Saudações do Presidente Como está a vossa vida Cristã? Está cada dia a levar-vos para mais perto do Senhor ou parece que estão estáticos no vosso relacionamento, ou possivelmente até a afastar-vos d’Ele? As leituras da Semana de Oração deste ano – “E Eles Seguiram-n’O” – focam-se no tema “O Reavivamento e a Vida Cristã” e na forma como podemos ter um relacionamento vibrante, feliz e compensador com Deus. Certamente não vão querer perder nem um só dia destas leituras especiais, as quais vão além das aparências exteriores e se dirigem bem ao coração. Na nossa leitura do primeiro Sábado, sentamo-nos aos pés de Jesus, enquanto Ele revela, no Sermão da Montanha, o modelo da vivência Cristã. No decorrer das leituras da semana, o Pastor Larry Lichtenwalter encoraja-nos a analisarmos quem somos, porque fazemos o que fazemos e porque é isso importante. Olhando para questões práticas do estilo de vida, como sejam o materialismo, a sexualidade, o entretenimento, os relacionamentos interpessoais, a retidão e a integridade, o Pastor Lichtenwalter aborda a forma como o Espírito Santo pode renovar e revitalizar todos os que estejam dispostos a seguir as Suas diretrizes. Unifcando todo o tema “O Reavivamento e a Vida Cristã”, fecharemos a semana com os conselhos inspirados da pena de Ellen White. Os mais novos na família (ou quem simplesmente aprecie grandes histórias!) não vão querer perder as leituras que acompanham as dos adultos e que são destinadas às crianças, as quais foram escritas por Saustin Mfune, diretor-associado do Departamento dos Ministérios das Crianças da Conferência Geral. Que o Senhor nos abençoe ao nos reunirmos, como Igreja mundial, para estudarmos e orarmos durante esta Semana de Oração tão especial! Ted N. C. Wilson Presidente Primeiro Sábado Viver com o Céu no Coração Ted N. C. Wilson Jesus mostra-nos o caminho Tive, no ano passado, a maravilhosa experiência de caminhar pela primeira vez nas margens do Mar da Galileia. Enquanto ali estive, de pé, olhando o velho mar e os montes verdejantes que o rodeiam, pude facilmente imaginar a vida ali há 2000 anos, quando Jesus passou por aquelas mesmas praias. Apercebendo-se de que a multidão era numerosa de mais e a praia demasiado estreita, Jesus encaminhou as pessoas de volta para a encosta do Monte, onde Ele passara a noite anterior a orar pelos Seus discípulos. Depois dessa sessão de oração durante toda a noite, Jesus chamou os doze até Ele e “com palavras de oração e instruções, impôslhes as mãos numa bênção, separando-os para a obra do Evangelho”. – Ellen G. White, Pensamentos Sobre o Sermão da Montanha, p. 4. Jesus sabia que era altura de os discípulos se envolverem mais diretamente no Seu trabalho, de modo a que, após a Sua ascensão, pudessem levar a obra por diante. Jesus estava ciente das fraquezas de cada um deles, bem como dos respetivos pontos fortes, “todavia eles correspondiam ao amor de Cristo e, embora tardios de coração para crer, Jesus via neles aqueles a quem podia educar e disciplinar para a Sua grande obra”. – Ibid., p. 3. Jesus também sabia que os discípulos, juntamente com todo o Israel, tinham sido desencaminhados pelo ensino dos rabis a propósito do Messias e da Sua missão, pelo que ansiava agora por lhes abrir os olhos para a verdade. De Volta à Encosta do Monte Agora Jesus e os discípulos estavam, de novo, na encosta do Monte, desta vez rodeados de uma multidão de gente que procurava, ansiosamente, algo melhor para a sua vida. Aquelas pessoas tinham vindo não apenas da Galileia, mas de toda a Judeia, incluindo de Jerusalém. Outras tinham viajado de zonas a oriente do Jordão, nomeadamente da Pereia e da Decápole. Havia pessoas que tinham vindo de tão longe como Tiro e Sídon, cidades costeiras da Fenícia, a norte, e, para sul, de tão longe como da Idumeia, a sudoeste do Mar Morto. Toda aquela gente tinha ouvido falar deste Mestre e Médico admirável, e todos esperavam que talvez Ele fosse o Messias longamente ansiado, que viria para os libertar, fnalmente, dos Romanos! A cabeça daquelas pessoas estava cheia de visões de glória e de poderio nacionais, de riquezas e de esplendor, ao esperarem que este seria o dia em que Jesus Se iria proclamar Rei. Outras focavam-se nos seus desejos de melhores casas, mais comida, vestes mais bonitas e dias cheios de fartura e de facilidades. Subindo até meio da encosta, Jesus sentou-Se na erva macia. Os discípulos, sentindo que algo de invulgar estava a ponto de acontecer, congregaram-se à Sua volta. O restante da multidão, desejosa de ouvir o que o Mestre tinha para dizer, sentou-se também, inconsciente de que o seu mundo estava a ponto de ser virado completamente às avessas. Uma Visão do Mundo às Avessas “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos Céus; bemaventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra; bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos.” Mateus 5:3, 5 e 6. Os pobres, os mansos, os famintos e os sedentos – seriam estes os que Deus iria abençoar? Não, no pensar dos Escribas e dos Fariseus; eles afrmavam que havia uma maldição que pesava sobre os sofredores. Estes dirigentes tinham ensinado “doutrinas que são preceitos dos homens” (Mat. 15:9), provocando muita tristeza adicional, à medida que as pessoas se esforçavam por guardar as incontáveis regras, leis e regulamentos que esses falsos mestres colocavam sobre os seus ombros. Indo ao cerne da questão, Jesus enalteceu o caráter imutável da Lei de Deus, ao mesmo tempo que proclamava que a guarda da letra da Lei não era o sufciente. “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos Céus.” Mateus 5:20. Posso imaginar um suspiro de desalento passar pela multidão – se nem os Escribas nem os Fariseus entrariam, então quem teria possibilidades de entrar no Reino? Jesus revelou um pouco mais, removendo as camadas de comportamento exterior e revelando as operações íntimas da alma. “Ouvistes o que foi dito…, ‘Não cometerás adultério’. Eu, porém, vos digo, que, qualquer que atentar numa mulher, para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela” (versículos 27 e 28). O Mestre prosseguiu com este embaraçoso esquadrinhar, referindo-Se ao divórcio, aos impropérios, à violência, à verdadeira generosidade e ao amor pelos inimigos. Em Busca de Reforma e de Reavivamento Jesus pretendia reformar a maneira como o Seu povo vivia a vida de cada dia. Ansiava Ele por reavivar cada pessoa, trazendo o Céu ao seu coração. A nossa experiência religiosa é da máxima importância e deve merecer a mais alta prioridade, ao enfrentarmos os últimos dias da história da Terra. É-nos dado este conselho: “Como povo, estamos tristemente destituídos de fé e amor. Os nossos esforços são, de modo geral, demasiado débeis perante o tempo de perigo em que vivemos. O orgulho e o amor aos prazeres, a impiedade e a iniquidade pelas quais estamos cercados, exercem infuência sobre nós. Poucos há que reconhecem a importância de evitar, tanto quanto possível, todas as associações inimigas da vida religiosa. Ao escolher aquilo que os rodeia, poucos têm em conta primeiramente a sua prosperidade espiritual.” – Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, vol. 5, p. 232. Jesus quer ter esta proximidade connosco. Afnal, foi Ele Quem, no início, formou os seres humanos com as Suas próprias mãos e soprou neles o fôlego da vida, tornando-os almas viventes. Agora, Ele pretendia refazer o coração e a mente de modo a que o caráter das pessoas voltasse a apresentar a Sua imagem. Era Sua esperança reavivar os Seus flhos, soprando sobre eles as bênçãos do Céu. Será que temos hoje menos necessidade de um reavivamento e de uma reforma? Cristo sabe que, em muitos aspetos, lutamos com as mesmas tentações com que eram confrontadas as pessoas naqueles tempos. O Seu sermão na montanha tem presentemente a mesma beleza e o mesmo poder que teve há 2000 anos. Lemos isto da pena da inspiração: “Cada frase [do Sermão da Montanha] é uma joia do tesouro da verdade. Os princípios enunciados neste discurso são para todas as épocas e para todas as classes… Com energia divina, Cristo expressou a Sua fé e esperança enquanto nomeava classe após classe como sendo abençoada por ter formado carateres justos. Vivendo a vida do Doador da vida, mediante a fé n’Ele, todos podem chegar ao padrão apresentado nas Suas palavras.” – E. G. White, Pensamentos Sobre o Sermão da Montanha, p. 7. O Modelo do Reavivamento O Salvador anseia encher o nosso coração, os nossos lares e as nossas igrejas com a paz e a alegria que se encontram no Céu. Ao estudarmos cuidadosamente o Seu sermão, relatado no Evangelho de Mateus, nos capítulos 5, 6 e 7, encontramos o modelo para “o Reavivamento e a Vida Cristã”. É aí que Ele revela mais clara e diretamente o que signifca ser como Ele. É neste discurso que Jesus nos instrui acerca dos valores que constituem o fundamento da Sua Lei e do Seu caráter – valores que perdurarão para todo o sempre: honestidade, pureza, bondade, amor altruísta, generosidade e fdelidade. Jesus quer elevar o nosso olhar para uma realidade mais alta do que este mundo transitório e caído. Em vez de ansiarmos por riquezas, “onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam” (Mat. 6:19), o Salvador convida-nos a juntar “tesouros no Céu” (versículo 20), os quais durarão para todo o sempre. Em vez de andarmos atrás do poder neste mundo, Jesus anima-nos a que “resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifquem a vosso Pai que está nos Céus” (Mat. 5:16). Falando dos receios sobre as necessidades materiais, Jesus anima-nos a não andarmos preocupados, “dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? ... Decerto o vosso Pai Celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; mas, buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mat. 6:31-33). Uma Vibrante Vida Cristã Quão simples e, no entanto, quão profundo. Tão direto e, contudo, tão desafador. Como se consegue ter uma vida Cristã vibrante? Fazendo do reino de Deus e da semelhança com o Seu caráter a nossa primeira prioridade. Alimentando diariamente a nossa alma com a Sua Palavra de vida (veja João 6:53-58) e reservando tempo para falar com Ele, em oração sincera e privada, todos os dias. À medida que vamos conhecendo Deus por meio da Sua Palavra e da oração, vamos desenvolvendo uma confança permanente n’Ele, acreditando que Ele sabe o que é melhor para a nossa vida e querendo seguir por onde quer que Ele nos conduza. Vamos querer servir os outros, tal como Jesus serviu, levando esperança e restauração onde quer que formos. Vamos compreender a verdadeira insignifcância das coisas a que o mundo atribui valor e vamos querer partilhar a maravilhosa história da redenção com tanta gente quanto possível. Lado a lado com isso, e porque genuinamente nos interessamos pelos outros e pelo seu bem-estar eterno, vamos sentir a urgência de proclamar a todo o mundo as mensagens especiais dos três anjos, encontradas em Apocalipse 14. Partindo do “Evangelho eterno”, estas mensagens apontam para o dever de O adorarmos como Aquele “que fez o Céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Apoc. 14:6 e 7). Mas, “como, pois, invocarão Aquele em Quem não creram? E como crerão n'Aquele de Quem não ouviram”, se não houver ninguém que fale de Deus a essas pessoas (Rom. 10:14)? Um dos aspetos mais emocionantes e mais compensadores de viver uma vida Cristã renovada e vibrante é ter o privilégio de partilhar Jesus com outras pessoas – tanto através das nossas palavras como através das nossas ações. Apelo a que cada um de nós, no decorrer desta Semana de Oração, dedique tempo à Palavra de Deus, procurando sinceramente encontrar as mensagens que Ele tem para nós hoje, e à oração, suplicando-Lhe as bênçãos que Ele anseia dar – as bênçãos de que Ele falou há muito tempo, na montanha junto ao Mar da Galileia, as bênçãos que resultam de se viver hoje uma vida semelhante à Sua e que nos apontam para uma vida de bênçãos eternas a receber aquando da breve vinda de Cristo. Ted N. C. Wilson é Presidente da Igreja Mundial dos Adventistas do Sétimo Dia Questões para refetir e partilhar 1. Que tipo de Messias esperavam os Judeus e até que ponto essas suas expectativas diferem das nossas, ao ansiarmos pela Segunda Vinda? 2. Como se consegue ter “o Céu no nosso coração”? 