CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS Mestrado em Engenharia de Energia Análise Comparativa de Veículos Elétricos e Veículos com Motor de Combustão Interna Hélder Alves de Almeida Júnior Belo Horizonte 2014 Análise Comparativa de Veículos Elétricos e Veículos com Motor de Combustão Interna Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia da Energia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais, CEFET-MG, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Engenharia da Energia. Orientador: Prof. Dr. Daniel Enrique Castro Belo Horizonte 2014 Este trabalho é dedicado a todas as pessoas que se esforçam com atitudes concretas para vivermos num mundo mais sustentável, com tecnologias mais limpas e que olham com otimismo e esperança para o futuro. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pelo apoio, incentivo e pela constante presença. À Nossa Senhora pelas inúmeras intercessões junto ao seu Filho para que este trabalho pudesse ser concluído de maneira honrosa. Aos meus queridos pais Mirani e Hélder, meu amado irmão Henrique e a minha adorável avó Wilde, por esta família que sempre me apoiou e não mediu esforços nem orações para o meu sucesso. À Graziella Giostri, por este anjo que passou em minha vida deixando muita alegria, paz, amor, coragem. Pessoa fundamental para que o desejo de se tornar mestre pudesse sair do sonho e se tornar realidade, meu sincero e eterno muito obrigado! Ao professor e amigo Daniel Castro, pela sincera amizade e pelos constantes e transcendentes ensinamentos transmitidos. Ao CEFET-MG, Centro Federal de Educação Tecnológico, e ao CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, pelo suporte financeiro empregado neste trabalho com o intuito de desenvolver e aplicar os conhecimentos aqui gerados. À CEMIG, Companhia Elétrica de Minas Gerais, na pessoa do diretor comercial e do diretor presidente da EFFICIENTIA, José Raimundo Dias Fonseca que muito contribuiu para esta realização. À FIAT automóvel, na pessoa do engenheiro Toshizaemom Noce que muito colaborou para este feito. Agradeço a todos os amigos e profissionais que através de incentivos e experiências contribuiram para que este trabalho ficasse mais enriquecido e completo. "O passado precisa ser assimilado, nunca ignorado. Os erros cometidos, por nós e pelos outros, são ensinamentos fabulosos quando nos dispomos a aprender o que eles têm a nos ensinar. Quem não aprende com os erros cometidos acaba sendo vítima de si mesmo. Na vida só existe uma lei: ou a gente aprende ou aprende." Padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira Canção Nova LISTA DE FIGURAS Figura 1 2.1 – Veículo movimentado por uma vela, com compacidade para 30 pessoas, que se movimentava com uma velocidade superior a de um cavalo. Contruido em 1600 pelo matemático holandês Simon Stevin. .................................. 19 Figura 2 2.2 – Veículo de três rodas com motor a vapor, desenvolvido em 1769 pelo francês Nicolas Joseph Cugnot. ................................................................................ 19 Figura 3 2.3 – O Benz Patent-Motorwagen Nr. 3 de 1888, usado por Bertha Benz, esposa de Karl Benz, para a primeira viagem a longa distância de automóvel (mais de 106 km). ............................................................................................................... 20 Figura 4 2.4 – Veículo Hippomobile construido pelo francês Etienne Lennoir em 1860 .................................................................................................................................. 21 Figura 5 2.5 - Jenatzy, a bordo do La Jamsi Contente. ............................................. 22 Figura 6 2.6 – Bateria de Níquel Metal Hidreto ......................................................... 30 Figura 7 2.7 – Bateria de Sódio Metal Cloreto........................................................... 31 Figura 8 2.8 – Bateria de Lítio de ion ........................................................................ 32 Figura 9 3.1 – Três etapas da Análise do ciclo de vida de um produto ..................... 36 Figura104.1 Sistemas veicular dos VCI .................................................................... 50 Figura114.2 Sistema de acionamento e alimentação do VE, diferença primordial na comparação com os VCI ........................................................................................... 51 LISTA DE TABELAS Tabela 1 3.1 – Prioridade de Intervenção nas Causas.............................................. 45 Tabela 2 3.2 – Tabela de Probabilidade de Detecção............................................... 46 Tabela 3 3.3 – Tabela de Probabilidade de Ocorrência ............................................ 47 Tabela 4 3.4 – Tabela de Probabilidade da Gravidade ............................................. 48 Tabela 5 4.1 Descrição dos Sistemas Veiculares para VCI e VE.............................. 51 Tabela 6 4.2 Descrição dos impactos dos fluxos do ciclo de vida ............................. 52 Tabela 7 4.3 - Análise comparativa dos VCI e VE..................................................... 54 Tabela 8 4.4 - ICV de Itaipu Consolidado .................................................................. 55 Tabela 9 4.5 – Inventário para a Hidrelétrica de Itaipu (impactos de dados estão relacionados com a unidade de produção 1MWh) .................................................... 58 Tabela104.6- Número de impactos levantado pelo inventário de uma usina hidrelétrica ................................................................................................................. 60 Tabela114.7- Impactos levantados nos inventários do sistema de alimentação do VE e VCI ......................................................................................................................... 61 Tabela124.8 – Exemplo de Cálculo do índice de gravidade ..................................... 63 Tabela134.9 – Exemplo de Cálculo do índice de Ocorrência .................................... 63 Tabela144.10 - Índice de Ocorrência adotado neste estudo ..................................... 64 Tabela154.11 – Exemplo de Cálculo do índice de Detecção .................................... 64 Tabela164.12 - Lista dos principais impactos ambientais da fase de geração de energia (primeiro estágio do ciclo de vida do combustível de veículos elétricos)...... 65 Tabela174.13 - Lista dos principais impactos ambientais da fase de distribuição e transmissão de energia (segundo estágio do ciclo de vida do combustível de veículos elétricos)...................................................................................................... 66 Tabela184.14 - Lista dos principais impactos ambientais da fase de destilação do petróleo (segundo estágio do ciclo de vida do combustível de veículos com combustão interna).................................................................................................... 67 Tabela194.15 - Lista dos principais impactos ambientais da fase de distribuição do combustível e geração de produtos de combustão (terceiro estágio do ciclo de vida do combustível de veículos com combustão interna) ................................................ 67 Tabela204.16 Principais impactos do veículo elétrico ............................................... 68 Tabela214.17 Principais impactos do veículo de combustão interna ........................ 69 Tabela225.1 - Lista dos principais impactos ambientais do VE e VCI....................... 70 Tabela245.2- VE: Sistema de alimentação de Combustível (eletricidade) ................ 71 Tabela265.3- VCI: Sistema de alimentação de Combustível (gasolina).................... 72 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ACV Análise do Ciclo de Vida ADP Potencial de depleção abiótica (do inglês: abiotic depletion Potential) AECV Análise Estratégica do Ciclo de Vida BBL Barril de petróleo produzido CED Demanda de energia acumulado (do inglês: cumulative energy demand) CML Centro de Ciências Ambientais (do inglês: Centre of Environmental Science) CO Monóxido de Carbono CO2 Dióxido de Carbono CRE Consumo de Recursos Energéticos CRM Consumo de Recursos Materiais EA Emissão Atmosférica EPA Environmental Protection Agency FMEA Análise do modo de falha e efeito (do inglês: Failure Mode and Effect Analysis) GWP Potencial de aquecimento global (do inglês: Global Warming Potential) ICV Inventário do Ciclo de Vida ID Índice de Detecção IG Índice de Gravidade IO Índice de Ocorrência IPCC Intergovernmental Panel on Climate Change ISO International Standartization Organization KOH Hidróxido de Potássio Li-ion Lítio de ion LiMn2O4 Lítio óxido de manganês LiPF6 Hexafluoro fosfato de lítio MCI Motor de Combustão Interna N2O Óxido Nitroso NaS Sódio Enxofre Ni(OH)2 Hidróxido de Níquel NiMH Níquel Metal Hidreto Ni-NaCl2 Sódio Níquel Cloreto, comercialmente chamado de ZEBRA (do Inglês: Zero Emission Batteries Research Activity) NOx Termo genérico para Óxido de Nitrogênio P Perdas PM Material particulado PPP Processamento Primário de Petróleo RL Resíduos Líquidos RPN Número prioritário de risco (do inglês: Risc Priority Number) RS Resíduos Sólidos SETAC Society of Environmental Toxicology and Chemistry SO2 Dióxido de enxofre SOx Óxidos de enxofre THC Tetrahidrocanabinol USEPA United States Environmental Protection Agency VCI Veículo de Combustão Interna VE Veículo Elétrico RESUMO Políticas ambientais e de energia de todos os continentes, motivadas pela dependência do petróleo e pela poluição do ar, incluem iniciativas para promoverem sistemas de transportes baseados em veículos movidos a combustíveis alternativos. Neste contexto e no cenário brasileiro, esta dissertação visa fazer uma análise comparativa dos atuais e usuais veículos com motor de combustão interna e os veículos elétricos. Dentre os inúmeros veículos movidos a combustíveis alternativos optou-se pelo veículo elétrico por esta opção tecnológica estar sendo produzida em larga escala no mercado mundial. Para tal comparação foi preciso criar uma metodologia, denominada Análise Estratégica do Ciclo de Vida, AECV, para que os resultados fossem baseados no mérito técnico, considerando todos os impactos, além de ser uma forma criteriosa à luz da economia e da sustentabilidade. Concluiuse de forma inquestionável que a AECV é uma metodologia capaz de analisar e comparar os impactos globais de novas tecnologias e que dentre os parâmetros analisados o veículo de combustão interna possui impactos ambientais mais relevantes se comparado ao veículo elétrico. Palavras-Chave: Veículos elétricos; Veículos com motor de combustão interna; Análise Estratégica do Ciclo de vida; Sustentabilidade; Eficiência Energética. ABSTRAT Environmental policies and energy from every continent, motivated by the dependence on oil and the air pollution include initiatives to promote transport systems based on alternative fuel vehicles. In this context and in the Brazilian scenario, this thesis aims to make a comparative analysis of current and usual vehicles with internal combustion engine and electric vehicles. Among several alternative fuel vehicles opted for the electric vehicle by this technological option being produced on a large scale in the world market. For such a comparison was necessary to create a methodology, called Strategic Life Cycle Assessment, AECV, so that the results were based on technical merit, considering all impacts, besides being careful in light of the economy and sustainable manner. It was concluded that unquestionably AECV is a methodology capable of analyzing and comparing the global impacts of new technologies and that among the analyzed vehicle internal combustion own most relevant environmental impacts when compared to the electric vehicle. Keywords: Electric vehicles; vehicles with internal combustion engine; Strategic Analysis of the life cycle; Sustainability; Energy Efficiency. SUMÁRIO 1. 2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 16 1.1 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................................... 17 1.2 OBJETIVO ............................................................................................................................... 18 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................ 18 A EVOLUÇÃO DOS VEÍCULOS......................................................................................................... 19 2.1 3 4 MOTOR ELÉTRICO .................................................................................................................. 23 2.1.1 CRONOLOGIA DOS CARROS ELÉTRICOS ........................................................................... 26 2.1.2 BATERIA ......................................................................................................................... 27 2.1.3 BATERIA DE NÍQUEL-METAL-HIDRETO .......................................................................... 29 2.1.4 BATERIA SÓDIO-METAL-CLORETO................................................................................. 30 2.1.5 BATERIA DE LÍTIO .......................................................................................................... 32 TECNICAS COMPARATIVAS AVANÇADAS NA ANÁLISE DE OPÇÕES TECNOLOGICAS .................... 34 3.1 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA – ACV................................................................................... 34 3.2 ANÁLISE DE MODOS DE FALHAS E EFEITOS – FMEA ............................................................. 42 METODOLOGIA.............................................................................................................................. 49 4.1 PLANEJAMENTO DA AECV ..................................................................................................... 49 4.2 DADOS DOS INVENTÁRIOS DOS FLUXOS DE ACV NAS ETAPAS SELECIONADAS ANTERIORMENTE .............................................................................................................................. 53 4.3 APLICAÇÃO DA FMEA PARA PRIORIZAÇÃO DOS IMPACTOS ................................................. 62 4.4 ANÁLISE COMPARATIVA ........................................................................................................ 65 5 RESULTADOS OBTIDOS COM A AECV ............................................................................................ 69 6 DISCUSSÃO DE RESULTADOS......................................................................................................... 72 7 CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 74 8 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .................................................................................... 76 REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 77 APÊNDICE A – Avaliação Estratégica do Ciclo de Vida, na Distribuição da Energia Elétrica ................. 81 APÊNDICE B – Avaliação Estratégica do Ciclo de Vida, na Transmissão da Energia Elétrica................. 88 APÊNDICE C – Avaliação Estratégica do Ciclo de Vida, no Acionamento do motor elétrico ................ 92 APÊNDICE D – Avaliação Estratégica do Ciclo de Vida, no processamento primário do Petróleo........ 93 APÊNDICE E – Avaliação Estratégica do Ciclo de Vida, na combustão da gasolina ............................... 97 ANEXO A – Inventário refinado para 1 MWh.km de rede urbana brasileira de distribuição de energia elétrica................................................................................................................................................... 99 ANEXO B– Inventário referente a transmissão da energia elétrica .................................................... 106 ANEXO C – Inventário da destilação do petróleo................................................................................ 113 ANEXO D – Inventário da geração de produtos da combustão .......................................................... 115 16 1. INTRODUÇÃO Políticas ambientais e de energia de todos os paises, direcionadas pelo esgotamento rápido do petróleo e pela crescente poluição do ar devem considerar sistemas de transportes mais sustentáveis para o futuro. O desenvolvimento de metodologias que permitam realizar a comparação dos impactos globais dos veículos tradicionais, também conhecidos como veículos de combustão interna, e veículos alternativos ajudarão a identificar sistemas com características mais sustentáveis na mobilidade urbana. Até o momento existem muitas opiniões favoráveis para a substituição dos veículos acionados com motores de combustão interna por veículos acionados com motores elétricos, que normalmente possui maior desempenho energético e menor impacto ambiental, porém estas opiniões não consideraram todo o ciclo de vida dos veículos. É importante salientar que grandes impactos ambientais observados atualmente no planeta, como o conhecido efeito estufa, assim como o rápido esgotamento de fontes não renováveis de energia são decorrentes da falta de considerações destes efeitos na implementação de novas tecnologias, em particular na área de transporte de pessoas e cargas, nos modelos de desenvolvimento econômico industrial sobretudo nos países já desenvolvidos. A adoção dos mesmos modelos de desenvolvimento nos denominados paises em desenvolvimento irá acelerar de forma descontrolada estes impactos ambientais, podendo comprometer a sobrevivência da nossa espécie no planeta nas próximas décadas. É necessário assim desenvolver metodologias de análise mais eficazes na introdução de novas tecnologias que permitam garantir a sustentabilidade futura da nossa espécie no planeta. 