UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM Toxicologia da Indústria do Petróleo Por: Patrícia Farias de Souza Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2011 2 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM Toxicologia da Indústria do Petróleo Apresentação Candido de Mendes monografia como à requisito Universidade parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão no setor do Petróleo e Gás Por: JORGE TADEU VIEIRA LOURENÇO 3 AGRADECIMENTOS ... Agradeço à minha mãe, família e amigos 4 DEDICATÓRIA ... Dedico à minha mãe que sempre está ao meu lado em todos os momentos me apoiando e acreditando em mim. 5 RESUMO Este estudo tem a finalidade de transferir o conhecimento para líderes, profissionais e pessoas que não possuem um treinamento específico sobre a toxicologia no segmento da indústria do Petróleo que vem se destacando com grande crescimento. Consequentemente com este avanço os danos à saúde aumentam cada vez mais, e para mudar este quadro é necessário promover a conscientização das pessoas e incentivar que medidas preventivas, melhorias no ambiente de trabalho e o uso de equipamentos adequados, sejam mais frequentes nas indústrias. A partir de novas atitudes de profissionais e líderes perceberemos a diminuição de danos causados a saúde e os índices de mortalidade por doenças ocupacionais. 6 METODOLOGIA Os problemas de toxicologia nas indústrias foram encontrados em livros, sites e nos materiais dos professores da instituição AVM, que puderam ajudar a entender como funciona uma Refinaria e onde pode estar os riscos a saúde. Foi realizada uma pesquisa bibliográfica onde se pode abordar alguns danos à saúde causados por substâncias tóxicas nas Indústrias de Petróleo. Pode-se relatar que as indústrias são as maiores vilães das doenças de pele, respiratórias e câncer. Com estes estudos pode-se perceber que atualmente as pessoas em seu habitat natural, também estão colocando a saúde em risco. Os indivíduos se tornaram mais sedentários, fumam, ingerem bebidas alcoólicas e alimentos gordurosos que também causam riscos a saúde. 7 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 08 CAPÍTULO I - A Toxicologia 10 CAPÍTULO II - Toxicologia, meio ambiente e saúde 22 CAPÍTULO III – A Refinaria de Petróleo 28 CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39 ÍNDICE 41 8 INTRODUÇÃO As perguntas que ocorrem no pensamento da população não são muito fáceis de responder e explicar, se referem aos danos causados ao meio ambiente e a saúde da população com o crescimento da indústria do Petróleo. Estes danos são reversíveis, podemos diminuir estes riscos? O crescimento da indústria do Petróleo vai destruir o meio ambiente? Os estudos bibliográficos irão mostrar a causa aos danos à saúde e com isso, podemos buscar entendimento do que devemos fazer para evitar estes danos. A importância de se usar o equipamento de proteção dentro das indústrias e fora das indústrias deverão levar uma vida mais saudável como fazer exercícios, não fumar, não ingerir álcool em grandes quantidades e cuidar da alimentação. Sem adotar alguns destes cuidados a população e as indústrias podem estar causando danos irreversíveis à saúde. Sempre temos que partir do principio que é muito melhor prevenir do que depois da saúde já afetada ter que cuidar. Os impactos ao meio ambiente e os riscos à saúde em conseqüência da utilização de milhões de substâncias químicas nas diversas atividades das indústrias, constituem um constante desafio para a Ciência. Em virtude dos homens não estarem preparados para lidar com a natureza ao longo das últimas décadas, é necessário estarem muito atentos com o meio ambiente, pois a corrida para o desenvolvimento industrial ocorreu de uma maneira desordenada, mostrando que o homem não está preparado para lidar com este crescimento. Com o aumento do número de indústrias, podemos relatar alguns acontecimentos como a exploração e a retirada de recursos naturais, a queima 9 de combustíveis, a poluição da atmosfera com gases tóxicos, a contaminação dos rios e mares por produtos químicos, o uso descontrolado progressivo de pesticidas (agrotóxicos). O desmatamento e a queima de madeira tem se constituído numa crescente agressão ao meio ambiente que se degrada, comprometendo o padrão de qualidade que possibilita a vida saudável. Hoje muitos se questionam quais são as medidas necessárias a se tomar para diminuir o caso de toxicologia na indústria do Petróleo? Primeiramente será estudado os despreparo da humanidade, com o acelerado crescimento das indústrias e a utilização dos produtos químicos. No segundo capítulo iremos estudar sobre os danos causados a saúde, os fatores do meio ambiente que também causam estes danos e algumas doenças relacionadas a estes fatores. No terceiro capítulo iremos estudar as refinarias e as etapas de cada refinaria, cada etapa está ligada a um tipo de substância utilizada e que causam danos diferentes a saúde. 10 CAPÍTULO I TOXICOLOGIA NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO 1- Riscos Químicos na Indústria Petroquímica e do Petróleo Este estudo tem a finalidade de transferir o conhecimento para profissionais e pessoas que não possuem um treinamento específico na área da indústria do Petróleo, que se destaca com seu grande crescimento e pouca estruturação dos profissionais que atuam na área. Com a interpretação que será passada os profissionais terão melhor entendimento do que pode acontecer à sua saúde e ao meio ambiente e poderão procurar alternativas e métodos eficazes para se protegerem dos produtos tóxicos e meios de proteger o meio ambiente. Com os profissionais instruídos e conscientes pode-se conseguir melhorar a qualidade de vida e impedir a destruição do meio ambiente onde vivemos. A importância da toxicologia vem crescendo uma vez que o número de substâncias químicas utilizadas no mundo está aumentando progressivamente. A definição de toxicidade é a característica de molécula química e/ou composto que produz as doenças, por que alcança pontos importantes dentro do corpo ou na pele. O papel da toxicologia é gerenciar o risco a saúde causada pelas substâncias químicas, conseguir estudar métodos e procurar equipamentos adequados de impedir o contato das pessoas com estes produtos tão nocivos à saúde. Procurar locais adequados para eliminar os riscos residuais e desenvolver medidas para redução dos riscos. A toxicidade está relacionada a termos que pode ser usado como parâmetros na medicina para identificar qual