Instituto Politécnico de Coimbra Instituto Superior de Engenharia de Coimbra Departamento de Engenharia Informática e de Sistemas Mestrado em Informática e Sistemas Estágio/Projecto Industrial Relatório Final Business Intelligence: uma Aplicação no Domínio da Saúde Dulce Isabel Marques Bento Orientadores: Professor Doutor Viriato M. Marques (ISEC) Eng.º Abel Amaro (HUC) Coimbra, Dezembro, 2011 i ii “So I am called eccentric for saying in public: that Hospitals, if they wish to be sure of improvement, (1) must find out what their results are; (2) must analyze their results, to find out their strong and weak points; (3) must compare their results with those of other hospitals; … and (8) must welcome publicity not only for their successes but for their errors…. Such opinions will not be eccentric a few years hence” A. CODMAN, 1916 “Eu sou apelidado de excêntrico por dizer em público que os hospitais têm de avaliar os seus resultados…; têm de comparar os seus resultados com outros hospitais; têm de saber acolher publicamente não apenas os seus sucessos mas também os seus insucessos... Estas opiniões não serão consideradas excêntricas dentro de alguns anos.” iii iv Business Intelligence: uma Aplicação no Domínio da Saúde Agradecimentos Agradecimentos Ao Professor Doutor Viriato Marques por ter aceitado a orientação deste trabalho, pelo seu incentivo constante, pelo apoio científico, pela análise de soluções alternativas e pela indicação de caminhos adequados à realização deste trabalho. Ao Eng. Abel Amaro, responsável pelo Serviço de Tecnologias e Sistemas de Informação dos Hospitais da Universidade de Coimbra pela sua co-orientação, pelo seu sentido crítico e pragmático na abordagem das diversas questões constantes neste trabalho e pela disponibilização das condições necessárias para a prossecução e realização do trabalho. Aos colegas Dra. Leontina Marques, Eng. Pedro Silva e Eng. Nuno Simões, pela compreensão e pela disponibilização das condições necessárias para a prossecução e realização do trabalho, sugestões e opiniões. À minha família pelo apoio constante. Em especial ao Paulo que sempre me incentivou e ajudou a ultrapassar dificuldades que foram surgindo ao longo deste trabalho e aos meus pais, pela força que me deram. v Business Intelligence: uma Aplicação no Domínio da Saúde Resumo vi Business Intelligence: uma Aplicação no Domínio da Saúde Resumo Resumo A disponibilidade de informação de qualidade no sector da saúde é ainda um problema significativo com repercussões ao nível dos custos. (Deloitte, 2011) Esta dificuldade na gestão da informação tem como consequência uma enorme duplicação de esforços em todos os organismos que preparam e analisam essa informação, o que resulta em elevados custos e num baixo retorno. Adicionalmente, os sistemas de informação são desenvolvidos sem uma perspectiva de integração de dados, com consequências ao nível da interoperabilidade e da qualidade da informação que se consegue posteriormente agregar e disponibilizar. (Deloitte, 2011) Com este trabalho pretende-se contribuir para ultrapassar este problema, nomeadamente no que respeita à análise dos internamentos e seu financiamento, tomando como exemplo um Hospital Central e Universitário. Aborda-se o financiamento da saúde em Portugal, o SNS (Serviço Nacional de Saúde) e o financiamento hospitalar, em particular com base nos GDH (Grupos de Diagnósticos Homogéneos). Cria-se uma solução de BI que permite apresentar análises multidimensionais. Faz-se um estudo de financiamento por GDH e análise de desvios de tempo de internamento. Aplicam-se técnicas de Data-Mining para verificação e descoberta de padrões. vii Business Intelligence: uma Aplicação no Domínio da Saúde Resumo Abstract The availability of quality information in the health sector is still a considerable problem affecting cost level. (Deloitte, 2011) This difficulty in the management of information has resulted in a huge duplication of efforts across all agencies that prepare and analyze information, with high costs and low returns. Additionally, the development of information systems lacks a data integration perspective, with negative consequences in terms of interoperability and the quality of the information later added and made available. (Deloitte, 2011) This work aims to help overcome these problems, particularly with regard to the analysis of admissions and required financing, taking as an example a major university hospital. It addresses health financing in Portugal, the SNS (the National Health Service) and hospital funding, particularly on the basis of GDH's (Diagnosis-Related Groups). It creates a Business Intelligence solution that allows for displaying multidimensional analyses. It includes a study of funding by means of GDH's and an analysis of admission length deviations. Data mining techniques for verification and pattern discovery are applied. viii Business Intelligence: uma Aplicação no Domínio da Saúde Palavras-Chave Palavras-Chave BI - Business Intelligence OLAP - On-line Analytical Processing Data-Mining KDD - Knowledge Discovery in Databases Keywords BI - Business Intelligence OLAP - On-line Analytical Processing Data-Mining KDD - Knowledge Discovery in Databases ix Business Intelligence: uma Aplicação no Domínio da Saúde Símbolos e Abreviaturas x Business Intelligence: uma Aplicação no Domínio da Saúde Símbolos e Abreviaturas ABREVIATURAS AGI – Áreas de Gestão Integrada BI – Business Intelligence BIDS – Business Intelligence Design Studio CRISP-DM – CRoss-Industry Standard Process for Data Mining ETL – Extract, Transform and Load GCD – Grandes Categorias de Diagnósticos GDH – Grupos de Diagnósticos Homogéneos HUC – Hospitais da Universidade de Coimbra KDD – Knowledge Discovery in Databases MCDT – Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica OLAP – On-line Analytical Processing OLTP – Online Transaction Processing SEMMA – Sample, Explore, Modify, Model, Assess SQL – Structured Query Language SSIS – SQL Server Integration Services SSAS – SQL Server Analysis Services SSRS – SQL Server Reporting Services TI – Tecnologias de Informação xi xii ÍNDICE CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1 1.1. Caracterização dos HUC ........................................................................................... 1 1.1.1. Missão, Visão e Valores .................................................................................... 1 1.1.2. Objectivos estratégicos ...................................................................................... 2 1.1.3. Estrutura e funcionamento ................................................................................. 4 1.1.4. A História dos HUC ........................................................................................... 5 1.1.5. Os HUC em Números ........................................................................................ 7 1.2. Financiamento dos Hospitais .................................................................................... 8 1.2.1. O GDH e o financiamento hospitalar................................................................. 9 CAPÍTULO 2. OBJECTIVOS, ESTRUTURA E METODOLOGIA ......................... 11 2.1. Objectivos ............................................................................................................... 11 2.2. Estrutura .................................................................................................................. 12 2.3. Metodologia ............................................................................................................ 12 2.4. Plataformas de Desenvolvimento ........................................................................... 13 2.5. Terminologia ........................................................................................................... 13 CAPÍTULO 3. DATAWAREHOUSING E OLAP ....................................................... 17 3.1. Datawarehouse ........................................................................................................ 17 3.2. ETL ......................................................................................................................... 21 3.3. OLAP ...................................................................................................................... 23 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS - PONTO DE VISTA CLÍNICO .................. 25 4.1. Análises ................................................................................................................... 28 4.1.1. Internamentos ................................................................................................... 28 4.1.2. Internamentos por ano...................................................................................... 30 xiii 4.1.3. Internamentos por mês ..................................................................................... 33 4.1.4. Internamentos por ano e por mês ..................................................................... 35 4.1.5. Internamentos por sexo .................................................................................... 41 4.1.6. Internamentos por sexo e por ano .................................................................... 43 4.1.7. Internamentos por grupo etário ........................................................................ 44 4.1.8. Internamentos por grupo etário por ano ........................................................... 46 4.1.9. Internamentos por grupo etário em Obstetrícia ............................................... 53 4.1.10. Internamentos por grupo etário por sexo ....................................................... 54 4.1.11. Demora média por grupo etário ..................................................................... 60 4.1.12. Demora média por sexo por ano .................................................................... 62 4.1.13. Serviços hospitalares com maior número de internamentos por faixa etária............. 63 4.1.14. Internamentos por serviço hospitalar ............................................................. 68 4.1.15. Demora média por serviço hospitalar ............................................................ 69 4.1.16. Internamentos por proveniência geográfica ................................................... 70 4.1.17. Internamentos de doentes da Região Centro .................................................. 72 4.1.18. Internamentos da Região Centro por sexo ..................................................... 76 4.1.19. Internamentos do Distrito de Coimbra ........................................................... 78 4.1.20. Internamentos por proveniência Região Centro e por grupo etário ............... 79 4.1.21. Internamentos por destino de alta .................................................................. 81 4.1.22. Internamentos por serviço hospitalar com destino de alta falecido ............... 83 4.1.23. Falecidos por grupo etário ............................................................................. 85 4.1.24. Internamentos por serviço hospitalar com destino de alta contra parecer médico / abandono ..................................................................................................... 90 4.1.25. Internamentos com destino da alta para cuidados continuados ..................... 92 4.1.26. Internamentos por profissão ........................................................................... 94 4.1.27. Internamentos por diagnóstico principal ........................................................ 96 4.1.28. Demora média por diagnóstico principal ....................................................... 96 xiv 4.1.29. Internamentos e demora média por diagnóstico principal por grupo etário .. 97 4.1.30. Internamentos por diagnóstico principal por ano........................................... 98 4.1.31. Doenças do Aparelho Circulatório................................................................. 99 4.1.32. Neoplasias .................................................................................................... 102 4.1.33. Doenças do Aparelho Respiratório .............................................................. 105 4.1.34. Internamentos por Grandes Categorias de Diagnóstico (GCD) ................... 107 4.1.35. Demora média por Grandes Categorias de Diagnóstico (GCD) .................. 108 4.1.36. Diagnósticos secundários ............................................................................. 109 4.1.37. Procedimentos .............................................................................................. 110 4.2. Desvios de tempos de internamentos, relação entre demora média observada e demora média esperada ................................................................................................ 111 4.3. Simetria, variabilidade e identificação de Outliers ............................................... 136 4.4. Conclusões ............................................................................................................ 149 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS - PONTO DE VISTA FINANCEIRO ........ 151 5.1. Serviço Nacional de Saúde ................................................................................... 151 5.2. Administração Regional de Saúde ........................................................................ 152 5.3. Financiamento do SNS ......................................................................................... 152 5.4. Grupos de Diagnósticos Homogéneos .................................................................. 154 5.5. Índice de case-mix................................................................................................. 154 5.6. Limiares de excepção ............................................................................................ 155 5.7. Doentes equivalentes ............................................................................................ 156 5.8. HUC e o financiamento por GDH ........................................................................ 158 5.8.1. Facturação Contrato-Programa ...................................................................... 164 5.8.2. Facturação pela Portaria ................................................................................. 165 5.8.3. Facturação Contrato-Programa vs Facturação pela Portaria .......................... 166 5.8.4. Desvio dos valores calculados face aos valores contratados ......................... 168 5.9. Conclusões ............................................................................................................ 170 xv CAPÍTULO 6. DATA-MINING – VISÃO GERAL .................................................... 171 6.1. Aspectos Gerais .................................................................................................... 171 6.2. Técnicas de Data-Mining ...................................................................................... 173 6.3. Metodologias de Condução de Projecto de Data-Mining ..................................... 174 6.3.1. Metodologia Crisp-DM .................................................................................. 175 6.3.2. Metodologia SEMMA ................................................................................... 176 6.4. Data-Mining na Saúde .......................................................................................... 178 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO.......................................... 179 7.1. Financiamento ....................................................................................................... 179 7.2. Diabetes................................................................................................................. 182 7.2.1. Panorama........................................................................................................ 182 7.2.2. Influência dos diabetes no tempo de internamento ........................................ 182 7.2.3. Conclusões ..................................................................................................... 186 7.3. Cancro ................................................................................................................... 187 7.3.1. Panorama........................................................................................................ 187 7.3.2. Minas da Panasqueira .................................................................................... 189 7.3.3. Conclusões ..................................................................................................... 191 CAPÍTULO 8. CONCLUSÕES E TRABALHO FUTURO ...................................... 193 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 197 xvi ÍNDICE DE FIGURAS Figura 3.1. Database Diagram Admissões de internamentos ........................................... 18 Figura 3.2. Database Diagram Altas de internamentos .................................................... 19 Figura 3.3. Database Diagram Diagnósticos secundários associados ao internamento.... 20 Figura 3.4. Database Diagram Procedimentos associados aos internamentos ................. 20 Figura 3.5. Query do connection manager da componente ADO Net Source do SISS Packages: load_altas_internamento.dtsx .......................................................................... 22 Figura 3.6. Fluxo de carregamento admissões de internamentos ...................................... 23 Figura 3.7. Estrutura criada visível no Solution Explorer através da ferramenta Microsoft SQL- Server Analisys Services (Visual Studio 2008) ....................................................... 24 Figura 4.1. Browser : front-end da ferramenta Microsoft SQL- Server Analisys Services ............................................................................................................................................ 26 Figura 4.2. Exemplo de Report - Microsoft SQL- Server Reports Services...................... 26 Figura 4.3. Front-End Excel .............................................................................................. 27 Figura 4.4. Número de admissões por ano ......................................................................... 30 Figura 4.5. Número de altas por ano .................................................................................. 30 Figura 4.6 Demora média, em dias, para cada ano ............................................................ 31 Figura 4.7. Total de dias de internamento, para cada ano.................................................. 31 Figura 4.8. Admissões por mês .......................................................................................... 33 Figura 4.9. Altas por mês ................................................................................................... 33 Figura 4.10. Comparativo de admissões e altas por mês ................................................... 34 Figura 4.11. Internamentos de 2000 por mês ..................................................................... 35 Figura 4.12. Internamentos de 2001 por mês ..................................................................... 36 Figura 4.13. Internamentos de 2002 por mês ..................................................................... 36 Figura 4.14. Internamentos de 2003 por mês ..................................................................... 37 Figura 4.15. Internamentos de 2004 por mês ..................................................................... 37 Figura 4.16. Internamentos de 2005 por mês ..................................................................... 38 Figura 4.17. Internamentos de 2006 por mês ..................................................................... 38 Figura 4.18. Internamentos de 2007 por mês ..................................................................... 39 Figura 4.19. Internamentos de 2008 por mês ..................................................................... 39 Figura 4.20. Internamentos de 2009 por mês ..................................................................... 40 xvii Figura 4.21. Internamentos de 2010 por mês ..................................................................... 40 Figura 4.22. Altas por sexo ................................................................................................ 41 Figura 4.23 População residente segundo os Censos: total e por sexo – Portugal, Fontes/Entidades: INE, PORDATA Última actualização: 2011-06-30 ............................. 41 Figura 4.24. Altas por sexo (excepto altas do serviço de Obstetrícia) ............................... 42 Figura 4.25. Demora média por sexo (excepto altas do serviço de Obstetrícia) ............... 42 Figura 4.26. Altas de internamentos por sexo por ano (excepto Obstetrícia) .................... 43 Figura 4.27. Internamentos por grupo etário ..................................................................... 44 Figura 4.28. Internamentos por grupo etário, excepto em Obstetrícia............................... 45 Figura 4.29. Internamentos por grupo etário e por ano...................................................... 46 Figura 4.30. Internamentos por grupo etário < 1 ano ........................................................ 47 Figura 4.31. Internamentos por grupo etário 1 a 4 anos .................................................... 47 Figura 4.32. Internamentos por grupo etário 5 a 9 anos .................................................... 48 Figura 4.33. Internamentos por grupo etário 10 a 14 anos ................................................ 48 Figura 4.34. Internamentos por grupo etário 15 a 24 anos ................................................ 49 Figura 4.35. Internamentos por grupo etário 25 a 44 anos ................................................ 49 Figura 4.36. Internamentos por grupo etário 45 a 64 anos ................................................ 50 Figura 4.37. Internamentos por grupo etário 65 a 74 anos ................................................ 50 Figura 4.38. Internamentos por grupo etário > 75 anos .................................................... 51 Figura 4.39. Evolução do número de internamentos por grupo etário............................... 51 Figura 4.40. Distribuição de internamentos por grupo etário ............................................ 52 Figura 4.41. Internamentos em Obstetrícia por grupo etário ............................................. 53 Figura 4.42. Internamentos em Obstetrícia por grupo etário por ano ................................ 53 Figura 4.43. Internamentos por grupo etário (sem Obstetrícia) ......................................... 54 Figura 4.44. Internamentos por grupo etário e por sexo .................................................... 55 Figura 4.45. Internamentos por grupo etário e por sexo (sem Obstetrícia) ....................... 55 Figura 4.46. Internamentos por faixa etária e por sexo de 2007 a 2010 (sem Obstetrícia)56 Figura 4.47. Internamentos grupo etário <1, por sexo ....................................................... 56 Figura 4.48. Internamentos grupo etário 1 a 4 anos, por sexo ........................................... 57 Figura 4.49. Internamentos grupo etário 5 a 9 anos, por sexo ........................................... 57 Figura 4.50. Internamentos grupo etário 10 a 14 anos, por sexo ....................................... 57 Figura 4.51. Internamentos grupo etário 15 a 24 anos, por sexo ....................................... 58 Figura 4.52. Internamentos grupo etário 15 a 24 anos, por sexo (sem Obstetrícia) .......... 58 xviii Figura 4.53. Internamentos grupo etário 25 a 44 anos, por sexo ....................................... 58 Figura 4.54. Internamentos grupo etário 25 a 44 anos, por sexo (sem Obstetrícia) .......... 59 Figura 4.55. Internamentos grupo etário 45 a 64 anos, por sexo ....................................... 59 Figura 4.56. Internamentos grupo etário 65 a 74 anos, por sexo ....................................... 59 Figura 4.57. Internamentos grupo etário > 75 anos, por sexo ........................................... 60 Figura 4.58. Demora média por grupo etário ..................................................................... 61 Figura 4.59. Demora média por grupo etário e por ano ..................................................... 61 Figura 4.60. Demora média por sexo ................................................................................. 62 Figura 4.61. Internamentos por grupo etário, por sexo e por ano ...................................... 62 Figura 4.62. Internamentos por grupo etário, por sexo e por ano (sem Obstetrícia) ......... 63 Figura 4.63. Gráfico demora média versus grupo etário (utilizada a ferramenta Statistica, StatSoft Inc. (2011))........................................................................................................... 66 Figura 4.64. Internamentos com proveniência Região Centro .......................................... 72 Figura 4.65. Gráfico com representação linear (Internamentos e População) ................... 73 Figura 4.66. Gráfico com representação linear (Distância e Internamentos) .................... 74 Figura 4.67. Demora média por distritos da Região Centro .............................................. 75 Figura 4.68. Gráfico com representação linear (Demora Média versus Distância) ........... 75 Figura 4.69. Internamentos com proveniência Região Cento, por sexo ............................ 76 Figura 4.70. Internamentos com proveniência Região Cento, por sexo (sem Obstetrícia) 76 Figura 4.71. Concelhos do Distrito de Coimbra ................................................................ 78 Figura 4.72. Freguesias do Concelho de Coimbra ............................................................. 