FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA O USO DE MÍDIAS INTEGRADAS NA EDUCAÇÃO BORTOLOZZO, Ana Rita Serenato – SEED/PR [email protected] BARROS, Gílian Cristina – SEED/PR [email protected] Eixo Temático: Formação de Professores e Profissionalização Docente Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo Este trabalho apresenta um relato sobre a implementação do curso Mídias Integradas na Educação, no ano de 2009, ofertado aos professores da Rede Pública de Ensino do Paraná e realizado na modalidade a distância. O curso faz parte de um programa desenvolvido pelo Ministério de Educação (MEC) em parceria com a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR) e é viabilizado pela Coordenação de Integração de Políticas de Educação da Distância (CIPEAD) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que oferta e certifica o curso. O objetivo do curso é proporcionar formação continuada para o uso pedagógico das mídias de forma integrada aos processos de ensino e de aprendizagem para profissionais de educação. Para efetivação do processo, a equipe da Coordenação de Educação a Distância (CEaD) seleciona os professores para o curso, a partir de critérios emanados pelo MEC e ou pela Superintendência da SEED-PR e encaminha-os à CIPEAD/UFPR que é responsável pelas inscrições, organização do ambiente virtual de aprendizagem, distribuição do material didático, seleção e acompanhamento do sistema de tutoria, desenvolvimento e certificação do curso. A organização curricular do curso estrutura-se em dois ciclos: básico (CB) e intermediário (CI), tendo o primeiro seis módulos e carga-horária de 180 horas e o segundo com carga-horária de 60 horas e quatro módulos. No ano de 2009, houve duas ofertas dos dois ciclos. A terceira oferta, com início em 2009 do CB contemplou 150 professores da Rede Estadual, dos municípios indicados pelo MEC atuantes na Secretaria de Educação e na quarta oferta, no segundo semestre do mesmo ano, foram 550 professores das diversas instâncias da SEED-PR, equipes disciplinares dos Núcleos Regionais da Educação (NRE) e escolas da Rede Pública estadual. No decorrer deste texto, serão dispostos a organização das turmas e o desenvolvimento do processo, além dos resultados obtidos. Palavras-chave: Educação a Distância. Formação continuada. Formação de professores. Mídias na Educação. Introdução 836 Por meio das possibilidades decorrentes da globalização da informação e da expansão das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), a Educação a Distância (EaD) vem se expandindo consideravelmente no Brasil e no mundo, proporcionando maior apropriação de conhecimentos e democratização do ensino e da aprendizagem, em todos os níveis de educação, inclusive na formação continuada. Nesta perspectiva, as instituições educacionais estão expandindo suas ofertas, implantando cursos nesta modalidade, totalmente a distância ou na forma semipresencial, para formação inicial ou continuada. E é neste cenário que, apresentamos o que propôs a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED-PR), buscando ampliar sua política de desenvolvimento e atualização dos profissionais da educação, de 2007 a 2010, quanto a oferta de cursos de formação continuada e permanente, também na modalidade a distância. A partir do aumento na oferta de cursos de formação continuada a distância, em 2008 foi instituída a Coordenação de Educação a Distância (CEaD), que além de preparar professores-tutores para atuarem nos cursos ofertados pela SEED-PR passou a dar suporte também aos programas e ações parceiras em EaD, como aqueles demandados pelo Ministério da Educação (MEC). Dentre os cursos integrantes do programa a distância, ofertados pela extinta Secretaria de Educação a Distância (SEED) do MEC, encontra-se o curso de Mídias Integradas na Educação, que teve sua primeira oferta-piloto pela então Coordenação Estadual de Tecnologias na Educação (CETE) no estado do Paraná, em 2005, para 86 professores que atuavam como assessores de tecnologia na educação nas Coordenações Regionais de Tecnologias na Educação (CRTE). Essa formação, aberta a todos os professores da Rede Estadual, além de ser ofertada pela parceira com a União Nacional de Diretores Municipais de Educação (UNDIME), também extensiva a professores das Redes Municipais de ensino. No ano de 2009, na terceira oferta do Ciclo Básico do Curso Mídias Integradas na Educação, foram oferecidas 750 vagas, sendo 550 para a rede estadual e 200 para a municipal, e 150 para o Ciclo