19º CONGRESSO BRASILEIRO DE PSICODRAMA “A Humanidade no século 21” OBJETOS INTERMEDIÁRIOS: O USO DE ÍCONES NO PSICODRAMA FERNANDO BOTTO LAMOGLI DENISE FERREIRA Resumo:Este artigo aborda a utilização de ícones como objetos intermediários no psicodramacomo facilitadores do contato com o paciente. Para fundamentar o artigo, analisou-se o que caracteriza um objeto intermediário, o emprego de recursos lúdicos no psicodrama e a perspectiva de simbolização de linguagem por objetos. Palavras-chave: Psicodrama, Objeto Intermediário,Recursos Lúdicos, Ícones. INTRODUÇÃO O uso de objetos intermediários em psicologia é frequente e sua aplicação não se limita a uma única abordagem. O emprego de marionetes, bonecos, fotografias, almofadas e ícones na relação terapêutica representa uma possibilidade de aplicação prática do conceito de objeto intermediário.Os ícones, quando referidos nesse artigo, representam objetos de variados tamanhos, formas, texturas e cores sem um significado imediato em si, como é o caso de peças de encaixe estilo "lego", bem como cubos, esferas e barbantes, dentre outros. O emprego de objetos intermediários numa sessão psicoterapêutica representa uma alternativa à comunicação exclusivamente verbal.Castanho (1995) define o objeto intermediário como qualquer objeto que funcione como facilitador do contato entre duas ou mais pessoas: (...) uma bexiga, uma folha de jornal ou um barbante que servem para intermediar a comunicação são veículos da expressão do afetos. (...) Possibilita um distanciamento que relaxa o campo relacional (Castanho, 1995, p.32). No psicodrama, Rojas-Bermúdez (1977) foi o pioneiro no estudo que propôs as oito características de objetos para serem considerados intermediários: existência real e concreta, inocuidade, maleabilidade, transmissibilidade, adaptabilidade, assimilabilidade, instrumentabilidade e identificabilidade. O emprego de objetos intermediários como possibilidade de se fazer a tradução simbólica de conhecimentos foi tratado por Romaña (1987). Na avaliação final de uma disciplina, a educadora solicitou ao grupo uma montagem com papelão, cartolina, fios, varas, bolinhas de madeira, dentre outros materiais, que representasse os conteúdos do exame e que servisse de apoio para a explicação dos conhecimentos teóricos. Com essa experiência, a autora percebeu a possibilidade de “simbolizar um conceito a partir da associação de imagens significativas para a própria pessoa” (Romaña, 1987, p.18). Há diversas possibilidade de uso de objetos intermediários em psicoterapia. Numa delas, pode o psicólogo apresentar ao paciente um conjunto de objetos, dentre eles, almofadas, palitos de madeira, cubos e esferas de metal, barbante, etc. e pedir que escolha um ou mais objetos que o represente de alguma maneira e, em seguida, pedir que justifique a escolha feita.O emprego de técnicas em trabalhos terapêuticos para proporcionar expressão simbólica de conteúdos pode se dar por uma via lúdica, como ocorre por meio da modelagem de argila, bem como de desenhos, jogos e do uso de ícones (Bozza, 2001). Os ícones mencionados por Bozza, tem sua origem grega eikon, que significa imagem ou reflexo. Esse conceito já se encontra em Platão, ao se referir a sua teoria da arte, quando se remete ao universo visível como eikon do universo inteligível, ou ao tempo como imagem da eternidade (Peters, 1974). As imagens sacras simbolizam algo que não está presente e esta relação simbólica é preservada quando se utilizam os ícones como objetos intermediários na psicologia. Conceitualmente, os ícones encontram fundamentação na semiótica, como estudo dos signos. Com o propósito de delimitar a amplitude do termo “ícone”, neste trabalho, ele será empregado para designar objetos físicos que se enquadrem nos requisitos de objetos intermediários propostos por Rojas-Bermúdez (1977) e que podem ser exemplificados por peças de acrílico, madeira ou metal, de variados tamanhos e formas, sementes, cacos de vidro, etc. Por meio de uma montagem com esses objetos, o paciente pode encontrar um modo de se expressar que facilite o seu processo de comunicação, quer pela abordagem lúdica em tese despertar menos defesas, quer por permitir a expressão de elementos não-verbais que podem ser captados pelo psicoterapeuta no processo. Compreender teoricamente em que consiste um objeto intermediário e embasar tal relação contribui para o desenvolvimento científico do tema, uma vez que é utilizado e reconhecido o emprego de recursos lúdicos em psicoterapia como forma 2 de atingir as finalidades desejadas numa relação psicoterapêutica. Segundo Cukier (1992), o emprego de recursos lúdicos pode auxiliar o paciente a recorrer com menos intensidade a mecanismos de