FONTES POTENCIAIS DE DESREGULADORES ENDÓCRINOS
(DE) PARA MONITORAMENTO EM UM CAMPUS UNIVERSITÁRIO
Suzan Costa Zilli – [email protected]
Universidade Federal de Santa Maria, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil,
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental
Av. Roraima, 1000 - Bairro Camobi
CEP 97.105-900 – Santa Maria – Rio Grande do Sul
Elvis Carissimi – [email protected]
Universidade Federal de Santa Maria, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil,
Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental
Resumo: Desreguladores endócrinos (DE) são substâncias capazes de interferir na síntese, secreção,
transporte, ligação, ação ou eliminação de hormônios naturais no corpo, alterando seu
funcionamento natural. Atualmente, essas substâncias estão presentes em diversos produtos
utilizados cotidianamente, sejam nas residências, indústrias, hospitais ou áreas de produção
agrícola. Assim, o objetivo deste trabalho foi realizar uma avaliação dos DE potencialmente
presentes nos efluentes gerados no Campus central da Universidade Federal de Santa Maria
(UFSM), considerando que esses poluentes não são monitorados e, por falta de tratamento adequado,
acabam sendo lançados no meio ambiente atingindo corpos d’água superficiais e subterrâneos. A
caracterização do Campus, como as atividades nele desenvolvidas e os efluentes gerados, e o
levantamento dos DE possivelmente presentes nos mesmo foram realizadas com base em investigação
da literatura. Uma vasta gama de DE relacionados com as atividades do Campus foi identificada, e,
considerando a ineficiência dos sistemas de tratamentos atuais, há grande risco de essas substâncias
atingirem os mananciais de água da região. A partir das informações levantadas, faz-se necessário
um levantamento analítico criterioso, além da implantação de sistemas capazes de tratar e/ou reter
esses contaminantes antes do lançamento dos efluentes no meio ambiente.
Palavras-chave: Desreguladores endócrinos, UFSM, Efluentes, Meio ambiente
POTENTIAL SOURCES OF ENDOCRINE DISRUPTING CHEMICALS
(EDC) EXPOSURE FOR MONITORING AT A UNIVERSITY CAMPUS
Abstract: Endocrine disruptors (ED) are substances capable of interfering with the synthesis,
secretion, transport, binding, action or elimination of natural hormones in the human body, altering
its natural functioning. Currently, these substances are present in many products used daily, whether
in homes, industries, hospitals or areas of agricultural production. The aim of the study was to
conduct a review of DE potentially present in the effluents generated in the central campus of the
Federal University of Santa Maria (UFSM), considering that these pollutants are not monitored and
that there's not an adequate treatment, these effluent end up being released into the environment
reaching bodies of surface and underground water. The characterization of the campus, as the
activities developed and the effluents generated, and the survey of DE possibly present in them were
based on literature research. A wide range of ED related with the activities on campus was identified
and, considering the inefficiency of current treatment systems, there is great risk of these substances
reach the water sources in the region. From the information gathered, it is necessary a careful
analytical survey, besides the implementation of systems capable of treating and/or retain these
contaminants before the release of effluents into the environment.
Keywords: Endocrine disruptors, UFSM, effluents, environment
1. INTRODUÇÃO
O crescente desenvolvimento de tecnologias, produtos e processos tem resultado no
aumento de compostos químicos aos quais seres vivos e meio ambiente ficam expostos. Dentre o
grande grupo de substâncias criadas, os desreguladores endócrinos têm atraído a atenção de setores de
saúde e meio ambiente, visto que tais compostos revelam-se nocivos à saúde humana e animal mesmo
em pequenas concentrações (micro ou nanogramas por litro) (BOLONG et al., 2009). Por definição,
desreguladores endócrinos são aquelas substâncias capazes de interferir na síntese, secreção,
transporte, ligação, ação ou eliminação de hormônios naturais no corpo, que são responsáveis pela
manutenção, reprodução, desenvolvimento e/ou comportamento dos organismos (US.EPA, 1997).
Alguns desses novos poluentes são bem conhecidos, assim como sua ação sobre os seres
humanos, porém, muitos ainda são dispostos no meio ambiente apesar de seus efeitos não serem
completamente compreendidos, seja sobre a saúde humana, seja sobre a saúde animal (SÁNCHEZMARTÍN et al. 2013). Hayes (2000) salienta que, embora não necessariamente fatais aos organismos,
os efeitos dessas substâncias no desenvolvimento dos indivíduos podem resultar em dramáticos
declínios e até na completa perda de populações animais. Além de nocivos em baixas concentrações,
os mecanismos de ação desses contaminantes podem variar de acordo com as diferentes classes de
hormônios, podendo interferir em qualquer uma das fases do metabolismo hormonal. Segundo
Vethaak e Legler (2013), paralelamente aos potenciais efeitos no sistema de reprodução, os DE
podem tanto interferir nos sistemas imunológico e neurológico como causar danos epigenéticos.
