81 – Jardim Paulistano – 25-08-2004 01441-903 – São Paulo – SP – Fone.: (11) 3088-6365 – Fax: (11) 3081-9907 42. Luiz Antonio Barreto Av. Ivo do Prado, 160 – Centro – 4901025-08-2004 050 – Aracaju – SE – Fone.: (79) 32145301 43. Márcia Elisa de Campos Graf Rua Ângelo Sampaio, 860 – Batel – 25-08-2004 80250-120 – Curitiba – PR – Fone.: (41) 3242-9879 44. Agaciel da Silva Maia QL 6 – Conj. 7 – Casa 20 – Lago Sul – 15-12-2004 71620-075 – Brasília – DF – Fone.: (61) 3311-4001 – Fax.: (61) 3321-4666 45. Ático Frota Vilas-Boas da Mota R. Dr. Manoel Vitorino, 411 – Coité – 15-12-2004 46500-000 – Macaúbas – BA – Fone.: (77) 3473-1292 – Fax.: (77) 3473-2005 46. Maria Cecília Londres Fonseca SQS 314 – Bl. E – Ap. 202 – 70383-050 15-12-2004 – Brasília – DF – Fone.: (61) 3245-5092 - (21) 2541-1173 310 SQS 216 – Bl. A – apt. 406 – 70295-010 – Brasília – DF – Fone.: (61) 3245-8309 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 47. Douglas Apratto Tenório Rua Deputado José Lajes, 395 – Ponta Verde – Maceió – AL – 57035-330 – 28-09-2005 Fone.: (82) 3327-9916 – Fax: (82) 32210402 Rua Gaspar Lourenço, 138 – São Paulo – 48. Nestor Goulart Reis Filho 28-09-2005 SP – 04107-001 – Fone.: (11) 3289-2167 / 3091-4556 49. Adilson Cezar Av. Jorge Zamur, 1212 – Parque Ibiti do 04-10-2006 Paço – Sorocaba – SP – 18086-050 – Fone.: (15) 3328-4733 / 3228-7041 50. Hildebrando Campestrini Av. Tamandaré, 331 – ap. 32 – Campo 04-10-2006 Grande – MS – 79009-790 – Fone.: (67) 3397-0181 51. Pe. José Carlos Brandi Aleixo, S.J. Centro Cultural – Av. L 2 N – Q. 601–B – 04-10-2006 Brasília – DF – 70830-010 – Fone.: (61) 3224-9974 – Fax.: (61) 3426-0400/0401 52. Lilia Katri Moritz Schwarcz Rua Salvador de Mendonça, 95 – Jardim 04-10-2006 Paulistano – São Paulo – SP – 01450-040 – Fone.: (11) 3031-6614 53. Marco Antônio de Oliveira Maciel Senado Federal – Praça dos Três Poderes – Anexo I – 5o and. – Salas 1 a 6 – 04-10-2006 Brasília – DF – 70165-900 – (61) 33115710/5719 54. Geraldo Mártires Coelho Rua dos Periquis, 3145 – ap 801 – Belém 17-10-2007 – PA – 66040-320 – Fone: (91) 99957280 55. Reinaldo José Carneiro Leão Rua Desembargador Célio de Castro Montenegro, 32 – ap 2501 – Ed. Solar 10-12-2008 de Palmeiras – Monteiro – Recife – PE – 52070-008 Sócios Correspondentes Estrangeiros 1. Silvio Zavalla 15-04-1958 Av. Del Observatório, 192 – Tacubaya – México 18 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 311 Por classes 2. Manuel Ballesteros Graibois Facultad de Antropologia y Etnologia de 09-09-1958 América – Ciudad Universitária – Madri – Espanha 3. Robin A. Humphreys, OBE 21-05-1969 St. James’ Close - Prince Albert Road – London NW8 7 LG – Inglaterra 4. Ernesto Reguera Sierra 29-04-1970 Siclair 3129 – 3º B - Buenos Aires Argentina 5. Harry Bernstein 17-10-1984 191 Lexington Avenue - Freeport - Nova York – 11520 - USA 6. Guillermo Morón Urb. Horizonte – Transversal 11 - Qta 25-05-1988 Maria Eugenia - Caracas - ZP 1070 – Estado Miranda Venezuela 7. Rollie E. Poppino 02-05-1990 Departament of History of California – Davis - California – 95616 – USA 8. Boris Nikolaievitch Komissarov 12-12-1990 Ul. Parachutnaia, 12 Kv. 715 – 197341 – Leningrado - Rússia 9. Bernardino Bravo Lira 02-09-1992 Casilla 13199 – Santiago - Chile 10. Aniello (Nello) Angelo Avella Via Giuseppe Verdi, 2 – 00040 – 02-09-1992 Montecompatri – Roma – Itália – Fone.: 39-06-94789019 – 11. Haim Avni 02-09-1992 74 Tcheraikowsky St. – Jerusalém Israel - 92585 12. Juan Bautista Rivarola Paoli 02-09-1992 Av. Fernando de la Mora, 1493 – 554202 - Assunção – Paraguai 13. Valentín Abecia Baldivieso 02-09-1992 Edf. Alba – Colombia 440 - 2º Piso – La Paz – Bolívia - Fone.: 372726 372545 14. Alícia Elena Vidaurreta Humahuaca 4037 – 1192 Buenos Aires 16-12-1992 - Argentina - Fone.: 54 1 4862-4871 / 4863-9823 15. Leslie Bethell 16-12-1992 312 - Rua Paul Redfern, 24 – 3º andar Ipanema – Rio de Janeiro – RJ - 22410-080 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 16. Kenneth R. Maxwell David Rockefeller Center for Latin American Studies – Harvard University 24-11-1993 - 61 Kirkland Street - Cambridge - MA – 02138 - USA - Fone.: (617) 496-4780 17. Stuart B. Schwartz Yale University – Po Box 208324 – New 24-11-1993 Haven – CT 06520 – USA – Fone.: (203) 432-1375 18. Claude Fouquet 08-06-1994 19. Daniel Restrepo Manrique Calle Claudio Coello, 123 piso 4 – 28006 08-06-1994 – Madrid – Espanha – Fone.: (341) 5815286 / 581-1832 20. Marianne L. Wiesebron 08-06-1994 21. Jorge Salvador Lara 14-12-1994 R. Guarderas, 434 - Quito – Equador 22. Claude Lévi-Strauss Laboratoire D’Anthropologie Sociale – 13-08-1997 Collége de France, 52 - Rue du Cardinal Lemoine –- Paris - 75005 23. Ludwig Lauerhass, Jr. 319 Dalkeith Avenue - Los Angeles – 13-08-1997 California - 90049 - Fax.: 1-310-2066859 24. Richard Graham 13-08-1997 25. Anthony John RussellWood Departament of History - The Johns Hopkins University – Baltimore 16-12-1998 -Maryland 21218 - USA- Fone.: 1.410.516-7584 26. Christophe Wondji Coordonnateur des Projets D’Histoires 16-12-1998 1, Rue Miollis – 75732 - Paris, Cedex 15 – France – Fone: (331) 45.68.55.95 27. Horst Pietschmann Von-Melle – Park 6, 20146 – Hamburgo 16-12-1998 - Alemanha – Fone.: (040) 41234841/4839 10, Rue Pérignon – 75007 – Paris – França Druivenlaan 6 –– Westmalle – Bélgica 2390- Fone: 32-3-311-6175 110 – Vuelta Sabio - Santa Fé – Novo México – 87506 - USA R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 313 Por classes 28. Miguel León-Portilla Calle Alberto Samora, 131 – Caioacan 05-07-2000 – 04000 - México – Fone.: (55-21) 5095107 29. Thomas Skidmore 44 Halsey Street, 3 – Providence – Rhode 05-07-2000 Island – RI - 02906 – USA - Fone.: 5212351 30. Joaquim Antero Romero de Magalhães Rua Machado de Castro, 247 - 2º Esq. – 04-07-2001 3000 - Coimbra – Portugal – Fone: 3513929571 31. José Enrique Silva Academia Salvadoreña de Historia – Calle La Mascota, 525 – Colonia La 04-07-2001 Mascota - San Salvador - El Salvador Fone: (503) 2638002 32. Luis E. Gonzales Vales Academia Puertorriqueña de Historia – Apartada - 9021447 – San Juan de Puerto 04-07-2001 Rico – 00902 - 1447 - Fone: 1-7877234481 33. Rafael Fernandes Heres Academia Venezuelana de Historia – Palacio de las Academias - Av. 04-07-2001 Universidad – Bolsa a San Francisco – Caracas - 1010 - Venezuela - Fone.: 582-4839435 / 4844306 34. Roberto Quevedo Academia Paraguaya de la Historia - Avda. Artigas y Andrés Barbaro – 04-07-2001 Asunción – Paraguai - Fone: 59-521202552 / 600568 35. Sergio Martínez Baeza 04-07-2001 Calle Pedro Canisio, 1213 – ap. 161 – Vitacura – Santiago do Chile – Chile 36. Carmen Maria Radulet 10-07-2002 Vila Val D’Ossola, 25 – 00141 – Roma – Itália – Fone: 3906-97194344 37. Marcus Soares Albergaria de Noronha da Costa Palacio do Salvador – Largo do Salvador, 10-07-2002 22 – 1100-462 – Lisboa – Portugal – Fone: 351-21-8866282 38. Rolf Nagel 10-07-2002 314 Heesenstrasse, 16-40549 – Düsseldorf – Alemanha – Fone: 211-501091 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social Via Re, 112 – 10146 – Torino – Itália – Fone.: 39-011-720800 39. Alberto Gallo 19-11-2003 40. Antonio Manuel Botelho Hespanha Rua Luís de Freitas Branco, 26 – 6º 19-11-2003 Esq, 1600 – Lisboa – Portugal – Fone: 351217594915 41. Antonio Salum-Flecha 19-11-2003 42. Eddy Odiel Gerard Stols Herent, Tover Bergstraat 5-5, 3020 19-11-2003 – Veltem-Beisem – Bélgica – Fone.: 32.16.48.98.32 43. Berthold Zilly 25-08-2004 44. Lydia Magalhães Nunes Garner 111 – East Sierra Circle – San Marcos – 25-08-2004 Texas – 78666 – USA – Fone: 512-2453745 45. Manuela Rosa Coelho Mendonça de Matos Fernandes Rua Teófilo Braga, 1 – 5º. and. – 268515-12-2004 243 – Portela de Sacavém – Portugal – Fone: 351-219432249 46. Lucien Provençal 28-09-2005 47. Mary Karasch Oakland University – Departament of History – College of Arts and Sciences 28-09-2005 – Rochester – Michigan – 48309-4483 – USA – Fone.: (248) 370-3510 48. Jean Pierre Blay 04-10-2006 49. Andrée Mansuy-Diniz Silva Estrada Nacional 10, 676 – Estrelinha – 10-12-2008 Monte de Caparica – Lisboa – Portugal - 2825 50. Nuno Álvares Pereira de Castro Rua Visconde de Pirajá, 605 – Cob – 10-12-2008 Ipanema – Rio de Janeiro – RJ – 22410003 – Fone: 2274-4719 Elías Ayala 970 – Asunción – Paraguay – Fone.: 595-21-613227 Spessartstr. 21 – 14197 – Berlim – Alemanha – Fone: 49-30-8224126 51, Rue Felix Cléry – Marvivo – La seyne-sur-mer, Var – 83.500 - França 1 Rue Benjamin Raspail, 60100 – CREIL – FRANÇA – Fone: 344260653 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 315 Por classes Sócios Correspondentes Portugueses 1. Rua Capitão Renato Batista, 81 - 3º Dt.