Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL PROJETO ARIPUANÃ/MT: MINA SUBTERRÂNEA DE POLIMETÁLICOS MINERAÇÃO DARDANELOS LTDA VOLUME 6: RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Cuiabá/MT, Maio de 2015 ii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 CORPO TÉCNICO INFORMAÇÕES GERAIS DO EMPREENDIMENTO Bruno Yoshida Tomaselli, Eng.º de Minas, CREA 5062373662 André Luiz da Silva Molina, Geólogo José Maria Gorjão da Luz, Geólogo, CREA: 120.473.586-7 INFORMAÇÕES SOBRE O MEIO FÍSICO CLIMA Prof. Dr. Francisco de Almeida Lobo, Engº Agrônomo, Dr. e MSc. em Fisiologia Vegetal QUALIDADE DO AR Maurélio Passari Ultramari, Engº Civil e de Segurança do Trabalho CREA: 6.610/D/PR-Visto MT 3837/VD GEOLOGIA André Luiz da Silva Molina, Geólogo José Maria Gorjão da Luz, Geólogo, CREA: 120.473.586-7 SOLOS Lélis Nogueira Gonzaga. Geólogo, Especialista em Pedologia. CREA: 120.213.714-8 Letícia Thommen Lobo Paes de Barros, Engª Agrônoma, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade. CREA: 120.210.247-6 GEOMORGFOLOGIA Letícia Thommen Lobo Paes de Barros, Engª Agrônoma, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade. CREA: 120.210.247-6 Lélis Nogueira Gonzaga. Geólogo, Especialista em Pedologia. CREA: 120.213.714-8 RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS Daniela Maimoni de Figueiredo, Dra em Ecologia e Rec. Naturais/Limnologia, Espec. em Ambientes Inundáveis, MSc em Ecologia e Cons. da Biodiversidade Rúbia Fantin da Cruz, Bióloga, MSc em Ecologia e Conservação da Biodiversidade, CRBio: 39915/01-D Ana Paula Salvaterra da Silva, Bióloga e Técnica em Química, CRQ 16400703 16ª região HIDROGEOLOGIA HIDROVIA - Hidrogeologia e Meio Ambiente Ltda GEOPROCESSAMENTO Eliane Salete Sartor Cavalheiro, Geógrafa, Especialista em Geoprocessamento, MSc em Ciências Ambientais, CREA: 120.784.760-7 iii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 MEIO BIÓTICO FLORA TERRESTRE Vegetação Luciana Rebellato, Dra. Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre Letícia Thommen Lobo Paes de Barros, Engª Agrônoma, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade. CREA: 120.210.247-6 Fitossociologia Rosane Segalla, Bióloga, MSc. Agricultura Tropical Libério Amorim Neto, Experto em Botânica Aplicada Epífitas Adarilda Petini Benelli, Bióloga Assistente de campo: Rodrigo Peres de Andrade, Biólogo Macrófitas Rúbia Fantin da Cruz, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade FAUNA Entomofauna Nelsina Gonçalves Costa Pinho, MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade Assistentes de campo: Fábio Henrique de Oliveira Silva, MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade Rogério C. L. Santos, Biólogo Luis Gabriel O. A. Nunes, Graduando em Lic. Pl. Ciências Biológicas Ictiofauna Izaias Médice Fernandes, Doutorando em Biologia de Água Doce e Pesca Interior Assistentes de campo: Luzia da Silva Lourenço, Doutorando Zoologia Wilhan Rocha Assunção, Biólogo Tiago José Domingos, Graduando em Ciências Biológicas Jean Carlo Gonçalves Ortega, Graduando em Ciências Biológicas Herpetofauna Ricardo A. Kawashita-Ribeiro, Doutorando Ecol. e Conserv. da Biodiversidade iv Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Especialistas: Tamí Mott, PhD. Integrative Biology – especialista em anfíbios Drausio Honorio Morais, Doutorando Zoologia - especialista em répteis Assistentes de campo: Alan Cesar Bortoleto, Gestor Ambiental Joseana Luisa de Freitas, Bióloga Elizângela Silva de Brito, Bióloga Helder A. Borges Faria, Biólogo Tainá Figueras Dorado Rodrigues, Bióloga Avifauna João Batista de Pinho, Dr. Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre Assistentes de campo: Kelrene Moreira Lara, MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade Letícia Borges, Graduanda em Lic. Pl. Ciências Biológicas Fernando Ribeiro da Silva, Graduando em Lic. Pl. Ciências Biológicas Mastofauna Mônica Aragona, Bióloga, Dra em Biologia Animal Assistentes de campo: Thiago B. S. Fernandes, Biólogo Nícolas Grohnert, Graduando em Lic. Pl. Ciências Biológicas Elton Márcio de Pinho, técnico em taxidermia LIMNOLOGIA E QUALIDADE DA ÁGUA Daniela Maimoni de Figueiredo, Dra. Ecologia e Recursos Naturais Comunidades bióticas: Márcia Teixeira; Bióloga Ibraim Fantin da Cruz, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade Rúbia Fantin da Cruz, MSc Ecologia e Conservação da Biodiversidade Análises físico-químicas: Ana Paula Salvaterra da Silva, Química SÓCIO ECONOMIA, HISTÓRIA E CULTURA Luiz Vicente da Silva Campos Filho, Zootecnista, MSc. Antropologia, MSc. Ecologia e Conservação da Biodiversidade v Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Marina Azém, Médica Ginecologista, MSc. Antropologia, MSc. Saúde Coletiva ARQUEOLOGIA Valéria Cristina Ferreira e Silva, Geóloga, Dra. Arqueologia Técnico de campo: Nelson Rodrigues, Biólogo vi Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 SUMÁRIO Página 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1 2. INFORMAÇÕES GERAIS DO EMPREENDIMENTO.............................................. 2 2.1. Dados do Empreendimento......................................................................................... 2 2.2. Histórico do Empreendimento.................................................................................... 3 2.3. Localização e Acesso.................................................................................................. 6 2.4. Recursos Minerais Arex e Ambrex............................................................................. 9 2.5. Informações Geotécnicas............................................................................................ 11 2.6. Lavra Subterânea: Arex e Ambrex............................................................................. 13 2.7. Alternativas Tecnológicas Relacionadas à Extração Mineral..................................... 16 2.8. Alternativas Tecnológicas Relacionadas ao Beneficiamento do Minério................... 17 2.9. Alternativas Tecnológicas Relacionadas à Disposição dos Rejeitos.......................... 18 2.10. Alternativas Tecnológicas Relacionadas à Locação das Estruturas.......................... 19 3. LAYOUT DO COMPLEXO INDUSTRIAL................................................................ 24 4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO.............................................. 27 4.1. A Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação às Áreas Protegidas.. 33 4.2. Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação aos Fatores Ambientais Afetados............................................................................................................................. 34 4.2.1. Fase de Pesquisa Mineral.......................................................................................... 34 4.2.2. Fase de Implantação do Empreendimento................................................................ 35 4.2.3. Fase de Operação do Empreendimento..................................................................... 37 4.2.4. Fase de Desativação do Empreendimento................................................................. 39 5. PROCESSO DE BENEFICIAMENTO.......................................................................... 41 6. CLIMA E CONDIÇÕES METEREOLÓGICAS........................................................... 43 6.1. Balanço Hídrico do Município de Vera (MT).............................................................. 43 6.2. Balanço Hídrico do Município de Sinop (MT)............................................................ 45 6.3. Balanço Hídrico do Município de Porto Velho (RO).................................................. 47 vii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 6.4. Balanço Hídrico do Município de Vilhena (RO)......................................................... 49 6.5. Análise Comparativa dos Dados da Estação Cotriguaçu com as Demais Estações Consideradas neste Trabalho.............................................................................................. 51 6.6. Inferências sobre o Clima de Aripuanã........................................................................ 52 6.6.1. Sobre o Balanço Hídrico de Aripuanã...................................................................... 52 6.6.2. Análise do Fotoperíodo e da Radiação Global da Área de Interesse em Aripuanã... 53 6.6.3. Estação do Empreendimento na Área de Interesse em Aripuanã.............................. 54 6.7. Considerações sobre o Clima....................................................................................... 55 6.8. Qualidade do Ar........................................................................................................... 56 7. GEOLOGIA.................................................................................................................... 59 7.1. Mapeamento Geológico............................................................................................... 64 7.2. Geologia e Estratigrafia do Depósito........................................................................... 66 7.3.Critérios para Classificação da Zona Sulfetada............................................................. 68 7.4. Modelamento Geológico e de Recurso (Alvos Arex e Ambrex)................................. 69 8. SOLOS............................................................................................................................ 78 9. APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS........................................................................ 107 10. GEOMORFOLOGIA................................................................................................... 114 10.1. Unidades de Paisagem na Área de Influência Indireta do Empreendimento............. 116 10.2. Compartimentação morfopedológica da área de influência direta do empreendimento.................................................................................................................. 121 11. RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS.................................................................. 127 12. HIDROGEOLOGIA..................................................................................................... 164 13. MEIO BIÓTICO: VEGETAÇÃO................................................................................. 175 13.1. Flora Terrestre............................................................................................................ 175 13.2. Epífitas....................................................................................................................... 198 13.3. Macrófitas................................................................................................................... 211 14. MEIO BIÓTICO: FAUNA............................................................................................ 220 14.1. Ictiofauna................................................................................................................... 220 14.2. Herpetofauna.............................................................................................................. 221 14.3 Avifauna...................................................................................................................... 222 viii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 14.4. Mastofauna................................................................................................................. 223 15. MEIO ANTRÓPICO: SOCIOECONOMIA................................................................. 224 16. MEIO ANTRÓPICO: ESTUDO ARQUEOLÓGICO.................................................. 227 17. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS – AIA.............................................. 231 17.1. AIA Sobre o Meio Físico: Clima, Geologia, Relevo e Solos..................................... 232 17.2. AIA Sobre os Corpos D’água Superficiais................................................................ 238 17.3. AIA Sobre os Fatores Hidrogeológicos..................................................................... 241 17.4. AIA Sobre a Vegetação............................................................................................. 248 17.5. AIA sobre a Fauna (Entomofauna, Ictiofauna, Herpetofauna, Avifuna e Mastofauna)........................................................................................................................ 249 17.6. AIA Sobre o Meio Antrópico-Cultural...................................................................... 267 17.6.1. AIA sobre a Sócio-economia e o Patrimônio Histórico-Cultural........................... 267 18. BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................... 269 LISTA DE FIGURAS Página Figura 1– Carta-imagem localizando as áreas requeridas no DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda, e onde também se observa a sede municipal de Aripuanã/MT.......... 1 Figura 2 – Sequenciamento da mina de Aripuanã por depósito....................................................... 3 Figura 3 – Layout com a localização das estruturas básicas, que fazem parte do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT....................................................................................................................... 4 Figura 4 – Croqui mostrando as estruturas principais do Projeto Aripuanã, em relação aos superficiários definidos na área do empreendimento: 1 – Romero de Souza Queiróz (Anglo American), 2 – Elio Hiron Horikava (Anglo American), 3, 4, 5, 6 – Votorantim Metais Zinco, 7 – Mineração Taboco (Karmin), 8 – Gentil Zanin e Ronaldo Nunes................................................. 6 Figura 5 – Mapa rodoviário de Mato Grosso, onde pode ser observada a malha viária e o acesso à sede municipal de Aripuanã, localizada na porção extremo noroeste do estado........................... 7 Figura 6 – Recorte de carta-imagem, cujas setas vermelhas estão mostrando o acesso às áreas requeridas junto ao DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda, no município de Aripuanã/MT.......................................................................................................... 8 Figura 7 – Croqui com traçado das vias de acesso ao empreendimento, no município de Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 9 ix Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 8 – Configuração final Arex.................................................................................................. 9 Figura 9 – Configuração final Ambrex............................................................................................. 10 Figura 10 – Fotografia ilustrativa de um modelo de perfuratriz semelhante à que será utilizada no Projeto Aripuanã/MT.................................................................................................................. 13 Figura 11 – Fotografia ilustrativa de carregadeira do tipo LHD, semelhante à que será utilizada para remover o minério após ter sido detonado, no interior das minas subterrâneas Arex e Ambrex, do Projeto Aripuanã/MT.................................................................................................... 13 Figura 12 – Fotografia ilustrativa da LHD carregando caminhão no interior de uma mina subterrânea, operação semelhante à que está prevista para o Projeto Aripuanã/MT........................ 14 Figura 13 – Fotografia ilustrativa de dispositivos utilizados no interior de minas subterrâneas para estabilizar os maciços rochosos................................................................................................ 14 Figura 14 – Corte transversal, onde se observa a divisão de níveis e painéis.................................. 16 Figura 15 – Visão longitudinal do processo de operação, no interior da mina subterrânea............. 16 Figura 16 – Locações potenciais para a barragem de rejeitos........................................................... 20 Figura 17 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos, cava céu aberto Arex e pilha de estéril................................................................................................................................... 20 Figura 18 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos............................................... 21 Figura 19 – Plano diretor do Projeto Aripuanã, com planta jusante da pilha de rejeitos............. 22 Figura 20 – Plano diretor do Projeto Aripuanã com imagem de satélite ao fundo........................... 