Rendimento da pinha em miolo de pinhão 1. Objectivos Se bem que não estava inicialmente previsto no projecto AGRO 200, e como forma de rentabilizar os meios disponibilizados, fez-se a avaliação do rendimento das pinhas em pinhão e em miolo de pinhão. 2. Material e métodos Em todos os tratamentos após o derrube das pinhas foi retirada, aleatoriamente, uma amostra de 3 pinhas de cada árvore (quando não existiam três pinhas retiravam-se as existentes). Em laboratório, após a determinação do seu peso verde, cada pinha foi colocada numa caixa individual (figura 1) e levada à estufa, a uma temperatura de 35º ± 2º, até à sua abertura. Figura 1 - Aspecto de um tabuleiro de pinhas antes de entrar para a estufa Depois de retiradas da estufa determinou-se o seu peso seco procedendo-se seguidamente, à separação dos pinhões. Esta separação foi feita manualmente, no primeiro ano. No segundo ano foi idealizado e construído um pequeno equipamento, nas oficinas dos serviços técnicos da Universidade de Évora, de forma a tornar o processo mais rápido e envolvendo menos mão-de-obra (figura 2 e 3). Os pinhões retirados de cada pinha foram, seguidamente, pesados de forma a determinar o rendimento das pinhas em pinhão. 2 Figuras 2 e 3 - Processo de abertura das pinhas, depois de secas, com o objectivo de retirar os pinhões Os pinhões retirados de cada pinha foram alinhados manualmente e fotografados (figuras 4 e 5). As imagens dos pinhões de cada pinha vão permitir, depois de tratadas, conhecer as dimensões dos pinhões. Os dados estão a ser tratados, razão pela qual não são ainda apresentados resultados. Figuras 4 e 5 – Processo de alinhamento dos pinhões e fotografia para posterior tratamento de imagem Os pinhões foram descascados manualmente. Para a maior validade dos dados obtidos, os pinhões de cada pinha foram descascados individualmente de forma a poder ser quantificado quer o peso do miolo quer o peso das cascas. Após o descasque o miolo de pinhão correspondente a cada pinha foi pesado para avaliar o rendimento das pinhas em miolo de pinhão (figura 6). Figura 6 - Avaliação do peso do miolo de pinhão de cada pinha 3 3. Resultados No quadro 1 apresentam-se os resultados obtidos, nos quatro povoamentos em estudo, nos dois primeiros anos (campanha 2002/2003 e 2003/2004). Como se trata de um processo moroso os dados referentes à campanha de 2004/2005 ainda estão a ser avaliados. Os povoamentos 1 (Pai Sobrado), 2 (Mata de Valverde) e 3 (Monte Novo) estão situados no concelho de Alcácer do Sal e o povoamento 4 (Quinta de Sousa) no concelho de Vendas Novas. Quadro 1 – Estatísticas descritivas referentes às pinhas, pinhões e miolo de pinhão Mínimo Média Máximo Desvio padrão Peso pinha verde (g) 44.89 237.01 440.43 67.39 Peso pinha seca (g) 30.19 166.13 321.59 47.88 2.67 29.92 44.77 2.64 Peso de pinhão (g) 1.94 44.19 93.85 17.48 Peso de miolo (g) 0.31 10.27 22.78 4.09 Peso pinha verde (g) 59.50 237.05 483.51 82.04 Peso pinha seca (g) 41.50 164.68 333.45 55.20 13.86 30.15 58.92 3.66 Peso de pinhão (g) 5.44 43.37 96.85 18.96 Peso de miolo (g) 1.36 9.70 23.83 4.22 Peso pinha verde (g) 74.54 293.90 509.03 72.79 Peso pinha seca (g) 53.21 209.50 357.03 51.72 0.75 28.62 56.33 3.31 Peso de pinhão (g) 7.18 54.26 98.54 18.20 Peso de miolo (g) 1.19 12.45 24.05 4.16 135.06 323.18 522.29 68.50 97.84 229.52 375.92 47.37 10.83 28.79 53.46 3.59 22.84 72.00 124.43 17.62 5.22 15.82 40.11 4.18 Povoamento 1 Humidade (%) 2 Humidade (%) 3 Humidade (%) 4 N 522 420 637 Peso pinha verde (g) Peso pinha seca (g) Humidade (%) Peso de pinhão (g) Peso de miolo (g) 562 No quadro 2 são apresentados os rendimentos em miolo em função de diferentes variáveis: peso de pinha verde, peso de pinha seca e peso em semente. 4 Quadro 2 – Estatísticas descritivas relativas aos diferentes rendimentos Povoamento 1 Rendimento N Pinha verde em Mínimo Média Máximo Desvio padrão 4.32 18.08 30.94 3.42 0.69 4.22 7.24 0.88 10.53 23.38 32.70 2.89 7.28 17.68 26.31 3.00 1.29 3.99 5.56 0.72 8.65 22.72 29.16 3.00 6.03 18.13 29.39 3.32 1.21 4.19 8.64 0.88 8.81 23.24 70.60 3.91 8.56 22.26 29.52 2.75 2.05 4.90 18.80 0.94 11.91 22.08 82.68 3.52 semente (%) Pinha verde em miolo (%) 522 Semente em miolo (%) 2 Pinha verde em semente (%) Pinha verde em miolo (%) 420 Semente em miolo (%) 3 Pinha verde em semente (%) Pinha verde em miolo (%) 637 Semente em miolo (%) 4 Pinha verde em semente (%) Pinha verde em miolo 562 (%) Semente em miolo 4. Conclusões O rendimento médio de pinha verde em miolo é sem dúvida aquele que mais interessa aos produtores ou empreiteiros florestais. Como se pode observar no quadro 2 este rendimento médio varia entre cerca de 4 e 5%, conforme o local. Quinta de Sousa foi o povoamento onde se obteve o melhor rendimento e Mata de Valverde o pior. O conhecimento do valor deste indicador poderá ser uma preciosa ajuda quer, para os produtores, quer para os empreiteiros florestais, quando pretendem estimar a produção dos povoamentos bem como o valor económico dos mesmos.