o canal de absorção dos produtos 11 químicos. Nestes termos possuímos as nomenclaturas seguintes: aguda, crônica, local, sistêmico e absorção. Aguda o termo é utilizado para informar que pode ser por inalação ou absorção através da pele de curta duração de contato com a substância química. Crônica também será utilizada por absorção ou inalação da pele, mas ao contrário da aguda será de longa duração, quando as exposições às substâncias podem levar vários dias ou por exposições repetitivas medidas em dias, meses ou anos. O termo crônico também pode ser referenciado como subaguda, quando a contaminação acontece em algo entre a aguda e a crônica. O termo crônico não quer dizer que é o estagio mais severo do sintoma. O médico relata como crônica se importando mais com o período de exposição a substância química por períodos prolongados. Contaminação Local, a reação ocorre em ponto de contato, não necessariamente sendo por absorção, podendo ocorrer por contato com as mucosas, nariz, olhos, boca, traqueias, pele e sistema respiratório. Sistêmico este termo pressupõe que ocorreu absorção, diferente do termo local que é por contato. É possível que absorção dos agentes tóxicos ocorra por pele, pulmões ou canal gastrintestinal, não sendo originário de contato direto e que apresenta as manifestações em outras partes do corpo produzindo efeitos perigosos em órgãos ou tecidos. Absorção quando a absorção do material toxico atinge o fluxo sanguíneo e é transmitido pelo sangue por toda a parte do corpo. Esta transmissão pelo fluxo sanguíneo ocorre por agulhas, pele, mucosa ou alvéolos pulmonares. O corpo humano possui sistemas de defesas naturais contra as substâncias e ajuda a proteger contra os riscos ambientais e ocupacionais, o 12 próprio organismo quando sofre algum risco ou dano procura formas de curarse e impedir que a doença se propague pelo corpo. A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos das substâncias químicas nos organismos vivos e precisa fazer uma análise integrada dos riscos ambientais e ocupacionais em função das substâncias tóxicas, dependendo de como estas substâncias serão utilizadas, podemos agregar este mal uso ao risco do perigo toxicológico. A toxicologia tem como principal finalidade proteger a saúde da população, permitindo que a mesma se beneficie com o progresso da época contemporânea. A ciência da ação de venenos em organismos vivos é a definição da toxicologia. A toxicologia industrial possui efeitos de substâncias que causam danos para os tecidos vivos, quando absorvidos em doses relativamente pequenas. As doses maiores podem causar danos mais severos aos órgãos ou tecidos do corpo humano, como o câncer que uma doença geralmente maligna, que causa a morte de muitos seres humanos que possuem a doença e não detecta no início. Não é fácil distinguir uma substância venenosa da não venenosa, podemos definir o veneno relacionando a quantidade ou concentração do material, na qual se torna a substância perigosa ou não, algumas substâncias são absorvidas por diversas partes do corpo em função da atividade laboral nos setores das indústrias, o diagnóstico dos danos de certa forma esta ligada a medicina, por estar relacionada ao organismo humano. A toxicologia não pode ser prevista com precisão ou explicado com base nas leis da física ou química, devido à medicina não ser considerada uma ciência exata. Segundo dados do Chemical Abstract, existem cerca de 7 milhões de substâncias químicas registradas em todo o mundo e a cada ano são lançadas 6 mil novas substâncias. Deste total, 65 mil substâncias são de uso comum. 13 É um fato muito preocupante, diante destes números as possibilidades de exposição do homem são muito freqüentes e podem ocorrer tanto no trabalho, como no lar e até mesmo no lazer, pois não existem substâncias químicas desprovidas de toxicidade. Os riscos podem ocorrer por bactérias, vírus, substâncias químicas, ruídos, temperatura ou fatores anti-ergonomicos ligados a procedimentos errados no trabalho. A depender da qualidade absorvida pelo organismo, mesmo aquelas classificadas como de toxicidade leve que podem causar algum dano aos sistemas biológicos. Uma molécula química ou composta que gera uma doença é chamada de toxicidade, a doença chega até a superfície do corpo ou alcança algum ponto mais vulnerável e sensível dentro do corpo. A substância só é considerada como absorvida quando ele penetra na corrente sanguínea, quando a substância ingerida é excretada pelas fezes sem ao menos ter sofrido qualquer alteração, não podemos dizer que esta substância foi absorvida, a não ser quando a substância ingerida passa dias ou horas no organismo, podemos tratar como uma substância absorvida pelo organismo. Conhecer os mecanismos de absorção tóxica e definir métodos de tratamento para os efeitos desses agentes nos sistemas biológicos é a importante finalidade de reconhecer e identificar os agentes tóxicos no organismo. Os locais que favorecem as condições de contaminação são locais confinados, vazamentos, acidentes de transportes, manuseio e armazenagem inadequados. No Brasil o número de trabalhadores ligados a indústria do Petróleo é muito grande, durante a última metade do século, as sociedades industrializadas tornaram-se fortemente dependentes do petróleo e seus derivados. Hoje no nosso dia-a-dia o petróleo se encontra em praticamente tudo que nós utilizamos. 14 Não é possível relatar tudo que consumimos que possui petróleo, temos uma lista infinita de coisas que são derivados do petróleo e com este crescimento acelerado das indústrias, a preocupação com a população e o meio ambiente deveria ser muito maior com os impactos ambientais e com a proteção da saúde. Já que a nossa saúde depende de hábitos mais saudáveis e menos exposição aos produtos químicos que hoje somos obrigados a lidar. Durante a última metade deste século, as sociedades industrializadas tornaram-se fortemente dependentes do Petróleo e seus derivados. Essa fonte energética de origem fóssil não somente de crucial importância como combustível para os motores, mas como ponto de partida para uma gama enorme de produtos químicos, considerados essenciais à vida moderna. Os produtos necessários em uma refinaria são os contaminantes causadores de riscos toxicológicos a saúde são os metais pesados, cianetos, amônias, sulfetos e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e monocíclicos. Ao longo das últimas décadas a corrida para o desenvolvimento industrial ocorreu de uma maneira