UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
Toxicologia da Indústria do Petróleo
Por: Patrícia Farias de Souza
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2011
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
Toxicologia da Indústria do Petróleo
Apresentação
Candido
de
Mendes
monografia
como
à
requisito
Universidade
parcial
para
obtenção do grau de especialista em Gestão no
setor do Petróleo e Gás
Por: JORGE TADEU VIEIRA LOURENÇO
3
AGRADECIMENTOS
... Agradeço à minha mãe, família e
amigos
4
DEDICATÓRIA
... Dedico à minha mãe que sempre está
ao meu lado em todos os momentos me
apoiando e acreditando em mim.
5
RESUMO
Este estudo tem a finalidade de transferir o conhecimento para líderes,
profissionais e pessoas que não possuem um treinamento específico sobre a
toxicologia no segmento da indústria do Petróleo que vem se destacando com
grande crescimento. Consequentemente com este avanço os danos à saúde
aumentam cada vez mais, e para mudar este quadro é necessário promover a
conscientização das pessoas e incentivar que medidas preventivas, melhorias
no ambiente de trabalho e o uso de equipamentos adequados, sejam mais
frequentes nas indústrias. A partir de novas atitudes de profissionais e líderes
perceberemos a diminuição de danos causados a saúde e os índices de
mortalidade por doenças ocupacionais.
6
METODOLOGIA
Os problemas de toxicologia nas indústrias foram encontrados em livros,
sites e nos materiais dos professores da instituição AVM, que puderam ajudar
a entender como funciona uma Refinaria e onde pode estar os riscos a saúde.
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica onde se pode abordar alguns
danos à saúde causados por substâncias tóxicas nas Indústrias de Petróleo.
Pode-se relatar que as indústrias são as maiores vilães das doenças de pele,
respiratórias e câncer. Com estes estudos pode-se perceber que atualmente
as pessoas em seu habitat natural, também estão colocando a saúde em risco.
Os indivíduos se tornaram mais sedentários, fumam, ingerem bebidas
alcoólicas e alimentos gordurosos que também causam riscos a saúde.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
08
CAPÍTULO I - A Toxicologia
10
CAPÍTULO II - Toxicologia, meio ambiente e saúde 22
CAPÍTULO III – A Refinaria de Petróleo
28
CONCLUSÃO
38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
39
ÍNDICE
41
8
INTRODUÇÃO
As perguntas que ocorrem no pensamento da população não são muito
fáceis de responder e explicar, se referem aos danos causados ao meio
ambiente e a saúde da população com o crescimento da indústria do Petróleo.
Estes danos são reversíveis, podemos diminuir estes riscos? O crescimento da
indústria do Petróleo vai destruir o meio ambiente?
Os estudos bibliográficos irão mostrar a causa aos danos à saúde e
com isso, podemos buscar entendimento do que devemos fazer para evitar
estes danos. A importância de se usar o equipamento de proteção dentro das
indústrias e fora das indústrias deverão levar uma vida mais saudável como
fazer exercícios, não fumar, não ingerir álcool em grandes quantidades e
cuidar da alimentação.
Sem adotar alguns destes cuidados a população e as indústrias podem
estar causando danos irreversíveis à saúde. Sempre temos que partir do
principio que é muito melhor prevenir do que depois da saúde já afetada ter
que cuidar.
Os impactos ao meio ambiente e os riscos à saúde em conseqüência da
utilização de milhões de substâncias químicas nas diversas atividades das
indústrias, constituem um constante desafio para a Ciência.
Em virtude dos homens não estarem preparados para lidar com a
natureza ao longo das últimas décadas, é necessário estarem muito atentos
com o meio ambiente, pois a corrida para o desenvolvimento industrial ocorreu
de uma maneira desordenada, mostrando que o homem não está preparado
para lidar com este crescimento.
Com o aumento do número de indústrias, podemos relatar alguns
acontecimentos como a exploração e a retirada de recursos naturais, a queima
9
de combustíveis, a poluição da atmosfera com gases tóxicos, a contaminação
dos rios e mares por produtos químicos, o uso descontrolado progressivo de
pesticidas (agrotóxicos). O desmatamento e a queima de madeira tem se
constituído numa crescente agressão ao meio ambiente que se degrada,
comprometendo o padrão de qualidade que possibilita a vida saudável.
Hoje muitos se questionam quais são as medidas necessárias a se
tomar para diminuir o caso de toxicologia na indústria do Petróleo?
Primeiramente será estudado os despreparo da humanidade, com o
acelerado crescimento das indústrias e a utilização dos produtos químicos.
No segundo capítulo iremos estudar sobre os danos causados a saúde,
os fatores do meio ambiente que também causam estes danos e algumas
doenças relacionadas a estes fatores.
No terceiro capítulo iremos estudar as refinarias e as etapas de cada
refinaria, cada etapa está ligada a um tipo de substância utilizada e que
causam danos diferentes a saúde.
10
CAPÍTULO I
TOXICOLOGIA NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO
1-
Riscos Químicos na Indústria Petroquímica e do Petróleo
Este estudo tem a finalidade de transferir o conhecimento para
profissionais e pessoas que não possuem um treinamento específico na área
da indústria do Petróleo, que se destaca com seu grande crescimento e pouca
estruturação dos profissionais que atuam na área.
Com a interpretação que será passada os profissionais terão melhor
entendimento do que pode acontecer à sua saúde e ao meio ambiente e
poderão procurar alternativas e métodos eficazes para se protegerem dos
produtos tóxicos e meios de proteger o meio ambiente. Com os profissionais
instruídos e conscientes pode-se conseguir melhorar a qualidade de vida e
impedir a destruição do meio ambiente onde vivemos.
A importância da toxicologia vem crescendo uma vez que o número de
substâncias químicas utilizadas no mundo está aumentando progressivamente.
A definição de toxicidade é a característica de molécula química e/ou
composto que produz as doenças, por que alcança pontos importantes dentro
do corpo ou na pele. O papel da toxicologia é gerenciar o risco a saúde
causada pelas substâncias químicas, conseguir estudar métodos e procurar
equipamentos adequados de impedir o contato das pessoas com estes
produtos tão nocivos à saúde. Procurar locais adequados para eliminar os
riscos residuais e desenvolver medidas para redução dos riscos.
A toxicidade está relacionada a termos que pode ser usado como
parâmetros na medicina para identificar qual o canal de absorção dos produtos
11
químicos. Nestes termos possuímos as nomenclaturas seguintes: aguda,
crônica, local, sistêmico e absorção.
