EDUCAÇÃO COMUNITÁRIA
UM DESAFIO PARA A
HUMANIDADE
MANUAL DE FORMAÇÃO E.P.S.
Educação para saúde comunitária
KULIMA – 2001
MOÇAMBIQUE
MANUAL DE FORMAÇÃO EPS
( Educação para saúde comunitária )
ÍNDICE
INTRODUÇÃO:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
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14.
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17.
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19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26.
pag. 2
Material didáctico para a formação
Educação para a saúde comunitária
Tarefas de uma mãe
Saúde da mulher
Malária
Diarreia
Bilharziose
Hígiene
Vacina (Imunização)
Leite materno (alimentação)
Tosse e constipação
Planeamento famíliar
Maternidade sem risco
Cólera
DTS/Sida
Dez Pontos chaves da saúde da Mãe e do Bebé
Animação
Programa nacional de saneamento a baixo custo
Crescimento infantil
Desenvolvimento infantil
Técnicas de primeiros socorros
Módulos de relatórios
Elaboração do material para o campo
Trabalho comunitário
Árvore de implantação e implementação do programa.
Plano geral de actividades do programa de EPS
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NOTA: Qualquer parte deste livro pode ser reproduzida livremente sem autorização
prévia . Mas muito apreciaríamos que fosse mencionada a origem.
Para obstenção de copia desta publicação, ou para quaisquer esclarecimento, dirijase aos escritórios da KULIMA em Maputo ,Gaza , Inhambane, Beira , Quelimane e
Nampula, pedindo a brochura: “Educação comunitária – Um desafio humanitário”.
1
INTRODUÇÃO
A ONG nacional Kulima em Moçambique tem vindo a realizar actividades de
educação para saúde (EPS) desde 1993 , tendo como ponto chave a Província de
Sofala, (distrito de Caia) onde foram formados os primeiros técnicos e animadores da
Kulima; estes ajudaram as pessoas a divulgar, no seio das famílias deles, alguns
conselhos básicos sobre a saúde comunitária, para proteger as comunidades do futuro.
As mensagens da Educação de Saúde comunitária são simples, em linguagem clara e
directa, consoante ás necessidades de base sobre as maneiras práticas de proteger a
saúde comunitária e de baixo custo, estando baseadas em procedimentos das próprias
famílias.
Este livro representa um ponto de partida para a discussão e a acção concreta para um
desafio total, e quer convidar todos os indivíduos, organizações e outras instituições a
envolverem-se na promoção da educação para a saúde comunitária.
No nosso País e noutros em via de desenvolvimento milhares de crianças e adultos
morrem anualmente (e outras sobrevivem em precárias condições de saúde) devido à
pobreza e falta de comunicação e conhecimentos actuais sobre a matéria.
A Kulima através das mensagens e imagens visuais vai lutar contra este flagelo,
sobretudo após as grandes enchurradas que ocorreram em Moçambique.
CAPÍTULO 1
Material didáctico para a formação da EPS
-Quadro preto
-Quadro flipchart ou trip
-Pão de giz
-Marcadores
-Papel de cartolina
-Blocos A4
-Sebentas
-Esferográfica
-Lápis de cor / corretores
-Lápis de carvão
-Borracha
-Tesourinha
-Rolos de plástico colante
-Fita cola grossa e transparente
-Cola de papel / Bostique
-agrafador
-agrafos
-Furadore
-clips
-Pastas de arquivo
-Régua
-Bicicletas
-Botas de chuvas
-Capas de chuvas
-Muchilas
-Máquina Calculadora
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CAPÍTULO 2
EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE COMUNITÁRIA
2.1 Educação para a saúde
É um instrumento fundamental e indispensável para a mobilização da comunidade ou
execução de todas as actividades de saúde para a mudança de certos hábitos que
põem em risco a saúde das pessoas.
2.2 Saúde comunitária
É a base fundamental do desenvolvimento comunitário: está a garantir um estudo
completo do bem-estar físico, mental e social, não só a ausência de doenças ou
enfermidades em todos os aspectos.
2.3 Objectivo da educação para a saúde
Educar a comunidade para a prevenção das doenças; fazer com que haja
uma ligação com os agentes especializados na matéria e dirigir-se ao posto de saúde
mais próximo para uma observação imediata.
Mudar o comportamento errado da população, muito mais para as mulheres
em geral, e para as mulheres com crianças de menos de 5 anos.
Sensibilizar e conciencializar as mulheres pelos males que podem pertubar a
nossa saúde.
CAPÍTULO 3
Tarefas duma mãe
As mulheres devem colocar em prática os conhecimentos actuais sobre a saúde.
As mulheres moçambicanas e do mundo, desde os tempos remotos até aos nossos
dias, tem já as suas tarefas traçadas:
Cultivar em grandes machambas e fazerem a colheita
Cuidarem da família
Percorrerem grandes distâncias á procura de água
Sofrem agressões fisicas e psicologicas com os maridos
Dão a luz e cuidam das crianças até crescer
Atoleram todas as enfernidades que as possa atingir
Agóra chegou o momento em que os homens devem ajudar as mulheres de maneira
importante e mais completa em todas as tarefas de proteger a saúde aos filhos e
comunidades em geral.
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CAPÍTULO 4
Saúde da Mulher
Consulta pre-natal :
É “o controlo que se faz todos os meses à mulher grávida
e ao bebé que está para nascer.
Controlo do peso
Medição do crescimento do bebé
Auscultação do coração do bebé
Vacinação da mulher grávida contra o tétano
Sinais de perigo – Quando se sentir mal, vá ao centro de saúde mais próximo
Dor de cabeça
Cara e mãos enchadas ou pés
Dor de barriga e vómitos
Sangramentos
4.1 Parto feito por alguém que sabe e que pode ajudar
Para resolver logo os problemas que podem surgir durante o parto
Grandes perdas de sangue durante ou depois do parto
Bebé que demora nascer
Doença de ataque
4.2 Consultas pós-parto
É a primeira consulta que a mulher faz uma semana depois do bebé ter nascido
Controlar a saúde do bebé
Saúde da mãe
Ajudar a cuidar bém do seu bebé
Como alimentar-se a si propria e ao bebé
* Coma bem e faça uma dieta equilibrada, não carregar pesos grandes
Dormir bem (8 horas por noite)
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CAPÍTULO 5
Malária
Em toda a área onde a málária é comum, toda as famílias e as comunidades devem
ter acesso à informação actualizada de como evitar e tratar este mal. A comunidade
deve estar consciente de que a efectiva prevenção da malária depende da acção e do
apoio do Governo.
Malária: é uma doença causada por um parasita, chamado plasmódio.
5.1 Considerações básicas
-
As crianças devem ser protegidas das picadas do mosquito, principalmente
durante a noite.
As comunidades devem destruir as larvas dos mosquitos e evitar que os mesmos
se reproduzem.
Em todos os lugares onde a Malária é comum, as mulheres grávidas devem tomar
precauções e remédios contra a malária durante toda a gravidez.
5.2 Os sinais principais
-
Febre alta
Dor de cabeça
Fraqueza
Dores das articulações
Diarreia para crianças com menos de 5 anos
Convulções (doença de ataque)
Falta de apetite
Diarreia e vómito
Perda de consciência (desmaio)
Estado de confusão (delírio)
Coma (a pessoa dorme e não consegue nem falar nem ouvir)
5.3 Como se apanha a Malária
-
O mosquito é o transmissor
O mosquito pica uma pessoa com malária e depois vai picar uma outra não
doente: esta pode apanhar malária
5.4 O que fazer quando uma pessoa ou uma criança apanha malária
-
Levar ao centro de saúde mais próximo ou ao hospital
Despir a criança
Dar banho com água fria e embrulhar com pano
Tomar todos os remédios conforme ás receitas do médico
Dar peito e continuar a alimentar normalmente
Dar muitos líquidos: água, sumo, chá, etc…
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N.B.: Se ficar pior ou não melhorar após o tratamento, voltar ao Centro de Saúde.
5.5 Prevenção da Malária
-
Evitar mosquitos
Cortar o capim
Tapar os charcos de água perto de casa.
Enterrar as latas, garrafas e as folhas, tudo o que acumula água perto da casa.
Enterrar ou queimar o lixo
Colocar redes mosquiteiras e fechar as portas ao pôr do sol
Pulverizar a casa – usar insecticidas.
CAPÍTULO 6
Diarreia
As doenças diarreicas são umas das principais causas de morte de crianças e adultos,
sobretudo nos países em desenvolvimento.
Diarreia: É quando uma pessoa evacua mais de três vezes ao dia fezes líquidas.
6.1 Como saber que a criança já não tem água no corpo
Fontenela deprimida
Olhos encovados
Boca seca
Pele sem elasticidade
Pouca urina
Grandes perdas de peso em poucas horas
Perigos da diarreia
Morte rapida
Mal nutrição
Desidratação que é perda de muito líquido no corpo
6.2 Qual é a causa que faz com que a pessoa apanhe a diarreia?:
Falta de higiene
Água ou alimentos contaminados pela mosca
Através de mão sujas
Água suja
Ás vezes bácterios entram na boca de uma pessoa através das moscas que levam
o lixo para comida
6.3 O que se deve fazer quando uma criança apanha diarreia?:
-
Dar os líquidos normais, ou seja: chá , água de lanho, água de arroz,
6
-
ou mistura oral S.R.O. (soro de rehidratação oral).
Continuar a dar de comer e mamar, quantidades de sopa e frutas.
Levar urgentemente ao Centro ou Posto de Saúde
6.4 Como se pode evitar a diarreia?
-
Cuidados com as mãos: Lavar as mãos antes e depois das refeições
Lavar as mãos depois de usar as latrinas
Lavar as mãos antes de preparar a comida e de comer
Lavar as mãos depois de enterrar fezes alheias
-
Cuidados com os alimentos: Lavar bem as verduras e os legumes antes de cozer
Lavar bem as frutas e saladas antes de as comer
Cozer bem o peixe e outros produtos do mar ou rio
Tapar a comida para as moscas não pusar nela
-
Cuidado com a água: Usar água limpa para beber
Usar água limpa para lavar os alimentos
Guardar água em latas ou recipientes limpos e tapados
Ferver água e usar a de fontes seguras
-
Cuidados com as fezes: Usar sempre as latrinas
Deitar na latrina fezes das crianças
Se não tiver latrinas, enterrar as fezes
Manter a latrina limpa e tapada
Tapar fezes dos animais
Fazer curral dos animais e capoeiras
-
Recomendações:
A diarreia pode matar crianças devido à excessiva perda de líquidos do corpo;
portanto é importante dar à criança grandes quantidades de líquidos para beber.
Quando uma criança amamenta com leite materno e tem diarreia, é importante que
ela continue a ser amamentada no peito.
Uma criança com diarreia precisa de alimentação reforçada.
Se a diarreia for mais grave do que o normal, será necesário procurar a ajuda dum
médico ou agente de saúde.
Uma criança que está a recuperar de diarreia, precisa de alimentação extra,
diariamente, durante pelo menos uma semana.
Não se deve usar remédio em caso de diarreia. Somente em caso de orientação
médica.
A diarreia pode ser evitada, amamentando a criança com leite materno, vacinando
todas as crianças contra o sarampo, usando as latrinas, mantendo a higiene na
comida e na água de beber, lavando as mãos antes de comer.
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Demostraçào ( Mistura oral ):
Como preparar uma mistura oral?