17 1.1 JUSTIFICATIVA O motor de combustão interna tem sido utilizado por mais de 130 anos para o acionamento de automóveis e veículos em geral. No entanto, o forte apelo ambiental e a limitação de combustíveis fósseis estão exigindo veículos alternativos. Os veículos elétricos, de acordo com Barreto (1986), apresentam maior eficiência energética que um veículo convencional: em função da maior eficiência de transformação da energia elétrica, armazenada nas baterias sob a forma de energia química, em energia mecânica, em comparação com os veículos convencionais ocupados com motor de combustão interna. No entando deve-se questionar se os impactos na geração da energia elétrica não anulam o benefício da menor poluição dos veículos elétricos. Atualmente não existe uma metodologia adequada que permita avaliar os impactos de novas tecnologias. Desta forma algumas perguntas importantes dentro deste contexto ficam sem respostas. Por exemplo, qual é o impacto da utilização dos veículos convencionais em relação ao consumo de recursos que não são renováveis. Existem metais e materiais suficientes para criar um grande número de veículos elétricos? Quais são os impactos gerados na vida de um veículo? A infraestrutura da transmissão de eletricidade é suficiente e adequada a mobilidade de veículos elétricos? Carros movidos à bateria elétrica desempenham um papel fundamental no cenário de mobilidade futura. No entanto pouco se sabe sobre os seus impactos ambientais decorrentes da sua produção, utilização e reciclagem, o que torna difícil comparar os impactos ambientais dos veículos elétricos com os veículos movidos a motor de combustão interna. Consequentemente para vislumbrar esse cenário precisa-se quantificar e qualificar impactos e níveis de risco associados com cada tecnologia empregada nos veículos analisados. 18 1.2 OBJETIVO O principal objetivo desse trabalho é desenvolver uma metodologia que permita fazer uma análise comparativa dos impactos globais na utilização de veículos com motores de combustão interna e veículos elétricos na mobilidade de grandes centros urbanos. Pretende-se quantificar esta análise em todo o ciclo de vida desde a utilização das matérias-primas até a reciclagem final, passando pelas fases intermediárias de fabricação, utilização e manutenção. Os impactos serão levantados a partir de pesquisas bibliográficas já existentes. Pretende-se elaborar uma metodologia específica com o intuito de fundamentar de forma mais eficaz e abrangente a eficiência dos veículos inseridos na mobilidade urbana, levando-se em consideração os impactos causados no meio ambiente, nas linhas de produção e nos processos de reciclagem. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Neste trabalho foi feito um planejamento de quais fases e sistemas envolvidos durante o ciclo de vida de um veículo com motor de combustão interna e um veículo elétrico devem ser abrangidos e levados em consideração. Posteriormente far-se-á um levantamento bibliográfico dos impactos, a partir de inventários de ciclo de vida já existentes, nas fases de fabricação, utilização e disposição final de veículos convencionais e elétricos. Por este motivo foi utilizada a ferramenta FMEA (Análise de Modos de Falhas e Efeitos, “Failure Mode and Effect Analysis” –FMEA) para mapear e priorizar os impactos globais levantados na etapa anterior. Finalmente foi realizado um mapeamento global do impacto nos dois tipos de veículos analisados combinando as duas técnicas anteriores e analisou-se o potencial real de utilização de veículos elétrico como substitutos de veículos com combustão interna. 19 2. A EVOLUÇÃO DOS VEÍCULOS Os primeiros veículos datam de 1200 a.C. (CASTRO, 2012), no período denominado Neolítico, onde se utilizava veículos impulsionados por animais domesticados. Com o passar do tempo, surgiu à necessidade de se locomover a distâncias cada vez maiores ou em tempos cada vez mais curtos. Diversas foram as invenções e ideias para o aprimoramento dos veículos, desde carros a vela à veículos a vapor como pode-se ver nas figuras 2.1 e 2.2. Figura 1 2.1 – Veículo movimentado por uma vela, com compacidade para 30 pessoas, que se movimentava com uma velocidade superior a de um cavalo. Contruido em 1600 pelo matemático holandês Simon Stevin. Fonte: Castro (2012). Figura 2 2.2 – Veículo de três rodas com motor a vapor, desenvolvido em 1769 pelo francês Nicolas Joseph Cugnot. Fonte: Castro (2012). 20 Segundo Castro (2012) o primeiro veículo acionado por motor elétrico foi desenvolvido em 1839 pelo escocês Robert Anderson. Em 1842 Anderson juntou-se ao inglês Thomas Davenport e construíram um veículo elétrico movimentado por baterias, que na época não eram carregáveis. Assim sendo, os veículos elétricos tinham como fator limitante a curta duração das baterias e consequentemente a distância a ser percorrida. De acordo com Barreto (1986) este veículo elétrico surgiu aproximadamente quarenta anos antes do primeiro automóvel acionado por motor de combustão interna, o Patent-Motorwagen de Karl Benz, em 1886, apresentado na figura 2.3. Figura 3 2.3 – O Benz Patent-Motorwagen Nr. 3 de 1888, usado por Bertha Benz, esposa de Karl Benz, para a primeira viagem a longa distância de automóvel (mais de 106 km). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Benz_Patent-Motorwagen, ultimo acesso 26 de agosto de 2013. Ainda de acordo com Castro (2012) em 1860 o francês Etienne Lennoir patenteou o primeiro motor a gás. Esse motor trabalhava com um ciclo de compressão de dois tempos acionando diretamente um eixo virabrequim que transmitia o movimento a uma roda. Com base neste motor Lennoir construiu o primeiro veículo que circulou em ruas e foi denominado Hippomobile. 21 Figura 4 2.4 – Veículo Hippomobile construido pelo francês Etienne Lennoir em 1860 Fonte: Castro (2012). Com base no motor de dois tempos de Lennoir, em 1862 o autodidata alemão Nicolaus August Otto começou a testar a construção de motores a gás de quatro tempos, que começaram a ser utilizados apenas em 1876. Em 1864 ele fundou a primeira fábrica de motores do mundo. Essa fábrica, inicialmente chamada N.A. Otto Cia foi, a partir de 1972, denominada Gasmotoren-Fabrik Deutz AG e é atualmente conhecida como Deutz AG. Em 1876 com ajuda técnica de Wilhelm Maybach e apoio financeiro de Eugen Langen, Otto conseguiu atingir a maturidade na produção dos motores de quatro tempos, que serviram de base para a construção dos motores automobilísticos atuais. Em 1884 Otto descobriu a ignição elétrica para seus motores a gás. A partir dessa invenção foi possível começar a utilizar combustíveis líquidos, como alternativa para o gás, que até aquele momento era o único combustível utilizado nos motores de dois e quatro tempos. Os motores de combustão interna de quatro tempos com ignição elétrica levam o nome de motores Otto, devido ao grande esforço realizado por esse alemão no desenvolvimento desses motores, sem os quais a indústria automobilística atual não existiria (Castro, 2012). Em 1899, cinco anos depois de Otto descobrir a ignição elétrica para seus motores a gás, foi quebrado o recorde de velocidade de um automóvel pelo belga Jenatzy, a bordo de um veículo elétrico, o “La Jamais Contente”, que atingiu 106km/h, figura 2.5. Desde o começo da história do automóvel houve crescimentos e descobertas 22 tanto nos veículos com motores de combustão interna quanto nos veículos elétricos, a industria e seus inventores nunca descartaram nenhuma destas duas tecnologias (Castro, 2012). Figura 52.5 - Jenatzy, a bordo do La Jamsi Contente. Fonte: Noce (2009) Assim, no final do século XIX nasceu o denominado automóvel, ou seja, um veículo capaz de se movimentar de forma autônoma, sem a necessidade de animais ou esforço humano. O coração dos automóveis passou a ser o motor, ou seja, o sistema que permitia o acionamento do veículo. No final do século XIX existiam vários tipos de acionamentos concorrendo simultaneamente para sua utilização em automóveis. Isto pode ser observado nos dados de fabricação dos Estados Unidos, onde nesta época já existiam vários fabricantes de veículos automotores. Em 1900 existiam nos Estados Unidos 75 diferentes fabricantes de veículos. Os veículos eram acionados por motores a vapor, a gás e alguns automóveis eram movidos por motores elétricos (Castro, 2012). 23 2.1 MOTOR ELÉTRICO Trinta e sete anos antes de Nicolas August Otto começar a utilizar os motores a gás de quatro tempos, a base dos motores que os automóveis usam hoje, Castro (2012) acredita que em 1839 o escocês Robert Anderson construiu o primeiro veículo acioando por um motor elétrico. Atualmente os motores elétricos apresentam eficiências em torno de noventa porcento, ou seja, o motor pode transformar cerca de noventa porcento de energia elétrica consumida em trabalho efetivo no seu eixo, por isso os motores elétricos são considerados os equipamentos eletro-mecânicos mais eficientes. Diferente de um motor de combustão interna que possui efeciência de aproximadamente trinta porcento, o motor elétrico tem emissões nulas de poluentes e por possuir somente uma parte móvel, ele possui vida útil muitas vezes superior ao motor de combustão interna. Para o proprietário, um veículo elétrico representa um sistema eficiente, aparentemente não poluente, de alto desempenho e com baixo custo de manutenção, devido às características intrísicas do motor elétrico. Outra valiosa qualidade do motor elétrico é que ele apresenta uma característica especial que o difere do motor de combustão interna. Seu torque máximo ocorre em baixas rotações. Assim sendo, sua resposta é imediata já no arranque, não havendo necessidade de aguardar que ele chegue à uma determinada rotação para começar a usufruir de sua potência. Esta condição pode eliminar a necessidade da transmissão de múltiplas velocidades ou reduzi-la a um número menor de velocidades em comparação com uma transmissão para motores de combustão interna. Caso seja eliminada a transmissão de múltiplas velocidades, pode-se também eleminar o acoplamento entre o motor de transmissão, que permite a seleção das múltiplas velocidades, ou seja, a embreagem. Segundo Pereira (2007) os motores elétricos oferecem uma eficiência maior e menos ruído sonoro do que os motores de combustão interna, MCI. Também fornecem torque mais elevado em velocidades baixas, o que resulta em melhor aceleração na saída do repouso. Além de aumentar a eficiência energética através do freio regenerativo (que faz com que o motor funcione como gerador quando o 24 veículo desacelera, de modo que possa recarregar o banco de baterias durante as frenagens). Em um sistema de tração convencional com motor de combustão interna, a energia cinética é totalmente desperdiçada na forma de calor durante a frenagem, porque não há nenhum mecanismo para recuperá-la. De acordo com Noce (2009, p. 68) os veículos elétricos apresentam as seguintes vantagens principais: Maior eficiência energética que um veículo convencional: em função da maior eficiência de transformação da energia elétrica, armazenada nas baterias sob a forma de energia química, em energia mecânica, em comparação com o motor de combustão interna. Neste, a energia química armazenada no combustível, deve passar por um processo termodinâmico para prover energia mecânica às rodas. Além disso, os veículos elétricos só consomem energia quando estão em movimento. No motor elétrico a energia é transformada de maneira mais adequada à característica de funcionamento urbano do automóvel, sem a limitação de rotação mínima de funcionamento presente no motor de combustão interna. Manutenção menos freqüente e mais simplificada: como as temperaturas dos sistemas de transformação de energia do veículo elétrico são baixas, ocorre menor degradação dos elementos de atrito, lubrificação e vedação, além da grande simplificação no número de peças móveis e da inexistência de movimentos alternativos, que podem induzir vibrações no sistema. Em um motor elétrico de corrente alternada, a manutenção preventiva se resume à troca dos rolamentos do induzido, o que ocorre após cem mil quilômetros. Pouca emissão de poluentes: as transformações de energia no veículo elétrico não emitem subprodutos como nos motores de combustão interna. Esta vantagem se presta principalmente aos grandes centros urbanos, onde mesmo os veículos com motor de combustão interna pouco poluente e/ou aqueles movidos a combustíveis com geração de carbono neutro como, por exemplo, o etanol de cana de açucar, gera poluentes gasosos nocivos próximos à propulsão. Deve-se salientar que a bateria do veículo elétrico deve 25 ser corretamente reciclada ao término da sua vida útil, a fim de se evitar a poluição por descarte inadequado. Segundo Oliveira (2005) e Barreto (1986), como desvantagens dos veículos elétricos podem-se citar: Elevado custo, que de acordo com Noce (2009, p. 69): o custo do quilowatt-hora instalado em um veículo elétrico gira em torno de US$2.500,00 (R$5.000,00), o que torna o valor de venda de um carro elétrico no Brasil, com autonomia em torno de 100km1, cerca de R$100.000,00 a mais em relação ao veículo original. Um veículo Fiat Palio Weekend Elétrico, com 18kWh, possui preço de R$145.000,00, ao passo que o mesmo veículo em versão Flex custa em torno de R$45.000,00. Soma-se a isto o fato de que o veículo Flex recolhe imposto sobre produtos industrializados na alíquota de 0,1% enquanto o veículo elétrico recolhe o mesmo imposto na alíquota de 25% (dados referentes a agosto de 2009). Autonomia reduzida e longo tempo de recarga, como a energia específica, em Wh/kg, de uma bateria moderna é da ordem de sessenta vezes inferior à da gasolina, para se atingir uma autonomia comparável ao automóvel tradicional, a massa das baterias torna-se inviável tecnicamente, além de seu elevado custo de produção. Esta é a principal razão pela qual o foco dos veículos elétricos sejam os centros urbanos, sendo que para percursos extra-urbanos torna-se necessário algum tipo de hibridização da propulsão elétrica com algum combustível, tendo-se em vista atingir autonomias mais elevadas. 1 valor corrigido pelo presente autor com dados de 2009, Noce em sua dissertação apresentou o valor de 10km, atualmente,2014, o mesmo veículo em questão possui uma autonomia de 120km e consumo de carga completa de 20kWh e consome 15kWh a cada 100km. 26 Em mais de quarenta e sete quilos de baterias modernas tem-se energia equivalente a apenas um litro de gasolina, por isso nos carros elétricos o uso da energia proveniente da bateria deve ser bem determinado a fim de se garantir uma autonomia adequada ao veículo. Um veículo com desempenho mais contido e adequado ao trânsito urbano maximiza a transformação da energia elétrica em movimento, uma vez que as forças resistivas aumentam com velocidade. Como premissas de projeto de um veículo elétrico urbano, podem-se prever desempenhos mais adequados à condução urbana que um veículo à combustão (NOCE, 2009, p. 70). 2.1.1 CRONOLOGIA DOS CARROS ELÉTRICOS Segundo Westbrook (2001) em 1800 houve a construção da 1ª pilha por Alessandro Volta, já em 1821 Faraday demonstra o princípio do motor elétrico. Três anos depois, em 1834, Davenport demonstra o primeiro carro elétrico a andar na estrada alimentado por uma bateria primária. Em 1839 Sir William Grove descreve a 1ª célula de combustível. E apenas em 1859 Planté inventa a célula secundária e a bateria. No ano de 1869 construiu-se o primeiro motor elétrico de corrente contínua de mais do que um cavalo vapor. Passado uma década, no ano de 1881, Trouvé permite que o primeiro carro elétrico seja alimentado por uma bateria secundária. Quatro anos depois, 1885, Benz demonstrou o primeiro veículo de motor de combustão interna. Entre os anos de 1887 à 1898 houve o desenvolvimento de carros elétricos na Europa e nos Estados Unidos da América. No ano 1899 o recorde mundial de veículos terrestres é atingido por Jenatzy (105,9 km/h), e mantendo-se por três anos pilotando um veículo elétrico. Em 1900 o mesmo número de veículos a vapor, elétricos e a gasolina competem entre si pela aceitação pública. Os anos de 1900 à 1912 ficou conhecido como a idade de ouro dos veículos elétricos mas começavam a dominar os veículos movidos com motor a gasolina. Entre os anos de 1921 à 1960 houve um grande domínio dos motores a gasolina e desaparecem os veículos elétricos. Apenas por volta de 1970-90 reaparecem os veículos elétricos, embora em pequenas quantidades. Entretanto no ano de 27 1990 houve a regulamentação de emissões zero californianas, que regulam novas atividades no desenvolvimento de veículos elétricos. Dessa forma surge um número considerável de veículos elétricos com novas tecnologias nas baterias. E no ano de 2010 a fabricante de automóveis Nissan lança o carro LEAF, sendo o primeiro veículo cem por cento elétrico produzido em larga escala no mundo. No Brasil o grande marco do carro elétrico ocorreu em 2006 com a assinatura de um acordo internacional de cooperação técnica entre a usina de Itaipú e uma concessionária de energia Suíça denomida Kraftwerke Oberhasli,KWO. Como fruto deste acordo no ano de 2012 o cidade de São Paulo recebeu os primeiros táxis elétricos do Brasil. 2.1.2 BATERIA Enquanto no Brasil os motores de combustão interna possuem a gasolina ou etanol como combustível propulsor, nos veículos elétricos o tanque de combustível e o combustível são substituídos pela bateria. Desde o ano de mil e oitocentos quando o italiano Alessandro Volta criou a primeira pilha, as baterias passaram por grandes e profundas transformações tecnológicas até chegarem às utilizadas nos dias de hoje. Como se viu os primeiros carros elétricos foram criados por volta de 1839, mas em 1920 eles pararam de ser produzidos pelo sucesso alcançado dos veículos a motor de combustão interna. Entretanto por volta de 1980 às montadoras começaram a pensar novamente em produzirem carros elétricos e a principal diferença na produção desses carros está na ausencia do motor de combustão interna e no tanque de combustível, no qual ambos seriam substituidos por motor elétrico e baterias (Buchmann, 2001). Em 2008 as baterias de níquel metal hidreto, NiMH, foram as mais utilizadas para a fabricação de veículos híbridos principalmente devido a sua segurança já consolidada, e o seu custo já bastante amortizado. Essas baterias foram e são utilizadas principalmente pelos fabricantes japoneses de larga escala, como Honda e Toyota e alguns fabricantes coreanos. 