3. Em que aspetos estava Jesus a procurar efetuar uma reforma entre os Judeus e de que maneira está Ele hoje a procurar realizar uma reforma entre nós? 4. Qual é o fundamento da Lei de Deus e de que modo podemos edifcar sobre ele? 5. O que signifca ter uma vida Cristã “reavivada” e como podemos obtê-la? Domingo Coisas Profundamente Escondidas – Mas Visíveis Larry Lichtenwalter Albert Einstein tinha 5 anos quando viu uma bússola pela primeira vez. Ficou cativado pela agulha. Fosse de que maneira fosse que virasse e abanasse o velho aparelho, numa tentativa de o enganar e levar a apontar para uma nova direção, a agulha da bússola encontrava sempre o caminho de volta ao norte magnético. “Uma maravilha”, pensava ele. Einstein gostava de contar a história sobre aquele momento em que, pela primeira vez, se apercebeu de que “algo profundamente escondido” tinha de estar por detrás das coisas. Aquele rapaz curioso continuou a estudar aquelas forças escondidas e tornou-se num grande físico, um físico que demonstrou aquilo que desafava explicação e identifcou aquilo que não conseguíamos ver – a ligação misteriosa entre energia e matéria, o invisível que determina o visível. Uma Maravilha para Paulo Para o apóstolo Paulo, a maravilha foi a vida com Jesus. Coisas invisíveis estavam a agir nas partes mais profundas da sua vida, onde nascem os pensamentos, se constroem os valores e se iniciam as decisões. Coisas invisíveis operavam na sua vida mais recôndita, para moldar um caráter que todos podiam reconhecer como produto da graça maravilhosa de Deus. Como é que isso funcionava? A explicação que Paulo dá é básica e simples: “O amor de Cristo nos constrange” (II Cor. 5:14). A palavra grega traduzida por “constrange” signifca “envolver”, “rodear”, “controlar”, “compelir”. O apóstolo sugere que somos presos, como num torno, pelo amor de Cristo. Só que este processo de constranger está longe de ser estático; é dinâmico e enérgico. Como Numa Aterradora Viagem de Jangada Imagine a viagem aterradora que é passar de jangada nas gargantas furiosas dos rápidos do Rio Colorado. A força daquela água esbranquiçada e tumultuosa impele-o por entre penhascos verticais. É impossível nadar contra a corrente e é impossível agarrar-se aos penhascos e subir por eles para fora do rio. Você é impelido numa direção claramente defnida, e não é possível parar, voltar para trás ou sair. Está numa corrida de montanha russa do princípio ao fm, terrivelmente assustado, mas inimaginavelmente emocionado. Imagine o amor de Cristo a envolvê-lo como se se tratasse de paredes rochosas a surgirem de todos os lados; não é possível um desvio nem para a direita nem para a esquerda. Imagine o Seu amor a impeli-lo para a frente, como uma poderosa corrente de água num canal apertado; não é possível fcar no mesmo lugar. Este é um amor que envolve a sua vida – tudo o que é e tudo o que tem. Este é um amor que ocupa radicalmente o primeiro lugar na sua vida – é impelido numa só direção moral. Tem apenas um foco. Uma paixão. Um ponto de referência. Uma fonte de pensamento e de ação. Jesus Cristo! Esta é uma paixão que os outros conseguem ver claramente, devido àquilo em que você se tornou – Jesus no interior que Se revela no exterior (II Cor. 5:15, 17; compare com Fil. 2:21; 3:7-14). A única coisa que prendia a atenção de Paulo – até não haver mais nada no seu horizonte – era o amor de Cristo. “Porque para mim o viver é Cristo”, dizia ele aos crentes em Filipos (Fil. 1:21). Para ele, Jesus era o norte magnético, invariavelmente a reorientar a sua bússola moral e espiritual em todas as circunstâncias. Fora de si por Jesus Já alguma vez seguiu, com um pau na mão, um cão Labrador retriever até à beira da água? Quando se aproximam juntos da margem do lago, o cão começa numa dança, a arfar. Se der umas voltas com o pau por cima da sua cabeça, o cão andará às voltas aos seus pés, aos saltos e latidos. Fica completamente fora de si – atento, ansioso e pronto para se lançar à água. Ninguém precisa de ensinar um Labrador a apanhar e trazer de volta qualquer coisa. Está-lhe no sangue. O animal vive para recuperar coisas. Fica quase doido para começar a correr e recuperar alguma coisa. No momento em que se atira o pau, ainda antes de ele o ver no ar, já vai atrás dele. “Se enlouquecemos”, diz Paulo, “é para Deus” (II Cor. 5:13). Noutras palavras, fcamos consumidos, entusiasmados, radicais, obcecados, fora de nós mesmos – por Cristo. Tal como acontece com o instinto dominante de um Labrador, também nós somos impelidos por uma visão e uma paixão dominantes. Olhando para o apóstolo Paulo, apercebemo-nos de que alguma coisa invisível e poderosa está a constranger aquilo que vemos: trabalho duro, condenações à prisão, maus-tratos, açoites e apedrejamentos; infndáveis quilómetros em estradas de piso irregular e por mares agitados; cansaço, dor e noites sem dormir; dias de fome, frio e abandono; um dia e uma noite agarrado a um destroço de um navio. O que vemos são as suas escolhas morais e espirituais, a sua vida e o seu estilo de vida, a sua fé e a sua fdelidade (II Cor. 6:3-10; 11:22-33; compare com Fil. 3:7-10). Estas imagens retiradas da sua vida fornecem-nos o pano de fundo contra o qual ele afrma que o amor de Cristo o constrange a não mais viver para si próprio. A mensagem do Evangelho, a prioridade da obra de Deus em favor dos perdidos, o povo de Deus, a honra de Deus – tudo isto surge em maior dimensão nos pensamentos de Paulo do que qualquer outra coisa, especialmente ele próprio: tudo farei por Jesus. Gratuitamente. Sem contrapartidas. Sem limites. Sem condições. Seja qual for o custo. Vale a Pena Morrer por Isto Como é que o amor de Cristo vai, desta maneira, até ao fundo do mundo privado de uma pessoa, até ao mais íntimo dos seus pensamentos, dos seus valores e da sua vontade? De que modo se torna numa tal força controladora que é capaz de moldar quem a pessoa é, bem dentro de si, e mudar a forma exterior como ela vive diariamente? Para Paulo, esta orientação interior está diretamente associada à apreensão, pelo coração, da realidade invisível da morte de Cristo: “Se um morreu por todos, logo todos morreram; e Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou” (II Cor. 5:14 e 15). O apóstolo refere-se à morte substituinte de Cristo em favor de todos nós e aplica o seu signifcado para a nossa vida: Porque Cristo morreu, nós morremos! Morremos para a vida do ego. Morremos para uma vida centrada em nós mesmos. Morremos para as paixões e as luxúrias que nos absorvem. Morremos para os valores do mundo e para o que este considera ser bens valiosos. Morremos para as zonas de conforto da nossa vida de cada dia. O amor de Cristo torna-se então “amor pelo qual morrer”. “Já estou crucifcado com Cristo”; exclama o apóstolo, “e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gál. 2:20). Esta realidade invisível é efcaz no seu poder: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Cor. 5:17). Tornamo-nos numa nova criação, numa pessoa nova, por dentro e por fora. Todas as coisas são colocadas na sua verdadeira prioridade. Perdemos interesse em coisas que noutros tempos prezávamos; coisas novas são surpreendentemente bem recebidas na nossa vida. É incrível e incompreensível a reviravolta por que passamos – mas é radicalmente real. O invisível converge com o visível na parte mais profunda da nossa vida, onde germinam os pensamentos, se formam as opiniões, os valores são procurados e as decisões começam. Somos transformados pela renovação do nosso mundo mais íntimo pela graça conversora e pelo poder do Espírito Santo (Tito 3:3-7; João 3:5-8; I João 3:9). Jesus torna-Se no nosso novo ponto de referência. Vivemos agora para O exaltar. A Sua honra é o mais importante. A Sua obra é prioritária. Uma turista que estava de visita a uma missão, onde uma enfermeira estava a tratar as feridas horríveis de um leproso, afastou-se horrorizada e murmurou: “Eu não fazia isso nem por um milhão de dólares!” A enfermeira, sorrindo, respondeu: “Eu também não! Mas por Jesus, faço-o de graça!” O que estamos nós dispostos a fazer, de graça, por Jesus? Qualquer coisa? Todas as coisas? Impomos um limite? Defnimos condições? Que razão nos levaria a fazer qualquer coisa por Jesus? A nossa vida também pode ser uma maravilha. Quer estejamos a trabalhar ou a recrear-nos, a ministrar ou a descansar, Jesus quer atuar no centro mais escondido do nosso ser para Se tornar na fonte de maravilhosos pensamentos e ações. Talvez seja mais do que podemos explicar. Mas, constrangidos pelo Seu amor, podemos passar o resto da nossa vida a procurar compreendê-lo mais e mais. Larry Lichtenwalter tem sido há mais de duas décadas pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia em Village, Berrien Springs, no Estado do Michigan, nos Estados Unidos. Detém um doutoramento em ética pela Universidade Andrews e tem ensinado com regularidade no seminário teológico Adventista da Universidade Andrews. A esposa, Kathie, e ele, têm cinco flhos e duas noras. Recentemente, os Lichtenwalters aceitaram um convite para servirem na Universidade do Médio-Oriente, no Líbano, onde Larry dirigirá a Faculdade de Teologia e orientará o Instituto de Estudos Islâmicos e Árabes. Questões para refetir e partilhar 1. Como poderia a compulsão – mesmo por amor – ser uma coisa boa? 2. Segundo o apóstolo, qual é a sua razão de viver, e por que motivo é assim? 3. O que preciso de ter hoje a fm de viver a experiência de “maravilhamento” que Paulo teve? Segunda-feira A Mente Cruciforme O que está por detrás da nossa interação com os outros? Imagine a forma simples de uma cruz. O traçado do chão das catedrais, espadas com punhos protegidos, caudas de aviões, pedras tumulares, brincos e paraquedas, e até o emblema do canivete do Exército Suíço. Os objetos que têm a forma de uma cruz defnem-se como “cruciformes”. Cruciforme: cruci, cruz; forme, em forma de. Imagine agora uma mente em forma de cruz: uma mente cruciforme. Não se trata de um cérebro humano com a forma física de uma cruz, mas uma mente que, espiritual e moralmente, está moldada pelo signifcado da Cruz: a atitude de sacrifício próprio, de abnegação, que levou Jesus Cristo a despojar-Se de tal modo de Si mesmo em benefício dos outros que assumiu a forma de servo, humilhando-Se “até à morte, e morte de cruz” (Fil. 2:8). Uma Vida em Forma de Cruz Imagine-se a viver uma vida moldada pela Cruz. Uma vida na qual escolhemos o caminho do amor, da reconciliação e da paz, entregando-nos desinteressadamente pelo bem dos outros. Imagine a “cruciformidade” com outros: termos o mesmo sentimento, amarmo-nos uns aos outros, trabalharmos juntos com o mesmo espírito e propósito, em humildade e submissão mútuas uns aos outros, pensando nos outros em primeiro lugar e pensando melhor deles do que pensamos de nós mesmos. Sendo, por dentro, como Jesus! “Haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (versículo 5). Ficamos estupefactos perante a mente cruciforme de Cristo e perante o convite para que sigamos o Seu exemplo. A mente cruciforme de Cristo é uma das primeiras mudanças tectónicas que um verdadeiro reavivamento traz ao coração. Uma transformação drástica do eu em relação a Cristo é seguida por uma transformação do eu em relação aos outros. A partir de então, a mente de Cristo dirige o nosso pensamento, a nossa reação e a nossa atuação para com os outros. Esse estado cruciforme é algo profundamente invisível, que atua por detrás de todas as coisas observáveis na nossa interação com os outros. Um espírito de egoísmo e de rivalidade traça o seu caminho através da nossa vida de cada dia. Concorrência, inveja, desacordos, alienação, hostilidade e violência de todo o tipo constituem a realidade humana. O confito, de uma forma ou de outra, é a massa de que é feita a nossa vida – no casamento, no posto de trabalho, na Igreja, com os irmãos de sangue, no mundo. Estamos uns contra os outros e contra Deus, vivendo o Grande Confito no espaço do nosso próprio coração. É esta a forma como pensamos – uma disposição mental competitiva, de gratifcação do eu, que está determinada em seguir a sua própria vontade e andar no seu próprio caminho. Nós queremos ganhar, mesmo à custa da paz, da cooperação e do amor. A vida ensina-nos que isto acontece com qualquer um, em qualquer parte, a qualquer hora. São inevitáveis as guerras da vontade, do poder, do controlo e do pensamento. Nenhum lugar está excluído e ninguém está isento. Contudo, a mente cruciforme de Cristo pode quebrar o ciclo vicioso na nossa vida. A Mente de Cristo Em Filipenses 2, o apóstolo Paulo desvenda a “história dominante” da mente de Jesus em relação a Deus e aos seres humanos perdidos. É uma narrativa extraordinária: Embora fosse Deus, Jesus não Se apegou às Suas prerrogativas ou direitos divinos para os explorar para Seu próprio proveito, mas esvaziou-Se e humilhou-Se a Si mesmo e foi crucifcado numa cruz (versículos 6-8). O estado de espírito de Cristo, “moldado pela Cruz”, alcança a eternidade do passado – antes da Criação do nosso mundo, antes de o espírito de egoísmo e de confito ter explodido no Céu e ter envolvido o nosso mundo. Ele era o Cordeiro morto desde a fundação do mundo (Apoc. 13:8). Jesus agiu, na vida e na morte, de acordo com a vontade e o caráter do Seu Pai: “Quem Me vê a Mim vê o Pai” (João 14:9); “Se vós Me conhecêsseis a Mim, também conheceríeis a Meu Pai” (versículo 7). O procedimento do Filho na Cruz foi um ato resultante de uma “parecença familiar”, um ato de conformidade com Deus. Deus é semelhante a Cristo. A “cruciformidade” é um atributo do caráter de Deus. O Pai, o Filho e a Cruz estão interligados. Uma das maneiras pelas quais Deus é conhecido é pela Cruz de Cristo. Esta “história dominante” acontece no contexto da rivalidade existente entre os crentes Cristãos de Filipos. O serviço interesseiro da parte deles, a sua atitude de satisfação do eu foram postos em contraste com o sacrifício próprio e a atitude altruísta de Cristo. A unidade no corpo da Igreja estava ameaçada. Unicamente atitudes e atos que refetissem a mente de Cristo poderiam devolver a paz a esses relacionamentos tensos. E daí surge o apelo a sentirem todos “o mesmo, tendo o mesmo amor, unidos no espírito e dispostos a um mesmo objetivo. Não fazendo nada por ambição pessoal nem por vanglória, mas com um espírito humilde respeitando-se