Diversos compostos podem ser considerados desreguladores endócrinos, segundo Emom et al. (2000),
dependendo da dose, frequência e tempo de exposição. A exemplo, os autores citam os estrogênios
encontrados naturalmente em animais (estradiol) e em plantas (fitoestrogênios).
Desreguladores endócrinos podem ser encontrados em diversos produtos utilizados
diariamente pela maioria das pessoas. Muitos são empregados na indústria química, como detergentes,
resinas e alguns aditivos e monômeros utilizados na produção de plásticos. Os ftalatos, por exemplo,
são aditivos da produção de PVC. Outro exemplo são os retardadores de chama bromados (BFR),
grupo de substâncias químicas adicionadas em alguns produtos, como computadores, televisores e
tecidos domésticos para atrasar a combustão. Essas substâncias são persistentes, lipofílicas e
bioacumulativas (BILA e DESOTTI, 2007). Dentre os estrogênios utilizados em contraceptivos,
Wintgens et al. (2002) citam o estradiol e o etinilestradiol como os mais importantes em potencial de
desregulação.
Fato que intensifica a preocupação com os efeitos causados pelos DE é a não retenção
dos mesmos pelos processos convencionais de tratamento de água e de esgotos sanitários, a ponto de
diversos compostos serem encontrados nos efluentes destas estações, assim como em águas
superficiais (WINTGENS et al., 2002). Belgiorno et al. (2007) reafirmam que os sistemas
convencionais de tratamento de esgotos sanitários não são capazes de remover DE, atingindo, no
máximo, uma pequena redução de suas concentrações. Em função dessa defasagem dos processos
atuais, diversas técnicas avançadas vêm sendo estudadas, como os processos físicos de adsorção em
carvão ativado, de osmose reversa e de ultra, mega ou nano filtração, ou ainda os processos químicos
de oxidação via oxidação catalítica e irradiação ultravioleta com a presença ou não de oxidantes
(JOSEPH et al., 2013; FUERHACKER et al., 2001; YOON et al., 2006; KIM et al., 2007; LEE et al.,
2008; KIM et al., 2008; WINTGENS et al., 2002; CHEN et al., 2012; YUAN et al., 2009; PEREIRA
et al., 2007; HU et al., 2007).
Diante da importância dos efeitos nocivos dos desreguladores endócrinos e da
necessidade do conhecimento das suas fontes, o objetivo desse trabalho foi avaliar os potenciais DE
presentes nos efluentes gerados no Campus da Universidade Federal de Santa Maria, UFSM, em
função da ampla gama de atividades de diferentes naturezas exercidas no local. O conhecimento das
fontes e dos potenciais poluentes presentes na Universidade se faz necessário para uma futura
definição de medidas capazes de evitar a contaminação do meio ambiente local, assim como o
monitoramento adequado.
2. METODOLOGIA
A metodologia empregada para avaliação dos desreguladores endócrinos potencialmente
presentes nos efluentes gerados no Campus foi baseada em pesquisa bibliográfica. Tal pesquisa
buscou identificar os pontos de lançamento de efluentes, relacioná-los com a principal atividade
desenvolvida e geradora dos mesmos, assim como identificar na literatura os mais importantes DE
encontrados nos efluentes ligados a essas atividades.
2.1. Caracterização da área de estudo
UFSM foi fundada em 14 de dezembro de 1960, e é um Centro Federal de Educação
localizada em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul – Brasil (Figura 1). O campus central
da Universidade (local de estudo) tem uma área de 1.837,36 hectares, dos quais 273.150,92 m² são de
área construída. O número total de alunos entre todos os níveis é 18.846. A equipe é composta por
1.572 professores e 2.668 servidores técnico-administrativos.
A região do campus central da UFSM localiza-se na porção intermediária de pequena
bacia hidrográfica que abriga uma das nascentes do rio Vacacaí-Mirim. Esta bacia possui área de
drenagem de 9,7 km², é conhecida como Bacia do Campus e está, em sua totalidade, alterada por
processo de urbanização e de utilização do solo para a agricultura. A área do Campus ocupa 65% do
total da área da bacia (SILVEIRA, 2003) (Figura 1).