º - Lisboa - Portugal – 1000 – Fone.: Joaquim Veríssimo Serrão 16-08-1967 (35119) 524616 Casa dos Pinheiros/Salmeirim, lote 3 – Santarém – Portugal - 2000 2. Fernando Castelo-Branco 11-12-1978 Rua David de Souza, 14 - 2º. - E – Lisboa – Portugal - 1000 3. Mário Júlio Brito de Almeida Costa 27-10-1982 Av. Infante Santo, 15 - 7º. - 7 – Lisboa – Portugal - 1300 4. Martim de Albuquerque 27-10-1982 Av. General Norton de Matos, Lote 6 - A - 10º. - E - 1495 – Lisboa - Portugal 5. Vitorino Magalhães Godinho Rua D. Estefânia, 118 - 3º - E - 1000 – 02-10-1985 158 – Lisboa - Portugal - Fone.: 351-13 - 141874 6. Aníbal Pinto de Castro Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra - Av. Álvaro Anes de Cernache, 25-05-1988 30 – Cernache - Coimbra – Portugal 3000 - Fone.: 94279 7. Carlos da Costa Gomes Bessa Rua de Goa, 18 – 2º - Caxias – 2780 20-09-1989 – Oeiras – Portugal – Fone 351-214432426 8. Pedro Mário Soares Martinez 02-05-1990 9. Rua de S. Bento, 26 – 1200-819 - Lisboa – Portugal – Fone: 351-21-3974280 Rua S. João de Brito, 471 – 1º Esq 4100Humberto Carlos Baquero 02-09-1992 454 – Porto – Portugal – Fone: 351-22Moreno 6173045 10. Antônio Manuel Dias Farinha Rua Carlos Calisto, 4 - 9º Dto – Lisboa 16-12-1992 – Portugal – 1400-043 - Fone.: 351-213015653 11. Antônio Pedro de Araujo Pires Vicente Av. João XXI, nº 4, 3º Esq. – Lisboa 24-11-1993 – Portugal -1000-301 - Fone.: 351-218049104 12. Eugenio Francisco dos Santos 14-12-1994 316 Rua Duque da Terceira, 381 – 4º Esq – 4000-537 – Porto – Portugal R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 13. José Vitorino de Pina Martins Rua Marquês da Fronteira, 4, 1º Esq – 29-11-1995 1070-295 – Lisboa – Portugal – Fone: 351-21-3875636 14. Justino Mendes de Almeida Rua Padre Francisco, 10 – 4º Esq – 135029-11-1995 225 – Lisboa – Portugual – Fone: 35121-3961316 Estrada de Benfica, 591 – 6º. Esq. – 15. José Jorge da Costa Couto 13-08-1997 1500-086 – Lisboa – Portugal – Fone.: 351-96-6921660 16. José Marques Rua António Marinho, 13 – 5º Esq – 13-08-1997 4700-361 – Braga – Portugal – Fone: 351-25-3261214 Travessa Arrochela, nº. 2, 1200-032 17. Pe. Henrique Pinto Rema, 05-07-2000 – Lisboa – Portugal – Fone: 351-21O.F.M. 3934772 18. Fernando Guedes Av. Maria Helena Vieira da Silva, 3 / 2º. 25-08-2004 And. 1750-179 – Lisboa – Portugal – Fone.: 351-21-3801100 19. Miguel Monteiro Rua José Carlos da Maia, 123, r/c 277517-10-2007 214 – Parede – Portugal – Fone: 351-214571441 Sócios Correspondentes Argentinos (convênio de 28.05.1968) 1. José M. Mariluz Urquijo 1968 Santa Fé 2982 (1425) - Argentina – Fone.: 84-6371 2. Beatriz Bosh 1968 Larrea 1045 P. 4º Dto. A (1117) – Argentina – Fone.: 822-6484 3. Edberto O. Acevedo 1968 Gral. Paz 255 (5501) Godoy Cruz Madza - Argentina - Fone.: 061-223533 4. Pedro S. Martinez 1968 Martinez de Rosas 578 (5500) Madza – Argentina - Fone.: 061-245958 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 317 Por classes 5. Victor Tau Anzoategui 1970 (res.) Juncal 770 – 6o Piso - 1085 – Buenos Aires – Argentina – 5411-43118494 – (com.) Instituto de Investigaciones de Historia del Derecho – Av. de Mayo 1480 – 1o Izq. 1085 – Buenos Aires – Argentina 6. Laurio H. Destefani 1971 Anchorena 1476 (1425) – Argentina – Fone.: 84-4951 7. Hector H. Schenone 1978 Av. Quintana 494 (1014) – Argentina – Fone.: 804-0278 8. Luíz Santiago Sanz 1978 Callao 1944 P. 6º Dto. A (1024) – Argentina – Fone.: 804-2701 9. Daisy Ripodas Ardanaz 1982 Santa Fe 2982 (1425)- Argentina – Fone.: 804-6371 10. Eduardo Martiré 1992 Balcarce 139 – 1064 – Buenos Aires – Argentina – 54-11-4331-5147 / 43434416 / 4331-4633 11. Isidoro Ruiz Moreno 1992 Callao 1382 (1023) - Argentina – Fone.: 42-7865 12. Ezequiel Vallo 1992 Montevideo 1875 (1021) – Argentina – Fone.: 815-6991 / 773-5825 13. Felix Luna 1993 Reconquista 745 1º cuerpo, P. 1º Dto. C (1003) - Argentina - Fone.: 311-4575 14. Natalio Rafael Botana 1996 Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 3315147 15. Enrique Zuleta Alvarez 1996 Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633 16. Rodolfo Adelio Raffino 1996 Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633 17. Nilda Gulielmi 1996 Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633 318 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 18. Olga Fernández Latour de Botas 1996 Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-441 y 6331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633 19. Maria Amalia Duarte 1998 Spiro 950 (1846) - Adrogué – Argentina – Fone: 264-5315 20. Armando Raul Bazan 1998 Av. V. del Valle 512 (4700) – Catamarca - Argentina - Fone: 0833-22282 21. Miguel A. de Marco 1998 Urquiza 1184 (2000) - Rosario – Argentina – Fone.: 04163257 / 256256 / 305866 22. Ernesto J. A. Maeder 1998 Catamarca 449 (3500) – Chaco – Argentina - Fone: 0722-24565 / 5833972 23. Roberto Cortes Conde 1998 Ob. Terrero 1532 (1642) - S. Isidoro – Argentina - Fone.: 747-4025 / 742-2661 24. Nestor Tomas Auza 1998 Madero 490 (1638) - Vicente Lopez – Argentina - Fone: 791-6502 25. Cesar A. Garcia Belsunce 1998 Ocampo 2506 P. 8º Dto. 20 (1425) Argentina - Fone.: 801-0870 26. Ramon Gutierrez 1998 Bolivia 82 (3500) - Chaco – Argentina Fone.: 0722-29294 / 826-0959 27. Dardo Perez Guilhou 1998 Esfta. Drummond (5507) – Lujan de Cuyo - Madza. – Argentina – Fone.: 061249016 28. Hernán Asdrúbal Silva 1999 Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633 29. Carlos A. Mayo 1999 Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633 30. José Eduardo de Cara 1999 Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 319 Por classes 31. Samuel Amaral 1999 Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633 32. Félix Weinberg 1999 Pasaje Delfino, 352 – 8000 – Bahía Blanca – Argentina 33. Fernando Barba 2004 Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633 34. Carlos Páez de la Tore 2004 Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633 35. Marcelo Montserrat 2004 Balcarce 139 – 1064 - Buenos Aires – Argentina - Fone.: 343-4416 y 331-5147 - Fax.: (54-14) 331-4633 Sócios Correspondentes Uruguaios (convênio de agosto/1996) 1. 2. 3. 4. 320 Ivho Acuña Enrique Arocena Oliveira Juan José de Arteaga Luis Victor Anastasía 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 5. 6. Alvaro Mones Angel Corrales Elhordoy 7. Eduardo Acosta y Lara 8. José E. Etcheverry Stirling 9. Marta Canessa de Sanguinetti 10. José Joaquín Figueira 11. Daniel Hugo Martins 12. César Loustau 13. Juan Fernández Parés 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 321 Por classes 14. Olaf Blixen 15. Walter Gulla 16. Victor H. Lamónaca 17. Héctor Gros Espiell 18. Luis A. Musso Ambrosi 19. Juan Carlos Pedemonte 20. Ernesto Puiggros 21. Carlos Ranguís 22. Juan Villegas Mañé S. J. 322 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 23. Luis A. Musso 24. Aníbal Barrios Pintos 25. Augusto Soiza Larrosa 26. Susana Monreal 27. Enrique Mena Segarra 28. Fernando Chebataroff 29. Oscar Padrón Favre 30. Suzana Rodríguez Varese 31. Ernesto Daragnés 1996 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 2000 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 2000 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 2000 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 2001 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay - 11100 2001 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 2001 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 2001 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 2002 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 323 Por classes 32. Fernando Mañé Garzón 33. Alberto Del Pino 34. Beatriz Torrendell 35. Carlos Sagrera 36. Héctor Patiño Gardone 2002 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 2003 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 2003 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 2003 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 2006 Instituto Histórico y Geográfico del Uruguay – Convecion 1366 3. ER.P – Casilla de Correo 10.999 – Montevideo – Uruguay – 11100 Sócios Correspondentes Espanhóis (convênio de 24.05.1996) 1. Miguel Batllori Y Munne S. J. 