Aguda o termo é utilizado para informar que pode ser por inalação ou
absorção através da pele de curta duração de contato com a substância
química.
Crônica também será utilizada por absorção ou inalação da pele, mas
ao contrário da aguda será de longa duração, quando as exposições às
substâncias podem levar vários dias ou por exposições repetitivas medidas em
dias, meses ou anos. O termo crônico também pode ser referenciado como
subaguda, quando a contaminação acontece em algo entre a aguda e a
crônica. O termo crônico não quer dizer que é o estagio mais severo do
sintoma. O médico relata como crônica se importando mais com o período de
exposição a substância química por períodos prolongados.
Contaminação Local, a reação ocorre em ponto de contato, não
necessariamente sendo por absorção, podendo ocorrer por contato com as
mucosas, nariz, olhos, boca, traqueias, pele e sistema respiratório.
Sistêmico este termo pressupõe que ocorreu absorção, diferente do
termo local que é por contato. É possível que absorção dos agentes tóxicos
ocorra por pele, pulmões ou canal gastrintestinal, não sendo originário de
contato direto e que apresenta as manifestações em outras partes do corpo
produzindo efeitos perigosos em órgãos ou tecidos.
Absorção quando a absorção do material toxico atinge o fluxo
sanguíneo e é transmitido pelo sangue por toda a parte do corpo. Esta
transmissão pelo fluxo sanguíneo ocorre por agulhas, pele, mucosa ou
alvéolos pulmonares.
O corpo humano possui sistemas de defesas naturais contra as
substâncias e ajuda a proteger contra os riscos ambientais e ocupacionais, o
12
próprio organismo quando sofre algum risco ou dano procura formas de curarse e impedir que a doença se propague pelo corpo. A toxicologia é a ciência
que estuda os efeitos nocivos das substâncias químicas nos organismos vivos
e precisa fazer uma análise integrada dos riscos ambientais e ocupacionais
em função das substâncias tóxicas, dependendo de como estas substâncias
serão utilizadas, podemos agregar este mal uso ao risco do perigo toxicológico.
A toxicologia tem como principal finalidade proteger a saúde da
população, permitindo que a mesma se beneficie com o progresso da época
contemporânea.
A ciência da ação de venenos em organismos vivos é a definição da
toxicologia. A toxicologia industrial possui efeitos de substâncias que causam
danos para os tecidos vivos, quando absorvidos em doses relativamente
pequenas. As doses maiores podem causar danos mais severos aos órgãos
ou tecidos do corpo humano, como o câncer que uma doença geralmente
maligna, que causa a morte de muitos seres humanos que possuem a doença
e não detecta no início.
Não é fácil distinguir uma substância venenosa da não venenosa,
podemos definir o veneno relacionando a quantidade ou concentração do
material, na qual se torna a substância perigosa ou não, algumas substâncias
são absorvidas por diversas partes do corpo em função da atividade laboral
nos setores das indústrias, o diagnóstico dos danos de certa forma esta ligada
a medicina, por estar relacionada ao organismo humano. A toxicologia não
pode ser prevista com precisão ou explicado com base nas leis da física ou
química, devido à medicina não ser considerada uma ciência exata.
Segundo dados do Chemical Abstract, existem cerca de 7 milhões de
substâncias químicas registradas em todo o mundo e a cada ano são lançadas
6 mil novas substâncias. Deste total, 65 mil substâncias são de uso comum.
13
É um fato muito preocupante, diante destes números as possibilidades
de exposição do homem são muito freqüentes e podem ocorrer tanto no
trabalho, como no lar e até mesmo no lazer, pois não existem substâncias
químicas desprovidas de toxicidade. Os riscos podem ocorrer por bactérias,
vírus, substâncias químicas, ruídos, temperatura ou fatores anti-ergonomicos
ligados a procedimentos errados no trabalho.
A depender da qualidade absorvida pelo organismo, mesmo aquelas
classificadas como de toxicidade leve que podem causar algum dano aos
sistemas biológicos. Uma molécula química ou composta que gera uma
doença é chamada de toxicidade, a doença chega até a superfície do corpo ou
alcança algum ponto mais vulnerável e sensível dentro do corpo.
A substância só é considerada como absorvida quando ele penetra na
corrente sanguínea, quando a substância ingerida é excretada pelas fezes sem
ao menos ter sofrido qualquer alteração, não podemos dizer que esta
substância foi absorvida, a não ser quando a substância ingerida passa dias ou
horas no organismo, podemos tratar como uma substância absorvida pelo
organismo.
Conhecer os mecanismos de absorção tóxica e definir métodos de
tratamento para os efeitos desses agentes nos sistemas biológicos é a
importante finalidade de reconhecer e identificar os agentes tóxicos no
organismo. Os locais que favorecem as condições de contaminação são locais
confinados, vazamentos, acidentes de transportes, manuseio e armazenagem
inadequados.
No Brasil o número de trabalhadores ligados a indústria do Petróleo é
muito
grande,
durante
a
última
metade
do
século,
as
sociedades
industrializadas tornaram-se fortemente dependentes do petróleo e seus
derivados. Hoje no nosso dia-a-dia o petróleo se encontra em praticamente
tudo que nós utilizamos.
14
Não é possível relatar tudo que consumimos que possui petróleo, temos
uma lista infinita de coisas que são derivados do petróleo e com este
crescimento acelerado das indústrias, a preocupação com a população e o
meio ambiente deveria ser muito maior com os impactos ambientais e com a
proteção da saúde. Já que a nossa saúde depende de hábitos mais saudáveis
e menos exposição aos produtos químicos que hoje somos obrigados a lidar.
Durante a última metade deste século, as sociedades industrializadas
tornaram-se fortemente dependentes do Petróleo e seus derivados. Essa fonte
energética de origem fóssil não somente de crucial importância como
combustível para os motores, mas como ponto de partida para uma gama
enorme de produtos químicos, considerados essenciais à vida moderna.
Os produtos necessários em uma refinaria são os contaminantes
causadores de riscos toxicológicos a saúde são os metais pesados, cianetos,
amônias, sulfetos e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos e monocíclicos.
Ao longo das últimas décadas a corrida para o desenvolvimento
industrial ocorreu de uma maneira desordenada, mostrando que o homem
ainda não sabe lidar com a natureza, os impactos ao meio ambiente e os
riscos à saúde em conseqüência da utilização de milhões de substâncias
químicas nas diversas atividades do homem constituem um constante desafio
para a ciência.
A exploração e a retirada de recursos naturais têm se constituído numa
crescente agressão ao meio ambiente que se degrada, comprometendo o
padrão de qualidade que possibilita a vida.