uns aos outros, como sendo estes mais importantes do que nós mesmos; não estando focados meramente nos interesses pessoais, mas também nos interesses dos outros. Tendo em nós esta mesma atitude que havia também em Cristo Jesus” (Fil. 2:2-5). Paulo sabia o que estava a pedir. O seu encontro com Jesus na estrada para Damasco apanhou-o de surpresa. Foi uma experiência de graça total, que resultou em conversão – uma mudança espetacular e radical de direção no seu coração. Ele tinha sido um homem obstinado, orgulhoso e egoísta: arrogante, agressivo, teimoso, ameaçador, desumano, odioso, intolerante, castigador e violento (I Tim 1:13; compare com Atos 8:3; 22:4 e 5). Ele invadia a vida de pessoas inocentes, deixando atrás de si um rasto de destruição, tristeza e morte. O Poder da Cruz Foi então que se encontrou com Jesus, O Qual não Se apegou aos Seus direitos, mas Se esvaziou e Se humilhou e foi mesmo crucifcado numa cruz por ele, Paulo – o perseguidor orgulhoso, arrogante, egoísta e violento. Paulo foi abalado até ao mais íntimo do seu ser, perseguido agora pela visão da mente de Cristo. O seu desejo agora era que a sua vida pessoal e o seu ministério contassem uma história que correspondesse à “história da Cruz”. Assim, diz Paulo, trazemos “sempre por toda a parte a mortifcação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste, também, nos nossos corpos; e assim, nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte, por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste, também, na nossa carne mortal. De maneira que, em nós opera a morte, mas, em vós, a vida” (II Cor. 4:10-12). Ele seria uma representação viva da história da Cruz. A nossa existência Cristã consiste em sermos transformados à imagem de Cristo – na qual nada se faz por egoísmo ou por rivalidade. A cruciformidade é o padrão permanente de morrer em Cristo, que produz em nós uma pessoa semelhante a Cristo (cruciforme). Sermos espirituais é termos apreendido a história da Cruz de tal maneira que ela transforma toda a nossa existência à imagem de Cristo – uma vida caracterizada por amor abnegado, em que o poder se manifesta através das nossas fraquezas; em que preferimos o caminho da paz, da reconciliação, da unidade – o amor. Ser Como Jesus O Carlos e a esposa andavam sempre em confito. Ele estava a fcar cada vez mais agressivo e detestável nas suas reações tanto às palavras como ao comportamento dela. Raiva e rancor enchiam-lhe o coração. O amor tinha praticamente desaparecido. Foi então que Deus lhe falou, não audivelmente, mas bem dentro no seu íntimo: “Carlos, se o Meu Filho estivesse casado com a tua esposa, não haveria nada que ela pudesse fazer que O levasse a amá-la menos. Não haveria nada que O impedisse de lhe perdoar, de a servir ou de lhe dar o primeiro lugar. Carlos, se o Meu Filho estivesse casado com a tua esposa, não haveria nada que ela pudesse fazer que O levasse a ser agressivo e detestável nas Suas reações às palavras ou ao comportamento dela. Nada. Se o Meu Filho fosse casado com a tua esposa, Ele dar-Se-ia por ela na morte, tal como Ele já o fez no Calvário.” Imagine as implicações que uma mente em forma de Cruz teria na nossa própria vida. Que diferença isso faria nos nossos relacionamentos? O nosso coração é um importante campo de batalha no Grande Confito. Que caminho escolheremos nós? Vamos permitir que o método de Cristo dirija os nossos pensamentos, as nossas reações e a forma como nos relacionamos com os outros? Vamos escolher o caminho que rejeita a rivalidade? Vamos buscar a reconciliação? Estamos dispostos a pôr de lado o nosso modo de proceder ou a nossa vontade por amor dos outros – por Jesus? Esta mente cruciforme não se pode alcançar por meio dos nossos próprios esforços. Só o Espírito de Cristo pode dirigir e capacitar o nosso coração no sentido do amor, da paz, da paciência, da autodisciplina e da abnegação (Gál. 5:16-18, 22-24). Tal como aconteceu com o apóstolo Paulo, essa obra começa quando somos apanhados pela história da Cruz e pela mente cruciforme de Cristo. A morte de Cristo proporciona um quadro autêntico da verdadeira natureza malévola da rivalidade e do único modo como qualquer um de nós pode, de facto, enfrentá-la. Vivendo, no poder do Espírito Santo, uma vida moldada pela Cruz! Questões para refetir e partilhar 1. Qual é a verdadeira natureza da rivalidade? 2. O que signifca ter uma “mente cruciforme”? 3. De que maneiras específcas posso eu cooperar com o Espírito Santo, de modo a poder ter “a mente de Cristo”? Terça-feira Em Que É Que Eu Ando a Pensar? Sensibilidade Moral e infuência espiritual Ele não é um desses vulgares jogadores de xadrez a olhar para o tabuleiro e a planear a próxima jogada. Como em todas as exposições anatómicas de corpos autênticos, conhecidas como Body Worlds (Mundos do Corpo), a sua pele foi completamente retirada de forma a revelar músculos, tendões e ligamentos. Das suas costas foram retirados os músculos até aos nervos da espinal medula, e o crânio tinha sido removido de forma a mostrar o cérebro. Olhado de frente, o cérebro sobressaía acima da testa. Visto de trás, podia-se seguir a coluna vertebral da base do cérebro até às primeiras vértebras lombares, onde se separava nos nervos ciáticos que percorrem as pernas até aos pés. Era possível ver partes dorsais, artérias vertebrais e gânglios dorsais que se dividem para outras partes do corpo. O óbvio nisto tudo? O cérebro está intimamente ligado a todas as partes do corpo. Afnal de contas, é preciso ter cérebro para jogar xadrez. Ou para fazer qualquer outra coisa com o nosso corpo. Este jogador de xadrez sem vida sublinha a verdade incontornável de que os seres humanos são muito mais do que meros corpos – e cérebros. Fisiologicamente falando, o cérebro é o ponto central da existência e da identidade humanas. É difícil de imaginar que, com cerca de quilo e meio de peso, o cérebro humano – 100 mil milhões de neurónios que diariamente processam 70 000 pensamentos, regulam 103 000 pulsações do coração, 23 000 respirações e movimentos de mais de 600 músculos – também desempenhe uma função central na determinação da natureza e do valor da nossa vida. No interior de cada cérebro está escondido um mundo de pensamento, que os Mundos do Corpo não conseguem dissecar nem exibir – um mundo de consciência própria, intelecto, raciocínio, imaginação, emoções, valores, anseios, discernimento moral, espiritualidade, convicções, humor, personalidade e caráter. Perceção Escriturística As Escrituras incluem este mundo escondido da mente no seu quadro da vida transformada: “E não vos conformeis com este mundo [ou “com esta época”], mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rom. 12:2; compare com Efé. 4:23). Um entendimento renovado, ou uma mente renovada, resulta numa transformação da vida, apesar das incessantes pressões do nosso mundo atual. Um pouco antes, na carta aos Romanos, o apóstolo delineia a espiral descendente do pensamento humanista, a qual conduz à disfunção moral e à rejeição de Deus (Rom. 1:18-32). No entanto, há a promessa de que este declínio moral pode ser invertido, ao nutrirmos a nossa vida com pensamentos sobre aquilo que é importante para Deus: aquilo que é bom, aceitável e moral/espiritualmente perfeito. A nossa batalha contra Satanás é determinada pelo lado para o qual pende a balança da nossa exposição aos princípios morais e espirituais: “Quero que sejais sábios no bem, mas símplices no mal” (Rom. 16:19). É este o princípio da inocência moral. Não é possível encontrar perceção mais clara sobre o princípio de mordomia da nossa mente. Quando tomamos em conta a forma como o reavivamento e uma vida transformada se cruzam dentro do nosso coração, a nossa vida interior feita de pensamentos passa a ocupar o lugar central. Melhor do que a Apple Retina Display (Ecrã Retina) é uma marca registada da empresa Apple para os ecrãs de cristais líquidos, que a Apple afrma terem uma densidade de pixéis sufcientemente alta para que o olho humano seja incapaz de notar, a uma distância normal de observação, o efeito de pixelização. O termo é utilizado em vários produtos da Apple, e cada um é planeado para uma experiência visual ótima. Só que nenhum ecrã de última moda se compara com o fenómeno da mente humana – ver, ouvir, imaginar, sentir ou transmitir a realidade através da nossa consciência. A verdadeira Retina Display situa-se entre as nossas orelhas. Os tecidos da nossa mente registaram milhares de milhões de milhares de milhões de recordações: o som de um murmúrio de há 30 anos; as aversões conservadas desde a infância; o prazer nunca desfrutado, mas muitas vezes imaginado; a pressão exata de um só dedo da mão sobre uma corda; o contorno exato de um lábio, de um outeiro, de uma equação; a fragrância de um jardim; a visão de uma folha de relva; todos os livros lidos e os flmes vistos, as mensagens de cartazes de publicidade, as cantilenas ouvidas na rádio, os hinos cantados e as orações pronunciadas. Está lá tudo. A nossa mente é uma biblioteca viva. O que nos deve fazer meditar é o facto de que a soma total do que introduzimos na nossa mente faz de nós as pessoas que somos hoje e que seremos amanhã. Não compreendemos plenamente como esta biblioteca viva se traduz no nosso comportamento quotidiano, mas sabemos que, à medida que os anos passam, fcamos cada vez mais “prisioneiros da nossa biblioteca”. Logo que as imagens, as experiências e as ideias são arquivadas na nossa mente, não há qualquer modo de as apagar. A Moldagem Divina da Mente Com boa razão, o conselho de Paulo é muito claro: “Não vivam de acordo com as normas deste mundo, mas transformem-se, adquirindo uma nova mentalidade” (Rom. 12:2, TIC). Lembra-nos ele de que uma força infltrante molda e ameaça o nosso pensamento, o nosso caráter e a nossa conduta. Alude ele ao poder de grupos sociais, normas culturais, instituições, visões do mundo, meios de comunicação, entretenimento, música, fcção, moda, desportos e tradições capazes de moldar o indivíduo. Quando Paulo contrasta o ser renovado na nossa mentalidade com a imprensa dos nossos dias, convida-nos a estarmos mentalmente vivos para Deus em vez de o estarmos para o mundo. Quando conhecemos Jesus Cristo e Lhe rendemos a vida, a nossa mente adquire uma nova maneira de pensar e uma nova capacidade de eliminar as velhas maneiras de pensar. Tornamo-nos novas pessoas, com novos desejos e novos valores (II Cor. 5:17). O próprio “espírito” da nossa mente é renovado (Efé. 4:23; Rom. 12:2; compare com I Cor. 2:12-14; Efé. 1:18 e 19). Mediante a exposição às Escrituras, a nossa capacidade de enfrentar questões morais aumenta (Heb. 5:14). Cristo torna-Se no nosso ponto focal (Fil. 1:21). A Sua maneira de ser cruciforme torna-se na nossa maneira de ser (Fil. 2:1-8; I Cor. 2:16). Assim como Jesus fortaleceu a inocência moral, enchendo a Sua mente com as Escrituras, buscando permanentemente aquilo que era puro e agradável ao Seu Pai e enobrecedor para os outros (Lucas 2:40), também nós o devemos fazer. Exercitando a Mente Devemos exercitar a nossa nova capacidade de pensar, dirigindo a mente para as coisas do Espírito em vez de para as coisas da carne (Rom. 8:5-8). Devemos permitir que o Céu preencha os nossos pensamentos e não pensar só nas coisas que são da Terra (Col. 3:2). Ao contemplarmos Jesus, tornar-nos-emos cada vez mais semelhantes a Ele na nossa forma de pensar (II Cor. 3:18; Heb. 12:1-3). Dizendo-o de forma simples e direta: algumas coisas precisam de fcar por ouvir, por ver, por ler, por experimentar, por ser ditas, por ser visitadas, por ser imaginadas, por ser conhecidas. Os nossos “pensamentos devem ser limitados, restringidos, impedidos de se ramifcarem, de se darem à consideração de coisas que só enfraquecerão e contaminarão a alma” (Ellen G. White, Filhos e Filhas de Deus [Meditações Matinais de 1956], p. 107). Conseguimos isso mantendo a nossa mente focada em Jesus Cristo (Rom. 8:5-8) e sendo renovados com regularidade pela exposição ao pensamento e à vontade de Deus encontrados nas Sagradas Escrituras (Rom. 12:2; Sal. 1:2; 119:9-16, 99). Mordomia da Mente Uma vez que não há nenhum refúgio contra a omnipresença da cultura popular, somos convidados a ser mordomos da nossa mente. Há uma diferença entre aquilo que escolhemos ver ou experimentar e aquilo que nos aparece no decorrer da vida. Não nos conformemos. “Transformai-vos pela renovação do vosso entendimento” (Rom. 12:2). Numa época em que tudo o que era pensado ou imaginado era permanente e totalmente mau, Enoque retirava-se habitualmente para refrescar a sua própria vida mental na santa presença de Deus. José, vivendo no Egito, rodeado de cenas e sons de vício apoiados pela riqueza e a cultura da nação mais civilizada de então, “era como se nada visse nem ouvisse. Não permitia que os seus pensamentos se ocupassem com assuntos proibidos”. – Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 182, ed. PSerVir. A sensibilidade moral e a infuência espiritual aumentaram para ambos, ao serem mordomos da sua mente para Deus. Há uma canção popular sobre um indivíduo que estava sempre a meter-se em sarilhos: “Eu sei o que estava a sentir”, diz ele, “mas em que estava eu a pensar?”. Quando analisamos a nossa vida mental, Jesus convida-nos a fazermos esta pergunta: “Em que ando eu a pensar?” Questões para refetir e partilhar 1. Com que imagens e pensamentos enchemos nós diariamente a nossa mente? 