24/03/2014
Universidade Comunitária da Região de Chapecó
Área de Ciências Exatas e Ambientais
Curso de agronomia
Controle de Moscas
• Artrópodes de maior importância para a pecuária são os
insetos da ordem díptera.
• Importância dividida em 2 grupos:
– Como artrópodes - causadores de doenças ou desconforto
animal gerando perdas econômicas ao produtor.
Controle de moscas e roedores
– Como vetores mecânicos ou biológicos.
• Agentes transmissores de doenças (protozoários,
helmintos, rickétsias e vírus) ao homem e animais.
• Além disso, as larvas podem depreciar o couro e a pele
dos animais infestados – queda indireta na produção.
Profa. Valdirene Zabot
Zootecnista
Controle de moscas
• Mecanismos de transmissão
patogênicos pelas moscas:
de
MIÍASES
agentes
– É a invasão e evolução de
larvas de moscas em tecidos humanos ou
animais.
• Segundo sua localização podem ser:
– Ingestão e eliminação pelas fezes;
– Regurgitamento
após
armazenamento
no
proventrículo e sua deposição em forma de gotas
de vômito, enquanto se alimenta;
– Dispersão de germes nos alimentos, pelas patas e
labelas.
• Cutânea: pele e tecido conjuntivo.
• Cavitárias: fossas nasais, estômago...
• Segundo sua biologia podem ser:
• Acidentais.
• Obrigatórias.
Miíases Obrigatórias
Moscas de Interesse Zootécnico
• Precisam encontrar um hospedeiro para se
desenvolverem:
– Biontófagas:
primária).
tecido
normal,
vivo
Aspectos Biológicos
(miíase
– Necrobiontófagas: tecido necrosado
animal vivo (miíase secundária).
no
– Necrófagas: cadáveres.
Haematobia irritans
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Dermatobia hominis
“mosca do berne”
• Dermatobiose ou miíases furuncular.
• Todos os animais de sangue quente (inclusive o
homem).
Dermatobia hominis
“mosca do berne”
• Larvas eclodem e devido ao estímulo térmico
penetram no tecido subcutâneo.
• Adultas ficam nas margens de matas e capoeiras.
• Atingem a maturidade após 40 dias e caem ao
solo para pupar.
• Necessitam de vetores (outros dípteros).
• Ciclo biológico completo - 80 a 120 dias.
– Depositam de 15 a 20 ovos no abdome desses
vetores.
• Período de vida – 10 dias.
• Vetores pousam no hospedeiro e depositam os ovos.
Dermatobia hominis
Importância econômica
• Estima-se que animais com 20 a 40 bernes,
chegam a perder entre 9 a 14% de peso.
• Vacas leiteiras infestadas por 50 bernes,
reduzem de 18 a 25% suas produções de
leite.
Vetor mecânico – várias
espécies de insetos
carregam os ovos da DH
Problema em quase
todos os estados
brasileiros
principalmente no
período chuvoso
Importância Econômica
• O Brasil perde anualmente U$ 505,02 milhões
na produção de couro, onde o berne contribui
com 18,01% dos defeitos apresentados.
• Prejuízos atribuídos a D. hominis são citados
para a América Latina em U$ 200 milhões
anuais e, para o Brasil valores superiores a U$
36 milhões anuais.
• Peles com 10 a 20 perfurações em sua região
nobre, perdem de 30 a 40% de seu valor
comercial.
Controle
• Difícil (fase silvestre e doméstica).
• Cuidados com a comercialização de animais já
infestados.
• Saneamento/limpeza do meio ambiente
controlar a proliferação de vetores.
• Bernicida – resolve
lesão - não previne.
–
somente o problema da
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Produtos comerciais disponíveis
Controle - Inseticidas
• Organofosforados, salicilanilidas, avermectinas
(endectocidas) e piretróides.
• Uso racional na primavera e verão, repetindo a
aplicação após 35-40 dias.