23 Figura 21 – Bacia do córrego Arrainha, com a localização das estruturas básicas do Projeto Aripuanã, e a projeção dos corpos mineralizados, Arex e Ambrex, na serra do Expedito, a qual serve de divisor natural para a rede de drenagem superficial. Município de Aripuanã/MT............. 24 Figura 22 – Croqui esquemático da configuração da pilha de rejeitos sobre carta-imagem............ 27 Figura 23 – Croqui esquemático em recorte de carta-imagem, mostrando a área quase toda alterada por pastagem onde será instalado o depósito de resíduos (seta vermelha), localizado no interflúvio de dois contribuintes da margem direita do córrego Arrainha....................................... 28 Figura 24 – Recorte do layout do plano diretor sobre carta-imagem, mostrando o contorno do Ambrex (em rosa) e a posição prevista para os paióis de explosivos e acessórios (números 1 e 2). 29 Figura 25 – Representação cartográfica das áreas de Influência Direta e Indireta do Projeto Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 30 Figura 26 – Delimitação político administrativa do município de Aripuanã, que corresponde à Área de Influência Regional do Projeto Aripuanã, e demais áreas de influência do empreendimento................................................................................................................................ 31 Figura 27 – Em destaque a bacia do córrego Guaribal e os pontos de coleta para estudos de Recursos Hídricos Superficiais, na área de influência direta do Projeto Aripuanã, município de 32 x Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Aripuanã/MT..................................................................................................................................... Figura 28 – Representação cartográfica das áreas de influência do Projeto Aripuanã para os estudos de hidrogeologia.................................................................................................................. 33 Figura 29 – Carta-imagem da área de influência regional do Projeto, o município de Aripuanã/ MT, com as demais áreas de influência, direta e indireta; e as representações cartográficas das áreas Protegidas, em destaque as Terras Indígenas e suas respectivas distâncias superiores a 10Km da AID do empreendimento.................................................................................................. 34 Figura 30 – Fluxograma de blocos: Cominuição............................................................................. 41 Figura 31 – Fluxograma de blocos: Flotação (circuito padrão)........................................................ 42 Figura 32 – Fluxograma de blocos: Filtração e Despacho................................................................ 42 Figura 33 – Circuito de cominuição.................................................................................................. 42 Figura 34 – Balanço hídrico climatológico de Vera-MT, calculado pelo método de Thornthwaite e Mather, para 100 mm de armazenamento...................................................................................... 44 Figura 35 – Curso anual da disponibilidade hídrica de Vera-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100mm de armazenamento................................................................... 45 Figura 36 – Evapopluviograma de Vera-MT. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro..................................................................................................................................... 45 Figura 37 – Balanço hídrico climatológico de Sinop-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento.................................................................. 46 Figura 38 Curso anual da disponibilidade hídrica de Sinop-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento.................................................................. 46 Figura 39 – Evapopluviograma de Sinop-MT. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro...................................................................................................................................... 47 Figura 40 – Balanço hídrico climatológico de Porto Velho-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento.................................................................. 48 Figura 41 – Curso anual da disponibilidade hídrica de Porto Velho-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento............................................................. 48 Figura 42 – Evapopluviograma de Porto Velho-RO. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro.............................................................................................................................. 49 Figura 43 – Balanço hídrico climatológico de Vilhena-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100mm de armazenamento................................................................... 50 Figura 44 – Curso anual da disponibilidade hídrica de Vilhena-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100mm de armazenamento................................................................... 50 Figura 45 – Evapopluviograma de Vilhena-RO. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês 51 xi Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 de dezembro...................................................................................................................................... Figura 46 – Dinâmica anual da precipitação pluviométrica de Cotriguaçu para o período de junho a dezembro de 2007 (A) e de janeiro a maio de 2008 (B) em relação aos valores médios mensais obtidos para os municípios de Vera, Sinop, Porto Velho e Vilhena................................... 52 Figura 47 – Ciclo anual da duração astronômica do dia e do fotoperíodo para o local de interesse, em Aripuanã...................................................................................................................... 53 Figura 48 – Ciclo anual da radiação solar global, considerando os valores teóricos máximos e mínimos possíveis para o local de interesse, em Aripuanã e os dados obtidos da estação automática de Cotriguaçu para o período de 25 de maio de 2007 a 9 de junho de 2008................. 54 Figura 49 – Localização dos pontos amostrados da qualidade do ar, nas áreas de influência do empreendimento. Mineração Dardanelos Ltda. Aripuanã/MT......................................................... 58 Figura 50a- Mapa geológico de detalhe, trend Arex-Ambrex-Babaçu-Massaranduba..................... 60 Figura 50b – Mapa Geológico Regional do Projeto Aripuanã/MT.................................................. 61 Figura 51 – Sumário da estratigrafia regional.................................................................................. 62 Figura 52 - Imagem de satélite (Ikonos) do trend Arex-Ambrex mostrando a localização das sondagens executadas....................................................................................................................... 64 Figura 53 – Secção ilustrativa mostrando a aplicação dos critérios para desenvolvimento da interpretação geológica dos corpos sulfetados Arex-Ambrex (Modelo VHMS).............................. 69 Figura 54 – Mapa Geológico do Alvo Arex, com seções geológicas e furos executados................ 70 Figura 55 – Montagem em 3D das secções geológicas interpretadas mostrando em vermelho a mnerazalição Arex............................................................................................................................ 70 Figura 56 – Mapa Geológico do Alvo Ambrex, com seções geológicas e furos executados........... 71 Figura 57 – Montagem em 3D das secções geológicas interpretadas mostrando em vermelho o minério Ambrex................................................................................................................................ 71 Figura 58 - Seção ilustrativa com a identificação dos tipos de minério (M1 e M2) em furos do alvo Ambrex. Nos gráficos de barra teores entre 0-10% para M1 (Vermelho = Zn e Cinza = Pb); 0-3% para M2 (Lilás = Cu). Legenda: Minério: MS; DS; Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Rochas Carbonáticas; Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V)................................................... 73 Figura 59 - Seção típica do alvo Ambrex (AB-1186), ilustrando a geometria, os tipos de minério e litologias presentes. Legenda furos: Minérios MS, DS, Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V)....................................................................................... 74 Figura 60 - Seção típica do alvo Arex (AR-885), ilustrando a geometria, os tipos de minério e litologias presentes. Legenda furos: Minérios: MS, DS, Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V)...................................................................................... 75 Figura 61 – Seção de probabilidade para M1 no alvo Ambrex construída a partir do modelo de blocos KI.......................................................................................................................................... 76 Figura 62 – Sólido 3D do minério M1 e M2 no alvo Arex.............................................................. 77 Figura 63 – Sólido 3D do minério M1 e M2 no alvo Ambrex......................................................... 77 xii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 64 – Mapa Geológico do Alvo Babaçu, com seções geológicas e furos executados............ 78 Figura 65 – Montagem em 3D das secções geológicas interpretadas mostrando em vermelho o minério Ambrex................................................................................................................................ 79 Figura 66- Seção típica do alvo Babaçu (BB-375), ilustrando a geometria, os tipos de minério e litologias presentes. Legenda furos: Minérios MS, DS, Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V)....................................................................................... 79 Figura 67 - Perfil de Cambissolo Háplico Tb Distrófico latossólico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 82 Figura 68 - Perfil de Cambissolo Háplico Tb Distrófico latossólico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 83 Figura 69 – Detalhe do Perfil de Latossolo Amarelo Coeso argissólico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT........................................................... 86 Figura 70 – Detalhe do Perfil de Latossolo Amarelo Coeso plíntico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 88 Figura 71 – Detalhe do Perfil de Nitossolo Háplico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 90 Figura 72– Detalhe do Perfil 2 de Neossolo Litólico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT........................................................... 92 Figura 73 – Detalhe do Perfil 4 de Neossolo Litólico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 94 Figura 74 – Detalhe do Perfil 8 de Neossolo Litólico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 96 Figura 75 – Detalhe do Perfil de Neossolo Litólico Húmico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................................ 100 Figura 76 - Perfil de Neossolo Litólico Húmico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.................................................................................. 100 Figura 77 – Vista parcial do ambiente onde ocorre Solo Antropogênico, na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT................................................................................. 106 Figura 78 - Perfil de Solo Antropogênico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 107 Figura 79 – Vista geral da paisagem, onde se destacam morros e morrotes residuais emergindo do nível da Depressão. Município de Aripuanã/MT......................................................................... 120 Figura 80 – Vista parcial do conjunto de morros residuais que formam a serra do Expedito. Município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 121 Figura 81 – Em primeiro plano vertente de colina média da Depressão e ao fundo, morros residuais coalescentes, formando a serra do Expedito, na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 121 xiii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 82 – Em primeiro plano, pastagem plantada e ao fundo morros residuais que fazem parte da serra do Expedito, município de Aripuanã/MT............................................................................ 122 Figura 83 – Pastagem plantada mal manejada em relevo colinoso, que bordeja a serra do Expedito (ao fundo). Município de Aripuanã/MT............................................................................ 123 Figura 84 – Foto (a): vista parcial de morros residuais que se coalescem através de grotas e/ou grotões, formando o corpo da serra do Expedito. Foto (b): vista parcial do corpo serrano onde se evidenciam as ondulações dos morros coalescentes. Nota-se que a linha tracejada em cor verde mostra a ondulação dos morros coalescentes, a seta de cor vermelha aponta o local dessa coalescência onde se formam grotões, e a amarela a direção do fluxo principal das águas oriundas dos grotões recobertos por floresta. Área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT................................................................................................................................ 124 Figura 85 – As setas azuis reforçam a direção de fluxo das águas de escoamento superficial em linha de talvegue efêmera preservada pela cobertura vegetal e pela pastagem plantada. Área de influência indireta do empreendimento, município de Aripuanã/MT............................................... 125 Figura 86 – Em destaque na foto, ambiente agradacional associado a fundo de vale aplainado em vertente de colina média. Área de influência indireta do empreendimento, município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 126 Figura 87 – Aspecto de fundo de vale assoreado em relevo colinoso que bordeja a serra do Expedito, resultante de atividade garimpeira pretérita, município de Aripuanã/MT....................... 127 Figura 88 – Vista parcial de pastagem recobrindo bases de vertentes de colinas médias, que bordejam a serra do Expedito (ao fundo), município de Aripuanã/MT............................................ 127 Figura 89 – Localização das estações de coleta e delimitação da área de influência direta (AID) do empreendimento........................................................................................................................... 133 Figura 90- Variação da temperatura da água nos corpos d’água da área de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11........................................................ 145 Figura 91 – Variação da condutividade elétrica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11........................ 146 Figura 92 – Variação do pH nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11......................................................... 147 Figura 93 – Variação da cor nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11......................................................... 148 Figura 94 – Variação da cor nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11........................................................ 148 Figura 95 – Variação de sólidos dissolvidos (a) e suspensos (b) nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.... 148 Figura 96 – Variação da Demanda Química de Oxigênio (DQO) nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.... 149 Figura 97 – Variação da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DQO) nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e 150 xiv Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 dezembro/11..................................................................................................................................... Figura 98 – Variação do oxigênio dissolvido nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11......................... 150 Figura 99 – Variação do NKT e nitrato nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11.............................................. 151 Figura 100 – Variação do fósforo nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11......................................................... 152 Figura 101 – Variação do ferro dissolvido (a) e do alumínio dissolvido (b) nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11..................................................................................................................................... 153 Figura 102 – Variação do manganês total (a) e bário total (b) nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11........... 