28 Na Europa e começando a ser testada na mobilidade urbana no Brasil a bateria de sódio-metal-cloreto é a mais utilizada em função de sua segurança, da capacidade de armazenamento e de sua reciclabilidade. Já as baterias de lítio estão sendo utilizadas hoje, em pequena série, na construção de veículos de demosntração, devido a sua maior capacidade de armazenamento de energia (energia específica) surgindo, assim, como uma grande promessa para o futuro da propulsão de veículos elétricos e híbridos, em especial aqueles que utilizam da nanotecnologia para obtenção de menores tempos de recarga e maior vida útil. Tem-se optado pelas tecnologias isentas de cobalto ou pelas tecnologias de lítio-polímero para a aplicação automotiva devido às questões de segurança. A história das baterias começou em 1800 com a construção da 1ª pilha por Alessandro Volta. Já em 1802 O inglês Dr. William Cruickshank projetou a primeira bateria de produção em massa, ela era formada por chapas de cobre e zinco em solução de ácido diluído em água. No ano de 1859 o físico francês Gastón Platé inventou a primeira bateria recarregável, a qual era baseada no princípio de chumbo e ácido, sistema utilizado até os dias de hoje. Em 1899 o sueco Waldmar Jungner inventou a bateria de níquel-cádmio. E em 1901Thomas Alva Edison criou um projeto alternativo ao de Jungner, trocando o cádmio por ferro. No ano de 1932 Schlecht e Ackermann inventaram a placa de pólo sinterizada, que aumentou significativamente a durabilidade e a corrente de descarga das baterias de chumboácido. Em 1947 Neumann tornou a bateria de níquel-cádmio semelhante à que se conhece hoje, popularizando-a através da selagem completa. No ano de 1960 as pilhas alcalinas foram desenvolvidas pela empresa Union Carbide. E uma década depois, em 1970, surgiram as primeiras baterias chumbo-ácido reguladas à válvula. Em 1990 Iníciou-se a comercialização da bateria de Níquel-Metal Hidreto (NiMH), já em 1992 comercializou-se a bateria alcalina recarregável e no ano de 1999 comercializou-se a bateria de Lítio-Íon Polímero (Buchmann, 2001). 29 2.1.3 BATERIA DE NÍQUEL-METAL-HIDRETO As baterias de níquel metal hidreto, NiMH, são consideradas uma evolução das basterias de níquel cádmio pois apresentam maiores taxas de energia armazenada por unidade de massa ou de volume, são menos prejudiciais ao ambiente devido a ausência do cádmio e não apresentam o infortúnio do efeito de memória. A bateria de NiMH é constituida por anodo e catodo que são filmes flexíveis enrolados e separados por filmes de material fibroso que retém o eletrólito. Esse conjunto é encapsulado e interligado com os terminais externos para formar o dispositivo prático onde há um pequeno suspiro para liberar gases eventualmente formados. O catodo é formado por hidróxido de níquel, Ni(OH)2, e eletrólito por hidróxido de potássio, KOH. O anodo por sua vez é formado por um hidreto metálico. Essa liga metálica possui grande capacidade de absorção de hidrogênio, de aproximadamente cem vezes o seu volume. Essas ligas em geral são compostas por dois metais: um que absorve hidrogênio de forma exotérmica e outro que absorve de forma endotérmica. Dessa maneira a união desses metais permite a criação de uma liga que gere energia. Em relação a atual mobilidade urbana, com o início da comercialização da bateria de NiMH em 1990 o veículo EV1 da General Motors, o primeiro veículo elétrico de fabricação em série, que no ano de 1997 foi inicialmente fabricado com baterias de chumbo-ácido, dois anos depois teve sua linha de fabricação alterada com surgimento e aprimoramento da tecnologia de NiMH. Consistente com a bateria de NiMH os veículos híbrido Prius da Toyota e Insight da Honda empregaram a tecnologia NiMH por sua alta capacidade de armazenamento de energia e pelo conhecimento e segurança da tecnologia proveniente dos equipamentos eletroeletrônicos portáteis testados. (Noce, 2009). Um exemplo da bateria de Ni-MH é mostrado na figura 2.6. 30 Figura 6 2.6 – Bateria de Níquel Metal Hidreto Fonte: http://www.cheap-china-batteries.com/nimh-aaa-battery-24v-800-mah-p-1746.html, ultimo acesso 12 de janeiro de 2014. 2.1.4 BATERIA SÓDIO-METAL-CLORETO As baterias sódio-metal-cloreto conhecidas como metal-cloreto são utilizadas em aplicações de propulsão híbrida para o transporte ferroviário, marítimo, industrial e o transporte de massa. Essa bateria demonstrou uma grande promessa em aplicações móveis, por exemplo, em locomotiva híbrida que têm ciclos de trabalho relativamente severos, que incluem a operação em condições climáticas extremas que vão de desertos às áreas mais frias do mundo, e têm um espaço e peso disponível limitado para o armazenamento de energia. Esta combinação, que também os veículos elétricos encontram, requer que as baterias tenham uma densidade de energia muito elevada, uma elevada confiabilidade e uma tolerância à temperatura ambiente. Baterias de sódio-metal-cloreto demonstraram algumas das maiores densidades de energia encontradas entre todos os tipos de baterias disponíveis no mercado. A sua densidade de energia, sua eficiência na carga e descarga, sua capacidade de segurança e seu comportamento nas condições ambientes fizeram com que esta bateria seja adequada para utilização de veículos elétricos e híbridos. Essa bateria é constituida por placas negativas de sódio e placas positivas geralmente formada por cloreto de níquel. O sódio da placa negativa é formado eletroquimicamente a partir do cloreto de sódio quando a bateria recebe a primeira carga para a sua formação. Segundo Husain (2003) quando o sódio está à 31 temperatura ambiente, ele é aquecido a uma temperatura de 250 à 350°C para que a bateria funcione. As mais comuns bateria sódio-metal-cloreto são as de NaS, sódio-enxofre, e a de Ni-NaCl2, denominado comercialmente como bateria ZEBRA – Zero Emission Baterries Research Activity ou Zeolite Battery Research Africa. As baterias de metal cloreto apresentam o inoportuno da alta temperatura de operação, em torno de 250°C à 300ºC, devendo ser montada em caixa com excelente isolação térmica para impedir que o eletrólito se solidifique. Caso isso ocorra, deve ser feito o reaquecimento da bateria, processo que pode durar de um a dois dias para que a bateria se recarregue. Este tipo de bateria ainda é amplamente utilizado em várias aplicações de veículos de tração puramente elétrica de alta taxa de utilização como, por exemplo, veículos de frota de empresas. A bateria metal-cloreto apesar de trabalhar a alta temperatura é bastante segura, relativamente barata, seu material é abundante e amigável ao meio ambiente, possui alta densidade de energia e custo de manutenção relativamente baixo. Entretanto seu processo de fabricação é bastante complexo, quando parada seu processo de descarga é bastante grande, ou seja, perde carga muito rapido além de possuir o incoveniente de trabalhar a altas temperaturas. Um exemplo da bateria ZEBRA é mostrado na figura 2.7. Figura 7 2.7 – Bateria de Sódio Metal Cloreto Fonte: Noce (2009) 32 2.1.5 BATERIA DE LÍTIO Segundo Noce 2009 as baterias de lítio são atualmente as mais promissoras para aplicação portátil pois possuem alta capacidade de armazenamento de energia, baixa toxidade e não apresentam efeito memória. Além de trabalhar a temperaturas não muito diferentes da ambiente e podem ser carregadas em pouco tempo. Um exemplo da bateria de Li-ion é mostrado na figura 2.8. Figura 8 2.8 – Bateria de Lítio de ion Fonte: http://blogbringit.com.br/home/devo-usar-toda-a-minha-bateria-do-notebook-antes-decarregar/, ultimo acesso 12 de janeiro de 2014. Cabe salientar que a bateria de lítio possui uma vasta gama de subtipos, dentre os quais limitar-se-á destacar as que apresentam maior oportunidade de utilização veícular: 33 • Lítio-Íon-Manganês A terceira maior produtora de baterias de lítio-íon da atualidade, a empresa sulcoreana LG, utiliza essa tecnologia de catodo de manganês. Esse tipo de bateria apresenta como principal vantagem o fator segurança quanto à explosão em relação à de lítio-íon-cobalto. Como desvantagem pode-se citar uma pequena perda de densidade de energia desta em relação ao tipo anteriormente mencionado. Outras empresas que utilizam semelhante tecnologia são a NEC e a Samsumg. • Lítio-Íon-(Nano) Fosfato Utiliza íons de lítio adverso ao lítio metálico no eletrólito na forma de sais de lítio dissolvido em solventes não aquosos. No decorrer da descarga os íons de lítio deslocam desde o interior do material que formam o anodo até o interior do material do catodo e os elétrons movimentam através do caixa externa. Dentre as vantagens dessa bateria pode-se citar a baixa densidade do lítio fazendo que com o tamanho, a massa e o custo sejam menores, possuem bom desemprenho e confiabilidade se tornando uma promissora bateria automotiva. Não existem muitos dados sobre os resultados destas baterias, mas o fabricante, A123 Systems, declara uma potência em torno de 3000W/kg e uma durabilidade de 10 vezes mais ciclos que uma bateria de lítio-íon convencional. 34 3 TECNICAS COMPARATIVAS AVANÇADAS NA ANÁLISE DE OPÇÕES TECNOLOGICAS 3.1 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA – ACV Entre os anos de 1960 e 1980 no decorrer da primeira crise do petróleo, começou-se um estudo sobre as novas fontes de energia e no aprimoramento dos processos de consumo de recursos naturais esgotáveis. Segundo Chehebe (2002) em 1965 a empresa Coca-Cola Company financiou um estudo para comparar diferentes tipos de suas embalagens, a fim de identificar o recipiente mais adequado do ponto de vista ambiental. Este estudo visou quantificar a utilização dos recursos naturais e os índices de emissão para o meio ambiente. Ainda de acordo com Chehebe (2002) no ano 1974 a pedido da United States Environmental Protection Agency ,USEPA, houve um aprimoramento do modelo feito pela Coca-Cola Company que serviu de base para o estabelecimento de um procedimento de comparação dos impactos ambientais gerados por produtos. Posteriormente no Continente Europeu, desenvolveu-se um procedimento similar denominado Ecobalance. A partir desse procedimento de comparação surgia-se a Avaliação do Ciclo de Vida. No início este método proporcionava grandes divergências nos resultados e muitas destas discordâncias eram ocasionadas pelas diferentes necessidades energéticas, diferentes níveis de emissões e geração de resíduos sólidos ponderados no estudo. Com o intuito de normalizar esse novo método surgem alguns orgãos para atuar nesse segmento. De acordo com a Society of Environmental Toxicology and Chemistry, Setac: A avaliação inclui o ciclo de vida completo do produto, processo ou atividade, ou seja, a extração e o processamento de matérias-primas, a fabricação, o transporte e a distribuição; o uso, o reemprego, a manutenção; a reciclagem, a reutilização e a disposição final (SETAC, 1993). 35 Já a Environmental Protection Agency, EPA, define a ACV como uma ferramenta para avaliar, de forma holística, um produto ou uma atividade durante todo o seu ciclo de vida (VIGON et al.,1993) Na ISO 14040 (2006) a ACV é definida como a compilação e avaliação das entradas, saídas e do impacto ambiental potencial de um produto através de seu ciclo de vida. Dessa maneira a análise do ciclo de vida é uma ferramenta para análise dos danos ambientais de cada estágio do ciclo de vida de um produto. Considera-se dano ambiental qualquer tipo de impacto causado no ambiente pela existência do produto. Assim sendo analísa-se a fase de extração das diferentes matérias-primas, a emissão de substâncias tóxicas, a utilização da terra, a geração de energia para fabricação, uso e descarte do produto, todas as etapas e sistemas a cerca do produto em estudo. Cabe salientar que o objetivo do estudo da ACV é exclusivamente o produto. Dessa forma os processos envolvidos na manufatura, no uso e no descarte são analisados para a determinação da quantidade de matérias-primas, energia, resíduos e emissões associados ao ciclo de vida do produto. Seria ideal se essa análise fosse quantitativa em escala, todavia quando não for possível quantificar, alguns aspectos qualitativos são levados em conta para que o imapcto ambiental seja exposto da forma mais completa possível. O começo da Análise do Ciclo de Vida se dá pela criação de um fluxograma do processo, no qual deve-se especificar todos os fluxos de material e energia que entram e saem do sistema. O primeiro passo é aquisição de matéria-prima, no estágio seguinte a matéria-prima é processada para a obtenção dos produtos. Esses materias já processados são então transformados em produtos no estágio de manufatura do produto. Após essas etapas, ocorre o uso e, após o uso, o descarte ou a reciclagem. A reciclagem, última fase de um produto, pode acontecer de várias maneiras. O produto pode ser reutilizado, ou seja, o produto é utilizado novamente, sem nenhum transformação, o produto pode ser remanufaturado, seu material é utilizado na manufatura de outro produto ou o produto é propriamente dito reciclado, dessa 36 forma seu material é utilizado como matéria-prima no processamento de outro produto. Todos esses estágios, em conjunto com o transporte requerido para deslocar materiais e produtos, consomem matéria-prima e energia e contribuem para o impacto ambiental causado pelo produto. A ACV inclui, assim, a aquisição da matéria-prima desde sua fonte primária, a produção, o uso e o descarte. Pela definição da ACV pode-se imaginar a complexidade da análise, pois precisa-se trabalhar muitas variáveis. Por esse motivo, há uma estrutura formal, dividida em etapas, para a realização de uma avaliação de ciclo de vida de um produto. Essa estrutura é mostrada na figura 3.1. Figura 9 3.1 – Três etapas da Análise do ciclo de vida de um produto • • • Definição de objetivos Unidade Funcional Fronteiras do sistema PLANEJAMENTO • • Coleta de dados Análise de resultados INVENTÁRIO • • Avaliação de impacto Avaliação comparativa INTERPRETAÇÃO Fonte: Almeida (2006) Segundo a ISO 14040 (2006) as estapas para realização de uma ACV podem ser classificadas da seguinte forma: • Definição dos objetivos e limites do estudo, escolha da unidade funcional. • Realização do inventário de entradas e saídas de energia e materiais relevantes para o sistema em estudo. • Avaliação do impacto ambiental associado às entradas e saídas de energia e materiais, ou avaliação comparativa de produtos ou processos: analisa os impactos causados pelas emissões identificadas e pelo uso das matériasprimas, e interpreta os resultados da avaliação de impactos, com a finalidade de implantar melhorias no produto ou processo. Quando se utiliza a ACV para 37 comparar produtos, é essa etapa que recomenda qual produto seria ambientalmente preferível. Definição dos objetivos e limites do estudo De acordo com Almeida (2006) os sistemas avaliados pela ACV são abertos, de forma que é importante estabelecer um plano para o procedimento. Durante a elaboração do plano, deve-se estabelecer as razões pelas quais a ACV será efetuada. É também nessa fase que se estabelecem as fronteiras do sistema, definindo o objetivo da avaliação e uma estratégia para a coleta de dados e os métodos utilizados para a coleta. Estabelecidos os limites do sistema e o objetivo da avaliação, uma unidade funcional deve ser escolhida para o cálculo das entradas e saídas do sistema. A escolha da unidade funcional deve ser cuidadosa, tendo em vista que pode levar a resultados ambíguios, especialmente quando se pretende comparar produtos. Ainda de acordo com Almeida (2006) unidade funcional pode ser definida como sendo a referência, à qual são relacionadas as quantidades mencionadas no inventário. Ou seja, é uma unidade de medida da função realizada pelo sistema, essa unidade refere-se a uma unidade de produto e a uma unidade de função. Por exemplo, a função de um processo está associada à produção que pode gerar produtos e subprodutos. Dessa forma, considerando duas saídas, mesmo que a saída associada ao subproduto seja involuntária, esse processo apresenta duas funções – uma que gera o produto e outra que gera o subproduto. Na Análise do Ciclo de Vida o subproduto deverá ser levado em consideração. A unidade funcional escolhida não será simplesmente em função do produto, pois o impacto associado ao processo será influenciado também pela quantidade de subproduto proveniente do segundo processo. Portanto, para a seleção de uma unidade funcional, é preciso levar em consideração as possíveis funções do sistema, e a unidade funcional deve ser ajustada, para que os processos possam ser comparados. Realização do Inventário 38 De acordo com a ISO 14040 (2006) a realização do inventário é a segunda etapa para realizar a ACV, essa etapa determina as emissões que ocorrem durante o ciclo e a quantidade de energia e matérias-primas usadas. Baseia-se num balanço de massa e energia, em que todos os fluxos de entrada devem corresponder a um fluxo de saída quantificada como produto, resíduo ou emissão. A realização do inventário proporciona o entendimento global detalhado do processo de produção. Assim explicita pontos de produção de resíduos e sua destinação, as quantidades de material que circulam no sistema e as quantidades que deles saem. Também podese determinar a poluição associada a uma unidade do sistema. Através do fluxograma, criado inicialmente, pode-se identificar os fluxos de cada material que circula no sistema e as perdas podem ser detectadas de imediato, dependendo da natureza do material e da complexidade do sistema. O passo seguinte consiste em acompanhar o material dentro de cada ciclo, determinando qual a fração permanente no produto, quanto dele é reciclado e qual fração se perde ou é descartada. Cada estágio da manufatura pode então ser inspecionado, a fim de se determinar ou estimar o estágio mais importante para a redução de resíduos. O desfecho do inventário se dá pela criação de uma tabela no qual se mensura toda quantidade de material e de energia de cada ciclo. A partir desta etapa inicía-se a avaliação do impacto. Avaliação do impacto ambiental A última etapa da ACV, segundo a ISO 14040 (2006), é a avaliação do impacto ambiental que possui como objetivo primordial compreender e avaliar a intensidade e importância dos impactos ambientais baseados na análise do inventário. Após detectadas as emissões para o ambiente e exibidas na tabela de resultados do inventário, os impactos de cada emissão devem ser caracterizados e avaliados. A avaliação procura determinar a severidade dos impactos, para isso e de acordo com a ISO 14040 (2006) são definidas três etapas: classificação, caracterização e valoração. 