Aparelhos elétricos
Iscas
• Sempre seguir a recomendação do fabricante.
Piretróide para diluir na água
Cochliomyia hominivorax – “bicheira”
•
•
200 a 300 ovos são depositados na forma de massas
compactas em feridas pré-existentes no animal
(qualquer animal de sangue quente).
Larvas eclodem em menos de 24 h e se alimentam de
tecido vivo.
•
Larvas atingem maturidade em 5 dias e abandonam a
ferida e caem ao solo para pupar – miíase cutânea
primária.
•
Em 8 dias pupas transformam-se em moscas adultas e
sobrevivem de 3 a 4 semanas.
Cochliomyia hominivorax – “bicheira”
•
Controle Específico:
Tratamentos preventivos de umbigos,
castrações, descorna, marcação, tosquia,...
–
feridas,
Matabicheiras com ação sobre a larva no animal.
–
•
Formas: aerossóis
pomadas.
(sprays),
líquidos,
pós
e
Chrysomyia -“varejeira”
Musca domestica – “mosca de casa”
Compreendem cerca de 12 espécies.
• Transmissão de patógenos mecanicamente ou
por regurgitação.
• Comum em granjas, lixões, pocilgas, abatedouros,
fossas sépticas, excretas, carcaças, vísceras e
tecido em decomposição.
• Tem importância epidemiológica
na transmissão de doenças
entéricas
e
parasitas
intestinais.
Fêmea:
Põe 120 ovos/postura.
6 posturas durante a vida.
Vive de 2 – 10 semanas.
• Desenvolvimento das suas formas larvares:
esterco ou MO em fermentação.
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Musca domestica -“mosca de casa”
• Maior incidência em temperaturas elevadas.
• Quando adulta se alimenta de líquidos.
Stomoxys calcitrans - “mosca dos estábulos”
• Ambos os sexos são hematófagos e possuem uma
picada dolorosa, estressando os animais e
provocando perda de peso nos mesmos.
• Regurgita saliva e liquidifica o alimento sólido de
interesse, sugando a solução resultante.
• Olfato apurado - grandes distâncias.
• Controle = proteção dos alimentos, controle do
lixo, esterqueiras e inseticidas de efeito
residual.
Stomoxys calcitrans - “mosca dos estábulos”
• Confundida com a mosca doméstica.
• Urina e fezes recentes – substrato ideal para sua
proliferação.
• Maior incidência nos meses quentes.
• Ciclo completo (ovo até adulto) de 20 a 30 dias.
• Transmissão de MOs como Anaplasma sp (vírus da
AIE).
• Controle = higiene dos comedouros, estábulos, evitar
excesso de umidade, inseticidas residuais onde
pousam.
Haematobia irritans
• Ambos os sexos são hematófagos e possuem
picada dolorosa, estressando os animais e
provocando perda de peso nos mesmos.
Sobrevivem 3 a 7 semanas e produzem
370 a 400 ovos.
Ovo eclode em 24 h e as larvas se
alimentam do bolo fecal.
Em 3 a 5 dias completam seu
desenvolvimento.
Haematobia irritans - “mosca-dos-chifres"
• Encontrada na base dos chifres, orelhas e
pescoço.
• Fêmeas só deixam os animais para a ovoposição
em fezes frescas de bovinos.
• Os animais reduzem ingestão de alimentos devido
a irritação das moscas.
– Redução da produção de leite de 4 a 15%.
• Controle específico:
–
Higiene dos estábulos, manejo das fezes,...
Oestrus ovis -“oestrose ovina”
• Miíase cavitária em ovinos.
• Fêmeas depositam larvas no interior ou ao
redor narinas que migram para a cavidade
nasal.
• Conhecido como “bicho-da-cabeça”.
• Adultas vivem 2 semanas.
• Causa perda de apetite e peso por irritação das
larvas.
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Oestrus ovis
Controle de Roedores
• Controle:
• Repelentes de moscas não são muito eficazes.
