Teoria Cinética - motivação A Termodinâmica deixa de ser eficaz quando se pretende estudar sistemas em condições difíceis (ou impossíveis, pelo menos temporáriamente) de obter experimentalmente. As limitações da Termodinâmica (clássica) são ultrapassadas fazendo hipóteses quanto à natureza e comportamento das partículas constituintes dos sistemas macroscópicos. Distinguem-se aqui duas abordagens possíveis: aplica as leis da Mecânica Clássica às partículas Teoria cinética constituintes de um sistema e deriva destas leis, onde são considerados valores médios para as grandezas mecânicas, expressões para a eq. de estado do sistema, eq. da energia, calor específico, ... Termodinâmica estatística ignora considerações detalhadas sobre as partículas constituintes, apoiando-se antes nos resultados da Mecânica Quântica que se referem à determinação dos níveis de energia acessíveis a um sistema de muitas partículas. Utiliza as ferramentas da Estatística, onde toma particular relevo a escolha da função distribuição de probabilidade que melhor caracteriza o sistema. Esta escolha envolve algumas considerações sobre o comportamento das partículas constituintes dos sistemas. Tal como a Teoria cinética permite obter expressões para as eqs. de estado, eqs. da energia, capacidades térmicas,... É além disso de aplicação mais geral. Teoria cinética aplicada aos gases ideais monoatómicos (mov. unicamente de translacção) Hipóteses de que se parte: 1. Qualquer volume que consideremos contém um grande número N de moléculas, todas idênticas. Tipicamente, 1 mole ocupa 22,4 dm3 cerca de 3 x 107 moléculas num µm3 !! 2. A distância média intermolecular, d, é muito superior ao raio molecular, R0. Tipicamente, d ~ 10 R0 . 3. As moléculas só interagem quando colidem umas com as outras ou com as paredes do recipiente. Entre colisões, movem-se com movimento rectilíneo uniforme. 4. As colisões são perfeitamente elásticas ∆v = - 2v cosθ θ θ v v 5. A distribuição de moléculas é uniforme, na ausência de forças externas N/V = dN/dV N nº total de moléculas; V volume total; dV « V mas suficientemente grande para conter um número dN elevado de moléculas. dN, dV N, V 6. Distribuição isotrópica das velocidades. Significa que as direcções dos vectores velocidade das moléculas estão uniformemente distribuidas no espaço. r senθ θ r senθ θ dφ φ dφ φ dθ θ dφ φ r dθ θ dA dN (θ , φ ) N = dA 4π r 2 dN (θ , φ ) = dA N 4π r 2 dA r 2 sin θ dθ d φ sin θ d θ dφ d Ω = = = 2 2 4π r 4π r 4π 4π dΩ Ω ângulo sólido subtendido pela superfície de área dA dN(θ θ,φ φ) nº de moléculas com velocidades de direcções contidas no ângulo sólido dΩ, i. e., direcções entre θ e θ+dθ, e φ e φ+dφ dN(θ θ,φ φ) /N = dΩ Ω/4 fracção de moléculas com velocidades de direcções contidas no ângulo sólido dΩ Considera-se que os módulos das velocidades, v, podem variar de 0 a + . As velocidades das moléculas que aqui se consideram estão suficientemente afastadas do limite físico v = c para que essa aproximação possa ser válida. 7. dN(v) nº de moléculas com velocidades de intensidade entre v e v+dv dN(v) / N fracção de moléculas com velocidades entre v e v+dv f(v) função densidade de probabilidade para as intensidades das velocidades dN(v) / N = f(v) dv ∞ 0 f (v ) dv = 1 v= v = 2 ∞ 0 vf (v ) dv ∞ 0 Normalizaç ão de f(v) Velocidade média v 2 f (v ) dv Média do quadrado da velocidade dN(v, θ, φ) nº de moléculas com velocidades de intensidade entre v e v+dv e de direcções contidas no ângulo sólido entre θ e θ+dθ, e φ e φ+dφ dN(v, θ, φ) = dN(v) * dΩ/4 = N * f(v) dv * dΩ/4