defesa mais regressivos. Uma das abordagens de utiliza recursos lúdicos – dentre eles os ícones –, é o psicodrama que, dentre as técnicas que utiliza, emprega almofadas em algumas dramatizações, tanto em psicoterapia de grupo quanto na bipessoal, algo que remete ao uso desse recurso como objeto intermediário.Vários autores mencionados neste trabalho,dentre eles Rojas-Bermúdez (1977), Dias (1987, 1994), Cukier (1992), Bustus (1975, 1985, 2005), Kaufman (1978), Perazzo (1994, 2010), Menegazzo, Tomasini & Zuretti (1992), Romanã (1987, 2004) fundamentam seus estudosna abordagem psicodramática, abordagem que nasceu no dia 1º de abril de 1921 e teve como seu fundador Jacob Levy Moreno, médico romeno que encontrou, no teatro espontâneo, uma perspectiva de criar um método que proporcionasse uma psicoterapia de grupo que se pautasse na ação, algo que transporia a abordagem meramente analítica e verbal. Assim, o psicodrama passou do tratamento do indivíduo isoladamente para este nos grupos e dos métodos verbais para os de ação (Moreno, (1946/2008). O uso de objetos intermediários não se limita ao contexto de psicoterapia, conforme anteriormente mencionado. Elena Bustuscitou uma aplicação socioeducacional de peças como recurso didático, descrevendo e aludindo a perspectiva de representação simbólica do mesmo: Outro recurso didático são peças de acrílico transparente de várias cores; as formas são duas: cilindros ocos com bordas dentadas e placas lisas com encaixes. Podem encaixar-se umas nas outras, o que permite realizar infinitas construções. O material de que estas peças são feitas e suas cores possibilitam o livre jogo da fantasia e a abstração, por isso as utilizamos fundamentalmente para representar imagens simbólicas(Bustus,2005, p.152). Psicoterapeutas que utilizam recursos como as peças de acrílico transparente para montagens frequentemente as mantêm armazenadas em recipientes de variados tamanhos, desde um pequeno estojo, a sacos e caixas utilizadas para transporte entre ambientes. No IX Congreso Iberoamericano de Psicodrama - Construyendo redes desde el sur del sur (Buenos Aires, 2013), um dos trabalhos apresentados, intitulados La caja de iconos, apresentou uma caixa nas dimensões de uma caixa de sapatos, com cerca de trinta diferentes objetos, com cores, texturas e formatos diferentes, cada um com pelos menos dez exemplares, totalizando ao menos trezentos ícones para a aplicação executada em grupo (Ferreira & Lamoglia, 2013). 3 A questão que aqui se coloca é: de que forma o psicodrama embasa a aplicação de objetos intermediários em psicoterapia? A metodologia de revisão bibliográfica utilizada neste trabalho tem por objetivo conhecer esta aplicação, levando-se em consideração as contribuições de outras áreas de conhecimento relativas ao tema. Dessa forma, o presente trabalho expõe a seguir a fundamentação teórica a partir da base psicodramática e demais contribuições teóricas de outras áreas da psicologia e da semiótica.A opção por referenciar o estudo no psicodrama se dá pelo emprego do termo “objeto intermediário” ter sido inaugurado por Rojas-Bermúdez, autor referenciado por J.L.Moreno como precursor do psicodrama e da psicoterapia de grupo na América Latina (Rojas-Bermúdez, 1977).As considerações finais foram feitas em atenção à perspectiva de uso dos objetos intermediários no método psicodramático. DESENVOLVIMENTO DO TEMA Objetos intermediários O uso de objetos intermediários no psicodramaé referenciadonadécada de 1970, período em que Arthur Kaufman propôs a utilização de um estojo psicoterapêutico como possibilidade de abordagem em psicodrama bipessoal. Tal estojo era composto por uma variedade de brinquedos, dentre eles, bonecos de figuras humanas. A representação de figuras internalizadas através dos brinquedos, bem como a expressão de fatos e sentimentos de difícil verbalização e reconhecimento são possíveis no uso dessa técnica psicodramática. O emprego de recursos lúdicos pode auxiliar o paciente a recorrer com menos intensidade a mecanismos de defesa mais regressivos, isso porque Kaufman considera que esta maneira de trabalhar os problemas é mais inofensiva (Cukier, 1992). A variedade de brinquedos do estojo de Kaufmanera empregada no sentido de proporcionar uma comunicação entre protagonista e diretor, alternativa à abordagem da verbalização direta. O emprego de brinquedos, na ótica de Rojas-Bermúdez, cumpriria uma função de representar simbolicamente conteúdos do paciente. Para descrever esta representação, utilizou a expressão objeto intermediário. Este termo (...) está vinculado à experiência realizada com marionetes em psicóticos crônicos, com o fim de atrair a atenção dos mesmos, durante as sessões de psicodrama. (...) descobri que o efeito produzido pelas marionetes não se reduzia simplesmente ao fato de cativar a atenção, mas era também um valioso elemento para a comunicação (Rojas-Bermúdez, 1977, p.92). 