desordenada, mostrando que o homem ainda não sabe lidar com a natureza, os impactos ao meio ambiente e os riscos à saúde em conseqüência da utilização de milhões de substâncias químicas nas diversas atividades do homem constituem um constante desafio para a ciência. A exploração e a retirada de recursos naturais têm se constituído numa crescente agressão ao meio ambiente que se degrada, comprometendo o padrão de qualidade que possibilita a vida. Na indústria do Petróleo, um importante risco das substâncias químicas ao meio ambiente ocorre no transporte, pelo mar, do petróleo, seus derivados e substâncias químicas, através da possibilidade de poluição do ecossistema marinho e da costa, acidentes podem surgir por vazamentos de tubulações e 15 de navios-tanques. Possuímos outro risco em potencial que acontece durante a limpeza dos resíduos que permanecem nos tanques dos navios, após o descarregamento, quando se utilizam solventes, detergente e outras substâncias diluídas em água. O vazamento para o mar pode ocorrer após operações tecnicamente incorretas. O vazamento para o mar não só prejudica a saúde da população, como também é prejudicial aos seres marinhos. O solvente é um líquido utilizado para diluir outros componentes orgânicos, que possui absorção por ingestão, via cutânea e inalatória. Podendo causar risco de câncer, efeitos dérmicos e hepatite química, problemas neurológicos. Navio Tanque (Extraído de MEIRA, 2011, p.13) 2- Toxicologia por analogia Não existem muitas informações toxicológicas sobre os compostos utilizados nas indústrias, a tendência da medicina para diagnosticar algum caso é considerar compostos químicos parecidos que terão substâncias tóxicas e reações similares, mas não é correto tomar esta aproximação com regra, pois não podemos afirmar que este método funciona totalmente em 16 todos os casos. Podem ocorrer diagnósticos errados com este tipo de avaliação que podem causar a morte de muitos pacientes. As substâncias químicas em contato com o corpo ou absorvidas podem sofrer alterações, estas mudanças podem resultar em produtos finais com a excreção totalmente diferentes do que a substância inicial absorvida, a toxicologia por analogia pode ser apresentada como uma das toxicologias, mas perigosa e danosa, por não poder ser identificada de acordo com a sua origem e substâncias primarias antes de serem modificadas em seus caminhos no organismo. Podemos ilustrar a composição química do Benzeno e do Tolueno que são quimicamente muito parecidos, podendo ser tratados quimicamente pela medicina da mesma forma, se tomar como base a composição química, mas o grau de toxicidade é bem diferente, o metabolismo age diferentemente para cada tipo deste produto químico. O benzeno aparentemente afeta a medula espinhal que forma o sangue. A medicina terá que observar também as reações do individuo, por que estas duas toxinas deverão ser tratadas de forma diferenciada. As substâncias tóxicas ou perigosas nas indústrias podem ser identificadas de várias maneiras, existências substâncias com grau de intoxicação leve, moderada, grave, severíssima e também existem substâncias que não são tóxicas. Existe teste que são realizados nas indústrias que define o valor limite de tolerância por cada individuo, se as empresa acatarem e cumprirem as regras terá uma melhoria muito grande nos casos de indivíduos doentes por causa de atividades industriais. Uma das grandes vantagens já ocorre com o entendimento de que as indústrias necessitam implantar projetos de ventilações dentro de suas áreas ocupacionais, esse sistema de ventilação melhora a circulação do ar e a 17 concentração de partículas toxicas que ficam presas dentro de um ambiente fechado, evitando os maiores casos de contaminação, devido ao ambiente fechado. 3- Vias de absorção Nos casos de absorção através da pele, temos um caso muito comum nas atividades com graxas, tinta ou sujeiras das mãos e braços, onde os colaboradores fazem uso dos solventes para limpar partes do corpo onde está sujo com graxa ou tinta, este procedimento incorreto é um dos grandes causadores das dermatites. Além do caso a cima os solventes podem entrar na corrente sanguínea através de contato acidental com a pele ou quando o material tenha sido espirrado sobre as roupas. Um dos procedimentos do tratamento da sífilis era o mercúrio, hoje após estudos foi detectado que as atividades ocupacionais com mercúrio são um dos causadores de envenenamento e outras doenças ocupacionais nas indústrias. Na absorção gastrintestinal ocorre nos casos de colocar a substância na boca através de uma mão suja, por exemplo, ou de ter engolido a substância que não quer dizer que será absorvida pelo organismo. Estes casos podem estar ligados a falta de higiene, quando as pessoas não lavam as mãos e as levam na boca, ou se alimentam sem a higienização adequada, podendo também segurar o material de trabalho com a boca e neste contato pode ingerir as substâncias toxicas daquele material, como o chumbo nos pregos, que muitos os levam a boca antes de utilizá-los. Nos casos de absorção através dos pulmões podemos relatar a inalação do ar, onde as atividades dos colaboradores têm que ser realizadas em ambientes fechados sem qualquer tipo de ventilação, os pulmões são considerados a parte mais importante nos casos de envenenamento, que é onde os venenos ganham entrada para o corpo. Podemos estimar que a 18 maioria dos casos de envenenamento industrial está ligada a absorção pelos pulmões e os casos de dermatites também não ficam muito atrás na estatística. Nem sempre a absorção esta ligada a um envenenamento, mas podemos afirmar que quando o corpo, tecidos ou órgãos se encontram em estados de enfraquecimento é porque ocorreu envenenamento pelas substâncias tóxicas existentes em uma indústria. As substâncias mais perigosas podem estar suspensas no ar em forma de pós, fumos, névoas, vapores ou gases que se misturam facilmente ao ar que respiramos, podemos afirmar que não é tudo que respiramos que é absorvida pelo organismo, uma boa parte é retido pelas mucosas e pelos filtros que possuímos no nariz, mas em uma atividade de oito horas de trabalho podemos considerar que aspiramos uma boa parte destas substâncias venenosas. Podemos afirmar que ao falar nestes ambientes podemos engolir algumas partículas que podem sofrer uma absorção intestinal. Os gases verdadeiros vão passar diretamente pelos pulmões seguindo até o sangue. Podemos considerar este tipo de absorção verdadeiramente perigosa a