O ESTIGMA NA DEPRESSÃO DE VANESSA: UM OLHAR DA PSICOPATOLOGIA CRÍTICA Kristine Teixeira Evangelista Laboratório de Psico(pato)logia Crítica-Cultural Mestrado em Psicologia – Universidade de Fortaleza Av. Washington Soares, 1321- Edson Queiroz 60811-341 – Fortaleza, CE – Brasil. [email protected] Virginia Moreira Laboratório de Psico(pato)logia Crítica-Cultural Mestrado em Psicologia – Universidade de Fortaleza Av. Washington Soares, 1321- Edson Queiroz 60811-341 – Fortaleza, CE – Brasil. [email protected] Kristine Teixeira Evangelista é aluna do quinto ano de Psicologia na Universidade de Fortaleza – UNIFOR e bolsista PROBIC/FEQ da pesquisa A experiência vivida do Estigma: um estudo sobre doença mental eHIV/AIDS no Nordeste do Brasil no Laboratório de Psico(pato)logia Crítica-Cultural. Virginia Moreira é psicoterapeuta e supervisora clínica no enfoque humanistafenomenológico, Doutora em psicologia clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Pós-doutora em Antropologia Médica pela Harvard Medical School. Professora titular do Programa de Mestrado em Psicologia da Universidade de Fortaleza – UNIFOR, onde é co-coordenadora do Laboratório de Psico(pato)logia Crítica-Cultural. Pesquisadora da Associação Universitária de Pesquisadores em Psicopatologia Fundamental. Resumo Esta apresentação descreve o significado ambíguo do estigma presente na experiência depressiva vivida por Vanessa, sujeito-colaborador de um estudo de caso etnográfico realizado durante o ano de 2005, com visitas semanais ao bairro Dunas, em Fortaleza. O resultado deste estudo mostra que a depressão de Vanessa é perpassada pelo significado ambíguo do estigma, onde ela vive a sensação de despotencialização, sentindo-se inferiorizada tanto pelo descrédito nas relações familiares, onde Vanessa é colocada numa posição de inutilidade por ser diagnosticada com depressão, como pela opressão proveniente de seu meio sócio-econômico, impregnado por uma cultura de insegurança, descrença no sistema jurídico, desemprego e limitadas oportunidades sociais. Palavras-chave: Estigma, depressão, Psicopatologia Crítica. Introdução Atualmente o tema estigma é uma das prioridades de pesquisa da Organização Mundial de Saúde – OMS. Tal preocupação é decorrente do sofrimento ocasionado pelo estigma, algumas vezes maior que a própria doença. Isso porque o estigma consiste em situar o indivíduo, a partir de critérios impostos arbitrariamente nas relações sociais cotidianas, numa condição de isolamento, sendo aprisionado sob a fixidez do olhar do outro (Goffman, 1988). Como parte de um projeto de pesquisa sobre a experiência vivida do estigma (Moreira, 2004), desenvolvemos a pesquisa etnográfica que aqui apresentamos. Trata-se de um estudo de caso sobre Vanessa[1], que vive no bairro Dunas, em Fortaleza. É diagnosticada com depressão e está em tratamento no setor de psiquiatria de um hospital público de Fortaleza. Nesta apresentação discutimos qual é o lugar reservado na nossa sociedade para a pessoa com depressão, como Vanessa. Buscamos descrever o lebenswelt (mundo vivido) de Vanessa, pesquisando seu ambiente natural e as relações sociais estabelecidas por ela, a fim de compreender o significado do estigma presente na experiência depressiva de Vanessa. Metodologia Para este estudo utilizamos o método etnográfico, o qual “compreende o estudo, pela observação direta e por um período de tempo, de formas costumeiras de viver de um grupo particular de pessoas” (Mattos, 2001, p. 43). Como nos propõe a etnografia, realizamos visitas semanais aos locais indicados por Vanessa durante o ano de 2005. Nossos encontros com ela aconteceram em praças públicas, localizadas nos bairros Papicu e Cidade 2000, de onde, ora partíamos para lugares sugeridos por ela e ora ficávamos na própria