4 Rojas-Bermúdez descobriu que o emprego de marionetes possibilitava respostas não obtidas quando o contato era feito diretamente de pessoa a pessoa. Assim, o uso de uma marionete, despida da característica humana, passava a ser um objeto inócuo aplicado no contexto psicodramático. A marionete, considerada como um objeto intermediário, proporcionou a expressão de conteúdos do paciente sem provocar reações de alarme. Numa das aplicações, Rojas-Bermúdez (1977) constatou que o protagonista conseguiu assumir, por intermédio das marionetes, “o papel que pessoalmente não pôde fazer” (p. 99). Na percepção de Castanho (1995), “oobjeto intermediário possibilita um distanciamento que relaxa o campo e com isso há um enriquecimento das distinções e, portanto, das relações” (p. 32). Para ser considerado objeto “intermediário”, não basta a mera existência real e concreta. Os requisitos que qualificam um objeto para ser intermediário são oito, conforme propôsRojas-Bermúdez: 1. Existência real e concreta 2. Inocuidade. Que não desencadeie “per se” reações de alarme 3. Maleabilidade. Que possa ser utilizado à vontade em qualquer jogo de papéis complementares 4. Transmissibilidade. Que permita a comunicação por seu intermédio, substituindo o vínculo e mantendo a distância. 5. Adaptabilidade. Que seja adequado às necessidades do indivíduo. 6. Assimilabilidade. Que permita uma relação tão íntima, que o indivíduo possa identificá-lo por si mesmo. 7. Instrumentalidade. Que se preste para ser utilizado como prolongamento do indivíduo. 8. Identificabilidade. Que possa ser reconhecido imediatamente. (RojasBermúdez, 1977, p.100) O emprego de objetos intermediários reduz a possibilidade do paciente levantar suas defesas e constituir um“si mesmo expandido”. Assim, o limite psicológico da personalidade protege o “si mesmo” do protagonista e os estados de alarme proporcionam uma expansão desse limite, dificultando a vinculação dos papéis com o mundo exterior. O objeto intermediário reduz o estado de alarme (Rojas-Bermúdez, 1977) Uma das possibilidades de se empregar objetos intermediários é por meio de ícones, considerados, para esse artigo, como objetos físicos que satisfaçam os 5 requisitos propostos por Rojas-Bermúdez (1977), dentre os quais, peças de encaixe de plástico, esferas, cubos, pedaço de barbante de cores e tamanhos variados, etc. Para se compreender os ícones conceitualmente, encontramos fundamentação nasemiótica, que aponta sua origem no termo grego semeion,“signo”. Charles Sanders Peirce, conceituado cientista, matemático, historiador e filósofo é considerado o fundador da moderna semiótica. Ele propôs os três tipos de signos: ícone, índice e símbolo (Peirce, 2000). Signo pode ser entendido como algo que representa outra coisa, qual seja: o seu objeto. O ícone, um dos tipos de signo, se refere ao objeto em razão de sua aparência, sem necessariamente se constatar similaridade física entre o signo e o objeto representado. As qualidades formais do signo se assemelham às do objeto e, decorrente disso, uma vez diante do ícone, a mente experimenta sensações como se estivesse diante do objeto (Peirce, 2000).O terreno da semiótica é arenoso e as discussões teóricas nela travadas são de elevada complexidade. A adoção do termo ícone consagrou-se pelo uso, principalmente por psicólogos e pedagogos. Na psicologia cognitiva, os ícones são compreendidos pela capacidade de referenciar algo: “Símbolos que se parecem de algum modo com seus referentes são denominados ícones” (Sternberg, 2010, p. 305). Conforme já mencionado, o emprego de objetos intermediários na psicologia é comum a várias linhas teóricas. Encontram-se formas variadas de buscar a expressão simbólica de conteúdos do paciente que contribuem para o desenvolvimento da relação psicoterapêutica.Uma técnica, de utilização da argila como recurso lúdico de aplicação psicoterapêutica, foi desenvolvida por Bozza (2001).O objetivo do emprego da técnica é proporcionar a expressão simbólica de conteúdos do paciente, algo que a autora reconhece ser possível por meio de outras técnicas, dentre elas: o desenho, o brinquedo, o jogo e os ícones (Bozza, 2001). A fundamentação teórica da técnica de emprego de argila, proposta por Bozza centra-se na psicanálise e, dada a característica da argila representar conteúdos simbólicos do paciente, a sua aplicação preenche os requisitos de objeto intermediário propostos por Rojas- Bermúdez. A autora assim descreve o funcionamento da aplicação da técnica, organizada e proposta