153 Figura 103 - Variação espaço-temporal da riqueza taxonômica da comunidade zooplanctônica na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011............................................. 170 Figura 104 - Variação espaço-temporal da diversidade taxonômica da comunidade zooplanctônica na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011............... 170 Figura 105 - Variação espaço-temporal da densidade zooplanctônica na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011...................................................................................... 171 Figura 106 – Composição relativa da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011........................................................... 174 Figura 107 – Densidade da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011................................................................. 175 Figura 108 – Riqueza taxonômica da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011........................................................... 175 Figura 109 – Diversidade da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011................................................................. 176 Figura 110 - Mapa Geológico simplificado das áreas de interesse do Projeto Aripuanã/MT.......... 180 Figura 111 - Mapa das tipologias aquíferas e litotipos associados da AII, com os respectivos diagramas apresentando as áreas (%) de ocorrência das unidades................................................... 184 Figura 112 - Mapa das tipologias aquíferas e litotipos associados da AID, com os respectivos diagramas apresentando as áreas (%) de ocorrência das unidades................................................... 187 Figura 113 – Mapa da vegetação, e uso dos solos da área de influência indireta do empreendimento “Projeto Aripuanã/MT”........................................................................................ 192 Figura 114 – Mapa da vegetação, e uso dos solos da área de influência direta do empreendimento “Projeto Aripuanã/MT”......................................................................................... 193 Figura 115 - Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, interior de remanescente na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT........................................................... 195 xv Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 116 - Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, borda de remanescente na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT........................................................... 195 Figura 117 - Aspecto da Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras recobrindo os solos das áreas de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT....................................................... 197 Figura 118 - Detalhe de frutos em ramos de goiaba-de-anta, muito apreciada por vários taxa da fauna silvestre regional. Notam-se folhas também predadas por lagartas. Área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT............................................................... 199 Figura 119 - Contato abrupto entre remanescente de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras com a pastagem, onde as espécies pioneiras, na base da serra, minimizam os efeitos de borda; área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.................................. 200 Figura 120 - Vista parcial do justacontal na Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras (cor levemente palha nas copas de muitas árvores, são frutos gerados pela forte sincronia de floração, frutificação em plantas de mesma idade: evento fenológico do tipo boom). Flanco norte da serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT........................................................................................ 201 Figura 121 - Detalhe da serrapilheira associada ao justacontal da serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT................................................................................................................................ 202 Figura 122 - Comparação de duas imagens de satélites de diferentes datas, mostrando o justacontal que se desenvolveu no topo e flanco norte da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 203 Figura 123 - Vista geral de pastagens implantadas na área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT................................................................................. 204 Figura 124 - Pastagens implantadas que dão suporte à criação de gado. Em primeiro plano, Brachiaria humidicula e ao fundo, morrote com Brachiaria brizantha em solo seco; área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.............................................. 204 Figura 125 - Em detalhe, Brachiaria arrecta (“tanner grass”) e macrófitas (aguapé), colonizando o espelho d’água e Brachiaria brizantha (brizantão), em solo seco; área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT................................................................................. 204 Figura 126 - Aspecto de pastagem plantada em processo de sucessão secundária na região da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT............................................................................... 205 Figura 127 - Pastagem plantada e abandonada em processo de sucessão secundária na região da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT............................................................................... 205 Figura 128 - Aspecto de pastagens plantadas sem manejo em processo de sucessão secundária na região da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT............................................................... 206 Figura 129 - Ambiente agradacional, próximo à Serra do Expedito, assoreado por antigo garimpo, onde se destacam elementos relictuais de Floresta Ciliar, Município de Aripuanã/MT... 206 Figura 130 - Mapa e representação esquemática das transecções e parcelas demarcadas para o levantamento de dados florísticos e estruturais da vegetação arbórea e das palmeiras nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT................................. 209 Figura 131 - Levantamento de dados florísticos e estruturais da vegetação arbórea e das palmeiras nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento, Município de 210 xvi Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Aripuanã/MT.................................................................................................................................... Figura 132 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAjustacontal, área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 210 Figura 133 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAEncosta, na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 211 Figura 134 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAPalmeiral, na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 212 Figura 135 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAPraia grande, na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.............................................................................................................. 212 Figura 136 - Demarcação dos transectos (em amarelo), onde foram realizados os levantamentos das epífitas, sendo P1 na área de influência indireta e P2, P3, P4 e P5 na área de influência direta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT............................................................................ 216 Figura 137 - Vista parcial de um leito de linha de drenagem perene, próximo ao P5, na base da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)................................... 217 Figura 138 - Em primeiro plano, área degradada por antigo garimpo, próximo ao P2, na depressão da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)........ 217 Figura 139 - Busca e registro de epífitas nos transectos realizados. Área de influência direta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli).................................... 219 Figura 140 - Exemplar de Araceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)............................................................................................................... 219 Figura 141 - Exemplar de Bromeliaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)........................................................................................ 220 Figura 142 - Exemplar de Cactaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)............................................................................................................... 223 Figura 143 - Exemplar de Orchidaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)....................................................................................... 224 Figura 144 - Exemplar de Piperaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)................................................................................................................ 224 Figura 145 - Exemplar de Pteridophyta amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)........................................................................................ 224 Figura 146 - Epífita observada ocupando galhos do dossel no transecto de florística P1, Município de Aripuanã. (Foto: Adarilda P. Benelli)........................................................................ 225 Figura 147 - Epífita observada ocupando o sub-bosque no transecto de florística P2, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)................................................................................... 226 Figura 148 - Epífita observada ocupando o sub-bosque e em tronco caído, no transecto de 226 xvii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 florística P2, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli)............................................ Figura 149 - Pontos amostrados para macrófitas aquáticas, limnologia e qualidade da água nas bacias hidrográficas da região, onde se inserem as áreas de influência do empreendimento da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT............................................................... 228 Figura 150 - Amostra coletada de macrófita aquática da espécie Egeria cf. densa ou Egeria cf. naja da área de influência direta do Projeto, Município de Aripuanã/MT....................................... 230 Figura 151 - Adensamento populacional da macrófita aquática Nymphoides cf grayana na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT................................... 231 Figura 152 - Macrófitas aquáticas Nymphoides cf grayana (espécime coletada) na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT......................................... 231 Figura 153 - Macrófitas aquáticas Echinodorus cf. longipetalus na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.............................................................. 232 Figura 154 - Várias macrófitas aquáticas, entretanto, com adensamento de Pistia stratiotes L. na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT........................... 232 Figura 155 - Macrófita aquática Pistia stratiotes L. (espécie coletada) na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.............................................................. 233 Figura 156 - Eleocharis cf. acutangula (folhas afiladas) e Pistia stratiodides na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT......................................... 235 Figura 157 - Eleocharis cf. acutangula coletada na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.................................................................................................... 235 Figura 158 - Adensamento da macrófita aquática Eleocharis cf. acutangula coletada na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT........................................ 235 Figura 159 - Localização dos pontos de coleta da ictiofauna em relação as áreas de influência direta e indireta do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., no Município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 236 Figura 160 – Mapa Morfopedológico sobre o qual foram plotadas as principais estruturas que compõem o Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT........................................................................ 249 Figura 161 – Carta de isodeclividade da AID, e em destaque, o detalhe da área onde será implantada a indústria, e um recorte mostrando as áreas de preservação permanente (APP de nascente e curso d’água e de declividade), que serão alteradas pela instalação da planta de beneficiamento do Projeto Aripuanã/MT......................................................................................... 250 Figura 162 – Carta de áreas de preservação permanente (APPs de nascente e de curso d’água, e de declividade), em relação às estruturas previstas em layout do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 251 Figura 163 - Metodologia adotada para análise dos impactos ambientais no Projeto Aripuanã...... 261 xviii Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 LISTA DE QUADROS E TABELAS Página Quadro 1 – Situação dos Processos Minerários da Mineração Dardanelos Ltda, do Projeto Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 5 Quadro 3 – Parâmetros do NSR........................................................................................................ 10 Quadro 4 – Custos fixos e variáveis para lavra a céu aberto............................................................ 17 Quadro 5 – Resultados das melhores intersecções nos alvos Arex e Ambrex.................................. 62 Quadro 6 – Quadro Guia de avaliação da aptidão agrícola das terras. Notas: Os algarismos junto aos graus de limitação correspondem aos níveis de viabilidade de melhoramento das condições agrícolas das terras;Terras sem aptidão agrícola para lavouras em geral, devido ao excesso de água no solo, podem ser indicadas para arroz de inundação;Graus de limitações ao uso apresentam letras/símbolos: N – nulo; L – Ligeiro; M – Moderado; F – Forte; MF – Muito Forte; / - Intermediário; (*) No caso de grau forte por susceptibilidade à erosão, o grau de limitação por deficiência de fertilidade não deve ser maior do que o moderado para a classe restrita – 3(a)..................................................................................................................................... 111 Quadro 7 - Superfícies das unidades de mapeamento que representam a cobertura vegetal das áreas de influência direta (AID) e Indireta (AII) do empreendimento. Legenda: FOAp – Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras; VsFOAp – Vegetação secundária de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras; FOAp –Floresta Ombrófila Aberta com Justaconta; Pp – Pastagem plantada; Pd – Pastagem degradada; ADg – Área Degradada por antigo Garimpo, Município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 180 Quadro 8 - Transectos de observação realizados para levantamento de dados sobre epífitas na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.............................................. 204 Quadro 9 - Espécies de epífitas observadas e amostradas no levantamento das áreas de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT.......................................................... 207 Quadro 10 - Espécies de macrófitas encontradas na área de influência direta e indireta da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT.............................................................. 215 Quadro 11 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais a serem gerados na fase de instalação do Projeto Aripuanã sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT...................................................................................................... 238 Quadro 12 - Resumo da avaliação de impactos ambientais a serem gerados na fase de operação do Projeto Aripuanã sobre fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.................................................................................................................... 