Na indústria do Petróleo, um importante risco das substâncias químicas
ao meio ambiente ocorre no transporte, pelo mar, do petróleo, seus derivados
e substâncias químicas, através da possibilidade de poluição do ecossistema
marinho e da costa, acidentes podem surgir por vazamentos de tubulações e
15
de navios-tanques. Possuímos outro risco em potencial que acontece durante
a limpeza dos resíduos que permanecem nos tanques dos navios, após o
descarregamento, quando se utilizam solventes, detergente e outras
substâncias diluídas em água. O vazamento para o mar pode ocorrer após
operações tecnicamente incorretas.
O vazamento para o mar não só prejudica a saúde da população, como
também é prejudicial aos seres marinhos. O solvente é um líquido utilizado
para diluir outros componentes orgânicos, que possui absorção por ingestão,
via cutânea e inalatória. Podendo causar risco de câncer, efeitos dérmicos e
hepatite química, problemas neurológicos.
Navio Tanque (Extraído de MEIRA, 2011, p.13)
2- Toxicologia por analogia
Não existem muitas informações toxicológicas sobre os compostos
utilizados nas indústrias, a tendência da medicina para diagnosticar algum
caso é considerar compostos químicos parecidos que terão substâncias
tóxicas e reações similares, mas não é correto tomar esta aproximação com
regra, pois não podemos afirmar que este método funciona totalmente em
16
todos os casos. Podem ocorrer diagnósticos errados com este tipo de
avaliação que podem causar a morte de muitos pacientes.
As substâncias químicas em contato com o corpo ou absorvidas podem
sofrer alterações, estas mudanças podem resultar em produtos finais com a
excreção totalmente diferentes do que a substância inicial absorvida, a
toxicologia por analogia pode ser apresentada como uma das toxicologias, mas
perigosa e danosa, por não poder ser identificada de acordo com a sua origem
e substâncias primarias antes de serem modificadas em seus caminhos no
organismo.
Podemos ilustrar a composição química do Benzeno e do Tolueno que
são quimicamente muito parecidos, podendo ser tratados quimicamente pela
medicina da mesma forma, se tomar como base a composição química, mas o
grau de toxicidade é bem diferente, o metabolismo age diferentemente para
cada tipo deste produto químico. O benzeno aparentemente afeta a medula
espinhal que forma o sangue.
A medicina terá que observar também as reações do individuo, por que
estas duas toxinas deverão ser tratadas de forma diferenciada. As substâncias
tóxicas ou perigosas nas indústrias podem ser identificadas de várias
maneiras, existências substâncias com grau de intoxicação leve, moderada,
grave, severíssima e também existem substâncias que não são tóxicas.
Existe teste que são realizados nas indústrias que define o valor limite
de tolerância por cada individuo, se as empresa acatarem e cumprirem as
regras terá uma melhoria muito grande nos casos de indivíduos doentes por
causa de atividades industriais.
Uma das grandes vantagens já ocorre com o entendimento de que as
indústrias necessitam implantar projetos de ventilações dentro de suas áreas
ocupacionais, esse sistema de ventilação melhora a circulação do ar e a
17
concentração de partículas toxicas que ficam presas dentro de um ambiente
fechado, evitando os maiores casos de contaminação, devido ao ambiente
fechado.
3- Vias de absorção
Nos casos de absorção através da pele, temos um caso muito comum
nas atividades com graxas, tinta ou sujeiras das mãos e braços, onde os
colaboradores fazem uso dos solventes para limpar partes do corpo onde está
sujo com graxa ou tinta, este procedimento incorreto é um dos grandes
causadores das dermatites. Além do caso a cima os solventes podem entrar
na corrente sanguínea através de contato acidental com a pele ou quando o
material tenha sido espirrado sobre as roupas.
Um dos procedimentos do tratamento da sífilis era o mercúrio, hoje
após estudos foi detectado que as atividades ocupacionais com mercúrio são
um dos causadores de envenenamento e outras doenças ocupacionais nas
indústrias.
Na absorção gastrintestinal ocorre nos casos de colocar a substância na
boca através de uma mão suja, por exemplo, ou de ter engolido a substância
que não quer dizer que será absorvida pelo organismo. Estes casos podem
estar ligados a falta de higiene, quando as pessoas não lavam as mãos e as
levam na boca, ou se alimentam sem a higienização adequada, podendo
também segurar o material de trabalho com a boca e neste contato pode
ingerir as substâncias toxicas daquele material, como o chumbo nos pregos,
que muitos os levam a boca antes de utilizá-los.
Nos casos de absorção através dos pulmões podemos relatar a
inalação do ar, onde as atividades dos colaboradores têm que ser realizadas
em ambientes fechados sem qualquer tipo de ventilação, os pulmões são
considerados a parte mais importante nos casos de envenenamento, que é
onde os venenos ganham entrada para o corpo. Podemos estimar que a
18
maioria dos casos de envenenamento industrial está ligada a absorção pelos
pulmões e os casos de dermatites também não ficam muito atrás na
estatística. Nem sempre a absorção esta ligada a um envenenamento, mas
podemos afirmar que quando o corpo, tecidos ou órgãos se encontram em
estados de enfraquecimento é porque ocorreu envenenamento pelas
substâncias tóxicas existentes em uma indústria.
As substâncias mais perigosas podem estar suspensas no ar em forma
de pós, fumos, névoas, vapores ou gases que se misturam facilmente ao ar
que respiramos, podemos afirmar que não é tudo que respiramos que é
absorvida pelo organismo, uma boa parte é retido pelas mucosas e pelos filtros
que possuímos no nariz, mas em uma atividade de oito horas de trabalho
podemos considerar que aspiramos uma boa parte destas substâncias
venenosas.
Podemos afirmar que ao falar nestes ambientes podemos engolir
algumas partículas que podem sofrer uma absorção intestinal. Os gases
verdadeiros vão passar diretamente pelos pulmões seguindo até o sangue.
Podemos considerar este tipo de absorção verdadeiramente perigosa a saúde
ocupacional por isso pode-se voltar a mensurar mais uma vez a importância da
ventilação dentro das indústrias, o uso de luvas impermeáveis, roupas e botas
adequadas para as atividades fim.
Os agentes tóxicos agem em diferentes partes do corpo, as substâncias
quando absorvidas podem agir com uma ação local ou direta sobre a pela
como a dermatite. Os fumos, gases, poeiras e névoas originadas de ácidos
fortes têm um efeito irritativo direto nos olhos, mucosas, nariz e vias
respiratórias, que quando alcançam os pulmões podem causar a Peneumotite
química que é uma ação inflamatória gravíssima.