2. Demoramo-nos mais a pensar naquilo que é bom e puro ou naquilo que é mau e impuro? 3.O que podemos fazer para nos tornarmos melhores mordomos da nossa mente? Quarta-feira Número Inteiro ou Fração Pôr em prática o pacote completo Um homem de Long Beach, na Califórnia, parou junto a um restaurante Kentucky Fried Chicken (KFC) para pedir um pacote com frango para si mesmo e para a jovem que o acompanhava. Inadvertidamente, o gerente do restaurante entregou ao homem uma caixa do KFC que usava como camufagem para levar ao banco o dinheiro das vendas de cada dia. O indivíduo pegou na caixa e seguiu viagem com a sua companheira. Quando pararam num parque para desfrutarem do frango, em vez deste descobriram perto de 3000 dólares (cerca de 2500 euros). O que deviam fazer? Apercebendo-se de que se tratava de um engano, o homem voltou ao restaurante KFC e devolveu a caixa ao gerente. O gerente fcou exultante: “Vou chamar jornalistas e quero que escrevam a sua história e tirem a sua fotografa. O senhor é o tipo mais honesto desta cidade.” “Oh, não, não me faça isso!”, suplicou o homem. “Porque não?” “Bem, está a ver, é que eu sou casado, e a senhora que está comigo não é a minha mulher!” Honesto, mas infel! Verdadeiro? De modo nenhum! A integridade não pode ser compartimentada. É uma coerência interior, o oposto de hipocrisia. A integridade defne-se como um estado de ser completo, unifcado, sem divisão, genuíno. O termo vem do mundo da Matemática – um número inteiro ou íntegro é um número total (1, 2, 3, etc.), não uma fração (que é apenas uma parte de um todo). Na ética, a integridade é considerada a veracidade ou a coerência dos pensamentos, dos atos e das palavras de uma pessoa. Isto signifca sermos aquilo que dizemos que somos. Fazermos aquilo que dizemos que fazemos – termos um discurso verdadeiro. A integridade defne quem somos – pessoas verdadeiras, não apenas pessoas da Verdade. A Renovação Afeta Todas as Coisas As Escrituras associam o reavivamento no nosso coração com a veracidade: Que “vos renoveis no espírito do vosso sentido; e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade. Pelo que, deixai a mentira, e falai a verdade, cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros” (Efé. 4:23-25; compare com Col. 3:9 e 10). Com a nova identidade que experimentamos em Cristo, aquando da conversão, a integridade avança para o centro do palco. Revestirmonos de um novo eu em Cristo envolve pôr de lado a falsidade e falar unicamente a verdade àqueles que estão à nossa volta. O discurso verdadeiro torna-se no padrão da maneira como falamos. Promovemos a veracidade como fundamento da confança mútua em que assentam todos os nossos relacionamentos. Esta veracidade exprime tanto a justiça como a santidade (Efé. 4:24). A “santidade da verdade” amplia a nossa visão moral para lá da doutrina e da teologia, chegando ao próprio Deus, que é, só Ele, Santo (Apoc. 15:4). A realidade profunda é que a verdade e a veracidade são pessoais. A Verdade em Ação “O que é a verdade?”, perguntou Pilatos a Jesus. Uma boa pergunta – talvez a pergunta mais profunda em toda a Bíblia (João 18:38). Ela ecoa a visão do mundo e a cultura seculares. Está no cerne de quem somos como seres morais. O pensamento seguinte é: “Sou eu uma pessoa veraz?” Ainda antes de Pilatos ter perguntado, Jesus já tinha declarado: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6). Esta é uma defnição bíblica muito ousada: Jesus é a verdade. A Sua natureza, o Seu próprio espírito, é verdade. Bem no seu âmago, a verdade é uma Pessoa. Isto quer dizer que a verdade é pessoal. Não é abstrata, não é mero ensino. É, antes de mais, uma questão de caráter e é expressa por uma pessoa através de atos ou de palavras. Os ensinos de Jesus são verdadeiros, porque expressam Quem Ele é. A verdade, então, leva-nos a um relacionamento pessoal com a própria fonte da vida autêntica – Jesus Cristo. Sendo Ele a verdade, Jesus abordar-nos-á sempre pessoalmente. A Sua pessoa encontra-se com a nossa pessoa – para promover a veracidade do nosso ser e fazer. A Sua pessoa dá-nos o exemplo, a esperança, a coragem e o poder de sermos verdadeiros num mundo de engano e ilusão. A verdade requer, então, que questionemos a nossa coerência moral interior. “Sou eu uma pessoa verdadeira? Poderia eu ser, tal como Jesus, verdadeiro até ao âmago do meu ser?” A Verdade no Remanescente O livro de Apocalipse descreve o povo de Deus no tempo do fm como impecável, com uma integridade inquestionável – mesmo correndo risco de vida e de perda de fortuna. Nenhuma mentira ou falsidade se encontra na boca daqueles que seguem o Cordeiro: são irrepreensíveis (Apoc. 14:5). Esta visão faz eco ao profeta Sofonias, que diz: “O remanescente de Israel não cometerá iniquidade, nem proferirá mentira, e na sua boca não se achará língua enganosa” (Sof. 3:13). Como primícias que passaram pela experiência do poder renovador do sangue do Cordeiro, o povo de Deus imita e refete a veracidade de Cristo tanto nas palavras como nos atos – pois Ele é chamado simultaneamente Fiel e Verdadeiro (Apoc. 19:11; 3:14). É assim que o Seu povo pensa. A mente de Cristo tornouse na mente daqueles que integram o Seu povo (compare com Apoc. 7:1-14; 14:1-5). O contraste entre as forças do mal e os seguidores do Cordeiro é o contraste entre o engano e a verdade – o que sai da boca (compare com Apoc. 12:15 e 16; 13:5 e 6; 16:13 e 14; 14:5). Só as pessoas verdadeiras serão capazes de entrar na Cidade Santa (Apoc. 21:27; 22:14 e 15). A referência àquele que “ama e comete a mentira” impõe a questão da relação do ser de uma pessoa com o seu fazer (Apoc. 22:15; compare com Apoc. 22:11; 21:8, 17; compare com II Tes. 2:7-13; João 3:19-21). A verdade é uma orientação moral. “Amar … a mentira” vai mais fundo do que “cometer a mentira”. Uma tendência para a falsidade conduz à prática da mentira. A pessoa que ama a falsidade tem uma afnidade com ela e com o pai da mentira: ela fala de acordo com a sua própria natureza (João 8:44). Aquilo que somos no nosso íntimo corresponde perfeitamente à forma como atuamos. O nosso compromisso para com a verdade é confrmado pelas nossas palavras e atos. Precisamos primeiramente de ser pessoas verazes, se pretendermos falar ou viver de modo verdadeiro. A verdade vai mais fundo do que a mera doutrina ou do que o simples ato de refetir teoricamente Deus e a Sua verdade para um mundo iludido. A verdade tem a ver com todos os aspetos da nossa vida. Os aspetos religiosos e morais são inseparáveis. Verdade e Reavivamento Por que razão as Escrituras associam vez após vez reavivamento com veracidade? É porque a confança é o fundamento dos relacionamentos autênticos. Comunhão requer abertura e honestidade. Não pode haver comunhão genuína no meio de gente falsa. Ser desonestos com os outros falsifca-nos. Somos chamados a ser íntegros, de modo a que possamos construir e manter o companheirismo. A integridade liberta-nos para vivermos plenamente com o nosso irmão, ou cônjuge, ou colega ou amigo. Podemos olhar para os olhos de outra pessoa sem vergonha ou sentimento de culpa. Somos íntegros uns com os outros – e com Deus! A veracidade permite-nos olhar para nós mesmos ao espelho. Permite-nos também olhar para os olhos do Salvador (Apoc. 1:14; 2:18; 5:6; 6:16; 19:12; 20:11). A veracidade não tem exceções nem graduações. “Deus exige que a verdade distinga o Seu povo, mesmo no maior perigo.” – Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 599, ed. PSerVir. Lembram-se de Betsie ten Boom a dizer à Gestapo exatamente onde é que ela e a irmã, Corrie, estavam a esconder os Judeus fugitivos que protegiam na sua casa? As batidas à porta tinham soado inesperadamente, fazendo um arrepio de terror percorrer cada um dos que estavam a comer, sentados à mesa da sala de jantar. Tudo estava muito bem ensaiado. Enquanto Corrie metodicamente fazia o caminho até à porta a que alguém estava a bater, todos os demais afastavam a grande mesa, levantavam a carpete por baixo dela, abriam o alçapão, pegavam nos respetivos pratos e talheres e tudo o mais que desse a impressão de uma grande reunião e rapidamente desciam para o escuro. No momento em que os homens da Gestapo se atiravam pela porta adentro, Betsie já estava sentada à mesa como se só ela, o pai e Corrie tivessem estado a comer. Depois de os homens terem inspecionado muito bem as instalações, sem encontrarem ninguém, o ofcial encarregado exigiu à família ten Boom que lhe dissesse onde estavam eles a esconder os Judeus. “Sei que eles estão aqui. Não me mintam!” Após um silêncio tenso, Betsie fnalmente acabou por dar a indicação: “Estão debaixo da mesa.” Com isso, Corrie quase morreu com um ataque cardíaco. O ofcial, no entanto, não levou Betsie a sério. “Não faça troça de mim! Onde é que eles estão?” “Estão debaixo da mesa”, repetiu ela, apontando de novo para o chão, por baixo da mesa. O homem simplesmente olhou com escárnio e retirou-se ruidosamente. Mais tarde, Corrie repreendeu a irmã: “Que razão te levou a dizer-lhes que eles estavam debaixo da mesa? É claro que podíamos ter deitado tudo a perder.” Betsie, porém, estava irredutível. Preferiu ser verdadeira, porque assim refetia a mente de Cristo. Ela confava-Lhe a verdade e as consequências, acontecesse o que acontecesse. Ela diria sempre a verdade. Surpreendentemente, quando Betsie disse a verdade ao ofcial da Gestapo, Deus usou essa mesma verdade para confundir o seu pensamento. Incapaz de imaginar a veracidade de uma afrmação daquelas, o homem não acreditou nela – e foi-se embora. Será seguro confar a Jesus a verdade? Ser veraz? Falar a verdade? Quando Jesus é o nosso ponto de referência e de identidade, confaremos n'Ele o sufciente para dizermos a verdade. A integridade nas profundezas do nosso coração refetirá sempre a nossa ligação com Cristo. Seremos pessoas verazes, não apenas pessoas que conhecem a Verdade. “Venham, Meus flhos, e escutem-Me: Eu vou ensinar-vos a honrar o Senhor. Qual é o homem que não ama a vida? Quem não deseja gozá-la por muito tempo? Nesse caso, evita a maledicência: que os teus lábios não digam mentiras” (Sal. 34:12-14, TIC). Questões para Refetir e Partilhar 1. Como reagiria se, de repente, encontrasse uma grande quantidade de dinheiro no seu saco de compras? Que princípios orientariam a sua decisão? 2. A veracidade e a integridade são realmente importantes? Afnal, somos todos pecadores e salvos pela graça de Deus. 3. Por que razão a veracidade é tão importante para o povo de Deus no tempo do fm? Requer-se deste povo um padrão mais elevado do que para todos os outros pecadores ao longo da História? 4.Que razão levou Jesus a declarar ser a verdade? De que maneira se comunica essa verdade num mundo que se deleita no relativismo? Quinta-feira O Que É Que Vai Ser Preciso? Em busca de carreira: Jovem rico, bem-parecido, divertido, com gosto por viagens, serviço militar cumprido. Oferta de trabalho: missionário para ajudar a abrir a África Central ao Evangelho. Tem de estar preparado para privações, doenças e para a probabilidade de uma morte violenta. Unicamente Deus poderia juntar estes dois anúncios e criar a História de James Hannington, o primeiro bispo anglicano da África Equatorial Oriental. Embora outros missionários tenham servido durante mais tempo e possam ser melhor conhecidos, a Sociedade Missionária da Igreja (SMI) declarou: “O Bispo Hannington fez mais por África na sua morte do que na sua vida.” Logo que o abastado jovem inglês passou pela experiência da conversão pessoal, fcou mais interessado em salvar almas do que em poupar dinheiro. O assassinato de dois missionários da SMI nas margens do Lago Vitória colocou um desafo a Hannington. Em 1882 dirigiu uma equipa de evangelização até às terras desconhecidas do Uganda, onde um temível rei ugandês, Mwanga, deu ordens para que ele fosse morto. No dia 29 de outubro de 1885, Hannington foi ferido de morte por uma lança. Um sobrevivente narrou os seus últimos momentos. “Vão, digam ao vosso rei que eu comprei com o meu sangue a estrada para o Uganda!”, disse Hannington aos que o atacaram, antes de cair ao chão numa poça de sangue. No espaço de poucas semanas, depois da notícia ter chegado à Inglaterra, 50 homens, inspirados pela consagração e pelo sacrifício de Hannington, ofereceram-se como voluntários para servir em África. Inspirado pelo sacrifício de outros. Inspirando o sacrifício de outros mais. Quem ou o que nos inspira a fazer sacrifícios por Jesus? Haverá algum lugar ou ministério que desperte os nossos mais profundos sonhos e desejos de O servir? Generosidade Radical Uns séculos antes, um outro jovem – enérgico, rico e interessado nas coisas espirituais – presenciou o amor que Jesus demonstrara a uns pequenitos, e o seu próprio coração reagiu com amor. Também ele queria ser como Jesus, bondoso e atencioso. Ficou tão profundamente tocado que, literalmente, correu atrás d’Ele. Lançando-se aos pés de Jesus, perguntou: “Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?” (Marcos 10:17). A pergunta que fez tem a ver com a maneira de se ser salvo, mas Jesus desvia o ponto em questão para Se focar onde o jovem tinha o coração: “Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no Céu; e vem, e