como método: “(...) por meio desse método, o paciente projeta os seus conteúdos e posteriormente lhe dá uma forma pessoal ao poder falar dela e expressar o que lhe parece e significa”(Bozza, 2001, p.16). A proposta de Bozza remete a uma aplicação lúdica da argila, a exemplo do que ocorreu com as marionetes de Rojas-Bermúdez. A abordagem lúdica em psicoterapia é reconhecida em diversas linhas da psicologia. No caso clássico do 6 pequeno Hans, Freud formulou hipóteses de aspectos fóbicos relacionados a um olhar psicanalítico sobre as brincadeiras da criança (Freud,1909/1989). Anos mais tarde, ao observar o seu neto de 18 meses de idade, Freud descreveu o ato de brincar e atribuiu possíveis interpretações a esse ato em “Além do princípio do prazer” (Freud, 1920/1989). A criança, fazia um movimento de jogar um carretel de madeira amarrado a um cordão para fora de seu campo visual e de puxá-lo, tornando-o novamente visível. A cada movimento de desaparecimento e reaparecimento do carretel, a criança pronunciava um “ó” e um “dá”, respectivamente. O ato de brincar representaria um deslocamento dos medos, angústias e raiva da criança para o meio externo por meio da ação (Freud, 1909/1989). Melanie Klein comparou o ato de brincar da criança às associações livres no adulto. No caso Fritz, a autora observou seu próprio filho e evidenciou que aquilo utilizado na brincadeira era entendido como expressão simbólica dos conflitos e, por conta disso, passível de interpretação (Klein, 1955/1991). Segundo ela, "a criança expressa suas fantasias, seus desejos e suas experiências reais de um modo simbólico, através da brincadeira e jogos” (Klein, 1932/1997). A perspectiva de objetos intermediários referirem, simbolicamente, a características de interesse psicoterapêutico,remete à maneira como o psicodrama concebe o inconsciente.Almeida (2012) abordou o inconsciente no psicodrama e discutiu a complexidade conceitual e as suas diversas perspectivas de abordagem. Para ele, inconsciente poderia ser estudado sob diversos ângulos: [...] o instintual da biologia, o neurocibernético, o desconhecido de nossa subjetividade, o das instituições, os histórico-social? Ou, então, o das intensidades, de Liebniz, o das multidões de Le Bon, o espiritual de Viktor Frankl, o antropológico, de Lévi-Strauss, o da presença-ausência de Santo Agostinho, o isso, de Groddeck, o arquetípico de Jung, o maquínico, de Guattari. E, também, o poético dos devaneios românticos, o da semiótica, o da linguística, o das potencialidades da vida intencional, da fenomenologia husserliana. Ou, ainda, o inconsciente 'profundo' das escolas esotéricas e o inconsciente “subliminar” da manipulação da mídia (Almeida, 2012, p. 111-112) O autor também menciona os inconscientes de Wilhelm Reich, bem como o sensorial de Moreno e de Charcot e Freud. Além de tais figuras, destaca, ainda, os inconscientes pesquisados por psicodramatistas brasileiros, dentre os quais estão Fonseca Filho, Volpe e Naffah Neto.Na concepção psicodramatista, trazida no Dicionário de Psicodrama e Sociodrama, considera-se que“(...) em qualquer vínculo 7 haverá, paralelamente, um vínculo consciente aparente para os dois integrantes do mesmo e um nexo de inconsciente para inconsciente, criado por intermédio das experiências compartilhadas” (Menegazzo, Turazini & Zuretti, 1992, p.56). As contribuições da psicanálise freudiana são preciosas para se compreender o inconsciente no psicodrama, pois existem pontos de convergência entre as abordagens: Na prática psicodramática, mantendo método próprio, sem 'trombar'com o método psicanalítico, atinge um vasto campo da compreensão humana comum a essas duas propostas de conhecimento. Trata-se de cuidar não do que está recalcado pela censura intrapsíquica, mas do que está no interpsíquico (préconsciente/consciente), reprimido por imposições sociais ou oprimido por pressões políticas (sentido amplo) e sem poder vir à luz da inter-relação humana, permanecendo escamoteado no jogo relacional (Almeida, 2012, p. 116-117). Ao caracterizar o inconsciente intrapsíquico, Almeida (2012) usa a expressão “sei, mas não sei que sei” e, em referência ao segmento indizível da alma, relativo ao interpsíquico, assinala “sei, mas não posso deixar saber que sei”. A complexidade daquilo que é passível de ser comunicado não apenas pela verbalização, mas também pelas diversas possibilidades simbólicas, algumas delas possibilitadas pelo emprego de objetos intermediários, é imensa: Quanta coisa oculta nesse reservatório emocional imenso: as perversões, a vontade de transgredir, a mentira, o subterfúgio, a simulação, a dissimulação. A inveja que não permite o agradecimento e o ciúme que cria a suspeita. A ambivalência