praça conversando informalmente. Os fenômenos que emergiram nas visitas foram pontuados em notas de campo, cujas informações serviram de base para a construção de vinhetas, ou a descrição densa e minuciosa de uma cena ou lugar, sendo posteriormente analisadas culturalmente (Geertz, 1989). Um outro instrumento que utilizamos para registrar nossas visitas com observações participativas no bairro de Vanessa foi a versão de sentido, ou seja, a descrição de nossas vivências enquanto pesquisadora em campo (Moreira, 2001). Tendo em vista que o estigma refere-se a critérios socialmente impostos, onde “o normal e o estigmatizado não são pessoas e sim perspectivas que são geradas durante contatos mistos” (Goffman, 1988, p. 149), o método etnográfico mostrou-se adequado à esse estudo, uma vez que “o drama humano está sempre circunscrito a um conjunto de regras e a uma certa configuração humana que se busca esclarecer. Nelas se exercita ‘traduzir’, no sentido preciso de contextualizar motivos e ações” (DaMatta, 19934, p. 45). Resultados e Discussão Vanessa, 39 anos, originária de Paracuru[2], filha do segundo casamento de seu pai, casou-se com José aos 20 anos de idade, momento em que já estava grávida de seu primeiro filho, Daniel – hoje com 23 anos,casado e com uma filha de 3 anos. Vanessa e José tiveram ainda 4 filhos: Alexandre, atualmente com 18 anos, Talita, 15 anos, Tatiana, 13 e Taís, 11 anos. Por não suportar a “bebedeira” de José, os freqüentes espancamentos que sofria deste – motivo pelo qual ele foi preso várias vezes – e das várias noites dormidas fora de casa, por ter sido expulsa pelo mesmo, Vanessa separou-se de José deixando os quatro filhos com ele. Mais ou menos dois anos depois, Vanessa conheceu Roberto com quem vive há quatro anos. Sua vida conjugal era tranqüila, até o episódio que ocorreu no dia do seu aniversário, em 2004, quando, voltando das compras para o almoço que estava preparando, teve “uma sensação ruim”; entrou em casa sem fazer barulho e viu sua filha de treze anos saindo da rede de seu esposo com as calças na altura do joelho. Vanessa perguntou à Tatiana, que começa a chorar diante da pressão causada pela mãe, o que fazia na rede de Roberto, o qual se justificava dizendo que não havia feito nada com a menina. Dias depois do episódio, Tatiana revelou à mãe que esta era a segunda vez que Roberto a violentava em troca de dinheiro. A filha mais velha aproveitou a oportunidade e também disse que ela e uma amiga já haviam recebido ofertas dele, mas que sempre recusavam. Os vizinhos de Vanessa tomaram conhecimento desse episódio o que trouxe à tona outras histórias de Roberto prometendo dinheiro à adolescentes para que estas fossem à sua casa. Foi nesse contexto que Vanessa relata ter começado a sentir tremores, insônias e fortes dores de cabeça, buscando ajuda no Posto de Saúde do bairro Cidade 2000, onde lhe foi prescrito Diazepan. Ela passou a tomar o remédio diariamente e, junto com o remédio, passou a ter comportamentos “estranhos”, como sair andando pela rua à noite e brigar com vizinhas. Vários desses comportamentos eram esquecidos por ela e, além da amnésia, Vanessa também passou a não se alimentar e a passar dias dentro de uma rede, “sem coragem nem para tomar banho”. Nesse período Roberto foi à casa da irmã de Vanessa informar-lhe dos comportamentos estranhos da esposa, dizendo que esta precisava ser tratada, pois estava ficando louca. Diante disso, Vanessa fez uma promessa: pediu a Deus para sair daquele sofrimento e em troca iria sete domingos seguidos à Missa. Concomitante a isso, ela retornou ao posto para pegar mais remédio, quando foi atendida por outro profissional, o qual a encaminhou para o serviço de Psiquiatria de um hospital público de Fortaleza. No dia seguinte estava no