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (341) 429-6552 2. Gonzalo Menendez-Pidal Y Goyri 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 3. Pedro Lain Entralgo 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 4. Fernando Chueca Goitia 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 324 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 5. Luis Diez Del Corral Y Pedruzo 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 6. Antonio Domingues Ortiz 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 7. Carlos Seco Serrano 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 8. Gonzalo Anes Y Alvares de Castrillon 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 9. Juan Vernet Gines 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 10. José Filgueira Valverde 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 11. Miguel Artola Gallego 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 12. Manuel Fernandez Alvarez 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 13. Vicente Palacio Atard 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 14. Eloy Benito Ruano 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 15. Antonio Lopez Gomes 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 325 Por classes 16. Joaquin Vallve Bermejo 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 17. Jose Alcala-Zamora Y Queipo de Llano 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 18. Jose Manuel Pita Andrade 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 19. Jose Maria Blazquez Martinez 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 20. Felipe Ruiz Martin 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 21. Carmen Iglesias Cano 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 22. Miguel Angel Ladero Quesada 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 23. Jose Angel Sanchez Asiain 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 24. Faustino Menendez Pidal de Navascues 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 25. Luis Suarez Fernandez 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 26. Rafael Lapesa Melgar 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 326 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social 27. Fernando de La Granja Santa Maria 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 28. Martín Almagro Gorbea 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 29. Alvaro Galmés de Fuentes 1996 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 30. Pe. Quintín Aldea Vaquero 1997 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 31. Alfonso E. Pérez Sánchez 1998 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 32. Manuel Alvar 1999 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España - 28014 – Fone.: (0034-1) 429-6552 33. Luis Miguel Enciso Recio 1999 Real Academia de La História - C. Leon, 21 – Madrid - España – 28014 - Fone.: (0034-1) 429-6552 Sócios Institucionais 1. Jaime Antunes da Silva Diretor do Arquivo Nacional – Rua Praça da República, 173 – Centro – 2021109-06-2004 350 – Rio de Janeiro – RJ – Fone.: (21) 2179-1313 2. Muniz Sodré de Araújo Cabral Presidente da Fundação Biblioteca Nacional – Av. Rio Branco, 219/4o and. 24-10-2005 – Centro – 20040-008 – Rio de Janeiro – RJ – Fone.: (21) 2220-2057 3. Luiz Fernando de Almeida Presidente do IPHAN – SBN Qd. 2, Edf. 08-02-2006 Central – 6o and. – 70040-904 – Brasília – DF - Fone.: (61) 326-7111 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 327 Por classes 328 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):297-327, out./dez. 2008 Cadastro Social B - POR ORDEM ALFABÉTICA ABI-ACKEL, Ibrahim – Honorário brasileiro – Pág. 303 ABREU, Antônio Izaias da Costa - Honorário brasileiro – Pág. 305 AB’SABER, Aziz Nacib - Correspondente brasileiro – Pág. 307 ACEVEDO, Edberto O. - Correspondente argentino – Pág. 317 ACUÑA, Ivho - Correspondente uruguaio – Pág. 320 ADONIAS, Isa - Benemérita – Pág. 297 AGUIAR, Luiz Cláudio – Honorário Brasileiro – Pág. 306 ALBUQUERQUE, Martim de - Correspondente português – Pág. 316 ALBUQUERQUE, Roberto Cavalcanti de – Titular – Pág. 302 ALCÂNTARA, Dora Monteiro e Silva de - Honorária brasileira – Pág. 306 ALEIXO, José Carlos Brandi - Correspondente brasileiro – Pág. 311 ALMEIDA, Cândido Antonio Mendes de – Titular – Pág. 302 ALMEIDA, Justino Mendes de - Correspondente português – Pág. 317 ALMEIDA, Luiz Fernando de - Institucional – Pág. 327 ALTAVILA, Jayme Lustosa de - Correspondente brasileiro – Pág. 309 ALVAR, Manuel - Correspondente espanhol – Pág. 327 ALVAREZ, D. Manuel Fernandez - Correspondente espanhol – Pág. 325 ALVES, Antônio Celso Pereira – Honorário Brasileiro – Pág. 306 ALVES, Joaquim Victorino Portella Ferreira - Titular – Pág. 300 AMARAL, Samuel - Correspondente argentino – Pág. 320 AMBROSI, Luis A. Musso – Correspondente uruguaio – Pág. 322 ANASTASÍA, Luis Victor - Correspondente uruguaio – Pág. 320 ANDRADE, D. Jose Manuel Pita - Correspondente espanhol – Pág. 326 ARAÚJO, João Hermes Pereira de - Emérito – Pág. 298 ARRUDA, José Jobson de Andrade - Correspondente brasileiro – Pág. 310 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 329 Por por ordem alfabética ARTEAGA, Juan José – Correspondente uruguaio – Pág. 320 ASIAIN, D. Jose Angel Sanchez – Correspondente espanhol – Pág. 326 ATARD, D. Vicente Palacio – Correspondente espanhol – Pág. 325 AUZA, Néstor Tomás – Correspondente argentino – Pág. 319 AVELLA, Aniello (Nello) Angelo – Correspondente estrangeiro – Pág. 312 ÁVILA, Fernando Bastos de, S.J. (Pe.) – Honorário brasileiro – Pág. 304 AVNI, Haim – Correspondente estrangeiro – Pág. 312 AZAMBUJA, Marcos Castrioto de – Honorário brasileiro – Pág. 303 BAEZA, Sergio Martínez – Correspondente estrangeiro – Pág. 314 BALDIVIESO, Valentín Abecia – Correspondente estrangeiro – Pág. 312 BALHANA, Altiva Pilatti – Correspondente brasileira – Pág. 307 BANDEIRA, Luiz Alberto Dias Lima de Vianna Moniz – Correspondente brasileiro – Pág. 308 BARBA, Fernando E. – Correspondente argentino – Pág. 320 BARRETO, Luiz Antonio – Correspondente brasileiro – Pág. 310 BAZÁN, Armando Raúl – Correspondente argentino – Pág. 319 BELCHIOR, Elysio Custódio Gonçalves de Oliveira - Titular – Pág. 301 BELSUNCE, Cesar A. Garcia- Correspondente argentino – Pág. 319 BELTRÃO, Maria da Conceição de Moraes Coutinho - Titular – Pág. 300 BENTO, Claudio Moreira - Emérito – Pág. 298 BERMEJO, D. Joaquin Vallve - Correspondente espanhol – Pág. 326 BERNSTEIN, Harry - Correspondente estrangeiro – Pág. 312 BERTOLETTI, Esther Caldas - Titular – Pág. 301 BESSA, Carlos da Costa Gomes - Correspondente português – Pág. 316 BETHELL, Leslie - Correspondente estrangeiro – Pág. 312 BITTENCOURT, Armando de Senna - Titular – Pág. 302 BITTENCOURT, Gabriel Augusto de Mello - Correspondente brasileiro – Pág. 307 BLAY, Jean Pierre - Correspondente estrangeiro – Pág. 315 330 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 Cadastro Social BLIXEN, Olaf - Correspondente uruguaio – Pág. 322 BOAVENTURA, Edivaldo Machado - Correspondente brasileiro – Pág. 307 BORJA, Célio de Oliveira - Honorário brasileiro – Pág. 305 BOSCH, Beatriz - Correspondente argentina – Pág. 317 BOSCHI, Caio César - Correspondente brasileiro – Pág. 310 BOTANA, Natalio Rafael - Correspondente argentino – Pág. 318 BOTAS, Olga Fernández Latour de - Correspondente argentina – Pág. 319 BOURBON, D. Juan Carlos de – Presidente Honorário – Pág. 297 BRAGANÇA, D. Carlos Tasso de Saxe-Coburgo e, - Correspondente brasileiro – Pág. 309 BUENO, Antônio Henrique Cunha - Honorário brasileiro – Pág. 303 CABRAL, Muniz Sodré de Araújo – Institucional – Pág. 327 CAMPESTRINI, Hildebrando - Correspondente brasileiro – Pág. 311 CANO, Dª Carmen Iglesias - Correspondente espanhola – Pág. 326 CARA, José Eduardo de - Correspondente argentino – Pág. 319 CARDIM, Carlos Henrique - Correspondente brasileiro – Pág. 310 CARDOSO, Fernando Henrique - Presidente Honorário – Pág. 297 CARVALHO, Affonso Celso Villela de - Emérito – Pág. 298 CARVALHO, José Geraldo Vidigal de (Cônego) - Correspondente brasileiro – Pág. 307 CARVALHO, José Murilo de - Honorário brasileiro – Pág. 304 CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de - Correspondente brasileiro – Pág. 309 CASADEI, Thalita de Oliveira - Emérita – Pág. 298 CASTELO-BRANCO, Fernando - Correspondente português – Pág. 316 CASTRILLON, D. Gonzalo Anes Y Alvares de - Correspondente espanhol – Pág. 325 CASTRO, Aníbal Pinto de - Correspondente português – Pág. 316 CASTRO, Nuno Alvares Pereira de, Correspondente Estrangeiro – Pág. 315 CAVALCANTE, Cid José Teixeira - Correspondente brasileiro – Pág. 308 CEZAR, Adilson - Correspondente brasileiro – Pág. 311 CHEBATAROFF, Fernando - Correspondente uruguaio – Pág. 323 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 331 Por por ordem alfabética CIBILS, Luís Alberto - Correspondente brasileiro – Pág. 309 CIRIBELLI, Marilda Corrêa - Titular – Pág. 300 COELHO, Geraldo Mártires - Correspondente Brasileiro – Pág. 311 COELHO, Lucinda Coutinho de Mello - Emérita – Pág. 299 CORRÊA, Carlos Humberto Pederneiras - Correspondente brasileiro – Pág. 307 CORRÊA, Luiz Felipe de Seixas - Titular – Pág. 301 CORREIA NETO, Jonas de Morais - Titular – Pág. 301 CORTÉS CONDE, Roberto - Correspondente argentino – Pág. 319 COSTA, Antônio Gomes da - Titular – Pág. 300 COSTA, Marcus Soares de Albergaria de Noronha da - Correspondente estrangeiro – Pág. 314 COSTA, Mário Júlio Brito de Almeida - Correspondente português – Pág. 316 COUTO, José Jorge da Costa - Correspondente português – Pág. 317 CRUZ, Paulo Werneck da - Titular – Pág. 299 CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes da – Emérita – Pág. 298 CUNHA, Waldir da - Titular – Pág. 299 DAMATTA, Roberto - Honorário brasileiro – Pág. 304 