Universidades são centros de pesquisa e desenvolvimento de tecnologias mais limpas,
para mitigação de impactos ambientais. Porém, durante esse processo, acabam por gerar diversos tipos
de resíduos igualmente ou mais prejudiciais ao meio ambiente (ALVES et al., 2005). No caso da
Universidade Federal de Santa Maria, o Campus não conta com sistema de gerenciamento de
resíduos, sejam eles comuns ou perigosos, líquido, sólidos ou gasosos, o que resulta em lançamento
inadequado dos mesmos no meio ambiente. Cabe salientar que a área do Campus conta com 40 poços
de captação de água subterrânea, a qual permanece vulnerável a qualquer contaminação pela falta de
tratamento adequado dos efluentes.
D’Avila (2009) realizou levantamento das principais atividades/unidades geradoras de
efluentes líquidos e potencialmente poluidoras no Campus, tendo relacionado: laboratórios de análises
físico-químicas e biológicas, hospital universitário (HUSM), hospital veterinário, posto de
combustíveis, gráfica, usina de laticínios, restaurantes, residências e atividades de pecuária e
agricultura. No mesmo estudo, foi estimado que a bacia do Campus produziria efluentes a uma vazão
média de 11,7L.s-1. Desta, 6,5L.s-1 seriam produzidos apenas na sub-bacia de jusante (área da
Universidade) e lançados no corpo hídrico receptor por 49 pontos de lançamento detectados.
Figura 1- Delimitação da Bacia do Campus.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Todo laboratório analítico gera algum tipo de efluente durante as etapas de análises
(ALVES et al., 2005), sejam elas físico-químicas ou biológicas. Ao se tratar de análises para controle
de poluição ambiental, Alves et al. (2005) salientam que são, rotineiramente, utilizadas soluções
concentradas de ácido sulfúrico e mesmo reagente contendo metais pesados. Resultados de pesquisa
dos mesmos autores apontam a presença de diversos metais pesados em efluente de laboratório de
análise ambiental localizado na Universidade de Uberlândia, MG. Dentre os compostos encontrados,
nove estão inseridos na última listagem de substâncias a terem seu potencial de desregulação
endócrina avaliados (USEPA, 2012), sendo elas: alumínio, ferro, lítio, magnésio, manganês, mercúrio,
níquel, prata e cromo. Estudo realizado por Silva et al. (2007) detectou fenantrolina no efluente
gerado em laboratório do Instituto de Química da Universidade de Araraquara, SP. Tal reagente é
amplamente utilizado em análises de água e efluentes para determinação de ferro, e integra, também, a
listagem da USEPA supracitada. Considerando a finalidade dos laboratórios citados, e a realização de
análises ambientais na UFSM, é possível que os efluentes gerados nesta contenham tais substâncias,
no mínimo.
Almeida et al. (2013) realizaram análises do efluente gerado no HUSM, coletado em dois
pontos (efluente do pronto atendimento e efluente geral) e detectaram a presença de bromazepam,
lorazepam, carbamazepina, clonazepam e diazepam (substâncias com ação tranquilizante e/ou
anticonvulsionante). É importante salientar que os pontos de coleta localizam-se após tanque séptico e
filtro anaeróbio, confirmando a dificuldade de degradação de fármacos e desreguladores endócrinos
por processos convencionais de tratamento de efluentes. Outro estudo realizado na Universidade
detectou a presença do antibiótico ciprofloxacina no mesmo efluente (VASCONCELOS et al., 2009).
A ciprofloxacina é o antibiótico mais utilizado no HUSM, segundo o mesmo autor. Quanto ao
hospital veterinário, supõe-se que seja possível encontrar traços de fármacos nos seus efluentes, assim
como em hospitais que tratam humanos.
Uma das principais fontes de contaminação de águas superficiais e subterrâneas, segundo
Moschini (2005) são os vazamentos de combustíveis de tanques de armazenamento. Sendo assim, é
importante considerar essa fonte de poluição dentro da Universidade. Silva et al. (2002) confirmam
essa informação quando constatam a permanência de benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno (BTEX)
em águas subterrâneas de poços próximos a um posto de combustíveis dois anos após ocorrido um
vazamento. Benzeno tem sua ação cancerígena comprovada e estudos em animais apontam um
potencial efeito genotóxico (USEPA, 2009). Os demais compostos (TEX) são considerados tóxicos e
ampliam a listagem da USEPA sobre substâncias que devem ser estudadas como desreguladores
endócrinos.
Dentre as atividades realizadas no Campus, a gráfica representa um grande potencial de
poluição das águas. Segundo a CETESB (2003), os efluentes gerados em processos gráficos podem
conter resíduos de revelador, fixador, prata, solventes, soluções ácidas e alcalinas, metais pesados,
dentre outros. Acetato de etila, acetona, metil etil cetona, n-hexano, tolueno e xileno são alguns dos
solventes que compõe os efluentes gráficos (SESI, 2006) e todos constam na listagem da USEPA
(2012).
