Detecção de defeitos em rolamentos – Uma aproximação didáctica. A. Roque *, **, T. A. N. Silva *, J. M. F. Calado * e J. C. Q. Dias * * Departamento de Engenharia Mecânica ISEL - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa Rua Conselheiro Emídio Navarro, 1, 1959-007 Lisboa E-mail: {tasilva, jcalado, jdias}@dem.isel.pt ** DatAnálise, Serviços e Técnicas de Manutenção, Lda Rua João Teixeira Simões nº 2 – 1º andar 2780-254 Oeiras E-mail: [email protected] Versão DAweb22052011 - artec01 Resumo— As frequências de defeito de um rolamento são facilmente calculadas tendo em conta as velocidades relativas entre os vários elementos constituintes deste. No entanto, para se elaborar um diagnóstico eficaz, não se deve limitar a análise ao simples cálculo das frequências por aplicação directa das expressões matemáticas. O analista deve ter também presente a forma como o rolamento defeituoso gera essas frequências e os factores que permitem justificar a diferença entre as frequências teóricas calculadas e as medidas e emitidas pelo rolamento. Condensar a informação existente nesta área específica do Controlo de Condição e comparar os resultados dos vários ensaios realizados é o objectivo deste trabalho. Um sinal vibratório emitido por um rolamento com defeito contém normalmente frequências que estão relacionadas com a sua geometria, localização do defeito e velocidade de rotação do anel interno ou externo. Neste trabalho utiliza-se um modelo físico simulador de defeitos em rolamentos. A comparação dos vários sinais vibratórios emitidos permite entender com alguma profundidade a detecção destes defeitos na prática, bem como a influência dos vários factores que alteram ou dificultam essa detecção como sejam a rotação, a carga e o tipo de rolamento, entre outros. 2. Cálculo das frequências de defeito Nomenclatura ωi , g ,e,r - Velocidade angular da pista interna, gaiola, externa e rolo ou esfera Vi , g ,e,r - Velocidade linear da pista interna, gaiola, externa e rolo ou esfera ri , g ,e,r - Velocidade angular pista interna, gaiola, externa e rolo ou esfera fi , g ,e,r - Frequência de rotação da pista interna, gaiola, externa e rolo ou esfera d - Diâmetro da esfera ou rolo Di - Diâmetro da pista interna De - Diâmetro da pista externa Dp - Diâmetro primitivo θ -Ângulo de contacto N -Numero de esferas ou rolos 1. Introdução Quando se tenta abordar pela primeira vez a detecção de defeitos em rolamentos surgem algumas dificuldades que muitas vezes perduram durante anos até que se entenda realmente o fenómeno da degradação e fundamentalmente o tratamento do sinal, a forma de detecção e a razão dos desvios entre as frequências calculadas e as frequências emitidas pelo rolamento defeituoso. Um rolamento defeituoso emite normalmente as seguintes frequências fundamentais: FTF - (Fundamental Train Frequency) – frequência emitida por um defeito da gaiola; BPFO – (Ball Pass Frequency of the Outer Race) – frequência emitida por uma esfera ou um rolo quando passa por um defeito superficial da pista externa; BPFI – (Ball Pass Frequency of the Inner Race) – frequência emitida por uma esfera ou um rolo quando passa por um defeito superficial da pista interna; BSF – (Ball Spin Frequency) – frequência emitida por um defeito superficial na esfera ou rolo quando este entra em contacto com a pista interna ou pista externa. No espectro de frequências de um rolamento com defeito podem figurar, para além da frequência de rotação do anel interno ou externo, as harmónicas da frequência de defeito e bandas laterais resultantes da modulação em amplitude, relacionada com frequência de rotação da gaiola ou com a frequência de rotação do anel interno ou externo. Para calcular as frequências de defeito de um rolamento tenha-se em atenção a Figura 1 e 2. Versão DAweb22052011 - artec01 re = ri rg ωi ωg ωe (1.8) ω g = 2π f g A velocidade angular da gaiola vem dada por: Vg (1.1) rg De forma idêntica vem para a velocidade angular da pista externa, Ve re (1.2) e ainda, para a velocidade