hospital sendo atendida. O médico logo suspendeu o uso do Diazepan e prescreveu Anafranil. Atualmente Vanessa ainda vive com Roberto, vai à Missa todos os domingos pela manhã e é atendida regularmente pelo serviço de Psiquiatria do referido hospital. Olhemos, agora, o caso de Vanessa com a lente da Psicopatologia Crítica, que compreende as manifestações psicopatológicas de forma não dicotomizada, não individualista, priorizando uma compreensão cultural e histórica do fenômeno psicopatológico, sem perder de vista sua compreensão também biológica. Esta lente compreende o vivido experiência mundana de despotencialização, psicopatológico não pretendendo como uma uma neutralidade científica e priorizando uma cientificidade que seja ética e moral, na busca pela etiologia desideologizadora da enfermidade mental: “A vida humana se encontra envolvida no mundo sensível, na história, ou, poderíamos acrescentar, na cultura (...). O ser – doente ou sadio – está implicado no mundo e sua abertura a este mundo histórico não é a priori ou uma ilusão, mas uma característica inerente a este” (Moreira, 2002, p. 127). Sob a Psicopatologia Crítica, examinemos o caso de Vanessa através das dimensões: endógena, cultural e situacional. “Estas três dimensões fazem parte da etiologia sem uma demarcação exata entre elas, sempre em movimento e constituídas mutuamente” (Moreira, 2002; p. 173). A dimensão endógena “não é apenas de ordem física ou biológica, mas também de ordem psíquica o que inclui a história e a cultura” (Moreira, 2002, p. 175). A cultura, por sua vez, deve ser considerada como “constitutiva da psicopatologia e não apenas como algo que a influencia, ou existe em relação a esta” (Moreira, 2002, p.179), configurando-se como a “interseção do significado e da experiência” (Moreira, 2002, p. 182). Por fim, a dimensão situacional, desencadeante da manifestação psicopatológica, que se trata de “um corte transversal no contexto de existência cotidiana, constituído, por sua vez, na interseção do endógeno com o cultural” (Moreira, 2002; p. 186). O sofrimento de Vanessa, desencadeado pelo abuso sexual do marido contra a filha, foi imediatamente nomeado de depressão e medicado com antidepressivo, corroborando com a ideologia da serotonina, que ignora a constituição também sociocultural da depressão, mantendo uma compreensão individualista do adoecimento e anestesiando o sofrimento psíquico: “... se medica o sofrimento psíquico como sintoma individual, quando muitas vezes ele é um sintoma social, vinculado a situações de vida de ordem social e políticas tais como violência, corrupção, competição ou exploração social” (Moreira, 2002, p. 198). Vanessa passou, então, a necessitar do medicamento para (sobre)viver à sua depressão, caindo no niilismo e na ideologia fatalista dos quadros depressivos atuais, “onde os pacientes são literalmente pacientes, no sentido da palavra: passivos, prisioneiros de sua própria condição, ou, em outras palavras, vivendo um processo ideológico de ‘morte em vida’” (Moreira, 2002, p. 203). O fato de tomar remédio e apresentar os sintomas acima descritos, foi suficiente para que a relação de Vanessa com seu companheiro fosse marcada pelo descrédito, onde ela foi colocada numa posição de inutilidade. Podemos destacar o caráter depreciativo e degenerativo próprios do estigma presente nas falas de Roberto listadas abaixo: “Ela está inutilizada para o trabalho”. “Ela tem o censo ruim das coisas, não está com a saúde boa”. “Ela tem desvio na mente (...) Os nervos ataca a mente (...) ela tem descontrole na mente”. “Ela não tem nervo para suportar as danações das filhas. Ela vai fazer uma arte”. “Vanessa mostra que tem mais do que tem, ela não administra o que sobra do dinheiro”. “Se não fosse eu, Vanessa não prestaria”. Nessas