DARAGNÉS, Ernesto - Correspondente uruguaio – Pág. 323 DEL PINO, Alberto - Correspondente uruguaio – Pág. 324 DEL PRIORE, Mary Lucy Murray - Honorária brasileira – Pág. 305 DELGADO, Alexandre Miranda - Honorário brasileiro – Pág. 303 DEMONER, Sonia Maria - Correspondente brasileira – Pág. 308 DESTEFANI, Laurio H. - Correspondente argentino – Pág. 318 DIAS JR., Ondemar Ferreira - Honorário brasileiro – Pág. 305 DUARTE, Maria Amalia - Correspondente argentina – Pág. 319 ELHORDOY, Angel Corrales - Correspondente uruguaio – Pág. 321 ENTRALGO, Pedro Lain - Correspondente espanhol – Pág. 324 ESPIELL, Héctor Gros - Correspondente uruguaio – Pág. 322 ESPOSEL, José Pedro Pinto - Titular – Pág. 299 332 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 Cadastro Social ESTEVES, Fernando Segismundo - Honorário brasileiro – Pág. 305 FALBEL, Nachman - Correspondente brasileiro – Pág. 307 FALCI, Miridan Britto Knox - Titular – Pág. 301 FARINHA, Antônio Manuel Dias - Correspondente português – Pág. 316 FAVRE, Oscar Padrón - Correspondente uruguaio – Pág. 323 FERNANDES, Manuela Rosa Coelho Mendonça de Matos - Correspondente estrangeira – Pág. 315 FERNANDEZ, D. Luis Suarez - Correspondente espanhol – Pág. 326 FIGUEIRA, José Joaquín - Correspondente uruguaio – Pág. 321 FONSECA, Maria Cecília Londres - Correspondente brasileira – Pág. 310 FOUQUET, Claude - Correspondente estrangeiro – Pág. 313 FRANCO, Affonso Arinos de Mello - Emérito – Pág. 298 FROTA, Guilherme de Andréa - Titular – Pág. 299 FUENTES, Alvaro Galmés de - Correspondente espanhol – Pág. 327 GALLEGO, D. Miguel Artola - Correspondente espanhol – Pág. 325 GALLO, Alberto - Correspondente estrangeiro – Pág. 315 GARDONE, Héctor Patiño – Correspondente uruguaio – Pág. 324 GARNER, Lydia Magalhães Nunes - Correspondente estrangeira – Pág. 315 GINES, D. Juan Vernet - Correspondente espanhol – Pág. 325 GODINHO, Vitorino Magalhães - Correspondente português – Pág. 316 GOES FILHO, Synesio Sampaio - Correspondente brasileiro – Pág. 309 GOITIA, Fernando Chueca - Correspondente espanhol – Pág. 324 GOMES, Antonio Lopes - Correspondente espanhol – Pág. 325 GORBEA, Martín Almagro - Correspondente espanhol – Pág. 327 GOUVÊA, Fernando da Cruz - Correspondente brasileiro – Pág. 306 GOYRI, Gonzalo Menendez-Pidal Y, Correspondente espanhol – Pág. 324 GRAF, Márcia Elisa de Campos - Correspondente brasileira – Pág. 310 GRAHAM, Richard - Correspondente estrangeiro – Pág. 313 GRAIBOIS, Manuel Ballesteros - Correspondente estrangeiro – Pág. 312 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 333 Por por ordem alfabética GUEDES, Fernando - Correspondente português – Pág. 317 GUEDES, Max Justo - Benemérito – Pág. 297 GUIGLIELMI, Nilda - Correspondente argentina – Pág. 318 GUIMARÃES, Lucia Maria Paschoal - Honorária brasileira – Pág. 305 GUIMARÃES, Luiz Hugo - Correspondente brasileiro – Pág. 309 GULLA, Walter - Correspondente uruguaio – Pág. 322 GUTIÉRREZ, Ramón - Correspondente argentino – Pág. 319 HERES, Rafael Fernandes - Correspondente estrangeiro – Pág. 314 HESPANHA, Antonio Manuel Botelho - Correspondente estrangeiro – Pág. 315 HUMPHREYS, Robin A., O.B.E. - Correspondente estrangeiro – Pág. 312 IKEDA, Daisaku - Honorário estrangeiro – Pág. 306 IPANEMA, Cybelle Moreira de - Emérita – Pág. 298 JOUBIN, Pedro Jacinto de Mallet - Titular – Pág. 299 KARASCH, Mary - Correspondente estrangeira – Pág. 315 KERN, Arno Alvarez - Correspondente brasileiro – Pág. 310 KOMISSAROV, Boris Nikolaievitch - Correspondente estrangeiro – Pág. 312 LAFER, Celso - Honorário brasileiro – Pág. 304 LAGO, Pedro Aranha Corrêa do - Honorário brasileiro – Pág. 306 LAMÓNACA, Victor H. - Correspondente uruguaio – Pág. 322 LAMPREIA, Luiz Felipe - Honorário brasileiro – Pág. 305 LARA, Eduardo Acosta y - Correspondente uruguaio – Pág. 321 LARA, Jorge Salvador - Correspondente estrangeiro – Pág. 313 LARROSA, Augusto Soiza - Correspondente uruguaio – Pág. 323 LAUERHASS JR, Ludwig - Correspondente estrangeiro – Pág. 313 LEÃO, Reinaldo José Carneiro – Correspondente Brasileiro – Pág. 311 LEITE, José Roberto Teixeira - Honorário brasileiro – Pág. 304 LEÓN-PORTILLA, Miguel - Correspondente estrangeiro – Pág. 314 LÉVI-STRAUSS, Claude - Correspondente estrangeiro – Pág. 313 334 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 Cadastro Social LIGHT, Kenneth Henry Lionel – Honorário Brasileiro – Pág. 306 LIRA, Bernardino Bravo - Correspondente estrangeiro – Pág. 312 LLANO, D. Jose Alcala-Zamora Y Queipo de - Correspondente espanhol – Pág. 326 LOBO, Eulalia Maria Lahmeyer - Honorária brasileira – Pág. 304 LOUSTAU, César - Correspondente uruguaio – Pág. 321 LUNA, Félix - Correspondente argentino – Pág. 318 LUSTOSA, Izabel - Honorária brasileira – Pág. 306 LYRA, Maria de Lourdes Viana - Titular – Pág. 302 MACIEL, Marco Antônio de Oliveira - Correspondente brasileiro – Pág. 311 MAEDER, Ernesto, J. A. - Correspondente argentino – Pág. 319 MAGALHÃES, Joaquim Antero Romero de - Correspondente estrangeiro – Pág. 314 MAIA, Agaciel da Silva - Correspondente brasileiro – Pág. 310 MAÑÉ GARZÓN, Fernando - Correspondente uruguaio – Pág. 324 MAÑE, S. J. Juan Villegas - Correspondente uruguaio – Pág. 322 MANRIQUE, Daniel Restrepo - Correspondente estrangeiro – Pág. 313 MARCÍLIO, Maria Luiza - Correspondente brasileira – Pág. 308 MARCO, Miguel Angel de - Correspondente argentino – Pág. 319 MARILUZ URQUIJO, José M. - Correspondente argentino – Pág. 317 MARIZ, Vasco - Emérito – Pág. 299 MARQUES, José - Correspondente português – Pág. 317 MARTIN, Felipe Ruiz. - Correspondente espanhol – Pág. 326 MARTINEZ C., Pedro S. - Correspondente argentino – Pág. 317 MARTINEZ, D. Jose Maria Blazquez - Correspondente espanhol – Pág. 326 MARTINEZ, Pedro Mário Soares - Correspondente português – Pág. 316 MARTINS, Daniel Hugo - Correspondente uruguaio – Pág. 321 MARTINS, Hélio Leoncio - Titular – Pág. 302 MARTINS, José Victorino de Pina - Correspondente português – Pág. 317 MARTINS, Wilson - Correspondente brasileiro – Pág. 308 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 335 Por por ordem alfabética MARTIRÉ, Eduardo - Correspondente argentino – Pág. 318 MATTOS, Helio Jaguaribe de - Titular – Pág. 301 MATTOSO, Kátia M. Queirós - Honorária brasileira – Pág. 303 MAXWELL, Kenneth R. - Correspondente estrangeiro – Pág. 313 MAYO, Carlos A. - Correspondente argentino – Pág. 319 MEIRA, Marcio Augusto de Freitas - Correspondente brasileiro – Pág. 310 MELGAR, Rafael Lapesa, - Correspondente espanhol – Pág. 326 MELLO, Evaldo José Cabral de - Titular – Pág. 300 MELLO, Fernando Collor de - Presidente Honorário – Pág. 297 MELLO, José Octávio de Arruda - Correspondente brasileiro – Pág. 308 MELO E SOUZA, Antonio Candido de - Honorário brasileiro – Pág. 304 MENA SEGARRA, Enrique - Correspondente uruguaio – Pág. 323 MINDLIN, José Ephraim - Honorário brasileiro – Pág. 303 MIRANDA, Victorino Coutinho Chermont de - Titular – Pág. 301 MONES, Álvaro - Correspondente uruguaio – Pág. 321 MONREAL, Susana - Correspondente uruguaia – Pág. 323 MONTEIRO, Miguel Maria Santos Corrêa - Correspondente português – Pág. 317 MONTSERRAT, Marcelo - Correspondente argentino – Pág. 320 MORAES FILHO, Evaristo de - Titular – Pág. 299 MORENO, Humberto Carlos Baquero - Correspondente português – Pág. 316 MORÓN, Guillermo - Correspondente estrangeiro – Pág. 312 MOTA, Ático Frota Vilas-Boas da - Correspondente brasileiro – Pág. 310 MOURÃO, Ronaldo Rogério de Freitas - Titular – Pág. 301 MUNNE S. J., Miguel Batllori Y - Correspondente espanhol – Pág. 324 MUSSO, Luiz A. - Correspondente uruguaio – Pág. 322 NAGEL, Rolf - Correspondente estrangeiro – Pág. 314 NASCIMENTO, Vamireh Chacon de Albuquerque - Correspondente brasileiro – Pág. 307 NAVASCUES, D. Faustino Menendez Pidal de - Correspondente espanhol – 336 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 Cadastro Social Pág. 326 NISKIER, Arnaldo – Titular – Pág. 300 NUNES, Maria Thetis - Correspondente brasileira – Pág. 309 OLIVEIRA, Enrique Arocena - Correspondente uruguaio – Pág. 320 ORLÉANS E BRAGANÇA, D. João de – Honorário Brasileiro – Pág. 306 ORTIZ, Antonio Dominguez - Correspondente espanhol – Pág. 325 PADILHA, Tarcísio Meirelles - Honorário brasileiro – Pág. 304 PAIM, Antonio Ferreira - Honorário brasileiro – Pág. 304 PAIVA, Melquíades Pinto - Honorário brasileiro – Pág. 305 PAOLI, Juan Bautista Rivarola - Correspondente estrangeiro – Pág. 312 PARÉS, Juan Fernández - Correspondente uruguaio – Pág. 321 PASSARINHO, Jarbas Gonçalves - Honorário brasileiro – Pág. 302 PEDEMONTE, Juan Carlos - Correspondente uruguaio – Pág. 322 PEDRUZO, Luiz Diez Del Corral Y - Correspondente espanhol – Pág. 325 PEIXOTO, Celina Vargas do Amaral - Honorária brasileira – Pág. 303 PERÉZ GUILHOU, Dardo - Correspondente argentino – Pág. 319 PETROVICH, Enélio Lima - Emérito – Pág. 298 PIAZZA, Walter Fernando - Emérito – Pág. 298 PICCOLO, Helga