Pacote de S.R.O. e L.O.A. (leite, oleo e açucar e alimentos de base )
Água limpa
Garrafas, copos, lata para medir 1 litro
Colher ou pau para mexer
O recipiente para guardar a mistura deve ser limpo
Qual a água que se pode usar?
Deve ser limpa. Se tiver já água fervida, melhor ainda; se não tiver, utilisar a que
houver, mas que seja limpa. A criança com diarreia precisa de tratamentos sem
demora; por isso é importante não perder tempo em ferver água e esperar até que
arrefeça.
O que pode usar para medir o litro?
Mostrar uma selecção de utensílios (preparados antes da sessão) que são comuns na
zona. Mostrar como medir 1 litro com aquilo que os participantes possuem.
Agora pode mostrar como preparar a mistura com o conteúdo inteiro do pacote.
Que quantidade de mistura oral devemos dar de beber a criança?
Deve dar a maior quantidade possível da mistura, particulamente quando tiver sede.
Demonstração de mistura oral caseira
Um punhal de açucar que corresponde à oito colherinhas (ou meio metro de cana
doce tritada e tirado o sumo).
Uma pitada se sal que corresponde a uma colherinha.
Um litro de água frevida.
CAPÍTULO 7
Bilharziose
Bilharziose: é uma doença que provoca uma infecção no intestino por intermédio
dum parasita que vive na corrente sanguínea, chamados: “Shistosoma Visical” ou
“Monsone”.
7.1 Como manifesta a Bilharziose?
Urinar sangue
Dor de bexiga
Dor a urinar
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Dor a evacuar
Diarreia intermitente
Fraqueza e anemía
7.2 Complicações
Esterilidade na mulher
Barriga enchada e graves lesões no fígado, rins e bexiga
Perigo de morte
7.3 Maior perigo de infecção
Poças, canais e lagoas onde os caracois vivem
estação chuvosa
as crianças menor do 15 anos são as mais atacadas por esta doença
7.4 Como se transmite a Doença?
A pessoa com bilharziose, se for urinar na água parada, vai deixar os ovos de
bilharziose. O caracol que fica na água vai consumir os ovos e ao mesmo tempo
chocar e libertar parasitas.
Se uma pessoa sã for tomar banho naquela água, os parasitas vão penetrar no corpo
atravez dela e automaticamente estará contaminada.
7.5 A Pessoa quando descobre que tem Bilharziose o que deve fazer?
Levar ao centro de saúde para o tratamento.
7.6 Como evitar a Bilharziose?
Não ir para águas paradas para buscar água ou lavar a roupa.
Não tomar banho nas águas paradas, mas sim na casa de banho
Não urinar ou defecar nas águas paradas, mais sim nas latrinas
Se tiver Bilharziose, deve-se tratar rapidamente no centro de saúde.
Usar botas de chuva.
Recomendações básicas
Todas as mães não devem deixar as suas crianças brincar nos charcos e nem em
águas paradas a fim de evitar a contaminação
Todos os meninos que gostam de jogar futebol entre comunidades, depois dos jogos
não devem tomar o banho nas águas paradas das machambas porque lá estão os
caracois que são os transmissores.
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CAPÍTULO 8
Higiene
Todos nós sabemos que mais de metade de todas doenças e mortes de adultos e
crianças pequenas são causados por germes que penetram pela boca atravez da
comida e da água. Neste momento todos os agentes que tiveram a oportunidade de
ver e ouvir os conselhos devem transmitir aos outros.
8.1 Para Ter uma boa higiene pessoal
Lavar as mãos com água e sabão depois de fazer as necessidades.
Lavar as mãos antes e depois das refeções.
Lavar as mãos quando vai preparar qualquer alimento
Cortar as unhas
Lavar bem o peito antes de dar de mamar à criança
Tomar banho todos os dias com sabão e lavar bem os olhos
Escovar os dentes nas manhas e depois de cada refeição.
Lavar bem o cabelo e pentear todos os dias, escovando-o com força
Lavar a roupa e engomar.
8.2 Higiene caseira
Limpar a casa e a sua volta
Enterrar o lixo e as fezes das crianças
Construir e utilizar latrinas ou enterrar as fezes
Construir currais de animais para evitar “fazer” em volta da casa.
8.3 Boa higiene ao comer e beber
Beber água limpa ou fervida
Lavar bem as frutas e legumes com água limpa antes de os comer
Cozer os alimentos e tapar
Não comer alimentos estragados
Lavar bem os pratos, panelas e talheres antes de comer e preparar as reifeições
Ter alimentação equilibrada
8.4 Os perigos da falta de higiene
Se não tomar banho, nem engomar a roupa, tem o risco de apanhar sarna, peolho
e conjutivite.
Se não lavar os dentes todos os dias vamos sofrer de cárie dentária.
Se não utilizar latrinas, pode contaminar doenças diarreicas.
Se não ter higiene ao comer e beber podemos apanhar diarreia.
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Se não utilizarmos as casas de banhos podemos apanhar doenças nas águas
paradas.
CAPÍTULO 9
Vacina ou imunização
Graças à vacina, as vidas de muitas crianças são salvas cada ano, por isso é essencial
que todos os pais saibam quando, onde e quantas vezes os seus filhos devem ser
vacinados.
A VACINA: Protege contra muitas doenças perigosas. Uma criança não imunizada
está mais exposta a ficar subnutrida, incapacitada e a morrer.
É importante vacinar as crianças, segundo o calendário de vacinações. Todas as
vacinas devem ser tomadas durante o primeiro ano de vida da criança.
Não ha nenhum risco em vacinar uma criança doente.
Todas as mulheres durante a idade dos 15 e 44 anos devem ser imunizadas contra o
tétano.
9.1 Quais as doenças que podemos evitar com as vacinas?
Sarampo, tuberculose, paralisia infantil, poliomelite, tétano, tosse convulsa e difteria.
9.2 Quem deve ser vacinado ?
Todas as crianças de 0 a 5 anos, todas as mulheres em idade fertil entre 15 a 44 anos.
- Mulheres gravidas
- Mulheres que tem crianças com menos de 5 anos
- Crianças marticuladas pela primeira vez nas escolas.
9.3 Quais os efeitos das vacinas sobre as crianças?
- Criar pequena ferida no braço e enchaço
- Febre
9.4 Quantas vacinas uma criança deve receber no 1 º ano de vida?
- 5 vacinas no total
9.5 Porque uma mulher gravida deve ir ao centro de saúde?
- Apanhar as 1º vacinas para proteger a ela e sua criança
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9.6 Porque é importante levar a criança cada mês para o centro de saúde?
- Para completar as vacinas
- Para controlar o peso
9.7 Qual é a importância do cartão de saúde?
- Saber quantas vacinas a criança recebeu
- Seguir o crescimento da criança
IMPORTANTE: Conservar o cartão da criança num plástico
9.8 Esquema de imunização infantil.
IDADE
Doença contra qual será imunizada (vacina )
A nascença
Tuberculose e poliomelite (zero)
1 Mês
Difteria, tétano, tosse convulsa e poliomielite (1º)
2 Mês
Difteria, tétano, tosse convulsa e poliomielite (2º)
3 Mês
Difteria, tétano, tosse convulsa e poliomielite (3º)
9 Mês
Sarampo
Os esquemas nacionais de vacinação podem variar de um país para o outro.
CAPÍTULO 10
Leite materno (alimentação)
Os bebés alimentados de leite materno tem menos doenças e sofrem menos de
desnutrição do que os bebés que recebem outros tipos de alimentação. A alimentação
por biberão, especialmente nas camadas pobres representa uma séria ameaça à vida e
à saúde de milhões de crianças.
Muitas mães não têm confiança na sua própria capacidade de amamentação,
precisam de ser encorajadas e ter apoio do pai do bebé, do agente de saúde, de
parentes e amigos de associações de mulheres, das organizações que trabalham em
prôl do desenvolvimento das crianças, dos meios de comunicação, sindacatos,
religiosos e empregadores.
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10.1 Recomendações básicas
O leite materno é o exclusivo, o melhor e o mais completo alimento do bebé durante
os primeiros quatro até os seis meses de vida.
O bebé deve começar a mamar logo após o nascimento. Praticamente todas as mães
podem amamentar os seus bebés.
O uso do biberão pode causar doenças graves e mortes, se não forem tomadas as
necessárias medidas de higiene.
A amamentação deve continuar durante o segundo ano de vida do bebé e se possível
por mais tempo ainda.
10.2 Porque devemos alimentar criança ?
Para ter um bom crescimento e um bom desenvolvimento
Para ter força de brincar e chorar
Para evitar doenças
10.3 O que acontece se não alimentar o seu bebé?
Apanha facilmente as doenças
Mau crescimento e mau desenvolvimento
Malnutrição
10.4 Como saber que o bebé tem uma boa saúde ?
Fazer controlo de peso cada mês no centro de saúde com o cartão ou nas sessões de
vacinação
10.5Como alimentar a criança após o nascimento?
Dar imediatamente o primeiro leite do peito (colostro = Leite amarelo)
10.6 Apartir de que mês a criança deve comer papinha?
Apartir do quarto mês, quando a criança começa a sentar com a ajuda da mãe.
10.7 Apartir de quando a criança pode começar a comer refeições da família?
Apartir do oitavo mês, quando a criança consegue sentar sozinha sem a ajuda da mãe.
Para desmamar a criança é preciso diminuir pouco a pouco o número das mamadas.
10.8 Quais são os cuidados que a mãe deve ter com uma criança que come
sozinha ?
A criança deve comer sozinha no seu próprio prato
A criança deve ter o seu copo
A criança deve ser ajudada a comer
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10.9 Quantas vezes deve dar a comida a criança com menos de 5 anos?
5 a 6 vezes ao dia em pequenas quantidades e de boa qualidade.
10.10. Como fazer as papinhas?
Alimentos de base
Alimentos para crescer
Alimentos para energía
Os alimentos de base devem ser esmagados
Papinhas devem ser grossas e com pouca água
Depois de cada refeição a criança deve comer fruta
10.11 O que devemos fazer com uma criança doente
Devemos continuar a dar de mamentar, comida e água
Devemos levar rapidamente para o centro de saúde mais próximo ou equivalente.
Depois da doença devemos dar mais comida para recuperar o peso perdido.
10.12 Papel do promotor de saúde em relação á alimentação
1. Pedir a colaboração do professor da escola, da parteira tradicional e do
dinamizador rural, sempre que possível
2. Orientar a comunidade sobre as necessidades de uma boa alimentação em special
para as mulheres grávidas, as que amamentam e para as crianças
3. Mobilizar e participar com a comunidade na criação de hortas nutricionais
10.13 Alimentação da mulher grávida ou que amamenta
A boa comida:
- Alimentos de base (milho, mandioca, patata, arroz)
- Alimentos que dão força (oleo, banha, mel, cana de açucar, coco, abacate,
bananas)
- Alimentos que constroem uma criança (amendoim, feijão, ovo, leite, carnes,
peixes, soja)
- Alimentos que protegem contra as doenças (ortaliças, folhas de mandioca, patata
e outra, laranja, tomates)
Observação: a mulher grávida ou que amamenta necessita de ter todos os dias uma
boa alimentação.
10.14 Cinco regras de limpeza na alimentação da criança
1.
2.
3.
4.
5.