saúde ocupacional por isso pode-se voltar a mensurar mais uma vez a importância da ventilação dentro das indústrias, o uso de luvas impermeáveis, roupas e botas adequadas para as atividades fim. Os agentes tóxicos agem em diferentes partes do corpo, as substâncias quando absorvidas podem agir com uma ação local ou direta sobre a pela como a dermatite. Os fumos, gases, poeiras e névoas originadas de ácidos fortes têm um efeito irritativo direto nos olhos, mucosas, nariz e vias respiratórias, que quando alcançam os pulmões podem causar a Peneumotite química que é uma ação inflamatória gravíssima. As substâncias tóxicas podem ficar no corpo por um longo período de tempo, sendo excretadas aos poucos por meses ou anos. O Chumbo, por 19 exemplo, é acumulado nos ossos e o mercúrio nos rins, podendo se dirigir outras quantidades menores para outros órgãos ou tecidos. A excreção é realizada através de pequenos canais como é na absorção, como o suor e a saliva que participa da excreção em menores quantidades. Os pulmões, intestino, pele e rins participam da excreção com as maiores quantidades eliminada. Cada indivíduo reage às substâncias químicas de forma diferente, a mesma substância pode aparecer como um envenenamento brando, em outros podem apresentar danos severos a saúde ou até mesmo fatais. Infecções prévias nos pulmões podem aparecer como acelerações da suscetibilidade da silicose. A maioria dos toxicologistas acredita que a obesidade, idade e sexo são fatores determinantes que podem indicar uma indisposição a exposição ocupacional. A ingestão de bebidas alcoólicas também deixa o indivíduo mais vulnerável à possibilidade de envenenamento no ambiente ocupacional, principalmente pela substância de solvente orgânico. Uma das maiores tarefas do toxicologista industrial é distinguir os sintomas nos casos de envenenamento em pequenas quantidades, o entendimento da medicina no momento de diagnosticar uma doença e a sua causa é muito importante para o paciente. A falta de aplicar alguns dos fundamentos pode sair caro, não apenas no quesito de perda de receita, mas também em termos de saúde ou até à vida daquele indivíduo que dependia de um diagnostico preciso para sobreviver. Nos casos de envenenamento agudo pode causar inconsciência, choque, colapso, inflamação dos pulmões ou até mesmo morte súbita. A absorção das substâncias pode ser detectada através de exames de sangue e de urina ou outras medições de diagnósticos da medicina. O chumbo e o benzeno causam alterações no sangue no primeiro contato com a corrente 20 sanguínea, com um tempo causam uma serie de danos para um ou mais órgãos. O Arsênico quando ingerido em quantidades para envenenamento pode causar distúrbios no sangue, fígado, rins, sistema nervoso e pele. O efeito do monóxido de carbono é a asfixia porque afeta o funcionamento da hemoglobina do sangue que transporta oxigênio para os pulmões e todos os tecidos do corpo, o cérebro é o tecido mais sensível que aparenta danos mais rapidamente. Os testes de toxicidade exigem que as etiquetas dos produtos venham com o detalhamento das toxinas existentes nos produtos para tentar diminuir o envenenamento acidental entre os consumidores dos produtos. Nos princípios de prevenção dependemos de um programa eficiente e uma equipe bem treinada em casos de toxicidade para iniciar a prevenção precisou de um médico de trabalho, engenheiro e o técnico de segurança com entendimento nos procedimentos de medição e um químico que forneça dados das substâncias tóxicas e um enfermeiro que é quem estará em contato imediato com os trabalhadores que poderão fornecedor os primeiros indícios da doença. Os supervisores participam com o papel de identificar alguma situação de perigo. Um dos entendimentos básicos importantes é entender como as substâncias são absorvidas e quais materiais causam envenenamento, um dos princípios básico muito importante de prevenção é entender tudo sobre a toxicologia industrial. 21 4- Reclamações jurídicas sobre os danos ocupacionais As causas reais ou suspeitas de doenças ocupacionais geralmente resultam em ações judiciais, os trabalhadores acabam procurando a justiça para reivindicar os seus direitos por ter ficado doente devido ao ambiente e as atividades que exercem quase sempre os trabalhadores procuram os métodos legais para exigir indenizações. Mas os trabalhadores terão sempre que obter habilidades de demonstrar a real causa e se fazer convincente de sua justificativa, ou por laudo médico que deve ser bem preciso para não prejudicar nenhuma das partes ou por testemunhos que prove que aquela exposição ocupacional foi prejudicial à saúde. Envolve a possibilidade quando o trabalhador imagina que aquela atividade poderia ter produzido o efeito perigoso ou possui a probabilidade relacionada à causa que realmente produziu o efeito perigoso, como a medicina não é uma ciência exata, os laudos médicos legais são baseados nas opiniões dos fatos, que devem ser realizados através de um conjunto de circunstâncias dos fatos onde a opinião médica deve se basear para serem convincentes, estes laudos médicos pode estar sujeitos a mais de uma interpretação. Mas baseado na lei quando ocorre duvidas moderadas quase sempre a lei fica ao lado do reclamante, socialmente esta prática é tomada como correta, mas na pratica tende-se a dar o ônus da prova antes ao defendente, cabe ao mesmo a provar que a causa da doença não é a causa estabelecida nos altos pelo reclamante. 22 CAPÍTULO II TOXICOLOGIA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE 1- Causa dos danos a saúde e ambientais O meio ambiente tem grande influência sobre a saúde, onde é evidenciado em estudos realizados nos países do chamado Primeiro Mundo. Quando o processo de industrialização se iniciou, a mortalidade infantil no primeiro ano de vida, devido o aparecimento de distúrbios durante a gestação, era aproximadamente de 5%, enquanto que a mortalidade, devido a doenças infecciosas, era de 30%. As causas relacionadas à mortalidade infantil foram invertidas. Atualmente, nos países industrializados, os distúrbios no desenvolvimento prénatal são as principais causas de mortalidade perinatal e a morbidade pósnatal. A inversão das causas de mortalidade é explicada devido ao desenvolvimento industrial, a influência relacionada ao meio ambiente, pela melhoria nos cuidados pré-natal e pelo avanço da tecnologia médica nas áreas de diagnóstico e tratamento. Baseados em estudos geográficos, regionais e ocupacionais, os fatores