Iracema Landgraf - Correspondente brasileira – Pág. 307 PIETSCHMANN, Horst - Correspondente estrangeiro – Pág. 313 PINHO, João Maurício Ottoni Wanderley de Araújo - Titular – Pág. 301 PINTO, Paulo Brossard de Souza - Honorário brasileiro – Pág. 303 PINTOS, Aníbal Barrios - Correspondente uruguaio – Pág. 323 PIRES, Fernando Tasso Fragoso - Titular – Pág. 302 POPPINO, Rollie E. - Correspondente estrangeiro – Pág. 312 PROVENÇAL, Lucien - Correspondente estrangeiro – Pág. 315 PUIGGROS, Ernesto - Correspondente uruguaio – Pág. 322 QUESADA, D. Miguel Angel Ladero - Correspondente espanhol – Pág. 326 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 337 Por por ordem alfabética QUEVEDO, Roberto - Correspondente estrangeiro – Pág. 314 RADULET, Carmen Maria - Correspondente estrangeira – Pág. 314 RAFFINO, Rodolfo Adelio - Correspondente argentino – Pág. 318 RANGUÍS, Carlos - Correspondente uruguaio – Pág. 322 RECIO, Luis Miguel Enciso - Correspondente espanhol – Pág. 327 REIS FILHO, Nestor Goulart - Correspondente brasileiro – Pág. 311 REMA, Henrique Pinto O. F. M. (Pe) - Correspondente português – Pág. 317 RIOS, José Arthur - Titular – Pág. 300 RÍPODAS ARDANAZ, Daisy - Correspondente argentina – Pág. 318 RODRIGUES, Lêda Boechat - Emérita – Pág. 299 RODRÍGUEZ, Ricardo Vélez - Correspondente brasileiro – Pág. 309 ROSA, Léa Brígida Rocha de Alvarenga - Correspondente brasileira – Pág. 309 ROUANET, Sérgio Paulo - Honorário brasileiro – Pág. 303 RUANO, D. Eloy Benito - Correspondente espanhol – Pág. 325 RUIZ MORENO, Isidoro - Correspondente argentino – Pág. 318 RUSSELL-WOOD, Anthony John - Correspondente estrangeiro – Pág. 313 SAGRERA, Carlos - Correspondente uruguaio – Pág. 324 SALES, Eugênio de Araújo (Dom) - Honorário brasileiro – Pág. 303 SALLES, Vicente - Correspondente brasileiro – Pág. 308 SALUM-FLECHA, Antonio - Correspondente estrangeiro – Pág. 315 SAMPAIO, Jorge - Presidente Honorário – Pág. 297 SANCHES, Marcos Guimarães - Titular – Pág. 301 SÁNCHEZ, Alfonso E. Pérez - Correspondente espanhol – Pág. 327 SANGUINETTI, Marta Canessa de - Correspondente uruguaia – Pág. 321 SANTA MARIA, Fernando de La Granja, Correspondente espanhol – Pág. 327 SANTOS, Corcino Medeiros dos - Correspondente brasileiro – Pág. 310 SANTOS, Eugênio Francisco dos - Correspondente português – Pág. 316 SANZ, Luís Santiago - Correspondente argentino – Pág. 318 338 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 Cadastro Social SARNEY, José - Presidente Honorário – Pág. 297 SCANTIMBURGO, João de - Honorário brasileiro – Pág. 303 SCHENONE, Héctor H. - Correspondente argentino – Pág. 318 SCHWARCZ, Lilia Katri Moritz - Correspondente brasileira – Pág. 311 SCHWARTZ, Stuart B. - Correspondente estrangeiro – Pág. 313 SENA, Consuelo Pondé de - Correspondente brasileira – Pág. 307 SENA, Davis Ribeiro de - Honorário brasileiro – Pág. 305 SERRANO, D. Carlos Seco - Correspondente espanhol – Pág. 325 SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Correspondente português – Pág. 316 SIERRA, Ernesto Reguera - Correspondente estrangeiro – Pág. 312 SILVA, Alberto Martins da - Correspondente brasileiro – Pág. 307 SILVA, Alberto Vasconcellos da Costa e - Titular – Pág. 302 SILVA, Andrée Mansuy-Diniz – Correspondente Estrangeiro – Pág. 315 SILVA, Aníbal Cavaco – Presidente Honorário – Pág. 297 SILVA, Eduardo - Titular – Pág. 300 SILVA, Hernán Asdrúbal - Correspondente argentino – Pág. 319 SILVA, Jaime Antunes da - Institucional – Pág. 327 SILVA, José Enrique - Correspondente estrangeiro – Pág. 314 SILVA, Leonardo Dantas - Correspondente brasileiro – Pág. 308 SILVA, Maria Beatriz Nizza da - Correspondente brasileira – Pág. 308 SIQUEIRA, Elizabeth Madureira - Correspondente brasileira – Pág. 309 SIQUEIRA, Sonia Apparecida de - Correspondente brasileira – Pág. 308 SKIDMORE, Thomas - Correspondente estrangeiro – Pág. 314 SOUTELO, Luiz Fernando Ribeiro - Correspondente brasileiro – Pág. 308 SOUZA, Luiz de Castro - Benemérito – Pág. 297 STERNBERG, Hilgard O’Reilly - Correspondente brasileiro – Pág. 307 STIRLING, José E. Etcheverry - Correspondente uruguaio – Pág. 321 STOLS, Eddy Odiel Gerard - Correspondente estrangeiro – Pág. 315 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 339 Por por ordem alfabética TAU ANZOATEGUI, Victor - Correspondente argentino – Pág. 318 TAVARES, Luís Henrique Dias - Emérito – Pág. 298 TELES, José Mendonça - Correspondente brasileiro – Pág. 309 TELLES, Augusto Carlos da Silva - Emérito – Pág. 298 TELLES, Pedro Carlos da Silva - Titular – Pág. 301 TENÓRIO, Douglas Apratto - Correspondente brasileiro – Pág. 311 TORRE, Carlos Páez de la - Correspondente argentino – Pág. 320 TORRENDELL, Beatriz - Correspondente uruguaia – Pág. 324 TOSTES, Vera Lucia Bottrel - Titular – Pág. 302 VALES, Luis E. Gonzales - Correspondente estrangeiro – Pág. 314 VALLO, Ezequiel - Correspondente argentino – Pág. 318 VALVERDE, José Filgueira Valverde - Correspondente espanhol – Pág. 325 VAQUERO, Quintín Aldea (Pe.) - Correspondente espanhol – Pág. 327 VARESE, Suzana Rodríguez - Correspondente uruguaia – Pág. 323 VASQUEZ, Pedro Karp - Honorário brasileiro – Pág. 305 VENANCIO FILHO, Alberto - Titular – Pág. 300 VICENTE, Antonio Pedro de Araujo Pires - Correspondente português – Pág. 316 VIDAURRETA, Alícia Elena - Correspondente estrangeira – Pág. 312 VILAÇA, Marcos Vinicios Rodrigues - Honorário brasileiro – Pág. 304 VINHOSA, Francisco Luiz Teixeira - Titular – Pág. 300 WEFFORT, Francisco Correa - Honorário brasileiro – Pág. 305 WEHLING, Arno - Titular – Pág. 299 WEHRS, Carlos - Titular – Pág. 300 WEINBERG, Félix - Correspondente argentino – Pág. 320 WIESEBRON, Marianne L. - Correspondente estrangeira – Pág. 313 WONDJI, Christophe - Correspondente estrangeiro – Pág. 313 ZAVALLA, Sílvio - Correspondente estrangeiro – Pág. 311 ZILLY, Berthold - Correspondente estrangeiro – Pág. 315 ZULETA ÁLVAREZ, Enrique - Correspondente argentino – Pág. 318 340 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):329-340, out./dez. 2008 Cadastro Social c- Presidentes e endereços dos Institutos Históricos Estaduais (sócios correspondentes brasileiros enquanto na direção dos respectivos institutos) INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE ALAGOAS Jayme Lustosa de Altavila Rua João Pessoa, 382 - 57020-970 - Maceió - AL INSTITUTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DO AMAZONAS Edinea Mascarenhas Dias Rua Bernardo Ramos, 117/131 - Centro - 69005-310 - Manaus - AM INSTITUTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DA BAHIA Consuelo Pondé de Sena Av. Sete de Setembro, 94/A - 40060-001 - Salvador - BA INSTITUTO DO CEARÁ José Augusto Bezerra Rua Barão do Rio Branco, 1594 - 60025-061 - Fortaleza - CE INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO DISTRITO FEDERAL Affonso Heliodoro dos Santos SEP/Sul EQ 703/903 - Conj. C - 70390-039 - Brasília - DF INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO ESPÍRITO SANTO Getúlio Marcos Peereira das Neves Av. República, 374 - Parque Moscoso - 29020-620 - Vitória - ES INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE GOIÁS Aidenor Aires Rua 82, nº. 455 - Centro - 74083-010 - Goiânia - GO R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):341-343, out./dez. 2008 341 Presidentes e Endereços dos Institutos Históricos Estaduais INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO MARANHÃO Eneida Vieira da Silva Ostria de Canedo Rua Santa Rita, 230 - Edf. Prof. Antonio Lopes - 2º. and - 65015-430 - São Luiz - MA INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MATO GROSSO João Carlos Vicente Ferreira Rua Barão de Melgaço, 3869 - Centro - 78005-500 - Cuiabá - MT INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MATO GROSSO DO SUL Hildebrando Campestrini Rua Rui Barbosa, 2624 - 79002-365 - Campo Grande - MS INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE MINAS GERAIS Fernando Antonio Xavier Brandão Rua Guajajaras, 1268 - Sobreloja - 30180-101 - Belo Horizonte - MG INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PARÁ Guaraciaba Quaresma Gama Rua D’Aveiro, 62 - Cidade Irmã - 66020-610 - Belém - PA INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO PARAIBANO Luiz Hugo Guimarães Rua Barão do Abiai, 64 - 58013-080 - João Pessoa - PB INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PARANÁ Lauro Grein Filho Rua José Loureiro, 43 - Centro - 80010-000 - Curitiba - PR INSTITUTO ARQUEOLÓGICO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO PERNAMBUCANO Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque Rua do Hospício, 130 - Boa Vista - 50060-080 - Recife - PE INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO PIAUIENSE Paulo de Tarso Mello e Freitas Av. Miguel Rosa, 3300 - Sul-Centro - 64001-490 - Teresina - PI 342 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):341-343, out./dez. 2008 Cadastro Social INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO DE JANEIRO Cybelle Moreira de Ipanema Av. Augusto Severo, 8/12º. Andar - Glória - 20021-040 - Rio de Janeiro - RJ INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO NORTE Enélio Lima Petrovich Rua da Conceição, 622 - 59025-270 - Natal - RN INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO RIO GRANDE DO SUL Gervásio Rodrigo Neves Rua Riachuelo, 1317 - 3o andar. - Centro - 90010-271 - Porto Alegre - RS INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE RONDÔNIA Yêdda Pinheiro Borzarcov Rua Portugal, nº. 2298 - Ipase Novo - Pedrinhas - 78900-000 - Porto Velho - RO INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SÃO PAULO Nelly Martins Ferreira Candeias Rua Benjamim Constant, 158 - 01005-000 - São Paulo - SP INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SANTA CATARINA Carlos Humberto Pederneiras Corrêa Praça XV de Novembro, s/n - caixa postal D142 - 88010-970 - Florianópolis - SC INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE SERGIPE José Ibarê Costa Dantas Rua Itabaianinha, 41 - 49010-190 - Aracajú - SE R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):341-343, out./dez. 2008 343 Movimentação no quadro social IV.2 – Movimentação no quadro social FORAM ELEITOS Correspondente brasileiro: Reinaldo José Carneiro Leão Correspondentes estrangeiros: Nuno Álvares Pereira de Castro Andrée Mansuy-Diniz Silva Honorários brasileiros: Antônio Celso Pereira Alves Cláudio Aguiar D. João de Oleáns de Bragança Kenneth Henry Lionel Ligth Foram transferidos Para sócio emérito Walter Fernando Piazza Para sócio titular Alberto Vasconcellos da Costa e Silva Armando de Senna Bittencourt Arnaldo Niskier João Maurício de Araújo Pinho Marcos Guimarães Sanches Faleceram Luís Ferrand de Almeida, Correspondente português Odilon Nogueira de Matos, Emérito Arivaldo Silveira Fontes, Titular Frieda Wolff, Emérita José Fortuna Andréa dos Santos, Titular John W. Foster Dulles, Correspondente estrangeiro Braz Augusto Aquino Brancato, Correspondente brasileiro Maria Cecília Ribas Carneiro, Titular R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):345-345, out./dez. 2008 345 Movimentação no quadro social PROPOSTAS E PARECERES PROPOSTA Propomos para Sócio Emérito o Sócio Correspondente Brasileiro Walter Fernando Piazza, residente em Santa Catarina. Professor Titular de História do Brasil da Universidade Federal de Santa Catarina, ocupou diversos cargos públicos na área educacional e cultural de seu Estado, tendo inclusive sido Presidente do IHGSC. De sua vasta bibliografia, destacam-se os livros “A epopéia açórico-madeirense 1748-1756, Luminares do ensino catarinense, Brigadeiro Silva Paes, construtor do Brasil meridional, além de colaboração em periódicos especializados do Brasil e do exterior e participação em obras coletivas. Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008. PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ora reunida, aprova com intensa satisfação a transferência do sr. Walter Fernando Piazza para a classe de Sócio Emérito. Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs José Arthur Rios PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA A Comissão de História aprova, tendo em vista sua obra como historiador, a transferência do prof. Walter Fernando Piazza para a classe de R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 347 Propostas e Pereceres Sócio Emérito. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008. Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior PROPOSTA Propomos para Sócio Titular o Sócio Honorário Alberto da Costa e Silva. Diplomata de carreira, tornou-se um dos maiores especialistas em História da África e das relações afro-brasileiras. De sua produção destacam-se livros como A enxada e a lança: a África antes dos portugueses (1992), As relações entre o Brasil e a África Negra de 1822 à Primeira Guerra Mundial (1996) e A manilha e o libambo: a África e a escravidão de 1500 a 1700 (2003). Tem colaborado com o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em diferentes eventos, inclusive na presidência da Comissão que organizou, na Prefeitura do Rio de Janeiro, as comemorações dos 200 anos da transferência da Corte. Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008. PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de Alberto da Costa e Silva para Sócio Titular. Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs José Arthur Rios PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA 348 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 Movimentação no quadro social A Comissão de História, tendo em vista a contribuição do Sócio Honorário Alberto da Costa e Silva à cultura brasileira, com repercussão no cenário internacional, não só através de obras, como dos cargos exercidos, aprovou a indicação para Sócio Titular. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008. Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior PROPOSTA Propomos, para ascenção no Quadro Social, de Sócio Honorário a Titular, o vice-Almirante Armando de Senna Bittencourt, presença constante nas parcerias com o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, em eventos da Marinha. Responsável pela Diretoria de Patrimônio Histórico e Cultural da Marinha, hoje Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, é um respeitado Engenheiro Naval, especializado em História Naval, com medalhas e condecorações, como a do Mérito Naval e a do Mérito Rio Branco. Em 2007, coordenou a realização do Simpósio do Bicentenário do Almirante Tamandaré, Joaquim Marques Lisboa, e, neste ano, o do Almirante Joaquim José Ignácio, Visconde de Inhaúma, realizado nos dias 29 e 30 de outubro. É uma parceria benvinda ao Instituto que, assim, considera reconhecer o empenho de seu Sócio Honorário, eleito em 2004, na projeção do IHGB. Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008. PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de Armando de Senna Bittencourt para Sócio Titular. R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 349 Propostas e Pereceres Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs José Arthur Rios PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA A Comissão de História, tendo presente a produção historiográfica do Sócio Honorário Armando de Senna Bittencourt, manifesta favoravelmente à sua eleição para o quadro de Sócios Titulares. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008. Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior PROPOSTA O professor Arnaldo Niskier, Sócio Honorário desde 1981, agora proposto a Sócio Titular, é nome expressivo da educação e da cultura do País. Tem estado à frente de importantes cargos da administração, como Secretário Estadual, tanto de Ciência e Tecnologia quando de Cultura e de Educação. Desde sua eleição, muito se tem enriquecido sua produção bibliográfica, ao lado de funções de destaque nos cenários de suas áreas de conhecimento. Já presidiu a Academia Brasileira de Letras. Atualmente, é o editorresponsável do Jornal de Letras e Presidente do Centro de Integração Empresa-Escola, Unidade Rio de Janeiro. De seus últimos títulos, registramos: 10 Anos de LDB, em 2007, e Don Quixote para crianças, em 2008. Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008. 350 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 Movimentação no quadro social PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de Arnaldo Niskier para Sócio Titular. Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs José Arthur Rios PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA Pela continuada e importante contribuição do Sócio Honorário Arnaldo Niskier, nos campos da educação e história, a comissão aprova sua indicação para Sócio Titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008. Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior PROPOSTA PARA SÓCIO TITULAR Propomos para Sócio Titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro JOÃO MAURÍCIO WANDERLEY DE ARAÚJO PINHO. Jurista dos mais conceituados no Rio de Janeiro, com destacada passagem pelo magistério universitário e por inúmeros conselhos empresariais, integra o Quadro de Sócios Honorários desde 1991, exercendo atualmente as funções de Diretor de Relações Externas. Presença marcante na vida cultural fluminense, é vice-presidente do Conselho Deliberativo do Museu de Arte Moderna e ex-diretor da Casa França-Brasil e do Museu do Ingá. É também membro dos Institutos Históricos da Bahia e do Rio de Janeiro e da Academia Brasileira de Arte. É autor dos estudos Guerra e Paz no Prata (1950), Correspondência do Marquês de Barbacena (1958) e de verbetes de Direito Financeiro para a Enciclopédia Brasileira de Sociologia do MEC (1966), além de R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 351 Propostas e Pereceres vasta bibliografia jurídica. Rio de Janeiro, 28 de outubro de 2008. PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de João Maurício de Araújo Pinho como Sócio Titular. Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs José Arthur Rios PARECER DA COMISSÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS A Comissão de Ciências Sociais endossa a indicação do predicto João Maurício de Araújo Pinho para Sócio Titular, ressaltando a contribuição que tem dado ao Instituto nas funções que lhe têm sido concedidas. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008. Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior PROPOSTA O Professor Marcos Guimarães Sanches é Sócio Honorário do IHGB desde 1995, agora proposto para Sócio Titular. Mestre e Doutor em História do Brasil pela UFRJ, é professor das Universidades Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Gama Filho, tendo exercido a Direção do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro. Tem trabalhos publicados em sua especialidade, particularmente no âmbito da História Colonial, alguns deles publicados na Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. 352 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 Movimentação no quadro social Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008. PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ora reunida, aprova o ingresso do Sr. Marcos Guimarães Sanches, sem restrições, para a condição de Sócio Titular. Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs José Arthur Rios PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA A Comissão de História aprova o ingresso do historiador e professor Marcos Guimarães Sanches para a condição de Sócio Titular. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008. Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior PROPOSTA Para ingresso no Quadro Social do Instituto, na categoria de Sócio Correspondente Brasileiro, propomos o nome de Reinaldo José Carneiro Leão, atual 1º Secretário Perpétuo e Curador do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. É Bacharel em Sociologia e Política e em Ciências Jurídicas e Sociais, por entidades universitárias de seu estado. Tem exercido atividades administrativas e culturais, por exemplo no levantamento Sócioeconômico das propriedades dos vales do Seridó e do Alto Apodi, como na Fundação Joaquim Nabuco, na Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, no Museu do Açúcar e na SUDENE. Além de Sócio Benemérito do Instituto Pernambucano, que repre- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 353 Propostas e Pereceres sentou nos Colóquios promovidos por este Instituto (II, III e IV), é correspondente do Paraibano e do de Igaraçu. Pelo Instituto de Oeiras (PI), foi agraciado com a Medalha Brigadeiro Souza Martins. Autor de trabalhos individuais e coletivos, com destaque para O MEPE – Museu do Estado de Pernambuco, O tesouro dos abades (texto para Exposição) e Campo das Princesas – o Palácio do Governo de Pernambuco. No prelo, O universo encantado de Cláudio Dubeux: fotografias de cenas oitocentistas. Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008. PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ora reunida, aprova, sem restrições, o ingresso para o quadro de Sócio Correspondente Brasileiro, do candidato sr. Reinaldo Carneiro Leão. Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs José Arthur Rios PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA A Comissão de História aprova o ingresso do historiador Reinaldo Carneiro Leão para o quadro de Sócios Correspondentes Brasileiros. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008. Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior PROPOSTA Propomos para Sócia Correspondente Estrangeira a historiadora franco-portuguesa Andrée Mansuy-Diniz Silva, com importante contribuição historiográfica à História do Brasil Colonial. 354 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 Movimentação no quadro social A Dra. Andrée Mansuy publicou a que é considerada a melhor edição crítica da obra Cultura e Opulência do Brasil, de Antonil. Nos últimos anos, dedicou-se ao estudo da vida e obra de D.Rodrigo de Sousa Coutinho, tendo editado escritos deste estadista e elaborado monumental biografia, D.Rodrigo de Sousa Coutinho, Comte. de Linhares – portrait d’un homme d’état. Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008. PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de Andrée Mansuy-Diniz Silva como Sócia Correspondente Estrangeira. Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs José Arthur Rios PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA A Comissão de História aprova a indicação da historiadora francoportuguesa Andrée Mansuy-Diniz Silva para o quadro de Sócios Correspondentes Estrangeiros. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008. Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior PROPOSTA PARA SÓCIO CORRESPONDENTE ESTRANGEIRO Propomos para Sócio Correspondente Estrangeiro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro o pesquisador português NUNO ALVARES PEREIRA DE CASTRO, residente, desde 1976, no Rio de Janeiro. Internacionalmente conhecido por seus estudos sobre porcelana da R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 355 Propostas e Pereceres Companhia das Índias, é autor do livro A porcelana chinesa ao tempo do Império: Portugal e Brasil, ora em 2ª edição, bilíngüe, e dos estudos A cerâmica e a porcelana chinesas na Dinastia Ming (1368-1644) e Alguns brasões inéditos em Companhia das Índias. Escreveu, ainda, De Bartolomeu Dias a Vasco da Gama - As famosas armadas da Índia 1496-1650 por Simão Ferreira Paes, e artigos outros sobre as expedições portuguesas. É Sócio Correspondente do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina, sócio benemérito do Real Gabinete Português de Leitura e membro da Academia Luso-Brasileira de Letras. Em 2000, foi agraciado com o Prêmio Jonatas Serrano, da União Brasileira de Escritores. Rio de Janeiro, 27 de outubro de 2008. PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ora reunida, aprova, sem restrições, o ingresso para o quadro de Sócio Correspondente Estrangeiro, o Sr. Nuno Álvares Pereira de Castro. Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs José Arthur Rios PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA A Comissão de História aprova o historiador português Nuno Álvares Pereira de Castro, autor de importantes obras sobre a porcelana chinesa em Portugal e Brasil, para o ingresso no quadro de Sócio Correspondente Estrangeiro. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008. Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior 356 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 Movimentação no quadro social PROPOSTA Propomos para Sócio Honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro o Dr Antônio Celso Alves Pereira. Doutor em Direito Público pela UFRJ, foi professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde ocupou a Direção da Faculdade de Direito e a Reitoria da Universidade. Nesta última condição efetivou convênio com o IHGB, que permitiu a presença de professores e alunos da UERJ no levantamento de documentação do Arquivo do Instituto. Foi também Presidente da Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro e é o atual Presidente da Sociedade Brasileira de Direito Internacional, além de Vice-Presidente do PEN Clube do Brasil. Tem intensa colaboração em periódicos especializados nas áreas de Direito e Ciências Sociais, além de obras como Desarmamento nuclear e nova ordem internacional, Os impérios nucleares e sem reféns: relações internacionais contemporâneas e Novas perspectivas do direito internacional contemporâneo (capítulo e coordenação). Sua participação mais recente na CEPHAS foi conferência sobre “Teófilo Otoni e o liberalismo brasileiro”. Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008. PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de Antônio Celso Alves Pereira como Sócio Honorário Brasileiro. Rio de Janeiro 3 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs José Arthur Rios R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 357 Propostas e Pereceres PARECER DA COMISSÃO DE CIÊNCIAS SOCIAIS A Comissão de Ciências Sociais endossa a indicação do professor Antônio Celso Alves Pereira para o quadro de Sócios Honorários Brasileiros, à vista de seu currículo. Rio de Janeiro 3 de dezembro de 2008. Maria da Conceição de Moraes Coutinho Beltrão Ronaldo Rogério de Freitas Mourão PROPOSTA PARA SÓCIO HONORÁRIO BRASILEIRO Propomos para Sócio Honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro D. João de Orléans e Bragança, empresário e fotógrafo, com destacada participação na vida cultural brasileira. É autor, entre outros, dos livros Rio imperial (em co-autoria com Paulo Marcos Mendonça, 1988), Floresta da Tijuca (em co-edição com Ana Jobim e Pedro Vasquez e Franz Krajberg, 1991), Ilha Grande (2005), Piauí: luz do mar e do sertão (2006), Macaé: a natureza revelada (com texto de Carlos Heitor Cony, 2008) e A riqueza vem do fundo do mar (com texto de Antonio Torres, 2008). Como fotógrafo, participou da Bienal de Torino (1990) e de exposições em Paris (1988 e 2007) e Salerno (2007). É também ligado aos movimentos de preservação ambiental e de defesa do patrimônio histórico e artístico brasileiro. Tem residência no Rio de Janeiro e em Parati. Rio de Janeiro, 28 de outubro de 2008. PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ora reunida, aprova o ingresso na Classe de Sócio Honorário Brasileiro, de D. João de Orleans e Bragança. 