As substâncias tóxicas podem ficar no corpo por um longo período de
tempo, sendo excretadas aos poucos por meses ou anos. O Chumbo, por
19
exemplo, é acumulado nos ossos e o mercúrio nos rins, podendo se dirigir
outras quantidades menores para outros órgãos ou tecidos. A excreção é
realizada através de pequenos canais como é na absorção, como o suor e a
saliva que participa da excreção em menores quantidades. Os pulmões,
intestino, pele e rins participam da excreção com as maiores quantidades
eliminada.
Cada indivíduo reage às substâncias químicas de forma diferente, a
mesma substância pode aparecer como um envenenamento brando, em
outros podem apresentar danos severos a saúde ou até mesmo fatais.
Infecções prévias nos pulmões podem aparecer como acelerações da
suscetibilidade da silicose.
A maioria dos toxicologistas acredita que a obesidade, idade e sexo são
fatores determinantes que podem indicar uma indisposição a exposição
ocupacional. A ingestão de bebidas alcoólicas também deixa o indivíduo mais
vulnerável à possibilidade de envenenamento no ambiente ocupacional,
principalmente pela substância de solvente orgânico.
Uma das maiores tarefas do toxicologista industrial é distinguir os
sintomas nos casos de envenenamento em pequenas quantidades, o
entendimento da medicina no momento de diagnosticar uma doença e a sua
causa é muito importante para o paciente. A falta de aplicar alguns dos
fundamentos pode sair caro, não apenas no quesito de perda de receita, mas
também em termos de saúde ou até à vida daquele indivíduo que dependia de
um diagnostico preciso para sobreviver. Nos casos de envenenamento agudo
pode causar inconsciência, choque, colapso, inflamação dos pulmões ou até
mesmo morte súbita.
A absorção das substâncias pode ser detectada através de exames de
sangue e de urina ou outras medições de diagnósticos da medicina. O chumbo
e o benzeno causam alterações no sangue no primeiro contato com a corrente
20
sanguínea, com um tempo causam uma serie de danos para um ou mais
órgãos.
O Arsênico quando ingerido em quantidades para envenenamento pode
causar distúrbios no sangue, fígado, rins, sistema nervoso e pele. O efeito do
monóxido de carbono é a asfixia porque afeta o funcionamento da
hemoglobina do sangue que transporta oxigênio para os pulmões e todos os
tecidos do corpo, o cérebro é o tecido mais sensível que aparenta danos mais
rapidamente.
Os testes de toxicidade exigem que as etiquetas dos produtos venham
com o detalhamento das toxinas existentes nos produtos para tentar diminuir o
envenenamento acidental entre os consumidores dos produtos.
Nos princípios de prevenção dependemos de um programa eficiente e
uma equipe bem treinada em casos de toxicidade para iniciar a prevenção
precisou de um médico de trabalho, engenheiro e o técnico de segurança com
entendimento nos procedimentos de medição e um químico que forneça dados
das substâncias tóxicas e um enfermeiro que é quem estará em contato
imediato com os trabalhadores que poderão fornecedor os primeiros indícios
da doença. Os supervisores participam com o papel de identificar alguma
situação de perigo.
Um dos entendimentos básicos importantes é entender como as
substâncias são absorvidas e quais materiais causam envenenamento, um dos
princípios básico muito importante de prevenção é entender tudo sobre a
toxicologia industrial.
21
4- Reclamações jurídicas sobre os danos ocupacionais
As causas reais ou suspeitas de doenças ocupacionais geralmente
resultam em ações judiciais, os trabalhadores acabam procurando a justiça
para reivindicar os seus direitos por ter ficado doente devido ao ambiente e as
atividades que exercem quase sempre os trabalhadores procuram os métodos
legais para exigir indenizações. Mas os trabalhadores terão sempre que obter
habilidades de demonstrar a real causa e se fazer convincente de sua
justificativa, ou por laudo médico que deve ser bem preciso para não prejudicar
nenhuma das partes ou por testemunhos que prove que aquela exposição
ocupacional foi prejudicial à saúde.
Envolve a possibilidade quando o trabalhador imagina que aquela
atividade poderia ter produzido o efeito perigoso ou possui a probabilidade
relacionada à causa que realmente produziu o efeito perigoso, como a
medicina não é uma ciência exata, os laudos médicos legais são baseados nas
opiniões dos fatos, que devem ser realizados através de um conjunto de
circunstâncias dos fatos onde a opinião médica deve se basear para serem
convincentes, estes laudos médicos pode estar sujeitos a mais de uma
interpretação. Mas baseado na lei quando ocorre duvidas moderadas quase
sempre a lei fica ao lado do reclamante, socialmente esta prática é tomada
como correta, mas na pratica tende-se a dar o ônus da prova antes ao
defendente, cabe ao mesmo a provar que a causa da doença não é a causa
estabelecida nos altos pelo reclamante.
22
CAPÍTULO II
TOXICOLOGIA, MEIO AMBIENTE E SAÚDE
1- Causa dos danos a saúde e ambientais
O meio ambiente tem grande influência sobre a saúde, onde é
evidenciado em estudos realizados nos países do chamado Primeiro Mundo.
Quando o processo de industrialização se iniciou, a mortalidade infantil no
primeiro ano de vida, devido o aparecimento de distúrbios durante a gestação,
era aproximadamente de 5%, enquanto que a mortalidade, devido a doenças
infecciosas, era de 30%.
As causas relacionadas à mortalidade infantil foram invertidas.
Atualmente, nos países industrializados, os distúrbios no desenvolvimento prénatal são as principais causas de mortalidade perinatal e a morbidade pósnatal. A inversão das causas de mortalidade é explicada devido ao
desenvolvimento industrial, a influência relacionada ao meio ambiente, pela
melhoria nos cuidados pré-natal e pelo avanço da tecnologia médica nas áreas
de diagnóstico e tratamento.
Baseados em estudos geográficos, regionais e ocupacionais, os fatores
ambientais tem reconhecimento no avanço do câncer humano.
Conforme estudos avançados pode-se afirmar que aproximadamente
80% dos cânceres são originados dos fatores ambientais como um todo, seja
de ambiente poluído por desenvolvimento industrial, pode ser até mesmo do
ambiente em geral como a influência da água, ar, solo, alimentos, fumo,
medicamentos, produtos domésticos, hábitos e estilos de vida.
Se um resíduo apresentar em suas propriedades físicas, químicas e
infecto-contagiosas, risco a saúde pública é considerada como perigosa
23
perante as normas e leis. O aumento destes resíduos pode provocar
mortalidade, incidência de doenças ou riscos ao meio ambiente se não forem
tratados de forma adequada e/ou se o destino final for inadequado.