ambientais tem reconhecimento no avanço do câncer humano. Conforme estudos avançados pode-se afirmar que aproximadamente 80% dos cânceres são originados dos fatores ambientais como um todo, seja de ambiente poluído por desenvolvimento industrial, pode ser até mesmo do ambiente em geral como a influência da água, ar, solo, alimentos, fumo, medicamentos, produtos domésticos, hábitos e estilos de vida. Se um resíduo apresentar em suas propriedades físicas, químicas e infecto-contagiosas, risco a saúde pública é considerada como perigosa 23 perante as normas e leis. O aumento destes resíduos pode provocar mortalidade, incidência de doenças ou riscos ao meio ambiente se não forem tratados de forma adequada e/ou se o destino final for inadequado. Fumante (Extraído de MEDEIROS, 2011, p.1) Atualmente as indústrias são as maiores vilãs do câncer humano e doenças no sangue e no corpo, mas não podemos acusar somente as indústrias do aparecimento do câncer nos seres humanos. A existência de alguns fatores não ocupacionais, relacionados ao estilo de vida, também tem sua parcela de culpa no mundo atual, pois muitas das pessoas são sedentárias, se alimentam de forma inadequada com muita ingestão de gordura, produtos industrializados, fumo e bebidas alcoólicas, hábitos alimentares e padrão genético, podem confundir, influenciando os estudos epidemiológicos. Porém a indústria tem uma grande parcela na participação dos problemas de saúde, uma delas é a exposição, dos trabalhadores nas indústrias, de uma variedade de substâncias químicas, muitas destas substâncias podem interagir e aumentar o risco de câncer. As principais vias de introdução são as respiratórias, pele e oral digestiva. Existem agentes 24 biológicos que causam a contaminação e danos elevadíssimos no individuo com somente em uma exposição, que podem levar o individuo a morte. A pele constitui uma importante camada protetora, mais não protege totalmente das substâncias existentes no ambiente de trabalho, porque estas substâncias são absorvidas pelo organismo até mesmo pela pele saudável e transportadas para os órgãos. Algumas substâncias químicas podem causar lesões na pele quase que imediatamente, outras só manifestarão alguma reação após contato com a pele de vários dias. A dermatite pode aparecer com ressecamento da pele e geralmente aparecem após o contato com as substâncias tóxicas. Dermatose ocupacional (Extraído de ALLI, 2009, p.112) O operador industrial desenvolveu dermatite alérgica de contato pelo uso de protetor auditivo de borracha que deve ser substituído imediatamente por outro, mas o uso do protetor dentro das indústrias é essencial para a proteção de problemas auditivos no futuro devido a alta intensidade de ruídos que existem dentro das indústrias devido a quantidade de máquinas e equipamentos em operação. Nos casos estudados existe muita dificuldade em calcular a porcentagem de cânceres relacionados com a ocupação de certos grupos de 25 trabalhadores expostos a agentes químicos específicos, onde se evidenciam um aumento no risco para o desenvolvimento do câncer. Com a dificuldade de mensurar quais os produtos químicos estão relacionados ao aparecimento do câncer, os trabalhadores não possuem esta informação, podem estar expostos com mais frequência a estes produtos químicos de alto risco, achando que não causam grande risco à saúde. Nas grandes cidades, onde o aumento da poluição atmosférica é muito elevado ocorre o surgimento de doenças cardíacas e respiratórias, como bronquite crônica e câncer pulmonar. O sistema respiratório possui um filtro muito eficaz que filtra os poluentes que circulam pelo ar, a filtração do nariz que ocorre através de pelos e respiratório superior (mucosa, cílios vibráveis) impedem que grandes partículas penetrem no organismo e atinjam os pulmões produzindo efeitos prejudiciais à saúde. Quando uma pessoa está exposta por muitas horas as exposições externam como poeiras, cigarros, pó químicos as mucosas podem ficar sobrecarregadas e não efetuar a filtração adequada e necessária para não causar danos ao organismo, podendo causar sérios problemas respiratórios. Como mundo atual está em constante fase de crescimento e precisando sempre de melhorias para cuidar da saúde com mais eficácia, os avanços tecnológicos se aprofundaram em criar novas metodologias que foram avaliadas por órgãos governamentais criados para cuidar da constante melhoria das condições de trabalho, integridade física e proteção a saúde dos trabalhadores, não permitindo que os mesmos trabalhem em constante contato com o risco nas indústrias. A cada dia que as novas substâncias químicas aparecem no mercado a legislação vigente fica mais focada em diminuir este risco do trabalhador no ambiente de trabalho e estabeleceu legalmente a obrigatoriedade do 26 empregador providenciar um conjunto de medidas com a finalidade de adequar a sua empresa com a utilização de EPRs (Equipamento de Proteção Respiratória e EPIs (Equipamento de Proteção Individual), e estabelecer o uso destes equipamentos como norma obrigatória dentro das indústrias). No caso da figura abaixo o colaborador está manuseando pó químico e se não estivesse utilizando máscara de proteção às micros partículas não seriam filtradas pelo nariz e a tendência de uma contaminação química seria muito maior. Pois as pequenas partículas não são filtradas pelo nariz e podem atingir as partes mais profundas dos pulmões. A utilização do equipamento está correta, mas infelizmente não quer dizer que este colaborador está 100% imune de uma contaminação química. Estas substâncias químicas podem até mesmo penetrar pela pele e causar danos gravíssimos. Operador manipula pó químico dentro do reator. (Extraído de SUZAQUIM, 2011, p.1) Os profissionais que executam tarefas expostas a locais com muita intensidade de pós como mineradoras; engenho de açúcar, indústria química e farmacêutica estão mais propensos a adquirir doenças respiratórias do que profissionais de outras atividades. Os gases e vapores também atingem o sistema respiratório através dos órgãos e podem passar pela corrente sanguínea. O organismo reage a estas substâncias com tosse e irritação no nariz, que são dois grandes sinais de 27 inicio da contaminação. Algumas substâncias apresentam odor, porém outras não apresentam, as que possuem odores são mais fáceis de identificar a grande quantidade de substância no ar, alertando para uma exposição maior a está substância, mas as que não possuem odor são as piores de serem detectadas no