39 Classificação: etapa na qual agrupam-se e selecionam-se os danos do inventário do ciclo de vida em algumas categorias de impactos. As categorias gerais são o esgotamento de recursos, a saúde humana e os impactos ecológicos. Caracterização: focada na análise e quantificação do impacto em cada categoria selecionada, com a utilização de dados físicos, químicos, biológicos e toxicológicos relevantes que descrevem os impactos potenciais. Valoração: etapa que discute a importância dos resultados da avaliação de impactos. Pode envolver interpretação, ponderação e ordenação dos dados de análises de inventário. Na etapa de classificação os resultados do inventário são analisados com base no impacto ambiental que podem causar e de acordo com a norma ISO 14042 (2006) define-se as categorias de impacto, que são tabeladas e permitem a comparação com os dados obtidos durante o inventário. Almeida (2006) cita em sua obra os vários centros, empresas e equipes que desenvolveram guias e métodos para a formulação e análise da ACV que hoje são amplamente seguidos. Dentre eles estão o Centro de Ciência Ambiental da Universidade de Leiden, Centre for Environmental Science, que obteve reconhecimento internacional ao desenvolver um guia para ACV. Há também listas desenvolvidas pelo Grupo de Trabalho em Avaliação Ambiental da SETAC e métodos desenvolvidos por grupos de empresas de setores específicos. Esses métodos utilizam fatores de caracterização, em que cada emissão contabilizada no inventário pode ser associada a uma determinada categoria de impacto ambiental. Existem vários tipos de categoria e alguns métodos estabelecem apenas quatro categorias: diminuição de reservas, saúde ecológica, saúde humana e bem-estar social. Posteriormente a composição das categorias de impacto para o estudo, estabelece os fatores de caracterização associados às suas respectivas substâncias de referência. Os itens do inventário que apresentam emissões acima do permitido pela legislação local são selecionados, e modelos de conversão são utilizados para quantificar os danos ao ambiente. Cada emissão individual de um componente 40 químico específico é multiplicada por um fator peso, que o relaciona com a categoria de impacto. Assim sendo o impacto avaliado permite definir: qual parte do sistema acarreta maior prejuízo ambiental. Todavia, a normalização por meio de fatores de impacto e fatores de peso gera controvérsias, pois essa aproximação não considera as condições locais, onde ocorre a emissão. Por exemplo, o efeito de uma emissão pode ser completamente diferente, conforme as condições locais do sistema, a concentração preexistente da substância na área, a presença ou não de população, o tipo de ecossistema, dentre outros. Essas premissas, de acordo com Alemida (2006), não podem ser incorporadas ao resultado da avaliação do impacto, a qual, apesar da análise extremamente detalhada, deve então ser tomada somente em termos genéricos. Por esse motivo, muitos estudos de ACV limitam-se a avaliações qualitativas que estabelecem escala de danos para as substâncias. Graedel e Allenby (1995) sugerem um sistema de avaliação numa matriz com um total de 25 elementos. Na vertical, aparecem os estágios do ciclo de vida do produto. Na horizontal, relacionam-se os aspectos ambientais envolvidos em cada fase do ciclo. Cada elemento da matriz recebe uma nota de zero, o mais alto impacto ambiental, a quatro, o menor impacto ambiental. Como são 25 elementos, a soma de todas as notas pode atingir no máximo a nota 100, o que indicaria um produto sem impactos sobre o meio ambiente. O resultado poderia ser utilizado para avaliar a substituição de um material, a troca do tipo de embalagem ou a quantidade de resíduos gerada por mudanças no processo. A matriz proposta por Graedel e Allenby (1995) não inclui aspectos ambientais relativos à distribuição ou o transporte do produto. Mas a matriz pode ser facilmente adaptada para inclusão desses aspectos. A terceira etapa da avaliação de impacto destina-se a interpretar os valores obtidos na etapa anterior. Emprega-se essa fase no desenvolvimento, melhoria e comparação entre produtos e processos. Cabe ressaltar que a comparação tem sido bastante utilizada, mas o emprego da ACV para melhorar produtos é, sem dúvida, 41 mais importante, pois pode identificar processos, componentes e sistemas para minimização de impactos ambientais. Muitas vezes, costuma-se desprezar o impacto ambiental associado ao uso dos produtos porque esse impacto acontece longe do fabricante e por um período de tempo que pode ser longo ou não. Para produtos duráveis, o impacto gerado no diaa-dia pode ser pequeno, mas quando se contabiliza toda a sua vida, constata-se o quanto ele pode ser significativo. Quando a ACV é utilizada para comparar produtos, essa etapa proporcionada por ela é a que recomenda qual deles seria ambientalmente preferível. Ainda de acordo com Almeida (2006, p. 58): O desenvolvimento de metodologias para avaliação de impacto ambiental é um tema ainda relativamente novo, de forma que permanece incompleto. Há vários modelos de conversão, que diferem entre si quanto à sofisticação, ao grau de incertezas e à forma de converter os valores do inventário. Aplicações da ACV Pode-se utilizar a ACV para atingir diversos objetivos, dentre os mais utilizados são para investigação da origem de problemas, para comparação entre possíveis melhorias de um dado produto, a identificação de pontos fortes e fracos de uma certa opção, um guia para o projeto de um novo produto e como será abordado neste projeto, a escolha entre dois produtos similares em função de seus balanços ecológicos. Almeida (2006) ainda cita o desenvolvimento e a utilização de tecnologias mais limpas, a maximização da reciclagem de materiais e resíduos e a decisão sobre a aplicação do método mais apropriado para prevenção e controle da poluição que são fatores que podem ser baseados em uma avaliação de ciclo de vida. De acordo com Prates (1998) a aplicação da ACV pode coletar e organizar informações para uma variedade de propósito, tais como: 42 • Tomada de decisão na indústria para planejamento estratégico, projetos de produtos e outros. • Tomada de decisão no governo para regulamentação ou financiamento de pesquisas e desenvolvimento. • Na seleção de indicadores ambientais relevantes para a avaliação de desempenho. • No marketing de uma reivindicação de qualidade ou para rotulagem ambiental. Entretanto a grande abrangencia da ACV, que propõe analisar os fluxos de material e energia no ciclo de vida de um produto, torna-se sua maior limitação. Como consequência sempre será necessário simplificar alguns sistemas e fluxos. Cabe salientar que também existe diversas fontes de incertezas inerentes a uma ACV relacionado a escolha de uma unidade funcional, que pode levar a ambigüidades e a exclusão de uma etapa considerada incorretamente como de pouca influência nos resultados finais. Ou ainda, os dados disponíveis sobre o processo podem ser pobres ou inexistentes. Não obstante dessas limitações, atualmente a ACV é uma ferramenta única no diagnóstico de impactos e na elaboração de estratégias para a redução do impacto ambiental de produtos específicos. 3.2 ANÁLISE DE MODOS DE FALHAS E EFEITOS – FMEA A Análise de Modos de Falhas e Efeitos, Failure Mode and Effect Analysis – FMEA, é uma técnica documental, integrada a um formulário, que permite identificar e priorizar potenciais falhas em projetos, processos ou produtos considerando os efeitos de cada causa básica da falha sobre o desempenho do produto ou processo. Além disso a FMEA é empregada como ferramenta de notificação, ou seja, ela explicita a relevância das características do produto e do processo e suas funções e efeitos das falhas. Ainda a FMEA é considerada um sistema racional para considerações, avaliações ou certificação de mudanças em projetos, processos ou materiais. 43 Lafraia (2001) explicita alguns benefícios de aplicação da FMEA: • Redução do tempo de ciclo de um produto; • Redução do custo global de projetos; • Melhorar o programa de testes de produtos; • Reduzir falhas potenciais em serviço; • Reduzir os riscos do produto para o consumidor; • Desenvolver uma metodologia para a prevenção de defeitos ao invés de detecção e correção. Sua aplicação requer: • Conhecimento da técnica da FMEA • Conhecimento do produto ou sistema • Conhecimento das funções do produto • Conhecimento do meio de aplicação do produto • Conhecimento do processo de fabricação • Conhecimentos dos requisitos dos clientes • Conhecimentos dos requisitos dos clientes quanto a sua falhas. Criado para as empresas industriais americanas da área automobilística e amplamente utizado no projeto Apollo na década de 60 criou-se uma rotina de atualizações com o decorrer do tempo e das mudanças tecnológicas. Na FMEA além da seqüencia de preenchimento do formulário, verifica-se a caracterização dos controles preventivos e detectivos. Dessa forma, há dois tipos de Controles de processos a considerar: Preventivo: previne a ocorrência do mecanismo da falha ou modo de falha, ou ainda reduz o índice de ocorrência da causa, isto é, atua sobre as causas evitando a manifestação das mesmas. Detectivo: detecta o mecanismo da falha ou modo de falha e conduz à ação corretiva, independente da causa. Interpretação da FMEA 44 A essência da FMEA é a identificação e a priorização de problemas que se faz através de três indicadores, a saber: Detecção – D: É o índice correspondente à probabilidade que o sistema de controle proposto irá dectar uma causa raiz de um modo de falha antes do produto, em qualquer fase que esteja, chegue ao cliente. Ocorrência – O: É o índice correspondente ao número estimado de falhas que podem ocorrer para uma dada causa de falha, considerando um período normal de trabalho. Gravidade – G: É o índice que indica a severidade do efeito do modo potencial de falha no produto ou serviço. Estes três indicadores são medidos em escalas de 1 a 10, sendo que quanto maior for o índice, isto é, mais perto de 10, o mais importante são as dimensões ligadas a eles. O produto desses três indicadores gera o Risc Priority Number, RPN, que pode variar entre 1 e 1000, quanto maior o valor de RPN mais crítico é o modo de falha analisado. A prioridade recai sobre as falhas com maior índice de risco e sobre tais deve ser feito um plano de ação para o estabelecimento de contramedidas. O índice de risco é uma forma racional e precisa de hierarquizar as falhas. De acordo com Lafraia (2001) uma falha pode ocorrer freqüentemente, mas ter pequena importância e ser facilmente detectável, nesse caso não apresentará grande problema, ou seja, terá baixo risco. Seguindo o mesmo raciocínio, uma falha que tenha baixíssima probabilidade de ocorrer mas que seja extremamente grave, merecerá uma grande atenção e deverá ser redimensionados os equipamentos de segurança e sistemas de detecção e alarme. A ação de atuar nas causas, com a possibilidade de reduzi-lá ou excluí-la fica vinculada ao risco, RPN, estabelecido, resultante do produto dos três indicadores. A prioridade de intervenção nas causas pode seguir o proposto pela tabela 3.1. 45 Tabela 1 3.1 – Prioridade de Intervenção nas Causas RPN 0 até 120 RISCO Menor: nenhuma ação será tomada, ou, tomada a longo prazo com a ótica de melhoria contínua 121 até 250 Moderado: ação deve ser tomada - médio prazo 251 até 520 Alto: ação deve ser tomada, validação seletiva e avaliação detalhada devem ser realizadas - curto prazo 521 até 1000 Crítico: ação deve ser tomada, mudanças abrangentes são necessárias. Fonte: Santos (2007) Diversos autores e empresas criam tabelas para expressar os indicadores de detecção, ocorrência e gravidade, como se sabe estes indicadores que definem o Número Prioritário de Risco, RPN. As pequenas diferenças encontradas nas tabelas dos numerosos autores não são capazes de influenciar na hierarquização das prioridades, pois todos partem de um mesmo referencial. Dessa forma são mostradas nas tabelas a seguir dos indicadores que serão usadas ou tomadas como base no presente trabalho. Probabilidade de Detecção De acordo com Lafraia (2001) o índice de detecção deve ser atribuído olhando-se para o conjunto “modo de falha-efeito” e para os controles atuais exercidos. Como demostrado na tabela 3.2. 46 Tabela 2 3.2 – Tabela de Probabilidade de Detecção Probabilidade de Detecção Ranking Muito Alta: A falha será certamente detectada durante o processo 1 de projeto/fabricação/montagem/operação 2 Alta: Boa chance de determinar a falha 3 4 Moderada: 50% de chance de determinar a falha 5 6 Baixa: Não é provável que a falha seja detectável 7 8 Muito Baixa: A falha é muito improvavelmente detectável 9 Absolutamente indetectável: A falha não será detectável com 10 certeza Fonte: Lafraia (2001) Probabilidade de Ocorrências É uma estimativa das probabilidades combinadas de incidência de uma causa de falha, e dela resultar algum tipo de falha no produto ou processo. Deve-se estabelecer um índice de ocorrência para cada causa de falha. Segundo Lafraia (2001) a atribuição desse índice dependerá do momento em que se está conduzindo a FMEA. Caso o produto ou processo não dispor de dados estatísiticos, uma vez que o produto ou processo ainda não existe, baseia-sé sua análise em: Dados estatísticos ou relatórios de falhas de 47 componentes similares ou etapas similares de um processo; Dados obtidos de fornecedores; e Dados da literatura técnica. Ainda de acordo com Lafraia (2001) se a FMEA for feita por ocasião de uma revisão do projeto do produto ou processo, então podera ser utilizados: • Relatórios de falhas (intemos ou de assistência técnica autorizada). • Históricos de manutenção, quando for o caso. • Gráficos de controle. • Outros dados obtidos do controle estatístico do processo. • Dados obtidos de fornecedores. • Dados obtidos de literatura técnica. Adotar-se-á neste trabalho as considerações propostas na tabela 3.3. Tabela 3 3.3 – Tabela de Probabilidade de Ocorrência Ocorrências Pontuação Critério Probabilístico (por mil itens) <0,01 1 Remota: Falha improvável 0,1 2 Baixa: Relativamente poucas falhas 0,5 3 1 4 2 5 5 6 10 7 20 8 50 9 100 10 Moderada: Falhas Ocasionais Alta: Falhas frequentes Muito Alta: Falhas Persistentes Fonte: Santos (2007) 48 Gravidade dos Efeitos A atribuição do índice de gravidade deve ser feita olhando para o efeito da falha e avaliando o quanto este efeito pode incomodar o cliente. De acordo com Lafraia (2001) uma falha poderá ter tantos índices de gravidade quantos forem os seus efeitos. A severidade da ocorrência pode ser classificada conforme a tabela 3.4: Tabela 4 3.4 – Tabela de Probabilidade da Gravidade Gravidade das Consequencias Ranking Marginal: A falha não teria efeito real no sistema. O cliente provavelmente 1 nem notaria a falha Baixa: A falha causa apenas pequenos transtornos ao cliente. O cliente notará provavelmente leves variações no desempenho do sistema Moderada: A falha ocasiona razoável insatisfação no cliente. O cliente ficará desconfortável e irritado com a falha. O cliente notará razoável deterioração no desempenho do sistema 2 3 4 5 6 Alta: Alto grau de insatisfação do cliente. O sistema se torna inoperável. A falha não envolve riscos à segurança operacional ou o descumprimento de requisitos legais Muito Alta: A falha envolve riscos à operação segura do sistema e/ou descumprimento de requisitos legais 7 8 9 10 Fonte: Lafraia (2001) Posteriormente a definição dos indicadores de detecção, ocorrência e gravidade para cada item do processo ou produto, calculam-se o risco associado, ou seja, o RPN. A partir desse momento lista-se em ordem de prioridade os itens que possuem 49 maior impacto no processo ou produto para poder analisar qual tecnologia possui maior impacto no sistema. 4 METODOLOGIA O desenvolvimento de novos produtos com tecnologias mais avançadas requer uma análise cuidadosa de todos os impactos ao longo do seu ciclo de vida antes de serem liberados para o mercado. Devido ao grande número de variáveis envolvidas no ciclo de vida é necessário o desenvolvimento de uma metodologia orientada para verificar de forma mais rápida e estratégica os impactos durante todo o ciclo de vida de um produto. Atualmente, a Avaliação do Ciclo de Vida, ACV, é a única ferramenta desenvolvida para este tipo de análise. Entretanto, a maioria das análises realizadas com essa ferramenta só vem para realizar o inventário de alguns tipos de processos e não permitem uma visão mais abrangente e estratégica dos impactos durante todo o ciclo de vida de um produto. A metodologia proposta neste trabalho alcança de forma rápida e eficaz este objetivo, aplicando aos resultados de inventários de ACV a ferramenta FMEA para priorizar os impactos de um produto e, assim, ser capaz de decidir de forma mais clara sobre a possibilidade de avançar com um dado projeto ou o desenvolvimento de uma nova tecnologia. Esta nova metodologia é denominada pelo presente autor como Avaliação Estratégica do Ciclo de Vida, AECV - Strategic Life Cycle Assessment, SLCA, uma vez que permite uma visão mais abrangente e estratégica de todos os impactos relacionados às novas tecnologias, mesmo para processos complexos com um grande número de variáveis a serem ponderadas. 4.1 PLANEJAMENTO DA AECV Buscou-se nesta fase conhecer os sistemas veículares do carro com motor a combustão interna e do carro elétrico, com o intuito de estabelecer um plano para a implantação da AECV. Durante a elaboração deste plano foram determinadas as fronteiras analisadas do sistema. 50 Os principais sistemas veículares de um carro com motor de combustão interna são os de arrefecimento, elétrico, suspensão, freio, direção, transmissão, alimentação e o motor, como demonstrado na figura 4.1. Figura 104.1 Sistemas veicular dos VCI Fonte: SAVE MOTORS Ao comparar os sistemas veiculares do veículo elétrico com os sistemas do veículo de combustão interna nota-se que as diferenças destes veículos se resumem ao sistema de condução (sistema de acionamento mais alimentação), tais sistemas são explicitados no veículo elétrico da figura 4.2. A tabela 4.1 demonstra as principais características encontradas nos sistemas veículares de cada carro. 