CORREIO
Salvador, quinta-feira, 20 de março 2014
MARINA SILVA / REPRODUÇÃO
MARINA SILVA / REPRODUÇÃO
ARQUIVO PESSOAL
João Paulo teria atirado na vítima
Pablo também atacou professora
Anamaria caiu segurando chave
como Bu, foi quem efetuou o
disparo que matou Anamaria.
Em depoimento, segundo o
delegado, Darlei diz que não
presenciou a morte, mas alega
que foi Bu quem estava com a
arma, antes do assalto. Além
disso, testemunhas dizem que
foi um homem negro – Pablo é
pardo – quem atirou.
Advogado de João Paulo
(Bu), Luciano Freitas contou
ao CORREIO, na tarde de ontem, que seu cliente já deixou a
capital e que nega ter atirado
na mulher. “Ele me disse que
não efetuou os disparos. Eu
nunca vou apresentar ele para
ficar como o ‘monstro de Itapuã’, que não é. Nunca vão
achar ele”, desafia. No entanto, ainda na noite de ontem, o
delegado ACM Santos informou à reportagem que os defensores dos foragidos prometeram que a dupla irá se entregar até, no máximo, sexta (21).
“Recebemos uma promessa
dos advogados deles que iriam
se apresentar nesta quinta e na
sexta”, afirma.
é suspeito de uma tentativa de
homicídio. Já Pablo tem passagem pela polícia por assalto
a mão armada e roubo de veículo. Ele chegou a ser preso em
flagrante, em agosto passado.
ARMA Darlei não contou como a arma foi conseguida pelo
trio. O disparo ocorreu após a
vítima resistir à investida, no
entanto, Anamaria já estava
rendida e no chão quando um
dos dois bandidos atirou.
João Paulo é filho de um cabo da Polícia Militar, lotado no
Corpo de Bombeiros, mas, segundo o advogado do acusado,
o pai não tem arma em casa. Bu
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Mais | 23
DINHEIRO Darlei diz que a
motivação para o crime foi financeira e justificou a necessidade detalhando as condições de vida da família: afirma
ter nove irmãos e mora no que
chama de uma “quase casa”
com outras 14 pessoas. “Vivemos com ratos, piolho de cobra. Quando chove, molha tudo”, detalha.
O suspeito trabalhava em
um lava a jato no bairro onde
mora, tem um filho de 4 meses
e pretendia trazer a mãe da
criança para morar com ele.
“Claro que estou arrependido.
Assim como foi ela (a professora), poderia ser minha mãe.
Minha ideia era só conseguir
dinheiro”, diz Darlei, que não
tinha passagem policial.
Na delegacia, ele contou que
pretendia com o dinheiro ajudar a mãe a reconstruir a casa.
O delegado estima que o veículo seria repassado por, no
máximo, R$ 3 mil. “Eles queriam pegar a chave do carro.
A professora morreu com a
chave dentro da mão, ensanguentada”, conta ACM Santos. No momento do crime,
Anamaria levava uma bolsa,
com um celular, R$ 80, cartões de banco, a chave de casa
e papéis. Nada foi levado. “O
trabalho da polícia é no sentido de reduzir esse tipo de crime. Itapuã está em primeiro
lugar nos crimes contra o patrimônio”, conta o delegado.
Professora de Antropologia
da Unifacs, Anamaria era paulista e morava há 20 anos em
Salvador. Quando foi assassinada, pretendia ir ao encontro
de amigos numa caminhada.
O corpo dela será sepultado
hoje, às 16h30, no Jardim da
Saudade, em Brotas. O enterro
demorou por conta da espera
da filha, Isadora, que veio de
Sydney, na Austrália, para a
despedida.
Conversei com
ele (João Paulo)
e ele me disse
que não efetuou
os disparos (na
professora)
Luciano Freitas,
advogado do provável atirador
Recebemos uma
promessa dos
advogados
deles que iriam
se apresentar
até sexta
Antônio Carlos Magalhães Santos,
delegado responsável pelo caso
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Conversei com ele (João Paulo) e ele me disse que não efetuou os