• Tratamento oral com inseticida sistêmico, como
triclorfon ou rafoxanida.
Roedores
• Mamíferos da ordem Rodentia.
Espécies mais importantes
• Alguns de interesse zootécnico (capivara).
RATAZANA OU “RATO
DE ESGOTO”
• Transmissores de doenças (peste bubônica,
leptospirose, salmonelose...)
RATO DE PAIOL OU
“RATO DE TELHADO”
• Causam perdas econômicas:
– Destruição de alimentos (fábrica de rações,
propriedades rurais, restaurantes...etc)
CAMUNDONGO
– Incêndios = curto-circuito.
Roedores – características gerais
Roedores – características gerais
• Vida curta – um ano em média.
• Hábitos noturnos.
• Gestação – 19 a 22 dias.
• Capacidade de adaptação (alta sobrevivência em
condições ambientais adversas).
• 5 a 10 o número de filhotes por ninhada.
• 2º e 3º meses – capacidade de procriação.
• Audição aguçada (até ultra-som).
• Usa o olfato para se orientar = urina nas trilhas.
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Indicativos de presença de ratos
Roedores – características gerais
• Tato também aguçado pois possui bigodes e
pêlos ao longo do corpo que permitem o
deslocamento no escuro.
• Visão fraca.
Presença deles vivos ou mortos
Tocas ou esconderijos
Trilhas ou caminhos
Manchas de urina
Roeduras
• Paladar desenvolvido
memória:
com
discriminação
e
– Refugam alimentos estragados.
– Evitam experimentar novos alimentos.
Manchas na parede
Fezes
Odor de ratos
Alimentos destruídos
Nível de infestação por roedores
Controle de roedores
• Conjunto de medidas que visam a eliminação
física e a modificação do meio ambiente
tornando-o impróprio à sua proliferação.
• Essas medidas agrupadas são denominadas
de:
– Anti-ratização ou desratização.
Anti-ratização
Todas as medidas preventivas para evitar a
instalação e proliferação de ratos
a) Eliminar água, alimento e abrigo;
b) Instalações limpas;
c) Evitar acúmulo de lixo e alimentos;
d) Piso com declividade para drenar urina e fezes;
e) Madeiras, tijolos e telhas arrumados para não
servir de abrigo;
f) Silos, depósitos e armazéns vedados;
g) Aberturas para ventilação - tela de metal fina;
Anti-ratização
h) Sacos e fardos de alimentos estocados em
estrados de 40-60 cm;
i) Carregamento de ração ou material de fora
inspecionado;
j) Evitar deixar escadas, ferramentas,...encostados
no galpão;
l) Lixo colocado dentro de sacos ou latas fechadas;
m) Calhas, canos e bases dos paióis = abas de metal
do tipo “chapéu chinês”.
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Desratização
“Chapéu chinês”
Atividades que visam o combate direto aos ratos
• Medidas preventivas antes de produtos químicos!
• Método químico:
– Venenos (raticidas ou rodenticidas).
• Métodos físicos ou mecânicos:
– Ratoeiras ou armadilhas.
– Aparelhos ultra-som.
– Barreiras elétricas esterilizantes.
• Método Biológico:
– Predadores naturais.
Métodos mecânicos ou físicos
• Ratoeiras
Ratoeiras
– Eficiência muito limitada.
– Servem para detectar o grau de infestação e o
porte dos animais.
• Vantagens:
– Dispensa raticidas;
– Os ratos assimilam rápido a técnica, evitando-as.
– Permite observação visual do sucesso;
– Mais utilizada para ratos de paiol e camundongos.
– Elimina o problema de ratos mortos em lugares
de difícil acesso.
– Vários tipos (mais eficiente é do tipo quebracostas).