78 Figura 4.73. Percentagem de internamentos por destino de alta........................................ 81 Figura 4.74. Internamentos por destino de alta .................................................................. 81 Figura 4.75. Demora média por destino alta ...................................................................... 82 Figura 4.76. Percentagem de internamentos com alta óbito por serviço hospitalar (Totais 2000 - 2010) ....................................................................................................................... 83 Figura 4.77. Percentagem de internamentos com alta óbito, por serviço hospitalar, em 2010.................................................................................................................................... 84 Figura 4.78. Falecidos por grupo etário por ano ................................................................ 85 Figura 4.79. Pirâmide etária da população residente na Região Centro, 2001 e 2009 (ARS Centro, 2010) ..................................................................................................................... 86 Figura 4.80. Diagnósticos mais frequentes na faixa etária acima dos 75 anos .................. 87 xix Figura 4.81. Procedimentos mais frequentes, realizados na faixa etária acima dos 75 anos, em 2010 .............................................................................................................................. 88 Figura 4.82. Operações realizadas na faixa etária acima dos 75 anos ............................... 88 Figura 4.83. Internamento com saída contra parecer médico / abandono ......................... 90 Figura 4.84. Internamentos saídos contra parecer médico / abandono por serviço hospitalar em 2010, por faixa etária ................................................................................... 91 Figura 4.85. Internamentos por destino saídos para continuação de cuidados prestados e rede de cuidados continuados por ano ............................................................................... 92 Figura 4.86. Percentagem de profissões dos doentes internados ....................................... 94 Figura 4.87. Profissões de mulheres com internamentos em 2010 .................................... 95 Figura 4.88. Profissões de homens com internamentos em 2010 ...................................... 95 Figura 4.89. Internamentos por diagnóstico principal Doença do Aparelho Circulatório . 99 Figura 4.90. Internamentos de Doenças do Aparelho Circulatório por sexo ................... 100 Figura 4.91. Internamentos com diagnóstico principal Neoplasias ................................. 102 Figura 4.92. Internamentos de Neoplasias por sexo ........................................................ 103 Figura 4.93. Internamentos por Doença do Aparelho Respiratório ................................. 105 Figura 4.94. Desvios de tempos de internamentos por grupo etário ................................ 112 Figura 4.95. Desvios de tempos de internamentos por sexo ............................................ 113 Figura 4.96. Desvios de tempos de internamento por grupo etário e proveniência ......... 114 Figura 4.97. Desvio de tempos GCD Pré-Grandes Categorias Diagnósticas .................. 126 Figura 4.98. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações da Pele, Tecido Celular Subcutâneo e Mama ......................................................................................................... 126 Figura 4.99. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Aparelho Circulatório .......................................................................................................................................... 126 Figura 4.100. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Aparelho Digestivo 127 Figura 4.101. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Aparelho Genital Feminino .......................................................................................................................... 127 Figura 4.102.Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Aparelho Genital Masculino ......................................................................................................................... 127 Figura 4.103. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Aparelho Respiratório .......................................................................................................................................... 128 Figura 4.104. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Olho ........................ 128 xx Figura 4.105. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Ouvido, Nariz, Boca e Garganta ........................................................................................................................... 128 Figura 4.106. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Rim e do Aparelho Urinário ............................................................................................................................ 129 Figura 4.107. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Sangue / Órgãos Hematopoiéticos e Doenças Imunológicas ...................................................................... 129 Figura 4.108. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Sistema Hepatobiliar e Pâncreas ........................................................................................................................... 129 Figura 4.109. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Sistema Músculoesquelético e Tecido Conjuntivo...................................................................................... 130 Figura 4.110. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Sistema Nervoso .... 130 Figura 4.111. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações Endócrinas Nutricionais e Metabólicas ...................................................................................................................... 130 Figura 4.112. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações Mentais ........................ 131 Figura 4.113. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações Mieloproliferativas e Maldiferenciadas .................................................................................................................... 131 Figura 4.114. Desvio de tempos GCD Doenças Infecciosas e Parasitárias (Sistémicas ou de Localização Não Específica) ....................................................................................... 131 Figura 4.115. Desvio de tempos GCD Factores com influência no Estado de Saúde e Outros Contactos com os Serviços de Saúde ................................................................... 132 Figura 4.116. Desvio de tempos GCD Gravidez, Parto e Puerpério................................ 132 Figura 4.117. Desvio de tempos GCD Grupos com Procedimentos no Bloco Operatório Não Relacionados com o Diagnóstico Principal .............................................................. 132 Figura 4.118. Desvio de tempos GCD Infecções pelo Vírus da Imunodeficiência Humana .......................................................................................................................................... 133 Figura 4.119. Desvio de tempos GCD Queimaduras ....................................................... 133 Figura 4.120. Desvio de tempos GCD Recém-nascidos e Lactentes com Afecções do Período Perinatal .............................................................................................................. 133 Figura 4.121. Desvio de tempos GCD Traumatismos Múltiplos Significativos ............. 134 Figura 4.122. Desvio de tempos GCD Traumatismos, Intoxicações e Efeitos Tóxicos de Drogas .............................................................................................................................. 134 Figura 4.123. Desvio de tempos GCD Uso de Álcool / Droga e Perturbações Mentais Orgânicas Induzidas por Álcool ou Droga....................................................................... 134 xxi Figura 4.124. Gráfico Caixa de Bigodes para GDH com maior número de dias de internamento .................................................................................................................... 137 Figura 4.125. Critérios do Statistica para identificar Outliers e Extremos ...................... 138 Figura 4.126. Gráfico Caixa de Bigodes - GDH 541 ....................................................... 139 Figura 4.127. Gráfico Caixa de Bigodes GDH 430 ......................................................... 140 Figura 4.128. Gráfico Caixa de Bigodes GDH 533 ......................................................... 142 Figura 4.129. Gráfico Caixa de Bigode GDH 89............................................................. 143 Figura 4.130. Estatística Descritiva GDH 14................................................................... 144 Figura 4.131. Gráfico Caixa de Bigodes GDH 14 ........................................................... 145 Figura 4.132. Proveniência de doentes com internamentos classificado com GDH 541, com tempos de internamentos superiores a 26 dias ......................................................... 146 Figura 4.133. Sexo dos doentes com internamentos classificado com GDH 541, com tempos de internamentos superiores a 26 dias ................................................................. 146 Figura 4.134. Grupos etários de doentes com internamentos classificado com GDH 541, com tempos de internamentos superiores a 26 dias ......................................................... 147 Figura 4.135. Profissões de doentes com internamentos classificado com GDH 541, com tempos de internamentos superiores a 26 dias ................................................................. 147 Figura 4.136. Destinos pós alta de internamentos classificado com GDH 541, com tempos de internamentos superiores a 26 dias ............................................................................. 148 Figura 4.137. Diagnósticos Principais de internamentos classificado com GDH 541, com tempos de internamentos superiores a 26 dias ................................................................. 148 Figura 5.1. Percentagem de tempos de internamentos por limiares de excepção ............ 159 Figura 5.2. Evolução do ICM .......................................................................................... 162 Figura 5.3. Evolução dos ICM Cirúrgicos e Médicos ..................................................... 163 Figura 5.4. Comparação dos valores de financiamento pelas regras do Contrato-Programa e pelos valores da Portaria ............................................................................................... 167 Figura 5.5. Comparativo entre valores calculados segundo as regras do ContratoPrograma e os valores contratados pelos HUC ................................................................ 169 Figura 6.1. Uma visão geral dos passos que compõem o processo de KDD (Fayyad, U. M. et al. , 1996). .................................................................................................................... 172 Figura 6.2. Técnicas de Data-Mining .............................................................................. 173 Figura 6.3. Data-Mining, método preditivo, modelo adaptado (Thearling, 2011) .......... 174 Figura 6.4. Fases da Metodologia CRISP-DM, adaptado de (Chapman, P., 2000) ......... 175 xxii Figura 6.5. Etapas da metodologia SEMMA (Marques, Business Intelligence; DataMining: Metodologias de Condução de Projecto, 2011) ................................................. 177 Figura 7.1. Modelo usado no RapidMiner para regressão linear ..................................... 180 Figura 7.2. Parâmetros do operador SimpleValidation .................................................... 180 Figura 7.3. Dados usados para criação do modelo de regressão ...................................... 181 Figura 7.4. Valores a prever data-mining ....................................................................... 181 Figura 7.5. Valores da recta linear regression ................................................................. 181 Figura 7.6. Representação gráfica da recta de regressão linear ....................................... 182 Figura 7.7. Histograma dos tempos de internamentos com Fracturas em Ortopedia ...... 183 Figura 7.8. Gráfico Caixa de Bigodes para internamentos em Ortopedia com Fracturas 183 Figura 7.9. Visão parcial 1 (A e B) da Rede Neuronal através Microsoft Neural Network Viewer – ferramenta BIDS SSAS .................................................................................... 185 Figura 7.10 Visão parcial 2 (A e B) da Rede Neuronal através Microsoft Neural Network Viewer – ferramenta BIDS SSAS .................................................................................... 185 Figura 7.11. Visão parcial 1 (A e C) da Rede Neuronal através Microsoft Neural Network Viewer – ferramenta BIDS SSAS .................................................................................... 186 Figura 7.12. Visão parcial 2 (A e C) da Rede Neuronal através Microsoft Neural Network Viewer – ferramenta BIDS SSAS .................................................................................... 186 Figura 7.13. História ocupacional de doentes com diagnóstico principal ou secundário foi de silicose entre 1996 e 2006, internados no serviço de Pneumologia dos HUC (Santos, et al., 2008) .......................................................................................................................... 188 Figura 7.14. Localização geográfica da mina da Panasqueira (Gama, Torres, Lopes, & Nobre, 2002) .................................................................................................................... 189 Figura 7.15. Representação gráfica do algoritmo do Microsoft Decision Trees ............. 190 Figura 7.16. Legenda da representação gráfica do algoritmo do Microsoft Decision Trees .......................................................................................................................................... 190 Figura 8.1. Metodologia de Gestão Balanced Scorecards (Kaplan & Norton, 1996) ..... 194 xxiii xxiv ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1.1. HUC em Números (HUC, EPE, 2011) ............................................................. 7 Tabela 1.2. Percentagem do financiamento com base em GDH. Mateus, C. O Financiamento Hospitalar com grupos de Diagnósticos homogéneos: Resultados para Portugal entre 1995 e 2001 .................................................................................................. 9 Tabela 4.1. Total de admissões .......................................................................................... 29 Tabela 4.2. Total de altas ................................................................................................... 29 Tabela 4.3.Total de dias de internamento .......................................................................... 29 Tabela 4.4. Demora média ................................................................................................. 29 Tabela 4.5. Internamentos por mês .................................................................................... 34 Tabela 4.6. Serviços hospitalares com maior número de internamentos por grupo etário 64 Tabela 4.7. Demora média dos serviços hospitalares com maior número de internamentos por grupo etário .................................................................................................................. 65 Tabela 4.8. Serviços hospitalares com maior demora média por grupo etário .................. 67 Tabela 4.9. Internamentos por serviço hospitalar .............................................................. 68 Tabela 4.10. Demora média por serviço hospitalar ........................................................... 69 Tabela 4.11. Internamentos por proveniência geográfica .................................................. 70 Tabela 4.12. Demora média por proveniência geográfica ................................................. 71 Tabela 4.13. Coeficiente de Pearson para estudo da correlação entre o número de internamentos e a população dos distritos da Região Centro ............................................ 73 Tabela 4.14. Coeficiente de Pearson para estudo da correlação entre a distância e o número de internamentos ................................................................................................... 74 Tabela 4.15. Percentagem de internamentos dos Concelhos de Coimbra e Freguesias do Concelho de Coimbra ........................................................................................................ 78 Tabela 4.16. Percentagem de internamentos por Distrito de Coimbra e Outros Distritos, por grupo etário .................................................................................................................. 79 Tabela 4.17. Percentagem dos internamentos por grupo etário, por Distrito de Coimbra e Outros Distritos .................................................................................................................. 79 Tabela 4.18. Percentagem de Internamentos por distritos da Região Centro, por grupo etário .................................................................................................................................. 80 xxv Tabela 4.19. Percentagem de internamentos por composição dos destinos pós alta ......... 82 Tabela 4.20. Internamentos por profissões mais frequentes .............................................. 94 Tabela 4.21. Internamentos por diagnóstico principal ....................................................... 96 Tabela 4.22. Demora média por diagnóstico principal ...................................................... 96 Tabela 4.23. Internamentos de demora média por diagnóstico principal e por grupo etário ............................................................................................................................................ 97 Tabela 4.24. Internamentos por diagnóstico principal e ano ............................................. 98 Tabela 4.25. Internamentos por diagnósticos principais mais frequentes, pertencentes às Doenças do Aparelho Circulatório..................................................................................... 99 Tabela 4.26. Internamentos por diagnósticos principais mais frequentes pertencentes às Doenças do Aparelho Circulatório, agrupados por sexo ................................................. 100 Tabela 4.27. GDH de internamentos com diagnóstico principal Doença do Aparelho Circulatório ...................................................................................................................... 101 Tabela 4.28. Internamentos por diagnósticos mais frequentes de Neoplasias ................. 102 Tabela 4.29. Internamentos por Neoplasias mais frequentes por sexo ............................ 103 Tabela 4.30. Percentagem de internamentos de Neoplasias por sexo.............................. 103 Tabela 4.31. GCD mais frequentes de internamentos por diagnóstico principal Neoplasias ........................................................................................................................ 104 Tabela 4.32. Neoplasias por grupo etário ........................................................................ 104 Tabela 4.33. Internamentos com diagnóstico principal Doenças do Aparelho Respiratório .......................................................................................................................................... 105 Tabela 4.34. Percentagem de internamentos de doença respiratória, por sexo................ 106 Tabela 4.35. Internamentos por Grandes Categorias de Diagnóstico .............................. 107 Tabela 4.36. Demora média de internamentos por Grandes Categorias de Diagnóstico . 108 Tabela 4.37. Diagnósticos secundários ............................................................................ 109 Tabela 4.38. Os 50 Procedimentos mais realizados no internamento.............................. 110 Tabela 4.39. Desvios de tempos de internamentos .......................................................... 111 Tabela 4.40. KPI desvios de tempos por proveniência do doente ................................... 113 Tabela 4.41. Desvios de tempos de internamentos por destino da alta............................ 114 Tabela 4.42. Desvios de tempos de internamento por profissão...................................... 115 Tabela 4.43. Desvios de tempos de internamento por diagnóstico principal................... 117 Tabela 4.44. Desvios de tempos de internamentos por serviço hospitalar ...................... 118 Tabela 4.45. Desvios de tempos de internamento por serviço hospitalar por ano ........... 119 xxvi Tabela 4.46. Desvios de internamentos por GCD............................................................ 120 Tabela 4.47. GDH por GCD com desvios superiores a quatro dias ................................ 122 Tabela 4.48. GDH com maior percentagem de dias de internamento ............................. 136 Tabela 4.49. Estatística Descritiva GDH 541 .................................................................. 138 Tabela 4.50. Estatística Descritiva GDH 430 .................................................................. 140 Tabela 4.51. Estatística Descritiva GDH 533 .................................................................. 141 Tabela 4.52. Estatística Descritiva GDH 89 .................................................................... 143 Tabela 5.1. Internamentos por limiares de excepção ....................................................... 158 Tabela 5.2. Percentagem de internamentos por limiares de excepção ............................. 158 Tabela 5.3. Percentagem de doentes equivalentes ........................................................... 160 Tabela 5.4. Percentagem de doentes equivalentes (episódios normais e evolução prolongada) ...................................................................................................................... 160 Tabela 5.5. ICM (APÊNDICE D) .................................................................................... 161 Tabela 5.6. Cálculo ICM Cirúrgicos e Médicos (APÊNDICE D) ................................... 162 Tabela 5.7. ICM Cirúrgicos e Médicos (APÊNDICE D) ................................................ 163 Tabela 5.8. Formula de cálculo do financiamento por Contrato-Programa ..................... 164 Tabela 5.9. Cálculo do financiamento pela fórmula do Contrato-Programa ................... 165 Tabela 5.10. Valor de financiamento calculado pela Portaria GDH (APÊNDICE E) ..... 166 Tabela 5.11. Comparação financiamento calculado pelas regras do Contra-Programa e calculado pelos valores da Portaria .................................................................................. 167 Tabela 5.12. Comparativo entre valores calculados segundo as regras do ContratoPrograma e os valores contratados pelos HUC ................................................................ 169 Tabela 7.1. Valores calculados pelas regras do Contrato-Programa ............................... 179 Tabela 7.2. Valores preditos para financiamento pelo Contrato-Programa ..................... 181 xxvii xxviii CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO Com este trabalho pretende contribuir-se para ultrapassar a deficiência de informação existente nos sistemas de saúde, mais especificamente no que toca aos internamentos e ao financiamento deles resultante, para um Hospital Central e Universitário. 1.1. Caracterização dos HUC 1.1.1. Missão, Visão e Valores Os HUC - Hospitais da Universidade de Coimbra - apresentam-se como uma referência do Serviço Nacional de Saúde, com funções diferenciadas na prestação de cuidados de saúde, na formação pré-graduada, pós-graduada e contínua, e na investigação científica, sustentadas no mais actualizado conhecimento científico e técnico dos seus profissionais e na inovação e desenvolvimento de metodologias terapêuticas e tecnológicas próprias. Os HUC têm como predicados naturais a abordagem de questões clínicas e diagnósticas de elevada complexidade. Constitui-se como visão dos HUC: Aprofundar a sua natureza de grande hospital geral, central e aglutinador de um centro hospitalar universitário; Ser um centro assistencial de elevada competência, saber e experiência, dotado dos mais avançados recursos tecnológicos e terapêuticos; Ter um forte compromisso com a investigação, a inovação e o desenvolvimento tecnológico e terapêutico; Ser, na área da saúde, uma referência de elevada capacidade e qualidade no ensino superior e universitário e na formação pós-graduada e contínua. 