angular da pista interna, ωi = (1.7) A expressão (1.9) representa na realidade a frequência de defeito da gaiola FTF que pode ser expressa em Hz, Fig .1. Geometria do rolamento ωe = + Substituindo (1.4) em (1.1) e atendendo às relações geométricas (1.5), (1.6) e (1.7) vem para a velocidade angular da gaiola, d cos θ 1 d cosθ ω g = ωi 1 − + ωe 1 + (1.9) 2 D p D p ωr rr ωg = d cos (θ ) 2 2 d rr = 2 Dp Vi ri (1.3) Considerando que não há escorregamento entre os elementos em movimento a velocidade linear da gaiola é dada por V +V ω r ω r Vg = i e = i i + e e 2 2 (1.4) d cos θ 1 d cos θ fi 1 − + fe 1 + (1.10) 2 Dp D p Por outras palavras, a expressão (1.10) representa a frequência de rotação da gaiola e por este facto o seu aparecimento no espectro de frequência está relacionado com desequilíbrio do conjunto rotativo – gaiola e elementos rolantes, devido a desgaste ou folgas acentuados. O seu aparecimento pode ainda estar associado à modelação em amplitude devido a defeitos na pista interna e externa. A frequência de defeito BPFO é definida como frequência com que as esferas ou rolos passam por um defeito na pista externa e pode ser determinada multiplicando o número de elementos rolantes pela velocidade angular relativa entre a gaiola e a pista externa. Assim, FTF = f g = ( BPFO = N ω g − ωe ) (1.11) Substituindo (1.9) em (1.11), Ve re = Dp 2 + Vg d cos (θ ) 2 1 d cos θ BPFO = N fi 1 − 2 Dp d cos (θ ) d = 2rr 2 d cos (θ ) 2 d cos θ + fe 1 + Dp (1.12) − fe e após alguma manipulação matemática BPFO = rr d cos θ N ( fi − fe ) 1 − Dp 2 (1.13) Vi rg = d cos (θ ) 2 Dp De forma análoga a frequência de defeito BPFI é calculada multiplicando o número de esferas ou rolos pela velocidade angular relativa entre a pista interior e a gaiola, ou seja, 2 (1.14) ri = Dp 2 − Fig .2. Geometria do rolamento - ângulo de contacto θ ( BPFI = N ωi − ω g Substituindo (1.9) em (1.14) e após simplificação vem para a frequência de defeito na pista interior, Da Figura 2 retira-se rg = Dp 2 D d cos (θ ) ri = p − 2 2 (1.5) (1.6) ) BPFI = d cosθ N ( fi − fe ) 1 + 2 D p (1.15) A frequência de defeito BSF é definida como a frequência de rotação do elemento rolante, esfera ou rolo, sobre o seu Versão DAweb22052011 - artec01 próprio centro. A velocidade angular do rolo ou esfera em torno do seu centro é, ωr = Vr rr (1.16) Considerando que só há rotação pura e que não ocorre escorregamento a velocidade tangencial da esfera ou rolo no ponto de contacto com a pista interna é igual a ( ) Vr = ωi − ω g ri B. Expressões aproximadas Quando o ângulo de contacto é desconhecido e os restantes elementos estão disponíveis é admissível aplicar as expressões (1.20) fazendo θ = 0 . Se em casos extremos não for possível obter dados suficientes para esse cálculo pode-se em alternativa aplicar as seguintes expressões: (1.17) FTF = 0.4 fi Substituindo (1.17) em (1.16) vem, ωr BPFO = 0.4 Nfi (ω − ω ) r = i g i Substituindo (1.6), (1.8) e (1.9) em (1.18) obtém-se para a frequência de defeito BSF, d cosθ BSF = f r = ( fi − fe ) 1 − Dp 2d Dp 2 (1.19) No caso dos rolamentos de rolos é frequente o aparecimento da frequência 2xBSF pois são gerados impulsos na passagem do defeito pela pista interna e pela pista externa durante uma rotação do rolo. As frequências de defeitos calculadas são gerais pois tiveram em consideração não só a velocidade de rotação do anel interno como também a velocidade de rotação do anel externo. No entanto na grande maioria soluções construtivas, o anel externo encontra-se fixo e as expressões vêm simplificadas. A. Expressões simplificadas Assim quando a anel exterior se encontra fixo as expressões reduzem-se a: FTF = d cos θ 1 ( fi ) 1 − 2 Dp d cos θ N BPFI = ( fi ) 1 + 2 D p 2 Dp d cos θ BSF = ( fi ) 1 − 2d D p BPFO = d cos θ N ( fi ) 1 − 2 Dp BPFI = N ( fi − FTF ) As expressões (1.22) baseiam-se no facto de, numa rotação completa do anel interno, cerca de 40% dos elementos rolantes passam por um defeito na pista externa e cerca de 60% dos elementos passam por um defeito na pista interna [9]. 