ar. Por isso o olfato não é um alarme confiável. A humanidade inicia uma mudança de atitude e comportamento, nos últimos tempos com o despertar da conscientização ecológica e da importância do meio ambiente, ela já começa a desacelerar sua corrida desenfreada e começa a se importar com o desenvolvimento relacionado à preservação do meio ambiente. Os ambientalistas divulgaram leis de proteção ambiental. Com isto, é possível adequar o desenvolvimento econômico, necessário a humanidade, com a proteção da natureza, desenvolver-se pela aplicação de modelos tecnológicos que preservam os recursos ambientais. A visão de uma empresa moderna é a que seja eficaz, produtiva, competitiva, a que menos polui e que mais investe no meio ambiente é a empresa que participa de projetos socioambientais, utiliza material ecologicamente correto, recicla os materiais utilizados na empresa e que com isto não polua o meio ambiente e não cause danos à saúde da população e que ainda traga benefícios a sociedade. O planeta é a casa de todos nós. A preservação adequada da terra e dos seus recursos naturais é fundamental para a nossa sobrevivência e as das futuras gerações. 28 CAPÍTULO III REFINO DO PETRÓLEO BRUTO As refinarias recebem o Petróleo dos campos de produção e geram o produto final. Esses produtos são comercializáveis e são chamados de derivados de Petróleo, são gerados de um processamento do Petróleo chamado de processo de refino. A refinaria processa o petróleo de acordo com o que o mercado está necessitando no momento. Um esquema de refino determina e limita o tipo e a quantidade de derivados. Existem refinarias diferentes para produzir cada tipo de derivado, mas toda refinaria possui um grau de flexibilidade, podendo mudar o tipo do óleo que recebe e os derivados que irão produzir. Para poder se adequar as mudanças de óleo e a demanda de mercado e ambientais. Caminho do Petróleo (Extraído de COSTA, 2009, P.4) 29 No mundo existem diversas refinarias empregando milhões de trabalhadores, onde processam uma variedade enorme de produtos do petróleo com baixo ponto de fulgor, portanto, os principais riscos em refinarias são incêndios e explosão. Devido ao alto risco que ocorrem incêndios graves nas refinarias, causando a morte de vários trabalhadores, apesar de existirem operações planejadas e vistoriadas para se estas tragédias sejam evitadas. As unidades de processamento dentro das refinarias possuem um sistema fechado e isolado com agrupamentos normais de contaminantes no ar e são controlados a distância por trabalhadores de salas de monitoramento. A exposição aos contaminantes ocorre no momento em que os trabalhadores necessitam de coletar as amostras e transitam pela unidade ficando expostos. Na manutenção das refinarias, reparos de isolamento térmico, drenagem, componentes de selagem, bombas de arraste é onde os trabalhadores possuem um potencial maior de exposição a contaminantes atmosféricos, ruídos e calor. Nas paradas da refinaria onde ela é totalmente desmontada e montada em poucos dias é onde ocorrem as maiores exposições. As paradas envolvem uma variedade de operações como jateamento abrasivo, soldas, metalização e pintura, este trabalho tem que ser realizado em locais confinados e inertizados. No momento das paradas é onde se trata da operação de maior desafio em termos de higiene ocupacional existente. 30 1- Processo de Refinaria Foto de uma refinaria (Extraído de MEIRA, 2011, p.49) O Benzeno é um subproduto das refinarias do Petróleo, indústrias de couro, laboratórios químicos e biológicos, distribuidores de combustível e também produzido nos vulcões. Podemos estar exposto ao benzeno fora das funções ocupacionais como no trafego veicular e com o cigarro. O Benzeno é um solvente orgânico que é distribuído para várias partes do corpo, como sangue, medula óssea, tecido adiposo, fígado e atinge com grande facilidade o sistema nervoso central. Ele é levado do sangue para os pulmões depois é liberado, no tecido adiposo é onde ocorre a liberação com mais lentidão. Podendo causar anemia aplástica e leucemia mielóide aguda e até a morte em exposições de longo prazo. Os efeitos agudos são tonteiras e enjôos. A maioria destes solventes possui a finalidade de dissolver, extrair e suspender materiais não solúveis a água. Pra diminuir a exposição dos 31 trabalhadores as indústrias precisam diminuir a exposição aos vapores, líquidos e resíduos do produto. Os possíveis riscos à saúde em refinarias devem ser estudados nos processos básico para se entender a natureza. Uma refinaria moderna é um conjunto complexo de processos químicos, para se transformar a matéria prima, petróleo bruto em produtos específicos. Uma grande linha de equipamentos incluindo fornos, permutadores de calor, bombas, tanques, colunas de fracionamento, tubos, acoplamentos de tubulações e válvulas sejam utilizados em refinarias, a instalação pode ser dividida em um número de operações para ajudar o higienista industrial a fazer um levantamento de riscos à saúde e descobrir métodos eficazes para diminuir a exposição a estes riscos tão prejudicial à saúde dos trabalhadores. 2- Pré-tratamento do Petróleo Bruto No tratamento do petróleo bruto, deve se retirar a água e o sal do petróleo bruto antes de sujeita-lo à primeira fase de refino. A especificação para o transporte do petróleo por tubulação exige que contenha menos de 5% de água. A retirada de água é feita primeiro no campo de produção de óleo e posteriormente repetida na refinaria para quebrar a emulsificação água-óleo formada durante o transporte pela tubulação, no transporte pela tubulação pode ocorrer acumulo de água e quando misturado com o produto ocorre alterações, saindo da especificação. O processo de tratamento é de natureza química que procuram eliminar impurezas presentes nas frações que possam comprometer suas qualidades finais, estabilizando quimicamente o produto acabado. Quando ocorre alguma anomalia no produto acabado, já especificado, como entrar água ou contato com algum outro produto químico, este produto deixa de estar especificado e não podendo ser comercializado. Por este motivo estes locais de armazenamento precisam estar muito limpos. E muitas das vezes nestas 32 limpezas é onde ocorre o contato físico ou a inalação de produtos químicos por trabalhadores, que não estão com os equipamentos adequados. O processo de desemulsificação inclui a adição de ácidos de gordura ou sulfonados de decantação. Existe outra técnica comum que usa um filtro de terra de