Lavar sempre as mãos antes de cozinhar para a criança;
Lavar sempre bem os utensílios para a comida;
Matar as moscas e guardar a comida protegida contra as moscas e baratas;
A criança deve ter um prato só para ela;
Utilizar o prato ou a chávena e colher. O biberão é sempre perigoso se não
houver hígiene.
15
CAPÍTULO 11
Tosse e Constipação
A tosse e a constipação podem transformar-se em pneumónia, tuberculose que mata
milhões de crianças por ano. A pneumónia é provocada por sarampo e difteria, que
podem ser evitadas através da imunização.
Os pais devem saber reagir em relação à tosse e constipações; todos os agentes da
saúde hoje em dia devem ter acesso à medicamentos de baixo custo, e os agentes de
saúde comunitária devem ter acesso à informação adequada para comunicação entre
as comunidades.
Recomendações básicas
Se uma criança com tosse está a respirar mais do que o normal, ela tem o risco de
apanhar pneumónia. É fundamental levá-la a uma clínica ou centro de saúde, ou
posto de saúde, sem demora.
As famílias podem ajudar a evitar a pneumónia fazendo com que os bebés sejam
amamentados com leite materno durante, pelo menos, os seis primeiros meses de
vida certificando-se de que as crianças sejam bem alimentadas e estejam com as
vacinas em dia, de acordo com a sua idade.
Deve-se ajudar a criança que está com tosse ou constipação a comer e beber
bastantes líquidos.
A criança com tosse deve ser mantida aquecida, deverá respirar ar puro e sem fumo.
CAPÍTULO 12
Planeamento famíliar
Nem todos sabem ainda que o intervalo entre os partos é uma das maneiras mais
eficazes para melhorar a saúde das mulheres e crianças.
Muitos casos de partos demasiados próximos uns aos outros, gravidezes em
mulheres muito jovens ou mulheres já idosas, fomentam a maioria dos casos de
doenças: deficiências, mã nutrição e mortes prematuras entre mulheres e crianças.
As recomendações básicas deste capítulo podem ajudar a evitar a morte de milhões
de crianças e de centenas de milhares de mulheres por ano.
Uma vez que os conhecimentos actuais sobre o planeamento famíliar devem ajudar a
salvar a vida e a melhorar a saúde, os serviços e as mensagens do planeamento
famíliar devem estar ao alcance de todos.
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Recomendações básicas
12.1 Engravidar antes dos 18 (dezoito) anos , ou depois dos 35 (trinta e cinco) anos
aumenta o risco de morte tanto da criança como da mãe.
Por uma questão de saúde nenhuma jovem deveria engravidar antes dos 18 anos.
Uma mulher não está fisicamente madura para engravidar antes dessa idade. Bebés
nascidos de mulheres com menos de 18 anos são mais propensos a nascer
prematuramente e com pouco peso. Têm mais hipotese de morrer durante o 1º ano
de vida. O risco da própria mãe é muito maior.
- todas as jovens deveríam ter tempo para se tornar mulher antes de se tornar mãe.
Nas sociedades onde os jovens se casam muito cedo, os casais deveríam usar o
planeamento famíliar para adiar a primeira gravidez, até completar no mínimo 18
anos.
- Depois dos 35 anos, o risco de complicação durante a gravidez e o parto aumenta
novamente. Se uma mulher já teve quatro ou mais gestações, uma nova gravidez é
um risco para a sua própria saúde.
12.2 Engravidar de novo antes de dois anos de idade do seu bebé, cria um risco de
morte muito grande para o novo bebé.
- As crianças que nascem com intervalos muito próximos geralmente não se
desenvolvem tão bem, fisico e mentalmente, como os que nascem com, pelo menos,
dois anos de diferença.
- O organismo da mãe precisa de dois anos para recuperar da gravidez e do parto.
Portanto o risco para saúde da mãe é maior se o parto seguido for muito próximo do
anterior. A mãe precisa de tempo para recuperar a força e as suas energías antes de
engravidar novamente.
- Os bebés tem mais probabilidade de adoeçer e mais riscos de morrer no primeiro
ano de vida.
12.3 Dar á luz mais do que 6 (seis) crianças aumenta o risco durante os partos e
nas gestações (periodo da gravidez ).
Após uma mulher ter mais do que seis filhos, uma nova gravidez traz grandes riscos
para vida da mãe e da criança principalmente se os partos anteriores não tiverem
intervalos de mais de dois anos.
- O organismo de uma mulher pode facilmente se deformar, devido ás varias
gestações, partos, amamentação e cuidados com crianças próximas. Uma nova
gravidez geralmente significa que a sua propria saúde começa a enfraquecer. Após
mais de 6 partos, há enorme risco e serios problemas de saúde, como anemia e
hemorragia (perda de grandes quantidades de sangue).
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- O risco de dar á luz crianças deficientes ou com baixo peso também aumenta
depois de mais de 4 partos e quando a mãe tem mais de 35 anos.
12.4 O planeamento famíliar permite aos casais decidir quando começam a ter
filhos, quantos filhos a ter, qual o intervalo entre eles e quando parar.
- A maioria dos serviços de saúde podem fornecer vários métodos de planeamento
famíliar, seguros e eficazes. Não há um metodo que seja adequado e que satisfaça a
todos.
- Os casais devem acompanhar-se ao agente de saúde sobre os metódos mais
adequados.
Dar intervalo de pelo menos dois anos entre dois partos e evitar a gravidez antes dos
18 anos e depois dos 35 anos para ajudar a garantir que cada bebé nasça e creça
forte e saudável.
O planeamento famíliar é uma forma de ajuda a planear o nascimento dos bebés.
Metódos de planeamento famíliar.
Método tradicional
Método de latação (fica alguns meses sem aparecer menstruação)
Pílula - comprimidos
Preservativos
DIU – aparelho
Injecção 3 em 3 meses
Coito interrompido
Período fertil.
NB. Os casais devem procurar um agente especializado na matéria a fim de escolher
o melhor método, apropriado com as condições físicas do casal.
CAPÍTULO 13
Maternidade sem risco
Muitas mulheres morrem em todo o mundo, provavelmente durante a gravidez ou
parto. Metade destas mortes ocorrem nos países em via de desenvolvimento e esta
situação está intimamente relacionada com as inadequadas condições de saúde. As
recomendações básicas de saúde neste capítulo podem ajudar a salvar a maioria
dessas vidas e evitar inúmeras doenças graves.
Neste momento os governos, as ONGS e associações são responsáveis pela
formação do pessoal para dar assistência aos partos. Elas tornam acessível o serviço
pre-natal de rotina e oferecem cuidados especiais para as mulheres que apresentam
problemas sérios durante a gravidez e o parto. Para isso acontecer é necessario que
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todos aqueles que trabalham em prôl da saúde comunitária devem criar métodos
simples e claros para a sensibilização.
Recomendações
Os riscos do parto podem ser muitissimo reduzidos se a mulher grávida procurar o
agente de saúde mais próximo para os exames periódicos durante a gravidez.
13.1 Acompanhamento e evolução da gravidez no caso de haver problemas. A
futura mãe deve ser encaminhada a um hospital na hora do parto.
- Verificar frequentemente a pressão arterial.
- Dando á mãe medicamentos para prevenção da malária
- Dando duas doses de vacinas ante-tétano para proteger a ela e ao seu bebé.
- Verificar se o bebé está a crescer normalmente.
- Preparar a futura Mãe para a experiência do parto e aconselhamento sobre a
mamentação e os cuidados com o recém nascido.
- Aconselhamento da futura mãe sobre os metódos para retardar uma nova gravidez.
13.2 Uma pessoa capacitada deve dar assistência pre-natal e durante o parto.
O agente de saúde, parteira ou infermeiro, deve saber :
- Como assegurar a higiene, como cortar o cordão umbilical, o que fazer quando há
perda de sangue, o que fazer quando o bebé esta mal posicionado, como auxiliar a
mãe a dar peito imediatamente e após o parto.
13.3 Para reduzir os riscos durante a gravidez e o parto todas as famílias devem
conhecer os sinais de alerta.
- Qualquer gravidez necessita de visita do agente de saúde e os membros da família
devem conhecer os sinais de alerta.
13.4 Sinais de alerta de gravidez anteriores
- Intervalo de menos de dois anos em relação a ultima gravidez.
- A futura mãe tem menos de 18 anos e mais de 35 anos.
- A futura mãe já teve mais de quatro filhos.
- A futura mãe já teve um bebé menos de 2,5 Kg ao nascer.
- A futura mãe já teve um parto prematuro.
- A futura mãe já teve um aborto, deu a luz bebé morto.
- A futura mãe pesa menos de 38 Kg antes da gravidez.
- A futura mãe mede menos de 1,45 metros de altura.
- A futura mãe é diabética.
13.5 Sinais de alerta em relação a problemas durante a gravidez.
- Não há aumento de peso (durante a gravidez a gestante deve aumentar no mínimo,
seis quilos).
19
- Palidez no interior das palpebras (devem ser rosadas ou vermelhas)
- Inchaço anormal nas pernas, braços e rosto.
- Tenção arterial alta.
13.6 Quatro sinas que indicam necessidade de cuidados médicos imediatos.
- Sangramento da vagina durante a gravidez.
- Fortes dores de cabeça (indicação de tenção alta)
- Vómitos frequentes.
- Febre alta.
13.7 Toda a mulher grávida necessita de alimentação reforçada e de descanso.
A mulher gravida necessita de uma variedade dos melhores alimentos disponíveis
para a família:
- leite, vedura e legumes, fruta, carne, peixe, ovos, leguminosas e cereais; não há
razão para evitar nenhum destes alimentos durante a gravidez.
-O companheiro e a família da mulher devem assegurar que ela come mais do que o
habitual e repousa durante o dia, principalmente durante os ultimos três meses.
13.8 Dar intervalos de pelo menos dois anos entre os partos e evitar a gravidez
antes dos 18 anos e depois dos 35 anos, reduzem muitissimo as complicações
durante a gravidez.
- Uma das maneiras mais eficazes de reduzir o risco na gravidez e no parto, tanto
para mãe como para criança, é planificar o intervalo entre os partos.
13.9 As meninas saudáveis e bem alimentadas durante a sua infância e
adolescência apresentarão menos problemas durante a gravidez e o parto.
- Uma gravidez segura e bem sucedida dependendo acima de tudo, da saúde e da
preparação da futura mãe.
Portanto deve dar uma atenção especial á saúde, alimentação e á educação da
adolescente. Ela só deve engravidar depois dos 18 anos.
- É muito importante saber também que não deve tomar remedios durante a gravidez,
sem recomendação do profissional de saúde; porque alguns medicamentos podem
provocar problemas graves nos ultimos meses de gravidez por vezes até a morte.
- Toda a mulher grávida deve saber que fumar, tomar bebidas alcoolicas, ou usar
drogas, prejudica a saúde do bebé que está no seu ventre.
20
CAPÍTULO 14
Cólera
Em Moçambique o surto de cólera dizimou centenas de pessoas nos últimos anos,
seja adultos como crianças. Este desastre verificou-se muito mais nas comunidades
que não encaravam os factos como realidade em relação á saúde comunitária e
pública em geral.
14.1 Sinais e sintomas
Diarreia muito forte (como água de arroz), acompanhada por vómitos e dores de
barriga. Muitas pessoas podem apanhar em pouco tempo e espalhar a doença em
casa ou no bairro.