Efluentes oriundos dos processos de indústria de laticínios foram analisados por Heaven
et al. (2011) para detecção de compostos orgânicos traços e, dentre os diversos ácidos encontrados
naturalmente no efluente bruto, os de maiores concentrações foram o octanoico (824,1µg.L-1) e o
decanoico (849,7µg.L-1). Ambos são citados pela USEPA (2012) como potenciais desreguladores
endócrinos.
Atividades de pecuária e agricultura também são responsáveis por lançar no meio
ambiente diversos compostos tóxicos. Por exemplo, Tong et al. (2009), detectaram a presença de
quatro grupos de antibióticos em efluente gerado em fazenda de criação de suínos na China, assim
como em águas superficiais e subterrâneas em áreas que recebem o efluente tratado, sendo eles:
sulfonamidas, fluoroquinolonas, tetraciclinas e cloranfenicol. Tais medicamentos são amplamente
utilizados também no Brasil para combate a diversas infecções. A agricultura realizada com uso de
agrotóxicos tem grande participação na contaminação das águas e do solo. Segundo Fay e Silva
(2004), alguns compostos podem permanecer ativos durante anos e criam um sério problema
ambiental devido a sua toxicidade, persistência e bioacumulação. A exemplo, resíduos de carbofuran,
quinclorac, clomazone e fipronil foram detectados em recursos hídricos em área de produção de arroz
irrigado na região de Pelotas, sul do Rio Grande do Sul (GRÜTZMACHER, 2008).
Como últimas atividades desenvolvidas no Campus da Universidade, aquelas realizadas
nos restaurantes e nas moradias, podem ter seus efluentes caracterizados como efluentes sanitários
comuns. Sendo assim, espera-se que esses efluentes contenham os mais diversos contaminantes,
baseado naqueles encontrados em afluentes de estações de tratamento de esgotos domésticos (ETE).
Para exemplificar, um estudo realizado em afluente de uma ETE no Texas, EUA, detectou 18
fármacos no efluente na entrada da estação, dentre analgésicos, antibacterianos, estimulantes,
anticoagulantes, sedativos, anti-hipertensivos, anticonvulsionantes, e inclusive um metabólito da
cocaína, a benzoilecgonina (DU et al., 2014). Investigação realizada na Grécia, detectou a presença de
5 fármacos em mais de 90% das amostras coletadas ao longo de um ano na entrada de estações de
tratamento de esgotos. São eles: carbamazepina, ácido salicílico, trimetoprima, diclofenaco e
sulfametoxazol (KOSMA, et al., 2014).
Além dos fármacos excretados pelos seres humanos e que passam a compor os efluentes
domésticos, há grande preocupação com os produtos de limpeza e de higiene pessoal, utilizados em
grande escala na higienização de banheiros, moradias e nos restaurantes. Principais DE componentes
desses produtos são os surfactantes, utilizados na fabricação de detergentes domésticos e industriais,
lava-louças, xampus e outros produtos de higiene pessoal. A presença de surfactantes no esgoto
doméstico de áreas urbanas é atribuída ao uso desses produtos de higiene (CAMACHO-MUÑOZ et
al., 2014). Os autores detectaram surfactantes no efluente doméstico que chega à estação de
tratamento de esgotos de Sevilha, na Espanha.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O efluente gerado no Campus da UFSM é mal caracterizado em termos de tipos e
concentração de desreguladores endócrinos. Exceto pelo efluente gerado no Hospital. Sendo assim, é
de primordial necessidade o conhecimento profundo, via metodologias analíticas de determinação,
dos DE que possam estar presentes nos efluentes, considerando a potencialidade apresentada.
Como não há um sistema de gestão para águas residuais no Campus, tais substâncias têm
como destino direto o solo e o sistema de drenagem natural da área, que inclui uma das cabeceiras do
rio Vacacaí-Mirim, afluente do rio Jacuí, além de 40 poços para extração de águas subterrâneas. O
fato de os DE atingirem o meio ambiente, seja através do solo ou da superfície de drenagem, é de
extrema preocupação em função de que, mesmo em baixos níveis de concentração, estes poluentes são
capazes de resultados negativos na vida de muitas espécies em estado selvagem. Além de que, uma
vez alcançado o manancial de abastecimento, essas substâncias permanecem na cadeia de produção da
água, chegando ao consumidor final, ao passo que as tecnologias de tratamento atualmente
empregadas não são capazes de removê-los. Portanto, também se mostra importante a aplicação de
unidades eficazes de tratamentos de águas residuais em centros de ensino, a fim de garantir a
qualidade do ambiente em sua área de influência, bem como um plano de monitoramento desses
compostos para acompanhamento da eficiência do tratamento.
Agradecimentos
Os autores agradecem a CAPES e FAPERGS pelo apoio financeiro dado ao Projeto N.
12/2291-8.
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