diatomáceas para remover as gotículas de água e sal do petróleo, permitindo a decantação de água. O petróleo possui contaminantes particulados, incluindo areia, que causa entupimento de telas e bandejas, vários íons como cloretos, que têm ação corrosiva sobre os equipamentos, peças, e sais inorgânicos que podem causar envenenamento dos catalisadores utilizados em muitas operações críticas das refinarias. O processo de remoção dos contaminantes devem ser realizados no pré-tratamento ou nas operações na refinaria. A retirada de água e de sal do petróleo possuem riscos que dependem, em grande parte, das características do petróleo, mas frequentemente é inserido a exposição ao gás sulfídrico e benzeno. Na retirada de água por filtração, há uma exposição a poeiras da terra de diatomáceas e cristobalita, uma sílica cristalina tóxica formada na calcinação do mineral. Em alguns campos de petróleo, compostos de enxofre incluindo mercaptanos, dissulfetos e gás sulfídrico separam-se das formações geológicas vizinhas ao campo e passam para o petróleo. Petróleo com alto teor de enxofre tem maior impacto na operação da refinaria devido a seus efeitos corrosivos sobre o equipamento e o envenenamento dos catalisadores. Devido aos motivos citados que os compostos de enxofre devem ser removidos. Os processos de dessulfurização mostram riscos específicos à saúde. No método original com ácido sulfúrico ocorria um alto potencial de exposição à névoa ácida e alcalina durante a mistura, decantação e descarte do resíduo. O processo do tratamento à base de ácido hidrofluoridrico mostrou resultados em contato potencial com o líquido e névoa, além de problemas significativos relacionados ao seu manuseio. 33 3- Separação do Petróleo Bruto Inicialmente no processo de refinaria, a destilação do petróleo, envolve separação do óleo em vários cortes que apresentam faixas de temperatura de ebulição específicas, utilizando uma torre de destilação atmosférica. Estas partes não possuem uma fórmula química estabelecida, sendo definidas apenas por suas faixas de ebulição. Somente a destilação não produz a quantidade e a qualidade ideal de cada produto. Com isso, os produtos menos nobres necessitam de ser transformados em produtos mais nobres por separação, unificação ou rearranjo das estruturas moleculares originais. As torres de destilação atmosférica são cilíndricas que possuem várias bandejas horizontais de borbulhamento. O petróleo é aquecido e bombeado para as torres que se divide em duas frações; o vapor vai para cima da torre enquanto as frações não vaporizadas são retiradas do fundo da torre para serem trabalhadas na unidade de destilação a vácuo. O vapor esfria a medida que sobe pela torre e as frações com alto ponto de ebulição se condensam nas bandejas inferiores. As bandejas são alocadas de forma que o vapor borbulhe através do condensamento do resfriado no fundo da bandeja; os hidrocarbonetos mais leves evaporam e as partículas pesadas do vapor se condensam. Os produtos condensados nas bandejas são retirados pelas laterais e é processado através de extratores de vapor. 4- Resíduo Atmosférico O risco principal no processo de destilação a vácuo é o contato com a pele, que ocasiona a dermatoses. O resíduo da destilação a vácuo é utilizado para fazer asfalto e pode ser craqueado. O asfalto principalmente pode ser foto sensibilizador, a equipe de operação da torre de destilação está exposta aos vapores de hidrocarbonetos, ao calor e ruídos. 34 Se as frações de hidrocarbonetos fossem absorvidas pela torre de destilação atmosférica e aumentasse a temperatura, ocorreria severos efeitos indesejáveis, incluindo degradação térmica do produto em estoque. O processo que poderia ser adotado é operar a torre de destilação sob vácuo. A torre de destilação atmosférica e a vácuo produzem um gás que serve para a carga de craqueamento catalítico de gasolina e as correntes mais pesadas para armazenamento de óleo lubrificante. 5- Diesel Pesado de Destilação O processamento do diesel pesado pode ser através de um craquemaneto catalítico para obter um produto mais nobre pode ser fracionada em uma coluna de destilação. O craqueamento catalítico e a coluna de fracionamento são ligados numa unidade integrada. Se ocasionar vazamento destes produtos químicos, a alta concentração de monóxido de carbono resulta em exposições sérias. Os produtos pesados de fundo de torres contendo hidrocarbonetos aromáticos polinucleares, são fortes irritantes da pele e carcinogênicos em potencial. Os riscos estão associados ao processo que está sendo utilizado, no produto craqueado pela conservação de mercaptanos em dissulfetos pelo tratamento com óxido de chumbo, soda cáustica saturada, cloreto cuproso ou hipoclorito de sódio. 6- Destilado Médio Os destilados médios e o querosene pesado são tratados na planta de hidrotamento. A operação de hidrogenação converte os destilados em produtos com baixo ponto de ebulição, uma ampla faixa de ebulição, pode ser fracionada em produtos nobres. 35 7- Nafta Pesada A unidade de reforma catalítica processa a nafta em produtos hidrocarbonetos aromática. A refinaria usa a nafta como produto reformado para aumentar a taxa de octanagem da gasolina, podendo ser comercializada como matéria-prima nas indústrias petroquímicas. Podem-se referenciar os principais riscos à saúde a exposição à emissão fugitiva de corrente de produto contendo benzeno, tolueno e xileno em altíssimas concentrações. Para se evitar que o catalisador pegue fogo os serviços devem ser realizados em local inertizado. O nitrogênio é usado como gás inerte, os gases de combustão possuem altas concentrações de monóxido de carbono, que originam dois problemas. Um deles é a exposição óbvia a concentrações letais de monóxido de carbono em espaços confinados. O segundo é o potencial para a formação de cobalto e carbonila de níquel. Digamos que os espaços confinados dentro de tanques e torres, cujos ambientes foram inertizados, são os principais riscos à saúde. O Tolueno pode ser encontrado em ambientes ocupacionais como petroquímicas e refinarias de Petróleo e ambientes não ocupacionais encontrase em colas e produtos de limpeza. O tolueno é absorvido lentamente pela pele e pelo pulmão, podendo-se encontrar no sangue e no tecido adiposo. Pode causar distúrbio do sono cefaléia, intolerância ao álcool e o mais grave é a irritação das vias áreas superiores. 