238 Quadro 13 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais da fase de desativação do Projeto Aripuanã, sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 240 Quadro 14 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais nas fases de instalação e de 249 xix Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 desativação do Projeto Aripuanã, sobre a cobertura vegetal da região da serra do Expedito, Aripuanã/MT.................................................................................................................................... Quadro 15 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a entomofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 251 Quadro 16 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a entomofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 252 Quadro 17 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Ictiofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 254 Quadro 18 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Ictiofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 255 Quadro 19 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Herpetofauna na fase de instalação do empreendimento Projeto Aripuanã – Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico de Zn, Cu e Pb, da Mineração Dardanelos Ltda, na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.. 258 Quadro 20 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Herpetofauna na fase de operação do empreendimento Projeto Aripuanã – Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico de Zn, Cu e Pb, da Mineração Dardanelos Ltda, na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. 260 Quadro 21 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Avifauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 262 Quadro 22 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Avifauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Extração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT...... 263 Quadro 23 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Mastofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT..................................................................................................................................... 265 Quadro 24 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Mastofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT.................................................................................................................................... 266 Quadro 25 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais sobre a socioeconomia e o patrimônio histórico cultural, nas fases de instalação, operação e de desativação do Projeto 268 xx Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Aripuanã/MT.................................................................................................................................... Tabela 1– Relação entre solo ideal (i =0, onde (i =N,A,O,E eM) e o solo real (i 0).............. 107 Tabela 2– Grupos e classes de aptidão agrícola e alternativas gerais de utilização............. 109 Tabela 3 – Metodologias de análise de água..................................................................................... 129 Tabela 4 – Resultados dos parâmetros físicos e químicos na área de influência da futura Mineração Dardanelos, abril de 2008........................................................................................ 131 Tabela 5 – Resultados dos parâmetros físicos e químicos na área de influência da futura Mineração Dardanelos, agosto de 2008........................................................................................... 133 Tabela 6 – Resultados dos parâmetros físicos e químicos na área de influência da futura Mineração Dardanelos, dezembro de 2011...................................................................................... 135 Tabela 7 – Resultados dos parâmetros químicos na área de influência direta da futura Mineração Dardanelos (rio Guaribal), abril e agosto de 2008........................................................................... 137 Tabela 8 – Resultados dos parâmetros químicos na área de influência direta da futura Mineração Dardanelos (rio Guaribal), dezembro de 2011................................................................................. 138 Tabela 9 – Resultados dos parâmetros microbiológicos nos corpos d’água superficiais na área de influência da futura Mineração Dardanelos, abril de 2008.............................................................. 150 Tabela 10 – Resultados dos parâmetros microbiológicos nos corpos d’água superficiais na área de influência da futura Mineração Dardanelos, agosto de 2008...................................................... 150 Tabela 11– Resultados dos parâmetros microbiológicos nos corpos d’água superficiais na área de influência da futura Mineração Dardanelos, dezembro de 2011................................................ 150 Tabela 12 - Densidade dos organismos fitoplanctônicos, riqueza total, densidade total e específica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08..................................................................................................................... 151 Tabela 13 - Densidade dos organismos fitoplanctônicos, riqueza total, densidade total e diversidade específica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em agosto/08................................................................................................ 152 Tabela 14 - Densidade dos fitoplânctos, riqueza total, densidade total e diversidade específica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos, em dezembro/11...................................................................................................................................... 154 Tabela 15 - Composição taxonômica da comunidade zooplanctônica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11..................................................................................................................................... 155 Tabela 16 - Densidade da comunidade zooplanctônica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11................... 158 Tabela 17 - Composição taxonômica, frequência relativa (%), densidade total (ind/m2), diversidade (bits/ind) e riqueza taxonômica da comunidade de macroinvertebrados bentônicos, 162 xxi Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 amostrados na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011.................... Tabela 18 - Tipologias aquíferas na AII, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas........ 168 Tabela 19 - Tipologias aquíferas na AID, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas....... 170 Tabela 20 - Tipologias aquíferas na ADA, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas 172 Tabela 21 - Estimativas das Reservas anuais Renovável e Explotável das áreas de influência do Projeto............................................................................................................................................... 177 Tabela 22 - Características florísticas e fitossociológicas dos quatro levantamentos efetuados nas áreas de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras: FOAjustacontal, FOAEncosta, FOAPalmeiral e FOAPraia Grande, na área de influência direta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT......... 194 Tabela 23 - Matriz de avaliação de impactos ambientais das fases de implantação e operação do empreendimento................................................................................................................................ 244 Tabela 24 - Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de desativação do empreendimento............................................................................................................................... 245 Tabela 25- Impactos ambientais sobre as águas subterrâneas.......................................................... 246 Tabela 26 – Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de implantação do empreendimento................................................................................................................................ 247 Tabela 27 - Matriz de avaliação de impacto ambientais das fases de operação e fechamento do Projeto Aripuanã/MT........................................................................................................................ 248 1 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA 1. INTRODUÇÃO As informações contidas neste documento estão de acordo com o Termo de Referência – TR emitido aos 08/05/2012 pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente-SEMA/MT, através do Ofício nº 85522/CM/SUIMIS/2012, respondendo à demanda da Mineração Dardanelos Ltda (Protocolo nº 135777/2012). Esse TR refere-se à realização de atividade mineral, em uma área total de 3.640,72ha, requeridas pelo interessado, junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral-DNPM, Processos 866.173/1992, 866.174/1992, 866.569/1992 e 866.570/1992, localizados no município de Aripuanã/MT, Figura 1. Figura 1– Carta-imagem localizando as áreas requeridas no DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda, e onde também se observa a sede municipal de Aripuanã/MT. 2 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Assim, dando cumprimento às solicitações contidas no referido TR iniciou-se o processo de licenciamento ambiental da atividade de extração e beneficiamento de minério polimetálico sulfetado (Zn, Cu, Pb, Au e Ag), através de EIA/RIMA. E, todos os estudos realizados estão pautados em legislações pertinentes, ao nível Federal, Estadual e Municipal, como também foram considerados os Planos e Programas Governamentais e a compatibilidade com o Projeto Aripuanã, atendendo ainda, os princípios e objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente. 2. INFORMAÇÕES GERAIS DO EMPREENDIMENTO 2.1. Dados do Empreendimento Nome do empreendimento: Projeto Aripuanã Nome e Razão Social da Empresa responsável: Mineração Dardanelos Ltda Inscrição Estadual: CNPJ: 03.686.720/0001-40 Nome do responsável pelo empreendimento: Bruno Yoshida Tomaselli Representante Legal: Bruno Yoshida Tomaselli Endereço para correspondência: Setor Comercial Sul, Quadra 1, Bloco 1 Edifício Central, salas 705/707, Asa Sul - Brasília, DF - CEP: 70304-900 Tel.: (61) 3045-0192 Em termos gerais, o Projeto Aripuanã consiste na exploração de dois corpos mineralizados, Arex e Ambrex. Ambos próximos à superfície e que poderiam ser lavrados a céu aberto, mas chegam a profundidades superiores a 500m, o que possibilita a lavra subterrânea. Entretanto, após um estudo comparativo entre realizar uma operação de mina à céu aberto junto com a subterrânea, com uma outra somente subterrânea, o empreendedor optou apenas pela subterrânea, pelos menores impactos ambientais e pelo melhor Valor Presente Líquido-VPL. A reserva final para a mina é de 28 Mt @ 4,3% Zn, 1,6% Pb, 0,3% Cu, 42 g/t Ag e 0,4 g/t Au, incluindo os recursos inferidos 3 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 De acordo com a logística da exploração da mina ela iniciará pela lavra do Arex e depois Ambrex. A Figura 2 mostra o sequenciamento do projeto separado por mina e o NSR (Net Smelter Return) gerado anualmente. Figura 2 – Sequenciamento da mina de Aripuanã por depósito. 2.2. Histórico do Empreendimento O Projeto Aripuanã consiste na exploração e beneficiamento de zinco, cobre, chumbo, ouro e prata, na serra do Expedito, que fica 25km à noroeste da cidade de Aripuanã, cujo município situa-se na porção noroeste do estado de Mato Grosso e do Brasil. As pesquisas geológicas começaram em 1993, quando a Votorantim Metais Zinco assumiu o controle sobre a exploração mineral em 2004, a partir da associação entre as empresas Anglo American (Anglo) e Karmin Exploration Corporation (Karmin), quando formou a Mineração Dardanelos Ltda. Desde 2004, esta empresa concentrou seus esforços na sondagem dos corpos minerais denominados Arex e Ambrex. E, as principais estruturas relacionadas à mineração e ao beneficiamento do minério, foram consolidadas em um documento denominado Plano Diretor, em cujo layout geral, Figura 3, destacam: unidade de beneficiamento, pilha de rejeito, depósito de resíduos, paióis de explosivos/acessórios, e barragem para armazenar água. 4 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 3 – Layout com a localização das estruturas básicas, que fazem parte do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT. A produção prevista para o Projeto Aripuanã é de 1,8 Mt/Ano de ROM (produção bruta), com vida útil mínima prevista para cerca de 15 anos. Na unidade de beneficiamento do minério do Projeto os processos serão de moagem, flotação e filtração, com a produção de três tipos de concentrados de cobre, zinco e chumbo, nos quais também se tem associado ouro e prata. O concentrado de zinco será transportado para o estado de Minas Gerais, por transporte rodoviário, para posterior refino nas unidades de Três Marias e/ou Juiz de Fora. O concentrado de chumbo será exportado, e o concentrado de cobre poderá tanto ser exportado, quanto enviado para outras indústrias brasileiras. O empreendimento será instalado em região de baixa densidade populacional, na zona rural do município de Aripuanã/MT, que é ocupada em sua maior parte, por propriedades rurais de médio e grande portes, sendo que a pecuária e a indústria madeireira se destacam como as principais atividades da economia local, seguida pelas atividades de pequenas minerações e garimpos artesanais. Envolve basicamente a bacia do córrego Guaribal, tributário da margem esquerda do rio Aripuanã, e em menor expressão micro-bacias afluentes do córrego PraiaGrande, que também é afluente da margem esquerda do rio Aripuanã, e dos córregos Água Suja e das Pedras, pertencentes à bacia do rio Banco, que por sua vez, também é contribuinte do rio 5 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Aripuanã, o qual drena a porção de extremo noroeste do Estado de Mato Grosso e pertence à bacia hidrográfica do rio Amazonas. O local previsto para implantação da planta de beneficiamento do empreendimento tem como referência as coordenadas geográficas 10°03’71” de latitude sul e 59°30’56” de longitude oeste de Greenwich. Na área de influência direta concentrarão todas as estruturas necessárias ao projeto, mina, barragem para armazenar água, pilha de rejeitos, planta de beneficiamento, etc. A área do projeto situa-se nos direitos minerários da Mineração Dardanelos Ltda, processos DNPM, conforme o Quadro 2, para os quais foi solicitado o englobamento de área aos 16/09/2011, estando atualmente todos esses processos em fase de requerimento de lavra e com Guia de Utilização, publicada em 27/03/2015. Quadro 2 – Situação dos Processos Minerários da Mineração Dardanelos Ltda, do Projeto Aripuanã/MT Processos DNPM Superficiários Relevantes Área Substância Município/ Estado Data protocolo DNPM Alvará de pesquisa Data apresentação de relatório final Último evento (DNPM) 866.173/1992 866.174/1992 866.569/1992 866.570/1992 Anglo American, Votorantim Metais Zinco, Mineração Taboco e Gentil Zanin 1.000,00ha Minérios de Ouro, Prata, Zinco, Chumbo e Cobre Fora da AID do Projeto, nenhum superficiário relevante Anglo American, Votorantim Metais Zinco e Gentil Zanin Anglo American e Gentil Zanin 1.000,00ha Minérios de Prata, Ouro, Zinco, Chumbo e Cobre 640,72ha Minérios de Prata, Ouro, Zinco, Chumbo e Cobre 1.000,00ha Minérios de Prata, Ouro, Zinco, Chumbo e Cobre Aripuanã-MT Aripuanã-MT Aripuanã-MT Aripuanã-MT 13/03/1992 13/03/1992 14/08/1992 15/08/1992 Nº 3.354 de 09/08/1996 Nº 3.355 de 09/08/1996 Nº 1.377 de 08/06/1995 Nº 461 de 15/03/1995 06/08/1999 06/08/1999 10/02/2003 10/02/2003 Guia de Utilização 06/2015 publicada 27/03/2015. Guia de Utilização 07/2015 publicada 27/03/2015. Guia de Utilização 08/2015 publicada 27/03/2015. Guia de Utilização 09/2015 publicada 27/03/2015. 