14.2 Complicações
Deshidratação muito grave em pouco tempo
Pouca urina
Grande perda de peso em poucas horas
Boca seca
Olhos encovados
Fontenela depremida no bebé
Pele sem elasticidade
14.3 A cólera pode apresentar-se de duas formas:
Grave: mata em 24 horas pelo menos metade dos doentes não tratados
Menos grave: e também sem sintómas
Observação: a perda dos líquidos é muito perigosa: pode matar em pouco tempo se
não fazer o tratamento.
14.4 Causas da cólera
Falta de higiene
Água suja na preparação e conservação dos alimentos
Falta de saneamento do meio.
Contacto manual com o doente ou portador.
14.5 Modo de transmissão
Através das mãos sujas levadas á boca
Bebendo água suja
Falta de água potável
Contaminação da comida
Contaminação da água por moscas que passam por sítios sujos e depois vão
pousar na nossa comida.
21
Más condições de saneamento do meio, em especial tratamento das fezes
humanas
14.6 Conduta perante um doente em casa
Dar S.R.O. (soro de rehidratação oral) ou mistura oral caseira.
Ir ao hospital ou ao campo de cólera imediatamente
14.7 Prevenção
Hígiene individual
Cuidar da hígiene pessoal, tomar banho todos os dias com água limpa e sabão.
As mãos
Lavar as mãos depois de fazer necessidades maiores
Lavar as mãos antes e depois de comer.
Lavar as mãos antes de preparar qualquer alimento.
Lavar as mãos depois de tocar fezes alheias.
Cortar as unhas e manté-las limpas.
Lavar as mãos depois de tratar o lixo.
Água
Beber água limpa ou fervida (não deve pôr folhas para reter a água do depósito)
Guardar a água em depósitos limpos
Tapar o depósito de água
Quando uma pessoa quer beber água, deve utilizar um copo limpo para tirar água
do recipiente.
Não tomar banho nos charcos, nas vales de drenagem ou nas águas do esgoto.
Comida
Lavar bem as frutas e legumes com água limpa antes de comer
Cozer bem os alimentos e tapar a comida
Lavar as loiças com água limpa
Lavar bem o peito com água limpa ou fervida antes de dar de mamar a criança.
Comer alimentos bem preparados e conservados em boas condições de hígiene
Comer os alimentos ainda quentes se possível
Saneamento do meio
Enterrar o lixo e as fezes da criança.
Construir e utilizar latrinas (mante-las sempre tapadas e fechadas).
22
CAPÍTULO 15
Dts/Sida
DTS: quer dizer: Doenças de Transmissão Sexual que tem cura. Mas há vários tipos
de DTS que se manifestam de diferentes maneiras: algumas DTS deixam sinais ou
sintomas que sentimos no nosso corpo e outras não deixam sinais.
Há pessoas que parecem saudáveis, não apresentam sinais visíveis, mas podem estar
infectados.
15.1 Enumeração de algumas DTS: sifilis, gonorrea, corrimentos, úlcera genital,
epatite B, entre outras.
15.2 Sintómas das DTS
Homens:
- Dores e ardor ao urinar
- feridas no orgão genital
- burbulhas em todo o corpo
- urinar líquidos mal cheirosos e branco, corrimento (pús)
- comichão nos orgãos genitais
Mulheres:
- dores de baixo ventre
- feridas no orgão genital
- corrimentos mal cheirosos de cores diferentes
- dores ao manter relações sexuais, acompanhadas com a perca de sangue
- burbulhas
15.3 Consequências das DTS:
- As DTS, quando não forem tratadas devidamente, podem provocar vários
problemas na saúde das pessoas, tais como: esterilidade, deficiências físicas e mentais,
com sérios riscos de morte.
15.4 Quando alguém descobre que tem uma DTS, o que deve fazer?
-
Procurar imediatamente um agente de saúde ou ir ao Posto de Saúde mais
próximo e levar o seu parceiro/a, para fazer o tratamento.
15.5 Cuidados:
-
Deve ter um único parceiro.
Deve ter relações com um único parceiro e ser fíel.
Deve cumprir com a medicação prescrita pelo Médico
Deve usar preservativo
23
NB. Devemos ter cuidado com as pessoas que não apresentam nenhum sinal de DTS,
mas elas podem estar infectadas com o virus de Sida.
SIDA: Sindroma de ImunoDeficiência Adquirida: isto é a sida. E’ um problema de
saúde mundial relativamente recente: todas as nações estão ameaçadas por esta
doença que ja matou milhões de pessoas e outro número indeterminado está a ser
infectado diariamente em todo o mundo.
Neste momento a única arma contra a disseminação do sida é a educação para a
saúde. Cada pessoa, em cada país, deve saber como evitar o contágio e a
disseminação do vírus do sida.
15.6 Recomendações
O sida é uma doença incurável e causada por um vírus que pode ser transmitido por
relações sexuais, por sangue contaminado e pelas mães infectadas que o transmitem
ao feto ou aos bebés recem-nascidos.
Fazer sexo com segurança significa estar certo de que nenhun dos parceiros está
contaminado, haver confiança mútua e usando camisa de venus em caso de dúvida.
Qualquer injecção com agulha ou seringa não esterilizada é perigosa.
As mulheres portadoras do vírus de sida devem evitar a gravidez.
Todos os pais devem dizer aos filhos como evitar o sida.
15.7 Os principais sinais desta doença
Depois de muitos anos ficar no corpo, o vírus vai começar a fazer estragos ao criar
muitos problemas com a saúde; a pessoa vai começar a ter febres altas que não vão
passar, a ter diarreia crónica, mais de um mês, com diminuição de peso e relativo
emagrecimento até a morte.
15.8 Modos de transmissão
Quando manter relações sexuais com uma pessoa infectada.
Quando ter contacto de sangue de uma pessoa contaminada (transfusão de
sangue).
Transmissão de uma pessoa grávida contaminada para o seu bebé.
Utilizar material não esterilizado (láminas, seringas, agulhas, facas e outros
materiais cortantes).
A relaxão homosexual também apresenta riscos de contaminação.
15.9 Modos de não transmissão
•
•
•
O sida não se transmite por beijar uma pessoa infectada
O sida não se transmite por aperto de mãos
O sida não se transmite por picada de mosquito
24
•
•
O sida não se transmite por comer nos mesmos pratos, copos ou talheres, ou até
dormir na mesma cama com os mesmos lençois
O sida não se transmite pelo uso comum da latrina
15.10 Procedimentos da família perante um doente com sida
•
•
•
A pessoa com sida convive com a sua família, não ha risco: o sida não se
transmite de qualquer maneira de uma pessoa para outra.
Um doente com sida precisa de ser tratado com carinho e acompanhado nos
momentos mais difícieis.
A família deve saber que o sida não tem cura, a situação deste doente agrava-se
todos os dias mas a família não o abandone, acompanha-o sempre com carinho
até a fase terminal.
15.11 Prevenção
Fazer relações sexuais com a sua mulher ou seu marido.
Usar sempre o presevativo quando fazer relações sexuais ocasionais.
Utilizar a sua própria lámina e agulha quando vai ao curandeiro ou quando vai
fazer tatuagem.
25
CAPÍTULO 16
Dez pontos chavez da saúde da Mãe e do Bebé
1. A saúde das mulheres e das crianças pode melhorar significativamente se os
intervalos entre os partos for pelo menos dois anos; se a gravidez for evitada até
aos 18 anos; se elas se limitarem apenas a seis partos.
2. Para reduzir os riscos durante a gravidez, todas as mulheres grávidas devem
receber cuidados pre-natais de um profissional de saúde e todos os partos devem
ser assistidos por uma pessoa capacitada.
3. Durante o primeiro mês de vida a criança deve-se alimentar exclusivamente com
leite materno, que é o alimento mais completo para esse período. A partir de
quatro meses as crianças necessitam de outros alimentos além de leite materno.
4. As crianças com menos de 5 anos têm necessidades nutricionais especiais;
precisam comer de 5 a 6 vezes ao dia, e os alimentos devem ser especialmente
enriquecidos com legumes, assados e pequenas quantidades de gorduras ou óleo.
5. A diarreia pode matar, por uma perda excessiva de líquidos do corpo da criança.
Assim, quando a criança tem fezes líquidas é preciso dar-lhe grandes quantidades
de líquidos para beber: leite materno, papinhas, soupas, souro caseiro, ou uma
bebida especial chamada, S.R.O. (Soro de Reidratação Oral). Se a doença for
mais grave do que o normal, a criança deve receber cuidados hospitalares.
6. A vacinação ou imunização protége contra diversas doenças que podem impedir
o desenvolvimento normal duma criança, incapacitá-la e matá-la. A criança deve
receber a série completa de vacinas durante o seu primeiro ano de vida. Todas as
mulheres em idade fértil devem ser vacinadas contra o tétano.
7. A maioria das constipações e tosses melhoram por si sós. Mas se uma criança
com tosse estiver a respirar mais rapidamente que o normal, isso significa que ela
pode estar gravemente doente e é fundamental levá-la a um Centro de Saúde.
Uma criança com tosse ou constipação precisa de ajuda para se alimentar bem e
beber uma grande quantidade de líquidos.
8. Muitas doenças são causadas por germes (parasitas), que penetram pela boca
através dos alimentos e das mãos sujas. Isso pode ser evitado com o uso das
latrinas, lavando as mãos com água e sabão depois de defecar e antes da
confeição ou ingestão dos alimentos, mantendo limpos os alimentos e a água para
beber.
9. As doenças atrasam o crescimento duma criança; após duma doença a criança
precisa duma refeição suplementar todos os dias, durante uma semana, para
recuperar o peso perdido.
10. Uma criança saudável cresce, aumenta de peso e tamanho, principalmente
durante os primeiros anos de vida. Por isso desde o nascimento até os três anos,
ela deve ser pesada todos os meses, devendo o seu peso ser registado no cartão
de nascimento. Se uma criança não aumentar de peso durante um mês, alguma
coisa está errada, devendo dirigir-se ao Posto de Saúde.
26
CAPÍTULO 17
Animação
É o acto de revelar um facto real duma forma directa, gesticulando muito forte e
activo.
Condições necessarias para uma boa animação
Ouvir bem
Ver bem
Perceber bem
Ouvir bem: Falar em frente do público claro e muito forte com voz muito activa.
Pedir o silêncio antes de começar com a sessão.
Ver bem: É muito importante que o animador mostre bem as imagens ao público.
Perceber bem: Introduzir e aprender o tema, fazer repetir algumas mensagens
importantes faladas durante a palestra.
Fazer participar o público e procurar saber se tem dúvidas.
Animador
Animador: é a pessoa escolhida pelas estruturas locais para estar em contacto com a
comunidade, educando e auscultando o problema da área, juntos aos régulos, nfumos,
mwenes, líderes comunitários, matronas e secretários dos bairros.
Metodos de educação para saúde
Participação activa da população a fim de estimular a discussão e a troca de
experiências.
Discussão
Conversa individual
Demostração do album seriado
Dramatização
Reuniões.
Como estimular a participação
Começar uma actividade com perguntas aos participantes.
Dar uma tarefa ao grupo ou a uma pessoa e fazer repetir o conteúdo.
Factores que contribuem para má comunicação
Barulho, muito sol na cabeça, muito frio e escuridão
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Factores que contribuem para uma boa comunicação
A comunição eficaz é a base das relações entre os homens. O animador e a
comunidade quando falamos e gesticulamos estaremos a comunicar-nos uns aos
outros e motivar uns aos outros.