51 Figura 114.2 Sistema de acionamento e alimentação do VE, diferença primordial na comparação com os VCI MOTOR ELÉTRICO BATERIA Fonte: http://www.abve.org.br/destaques/2012/destaque12005.asp, ultimo acesso em 27 de agosto de 2013. Tabela 54.1 Descrição dos Sistemas Veiculares para VCI e VE Sistemas Veiculares Freio Acionamento Veículo Elétrico Disco, Tambor Motor Elétrico Veículo com MCI Disco,Tambor MCI Alimentação Bateria e energia elétrica Tanque de combustível e combustível Suspensão Estrutural Transmissão Elétrico Arrefecimento mola e amortecedor mola e amortecedor Carroceria Carroceria Eixo de transmissão, Eixo de transmissão, diferencial e Semi eixo diferencial e Semi eixo Fios e cabos Fios, cabos, alternador e motor de partida (sem impacto) Tubulação, radiador válvula termostática Fonte: o autor Através da análise da tabela 4.1 concluiu-se que o presente estudo deveria ser concentrado somente nos sistemas de acionamento e alimentação, por serem maiores as diferenças destes sistemas em comparação dos VCI e VE. A pequena diferença encontrada no sistema elétrico está relacionada a presença do motor de 52 partida no VCI. Este motor pode ser comparado ao motor elétrico encontrado no sistema de acionamento do VE, desta maneira a fim de simplificar o presente estudo a diferença encontrada no sistema elétrico pode ser negligenciada sem grande impacto. No sistema de arrefecimento a diferença fundamental entre os dois veículos está na presença do radiador no VCI, este componente serve para refrigerar o MCI e é um componente composto principalmente por alumínio e não possui impactos importantes a ponto de serem estudados e mensurados, desta forma este sistema também pode ser negligenciado sem que a comparação dos veículos seja afetada. Focando o estudo nos sistemas de acionamento e alimentação para os veículos de combustão interna e os veículos elétricos construiu-se a tabela 4.2 com o intuito de discriminar as principais diferenças encontradas nestes dois veículos nas etapas do ciclo de vida destes sistemas. Tabela 64.2 Descrição dos impactos dos fluxos do ciclo de vida VE Etapas do CV VCI Acionamento Alimentação Acionamento Processos Matéria Extração de Cobre Prima e outros metais Fabricação Fundição e Utilização Alimentação Processos (sem impacto) Extração de Ferro Extração do e outros metais petróleo Geração de Energia Fundição e Destilação do Usinagem (hidrelétrica) Usinagem petróleo Manutenção, lubrificação Distribuição e Manutenção, lubrificação Distribuição do e troca de componentes Transmição da energia e troca de componentes Combustível e elétrica e a bateria geração de produtos de combustão Disposição Reciclagem de matéria Reciclagem de Reciclagem de matéria Reciclagem de Final prima (cobre e outros bateria prima (ferro e outros metais do tanque metais) de combustível metais) Fonte: o autor A tabela 4.2 detalha os principais processos envolvidos nas etapas de ciclo de vida dos sistemas de acionamento e alimentação (combustível mais o recipiente que o armazena). Ao analisar estes sistemas durante suas etapas do ciclo de vida percebe-se que as principais diferenças destes veículos estão presentes no sitema de alimentação, em todas as etapas do CV. Desta maneira os itens detacados na tabela 4.2 foram o foco de aplicação da AECV neste trabalho. 53 4.2 DADOS DOS INVENTÁRIOS DOS FLUXOS DE ACV NAS ETAPAS SELECIONADAS ANTERIORMENTE As unidades mais críticas em termos de impacto ambiental nos dois tipos de veículos analisados estão relacionadas ao combustível, que produz diferentes efeitos durante todo o ciclo de vida do veículo. À medida que o combustível é consumido durante a vida do veículo, o seu impacto sobre o ciclo de vida requer uma análise detalhada de todas as etapas do processo de produção, distribuição até as estações de abastecimento, o armazenamento no veículo e a sua utilização onde finalmente vai ser transformado em energia mecânica ou de movimento do veículo. Esta abordagem é necessária, a fim de fazer uma análise adequada do ciclo de vida destes dois tipos de veículos. Com base nestas considerações e nas etapas da ACV de cada veículo apresentado na tabela 4.3, fez-se uma investigação em pesquisas bibliográficas, no intuito de encontrar inventários de ciclo de vida dos processos de extração e destilação do petróleo, distribuição e geração de produtos derivado do combustível. Estes inventários contituiu os estudos referentes ao VCI, para os VE inventários relacionados à geração, distribuição e transmissão da energia elétrica, além do ciclo da bateria foram considerados. Para facilitar o processamento dos dados do inventário referente ao sistema de alimentação nos dois tipos de veículos analisados neste trabalho, a tabela 4.3 define códigos referentes às diferentes etapas do ciclo de vida analisadas. 54 Tabela 74.3 - Análise comparativa dos VCI e VE Etapas da ACV I VE Sistema de Alimentação Combustível (eletricidade) II VCI Sistema de Alimentação Combustível (gasolina) Processos 1 Matéria (sem impactos) Prima 2 Fabricação Extração do petróleo Geração de hidroeletricidade Destilação do petróleo 3 Distribuição e Transmição da energia Distribuição do Combustível e elétrica e geração de produtos fabricação e uso da bateria de combustão Disposição Reciclagem de Reciclagem de metais do tanque Final bateria de combustível, tubulação dentre Utilização 4 outros Fonte: o autor DESCRIÇÃO DO INVENTÁRIO 2.I Como mostrado na tabela 4.3 a geração da energia elétrica é a primeira etapa do ciclo de vida no sistema de alimentação de um veículo elétrico. Por essa razão, esta etapa foi usada para demonstrar o método desenvolvido neste estudo para avaliar o ciclo de vida. De acordo com dados publicados pelo governo brasileiro no Portal Brasil (2013) a principal fonte de energia elétrica deste país provém das hidrelétricas e por este motivo o estudo inicial para avaliar o impacto do ciclo de vida de um veículo elétrico baseou-se neste tipo de geração de energia. O inventário considerado neste trabalho corresponde à usina hidrelétrica de Itaipu, a maior do Brasil e a maior do mundo segundo informações da própria Itaipu Binacional (2014). A tabela 4.4 mostra o inventário do ciclo de vida da geração da energia elétrica, tendo como base esta usina. 55 Tabela 84.4 - ICV de Itaipu Consolidado Água Ar Areia Argila Basalto Bauxita Calcita Carvão Dolomita Fluorita Petróleo Gas Natural Gipsita Madeira Min. Cobre Min. Ferro Min. Manganês Quartzita Sal gema Sucata aço Sucata cobre Terra Unidade (/MWh) Total Construção Usina Operação Usina (100 anos) Consumo de recursos materiais Kg 8,90E+00 7,16E+00 1,74E+00 kg 1,24E-05 7,00E+00 4,00E+00 kg 4,12E-01 4,12E-01 x kg 8,00E+00 8,00E+00 4,15E-07 m³ 3,00E+00 3,00E+00 x kg 4,00E+00 3,00E+00 4,00E+00 kg 0.48599999999999999 4,70E-01 1,00E+00 kg 5,00E+00 3,39E-02 2,01E-02 kg 9,00E+00 6,00E+00 3,00E+00 kg 6,00E+00 4,00E+00 2,43E-04 kg 0.11899999999999999 1,04E-01 1,00E+00 kg 8,00E+00 4,00E+00 4,00E+00 kg 8,00E+00 8,00E+00 x 0.14399999999999999 9,00E+00 5,00E+00 kg kg 2,00E+00 5,00E+00 1,00E+00 kg 0.16600000000000001 1,05E-01 6,00E+00 kg 1,00E+00 8,00E+00 4,00E+00 kg 2,00E+00 1,00E+00 9,00E+00 kg 1,00E+00 1,00E+00 2,00E+00 kg 6,00E+00 4,00E+00 2,00E+00 kg 2,00E+00 7,00E+00 2,13E-04 m³ 2,65E-03 2,65E-03 x Energia (inespec.) Energia do carvão Energia gás natural Energia do petróleo Energia do urânio Energia hidrelétrica MJ MJ MJ MJ MJ MJ 1,3 Butadieno Aldeídos Amônia Benzeno Benzopireno CaO CH4 Chumbo CO CO2 COV COV exceto metano Etano F2 FeO Fluoreteno Fluoreto Fuligem H2 H2S HCl Hidrocarbonetos Hidroc. Alifáticos Hidroc. Aromáticos Inespec. Material particulado Mercúrio Metais Pesados Metil- mercaptano N2O NO2 NOx Petróleo PM10 Poeira (SPM) SO2 SOx Tolueno Xileno kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg Consumo de recursos energéticos 4,00E+00 3,00E+00 4,00E+00 9,50E-04 8,00E+00 1,00E+00 2,52E-01 2,24E-01 2,75E-02 6,08E-02 5,00E+00 6,00E+00 9,50E-04 8,00E+00 1,00E+00 1,46E+00 1,36E+00 9,00E+00 Emissões atmosféricas 1,00E+00 1,00E+00 0,00E+00 3,40E-05 3,40E-05 x 2,16E-07 1,36E-07 8,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 4,00E+00 2,00E+00 1,00E+00 8,00E+00 1,00E+00 7,00E+00 4,00E+00 0.13200000000000001 4,00E+00 0.13200000000000001 1,00E+00 1,00E+00 6,00E+00 1,12E-01 7,00E+00 4,00E+00 1,00E+00 1,56E+00 0.44500000000000001 2,00E+00 1,00E+00 8,00E+00 1,10E-04 9,00E+00 1,00E+00 3,00E+00 2,34E-05 1,36E-05 7,00E+00 4,80E-08 2,85E-08 8,00E+00 5,00E+00 2,00E+00 2,00E+00 1,52E-08 8,00E+00 1,72E-06 1,00E+00 6,00E+00 5,00E+00 5,00E+00 6,00E+00 1,83E-04 1,16E-04 6,00E+00 1,10E-05 6,00E+00 4,07E-06 4,00E+00 4,00E+00 5,00E+00 3,86E-04 3,00E+00 4,00E+00 3,43E-05 3,00E+00 3,00E+00 3,00E+00 2,05E-07 1,00E+00 1,03E-05 6,00E+00 3,00E+00 1,37E-02 8,00E+00 4,96E-03 8,00E+00 5,00E+00 3,00E+00 9,00E+00 8,00E+00 1,04E-08 1,00E+00 1,20E-09 1,00E+00 5,00E+00 5,00E+00 1,00E+00 1,49E-05 1,17E-05 3,00E+00 2,97E-03 2,00E+00 2,00E+00 1,00E+00 1,00E+00 1,95E-06 4,00E+00 4,00E+00 7,00E+00 1,00E+00 1,04E-02 3,59E-04 3,49E-03 1,00E+00 1,64E-03 2,70E-04 2,00E+00 1,00E+00 1,05E-07 6,00E+00 3,00E+00 1,00E+00 7,00E+00 4,00E+00 56 Continuação da tabela 4.4. Unidade (/MWh) Total Construção Usina Operação Usina (100 anos) Efluentes líquidos Ác. Acético kg 5,00E+00 3,00E+00 2,00E+00 Acetaldeído kg 8,00E+00 5,00E+00 2,00E+00 Acetona kg 1,00E+00 9,00E+00 5,00E+00 Ácido (H+) kg 2,00E+00 2,00E+00 3,00E+00 Alcatrão kg 1,00E+00 8,00E+00 5,00E+00 Amoníaco kg 5,00E+00 3,00E+00 1,00E+00 Chumbo kg 4,00E+00 2,00E+00 1,50E-09 Cianeto kg 3,00E+00 2,00E+00 1,17E-07 Clkg 3,00E+00 3,00E+00 4,00E+00 Cobre kg 1,21E-09 7,00E+00 4,50E-10 Cromo 3+ kg 1,00E+00 9,00E+00 5,39E-10 DQO kg 2,00E+00 2,00E+00 2,00E+00 Fenol kg 5,37E-07 3,41E-07 1,00E+00 Ferro kg 5,00E+00 3,41E-06 1,00E+00 Fluoreto kg 2,00E+00 1,00E+00 8,16E-07 H2 kg 1,54E-07 1,37E-07 1,00E+00 Hexano kg 5,00E+00 3,40E-08 1,00E+00 Hidrocarbonetos kg 2,00E+00 1,00E+00 2,00E+00 Inorgânicos gerais kg 6,00E+00 1,73E-03 4,00E+00 Íons metálicos kg 4,00E+00 4,00E+00 5,00E+00 Manganês kg 1,15E-07 7,00E+00 4,21E-08 Mercúrio kg 2,00E+00 1,00E+00 8,00E+00 Metanol kg 2,00E+00 1,33E-03 7,00E+00 Metil acetato kg 1,85E-04 1,17E-04 6,00E+00 N total kg 4,00E+00 2,00E+00 1,00E+00 NH3 kg 4,00E+00 3,00E+00 1,75E-06 Nitrato kg 4,00E+00 3,01E-06 1,00E+00 Óleo kg 1,34E-05 8,67E-06 4,69E-06 Orgânicos dissolvidos kg 1,90E-06 1,00E+00 2,00E+00 PAH kg 4,03E-10 2,00E+00 1,50E-10 Petróleo kg 2,00E+00 1,00E+00 2,00E+00 Sódio kg 1,88E-06 1,00E+00 2,05E-07 Sólidos dissolvidos kg 6,00E+00 3,00E+00 2,00E+00 Sólidos suspensos kg 1,00E+00 1,00E+00 7,00E+00 Substâncias dissolvidas kg 9,00E+00 8,00E+00 1,04E-07 Substâncias suspensas kg 6,00E+00 5,93E-06 7,00E+00 Sulfito kg 3,00E+00 2,00E+00 1,30E-07 Zinco kg 1,00E+00 1,13E-05 6,00E+00 Resíduos sólidos Escória kg 4,00E+00 4,00E+00 5,00E+00 Lodo kg 2,00E+00 1,34E-03 7,76E-04 Resíduo aciaria kg 5,00E+00 3,00E+00 2,00E+00 Resíduo inorgânico kg 0.30199999999999999 8,00E+00 2,20E-01 Resíduo mineral kg 5,00E+00 4,87E-06 5,00E+00 Resíduo não inerte kg 1,00E+00 1,27E-04 1,56E-05 Resíduo sólido 5,00E+00 5,00E+00 1,99E-06 Não materiais Perda calor (ar) MJ 1,24E-02 9,00E+00 2,00E+00 Perda calor (água) MJ 6,00E+00 4,00E+00 1,00E+00 Uso do solo m² 1,52E-01 6,00E+00 1,52E-01 Fonte: Ribeiro (2003) 57 Como se observa na tabela 4.4 o inventário da etapa 2.I classifica os impactos em seis catergorias, a saber: Consumo de recursos materiais; Consumo de recursos energéticos; Emissões atmosféricas; Resíduos líquidos; e Resíduos sólidos. Com o intuito de priorizar a AECV todos os inventários de todas as etapas do sistema de alimentação dos VCI e VE tiveram seus impactos classificados de acordo com este modelo. De acordo com a tabela 4.4 percebe-se que nem todos os impactos levantados neste inventário estão quantificados na mesma unidade física, o que dificulta sua análise posterior. Por este motivo os dados deste inventário foram reformulados, unificando as unidades de cada item. Neste caso, todos os impactos do inventário são medidos por unidade de energia gerada, MWh, e a conversão das unidades de volume para massa foi realizada levando em consideração as densidades de cada componente, de forma a uniformizar as unidades. Os inventários da usina hidrelétrica de Itaipu com as unidades de medidas padronizadas estão apresentados na tabela 4.5. 58 Tabela94.5 – Inventário para a Hidrelétrica de Itaipu (impactos de dados estão relacionados com a unidade de produção 1MWh) Consumo de recursos materiais kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg kg Consumo de recursos energéticos Energia (inespec.) MJ Energia do carvão MJ Energia gás natural MJ Energia do petróleo MJ Energia do urânio MJ Energia hidrelétrica MJ Resíduos sólidos Escória kg Lodo kg Resíduo aciaria kg Resíduo inorgânico kg Resíduo mineral kg Resíduo não inerte kg Resíduo sólido Perdas Perda calor (ar) MJ Perda calor (água) MJ Uso do solo m² Água Ar Areia Argila Basalto Bauxita Calcita Carvão Dolomita Fluorita Petróleo Gas Natural Gipsita Madeira Min. Cobre Minério Ferro Min.ério Manganês Quartzita Sal gema Sucata aço Sucata cobre Terra 8,90E+00 1,24E-05 4,12E-01 8,00E+00 1,08E+01 4,00E+00 4,86E-05 5,00E+00 9,00E+00 6,00E+00 1,19E-01 8,00E+00 8,00E+00 1,44E-01 2,00E+00 1,67E-01 1,00E+00 2,00E+00 1,00E+00 6,00E+00 2,00E+00 3,98E+00 4,00E-0,2 9,50E-04 2,52E-01 6,08E-02 9,50E-04 1,46E+00 4,00E+00 2,00E+00 5,00E+00 3,02E-01 5,00E+00 1,00E+00 5,99E-0,5 1,24E-02 6,00E+00 1,52E-01 Emissões atmosféricas 1,3 Butadieno kg Aldeídos kg Amônia kg Benzeno kg Benzopireno kg CaO kg CH4 kg Chumbo kg CO kg CO2 kg COV kg COV exceto metano kg Etano kg F2 kg FeO kg Fluoreteno kg Fluoreto kg Fuligem kg H2 kg H2S kg HCl kg Hidrocarbonetos kg Hidroc. Alifáticos kg Hidroc. Aromáticos kg Inespec. kg Material particulado kg Mercúrio kg Metais Pesados kg Metil- mercaptano kg N2O kg NO2 kg NOx kg Petróleo kg PM10 kg Poeira (SPM) kg SO2 kg SOx kg Tolueno kg Xileno kg 1,00E+00 3,40E-05 2,16E-07 1,00E+00 2,00E+00 1,00E+00 1,32E-01 1,00E+00 1,12E-01 1,56E+00 2,00E+00 1,10E-04 3,00E+00 7,00E+00 8,00E+00 2,00E+00 1,72E-06 5,00E+00 1,83E-04 1,10E-05 4,00E+00 3,86E-04 3,43E-05 3,00E+00 1,03E-05 1,37E-02 8,00E+00 9,00E+00 1,00E+00 5,00E+00 1,49E-05 2,97E-03 1,00E+00 4,00E+00 1,00E+00 3,49E-03 2,70E-04 1,05E-07 1,00E+00 Efluentes líquidos Ác. Acético kg Acetaldeído kg Acetona kg Ácido (H+) kg Alcatrão kg Amoníaco kg Chumbo kg Cianeto kg Clkg Cobre kg Cromo 3+ kg DQO kg Fenol kg Ferro kg Fluoreto kg H2 kg Hexano kg Hidrocarbonetos kg Inorgânicos gerais kg Íons metálicos kg Manganês kg Mercúrio kg Metanol kg Metil acetato kg N total kg NH3 kg Nitrato kg Óleo kg Orgânicos dissolvidos kg PAH kg Petróleo kg Sódio kg Sólidos dissolvidos kg Sólidos suspensos kg Substâncias dissolvidas kg Substâncias suspensas kg Sulfito kg Zinco kg Fonte: o autor, adaptado de Ribeiro (2003) DESCRIÇÃO DO INVENTÁRIO 3.I Esta etapa é referente a distribuição e transmissão da energia elétrica além da fabricação e uso da bateria. Neste ponto cabe salientar a dificuldade de encontrar inventários de ciclo de vida disponível no meio acadêmico e no meio industrial, por ser um processo extremamente oneroso e que demanda muito tempo, trabalho e dinheiro as empresas que requesitam a análise do ciclo de vida de seus produtos e processos não possuem interesses em divulgar seus inventários. Por esta razão o presente autor encontrou grandes dificuldades para obter os inventários apresentados neste trabalho e infelizmente nem todos os inventários referentes as etapas fundamentais definidas neste projeto para fazer a comparação entre os veículos foram encontrados. 5,00E+00 8,00E+00 1,00E+00 2,00E+00 1,00E+00 5,00E+00 4,00E+00 3,00E+00 3,00E+00 1,21E-09 1,00E+00 2,00E+00 5,37E-07 5,00E+00 2,00E+00 1,54E-07 5,00E+00 2,00E+00 6,00E+00 4,00E+00 1,15E-07 2,00E+00 2,00E+00 1,85E-04 4,00E+00 4,00E+00 4,00E+00 1,34E-05 1,90E-06 4,03E-10 2,00E+00 1,88E-06 6,00E+00 1,00E+00 9,00E+00 6,00E+00 3,00E+00 1,00E+00 59 Nesta etapa, 3.I, os inventários referentes a fabricação e uso da bateria não foram descobertos na literatura, desta maneira apenas os inventários da fase de distribuição e da fase de transmissão de energia elétrica foram analisados e são apresentados respectivamente nos anexos A e B. DESCRIÇÃO DO INVENTÁRIO 4.I Esta etapa contempla a reciclagem da bateria e nenhum inventário foi encontrado na literatura científica consultada. Algumas publicações, principalmente uma suiça pertecente a Notter (2010), com o intuito de suprir a falta do inventário do ciclo de vida da bateria de lítio de íon simularam o seu ciclo de vida em programas computacionais como o global warming potential (GWP), cumulative energy demand (CED), abiotic depletion potential (ADP) e o Ecoindicator 99 (EI99H/A). Entretando como os resultados obtidos por esta simulação não são dados quantificados dos impactos, estes resultados não puderam ser abrangidos na AECV. DESCRIÇÃO DO INVENTÁRIO 1.II Nenhum inventário de análise do ciclo de vida da extração de petróleo correspondente a etapa de matéria prima do veículo de combustão interna foi encontrado. DESCRIÇÃO DO INVENTÁRIO 2.II Na etapa de deslilação do petróleo usou-se o inventário referente ao processamento primário offshore, ou seja, este processo ocorre no mar. Adotou-se este cenário pois segundo o anuário estatístico da Agência Nacional de Petróleo do ano de 2012, cerca de 90% do processamento de petróleo é feito no mar e apenas 10% em terra. O inventário referente a esta etapa encontra-se no Anexo C. DESCRIÇÃO DO INVENTÁRIO 3.II O inventário destinado a etapa de distribuição do combustível e geração de produtos de combustão considerado neste trabalho refere-se aos produtos da combustão de um veículo automotor que utilizou-se da gasolina C como combustível. De acordo com as normas brasileiras esta gasolina apresenta 78% gasolina e 22% álcool anidro. O inventário que relaciona os impactos desta fase se encontra no Anexo D. 60 DESCRIÇÃO DO INVENTÁRIO 4.II Nenhum inventário a cerca da disposição final do veículo de combustão interna a respeito da reciclagem de metais do tanque de combustível, tubulação dentre outros equipamentos foi encontrado. RESUMO DOS IMPACTOS LEVANTADOS NOS INVENTÁRIOS Como pode ser observado na tabela 4.5 e nos anexos, os resultados dos inventários são quantitativos e não permitem uma avaliação relativa de todos os impactos levantados. Para avaliar o impacto real das novas tecnologias é necessário ser capaz de priorizar os impactos e a partir disso verificar quais são os mais importantes. Isto deve ser feito não só de uma fase do ciclo de vida mas para todas as fases do ciclo de vida de um produto. Tal como indicado na tabela 4.3 a geração de energia representa apenas a primeira das quatro etapas do ciclo de vida do combustível de um veículo. Somente para esta primeira fase do inventário tem-se 113 impactos divididos da seguinte forma, tabela 4.6: Tabela104.6- Número de impactos levantado pelo inventário de uma usina hidrelétrica Categoria do Inventário Número de Impactos Consumo de recursos materiais -CRM 22 Consumo de recursos energéticos -CRE 6 Emissões atmosféricas-EA 38 Resíduos líquidos-RL 37 Resíduos sólidos-RS 7 Perdas-P 3 Total 113 Fonte: o autor A tabela 4.7 demonstra a quantificação dos impactos levantados pelos inventários adquiridos referente as etapas do ciclo de vida do sistema de alimentação, dos veículos elétricos e dos veículos de combustão interna. 