8- Nafta de Destilação Direta O Petróleo em ponto de ebulição baixo sai do topo de destilação primária. O gás úmido se refere a um vapor que possui altas quantidades de hidrocarbonetos condensáveis e alguns deles são de destilação direta na mistura da gasolina. Os catalisadores comuns são o ácido fosfórico, ácido 36 hidrofluorídico, ou ácido sulfúrico granular. O principal risco deste processo a saúde é a exposição ao catalisador. Para obter um produto específico o processo finaliza envolvendo misturas de vários produtos químicos. Pode haver exposição a vários antidetonantes e outros aditivos na gasolina, querosene ou produtos de óleos lubrificantes. O produto químico Xileno pode ser encontrado nos ambientes ocupacionais das indústrias de solventes, sendo utilizados com o tolueno, laboratórios de patologia, borracha e resinas sintéticas. Mas quem não trabalha nestes locais pode estar exposto a esta substância no gás de descarga da gasolina verde, fumo do cigarro e diluentes. As principais vias de absorção destas substâncias são as vias respiratórias e a pele. A toxicidade aguda é a irritação dos olhos e a dermatite, na crônica pode ocorrer à conjuntivite, irritação da pele e cavidade nasal, excitação e logo depois vem à depressão. 9- Coque de Petróleo O processo de fluido ou de craqueamento retardado para produzir gás úmido é realizado através de resíduos ou produtos de fundo da unidade de destilação à vácuo que são transferidos para o processo de craqueamento térmico. 37 Pátio de Armazenamento e Poço de Coque (Extraído de Costa, 2009, p.62) Com o processo finalizado o coque é cortado, primeiro com perfuratriz mecânica e posteriormente com jato de água. Após a retirada da água, o coque vai para o fundo de um tambor e é estocado em pilhas para ser transportado em caminhões ou trens. Na operação de coqueamento retardado está nas exposições ao pó de coque, aos hidrocarbonetos aromáticos e o monóxido de carbono é onde ocorre o principal risco a saúde. 38 CONCLUSÃO A toxicologia tem como principal finalidade proteger a saúde da população, permitindo que a mesma se beneficie com o progresso da época contemporânea, que vem crescendo uma vez que o número de substâncias químicas utilizadas no mundo vem aumentando progressivamente, no momento atual não podemos relatar todos os produtos que utilizam derivados do Petróleo, possuímos uma relação imensa de itens. A definição de toxicidade é a característica de moléculas químicas e/ou composto que produz as doenças, por que alcança pontos importantes dentro do corpo ou pele. O papel da toxicologia é gerenciar o risco a saúde causada pelas substâncias químicas, conseguir estudar métodos e procurar equipamentos adequados para impedir o contato das pessoas com estes produtos tão nocivos à saúde, identificar locais adequados para eliminar e descartar os lixos residuais e desenvolver medidas para redução dos riscos. Conscientizar as pessoas a terem uma melhor qualidade de vida procurando métodos e deixar hábitos que causam danos a saúde, como bebida alcoólicas, fumo, não permanecer em locais empoeirados, fazer mais atividades física, deixar de ingerir gordura. Os hábitos alimentares e atividades físicas são muito importantes para a preservação da saúde. Este estudo foi importante para conscientizar as pessoas e os empregadores dos danos que as substâncias causam a saúde dos trabalhadores, população e ao meio ambiente. Foram apontados métodos que podem ser utilizados para evitar danos à saúde como a utilização de equipamentos de proteção individuais (EPI), equipamentos de proteção respiratória (EPR) e a necessidade de mais ventilação dentro das indústrias. 39 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALLI, Salim Amed – Dermatoses Ocupacionais – São Paulo - 2ª edição – 2009. Disponível em: <www.fundacentro.gov.br/ARQUIVOS/.../l/Dermatose2ª%20ed.pdf>. Acesso em 22/07/2011. BURGESS, William A. Identificação de Possíveis riscos à saúde do Trabalhador nos diversos Processos industriais. Trad. Ricardo Baptista – Belo Horizonte: Ergo Editora, 1997. COSTA, Sergio Nunes. Fundamentos da tecnologia de Refino, Transporte e Comercialização. Apostila do Curso de Gestão de Petróleo e Gás. Rio de Janeiro: 2009. Não- Publicado DAMATO, Prof. Dr. Murilo - Avaliação de Risco Ambiental em Indústrias Químicas: uma abordagem toxicológica – Programa de mestrado em Sistema Integrado de Gestão Faculdade Senac de Educação Ambiental. Disponível em <http://www1.sp.senac.br/hotsites/arquivos_materias/I_seminario_sig/.8.pdf.> Acesso em 15/07/2011. São Paulo. ROSA, Professor Doutor Henrique Vicente Della- Tópicos selecionados de Toxicologia Ocupacional - Faculdade de Ciências Farmacêuticas – USP, São Paulo - 2008. Disponível em <http://pt.scribd.com/doc/6719399/Aula- Toxicologia.> Acesso em 23/06/2011. GOES, Roberto Charles Silva. Toxicologia Industrial: Um guia Prático para a Prevenção e Primeiros socorros. Editora: Revinter Ltda, 1997. ______. Manual de Toxicologia Industrial do Refino do Petróleo. 2º edição Rio de Janeiro; PETROBRAS; 1991. 91 p. ilus. 40 MEDEIROS, Danuta – Mulheres fumantes têm risco maior de sofrer de transtorno mental - Correio do Brasil, Ano XI - Número 4227, 7/2/2011 11:02, Redação, com Agência USP - de São Paulo. <http://correiodobrasil.com.br/mulheres-fumantes-tem-risco-maior-de-sofrer-detranstorno-mental/210129/.> Acesso em 28/07/2011. MEIRA, Andrea Soares – Petróleo Gás e Derivados – Apostila do Curso de Gestão de Petróleo e Gás. Rio de Janeiro - Ano 2011. Não-Publicado MUNHOZ, Professor João A. - Apostila de toxicologia – 2010. Disponível em <http://www.higieneocupacional.com.br/download/tox-munhoz.pdf>. Acesso em 26/06/2011. SUZAQUIM – Matéria de como reciclar pilhas e baterias, Reator químico 2011, p.1 Disponível <http://www.projetolixotecnologico.blogger.com.br/reciclagem.html>. em 28/07/2011. em Acesso 41 ÍNDICE FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I Toxicologia na Indústria do Petróleo 10 1 - Riscos Químicos na Indústria Petroquímica e do Petróleo 10 2 - Toxicologia por Analogia 15 3 - Vias de absorção 17 4 - Reclamações Jurídicas sobre os danos ocupacionais 21 CAPÍTULO II Toxicologia, Meio Ambiente e Saúde 1 - Causa dos danos a saúde e ambientais 22 22 CAPÍTULO III Refino do Petróleo Bruto 28 1 - Processo de Refinarias 30 2 - Pré-tratamento do Petróleo Bruto 31 3 - Separação do Petróleo Bruto 33 4 - Resíduo Atmosférico 33 42 5 - Diesel Pesado de Destilação 34 6 - Destilado Médio 34 7 - Nafta Pesada 35 8 - Nafta de Destilação Direta 35 9 - Coque de Petróleo 36 CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 39 ÍNDICE 41