Disponibilidade
As mulheres devem ir à comunidade bem vestidas, e com roupa tipicamente da
comunidade e ser simples.
Usar capulana e não ir pintada.
Os Homens irem simples e não usar fatos de gala
Característica dum bom animador
Saber valorizar o património cultural existente na comunidade.
Mostrar simplicidade
Ter boas relações
Ser dinámico e flexível
Adaptar-se facilmente com os uso e costumes da comunidade
Ser impulsionador/incentivador
Ser simpático
Ser sincero
Ser respeitoso
Motivador
Educador
Imparcial e transparente
Assíduo e pontual
Exemplar
Paciente
Ser comunicativo (saber falar e ouvir)
Respeitar as idéias de uma população comunitária
Ter noções de gênero
Mediador e facilitador
Ser modesto
Ser cooperativo e solidário
Ter amor pelo trabalho que faz, e ser fiel a comunidade
Apresentação do animador
Eu sou da Kulima e o meu nome é ___________
Vim para trabalhar nesta comunidade por um tempo
Hoje falaremos do tema _________
Não sei se me permitem…
Sim/ Não?
A resposta não, marque outra hora e data.
A resposta sim, começa com o trabalho.
28
Horários para o campo
Entrada 6.00 horas - Saida 16.00 horas (a concordar com os hábitos locais) e
pode ser variável dependendo das circunstâncias de modo, de tempo e lugar.
As formações no mínimo devem durar 45 minutos, e no máximo devem durar 60
minutos.
As palestras no mínimo devem durar 25 minutos, máximo devem durar 40
minutos.
Meta diária de formações e períodos.
De manha: 2 formacões; na tarde: 2 formações, sendo no total 4 formações por
dia.
Palestras: 2 de manha e 2 na tarde, num total 4 palestras
Palestras porta a porta: 10 casas por dia, sendo 5 de manha e 5 na tarde, ou mais,
dependendo da flexibilidade de cada promotor.
Locais adequados para palestras
Centros e postos de saúde
Escolas (nos intervalos maiores)
Mercados
Fontanários
Igrejas nos tempos dos cultos
Reuniões dos regulados
Casas, porta a porta
Nas sessões das vacinas
Locais adequados para a formação
-
Sede
Casa do responsável do Grupo voluntário
Casa do regulo ou secretário
Tarefas de um supervisor
1- Contacto com a Administração do Distrito: apresentar a Ong e as suas actividades
2- Contacto com a Direcção Distrital de Saúde para apresentar a credencial do
programa
29
3- Contacto com a Direcção Distrital de Educação para forteceler a parceria na
implementação dos programas nas escolas
4- Programar os Seminários, organizar e convidar um responsável provincial da EPS,
o coordenador provincial do programa EPS da Kulima, o Administrador do Distrito
e algumas figuras destacadas do Distrito
- Contacto directo com a direcção provincial da Kulima
- Supervisar as actividades dos animadores
- Substituir o animador quando estiver doente ou ausente por férias
5- Reunir-se com os animadores 1 vez por mês para fazer o balanço mensal das
actividadades, elaborar o relatório mensal e perspectivar as actividades do mês
seguinte.
6- Contacto com as outras ONG's que fazem o mesmo programa no Distrito.
7- A escolha das zonas deve ser feita pela saúde, junto ao supervisor.
8- Os relatórios mensais devem ser enviados á Kulima.
Relatórios mensais
Relatórios trimestrais
Relatórios semestrais.
Os Relatorios devem ser narrativos e estatísticos.
9- Dar nome aos grupos voluntários e quantidades de pessoas necessárias para o
efeito.
10- Entrega de relatório trimestral á direcção distrital de saúde; o técnico de
educação para saúde comunitária deve fazer visitas trimestrais às comunidades onde
decorrem as actividades da E.P.S./Kulima, junto ao supervisor.
Tarefas do animador
•
•
•
•
•
•
•
•
O animador deve estar actualizado sobre o tema que vai dar.
Ser capaz de notar as difilculdades do grupo.
O animador deve ver as condições do sítio onde vai dar a palestra.
Adaptar-se ao meio ambiente da zona.
As palestras ou formações devem ser de qualidade não em quantidade.
O animador deve avaliar o seu próprio trabalho.
O animador tem a obrigação de dormir na localidade se o tempo não permitir
para o regresso.
O animador deve ter uma ligação extrema com os régulos e líderes comunitários
para facilitar a multiplicação de informação.
Supervisor: Velar as actividades dos animadores.
30
Animador: Velar as actividades dos grupos voluntários e os satélites.
Satelites: Ajudam os animadores em alargar as comunidades e o raio das actividades.
Grupos voluntários: são os que garantem a sustentabilidade do projecto após a
retirada da organização ou o término do contracto.
CAPÍTULO 18
Programa nacional de saneamento a baixo custo.
Mais higiene é mais saúde.
Deitar o lixo na cova
Não esquecer de tapar as latrinas
Não urinar em volta da árvore
Não montuar lixo em volta da casa
Não fazer necessidades maiores ao ar livre
Para lembrar:
Usaste a latrina melhorada?
Tapaste a latrina depois de a usar?
Lavaste as mãos depois de usar a casa de banho?
Lavaste as mãos antes e depois de comer?
Conservaste a latrina limpa?
Latrinas melhoradas é higiene
Evita as moscas
Construção de latrinas melhoradas é mais seguro, dura muitos anos e é mais
barato.
CAPÍTULO 19
CRESCIMENTO INFANTIL
A subalimentação e as infecções impedem o crescimento físico e o desenvolvimento
mental de milhões de crianças no mundo. As sete recomendacções básicas de saúde
podem ajudar os pais a evitar a mã nutrição infantil mesmo nas comunidades de
baixo rendimento.
Alguns pais não têm possibilidades de alimentar os seus filhos de maneira adequada
devido á seca, fome, guerra ou pobreza. Apenas há acção política e economica,
geralmente envolvendo reformas agrárias e investimentos na produção de alimentos,
para os pobres e pelos pobres resolver este problema.
31
Mas os países em desenvolvimento nem se quer plantam e ganham o suficiente para
dar ás crianças uma dieta adequada. Entretanto é necessário que saibam quais são as
necessidades especiais que a criança requere e que tenham o apoio da comunidade,
das ongs, das outras instituições e do governo para pôr esses conhecimentos em
prática.
Recomendações básicas
19.1 Desde o nascimento até os 3 anos de idade a criança deve ser pesado
regularmente, e se não aumentar de peso durante um mês significa que alguma
coisa está errada.
O aumento de peso mensal e regular é o sinal mais importante da saúde, e do
desenvolvimento total da criança. Se a criança não aumenta de peso os agentes
de saúde devem tomar alguma medida, junto aos pais.
A criança pode não estar a desenvolver-se devido a alguma doença, por deficiência
de alimentação ou por falta de alimentação.
A criança é suficientemente alimentada quando toma 5, ou mais vezes, alimentos
durante o dia, que são compostos de poucos alimentos ricos a energía (pequena
quantidades de oleo ou gorduras devem ser acrescentadas).
A criança que adoece com frequência necessita de cuidados médicos: quando
está doente ela recusa-se alimentar, então deve-se insistir e dar alimentos
suplementares para recuperar as perdas.
Se os alimentos e a água são conservados limpos e a criança tem vermes
(parasitas), ela necessita de desparasitante, adquirido no centro de saúde.
A criança que fica muito tempo sozinha precisa de amor, atenção e estímulo.
19.2 O uso exclusivo do leite materno é o melhor alimento para as crianças durante
os primeiros quatro ás seis meses de vida.
19.3 Por volta dos quatro á seis meses, a criança necessita de outros alimentos,
juntamente com o leite materno
O bebé deve mamar antes de receber qualquer outro alimento para que a mãe
tenha mais leite por um período maior.
As verduras e legumes fervidos, descascados e amassados devem ser
acrescentados á papinha do bebé ou outros alimentos pelo menos uma vez por
dia.
Quanto mais váriada foi a alimentação do bebé é melhor.
19.4 A criança com menos de três anos de idade necessita de uma quantidade extra
de gorduras ou oleo, adicionado á comida normal da família.
19.5 A criança com menos de três anos de idade necessita de cinco ou seis
refecções diárias.
19.6 Todas as crianças necessitam de alimentos ricos em vitamina A
32
Anualmente mais de duzentas crianças ficam cegas por falta de vitamina A no
organismo.
A vitamina A também protégé contra outras doenças como a diarreia e a gripe, deve
portanto fazer parte da dieta diária da criança.
A vitamina A encontra-se no leite materno, nos vegetais (com folhas verdes
escuras) e nas laranjas, ou frutas e legumes amarelos como: cenoura, papaia e
manga.
Quando a criança está com diarreia ou sarampo perde a vitamina A, que pode ser
reposta por uma alimentação mais frequente e dando-se á criança mais frutas,
legumes e verduras.
19.7 Após uma doença a criança necessita de refeições extras para recuperar o
peso perdido
É importante proteger o crescimento de uma criança evitando doenças. Para isso
é preciso: alimentar a criança com leite durante os primeiros 4-6 meses de vida;
apartir de então introduzir outros alimentos e continuar com o leite materno.
Completar todas as vacinas antes do bebé ter um ano de vida.
Usar sempre latrinas e manter as mãos, os alimentos e a cozinha limpas, e usar
sempre água limpa e potável.
CAPÍTULO 20
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Os bebés aprendem rapidamente, desde o momento do nascimento. No final do
segundo ano de vida, a maior parte do crescimento do cerebro humano já está
completa. Os primeiros anos são fundamentais para o desenvolvimento do
comportamento e da personalidade.
As sete recomendações básicas podem ajudar os pais a garantir que os filhos cresçam
felizes, seguros e com um comportamento adequado e a criar as condições
necessárias para que a criança tenha um bom aproveitamento escolar.
20.1 Os bebés aprendem rapidamente desde o nascimento até aos dois anos de
idade, quando a maior parte do cerebro humano já está completa. Para ter um bom
crescimento mental a criança precisa mais do amor e da atenção dos adultos.
Os cincos sentidos do bebé: visão, olfacto, audição, paladar e o tacto. Estão
todos activos desde o momento do nascimento quando o bebé começa aprender
sobre o mundo.
Desde que nascem todas as crianças sentem necessidades de serem tocadas,
abraçadas, acariciadas, de que as pessoas falem com elas, de ver rostos e
expressões famíliares, de houvir vozes famíliares e de perceber que as pessoas lhe
33
respondem. As crianças também precisam de coisas novas e interesantes para
olhar, houvir, prestar atenção, segurar e brincar. Este é o início de aprendizagem.
Vozes humanas são a coisa mais importante para um bebé houvir; rostos
humanos são a coisa mais importante para o bebé olhar; os bebés não devem ficar
sozinhos durante um longo período de tempo.
Uma criança que recebe boa alimentação e cuidado com a saúde, mas também
recebe bastante amor e atenção e que pode brincar da maneira adequada, terá um
bom desenvolvimento mental tão bom como o seu desenvolvimento físico.
20.2 Brincar é muito importante para o desenvolvimento da criança; brincando
exercita a mente e o corpo, aprende lições básicas sobre o mundo. Os pais podem
ajudar a criança a brincar.
Brincando com objectos simples e imitando o mundo dos adultos, a criança
começa aprender sobre o mundo ao seu redor, brincar também ajuda a
desenvolver a sua linguagem, o raciocinio e a organização.