3. Técnicas de detecção Existem diversas técnicas de controlo da condição aplicáveis à monitorização de rolamentos, entre as quais: análise de vibrações, medição de temperatura, emissões acústicas (EA), análise de óleos. Destas, a que tem a sua utilização mais disseminada é a vibrometria, seja através da medição da vibração no tempo ou em frequência [1]. A. Domínio do tempo / Curvas de tendência No domínio do tempo, o controlo da condição é realizado predominantemente com recurso a curvas de tendência, onde se evidencia a evolução da degradação através da variação do nível global RMS, do Crest factor, do Shock Pulse Method (SPM) ou de parâmetros estatísticos, como a densidade probabilidade ou a kurtosis, tendo em conta que um rolamento em bom estado apresenta uma distribuição Gaussiana da aceleração [2]. B. Domínio de frequência (1.20) Por análise das expressões anteriores (1.20) são válidas as seguintes relações, BPFO = N ( FTF ) BPFI = 0.6 Nfi (1.18) rr (1.22) (1.21) Para o cálculo das frequências de defeito é obrigatório conhecer as características geométricas do rolamento. Quando tal não for possível pode-se recorrer a expressões aproximadas. Para além da simples detecção da falha, as técnicas de detecção em domínio de frequência permitem a sua localização. A análise em domínio de frequência ou análise espectral com recurso à Fast Fourier Transform (FFT) é possivelmente a aproximação mais utilizada na detecção de falhas em rolamentos. No entanto, a análise directa do espectro do sinal original mostra-se ineficaz, na medida em que não se obtêm picos significativos nas frequências de defeito. Como tal, são propostas diversas técnicas de condicionamento de sinal de modo a conseguir evidenciar o sinal de alta frequência induzido pela interacção do(s) defeito(s) presentes no rolamento. Das técnicas citadas por Tandon et al.[2] salienta-se uma das mais populares, a high-frequency resonance technique (HFRT) ou Envelope, e no caso particular o Spike Energy Spectrum (cuja unidade é o gSE) [3]. Tendo em conta que os impactos (sinais de alta frequência) gerados pelos defeitos em rolamentos estão modelados por Versão DAweb22052011 - artec01 sinal de baixa frequência com elevada amplitude, originado por fenómenos como desequilíbrio ou desalinhamento, é necessário extrai-los do sinal global para poder analisar os problemas manifestados em altafrequência. Assim, no processamento de sinal que nos conduz ao Spike Energy Spectrum o sinal recolhido pelo acelerómetro é filtrado num filtro de banda de altafrequência, rejeitando sinais de baixa frequência. Posteriormente, o sinal de alta frequência filtrado passa por um detector de pico que conserva a amplitude pico-a-pico do sinal, mantendo a sua severidade, e aplica uma constante de decaimento no tempo, directamente relacionada com a frequência máxima do espectro, realçando a frequência fundamental de defeito e suas harmónicas. O sinal de saída é um sinal tipo dente de serra que será processado de modo a se obter o valor global Spike Energy e/ou o Spike Energy Spectrum, através da aplicação da FFT. A aplicação do referido detector de pico é o elemento diferenciador entre a detecção em Spike Energy ou num outro método de desmodulação, cujo sinal de alta frequência filtrado é rectificado em onda completa ou em meia onda e passado num filtro passa baixo, para separar as frequências de defeito e de transporte. Características gerais do rolamento NU 307 ECP Diâmetro da pista interna 46,2 mm Diâmetro dos rolos 12,0 mm Diâmetro da pista externa 70,2 mm Diâmetro primitivo 58,2 mm Nº de rolos 12 Ângulo de contacto 0º Diâmetro interno 35 mm Diâmetro externo 80 mm Capacidade de carga dinâmica 64400 N Velocidade de referencia (óleo) 9500 rpm Capacidade de carga estática 63000 N Velocidade de serviço máxima 2000 rpm Folga radial Carga radial mínima 25 a 50 µm EC - Construção melhorada 338 N P – Gaiola de poliamida reforçada a fibra de vidro Os quatro defeitos singulares foram introduzidos nos rolamentos através da alteração superficial da pista interna, pista externa, gaiola e rolo e foram analisados através de um sistema de aquisição de sinais online. Na programação da recolha de dados foram incluídos os valores globais, os espectros de frequência em mm/s e gSE (análise da envolvente), os sinais no tempo em mm/s e g´s e a velocidade de rotação do veio (velocidade da pista interna). Esta última velocidade foi medida através de uma célula fotoeléctrica laser. 