como ele queria e, embora eu reconheça que cordas sampleadas estão ficando satisfatórias hoje em dia, quisemos tentar chegar o mais perto possível com os músicos reais que tínhamos à nossa disposição. Sempre teríamos a opção de complementar as cordas ao vivo recorrendo a alguns samples. A seção de cordas que tínhamos disponível era composta por três violinos, uma viola e dois violoncelos, e o nosso raciocínio foi que as partes seriam arranjadas de tal maneira que gravar duas a três camadas diferentes criasse o som de orquestra mais grandioso que era desejado. Jason conseguiu contratar um maestro para a parte ao vivo do projeto, e, com ajuda dele, tentamos transformar esta ideia em realidade. Fotos: Jason Williams A sala O meu parceiro de gravação Rob Toulson tem contatos com uma universidade local e conseguiu nos providenciar a utilização de uma sala grande e silenciosa, com uma acústica de, aparentemente, ótimo som para cordas. Como você pode ver nas fotos, a sala era grande o suficiente para fornecer a enorme sensação de orquestra que procurávamos. Ela era muito interessante sob uma perspectiva de acústica porque, salvo uma parede saliente para uma tela de vídeo, ela era quase inteiramente circular. Embora a sala fosse bem grande (com aproximadamente 15m de diâmetro), ela tinha uma característica de reverb de som uniforme e brilhante que realmente era bastante promissora. Eu nunca tinha trabalhado em uma sala deste formato antes, e andar por ela batendo palmas e detectando características acústicas mostrou que, se ficasse parado no centro morto, você obtinha o flutter echo mais pronunciado que eu já ouvi. Então esse provavelmente era um local a ser evitado! Felizmente, movendo apenas alguns metros, isso desaparecia quase completamente. Equipamentos de gravação Quisemos ter um pouco de flexibilidade ao se tratar do posicionamento de microfones, já que previmos que não teríamos separação suficiente para poder fazer algumas edições e afinar notas irregulares. O sistema de gravação móvel do Rob era composto por um MacBook Pro rodando o Logic Pro 9, uma interface TC Electronic Studio Konnekt 48 e um pré-amplificador RME Octamic II de oito canais, que podia ser passado pelas entradas digitais do Studio Konnekt 48. Resumindo, tínhamos 12 entradas para trabalhar, então achamos que um microfone próximo para cada músico e duas opções de sala estéreo nos dariam controle suficiente sem ficar exagerado. Para o aspecto da monitoração de artista, tínhamos um splitter de fones de ouvido ART HeadAmp 6Pro de seis vias e vários pares de fones de ouvido Sennheiser HD201 para os músicos. E, para a nossa própria monitoração, usamos um par de ouvido falar ótimas coisas sobre usá-lo em sessões de cordas maiores. A outra opção era um par espaçado de microfones condensadores omnidirecionais Earthworks HTM TC25. Eu sempre gostei de omnis espaçados onde você tem uma fonte ampla o suficiente para obter uma sensação apropriada de estéreo, e achamos que eles, usados junto com os microfones de fita, nos dariam duas boas opções, mas de estilos diferentes. Como você pode ver nas fotos, tínhamos “Em sessões como esta, é vitalmente importante estabelecer um fluxo de trabalho muito rapidamente; até mesmo definir pausas para banheiro e alimentação com um grupo de músicos não pagos pode ser um desafio!” caixas ativas Adam A7, além de fones de ouvido open-backed Sennheiser HD650. Posicionamento de microfones e músicos Optamos por posicionar os músicos em um amplo formato de semicírculo com os dois violoncelistas no centro, para manter as frequências mais baixas focadas em direção ao meio do palco sonoro capturado pelos microfones de sala. Eles foram cercados por um par de violinos de um lado e um violino e viola no outro. Quisemos utilizar a amplitude natural que a sala nos dava e também maximizar a quantidade de separação nos microfones próximos - mas resistimos à tentação de deixar mais de cerca de dois metros entre os músicos e os arranjamos em uma curva, só o suficiente para que os músicos pudessem ter uma impressão de que estavam trabalhando juntos e para que os microfones de sala capturassem algo soando como uma unidade coletiva. Não tínhamos muito tempo para fazer experimentações com posições de microfones, então começamos colocando os microfones de sala logo atrás do maestro, que estava posicionado no centro, de frente para o semicírculo de músicos. Tínhamos duas opções de microfone estéreo. A primeira era o meu microfone de fita estéreo Royer SF12, que é montado em uma configuração Blumlein e, tomara, daria alguma característica uniformidade de fita aos procedimentos. Eu já tinha o SF12 há algum tempo e estava particularmente interessado em ouvi-lo nesta aplicação, já que tinha os microfones de sala montados bem altos com relação aos músicos; tentamos abaixá-los, mas a altura pareceu realçar uma melhor qualidade da sala. Como microfones próximos, usamos um conjunto de microfones condensadores de boa qualidade, todos configurados para padrões polares cardioide ou hipercardioide. Tínhamos um par de Earthworks EW30s, um par de AKG C414s, um AKG C451 e um Blue Baby Bottle. Cordas podem soar um pouco dissonantes com microfonação próxima, então você precisa tentar capturar o corpo e a personalidade do instrumento sem capturar muito som do arqueamento. Todos os microfones foram posicionados a cerca de 60 a 90 cm das aberturas dos instrumentos, um pouco fora do eixo do ponto em que as cordas estavam sendo arqueadas. Simplesmente não deu tempo de aprimorar posicionamentos Anotar todos os microfones, cabos e entradas de interface é essencial em um projeto como este! w w w . s o u n d o n s o u n d . c o m . b r / Edição 46 73