Intermediário, cujos resultados serão objeto desta comunicação. Educação a Distância e formação continuada na SEED-PR A EaD é definida como 837 [...] modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, envolvendo estudantes e professores no desenvolvimento de atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (BRASIL, 2005) Considera-se que o referido conceito, na atualidade, dá conta de forma simples e objetiva de expressar como a EaD está posta e vem se desenvolvendo no contexto educacional do Brasil. Proclamar que a EaD expandiu-se significativamente nas últimas décadas já não é novidade, pois é perceptível tanto o aumento de instituições ofertando cursos nesta modalidade, quanto o índice de alunos em curso e concluintes de cursos ofertados em todas as áreas. Além disso, estudos, pesquisas e reflexões acerca dos temas relacionados a essa modalidade são uma constante, nos cenários educacional e empresarial. Temas como o perfil do aluno, o papel dos docentes/tutores, o processo de ensino e de aprendizagem, a metodologia de trabalho, os recursos utilizados, o sistema de avaliação, entre outros são preocupações constantes daqueles que legislam e se utilizam desta modalidade de educação. Vários autores como Beloni (2003), Moore (2007), Litwin (2001), Pretti (1996), dentre outros, trazem o histórico de iniciativas e ações de ensino e educação a distância em tempos e espaços diferentes. Considera-se importante ressaltar que, [...] seu marco inicial foi quando a Gazeta de Boston, em 1728, publicou um anúncio sobre um curso de taquigrafia por correspondência. A partir dessa data até o final do século XIX, diversas instituições nos Estados Unidos e na Europa ofereceram cursos por correspondência. No século XX, houve um contínuo movimento de consolidação e expansão da Educação a Distância. Essa expansão da EaD no mundo só se deu com a evolução dos meios de comunicação, com o aperfeiçoamento dos serviços de correio e o avanço dos meios de transporte, os quais foram sendo inseridos progressivamente à prática da educação a distância. No Brasil, as informações de cursos na modalidade a distância datam de 1904, com o ensino por correspondência. Na época, instituições privadas passaram a ofertar cursos técnicos sem exigir escolarização anterior. Essa forma de oferta de cursos permaneceu até a metade do século XX. Outras iniciativas com fins educativos ocorreram a partir da radiodifusão, ampliando o acesso da população à educação. Entre as décadas de 60 e 70, começa a funcionar a Comissão para Estudos e Planejamentos da Radiodifusão Educativa. A partir dessa data, outras iniciativas se fortaleceram por meio da transmissão de cursos via satélite e da distribuição de materiais impressos, enviados por meio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. (BORTOLOZZO, HASPER, KAPPAUN, 2008) 838 Porém, o avanço significativo da educação a distância deu-se nas últimas décadas nas quais a expansão das TIC possibilitou maior disseminação das informações e novas estratégias de utilização para a reconstrução de conhecimentos, bem como a democratização e o acesso ao saber, a todos os cidadãos. Esse avanço favoreceu desde a criação de comunidades virtuais até a organização de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), “expressão que tem sido utilizada, de modo geral, para se referir ao uso de recursos digitais de comunicação utilizados para mediar a aprendizagem” (VALENTINI; SOARES, 2005, p. 19), proporcionando aprendizagem colaborativa, construção coletiva e novas formas de interação. Para Machado e Machado (2004, p. 1.), O surgimento das novas tecnologias da informação e da comunicação deu um novo impulso à educação a distância, fazendo aparecer, através da Internet, formas alternativas de geração e de disseminação do conhecimento. A educação a distância, antes centralizada no texto impresso, agora vai cedendo lugar para fontes eletrônicas digitais de informação, trazendo possibilidades quase inesgotáveis para a aprendizagem. Principalmente, o aprimoramento possibilitado pela integração de diversas mídias como tevê, vídeo, áudio e web contribuiu potencialmente para que as práticas de educação a distância tenham alcançados mais adeptos e melhores resultados no desenvolvimento do processo de ensino e de aprendizagem. Com efeito, a educação a distância tem favorecido sensivelmente os programas de formação continuada e atualização, demandados pela crescente necessidade de aperfeiçoamento profissional, nas mais diversas áreas de trabalho. A