358 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 Movimentação no quadro social Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA A admissão de D. João de Orleans e Bragança, como Sócio Honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, constitui aquisição que muito contribuirá para a consecução dos objetivos desta instituição, não só pelo seu interesse na preservação do patrimônio cultural e histórico nacional, como por sua dedicação à memória iconográfica do País, tal qual D. Pedro II. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008. Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior PROPOSTA Para uma vaga de Sócio Honorário Brasileiro, propomos o nome do pesquisador Cláudio Aguiar (Luiz Cláudio Aguiar), natural do Ceará, com atuação acadêmica e profissional, principalmente em Pernambuco e no Rio de Janeiro. Graduado em Direito, pela UFPE, e Doutor pela Universidade da Salamanca (Espanha). Professor Visitante da Universidade Federal Rural de Pernambuco, em convênio com a Sherbrook-Irecus (Canadá). Bolsista do CNPq, com vistas ao estudo da imigração espanhola para o Brasil. Seminarista do Instituto de Tropicologia da Fundação Joaquim Nabuco. Pertence às Academias Pernambucana e Carioca de Letras a ao PEN Clube do Brasil. Autor de obra bibliográfica, repartida entre, predominantemente, ensaios históricos e jurídicos, romances e teatro. Exemplos: El barroco brasileño y la contribución española (1984), Os espanhóis no Brasil (1991), R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 359 Propostas e Pereceres Franklin Távora e o seu tempo (2ª ed. 2005) e Suplício de frei Caneca (oratório dramático, 2. ed.,1981). Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008. PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios aprova a indicação de Cláudio Aguiar como Sócio Honorário Brasileiro. Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs José Arthur Rios PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA A Comissão Permanente de História aprova o ingresso de Cláudio Aguiar para o quadro de Sócios Honorários Brasileiros, à vista de seu currículo. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008. Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior PROPOSTA PARA SÓCIO HONORÁRIO BRASILEIRO Propomos para Sócio Honorário do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, na forma do art. 6º, I e II, do Estatuto, KENNETH HENRY LIONEL LIGHT, residente em Petrópolis, RJ. Pesquisador e empresário, diplomado pelo Institute of Chartered Accountants of England and Wales, London, ex-diretor da Companhia Souza Cruz, o indicado é autor do recém-lançado livro A viagem marítima da Família Real - A transferência da corte portuguesa para o Brasil (Zahar, 2008), escrito a partir dos livros de quarto da Marinha inglesa existentes no Arquivo Histórico de Londres, e a partir do qual foi possível ao pintor Geoff Hunt, por encomenda sua, reconstituir o desembarque 360 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 Movimentação no quadro social daquela no Rio de Janeiro. Autor, ainda, dos artigos ‘Britain and the Portuguese Navy’ e ‘Sidney Smith - um marinheiro herói’, publicados no Brasil e em Portugal. Conferencista de reconhecidos méritos, tem participado de Congressos e Seminários, valendo mencionar os realizados pelo Museu Histórico Nacional (2000), Universidade do Minho (2001), Universidade Nova de Lisboa (2003), Câmara Municipal de Lisboa e Comissão 200 anos Portugal/Brasil (2007) e pelo IHGB, onde realizou as conferências de abertura do Colóquio Luso-Brasileiro sobre os 200 anos da transferência da Corte e do IV Colóquio de Institutos Históricos brasileiros, recém-encerrado. É membro da British Historical Society of Portugal e do Instituto Histórico de Petrópolis e possui a Medalha Princesa Isabel, do MinC/ IPHAN/ Museu Imperial. Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2008. PARECER DA COMISSÃO DE ADMISSÃO DE SÓCIOS A Comissão de Admissão de Sócios do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, aprova a indicação de Kenneth Light como Sócio Honorário Brasileiro. Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 2008. Alberto Venâncio Filho Carlos Wehrs José Arthur Rios PARECER DA COMISSÃO DE HISTÓRIA O historiador Kenneth Ligth apresentou seu curriculum vitae em que estão registradas, além de sua contribuição em conferências e livros, suas pesquisas em arquivos ingleses das quais resultaram inédito aporte de informações sobre a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, com tema no exame dos diários de bordo dos navios britânicos que acompanharam a esquadra portuguesa, em 1808. Portanto, a comissão de História é favo- R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 361 Propostas e Pereceres rável à admissão de Kenneth Light como Sócio Honorário. Rio de Janeiro, 4 de dezembro de 2008. Eduardo Silva Elysio de Oliveira Belchior 362 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):347-362, out./dez. 2008 Movimentação no quadro social VAGAS EXISTENTES NO QUADRO SOCIAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 Emérito – 1 Titulares – 5 Correspondente Brasileiro – 1 Honorários Brasileiros – 4 Honorários Estrangeiros – 2 R IHGB, Rio de Janeiro, a. 169 (441):363-363, out./dez. 2008 363 NORMAS A Revista do IHGB aceitará trabalhos, sob a forma de artigos, resenhas, transcrições de fontes comentadas, conferências e comunicações com perspectiva histórica ou historiográfica, que serão encaminhados à apreciação de pelo menos dois pareceristas do Conselho Editorial. Os trabalhos deverão ser originais mas em casos especiais será aceita a publicação simultânea em outras revistas estrangeiras ou nacionais. As traduções serão acompanhadas da autorização do autor. Os artigos deverão conter título, autor(es), crédito(s) do(s) autor(es), endereço para correspondência incluindo telefone, fax, e/ou e-mail, etc, acompanhados de um resumo e abstract de no máximo 10 linhas e 3 palavras-chave em português e em inglês. Devem ser apresentados em 2 (duas) vias impressas e acompanhadas de disquete ou CD sendo que em 1 (uma) os dados deverão estar ocultos. Programa Word for windows ou compatível. Quaisquer figuras devem ser enviadas em arquivos separados do texto para serem devidamente editadas embora também constantes das vias impressas para a localização correta conforme designação do autor. Todos os trabalhos serão submetidos a dois pareceristas. Havendo pareceres contrários haverá um terceiro para desempate. A digitação deverá seguir as seguintes especificações: Fonte: Times New Roman 12, folha A4 e espaço simples. O parágrafo deverá ter um recuo de 1 cm. As notas deverão ser colocadas em pé de página. Se contiverem todas as referências bibliográficas de que o autor se serviu fica dispensada a repetição da bibliografia ao final. Normatização das notas de rodapé: - Livro: SOBRENOME, Nome. Título do livro em itálico. Edição (se não for a primeira). Cidade: Editora, ano, p ou pp. Ex. : CASTELLO BRANCO, Carlos. Retratos e fatos da história recente. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan, 1996, 206 p. - Artigos de revistas ou capítulo de livro, ou parte de obra coletiva: SOBRENOME, Nome. “Título do artigo (entre aspas)” In Título do periódico em itálico, volume e/ou número do periódico, local de publicação, data de publicação, número(s) da(s) página(s). Ex.: SOIHET, Rachel. “O drama da conquista na festa: reflexões sobre resistência indígena e circularidade cultural” In Estudos Históricos, vol. 5, n 9, Rio de Janeiro, 1992, pp. 44-59. - Outros documentos: IBGE. Anuário Estatístico do Brasil – 1995. Rio de Janeiro: IBGE, 1996. A publicação e comentários sobre documentos inéditos seguirão as normas especificadas para artigos. Cabe à Comissão da Revista a decisão referente à oportunidade da publicação das contribuições recebidas. ESTA OBRA FOI IMPRESSA PELA GRÁFICA DO SENADO, BRASÍLIA/DF, EM 2008, COM UMA TIRAGEM DE 700 EXEMPLARES A Gráfica do Senado limitou-se a executar os serviços de impressão e acabamento desta obra.