Em Soutosa e Sernancelhe com Aquilino Ribeiro 13 de julho de 2013 Organização: Clube de Leitura “Chá com Letras” Biblioteca Municipal de V. N. de Cerveira Convidados: C.L “Palavras com Chá” Centro de Cultura de Campos C. L. “Livro Aberto “da Universidade Sénior do Rotary Clube de Caminha Solar dos Castros – Terreiro (Praça da Liberdade) nº 4 4920-296 Vila Nova de Cerveira | Telf. 251 708 024 [email protected] | www.biblioteca.cm-vncerveira.pt http://bmcerveira.blogspot.com | www.facebook.com/bmcerveira Sobre Aquilino Ribeiro Aquilino Gomes Ribeiro nasceu em Carregal de Tabosa, concelho de Sernancelhe, a 13 de Setembro de 1885 (ano da morte de Victor Hugo e em que se constrói o 1.º carro (tendo falecido em Lisboa a 27 de Maio de 1963. Completam-se agora 50 anos sobre esse dia. É reconhecidamente um dos grandes vultos da literatura portuguesa do séc. XX. A sua vida ficou marcada pela sua atividade política e cívica, sendo um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Escritores, da qual foi o primeiro presidente. Em 2007, a Assembleia da República decide homenagear a sua memória e conceder aos seus restos mortais as honras de Panteão Nacional. Passa uma infância rústica e bucólica, primeiro no Carregal e depois em Soutosa (concelho de Moimenta da Beira, onde se encontra a sua Casa Museu). Ingressa no Colégio da Lapa (Sernancelhe), para ser padre, mas abandona logo que é capaz. Vai para Lamego, depois Viseu, onde estuda Filosofia, e mais tarde para Beja, onde estuda Teologia. É expulso por insubordinação. Não terminou nenhum curso superior. Vem a lecionar no Liceu Camões (cerca de 3 anos) e posteriormente passa a bibliotecário na B.N. Foi escritor a tempo inteiro, (vivendo do seu trabalho), aquele que melhor desenhou com palavras da beira, suas paisagens, seus bichos, suas gentes, os seus modos de falar, lendas, costumes e tradições. Foi o escritor de todos os superlativos. Chamaram-lhe mestre, "o poderoso Aquilino", "um dos maiores prosadores da língua portuguesa", "dos mais bem situados nas nossas estantes, de Gil Vicente e Fernão Lopes a Vieira e Camilo", "figura de encruzilhada cultural, entre o primitivismo rural e o amor gratuito da erudição livresca", "de estilo assente na miúda reticulação das fibras que conjuga um mundo recôndito de coisas vindas das retinas, dos tímpanos, das papilas sensitivas à flor da pele e das mucosas". Autor de cerca de 70 obras, com a serra beirã bem por dentro e bem no centro, mesmo quando se encontrava “emigrado” em Lisboa, enjaulado na prisão (2 vezes) ou exiliado em Paris e na Alemanha. O pulsar profundamente enraizado da sua terra, como manta onde sempre se enrolou, tece a transversalidade da sua produção literária. O “Malhadinhas”, “Terras do Demo”, “Jardim das Tormentas”, “Quando os lobos uivam”, “Andam faunos no Bosque…” obras de grande profundidade na afirmação da sua terra, da mentalidade e do virtuosismo de uma linguagem muito própria que o autor quis materializar, para que nós e os vindouros pudéssemos “beber desse cálice”. É considerado por alguns como um dos romancistas mais fecundos da primeira metade do século XX. Inicia a sua obra em 1907 com o folhetim "A Filha do Jardineiro" e depois 1913 com os contos de Jardim das Tormentas e com o romance A Via Sinuosa, 1918. Publica com a regularidade de quem VIVE do que produz. Obras de Aquilino Ribeiro Biografia Romance de Camilo - Obra em 3 volumes - a mais importante biografia de Camilo Castelo Branco já escrita e publicada (1956) Contos A Filha do Jardineiro (1907) Jardim das Tormentas (1913) Valeroso Milagre (1919) Estrada de Santiago, onde se inclui o Malhadinhas (1922) Quando ao Gavião Cai a Pena (1935) Arca de Noé I, II e III (todos de 1963) Sonhos de uma Noite de Natal (1934) Romances e novelas A Via Sinuosa (1918) Terras do Demo (1919) Filhas da Babilônia (1920) Andam Faunos pelos Bosques (1926) O Homem Que Matou o Diabo (1930) A Batalha sem Fim (1932) As Três Mulheres de Sansão (1932) Maria Benigna (1933) Aventura Maravilhosa (1936) S. Bonaboião, Anacoreta e Mártir (1937) Mónica (1939) O Servo de Deus e a Casa Roubada (1941) Volfrâmio (1943) Os avós dos nossos avós (1943) Lápides Partidas (1945) Caminhos Errados (1947) O Arcanjo Negro (1947) Cinco Réis de Gente (1948). A Casa Grande de Romarigães (1957) Quando os Lobos Uivam (1958) O Romance da Raposa (1959) Arcas Encoiradas (1962) Casa do Escorpião (1963) História Príncipes de Portugal. Suas grandezas e misérias" (1952) Aquilino Ribeiro em Paredes de Coura A Casa Grande de Romarigães fica situada na freguesia de Romarigães, concelho de Paredes de Coura (sudoeste da Vila), distrito de Viana do Castelo. Quando se fala de Paredes de Coura, é obrigatório lembrar Aquilino Ribeiro (1885-1965). O escritor beirão está intimamente ligado à vida cultural da vila minhota graças ao seu romance "A Casa Grande de Romarigães" (1957). A casa retratada no livro foi morada do ex-Presidente da República, Bernardino Machado e do próprio Aquilino, que casou com uma filha daquele presidente, de nome Jerónima Dantas Machado, da qual teve um filho. Esta senhora terá sido a sua segunda esposa já que Aquilino havia casado em primeiras núpcias, com Greta Tiedmann, uma sua colega da Sobornne a qual falecera e de quem tivera também um filho. A Casa Grande ainda existe, no mesmo local (agora pertença aos Monumentos Nacionais e classificada pelo IPPAR). Encontra-se em estado avançado de degradação – sebes altas, muros povoados de plantas daninhas, uma pedra caída aqui e além, janelas encostadas…mesmo assim e para quem por lá passa, a aura de mistério e a memória de Aquilino estão bem coladas naquele chão. Para além dos portões de ferro da entrada principal, pode-se ver a Capela do Amparo, no quintal da casa. Aquilino terá privado com a família da “Pensão Miquelina” onde degustava frequentemente, os Bolinhos de Bacalhau, e se apropriava dos concelhos do dono da casa, relativamente ao valor económico e produtivo da terra. Também foi amigo da família Pires de Lima, donos de um café, situado na esquina da Rua Direita Pensamento de Aquilino Ribeiro “O pior dos crimes é produzir vinho mau, engarrafá-lo e servi-lo aos amigos” Pesquisa e organização de Maria José Areal