SEED-PR, vislumbrando novos meios de formação continuada aos seus profissionais da educação, buscou na educação a distância opções de oferta de cursos que proporcionem a participação, preparação e aperfeiçoamento em tempos e espaços diferentes, possibilitando interação, compartilhamento e construção de novos conhecimentos. No início de 2008, foi instituída a Coordenação de Educação a Distância (CEaD) como integrante da Diretoria de Tecnologia Educacional (DITEC) da SEED-PR, que era responsável pela implementação de todos os projetos e programas na área de EaD e que 839 podem ser consultados na URL.1 Anteriormente a 2008, houve ações isoladas de ofertas de cursos privilegiando momentos a distância e, inclusive, no segundo semestre de 2007 iniciaram-se, por algumas instâncias da SEED-PR, discussões e ensaios para elaboração de uma proposta de formação continuada a distância aos profissionais de educação do estado do Paraná. A partir das demandas previstas, várias propostas foram delineadas e implementadas, como: criação do ambiente virtual de aprendizagem e-escola; definição de perfis e papéis dos atores envolvidos no processo (professores-tutores, coordenadores e docentes) e sua preparação; produção de material didático; e suporte técnico para realização dos cursos planejados. Além de preparar professores-tutores para atuarem nos cursos de formação continuada na modalidade a distância, provindas das coordenações e departamentos da SEED, a CEaD era responsável por viabilizar todas as demandas e programas em parceria com o Ministério da Educação e Instituições de Ensino Superior em especializações, cursos de extensão e aperfeiçoamento nessa modalidade, como o curso Mídias na Educação, objeto de tecitura deste trabalho. O curso Mídias na Educação O curso Mídias na Educação é uma oferta do programa a distância da Secretaria de Educação a Distância (SEED) do Ministério da Educação (MEC) em parceria com Secretarias de Educação e Instituições Públicas de Educação Superior. No estado do Paraná, a Universidade Federal do Paraná (UFPR), por meio da Coordenação de Integração de Políticas de Educação a Distância (CIPEAD), é a responsável pela produção, oferta e certificação dos módulos, assim como pela seleção e capacitação de tutores. O objetivo do curso é proporcionar formação continuada para o uso pedagógico das diferentes TIC de forma integrada ao processo de ensino e de aprendizagem, para profissionais de educação, preferencialmente aos professores da rede estadual, estimulando inclusive a produção na e por meio das diversas mídias (MEC, 2009). 1 Documento norteador das Ações de Educação a Distância da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (2010). Disponível em: < é http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000015328.pdf >. 840 Segundo a CIPEAD, em 2005 foi implementada a versão piloto, on-line, no ambiente e-ProInfo, para 1.200 potenciais multiplicadores e tutores de todos os estados brasileiros. No nosso estado, de outubro a dezembro de 2005, a CIPEAD ofertou o Módulo conceitual Introdutório do programa a 86 cursistas. Em 2006, foi ofertada versão on-line do Ciclo Básico, com certificação de extensão, para 10.000 profissionais de Educação Básica do Sistema Público de Ensino, em todo o País e assim sucessivamente, nos anos seguintes. No Paraná, foram capacitados em mídias integradas um total de mais de um mil e oitocentos professores-cursistas, em quatro anos de oferta dos Ciclos Básico e Intermediário. A estrutura curricular do curso está dividida em três ciclos: básico, intermediário e avançado. No estado do Paraná, desde a primeira oferta ao final de 2005, são disponibilizados os ciclos básico e intermediário, no qual cada ciclo traz os módulos relacionados a uma mídia - TV e vídeo, informática, rádio e impressa. Ao final do estudo dos Módulos, o cursista realiza o estudo de um Módulo sobre a integração das mídias, no Ciclo Básico e, nos dois Ciclos, realiza um Trabalho Final de aplicação pedagógica da integração de mídias, sob a forma de projeto didático ou relato de prática. O curso, até o ano de 2009, possibilitou dois percursos de aprendizagem e, consequentemente, de certificação: o ciclo básico, em nível de extensão, com 120 horas de duração e o intermediário, de aperfeiçoamento, com 180 horas. Em 2010, será ofertado o Ciclo Avançado, um curso de pós-graduação lato sensu com carga-horária total de 360 horas. Ao iniciar cada ciclo, os cursistas recebem em mídia cd-room, todo o conteúdo dos módulos, que também é