61 Tabela 114.7- Impactos levantados nos inventários do sistema de alimentação do VE e VCI Etapas da ACV 1 Matéria Prima 2 Fabricação 3 Utilização 4 Disposição Final CRM CRE EA RL RS P CRM CRE EA RL RS P CRM CRE EA RL RS P CRM CRE EA RL RS P I II VE Sistema de Alimentação VCI Sistema de Alimentação (sem impactos) 22 6 38 37 7 3 139 2 117 90 19 12 não foi encontrado na literatura inventário para esta etapa CRM CRE EA RL RS P CRM CRE EA RL RS P CRM CRE EA RL RS P CRM CRE EA RL RS P não foi encontrado na literatura inventário para esta etapa 1 20 22 0 9 0 0 5 0 0 0 não foi encontrado na literatura inventário para esta etapa Fonte: o autor Analisando a tabela 4.7 os impactos levantados pelo VE somam-se 492 e são 57 os impactos referentes aos inventários do VCI para o sistema de alimentação. Como esta análise é quantitativa não se pode chegar a nenhuma conclusão a cerca de qual veículo é mais impactante ao ambiente. 62 4.3 APLICAÇÃO DA FMEA PARA PRIORIZAÇÃO DOS IMPACTOS A fim de priorizar os impactos levantados no inventário a ferramenta FMEA foi aplicada. Como mostrado na seção 3.2 esta ferramenta utiliza três índices para priorizar os modos de falha: índice de gravidade, IG, índice de Ocorrência,IO, e índice de detecção,ID. Esses índices variam entre 1 e 10, dependendo do rótulo de impacto. A seguir será explicado como definiu-se estes índices para sua aplicação na análise do ciclo de vida no contexto deste trabalho. Índice de Gravidade - IG Este índice será calculado considerando o peso relativo de cada impacto no contexto geral de cada categoria analisada (de acordo com a coluna de %total criada a partir de cada inventário padronizado), multiplicado por um fator de peso, que depende dos tipos mais característicos de impacto para cada categoria considerada no inventário. Para o resultado dessa multiplicação foi adicionado o valor 1, que é o valor mínimo esperado para este índice na ténica FMEA. Um exemplo é mostrado na tabela 4.8 de cálculo do índice de gravidade para a categoria do consumo de recursos energéticos. A coluna de % Total representa o peso de cada energia em relação ao consumo energético total, ou seja, para se chegar no valor de 0,80 referente a energia hidrelétrica, considera-se a energia consumida referente a hidrelétrica, 1,46E+00MJ, e dividi-se este valor pelo montante total de energia consumida, 1,88E+00MJ. Os fatores de peso considerados para esta categoria foram 5 para energias renováveis e 10 para energias não renováveis. O índice de gravidade para a energia hidrelétrica foi considerado como 5, esse valor foi obtido a partir da multiplicação de 0,80 pelo fator de peso 5 (energia renovável), encontrado este valor soma-se 1 e posteriormente arredonda-se o valor para deixalo inteiro. Para as demais formas de energia e para todas as demais categorias de impacto, o raciocínio aplicado foi similar ao demonstrado. 63 Tabela124.8 – Exemplo de Cálculo do índice de gravidade Energia hidrelétrica Energia gás natural Energia do petróleo Energia (inespec.) Energia do carvão Energia do urânio Total CONSUMO DE RECURSOS ENERGÉTICOS Fatores de Peso MJ % Total Energia renovavel Energia não renovável 1,46E+00 0,80 5 10 2,52E-01 0,14 5 10 6,08E-02 0,03 5 10 4,00E-02 0,02 5 10 9,50E-04 0,00 5 10 9,50E-04 0,00 5 10 1,81E+00 IG 5 2 1 1 1 1 Fonte: o autor A análise para as outras categorias de impacto (CRM, CRE, EA, RL, RS e P) foi similar ao descrito anteriormente, sendo os fatores de peso diferenciados de acordo com cada tipo de categoria. Índice de ocorrência - IO Neste caso, o índice de ocorrência foi atrelado à vida estimada de cada item analisado. Para análise das fontes de energia renováveis e não renováveis foram consideradas suas respectivas estimativas de vida média, como indicado na tabela 4.9. Quanto maior a vida estimada menor o índice de ocorrência do item analisado. A duração máxima observada para usinas hidrelétricas foi considerada como base para calcular o índice correspondente de ocorrência. Tabela134.9 – Exemplo de Cálculo do índice de Ocorrência Fonte de Energia Vida estimada (anos) % Vida Máxima OCORRÊNCIA Hidrelétrica 100 1,00 1 Térmica 30 0,30 8 Nuclear 30 0,30 8 Solar 25 0,25 9 Ventos 20 0,20 9 Fonte: o autor Adotou-se os mesmos critérios estabelecidos na categoria de consumo de recursos energéticos para as outras categorias de impacto, ou seja, a vida útil de cada item de cada categoria. Os itens de ocorrência adotados neste trabalho são apontados na tabela 4.10. 64 Tabela 144.10 - Índice de Ocorrência adotado neste estudo Impactos Distribuição e transmissão de energia elétrica Destilação de petróleo (destilarias, gasotudos, oleodutos, dentre outros) Distribuição da gasolina (da destilaria até os postos de abastecimento) Geração de produtos de combustão Reciclagem dos metais do tanque de combustível e das tubulações Reciclagem da bateria Vida Útil maior que 50 anos maior que 50 anos I.O. 1 1 maior que 30 anos 3 consumo instantâneo 8 anos (vida útil do veículo) 10 8 2 anos 10 Fonte: o autor Índice de detecção -ID Para a definição desse índice foi utilizada a escala apresentada na tabela 4.11: Tabela154.11 – Exemplo de Cálculo do índice de Detecção DETECÇÃO 1 2 3 4 5 6 7 8 Escala de detecção Exemplos de Impactos O impacto será certamente detectado Consumo de energia Boa chance de detectar o impacto Perdas de energia e gases (calor, vapor, etc) É possível detectar o impacto Impacto de resíduos sólidos Impacto de resíduos líquidos 9 A detecção do impacto é bastante difícil O impacto será muito improvavelmente detectado 10 Absolutamente indetectável o impacto Impacto de resíduos gasosos Alteração genética devido a mudanças climáticas Fonte: o autor A definição apresentada na tabela 4.11 é válida para todas as categorias de impacto consideradas nos inventários. 65 4.4 ANÁLISE COMPARATIVA PRIORIZAÇÃO DE IMPACTO DO INVENTÁRIO, FASE 2.I Na tabela 4.12 são apresentados os resultados obtidos com a aplicação do conceito da AECV, utilizando a definição do índice detalhado nesta secção, para a primeira etapa do sistema de combustível de um veículo elétrico, ou seja, a geração da energia elétrica. Tabela164.12 - Lista dos principais impactos ambientais da fase de geração de energia (primeiro estágio do ciclo de vida do combustível de veículos elétricos) Basalto Água Terra Energia Hidrelétrica Energia Gás Natural CO2 CH4 Alcatrão Inorgânicos gerais Ácido Acético Matanol Resíduo Inorgânico Consumo de Recursos Naturais - CRN Fatores de Peso % Total Renováveis Não Renováveis IG 42,75 5 10 6 35,33 5 10 5 15,78 5 10 3 Consumo Recursos Energéticos e Perdas - CRE e P Fatores de Peso % Total Renováveis Não Renováveis IG 8,53 5 10 5 1,47 5 10 2 Emissões Atmosféricas - EA Fatores de Peso % Total Efeito Estufa Não Efeito Estufa IG 8,48 10 5 9 0,72 10 5 2 Resíduos Líquidos - RL Fatores de Peso % Total Poluente Não Poluente IG 4,85 10 5 6 2,22 10 5 2 2,02 10 5 3 0,73 10 5 2 Resíduos Sólidos - RS Fatores de Peso % Total Poluente Não Poluente IG 9,74 10 5 6 IO 1 1 1 ID 5 7 5 RPN 30 35 15 IO 1 1 ID 1 1 RPN 5 2 IO 1 1 ID 9 9 RPN 81 18 IO 1 1 1 1 ID 7 7 7 7 RPN 42 14 21 14 IO 1 ID 5 RPN 30 Fonte: o autor Os resultados obtidos com o método proposto indicam emissão de CO2 atmosférico como o maior impacto ambiental da fase de geração de energia elétrica, com um número de prioridade de risco de 81. Na segunda posição de impactos está um resíduo fluido de alcatrão, com um número de prioridade de risco de 42. A água é o 66 terceiro maior impacto global desta fase de consumo de recursos materiais, com um número de prioridade de risco de 35. Nesta secção foi aplicado a AECV como metodologia para avaliar a geração de energia hidrelétrica, que é um dos quatro processos envolvidos no ciclo de vida de combustível de um veículo, neste caso em particular um veículo elétrico. Os resultados obtidos ressaltam claramente os três impactos ambientais mais importantes (como emissão de CO2 atmosférico, alcatrão como resíduos líquidos e consumo de água) de um universo total de 113 impactos levantado pelo inventário. A aplicação da ferramenta AECV nas etapas do ciclo do combustível para veículos elétricos e veículos com combustível fóssil é apresentada nos apêndices. PRIORIZAÇÃO DE IMPACTO DO INVENTÁRIO, FASE 3.I Os impactos mais relevantes na distribuição e transmissão da energia elétrica (lembrando que não foi encontrado inventário a respeito da fabricação e uso da bateria do VE) são apresentado na tabela 4.13. Tabela 174.13 - Lista dos principais impactos ambientais da fase de distribuição e transmissão de energia (segundo estágio do ciclo de vida do combustível de veículos elétricos) Impacto Ambiental Emissão atmosféricas kg % total Fatores de Peso Efeito Estufa Não Efeito Estufa IG IO ID RPN Sox CO2 2844 0,898544 0,120654 3,81E-05 10 10 5 5 10 10 1 1 3 3 30 30 CO NO2 Poeira Poeira (SPM) Particulados (SPM) SO2 CxHy Fuligem 0,000063 2 1 1 8 7 5,66E-05 5 10 10 10 10 10 10 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 9 9 9 9 8 8 8 8 1 1 1 1 1 1 1 1 3 3 3 3 3 3 3 3 27 27 27 27 24 24 24 24 1,99E-08 0,000632 0,000316 0,000316 0,002528 0,002212 1,79E-08 0,00158 Fonte: o autor PRIORIZAÇÃO DE IMPACTO DO INVENTÁRIO, FASE 4.I Para esta fase, relacionada a reciclagem da bateria, por falta de inventário do ciclo de vida os impactos não puderam ser priorizados. 67 PRIORIZAÇÃO DE IMPACTO DO INVENTÁRIO, FASE 1.II Não foi encontrado inventário para esta fase. PRIORIZAÇÃO DE IMPACTO DO INVENTÁRIO, FASE 2.II Na tabela 4.14 são apresentados os impactos globais com maior carga ambiental de acordo com a AECV. Tabela 184.14 - Lista dos principais impactos ambientais da fase de destilação do petróleo (segundo estágio do ciclo de vida do combustível de veículos com combustão interna) Impacto Ambiental Fatores de Peso Renováveis Não Renováveis Processamento primário offshore Emissão atmosféricas Dos equipamentos do sistema de tratamento de óleo do PPP. N2O Kg/bbl 10 5 Dos equipamentos do sistema de tratamento de gás do PPP. CO2 Kg/bbl 10 5 Dos equipamentos do sistema de tratamento de óleo do PPP. CO Kg/bbl 10 5 MP2.5 Kg/bbl 10 5 SO2 Kg/bbl 10 5 THC Kg/bbl 10 5 NOX Kg/bbl 10 5 Resíduos Líquidos Caracterização qualitativa da água produzida descartada em plataforma marítima de petróleo e gás natural Óleos e Graxas kg/l 10 5 Etilbenzeno kg/l 10 5 IG IO ID RPN 9 1 9 81 9 1 9 81 8 7 5 5 4 1 1 1 1 1 9 9 9 9 9 72 63 45 45 36 6 6 1 1 5 5 30 30 Fonte: o autor PRIORIZAÇÃO DE IMPACTO DO INVENTÁRIO, FASE 3.II A priorização do inventário do ciclo de vida para a distribuição do combustível e para a geração de produtos de combustão, com as devidas considerações já mencionadas nesta seção, está apresentada na tabela 4.15. Tabela 194.15 - Lista dos principais impactos ambientais da fase de distribuição do combustível e geração de produtos de combustão (terceiro estágio do ciclo de vida do combustível de veículos com combustão interna) Emissão atmosféricas % total CO HC Nox CO2 CHO kg/Km kg/Km kg/Km kg/Km kg/Km 0 0 0 0 0 Fatores de Peso Efeito Estufa Não Efeito Estufa 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 IG 1 1 1 10 1 IO 1 1 1 10 1 ID 9 9 9 9 9 RPN 9 9 9 900 9 Fonte: o autor 68 PRIORIZAÇÃO DE IMPACTO DO INVENTÁRIO, FASE 4.II Para esta fase nenhum inventário foi encontrado. RESUMO DA PRIORIZAÇÃO DOS IMPACTOS NOS INVENTÁRIOS Como pode ser observado nas tabelas 4.12 à 4.15 os resultados dos inventários são quantitativos e qualitativos e desta forma permitem uma avaliação relativa de todos os impactos levantados. A aplicação da AECV permite avaliar o impacto real das novas tecnologias pois prioriza os impactos e a partir disso verifica quais são os mais importantes. A tabela 4.16 apresenta os principais impactos do veículo elétrico enquanto a tabela 4.17 demonstra os impactos mais relevantes para o veículo de combustão interna. Tabela 204.16 Principais impactos do veículo elétrico PRINCIPAIS IMPACTOS DO VEÍCULO ELÉTRICO Impacto Ambiental Fatores de Peso kg % total Não Renováveis Renováveis IG Etapa da ACV: Utilização - Processo: Distribuição da energia elétrica Emissão atmosféricas Sox CO2 CO NO2 Emissão atmosféricas CO2 Emissão atmosféricas SO2 CxHy Poeira Poeira (SPM) Particulados (SPM) Fuligem Efluentes líquidos Alcatrão Consumo de recursos naturais água Basalto Resíduos sólidos Resíduo inorgânico IO ID 10 10 9 9 1 1 1 1 9 9 9 9 90 90 81 81 1,56E+00 8,48 10 5 9 Etapa da ACV: Utilização - Processo: Distribuição da energia elétrica 1 9 81 8 8 9 9 8 8 1 1 1 1 1 1 9 9 6 6 6 6 72 72 54 54 48 48 2844 1,84E+12 10 5 0,120654 78155070 10 5 0,000063 40809 10 5 0,000221 143155,4 10 5 Etapa da ACV: Fabricação - Processo: Geração da energia elétrica 0,000078 50525,43 10 5 5,66E-05 36689,24 10 5 0,000179 115867,8 10 5 0,000167 108176,2 10 5 0,000088 57003,05 10 5 5,56E-05 36033,7 10 5 Etapa da ACV: Fabricação - Processo: Geração da energia elétrica 1,39E-02 3,02E-01 RPN 4,85 10 5 6 1 7 42 35,33 42,75 10 10 5 5 5 6 1 1 7 5 35 30 9,74 10 5 6 1 5 30 Fonte: o autor 69 Tabela 214.17 Principais impactos do veículo de combustão interna PRINCIPAIS IMPACTOS DO VEÍCULO DE COMBUSTÃO INTERNA Impacto Ambiental Fatores de Peso unidade % total Renováveis Não Renováveis Etapa da ACV: Utilização - Processo: Geração de produtos de combustão Emissão da gasolina na combustão Gasolina C - 78% gasolina + 22% álcool anidro (v/v). Emissão atmosféricas CO2 IG IO ID RPN 5 10 10 9 900 10 5 9 1 9 81 10 5 9 1 9 81 10 10 10 10 10 5 5 5 5 5 8 7 5 5 4 1 1 1 1 1 9 9 9 9 9 72 63 45 45 36 10 10 5 5 6 6 1 1 5 5 30 30 kg/km 0,2 0,019607843 10 Etapa da ACV: Fabricação - Processo: Destilação do petróleo Processamento primário offshore Emissão atmosféricas Dos equipamentos do sistema de tratamento de óleo do PPP. N2O kg/bbl 4,08 7 Dos equipamentos do sistema de tratamento de gás do PPP. CO2 kg/bbl 161,97 8 Dos equipamentos do sistema de tratamento de óleo do PPP. CO kg/bbl 0,3 5 MP2.5 kg/bbl 0,45 8 SO2 kg/bbl 4,08 7 THC kg/bbl 4,08 7 NOX kg/bbl 0,19 3 Resíduos Líquidos Caracterização qualitativa da água produzida descartada em plataforma marítima de petróleo e gás natural Óleos e Graxas kg/L 5 0,6 Etilbenzeno kg/L 9 1,0 Fonte: o autor 5 RESULTADOS OBTIDOS COM A AECV A ferramenta de AECV foi aplicada nas duas tecnologias que foram comparadas, VCI e VE. No veículo elétrico os processos analisados foram de geração, transmissão e distribuição da energia elétrica e no acionamento do motor elétrico. No veículo com motor de combustão interna foi analisada com a nova ferramenta os processos de destilação do petróleo além da análise da geração de produtos de combustão. Das etapas pré estabelecidas na tabela 4.2 para aplicar a metodologia de AECV os processos referentes a extração do petróleo, reciclagem dos acessórios e o tanque de combustível do VCI e os processos referentes a bateria do VE não puderam ser analisados por falta de inventários do ciclo de vida deste produto, como é demostrado na tabela 5.1. Nesta tabela os processos destacados foram considerados importantes e essenciais para aplicar a AECV. 70 Tabela225.1 - Lista dos principais impactos ambientais do VE e VCI Etapas da ACV I VE Sistema de Alimentação Combustível (eletricidade) II VCI Sistema de Alimentação Combustível (gasolina) Processos 1 Matéria (sem impactos) (sem dados de inventário) Prima 2 Fabricação Extração do petróleo Geração de hidroeletricidade Destilação do petróleo 3 Distribuição e Transmição da energia Distribuição do Combustível elétrica e (sem dados de inventário) e fabricação e uso da bateria geração de produtos de combustão Disposição Reciclagem de Reciclagem de metais do tanque Final bateria de combustível, tubulação dentre (sem dados de inventário) outros Utilização 4 Fonte: o autor Os resultados obtidos com o método proposto para o veículo elétrico indicam a emissão de CO2 atmosférico como o maior impacto ambiental causado pelo veículo elétrico, com um número de prioridade de risco de 81. Na segunda posição de impactos está um resíduo fluido de alcatrão, com um número de prioridade de risco de 42. A água é o terceiro maior impacto global do veículo elétrico, presente na fase de consumo de recursos naturais, com um número de prioridade de risco de 35. Discriminando os principais impactos de cada categora do veículo elétrico tem-se os resultados apresentados na tabela 5.2. Analisando estes dados concluí-se que para o sistema de alimentação do veículo elétrico na etapa de fabricação do combustível o CO2, pertecente a categoria de emissões atmosférica possui a maior carga ambiental com um RPN de 81. Na etapa de utilização do sistema de alimentação tem-se o SOx, também pertencente a etapa de emissão atmosférica, como o maior impacto ambiental com um RPN de 30. Nesta etapa e na posterior, disposição final, os impactos causados pela bateria não foram considerados. 71 Tabela 235.2- VE: Sistema de alimentação de Combustível (eletricidade) Etapas da ACV VE - Sistema de Alimentação Combustível (eletricidade) PROCESSOS Categoria do Impacto Unidade Massa Relativa Matéria Prima IG IO ID RPN (sem impactos) Fabricação Geração de hidreletricidade Utilização Impacto Ambiental Fatores de Peso Não Renováveis Renováveis Distribuição e Transmição da energia elétrica e Emissão atmosféricas CO2 Resíduos líquidos Alcatrão Consumo de recursos naturais água Basalto Resíduos sólidos Resíduo inorgânico kg Emissão atmosféricas - Distribuição Sox CO2 CO NO2 Poeira Poeira (SPM) kg kg kg kg kg kg kg 1,56E+00 10 5 9 1 9 81 kg 1,39E-02 10 5 6 1 7 42 10 10 5 5 5 6 1 1 7 5 35 30 3,02E-01 10 5 6 1 5 30 2844 0,120654 0,000063 0,000221 0,000178874 0,000167 10 10 10 10 10 10 5 5 5 5 5 5 10 10 9 9 9 9 1 1 1 1 1 1 3 3 3 3 3 3 30 30 27 27 27 27 kg kg fabricação e uso da bateria (dados insuficientes para processamento dos impactos) Disposição Final Reciclagem de bateria (dados insuficientes para processamento dos impactos) Fonte: o autor Os resultados obtidos pela AECV no veículo com motor de combustão interna indicam a emissão de CO2 atmosférico como o maior impacto ambiental deste veículo, com um número de prioridade de risco de 900. Na segunda posição de impacto tem-se dois gases provenientes do processamento do combustível, os gases N2O e o CO2 ambos com o número de prioridade de risco de 81. O gás CO é o terceiro maior impacto global deste veículo com um número de prioridade de risco de 72. Discriminando os principais impactos de cada processo do veículo de combustão interna tem-se os resultados apresentados na tabela 5.3. A partir desta tabela podese saber quais os impactos de maior peso em cada etapa da análise do ciclo de vida para o sistema de alimentação do veículo de combustão interna. Na etapa de ACV de fabricação do combustível, no caso a gasolina, o NOx e o CO2 são responsáveis pelos maiores danos ambientais, visto que ambos possuem um RPN de 81. Na etapa de utilização do combustível novamente o CO2 é o vilão com um RPN de 90. 