1 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO No cumprimento da sua missão, os HUC e os seus profissionais perfilham os seguintes valores e princípios: Respeito pela dignidade humana, pela diversidade cultural e pelos direitos dos doentes; Universalidade do acesso a cuidados de saúde e equidade no tratamento; Colocação do doente no centro dos processos; Honestidade, sinceridade e franqueza no relacionamento com os doentes e com os seus familiares e entre os seus profissionais; Elevados padrões de humanização, de qualidade e de competência técnica e científica dos serviços prestados – excelência; Espírito de equipa, integridade, confidencialidade, privacidade e cordialidade; A mudança como motor do desenvolvimento, centrada nos profissionais; Respeito pela cultura e pelas tradições fundadoras do hospital, assumindo cada um o dever de acrescentar algo ao capital de cultura herdado; Responsabilidade social; Respeito pelo ambiente; Eficácia e eficiência na utilização dos recursos que a comunidade coloca ao seu dispor. (HUC, EPE, 2011) 1.1.2. Objectivos estratégicos Tendo como drivers da mudança os princípios do primado do utente e da liberdade de escolha, os HUC assumem como seus os desafios mais relevantes do sector da saúde em Portugal: operacionalizar o planeamento estratégico em saúde, promover e educar para a saúde e para o consumo em saúde, optimizar os gastos em serviços de saúde, melhorar a acessibilidade aos cuidados de saúde e promover a inovação. E tendo como finalidades a sustentabilidade de elevados padrões de qualidade assistencial, mais eficácia e eficiência e o fomento da inovação, da investigação e do 2 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO desenvolvimento, os HUC definiram os seguintes objectivos estratégicos para o período de 2008 a 2012: A reorientação da oferta para o aumento da diferenciação; O desenvolvimento do ambulatório médico e cirúrgico, num cenário de reorganização do internamento e de encerramento de blocos cirúrgicos periféricos, assentes, nomeadamente, na criação de um pólo de consultas externas centralizado, na centralização da cirurgia de ambulatório com a criação de um pólo diferenciado, na concentração dos hospitais de dia não oncológicos, na criação da “consulta de alta resolução”. A manutenção de uma dinâmica de inovação e de uma cultura da medicina de emergência, na vanguarda da resposta às novas necessidades da procura; O combate à dispersão, assimetria e desperdício de recursos, ao nível do internamento; A alteração do modelo de gestão por forma a ir de encontro às expectativas do utente, potenciar sinergias e desenvolver actividades de excelência reconhecida; A reorganização da oferta de MCDT’s tendente à optimização de recursos, melhoria dos níveis de qualidade e de eficiência dos serviços prestados e aproveitamento de sinergias; A melhoria da eficiência na gestão da logística hospitalar, numa perspectiva de satisfação das expectativas dos utilizadores e melhoria da qualidade dos serviços prestados; O desenvolvimento do Sistema de Gestão Integrada do Circuito do Medicamento, beneficiando o utente e contribuindo com a racionalização de recursos; A promoção de uma articulação efectiva com outras unidades de saúde, proporcionando ao utente um nível de acessibilidade acrescida, maior conveniência, conforto e acesso à informação; 3 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO A melhoria da qualidade, eficiência, diminuição de custos e facturação acrescida através da implementação de um sistema de informação integrado, centrado no utente; A implementação de políticas de qualidade efectiva, potenciando a redução de custos e permitindo uma maior eficiência na prestação de cuidados; O investimento na qualificação dos recursos humanos, impulsionando a participação activa dos colaboradores na vida da organização; O aprofundamento das relações com instituições de ensino e investigação, nomeadamente com a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, na procura do melhor equilíbrio entre uma formação eminentemente científica projectada para o futuro e uma efectiva prestação de cuidados de saúde pautada por padrões de excelência. O modelo desenvolvido foi validado através da realização de um conjunto abrangente de experiências. (HUC, EPE, 2011) 1.1.3. Estrutura e funcionamento O edifício central dos HUC é constituído por vários corpos, apresentando o corpo mais elevado uma planta cruciforme, contendo nos seus braços nascente, sul e poente as enfermarias e os seus apoios. O braço norte alberga as consultas externas e exames especiais, além de uma zona de ensino. Faz ainda parte deste hospital, a clínica obstétrica Dr. Daniel de Matos, o Bloco de Celas. A solução arquitectónica adoptada concentra no seu núcleo central as comunicações verticais das enfermarias (ascensores, escadas), interligando todos os pisos e serviços para a circulação de visitas, doentes, pessoal, alimentação, roupas e material. As zonas de ensino e de consultas externas dispõem de um eixo vertical autónomo de circulação, 4 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO utilizando os doentes das consultas externas e os estudantes, uma entrada situada na fachada nascente do edifício. As 1375 camas da unidade central repartem-se por unidades de internamento de 33 camas, comportando cada uma dessas unidades, enfermarias de 6, 3 e 1 camas. A Clínica Obstétrica Dr. Daniel de Matos está localizada na Rua Dr. Miguel Torga, em edifício próprio. Tem a lotação de 110 camas. O Bloco de Celas é formado por 9 edifícios. 1.1.4. A História dos HUC A assistência hospitalar em Coimbra, terá sido iniciada com a criação do Hospital de Milreu, junto da antiga Alcáçova, após a reconquista cristã, por Fernando Magno, em 1093, por conseguinte anterior ao nascimento da nacionalidade. Durante a Idade Média outros hospitais foram fundados em Coimbra, quer pelos monarcas, como o Hospital-Gafaria de S. Lázaro para doentes leprosos, pelo Rei D.Sancho I, e o Hospital de Santa Elisabete (Rainha da Hungria) por iniciativa da Rainha Santa Isabel, quer por ordens religiosas, como os Hospitais de São Nicolau e de Montarroio. Em 1774, no âmbito da Reforma da Universidade, o Marquês de Pombal determinou que estes Hospitais, além de outros entretanto criados, passassem a ser administrados pela Universidade, conservando contudo os seus nomes. Poderá considerar-se este facto o "nascimento" dos "Hospitais da Universidade"? As precárias instalações e as reduzidas dimensões dos referidos Hospitais, a deficiente organização e ausência de estatutos adequados, levam-nos a supor que estaria na mente do reformador da Universidade, garantir, para já, o indispensável apoio ao ensino da Medicina aproveitando o que existia no campo hospitalar, a usar enquanto não fosse possível dar à Universidade o Hospital que efectivamente estivesse ao nível que a reforma do ensino exigia. O ano de 1870, foi na história dos Hospitais da Universidade um marco de particular importância pois representou a data em que o Hospital ficou finalmente instalado nos 3 edifícios (São Jerónimo, Colégio das Artes e Castelo) que utilizou até 1961, altura em que 5 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO o Hospital do Castelo foi destruído para construção da cidade universitária, continuando os H.U.C., a viver nos outros 2 edifícios até ao dia 6 de Março de 1987, data em que passou a ocupar um novo edifício feito expressamente para o efeito. Ao longo da sua existência, os HUC sofreram transformações e adaptações tanto da estrutura como da organização, mantendo-se na linha da frente em desenvolvimento e capacidade de resposta às necessidades dos seus utentes (ORL HUC, 2011). Os HUC construíram, assim, uma imagem consolidada e prestigiada como grande instituição nas áreas dos cuidados de saúde hospitalares, do ensino e da investigação. Actualmente, os HUC reúnem todas as condições para enfrentarem os novos desafios e complexidades em saúde do século XXI: Alicerçados nas capacidades humanas e materiais ao seu dispor, na dinâmica existente e no conhecimento e dedicação dos seus profissionais e no seu estatuto de entidade pública empresarial (EPE) criada pelo Decreto-Lei n.º 180/2008, de 26 de Agosto e pessoa colectiva de direito público e de natureza empresarial, dotada de autonomia administrativa, financeira e patrimonial; Sustentados por um orçamento anual que ronda os 300 milhões de euros; Orientados por um Plano de Desenvolvimento Estratégico para os anos 20082012; Organizados sob o ponto de vista gestionário e funcional por um Regulamento Interno que inova, mas que também integra o melhor da sua cultura; Orientados, ainda, por um Plano Director que espelha a forma de responder, no futuro, às necessidades de uma procura que evoluiu quantitativa e qualitativamente e que já não cabe no espaço físico actualmente disponível; E apoiados para a modernização das suas estruturas físicas e dos seus equipamentos num capital estatutário de 108,5 milhões de euros e num Plano de Investimentos de 87,1 milhões de euros (HUC, EPE, 2011). 6 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 1.1.5. Os HUC em Números Tabela 1.1. HUC em Números (HUC, EPE, 2011) Movimento Assistencial Doentes Saídos (Sem T. Internas) Ano 2010 45.331 Consultas Externas 527.828 Urgências 166.739 Sessões Hospital de Dia 41.430 Doentes Operados 26.548 Intervenções Cirúrgicas 38.073 Partos 3.091 MCDT's Fonte de dados: SIG/HUC Recursos Físicos Existentes Lotação 7.855.479 Ano 2010 1.375 Salas de Bloco Operatório Cadeirões de Hospital de Dia Fonte de dados: Serviços HUC Equipamentos Angiografia Digital ECO com Dopler ECO sem Dopler Mamografia Digital Rx Digital Rx Convencional Rx Móvel Convencional Rad. Telecomandada Digital TAC Multiplanar (Multicorte) Câmara Gama PET Osteodensitómetro (por MN) Ressonância Magnética Videogastrocópios Vídeo - colonoscópios/sigmoidoscópios Videoduodenoscópios Broncofibroscópios Videobroncoscópios 40 109 Ano 2010 4 17 2 1 4 3 10 2 4 6 1 1 1 12 10 5 5 3 7 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO Equipamentos (cont.) Ano 2010 Pletismografos Urologia Acelerador linear (Radiologia) Braquiterapia baixa taxa de dose Braquiterapia alta taxa de dose Litotritor extracorporal Posto de Hemodiálise Existência de Arquivo Imagiológico Digital - PACS Fonte de dados: Serviços HUC Recursos Humanos 2 10 2 1 1 1 17 1 Ano 2010 Médicos com Vínculo 612 Médicos Internos 268 Enfermeiros 1.678 Técnicos Superiores 48 Técnicos Superiores Saúde 70 Técnicos Diagnóstico e Terapêutica 311 Assistentes Técnicos 515 Assistentes Operacionais Outro Pessoal Fonte de Dados: Balanço Social do Ano 2010 1.015 44 1.2. Financiamento dos Hospitais O sistema de financiamento hospitalar, pode ser definido como um conjunto de normas objectivas, reconhecidas e politicamente aceites, com o objectivo de manter uma rede de cuidados diferenciados que assegure a prestação dos mesmos e incentive uma gestão eficiente. (Bentes, Gonçalves, Tranquada, & Urbano, 1996) O financiamento dos hospitais portugueses tem evoluído de um sistema baseado no modelo retrospectivo, em que o pagamento é a despesa histórica decorrente do tratamento dos doentes de anos anteriores, para um modelo prospectivo, em que a base do pagamento é o nível de produção, ou da actividade desenvolvida. O modelo tradicional de financiamento retrospectivo dos hospitais baseado em dados históricos foi parcialmente alterado para incorporar elementos de financiamento 8 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO prospectivo, relacionado com a actividade (baseado nos Grupos de Diagnósticos Homogéneos). (Gago, 2008) 1.2.1. O GDH e o financiamento hospitalar Os Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDH) foram introduzidos em Portugal em 1984, tendo sido iniciados em 1987 os estudos conducentes à sua utilização como base de pagamento dos hospitais do SNS. Embora a intenção fosse adoptar um sistema de pagamento pela produção para todos os sectores da actividade hospitalar relacionados com o tratamento dos doentes, foi dada prioridade ao internamento na sua dupla vertente de facturação a terceiros pagadores e de definição do subsídio à exploração. A publicação de preços por GDH para efeitos da facturação ocorreu, pela primeira vez, em 1989, mas a sua aplicação efectiva para definição do orçamento financeiro dos hospitais só veio a efectuar-se em 1997. Genericamente, o subsídio à exploração de cada hospital passou a resultar da combinação de uma componente histórica com uma componente ajustada pela produção (GDH) e com preços diferenciados em função de cinco grupos de hospitais. Esta componente, que no orçamento de 1997 representou 10% do valor global, passou para 20% em 1998. (Bentes, Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde, 1998) Tabela 1.2. Percentagem do financiamento com base em GDH. Mateus, C. O Financiamento Hospitalar com grupos de Diagnósticos homogéneos: Resultados para Portugal entre 1995 e 2001 Ano GDH Histórico 1997 10% 90% 1998 20% 80% 1999 30% 70% 2000 30% 70% 2001 40% 60% 9 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO A intenção inicial de, gradualmente passar de um orçamento baseado no histórico para um sistema de financiamento baseado nos GDH não ocorreu. Em Abril de 2002, foi criada a lei de gestão hospitalar 27 que alterou a Lei de Bases da Saúde de 1990 e reestruturou a organização do sistema de saúde, através da aprovação de um novo regime jurídico e de modelos de gestão hospitalar. O orçamento global, fixado prospectivamente pela unidade pagadora (Estado) foi substituído por um contratoprograma, que mantém algumas técnicas que já existiam e acrescenta o pagamento de desvio de produção e o acerto de contas. O Contrato-Programa especifica o conjunto de outputs que deverão ser produzidos a partir de um volume de inputs financeiros, num período de tempo e segundo determinados padrões de qualidade. (Rego, 2008) Este modelo para além de controlar a despesa contribui para o planeamento do sistema de saúde, uma vez que ele explica os objectivos para que eles na realidade se concretizem, tendo em conta que o pagador proporcione os recursos adequados para que os prestadores os possam alcançar. Para isso a quantidade e o tipo de produtos contratados precisam de reflectir planos de produção consistentes que correspondam às necessidades de saúde da população e que respeitem as prioridades definidas na política de saúde, isto é, se forem contratados os serviços adequados. (Barardo, 2003) 10 CAPÍTULO 2. OBJECTIVOS, ESTRUTURA E METODOLOGIA 2. OBJECTIVOS, ESTRUTURA E METODOLOGIA 2.1. Objectivos As tecnologias de informação são desenvolvidas para optimizar o fluxo de informação útil nas organizações, podendo desencadear processos que visão a aquisição de conhecimento, como suporte à tomada de decisões seguras e eficazes. Para que haja um fluxo de informação é necessário que haja comunicação entre os diversos intervenientes. (Turban, 2005) Contudo, há grande dificuldade de comunicação entre o departamento de informática e a parte clínica. Questões deste tipo, sobejamente conhecidas, são até habitualmente designadas pelo termo impedance mismatch. De facto: 1) Os médicos / administração não sabem o que as TI lhes podem dar; 2) O departamento de informática não sabe o que lhes pode mais interessar. Como se pode constatar, no excerto abaixo, de uma conversa entre o Eng. Abel Amaro, pertencente à TI (TI) e um médico (M): TI- O que é que pretendem saber? M- O que é que nos podem dar? Para tentar ultrapassar esta barreira tem-se, como objectivos, mostrar algumas análises que as TI podem oferecer, através de tecnologias OLAP, técnicas de visualização e de data-mining. 11 CAPÍTULO 2. OBJECTIVOS, ESTRUTURA E METODOLOGIA 2.2. Estrutura Assim, a dissertação está organizada da seguinte forma: Capítulo 3 - Breve introdução a datawarehousing e OLAP; Capítulo 4 - Análise de dados do ponto de vista clínico; Capítulo 5 - Análise de dados do ponto de vista financeiro; Capítulo 6 - Breve introdução às técnicas de data-mining e de gestão de projectos neste domínio; Capítulo 7 - Indo um Pouco Mais Além: não só análises, mas também descoberta de conhecimento (aplicações de data-mining, casos de estudo). Capitulo 8 – Conclusões e Trabalho Futuro. 2.3. Metodologia Este trabalho enquadra-se no Estágio / Projecto Industrial do Mestrado em Informática e Sistemas na área de especialização de Tecnologias da Informação e do Conhecimento, ministrado pelo Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, ISEC. Para o seu desenvolvimento existiram reuniões presenciais na entidade de acolhimento no Serviço de Tecnologias e Sistemas de Informação (STSI) dos Hospitais da Universidade de Coimbra, EPE (HUC) sob a orientação do Eng. Abel Amaro, técnico superior de informática e responsável pelo STSI. Duas destas reuniões contaram também com a presença do Professor Doutor Viriato Marques, Professor Coordenador do ISEC e orientador deste Estágio / Projecto Industrial, com o quem também foram realizadas reuniões semanais no ISEC, com vista à implementação deste trabalho. 12 CAPÍTULO 2. OBJECTIVOS, ESTRUTURA E METODOLOGIA 2.4. Plataformas de Desenvolvimento A base de dados operacional dos HUC está em Oracle 10G. A solução de BI foi implementada com base no SQL Server 2008 Enterprise R2 + Microsoft BI Studio, atendendo a que os HUC não têm o Hyperion licenciado neste momento. Esta abordagem implicou a extração, transformação e carga de dados (ETL) Oracle -> SQL Server, realizada através do SQL Server Integration Services (SSIS) do Business Intelligence Development Studio (BIDS). O BIDS foi também usado para construir uma solução OLAP, composta por diversos cubos, views, relatórios, pivot tables e indicadores de performance (KPI’s). Recorreu-se ao browser do BI Studio e também ao Excel para aceder ao servidor OLAP, elaboração de pivot tables e gráficos. O BIDS proporcionou também suporte à elaboração de alguns projectos de data-minning. 2.5. Terminologia Os GDH podem caracterizar-se, de forma sucinta, como um sistema de classificação de doentes agudos internados, que permite definir, operacionalmente, os produtos de um hospital. São grupos que foram concebidos de modo a serem coerentes do ponto de vista clínico e homogéneos em termos de consumo de recursos. Estes grupos são definidos em termos de uma ou mais variáveis: Diagnóstico principal; Procedimentos cirúrgicos; Diagnósticos secundários; Idade; Sexo; Destino após alta; Peso do recém-nascido. 13 CAPÍTULO 2. OBJECTIVOS, ESTRUTURA E METODOLOGIA Estas variáveis caracterizam os doentes tratados e explicam os custos associados à sua estadia no hospital. Deste modo, espera-se que o conjunto de serviços requisitados pelo médico seja, em média, semelhante, para todos os doentes tratados em determinado GDH. Hospital de agudos: Hospital que presta serviços a utentes em regime de ambulatório ou de internamento com um horizonte temporal limitado, donde estão excluídos os doentes crónicos como, por exemplo, os doentes psiquiátricos e os portadores de deficiências (físicas) adquiridas ou congénitas cuja recuperação é arrastada. Doente internado: indivíduo admitido num estabelecimento de saúde com internamento, num determinado período, que ocupe cama (ou berço de neonatologia ou pediatria), para diagnóstico ou tratamento, com permanência, de pelo menos, vinte e quatro horas, exceptuando-se os casos em que os doentes venham a falecer, saiam contra parecer médico, ou sejam transferidos para outro estabelecimento, não chegando a permanecer vinte e quatro horas internados. Para efeitos de facturação, e para doentes que não cheguem a permanecer vinte e quatro horas internados, apenas serão considerados os doentes saídos contra parecer médico ou por óbito. Diagnóstico principal: diagnóstico responsável por ocasionar a admissão do doente no hospital para cuidados; Procedimentos: são actos terapêuticos, diagnósticos ou profiláticos em Medicina, praticados por pessoal especializado, médico, de enfermagem, ou técnico, podem ser cirúrgicos, radiológicos, laboratoriais e outros. Procedimentos cirúrgicos: procedimentos, cirúrgicos ou não, considerados pelo agrupador dos GDH como sendo (ou devendo ser) realizado em sala de operações. 14 CAPÍTULO 2. OBJECTIVOS, ESTRUTURA E METODOLOGIA Diagnósticos secundários: doenças, comorbilidades ou outras situações clínicas relacionadas, consideradas pertinentes na descrição de um registo de contactos dum doente com um estabelecimento de saúde. Idade: número de dias, semanas, meses ou anos decorridos desde o momento do nascimento até às 0 horas da data de referência (e.g. admissão). Sexo: características estruturais e funcionais que permitem distinguirem os organismos machos e fêmeas; conjunto de indivíduos do mesmo sexo. Destino pós-alta: destino de um doente que tem alta dum serviço de internamento hospitalar. Pode falar-se em outros serviços de internamento como destino (transferências internas), mas o conceito aplica-se essencialmente ao destino pós a alta hospitalar, pelo que se consideram o óbito, o domicílio e as unidades de saúde exteriores ao hospital como destinos possíveis. A codificação GDH pressupõe o agrupamento em GCD (Grande Categoria de Diagnóstico1) com base na classificação de doença CID-9-MC e segmentada por tipo – médico e cirúrgico. A Portaria nº. 132/2009, de 30 de Janeiro enuncia as tabelas de GDH em vigor que englobam 876 GDH e 25 GCD. Cada GDH é cirúrgico ou médico, tendo cada um, um peso médio relativo resultante da avaliação dos custos médios atribuídos. (Rendo, 2009) O preço de um GDH compreende todos os serviços prestados em regime de internamento, quer em enfermaria quer em cuidados intensivos, incluindo todos os cuidados médicos, meios complementares de diagnóstico, terapêutica e hotelaria. A cada internamento só pode corresponder um GDH, independentemente do número de serviços em que o doente tenha sido tratado, desde a data de admissão até à data de alta. (ACSS , 2009) 1 Correspondendo aos vários sistemas de órgãos do corpo humano e às especialidades médicas 15 CAPÍTULO 3. DATAWAREHOUSING E OLAP 16 CAPÍTULO 3. DATAWAREHOUSING E OLAP 3. DATAWAREHOUSING E OLAP Para uma análise dos internamentos nos HUC em diversas vertentes, nomeadamente aspectos clínicos e financeiros, recorreu-se à implementação de uma datawarehouse, servidor OLAP, diversas pivot tables e gráficos - quer no próprio ambiente de desenvolvimento quer através de cliente externo (Microsoft Excel), bem como a uma série de relatórios (reports). Os registos que servem de base a este estudo correspondem a 11 anos de internamentos, de 2000 a 2010. Correspondem a 504.138 registos de admissões; 509.233 registos de altas; 838.607 registos de diagnósticos secundários associados a internamentos; 1.570.320 registos de procedimentos associados a internamentos; 363.059 registos de doentes; 15.564 registos de diagnósticos; 4.708 registos de procedimentos; 738 registos de GDH; 669 registos de serviços; 25 registos de destinos pós alta; 9 registos de grupos etários. 3.1. Datawarehouse As aplicações operacionais são optimizadas para processamento transaccional (OLTP On-line Transactional Processing). Estes sistemas estão preparados para suprir as necessidades de operação no dia a dia de uma organização, mas não optimizadas para a análise integrada dos dados. Pelo contrário, os sistemas OLAP - On-line Analytical Processing - são optimizados para processamento analítico, leituras exaustivas e complexas. Tais sistemas recorrem, normalmente, a uma datawarehouse. Uma datawarehouse é essencialmente uma base de dados de suporte à decisão, mantida separadamente das bases de dados operacionais da organização, com dados históricos consolidados, focada na sua modelação e análise. A sigla OLAP designa um modelo de dados multidimensional que os organiza na forma de cubos. Esta modelação baseia-se no conceito de dimensões (definidas em tabelas de dimensões) e medidas (definidas em tabelas de factos), organizadas num esquema de estrela (star), floco de neve (snowflake) ou constelação (constelation). 17 CAPÍTULO 3. DATAWAREHOUSING E OLAP O desenho de uma datawarehouse é orientado por tema. Conforme referido, este trabalho foca-se sobre internamentos e nos seus diversos aspectos clínicos tais como tempos, GDH, diagnósticos principais e secundários, altas, entre outros e no financiamento hospitalar. A arquitectura da datawarehouse utilizada mostra-se nas figuras 3.1.; 3.2.; 3.3 e 3.4.. Trata-se de uma arquitectura em estrela, com 4 tabelas de factos e 6 tabelas de dimensões partilhadas pelas tabelas de factos. Figura 3.1. Database Diagram Admissões de internamentos 18 CAPÍTULO 3. DATAWAREHOUSING E OLAP Figura 3.2. Database Diagram Altas de internamentos 19 CAPÍTULO 3. DATAWAREHOUSING E OLAP Figura 3.3. Database Diagram Diagnósticos secundários associados ao internamento Figura 3.4. Database Diagram Procedimentos associados aos internamentos 20 CAPÍTULO 3. DATAWAREHOUSING E OLAP As tabelas de dimensões são: Doente; Grupo_etario; Servico_hospitalar; Diagnostico; Procedimento; Destino_alta e GDH. As tabelas de factos são: Admissoes_internamento; Altas_internamento; Diagnosticos_secundarios_internamento e Procedimentos_internamento. As medidas são: numero_admissoes_internamento; numero_altas_int; soma_tempo_int, numero_diagnostico_S e numero_procedimentos. A granularidade é definida pela chave primária de cada tabela de factos. 3.2. ETL Para se tornar operacional, uma datawarehouse tem de ser carregada com dados. Esta fase, designada por ETL, , consiste, como o nome indica, em três etapas: extração, transformação e carregamento de dados na datawarehouse. Na primeira etapa, foram criadas ligações à base de dados operacional em Oracle, e a um ficheiro Excel contendo a informação relativa aos GDH (APÊNDICE C). A ferramenta usada, SSIS do BIDS, permitiu, de forma gráfica e interactiva, com recurso a pouca programação, e através do uso de componentes, efectuar a ligação à fonte de dados (Sistema OLTP Oracle), a sua transformação, agregação e carregamento das tabelas na datawarehouse SQL Server. Na leitura dos dados da base de dados operacional, utiliza-se o componente ADO NET Source no qual se especifica a ligação à base de dados operacional. Através de comandos SQL (Structured Query Language), criam-se as consultas às tabelas necessárias para o carregamento. A figura abaixo mostra um exemplo de um destes queries: 21 CAPÍTULO 3. DATAWAREHOUSING E OLAP Figura 3.5. Query do connection manager da componente ADO Net Source do SISS Packages: load_altas_internamento.dtsx Usa-se o componente Script Component para transformação dos dados lidos das tabelas ORACLE, nomeadamente cálculo das idades dos doentes aquando do internamento, através da diferença entre data de internamento e data de nascimento do doente; atribuição do grupo etário com base na idade calculada; conversão da data de internamento em ano mês (exemplo: 200101 = ano 2001, Janeiro 01); conversão de nulos em indefinido ou 0 (zero), consoante se trate de campo texto ou numérico, respectivamente (existem, por exemplo, cerca de 15% doentes sem profissão preenchida). Utiliza-se o componente Aggregate para agregação dos registos por mês. A figura abaixo é exemplificativa do processo ETL para carregamento de admissões de internamentos. Utiliza-se também o componente Data Coversion para algumas conversões de tipo dos dados. Para o carregamento nas tabelas da datawarehouse utiliza-se o componente ADO NET Destination, onde se especifica o tipo de ligação usada, neste caso Data Sql Client, visto a datawarehouse ter sido criada em SQLServer. 