disponibilizado no Ambiente Virtual de Aprendizagem por meio de um link, na abertura de cada módulo. No total são seis cd-rooms referentes ao ciclo básico e quatro do ciclo intermediário. Até 2008 o AVA utilizado foi o e-Proinfo, plataforma de aprendizagem desenvolvida e disponibilizada pelo MEC às Instituições públicas. A partir do início de 2009, o curso passou a ser desenvolvido no ambiente virtual da CIPEAD/UFPR, disposto na plataforma Moodle. Metodologia de Trabalho A logo do curso mídias é representada pelas figuras 1 e 2: 841 Figura 1. Logo Mídias – versão inicial Figura 2. Logo Mídias – versão atual Cada mídia que corresponde a um módulo de estudos é representada por uma cor: Impressa, na cor laranja; Rádio, em azul; Informática, em verde; e TV e Vídeo, em Vermelho. Os módulos no Ciclo Básico estão organizados da seguinte forma: Módulo Introdutório; Módulo Mídia Impressa; Módulo Mídia Rádio; Módulo Mídia TV; Módulo Internet; e Módulo Gestão de Mídias Integradas. No Ciclo Intermediário, as quatro mídias Impressa, Rádio, TV e Internet se repetem. A organização curricular do curso Mídias na Educação é estruturada com carga-horária total de 120 horas no Ciclo Básico distribuídas em seis módulos e 60 horas no Ciclo Intermediário, distribuídas em quatro módulos. No início de cada ciclo, os cursistas recebem todo o material/conteúdo dos Módulos em cd-room. Todo o material é também disposto no ambiente, ao início de cada módulo, acompanhados de uma planilha com orientações e recomendações para os estudos. Cada módulo é dividido em etapas que dispõe de diferentes atividades para serem desenvolvidas em colaboração entre os cursistas ou individualmente. Além do material didático base do conteúdo do módulo, são apresentados textos de apoio, leituras complementares, navegação em sites na Internet, vídeos e arquivos de áudio. Os módulos são realizados totalmente a distância no ambiente virtual de aprendizagem da CIPEAD/UFPR2, na plataforma Moodle, conforme representação da figura 3. 2 Ambiente virtual de aprendizagem da CIPEAD, disponível em <http://www.cursos.nead.ufpr.br>. 842 IMPRESSO TV MÓDULO INTRODUTÓRIO RÁDIO INTERNET GESTÃO INTEGRADAS DAS MÍDIAS Figura 3. Módulos do Ciclo Básico O apoio e a orientação aos estudos são proporcionados por tutores que estão 15 horas semanais à disposição dos cursistas, tendo a função de divulgar as informações, agendar as atividades, orientá-los, promover as discussões e interações, esclarecer dúvidas, acompanhar e avaliar todas as atividades desenvolvidas. Para realização das atividades no ambiente virtual são utilizados os recursos disponibilizados pela plataforma Moodle, quais sejam: fóruns (geral, notícias, apresentação e discussões), diário, tarefa, chat, wiki e mensagens. Na avaliação, considera-se o desempenho dos cursistas a partir de critérios estabelecidos e disponibilizados ao início do curso, tais como: organização das informações, reelaborações de conhecimentos, pertinência das ideias, qualidade nas discussões e interações, elaborações pessoais, cumprimento dos prazos estipulados para realização das atividades, dentre outros. Para certificação, os cursistas necessitam realizar todas as atividades cumprindo com os critérios de avaliação estabelecidos, visando a uma avaliação formativa e contínua, considerando-se, ainda, a frequência obrigatória nas etapas presenciais, ao início e final de cada ciclo, respeitando o cronograma previsto. Ainda, ao final de cada ciclo, os cursistas precisam apresentar o trabalho final, sendo no CB um projeto de aplicação pedagógica com utilização de mídias e no CI um artigo científico/acadêmico com o relato de experiência sobre a utilização de mídias na educação. 843 Esse formato é o que veio se desenvolvendo até a quarta oferta do curso, em 2009. Porém, conforme informações do MEC, em 2010, o programa passou a ser ofertado para o mesmo público de professores das redes estadual e municipal de ensino pela Universidade Aberta do Brasil (UAB), em função das ações do Plano Nacional de Formação de Professores das Redes Públicas migrarem para a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O curso encontra-se em processo de reestruturação visando à adequação aos níveis e parâmetros da Universidade Aberta do Brasil - UAB/CAPES. As universidades responsáveis pelos conteúdos dos módulos estão adaptando-os para os novos formatos nos quais serão ofertados: um como extensão, num total de 160 horas, que deverá beneficiar professores ainda sem graduação, e outro como especialização, tendo