72 Tabela 245.3- VCI: Sistema de alimentação de Combustível (gasolina) Etapas da ACV VCI - Sistema de Alimentação Combustível (gasolina) PROCESSOS Categoria do Impacto Unidade Impacto Ambiental Massa por volume Fatores de Peso Relativo Não Renováveis Renováveis IG IO ID RPN 81 Extração do Matéria petróleo (dados insuficientes para processamento dos impactos) Emissão atmosféricas Destilação do petróleo Distribuição do Combustível e Utilização geração de produtos de combustão Disposição Final Reciclagem de metais do tanque de combustível, tubulação dentre outros N2O kg/bbl 4,08 10 5 9 1 9 CO2 kg/bbl 161,97 10 5 9 1 9 81 CO kg/bbl 0,3 10 5 8 1 9 72 MP2.5 kg/bbl 0,45 10 5 7 1 9 63 SO2 kg/bbl 4,08 10 5 5 1 9 45 THC kg/bbl 4,08 10 5 5 1 9 45 NOX kg/bbl 0,19 10 5 4 1 9 36 kg/Km 0,2 10 5 10 10 9 900 Emissão atmosféricas CO2 (sem impactos significativos) Fonte: o autor Analisando e comparando os resultados alcançados para cada veículo percebe-se que o veículo de motor de combustão interna possui um menor número de impactos com um maior número de prioridade de risco. Enquanto para o veículo elétrico tem três impactos ambientais com um número de prioridade de risco acima de trinta, o veículo com motor de combustão interna possui oito impactos ambientais com um número de prioridade de risco acima de trinta, sendo que destes oito impactos sete deles possui um RPN maior que o segundo maior impacto do veículo elétrico. 6 DISCUSSÃO DE RESULTADOS A ferramenta criada neste trabalho, AECV, tem em sua base os inventários do ciclo de vida de produtos e processos, desta forma esses inventários são cruciais e determinísticos para um correto resultado proveniente da aplicação da ferramenta. Como discutido na seção 3.1 muitos são os fatores e as variáveis envolvidas no processo de desenvolvimento dos inventários e alguns erros primários devem ser evitados no inventário com o intuito de aumentar o grau de certeza da AECV. A sensibilidade da AECV perante os fatores de peso que a contém podem ser alterados de acordo com parâmetros pré-definidos. Os valores destes fatores, utilizados no presente trabalho, foi de 5 para impactos não poluentes ou recursos renováveis e 10 para impactos poluentes ou recursos não renováveis. O valor em si destes fatores não é tão relevante mas é importante distinguir os fatores de pesos 73 para que a ferramenta AECV tenha um resultado mais coerente e condizente com a realidade. A distinção destes fatores serve para hierarquizar os impactos e a escolha de qual fator utilizar para cada impacto irá depender do tipo de análise que se deseja fazer, ou seja, os valores do peso podem variar se a análise vai ser global ou local. Por exemplo, um determinado gás liberado em uma cidade industrializada pode ser considerado poluente pelo fato da alta concentração de emissões atmosférica que esta cidade recebe. Ao ponto que para a mesma quantidade deste gás liberado em uma cidade rural a presença deste gás não é considerado um fator poluente. No veículo elétrico os impactos que possuem número prioritário de risco superior a 30 são três: CO2 atmosférico com um RPN de 81, resíduo de alcatrão com um número de prioridade de risco de 42 e a água com um RPN de 35. Ao analisar os impactos gerados pelo veículo de motor de combustão interna encontrou-se oito impactos com número prioritário de risco acima de 30. Os resultados obtidos com a AECV indicam o CO2 gerado pela utilização da gasolina como o maior impacto ambiental neste veículo, assim como no veículo elétrico, mas no VCI o RPN é de 900, ou seja, o CO2 possui uma carga ambiental de 819 pontos a mais em comparação ao VE. Nas demais posições, assim como na primeira, todos os impactos estão relacionados às emissões atmosféricas. O N2O possui um RPN de 81 assim como o CO2 gerado pelo processamento do petróleo. O CO ocupa a quarta posição do impacto com um número prioritário de risco de 72, a PM2.5 possui um RPN de 63, na sexta posição tem-se o SO2 com um RPN de 45, assim como o THC e o Nox com um número prioritário de risco de 36. 74 7 CONCLUSÃO O desenvolvimento de novos produtos com tecnologias mais avançadas requer uma análise cuidadosa de todos os impactos ao longo do seu ciclo de vida antes de serem liberados para o mercado. Devido ao grande número de variáveis envolvidas no ciclo de vida é necessário o desenvolvimento de uma metodologia orientada para verificar de forma mais rápida e estratégica os impactos durante toda vida de um produto. Atualmente, a avaliação do ciclo de vida, ACV, é a única ferramenta desenvolvida para este tipo de análise mas infelizmente a sua avaliação leva em consideração apenas as ponderações e interpretações do seu autor, ou seja, muitos estudos de ACV limitam-se a avaliações qualitativas impossibilitando análises mais conclusivas. A metodologia proposta neste trabalho alcança de forma rápida, eficaz e condizente resultados qualitativos e quantitativos, pois utiliza-se a ferramenta FMEA adaptada para priorizar os impactos dos produtos a serem comparados e, assim, ser capaz de decidir de forma mais clara e coerente sobre a possibilidade de avançar com um projeto em particular ou o desenvolvimento de uma nova tecnologia. Esta nova metodologia, criada neste trabalho, foi denominada de Avaliação Estratégica do Ciclo de Vida, AECV – Strategic Life Cycle Assessment, SLCA, uma vez que permite uma visão mais abrangente e estratégica de todos os impactos relacionados às novas tecnologias, mesmo para processos complexos com um grande número de variáveis a serem ponderadas. Neste trabalho aplicou-se a AECV como metodologia para avaliar as etapas do ciclo do combustível de veículos elétricos e veículos de combustão interna. Decidiu-se utilizar apenas nas etapas referentes ao ciclo do combustível e não em todo veículo elétrico e em todo o veículo de combustão interna porque algumas simplificações foram adotadas. Simplificações estas baseadas em visitas técnicas em montadoras de veículos e em análises criteriosas demonstradas no capítulo 4. Chegou-se a conclusão que atualmente a diferença destes dois veículos está a cerca do sistema de alimentação. Os demais sistemas veículares, como por exemplo o sistema de suspensão, sistema de freios e sistema de transmissão são similares entre os 75 veículos comparados neste estudo. Desta forma é plausível, eficaz e não gera nenhuma perda fazer esta simplificação. Os resultados obtidos através da ferramenta de Análise Estratégica do Ciclo de Vida comparando o veículo elétrico e o veículo de combustão interna em todo o percurso do ciclo de vida permite concluir que o VCI apresenta impactos globais muito mais significativos que o VE, e estes impactos se concentram na etapa de utilização do veículo, na geração de CO2. Por outro lado o veículo elétrico apresentou impactos bem menores, mas deve ser ressaltado que o sistema de geração de energia elétrica considerado é hidroelétrica, predominante no Brasil. Para outras matrizes energéticas é necessário aplicar novamente a ferramenta AECV para verificar o impacto real na geração da energia elétrica. Outro ponto muito importante é que para avaliar o impacto final do veículo elétrico é necessário investir em pesquisas que permitam levantar impactos no processo de fabricação, utilização e reciclagem de bateria, o qual deverá aumentar de forma significativa os impactos deste tipo de tecnologia. 76 8 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS Este trabalho apresentou, testou e validou a metodologia AECV para análise estratégica de impactos em novas tecnologias. Sugere-se para trabalhos futuros a pesquisa e aquisição dos inventários do ciclo de vida das etapas e processos não preenchidas pelo presente autor (fabicação, utilização e reciclagem da bateria; e extração do petróleo) e aplicação da análise estratégica do ciclo de vida nestes inventários. Desta maneira chegar-se-á primeiramente, em nível global, a resposta sobre o dilema da viabilidade ou não do veículo elétrico. Tal resposta será baseada em dados reais e não simulados e será alcançada de forma direta e bastante fundamentada. Em relação a metodologia AECV, sugere-se que no o índice de gravidade se leve em consideração a disponibilidade do recurso na natureza e não somente em relação ao peso relativo de cada impacto. 77 REFERÊNCIAS ABVE, Associação Brasileira do Veículo Elétrico. Disponível em: http://www.abve.org.br/PF/ExibePF.asp?codigo=0003. Ultimo acesso 27 de agosto de 2013. ALMEIDA, C.M.V.B. Ecologia industrial: Conceitos, ferramentas e aplicações. São Paulo: Edgard Blücher, 2006. ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Anuário Estatístico ANP, 2012. Rio de Janeiro, Brasil, 2012. ARMAND, M.T. J. M. Building Better Batteries. Nature, 2008. BARRETO, G. Veículo elétrico à bateria: contribuições à analise de seu desempenho e seu projeto. Campinas, 1986 BUCHMANN, I. Batteries in a portable world. 2ed. Richmond: Cadex, 2001. BUMBY, S., Druzhinina E., Feraldi R., Werthmann D., Geyer R. and Sahl J. Life Cycle Assessment of Overhead and Underground Primary Power Distribution. 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São Paulo, 2003. 81 APÊNDICE A – Avaliação Estratégica do Ciclo de Vida, na Distribuição da Energia Elétrica Baseado no inventário do ciclo de vida para a distribuição da energia elétrica brasileira proposto por Yokote (2003), classificou-se os impactos de acordo com as categorias de Consumo de recursos materiais; Consumo de recursos energéticos; Emissões atmosféricas; Resíduos líquidos; Resíduos sólidos; e Perdas. Em seguida colocou-se os impactos na mesma unidade de medida para posterior comparação e aplicou-se a AECV. Categoria do Inventário Número de Impactos Consumo de recursos materiais 61 Consumo de recursos energéticoss 2 Emissões atmosféricas 115 Resíduos líquidos 90 Resíduos sólidos 15 Perdas 3 Total 286 82 Consumo de recursos materiais Fatores de Peso % total IO ID Zinco (em minério) kg 0,05 10 5 1 1 8 8 Zinco (como minério) kg 0,05 10 5 3 1 8 24 Zeólito kg 0,04 10 5 1 1 8 8 Xisto kg 0,00 10 5 1 1 8 8 Urânio (em minério) kg 0,04 10 5 2 1 8 16 Urânio (como minério) kg 0,04 10 5 1 1 8 8 Sucata de cobre kg 0,04 10 5 3 1 8 24 Sucata de alumínio kg 0,00 10 5 1 1 8 8 Sucata de aço kg 0,04 10 5 1 1 8 8 Silício (em SiO2) kg 0,04 10 5 1 1 7 7 Salgema kg 0,04 10 5 3 1 7 21 Sal marinho kg 0,03 10 5 1 1 7 7 Ródio (em minério) kg 0,03 10 5 1 1 8 8 Rênio (em minério) kg 0,00 10 5 1 1 8 8 Prata Platina (em minério) kg kg 0,03 10 5 1 1 8 8 0,03 10 5 1 1 8 8 Petróleo kg 0,03 10 5 1 1 6 6 Paládio (em minério) kg 0,03 10 5 1 1 8 8 Óleo recondicionado kg 0,02 10 5 1 1 6 6 Níquel (em minério) Molibdênio (em minério) kg kg 0,00 10 5 1 1 8 8 0,02 10 5 1 1 8 8 Metano kg 0,02 10 5 1 1 3 3 Manganês (em minério) kg 0,02 10 5 1 1 8 8 Madeira kg 0,02 10 5 1 1 7 7 Lignita kg 0,00 10 5 1 1 8 8 H2SiF6 kg 0,02 10 5 2 1 5 10 Gipsita Gás natural kg kg 0,02 10 5 2 1 8 16 0,00 10 5 1 1 3 3 Gás de refinaria kg 0,00 10 5 1 1 3 3 Floculante Sintético kg 0,01 10 5 1 1 7 7 Fertilizantes kg 0,01 10 5 1 1 7 7 Ferromanganês kg 0,01 10 5 1 1 8 8 Ferro (em minério) kg 0,01 10 5 1 1 8 8 Ferro (como minério) kg 0,00 10 5 1 1 8 8 Feldspato kg 0,00 10 5 1 1 8 8 Estanho (em minério) kg 0,01 10 5 1 1 8 8 CuO kg 0,00 10 5 3 1 8 24 Cromo (em minério) kg 0,01 10 5 1 1 8 8 CrO3 (Trióxido de Cromo) kg 0,01 10 5 2 1 8 16 Criolita kg 0,01 10 5 3 1 8 24 Cobre (em minério) kg 0,01 10 5 1 1 8 8 Cobalto (em minério) kg 0,01 10 5 1 1 8 8 Chumbo (em minério) kg 0,00 10 5 1 1 8 8 Caulim kg 0,00 10 5 3 1 8 24 Cascalho kg 0,01 10 5 1 1 8 8 Carvão Mineral kg 0,00 10 5 1 1 8 8 Calcário argiloso kg 0,00 10 5 3 1 7 21 Calcário (rocha) kg 0,01 10 5 1 1 8 8 Biomassa kg 0,01 10 5 1 1 7 7 Bentonita kg 0,01 10 5 1 1 6 6 Bauxita Barita kg kg 0,01 10 5 1 1 8 8 0,01 10 5 1 1 7 7 As2O5 (Pentóxico de Arsênio) kg 0,01 10 5 1 1 7 7 Argila kg 0,01 10 5 1 1 7 7 Areia kg 0,01 10 5 1 1 7 7 Ar kg 0,00 10 5 1 1 4 4 Água (processo) kg 0,02 10 5 1 1 5 5 Água kg 0,01 10 5 1 1 5 5 Aditivos (produção do Zinco) kg 0,01 10 5 1 1 5 5 1,2-dicloroetano kg 0,01 10 5 1 1 6 6 1,1,1-tricloroetano kg 0,15 10 5 4 1 6 24 Não Renovável Renovável IG RPN 83 Consumo de recursos energéticos Fatores de Peso % total Renováveis Não Renováveis IG IO ID RPN Hidroeletricidade MJ 0,507 5 10 4 1 1 4 Energia não especificada MJ 1,000 5 10 1 1 1 1 Perdas Fatores de Peso % total Renováveis Não Renováveis IG IO ID RPN Perda de calor para o ar MJ 0,667 5 10 3 1 1 3 Perda de calor para a água MJ 0,333333333 5 10 2 1 1 2 perda de calor para o solo MJ 5 5 10 1 1 1 1 84 Fatores de Peso Emissão atmosféricas % total Efeito Estufa Não Efeito Estufa IG IO ID RPN Metano Kg 3 10 5 2 1 3 6 Fluoreto Kg 3 10 5 2 1 3 6 Aldeído Kg 3 10 5 2 1 3 6 Ti Kg 3 10 5 1 1 3 3 Particulados (SPM) Kg 3 10 5 8 1 3 24 U Kg 2 10 5 1 1 3 3 La Kg 2 10 5 1 1 3 3 Tetraclorometano Kg 2 10 5 2 1 3 6 CxHy alifático Kg 2 10 5 3 1 3 9 Cianetos Kg 2 10 5 1 1 3 3 SO2 Kg 2 10 5 8 1 3 24 Mg Kg 2 10 5 1 1 3 3 As Kg 2 10 5 1 1 3 3 Sn Kg 2 10 5 1 1 3 3 CxHy aromático Kg 2 10 5 2 1 3 6 TI Eteno Kg Kg 2 10 5 1 1 3 2 10 5 1 1 3 3 3 CO Kg 2 10 5 9 1 3 27 Hidrocarbonetos (exceto metano) Kg 2 10 5 2 1 3 6 Alcanos Kg 2 10 5 1 1 3 3 VOC Zn Kg Kg 2 10 5 2 1 3 2 10 5 2 1 3 6 6 Acetaldeído Kg 2 10 5 1 1 3 3 Acetona Kg 2 10 5 1 1 3 3 Amônia Kg 2 10 5 2 1 3 6 CxHy Kg 1 10 5 8 1 3 24 Fuligem Kg 1 10 5 8 1 3 24 Sicatos Ácido Propriônico Kg Kg 1 10 5 1 1 3 1 10 5 1 1 3 3 3 Formaldeído Kg 1 10 5 1 1 3 3 I Kg 1 10 5 1 1 3 3 Mo Kg 1 10 5 1 1 3 3 V Kg 1 10 5 1 1 3 3 Nox Kg 1 10 5 6 1 3 18 Benzo-pireno Kg 1 10 5 1 1 3 3 Ni Kg 1 10 5 1 1 3 3 Fluoroetano Kg 1 10 5 1 1 3 3 Cloreto de vinila Kg 1 10 5 1 1 3 3 Dioxina Kg 1 10 5 1 1 3 3 Petróleo Kg 1 10 5 2 1 3 6 Zr Kg 1 10 5 1 1 3 3 Propeno Kg 1 10 5 1 1 3 3 N2O Kg 1 10 5 2 1 3 6 PAH's Kg 1 10 5 1 1 3 3 Na Kg 1 10 5 1 1 3 3 Hirdogênio Kg 1 10 5 2 1 3 6 Sc Kg 1 10 5 1 1 3 3 Ácido Acético Kg 1 10 5 1 1 3 3 Hexano Kg 1 10 5 1 1 3 3 Cd Kg 1 10 5 1 1 3 3 Sr Kg 1 10 5 1 1 3 3 Benzeno Be Kg Kg 1 10 5 2 1 3 1 10 5 1 1 3 6 3 Sox Kg 1 10 5 10 1 3 30 H2S Kg 9,98594E-11 10 5 2 1 3 6 CF4 Kg 0,000703235 10 5 2 1 3 6 85 Continuação das emissões atmosféricas Fatores de Peso Emissão atmosféricas % total Efeito Estufa Não Efeito Estufa IG IO ID RPN CFC-116 Kg 0,000631887 10 5 1 1 3 3 K Kg 0,000631887 10 5 1 1 3 3 Flúor Kg 0,000631887 10 5 1 1 3 3 Óxido de Zinco Kg 8,03887E-14 10 5 1 1 3 3 P Kg 0,000631887 10 5 1 1 3 3 Acetileno Kg 7,81676E-17 10 5 1 1 3 3 CFC (hard) Kg 0,000631887 10 5 2 1 3 6 Totueno Kg 0,000631887 10 5 2 1 3 6 Negro de Fumo Kg 0,000631887 10 5 2 1 3 6 NO2 Kg 0,000631887 10 5 9 1 3 27 Poeira (grossa) Kg 0,000631887 10 5 2 1 3 6 Xileno Kg 0,000631887 10 5 2 1 3 6 Al Kg 0,000631887 10 5 1 1 3 3 Particulados (PM10) Kg 0,000631887 10 5 5 1 3 15 Alcenos Kg 0,000631887 10 5 1 1 3 3 CFC-14 Kg 0,000631887 10 5 1 1 3 3 HALON-1301 Kg 6,35499E-17 10 5 1 1 3 3 Pt Kg 0,000631887 10 5 1 1 3 3 Etilbenzeno Kg 0,000631887 10 5 1 1 3 3 Cu Kg 0,000631887 10 5 2 1 3 6 Ba Kg 9,20976E-16 10 5 1 1 3 3 Butano Kg 9,20976E-16 10 5 1 1 3 3 H2SO4 Kg 6,1925E-14 10 5 1 1 3 3 Th Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 Se Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 Fenol Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 Emissões não especificadas Kg 0,000315944 10 5 2 1 3 6 Matéria Orgânica Policíclica Kg 0,000315944 10 5 2 1 3 6 Poeira Kg 0,000315944 10 5 9 1 3 27 Poeira (SPM) Kg 0,000315944 10 5 9 1 3 27 Cobalto Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 Metil Mercaptana Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 B Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 VOC (não metano) Kg 0,000315944 10 5 4 1 3 12 Cr Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 Diclorometano Kg 0,000315944 10 5 2 1 3 6 Particulados não especificados Kg 0,000315944 10 5 2 1 3 6 Cl2 Kg 0,000315944 10 5 2 1 3 6 Buteno Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 Mn Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 Etano Kg 4,49127E-14 10 5 1 1 3 3 Heptano Kg 4,42321E-15 10 5 1 1 3 3 Gás Flúor Kg 0,000315944 10 5 2 1 3 6 Hg Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 Ca Kg 4,3181E-14 10 5 1 1 3 3 Pb Kg 4,10727E-15 10 5 1 1 3 3 metanol Kg 4,25387E-15 10 5 1 1 3 3 Etanol Kg 4,2447E-15 10 5 1 1 3 3 CO2 Kg 3,81199E-05 10 5 10 1 3 30 Pentano Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 Sb Kg 3,63158E-17 10 5 1 1 3 3 Fe Kg 3,59323E-14 10 5 1 1 3 3 HCL Kg 3,59165E-09 10 5 4 1 3 12 Propano Kg 3,30897E-14 10 5 1 1 3 3 Óxido de Cádmio Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 HF Kg 3,15944E-12 10 5 2 1 3 6 Br Kg 3,30635E-15 10 5 1 1 3 3 Acroleína Kg 0,000315944 10 5 1 1 3 3 Benzaldeído Kg 0,001579719 10 5 1 1 3 3 86 Fatores de Peso Resíduos Líquidos % total Poluente Não Poluente IG IG IO ID RPN Diclorometano Kg 1 0,003846154 10 5 0,019230769 1 1 5 5 Dicloroetano Kg 3,7E-14 1,42308E-16 10 5 7,11538E-16 1 1 5 5 DBO Kg 3 0,011538461 10 5 0,057692307 1 1 5 5 CxHy cloro Kg 2 0,007692308 10 5 0,038461538 1 1 5 5 CxHy Kg 4 0,015384615 10 5 0,076923077 2 1 5 10 CxFy aromático Kg 2 0,007692308 10 5 0,038461538 1 1 5 5 Cu Kg 8 0,030769231 10 5 0,153846153 2 1 5 10 5 Cs Kg 4 0,015384615 10 5 0,076923077 1 1 5 Cr (VI) Kg 1 0,003846154 10 5 0,019230769 1 1 5 5 Cr Kg 1 0,003846154 10 5 0,019230769 2 1 5 10 Compostos de Cálcio Kg 6 0,023076923 10 5 0,115384615 2 1 5 10 CO Kg 1,1051E-11 4,25038E-14 10 5 2,12519E-13 1 1 5 5 Cloroformio Kg 8 0,030769231 10 5 0,153846153 1 1 5 5 Clorobenzeno Kg 3 0,011538461 10 5 0,115384615 1 1 5 5 Cl- Kg 0,000000451 1,73462E-09 10 5 8,67308E-09 2 1 5 10 Cianeto Kg 5 0,019230769 10 5 0,096153846 2 1 5 10 Cd Kg 7 0,026923077 10 5 0,134615384 2 1 5 10 Br Kg 1 0,003846154 10 5 0,019230769 2 1 5 10 Benzeno Kg 4 0,015384615 10 5 0,153846153 1 1 5 5 Be Kg 3 0,011538461 10 5 0,057692307 1 1 5 5 barita Kg 9 0,034615384 10 5 0,173076922 2 1 5 10 Ba Kg 6 0,023076923 10 5 0,115384615 2 1 5 10 B Kg 9 0,034615384 10 5 0,173076922 1 1 5 5 Asbestos Kg 3 0,011538461 10 5 0,057692307 2 1 5 10 As Kg 1,00732E-10 3,87431E-13 10 5 1,93715E-12 1 1 5 5 AOX Kg 1 0,003846154 10 5 0,019230769 1 1 5 5 Alcenos Kg 5 0,019230769 10 5 0,096153846 1 1 5 5 Alcanos Kg 4 0,015384615 10 5 0,076923077 1 1 5 5 Al Kg 5 0,019230769 10 5 0,096153846 2 1 5 10 Água residuária (processo de alumina) Kg 