das emoções e a ambiguidade das decisões coibidas. Também as ideias confusas que atravancam a cabeça, as angústias que atingem o coração, as tensões que contorcem a musculatura e o contentamento que jubila o espírito. As lendas e mitos da família, guardadas no fundo da memória, os sentimentos de encanto, ternura e amizade, e também os de luto, pesar, saudade e perdas. As gostosas lembranças da infância, as rupturas afetivas dos vínculos e, por vezes, o abandono e a separação precoce. E as humilhações, os segredos (ah... os segredos!), os ressentimentos, os fracassos e a raiva contida. Igualmente, o sucesso a festa, o divertimento e as louvações.A aspiração do poder. O anelo do saber. Os sonhos de felicidade. O 8 desejo de serenidade. A religiosidade envergonhada. A postulação política acanhada (Almeida, 2012, p.117). A compreensão do inconsciente no psicodrama parte, segundo Almeida (2012), do inconsciente proposto por Freud e o emprego de objetos intermediários possibilitam o acesso a tais conteúdos numa via alternativa à abordagem verbal. O Objeto Intermediário e Linguagem A linguagem pode ser caracterizada de maneiras distintas dependendo da abordagem empregada para tal finalidade. Entretanto, há propriedades específicas da linguagem que podem formar um consenso acerca de suas propriedades, adotando-se uma conexão entre a linguística e a psicologia cognitiva: A linguagem é, especificamente: 1.Comunicativa: A linguagem permite que nos comuniquemos com uma ou mais pessoas que a compartilham; 2.Arbitrariamente simbólica. A linguagem cria uma relação arbitrária entre um símbolo e seu referente: uma ideia, um objeto, um processo ou uma descrição; 3. Estruturada regularmente: A linguagem possui uma estrutura; somente arranjos de símbolos configurados especificamente possuem significado, e arranjos diferentes resultam em significados distintos; 4. Estruturada em níveis múltiplos: A estrutura da linguagem pode ser analisada em mais de um nível (por exemplo, em sons, em unidades de significado, em palavras, em frases); 5. Gerativa e produtiva: A linguagem, dentro dos limites de estrutura linguística, pode gerar novas formas de expressão. As possibilidades para a criação destas novas formas é virtualmente ilimitada; 6. Dinâmica: As línguas evoluem constantemente(Sternberg, 2010, p. 304). O emprego de objetos intermediários como recurso psicoterapêutico representa uma forma de linguagem que possui um forte componente de arbitrariedade simbólica do paciente. E esta relação, entre o que o objeto intermediário possa representar para ele, deve ser investigada no âmbito de sua individualidade. Por esta razão, a escolha de uma almofada maior para representar um familiar, terá significados diferentes para cada paciente, pois a dinâmica de cada família atribuirá conteúdos diferentes representados na almofada Nesse caso, a simbologia não pode ser presumida ou 9 inferida pelo terapeuta. O autor distingue aquelas simbologias que são de significados comuns aos interlocutores, como a representação de uma placa de trânsito que indica uma via preferencial: Nos comunicamos por meio de nosso sistema compartilhado de referência simbólica arbitrária para objetos, ideias, processos, relações e descrições. A natureza arbitrária do sistema alude à falta de qualquer razão para a escolha de determinado símbolo. Realmente, todas as palavras são símbolos. Um símbolo, neste contexto, é algo que representa, indica ou propõe alguma outra coisa. Refere-se, aponta para ou alude a um processo, uma coisa ou uma descrição específicos, como professor, divertir ou brilhante (Sternberg, 2010, p.305). Os símbolos têm o poder de referir objetos, ideias e descrições de algo que não está presente, bem como de representar algo intangível e até mesmo referenciar aquilo que não existe. A capacidade humana de simbolizar de maneira arbitrária e única levou o homem a criar modelos matemáticos que representam um universo que se tornou inteligível graças à possibilidade de estabelecermos referências simbólicas arbitrárias (Sternberg, 2010). Portanto, a linguagem pode se expressar por diversas vias e os símbolos visuais conferem a ela outra faceta de suas características arbitrárias. Vincular um símbolo escrito a uma ideia, objeto ou descrição mais uma vez representa uma relação que somente torna possível o compartilhamento a partir do pressuposto de que um grupo reconhece tais representações simbólicas como aquilo que pretende-se representar. Objetos Intermediários como Egos-Auxiliares O ego-auxiliar é um dos cinco instrumentos do psicodrama necessário à compreensão do processo interpessoal que ocorre no cenário, bem como representa um veículo para o tratamento (Menegazzo, Tomasini & Zuretti, 1992p.77).A ideia original de Moreno relativa aos egos-auxiliares, se refere a atores que representam percepções dos papéis internos ou figuras que dominam o mundo dos pacientes. “Os egos-auxiliares são atores que representam pessoas ausentes, tal como aparecem no mundo privado do paciente” (Moreno, 1946/2008, p.42) Não há um consenso relativo à possibilidade de se caracterizar os ícones como egos-auxiliares no psicodrama. Dias (1987) defende a possibilidade de uso de almofadas e blocos de espuma como egos-auxiliares no psicodrama bipessoal: 10 O psicodrama bipessoal é o atendimento do cliente somente pelo terapeuta onde o processo psicoterapêutico se desenvolve na relação dois a dois e as dramatizações são feitas utilizando-se de almofadas ou blocos de espuma no lugar dos egos-auxiliares e o terapeuta, frequentemente, que entra com sua voz, com parte do seu corpo ou às vezes de corpo inteiro no lugar dos personagens do mundo interno do cliente(Dias, 1987, p.87). Almofadas e espumas podem servir como ícones e, portanto, como objetos intermediários. Ocorre que, à luz de Moreno, a caracterização de ícones como egosauxiliares seria obstaculizada pela impossibilidade deles cumprirem as funções para tanto: Na situação psicodramática, o ego-auxiliar tem duas funções - a de retratar papéis e a de guia. A primeira função é a de retratar o papel de uma pessoa requerida pelo sujeito; a segunda função é a de guiar o sujeito, mediante o aquecimento preparatório, para as suas ansiedades, deficiências e necessidades, com o objetivo de orientá-lo no sentido da melhor solução de seus problemas. (Moreno, 1946/2008, p.109) As considerações de Dias (1997)aparentemente se contrapõem à caracterização do ego-auxiliar de Moreno, pela característica essencial deste ser uma função necessária e inerentemente humana. Embora possa se considerar os ícones como representantes simbólicos do mundo interno do paciente, eles (ícones) não se expressam por si só. Por serem objetos inanimados, carecem de uma fala do paciente, único capaz de dar sentido à sua montagem, em regra, por meio da oralidade. Uma possibilidade de se harmonizar os autores seria a de adotar o termo egoauxiliar icônico para se diferenciar este de seu semelhante, qual seja: o ego-auxiliar ator de Moreno. Enquanto o ator é capaz de captar sentimentos do paciente, os ícones meramente simbolizam, por meio de concretização, partes de seu mundo interno, ao indicar conteúdos, elementos, estruturas de funcionamento e de organização de forma simbólica. O ego-auxiliar icônico é mudo e a habilidade do psicólogo de conduzir a sessão por meio de instruções e de questionamentos dirigidos ao paciente para que esclareça características da sua montagem é fundamental. Os ícones numa montagem estão impregnados de conteúdos simbólicos do mundo interno do paciente e podem representar tanto pessoas ausentes quanto situações, sentimentos e tudo o que for possível concretizar. Enquanto os atores dependem de um treino específico no papel de egos-auxiliares, os ícones, como 11 objetos inanimados, podem cumprir a função de objeto intermediário, mas dependerão da verbalização do paciente. Sem que o paciente verbalize sobre a sua montagem, uma tentativa de interpretação do que vê por parte unilateral do psicólogo seria um exercício da inferência, algo que não coaduna com os pressupostos do desenvolvimento científico e ético da psicologia.Nada substitui os atores naturais ou preparados. Sergio Perazzoretrata esta questão com maestria: "Ninguém vai me convencer que almofada é mais plástica que uma pessoa. Almofada não se mexe, não fala, não pensa, não sente." (Perazzo, 2010, p.152) Por mais que um objeto intermediário possa trazer significativos conteúdos do paciente para serem trabalhados num processo psicodramático, nada substitui um ego-auxiliar humano preparado para o desempenho de seu papel. Espontaneidade, Aquecimento e Ícones A espontaneidade se refere a um estado de prontidão para que o sujeito apresente uma resposta a uma dada situação. Segundo Moreno (1920/1992, p.152), a espontaneidade "É uma condição – um ajustamento – do sujeito, uma preparação do mesmo para uma ação livre” (Moreno, 1920/1992, p.152). A espontaneidade pode ser considerada como “(...) uma espécie de inteligência que opera aqui-e-agora, hic et nunc” (Moreno, 1946/2008, p.37). Frequentemente a espontaneidade é relacionada à situação em que o indivíduo é desafiado a dar uma nova resposta, com certa adequação, a uma nova situação, ou à de dar uma resposta, em certa medida nova, a uma situação conhecida. Tanto o terapeuta quanto o paciente devem estar suficientemente aquecidos para que possam trazer à tona as suas respectivas espontaneidades. Numa