5. Ensaios e resultados C. Outras técnicas Na bibliografia, as AE são apontadas com vantagem, visto que detectam ondas de pressão de alta-frequência, geradas pela libertação de energia devido a tensões internas do material. Tendo, este método, capacidade para detectar o aparecimento do defeito mesmo abaixo da superfície de contacto [2]. A. Defeito na pista interna A Figura 4 representa o espectro da envolvente onde são visíveis as frequências de defeito da pista interna e suas harmónicas, bem como as bandas laterais à frequência de rotação da pista interna, resultantes da passagem do defeito pela zona de carga do rolamento. 4. Modelo didáctico Os ensaios de detecção de defeitos em rolamentos foram efectuados num modelo didáctico como se mostra a Figura 3. O modelo permite variação de velocidade de rotação do veio e da carga radial sobre o rolamento. A velocidade de rotação da gaiola foi medida com o recurso a uma lâmpada estroboscópica. Fig .4. Espectro da envolvente – defeito BPFI O sinal no tempo que se apresenta na Figura 5 evidencia os impactos que ocorrem na zona de carga do rolamento. O período entre impactos maiores ocorre após uma rotação da pista interna. Fig .3. Modelo didáctico para ensaio de rolamentos Nos ensaios foram utilizados quatro rolamentos, cujas características gerais constam da Tabela I. TABELA I Versão DAweb22052011 - artec01 mecanismo de destruição da gaiola manifesta-se pelo desequilíbrio do conjunto rotativo, isto é, conjunto constituído pela gaiola e pelos rolos ou esferas. Neste estudo o defeito introduzido no rolamento foi a eliminação de um rolo. Fig 5. Sinal no tempo em g´s – defeito BPFI B. Defeito na pista externa O defeito na pista externa pode ser analisado através do espectro da envolvente que se apresenta na Figura 6, onde são visíveis a frequência BPFO e suas harmónicas. Fig .8. Espectro da envolvente – defeito FTF. O espectro da Figura 8 apresenta a frequência FTF e várias harmónicas. No caso do defeito na gaiola e pelo facto de estar associado a um desequilíbrio este manifesta-se de uma forma mais transparente no espectro de frequências em mm/s como pode ser observado na Figura 9. Fig 6. Espectro da envolvente – defeito BPFO C. Defeito no rolo A Figura 7 está relacionada com o defeito no rolo. Nesta pode-se observar a frequência BSF e suas harmónicas com bandas laterais à frequência de rotação da gaiola. As bandas laterais observadas devem-se à passagem do rolo com defeito pela zona de carga à velocidade de rotação da gaiola. Fig .9. Espectro em velocidade [mm/s] – defeito FTF 1000 Velocidade gaiola [rpm] 900 800 700 600 500 Teórico Prát. Def.Pist.Ext. Prát. Def.Rolo Prát. Def.Gaiola 400 Fig 7. Espectro da envolvente – defeito BSF . D. Defeito na gaiola 300 1000 1500 2000 Velocidade veio [rpm] 2500 Fig .10. Variação da velocidade da gaiola a carga constante. Este defeito não é muito frequente na prática, quando considerado isolado. Normalmente, a frequência deste defeito aparece associada a outros defeitos, como sejam os que ocorrem na pista externa e interna ou rolos. A provar está o espectro recolhido para o defeito no rolo anteriormente apresentado. No entanto, quando este defeito ocorre isolado ele resulta normalmente da destruição por desgaste ou rotura do material constituinte da gaiola. Este O gráfico da Figura 10 resultou da recolha da velocidade de rotação do veio, através da célula fotoeléctrica e da equivalente velocidade de rotação da gaiola medida através de uma lâmpada estroboscópica. A variação da velocidade de rotação da gaiola, em função da rotação do veio (anel interno) a carga constante, permite observar o escorregamento da gaiola. Este gráfico deve ser analisado Versão DAweb22052011 - artec01 com algum cuidado, isto é, deve ser analisado em termos relativos, pois o escorregamento medido foi intencionalmente provocado. Este escorregamento exagerado deve-se ao facto de não ter sido atingida propositadamente a carga radial mínima, aconselhável pelos fabricantes, para os rolamentos de rolos cilíndricos. 