1 0,003846154 10 5 0,019230769 3 1 5 15 Água (de produção de blend de cimento) Kg 6 0,023076923 10 5 0,115384615 3 1 5 15 Ag Kg 1 0,003846154 10 5 0,019230769 1 1 5 5 Ácido hipocloroso Kg 5 0,019230769 10 5 0,096153846 1 1 5 5 1,1,2-tricloroetano Kg 1 0,003846154 10 5 0,038461538 3 1 5 15 87 Resíduos sólidos Fatores de Peso % total Poluente Não Poluente IG IG IO ID Rejeitos radioativos de alta atividade Kg 5,28903E-08 10 5 5E-07 1 1 7 RPN 7 Rejeitos radioativos de baixa/média atividade Kg 0,052613246 10 5 5E-01 1 1 7 7 Resíduos Kg 0,026306623 10 5 1E-01 1 1 7 7 Inorgânicos Gerais Kg 0,0003478 10 5 2E-03 1 1 7 7 Rejeitos dos blend de cimento Kg 0,026306623 10 5 1E-01 1 1 7 7 Resíduos do corte de árvores Kg 0,026306623 10 5 1E-01 1 1 7 7 Escórias de alumínio Kg 4,73519E-07 10 5 2E-06 1 1 7 7 Asbestos Kg 0,052613246 10 5 3E-01 1 1 7 7 Escórias da laminação Kg 0,052613246 10 5 3E-01 1 1 7 7 Resíduos inertes de bauxita Kg 0,078919869 10 5 4E-01 1 1 7 7 rejeitos inertes Kg 0,078919869 10 5 4E-01 1 1 7 7 Rejeitos minerais Kg 0,078919869 10 5 4E-01 1 1 7 7 Rejeitos químicos Kg 0,131533115 10 5 7E-01 1 1 7 7 Rejeitos de produção (não inertes) Kg 0,157839738 10 5 8E-01 1 1 7 7 88 APÊNDICE B – Avaliação Estratégica do Ciclo de Vida, na Transmissão da Energia Elétrica Baseado no inventário do ciclo de vida para a transmissão da energia elétrica Suíça proposto por Stucki (2012), classificou-se os impactos de acordo com as categorias de Consumo de recursos materiais; Consumo de recursos energéticos; Emissões atmosféricas; Resíduos líquidos; Resíduos sólidos; e Perdas. Em seguida colocouse os impactos na mesma unidade de medida para posterior comparação e aplicouse a AECV. Categoria do Inventário Número de Impactos Consumo de recursos materiais 78 Consumo de recursos energéticos 0 Emissões atmosféricas 2 Resíduos líquidos 0 Resíduos sólidos 4 Perdas 9 Total 93 89 Consumo de recursos materiais Baixa voltagem alumínio Kg/Km cimento Kg/Km concreto Kg/Km Disco de vidro Kg/Km chumbo Kg/Km madeira Kg/Km Tratamento de madeira Kg/Km bronze Kg/Km Resina pacote Resina / epóxi Kg/Km EPR / EPDM Kg/Km conservante de madeira Kg/Km cobre Kg/Km óleo mineral Kg/Km cascalho Kg/Km PET Kg/Km PE Kg/Km PVC Kg/Km PP Kg/Km papel Kg/Km porcelana Kg/Km areia Kg/Km silicone Kg/Km aço, de baixa liga Kg/Km aço, puro Kg/Km hexafluoreto de enxofre Kg/Km zinco Kg/Km Média voltagem alumínio Kg/Km cimento Kg/Km concreto Kg/Km Disco de vidro Kg/Km chumbo Kg/Km madeira Kg/Km Tratamento de madeira Kg/Km bronze Kg/Km Resina pacote Resina / epóxi Kg/Km EPR / EPDM Kg/Km conservante de madeira Kg/Km cobre Kg/Km óleo mineral Kg/Km cascalho Kg/Km PET Kg/Km PE Kg/Km PVC Kg/Km PP Kg/Km papel Kg/Km porcelana Kg/Km areia Kg/Km silicone Kg/Km aço, de baixa liga Kg/Km aço, puro Kg/Km hexafluoreto de enxofre zinco Kg/Km Kg/Km % total 6 0 0,214242659 0 2 0 0 0 2 2 0 4 4 5 0 0 9 0 4 0 0 0 0 3 1 0 Fatores de Peso Poluente Não Poluente 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 IG IO ID RPN 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 7 7 7 7 7 7 5 7 6 7 5 7 5 7 7 7 7 7 7 7 8 7 7 7 3 7 7 7 14 7 7 7 5 7 6 7 5 7 5 7 7 7 7 7 7 7 8 7 7 7 3 7 2 0 0,148747594 0 0 2 2 0 1 2 4 2 2 3 1 8 0 0 0 1 0 4 0 3 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 7 7 7 7 7 7 5 7 6 7 5 7 5 7 7 7 7 7 7 7 8 7 7 7 7 7 14 7 7 7 5 7 6 7 5 7 5 7 7 7 7 7 7 7 8 7 7 7 5 0 10 10 5 5 1 1 1 1 3 7 3 7 90 Continuação dos recursos materiais Consumo de recursos materiais % total Fatores de Peso Poluente Não Poluente IG IO ID RPN Alta voltagem alumínio cimento concreto Disco de vidro chumbo madeira Tratamento de madeira bronze Resina pacote Resina / epóxi EPR / EPDM conservante de madeira cobre óleo mineral cascalho PET PE PVC PP papel porcelana areia silicone aço, de baixa liga aço, puro hexafluoreto de enxofre zinco Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km 1 0,63624189 0,131451362 1 1 0 0 3 0 0 0 9 1 0 0 0 0 2 4 0 0,178984675 0 1 3 0 6 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 1 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 7 7 7 7 7 7 5 7 6 7 5 7 5 7 7 7 7 7 7 7 8 7 7 7 3 7 7 28 7 7 7 7 5 7 6 7 5 7 5 7 7 7 7 7 7 7 16 7 7 7 3 7 91 Emissão atmosféricas Fatores de Peso Baixa voltagem % total Efeito Estufa Não Efeito Estufa IG Emission SF6 Kg Média voltagem Emission SF6 Kg 33827 0,100001 10 5 1,000012 Alta voltagem Emission SF6 Kg 304439 0,899999 10 5 4,499994 Resíduos sólidos Média voltagem cromato VI Kg/Km cobre boro fluoreto Perdas Baixa voltagem Perda de concreto Kg/Km Perda de madeira Kg/Km Perda de PE Kg/Km Perda de PVC Kg/Km Perda de Óleo mineral Kg/Km Média voltagem Perda de concreto Kg/Km Perda de madeira Kg/Km Perda de PE Kg/Km Perda de PVC Kg/Km Perda de Óleo mineral Kg/Km Alta voltagem Perda de concreto Kg/Km Perda de madeira Kg/Km Perda de PE Kg/Km Perda de PVC Kg/Km Perda de Óleo mineral Kg/Km % total 5,3 0,40458 3,3 0,251908 0,9 0,068702 3,6 0,274809 % total 0,9926244 0 0 0,0048559 0,0025197 Fatores de Peso Poluente Não Poluente 10 5 10 5 10 5 10 5 Fatores de Peso Renováveis Não Renováveis 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 IG IO IG ID 1 1 3 3 5 1 3 15 IO 2 1 1 1 RPN ID 1 1 1 1 RPN 7 7 7 7 IG 3 1 1 1 1 IO 1 1 1 1 1 ID 7 7 7 7 6 14 7 7 7 RPN 21 7 7 7 6 0,9864993 0,1 5,977E-05 0 0,0019808 5 5 5 5 5 10 10 10 10 10 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 7 7 7 7 6 21 7 7 7 6 0,9911897 0 0 0 0,0088103 5 5 5 5 5 10 10 10 10 10 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 7 7 7 7 6 21 7 7 7 6 92 APÊNDICE C – Avaliação Estratégica do Ciclo de Vida, no Acionamento do motor elétrico Categoria do Inventário Número de Impactos Consumo de recursos materiais 0 Consumo de recursos energéticos 0 Emissões atmosféricas 5 Resíduos líquidos 0 Resíduos sólidos 0 Perdas 0 Total 5 Emissão atmosféricas CO HC Nox CO2 CHO Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km 0 0 0 0 0 Fatores de Peso % total Efeito Estufa Não Efeito Estufa 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 IG 1 1 1 1 1 IO 1 1 1 1 1 ID 1 1 1 1 1 RPN 1 1 1 1 1 93 APÊNDICE D – Avaliação Estratégica do Ciclo de Vida, no processamento primário do Petróleo Categoria do Inventário Consumo de recursos materiais Consumo de recursos energéticos Emissões atmosféricas Resíduos líquidos Resíduos sólidos Perdas Total Número de Impactos 0 1 20 22 0 4 47 94 Consumo de recursos energéticos Fatores de Peso Renováveis Não Renováveis % total Gás Natural (energia elétrica) MJ 103000000 1 Perdas % total Calor Perdido para a água de produção Calor perdido pelo condensado Calor perdido pelo armazenamento Calor perdido na caldeira MJ MJ MJ MJ 5 IG IO 10 Fatores de Peso Renováveis Não Renováveis ID 5 IG RPN 1 IO 2 ID 10 RPN 33000000 0,5436573 5 10 3 1 2 6 8300000 0,1367381 5 10 1 1 2 2 3400000 0,0560132 5 10 1 1 2 2 16000000 0,2635914 5 10 1 1 2 2 95 Emissão atmosféricas Fatores de emissão para os equipamentos do sistema de tratamento de óleo do PPP. CO Kg/bbl 0,3 NOX Kg/bbl 0,19 MP10 Kg/bbl 0,45 MP2.5 Kg/bbl 0,45 SO2 Kg/bbl 4,08 VOC Kg/bbl 15,1 THC Kg/bbl 4,08 CH4 Kg/bbl 8,41 N2O Kg/bbl 4,08 CO2 Kg/bbl 15,81 Fatores de emissão para os equipamentos do sistema de tratamento de gás do PPP. CO Kg/bbl 9,77 NOX Kg/bbl 9 MP10 Kg/bbl 3,17 MP2.5 Kg/bbl 2,72 SO2 Kg/bbl 4,99 VOC Kg/bbl 19 THC Kg/bbl 4 CH4 Kg/bbl 1779,41 N2O Kg/bbl 3,63 % total 5 3 8 8 7 0,285174693 7 0,158829084 7 0,298583569 4 4 1 1 2 9 2 0,890595596 1 Fatores de Peso Efeito Estufa Não Efeito Estufa 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 10 10 10 10 10 10 10 10 10 5 5 5 5 5 5 5 5 5 IG 8 4 1 7 5 1 5 1 9 1 IO 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ID 9 9 9 9 9 9 9 9 9 9 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9 9 9 9 9 9 9 9 9 RPN 72 36 9 63 45 9 45 9 81 9 18 18 18 18 18 18 18 18 18 96 97 APÊNDICE E – Avaliação Estratégica do Ciclo de Vida, na combustão da gasolina Categoria do Inventário Número de Impactos Consumo de recursos materiais 0 Consumo de recursos energéticoss 0 Emissões atmosféricas 5 Resíduos líquidos 0 Resíduos sólidos 0 Perdas 0 Total 5 98 CO HC Nox CO2 CHO Emissão atmosféricas Gasolina C - 78% gasolina + 22% álcool anidro (v/v). Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km 2 4 3 0,2 1 % total 0,196078 0,392157 0,294118 0,019608 0,098039 Fatores de Peso Efeito Estufa Não Efeito Estufa 10 5 10 5 10 5 10 5 10 5 IG IO 1 1 1 10 1 ID 10 10 10 10 10 RPN 9 9 9 9 9 90 90 90 900 90 99 ANEXO A – Inventário refinado para 1 MWh.km de rede urbana brasileira de distribuição de energia elétrica Inventário da distribuição da energia elétrica extraído da dissertação de Yokote (2003). 100 101 102 103 104 105 106 ANEXO B– Inventário referente a transmissão da energia elétrica Inventário da transmissão da energia elétrica extraído do relatório Life Cycle Inventories of Electrici-ty Mixes and Gridde de Itten (2013). Average life time of the different elements of the electricity grid Life time years Aerial line (low voltage) Aerial line (medium and high voltage) Cables (underground) Masts (low and medium voltage) Masts (high voltage) Transformers and other electro technical equipment Buildings SF6 gas insulated switchgear 40 40 40 40 60 40 40 40 Material used per kilometre of cable on the low voltage level Cable LV Cable incluing insulation Cable duct Material Copper Aluminium Steel Lead PVC paper Mineral Oil Steel Concrete Resin pack Plastics Gravel Unit Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km m³/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km EWZ 2011 4590,2 0 0,9 2111,4 1012 445,7 398,8 21,2 108 0 0 0 107 Material use per kilometre of cable on the medium voltage level according to Bumby at al. (2010) and Jones and McManus (2010) Underground cable MV Cable duct material Copper Aluminium PET EPR Steel Concrete Resin pack/epoxy Plastics Gravel unit Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km m³/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Jones & McManus 2010 Bumby et al. 2010 EWZ 2011 2664,6 1413,9 4273,7 4081,3 4179,5 0 507 4597 828,1 1089 0 0 0 11299,7 21,2 0 309,7 108 35 0 0 35 0 0 76179 0 0 Material use per kilometre of aerial line on the medium voltage level (Bumby et al. 2010; Jones & McManus 2010) Aerial line MV Cables Cables reels, brackets and masts Material Copper Aluminium PE Polyethylene Silicon rubber Steel Porcelain Timber Unit Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km m³/Km Jones & McManus 2010 Bumby et al. 2010 4663 0 0 1888,7 0 56,2 30 0 1079 767,7 134 0 7,9 8 108 Material use per kilometre of underground cable on the high voltage level according to Jorge et al. (2011a) 1 Km cable HV (150kV) Cable Cable trace Materials Copper Paper Insulation Oil Lead Bronze Asphalt Polypropylene Sand Concrete Asphalt Unit Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Manufacturing Unit Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Manufacturing Maintenance 8600 3800 4000 13900 3200 700 1900 1600000 35000 75000 0 0 0 80 2 3,4 0,2 0 0 147 Material use per kilometre of aerial line on the high voltage level according to Jorge et al. (2011a) 1 Km aerial line HV (150 kV) Foundation Masts Insulators Conductors Earth conductor Materials Concrete Iron Steel Zinc Hard glass Steel Cement Steel Aluminium Mineral fat Steel Aluminium Mineral fat Maintenace 129600 6000 18000 200 562 852 48 2570 7020 490 460 280 14 0 0 0 80 2 3,4 0,2 0 0 147 0 0 4 109 Material use per kilometre of aerial line on the highest voltage level according to Jorge et al. (2011a) 1 Km aerial line HV (400 kV) Foundation Masts Insulators 400kV Insulators 150kV Conductors 400kV Conductors 150kV Earth conductor Materials Concrete Iron Steel Zinc Hard glass Steel Cement Hard glass Steel Cement Steel Aluminium Mineral fat Steel Aluminium Mineral fat Steel Aluminium Mineral fat Unit Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Manufacturing Maintenace 288000 15000 53000 1600 1350 816 63 2160 11940 378 4320 11940 378 2160 5970 189 928 556 28 0 0 0 640 5,4 3,3 0,3 1 1,7 0,1 0 0 113 0 0 57 0 0 57 110 Material used in transformers with different capacity (Jorge et al. 2011b) Transformers Unit 0,3 MVA 16/20 MVA 63 MVA Insulation Oil Cooper Kg Kg 340 10206 20000 Steel Aluminium Kg Kg 0 8673 18360 857 20417 35679 200 64 0 Material use of transformers installed in the Swiss electricity grid Transformes Source Unit Low voltage Medium voltage High voltage number Schwab 1991, VSE 1988 # Insulation Oil Copper Steel Aluminium Jorge et al. 2011 Jorge et al. 2012 Jorge et al. 2013 Jorge et al. 2014 Kg Kg Kg Kg 45000 15300000 0 38565000 8991000 800 12164800 10610400 23469400 51200 200 0 0 0 0 111 Material use per kilometre of the Swiss electricity grid for a life time of 30 years (components with a higher or lower lifetime are converted to a life time of 30 year Swiss electricity grid Length Materials Total Transports Excavation Disposal Buildings Land use Emissions to air Emissions to soil total Aluminium Cement Concrete Hard glass Lead Wood Treatment wood Bronze Resin pack/epoxy resin EPR/EPDM Wood preservative Copper Mineral Oil Gravel PET PE PVC PP Paper Porcelain Sand Silicone Steel, low-alloyed Steel, unalloyed Sulphur hexafluoride Zinc Total Transport Lorry Transport Rail Excavation Disposal concrete Disposal wood Disposal PE Disposal PVC Disposal mineral oil Building, steel construction Building, multi-storey Occupation, industrial area, built up Occupation, industrial area, vegetation Transformation, from arable Transformation, from forest Transformation, to industrial area, built up Transformation, to industrial area, vegetation Emission SF6 Chromate VI Copper Boron Fluoride unit Km Kg/Km m³/Km m³/Km Kg/Km Kg/Km m³/Km m³/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km tkm/km tkm/km m³/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km m³/Km m³/Km m²a/km m²a/km m²a/km m²a/km m²a/km m²a/km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km LV MV 128646 69 0 92,9 0 2100 0 0 0 24,5 24,5 0 4600 518,9 53325,3 0 0 1000 0 450 0 0 0 0 3690,7 0,2 0 216.397,00 5756 6760 48,7 204418 0 0 1000 518,9 0,1 5 101,2 0 1,4 1 2,5 0 0 0 0 0 0 HV 42671 2200 0 64,5 0 0 2,5 2,5 0 17 269 45,2 2893,9 285 37026,9 1373,4 8,6 0 0 0 20,5 0 4 0 3185,9 5,4 0 153578 4174 4537 375 141939 1648,9 8,6 0 285 0,2 7,5 165,2 45,7 2,9 2 4 1 0,1 5,3 3,3 0,9 3,6 15831 11211,1 210,2 57 1757,3 1627,5 0 0 372,8 0 0 0 1001,2 1115 0 0 0 0 221,2 442,4 0 186267,4 0 1175 35845,5 0 722,1 362510 8863 26701 100,6 125442 0 0 0 1115 0,1 2,5 669,9 1108 24,7 19,7 16,7 27,7 0 0 0 0 0 112 SF6 filling capacity, emissions and emission factors of the operation of high and medium voltage switchgear extrapolated from the Brazilian greenhouse gas inventory 2004 Overall amount of SF6 Handled electricity SF6 per handled electricity Emissions in use-phase Emissions per GMh Emissions per kWh Emission rate in %' unit Kg GWh Kg/Gwh Kg/a Kg/GWh Kg/kWh Total 338265 2934 800,00% High voltage 304439 407429 0,75 2787 6 6,00E+00 900,00% medium voltage 33827 364270 0,09 147 4 4,03E-10 0,43% 113 ANEXO C – Inventário da destilação do petróleo Inventário do processamento primário do petróleo offshore extraído de Gonin (2012). Produtos Químicos Inibidor de corrosão Anti Incrustantes Desemulficantes Polieletrólito Metanol Glicol Produção de Óleo Concentração (Kg/l) média Produção de Gás Concentração (Kg/l) média 3 1 9 1 - Caracterização qualitativa da água produzida descartada em plataforma marítima de petróleo e gás natural Compostos Inorgânicos - média (kg/l) Arsênio <6e-7 Bário 6,00E+00 Cádmio <1e-9 Cromo <7e-9 Cobre <6e-9 Ferro 5 Manganês 3,10E-07 Níquel 2,00E-08 Chumbo <1e-9 Vanádio <4e-9 Zinco 2,00E+00 Mercúrio <1,2e-7 Compostos Orgânicos - média (kg/l) HPAs 1 Benzeno 9,00E+00 Tolueno 6,99E-07 Etilbenzeno 9 Xilenos 6,00E+00 BTEX 1 Fenóis 6,00E+00 Óleos e Graxas <0,000005 Parâmetros Complementares - (Kg/l) Carbono Orgânico Total - COT 0,000017 Nitrogênio Amoniacal Total 0,000097 Dados de entrada de consumo de insumos para o processo Gás Natural (energia elétrica) 1,03 x 10^11 KJ 3 0,002 0,001 114 Fatores de emissão para os equipamentos do sistema de tratamento de óleo do PPP. Sistema de Tratamento de Óleo unidade Fatores de Emissão (Kg/bbl) Equipamentos do Processamento Primário Offshore (quilo por barril de petróleo produzido) CO NOX MP10 MP2.5 5,49×10-5 2,09×10-5 1,36 Caldeiras/ Aquecedores/ Queimadores Kg/bbl Conectores (fugitivos) Kg/bbl Flanges (fugitivos) Kg/bbl Outros Equipamentos (fugitivos) Kg/bbl Bombas (fugitivos) Kg/bbl Válvulas (fugitivos) Kg/bbl 0,45 0,45 Motor Gás Natural Kg/bbl 0,3 0,19 Bombas Pneumáticas Kg/bbl Controlador de Nível/Pressão Kg/bbl Armazenamento de Óleo Kg/bbl Ventilação Kg/bbl SO2 VOC 4,08 THC 3,18 CH4 0,45 0,91 0.14000000 3,18 0,05 0,02 2,27 4,13×10-4 2,72 1,81 9 0,91 0,45 3,63 0,45 1,81 0,09 0,91 -4 1,81 5,27×10 -4 2,27 0,01 Fatores de emissão para os equipamentos do sistema de tratamento de gás do PPP. Sistema de Tratamento de Gás Unidade Equipamentos do Processamento Primário Offshore (quilo por milhão de pés cúbicos padrão) CO amenização (amina) Kg/MMscf Caldeiras/ Aquecedores/ Queimadores Kg/MMscf Labaredas Kg/MMscf Cent seco (fugitivos) Kg/MMscf Conectores (fugitivos) Kg/MMscf Cent Pack (fugitivos) Kg/MMscf Cent umido (fugitivos) Kg/MMscf Flanges (fugitivos) Kg/MMscf Linhas abertas (fugitivos) Kg/MMscf Outros Equipamentos (fugitivos) Kg/MMscf Bombas (fugitivos) Kg/MMscf Válvulas (fugitivos) Kg/MMscf Desidratador de glicol (TEG) Kg/MMscf Motor a gás natural Kg/MMscf Turbina à Gás natural Kg/MMscf Bombas pneumáticas Kg/MMscf Controlador de Nível/pressão Kg/MMscf Armazenamento de Condensate Kg/MMscf Armazenamento de Óleo Kg/MMscf Ventilação Kg/MMscf NOX PM10 PM2.5 0,08 4,08 0,11 1,36 1,59×10 CO2 4,08 0,01 6,86×10-4 5,03×10 -5 N2O 1,36 SO2 VOC THC CH4 N2O CO2 0,91 1,81 -4 -4 1,81 4,27×10 4,27×10 0,91 2,72 3,63 -4 2,27 5,17×10 0,91 -5 2,27 2,09×10 0,45 1,36 26,94 -6 0,45 8,16×10 4,08 0,05 0,45 0,45 3,63 7 0,41 1,81 4,08 0,27 1,36 0,18 0,45 0,32 2,27 8,62 0,59 3,36 0,37 0,06 1,81 5,17 3,33 1,36 -4 1,36 8,62×10 4,08 0,05 0,34 7 0,26 1,36 1,36 1,36 0,45 2,72 4,42×10-3 0,11 1,05×10-3 2,27 0,02 0,1 162,66 2,27 88,31 4,08 0,91 0,45 3,18 0,08 1771,73 46,27 115 ANEXO D – Inventário da geração de produtos da combustão Inventário extraído do livro Motores de Combustão Interna de Martins (2011). CO HC Nox CO2 CHO Emissão atmosféricas Gasolina C - 78% gasolina + 22% álcool anidro (v/v). Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km Kg/Km 2 4 3 0,2 1 % total 0,196078 0,392157 0,294118 0,019608 0,098039