6 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Todas as estruturas do projeto estão nas propriedades da Mineração Dardanelos ou suas associadas (Figura 4), com exceção da área das estruturas da planta, barragem de água e pilha de rejeitos, a qual pertence atualmente ao Sr. Gentil Zanin. A Mineração Dardanelos já possui a anuência desse proprietário e está em fase de negociação dessa terra. Figura 4 – Croqui mostrando as estruturas principais do Projeto Aripuanã, em relação aos superficiários definidos na área do empreendimento: 1 – Romero de Souza Queiróz (Anglo American), 2 – Elio Hiron Horikava (Anglo American), 3, 4, 5, 6 – Votorantim Metais Zinco, 7 – Mineração Taboco (Karmin), 8 – Gentil Zanin As devidas Autorizações dos Superficiários para a Mineração Dardanelos Ltda, bem como os documentos das propriedades rurais relacionadas ao empreendimento foram apresentados à SEMA, neste processo de EIA/RIMA. 2.3. Localização e Acesso A área do Projeto Aripuanã fica na zona rural do município de Aripuanã/MT, cujo acesso terrestre, partindo de Cuiabá, se faz por uma alternativa viária principal, passando por Juína: de Cuiabá/Várzea Grande percorre-se um trecho de aproximadamente 590km pela Rodovia Federal 7 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 BR-364, pavimentada. Ao fim do trecho a rodovia tem continuidade na MT-170, pavimentada, numa extensão de aproximadamente 211km, passando pela cidade de Brasnorte até alcançar a cidade de Juína. Desse ponto até Aripuanã, passando pela cidade de Castanheira, na MT-420, a mesma MT-170, encontra-se asfaltada, e só após Castanheira é em leito natural, ambos os trechos totalizam cerca de 203km, conforme se observa na Figura 5. Figura 5 – Mapa rodoviário de Mato Grosso, onde pode ser observada a malha viária e o acesso à sede municipal de Aripuanã, localizada na porção extremo noroeste do estado. Fonte: http://mapasblog.blogspot.com.br/2011/12/mapas-do-mato-grosso.html A área objeto da exploração mineral, que fica cerca de 13km em linha reta da cidade de Aripuanã, na localidade denominada Serra do Expedito, pode ser acessada, por via terrestre, através da MT-208, em direção à Conselvam (Figura 6). 8 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 6 – Recorte de carta-imagem, cujas setas vermelhas estão mostrando o acesso às áreas requeridas junto ao DNPM, onde serão desenvolvidas as atividades de mineração e beneficiamento de minério polimetálico (Zn, Cu, Pb, Au e Ag) pela Mineração Dardanelos Ltda, no município de Aripuanã/MT. A partir da ponte sobre o rio Aripuanã, adjacente à malha urbana da sede municipal, percorre-se cerca de 12,5km por essa MT-208 até alcançar um entroncamento, de onde se toma uma estrada vicinal, que em direção norte, dá acesso à área após percorrer 9,5km, como pode ser observado no croqui da (Figura 7). 9 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 7 – Croqui com traçado das vias de acesso ao empreendimento, no município de Aripuanã/MT. 2.4. Recursos Minerais Arex e Ambrex A configuração final dos realces e desenvolvimentos é mostrada na Figura 8 para Arex e na Figura 9 para Ambrex. Figura 8 – Configuração final Arex. O início do projeto está previsto para Setembro de 2016. As estimativas para preço do metal e câmbio foram definidas com base em estudos de mercado. E, os valores de recuperação e teores de concentrado foram definidos de acordo com os resultados obtidos nos ensaios metalúrgicos realizados na ALS na Austrália e compilados pela Rezende Engenharia. 10 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 9 – Configuração final Ambrex. O Quadro 3 mostra todos os parâmetros utilizados para calcular o Net Smelter Return – NSR (Retorno Líquido da Refinaria). O NSR é estimado para cada bloco considerando o metal pago, recuperação do metal, deduções de custo de tratamento (TC), custo de refino (RC) e transporte. Quadro 3 – Parâmetros do NSR. Concentrado Parâmetros Zn Pb Cu Recuperação (%) 85,9 89,7 69,4 / 91,4 Teor do concentrado (%) 53,0 50,8 28,9 / 26,2 Partição do ouro (%) - 37,7 15,8 / 70,3 Partição da Prata (%) 6,8 60,2 17,1 / 84,3 Umidade (%) 10 10 10 Paga por 85% sdm 8 unidades Paga por 95% sdm 3 unidades Paga por 97% sdm 1 unidade Dedução do ouro (oz/t) - Paga por 95% sdm 0,05 oz/t Paga por 95% sdm 0,05 oz/t Deduções da Prata (oz/t) 3,0 oz/t Paga por 95% sdm 1,6 oz/t Paga por 95% sdm 1,6 oz/t RC ($/lb) - - 0,08 Au RC ($/oz) - 6 6 Ag RC ($/oz) - 0,35 0,4 Metal pago (%) 11 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Concentrado Parâmetros Zn Pb Cu 70 100 100 2115 2093 6649 Ag pago após deduções (%) Preço do metal (US$/ton) Preço do ouro (US$/oz) 1119 Preço da Prata (US$/oz) 17,2 TC (US$/ t conc) 206 250 80 Frete terrestre (R$/ t conc) 406 424 413 Frete oceânico (R$/ t conc) 155 Royalties também foram incluídos no cálculo do NSR. Este é calculado sobre o valor total do NSR e inclui royalties do governo (CFEM) de 2% e um adicional de 2% para Arex e 1,5% do Ambrex para o proprietário anterior do depósito. Custos operacionais usados para o cálculo da reserva de minério estão listados abaixo e foram baseados em cálculos preliminares de estudos anteriores. Custo de lavra subterrânea: R$ 41,2/ t ROM. Custo de processamento: R$ 28,5/ t alimentada Custo de G&A: R$ 12,9/ t ROM Logística: considerado no cálculo do NSR Royalties: considerado no cálculo do NSR 2.5. Informações Geotécnicas A empresa de consultoria independente BVP foi contratada para gerenciar e conduzir os trabalhos de geotecnia do Projeto Aripuanã. Esses estudos orientam o planejamento da lavra subterrânea. Eles são importantes sob o ponto de vista da estabilidade dos maciços rochosos, pois haverá alterações de quando se implantar a mina e se extrair as rochas que contiverem minerais de zinco, cobre, chumbo, ouro e prata. Um resumo das informações geradas pelos estudos geotécnicos está listado a seguir. No caso do corpo mineralizado Arex, três zonas principais foram identificadas dentro desse maciço rochoso: rocha fresca, rocha alterada e solo. A espessura média da porção alterada é de 41,6m e foi obtido a partir da análise dos furos de sondagem. Existem três principais 12 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 famílias de zonas de fraqueza das rochas, associadas à condição estrutural de foliação1, embora tenham sido identificadas outras secundárias e um grupo de descontinuidade sem padrão definido (aleatório). Testes de compressão foram conduzidos sobre 20 amostras obtidas da rocha fresca, e o resultado mostrou uma baixa variabilidade entre resistência e deformação, sendo, pois classificada como muito resistente (do tipo R5), apesar de ter sido identificado uma ruptura mecânica plana, que é crítica e está associada à descontinuidade da rocha, com um mergulho médio de 41ºNNE. Os estudos geotécnicos indicaram que não há nenhuma instabilidade no modelo a ser adotado no Projeto Aripuanã, o que indica boas condições geotécnicas para uma operação subterrânea. À semelhança do Arex, no Ambrex, também foram identificadas três zonas principais: rocha fresca, rocha alterada e solo. A espessura média da porção alterada é de 62,3m. Foram identificadas duas principais famílias de descontinuidades e também duas secundárias. Testes de compressão em 20 amostras de rocha fresca mostrou uma baixa variabilidade entre resistência e deformação sendo, pois classificada como muito resistente (do tipo R5). Em relação à rocha fresca foram observadas condições muito favoráveis para abertura subterrânea. A partir dos resultados obtidos 89,6% são classificados como classe 1 (não necessita suporte), 10% como classe 4 (sistema de cabo e concreto projetado) e apenas 0,4% como classe 5 (concreto projetado reforçado com tela e cabo). Por outro lado, em zonas de rocha alterada, foi verificada uma condição mais severa de estabilidade que será requerido concreto projetado reforçado com tela e cabo em algumas zonas com 15cm. Na análise de estabilidade dos realces 2 foi interpretado como favorável para ser utilizado com o método de realces aberto com perfurações longas com 20m de altura. Para todas as seções não foi observado a ruptura do pilar de sustentação mesmo com uma espessura de 40m. Os estudos geotécnicos indicaram que não há nenhuma instabilidade no modelo a ser adotado no Projeto Aripuanã, o que indica boas condições geotécnicas para uma operação subterrânea. 1 Foliação, é um termo genérico para as estrutura planas que se repetem num maciço rochoso, ao longo da qual a rocha tende a se romper preferencialmente. 2 Realces em mineração significa abertura subterrânea decorrente da lavra, geralmente com dimensões muito maiores que as de uma galeria. 13 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2.6. Lavra Subterânea: Arex e Ambrex Na lavra subterrânea dos corpos mineralizados Arex e Ambrex, o empreendedor pretende retirar a maior quantidade de minério, removendo a mínima quantidade possível de rocha estéril onde os minérios se alojam. Esse é um desafio que proporcionará alta produtividade em poucas frentes de lavra. As seguintes operações resumem o tipo de lavra subterrânea pretendido: Perfurações a serem realizadas por um equipamento de alcance longo, eletro-hidráulico, semelhante ao que se observa na Figura 10. Figura 10 – Fotografia ilustrativa de um modelo de perfuratriz semelhante à que será utilizada no Projeto Aripuanã/MT. Fonte: www.ct.ufrgs.br/laprom/Lavra%20Subterranea%20aula%201.pdf Carregamento e transporte a ser realizado por pá carregadeira, LHD, de 14t (Figura 11), controladas por controle remoto, para levar o material até uma gaveta de estoque; e desta, para caminhões com capacidade de 42t, como na Figura 12, que transportará para fora da mina, até a superfície. Figura 11 – Fotografia ilustrativa de carregadeira do tipo LHD, semelhante à que será utilizada para remover o minério após ter sido detonado, no interior das minas subterrâneas Arex e Ambrex, do Projeto Aripuanã/MT. Fonte: www.ct.ufrgs.br/laprom/Lavra%20Subterranea%20aula%201.pdf 14 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 12 – Fotografia ilustrativa da LHD carregando caminhão no interior de uma mina subterrânea, operação semelhante à que está prevista para o Projeto Aripuanã/MT. Fonte: www.ct.ufrgs.br/laprom/Lavra%20Subterranea%20aula%201.pdf Suporte de teto para dar estabilidade à mina, sendo de grande importância ao ciclo de lavra. Parafusos de teto foram escolhidos como suporte com espaçamento de 1,5 x 1,5m e 2,4 a 3,0m de comprimento. Uma malha de aço será também utilizada para dar suporte ao teto, e cabos serão introduzidos na capa (parte superior) do minério para sua estabilização. A Figura 13 apenas ilustra como se reforça o pacote rochoso no interior de uma mina. Figura 13 – Fotografia ilustrativa de dispositivos utilizados no interior de minas subterrâneas para estabilizar os maciços rochosos. Fonte: www.ct.ufrgs.br/laprom/Lavra%20Subterranea%20aula%201.pdf Enchimento do Arex e Ambrex. Consiste em bombear para dentro dos vazios gerados pela extração mineral das minas, o backfill cimentado. Isto é, retornar às minas o máximo possível de rejeitos finais gerados no processo de beneficiamento dos minérios, aos quais será adicionado cimento para melhor estabiliza-los. 15 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Ventilação para suprir o oxigênio no subsolo. Haverá renovação contínua do ar, e a diluição de forma eficaz, de todos os gases inflamáveis e nocivos. Será também, mantido e operado de forma regular e contínua o nível de poeira, a temperatura, e a umidade relativa do ar, de forma adequados ao trabalho humano. Assim, haverá entrada de ar fresco para as minas pelas rampas e saídas de emergência, sendo retornado para a superfície pelas chaminés de ventilação que conectam todos os níveis subterrâneos. Um exaustor será instalado na saída da chaminé de ventilação forçando o fluxo de ar pela mina. Ventilação auxiliar será instalada para redirecionar o ar fresco do circuito principal para as frentes de lavra. Bombeamento de água para fora das minas, a ser realizado por conjuntos motobombas, que garantam a segurança nas operações. Considerando modelo de exploração a ser adotado, os principais acessos das minas, Arex e Ambrex, estão a seguir resumidos: As rampas principais (embocaduras ou entradas das minas), com inclinação aproximada de 12%, posicionadas no Arex acima do minério (capa) e no Ambrex, abaixo do minério (lapa). As travessas são os desenvolvimentos que conectam a rampa principal com as galerias de minério. As galerias de minério são os únicos desenvolvimentos feitos dentro do minério e são utilizados para transportar o minério detonado, e para haver ventilação na mina. Saída de emergência é um desenvolvimento vertical que conecta os níveis, e vai até a superfície, este é equipado com escadas que podem ser utilizadas pelos operários para sair da mina em caso de emergência. Travessas de chaminés conectam as saídas de emergência e ventilação, com o desenvolvimento mais próximo, que pode ser uma rampa ou galeria. A Figura 14 ilustra uma visão transversal do corpo de minério divido em níveis e painéis. Enquanto que a Figura 15 ilustra uma visão longitudinal da operação. 16 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 14 – Corte transversal, onde se observa a divisão de níveis e painéis. Figura 15 – Visão longitudinal do processo de operação, no interior da mina subterrânea. 2.7. Alternativas Tecnológicas Relacionadas à Extração Mineral A principal alternativa tecnológica relacionada aos processos que envolvem a extração mineral, diz respeito à opção pela extração de todo o minério através de minas subterrâneas (Arex e Ambrex). Pois inicialmente havia a possibilidade de lavrar uma pequena parte da mineralização do Arex através de cava a céu aberto. Mas, um estudo preliminar foi realizado a fim de definir a profundidade ideal de uma lavra a céu aberto e comparado com uma operação apenas subterrânea, onde considerou a distância média de transporte, os custos operacionais, a eficiência máxima dos equipamentos, cálculos de perdas operacionais, etc. O Quadro 4 mostra os custos fixos e variáveis utilizados na avaliação. 17 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 4 – Custos fixos e variáveis para lavra a céu aberto. Custo (US$/t) Regiões Tipo Fixo Variável Zona hidrotermal Minério 1,98 0,1599*DMT Rocha fresca Estéril 1,72 0,1599*DMT Rocha intemperizada Estéril 1,34 0,1599*DMT Além disso, foi utilizado um modelo matemático através de um software de otimização, ou seja de um sistema computadorizado para o estudo comparativo entre os tipos de exploração e para checar a melhor opção a ser adotada. Assim esse estudo comparativo entre operar os dois primeiros anos com uma mina a céu aberto contra uma operação apenas subterrânea, mostrou que as alternativas são mutuamente exclusivas, ou seja, o resultado mostrou que uma operação apenas subterrânea é um pouco melhor, com um diferencial no VPL – Valor Presente Líquido de US$ 7 milhões. Além disso, a operação apenas subterrânea possui o benefício de ter um impacto ambiental menor. Portanto, foi considerada uma operação subterrânea para todos os corpos de minério, Arex e Ambrex. 2.8. Alternativas Tecnológicas Relacionadas ao Beneficiamento do Minério Dentre as alternativas tecnológicas relacionadas ao beneficiamento do minério estão as análises sobre caracterização e desenvolvimento experimental, que subsidiaram a escolha pelo processo de flotação, os quais foram conduzidos entre 2005 e 2012. Os trabalhos em 2005 foram conduzidos pelo Laboratório de Caracterização Tecnológica (LCT) da Escola Politécnica – Universidade de São Paulo e pelo CT3 da Fundação Gorceix, de Ouro Preto. Os trabalhos de 2008 e 2009 foram liderados pela GRD/Minproc com execução dos trabalhos pelo Setor de Tecnologia Mineral da Diretoria de Desenvolvimento e Serviços Tecnológicos da Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC). Os resultados metalúrgicos da campanha de 2009 foram baseados em teste cíclico não estabilizado, com estimativas de recuperação assumindo que parte dos metais de produtos intermediários iria resultar nos respectivos concentrados. Desse modo as estimativas de recuperações são imprecisas e não aceitáveis para uso em estudos subsequentes de viabilidade, podendo levar a elevados riscos de não se concretizar. Por outro lado, os teores de concentrados 18 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 são baixos, não comerciais ou de muito difícil comercialização ou tratamento. A análise dessas campanhas de 2005 a 2009 foi apresentada em relatório técnico pela Rezende Engenharia. Em 2011 foram realizados trabalhos experimentais para novas rotas tecnológicas no Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), relativo à biolixiviação, e na Universidade de Alfenas (UNIFAL), relativo aos processos de separação por meio denso. Finalmente em 2012, após extensivo trabalho de análise de todas as possibilidades de processo e rotas tecnológicas alternativas, foi realizado um trabalho de caracterização e testes completos no laboratório da ALS Ammtec na Austrália, com o intuito de maximizar e aperfeiçoar a rota de processo até então definida. Esse trabalho contou com a supervisão da Rezende Engenharia e culminou na rota de processo definida para este projeto. Já na campanha de 2012, optou-se por refazer todos os estudos metalúrgicos realizados até o momento, com o intuito de se obter um processo estável e robusto. Os resultados de testes cíclicos foram estabilizados, as estimativas de recuperação consistentes e, dessa forma, garantem a sua reprodutibilidade em processamento contínuo em escala industrial. Além disso, os concentrados obtidos apresentam qualidades comerciais. 