A criança aprende através de experimentação, comparando os resultados,
fazendo perguntas, propondo novos desafios a se mesmo e encontrando maneiras
de conseguir bons resultados. Brincar constroi conhecimento, experiência e ajuda
em curiosidade, controlo e confiança.
Os pais devem ajudar nas brincadeiras e na aprendizagem da criança arranjando
objectos com os quais ela possa brincar e sugerindo coisas novas para a criança
tentar fazer. Mas os pais não devem controlar ou diminuir exageradamente a
brincadeira da criança: devem observar de perto e acompanhar suas ideias ou
seus desejos.
Quando uma criança pequena insiste em fazer uma coisa sozinha, os pais devem
ter paciência desde que seja protegida do perigo: tentar fazer algo novo e difícil é
um passo necessário para o desenvolvimento da criança, mesmo que isso
signifique uma frustração. Um pouca de frustração ajuda a criança a aprender e a
dominar novas habilidades. Frustração demais pode ser desestimulante e dá á
criança, uma sensação de fracasso. Os pais são quem pode julgar quando se deve
oferecer ajuda, e quando se deve deixar que a criança encontra as suas próprias
soluções.
A criança adora vestir-se e fingir que é outra pessoa – mãe, pai, professor,
médico ou uma personagem imaginária; este tipo de brincadeira também é muito
importante: ajuda a criança a intender e a aceitar a maneira de ser de outras
pessoas. Ajuda também a desenvolver a imaginação, os pais devem estimular
essas brincadeiras de “faz de conta” dando á ciança roupas e chapeus velhos,
bolsas, colares ou pedaços de tecidos para brincar e vestir.
As vezes a criança precisa de brincar sozinha, mas as vezes precisa de brincar
com os adultos: eles devem portanto falar com a criança. Repetir os sons, cantar,
fazer músicas, versos e jogos infantis, tudo isto é fundamental para a felicidade
da criança e para que o seu crescimento e desenvolvimento sejam normais.
20.3 A criança aprende a comportar-se imitando o comportamento das pessoas que
estão mais perto dela.
34
Se os adultos ou crianças mais velhos serem agressivos ela também fica agressiva,
se as pessoas ao redor dela tratar ela com carinho, ela também fica carinhosa e
vai-se comportar da maneira do seu habitate.
A criança de 4 anos é naturalmente egoista. Aprendere a dividir e ter
considerações com as outras é um processo gradual; o comportamento egoista e
insensato é normal para crianças pequenas, pois elas são imaturas física e
emocionalmente: a medida que vão crescendo, as crianças aprendem a serem
desprendidas e razoavel desde que as outras pessoas também sejam desprendidas
e razoavel com elas. As crianças aprendem a tratar as outras da maneira como
foram tratadas.
20.4 As crianças pequenas choram facilmente, ficam zangadas e assustadas.
E’preciso ter paciência, compreenção e tolerância em relação ás emoções das
crianças para ajudar-lhe a crescer feliz, seguras e com um comportamento
adequado.
As crianças pequenas as vezes parecem mentir, porque não conseguem ver a
diferência entre o mundo real e o mundo da sua imaginação.
Quando uma criança faz algo de errado ou inaceitável, ela deve ser repreendida
com firmeza, mas calmamente, para que entenda que esse não é o
comportamento correcto. Devem ser dadas explicações simples e razoaveis. A
criança lembra-se de explicações e regras dadas por adultos que ela ama e a
quem quere agradar. Aos poucos ela aceita esses exemplos e explicações como
bases para as suas próprias acções. E’ desta maneira que a criança adquire a
consciência e a compreenção da diferência entre o certo e o errado.
Chorar é a maneira que a criança pequena tem para dizer que alguma coisa está
errada. Ela pode estar com fome ou cansada, com dores ou qualquer
desconforto, com calor ou com frio, ou pode estar assustada ou quer que
peguem no colo e abracem: não se deve ignorar o choro.
A criança pequena supera os seus medos rapidamente desde que tenha a certeza
de que a sua casa é segura, e de que é amada e protegida pelos pais e pelos
outros parentes adultos.
20.5 A criança precisa de aprovação e estímulo constante: os castigos físicos são
prejudiciais para o desenvolvimento da criança.
Portanto, é importante que os pais deêm atenção aos comportamentos positivos
e que demostrem satisfação e aprovação. Esta é uma maneira muito mais eficaz
de ensinar a uma criança a comportar-se adequadamente do que os gritos, as
críticas e as punições constantes.
Os castigos físicos são prejudiciais para a criança e fazem com que ela se torna
mais propensa a crescer agindo de maneira insensata e violenta com as outras
pessoas. Também podem tornar a criança medrosa e isto pode destruir o desejo
natural que a criança tem de agradar e de aprender com os seus pais e
professores.
20.6 As condições para um bom aproveitamento escolar podem ser criadas pelos
pais nos primeiros anos de vida da criança.
35
Durante os primeiros anos de vida os pais podem ajudar a criar as condições para
que a criança tenha um bom aproveitamento escolar. Desde o nascimento, uma
criança que se sente amada e segura e cujos comportamentos positivos são
reforçados sentirá mais facilimente o desejo e a confiança necessária a uma boa
aprendizagem.
Os pais também podem ajudar a criança aprendendo e brincando: todas as
crianças precisam de materias simples com as quais possam brincar de modo que
haja sempre alguma coisa para fazer ou para explorar, a cada nova fase do seu
desenvolvimento. E isto não precisa de custar muito caro. Por exemplo: água,
areia, caixas de papelão, blocos de madeira, objectos domésticos que não
apresentam o perigo, objectos coloridos, uma bola, ou muitos brinquedos
tradicionais são tão bons como os brinquedos caros comprados nas lojas. Sempre
que seja possível e seguro, deve permitir-se que a criança tome as suas decisões:
ela aprende melhor apartir dos seus próprios erros. Os pais devem tentar orientar
mas não controlar a brincadeira da criança.
Os programas da cresce e da pre-escola podem ajudar a preparar a criança para
que tenha um bom aproveitamento escolar desde que garantam muito cuidado e
atenção e uma grande variedade de actividades que envolvem brincadeira para
ajudar a criança a desenvolver habilidades.
Pressionar exageradamente a criança para que estude e tenha um rendimento
escolar não é um procedimento util. Ensinar cedo demais a ler, a escrever, e a
contar é mesma coisa que tentar construir a parte superior do edifício antes da
base. Assim tal como uma construção, a capacidade de aprendizagem da criança
cresce por andares, sendo cada andar construido sobre o anterior. A criança
aprenderá melhor se os seus pais e os professores lhe derem a oportunidade de
aprender aquilo que é apropriado a cada etapa. Agir desta maneira exige
habilidade e paciência, significa observar cuidadosamente e perceber quando é
que a criança está a ficar frustrada ou aborrecida. E significa criar novas
oportunidades e apenas o tipo certo de novos desafios e interesses de modo que
a criança possa continuar com o processo de aprendizagem.
Aprender a falar e a compreender a lingua é uma das tarefas mais dificil, mais
importante, mais complicadas que a criança pequena deve enfrentar.
As crianças aprendem a falar em diferentes idades. Em geral começam a falar por
volta de um ano de idade.
Estímulos e pratica durante estes seis primeiros ano são factores mais
importantes para o sucesso da criança no processo de aprendizagem de falar, ler
e escrever e para um bom desempenho escolar.
Não há qualquer diferênça entre as necessidades físicas, mentais e emocionais de
meninos e meninas. Ambos têm as mesmas necessidades de brincar e a mesma
capacidade para todos os tipos de aprendizagem, ambos têm a mesma
necessidade de amor e de aprovação.
20.7 O pai e a mãe são os melhores observadores do desenvolvimento da criança.
Portanto todos os pais devem conhecer os sinais que indicam que uma criança não
está a realizar progressos normais e que alguma coisa pode estar errada.
O QUE A SUA CRIANÇA FAZ AOS TRÊS MESES?
Segura a cabeça
36
Vira a cabeça em direcção á cores e luzes brilhantes
Movimenta os olhos em direcção ás sons altos
Fecha as duas mãos em forma de punho
Mexe os braços e as pernas, chuta e sorrí (da pontapés)
Faz ruídos baixos
O QUE A SUA CRIANÇA FAZ AOS SEIS MESES?
Mantém-se sentada com apoio
Levanta pelos braços,e se ajuda com o corpo
Segura e transfere objectos de uma mão para outra
Vira a cabeça em direcção á voz e aos objectos sonoros
O QUE A SUA CRIANÇA FAZ AOS DOZE MESES?
Senta-se sem apoio
Gatinha
Fica em pé com apoio
Segura objectos com o polegar e um dedo
Obedece a ordem simples
Manifesta afeição
Fala duas ou três palavras
O QUE A SUA CRIANÇA FAZ AOS DOIS ANOS?
Fala duas ou três frases
Reconhece pessoas, objectos e famíliares
Carrega um objecto em quanto anda
Repete palavras ditas por outras pessoas
Alimenta-se sozinha
Identifica cabelo, ouvido, nariz, apontando com o dedo
O QUE A SUA CRIANÇA FAZ AOS QUATRO ANOS?
Equilibra-se só com um pé
Faz jogos simples com outras crianças
Faz perguntas
Responde ás perguntas simples
Manifesta diferentes emoções
Lava as mãos sozinha
Indica as seis cores fundamentais
O QUE A SUA CRIANÇA FAZ AOS CINCO ANOS?
Fala claramente
37
Veste sem ajuda
Copia um circulo, um quadrado, um triangulo
Conta de cinco a dez objectos
38
CAPÍTULO 21
TÉCNICAS DE PRIMEIROS SOCORROS
Condições materiais para o tratamento de feridas:
Tesoura, fita adesiva, ligaduras, pensos, pano limpo e algodão água e sabão,
violeta de genciana, tintura iodine;
Como fazer
Colocar o ferido na posição que lhe for mais comodo
Descubrir por completo a parte ferida, lavar as mãos
Se houver pelos ou cabelos a volta da ferida, rapar
Proceder á limpeza da ferida
1. Lavar a ferida e a pele em volta com água e sabão, arrastando para fora da ferida
toda a sujidade e corpos estranhos.
2. Lavar de novo com água fervida ou desinfectada
3. Enxugar com gaze
4. Desinfectar a pele á volta da ferida com tintura de iodine
5. Cobrir a ferida com gaze esterilizada
6. Segurar a gaze com legadura ou triangulo de pano ou adesivo
Observações
Utilizar sempre material esterilizado e ter todo o material sempre preparado
As feridas profundas penetrantes ou extensas devem ser enviadas para o centro
de saúde
Mudar o penso de três em três dias
21.1 REDUÇÃO E IMOBILIZAÇÃO DE FRACTURAS
Perante qualquer fractura de braço ou perna
Material: Talas ou jessos
Pedaços de esteira, pãus, bambu, algodão ou pano, ligaduras ou lenços
triangulares
Como fazer
1. Pôr o membro numa posição natural, sem forçar, pedindo a outra pessoa que o
ajude a mante-lo nessa posição.
2. Forrar as talas com algodão ou com pano
3. Fixar as talas ao membro utilizando as ligaduras ou lenços triangulares
imobilizando as articulações logo acima e logo abaixo da fractura.
4. Existe maneira diferentes de imobilizar os membros fracturados.
Observações
Se houver uma ferida pela qual os ossos saem para fora (fracturas expostas) não
mexer, cobrir com gaze e adesivo e enviar para o centro de saúde.