6. Discussão É um facto que todas as frequências de defeito são determinadas em função da velocidade de rotação da gaiola. As fórmulas matemáticas de uso corrente (ver expressões (1.10), (1.13), (1.15), (1.19)) são expressas em função dos dados geométricos do rolamento e não evidenciam tal facto. Na realidade, as expressões matemáticas escondem o exposto pois não incorporam de forma explícita a velocidade de rotação da gaiola. A análise detalhada aos espectros apresentados permite concluir que existe sempre desvio entre a frequência de defeito calculada e medida. No caso do presente estudo, o factor responsável por esse desvio é a velocidade de rotação da gaiola. No entanto, as expressões matemáticas em causa assumem a premissa de não existir escorregamento entre os elementos do rolamento. Considere-se o gráfico da Figura 4 (espectro da envolvente relativo a um defeito na pista interna). A frequência de defeito BPFI calculada (14551 CPM) é inferior à frequência medida (14973 CPM). A frequência de rotação da pista interna é neste caso 2004 CPM e a frequência de rotação da gaiola 753 CPM. A expressão (1.15) não permite facilmente justificar o desvio. No entanto, se aplicarmos directamente a expressão (1.14) os resultados são evidentes, justificativos do desvio e confirmam a identificação da frequência de defeito em causa. Assim, pode-se afirmar que, na presença de escorregamento, a frequência de defeito na pista interna é sempre superior à frequência calculada. Analogamente, a frequência de defeito da pista externa, na presença de escorregamento, é sempre inferior à frequência calculada. De forma semelhante, a frequência de defeito no rolo, na presença de escorregamento, é sempre inferior à frequência calculada. 7. Conclusões Os ensaios efectuados demonstram a influência da velocidade de rotação da gaiola na identificação das frequências emitidas por rolamentos com defeito. Essa influência não é visível através da análise directa das expressões matemáticas que regulam as várias frequências de defeito. Para simular a variação de velocidade da gaiola foi provocado escorregamento, intencionalmente exagerado, para, de uma forma didáctica, evidenciar o seu efeito na análise espectral. A utilização de rolamentos de rolos cilíndricos neste trabalho elimina a influência de um outro parâmetro geométrico, o ângulo de contacto. A influência deste parâmetro na identificação de defeitos em rolamentos será abordada em trabalhos futuros. Referências [1] N. Tandon, G.S. Yadava e K.M. Ramakrishna, “A comparison of some condition monitoring techniques for the detection of defect in induction motor ball bearings”, Mechanical Systems and Signal Processing, Vol. 21, No. 1, pp. 244-256, January 2001. [2] N. Tandon e A. Choudhury, “A review of vibration and acoustic measurement methods for the detection of defects in rolling element bearings”, Tribology International, Vol. 32, No. 8, pp. 469-480, August 1999. [3] M. Xu, “Spike Energy and its applications”, The Shock and vibration Digest, Vol. 27, No. 3, pp. 11-17, May/June 1995. [4] M. Xu, “Spike Energy measurement and case histories”, in Proc. Enteract’99. [5] J. Mitchell, Introduction to Machinery Analysis and Monitoring, PennWell Books, New York (1993), cap.9. [6] M. Balbás, R. Medina, Análisis de Vibraciones Mecánicas, Fundación Gómez Pardo, Madrid (1996), pp. 139-150. [7] Vibration Diagnostic Guide, SKF Reliability Systems, California (2000), pp. 42-50 [8] A. Boulenger, C. 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