falas podemos encontrar a ignorância e a forte incidência de conceitos falsos sobre doença mental, os quais levam ao estigma. A conseqüente discriminação resultante disso pode ser tão incapacitantequanto a doença em si (Corrigan e Lundin, 2001). Dessa forma, o estigma diminui a auto-estima, impedindo a habilidade para fazer amigos e a possibilidade para arranjar emprego. A situação de despotencialização vivida por Vanessa na sua relação com o marido é observada, também, na fala dela mesma, que assume que não tem capacidade para trabalhar formalmente, uma vez que é “doente dos nervos” e não consegue imaginar-se sem ele, pois não tem para onde ir. O caráter de exclusão do estigma na doença mental tem uma estreita relação com a noção de produtividade, exaltada e exigida pelo sistema capitalista; daí a extrema dificuldade relacional dos doentes mentais – que se sentem, como Vanessa, incapazes de produzir – numa sociedade francamente marcada por valores mercantilistas de produção. Mesmo assim, para manter a casa, Vanessa vai semanalmente ao centro da cidade comprar roupas, peças íntimas e bijuterias para serem vendidas na vizinhança. Nas nossas conversas com Vanessa era constante sua reclamação quanto à sua condição financeira, pois freqüentemente “leva calote” (expressão usada para definir a situação de quem prestou algum serviço e não recebeu o pagamento). “Se você vendesse 80 reais e tal dia recebesse os 80 reais era bom demais. O problema é que você vende e quando vai cobrar as pessoas dizem: não, não tenho não. Ou então pagam pingado: 10 reais aqui, 15 ali. E aí o dinheiro não rende”. Para agravar a situação, Roberto (companheiro de Vanessa), está desempregado há mais de dois anos. Nesse período fez alguns “bicos”, ou seja, trabalhou temporariamente sem contrato trabalhista em serviços diversos, como carpintaria, plantação, vendas autônomas e vigilância. Atualmente Roberto está sem fazer nada porque está com problemas de pressão alta e não pode fazer esforço físico. Esta condição foi suficiente para que desenvolvesse, na opinião de Vanessa, uma depressão: “O problema é que esse homem que eu vivo com ele não pode trabalhar porque vive com pressão alta e eu tenho medo de ‘Deus o livre’ esse homem morrer, porque eu morro junto. Ele já fez tudo o que foi exame no coração e não deu nada. Por causa da pressão alta ele não pode trabalhar e eu acho que é por isso que ele está com depressão, porque está sem trabalhar faz mais de dois anos”. O ex-marido de Vanessa, pai de seus filhos, está trabalhando como pedreiro numa obra e o que recebe dá para ajudar nas despesas com alimentação, gás e energia elétrica. No entanto, Vanessa, precisa contribuir na alimentação e em gastos extras, como em vestimentas e material escolar para os filhos. Estes, por sua vez, não trabalham. O mais velho que está com 18 anos, concluiu os estudos secundários e preenche seus dias com conversas nas calçadas, jogos de bola e de bila. Por conta da ociosidade envolveu-se numa tentativa de assalto. Na época ainda estava com 17 anos, por isso foi preso numa instituição educacional para ser restabelecido à sociedade. Foi solto após dois meses. As três meninas apenas estudam. Esporadicamente participam de algum projeto social para receberem ajuda de custo oferecido como incentivo pelo próprio projeto. O contexto social, histórico e econômico de Vanessa descritos acima ilustra uma realidade “impregnada de insegurança, descrença no sistema jurídico, desemprego, limitadas oportunidades sociais e manipulações jurídicas” (Moreira, 2002, p. 212), configurando uma experiência de despotencialização, de opressão, caracterizada pela “incapacidade de viver significativamente” (Moreira, 2002, p. 131): “Os doentes mentais são fruto de sociedades doentes, de desigualdade