– Recomendada
raticidas.
onde
não
é
possível
utilizar
Ratoeiras
• Alguns cuidados:
– Ratoeiras desarmadas com iscas por alguns dias =
acostumar;
– Suspender as armadilhas quando for Rattus rattus
(ratos-de-telhado);
– Iscas próprias = bacon, toucinho e peixe p/
ratazanas e ratos-de-telhado e pão ou pasta de
amendoim p/ camundongos;
– Retirar demais fontes de alimento = procurar a
isca;
Ratoeiras
• Com o tempo torna-se mais difícil capturar
outros animais = reconhecem o perigo =
camuflar as ratoeiras;
• Colocar mais ratoeiras que o nº de animais a
serem capturados;
• Odor humano não repele os roedores;
• Funcional mais para camundongos = curiosos.
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Ondas eletro-energéticas
Aparelhos de ultra-som
•
Aparelhos específicos.
•
•
Propagam-se no solo ou por qualquer elemento
ferroso.
Emitem som com frequência inaudível aos
humanos.
•
•
As vibrações afetam os roedores perdendo o
apetite, desenvolvendo tonturas, e distúrbios
no acasalamento (menos prolífico).
Ouvidos pelos animais = saída e impede a
invasão dos roedores.
•
Os resultados não são obtidos por muito
tempo:
•
Raio de ação de 500 m2 em área fechada e
1500 m2 em áreas livres.
–
Rápida acomodação auditiva e áreas de sombra.
Métodos Químicos
Métodos químicos
• Raticidas
• Raticidas
– Produto tóxico = cuidados no manuseio = evitar
acidentes = outras espécies animais, crianças,
manipulador,...
– Deve-se conhecer: tipo de raticida, grupo
pertencente, como funciona, aplicação, antídoto
disponível, grau toxicológico e medidas de
precaução.
– Registrados no Ministério da Saúde.
• Existem os clandestinos e contrabandeados (a
base
de
arsênio,
estricnina,
monofluoracetatode sódio).
– Segundo a legislação, classificados em:
• Uso profissional: restrito a órgãos públicos e
dedetizadoras registradas em órgãos oficiais.
• Uso livre: venda direta ao consumidor.
Raticidas
Raticidas
• Quanto ao tempo de efeito, classificados em:
– Agudos:
• Morte alguns minutos após a ingestão.
• Monofluoracetato de
arsênico, brometalina.
• Proibida venda no Brasil.
sódio,
estricnina,
• Quanto ao tempo de efeito, classificados em:
– Crônicos – utilizados no Brasil:
• Morte ocorre após alguns dias de ingestão
consecutiva por hemorragia interna.
• Vantagem de existir antídoto = vit K1.
• Dois grupos: derivados da cumarina e derivados
da indodiana.
• Efeito (10 – 14 dias) = ingestão por várias
noites.
• Fenômeno da resistência = origem a linhagens
geneticamente resistentes aos raticidas
anticoagulantes.
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Controle de roedores – insucesso com iscas
1. Iscas bem aceitas,
controlar os roedores:
mas
não
conseguem
Raticidas de dose única
• Vantagens:
– Tempo de reposição das iscas = menos de 2 dias;
– Eliminem os roedores resistentes àqueles de
dose múltipla.
– Iscas muito juntas.
– Aplicação única.
– Iscas insuficientes;
2. Iscas não foram aceitas:
– Escolha imprópria;
– Presença de outros alimentos;
– Ponto de colocação das iscas incorreto p/ a espécie;
– Deterioração.
Apresentação dos raticidas
• Iscas:
– Atraídos pelo olfato;
– Palatável;
– Peletizada é ideal = gostam de mastigar e a fêmea
leva p/ o ninho.
• Blocos resistentes à umidade:
– Iscas parafinadas;
– Diminuição do custo com mão-de-obra.
– Não necessita reposição.
• Desvantagens:
– São mais tóxicos.
Apresentação dos raticidas
• Pó de contato:
– Polvilhamento nos caminhos;
– Entram em contato com os roedores ficando
aderido no pêlos = se lambem = intoxicação;
– Uso profissional.
– Usada em galerias, esgotos e silos = onde não é
possível usar iscas soltas.
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Controle de moscas e roedores