segue-Me” (versículo 21). Jesus queria que o jovem reconhecesse a forte ligação que o prendia às suas posses materiais. Jesus amou aquele jovem rico. Viu nele precisamente o auxílio de que Ele necessitava, caso o jovem se tornasse num Seu colaborador na obra da Salvação. Ansiou torná-lo semelhante a Si mesmo, um espelho onde a graciosa generosidade do Seu pai se visse refetida. (Ver Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 442, ed. PSerVir. Não devemos apenas pôr o nosso tesouro onde está o nosso coração – devemos passar pela experiência de algo verdadeiramente revolucionário: a generosidade radical. Deus é um Deus de generosidade radical. Deus amou o nosso mundo – amou-nos – de tal maneira que Se deu a Si mesmo (João 3:16). Quando Deus analisou o investimento que era redimir a nossa vida para a Eternidade, Ele nunca perguntou: “No que é que podemos poupar?” Ele perguntou: “O que vai ser preciso?” Ele deu-Se a Si mesmo. Ele deu o Seu Filho. Ele deu o melhor que o Céu tinha. Ele continua a derramar todos os recursos do Céu e o dom do Espírito Santo para realizar essa visão obcecante de nos salvar. Quando o apóstolo Paulo tentou animar os Cristãos de Corinto a serem pessoas de generosidade radical, chamou-lhes a atenção para esta verdade a respeito de Deus: “Porque já sabeis a graça do nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós Se fez pobre, para que pela Sua pobreza enriquecêsseis” (II Cor. 8:9 e 10). Mais tarde, o apóstolo escreveu sobre a maneira como esta generosidade radical atuava na sua própria vida: “Eu, de muito boa vontade, gastarei, e me deixarei gastar, pelas vossas almas” (II Cor. 12:15). Signifcou isto, na vida prática, muitos trabalhos, encarceramentos, maus-tratos, risco de vida, apedrejamentos, naufrágios, viagens extenuantes e arriscadas, noites sem dormir, fome e sede, frio e intempéries, a pressão diária da preocupação por todas as igrejas, pelos fracos, pelos tentados e pelos caídos (II Cor. 11:23-31). Quando o Evangelho de Jesus Cristo ganha raízes na nossa vida, a generosidade radical de Deus torna-se na história que molda, informa e defne as decisões da nossa vida e a sua direção. Esta é a mente de Cristo. Tal como Jesus, sentimos alegria em nos fazermos pobres, dando sacrifcialmente da nossa vida, de modo a enriquecer a vida de outros – não apenas de amigos e familiares, mas também daqueles que estão afastados, incluindo os nossos inimigos e os que são pouco amáveis. A exemplo de Deus, também nós não perguntaremos: “No que é que posso poupar?” Em vez disso, vamos perguntar: “O que vai ser preciso?” Quanto mais virmos das necessidades deste mundo, mais compelidos nos sentiremos a dar em nome de Jesus. John Wesley (1703-1791) um dia fez uma compra para o seu pequeno apartamento. Ele tinha comprado uns quadros para o seu quarto, quando uma das criadas surgiu à porta. Era um dia de inverno, e ele reparou que ela trazia apenas uma leve bata de linho para se proteger do frio. Wesley meteu a mão no bolso para lhe dar algum dinheiro para um casaco, mas viu que tinha muito pouco de sobra. Sentiu então que o Senhor não fcara agradado com a forma como tinha gasto o dinheiro. E perguntou a si mesmo: O teu Senhor vai dizer: ‘Bem está, servo bom e fel’? Adornaste as tuas paredes com o dinheiro que poderia proteger do frio esta pobre criatura! Ó justiça! Ó misericórdia! Esses quadros não são o sangue dessa pobre jovem? Seria errado John Wesley ter comprado umas gravuras para a sua parede? Claro que não! No entanto, como ele mesmo compreendeu, aquele dispêndio era uma decoração desnecessária em comparação com aquela moça sem casaco. Uma Mudança de Perspetiva A perspetiva que temos das nossas posses materiais altera-se radicalmente quando os nossos olhos se abrem às necessidades do mundo e à grandeza da obra redentora de Deus em favor daqueles que estão perdidos, a sofrer ou que são pobres. Quando temos a coragem de olhar para as necessidades dos que nos rodeiam, Cristo muda os nossos desejos, e sentimos o anseio de sacrifcar os nossos recursos para a glória do Seu nome. Começamos então a indagar se algumas das coisas que temos na vida não deveriam ser classifcadas mais como um luxo do que como uma necessidade. No seu célebre sermão sobre o uso do dinheiro, Wesley declara que é urgente o povo de Deus saber como fazer uso, para Sua glória, do dinheiro que possui. E apresenta três regras simples, que escolheu como orientação para a sua própria vida: Ganha tudo o que puderes, poupa tudo o que puderes, dá tudo o que puderes. Atuando com base na ideia de que Deus nos concedeu em excesso, não tanto para que pudéssemos ter mais, mas para que pudéssemos dar mais, Wesley estabeleceu um limite para o seu estilo de vida. Defniu um nível modesto de despesas, com as quais conseguia viver cada ano, e o restante distribuía. A certa altura, Wesley ganhava o equivalente a 160 000 dólares por ano, em termos de hoje, mas vivia como se ganhasse 20 000 por ano. Em resultado disso, ele tinha o equivalente a mais de 140 000 dólares para distribuir. As Escrituras ensinam que Deus planeia que a nossa abundância atenda às necessidades dos outros (II Cor. 8:14). O que aconteceria se déssemos como Deus dá? Não apenas dinheiro, mas de nós mesmos, do nosso tempo, dos nossos talentos, da nossa energia, da nossa infuência, do nosso corpo, das nossas oportunidades – de quaisquer recursos que tenhamos. Não haverá nunca um dia em que compareçamos perante Deus e Ele nos diga: “Quem Me dera que tivesses poupado mais para ti mesmo.” Em vez disso, seremos nós mesmos a perguntar: “Por que motivo não dei eu mais, não fz mais, não fui melhor?” Deus cuidará de nós. Qualquer coisa que gastemos com Ele e com os outros será multiplicada no retorno. Mas isto não tem a ver com retorno; tem a ver com o próprio coração de Deus e tem a ver com ser como Ele no mundo. Deus amou de tal maneira, que Ele deu. E nós, o que faremos? Questões para refetir e partilhar 1. O autor menciona quatro indivíduos na leitura para hoje – James Hannington, o jovem rico, o apóstolo Paulo e John Wesley. Com qual dos quatro mais se identifca pessoalmente? Porquê? 2. Se alguém lhe pedisse um exemplo de generosidade radical na sua vida pessoal, o que mencionaria como evidência? 3. Faça uma lista de, pelo menos, três necessidades espirituais e materiais da sua congregação e comunidade. Apresente um plano de ação de uma só frase, capaz de atender a cada uma dessas três necessidades (para além da oração). Sexta-feira Deixemos a Luz Acesa O que é revelado quando Cristo vive em nós? Efésios 1:1-17. Benjamin Franklin queria convencer os cidadãos de Filadélfa a iluminarem as suas ruas à noite. Este fundador dos Estados Unidos tinha um bom argumento: as luzes nas ruas seriam uma proteção contra o crime e facilitariam a realização de atividades noturnas. Embora fosse muito persuasivo, não conseguiu convencê-los. Franklin decidiu demonstrar aos seus vizinhos como uma única luz podia ser efcaz. Comprou um lampião atrativo, limpou muito bem o vidro e colocou-o num suporte fxado na frente da sua casa. Todas as noites, ele acendia o pavio. Os transeuntes perceberam que aquele cálido brilho ajudava-os a não tropeçarem nas pedras soltas da estrada. Não tardou a que outros colocassem lampiões na frente das suas casas. Algum tempo depois toda a cidade estava bem iluminada. Filhos da Luz O apóstolo Paulo escreveu: “Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas agora, sois luz no Senhor; andai como flhos da luz (porque o fruto do Espírito está em toda a bondade, e justiça e verdade); aprovando o que é agradável ao Senhor. E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas… Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas, pela luz, porque a luz tudo manifesta. Pelo que diz: Desperta, tu que dormes, e levanta-te de entre os mortos, e Cristo te esclarecerá. Portanto, vede, prudentemente, como andais” (Efé. 5:8-15). O contraste entre a luz e as trevas lembra que alguma coisa radical tem lugar na nossa vida quando aceitamos Jesus no nosso coração. Deixamos de ser aquilo que em tempos fomos (II Cor. 5:17); somos luz (Efé. 5:8; compare com Mat. 5:14; Fil. 2:15; I Tes. 5:5). O texto não diz que costumávamos estar em trevas, e que agora estamos na luz; o que diz é que de facto somos luz (Efé. 5:8). A nossa vida – não apenas o ambiente que nos rodeia – foi mudada de trevas para luz. A conversão (o reavivamento) não é nada menos do que acordar do sono, levantar-se de entre os mortos e ser levado das trevas para a luz de Cristo, para viver como luz. Esta transformação ocorre no Senhor, a luz do mundo (João 8:12; 9:5). Uma Nítida Distinção Esta transformação das trevas para a luz tem três vertentes: separamo-nos das trevas (Efé. 5:3-7, 11); vivemos como flhos da luz (versículos 8-10); a nossa vida ilumina e transforma outros (versículos 11-14; Mat. 5:15 e 16). Um anúncio publicitário para impressoras Epson mostra uma página inteira com uma manada de zebras. Estão tão juntas umas das outras que tudo o que se vê é uma página cheia de faixas brancas e castanho-avermelhadas. Uma caixa à esquerda diz: “Com impressoras vulgares, o que vê são as faixas na zebra.” Uma caixa equivalente à direita anuncia: “Com a nossa impressora, vê a mulher na zebra.” De repente, procuramos aquela mulher impalpável que não encontrámos à primeira vista. Lá está ela, com um condizente fato-de-treino com capuz branco e castanhoavermelhado. Os tons da pele do seu rosto confundem-se com os narizes das zebras. Logo que a detetamos, passa a ser fácil vê-la. À primeira, porém, quase de certeza não se dá por ela. Está incrivelmente bem camufada. Nada disto se dá com os flhos da luz. A distinção entre a luz e as trevas não pode ser camufada ou esbatida. A nossa separação das trevas morais da cultura contemporânea deve ser tão nítida que ninguém deixe de dar por nós: “Como crentes em Deus, não consintam que a devassidão, ou qualquer espécie de imoralidade ou ganância sejam sequer nomeadas no vosso meio. Também não vos fca bem dizerem palavras inconvenientes, insensatas ou grosseiras. Palavras de louvor a Deus é que devem dizer… E não queiram nada com as obras más que se fazem a coberto da escuridão. Antes pelo contrário, denunciem-nas! Pois, o que essa gente faz às escondidas é de tal ordem, que até dá vergonha falar nisso” (Efé. 5:3-12, TIC). Não se trata de uma lista exaustiva, mas espelha bem o nosso mundo, que gera uma vulgaridade descarada e um desrespeito geral por praticamente todas as coisas. Este é um mundo cada vez mais sem vergonha, aberto e ousado neste modo de pensar amoral e “politicamente correto” de que “qualquer coisa serve”; é um mundo que difcilmente ainda sabe como envergonhar-se por alguma coisa. Espera-se de nós que andemos como flhos da luz (Efé. 5:3; compare com I Pedro 1:13-16), vivendo uma vida santa, plena de “bondade, e justiça, e verdade” (Efé. 5:9). O nosso foco é discernir o que é aceitável ao Senhor (versículo 10). Isto é uma coisa que só o poder regenerador do Espírito Santo torna possível (Tito 3:3-5; I Cor. 6:9-11). Contudo, a luz santa que irradia da nossa vida coloca-nos face a face com o mundo e com as decisões e as preocupações práticas da nossa vida diária. A nossa vida manifesta pureza, modéstia, respeito e decência, virtudes que confrmam a dignidade dos outros e que põem no nosso coração o desejo de promover o seu bem-estar. O nosso maior desafo é termos a coragem de não só sermos diferentes, mas de sermos uma infuência transformadora junto daqueles que estão à nossa volta. A luz não só revela aquilo que as trevas escondem – o que quer que ela toque pode adquirir a qualidade de luz: “Mas todas estas coisas se manifestam, sendo condenadas, pela luz, porque a luz tudo manifesta” (Efé. 5:13). Aqueles que nos rodeiam podem ser, simultaneamente, expostos à qualidade moral e espiritual da nossa vida e transformados por ela. A luz transforma, à medida que expõe o erro, e, depois, é aceite. Tal como aconteceu com Jesus, a nossa luz atravessa as trevas e vence-as (João 1:4-9; compare com Isa. 60:1-5). Quanto mais densas as trevas, mais radiosamente brilhamos como luzes para Jesus e para o Seu reino de luz. Este brilhar não é meramente doutrinário ou teológico, mas moral – a nossa vida transformada pela mente de Jesus: na forma como tratamos os outros, nas nossas atitudes, na pureza, na bondade e no respeito (Mat. 5:16; I João 2:6, 9 e 10; compare com I João 3:18). Glorifcar a Deus Conta-se a história de algumas velas que se recusaram a ser tiradas de um armário para proporcionarem luz durante uma grande trovoada. Todas tinham desculpas quanto à razão por que não deviam dar luz. Quando o marido disse à esposa que as velas não davam nada, ela explicou: “Ah, essas são velas de igreja.” É assim a nossa tendência de esconder a nossa luz. Mas Cristo convida-nos a deixarmos a qualidade moral da nossa vida brilhar como uma vela no cimo de um monte, de forma tão clara e radical que outros vejam Deus e O queiram glorifcar (Mat. 5:15 e 16). Somos convidados a estarmos numa ligação dinâmica com Ele, que disse: “Eu sou a luz do mundo; quem Me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8:12). Somos chamados, não para nos isolarmos do mundo, mas para vivermos de maneira diferente da dos nossos amigos e conhecidos. Não podemos ser participantes das suas atitudes e comportamentos no que toca a normas sexuais, a atitudes para com o dinheiro, ou à forma como gracejam, como contam histórias e como fazem insinuações imorais. Nós somos diferentes; nós somos luz. O romancista e dramaturgo inglês David Lodge estava a assistir a uma das suas criações, uma revista satírica, na noite de 22 de novembro de 1963. A assistência no teatro dava gargalhadas, enquanto um ator na peça aparecia para uma entrevista de emprego com um rádio transístor colado ao ouvido, tornando patente a indiferença desdenhosa própria do seu caráter. O ator, seguidamente, pousou o rádio e ligou para uma estação, permitindo que música, notícias e anúncios publicitários se ouvissem em fundo, enquanto a peça decorria. Nessa noite, porém, surgiu uma voz na rádio a anunciar um boletim noticioso de última hora: “Esta tarde, o presidente americano John F. Kennedy foi assassinado…” A assistência susteve a respiração, e o ator desligou imediatamente o aparelho, mas era demasiado tarde. Numa simples frase, a realidade do mundo lá fora quebrara o mundo artifcial do teatro. A seguir àquilo, o que quer que tivesse lugar no palco parecia superfcial e irrelevante. Uma simples luz no meio das trevas atrai a atenção. A maior força na Terra para transformar outros é a infuência do exemplo pessoal – a nossa própria vida santa a irradiar nas trevas morais que nos rodeiam. Vamos deixar a nossa luz acesa! Questões para refetir e partilhar 1. Recorde a sua experiência Cristã. Que pessoas, numa altura ou noutra, demonstraram o que signifca viver como “flhos da luz”? Como o fzeram? 