Fumante (Extraído de MEDEIROS, 2011, p.1)
Atualmente as indústrias são as maiores vilãs do câncer humano e
doenças no sangue e no corpo, mas não podemos acusar somente as
indústrias do aparecimento do câncer nos seres humanos. A existência de
alguns fatores não ocupacionais, relacionados ao estilo de vida, também tem
sua parcela de culpa no mundo atual, pois muitas das pessoas são
sedentárias, se alimentam de forma inadequada com muita ingestão de
gordura, produtos industrializados, fumo e bebidas alcoólicas, hábitos
alimentares e padrão genético, podem confundir, influenciando os estudos
epidemiológicos.
Porém a indústria tem uma grande parcela na participação dos
problemas de saúde, uma delas é a exposição, dos trabalhadores nas
indústrias, de uma variedade de substâncias químicas, muitas destas
substâncias podem interagir e aumentar o risco de câncer. As principais vias
de introdução são as respiratórias, pele e oral digestiva. Existem agentes
24
biológicos que causam a contaminação e danos elevadíssimos no individuo
com somente em uma exposição, que podem levar o individuo a morte.
A pele constitui uma importante camada protetora, mais não protege
totalmente das substâncias existentes no ambiente de trabalho, porque estas
substâncias são absorvidas pelo organismo até mesmo pela pele saudável e
transportadas para os órgãos. Algumas substâncias químicas podem causar
lesões na pele quase que imediatamente, outras só manifestarão alguma
reação após contato com a pele de vários dias. A dermatite pode aparecer com
ressecamento da pele e geralmente aparecem após o contato com as
substâncias tóxicas.
Dermatose ocupacional (Extraído de ALLI, 2009, p.112)
O operador industrial desenvolveu dermatite alérgica de contato pelo
uso de protetor auditivo de borracha que deve ser substituído imediatamente
por outro, mas o uso do protetor dentro das indústrias é essencial para a
proteção de problemas auditivos no futuro devido a alta intensidade de ruídos
que existem dentro das indústrias devido a quantidade de máquinas e
equipamentos em operação.
Nos
casos
estudados
existe
muita
dificuldade
em
calcular a
porcentagem de cânceres relacionados com a ocupação de certos grupos de
25
trabalhadores expostos a agentes químicos específicos, onde se evidenciam
um aumento no risco para o desenvolvimento do câncer. Com a dificuldade de
mensurar quais os produtos químicos estão relacionados ao aparecimento do
câncer, os trabalhadores não possuem esta informação, podem estar expostos
com mais frequência a estes produtos químicos de alto risco, achando que não
causam grande risco à saúde.
Nas grandes cidades, onde o aumento da poluição atmosférica é muito
elevado ocorre o surgimento de doenças cardíacas e respiratórias, como
bronquite crônica e câncer pulmonar.
O sistema respiratório possui um filtro muito eficaz que filtra os
poluentes que circulam pelo ar, a filtração do nariz que ocorre através de pelos
e respiratório superior (mucosa, cílios vibráveis) impedem que grandes
partículas penetrem no organismo e atinjam os pulmões produzindo efeitos
prejudiciais à saúde. Quando uma pessoa está exposta por muitas horas as
exposições externam como poeiras, cigarros, pó químicos as mucosas podem
ficar sobrecarregadas e não efetuar a filtração adequada e necessária para
não causar danos ao organismo, podendo causar sérios problemas
respiratórios.
Como mundo atual está em constante fase de crescimento e precisando
sempre de melhorias para cuidar da saúde com mais eficácia, os avanços
tecnológicos se aprofundaram em criar novas metodologias que foram
avaliadas por órgãos governamentais criados para cuidar da constante
melhoria das condições de trabalho, integridade física e proteção a saúde dos
trabalhadores, não permitindo que os mesmos trabalhem em constante contato
com o risco nas indústrias.
A cada dia que as novas substâncias químicas aparecem no mercado a
legislação vigente fica mais focada em diminuir este risco do trabalhador no
ambiente de trabalho e estabeleceu legalmente a obrigatoriedade do
26
empregador providenciar um conjunto de medidas com a finalidade de adequar
a sua empresa com a utilização de EPRs (Equipamento de Proteção
Respiratória e EPIs (Equipamento de Proteção Individual), e estabelecer o uso
destes equipamentos como norma obrigatória dentro das indústrias).
No caso da figura abaixo o colaborador está manuseando pó químico e
se não estivesse utilizando máscara de proteção às micros partículas não
seriam filtradas pelo nariz e a tendência de uma contaminação química seria
muito maior. Pois as pequenas partículas não são filtradas pelo nariz e podem
atingir as partes mais profundas dos pulmões. A utilização do equipamento
está correta, mas infelizmente não quer dizer que este colaborador está 100%
imune de uma contaminação química. Estas substâncias químicas podem até
mesmo penetrar pela pele e causar danos gravíssimos.
Operador manipula pó químico dentro do reator. (Extraído de SUZAQUIM, 2011, p.1)
Os profissionais que executam tarefas expostas a locais com muita
intensidade de pós como mineradoras; engenho de açúcar, indústria química e
farmacêutica estão mais propensos a adquirir doenças respiratórias do que
profissionais de outras atividades.
Os gases e vapores também atingem o sistema respiratório através dos
órgãos e podem passar pela corrente sanguínea. O organismo reage a estas
substâncias com tosse e irritação no nariz, que são dois grandes sinais de
27
inicio da contaminação. Algumas substâncias apresentam odor, porém outras
não apresentam, as que possuem odores são mais fáceis de identificar a
grande quantidade de substância no ar, alertando para uma exposição maior a
está substância, mas as que não possuem odor são as piores de serem
detectadas no ar. Por isso o olfato não é um alarme confiável.
A humanidade inicia uma mudança de atitude e comportamento, nos
últimos tempos com o despertar da conscientização ecológica e da importância
do meio ambiente, ela já começa a desacelerar sua corrida desenfreada e
começa a se importar com o desenvolvimento relacionado à preservação do
meio ambiente. Os ambientalistas divulgaram leis de proteção ambiental.
Com isto, é possível adequar o desenvolvimento econômico, necessário
a humanidade, com a proteção da natureza, desenvolver-se pela aplicação de
modelos tecnológicos que preservam os recursos ambientais.