no mínimo, 360 horas, para desenvolvimento por professores com graduação. Ainda por solicitação do MEC, o curso de especialização será montado a critério de cada IES, que no caso do Paraná continua a cargo da UFPR, por meio da CIPEAD, a partir do projeto-base e dos módulos já elaborados anteriormente (ciclo básico, intermediário e avançado) e deverá ser ofertado no início de 2010. Sendo assim, a partir do segundo semestre de 2010, o programa Mídias Integradas na Educação passou a ser ofertado dentro do sistema UAB, ou seja, por meio de Editais aos quais se submeterão as Universidade Públicas credenciadas para atuar em EaD e os pólos de apoio presencial que apresentarem demandas específicas pela capacitação em mídias integradas. Resultados e considerações finais Segundo registros da CIPEAD-UFPR, mais 2.000 professores da Rede Pública paranaense já foram qualificados pelo curso nos dois ciclos ofertados. No Paraná, de outubro a dezembro de 2005, o Núcleo de Educação a Distância da UFPR ofertou o Módulo Introdutório do Ciclo Básico (30h) a 86 cursistas, como uma experiência piloto. De setembro de 2006 a junho de 2007, o NEAD/UFPR ofertou o Ciclo Básico completo (120h) a 500 cursistas. De outubro de 2007 a agosto de 2008, 750 cursistas indicados pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED/PR) e pela União dos Dirigentes Municipais de Educação do Paraná (UNDIME/PR), receberam mais uma capacitação em nível básico, enquanto 250 cursistas concluintes do Ciclo Básico – 1ª oferta cursaram o Ciclo Intermediário. (FORMIGONI; REICH; SOARES, 2009, p. 2) 844 Das duas turmas de 2007/2008 da UFPR, do total de 750 inscritos no Ciclo Básico, 418 foram concluintes, e dos 250 inscritos no Ciclo Intermediário, 161 cursistas concluíram. Em 2009 houve duas turmas de Ciclo Básico, a primeira com 167 concluintes e a segunda, ainda em curso, com 89 cursistas ativos. As duas turmas do Ciclo Intermediário tiveram, a primeira, 305 concluintes e a segunda 180. Durante o ano de 2010 encerrando-se no início de 2011 houve a primeira oferta do Curso de Pós-graduação lato sensu em Mídias na Educação, com 10 tutores e 240 cursistas concluintes dos Ciclo Básico e Intermediário e por se tratar da primeira oferta, nesse nível, pode ser objeto de outro artigo. Acredita-se que os resultados obtidos por meio do programa vêm atingindo os objetivos propostos, pois durante os estudos e a realização do curso, os cursistas já desenvolvem atividades com o uso de mídias em suas práticas de sala de aula. Os trabalhos de conclusão de ciclo apresentam-se como projetos a serem desenvolvidos ou relatos de experiências de práticas pedagógicas com a utilização de duas ou mais mídias abordadas durante o curso. A exemplo segue o trecho de um dos trabalhos-destaque, que trata sobre "Evasão Escolar", noticiado pelo Portal Educacional do Paraná (Dia a dia Educação)3: A TV Paulo Freire esteve no dia 19 de novembro em Jataizinho, Núcleo Regional de Cornélio Procópio, para gravações do projeto escolhido como destaque pelo curso Mídias Integradas na Educação, do Ministério da Educação (MEC). O trabalho, realizado no Colégio Estadual Professor Pedro Viriato Parigot de Souza, foi desenvolvido em torno do tema Evasão Escolar. A ideia é integrar as mídias no processo de ensino, como ferramentas pedagógicas. “Além disso incentiva a permanência do aluno na escola porque a aula fica mais atrativa e interessante”, contou Aida Rosa Sábio, uma das idealizadoras do projeto. O projeto foi implantado pelos professores de língua portuguesa, sociologia e matemática, com a utilização do laboratório de Informática do Paraná Digital, da TV Multimídia. O objetivo foi incluir diferentes mídias como material de apoio às aulas e no desenvolvimento de trabalhos que envolvessem os alunos com a escola. Vislumbra-se que seja solidificada a parceria entre a SEED-PR e A CIPEAD/UFPR, com intuito de se investir na formação continuada de profissionais da educação, buscando melhorias e adequações que se fazem necessárias em todo o processo de oferta do curso, objeto do programa do MEC. 3 Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/modules/noticias/article.php?storyid=725>. Acesso em 21/12/2009. 845 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. E. B. Tecnologias e Gestão do Conhecimento na Escola. In: VIEIRA, A. T.; ALMEIDA, M. E. B.; ALONSO, M. (Orgs.). Gestão Educacional e Tecnologia. São Paulo: Avercamp, 2003. ARAUJO, S. T.; MALTEZ, M. G. L. 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