2.9. Alternativas Tecnológicas Relacionadas à Disposição dos Rejeitos Uma alternativa tecnológica considerada de grande importância no Projeto Aripuanã foi a adoção de uma pilha de rejeitos a seco, ao invés da “tradicional” barragem para contenção de rejeitos onde se tem água permanente, por serem implantadas em fundos de vales, ou em linhas de talvegues efêmeras, que são áreas naturalmente vulneráveis à desestabilização ambiental, por se tratar ao mesmo tempo de um sistema convergente, linear e aberto 3. A barragem de rejeitos tradicional consiste num dique projetado em forma de barragem, que recebe o rejeito gerado na usina. Esse rejeito, em forma de polpa, possui uma porcentagem de sólidos em torno de 40%, cujo sobrenadante pode ser reaproveitado na planta. 3 ) Sistema convergente, pois para o fundo de vale se direcionam os movimentos da dinâmica superficial, já que representa o nível de base local para evolução morfodinâmica do relevo; b) sistema linear, porque as linhas de drenagem seguem uma ordem hierárquica de grandeza, de primeira, segunda, terceira ordens e assim sucessivamente; e c) sistema aberto, desde os setores de cabeceira até a foz, e destas, que se ligam à rede de drenagem, formando bacias hidrográficas chegam ao nível de base continental, quando atingem o nível do mar. 19 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Já a disposição dos rejeitos a seco apresenta as seguintes vantagens quando comparado com o sistema de disposição tradicional: menor área impactada, maior reaproveitamento da água de processo, menor risco, controle mais favorável, menores custos de operação e implantação e descomissionamento (desativação) simplificado. Além desse estudo de opções para a disposição do rejeito em superfície, está previsto o retorno de parte do rejeito gerado na usina para dentro da mina, preenchendo os espaços vazios gerados na extração mineral, com esse material. Esse método é conhecido como backfill. Além de reduzir a quantidade de rejeitos dispostos na superfície em aproximadamente 50%, esse método de disposição preenche os realces (espaços vazios) abertos durante a lavra, retomando em parte a estabilidade do maciço e reduzindo os riscos posteriores de subsidência da superfície (colapso e rebaixamento de terrenos). Muito provavelmente, o backfill retornado será um material inerte, principalmente pela possibilidade de adicionar cimento para reduzir a mobilidade, ou imobilizar os sulfetos. 2.10. Alternativas Tecnológicas Relacionadas à Locação das Estruturas As atividades mineradoras geram volumes de resíduos sólidos, sendo os mais importantes aqueles gerados na lavra do minério, onde se tem também, a produção de materiais estéreis, e nas usinas de beneficiamento, os rejeitos. O tratamento e armazenamento tentando minimizar os custos e impactos ambientais, bem como maximizar a segurança, são uns dos principais objetivos das mineradoras para cumprir as exigências ambientais e minimizar riscos. Para o Projeto Aripuanã, em 2007, concebeu-se uma barragem de rejeitos para atender todo o volume gerado durante a vida útil do empreendimento, ou seja, toda a massa de rejeitos gerada durante a lavra das jazidas Arex e Ambrex. Assim, dentre os estudos iniciais realizados pela AMEC o de viabilidade locacional apontou seis áreas potenciais para implantar a barragem. Em todas essas áreas o conceito de disposição de rejeitos estava baseado na construção de uma barragem convencional, em talvegue, com uso de geomembrana para impermeabilizar o reservatório, e canal derivador do rio. A Figura 16 mostra as opções locacionais consideradas no citado estudo, sendo que a área 5 foi considerada a mais adequada para receber os rejeitos da mineração. Nesse projeto, ainda considerava a lavra a céu aberto do corpo Arex, e a pilha de estéril estaria localizada ao sul da cava, e em suas imediações (Figura 17). 20 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 16 – Locações potenciais para a barragem de rejeitos. Figura 17 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos, cava céu aberto Arex e pilha de estéril. Na revisão do projeto em 2008, com a GRD/Minproc, optou-se por utilizar uma parte dos rejeitos gerados como backfill na mina subterrânea, reduzindo o volume e a área da barragem. Porém, a planta continuava em área de floresta, assim como parte da barragem de rejeitos (Figura 18). 21 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 18 – Plano diretor com opção antiga de barragem de rejeitos. Já em 2012, a Mineração Dardanelos Ltda em consonância com as prerrogativas da Votorantim Metais, estabeleceu como meta a sustentabilidade ambiental, e por isso um dos objetivos do Projeto seria minimizar a geração de resíduos, levando à nova concepção de disposição dos rejeitos gerados pelo empreendimento. Ao invés de disposição em polpa, decidiuse pela disposição a seco em pilha, que ocupa menor área e apresenta maior segurança na operação e desativação do empreendimento. Na mesma linha, optou-se também pela lavra de todos os corpos por métodos subterrâneos, permitindo dessa forma minimizar os impactos ambientais, tanto relativo ao desmate, quanto a disposição dos estéreis em zonas de floresta. Finalizada a revisão do projeto e confirmada a diminuição da área a ser ocupada pela pilha em substituição à barragem, verificouse mais uma oportunidade de melhoria locacional, levando em conta as questões ambientais, em que foi possível alocar, não somente a pilha, mas também a planta de beneficiamento, em áreas já antropizadas, áreas estas, que foram todas desmatadas para implantação de pastagens, que dão suporte à criação extensiva de gado; além de áreas de antigos garimpos na região conhecida como serra do Expedito. Com a mudança da concepção da disposição de rejeito e consequente diminuição da área requerida para a pilha, foi possível deslocar a pilha para a região mais próxima às minas e com isso projetar a planta de beneficiamento para a área anteriormente escolhida para a barragem, ambas as áreas já antropizadas, sem vegetação e dinamicamente mais 22 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 estáveis, conforme mostra a Figura 19. Levando-se em consideração um empreendimento situado na Amazônia Legal, essa melhoria é de significativa relevância. Arex Pilha Rejeitos Ambrex Figura 19 – Plano diretor do Projeto Aripuanã, com planta a jusante da pilha de rejeitos. Planta Barragem Água 51 Por fim, com o aumento dos recursos em 2014 e mudança na concepção de abertura das minas, Arex e Ambrex concomitantes, foi realizada uma nova revisão do plano diretor, mantendo a mesma concepção do plano de 2012 e apenas invertendo a posição da pilha de rejeitos pela planta industrial, adicionando uma área de depósito temporal de emergência para os rejeitos e reduzindo a quantidade de acessos na área, conforme pode ser visto na Erro! Fonte de referência não encontrada.20. 23 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 20 – Plano diretor do Projeto Aripuanã Final, com planta a montante da pilha de rejeitos, com imagem de satélite ao fundo. Essas mudanças obtiveram uma significativa vantagem em termos de impacto ambiental em relação às opções locacionais estudadas em 2008. Fazendo-se disposição em barragem, de maiores proporções do que a atual pilha de rejeitos, a planta de beneficiamento haveria de ser construída em área atualmente vegetada, pois a área próxima à mina, sem vegetação, não atende aos requisitos topográficos para construção de uma planta de beneficiamento, além da eliminação de todos os riscos associados à implantação, operação e descomissionamento de uma barragem de rejeitos. Na nova configuração, praticamente não haverá necessidade de desmate para a instalação da pilha de rejeito, planta industrial e pilha de resíduos mesmo considerando as novas locações. Além da melhoria em termos de desmate global, outros impactos ambientais negativos também deverão ser minimizados, tais como a área a ser impermeabilizada, risco na operação e descomissionamento da pilha de rejeitos, o risco associado à locação da pilha a montante da área de beneficiamento, entre outros relacionados com transporte de material. Levando-se em consideração um empreendimento situado na Amazônia Legal, essa melhoria é de significativa relevância. Além desses pontos citados, a opção pela lavra subterrânea também tem um impacto positivo e expressivo no empreendimento, tanto visual quanto ambiental. 24 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 3. LAYOUT DO COMPLEXO INDUSTRIAL O layout geral que representa o Plano Diretor do Projeto Aripuanã mostra que a maior parte da infra-estrutura básica do empreendimento, encontra-se na bacia do córrego Arrainha, contribuinte da margem esquerda do córrego Guaribal. E, os corpos mineralizados, Arex e Ambrex, encontram-se na serra do Expedito, que tem direção geral SE-NW (Figura 21). Figura 21 – Bacia do córrego Arrainha, com a localização das estruturas básicas do Projeto Aripuanã, e a projeção dos corpos mineralizados, Arex e Ambrex, na serra do Expedito, a qual serve de divisor natural para a rede de drenagem superficial. Município de Aripuanã/MT. A serra do expedito corresponde ao divisor de águas de duas pequenas bacias: a do córrego Guaribal (com dois afluentes da margem esquerda nascendo na serra, córregos Arrainha e Maranhão), e a bacia do córrego Praia Grande; ambos contribuintes da margem esquerda do rio Aripuanã. Separa também, micro-bacias da porção de extremo oeste da serra, que são contribuintes dos córregos Água Suja e das Pedras, pertencentes à bacia do rio Branco, que também, é afluente da margem esquerda do rio Aripuanã. A área industrial tem 21,82ha, em ambiente já totalmente alterado pela forma de uso e ocupação dos solos, está em cotas altimétricas entre 150m e 175m, essa diferença de nível de 25m, implica em intervenções que modificam a topografia local pelos cortes/aterros, dependendo das especificidades de cada componente da estrutura básica do empreendimento. Ocorre na área industrial uma nascente na cota altimétrica 149m, identificada pelo código NAR-46, pela empresa Hidrovia Hidrologia e Meio Ambiente Ltda, definida como nascente 25 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 pontual em talvegue encaixado, contribuinte da margem esquerda do córrego Guaribal, em solo argilo-arenoso amarelo e recoberto por pastagem. Embora ambientalmente já esteja em área alterada, a sua extinção implica em dano ambiental irreversível. Para o processo de implantação do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT a Tecnomin Projetos e Consultoria Ltda elaborou o projeto conceitual das principais estruturas que envolvem a área industrial e elaborou um documento onde se tem todo o planejamento operacional, que permite gerenciar a exequibilidade de todos os projetos que envolvem diferentes áreas do conhecimento técnico-científico e político-administrativo. De acordo com o memorial descritivo elaborado pela Tecnomin Projetos e Consultoria Ltda, na concepção do projeto arquitetônico das edificações administrativas e de apoio industrial foi levado em consideração todas as leis e regulamentações a elas inerentes, dentre as quais se destacam: NR 8 – Edificações; NR 17 – Ergonomia; NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção; NR 22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração; NR 24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho; NBR 13532 – Elaboração de Projetos de Edificações – Arquitetura; e NBR 6492 – Representação de Projetos de Arquitetura. O projeto foi baseado no efetivo de 540 pessoas, sendo que 320 na área da Mina e 220 na área do site. Em função desses números, foram definidas as dimensões das edificações. As edificações foram pré-dimensionadas de maneira modular, a fim de facilitar a interface entre a “arquitetura” e a estrutura, enfatizando o custo da obra. As áreas administrativas contemplam instalações para deficientes físicos, conforme é solicitado por normas. Porém, poderão ocorrer mudanças ou complementações no decorrer do desenvolvimento do projeto básico, assim as quantidades previstas na planilha poderão sofrer alterações, para mais ou para menos. A área administrativa deverá ser composta das seguintes estruturas físicas: Portaria Apoio aos motoristas Controle de Balança Escritório administrativo Restaurante Vestiário / Terminal Rodoviário 26 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Posto Médico Almoxarifado Depósito de Produtos Químicos Laboratório Galpão de Testemunho Haverão ainda, instalações de apoio industrial, constando dos seguintes elementos: Subestação Principal de Energia Elétrica Subestações Secundárias de Energia Elétrica Escritório da Oficina de Manutenção Oficina da Calderaria Sala dos Compressores Sala dos Sopradores Lavagem de Veículos Oficina de Manutenção Industrial No caso específico da área do depósito de rejeitos, as principais estruturas foram concebidas pela empresa BVP Engenharia/Anddes. Nesse projeto também foram incluídas atividades operacionais, como desmatamento da vegetação, remoção de material inadequado, instalação do sistema de subdrenagem, nivelamento da superfície, instalação do sistema de revestimento, instalação do sistema de coleta de águas residuais, e de ponds de subdrenagem e de efluentes. É ainda parte integrante do projeto, o caminho perimetral, e o sistema de coleta de águas superficiais com sua descarga no pond de raincoat (Figura 22). 27 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 22 – Croqui esquemático da configuração da pilha de rejeitos sobre carta-imagem. O depósito foi dimensionado para a disposição de rejeitos filtrados ("secos") gerados na usina de flotação, e processados na planta de filtração. Esse depósito se localiza em vertentes de colinas amplas, cujos terrenos pouco declivosos são recortados por dois cursos d’água, situados nas poções norte, leste e sul, e que praticamente funcionam como elementos delimitadores da área de depósito de rejeito a seco com cerca de 27,3ha. A configuração do empilhamento proposto considera uma altura máxima de aproximadamente 57m acima da superfície revestida com geomembrana, cada camada de rejeito seco será de 6m de altura média, com talude de camada de 1H:1V, feita com bermas de 12m de comprimento, levando com esta configuração uma inclinação de 3H:1V. E, a capacidade total do empilhamento é de 11,3Mt, o que é equivalente a 5,1 milhões de metros cúbicos de rejeitos secos. Também faz parte das estruturas do empreendimento a implantação de uma barragem de terra compactada no córrego Arrainha, para armazenar água. Esse projeto foi concebido pela empresa BVP Engenharia Ltda, a qual realizou também outros estudos necessários à sua consolidação. Um, sobre a geologia e geotecnia da área que envolve as estruturas da barragem, e outro, sobre o balanço hídrico4 que permite prognosticar o volume de água mantido pela 4 Balanço hídrico é a quantificação matemática do quanto de água entra e sai em uma certa área, num determinado intervalo de tempo. Para seu cálculo são considerados vários parâmetros, tais como, climáticos (quanto chove e quanto evapora), solos (quanto infiltra, e quanto escoa), cobertura vegetal (quanto as folhas evapotranspiram), a 28 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 estrutura da barragem. De acordo com a BVP, a barragem de captação e armazenamento de água deverá atender à demanda do processo de beneficiamento mineral e em menor expressão outras demandas hídricas (abastecimento humano, lavagem do pátio industrial, controle de emissões atmosféricas, etc.). Conforme o balanço hídrico, o volume inicial previsto de água que deverá ser captado da barragem é de aproximadamente 371m³/h para alimentação da planta industrial, já que a reutilização integral das águas servidas é operacionalmente prejudicada devido às perdas de processo (por evaporação, pontos de fugas, etc.). Um outro elemento importante da infraestrutura básica do empreendimento é a área destinada a implantação de depósito de resíduos (Figura 23), localizada na porção sul da planta produtiva, em ambiente já praticamente todo alterado por pastagem plantada. Figura 23 – Croqui esquemático em recorte de carta-imagem, mostrando a área quase toda alterada por pastagem onde será instalado o depósito de resíduos (seta vermelha), localizado no interflúvio de dois contribuintes da margem direita do córrego Arrainha. A área desse depósito de resíduos envolve uma superfície da ordem de 16ha, e, o pouco remanescente de vegetação que recobre a porção norte dela, corresponde ao sistema secundário de Floresta, com superfície de 1,20ha, que deverá ser removido juntamente com toda a pastagem, necessidade de água prevista para ser armazenada no reservatório formado pelo barramento, entre outros. O balanço hídrico é importante na construção de barragem principalmente para garantir o armazenamento de água, isto é para não se ter falta de água; e para calcular o vertedouro, por onde o excesso de água deverá passar, isto é, para que o excedente de água não comprometa a estrutura da barragem, e não provoque seu rompimento. 