A visão de uma empresa moderna é a que seja eficaz, produtiva,
competitiva, a que menos polui e que mais investe no meio ambiente é a
empresa
que
participa
de
projetos
socioambientais,
utiliza
material
ecologicamente correto, recicla os materiais utilizados na empresa e que com
isto não polua o meio ambiente e não cause danos à saúde da população e
que ainda traga benefícios a sociedade.
O planeta é a casa de todos nós. A preservação adequada da terra e
dos seus recursos naturais é fundamental para a nossa sobrevivência e as das
futuras gerações.
28
CAPÍTULO III
REFINO DO PETRÓLEO BRUTO
As refinarias recebem o Petróleo dos campos de produção e geram o
produto final. Esses produtos são comercializáveis e são chamados de
derivados de Petróleo, são gerados de um processamento do Petróleo
chamado de processo de refino.
A refinaria processa o petróleo de acordo com o que o mercado está
necessitando no momento. Um esquema de refino determina e limita o tipo e a
quantidade de derivados. Existem refinarias diferentes para produzir cada tipo
de derivado, mas toda refinaria possui um grau de flexibilidade, podendo
mudar o tipo do óleo que recebe e os derivados que irão produzir. Para poder
se adequar as mudanças de óleo e a demanda de mercado e ambientais.
Caminho do Petróleo (Extraído de COSTA, 2009, P.4)
29
No mundo existem diversas refinarias empregando milhões de
trabalhadores, onde processam uma variedade enorme de produtos do
petróleo com baixo ponto de fulgor, portanto, os principais riscos em refinarias
são incêndios e explosão. Devido ao alto risco que ocorrem incêndios graves
nas refinarias, causando a morte de vários trabalhadores, apesar de existirem
operações planejadas e vistoriadas para se estas tragédias sejam evitadas.
As unidades de processamento dentro das refinarias possuem um
sistema fechado e isolado com agrupamentos normais de contaminantes no ar
e são controlados a distância por trabalhadores de salas de monitoramento. A
exposição aos contaminantes ocorre no momento em que os trabalhadores
necessitam de coletar as amostras e transitam pela unidade ficando expostos.
Na manutenção das refinarias, reparos de isolamento térmico,
drenagem, componentes de selagem, bombas de arraste é onde os
trabalhadores possuem um potencial maior de exposição a contaminantes
atmosféricos, ruídos e calor.
Nas paradas da refinaria onde ela é totalmente desmontada e montada
em poucos dias é onde ocorrem as maiores exposições. As paradas envolvem
uma variedade de operações como jateamento abrasivo, soldas, metalização e
pintura, este trabalho tem que ser realizado em locais confinados e inertizados.
No momento das paradas é onde se trata da operação de maior desafio em
termos de higiene ocupacional existente.
30
1- Processo de Refinaria
Foto de uma refinaria (Extraído de MEIRA, 2011, p.49)
O Benzeno é um subproduto das refinarias do Petróleo, indústrias de
couro, laboratórios químicos e biológicos, distribuidores de combustível e
também produzido nos vulcões.
Podemos estar exposto ao benzeno fora das funções ocupacionais
como no trafego veicular e com o cigarro.
O Benzeno é um solvente orgânico que é distribuído para várias partes
do corpo, como sangue, medula óssea, tecido adiposo, fígado e atinge com
grande facilidade o sistema nervoso central. Ele é levado do sangue para os
pulmões depois é liberado, no tecido adiposo é onde ocorre a liberação com
mais lentidão. Podendo causar anemia aplástica e leucemia mielóide aguda e
até a morte em exposições de longo prazo. Os efeitos agudos são tonteiras e
enjôos. A maioria destes solventes possui a finalidade de dissolver, extrair e
suspender materiais não solúveis a água. Pra diminuir a exposição dos
31
trabalhadores as indústrias precisam diminuir a exposição aos vapores,
líquidos e resíduos do produto.
Os possíveis riscos à saúde em refinarias devem ser estudados nos
processos básico para se entender a natureza. Uma refinaria moderna é um
conjunto complexo de processos químicos, para se transformar a matéria
prima, petróleo bruto em produtos específicos.
Uma grande linha de equipamentos incluindo fornos, permutadores de
calor, bombas, tanques, colunas de fracionamento, tubos, acoplamentos de
tubulações e válvulas sejam utilizados em refinarias, a instalação pode ser
dividida em um número de operações para ajudar o higienista industrial a fazer
um levantamento de riscos à saúde e descobrir métodos eficazes para diminuir
a exposição a estes riscos tão prejudicial à saúde dos trabalhadores.
2- Pré-tratamento do Petróleo Bruto
No tratamento do petróleo bruto, deve se retirar a água e o sal do
petróleo bruto antes de sujeita-lo à primeira fase de refino. A especificação
para o transporte do petróleo por tubulação exige que contenha menos de 5%
de água. A retirada de água é feita primeiro no campo de produção de óleo e
posteriormente repetida na refinaria para quebrar a emulsificação água-óleo
formada durante o transporte pela tubulação, no transporte pela tubulação
pode ocorrer acumulo de água e quando misturado com o produto ocorre
alterações, saindo da especificação.
O processo de tratamento é de natureza química que procuram eliminar
impurezas presentes nas frações que possam comprometer suas qualidades
finais, estabilizando quimicamente o produto acabado. Quando ocorre alguma
anomalia no produto acabado, já especificado, como entrar água ou contato
com algum outro produto químico, este produto deixa de estar especificado e
não
podendo
ser comercializado.
Por este
motivo
estes
locais de
armazenamento precisam estar muito limpos. E muitas das vezes nestas
32
limpezas é onde ocorre o contato físico ou a inalação de produtos químicos por
trabalhadores, que não estão com os equipamentos adequados.
O processo de desemulsificação inclui a adição de ácidos de gordura ou
sulfonados de decantação. Existe outra técnica comum que usa um filtro de
terra de diatomáceas para remover as gotículas de água e sal do petróleo,
permitindo a decantação de água.
O petróleo possui contaminantes particulados, incluindo areia, que
causa entupimento de telas e bandejas, vários íons como cloretos, que têm
ação corrosiva sobre os equipamentos, peças, e sais inorgânicos que podem
causar envenenamento dos catalisadores utilizados em muitas operações
críticas das refinarias. O processo de remoção dos contaminantes devem ser
realizados no pré-tratamento ou nas operações na refinaria. A retirada de água
e de sal do petróleo possuem riscos que dependem, em grande parte, das
características do petróleo, mas frequentemente é inserido a exposição ao gás
sulfídrico e benzeno. Na retirada de água por filtração, há uma exposição a
poeiras da terra de diatomáceas e cristobalita, uma sílica cristalina tóxica
formada na calcinação do mineral.