22 CAPÍTULO 3. DATAWAREHOUSING E OLAP Figura 3.6. Fluxo de carregamento admissões de internamentos 3.3. OLAP Neste trabalho foram criados vários cubos. Estes cubos, todos relativos a dados de internamentos apenas (tal como a datawarehouse subjacente) são: Admissões, Altas (contendo também o diagnóstico principal, que só é conhecido nesta altura), Diagnósticos Secundários e Procedimentos. Os cubos partilham as dimensões: Doente, Grupo Etário, e Serviço Hospitalar (Serviço responsável pelo internamento). Para cada uma destas dimensões são criadas hierarquias: para a dimensão Doente, foram criadas as hierarquias Proveniência Geográfica (doente>freguesia->concelho->distrito), (doente->sexo) e (doente->profissão); para a dimensão Serviço Hospitalar foi criada a hierarquia Serviço Hospitalar (subespecialidade-> especialidade). Para além das dimensões referidas, os cubos Admissões, Altas e Diagnósticos partilham a dimensão Diagnóstico que apresenta a hierarquia Diagnósticos (diagnóstico->diagnóstico agrupador). O cubo Procedimentos, além das dimensões partilhadas, possui a dimensão Procedimento com a hierarquia definida, Procedimentos (procedimento ->procedimento agrupador). O cubo Altas tem também a dimensão GDH com a hierarquia GDH (GDH->GCD). 23 CAPÍTULO 3. DATAWAREHOUSING E OLAP Figura 3.7. Estrutura criada visível no Solution Explorer através da ferramenta Microsoft SQL- Server Analisys Services (Visual Studio 2008) 24 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4. ANÁLISE DE DADOS - PONTO DE VISTA CLÍNICO O objectivo deste capítulo é mostrar ao sector clínico / administração “ o que é que as TI lhes pode dar” conforme referido no capítulo 2.1. As ferramentas OLAP têm a capacidade de manipular e analisar um largo volume de dados sob múltiplas perspectivas, de forma a permitir o suporte à tomada de decisões. Permitem uma visão conceptual multidimensional, que corresponde à análise pelas diversas dimensões do negócio, de forma intuitiva e fácil de utilizar, de forma transparente para o utilizador, sem que este tenha necessidade de conhecer o modelo de dados, utilizando ambientes familiares de front-end como o Excel ou um browser incluído na própria ferramenta de desenvolvimento. As ferramentas OLAP permitem um desempenho de consultas consistente, à medida que o número de dimensões e tamanho da base de dados aumenta; são capaz de reconhecer as hierarquias dimensionais e efectuar automaticamente os cálculos roll-up2 e drill-down3 associados às diversas dimensões. Permitem também uma fácil reorientação dos caminhos de consolidação (pivot tables), sendo todas estas manipulações executadas através de acções do tipo point-and-click e drag-and-drop sobre células do cubo. Apresentam-se, neste capítulo, exemplos de relatórios analíticos multidimensionais sobre internamentos nos HUC, utilizando três ferramentas de front-end que permitem evidenciar as potencialidades da tecnologia OLAP: 1) Browser : front-end da ferramenta Microsoft SQL- Server Analisys Services (Visual Studio 2008); 2 Possibilidade de obter dados num nível mais alto a partir de um nível detalhado, através de diferentes dimensões. 3 Possibilidade de poder obter dados mais detalhados a partir de dados de mais alto nível, através de diferentes dimensões. 25 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.1. Browser : front-end da ferramenta Microsoft SQL- Server Analisys Services 2) Report : reports criados através da ferramenta Microsoft SQL- Server Reports Services (Visual Studio 2008); Figura 4.2. Exemplo de Report - Microsoft SQL- Server Reports Services 3) Excel: front-end para exposição dos resultados através de gráficos e tabelas dinâmicas. A utilização da ferramenta Excel permite o uso de um interface intuitivo e vulgar para análise da informação, criando assim uma 26 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO leitura facilitada, através de gráficos e tabelas dinâmicas, possibilitada pela ligação de Excel aos cubos do SSAS e tabelas do SQL Server. Figura 4.3. Front-End Excel Nos Apêndices A e B podem ver-se resultados obtidos através da ferramenta de front-end browse do SSAS, e reports elaborados através da ferramenta de report SSRS, respectivamente. 27 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1. Análises Analisam-se 11 anos de registos de internamentos, de 2000 a 2010. Apresentam-se análises por: Sexo; Grupo etário; Proveniência geográfica; Profissão; Serviço hospitalar; Destino da alta; Diagnóstico principal; Diagnósticos secundários; Procedimentos; GDH. As análises relacionam-se em grande parte com o tempo de internamento, dada a sua importância em termos de custos e financiamento do hospital. 4.1.1. Internamentos Descrição: Número de doentes entrados (admissões) e doentes saídos (altas), tempos de permanência total e médio. Objectivos: Visão global dos internamentos nos 11 anos de estudo: Quantos internamentos? A quantos dias correspondem? Qual a duração média de um internamento? 28 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.1. Total de admissões Admissões de internamento 517 098 Tabela 4.2. Total de altas Altas de internamento 517 015 Tabela 4.3.Total de dias de internamento Dias de internamento 4 046 576 Tabela 4.4. Demora média Demora média 8 Comentários: O número de altas é inferior ao número de admissões, em 83 internamentos com data de saída no período de 2000 a 2010, num total de 517.098 admissões. Em média os doentes permanecem no hospital 8 dias, num total de 4.046.576 dias de internamento. 29 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.2. Internamentos por ano Descrição: Análise do número de internamentos e tempo de permanência, por ano. Objectivos: Analisar o número de internamentos ao longo dos 11 anos, por data de admissão e por data de alta. Terá havido um aumento do número de internamentos? Qual será a tendência? Estarão os doentes menos tempo internados? Figura 4.4. Número de admissões por ano Figura 4.5. Número de altas por ano 30 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.6 Demora média, em dias, para cada ano Figura 4.7. Total de dias de internamento, para cada ano Comentários: Verifica-se um aumento de internamentos até 2004, e uma diminuição de internamentos desde então, apresentando em 2010 menos 200 internamentos do que em 2000. A linha de tendência linear mostra uma ligeira tendência para o decréscimo do número de internamentos, embora as variações sejam muito elevadas ao longo dos anos. O período que apresenta o maior número de internamentos 2003 a 2007 corresponde a uma diminuição do número de dias de internamentos, e uma menor demora média, embora 31 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO esta última não seja significativa, é de apenas um dia de internamento. Nos últimos anos, de 2007 a 2010, verifica-se uma diminuição do número de internamentos, mas um aumento do tempo de internamento. Surgem assim as seguintes questões: O que levará a que os doentes estejam mais tempo internados nos últimos anos? Será este o motivo para que haja uma diminuição do número de internamentos? Qual será a distribuição dos internamentos ao longo do ano, por mês? Para responder às duas primeiras questões, questionou-se o Eng. Abel Amaro, orientador na instituição de acolhimento HUC, detentor do “conhecimento do negócio”, que respondeu ser devido à introdução crescente de cirurgia ambulatória, pois esta absorveu internamentos com demoras médias mais baixas. 32 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.3. Internamentos por mês Descrição: Análise do número de internamentos por mês (considerando meses homólogos, i.e., o acumulado de cada mês ao longo dos 11 anos). Objectivos: Pretende analisar-se a distribuição dos internamentos por mês, comparação entre o número de doentes entrados e número de doentes saídos. Figura 4.8. Admissões por mês Figura 4.9. Altas por mês 33 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.10. Comparativo de admissões e altas por mês A diminuição de internamentos em Agosto, pode dever-se à redução de internamentos programados não urgentes, por conveniência das férias do pessoal hospitalar e dos próprios doentes. Esta conclusão foi sustentada por informação prestada pelo Eng. Abel Amaro. Tabela 4.5. Internamentos por mês 34 Mês Admissões Altas Altas -Admissões 1 47.150 43.397 -3.753 2 42.255 42.404 149 3 46.254 46.874 620 4 42.589 43.091 502 5 46.203 45.196 -1.007 6 43.524 43.819 295 7 42.854 44.202 1.348 8 35.001 35.569 568 9 41.930 40.323 -1.607 10 45.422 45.675 253 11 44.413 44.367 -46 12 39.503 42.098 2.595 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Comentários: Os doentes saídos estão quase sempre próximos do número de doentes entrados, como se pode ver pelas percentagens apresentadas. Os meses que apresentam um menor número de doentes saídos face ao número de admissões são os meses de Janeiro e Setembro, e a situação inversa é observada no mês de Julho e Dezembro, com maior número de doentes saídos face ao número de doentes entrados. Será que estas observações se repetem anualmente? 4.1.4. Internamentos por ano e por mês Descrição: Análise do número de internamentos por ano e por mês. Objectivos: Pretende-se analisar a distribuição dos internamentos por mês para cada ano, de 2000 a 2010, de forma a validar se a análise anterior se verifica anualmente. Figura 4.11. Internamentos de 2000 por mês 35 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.12. Internamentos de 2001 por mês Figura 4.13. Internamentos de 2002 por mês 36 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.14. Internamentos de 2003 por mês Figura 4.15. Internamentos de 2004 por mês 37 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.16. Internamentos de 2005 por mês Figura 4.17. Internamentos de 2006 por mês 38 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.18. Internamentos de 2007 por mês Figura 4.19. Internamentos de 2008 por mês 39 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.20. Internamentos de 2009 por mês Figura 4.21. Internamentos de 2010 por mês Comentários: Verifica-se que existe um comportamento idêntico dos internamentos por mês ao longo dos 11 anos: o mês de Agosto tem o menor número de internamentos; o mês de Março tem o maior número de internamentos (por questões de planeamento de serviço no agendamento de doentes programados e pela sazonalidade de algumas doenças); o mês de Janeiro apresenta maior número de admissões face ao número de altas; o mês de Dezembro apresenta maior número de altas face ao número de admissões. Existem dois períodos típicos de férias, Agosto e época Natal - Ano Novo, o que faz 40 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO variar a relação entre as admissões e as altas nos períodos antes e pós férias (informação fornecida pelo Eng. Abel Amaro, detentor do conhecimento do negócio). 4.1.5. Internamentos por sexo Descrição: Análise do tempo de internamento por sexo. Objectivos: Pretende verificar-se se existe alguma diferença nos tempos de internamento entre homens e mulheres. Figura 4.22. Altas por sexo Figura 4.23 População residente segundo os Censos: total e por sexo – Portugal, Fontes/Entidades: INE, PORDATA Última actualização: 2011-06-30 41 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO A população residente em Portugal é composta por mais mulheres que homens, conforme se pode ver na figura acima, o que se reflecte também no número de internamentos, sendo o número de internamentos do sexo feminino superior ao número de internamentos do sexo masculino. Será que esta tendência se verifica excluindo o número de altas do serviço de Obstetrícia? Figura 4.24. Altas por sexo (excepto altas do serviço de Obstetrícia) Figura 4.25. Demora média por sexo (excepto altas do serviço de Obstetrícia) Comentários: Excluindo os internamentos no serviço de Obstetrícia, verifica-se através das percentagens de internamento por sexo, que os homens têm mais internamentos e estão em média mais um dia internados, que as mulheres. Será que esta desigualdade é constante ao longo dos anos? 42 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.6. Internamentos por sexo e por ano Descrição: Análise do tempo de internamento por sexo e por ano. Objectivos: Pretende verificar-se se o número de internamentos do sexo masculino é superior ao número de internamentos do sexo feminino, excluindo os internamentos em Obstetrícia ao longo dos últimos 11 anos. Figura 4.26. Altas de internamentos por sexo por ano (excepto Obstetrícia) Comentários: O número de internamentos do sexo masculino apresenta-se superior ao número de internamentos do sexo feminino, excepto em 2003, embora muito próximo ao longo dos anos de 2003 a 2006. De notar que a partir de 2006 existe um afastamento gradual. O afastamento que se observa desde 2006, é devido a uma diminuição de internamentos do sexo feminino (em 2010 as mulheres apresentam menos 1962 internamentos que os homens). Na análise de número de internamentos por ano verificamos que existe uma diminuição do número de internamentos, desde 2007. Podemos acrescentar que esta diminuição se deve à diminuição do número de internamentos do sexo feminino. Coloca-se agora a 43 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO questão sobre a faixa etária em que esta diminuição acontece: será comum a todas as faixas etárias? Qual será a distribuição do número de internamentos por faixa etária? 4.1.7. Internamentos por grupo etário Descrição: Análise do número de altas de internamentos por grupo etário. Objectivos: Pretende analisar-se a distribuição dos internamentos por grupo etário. Figura 4.27. Internamentos por grupo etário A faixa etária dos 25 a 44 anos aparece como o segundo grupo etário com maior número de internamentos. Apresenta-se em seguida a distribuição do número de internamentos por grupo etário excluindo internamentos em Obstetrícia. Pretende verificar-se se a posição deste grupo etário se mantém. 44 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.28. Internamentos por grupo etário, excepto em Obstetrícia Comentários: Verifica-se que o grupo etário com maior número de internamentos se situa na faixa etária dos 45 aos 64 anos, seguido do grupo etário acima dos 75 anos (excluindo internamentos em Obstetrícia) ou do grupo etário com idades compreendidas entre os 25 e os 44 anos (incluindo os internamentos em Obstetrícia). As faixas etárias compreendidas entre os menores de 1 ano até aos 24 anos apresentam números de internamento reduzidos, o que se deve ao facto de os HUC não terem a especialidade de Pediatria. Os doentes das faixas etárias menores de 1 ano e até aos 17 anos são, na sua maioria, acompanhados pelo Hospital Pediátrico de Coimbra. Será que esta distribuição se mantém constante ao longo dos anos? 45 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.8. Internamentos por grupo etário por ano Descrição: Análise do número de altas de internamentos por grupo etário por ano. Objectivos: Pretende-se analisar a distribuição dos internamentos por grupo etário e por ano. Figura 4.29. Internamentos por grupo etário e por ano Comentários: Verificam-se variações de internamentos ao longo dos anos por grupo etário, nos quais se destacam as faixas etárias dos 15 aos 44 anos com diminuição de 38% do número de internamentos e faixa etária com mais de 75 anos, com um aumento de 73% do número de internamentos. Há dois factores que contribuem para o aumento ou diminuição de 46 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO doenças: um é a melhoria da qualidade de vida e o aumento de esperança de vida. Qual será a tendência para cada grupo etário? Figura 4.30. Internamentos por grupo etário < 1 ano Figura 4.31. Internamentos por grupo etário 1 a 4 anos 47 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.32. Internamentos por grupo etário 5 a 9 anos Os internamentos de doentes nas faixas etárias de menos de um ano até aos nove anos, representam 1% do total de internamentos. Coloca-se a questão sobre as especialidades, diagnósticos e as intervenções nestas faixas etárias. Figura 4.33. Internamentos por grupo etário 10 a 14 anos A faixa etária dos 10 aos 14 anos, representa 1% do total de internamentos. Observa-se uma descida progressiva de 56% do número de internamento ao longo dos anos. 48 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.34. Internamentos por grupo etário 15 a 24 anos As faixas etárias dos 15 aos 24 anos, representam 7% do total de internamentos e apresentam uma descida de 46%. Figura 4.35. Internamentos por grupo etário 25 a 44 anos A faixa etária dos 25 aos 44 anos representa 26% dos internamentos e apresenta uma descida de 21% do número de internamentos. Este gráfico inclui os internamentos em Obstetrícia. Qual será o comportamento desta faixa etária sem os internamentos em Obstetrícia? 49 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.36. Internamentos por grupo etário 45 a 64 anos A faixa etária dos 45 aos 64 anos representa 28% do total de internamentos. É a faixa etária com maior número de internamentos. No entanto esta faixa etária teve um valor máximo em 2004, apresentando desde então uma descida. Figura 4.37. Internamentos por grupo etário 65 a 74 anos A faixa etária dos 65 aos 74 anos representa 15 % do total de internamentos. No entanto apresenta-se semelhante à faixa etária anterior, com um valor máximo em 2004 e desde então com uma descida progressiva. 50 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.38. Internamentos por grupo etário > 75 anos A faixa etária com mais de 75 anos, é responsável por 20% do total de internamentos e apresenta um aumento de 73%. Este tem acontecido progressivamente, com tendência para continuar a aumentar. Destaca-se por ser a faixa etária com maior crescimento. O aumento do número de internamentos nesta faixa etária deve-se, provavelmente, ao aumento da esperança média de vida. Mas será que para além desta evidência haverá um maior número de internamentos programados não urgentes, intervenções anteriormente não realizadas nesta faixa etária, originando um aumento do número de internamentos? Figura 4.39. Evolução do número de internamentos por grupo etário 51 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO A faixa etária acima dos 75 anos destaca-se pelo aumento progressivo do número de internamentos. Se esta tendência de crescimento se confirmar, esta será a faixa etária com maior número de internamentos já em 2011. Figura 4.40. Distribuição de internamentos por grupo etário É visível um dos motivos para o número de internamentos estar a decrescer, nos últimos anos: deve-se a uma diminuição dos internamentos das faixas etárias dos 15 aos 44 anos (compensada em parte pelo aumento do número de internamentos na faixa etária acima dos 75 anos). Qual será o comportamento dos internamentos das faixas etárias dos 15 aos 44 anos, em Obstetrícia? Estarão estas faixas etárias a recorrer menos ao Hospital ou será que o número de ambulatórios está a aumentar nestas faixas etárias? 52 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.9. Internamentos por grupo etário em Obstetrícia Figura 4.41. Internamentos em Obstetrícia por grupo etário Figura 4.42. Internamentos em Obstetrícia por grupo etário por ano A diminuição do número de internamentos em Obstetrícia deve-se em parte ao tipo de casos que o serviço de Obstetrícia atendia, não só casos de partos mas também casos relacionados com ginecologia. Estes casos, nos últimos anos, têm sido encaminhados para a Ginecologia (informação fornecida pelo Eng. Abel Amaro, detentor do conhecimento institucional). 53 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.43. Internamentos por grupo etário (sem Obstetrícia) As faixas etárias dos 15 aos 44 anos apresentam uma diminuição do número de internamentos, quer considerando internamentos em Obstetrícia, quer excluindo este serviço da análise do número de internamentos por grupo etário. Comentários: Será que o comportamento é idêntico para homens e mulheres, por faixa etária? Verificou-se anteriormente que o número de internamentos de mulheres tem diminuído. Quais serão os grupos etários em que esta diminuição se verifica? Quais os grupos etários com maior número de mulheres? 4.1.10. Internamentos por grupo etário por sexo Descrição: Análise da distribuição do número de internamentos por grupo etário, por sexo. Objectivos: Analisar a distribuição do número de internamentos por grupo etário, por sexo, de forma a verificar quais os grupos etários que reflectem a diminuição de internamentos do sexo feminino. 54 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.44. Internamentos por grupo etário e por sexo O número de internamentos de mulheres é superior ao número de internamentos de homens, nas faixas etárias 15 a 44 anos e acima dos 75 anos. Figura 4.45. Internamentos por grupo etário e por sexo (sem Obstetrícia) O número de internamentos de mulheres é superior ao número de internamentos de homens, nas faixas etárias 25 a 44 anos e acima dos 75 anos. Acresce a esta análise o conhecimento organizacional: na faixa etária dos 45 aos 64 anos é visível um maior número de internamentos do sexo masculino, em parte devido a acidentes de trabalho e de trânsito. 55 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Verificou-se anteriormente que o número de mulheres diminuiu desde 2007. Quais as faixas etárias em que esta diminuição se reflecte? Figura 4.46. Internamentos por faixa etária e por sexo de 2007 a 2010 (sem Obstetrícia) Figura 4.47. Internamentos grupo etário <1, por sexo 56 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.48. Internamentos grupo etário 1 a 4 anos, por sexo Figura 4.49. Internamentos grupo etário 5 a 9 anos, por sexo Figura 4.50. Internamentos grupo etário 10 a 14 anos, por sexo 57 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.51. Internamentos grupo etário 15 a 24 anos, por sexo Figura 4.52. Internamentos grupo etário 15 a 24 anos, por sexo (sem Obstetrícia) Figura 4.53. Internamentos grupo etário 25 a 44 anos, por sexo 58 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.54. Internamentos grupo etário 25 a 44 anos, por sexo (sem Obstetrícia) Figura 4.55. Internamentos grupo etário 45 a 64 anos, por sexo Figura 4.56. Internamentos grupo etário 65 a 74 anos, por sexo 59 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.57. Internamentos grupo etário > 75 anos, por sexo Comentários: A diminuição de internamentos de mulheres reflecte-se nas faixas etárias dos 25 aos 74 anos, contrariando esta tendência na faixa etária acima dos 75 anos, justificada em parte pela esperança média de vida ser superior das mulheres. O número de internamentos de mulheres está a diminuir, reflexo da diminuição de internamentos nas faixas etárias dos 25 aos 74 anos. Esta diminuição é espelhada no total de internamentos por ano. Como se verificou anteriormente o número total de internamentos tem vindo a diminuir, influenciado também pela diminuição de internamentos do sexo feminino. Qual a demora média por grupo etário e por grupo etário e sexo? Quais os serviços com maior número de internamentos por grupo etário? Quais os diagnósticos que motivam os internamentos: serão exclusivos ou maioritariamente de um dos sexos? 4.1.11. Demora média por grupo etário Descrição: Análise da demora média de internamentos por grupo etário e sexo, por ano. Objectivos: Pretende-se analisar a demora média por grupo etário e sexo, por ano. Será demora média é superior nas faixas etárias mais altas? Qual será a demora média por sexo e grupo etário? Terá um comportamento idêntico ao longo dos anos? 60 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.58. Demora média por grupo etário Figura 4.59. Demora média por grupo etário e por ano Comentários: A faixa etária acima dos 75 anos apresenta uma demora média de 11 dias, superior aos restantes grupos etários. 61 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.12. Demora média por sexo por ano Figura 4.60. Demora média por sexo Figura 4.61. Internamentos por grupo etário, por sexo e por ano 62 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.62. Internamentos por grupo etário, por sexo e por ano (sem Obstetrícia) Comentários: Verifica-se que as faixas etárias mais altas apresentam demoras médias mais elevadas. Os homens apresentam, no geral, demoras médias superiores às mulheres, o que é evidente nas faixas etárias dos 15 aos 64 anos. A demora média apresenta-se constante ao longo dos anos, com pequenas variações, sendo a faixa etária dos 10 aos 14 anos aquela que apresenta uma diminuição da demora média de 6 dias (em 2000) para 3 dias (em 2010). Quais os serviços com maior número de internamentos por grupos etário? Quais os serviços com maior demora média por grupo etário? 