39
Como fazer uma maca ou padiola
Indicações – para o transporte dum doente ou ferido grave
Material – cordas, dois paus fortes, dois metros de cumprimento dum cobertor forte.
Observações – com uma madeira, com uma porta, com uma escada, com um
cobertor e dois paus.
Arrastar a maca
Abraçar o doente
Duas pessoas sãs levar o doente sobre os braços
Pôr no colo
Levar o doente de costa
se tiver perigo de choque ou grave hemorragia, pôr a cabeça mais baixa que as
pernas e cobrir o doente com cobertor.
se o doente estiver sem consciência ou vomitar, pôr em posição de segurança.
Sempre que uma pessoa cair de uma árvore ou leve pancada na coluna, e não
possa depois andar ou mexer as pernas, suspeitar de fractura de coluna (uma
maca dura e quatro pessoas).
Observações: nunca mexer no doente se estiver sozinho e nunca forçar o doente a
sentar-se ou andar. As fracturas de coluna podem provocar lesões graves que
conduzem á paralesia e mesmo á morte.
21.2 POSIÇÃO DE SEGURANÇA PARA DOENTES NÃO CONSCIENTES
Indicações – para qualquer pessoa que perdeu a consciência
Como fazer com rapidez, calma e vigilância
1. Ajoelhar-se junto ao doente e puxando pelo ombro ou pela anca
2. Volta-lo para um dos lados
3. O corpo virado para um lado, junto com a cabeça: esta posição salvou a vida de
muitas pessoas que de outra maneira teriam morrido sufocados (barriga)
Observações – verificar se a boca está livre de vómitos, sangue, ou corpos estranhos,
passando um dedo pelo interior da boca.
N.B. nunca deixar o doente não consciente deitado de costa.
21.3 RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL
Indicações – em todos os casos de asfixia, falta de ar, etrangulamento, afogamento,
corpo estranho na garganta, perda de consciência, por brazeiro num quarto fechado
ou por gaz.
40
Como fazer
1.
2.
3.
4.
5.
Com um dedo retirar o corpo estranho na boca ou garganta
Inclinar a cabeça do doente para atraz e apertar o nariz dele
Soprar na boca do doente até que o peito dele se levante
Fazer uma pequena pausa, inspirar profundamente
Soprar novamente. E’preciso continuar muito tempo, se o torax do doente não
levantar, pode ser que haja obstruição na garganta. Se o doente for criança
soprar delicadamente cobrindo a boca e nariz.
21.4 MASSAGEM CARDÍACA
Indicações – Depois de algum tempo de respiração artificial o doente não continua a
respirar
Como fazer- rapidez, calma e com técnica apropriada
1. Deitar o doente de costas
2. Com as palmas das mãos apoiadas uma sobra outra fazer uma rapida, intensa
compressão sobre a metade inferior do peito. Repetir 15-20 vezes com golpes
rápidos e executar em seguida duas rápidas respirações boca a boca.
3. Continuar até se observar melhorias no doente, ou então até que haja dúvida da
morte.
Observações – nas crianças devem fazer-se uma compressão muito menor utilizando
apenas dois dedos.
21.5 CUIDAR DE UM DOENTE EM CHOQUE
Indicações – Quando se suspeitar que o doente vai entrar em choque, após a
hemorragia, dores fortes, fracturas, queimaduras graves, deshidratação grave.
Sinais de choque
– Entorpecimento mental
– Dilatação da pupila
– Suor, frio
– Palidez
– Nauseas
– Respiração superficial e frequente
– Grande fraqueza
– Pulso frequente e fraco
Como fazer
1. Analizar qual possa ter sido a causa de choque:
se for hemorragia bloquear com um pano ou ligadura,
se for queimadura dar a beber líquidos,
se for deshidratação fazer rehidratação horal,
se for fractura imobilizar com uma tala ou jesso.
41
2. Tomar as medidas anti-choques
Colocar o doente em posição anti-choque e cubrir o doente com cobertor e dar a
beber chá quente
3. Enviar de urgência para o centro de saúde
Observações: o choque é uma situação muito grave provocada por várias causas e
naqual se verifica um estado agudo de diminuição da vitalidade do indivíduo e perigo
da morte.
21.6 BLOQUEAMENTO DE HEMORRAGIA
Indicações – qualquer hemorragia externa: existem as hemorragias arteriais (sangue
vermelho, vivo e que sae em jacto intermitente) e as venenosas (sangue mais escuro
que sae de forma continua).
Material – Geralmente improvisados (gazes ou pano, lenços, garote feito com tubo
de borracha ou com tira de pano largo ou com um cinto pequeno, pedaço de
madeira).
Como fazer (sempre possível no próprio local de acidente e o mais cedo possível).
Pequenas hemorragias – fazer um pequeno penso compreensivo sobre a ferida, pôr
várias comprensas de gazes ou pano limpo dobrado apertado com uma ligadura ou
com a nossa própria mão.
Grandes hemorragias
1. Colocar um garote (braço ou perna) ou fazer compressão manual
2. Fazer o penso sobre a ferida
3. Prevenir o estado de choque
4. Enviar de urgência para o centro de saúde
Pontos de compressão manual: pescoço, braço, pulso, tornozelo, múscolo acima do
joelho
Observações: aplicações de garote improvisado.
Sempre que aplica um garote, deve fazer-se um apontamento da hora a que ele foi
posto. O garote deve ser ligeiramente aliviado de hora a hora nas hemorragia
venenosas. Num membro deve levantar o membro para cima e mante-lo nessa
posição durante alguns minutos.
21.7 CONDUTA PERANTE FERIDOS DE GUERRA
(perigo de hemorragia mortal, choque, tétano ou outras infeções e minas)
1. Parar a hemorragia – se a hemorragia for grave: aplicar garote ou compressão
manual; se de menor gravidade: aplicar penso compreensivo.
2. Reanimar o doente se ele não respirar; aplicar a respiração artificial se for
necessario e a massagem do coração.
42
3. Cobrir as feridas com gazes e lenços triangulares sem perder muito tempo.
4. Mobilizar o membro atingido por uma tala.
5. Prevenir o choque (deitar o doente ferido com a cabeça mais baixa do que o
resto do corpo cobrindo com um cobertor)
6. Enviar de urgência para o centro de saúde ou hospital
21.8 FERIDAS POR BALAS OU ESTILHAÇOS
(são sempre perigosas, lesões de orgão profunda, hemorragia interna, tétano, outras
infeções)
1. Cubrir imediatamente a ferida com gaze esterilizada ou pano limpo, não tentar
explorar a ferida em profundidade, fixar a gaze com adesivo ou ligadura ou pano
triangular.
2. Colocar o doente numa maca e cobri-lo com uma manta para prevenir o choque,
o doente deve ficar na posição em que se sentir mais comodo deitado ou sentado.
3. Não dar a beber líquidos nem comida. Se o ferido tiver sede, molhar os lábios de
vez em quando.
4. Enviar de urgência para o centro de saúde ou hospital.
21.9 MORDEDURA DE CÃO
Indicações – Sempre que alguém for mordido por um cão
Material: penso, tintura iodine
Como fazer – lavar a ferida com água e sabão, desinfectar com tintura iodine e
aplicar o penso.
1. Se o cão tiver seguramente a raiva mata-lo e enviar o doente para o hospital
(perigo de morte)
2. Se o cão estiver só suspeito de raiva e for capturado não se deve mata-lo mas
amarra-lo durante dez dias e observa-lo se apresentar sinais de raiva. Se não
apresentar não há perigo.
3. Se não ser possível prender o cão enviar sempre o doente para o centro de saúde.
Observações: sinais de raiva – deixar de comer, tornar-se agressivo, babar, não
ladrar como habitual e tremer.
21.10 MORDEDURA DE COBRA
Indicações – em todos os casos em que a pessoa foi mordida por uma cobra
Material – penso, ligadura ou tiras de pano forte, tintura iodine
Como fazer – utilizar, sempre que possível, remedios tradicionais
1. Lavar a ferida com água e sabão e desinfectar
2. Se for um membro: colocar uma ligadura apertada mais de maneira que o sangue
circule, ao longo de todo o membro
3. Imobilizar o membro atingido
4. Enviar para o centro de saúde
43
CAPÍTULO 22
Módulos de relatórios
Relatório narrativo
Relatório estatístico
Relatório narrativo: é descrever todas as actividades programadas e exercitadas
durante um determinado periodo.
Relatório Estatístico: é o lançamento de todos os números e respectivos gráficos de
avaliação que o projecto preconiza.
44
Módulo narrativo:
KULIMA:CHOKWE
(organismo para o desenvolvimento socio-economico-integrado)
Att: Coodernador provincial do programa
Assunto : Relatórios das actividades referentes ao mês de ______ ano ________
A Kulima no distrito de __________, localidade de ______________ tem vindo a
desenvolver as actividades da E.P.S junto às comunidades locais, onde tem havido
ainda influência das pessoas nas palestras e também nas formações dos grupos
voluntários.__________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_____
Modulo estatístico
Ficha 1
Zonas
Chilocuane
Chidoachine
Total
Grupo form
4
6
10
Grupo ident
5
7
12
Vol – voluntários
For-Formadores
Gr-Grupos
Ident-Identificados.
45
Temas
Malaria
Diarreia
2
NºFormações
12
18
30
Nº de valu
36
48
84
PALESTRAS FEITOS PELOS TÉCNICOS DA KULIMA
Zona
Pop- População
Pal- Palestra
Vol- Voluntários
Trb- Trabalhadores
Tema
Casa
Nº P Nº C
Hospital
Bomba
Mercado
Escola
Empresa
Grupo
Coletânia
Nº Nº P Nº Nº P Nº Nº P Nº Nº P Nº Nº P Nº Nº P Nº Nº P Nº
PoP
PoP
PoP
PoP
PoP
PoP
PoP
PoP
C- Casas
Af- Agregado familiar
Al- Alunos
Soma total- palestra + palestra + palestra = ……
47
Soma total- agregado familiar + trabalhadore + alunos + população= ……
participantes
Casas = …….
Palestras dos elementos satélites
Zonas
Chilocuane
Chiduachia
Temas
Malária
Diarreia
Local
Mercado
Sede
NºPal
1
1
NºPopu
55
43
Total
2
2
2
98
48
Palestras dos elementos voluntários
Zona
Tema
Casa
Nº P Nº C
Hospital
Bomba
Mercado
Escola
Empresa
Grupo
Coletânia nº Vol.
Nº Nº P Nº Nº P Nº Nº P Nº Nº P Nº Nº P Nº Nº P Nº Nº P Nº
PoP
PoP
PoP
PoP
PoP
PoP
PoP
PoP
49
Supervisões previstas - …….
Data
Zona
Feitos
Não
feitos
Local
Tema
N./for
N/Pale
stras
N/Part.
Total
M-Malária
D- Diarreia
B-Bilharziose
V- Vacina
Pf- Planeamento famíliar
S- Sida
Msr-Maternidade sem risco DTS
H- Higiene
LMA- Leite Materno e Alimentação
C- Colerá
TEATRO
Data
Zona
Tema
N. Actor
TOTAL
50
N. Vol
N. Pop.
Dur. Min.
Ficha 2
KULIMA
Ficha de controlo das actividades
Supervisor :_________
Distrito :____________
Localidade :_________
Data
Zona
Tema
Ano: ______
Mês: ______
N/for.
N/Pal.