2. Se os seus amigos e vizinhos reparassem nalguma coisa na sua vida que o distingue como estando a viver na luz, em que poderiam eles reparar? 3. Se os Cristãos são “a luz do mundo” (Mat. 5:14), por que razão parece que a nossa infuência está a diminuir na sociedade em geral? Segundo Sábado O Nosso Dever Atual Que passos estarmos a dar em direção ao céu? Ellen G. White Ele, “também, depois de ter padecido, Se apresentou vivo, com muitas e infalíveis provas, sendo visto por eles por espaço de quarenta dias, e falando do que respeita ao reino de Deus. E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse Ele) de Mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias. Aqueles, pois, que se haviam reunido, perguntaram-Lhe, dizendo: Senhor, restaurarás Tu neste tempo o reino a Israel? E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo Seu próprio poder” (Atos 1:3-7). Os discípulos estavam ansiosos por saber o momento exato da revelação do reino de Deus; mas Jesus disse-lhes que não podiam conhecer os tempos e as estações; pois o Pai não os tinha revelado. Compreenderem quando é que o reino de Deus iria ser restaurado não era a coisa mais importante que deviam saber. Era seu dever serem achados a seguir o Mestre, orando, aguardando, vigiando e trabalhando. Deviam ser representantes do caráter de Cristo perante o mundo. Aquilo que era fundamental para uma experiência Cristã bem-sucedida nos dias dos discípulos é fundamental também no nosso tempo. “E disse-lhes: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo Seu próprio poder. Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós.” E depois de o Espírito Santo vir sobre eles, o que deviam fazer? “E serMe-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confns da Terra” (versículos 7 e 8). Entregar-se e Testemunhar Este é o trabalho em que devemos também estar envolvidos. Em vez de viver na expectativa de um período de entusiasmo especial, devemos aproveitar sensatamente as oportunidades atuais, fazendo aquilo que deve ser feito para que almas possam ser salvas. Em vez de exaurir as nossas forças mentais com especulações a respeito dos tempos e das estações que Deus submeteu ao Seu próprio desígnio, e que escondeu dos homens, devemos render-nos ao controlo do Espírito Santo, realizar as obrigações atuais, distribuir o pão da vida, não adulterado com opiniões humanas, às almas que estão a perecer por falta da verdade. Satanás está permanentemente pronto a encher a mente com teorias e cálculos que desviarão os homens da verdade presente e que os tornarão inaptos para serem arautos da mensagem do terceiro anjo ao mundo. Sempre assim foi; pois o nosso Salvador teve com frequência de repreender aqueles que se dedicavam a especulações e que estavam sempre a indagar sobre aquelas coisas que o Senhor não tinha revelado. Jesus viera à Terra para comunicar verdades importantes aos homens e desejava impressionar-lhes a mente com a necessidade de receberem e de obedecerem aos Seus preceitos e instruções, dando cumprimento ao seu dever atual; e as Suas comunicações eram de um tipo que comunicava conhecimento para seu uso diário e imediato. Jesus disse: “A vida eterna é esta; que Te conheçam, a Ti só, único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a Quem enviaste” (João 17:3). Tudo o que era feito e dito tinha em vista este único objetivo – gravar a verdade na mente dos discípulos, para que pudessem alcançar a vida eterna. Jesus não veio para deslumbrar os homens com uma grandiosa declaração de um tempo especial em que um qualquer grandioso evento deveria ocorrer, mas veio para instruir e salvar os perdidos. Ele não veio para despertar e gratifcar a curiosidade; pois Ele sabia que isto não faria mais do que aumentar o apetite pelo curioso e pelo maravilhoso. Era Seu alvo comunicar conhecimento pelo qual os homens pudessem aumentar em força espiritual e progredir no caminho da obediência e da verdadeira santidade. Ele apenas deu aquelas instruções que eram apropriadas às necessidades da sua vida diária, apenas aquelas verdades que podiam ser dadas a outros para serem de igual modo apropriadas. Ele não fez novas revelações aos homens, mas abriu-lhes o entendimento a verdades que há longo tempo tinham sido obscurecidas ou deslocadas pelos falsos ensinos dos sacerdotes e mestres. Jesus recolocou as joias da verdade divina no seu devido lugar, segundo a ordem em que tinham sido comunicadas aos patriarcas e profetas. Depois de lhes ter dado esta preciosa instrução, Ele prometeu darlhes o Espírito Santo, pelo Qual todas as coisas que Ele lhes dissera seriam trazidas à sua memória. Orar por uma Mudança de Coração Corremos continuamente o risco de passar por cima da simplicidade do Evangelho. Há um desejo intenso da parte de muitos de espantar o mundo com qualquer coisa de original, que eleve as pessoas a um estado de êxtase espiritual e altere a atual ordem de experiências. Certamente há uma enorme necessidade de uma mudança na atual ordem de experiências, pois a santidade da verdade presente não é compreendida como devia ser, mas o que precisamos é de uma mudança de coração, e esta só pode ser obtida buscando-se individualmente de Deus a Sua bênção, suplicando-Lhe o Seu poder, orando fervorosamente para que a Sua graça possa vir sobre nós e que o nosso caráter seja transformado. Esta é a mudança de que necessitamos hoje, e, para se chegar a essa experiência, devemos pôr em prática uma energia perseverante e manifestar uma sinceridade vinda do fundo do coração. Devemos perguntar com verdadeira sinceridade: “Que devo fazer para ser salvo?” Temos a obrigação de saber que passos estamos a dar em direção ao Céu. Cristo passou aos Seus discípulos verdades cujo alcance, profundidade e valor eles pouco apreciaram, ou nem sequer compreenderam, e a mesma condição existe entre o povo de Deus nos dias atuais. Também nós temos fracassado em aceitar a grandeza e perceber a beleza da verdade que Deus nos confou hoje. Caso avançássemos em conhecimento espiritual, veríamos a verdade a desenvolver-se e a ampliar-se em direções com que pouco sonhámos, mas nunca ela se desenvolverá em qualquer direção que nos leve a imaginar que podemos saber os tempos ou as estações que Deus estabeleceu pelo Seu próprio poder. Vez após vez tenho sido advertida quanto à marcação de datas. Nunca mais voltará a haver outra mensagem para o povo de Deus baseada no correr do tempo. Não nos compete vir a saber o momento exato, quer para o derramamento do Espírito Santo, quer para a vinda de Cristo (...). Vigiar, Aguardar, Orar e Trabalhar Deus estabeleceu os tempos e as estações pelo Seu próprio poder. Que razão leva Deus a não nos dar este conhecimento? Porque, se Ele o fzesse, não faríamos dele um uso correto. De tal conhecimento resultaria um conjunto de circunstâncias entre o nosso povo que retardaria tremendamente a obra de Deus na preparação de um povo para enfrentar o grande dia que está para vir. Não devemos viver com base em emoções por causa do passar do tempo. Não devemos fcar enleados com especulações a respeito dos tempos ou das estações que Deus não revelou. Jesus disse aos Seus discípulos para “vigiarem”, mas não em relação a um tempo defnido. Os Seus seguidores devem estar na posição daqueles que estão à escuta de ordens vindas do seu Capitão; devem vigiar, esperar, orar e trabalhar, à medida que se aproxima o dia da vinda do Senhor; ninguém, porém, terá a possibilidade de predizer exatamente quando esse tempo vai chegar; pois “daquele dia e hora ninguém sabe” (Mat. 24:36). Não podereis dizer que Ele vai vir dentro de um, dois, ou cinco anos, como também não deveis protelar a Sua vinda, declarando que poderá não ser nos próximos dez ou vinte anos. É dever do povo de Deus ter as suas lâmpadas preparadas e acesas e ser como indivíduos que aguardam o Noivo, quando Ele voltar do casamento. Não temos um momento a perder negligenciando a grande Salvação que nos foi providenciada. O tempo da graça para as almas está a chegar ao fm. De dia para dia vai sendo selado o destino de homens, e mesmo desta congregação não sabemos quão brevemente muitos fecharão os olhos na morte e serão amortalhados para o túmulo. Devemos agora considerar que a nossa vida está a passar rapidamente, que não estamos em segurança um só momento, a menos que a nossa vida esteja escondida com Cristo, em Deus. Um Chamado ao Testemunho, por Intermédio do Espírito Santo O nosso dever não é o de estar ansiosamente à espera de um tempo especial para um trabalho especial a ser feito por nós, mas é o de ir avante no nosso trabalho de advertir o mundo; pois devemos ser testemunhas de Cristo até aos confns da Terra. Em torno de nós há jovens, impenitentes, não convertidos, e o que estamos a fazer por eles? Pais, no ardor do vosso primeiro amor, estais procurando a conversão dos vossos flhos, ou estais absortos com as coisas desta vida, a tal ponto que não estais a fazer esforços sinceros para serdes obreiros juntamente com Deus? Sentis apreço pelo trabalho e pela missão do Espírito Santo? Compreendeis que o Espírito Santo é a agência pela qual se espera que alcancemos as almas daqueles que nos rodeiam? Quando esta reunião terminar, ides daqui e esquecereis os apelos fervorosos que vos foram dirigidos? Vão as mensagens de advertência fcar sem ser atendidas e a verdade que ouvistes vai escoarse do vosso coração como a água se escoa de uma vasilha quebrada? O apóstolo diz: “Portanto, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas. Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu frme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação…? (Heb. 2:1-3). O Nosso Dever Atual A mensagem do terceiro anjo está a crescer a ponto de se tornar num alto clamor, e não vos deveis sentir na liberdade de negligenciar o dever atual, e mesmo assim acariciar a ideia de que, nalgum momento no futuro, sereis recetores de grande bênção, quando, sem qualquer esforço da vossa parte, tiver lugar um maravilhoso reavivamento. É hoje que vos deveis entregar a Deus, para que Ele possa fazer de vós vasos de honra aptos para o Seu serviço. É hoje que vos deveis entregar a Deus, para que possais ser esvaziados do eu, esvaziados da inveja, do ciúme, de vis suspeitas, de contendas, de tudo o que é desonroso para Deus. É hoje que deveis ter o vosso vaso purifcado para que esteja pronto para o orvalho celestial, pronto para os aguaceiros da chuva serôdia; pois a chuva serôdia virá e a bênção de Deus encherá cada alma que está purifcada de toda a corrupção. É nossa tarefa de hoje render a nossa alma a Cristo, para que sejamos preparados para o tempo de refrigério que vem da presença do Senhor – preparados para o batismo do Espírito Santo! Este artigo é um excerto de um escrito primeiramente publicado na Advent Review and Sabbath Herald (Revista do Advento e Arauto do Sábado), de 22 de março de 1892. Baseia-se num sermão originalmente pregado em Lansing, no estado do Michigan, nos Estados Unidos, no dia 5 de setembro de 1891. Os Adventistas do Sétimo Dia acreditam que Ellen G. White (1827-1915) possuiu o Dom Bíblico de Profecia durante mais de 70 anos de ministério público. Questões para refetir e partilhar 1. Que razão torna tão contraproducente o foco no tempo exato da vinda de Jesus, quando o que Ele nos convida a fazer é a estarmos preparados? 2. O que impulsionou o imenso progresso missionário da Igreja Primitiva, e como seria isso aplicável a nós, 2000 anos mais tarde? 3. Leia a parábola das 10 virgens em Mateus 25:1-13. Que princípios de uma espera ativa podemos nós encontrar nesta importante história? 