4.1.13. Serviços hospitalares com maior número de internamentos por faixa etária Descrição: Análise da demora média de internamentos por grupo etário e sexo, por ano, para cada serviço. Objectivos: Pretende-se analisar a demora média por grupo etário e sexo, por ano. Será a demora média superior nas faixas etárias mais altas? Qual será a demora média por sexo e grupo etário? Terá um comportamento idêntico ao longo dos anos? 63 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.6. Serviços hospitalares com maior número de internamentos por grupo etário Comentários: A tabela anterior está agrupada por grupo etário e ordenada pelo total de internamentos por serviço hospitalar. Mostra os três serviços hospitalares com maior número de internamentos. Como se pode constatar, a faixa etária com menos de 1 ano tem maior número de internamentos em Cardiologia, Cirurgia Cardio-Torácica e Oftalmologia. A faixa etária dos 1 aos 4 anos tem maior número de internamentos em Cirurgia Cardio-Torácica, Oftalmologia e Otorrinolaringologia; estes dois últimos serviços mantêm-se na faixa etária dos 5 aos 9 anos, com maior número de internamentos no serviço de Cardiologia. 64 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Na faixa etária dos 15 aos 24 anos aparece a Cirurgia Maxilo Facial, seguida de Obstetrícia e Ortopedia; estes dois últimos serviços mantêm-se na faixa etária dos 25 aos 44, com o serviço de Ginecologia apresentando o maior número de internamentos. Nas faixas etárias acima dos 45 anos o serviço de Cardiologia aparece como o serviço com maior número de internamentos e o serviço de Ortopedia em terceiro lugar; em segundo lugar aparece a Ginecologia na faixa etária dos 45 aos 64 anos e acima dos 65 anos o serviço de Medicina Interna. Quais são as demoras médias para estes serviços por grupo etário? Tabela 4.7. Demora média dos serviços hospitalares com maior número de internamentos por grupo etário 65 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Comentários: Verifica-se que serviços como Cardiologia, Ginecologia, Ortopedia, Medicina Interna apresentam mais tempo de permanência em faixas etárias mais elevadas. A demora média está correlacionada com a idade? Figura 4.63. Gráfico demora média versus grupo etário (utilizada a ferramenta Statistica, StatSoft Inc. (2011)) Scatterplot of media_dias_int against Grupo etário Spreadsheet3 10v*19c media_dias_int = -105,5222+1,05*x 12 10 media_dias_int 8 6 4 2 0 < 1 ano 05 a 09 anos 15 a 24 anos 45 a 64 anos > 75 anos 01 a 04 anos 10 a 14 anos 25 a 44 anos 65 a 74 anos Grupo etário Verifica-se que a demora média aumenta para faixas etárias mais elevadas. Quais os serviços com maior demora média por grupo etário? 66 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.8. Serviços hospitalares com maior demora média por grupo etário Comentários: A tabela acima apresenta os três serviços hospitalares com maior demora média por grupo etário, ordenado por ordem decrescente da demora média para cada grupo etário. Para cada serviço hospitalar é apresentado o número de internamentos e a demora média. Comprova-se que a demora média aumenta para faixas etárias mais elevadas. É visível nos serviços com maior demora média, o serviço de Psiquiatria (abrange as faixas etárias acima dos 10 anos) e o serviço de Infecciosas (faixas etárias acima dos 25 anos). 67 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.14. Internamentos por serviço hospitalar Descrição: Análise do número de internamentos por serviço hospitalar. Objectivos: Análise do número de internamentos por serviço hospitalar por ano. Tabela 4.9. Internamentos por serviço hospitalar Apresenta-se, na tabela de internamentos por serviço hospitalar, a tendência. Esta é calculada pela função SLOPE (para valores positivos apresenta-se o símbolo (aumentar) para valores negativos (diminuir)). Comentários: O número de internamentos está a diminuir, reflexo da diminuição de internamentos em Serviços como Cardiologia, Endocrinologia, Genética-Médica, ImunoAlergologia, Obstetrícia, Ortopedia e Reumatologia, apesar do aumento do número de internamentos em Serviços como Cirurgia Cardio-Torácica, Medicina Interna, Medicina Nuclear, Pneumologia, Psiquiatria e Urologia e Transplantação Renal. 68 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO O serviço de Neonatologia não foi considerado neste trabalho, podendo ser englobado num trabalho futuro. 4.1.15. Demora média por serviço hospitalar Descrição: Análise da demora média por serviço hospitalar. Objectivos: Analisar a demora média por serviço hospitalar por ano. Tabela 4.10. Demora média por serviço hospitalar Comentários: Para um aumento da demora média contribuem os serviços como Cirurgia I, Dermatologia, Endocrinologia, Hematologia, Imuno-Alergologia, Neurologia, apesar da diminuição da demora média em Serviços como Infecciosas, Pneumologia, Psiquiatria, Medicina Intensiva e Urologia e Transplantação Renal. 69 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.16. Internamentos por proveniência geográfica Descrição: Análise dos internamentos por proveniência geográfica dos doentes. Objectivos: Analisar o número de internamentos por proveniência geográfica do doente. Tabela 4.11. Internamentos por proveniência geográfica Afluem aos HUC doentes de todos os distritos de Portugal, incluindo as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Em 2010, cerca de 99% do total de internamentos foram de doentes provenientes de Portugal Continental. A proveniência geográfica distrito de Coimbra representa 54% do total de internamentos. O grupo Indefinido, expressa o número de internamentos com proveniência desconhecida, ou incompleta, para os quais não é possível obter a hierarquia Distrito, Concelho e Freguesia. Este grupo apresenta uma diminuição clara, de 10% em 2000, para menos de 1% em 2010. 70 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.12. Demora média por proveniência geográfica A demora média dos internamentos é mais elevada em doentes provenientes de Beja, Évora, Faro, Setúbal e Região Autónoma dos Açores (acima dos 10 dias, para 2010). Estas são regiões geograficamente mais distantes de Coimbra. Quais os diagnósticos que motivaram a sua transferência para Coimbra e os longos tempos de internamento? Os internamentos de doentes do distrito de Coimbra representa 54% do total de internamentos, apresenta uma demora média de 8 dias. Os internamentos de doentes provenientes da Região Centro (Coimbra, Aveiro, Leiria, Guarda, Castelo Branco e Viseu) representam 90% do total de internamentos, apresentando 8 dias de demora média. 71 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.17. Internamentos de doentes da Região Centro Descrição: Análise dos internamentos de doentes provenientes da Região Centro. Objectivos: A Região Centro representa 90% do número de internamentos. Coimbra apresenta uma demora média de 9 dias, mas no entanto a Região Centro, no seu conjunto, apresenta 8 dias de demora média. Pretende-se analisar a demora média dos distritos que compõem a Região Centro e a sua relação com a distância a Coimbra. Pretende-se analisar também o número de internamentos dos doentes provenientes da Região Centro e a população de cada distrito. Figura 4.64. Internamentos com proveniência Região Centro Apresentam-se os distritos Coimbra, Aveiro, Leiria, Guarda, Castelo Branco e Viseu, como pertencentes à região Centro. (Centro, ARS, 2008) Os internamentos da região Centro mantêm-se constantes para os distritos de Castelo Branco, Guarda, Viseu e Leiria e verifica-se um aumento de doentes provenientes do distrito de Aveiro. 72 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.13. Coeficiente de Pearson para estudo da correlação entre o número de internamentos e a população dos distritos da Região Centro Distrito Internamentos 2010 População 4 Aveiro 8.447 735.790 Castelo Branco 1.376 195.433 Coeficiente Pearson Coimbra 24.320 429.714 0,323 Guarda 2.202 168.898 fraca positiva Leiria 2.873 480.951 Viseu 2.901 391.215 Figura 4.65. Gráfico com representação linear (Internamentos e População) O coeficiente de correlação para os conjuntos de dados acima (0,323) mostra que não existe correlação, ou dependência linear entre o número de habitantes dos distritos da Região Centro e o número de internamentos por distrito nos HUC. Isto é natural, atendendo a que estas regiões possuem hospitais e Centros de Saúde próprios, só recorrendo aos HUC quando necessário. Vamos também averiguar se a distância aos HUC está relacionada com o número de internamentos. 4 (INE, 2011) 73 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.14. Coeficiente de Pearson para estudo da correlação entre a distância e o número de internamentos Destino distância (km)5 Nº. Internam. Origem Coimbra Aveiro 58 8447 159 1376 0 24320 Coimbra Guarda 168 2202 Coimbra Leiria 67 2873 Coimbra Viseu 96 2901 Coimbra Castelo Branco Coimbra Coimbra Pearson (dist, inter) -0,811 Figura 4.66. Gráfico com representação linear (Distância e Internamentos) Número de internamentos 30000 25000 20000 15000 Série1 10000 Linear (Série1) 5000 0 -5000 0 50 100 Distância 150 200 A distância aos HUC e o número de internamentos estão (significativamente) negativamente correlacionadas, isto é: quanto maior a distância menor é o número de internamentos, como seria de esperar (coeficiente de correlação r = -0,8). Estará a demora média relacionada com a distância? 5 Fonte: http://escolovar.org/mat_medidas_comprimento_distancias.htm 74 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.67. Demora média por distritos da Região Centro A demora média por distrito da Região Centro apresenta valores constantes ao longo do período, sendo o distrito com menor demora média Leiria. demora média Figura 4.68. Gráfico com representação linear (Demora Média versus Distância) 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 Aveiro Castelo Branco Coimbra Guarda Leiria Viseu Linear (Aveiro Castelo Branco Coimbra Guarda Leiria Viseu) 0 50 100 distância 150 200 Claramente, o gráfico mostra que, para os dados disponíveis, não há correlação entre demora média e distância aos HUC. 75 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.18. Internamentos da Região Centro por sexo Descrição: Análise dos internamentos com proveniência geográfica a Região Centro por sexo. Objectivos: Verificou-se anteriormente as mulheres têm mais internamentos que os homens, mas que excluíndo o serviço de Obstetrícia são os homens com maior número de internamentos. Pretende-se agora verificar qual a composição por sexo do número de internamentos dos distritos da Região Centro. Figura 4.69. Internamentos com proveniência Região Cento, por sexo Figura 4.70. Internamentos com proveniência Região Cento, por sexo (sem Obstetrícia) 76 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Comentários: O número de internamentos com proveniência dos distritos da Região Centro, excluindo o Serviço de Obstetrícia, mostra que os HUC, têm mais internamentos de mulheres provenientes dos distritos de Coimbra e Leira, e mais homens provenientes dos distritos de Aveiro, Viseu, Guarda e Castelo Branco. Contudo estas diferenças, mínimas, não podem considerar-se significativas. 77 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.19. Internamentos do Distrito de Coimbra Tabela 4.15. Percentagem de internamentos dos Concelhos de Coimbra e Freguesias do Concelho de Coimbra Figura 4.71. Concelhos do Distrito de Coimbra Figura 4.72. Freguesias do Concelho de Coimbra 78 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.20. Internamentos por proveniência Região Centro e por grupo etário Descrição: Análise dos internamentos por distritos e grupos etários da Região Centro. Objectivos: Analisar a percentagem de internamentos por grupo etário por Distrito de Coimbra e Outros Distritos, percentagem de internamentos por distritos da Região Centro por grupo etário. Tabela 4.16. Percentagem de internamentos por Distrito de Coimbra e Outros Distritos, por grupo etário Os internamentos de doentes provenientes do distrito de Coimbra representam 51,97%. Fora do Distrito de Coimbra vêm mais doentes de faixas etárias de menores de 1 ano até aos 64 anos. Do Distrito de Coimbra vêm mais doentes nas faixas etárias acima dos 65 anos. Tabela 4.17. Percentagem dos internamentos por grupo etário, por Distrito de Coimbra e Outros Distritos A maior percentagem de internamentos situa-se nas faixas etárias acima dos 25 anos, sendo que a maior percentagem se situa na faixa etária dos 45 aos 64 anos, seguida da faixa etária acima dos 75 anos para o distrito de Coimbra e na faixa etária dos 25 aos 44 anos para Outros Distritos. 79 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.18. Percentagem de Internamentos por distritos da Região Centro, por grupo etário A percentagem de doentes vindos de distritos fora de Coimbra, 48,03%, é representada na sua maioria pelos distritos da região centro de Aveiro, Leiria, Viseu, Guarda e Castelo Branco: estes representam 38,18% dos internamentos, sendo 9,78% de outros distritos. Os internamentos de doentes provenientes da região centro representam 90,22% do total de internamentos dos HUC. 80 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.21. Internamentos por destino de alta Descrição: Análise dos internamentos por destino de alta. Objectivos: Analisar quais os destinos de alta dos internamentos. Figura 4.73. Percentagem de internamentos por destino de alta Figura 4.74. Internamentos por destino de alta 81 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.75. Demora média por destino alta Tabela 4.19. Percentagem de internamentos por composição dos destinos pós alta Comentários: Verifica-se que a maior percentagem de internamentos tem como destino da alta o domicílio (cerca de 92%), sendo, para o exterior, a maior percentagem, com cerca de 85%. Colocam-se algumas questões, tais como: Quais os serviços com maior número de falecidos? Serviços com altas contra parecer médico/abandono? E de que grupos etários? Serviços com altas para a rede de cuidados continuados? 82 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.22. Internamentos por serviço hospitalar com destino de alta falecido Figura 4.76. Percentagem de internamentos com alta óbito por serviço hospitalar (Totais 2000 - 2010) 83 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.77. Percentagem de internamentos com alta óbito, por serviço hospitalar, em 2010 84 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.23. Falecidos por grupo etário Figura 4.78. Falecidos por grupo etário por ano A percentagem de falecidos aumentou de 3% para 5%: este aumento é significativo na faixa etária acima dos75 anos, apresentando em 2000 cerca de 50 % de internamentos com alta “falecido”, e cerca de 65% em 2010. Comentário: A que se deverá este aumento? A esperança média de vida aumentou ao longo destes 11 anos? Quais os diagnósticos mais comuns na faixa etária acima dos 75 anos? Que procedimentos são realizados para este grupo etário? 85 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.79. Pirâmide etária da população residente na Região Centro, 2001 e 2009 (ARS Centro, 2010) A população acima dos 75 anos está a aumentar conforme se pode verificar na figura acima. 86 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.80. Diagnósticos mais frequentes na faixa etária acima dos 75 anos Como principal motivo de internamento na faixa etária acima dos 75 anos, encontram-se as Doenças do Aparelho Circulatório, Neoplasias, Doenças do Aparelho Respiratório, Doenças do Aparelho Digestivo e Lesões e Envenenamentos. Verifica-se um aumento em todas elas, destacando-se as Doenças do Aparelho Circulatório, com um aumento de 76%, e as Doenças do Aparelho Respiratório com um aumento de 129% de 2000 para 2010. Este aumento reflecte o aumento de população, nesta faixa etária, na Região Centro, e os problemas respiratórios e circulatórios associados a estas idades. 87 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.81. Procedimentos mais frequentes, realizados na faixa etária acima dos 75 anos, em 2010 Figura 4.82. Operações realizadas na faixa etária acima dos 75 anos 88 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Nas operações realizadas na faixa etária acima dos 75 anos destacam-se Operações na Bexiga, Operações na Vesícula e Vias Biliares, Operações na Pele e Tecido Celular Cutâneo pelo aumento verificado. 89 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.24. Internamentos por serviço hospitalar com destino de alta contra parecer médico / abandono Descrição: Analise dos serviços com maior número de abandono de doentes internados. Figura 4.83. Internamento com saída contra parecer médico / abandono Com maior número de abandono estão os serviços de Psiquiatria e Obstetrícia. Não existia esta percepção por parte da instituição o que, neste caso, resulta na descoberta de 90 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO conhecimento novo. Note-se que, sendo até certo ponto compreensível que haja uma alta taxa de abandonos no serviço de Psiquiatria, é no mínimo surpreendente que o mesmo aconteça no serviço de Obstetrícia. Figura 4.84. Internamentos saídos contra parecer médico / abandono por serviço hospitalar em 2010, por faixa etária Em 2010, observa-se que o maior número de abandonos de internamento se verificou na faixa etária dos 25 aos 44 anos. 91 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.25. Internamentos com destino da alta para cuidados continuados Descrição: Análise dos internamentos com alta para cuidados continuados. Objectivos: Analisar os serviços com internamentos que necessitam de cuidados continuados pós alta. Estes internamentos como vimos anteriormente são responsáveis por demoras médias elevadas. Figura 4.85. Internamentos por destino saídos para continuação de cuidados prestados e rede de cuidados continuados por ano 92 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Comentários: Verifica-se que os serviços com maior número de internamentos com alta para cuidados continuados são: Neurologia, Ortopedia e Medicina Interna. 93 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.26. Internamentos por profissão Descrição: Análise dos números de internamentos por profissão dos doentes. Figura 4.86. Percentagem de profissões dos doentes internados Tabela 4.20. Internamentos por profissões mais frequentes 94 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.87. Profissões de mulheres com internamentos em 2010 Figura 4.88. Profissões de homens com internamentos em 2010 95 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.27. Internamentos por diagnóstico principal Tabela 4.21. Internamentos por diagnóstico principal 4.1.28. Demora média por diagnóstico principal Tabela 4.22. Demora média por diagnóstico principal 96 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.29. Internamentos e demora média por diagnóstico principal por grupo etário Tabela 4.23. Internamentos de demora média por diagnóstico principal e por grupo etário 97 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.30. Internamentos por diagnóstico principal por ano Tabela 4.24. Internamentos por diagnóstico principal e ano 98 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.31. Doenças do Aparelho Circulatório Descrição: Análise das doenças do aparelho circulatório. Figura 4.89. Internamentos por diagnóstico principal Doença do Aparelho Circulatório As doenças do aparelho circulatório, como principal motivo de internamento, têm aumentado ao longo do período em análise, mas não muito significativamente. Tabela 4.25. Internamentos por diagnósticos principais mais frequentes, pertencentes às Doenças do Aparelho Circulatório 99 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.26. Internamentos por diagnósticos principais mais frequentes pertencentes às Doenças do Aparelho Circulatório, agrupados por sexo Figura 4.90. Internamentos de Doenças do Aparelho Circulatório por sexo O maior número de internamentos em que o diagnóstico principal é Doenças do Aparelho Circulatório, pertence claramente ao sexo masculino. 100 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.27. GDH de internamentos com diagnóstico principal Doença do Aparelho Circulatório Os internamentos com diagnóstico principal doenças circulatórias foram posteriormente codificados em GDH, na sua maioria como Doenças e Perturbações do Aparelho Circulatório. No entanto alguns dos internamentos foram classificados em GDH como Pré-Grandes Categorias Diagnósticas e Doenças e Perturbações do Sistema Nervoso. 101 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.32. Neoplasias Descrição: Análise de internamentos com diagnóstico principal Neoplasias. Figura 4.91. Internamentos com diagnóstico principal Neoplasias As doenças oncológicas, como principal motivo de internamento, têm um aumento quase imperceptível no período em análise. Tabela 4.28. Internamentos por diagnósticos mais frequentes de Neoplasias Nas Neoplasias mais frequentes, destacam-se com maior aumento de casos: Neoplasia Maligna de Partes de Brônquio ou do Pulmão NCOP e Neoplasia Maligna Primária do Fígado; destacam-se com diminuição mais acentuada a Neoplasia Maligna do Estômago, localização NCOP. 102 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.29. Internamentos por Neoplasias mais frequentes por sexo Tabela 4.30. Percentagem de internamentos de Neoplasias por sexo Figura 4.92. Internamentos de Neoplasias por sexo O maior número de internamentos com diagnóstico principal Neoplasias pertence ao sexo feminino. 103 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.31. GCD mais frequentes de internamentos por diagnóstico principal Neoplasias Os internamentos com diagnóstico principal Neoplasias são posteriormente classificados com GDH. Estes GDH são agrupados em Grandes Categorias de Diagnóstico (GCD) para leitura mais facilitada da informação. As GCD mais frequentes para internamentos com diagnóstico principal Neoplasias, são Doenças e Perturbações do Aparelho Digestivo e Doenças e Perturbações Mieloproliferativas e Mal-diferenciadas, acima dos 600 casos em 2010. Tabela 4.32. Neoplasias por grupo etário As Neoplasias, como principal diagnóstico, por grupo etário, apresentam o maior número de internamentos no grupo etário dos 45 aos 64 anos, a aumentar para grupos etários acima dos 45 anos. 104 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.33. Doenças do Aparelho Respiratório Descrição: Análise dos internamentos com diagnóstico principal Doenças do Aparelho Respiratório. Figura 4.93. Internamentos por Doença do Aparelho Respiratório Verifica-se que os internamentos com diagnóstico principal Doenças do Aparelho Respiratório têm aumentado. Tabela 4.33. Internamentos com diagnóstico principal Doenças do Aparelho Respiratório Contribui de forma significativa, para o aumento de Doenças do Aparelho Respiratório, o diagnóstico “pneumonia devida a microrganismo não especificado”, passando de 677 internamentos em 2000 para 1717 casos em 2010, um aumento de 154% em 11 anos. 105 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.34. Percentagem de internamentos de doença respiratória, por sexo As doenças respiratórias têm aumentado em doentes do sexo feminino, passando de 43,70% em 2000 para 48,50 % em 2010; apresentam uma média no período em análise de 45,36% de internamentos com diagnóstico principal Doenças do Aparelho Respiratório. 106 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.34. Internamentos por Grandes Categorias de Diagnóstico (GCD) Tabela 4.35. Internamentos por Grandes Categorias de Diagnóstico 107 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.35. Demora média por Grandes Categorias de Diagnóstico (GCD) Tabela 4.36. Demora média de internamentos por Grandes Categorias de Diagnóstico 108 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.36. Diagnósticos secundários Tabela 4.37. Diagnósticos secundários Verifica-se que há um aumento significativo de registos de diagnósticos secundários ao longo do período em análise. Este facto deve em grande parte, ao cuidado que se tem vindo a verificar no registo dos diagnósticos secundários associados aos internamentos. Em 3º lugar aparecem as doenças das glândulas endócrinas que, na sua maioria, se referem a diabetes. Este factor, reconhecido como muito importante em termos de saúde pública (Kob & Tan, 2005) será estudado numa das subsecções do capítulo 7. 109 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.1.37. Procedimentos Tabela 4.38. Os 50 Procedimentos mais realizados no internamento Verifica-se que há um aumento significativo de registos de procedimentos. Este facto deve-se em grande parte ao cuidado que se tem vindo a verificar no registo dos procedimentos realizados durante os internamentos. 110 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.2. Desvios de tempos de internamentos, relação entre demora média observada e demora média esperada A relação entre a demora média observada e a demora média esperada é um critério de desempenho que mostra a eficiência de um hospital. Esta medida exprime a relação entre os recursos utilizados e os resultados obtidos. A actividade é eficiente quando se maximizam os resultados para um dado nível de recursos ou se minimizam os recursos para se obter um determinado resultado, como por exemplo, número de consultas por médico ou demora média hospitalar (Pereira, 1993). Através da demora média dos tempos de internamentos do hospital (demora média observada) e a demora média esperada face aos valores nacionais, constante da portaria que regulamenta o valor das prestações de saúde, procede-se ao estudo dos desvios de tempos de internamento. O valor do desvio é calculado pela diferença entre a demora média do episódio de internamento e a demora média nacional do GDH, expresso em dias. Tabela 4.39. Desvios de tempos de internamentos Desvio de tempos Número Altas Soma Tempos 1 517.015 4.046.576 Para o período de 2000 a 2010, totalizam-se 517.015 altas de internamentos num total de 4.046.576 dias, apresenta +1 dia de desvio face à demora média nacional por GDH. Apresentam-se análises de desvios de tempos de internamentos por Grupo Etário; Sexo; Proveniência Geográfica; Profissão; Serviço Hospitalar; Diagnóstico Principal; GCD e GDH. 111 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.94. Desvios de tempos de internamentos por grupo etário Verifica-se que as faixas etárias com maior número de dias de desvios de tempos de internamento, se situam nos extremos: o grupo etário abaixo de 1 ano com diferença da demora média face à nacional em menos três dias, e a faixa etária acima dos 75 anos com diferença de mais dois dias, acima da média nacional. Colocam-se questões sobre o motivo destes desvios, qual a proveniência dos doentes, de que faixas etárias, quais o destino pós alta, quais os diagnósticos principais e quais os GDH que têm maior influência, e se estes desvios se mantêm de igual forma para o sexo feminino e para o sexo masculino. 