N/Sup
N/Vol
N/Sat
N/Part
N/Casas+
Agregados.
/
/
/
/
/
/
/
/
/
Total
NB :
Positivo : !
Negativo : !
O Coodernador
_____________
51
FICHA 3
KULIMA
Anotações e as supervisões
Distrito : __________________
Localidade:_________________
Ano: _________
Mês: _________
Crítica______________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
______________________________________________________
Problemas encontrados
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
____________________________________
Soluções possíveis:
______________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________
Sugestões:___________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
_____________________________________________________
DATA :
SUPERVISOR
52
Ficha técnica
Kulima
Programa EPS
Plano de actividades
MÊS
TAREFA
Distrito:
Localidade:
Aldeia:
Ano:
EXECUTOR COLABORADOR
Data:___/___/_______
SEMANA
OBSERVAÇÕES
O supervisor do programa
_____________________
53
Ficha 4
KULIMA
Plano de actividades mensais
Ficha técnica
Kulima:_____________
Programa EPS:___________
Plano de actividades:___________
Domingo
Segunda
Terça
Quarta
Distrito:__________
Localidade: ________
Aldeia:______________
Ano:____________
Quinta
Sexta
Sábado
Observ.
OBS.:_______________________________________________
Comunidades de __________________
Data: ___/___/_____
Supervisor
_____________
54
Resumo dos dados de actividades
FORMAÇÃO
Temas : ______________________________
Formações feitas:_______________________
Voluntários presentes :___________________
Palestra dos Técnicos da KULIMA
Nº de Palestra: __________________
Nº População: ___________________
Temas: ________________________
N.de teatro: _____________________
Número de casas: _________________
Número de agregado famíliar: _______
Satélites
Nº de Palestras: _________________
Nº de População: _________________
Tema: ________________________
Número de casas: _________________
Número de agregado famíliar: _______
TOTAL GERAL
Palestra dos Grupos voluntários
Nº Palestras: ____________________
Nº Voluntários: _________________
NºParticipantes: ________________
Temas: _______________________
Número de casas: _________________
Número de agregados famíliares: ____
temas:_________
N/Form.________
N/Palestras______
N/Popul.________
N/Casas________
N/Agreg.Fam____
N/Animad.______
N/Vol._________
N/peças Teatr.___
N/Super.________
Supervisões: Num._
Número de formações:___________
Nº Voluntários: ________________
Nº Participantes: _______________
Nº Temas: ____________________
N.de teatro: ____________________
GENERO
Número de casas: _________________
Número de agregado famíliar: _______
NOÇÕES
DE
HOMENS: ______
MULHERES:______
Actividades
Imprevistas:
________________________________________________
Problemas
Encarados:
__________________________________________________
Possíveis soluções: ____________________________________________________
Sugestões:
___________________________________________________________
55
Perspectivas
do
mês
____________________________________________
seguinte:
Maputo aos ___________ de _________________
Supervisor
KULIMA
Circular nº /
Metas a serem alcançadas durante o mês:
Supervisor
Animador
Satélite
Grupo voluntário
Formações
Min =15
Max =20
Min 45
Max=90
Min=________
Max=_______
Min=_________
Max=__________
Animador
___________
Coodernador
___________
56
Palestras
Min =15
Max =20
Min=60
Max=120
Min=45
Max=90
Min=30
Max=60
57
CAPÍTULO 23
Elaboração do material do campo
I.
1. Fotocópia-se as folhas A4 ou A3 e pintam-se as figuras ou desenhos com lápis
de cor
2. Abrem-se o plástico colante e corta-se na medida de folha A4 ou A3 tendo
pequenas arestas.
3. No vértice do plástico colante deverá haver uma separação entre o plástico e o
papel, dobrando-o, para facilitar a descartagem.
II
1.
2.
3.
4.
A mesinha já esposta, começamos com o processo de colagem.
Coloca-se a folha na mesa com o verso virado para cima papel nº1
Leva-se a cola de papel e põe-se por cima.
Sobrepõe-se a outra folha com o verso virado para baixo, papel nº2 frixiona-se
com as mãos e as folhas 1 e 2 colam-se.
5. Separamos o papel colante, colocamos as duas partes da folha 1 e 2 assim,
sucessivamente em ordem crescente.
6. Leva-se uma tesourinha e alinha-se os 4 lados da folha.
7. Levamos uma fita cola grossa e transparente, e abrimos.
8. Colocamos duas folhas em cima da mesa plana sendo pagina 1 e 4, e colamos
com fita cola ao meio de duas partes sendo: partes pares a esquerda e partes
impares a direita.
9. Assim prosegue-se a encadernação do album seriado.
10. Depois de tudo cortamos nos cantos a fita, colamos, embelezamos o nosso
trabalho e assim já temos o album seriado feito e podemos dar formações e
palestras á comunidade.
RESUMO
Superfície – Deve ser previamente limpa e seca
Colocação – medir a superfície a cobrir, cortar o adesivo nas dimensões pretendidas,
contando com uma margem de alguns centímetros; aplicar, levantando pouco a
pouco, o papel de suporte. Alisar com as mãos partindo do meio, para retirar bolhas
de ar. Se subsistirem as bolhas elimine-as com a ajuda de um alfinete ou agulha.
Manutenção – lavar o adesivo ou colante com a ajuda de água e sabão.
58
CAPÍTULO 24
Trabalho comunitário
O trabalho comunitário, para ser bem sucedido, necessita duma breve avaliação do
nível de conhecimento que a comunidade pode atingir em relação á sua propria vida
nos aspectos do meio ambiente.
Será um processo de melhoramento gradual de vida das comunidades incidindo nos
aspectos como:
Definição e sastifação dos interesses da comunidade
Definição de estratégias de acção mútua
Comunidade como denominadora do processo.
Incentivar o espirito participativo na comunidade para o seu benefício.
Virá conhecer o que a comunidade quer e como ela quer que se faça dentro dela.
Desenvolvimento comunitário
É a ciência e a arte de prevenir doenças, prolongar a vida e promover a saúde
comunitária pública e a eficiência física e mental através dos esforços organizados da
comunidade.
Hoje o desenvolvimento comunitário (DC) é visto na óptica de sustentabilidade
ecológica e económica, respeito pela cultura e tradições locais e diversidade para
uma modernização eficaz.
O trabalho comunitário é uma colaboração directa com a comunidade no exercício
das tarefas.
Avaliação da fomação
Metodologi
a
Visual
Logistica
M. Bom
Bom
Suf
Med
Mau
59
Material
usado
Total
Grafico percentual dos dados anuais
100%
80%
60%
40%
20%
Jan
Fev
Mar
Abr
Barras de Marcação.
60
Mai
Jun
Jul
ago
CAPÍTULO 25
ÁRVORE DE IMPLANTAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA
ÁRVORE DO PROGRAMA
Coodernador do programa
Supervisor
Animador
Satelite
Grupo voluntário
Comunidade
61
Caminhos para implantação e implementação do programa
Ministério
Governo Provincial ou Direcção Provincial da Saúde
Governo distrital
DDS
Municipio
SESP
Vereador da área
Secretário
Chefe da Zona
Lider comunitário
Lider comunitário
Comunidade grupo alvo
Comunidade grupo alvo
62
CAPÍTULO 26
Plano geral de actividades do programa de EPS
(O plano deve ser elaborado pelo coordenador, pelo supervisor e pelos
animadores)
1.
2.
3.
4.
5.
Contácto com os líderes comunitários para explicar o programa
Selecção dos candidatos na comunidade (feito por líderes comunitários)
Formação – curso de saúde comunitária
Candidatos selecionados (aprovados no curso)
Fazer o levantamento de base dos dados epidemiológicos - estudo CAP –
(Conhecimentos de Atitudes Práticas)
6. Divisão da zona em áreas e distribuição dos animadores
7. Inicio das palestras
8. Identificação dos elementos que vão formar os grupos de voluntários e a
respectiva formação.
9. Reciclagem dos animadores (manutenção de routina)
10. Palestras em coletânea (grupos dos animadores)
11. Formar grupos fortes de actividades
12. Formar um grupo teatral
13. Identificar e notificar os doentes para dirigir-se ao posto de saúde mais próximo
14. Fazer visitas domiciliares
15. Mobilizar a camada jovem para a mudança de comportamento
16. Mobilizar e educar as mães sobre os cuidados com crianças menores de 5 anos
17. Elaborar e mobilizar o material suficiente, e eficiente para divulgar as mensagens
18. Traçar novas estratégias para estancar a disseminação das epidemias
19. Em alguns casos divulgar os direitos da criança (se possível)
20. Realizar encontros mensais com a saúde e outros parceiros do ramo junto aos
líderes comunitários
21. Realizar encontros amigáveis entre grupos de voluntários e os animadores
22. Fazer supervisões continuas
23. Continuar a consolidar as boas iniciativas
24. Elaborar os relatórios conforme o calendário estabelecido no programa
25. Para avaliar o impacto do projecto é preciso fazer o seguinte:
- fazer o estudo inicial: inquérito de levantamento de base;
- fazer a avaliação intermédia;
- fazer a avaliação final;
26. Elaborar o relatório final do projecto e as perspectivas para o passo seguinte
63
NOTA FINAL
Este livro deve ser guardado num lugar com temperatura que varia entre os 0ºc a
30ºc num lugar seco, se não as imagens e as mensagens podem se destruir
facilmente.
Leia e estude, analize todas estas mensagens de saúde.
Ajudem-nos a divulgá-las no seio da sua família, no seu bairro, na sua aldeia, na sua
cidade ou em qualquer parte onde estiver.
Muito Obrigado a todos os colaboradores!
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Kulima
Organismo Para o Desenvolvimento
Sócio Económico Integrado
- Moçambique A Kulima, é uma ONG Moçambicana a funcionar desde 1984 no desenvolvimento sócio
económico integrado. Estamos particularmente cingidos nas zonas rurais (comunidade de
base) em todo território moçambicano. O termo Kulima é muito comum em línguas bantu e
significa "lavrar a terra" ou "Cultivar." O nome está directamente relacionado à história
da Kulima, que tem sempre trabalhado com as comunidades rurais cujo sustento diário
provém da terra.
Temos já catalogados 15 anos de experiência em Desenvolvimento Sócio-Económico
Integrado, assim como 10 anos de treinamento e apoio ao Movimento Associativo
Moçambicano.
Já implementamos projectos de desenvolvimento em 7 Províncias do País (Maputo, Gaza,
Manica, Inhambane, Sofala, Zambézia, Nampula) e em mais de 30 distritos.
A sede da Kulima que se encontra na capital de Moçambique, favorece a ligação entre
todas as bases provínciais; assume contudo a dinámica de participação regional, a nível da
África Austral e dos Países PALOP. Periodicamente, dependendo dos abjectivos assumidos
entramos em coordenação com dinâmicas sociais mundiais, tais como: Bejing (Promoção
da mulher), Stocolma (Exploração infantil) e Porto Alegre (Fórum Social Mundial), entre
outros.
Estamos convictos que um país pobre como Moçambique possui potencial interno para o
seu desenvolvimento, e é em base nestas potencialidades, que a Kulima pretende facilitar o
desenvolvimento sustentável das comunidades a médio e longo prazo
Avenida Karl Marx, 1452, CP 4044, Maputo, Moçambique
Tel: +258-1-430665 Fax: +258-1-421510 e-mail: kulima@mail. tropical.co.mz
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educacao comunitaria um desafio para a