4. De que modo podemos tornar-nos testemunhas ativas e alcançar um mundo que parece estar cada vez menos interessado no Evangelho? Leituras para as Crianças A PALAVRA DE DEUS “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsifcado, para que, por ele, vades crescendo” (I Pedro 2:2). Primeiro Sábado O Precioso Livro de Deus Tínhamos acabado de nos mudar para uma nova zona, e a nossa nova casa ainda não estava pronta. Como iria levar cerca de três semanas para concluir os retoques fnais na nossa nova casa, alguns amigos hospedaram-nos. Estes tinham uma flha com 6 anos, que tinha uma personalidade muito agradável e era muito esperta. Um dia, quando voltou da escola, vinha com dois pequenos vasos que tinham plantas. Uma das plantas estava saudável, e a outra estava murcha e a morrer. Eu percebi que ela tinha grandes novidades para contar. Ela pôs as plantas no chão e disse-me que as plantas que trouxera eram o seu projeto escolar. Explicou que, antes de nós lá termos chegado, a professora lhe dera duas plantas para serem postas em vasos. Os alunos deviam pôr um dos vasos onde havia muita luz e o outro num lugar muito escuro. A planta que fcasse no escuro não devia ser fertilizada, mas a outra, que estava na luz, devia. Enquanto a planta na luz devia ser regada uma ou duas vezes por semana, a planta do escuro devia ser regada só no momento em que fosse plantada. Foi dito aos alunos que deviam levar os vasos de volta à escola ao fm de duas semanas. A mãe da menina ajudou-a a proceder à plantação e, no fnal das duas semanas, ela pegou em ambas as plantas e levou-as para a escola. Aí descobriu que não só a sua planta, mas também todas as plantas dos seus colegas de turma que tinham estado no escuro estavam a morrer. A professora explicou que a razão por que as plantas estavam a morrer era a falta de nutrientes, os quais as ajudam a desenvolverem-se. Sem luz e sem fertilizantes e alimentos adequados, nenhuma planta consegue crescer e, para que uma planta se desenvolva realmente bem, ela precisa de humidade, ar, luz solar e um solo fértil. Quando esta menina se afastou com os seus dois vasos, não pude deixar de pensar que a mesma coisa acontece com a nossa vida espiritual. Se não obtivermos os nutrientes espirituais certos, não vamos crescer. ATIVIDADE Leiam os versículos abaixo e, depois, completem o puzzle das palavras cruzadas. “Estai em Mim, e Eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em Mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em Mim, e Eu nele, esse dá muito fruto; porque, sem Mim, nada podeis fazer” (João 15:4 e 5). HORIZONTAIS 1. É a partir daqui que os ramos crescem. 4. Isto é o que uma pessoa deve fazer para dar muito fruto: "Estai em_______." 6. Se Jesus estiver em _____, daremos muito fruto. 7. Aquilo que produzimos quando permanecemos ligados à videira. VERTICAIS 2. Nenhuma vara (ou ramo) pode dar fruto _____. 3. Quem é a videira? 5. Quanto é que podemos produzir se não estivermos na videira? A PALAVRA DE DEUS “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (II Coríntios 5:17). Domingo Atirar Pedras Quando andava na escola primária, os meus amigos puseram-me a alcunha de “Baixinho”. Só que, sempre que alguém me chamava assim, eu atirava-lhe pedras. Eu tinha cerca de 11 anos quando aconteceu o seguinte incidente. Num certo dia, quando ia a pé para casa, algumas meninas chamaram-me “Baixinho”. Arranjei uma pedra e atirei-a contra elas. A pedra acertou numa das meninas, mesmo por cima do olho direito e, quando vi aquilo, desapareci a correr. Quando cheguei a casa, passei a correr pelos meus espantados pais e fui direito ao meu quarto, a pensar no que me poderia acontecer. De repente, comecei a ouvir chorar do lado de fora da casa. Olhei pela janela e vi a menina com os pais dela. Parecia que alguém lhe tinha deitado sangue por cima. Depois de falarem com os meus pais, a menina e os pais foram-se embora. O meu pai, visivelmente zangado, veio imediatamente ter comigo ao meu quarto e mandou-me ir atrás dele. Caminhámos um bom bocado por um caminho até à mata e sentámo-nos debaixo de uma árvore. Sentei-me ao lado dele, longe do alcance do seu braço. O meu pai olhou para mim e perguntou porque é que eu tinha atirado pedras às meninas. “Porque elas me chamaram 'Baixinho'”, respondi, muito zangado. “E quanto é que cresceste desde que lhes atiraste pedras?”, perguntou ele. Fiquei sem resposta. “Atirar pedras aos teus amigos não te vai tornar mais alto”, disse o meu pai. “Tens de tomar uma decisão. Ou vais passar o resto da tua vida a atirar pedras às pessoas, ou vais aceitar-te a ti mesmo, da maneira que és, porque não vais fcar muito mais alto do que isso. Mas a verdade é que simplesmente não podes passar a vida a atirar pedras às pessoas.” Fiquei calado. “Olha, vê as coisas desta maneira”, disse o meu pai. “Deus está a construir uma casa, e Ele sabe exatamente onde este pequeno tijolo (e apontou para mim) se vai encaixar nos Seus planos. Em João 9:1-3 há uma história de um homem cego. Quando as pessoas perguntaram a Jesus quem tinha pecado, Jesus respondeu que nem os pais dele nem o próprio cego tinham pecado, mas que o homem era cego para que a obra de Deus pudesse ser revelada na sua vida. “Deus permite que certas coisas nos aconteçam para Sua glória”, acrescentou. “Lembra-te de que, quando Deus criou Adão e Eva, Ele fê-los à Sua imagem. Tu também és feito à imagem de Deus. E aprende isto: Deus não faz lixo.” Depois de o meu pai ter acabado de falar, fzemos uma oração juntos e fomos para casa. Aquela conversa com o meu pai mudou-me por completo. Aceitei-me precisamente como eu era. Embora seja baixo, sei que sou feito à imagem de Deus. Por intermédio do meu pai, Deus recriou-me e deixei de atirar pedras às pessoas. ATIVIDADE Façam o seguinte exercício para descobrirem algo acerca da Criação. 1 Escolham qualquer número par entre 1 e 10 e escrevam-no nesta linha. ________ 2 Somem-lhe o número par imediatamente a seguir a esse. Escrevam o total nesta linha. ________ 3 Somem 8 ao total achado no passo 2. ________ 4 Dividam o total do passo 3 por 2. ________ 5 Subtraiam o primeiro número escolhido ao vosso total do passo 4. ________ 6 Somem 2 ao número encontrado no passo 5. ________ Se lerem Génesis 1:31 e Génesis 2:1-3, vão descobrir que o resultado que obtiverem no passo 6 é o número de dias que foram ocupados na Criação do mundo, incluindo o descanso do Sábado. A partir de uma Terra sem forma, em trevas e vazia, Deus fez um mundo belo. Ele pode fazer o mesmo por nós. Ele é capaz de perdoar todos os nossos erros e fazer de nós uma nova Criação, uma pessoa amorosa e digna de ser amada. A PALAVRA DE DEUS “Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual, também, para o que é dos outros” (Filipenses 2:4). Segunda-feira Como o Pedro se Fez Bom Amigo do Marco Mauzão O Pedro e os pais mudaram-se para uma nova cidade. No primeiro dia em que o Pedro apanhou o autocarro da escola, ouviu a miudagem a dizer: “Marco, há cá um tipo novo.” O Pedro voltou-se e viu um rapaz, com um físico que parecia o de um campeão de levantamento de pesos, vir direito a ele. “Atira-te a ele, Marco”, cantarolavam os rapazes. Enquanto o Marco dava passos em direção ao Pedro, os seus bíceps pareciam dar saltos a cada passo. O Pedro, que também era um bom atleta, sorriu quando o Marco se aproximou e viu-o sentar-se à sua frente. “Eu sou o Marco Mauzão”, disse ele. O Pedro acenou com a cabeça. “Tens algum pequeno-almoço para mim?, perguntou o Marco. “Não fz planos a contar contigo, mas posso dar-te uma das minhas sandes”, respondeu o Pedro. O Pedro abriu a lancheira e deu uma sandes ao Marco. Este deu uma dentada, e os rapazes aplaudiram e gritaram. Por entre as dentadas, o Marco olhou para o Pedro e disse: “A tua sandes está demasiado seca. Preciso de qualquer coisa para beber.” Os rapazes riram-se, mas o Marco voltou-se e mandou-os fcarem calados ou então… Quando o Pedro voltou para casa, contou aos pais o que tinha acontecido. “Foi bom aquilo que tu fzeste”, disseram eles. “Mas o que me aborrece é que eu sei que sou mais forte do que o Marco”, respondeu o Pedro. “Lembra-te do que a Bíblia diz, flho: Ama aqueles que te perseguem”, animou-o a mãe. O Marco continuou com aquilo durante umas duas semanas. Um dia, depois das aulas, quando todos os outros alunos já estavam dentro do autocarro, o Marco apareceu a correr. Ao tentar subir para o autocarro, pôs um pé em falso, caiu e bateu com a cara nos degraus. Quando levantou a cabeça, havia sangue a correr-lhe da boca e da testa. Ele cambaleou para dentro do autocarro e arranjou um lugar. Alguns rapazes começaram a rir à socapa, mas o Marco estava demasiado dorido para fazer qualquer coisa a esse respeito. Quando o condutor do autocarro telefonou à enfermeira da escola, o Pedro foi até junto do Marco, pôs-lhe a mão no ombro e perguntou: “Posso ajudar-te de alguma maneira?” “Penso que vou fcar bem”, respondeu o Marco por entre os lábios cortados e inchados. O Pedro deu um pouco de água ao Marco para este lavar a boca. No dia seguinte, no autocarro, o Pedro viu o Marco num dos bancos de trás. Os lábios e a testa ainda estavam inchados. Pouco depois, o Marco veio à frente e pediu desculpas pela maneira como tinha tratado o Pedro, dizendo-lhe que não entendia a razão por que o Pedro tinha sido amável para com ele. O Pedro disse-lhe que a Bíblia nos ensina a sermos bons para com aqueles que nos maltratam. Desse dia em diante, o Marco e o Pedro tornaram-se nos melhores amigos, e o Marco passou a ser um rapaz totalmente diferente. ATIVIDADE O Jogo Bíblico do Transplante de Coração O Dr. Christian Barnard realizou o primeiro transplante de coração num ser humano, no dia 3 de dezembro de 1967, no Hospital de Groote Schuur, na Cidade do Cabo, na África do Sul. Infelizmente, o paciente, o Sr. Louis Washkansky, não sobreviveu muito tempo. Morreu 18 dias mais tarde com uma pneumonia. Há milhares de anos que Jesus tem estado a transplantar corações. Coloquem as vogais (a, e, i, o, u) no texto abaixo para descobrirem um versículo que fala de Jesus a transplantar corações. Depois, peçam a um dos adultos que vos ajude a encontrar a referência bíblica e escrevam-na na linha disponível. “_ lh_s d_r_ _ _m m_sm_ c_r_ç_ _, _ _m _sp_r_t_ n_v_ p_r_ _ d_ntr_ d_l_s; lh_s _ t_r_r_ _ d_r_ _ _m d_ c_r_ç_ _ s_ _ d_ c_r n_ _ c_r_ç_ _ d_ p_dr_, c_r n_.” ______________________. A humildade do Pedro contribuiu para a mudança no coração do Marco. Também nós podemos fazer o mesmo para ajudar alguém a tornar-se numa pessoa melhor. _ A PALAVRA DE DEUS “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Filipenses 4:8). Terça-feira Cegueira Nós achamos que temos sempre os nossos olhos garantidos. Já alguma vez brincaram ao jogo da cabra-cega? O jogo só é divertido porque sabemos que, depois do jogo, vamos voltar a ver. Conseguem, porém, imaginar o que seria, se fcassem com os olhos vendados para o resto da vossa vida? Isto não teria graça nenhuma. Conheço um rapaz que nasceu cego. Embora este rapaz tenha muitos talentos, como seja tocar guitarra, cantar belissimamente, e embora tenha sempre um sorriso no rosto, ele disse-me uma vez que deseja poder ver exatamente como os outros rapazes e meninas. A cegueira não é divertida. E o diabo sabe disso. Ele quer que fquemos de olhos vendados para o resto da nossa vida, de modo a que não sejamos capazes de ver a bondade de Jesus. Infelizmente, há algumas pessoas que o deixaram fazer isso e essas pessoas não veem as boas coisas que Deus tem para elas. ATIVIDADES Ordenem as letras das palavras destacadas em cada uma das frases abaixo, de modo a encontrarem algumas das coisas que as pessoas que estão com os olhos vendados pelo diabo não conseguem ver. Não veem o (orma) ________ de Deus. Não são capazes de ver a (nobdeda) __________ de Deus. Não conseguem ver a (pãoçoter) ____________ que Deus dá. Não conseguem ver a (riãonoteça) ____________ que Deus nos dá. O Jogo da Cabra-cega A seguir há quatro gravuras de crianças que estão com os olhos vendados. Debaixo de cada gravura há uma linha. Em cada uma das linhas, escrevam uma coisa que o diabo consegue usar para nos vendar os olhos, para que não vejamos a bondade de Jesus. Quando o diabo nos venda os olhos e deixamos de ser capazes de ver a bondade de Jesus, não conseguimos ser honestos, verdadeiros, bondosos e justos. Vamos pedir a Jesus para nos ajudar a permanecer n’Ele o tempo todo e a não termos os olhos vendados pelo diabo. Vamos orar a Jesus diariamente para que nos dê o poder de vencer as tentações do diabo e nos dê o desejo de ler todos os dias a nossa Bíblia e outros livros Cristãos. Com Jesus a dirigir cada dia a nossa vida, Ele vai ajudar-nos a: obedecermos aos nossos pais e professores, a ir à igreja e a gostar de estar lá, a ouvir boa música Cristã, a ver só programas de televisão Cristãos, educacionais e formadores do caráter, a ser moderados no uso do telemóvel e de outros meios de comunicação e muitas outras coisas assim. Ele vai ajudar-nos para que só coisas boas preencham a nossa mente. RESPOSTAS DA PRIMEIRA ATIVIDADE: amor, bondade, proteção, orientação. A PALAVRA DE DEUS “Pelo que, deixai a mentira, e falai a verdade, cada um com o seu próximo; porque somos membros uns dos outros” (Efésios 4:25). Quarta-feira O “Sr. iPhone” Põe as Coisas em Ordem O Jónatas era provavelmente o rapaz mais fxe que alguém alguma vez já conheceu. A lista de coisas que ele conseguia fazer