112 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.95. Desvios de tempos de internamentos por sexo Os internamentos de doentes do sexo masculino apresentam maior desvio. Em média os doentes do sexo masculino estão mais dois dias e o sexo feminino mais um dia que a média nacional por GDH. Para uma análise por proveniência geográfica, apresentam-se 4 grupos: Coimbra, Região Centro excepto Coimbra ( Leiria, Castelo Branco, Viseu, Guarda e Aveiro); Ilhas e os restantes distritos de Portugal Continental são apresentados no grupo Outras proveniências. Recorre-se a KPI’s (Key Performance Indicators ou Indicadores de Desempenho) para uma leitura mais fácil: cor verde quando não existem desvios face à média nacional, amarelo para desvios de um dia e vermelho para desvios superiores a dois dias de internamento. Tabela 4.40. KPI desvios de tempos por proveniência do doente Legenda: Desvio zero dias Desvio de um dia Desvio superior a um dia 113 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO As ilhas apresentam maior desvio, com uma média superior em três dias, os distritos do continente apresentam em média um dia . Figura 4.96. Desvios de tempos de internamento por grupo etário e proveniência As faixas etárias abaixo dos 15 anos, apresentam valores abaixo da demora média nacional por GDH, visto serem doentes que na sua maioria são acompanhados para o Hospital Pediátrico de Coimbra. Os internamentos de doentes provenientes das ilhas apresentam maiores desvios a maioria dos grupos etários, principalmente acima dos 45 anos. Tabela 4.41. Desvios de tempos de internamentos por destino da alta O destino da alta para a rede de cuidados continuados influência grandemente o desvio, em média os doentes têm mais 19 dias de internamentos face à media nacional por GDH. 114 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Os internamentos com alta contra parecer médico são inferiores à média nacional em 1 dia de internamento e com alta para o domicílio apresenta-se, em média, mais 1 dia de internamento. Os internamentos com alta por falecimento e outros apresentam um desvio de 4 dias face à média nacional por GDH. Tabela 4.42. Desvios de tempos de internamento por profissão 115 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Com maior desvio, constam as profissões com maior exigência física como: Trabalhadores da Construção Civil e Motoristas de Pesados, que registam desvios acima de 3 dias. Abaixo da média nacional por GDH em 1 dia, constam profissões tais como Médico e Advogado. 116 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Os diagnósticos principais com maior influência sobre o tempo de internamento são: Transtornos Mentais, Doenças Infecciosas e Parasitárias e Lesões e Envenenamentos. Tabela 4.43. Desvios de tempos de internamento por diagnóstico principal 117 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.44. Desvios de tempos de internamentos por serviço hospitalar Os Serviços que contribuem para maior desvio de tempos de internamento são: Serviço de Medicina Intensiva; Queimados; Psiquiatria; Infecciosas; Hematologia; Dermatologia e Neurocirurgia, acima de quatro dias de internamento. 118 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.45. Desvios de tempos de internamento por serviço hospitalar por ano 119 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Na tabela seguinte é apresentada a evolução dos desvios por serviço hospitalar: verificase que no último ano os serviços com maior desvio são: Psiquiatria; Serviço de Medicina Intensiva; Dermatologia; Hematologia; Neurologia e Ortopedia, acima dos quatro dias de desvio face à media nacional por GDH. Tabela 4.46. Desvios de internamentos por GCD As Grandes Categorias de Diagnóstico com maior desvio de número de dias de relativamente à demora média nacional, são: Doenças e Perturbações Mentais; PréGrandes Categorias Diagnósticas e Infecções pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, acima dos quatro dias. Abaixo da demora média nacional: Recém-nascidos e Lactentes com Afecções do Período Perinatal; Grupos com Procedimentos no Bloco Operatório Não Relacionados com o Diagnóstico Principal e Factores com Influência no Estado de Saúde e Outros Contactos com os Serviços de Saúde inferior a quatro dias. 120 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Destaca-se o grupo Recém-nascidos e Lactentes com Afecções do Período Perinatal com um desvio de 12 dias de internamento abaixo da média nacional. 121 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Tabela 4.47. GDH por GCD com desvios superiores a quatro dias Grandes Categorias de Diagnóstico desvio Doenças e Perturbações Mentais 6 9.287 Neuroses depressivas 5 1.240 Neuroses excepto as depressivas 4 1.105 Outros diagnósticos de perturbações mentais 5 67 Perturbações da personalidade e/ou do controlo dos impulsos 7 569 Perturbações mentais da infância 8 80 Perturbações orgânicas e/ou atraso mental 2 1.401 Procedimentos em B.O., com o diagnóstico principal de doença mental 43 Psicoses 8 4.408 Reacções agudas de adaptação e/ou doenças de disfunção psico-social 4 397 (Pré-Grandes Categorias Diagnósticas) 5 3.554 Oxigenação por membrana extra-corporal, traqueostomia com ventilação mecânica >96h ou traqueostomia com outro diagnóstico principal, excepto da face, boca ou do pescoço 23 1.067 Transplante autólogo de medula óssea 0 101 Transplante cardíaco -21 176 Transplante hepático 0 519 Transplante renal -1 1.153 Traqueostomia por diagnósticos da face, boca e/ou pescoço -1 538 Infecções pelo Vírus da Imunodeficiência Humana 4 942 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com diagnóstico relacionado major, alta contra parecer médico 0 7 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com diagnóstico relacionado major, sem múltiplos diagnósticos relacionados major ou diagnósticos significativos, com tuberculose -1 14 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com diagnóstico relacionado major, sem múltiplos diagnósticos relacionados major ou diagnósticos significativos, sem tuberculose 0 35 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com diagnóstico relacionado significativo 4 341 122 Numero Altas Int 20 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Grandes Categorias de Diagnóstico desvio Numero Altas Int 2 4 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com múltiplas infecções major relacionadas, com tuberculose 14 14 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com múltiplas infecções relacionadas major, sem tuberculose 22 22 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com múltiplos diagnósticos relacionados major ou diagnósticos significativos, com tuberculose 3 40 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com múltiplos diagnósticos relacionados major ou diagnósticos significativos, sem tuberculose 7 93 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com outros diagnósticos relacionados 0 113 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com procedimento em B.O. e/ou diagnóstico relacionado major 6 16 -38 1 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com procedimento em B.O. e/ou ventilação ou suporte nutricional 26 2 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com procedimento em B.O., sem diagnóstico relacionado major 10 36 8 12 Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com diagnóstico relacionado significativo, alta contra parecer médico Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com procedimento em B.O. e/ou múltiplas infecções relacionadas major Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, com suporte nutricional ou de ventilador Infecção pelo vírus da imunodeficiência humana, sem outros diagnósticos relacionados 3 190 17 2 Traumatismos Múltiplos Significativos 3 392 Uso de Álcool/Droga e Perturbações Mentais Orgânicas Induzidas por Álcool ou Droga 2 680 Doenças Infecciosas e Parasitárias (Sistémicas ou de Localização Não Específica) 2 4.857 Doenças e Perturbações do Sistema Músculo-esquelético e Tecido Conjuntivo 2 49.996 Doenças e Perturbações do Aparelho Genital Masculino 2 4.767 Doenças e Perturbações Mieloproliferativas e Mal-diferenciadas 2 18.331 Traumatismos, Intoxicações e Efeitos Tóxicos de Drogas 2 5.780 Doenças e Perturbações do Sistema Nervoso 2 38.734 Traqueostomia por infecção do vírus da imunodeficiência humana 123 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Grandes Categorias de Diagnóstico desvio Numero Altas Int Doenças e Perturbações do Rim e do Aparelho Urinário 2 21.606 Doenças e Perturbações do Aparelho Respiratório 1 34.442 Gravidez, Parto e Puerpério 1 48.140 Doenças e Perturbações do Aparelho Digestivo 1 41.717 Doenças e Perturbações do Olho 1 17.340 Doenças e Perturbações do Sistema Hepatobiliar e Pâncreas 1 28.101 Doenças e Perturbações da Pele, Tecido Celular Subcutâneo e Mama 1 20.686 Doenças e Perturbações do Aparelho Genital Feminino 0 19.870 Doenças e Perturbações Endócrinas Nutricionais e Metabólicas 0 18.189 Doenças e Perturbações do Ouvido, Nariz, Boca e Garganta 0 25.332 Doenças e Perturbações do Sangue/Órgãos Hematopoiéticos e Doenças Imunológicas 0 4.897 Doenças e Perturbações do Aparelho Circulatório 0 66.155 Queimaduras -2 796 Factores com Influência no Estado de Saúde e Outros Contactos com os Serviços de Saúde -4 7.087 0 5 -14 1 Continuação de cuidados, com história de doença maligna como diagnóstico adicional -2 332 Continuação de cuidados, sem história de doença maligna como diagnóstico adicional -5 4.110 Outros factores com influência no estado de saúde -1 2.094 Procedimentos em B.O., com diagnóstico de outros contactos com os serviços de saúde -2 418 Reabilitação 3 32 Sinais e/ou sintomas, com CC 3 29 Sinais e/ou sintomas, sem CC 0 66 Grupos com Procedimentos no Bloco Operatório Não Relacionados com o Diagnóstico Principal -6 20 Procedimentos extensos, em B.O., não relacionados com o diagnóstico principal -6 19 0 1 Anomalias congénitas, múltiplas, outras e/ou não especificadas, sem CC Continuação de cuidados no lactente para aumento de peso, idade >28 dias e <1 ano Procedimentos não extensos, em B.O., não relacionados com o diagnóstico principal 124 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Grandes Categorias de Diagnóstico desvio Numero Altas Int -12 29 -1 1 Recém-nascido, peso ao nascer > 2499g, com procedimento significativo em B.O., com múltiplos problemas major -19 13 Recém-nascido, peso ao nascer > 2499g, com procedimento significativo em B.O., sem múltiplos problemas major -5 13 Recém-nascido, peso ao nascer > 2499g, sem procedimento significativo em B.O., com problema major -2 1 -16 1 1 491.727 Recém-nascidos e Lactentes com Afecções do Período Perinatal Recém-nascido transferido, com menos de cinco dias, de idade, nascido fora do hospital relator Recém-nascido, peso ao nascer entre 2000 e 2499g, com procedimento significativo em B.O., sem múltiplos problemas major Total 125 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Por último apresenta-se a evolução dos desvios por GCD. Figura 4.97. Desvio de tempos GCD Pré-Grandes Categorias Diagnósticas Figura 4.98. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações da Pele, Tecido Celular Subcutâneo e Mama Figura 4.99. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Aparelho Circulatório 126 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.100. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Aparelho Digestivo Figura 4.101. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Aparelho Genital Feminino Figura 4.102.Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Aparelho Genital Masculino 127 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.103. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Aparelho Respiratório Figura 4.104. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Olho Figura 4.105. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Ouvido, Nariz, Boca e Garganta 128 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.106. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Rim e do Aparelho Urinário Figura 4.107. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Sangue / Órgãos Hematopoiéticos e Doenças Imunológicas Figura 4.108. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Sistema Hepatobiliar e Pâncreas 129 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.109. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Sistema Músculoesquelético e Tecido Conjuntivo Figura 4.110. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações do Sistema Nervoso Figura 4.111. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações Endócrinas Nutricionais e Metabólicas 130 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.112. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações Mentais Figura 4.113. Desvio de tempos GCD Doenças e Perturbações Mieloproliferativas e Maldiferenciadas Figura 4.114. Desvio de tempos GCD Doenças Infecciosas e Parasitárias (Sistémicas ou de Localização Não Específica) 131 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.115. Desvio de tempos GCD Factores com influência no Estado de Saúde e Outros Contactos com os Serviços de Saúde Figura 4.116. Desvio de tempos GCD Gravidez, Parto e Puerpério Figura 4.117. Desvio de tempos GCD Grupos com Procedimentos no Bloco Operatório Não Relacionados com o Diagnóstico Principal 132 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.118. Desvio de tempos GCD Infecções pelo Vírus da Imunodeficiência Humana Figura 4.119. Desvio de tempos GCD Queimaduras Figura 4.120. Desvio de tempos GCD Recém-nascidos e Lactentes com Afecções do Período Perinatal 133 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.121. Desvio de tempos GCD Traumatismos Múltiplos Significativos Figura 4.122. Desvio de tempos GCD Traumatismos, Intoxicações e Efeitos Tóxicos de Drogas Figura 4.123. Desvio de tempos GCD Uso de Álcool / Droga e Perturbações Mentais Orgânicas Induzidas por Álcool ou Droga 134 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Na quase totalidade das GCD, observa-se uma diminuição do desvio face à média nacional, à excepção de Doenças e Perturbações Mieloproliferativas e Mal-diferenciadas, que apresentam um aumento de dois dias, apresentando um desvio em 2010 que atinge os quatro dias. 135 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.3. Simetria, variabilidade e identificação de Outliers As análises apresentadas relacionam-se em grande parte com o tempo de internamento, dada a sua importância em termos de custos para o hospital. Com o gráfico Caixa de Bigodes (Box-plot) pretende-se identificar simetrias, variabilidade e outliers de tempos de internamentos para GDH mais representativos, com maior número de dias de internamento em 2010. Tabela 4.48. GDH com maior percentagem de dias de internamento Cód. GDH GDH Dias de Internam. % (2010) (2010) 541 Perturbações respiratórias, excepto infecções, bronquite ou asma, com CC major 430 533 14.917 4% Psicoses 9.608 3% Outras perturbações do sistema nervoso, excepto acidente isquémico transitório, convulsões e/ou cefaleias, com CC major 9.166 2% 89 Pneumonia e/ou pleurisia simples, idade > 17 anos, com CC 8.279 2% 14 Acidente vascular cerebral com enfarte 7.681 2% O gráfico Caixa de Bigodes é constituído por uma caixa (box), que contém as observações situadas entre o Q1 (primeiro quartil) e Q3 (terceiro quartil) , com uma barra central que representa a mediana e por dois segmentos de recta (bigodes) que unem a caixa aos valores extremos dentro da cerca superior e inferior. A cerca superior representa o maior valor contido até Q3 + 1,5(Q3-Q1) e a cerca inferior o menor valor contido até Q1 – 1,5(Q3-Q1). São ainda representados no gráfico Caixa de Bigodes as observações que se situam fora da cerca. É utilizada a ferramenta Statistica, StatSoft Inc. (2011) (data analysis software system), version 10 para representação gráfica da Caixa de Bigodes. 136 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.124. Gráfico Caixa de Bigodes para GDH com maior número de dias de internamento Box Plot of multiple variables bigodes 5v*1254c Median; Box: 25%-75%; Whisker: Non-Outlier Range 280 260 240 220 200 180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 -20 GDH 451 GDH 533 GDH 430 GDH 14 GDH 89 Median 25%-75% Non-Outlier Range Outliers Extremes Os GDH: 451, 430, 533, 89 e 14 apresentam uma distribuição assimétrica positiva, observa-se a maior frequência para valores menores e a cauda mais longa acima. Todos eles apresentam outliers e extremos, o que significa que há desvios muito significativos dos valores normais. Um outlier pode ser moderados ou extremo: é moderado se o valor observado for inferior a Q1-1,5(Q3-Q1) ou superior a Q3+1,5(Q3-Q1); é extremo se inferior a Q1-3(Q3-Q1) e superior a Q3+3(Q3-Q1). No gráfico Caixa de Bigodes anteriormente apresentado é possível comparar os 5 GDH com maior peso no número de dias de internamento para 2010. 137 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.125. Critérios do Statistica para identificar Outliers e Extremos GDH 541 - Perturbações respiratórias, excepto infecções, bronquite ou asma, com CC major Tabela 4.49. Estatística Descritiva GDH 541 GDH 541 138 Média 11,88197767 Erro-padrão 0,326856974 Mediana 9 Moda 7 Desvio-padrão 11,57461421 Variância da amostra 133,9716941 Curtose 22,05470135 Assimetria 3,704671168 Intervalo 131 Mínimo 0 Máximo 131 Soma 14900 Contagem 1254 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.126. Gráfico Caixa de Bigodes - GDH 541 bigodesBox Plot of GDH 541 bigodes 5v *1254c 140 120 100 GDH 451 80 60 40 20 0 -20 Median = 9 25%-75% = (6, 14) Non-Outlier Range = (0, 26) Outliers Extremes Verifica-se, os internamentos classificados com GDH 541, apresentam, em 2010: 50% tem uma duração de 6 a 14 dias de internamento; 50% estão abaixo de 9 dias de internamento; 25% abaixo dos 6 dias de internamento; 75% abaixo dos 14 dias de internamento; Outliers acima dos 26 dias; Domínio 131 dias; Amplitude Interquartil 8 dias. 139 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO GDH 430 – Psicoses Tabela 4.50. Estatística Descritiva GDH 430 GDH 430 Média 25,83827493 Erro-padrão 1,115681897 Mediana 21 Moda 1 Desvio-padrão 21,48955098 Variância da amostra 461,8008013 Curtose 11,89678631 Assimetria 2,638314096 Intervalo 181 Mínimo 0 Máximo 181 Soma 9586 Contagem 371 Figura 4.127. Gráfico Caixa de Bigodes GDH 430 Box Plot of GDH 430 bigodes 5v*1254c 200 180 160 140 GDH 430 120 100 80 60 40 20 0 -20 Median = 21 25%-75% = (13, 32) Non-Outlier Range = (0, 58) Outliers Extremes Verifica-se, os internamentos classificados com GDH 430, apresentam, em 2010: 140 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 50% tem uma duração de 13 a 32 dias de internamento; 50% estão abaixo de 21 dias de internamento; 25% abaixo dos 13 dias de internamento; 75% abaixo dos 32 dias de internamento; Outliers acima dos 58 dias; Domínio 181 dias; Amplitude Interquartil 9 dias. GDH 533 – Outras perturbações do sistema nervoso, excepto acidente isquémico transitório, convulsões e/ou cefaleias, com CC major Tabela 4.51. Estatística Descritiva GDH 533 GDH 533 Média 24,05774278 Erro-padrão 1,401158742 Mediana 15 Moda 1 Desvio-padrão 27,34952755 Variância da amostra 747,996657 Curtose 18,53524556 Assimetria 3,341086901 Intervalo 258 Mínimo 0 Máximo 258 Soma 9166 Contagem 381 141 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.128. Gráfico Caixa de Bigodes GDH 533 Box Plot of GDH 533 bigodes 5v *1254c 280 260 240 220 200 180 GDH 533 160 140 120 100 80 60 40 20 0 -20 Median = 15 25%-75% = (7, 31) Non-Outlier Range = (0, 65) Outliers Extremes Verifica-se, os internamentos classificados com GDH 533, apresentam, em 2010: 142 50% tem uma duração de 7 a 31 dias de internamento; 50% estão abaixo de 15 dias de internamento; 25% abaixo dos 7 dias de internamento; 75% abaixo dos 31 dias de internamento; Outliers acima dos 65 dias; Domínio de 258 dias; Amplitude Interquantil 24 dias. CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO GDH 89 - Pneumonia e/ou pleurisia simples, idade > 17 anos, com CC Tabela 4.52. Estatística Descritiva GDH 89 GDH 89 Média 10,17530864 Erro-padrão 0,3937879 Mediana 8 Moda 6 Desvio-padrão 11,20740011 Variância da amostra 125,6058173 Curtose 79,36430034 Assimetria 7,339870864 Intervalo 158 Mínimo 0 Máximo 158 Soma 8242 Contagem 810 Figura 4.129. Gráfico Caixa de Bigode GDH 89 Box Plot of GDH 89 bigodes 5v *1254c 180 160 140 120 GDH 89 100 80 60 40 20 0 -20 Median = 8 25%-75% = (5, 12) Non-Outlier Range = (0, 22) Outliers Extremes 143 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Verifica-se, os internamentos classificados com GDH 89, apresentam, em 2010: 50% tem uma duração de 5 a 12 dias de internamento; 50% estão abaixo de 8 dias de internamento; 25% abaixo dos 5 dias de internamento; 75% abaixo dos 12 dias de internamento; Outliers acima dos 22 dias; Domínio 158 dias; Amplitude Interquartil 7 dias. GDH 14 – Acidente vascular cerebral com enfarte Figura 4.130. Estatística Descritiva GDH 14 GDH 14 144 Média 13,59469027 Erro-padrão 0,584921583 Mediana 10 Moda 5 Desvio-padrão 13,90342731 Variância da amostra 193,3052909 Curtose 15,52139209 Assimetria 3,213018109 Intervalo 125 Mínimo 0 Máximo 125 Soma 7681 Contagem 565 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.131. Gráfico Caixa de Bigodes GDH 14 Box Plot of GDH 14 bigodes 5v *1254c 140 120 100 GDH 14 80 60 40 20 0 -20 Median = 10 25%-75% = (5, 17) Non-Outlier Range = (0, 35) Outliers Extremes Verifica-se, os internamentos classificados com GDH 14, apresentam, em 2010: 50% tem uma duração de 5 a 17 dias de internamento; 50% estão abaixo de 10 dias de internamento; 25% abaixo dos 5 dias de internamento; 75% abaixo dos 17 dias de internamento; Outliers acima dos 35 dias; Extremos acima dos 53 dias Domínio 125 dias; Amplitude Interquartil 12 dias. Uma evidência é a presença de potenciais outliers e extremos, levanta questões como: proveniência, sexo, profissão, faixa etária e destino pós alta, diagnóstico principal, diagnósticos secundários e procedimentos em cada um destes GDH. 145 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO GDH 541 - Perturbações respiratórias, excepto infecções, bronquite ou asma, com CC major , com tempos de internamentos superiores a 26 dias. Figura 4.132. Proveniência de doentes com internamentos classificado com GDH 541, com tempos de internamentos superiores a 26 dias Figura 4.133. Sexo dos doentes com internamentos classificado com GDH 541, com tempos de internamentos superiores a 26 dias 146 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.134. Grupos etários de doentes com internamentos classificado com GDH 541, com tempos de internamentos superiores a 26 dias Figura 4.135. Profissões de doentes com internamentos classificado com GDH 541, com tempos de internamentos superiores a 26 dias 147 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO Figura 4.136. Destinos pós alta de internamentos classificado com GDH 541, com tempos de internamentos superiores a 26 dias Figura 4.137. Diagnósticos Principais de internamentos classificado com GDH 541, com tempos de internamentos superiores a 26 dias 148 CAPÍTULO 4. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA CLÍNICO 4.4. Conclusões Neste capítulo foram apresentadas diversas análises que as TI poderão oferecer aos serviços clínicos e administrativos. No capítulo 5 apresentam-se várias análises sob o ponto de vista financeiro. No capítulo 6 procede-se à introdução do tema data-mining, sendo alguns dos seus modelos aplicados no capítulo 7 com vista a levar um pouco mais longe o âmbito deste estudo. 149 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO 150 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO 5. ANÁLISE DE DADOS - PONTO DE VISTA FINANCEIRO O financiamento da saúde em Portugal é executado por entidades de natureza quer pública quer privada. O Estado assume o papel de pagador principal, como consequência da necessidade de garantir o direito ao acesso a cuidados de saúde à generalidade da população. O Estado financia cerca de 70% da despesa total em saúde em Portugal. (Deloitte, 2011) A população, para além dos pagamentos de impostos, comparticipa as suas despesas em saúde mediante: O pagamento de taxas moderadoras, quando ao abrigo do Serviço Nacional de Saúde (SNS); Co-pagamentos, quando enquadradas em subsistemas ou seguros de saúde; A totalidade da despesa, quando não abrangida por nenhuma das situações anteriores. 5.1. Serviço Nacional de Saúde O Serviço Nacional de Saúde (SNS) oferece cobertura universal. Cerca de 25% da população está coberta por um subsistema de saúde, 17% têm sistemas privados de seguro e 7% fundos mistos. (ACS, 2009) O SNS foi criado em 1979, no âmbito do Ministério dos Assuntos Sociais, pela Lei n.º 56/79 de 15 de Setembro (lei Arnaut). O Estatuto do SNS foi aprovado pelo Decreto-Lei n.