dramatização, o aquecimento também serve para que surja o protagonista. Dessa forma, nas situações de vida em que as pessoas são obrigadas a agir diante de algo novo e inesperado, são convidadas a improvisar. A mobilização para dar forma à resposta nova necessita de um transformador e catalisador: a espontaneidade. (MORENO, 2008). Para uma dramatização – tanto com o emprego de ícones quanto sem eles – é indispensável a fase de aquecimento. “É a primeira etapa de toda sessão de psicodrama, assim como de qualquer outro procedimento dramático (sociodrama, jogos de papel etc.)” (Menegazzo, Tomasini & Zuretti, 1992 p.21). O aquecimento pode ser representado pelo conjunto de procedimentos aplicados para que o indivíduo seja preparado para a ação. Rojas-Bermúdez (1977), traz uma analogia para os dois tipos de aquecimento: o inespecífico e o específico: um 12 atleta, ao fazer uma breve caminhada e alongamentos, estará fazendo um aquecimento inespecífico e quando passa a estimular os músculos envolvidos na ação específica, como se simulasse um lançamento de dardos, passa ao aquecimento específico. O emprego dos ícones no psicodrama é precedido do aquecimento inespecífico. As montagens são feitas a partir de uma consigna aberta ou fechada que orienta as escolhas icônicas conscientes ou não feitas pelo protagonista. A verbalização da consigna pelo diretor marca uma passagem que, conforme os rumos seguintes, poderá caracterizar a montagem tanto como uma fase de aquecimento específico quanto uma dramatização icônica. Este tema merece algumas reflexões. Reportemo-nos às marionetes de RojasBermúdez, que propôs a expressão“objeto intermediário”. Para ele, os objetos intermediários são utilizados como estímulos para trazer à tona aspectos inconscientes ou condutas conflituais evitadas, conforme o papel em ação (RojasBermúdez, 1977). Na aplicação das marionetes, objetiva-se um aquecimento específico para a dramatização: “O Diretor faz intervir, inicialmente, as marionetes e, em seguida, os Egos Auxiliares. As marionetes são, deste modo, um "objeto intermediário", que facilita a dramatização e o contato médico-paciente” (RojasBermúdez, p.42, 1977). As marionetes servem, portanto, para a etapa de aquecimento específico, o que não se confunde com o processo de aquecimento. O processo de aquecimento é mantido durante toda a dramatização e quando ocorrem situações que levam ao desaquecimento do protagonista, ele trava e sai do papel. Rojas-Bermúdez utilizou com maestria as marionetes em situações em que o protagonista desaqueceu e saiu do papel durante uma dramatização, o que se nota quando este elabora, durante o auge da sessão algo como “e agora? continuo respondendo ele? [referindo-se ao egoauxiliar]”. Neste momento, empregar qualquer recurso ao alcance do diretor para manter o aquecimento pode representar a salvação da dramatização. O ponto em questão é se o emprego das marionetes neste momento específico e a continuidade da dramatização com elas ao invés dos egos-auxiliares encarnados caracterizam tecnicamente uma dramatização, pela força simbólica que os objetos intermediários exercem na relação entre o protagonista e suas representações. As marionetes agem "como se" e produzem efeitos no mundo interno do protagonista representam uma verdadeira dramatização, como ocorre, mutatis mutandi, com uma montagem icônica. Os ícones preenchem os requisitos propostos por Rojas-Bermúdez para serem objetos intermediários, o que permite admitir que ícones podem servir tanto como um recurso de aquecimento quanto como de dramatização. 13 O aquecimento prepara a dramatização. Ela o ápice da sessão que visa uma reconstituição da realidade vivida. Na ação, é possível identificar os papéis vividos pelo protagonista que resultam da interação de suas estruturas fisiológica, social, econômica e cultural (Naffah Neto, 1979).O aquecimento pode ser desencadeado por diferentes estímulos, que são os iniciadores. Bustus (1985) propõe que os iniciadores podem ser corporais, emocionais e ideativos. Os iniciadores corporais são aqueles direcionados ao movimento e às tensões do corpo. Os emocionais deflagram sentimentos e emoções e os chamados ideativos se referem às reconstruções mentais da cena dramatizada. Os iniciadores, embora sejam apresentados dessa forma por Bustus, possuem outras classificações propostas por outros autores, dentre eles Almeida (2012) e Naffah Neto (1979). Quando um iniciador está em ação, os outros também estão. A classificação em corporal, emocional e ideativo é feita por motivos didáticos pois, na prática, quando o diretor toma a iniciativa de acionar um determinado iniciador, acaba por deflagrar a ocorrência de todos simultaneamente (Perazzo, 