social, de pobreza e exploração humana, além dos inúmeros processos ideológicos que instauram o vazio, a despotencialização e a falta de significado da vida” (Moreira, 2002, p. 131). Segundo DaMatta (1991), a pessoa que vive em situação de pobreza está sujeito à obediência da lei, o que configura na sociedade brasileira uma condição de pleno anonimato e grande inferioridade. Isso porque, segundo este autor, o Brasil é um país relacional, onde “o indivíduo ou cidadão (que) não tem nenhuma ligação com pessoa ou instituição de prestígio na sociedade, é tratado como um inferior”. Dessa forma, “a palavra cidadão é usada sempre em situações negativas no Brasil, para marcar a posição de alguém que está em desvantagem ou mesmo inferioridade” (p. 86). A pobreza faz parte de um tecido desigual e injusto que fere, traumatiza e aniquila a dignidade humana, sendo ainda uma experiência de violência social à integridade física e mental da pessoa (Moreira, 2002). Considerações Finais As visitas realizadas tiveram como foco o estigma, o qual consideramos como uma construção social, eminentemente de natureza relacional, legitimada pelo olhar do outro (Guimarães e Ferraz, 2002). O aspecto degenerativo e depreciativo característicos do estigma dizem respeito aos significados socialmente estabelecidos para esta marca diferencial. Portanto, é na relação, a partir da atribuição arbitrária de valores sociais que o estigma emerge. No caso de Vanessa, tais características referentes ao estigma foram observadas na sua relação com o companheiro, a qual é marcada pelo descrédito, onde a mesma é colocada numa posição de inutilidade, configurando uma experiência de despotencialização. A falta de poder e a incapacidade de atribuir significados para sua experiência são reflexos da situação de despotencialização vivida por Vanessa na sua relação com o marido e resulta no que Corrigan e Lundin (2001) nomeou de autoestigma, no qual o indivíduo estigmatizado introjeta para si as características negativas relativas à sua condição. Ou seja, Vanessa vivencia o estigma em relação a si mesma. Por outro lado, podemos observar a experiência de opressão de Vanessa como proveniente, sobretudo, da sua situação de pobreza, onde Vanessa é colocada numa condição de inferioridade e exclusão social por não possuir relações de prestígio (DaMatta, 1991). Nesse sentido é que o estigma na depressão de Vanessa é uma experiência ambígua, em que ela se sente marcada, incapaz, inferiorizada – estigmatizada – tanto por ter o diagnóstico de depressão, como por ser pobre, o que faz com que se perpetue a situação de opressão em que ela vive. Referências Corrigan, P.W. & Lundin, R. K. (2001). Don’t Call Me Nuts! Coping With the Stigma of Mental Illness. Illinois: Tinley Park. DaMatta, R. (1994). Conta de mentiroso: sete ensaios de antropologia brasileira. Rio de Janeiro: Rocco. DaMatta, R.(1991). A casa e a rua. Rio de Janeiro: Guanabara/Koogan. Geertz, C. (1989). A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: LTC Editora S.A. Goffman, E. (1988). Estigma: Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: Guanabara. Moreira, V. (2001). Más allá de la persona: Hacia una psicoterapia fenomenológica mundana. Santiago: Universidad de Santiago de Chile. Moreira, V. (2002). Psicopatologia Crítica. In: V. Moreira, & T. Sloan. Personalidade, Ideologia e Psicopatologia Crítica . São Paulo: Escuta. Moreira, V. A Experiência Vivida do Estigma: Um Estudo sobre a Doença Mental e HIV / AIDS no Nordeste do Brasil. Projeto de Pesquisa, Mestrado em Psicologia, Universidade de Fortaleza, Fortaleza. [1] Todos os nomes apresentados neste trabalho são fictícios, a fim de preservar a identidade dos sujeitos colaboradores e cumprir com as normas éticas. [2] Cidade do interior do Ceará.