º 11/93 de 15 de Janeiro, assinado pelo então Primeiro-ministro, Cavaco Silva. Tem como objectivo a efectivação, por parte do Estado, da responsabilidade que lhe cabe na protecção da saúde individual e colectiva. O SNS é um conjunto ordenado e hierarquizado de instituições e de serviços oficiais prestadores de cuidados de saúde, funcionando sob a superintendência ou a tutela do Ministério da Saúde. O SNS organiza-se em 5 regiões de saúde que são as seguintes: 151 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO Norte, com sede no Porto e com área coincidente com a dos distritos de Braga, Bragança, Porto, Viana do Castelo e Vila Real; Centro, com sede em Coimbra e com área coincidente com a dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu; Lisboa e Vale do Tejo, com sede em Lisboa e com área coincidente com a dos distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal; Alentejo, com sede em Évora e com área coincidente com a dos distritos de Beja, Évora e Portalegre; Algarve, com sede em Faro e com área coincidente com a do distrito de Faro. Cada uma destas regiões de saúde divide-se em sub-regiões de saúde. 5.2. Administração Regional de Saúde Em cada região de saúde há uma Administração Regional de Saúde (ARS). Estas têm personalidade jurídica, autonomia administrativa e financeira e património próprio. As ARS têm funções de planeamento, distribuição de recursos, orientação e coordenação de actividades, gestão de recursos humanos, apoio técnico e administrativo a ainda de avaliação do funcionamento das instituições e serviços prestadores de cuidados de saúde. 5.3. Financiamento do SNS O SNS incorpora diferentes unidades de pagamento entre pagadores e prestadores, consoante o nível de cuidados prestados pelos três níveis predominantes e amplamente individualizados no nosso país: primários, hospitalares e recentemente os continuados. Ao nível dos cuidados de saúde hospitalares, o valor do financiamento é resultado de um processo de negociação onde participam a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) (pagador), os Departamentos de Contratualização de cada ARS (negociador) e cada unidade hospitalar (prestador). Como resultado deste processo elaborado no final de cada exercício económico projectando a realidade do ano seguinte, são definidos os montantes totais a distribuir pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) a 152 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO cada Hospital, bem como descritos os níveis de produção associados a esses mesmos montantes. O documento que estabelece os compromissos de cada parte envolvida é o contrato-programa6. O financiamento hospitalar é constituído sobretudo por duas componentes de diferentes naturezas: a) Uma, correspondente à produção realizada pelo hospital nas suas diferentes linhas de produção (internamento, consultas externas, atendimentos urgentes, sessões de hospital dia, dias de doentes crónicos, serviço domiciliário e dias de permanência em lar para os IPO). A parcela mais significativa deste montante corresponde aos episódios de internamento que são remunerados em função do número de doentes equivalentes e do índice de case-mix por tipo de GDH (médico ou cirúrgico). (Costa, C., Santana, R., Boto, P., 2008) b) A outra componente, caso seja necessária, é atribuída em função de um montante de convergência7 dividido em duas parcelas: uma fixa, numa percentagem que varia anualmente, e outra que se encontra indexada ao cumprimento de determinados objectivos. (Pêcego, 2010) 6 O contrato-programa é o documento que sela o acordo tripartido relativo ao compromisso de desenvolvimento de um conjunto de direitos e obrigações, entre as quais se inclui a actividade produtiva prevista bem como as respectivas contrapartidas financeiras em função da actividade proposta. 7 Montante adicional a pagar a cada hospital para garantir um pagamento total coerente com os objectivos máximos de melhoria estabelecidos. 153 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO 5.4. Grupos de Diagnósticos Homogéneos Os GDH são um sistema de classificação de doentes internados em hospitais de agudos8, que agrupa doentes em grupos clinicamente coerentes e similares do ponto de vista do consumo de recursos. Corresponde à tradução portuguesa para Diagnosis Related Groups (DRG). Permite definir operacionalmente os produtos de um hospital, que mais não são que o conjunto de bens e serviços que cada doente recebe em função das suas necessidades e da patologia que o levou ao internamento e como parte do processo de tratamento definido. A cada grupo é associado um peso relativo, isto é, um coeficiente de ponderação que reflecte o custo esperado com o tratamento de um doente típico, agrupado nesse GDH, expresso em termos relativos face ao custo médio do doente típico a nível nacional. 5.5. Índice de case-mix O índice de case-mix (ICM), é um coeficiente global de ponderação da produção que reflecte a relatividade de um hospital face aos outros, em termos da sua maior ou menor proporção de doentes com patologias complexas e, consequentemente, mais consumidoras de recursos, resulta assim do rácio entre o número de doentes equivalentes ponderados pelos pesos relativos dos respectivos GDH e o número total de doentes equivalentes. (doentes equivalentes GDHi * peso relativo GDHi) ICM Hospital = (doentes equivalentes GDHi) (1) Os doentes equivalentes, num dado GDH, correspondem aos episódios de internamento que se obtêm após a transformação dos dias de internamento dos episódios de curta duração e dos doentes transferidos de cada GDH, em episódios equivalentes aos episódios típicos ou normais do respectivo GDH. 8 Hospital que presta serviços a utentes em regime de ambulatório ou de internamento com o horizonte temporal limitado, donde estão excluídos os doentes crónicos. 154 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO No âmbito dos Contratos-Programa celebrados com os Hospitais do SNS, procede-se ao cálculo do ICM para a produção em Internamento e para a produção em Ambulatório, considerando-se ainda ICM distintos para episódios cirúrgicos e médicos em cada uma daquelas linhas de produção. Assim, a fórmula acima descrita deverá ser adaptada em função do tipo de ICM que se pretenda calcular, considerando-se apenas a produção correspondente (Internamento Cirúrgico, Internamento Médico, Ambulatório Cirúrgico ou Ambulatório Médico). (ACSS, 2009) 5.6. Limiares de excepção Os limiares de excepção (inferior e máximo) definem, para cada GDH, o intervalo de normalidade em termos de tempo de internamento e calculam-se de acordo com os intervalos inter-quartis das respectivas distribuições. Os episódios de internamento classificados em GDH podem ser normais/típicos, de curta duração ou de evolução prolongada em função da variável tempo de internamento. São episódios normais ou típicos os que apresentam tempo de internamento superior ao limiar inferior e inferior ao limiar máximo. São episódios de curta duração os que apresentam tempo de internamento igual ou inferior ao limiar inferior de excepção do GDH em que foram classificados. São episódios de evolução prolongada os episódios que apresentam tempo de internamento igual ou superior ao limiar máximo de excepção do respectivo GDH. curta duração típico /normal Limiar inferior evolução prolongada Limiar máximo 155 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO 5.7. Doentes equivalentes Os episódios de internamento classificados em GDH são convertidos em doentes equivalentes tendo em conta o tempo de internamento ocorrido em cada um deles e o intervalo de normalidade definido para cada GDH. Num episódio típico ou normal um doente saído corresponde a um doente equivalente. Num episódio de evolução prolongada um doente saído corresponde a um doente equivalente. Para converter os episódios de curta duração em conjuntos equivalentes aos episódios normais aplicam-se as seguintes fórmulas de cálculo: a) Episódio de curta duração em GDH com preço para ambulatório Doente equivalente = peso ambulatório + [(1 – peso ambulatório) * Ti]/(Li + 1) b) Episódio de curta duração em GDH cirúrgicos sem preço para ambulatório Doente equivalente = peso 1º dia + [(1-peso 1ºdia )* (Ti-1)] / (Li) c) Episódio de curta duração em GDH médicos sem preço para ambulatório Doente equivalente = (1 * Ti)/(Li + 1) Sendo, Li = Limiar inferior do GDHi Ti = Tempo de internamento peso ambulatório = Preço de Ambulatório/Preço de Internamento peso 1º dia = Preço do 1º dia para GDH cirúrgicos/Preço de Internamento Os episódios de doentes internados que são transferidos para outros hospitais do SNS são convertidos para equivalentes de acordo com as normas acima descritas. Contudo, nas 156 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO situações em que o doente é transferido por inexistência de recursos, o episódio não pode exceder 0,5 doente equivalente. Episódio típico /normal 1 doente equivalente Episódio evolução prolongada 1 doente equivalente Episódio curta duração GDH com preço ambulatório (GDH cirúrgico e médico) Doente equivalente = peso ambulatório + [(1 – peso ambulatório) * Ti]/(Li + 1) GDH sem preço para ambulatório (GDH cirúrgico) Doente equivalente = peso 1º dia + [(1-peso 1ºdia) * (Ti-1)] / (Li) (GDH médico) Doente equivalente = Ti/(Li + 1) Episódio com transferência < 0,5 doente equivalente por inexistência de recursos Assim, os doentes equivalentes, num dado GDH, correspondem aos episódios de internamento que se obtêm após a transformação dos dias de internamento dos episódios de curta duração e dos doentes transferidos de cada GDH, em episódios equivalentes aos episódios típicos ou normais do respectivo GDH. 157 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO 5.8. HUC e o financiamento por GDH Os internamentos classificados em GDH são convertidos em doentes equivalentes tendo em conta o tempo de internamento ocorrido em cada um deles e o intervalo de normalidade definido para cada GDH. O intervalo de normalidade é definido pelos limiares de excepção: típico ou normal, de curta duração e de evolução prolongada. São episódios normais ou típicos os que apresentam tempo de internamento superior ao limiar inferior e inferior ao limiar máximo, episódios de curta duração os que apresentam tempo de internamento igual ou inferior ao limiar inferior de excepção do GDH em que foram classificados, e episódios de evolução prolongada os episódios que apresentam tempo de internamento igual ou superior ao limiar máximo de excepção do respectivo GDH. Tabela 5.1. Internamentos por limiares de excepção Tabela 5.2. Percentagem de internamentos por limiares de excepção A percentagem de episódios de internamentos dentro dos limites de excepção considerados normais ou típicos apresentam valores acima dos 93% para os últimos três anos, com valores percentuais de cerca de 5% para episódios de curta duração, e valores abaixo 2% para episódios de evolução prolongada nos últimos sete anos. 158 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO Figura 5.1. Percentagem de tempos de internamentos por limiares de excepção É visível no gráfico um aumento da percentagem de internamentos dentro dos limiares de excepção e uma diminuição da percentagem de internamentos de curta duração. O número de doentes equivalentes tratados pelo hospital, é o total de episódios de internamento após transformação dos dias de internamento excepcionais e dos doentes transferidos, em conjuntos equivalentes ao tempo médio de internamento dos episódios normais do respectivo GDH. 159 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO Tabela 5.3. Percentagem de doentes equivalentes A percentagem de doentes equivalentes tem vindo a aumentar, devido principalmente ao aumento de episódios de internamento dentro dos limites de excepção. Para este estudo, apresentam-se os cálculos tendo por base os doentes equivalentes de episódios normais/típicos e de evolução prolongada, que representam cerca de 95% do total do número de doentes equivalentes, pela sua simplicidade de cálculo, um episódio de internamento corresponde a um doente equivalente. Tabela 5.4. Percentagem de doentes equivalentes (episódios normais e evolução prolongada) 160 Ano DE (CD+N+EP) DE (N+EP) DE (N+EP) / DE (CD+N+EP) 2000 41690 39627 95% 2001 40852 38732 95% 2002 41875 39579 95% 2003 42835 40457 94% 2004 44707 41523 93% 2005 43852 40616 93% 2006 43829 40800 93% 2007 45146 42896 95% 2008 44842 44325 99% 2009 43977 43491 99% 2010 43437 42864 99% CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO O número de doentes equivalentes de episódios normais / típicos e de evolução prolongada representam em média 95% do total dos doentes equivalentes, apresentando para os últimos três anos 99% deste valor. O número de doentes equivalentes entra para o cálculo do ICM. Este determina-se calculando o rácio entre o número de doentes equivalentes ponderados pelos pesos relativos dos respectivos GDH e o número total de doentes equivalentes. (doentes equivalentes GDHi * peso relativo GDHi) ICM Hospital = (doentes equivalentes GDHi) (2) O índice de ICM, é um coeficiente global de ponderação da produção que reflecte a relatividade de um hospital face aos outros, em termos da sua maior ou menor proporção de doentes com patologias complexas e, consequentemente, mais consumidoras de recursos. O peso Relativo de um GDH reflecte o custo esperado com o tratamento de um doente típico agrupado nesse GDH, expresso em termos relativos face ao custo médio do doente típico a nível nacional. Tabela 5.5. ICM (APÊNDICE D) Ano (DE *PR) / DE ICM 2000 44656,79229 / 39627 = 1,13 2001 40570,99286 / 38732 = 1,05 2002 45077,805 / 39579 = 1,14 2003 46389,7632 / 40457 = 1,15 2004 48901,00403 / 41523 = 1,18 2005 47680,014 / 40616 = 1,17 2006 50314,21847 / 40800 = 1,23 2007 61950,79595 / 42896 = 1,44 2008 63316,61137 / 44325 = 1,43 2009 63306,28848 / 43491 = 1,46 2010 62412,50175/ 42864 = 1,46 161 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO O ICM de um hospital espelha a variedade de situações clínicas dos doentes que trata. Verifica-se desta forma que os HUC tiveram um aumento significativo de complexidade9. Figura 5.2. Evolução do ICM Tabela 5.6. Cálculo ICM Cirúrgicos e Médicos (APÊNDICE D) Ano ICM Cirúrgico ICM Médico 2000 28126,63326 / 15773 = 1,78 16530,15903/ 21443 = 0,77 2001 25942,72756 / 14499 = 1,79 14628,2653 / 18689 = 0,78 2002 28905,86897 / 16360 = 1,77 16171,93602 / 20452 = 0,79 2003 30116,02351 / 17230 = 1,75 16273,73969 / 20627 = 0,79 2004 31622,81174 / 17481 = 1,81 17278,19229 / 21128 = 0,82 2005 30543,45448 / 17109 = 1,79 17136,55953 / 21115 = 0,81 2006 33566,25791 / 18258 = 1,84 16747,96056 / 20368 = 0,82 2007 38797,13213 / 19763 = 1,96 23153,66382 / 22869 = 1,01 2008 39319,48129 / 19668 = 2,00 23997,13008 / 24312 = 0,99 2009 39281,27792/ 18551 = 2,12 24025,01055 / 24792 = 0,97 2010 37845,42692 / 17779 = 2,13 24567,07483 / 24647 = 1,00 Deve referir-se que o somatório dos DE(N+EP) Cirúrgicos e DE(N+EP) ICM Médicos representa cerca de 95% de valor total dos DE (N+EP), o que se deve a um valor residual 9 O ICM nacional é, por definição, igual a 1, pelo que o ICM de cada hospital afastar-se-á para mais ou para menos desse valor de referência, conforme o hospital trate uma proporção maior ou menor de GDH de elevado peso relativo, face ao padrão nacional. 162 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO de registos não classificados como médicos ou cirúrgicos, por não constarem da portaria de referência para os cálculos deste estudo (Portaria n.º 839-A/2009 que veio revogar a Portaria n.º 132/2009), utiliza-se o valor total dos DE(N+EP) para o cálculo do valor de financiamento pelas regras do Contrato-Programa, no subcapítulo seguinte. Tabela 5.7. ICM Cirúrgicos e Médicos (APÊNDICE D) Ano ICM Cirúrgico ICM Médico 2000 1,78 0,77 2001 1,79 0,78 2002 1,77 0,79 2003 1,75 0,79 2004 1,81 0,82 2005 1,79 0,81 2006 1,84 0,82 2007 1,96 1,01 2008 2,00 0,99 2009 2,12 0,97 2010 2,13 1,00 Figura 5.3. Evolução dos ICM Cirúrgicos e Médicos O ICM Cirúrgico apresenta uma complexidade dos GDH Cirúrgicos superior à dos GDH Médicos e ambos apresentam um aumento. 163 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO 5.8.1. Facturação Contrato-Programa O processo de contratualização foi iniciado em 2003. O modelo de Contratualização com os Hospitais assenta no estabelecimento de um Contrato-Programa entre o Estado enquanto entidade contratadora / pagadora (através da ACSS e ARS) e as Unidades Prestadoras de Cuidados de Saúde para a prestação de cuidados de Saúde a utentes do Serviço Nacional de Saúde. No Contrato-Programa são definidos objectivos de produção e metas de qualidade e eficiência que permitem aferir o desempenho das respectivas unidades e equipas de gestão. O Contrato fixa objectivos por linha de produção e o pagamento é feito com base na actividade contratualizada pelo Hospital. O valor de pagamento para o internamento é calculado com base no número de doentes equivalentes, produção contratada, o índice de case-mix, o preço por grupo. Tabela 5.8. Formula de cálculo do financiamento por Contrato-Programa Linha de Variável de Quantidade Índice de produção medida contratada Case-Mix Internamento Nº de doentes X ICMi equivalentes Preço Pagamento Preço x * ICMi * Pr Grupo Grupo Apresentam-se os cálculos para o valor de pagamento para cada ano, o número de doentes equivalentes e valor de ICM apresentados anteriormente. O preço é o valor atribuído para o grupo de financiamento 2, ao qual pertencem os HUC (Preço base de 2.396,24€ (ACSS, 2007)). Os grupos de financiamento (APÊNDICE F) surgem como forma de associar Hospitais com características similares. Para este agrupamento o Ministério da Saúde utiliza factores como o grau de intensidade tecnológica ou o nível de diferenciação. 164 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO Para uma maior facilidade de comparação de valores, apresenta-se o valor de pagamento estipulado para 2010, que se manteve desde 2007, e o ICM calculado para os HUC. Tabela 5.9. Cálculo do financiamento pela fórmula do Contrato-Programa Ano Nº de doentes equivalentes (DE) ICM Preço DE * ICMi * Pr Grupo 2000 41690 1,13 2.396,25 € 112.886.618,63 € 2001 40852 1,05 2.396,25 € 102.786.185,25 € 2002 41875 1,14 2.396,25 € 114.390.984,38 € 2003 42835 1,15 2.396,25 € 118.039.874,06 € 2004 44707 1,18 2.396,25 € 126.412.395,53 € 2005 43852 1,17 2.396,25 € 122.944.015,35 € 2006 43829 1,23 2.396,25 € 129.181.046,74 € 2007 45146 1,44 2.396,25 € 155.780.787,60 € 2008 44842 1,43 2.396,25 € 153.657.278,78 € 2009 43977 1,46 2.396,25 € 153.854.633,93 € 2010 43437 1,46 2.396,25 € 151.965.430,43 € 5.8.2. Facturação pela Portaria A portaria regulamenta o valor das prestações de saúde realizadas pelas instituições e serviços integrados no Serviço Nacional de Saúde, bem como os que a este estejam associados através de contrato de gestão, e que devam ser cobradas aos subsistemas de saúde cujos beneficiários a ele recorram, bem como a quaisquer entidades, públicas ou privadas, responsáveis pelos respectivos encargos. Financia cuidados de saúde prestados pelos hospitais da rede do SNS a beneficiários de subsistemas de saúde, ou outras instituições públicas ou privadas. Para tornar possível a comparação do financiamento pela Portaria e o financiamento pelo Contrato-Programa, apresentam-se cálculos de valores de financiamento para a produção efectiva dos HUC. O valor total de internamento, é calculado pelo somatório do produto do número de doentes saídos pelo preço constante da Portaria n.º 839-A/2009 para cada GDH(ACSS, 2009). 165 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO A Portaria n.º 839-A/2009 aprovou as tabelas de preços a praticar pelo Serviço Nacional de Saúde, bem como o respectivo Regulamento. Assim, os preços aplicados aos cuidados prestados no quadro do Serviço Nacional de Saúde são estabelecidos por portaria do Ministro da Saúde tendo em conta os custos reais e o necessário equilíbrio de exploração. O preço do GDH compreende todos os serviços prestados no internamento, quer em regime de enfermaria quer em unidades de cuidados intensivos, incluindo todos os cuidados médicos, hotelaria e meios complementares de diagnóstico e terapêutica. Tabela 5.10. Valor de financiamento calculado pela Portaria GDH (APÊNDICE E) Ano Valor Total Internamento 2000 107.008.838,52 € 2001 97.218.241,65 € 2002 108.017.690,22 € 2003 111.161.470,07 € 2004 117.179.030,90 € 2005 114.253.233,55 € 2006 120.565.446,02 € 2007 148.449.594,80 € 2008 151.722.429,99 € 2009 151.697.693,76 € 2010 149.555.957,31 € 5.8.3. Facturação Contrato-Programa vs Facturação pela Portaria Comparando a facturação pelo Contrato-Programa com a facturação pela Portaria, verifica-se que estes diferem cerca de 5%, estando muito aproximados para os valores de produção efectiva dos HUC. 166 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO Tabela 5.11. Comparação financiamento calculado pelas regras do Contra-Programa e calculado pelos valores da Portaria Ano Valor Contrato-Programa (1) Valor Portaria (2) (3)= (1) - (2) % (3) 2000 112.886.618,63 € 107.008.838,52 € 5.877.780,11 € 5% 2001 102.786.185,25 € 97.218.241,65 € 5.567.943,60 € 5% 2002 114.390.984,38 € 108.017.690,22 € 6.373.294,15 € 6% 2003 118.039.874,06 € 111.161.470,07 € 6.878.403,99 € 6% 2004 126.412.395,53 € 117.179.030,90 € 9.233.364,62 € 7% 2005 122.944.015,35 € 114.253.233,55 € 8.690.781,80 € 7% 2006 129.181.046,74 € 120.565.446,02 € 8.615.600,72 € 7% 2007 155.780.787,60 € 148.449.594,80 € 7.331.192,80 € 5% 2008 153.657.278,78 € 151.722.429,99 € 1.934.848,79 € 1% 2009 153.854.633,93 € 151.697.693,76 € 2.156.940,16 € 1% 2010 151.965.430,43 € 149.555.957,31 € 2.409.473,11 € 2% Para tornar comparável o financiamento pela Portaria e o financiamento pelo ContratoPrograma, os cálculos apresentados são para valores de financiamento de produção efectiva dos HUC e nos valores constantes da portaria de 2009. Figura 5.4. Comparação dos valores de financiamento pelas regras do Contrato-Programa e pelos valores da Portaria 167 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO Os valores obtidos para facturação do internamento por GDH, calculados pela portaria e pelo Contrato-Programa resultam em valores muito aproximados e tendencialmente coincidentes, para a produção efectiva e com base nos valores da portaria de 2009. 5.8.4. Desvio dos valores calculados face aos valores contratados O Contrato-Programa financia os cuidados de saúde prestados pelos hospitais da rede do SNS a beneficiários do SNS, corresponde a cerca de 85% do financiamento, e a portaria financia os cuidados de saúde prestados pelos hospitais da rede do SNS a beneficiários de subsistemas de saúde, ou outras instituições públicas ou privadas representando os restantes 15% do valor de financiamento. (ACSS, 2008) O financiamento para de cuidados de saúde a beneficiários dos Subsistemas de Saúde ADSE, SAD da GNR e da PSP e ADM das Forças Armadas são responsáveis por cerca de 10% do valor de financiamento. Em 2010 inclusive este financiamento deixou de ser calculado através da portaria e passou a ser incluído no Contrato-Programa. Os níveis de produção estabelecidos anualmente entre o Hospital e a ARS em sede de Contrato-Programa para as várias linhas assistenciais, resulta da soma dos valores negociados internamente entre as AGI's (Áreas de Gestão Intermédia) e o Conselho de Administração. As estimativas da produção efectuadas pelas AGI's para esta negociação interna tem como base o histórico da produção realizada nos anos anteriores, e caso seja possível, a produção do ano em causa. Para uma comparação com os valores calculados anteriormente para o Contrato-Programa e contratados pelos HUC, procede-se aos cálculos através das percentagens apresentadas para financiamento de cuidados de saúde, para os anos de 2005 a 2010. 168 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO Tabela 5.12. Comparativo entre valores calculados segundo as regras do ContratoPrograma e os valores contratados pelos HUC Ano Valor calculado pelo Perc. correspondente Valor contratado pelo Contrato-Programa Contrato-Programa Contrato-Programa (prod. efect.) (prod. efect.) (A) HUC (B) Diferença % (B)-(A) Diferença 2005 122.944.015,35 € 104.502.413,05 € 96.623.505,09 € -7.878.907,96 € -8% 2006 129.181.046,74 € 109.803.889,73 € 118.039.967,00 € 8.236.077,27 € 8% 2007 155.780.787,60 € 132.413.669,46 € 113.385.228,65 € -19.028.440,81 € -14% 2008 153.657.278,78 € 130.608.686,96 € 123.640.037,08 € -6.968.649,88 € -5% 2009 153.854.633,93 € 130.776.438,84 € 130.204.101,48 € -572.337,36 € 0% 2010 151.965.430,43 € 144.367.158,91 € 144.223.132,30 € -144.026,61 € 0% Figura 5.5. Comparativo entre valores calculados segundo as regras do ContratoPrograma e os valores contratados pelos HUC Verifica-se que valores constantes dos Contratos-Programa estão muito próximos dos calculados, concluindo-se que o Estado não tem penalizado os HUC no financiamento dos internamentos. Na secção 7, onde serão usadas técnicas de data-mining, recorrer-se-á a uma regressão linear para previsão dos valores nos próximos anos. 169 CAPÍTULO 5. ANÁLISE DE DADOS – PONTO DE VISTA FINANCEIRO 5.9. Conclusões Nesta secção estudou-se o aspecto financeiro. Com ela termina a apresentação daquilo, ou melhor, de parte daquilo que as TI podem fornecer aos médicos e também à administração, respondendo assim à pergunta inicial: “o que nos podem as TI fornecer?” Foram apresentados indicadores de performance (KPIs) e análises de dados do ponto de vista clínico no capítulo 4. Estes dois capítulos apresentam assim análises e indicadores susceptíveis de serem utilizados numa metodologia de gestão do tipo Balanced Scorecards, no que respeita a três das suas vertentes: a financeira, a relação com clientes e a eficiência dos processos internos. 