2010). O aquecimento não é um processo mecânico, mas representa antes um esforço de abertura à situação, onde todos os sentidos funcionam como iniciadores, no sentido em que 'iniciam' o indivíduo nas próprias transformações e novidades da realidade na qual está inserido. Assim, pois, poderíamos dizer que o iniciador fundamental é a própria percepção, como via de abertura ao mundo, onde os vários processos que se seguem tais como imaginação, memória, pensamento e expressões verbais estão sempre determinados pela maneira como a percepção reconquista e penetra a realidade, ou seja, pela colocação do corpo frente a um espaço e um tempo determinado. (Naffah Neto, 1979, p.66). Os ícones representam uma possibilidade de concretização de partes do mundo interno do protagonista. Ao dramatizar com eles, acionam-se iniciadores fundamentalmente ligados à percepção ideativa. Uma vez aquecido, o protagonista assume um papel específico e tem início a dramatização, seja por meio de egosauxiliares humanos ou por egos-auxiliares icônicos, explorando-se a própria montagem como eixo-central da dramatização. A espontaneidade, assim como a criatividade e o aquecimento são conceitos fundamentais para a compreensão dos iniciadores. (Perazzo, 2010). Depois de ter escolhido um punhado de ícones da caixa, o foco do paciente passa a ser direcionado, de modo consciente ou não, à adequação de cada peça a ser posicionada num diálogo interno que compara os ícones a aquilo que se pretende representar dramaticamente “como se”. “O „como se‟ é o universo que tenta indicar a 14 realidade através do imaginário dramaticamente representado” (Menegazzo Tomasini & Zuretti, 1992, p.58) CONSIDERAÇÕES FINAIS O emprego de objetos intermediários em psicoterapia pode ser constatado em diversas abordagens, das quais foram mencionadas nesse trabalho a psicanálise (Klein, 1932; Bozza, 2001) e o psicodrama (Rojas-Bermúdez, 1977; Cukier, 1992; Kaufman, 1978). Nesta última foram referenciados os estudos desse artigo, que contou também com contribuições da semiótica, que apresentou conceitos de símbolos, ícones e índices (Peirce, 2000) e da psicologia cognitiva, relativamente à linguagem (Sternberg, 2010). O emprego de objetos intermediários no psicodrama deve preceder de um correto aquecimento, tanto do inespecífico quanto do específico, para que seja possível uma dramatização rica em conteúdos simbólicos que poderão ser resgatados na fase de compartilhamento. A questão abordada relativa à possibilidade dos ícones se constituírem egosauxiliares, à luz do pensamento moreniano, é negativa. De fato, o termo ego-auxiliar pressupõe uma pessoa, um ator preparado para desempenhar tal função, em concordância com o pensamento de Perazzo (2010). No entanto, a construção de Dias (1987) permanece válida no sentido de que as almofadas e espumas possibilitam a comunicação de algo que se concretiza na montagem confeccionada pelo protagonista. Daí a perspectiva de se propor que se utilize, no caso dos ícones, o termo ego-auxiliar icônico, para se distinguir daquele preceituado por Moreno (1946/2008). Dentre as possibilidades de emprego de objetos intermediários no psicodrama, foram destacados os ícones, sendo estes objetos físicos que preenchem os requisitos propostos por Rojas-Bermúdez.Os objetos intermediários materializam uma condição da comunicação de utilizar algo para representar outra coisa, a exemplo do que ocorre com muitos símbolos, conforme Sternberg (2010). A perspectiva de se empregar recursos como os ícones em psicodrama refere a um aporte conceitual que compreende uma aplicação embasada na ação, obtida por meio de um aquecimento adequado, com os iniciadores adequados. Desde o emprego das marionetes de Rojas-Bermúdez (1977) e do estojo de ícones de Kaufman (1978), o uso de recursos alternativos à abordagem puramente verbal em psicoterapia vem se mantendo e é importante que o desenvolvimento de métodos, como o da argila e do mapeamento icônico e de técnicas relativas às 15 aplicações sejam aperfeiçoados, de modo a contribuir para o desenvolvimento científico da psicologia e do psicodrama. REFERÊNCIAS Almeida, W. C. (1998). Técnicas dos iniciadores.In: Regina F. Monteiro (Org.) Técnicas fundamentais do psicodrama (p.27-36). São Paulo: Ágora. Bozza, M. G. C. (2001). Argila: Espelho da auto-expressão: um método para manifestação do inconsciente. Curitiba: Ed. do Autor. Bustus, D. M. (1975). Psicoterapia Psicodramatica. Buenos Aires: Editorial Paidós. Bustus, D. M. (1985). Psicoterapia psicodramática. Buenos Aires: Paidós. Bustus, D. M. (2005). O psicodrama: aplicações da técnica psicodramática. São Paulo: Ágora. Castanho, G.P. (1995). 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