parecia infndável. Puseram-lhe a alcunha de “Sr. iPhone”, porque os jovens da sua escola acreditavam que um iPhone conseguia fazer praticamente tudo. O Jónatas, na verdade, nem sequer tinha um telemóvel, embora um bom número de alunos tivesse. Numa certa manhã de inverno, o Beto, um colega de turma do Jónatas, entrou a correr na sala, muito feliz, a mostrar um iPhone que lhe tinha sido oferecido como presente de aniversário. Os outros colegas da turma reuniram-se à volta do Beto enquanto este ia demonstrando como é que aquele monte de tecnologia funcionava. O Jonatas fcou cheio de inveja, porque o Beto atraía a atenção de todos – e até tinha um iPhone. Cerca de uma semana mais tarde, durante o intervalo, o Jónatas entrou na casa-debanho mesmo a tempo de ver o Beto a sair de uma das divisões das sanitas. Quando o Jónatas lá entrou, nem queria acreditar nos seus olhos. Mesmo ali à frente dele, no chão junto à sanita, estava o iPhone do Beto! Rapidamente apanhou o aparelho, desligou-o e pô-lo no bolso de dentro do seu casaco. Quando o Jónatas saiu da casa-de-banho para o corredor, cruzou-se com o Beto que vinha a correr com um olhar de desespero no rosto. O Jónatas foi rapidamente para a sala de aulas e sentou-se no seu lugar. Logo a seguir, viu o Beto, que tinha estampada na face uma grande tristeza, a entrar para a sala. Com uma voz chorosa, o Beto perguntou à turma se alguém tinha visto o seu telefone. “Não”, responderam os colegas. Quando o professor e o diretor da escola interrogaram os alunos, todos eles negaram ter visto o telefone do Beto. O Jónatas sentiu-se aliviado quando as aulas terminaram e ele pôde entrar para o autocarro em direção a casa. Quando chegou a casa, correu para o seu quarto, fechou a porta atrás de si e ligou o telefone, tendo tido o cuidado de o pôr no modo de vibração. Pouco depois chegou a hora do jantar. O Jónatas deixou o telefone debaixo da almofada da cama e desceu para comer. O pai pediu para sair da mesa, com a ideia de ir, às escondidas, colocar uma prenda surpresa no quarto do Jónatas. Quando o pai pôs a prenda em cima da cama, ouviu um ténue som de vibração. Ao levantar a almofada, viu o telefone. Pôs-lhe outra vez a almofada em cima e voltou para continuar o jantar com a família. Depois da refeição, o pai perguntou ao Jónatas se este tinha alguma coisa que quisesse dizer à família. O Jónatas disse que não. O pai disse-lhe então que, quando fora pôr uma prenda na sua cama, tinha ouvido um som de vibração a vir de debaixo da almofada. O Jónatas olhou para os pais e lágrimas começaram a correr-lhe pela face. E então confessou aos pais que tinha roubado o iPhone do Beto. O Jónatas disse aos pais que ia devolver o telefone e confessar diante da turma o que tinha feito. No dia seguinte, o pai foi com ele à escola e o Jónatas pôs as coisas em ordem. Embora o Jónatas continue a não ter um telemóvel, é agora um rapaz feliz. ATIVIDADE Abaixo encontra-se um diagrama do cérebro com números à volta. Também encontras, ao lado, colunas com letras e números. Escrevam as letras das colunas no número correspondente ao número no cérebro, e vão encontrar um lindo apelo vindo de Deus. Depois, procurem o versículo escondido e anotem a referência na linha por baixo das colunas. A (38) E (7) I (18) U (17) D (4) N (29) O (11) I (24) Ã (10) , (6) M (20) T (9) G (16) A (36) Z (25) A (14) E (28) O (31) I (2) O (26) : (41) D (23) E (21) . (33) 1 (42) 8 (43) E (5) I (34) N (8) , (22) E (13) S (35) S (27) R (32) V (1) H (30) 1 (40) I (37) N (3) R (15) - (19) S (39) Resposta: _____________________. , (12) A PALAVRA DE DEUS “Porque Deus amou o mundo, de tal maneira, que deu o Seu Filho unigénito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Quinta-feira Ganhando Outros para Jesus Em 1999, quando estava a trabalhar no Zimbabué, levei um grupo de jovens que estava de visita ao país, vindos da Universidade de Sahm-yook na Coreia do Sul, desde Harare, a capital, até à barragem hidroelétrica de Kariba, uma das maiores barragens do mundo feitas pelo homem. O grupo de jovens, juntamente com o seu dirigente e meu amigo, o Pastor Song, tinha vindo para falar a outros acerca de Jesus. Perto da barragem, há uma grande comunidade piscatória, que era o sítio para onde nos íamos dirigir. O Pastor Song falava um pouco de inglês. A maior parte dos jovens do grupo praticamente não falava nada de inglês, mas isso não arrefeceu o seu entusiasmo no sentido de infuenciarem outros para Jesus. Chegámos por volta das 10h00 da noite. Ao nos aproximarmos de Kariba, do cimo de um monte, vi as luzes de uma grande “cidade” lá em baixo. Depois, a estrada fazia uma curva para a direita e nós subimos um outro monte até à hospedaria. Eu disse ao Pastor Song que não fazia ideia nenhuma de que havia uma cidade tão grande junto à barragem de Kariba. Depois do pequeno-almoço, saímos para visitar a cidade. Para nossa surpresa, tudo o que vimos foi água, três canoas e um bote. Havia vários garotos a brincar na água, e alguns homens a remendarem as redes nas praias da barragem. Voltando-nos para um dos trabalhadores da hospedaria, perguntámos-lhe onde é que estava a cidade que tínhamos visto na noite anterior. Ele riu-se e disse-nos que o que tínhamos visto eram pessoas a pescar. Explicou que a melhor altura para se apanhar peixe é à noite, e as luzes são uma das técnicas que os pescadores utilizam. Eles levam para o lago luzes brilhantes. Os peixes são atraídos para a luz e juntam-se ao pé dos barcos. Os pescadores lançam as redes para os apanhar. O Pastor coreano perguntou se eles também apanhavam peixe durante o dia. O trabalhador disse-nos que sim, mas não tanto como durante a noite. Ele apontou e disse que algumas das pessoas que víamos estavam a apanhar peixe com anzois. Olhou para nós, sorriu e disse: “Embora se possa apanhar peixe em qualquer altura do dia, o melhor tempo para pescar, e apanhar uma boa quantidade deles é à noite.” Agradecemos-lhe e fomo-nos embora. O Pastor Song traduziu para o restante do grupo o que o trabalhador tinha dito. Pouco depois, o Pastor local juntou-se a nós com um grupo de cerca de 25 jovens. Dissenos que, como esse dia era feriado na escola, os jovens tinham-se oferecido como voluntários para nos ajudar a distribuir folhetos e convites às pessoas. Mais tarde, depois de nos organizarmos, distribuímos folhetos porta a porta e escritório a escritório. Foi formidável ver jovens vindos da Coreia, que mal conseguiam falar inglês, e jovens de Kariba, que decidiram não ir brincar com os seus amigos na barragem de Kariba, a trabalharem ombro a ombro na distribuição de folhetos e a convidarem pessoas para virem e aprenderem acerca de Jesus. Estes jovens sabiam que Deus deu o Seu Filho para morrer por nós para que possamos ser salvos. Eles também compreendiam muito bem que muitas pessoas não conhecem totalmente estas boas-novas. E com um grupo tão zeloso como era este, foi mesmo a ocasião certa para partilhar a mensagem de Deus. ATIVIDADE Quando se prega a outras pessoas, isso ajuda-nos a crescermos em Jesus. Também ajuda alguns dos ouvintes a aceitar Jesus e a fechar as portas a muitas coisas más. A seguir a este texto, estão quatro portas. Tracem linhas a ligar os conjuntos de letras, de porta para porta, até que tenham formado a palavra certa. Há três expressões. Uma delas é “Maus Pensamentos”. Aqui está uma pista: todas as expressões incluem a palavra “maus” ou “más”. Depois de as terem formado, escrevam as expressões nas quatro portas. RESPOSTA: Maus Pensamentos, Más Palavras, Más Ações. A PALAVRA DE DEUS “Lembrem-se disto: os que se entregam à devassidão e à imoralidade, ou se deixam dominar pela ganância, que é uma espécie de idolatria, não têm parte na herança do Reino de Cristo e de Deus” (Efésios 5:5, TIC). Sexta-feira Um Passeio a Masai Mara O NeeQua e o Billy não eram realmente jovens maus. O problema era que o NeeQua gostava de ver televisão o tempo todo e o Billy gostava de brincar com o seu telemóvel. O pai e a mãe andavam muito tristes por ver que os flhos gostavam mais de brincar com aquelas maquinetas do que de estar presentes no culto da família. O pai, que era verifcador de contas, viajava muito e tinha recebido muitas milhas da companhia de aviação por ser um passageiro frequente. Um dia, disse à família que iam utilizar as suas milhas de passageiro frequente e viajar até ao Quénia para verem animais no Parque de Masai Mara. O pai levou consigo o seu smartphone e o telefone por satélite, e a mãe levou o seu telemóvel. Estes telefones apanhavam o sinal de comunicação em qualquer parte do mundo. Depois de muitas horas de voo, a família chegou a Nairobi, a capital do Quénia. Desfrutaram de uma boa noite de descanso antes de partirem, na manhã seguinte, para Masai Mara, que fcava a uns 270 quilómetros a oeste de Nairobi. Cerca de quatro horas mais tarde, chegaram ao parque de animais selvagens. Era de cortar a respiração. Viam animais em todas as direções para onde quer que olhassem. No entanto, passadas umas horas começaram a fcar preocupados porque não tinham visto nenhuns leões. Viram, então, um carro a fazer sinais de luzes. O condutor disse-lhes que as luzes a acender queriam dizer que havia leões mais à frente. Pouco depois estavam todos entusiasmados a ver um grupo de leões a dormir à sombra de um morro de formigas. Os visitantes juntaram-se ao semicírculo de carros, e o pai tirou muitas fotografas. Como tinham sido os últimos a chegar, todos os carros já se tinham ido embora quando a família decidiu sair dali para regressar a Nairobi. O condutor deu à chave, e todos ouviram apenas o som de um clique. Fizeram várias tentativas. Nada aconteceu. O pai e a mãe olharam para os telemóveis. Não tinham rede. Nem mesmo o telefone por satélite do pai funcionava. Ficaram todos horrorizados quando viram os leões a levantarem-se e a caminharem na direção do carro. O pai sugeriu que orassem. O NeeQua e o Billy nem sequer se queixaram. A oração do pai foi breve: “Senhor, ajuda o carro a arrancar. Amém.” Depois disse ao condutor que pusesse o carro a trabalhar. Quase se podia ouvir cinco corações a bater nervosamente. O carro reagiu com o som de um rugido e os leões, assustados, fugiram a correr. Depois de chegarem ao quarto do hotel, o NeeQua e o Billy olharam para os pais e pediram desculpa por darem mais valor àqueles objetos tecnológicos do que davam à oração. Até pediram perdão. O pai e a mãe fcaram emocionados e lembraram aos flhos que a tecnologia pode falhar e deixá-los mal, mas eles poderiam sempre confar na oração. Esta experiência ajudou os jovens não só a apreciarem a oração, mas a tornarem-se mais obedientes em todas as coisas. E aprenderam a valorizar Deus mais do que qualquer outra coisa. ATIVIDADE Escondida na atividade abaixo está uma frase a explicar como podemos ajudar os nossos amigos a valorizarem Deus acima de tudo. Para encontrarem essa frase, escrevam as palavras das caixas coloridas nas linhas correspondentes. envolver Ajudem-nos uma vida sem esperança com rapazes e a não se deixarem levá-los a meninas que tentarão ____________ ____________ __________________ (vermelho) (Azul) (verde) _________________ ____________ _____________ (roxo) (preto) A frase que escreveram acima é parafraseada de Efésios 5:11. (castanho) A PALAVRA DE DEUS “É que quem vive unido a Cristo torna-se numa pessoa nova. As coisas antigas passaram. Tudo é novo” (II Coríntios 5:17, TIC). SEGUNDO SÁBADO Uma Nova Criação ATIVIDADE Esta foi uma semana formidável, uma semana transformadora da vida. Acredito que somos agora uma nova Criação e que a nossa vida vai começar a mostrar os frutos do Espírito Santo. Mas, afnal, quais são esses frutos? Vejam abaixo uma árvore com frutos que não têm mencionados e completos os respetivos nomes. Para obterem o nome completo do fruto, preencham com as letras certas os espaços em branco. Se precisarem de ajuda, vejam na Bíblia em Gálatas 5:22 e 23. Uma vida que vive os frutos do Espírito será sempre notada. Imaginemos uma conversa que decorre assim: Amigo 1: “O que te aconteceu nestes dias?” Amigo 2: “O que queres dizer com isso?” Amigo 1: “Já não andas em brigas nem dizes palavrões; és todo cheio de carinho e muito mais amável.” Amigo 2: “Decidi ser orientado por Jesus. Ele dá-me o poder de vencer maus hábitos e de viver os frutos do Espírito Santo.” Amigo 1: “E Jesus também consegue ajudar-me?” Amigo 2: “Claro que sim! Quando Jesus vive no nosso coração, somos motivados pelo Seu amor em tudo o que fazemos. Em Isaías 1:18, Deus convida-nos, a ti e a mim, para discutirmos os assuntos com Ele. Ele promete perdoar pecados e dar-nos uma vida nova!” A minha esperança é que tenha sido isto o que aconteceu convosco, na vossa vida. Lembrem-se, nós somos uma nova Criação. Deus, que criou o mundo, ainda lá está – e está pronto a continuar a recriar a nossa vida! Saustin Mfune é natural do Malawi. Atualmente é diretor-associado do Departamento dos Ministérios das Crianças da Conferência Geral. Antes disso, Mfune serviu como presidente da União do Malawi. É um homem com vasta experiência no ministério das crianças, tendo servido como diretor dos ministérios das crianças, dos jovens e da capelania na antiga Divisão da África Oriental (1996-2002). É autor também de vários livros para pais e flhos. Ele e a esposa, Gertrude, têm quatro flhos e uma neta.