170 CAPÍTULO 6. DATA-MINING – VISÃO GERAL 6. DATA-MINING – VISÃO GERAL 6.1. Aspectos Gerais Data-mining consiste na extracção não trivial de informação implícita, previamente desconhecida e potencialmente útil, feita a partir dos dados registados numa base de dados ou ficheiro. O data-mining pode ser utilizado com os seguintes objectivos: Explicativo: explicar algum acontecimento ou medida observada; Confirmativo: confirmar uma hipótese; Exploratório: analisar os dados procurando novos relacionamentos e não previstos. Os algoritmos utilizados para extrair padrões dos dados são denominados por algoritmos de data-mining. Os padrões descobertos deverão ser: Válidos quando aplicados a novos dados (isto é, dados não considerados na construção do modelo ou determinação do padrão); Desconhecidos do sistema utilizado na sua detecção e preferencialmente do utilizador; Úteis para o utilizador, auxiliando o processo de tomada de decisão. Como parâmetro de avaliação, pode dizer-se que um padrão tem qualidade, que é válido, quando a confiança que um utilizador nele pode depositar for elevada. A utilidade determina o interesse que a informação poderá ter para o utilizador, estando essencialmente relacionada com dois aspectos: a cobertura, ou seja, a probabilidade de a informação poder ser usada; a novidade que traz, isto é, que contribuição tem a nova informação para aumentar o conhecimento sobre o problema em análise. 171 CAPÍTULO 6. DATA-MINING – VISÃO GERAL A compreensibilidade dos modelos, a simplicidade, avalia a estrutura do modelo encontrado: um modelo mais simples é preferido face a um modelo mais complexo, devido à sua maior compreensibilidade e maior capacidade de generalização. O processo de data-mining é uma etapa na descoberta de conhecimento em base de dados (KDD - Knowledge Discovery in Databases). O processo de KDD consiste num conjunto de actividades, contínuas. Segundo (Fayyad, U. M. et al. , 1996) esse conjunto é composto de cinco etapas: selecção dos dados; préprocessamento e limpeza dos dados; transformação dos dados; data-mining; interpretação e avaliação dos resultados. A interacção entre estas diversas etapas pode ser observada na figura abaixo, sendo que as três primeiras podem ser interpretadas como a análise exploratória dos dados. Figura 6.1. Uma visão geral dos passos que compõem o processo de KDD (Fayyad, U. M. et al. , 1996). O processo KDD refere-se a todo o procedimento de descoberta de conhecimento útil nos dados, enquanto data-mining se refere à aplicação de algoritmos para extrair modelos dos dados. Muitos autores consideram os termos KDD e data-mining como sinónimos. A preparação dos dados (selecção, pré-processamento) é normalmente a fase mais demorada de todo o processo (Feelders A. et a, 2000). 172 CAPÍTULO 6. DATA-MINING – VISÃO GERAL 6.2. Técnicas de Data-Mining O data-mining utiliza técnicas Descritivas e Preditivas. A descritiva identifica padrões em dados históricos. A preditiva trata do uso de variáveis para predizer valores de outras variáveis. Existem ainda outras técnicas de data-mining, tais como Outliers Detection e Web-Mining. Figura 6.2. Técnicas de Data-Mining Técnicas de Data-Mining Descritivas Clustering Associação Preditivas Análise Sequencial Classificação Árvores de decisão Regras de indução Redes Neuronais Regressão Classificação Nearest Neighbor Classificação e regressão são métodos para a modelação preditiva dos dados. Pretendem ambas construir modelos que permitam prever o valor de uma variável (alvo), tendo conhecimento dos valores de outras variáveis (atributos). Na classificação a variável a prever é categórica e na regressão a variável a prever é quantitativa. Nos métodos preditivos, os algoritmos recebem dados para que os modelos sejam construídos. Uma parte destes dados é utilizada para a construção do modelo propriamente dito. A outra parte é utilizada para validar o modelo. Essa validação consiste na aplicação do modelo à outra parte dos dados, para testar a sua performance. Esse modelo é gerado pelos algoritmos de data-mining, e pode então ser utilizado para efeitos de predição, conforme representado na figura seguinte. 173 CAPÍTULO 6. DATA-MINING – VISÃO GERAL Figura 6.3. Data-Mining, método preditivo, modelo adaptado (Thearling, 2011) 6.3. Metodologias de Condução de Projecto de Data-Mining Para que um processo de descoberta de conhecimento em base de dados se torne mais fácil de desenvolver e implementar, deverá ser conduzido por uma metodologia. As metodologias mais conhecidas são a CRISP-DM (CRoss-Industry Standard Process for Data Mining) e a SEMMA (Sample, Explore, Modify, Model, Assessement). Estas duas metodologias são apresentadas nos subcapítulos 6.3.1 e 6.3.2 respectivamente. Optou-se pela metodologia SEMMA, por disponibilizar um método de fácil compreensão e aplicação, que se considera bastante pragmático. 174 CAPÍTULO 6. DATA-MINING – VISÃO GERAL 6.3.1. Metodologia Crisp-DM A metodologia CRISP-DM, é um padrão de desenvolvimento de projectos de datamining. Divide-se em seis fases: 1) O Estudo do Negócio: Compreender os objectivos do projecto e os seus requisitos do ponto de vista do negócio; 2) Estudo dos Dados: Exploração de dados com vista à sua compreensão; 3) Preparação dos Dados: Selecção dos dados a analisar; limpeza, transformação e (eventual) colocação no formato necessário para a análise de data-mining; 4) Modelação: Selecção do modelo de data-mining a utilizar, aplicação do modelo e ajuste de parâmetros; 5) Avaliação: Análise dos modelos, da sua performance e níveis de confiança; revisão do processo; 6) Desenvolvimento: Disponibilização dos resultados em relatório ou outra forma de fácil consulta /utilização. Figura 6.4. Fases da Metodologia CRISP-DM, adaptado de (Chapman, P., 2000) 175 CAPÍTULO 6. DATA-MINING – VISÃO GERAL 6.3.2. Metodologia SEMMA A metodologia SEMMA foi desenvolvida pelo Instituto SAS (SAS Institute Inc.). Esta organização é líder em serviços e software de business analytics, e o maior vendedor independente no mercado de BI. (SAS, 2011) A metodologia SEMMA, consiste em 5 etapas: 1) Amostragem (Sample): A amostra de dados para a análise deve ser representativa dos dados e suficientemente extensa. Subdivide-se em três conjuntos: Treino (para treino do modelo), Validação (para validação do modelo e prevenção de under ou overfitting) e Teste (para medir a capacidade de generalização do modelo); 2) Exploração (Explore): Análise informal dos dados com vista à sua compreensão. Permite identificar anomalias, padrões que começam a ser visíveis nesta fase, ajuda a definir os atributos relevantes e recorre por exemplo, a gráficos, histogramas e estatísticas; 3) Modificação (Modify): Criar novos atributos (por exemplo, rácios, médias), associar ou modificar atributos da amostra; 4) Modelação (Model): Aplicação dos algoritmos de data- miningseleccionados e ajuste de parâmetros; 5) Avaliação (Assessment): Aplicação do TestSet para avaliar a capacidade de generalização dos modelos, através da selecção dos modelos que melhor reflectem os objectivos da análise e através da selecção dos modelos e parâmetros com melhor performance. Estas etapas distintas, correspondem a um ciclo, em que as tarefas internas podem ser executadas de forma repetida sempre que se verifique necessário. O processo de datamining é iterativo. 176 CAPÍTULO 6. DATA-MINING – VISÃO GERAL Figura 6.5. Etapas da metodologia SEMMA (Marques, Business Intelligence; DataMining: Metodologias de Condução de Projecto, 2011) 177 CAPÍTULO 6. DATA-MINING – VISÃO GERAL 6.4. Data-Mining na Saúde Os Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDH) são bases de dados com grande volume de dados mas, apesar de todo o seu potencial, têm manifestamente pouco uso. Uma boa caracterização dos pacientes internados em hospitais e identificação de outliers poderia permitir um bom planeamento, melhoria nas previsões e da detecção e rectificação de eventuais anomalias (Freitas, Brazdil, & Pereira, 2005). Apesar das instituições de saúde produzirem um grande volume de dados, estes ainda não são devidamente analisados, compreendidos e explorados. Existe uma grande necessidade na investigação de melhores métodos de análise de dados, bem como a criação de automatismos, com vista a criação de conhecimento. Os dados gerados pelos sistemas de saúde são demasiadamente volumosos e complexos para serem processados e analisados pelos métodos tradicionais. O data-mining proporciona exactamente alguns métodos e a tecnologia para transformação destes dados em informação útil à tomada de decisões (Kob & Tan, 2005). Os diversos métodos de Data-Mining, sejam descritivos ou preditivos, podem ajudar na tarefa de extracção de informação útil no apoio à gestão das instituições de saúde. As ferramentas de data-mining devem ser user-friendly. Técnicas deste tipo podem também ser usadas com o objectivo de melhorar a saúde e o bem estar dos doentes, como é exemplo a aplicação de data-mining para criação de sistemas de diagnóstico, prognóstico de cancro do pulmão, tomada de decisão e formulação de hipóteses (Bath, 2004). Podem também usar-se técnicas de data-mining na redução de custos financeiros e melhoramento da eficiência operacional mantendo um nível elevado de cuidados aos doentes, através por exemplo, do estudo de um GDH com demora média acima de um determinado número de dias (Silver, Su, & Dolins, 2001). 178 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO Apresentam-se os seguintes casos de estudos: Financiamento: previsão do financiamento pelo Contrato-Programa para os anos de 2011, 2012 e 2013; Diabetes: a influência dos diabetes no tempo de internamento devido a fracturas, em Ortopedia; Cancro: internamentos com proveniência do Distrito de Castelo Branco, onde estão localizadas as Minas da Panasqueira; Procedimentos hospitalares: procedimentos realizados em faixas etárias que anteriormente não se faziam. 7.1. Financiamento Os valores que se apresentam para os anos de 2005 a 2010, são valores calculados pelas regras do Contrato-Programa, conforme apresentado no capítulo 5 subcapítulos 5.8.4. Tabela 7.1. Valores calculados pelas regras do Contrato-Programa Anos Valor corresp. Contrato-Programa (A) 2005 104502413 2006 109803890 2007 132413669 2008 130608687 2009 130776439 2010 144367159 2011 0 2012 0 2013 0 Com base nestes valores, utilizou-se uma regressão linear na aplicação RapidMiner (ferramenta de Data-Mining open source, utilizada em mais de 40 países (RapidMiner, 179 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO 2011)) para prever os valores de financiamento para 2011 e seguintes. O modelo apresenta-se na figura seguinte. Figura 7.1. Modelo usado no RapidMiner para regressão linear No operador SimpleValidation, é atribuído ao parâmetro split_ratio o valor 0,67, o que se traduz em usar 2/3 da amostra para teste e 1/3 para novos dados; no parâmetro sampling_type opta-se por linear sampling, pois é pretendido que os valores sejam processados pela ordem dos dados, de forma a que o operador utilize os seis primeiros anos (2005 a 2010) para prever os três últimos (2011 a 2013) . O operador e os parâmetros referidos apresentam-se na figura seguinte. Figura 7.2. Parâmetros do operador SimpleValidation 180 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO Figura 7.3. Dados usados para criação do modelo de regressão Figura 7.4. Valores a prever data-mining Os coeficientes (e a constante) encontrados para a recta de regressão (visto que neste caso se trata apenas de uma variável independente) são apresentados na figura 7.5. Figura 7.5. Valores da recta linear regression Obtiveram-se os seguintes resultados: Tabela 7.2. Valores preditos para financiamento pelo Contrato-Programa 181 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO Figura 7.6. Representação gráfica da recta de regressão linear y = 7,441,039.853 x - 14,812,475,461.845 Y3 X3 Os valores preditos, muito possivelmente, não serão os reais, devido em grande parte ao período de recessão que atravessamos. Deve referir-se ainda que os valores de financiamento só serão recebidos na sua totalidade se o Hospital tiver a informação actualizada do SNS e do subsistema a que o doente pertence. 7.2. Diabetes 7.2.1. Panorama A Diabetes Mellitus é uma entidade patológica que atinge 171 milhões de pessoas em todo o mundo, prevendo-se 330 milhões de doentes em 2030 (Costa, 2009). 7.2.2. Influência dos diabetes no tempo de internamento Para o estudo da influência do diagnóstico secundário Diabetes no tempo de internamento, escolhe-se como amostra os internamentos em Ortopedia com diagnóstico principal Fractura, e observa-se a influência do diagnóstico secundário Diabetes na duração em dias de internamento. 182 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO Figura 7.7. Histograma dos tempos de internamentos com Fracturas em Ortopedia Histogram of dias Spreadsheet2 10v*430c dias = 430*10*normal(x; 10,0302; 11,4173) 350 300 No of obs 250 200 150 100 50 0 -10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 dias Figura 7.8. Gráfico Caixa de Bigodes para internamentos em Ortopedia com Fracturas Box Plot of dias Spreadsheet2 10v*430c 70 60 50 dias 40 30 20 10 0 -10 Median = 6 25%-75% = (3, 13) Non-Outlier Range = (1, 28) Outliers Extremes Como se pode verificar graficamente nas figuras acima (histograma e caixa de bigodes), os internamentos com estas características apresentam uma média de 10 dias com mínimo 183 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO de 0 dias e um máximo de 65 dias de duração. 50% dos internamentos têm duração compreendida entre 3 e 13 dias de internamento. Para efectuar o estudo da influência dos diabetes no tempo de internamento, para este caso concreto Fracturas, procedeu-se a várias análises através de diversas técnicas de data-mining. Foram implementados modelos em árvore, Naive Bayes e Redes Neuronais. Destes modelos, verificou-se que o modelo que melhor evidenciava o objectivo influência da diabetes, como diagnóstico secundário, nos tempos de internamento relativos a Fracturas - era a Rede Neuronal. As Redes Neuronais (Artificial Neural Networks – ANN ou NN) são modelos simplificados do sistema nervoso central humano. Uma Rede Neuronal é composta por unidades e cada unidade simula o funcionamento de um neurónio. A actividade de um neurónio é comandada pelos que a ele se ligam, dependendo dos valores de input que o neurónio recebe. As Redes Neuronais são organizadas em camadas de unidades, geralmente 2 ou 3, designadas por input, hidden e output. Os factores de ponderação chamados coeficientes sinápticos, ajustáveis, são colocados entre essas unidades. O treino faz-se por exemplos previamente classificados, alterando estes coeficientes através de um algoritmo tal como, por exemplo, o backpropagation (Marques, Redes Neuronais, 2009). Para este estudo foram considerados os atributos: Diagnóstico Principal (grupo de diagnóstico Fracturas); Grupo Etário; Diagnóstico secundário (S – Com Diabetes e N – Sem Diabetes) e como alvo a variável Tipo (A- internamentos com duração abaixo 25 % do tempo médio de internamento do diagnóstico principal; B – internamentos com duração compreendida entre os 25% e os 75% da média do diagnóstico principal; C – internamentos com duração acima dos 75% do tempo médio de internamento do diagnóstico principal). O estudo foi conduzido no ambiente BIDS. 184 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO Figura 7.9. Visão parcial 1 (A e B) da Rede Neuronal através Microsoft Neural Network Viewer – ferramenta BIDS SSAS Figura 7.10 Visão parcial 2 (A e B) da Rede Neuronal através Microsoft Neural Network Viewer – ferramenta BIDS SSAS 185 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO Figura 7.11. Visão parcial 1 (A e C) da Rede Neuronal através Microsoft Neural Network Viewer – ferramenta BIDS SSAS Figura 7.12. Visão parcial 2 (A e C) da Rede Neuronal através Microsoft Neural Network Viewer – ferramenta BIDS SSAS 7.2.3. Conclusões Verifica-se que os Diabetes influenciam o tempo de internamentos em Ortopedia com diagnóstico principal Fracturas. Como se pode ver nas imagens acima, existem mais casos classificados com B (duração média) e C (duração prolongada) de internamentos com Diabetes (Diabetes value S) do que sem Diabetes (Diabetes value N). 186 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO 7.3. Cancro 7.3.1. Panorama Em 2030, o cancro vai matar mais de 32 mil portugueses por ano, um aumento de 34,5% em relação aos 24 mil que morrem actualmente por causa desta doença. E todos os anos surgirão quase 56 mil novos casos, mais 12 mil do que agora. A estimativa é da Organização Mundial da Saúde (OMS). As estimativas da OMS baseiam-se nas projecções demográficas. E consideram que nos países em que a esperança de vida é maior e há mais idosos, haverá mais casos de cancro. Em Portugal, o aumento do número de casos será de 12,7% na população abaixo dos 65 e de 40% nos mais velhos. "Até aos quarenta anos há muito poucos casos e depois dispara a partir dos 65", lembra o oncologista Jorge Espírito Santo10. No entanto, o crescimento deve-se também a uma série de mudanças no estilo de vida, nomeadamente o consumo de tabaco ou o aumento da obesidade, acrescenta. (Jesus, 2010) As Neoplasias podem ser benignas ou malignas, sendo as malignas conhecidas como cancro. Os cancros classificam-se de acordo com o tipo de células avaliado pela anatomia patológica, em: Carcinoma - Tumor maligno que se origina em tecidos que são compostos por células epiteliais, por exemplo, a pele, as glândulas, as mucosas. Aproximadamente 80 por cento dos tumores malignos são carcinomas. Sarcoma - Tumor maligno que tem origem em células que estão em tecidos de ligação, por exemplo ossos, ligamentos, músculos, etc. Leucemia - Vulgarmente conhecida como o cancro no sangue. As pessoas com leucemia apresentam um aumento considerável dos níveis de glóbulos brancos (leucócitos). Neste caso, as células cancerosas circulam no sangue e não há normalmente um tumor propriamente dito. Linfoma - Cancro no sistema linfático. O sistema linfático é uma rede de gânglios e pequenos vasos que existem em todo o nosso corpo e cuja função é a de combater as 10 Presidente do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos 187 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO infecções. Os dois tipos de linfomas principais são o linfoma de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin. Em 1997 a Agência Internacional para Pesquisa contra o Cancro classificou a sílica cristalina como carcinogénio, baseada na evidência “suficiente” da carcinogenicidade em animais de laboratório e na evidência “limitada” da carcinogenicidade em humanos. Em 2000, o Programa Toxicológico Nacional dos EUA classificou a sílica como carcinogénio pulmonar, estando ainda por esclarecer os mecanismos patogénicos desta associação e se é necessário existir silicose ou apenas exposição à sílica para o aumento do risco de neoplasia pulmonar. A sílica é um componente major da crusta terrestre, pelo que qualquer ocupação que a perturbe ou exponha o trabalhador ao seu uso, através do processamento de rochas ou areia que a contenham, tem riscos potenciais. As complicações mais habituais da silicose são a infecção por micobactérias tuberculosas e não tuberculosas, doenças do tecido conjuntivo (esclerose sistémica progressiva, artrite reumatóide e lúpus eritematoso sistémico), insuficiência renal crónica, neoplasia pulmonar, DPOC, cor pulmonale, bolhas e pneumotórax espontâneo. (Santos, et al., 2008) Relativamente à história ocupacional, existe correspondência entre as exposições e ocupações referidas e as ocupações mais frequentemente associadas à silicose (apresentadas na figura seguinte), nomeadamente a mineração, a indústria cerâmica, as pedreiras e a abertura de poços. (Santos, et al., 2008) Figura 7.13. História ocupacional de doentes com diagnóstico principal ou secundário foi de silicose entre 1996 e 2006, internados no serviço de Pneumologia dos HUC (Santos, et al., 2008) 188 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO 7.3.2. Minas da Panasqueira No Distrito de Castelo Branco, Concelho da Covilhã, na freguesia de São Francisco de Assis, localiza-se a zona da Mina da Panasqueira, mais concretamente na Vertente Sul da cordilheira montanhosa da Serra da Estrela a uma altitude de cerca de 700 metros, na aldeia de Barroca Grande, a 60 quilómetros a este de Coimbra. (Gama, Torres, Lopes, & Nobre, 2002) Figura 7.14. Localização geográfica da mina da Panasqueira (Gama, Torres, Lopes, & Nobre, 2002) O Objectivo deste estudo é comprovar maior incidência de Neoplasias nos internamentos de doentes oriundos do Distrito de Castelo Branco. A técnica de data-mining inicialmente explorada foi a Árvore de Decisão, que permite uma representação simples e facilmente compreensível do conhecimento. O dataset é constituído por três atributos: Sexo; Faixa Etária e Distrito, com label = S para internamento com diagnóstico principal Neoplasia e label = N para internamentos com diagnóstico principal diferente de Neoplasia. A amostra contempla todos os internamentos de 2000 a 2010. Os resultados obtidos mostram como primeiro factor determinante a faixa etária (45-64 e 65-74) e como segundo a localização geográfica (em geral). Representado na figura abaixo. 189 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO Figura 7.15. Representação gráfica do algoritmo do Microsoft Decision Trees Figura 7.16. Legenda da representação gráfica do algoritmo do Microsoft Decision Trees 190 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO 7.3.3. Conclusões Este estudo é inconclusivo quanto aos casos de Neoplasias do Distrito de Castelo Branco, devido à inexistência do registo de todos os casos existentes em Portugal, sendo o universo dos internamentos os registados nos HUC, e destes cerca de 54 % serem provenientes do Distrito de Coimbra conforme se mostra no capítulo 4, no subcapítulo 4.1.16. No entanto, é possível confirmar, que as Neoplasias, como principal diagnóstico, por grupo etário, apresentam o maior número de internamentos no grupo dos 45 aos 64 anos, e o maior número de internamentos pertence ao sexo feminino, conforme apresentado no capítulo 4, subcapítulo 4.1.32.. 191 CAPÍTULO 7. DATA-MINING – CASOS DE ESTUDO 192 CAPÍTULO 8. CONCLUSÕES E TRABALHO FUTURO 8. CONCLUSÕES E TRABALHO FUTURO Este trabalho apresentou uma análise do funcionamento dos HUC numa perspectiva clínica e abordou também o sistema de financiamento da saúde em Portugal, quando aplicado aos HUC, nomeadamente o financiamento por GDH. Criou-se e populou-se uma datawarehouse e recorreu-se à tecnologia OLAP com capacidade para manipular e analisar um largo volume de dados sob múltiplas perspectivas, com possibilidades de agregação, sumarização, consolidação, visualização e análise segundo múltiplas dimensões, hierarquias que permitem vários níveis de detalhe, descobrir comportamentos e tendências entre os valores das medidas analisadas em diversas perspectivas. Permitiu análises pelas dimensões faixa etária, sexo, proveniência, profissão, serviço hospitalar, destino pós alta, diagnósticos, procedimentos, GDH, de factos como tempo de internamento e número de internamentos. Apresentaram-se resultados de análises aos internamentos e validaram-se evidências como as faixas etárias mais altas apresentarem demoras médias mais elevadas. Comprovou-se que a distância aos HUC e o número de internamentos estão negativamente correlacionadas, isto é, quanto maior a distância menor o número de internamentos. Estudou-se a evolução de agumas doenças por faixa etária, sexo, diagnósticos e GDH. Através da demora média dos tempos de internamentos do Hospital (demora média observada) e a demora média esperada face aos valores nacionais, procedeu-se ao estudo dos desvios de tempos de internamento. Comprovou-se que o destino da alta para a rede de cuidados continuados influencia grandemente o desvio, e que ao maior desvio correspondem as profissões com maior exigência física. Utilizaram-se técnicas de data-mining para a previsão e comprovação de evidências, nomeadamente previsão de valores de financiamento e comprovação da influência da diabetes como diagnóstico secundário no tempo de internamento, de internamentos com 193 CAPÍTULO 8. CONCLUSÕES E TRABALHO FUTURO diagnóstico principal fracturas; detectaram-se mais casos de diabetes em tempos de internamentos médios e altos. Foram inconclusivos estudos de neoplasias de internamentos de doentes provenientes da zona da mina da Panasqueira, devido à inexistência do registo de todos os casos existentes em Portugal, sendo o universo dos internamentos os registados nos HUC, e sendo, destes, cerca de 54% provenientes do Distrito de Coimbra. A solução de Business Intelligence criada, permitirá aos HUC um maior conhecimento sobre a sua actividade no período de 2000 a 2010, o que compreende 11 anos de produção, bem como em anos vindouros, desde que o sistema se mantenha em utilização, como se espera. Como trabalho futuro pretende estudar-se a relação entre procedimentos realizados nos internamentos e as faixas etárias. Além disso, e conforme referido no capítulo 5, foram lançadas as bases para a obtenção de indicadores susceptíveis de utilização na metodologia Balance Scorecards. Pretendese, num trabalho futuro, desenvolver novos KPI’s da área de Inovação e Desenvolvimento, bem como outros nas três perspectivas restantes, conforme referido na secção 5.9. Figura 8.1. Metodologia de Gestão Balanced Scorecards (Kaplan & Norton, 1996) Espera-se com este trabalho ter respondido às questões inicialmente colocadas e, no futuro, estendê-lo ainda mais, dado que a quantidade de dados disponível permite, quase inesgotavelmente, criar novas análises e modelos de previsão. 194 CAPÍTULO 8. CONCLUSÕES E TRABALHO FUTURO Começou-se este relatório com uma frase de A. Codman de 1916 e toma-se a liberdade de o terminar com outra: “In healthcare, data mining is becoming increasingly popular, if not increasingly essential” (Kob & Tan, 2005) 195 CAPÍTULO 8. CONCLUSÕES E TRABALHO FUTURO 196 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (s.d.). 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