Em alguns campos de petróleo, compostos de enxofre incluindo
mercaptanos, dissulfetos e gás sulfídrico separam-se das formações
geológicas vizinhas ao campo e passam para o petróleo. Petróleo com alto teor
de enxofre tem maior impacto na operação da refinaria devido a seus efeitos
corrosivos sobre o equipamento e o envenenamento dos catalisadores. Devido
aos motivos citados que os compostos de enxofre devem ser removidos.
Os processos de dessulfurização mostram riscos específicos à saúde.
No método original com ácido sulfúrico ocorria um alto potencial de exposição
à névoa ácida e alcalina durante a mistura, decantação e descarte do resíduo.
O processo do tratamento à base de ácido hidrofluoridrico mostrou resultados
em contato potencial com o líquido e névoa, além de problemas significativos
relacionados ao seu manuseio.
33
3- Separação do Petróleo Bruto
Inicialmente no processo de refinaria, a destilação do petróleo, envolve
separação do óleo em vários cortes que apresentam faixas de temperatura de
ebulição específicas, utilizando uma torre de destilação atmosférica. Estas
partes não possuem uma fórmula química estabelecida, sendo definidas
apenas por suas faixas de ebulição. Somente a destilação não produz a
quantidade e a qualidade ideal de cada produto. Com isso, os produtos menos
nobres necessitam de ser transformados em produtos mais nobres por
separação, unificação ou rearranjo das estruturas moleculares originais.
As torres de destilação atmosférica são cilíndricas que possuem várias
bandejas horizontais de borbulhamento. O petróleo é aquecido e bombeado
para as torres que se divide em duas frações; o vapor vai para cima da torre
enquanto as frações não vaporizadas são retiradas do fundo da torre para
serem trabalhadas na unidade de destilação a vácuo. O vapor esfria a medida
que sobe pela torre e as frações com alto ponto de ebulição se condensam nas
bandejas inferiores.
As bandejas são alocadas de forma que o vapor borbulhe através do
condensamento do resfriado no fundo da bandeja; os hidrocarbonetos mais
leves evaporam e as partículas pesadas do vapor se condensam. Os produtos
condensados nas bandejas são retirados pelas laterais e é processado através
de extratores de vapor.
4- Resíduo Atmosférico
O risco principal no processo de destilação a vácuo é o contato com a
pele, que ocasiona a dermatoses. O resíduo da destilação a vácuo é utilizado
para fazer asfalto e pode ser craqueado. O asfalto principalmente pode ser foto
sensibilizador, a equipe de operação da torre de destilação está exposta aos
vapores de hidrocarbonetos, ao calor e ruídos.
34
Se as frações de hidrocarbonetos fossem absorvidas pela torre de
destilação atmosférica e aumentasse a temperatura, ocorreria severos efeitos
indesejáveis, incluindo degradação térmica do produto em estoque. O
processo que poderia ser adotado é operar a torre de destilação sob vácuo. A
torre de destilação atmosférica e a vácuo produzem um gás que serve para a
carga de craqueamento catalítico de gasolina e as correntes mais pesadas
para armazenamento de óleo lubrificante.
5- Diesel Pesado de Destilação
O processamento do diesel pesado pode ser através de um
craquemaneto catalítico para obter um produto mais nobre pode ser fracionada
em uma coluna de destilação. O craqueamento catalítico e a coluna de
fracionamento são ligados numa unidade integrada.
Se ocasionar vazamento destes produtos químicos, a alta concentração
de monóxido de carbono resulta em exposições sérias. Os produtos pesados
de fundo de torres contendo hidrocarbonetos aromáticos polinucleares, são
fortes irritantes da pele e carcinogênicos em potencial.
Os riscos estão associados ao processo que está sendo utilizado, no
produto craqueado pela conservação de mercaptanos em dissulfetos pelo
tratamento com óxido de chumbo, soda cáustica saturada, cloreto cuproso ou
hipoclorito de sódio.
6- Destilado Médio
Os destilados médios e o querosene pesado são tratados na planta de
hidrotamento. A operação de hidrogenação converte os destilados em
produtos com baixo ponto de ebulição, uma ampla faixa de ebulição, pode ser
fracionada em produtos nobres.
35
7- Nafta Pesada
A unidade de reforma catalítica processa a nafta em produtos
hidrocarbonetos aromática. A refinaria usa a nafta como produto reformado
para aumentar a taxa de octanagem da gasolina, podendo ser comercializada
como matéria-prima nas indústrias petroquímicas.
Podem-se referenciar os principais riscos à saúde a exposição à
emissão fugitiva de corrente de produto contendo benzeno, tolueno e xileno
em altíssimas concentrações. Para se evitar que o catalisador pegue fogo os
serviços devem ser realizados em local inertizado. O nitrogênio é usado como
gás inerte, os gases de combustão possuem altas concentrações de monóxido
de carbono, que originam dois problemas. Um deles é a exposição óbvia a
concentrações letais de monóxido de carbono em espaços confinados. O
segundo é o potencial para a formação de cobalto e carbonila de níquel.
Digamos que os espaços confinados dentro de tanques e torres, cujos
ambientes foram inertizados, são os principais riscos à saúde.
O Tolueno pode ser encontrado em ambientes ocupacionais como
petroquímicas e refinarias de Petróleo e ambientes não ocupacionais encontrase em colas e produtos de limpeza. O tolueno é absorvido lentamente pela
pele e pelo pulmão, podendo-se encontrar no sangue e no tecido adiposo.
Pode causar distúrbio do sono cefaléia, intolerância ao álcool e o mais grave é
a irritação das vias áreas superiores.
8- Nafta de Destilação Direta
O Petróleo em ponto de ebulição baixo sai do topo de destilação
primária. O gás úmido se refere a um vapor que possui altas quantidades de
hidrocarbonetos condensáveis e alguns deles são de destilação direta na
mistura da gasolina. Os catalisadores comuns são o ácido fosfórico, ácido
36
hidrofluorídico, ou ácido sulfúrico granular. O principal risco deste processo a
saúde é a exposição ao catalisador.
Para obter um produto específico o processo finaliza envolvendo
misturas de vários produtos químicos. Pode haver exposição a vários
antidetonantes e outros aditivos na gasolina, querosene ou produtos de óleos
lubrificantes.
O produto químico Xileno pode ser encontrado nos ambientes
ocupacionais das indústrias de solventes, sendo utilizados com o tolueno,
laboratórios de patologia, borracha e resinas sintéticas. Mas quem não trabalha
nestes locais pode estar exposto a esta substância no gás de descarga da
gasolina verde, fumo do cigarro e diluentes.