29 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 para se proceder a terraplenagem, de maneira se ter terrenos bem estabilizados topograficamente, em conformidade com as normas técnicas e legislação vigente. Outras duas estruturas importantes para a operacionalização e funcionamento adequado do empreendimento correspondem aos paios de explosivos e espoletas; e ao posto de combustível para abastecimento. A área destinada aos paióis de explosivos e acessórios encontra-se no flanco sul da serra do Expedito, e em situação topográfica favorável (Figura 24). Para determinação da localização do paiol de explosivo e paiol de acessórios do projeto Aripuanã, foram respeitadas todas as determinações dispostas no Regulamento para a fiscalização de Produtos Controlados (R-105), em destaque os capítulos IV e V, que se referem aos Depósitos e sua construção, respectivamente. Já o posto de combustível para abastecimento será implantado em parceria com a empresa Petrobras, a qual ficará responsável pela concepção e implantação de seus elementos constituintes, como também, pelo devido licenciamento, conforme determina a legislação vigente. Figura 24 – Recorte do layout do plano diretor sobre carta-imagem, mostrando o contorno do Ambrex (em rosa) e a posição prevista para os paióis de explosivos e acessórios (números 1 e 2). 4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO A premissa básica utilizada na definição de critérios que fundamentaram a delimitação de áreas de influência para os estudos de meio físico, biótico, sócio-econômico, e arqueológico, foi o “fato geomorfológico” representado pela serra do Expedito, cujas áreas requeridas junto ao DNPM, abrangem o corpo serrano das minas Arex e Ambrex. Assim, as micro-bacias e as bacias 30 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 hidrográficas5 desenvolvidas a partir dos conjuntos de morros que formam essa serra foram considerados como critério fundamental na definição das áreas de influência empreendimento; como também, a abrangência das intervenções de superfície e de subsuperfície. E, para a maioria dos estudos realizados a Área de Influência Direta (AID, com 1.341,1124ha, Figura 25), é formada por contribuintes da porção superior da bacia do córrego Guaribal, afluente da margem esquerda do rio Aripuanã, pois é nela que ocorrerão as intervenções do Projeto Aripuanã. Figura 25 – Representação cartográfica das áreas de Influência Direta e Indireta do Projeto Aripuanã/MT. 5 Entende-se por micro-bacia as linhas de talvegue de primeira ordem. O conceito de bacia hidrográfica é mundialmente reconhecido e consolidado como unidade fundamental de planejamento do espaço geográfico e de desenvolvimento de processos ecológicos porque garante visão sistêmica do território; sendo por conseguinte, referência também, na política e legislação nacional de meio ambiente, a exemplo, do Art5º da Resolução Conama 001/86; ou o Art 1º item 5 da Lei Federal 9.433/97. 31 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A Área de Influência Indireta (AII, Figura 26) tem como limites a rede hidrográfica que envolve os terços superiores das bacias dos córregos Guaribal e Praia Grande, e, em menor expressão, as micro-bacias da porção de extremo oeste da serra do Expedito, formadoras dos córregos Água Suja e das Pedras, que fazem parte da bacia do rio Branco, também afluente da margem esquerda do rio Aripuanã; e, englobam ainda, as áreas requeridas no DNPM pela Mineração Dardanelos Ltda para a exploração mineral, tendo, por conseguinte, tem configuração de um polígono com área de 6.755,9426ha. Já para os estudos sócio-econômicos, e arqueológicos, e até mesmo do meio biótico, que levaram em conta trabalhos realizados anteriormente nessa região, bem como as informações de fontes secundárias, tem a delimitação político-administrativa do Município de Aripuanã (903.357km²), sendo então considerada, Área de Influência Regional para o Projeto Aripuanã (Figura 26). Figura 26 – Delimitação político administrativa do município de Aripuanã, que corresponde à Área de Influência Regional do Projeto Aripuanã, e demais áreas de influência do empreendimento. Para os estudos que envolvem o tema “Recursos Hídricos Superficiais”, visando principalmente subsidiar o controle e a análise futura da qualidade das águas, adotou-se como 32 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 AID toda a bacia do córrego Guaribal, e três outros pontos de coleta e monitoramento das águas nos córregos Praia Grande, Água Suja e das Pedras, como pode ser verificado na Figura 27. Figura 27 – Em destaque a bacia do córrego Guaribal e os pontos de coleta para estudos de Recursos Hídricos Superficiais, na área de influência direta do Projeto Aripuanã, município de Aripuanã/MT. Para os estudos de hidrogeologia, pequenas variações nos limites das áreas de influência, foram necessárias (Figura 28), pois além de considerar a bacia hidrográfica relacionada à abrangência dos impactos, a caracterização hidrogeológica, a classificação de parâmetros hidráulicos e a identificação de unidades aqüíferas, não aqüíferas e aqüíferos pobres, foram levados em consideração as seguintes definições: a) Área Diretamente Afetada – ADA, aquela a ser ocupada pelo empreendimento propriamente dito, envolvendo as estruturas do Plano Diretor. b) Área de Influência Direta – AID, compreende superfícies das bacias sujeitas aos efeitos 33 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 diretos da implantação e operação do empreendimento, a bacia do córrego Arrainha, e uma pequena parte das bacias dos córregos Maranhão e Praia Grande. c) Área de Influência Indireta – AII envolve a porção superior da bacia do córrego Guaribal, afluente da margem esquerda do rio Aripuanã, que corresponde à superfície onde haverá as intervenções do Projeto Aripuanã e é coincidente com a Área de Influência Direta dos demais estudos de meio físico. Figura 28 – Representação cartográfica das áreas de influência do Projeto Aripuanã para os estudos de hidrogeologia. 4.1. A Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação às Áreas Protegidas A Figura 29 mostra em carta-imagem o município de Aripuanã/MT, com as áreas de influência direta e indireta do Projeto; e a representação cartográfica delas em relação às áreas Protegidas. A área de influência direta do empreendimento encontra-se a 10,650Km da Terra Indígena - TI Arara do Rio Branco e a 10,111Km da TI - Aripuanã, como pode ser verificado na Figura 29; estando por conseguinte fora dos 10Km previstos em lei, que funciona como zona de amortecimento ao entorno de áreas protegidas. 34 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 29 – Carta-imagem da área de influência regional do Projeto, o município de Aripuanã/MT, com as demais áreas de influência, direta e indireta; e as representações cartográficas das áreas Protegidas, em destaque as Terras Indígenas e suas respectivas distâncias superiores a 10Km da AID do empreendimento. 4.2. Área de Influência Direta do Empreendimento em Relação aos Fatores Ambientais Afetados 4.2.1. Fase de Pesquisa Mineral Como é comum no setor de mineração, a pesquisa mineral realizada pela Mineração Dardanelos Ltda em várias etapas. Através de Licença de Operação Provisória - LOP, a empresa estabeleceu compromisso, junto à SEMA/MT, de recuperar as áreas degradadas após a conclusão das sondagens; como também, de recuperar a Cava do Expedito, porque foi exigência do Órgão Ambiental. Para ambos os compromissos foram concebidos Planos de Recuperação de Áreas Degradadas, os quais foram executados entre 2008 e 2011. 35 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 As áreas alteradas pelas intervenções da pesquisa foram, praças de sondagens, vias de acesso e escavações para armazenamento de água utilizada nas sondagens, denominadas “piscinas” pelos trabalhadores envolvidos na atividade. Além dessas áreas, há ainda trilhas e picadas por onde passaram encanamentos de água, que ligavam as piscinas às praças de sondagem, bem como estruturas físicas que disciplinam e conduzem excedentes hídricos (camalhões, lombadas, retentores, bueiros, etc.). Especificamente no caso da Cava do Expedito, ela foi detalhadamente caracterizada, descrita e avaliada para a prescrição das ações de recuperação de quando foi concebido o PRAD em 2008. Nos levantamentos de campo realizados entre julho e outubro de 2011, foram verificadas, in loco, os resultados alcançados após a realização das ações de PRAD, que conduzirão à cicatrização desse ambiente que é muito vulnerável a diferentes processos erosivos, foram apresentados em um Relatório Técnico6, onde se mostrou a situação final dos ambientes após a pesquisa mineral, e as atividades corretivas e/ou preventivas que maximizam as ações de recuperação. 4.2.2. Fase de Implantação do Empreendimento Conforme o Plano Diretor, na implantação do empreendimento, as principais estruturas que lhe darão suporte, deverão estar em ambiente já alterado pela atividade pecuária, onde se tem pastagem plantada, que na maioria está degradada. Entretanto, a região é de Floresta Ombrófila, e tem vocação natural para exploração florestal. Já na estrutura da serra do Expedito, onde se tem os corpos mineralizados Arex e Ambrex, a vegetação natural de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras é predominante, apesar de não raras vezes, se tratar de sistema secundário em diferentes estágios de sucessão, porque também, foram alterados em diferentes épocas, e com diferentes finalidades, por antigos garimpos, pela pesquisa mineral empresarial, e até mesmo, pelos eventos naturais, como fortes ventos, raios, etc, que formam clareiras. 6 “Relatório descritivo da situação atual de áreas integrantes do processo SEMA Nº 305.756/2007”, cujo Plano de Recuperação das Áreas Degradadas – PRAD fora concebido em 2007 (processo SEMA/MT nº 305.756/2007), e implementado entre 2008 e 2011 (processo SEMA/MT nº 766203/2011). 36 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Nesse sentido, os principais fatores ambientais que serão afetados no processo de implantação do complexo industrial estão a seguir elencados: a) Topografia: terrenos serão nivelados para atender às normas técnicas construtivas da indústria, e das demais estruturas e obras que lhe darão apoio (barragem de água; pilha de rejeitos; estradas; ponds para coleta e armazenamento de água e/ou efluentes; oficina; escritório; balança; refeitório; vestiário; etc.). No corpo da serra onde será implantado o emboque das minas, Arex e Ambrex, também terá alteração na topografia, inclusive para implantar a estrada que as ligam; as praças de ventilação e seus acessos; dentre outras. Haverá ainda, alterações topográficas, onde serão implantados os paióis de explosivos e de acessórios. b) Ar: serão alterados os níveis de ruído na implantação do empreendimento. Como também, é fato que em determinados locais haverá emissão de particulados, pois no processo construtivo haverá movimentos de máquinas e equipamentos, cortes/aterros, para implantação de emboques das minas, de estradas, de área de depósito de rejeitos, de resíduos, etc., que gerarão principalmente poeira. c) Solo: na implantação das estruturas construtivas, e principalmente onde houver cortes, aterros e nivelamento de superfícies, haverá remoção de camadas de solos inclusive as superiores que são formadas por materiais orgânicos, que sob o ponto de vista da engenharia são inadequados para estabilizar terrenos. Também, haverá remoção de pacotes de coberturas pedológicas, de acordo com estudos de geologia-geotecnia, para a implantar importantes estruturas, como barragem para armazenar água, fundo do lago formado pelo barramento do córrego Arrainha, base do depósito de pilha de rejeitos, etc. d) Rochas: para acessar os corpos mineralizados de Arex/Ambrex, e para implantar a barragem de água, e mesmo a pilha de rejeitos, haverá remoção de rochas sãs e intemperizadas. Embora se tenha previsto um depósito de resíduos para armazenar esses materiais, eles ali permanecerão temporariamente, até que sejam reutilizados em outras ações construtivas, seja em estruturas que compõem o Projeto Aripuanã, seja no retorno, para preenchimento das minas. e) Águas superficiais e subterrâneas: tendo em vista que na região o período seco é pouco expressivo, as chuvas poderão gerar alterações na qualidade de águas superficiais de quando forem realizados serviços de terraplenagem, carreando sedimentos de setores topograficamente 37 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 mais elevados para as bases das vertentes, inclusive para fundos de vales. Na implantação da área industrial haverá extinção de uma nascente, identificada pela empresa Hidrovia Hidrologia e Meio Ambiente Ltda, pelo código NAR-46. Outras obras, como estradas, caso do flanco sul da serra do Expedito implantada ligando os emboques das minas Arex/Ambrex à rede viária da região, poderão provocar alterações no sistema natural de escoamento das águas através de ravinas/grotas e grotões, e em olhos d’água, ainda que efêmeros ou temporários. Por isso deverá ser implantado um sistema eficiente de drenagem, com obras de engenharia específicas para disciplinar o escoamento dos excedentes hídricos. f) Flora: haverá a remoção da cobertura vegetal no processo de implantação das estruturas que compõem o Projeto Aripuanã. Embora a maior parte do Complexo Industrial esteja em ambiente de pastagem plantada, em certos locais ainda existem remanescentes de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, apesar de boa parte se tratar de sistemas secundários. Para essas áreas de vegetação nativa, serão realizados Planos de Exploração Florestal – PEFs, e tomados os devidos cuidados para minimizar os efeitos da remoção da vegetação, pois ela desempenha papel preponderante na proteção dos terrenos, contra a ação erosiva das chuvas, notadamente em áreas muito inclinadas, como é a topografia da serra do Expedito. g) Fauna: a remoção da cobertura vegetal gera modificações ambientais para vários taxa da fauna silvestre, principalmente pela perda de habitat. No caso do Projeto Aripuanã, a serra do Expedito é recoberta por vegetação natural, e por sistemas secundários de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, e, por conseguinte, tem-se um “caminho natural” para locomoção da fauna silvestre, servindo-lhes também, como abrigo e fonte de alimentos e água. A presença de pessoas, a movimentação de máquinas, equipamentos etc., por si só causarão impactos à fauna regional, expulsando-a, ainda que temporariamente, dessas áreas de intervenção. Por outro lado, a criação do lago artificial resultante do barramento do córrego Arrainha, alterará as condições ambientais para as comunidades aquáticas. 4.2.3. Fase de Operação do Empreendimento Três aspectos são preponderantes na fase de operação do empreendimento, a remoção gradual dos corpos mineralizados da serra do Expedito; o seu beneficiamento na indústria por processos químicos (flotação); e o transporte dos concentrados. Deles, resultarão: a geração de materiais de diferentes tipologias, cujos principais destacam-se: estéril (irá para o depósito de 38 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 resíduos, enquanto não for reutilizado no próprio Projeto), rejeitos (parte irá para a pilha de rejeitos a seco e parte retornará para preencher vazios nas minas), efluentes e águas residuárias (irão para os ponds), poeiras (necessitará de medidas de controle), e para os concentrados de minério realizou-se estudos de logística para sua destinação através do transporte rodoviário para fora de Mato Grosso, entre outros. Considerando tais aspectos, os principais fatores ambientais que serão afetados dizem respeito às alterações que poderão ocorrer sobre as águas, ar, rochas, solos, flora e fauna. a) Águas superficiais e subterrâneas: serão utilizadas no processo de beneficiamento do minério. Para reposição dos volumes necessários serão utilizadas as águas da barragem, e das próprias minas na medida em que avançar as frentes de lavra no Arex e Ambrex. Como será adotado um sistema de recirculação de águas e de controle de efluentes, a eficiência do processo de reuso dessas águas dependerá da eficácia do sistema adotado. Serão construídos ponds de coleta e armazenamento para as águas e para os efluentes, e sistemas de tratamento a eles associados, de modo que nenhuma água saia sem controle, e toda a água do Projeto seja recirculada, para evitar inclusive a drenagem ácida potencial da mina e da planta de beneficiamento. Por outro lado, as águas das chuvas de toda a área do Projeto, deverão ser controladas por um sistema de drenagem eficiente, sendo os excedentes hídricos devidamente conduzidos até os fundos de vales. b) Ar: além das alterações de níveis de ruídos, haverá emissão de particulados, pois haverá movimentos de máquinas e equipamentos, como no caso de estradas, áreas de depósito de rejeitos, de resíduos, minas, etc. No interior das minas, haverá alterações na qualidade do ar. O ar impuro gerado por detonações e pela própria operação será constantemente renovado através do sistema de ventilação concebido para o Projeto. c) Rochas: sendo condição sine qua non a extração mineral dos corpos Arex/Ambrex, haverá a remoção de litologias hospedeiras e de rochas mineralizadas, alterando a estrutura do pacote rochoso do interior da serra do Expedito. Embora tenha sido prevista a adoção de um sistema de reutilização dos materiais estéreis e rejeitos (rock / backfill), para preencher vazios nas minas subterrâneas e minimizar tais alterações, haverão pontos onde os vazios permanecerão com ar, e com o tempo serão preenchidos com água percolada no pacote residual, após a desativação das minas. 