As principais vias de absorção destas substâncias são as vias
respiratórias e a pele. A toxicidade aguda é a irritação dos olhos e a dermatite,
na crônica pode ocorrer à conjuntivite, irritação da pele e cavidade nasal,
excitação e logo depois vem à depressão.
9- Coque de Petróleo
O processo de fluido ou de craqueamento retardado para produzir gás
úmido é realizado através de resíduos ou produtos de fundo da unidade de
destilação à vácuo que são transferidos para o processo de craqueamento
térmico.
37
Pátio de Armazenamento e Poço de Coque (Extraído de Costa, 2009, p.62)
Com o processo finalizado o coque é cortado, primeiro com perfuratriz
mecânica e posteriormente com jato de água. Após a retirada da água, o
coque vai para o fundo de um tambor e é estocado em pilhas para ser
transportado em caminhões ou trens.
Na operação de coqueamento retardado está nas exposições ao pó de
coque, aos hidrocarbonetos aromáticos e o monóxido de carbono é onde
ocorre o principal risco a saúde.
38
CONCLUSÃO
A toxicologia tem como principal finalidade proteger a saúde da
população, permitindo que a mesma se beneficie com o progresso da época
contemporânea, que vem crescendo uma vez que o número de substâncias
químicas utilizadas no mundo vem aumentando progressivamente, no
momento atual não podemos relatar todos os produtos que utilizam derivados
do Petróleo, possuímos uma relação imensa de itens. A definição de toxicidade
é a característica de moléculas químicas e/ou composto que produz as
doenças, por que alcança pontos importantes dentro do corpo ou pele.
O papel da toxicologia é gerenciar o risco a saúde causada pelas
substâncias químicas, conseguir estudar métodos e procurar equipamentos
adequados para impedir o contato das pessoas com estes produtos tão
nocivos à saúde, identificar locais adequados para eliminar e descartar os lixos
residuais e desenvolver medidas para redução dos riscos.
Conscientizar as pessoas a terem uma melhor qualidade de vida
procurando métodos e deixar hábitos que causam danos a saúde, como
bebida alcoólicas, fumo, não permanecer em locais empoeirados, fazer mais
atividades física, deixar de ingerir gordura. Os hábitos alimentares e atividades
físicas são muito importantes para a preservação da saúde.
Este estudo foi importante para conscientizar as pessoas e os
empregadores dos danos que as substâncias causam a saúde dos
trabalhadores, população e ao meio ambiente.
Foram apontados métodos que podem ser utilizados para evitar danos
à saúde como a utilização de equipamentos de proteção individuais (EPI),
equipamentos de proteção respiratória (EPR) e a necessidade de mais
ventilação dentro das indústrias.
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALLI, Salim Amed – Dermatoses Ocupacionais – São Paulo - 2ª edição – 2009.
Disponível
em:
<www.fundacentro.gov.br/ARQUIVOS/.../l/Dermatose2ª%20ed.pdf>.
Acesso
em 22/07/2011.
BURGESS, William A. Identificação de Possíveis riscos à saúde do
Trabalhador nos diversos Processos industriais. Trad. Ricardo Baptista – Belo
Horizonte: Ergo Editora, 1997.
COSTA, Sergio Nunes. Fundamentos da tecnologia de Refino, Transporte e
Comercialização. Apostila do Curso de Gestão de Petróleo e Gás. Rio de
Janeiro: 2009. Não- Publicado
DAMATO, Prof. Dr. Murilo - Avaliação de Risco Ambiental em Indústrias
Químicas: uma abordagem toxicológica – Programa de mestrado em Sistema
Integrado de Gestão Faculdade Senac de Educação Ambiental. Disponível em
<http://www1.sp.senac.br/hotsites/arquivos_materias/I_seminario_sig/.8.pdf.>
Acesso em 15/07/2011. São Paulo.
ROSA, Professor Doutor Henrique Vicente Della- Tópicos selecionados de
Toxicologia Ocupacional - Faculdade de Ciências Farmacêuticas – USP, São
Paulo
-
2008.
Disponível
em
<http://pt.scribd.com/doc/6719399/Aula-
Toxicologia.> Acesso em 23/06/2011.
GOES, Roberto Charles Silva. Toxicologia Industrial: Um guia Prático para a
Prevenção e Primeiros socorros. Editora: Revinter Ltda, 1997.
______. Manual de Toxicologia Industrial do Refino do Petróleo. 2º edição Rio de Janeiro; PETROBRAS; 1991. 91 p. ilus.
40
MEDEIROS, Danuta – Mulheres fumantes têm risco maior de sofrer de
transtorno mental - Correio do Brasil, Ano XI - Número 4227, 7/2/2011 11:02,
Redação,
com
Agência
USP
-
de
São
Paulo.
<http://correiodobrasil.com.br/mulheres-fumantes-tem-risco-maior-de-sofrer-detranstorno-mental/210129/.> Acesso em 28/07/2011.
MEIRA, Andrea Soares – Petróleo Gás e Derivados – Apostila do Curso de
Gestão de Petróleo e Gás. Rio de Janeiro - Ano 2011. Não-Publicado
MUNHOZ, Professor João A. - Apostila de toxicologia – 2010. Disponível em
<http://www.higieneocupacional.com.br/download/tox-munhoz.pdf>. Acesso em
26/06/2011.
SUZAQUIM – Matéria de como reciclar pilhas e baterias, Reator químico 2011,
p.1
Disponível
<http://www.projetolixotecnologico.blogger.com.br/reciclagem.html>.
em 28/07/2011.
em
Acesso
41
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA
4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I
Toxicologia na Indústria do Petróleo
10
1 - Riscos Químicos na Indústria Petroquímica e
do Petróleo
10
2 - Toxicologia por Analogia
15
3 - Vias de absorção
17
4 - Reclamações Jurídicas sobre os danos ocupacionais
21
CAPÍTULO II
Toxicologia, Meio Ambiente e Saúde
1 - Causa dos danos a saúde e ambientais
22
22
CAPÍTULO III
Refino do Petróleo Bruto
28
1 - Processo de Refinarias
30
2 - Pré-tratamento do Petróleo Bruto
31
3 - Separação do Petróleo Bruto
33
4 - Resíduo Atmosférico
33
42
5 - Diesel Pesado de Destilação
34
6 - Destilado Médio
34
7 - Nafta Pesada
35
8 - Nafta de Destilação Direta
35
9 - Coque de Petróleo
36
CONCLUSÃO
38
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
39
ÍNDICE
41
Download

universidade candido mendes pós