39 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 d) Solos: as áreas de entorno das estruturas que formam o Projeto Aripuanã poderão ser afetadas por desenvolvimento de processos erosivos, provocando carreamento de camadas dos solos, como nas áreas marginais das estradas, entorno dos depósitos de rejeitos e resíduos, barragem, etc. Porquanto, haverá um plano executivo de prevenção e controle de processos erosivos, bem como a implantação de sistemas eficientes de drenagem de excedentes hídricos. e) Flora: como existirão remanescentes florestais, principalmente na serra do Expedito, esses ambientes vegetados funcionarão como fonte de fornecimento de sementes e propágulos, resultando em permanente alteração nas áreas de controle específico, como o caso da área de depósito de rejeitos a seco, que só após a desativação do empreendimento poderá ser revegetada, mas não com espécies florestais. Também em estruturas e obras de engenharia onde é comum se instalarem espécies de figueiras (Ficus sp.), estas podem causar danos principalmente pelo sistema radicular, sendo, por conseguinte, necessário permanente acompanhamento e manejo. f) Fauna: a fauna silvestre aos poucos se ajustará às mudanças ocorridas no ambiente, principalmente com relação às detonações na mina. Entretanto, não poderão ter mais livre acesso a determinados locais do Projeto, como por exemplo, na infraestrutura básica que compõe o empreendimento. Além disso, alguns taxa da fauna regional serão mais afetados que outros. 4.2.4. Fase de Desativação do Empreendimento Na fase de desativação do empreendimento, haverá duas situações muito diferentes em relação aos fatores ambientais afetados. Uma, se refere aos ambientes do corpo serrano por causa das alterações das características originais do relevo, do comportamento hídrico, e da estrutura geológica. E a outra, diz respeito aos ambientes relacionados às estruturas básicas que formam o complexo industrial, por causa das alterações topográficas, das remoções de solos, das mudanças no escoamento natural das águas, e implantação das instalações físicas e obras de engenharia, que resultam na modificação radical da paisagem natural. Assim, os principais fatores ambientais que serão afetados na fase de desativação do empreendimento estão a seguir referidos. a) Águas superficiais e subterrâneas: nascentes e olhos d’água extintas temporariamente no corpo da serra do Expedito, reaparecerão paulatinamente; outras, poderão ser extintas; e ainda, novas nascentes e olhos d’água poderão surgir. O lago formado pelo barramento poderá 40 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ter outro uso na propriedade rural. Há um potencial de drenagem ácida na mina e pilha de rejeitos que deverá ser controlado / monitorado. b) Relevo e topografia: as alterações das características do relevo e da topografia dos terrenos de várias áreas poderão permanecer modificadas. O importante é buscar a estabilidade das áreas para evitar processos erosivos e assoreamentos após desmobilizar as estruturas, caso das construções que fazem parte da infraestrutura básica do empreendimento (indústria, balança, oficinas, escritórios, refeitório, vestiário, etc.). A área de depósito de resíduos será reafeiçoada, porque os materiais nela depositados serão reutilizados no empreendimento ou retornados às minas, na medida em que as frentes de lavra avançarem até a desativação. c) Solos: tendo em vista que muitas áreas serão recuperadas após a desativação da mina, haverá necessidade de reposição de camadas superficiais de solos, para as atividades de PRAD. A remoção de entulhos gerados no processo de demolição das edificações resultará na exposição de solos que serão fontes potenciais de sólidos sedimentáveis, os quais poderão ser carreados para corpos d’água, comprometendo sua qualidade. Os solos que ainda estiverem estocados poderão ser utilizados, mas provavelmente haverá necessidade de buscar material alóctone. d) Rochas: após a desativação das minas Arex e Ambrex, e mesmo que sejam adotadas técnicas de retorno de materiais (rock / backfill), a estrutura rochosa da serra estará alterada. e) Flora: a revegetação no processo de desativação da mina será compatível com as exigências de cada local. Na pilha de rejeitos, por exemplo, após as técnicas para seu lacramento (uso de geomembrana, etc.), deverá ser revegetada, devendo, por conseguinte, ser monitoradas, pois nos ambientes de entorno, ainda existirão remanescentes de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, que servirá como fonte de sementes e propágulos. f) Fauna: após a desativação das minas, a fauna silvestre aos poucos se ajustará às alterações ocorridas nos ambientes, que também estará em processo de recuperação. g) Sócio econômicos: com a desativação do empreendimento, e a dispensa de mão de obra regional envolvida, o desemprego resultará em novas demandas à jurisdição municipal, que deverá ter orientações pelos planos/programas de descomissionamento da mina, em parceria com o poder público municipal. Haverá também, mudanças no setor comercial da cidade de 41 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Aripuanã; e no setor de habitação, pois haverá saída de pessoas de outras regiões, que permaneceram durante a vida útil do empreendimento. 5. PROCESSO DE BENEFICIAMENTO A alimentação prevista é de 1,2 milhões de toneladas por ano, ou aproximadamente 152,2 t/h alimentados à planta de moagem e flotação, considerando uma eficiência operacional de 90%. Os fluxogramas e balanços de massa apresentados foram elaborados considerando uma planta de tratamento de minério para recuperação de cobre, chumbo e zinco através de britagem primária, moagem SAG seguida de moagem de bolas, flotação sequencial desses metais com pré-flotação de talco no caso do minério stratabound7 e flotação simples de cobre no caso do minério stringer8. Em todos os casos é prevista a remoagem de todo ou parte dos concentrados roughers. O circuito de flotação de cada etapa de recuperação do metal (cobre, chumbo e zinco) é bastante similar, consistindo de uma etapa rougher, remoagem e limpeza. Os fluxogramas de blocos apresentado a seguir representam um resumo das operações unitárias da planta de processo (Figuras 30, 31 e 32). E, a Figura 33 apresenta um esquemático do circuito de cominuição. Figura 30 – Fluxograma de blocos: Cominuição. 7 Stratabound: termo utilizado para indicar determinado depósito mineral que se encontra limitado a uma determinada camada ou estrato sedimentar. (http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=S) 8 Stringer: termo utilizado para se refereir a veio estreito ou filamento irregular de substância mineral atravessando uma massa rochosa. (http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteudo=S). 42 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Cominuição Flotação talco Pre-Rougher Con Rejeito talco Final Con 1 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Rejeito/ Próxima Etapa Rougher Con Remoagem Pre-Cleaner Con Final Con 2 Cleaner Con Recleaner Con Final Con 3 Figura 31 – Fluxograma de blocos: Flotação (circuito padrão). Figura 32 – Fluxograma de blocos: Filtração e Despacho. Figura 33 – Circuito de cominuição. Cleaner Scavenger Con 43 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 6. CLIMA E CONDIÇÕES METEREOLÓGICAS O município de Aripuanã não tem estação climatológica de superfície convencional, ou mesmo automática, da rede de estações do Instituto Nacional e Meteorologia (INMET). Para o Estado de Mato Grosso, o Banco de Dados Climáticos do Brasil, disponibilizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e que toma como base os dados originais do INMET, conta com informações baseadas em séries históricas apenas para os municípios de Vera, Comodoro, Cuiabá, Cáceres, Diamantino e Nortelândia. Considerando as coordenadas geográficas da área de estudo (latitude 10°00’ S e longitude 59°29’ W), foram escolhidos alguns municípios cuja proximidade foi maior e dos quais se dispõe de séries históricas de dados climatológicos, para fins de caracterização do clima regional e inferências sobre o possível clima de Aripuanã. Estes municípios foram Vera-MT, Sinop-MT, Porto Velho-RO, e Vilhena-RO (latitude 12°44’S, longitude 60°08’W e altitude 652m, distante 306km da área de interesse). Há também, uma estação climatológica de superfície automática em Cotriguaçu-MT, distante 103km da área de interesse, apesar dos dados disponíveis não constituem uma série histórica mínima, eles são referentes ao período de 28 de maio de 2007 a 9 de maio de 2008, e foram considerados para fins de análise comparativa com as outras estações. O balanço hídrico climatológico, calculado pelo método de Thornthwaite e Mather (1957), foi adotado neste estudo para se entender as características climáticas da região. A partir de dados de precipitação pluviométrica (chuvas), e de evapotranspiração potencial, medidos ou estimados (caso específico de Sinop), além do fotoperíodo e da estimativa da radiação solar global, conforme Varejão-Silva (2006). Entende-se por evapotranspiração potencial, a máxima perda de água para a atmosfera, em forma de vapor, que ocorre com uma vegetação em crescimento, sem que haja falta de água no solo. 6.1. Balanço Hídrico do Município de Vera (MT) O balanço hídrico de Vera foi obtido a partir das informações disponibilizadas pela EMBRAPA, para uma série histórica de 17 anos (1973 a 1990). O valor total anual da precipitação é de 2.373mm, da evapotranspiração potencial é 1.237mm e da evapotranspiração real é de 1.072mm. Verifica-se que a região apresenta um total de excedente hídrico anual da ordem de 1.301mm contra um déficit de 165mm, o que é indicativo de uma região com 44 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] problemas de excedente hídrico (Figuras 34 e 35). Entretanto, as características da vegetação original do local revelam ser uma área de transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica. Considerando que a área de interesse em Aripuanã apresenta-se em plena região Amazônica, é de se esperar um excedente hídrico anual superior ao verificado em Vera. 700 Precipitação Evapotranspiração potencial Evapotranspiração real Transição entre reposição e excedente 500 Figura 34 – Balanço hídrico climatológico de Vera-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento. 400 300 200 100 Jun Mai Abr Mar Jan Fev Dez Nov Out Set Ago Jul 0 Mês do ano 400 Excesso (mm) 300 200 100 Armazenamento (mm) 100 0 80 Figura 35 – Curso anual da disponibilidade hídrica de Vera-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100mm de armazenamento. 60 40 20 0 -10 -20 -30 -40 -50 -60 Mês do ano Jun Mai Abr Mar Jan Fev Dez Out Nov Set Jul -70 Ago Deficiência (mm) Lâmina de água (mm) 600 45 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] O evapopluviograma de Vera revela que o município apresenta quatro meses do ano em que a evapotranspiração é maior que a oferta hídrica ambiental, há déficit (mai/jun/jul/ago seco), e oito em que ocorre o oposto (set a abril úmido), ou seja, há excedente, mais chuvas do que a 5 100 o úmido 10 úmid seco 120 sub- 140 árido Evapotransipiração potencial (mm) necessária para atender a demanda hídrica atmosférica (Figura 36). 4 super-húmido 11 1 12 2 9 3 8 6 80 7 60 hiper-húmido 40 20 Figura 36 – Evapopluviograma de Vera-MT. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro. 0 0 100 200 300 400 500 Precipitação pluviométrica (mm) 6.2. Balanço Hídrico do Município de Sinop (MT) O balanço hídrico de Sinop foi calculado para o período de sete anos (entre 2000 e 2007) e apresenta muitas falhas, de forma que não pode ser tomado como representativo da área, mas somente como um indicador e com restrições. O cálculo foi baseado em dados de precipitação obtidos da Fazenda Maracaí e da estimativa da evapotranspiração potencial pelo método empírico de Thornthwaite com base na temperatura do ar obtida de uma torre micrometeorológica instalada numa área de reserva florestal dessa fazenda e sob a responsabilidade da Universidade Federal de Mato Grosso. Observadas essas restrições para a impossibilidade de generalizações, de acordo com os dados disponíveis, a região apresenta um total anual de precipitação igual a 2.299mm, de evapotranspiração potencial igual a 1.330mm e de evapotranspiração real igual a 1.000mm. Há um excedente hídrico anual da ordem de 1.299mm contra um déficit de 330mm, o que é indicativo de uma região com problemas de excedente hídrico (Figuras 37 e 38). 46 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 700 Precipitação Evapotranspiração potencial Evapotranspiração real Transição entre reposição e excedente Lâmina de água (mm) 600 500 400 Figura 37 – Balanço hídrico climatológico de Sinop-MT, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento. 300 200 100 Jun Mai Abr Mar Fev Jan Dez Nov Set Out Ago Jul 0 Mês do ano 350 300 Excesso (mm) 250 200 150 100 50 100 0 Armazenamento (mm) 80 60 Figura 38 - Curso anual da disponibilidade hídrica de Sinop-MT, calculado pelo método de ThornthwaiteMather, para 100 mm de armazenamento. 40 20 0 0 -40 -60 -80 -100 Jun Mai Abr Fev Mês do ano Mar Jan Dez Nov Set Out Jul -120 Ago Deficiência (mm) -20 47 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Sinop está, assim como Vera, em uma área de transição entre o Cerrado e a Floresta Amazônica. É mais quente que Vera e isso é o que determina as pequenas diferenças entre os balanços hídricos desses dois municípios. Certamente que Aripuanã também deve apresentar um excedente hídrico anual superior à Vera. O evapopluviograma de Sinop revela que o município apresenta cinco meses do ano em que a evapotranspiração excede a oferta hídrica ambiental e sete em que ocorre o oposto, há mais precipitação pluviométrica do que a necessária para atender árido a demanda hídrica atmosférica (Figura 39). Evapotranspiração potencial (mm) 140 seco subúmido 9 120 úmido 10 11 5 12 3 4 1 Figura 39 – Evapopluviograma de Sinop-MT. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro. 8 100 2 7 6 80 super-úmido 60 40 hiper-úmido 20 0 0 100 200 300 400 500 Precipitação pluviométrica (mm) 6.3. Balanço Hídrico do Município de Porto Velho (RO) O balanço hídrico de Porto Velho foi obtido a partir das informações disponibilizadas pela EMBRAPA, para uma série histórica de 15 anos (entre 1975 e 1990). A região apresenta um total anual de precipitação igual a 2.354mm, de evapotranspiração potencial igual a 1.394mm e de evapotranspiração real igual a 1.337mm. Há um excedente hídrico anual da ordem de 1.017mm contra um déficit de 57mm, indicativo de uma região com problemas de excedente hídrico (Figuras 40 e 41). Porto Velho é uma área que já está inserida no ecossistema de floresta tropical úmida amazônica, apresentando uma característica na qual o mês de agosto quebra a seqüência do período seco e confere ao ambiente uma redução no déficit hídrico anual. Entretanto o excedente anual é inferior àqueles observados para Vera e Sinop. 48 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 700 Precipitação Evapotranspiração potencial Evapotranspiração real Transição entre reposição e excedente Lâmina de água (mm) 600 500 Figura 40 – Balanço hídrico climatológico de Porto Velho-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento. 400 300 200 100 Jun Mai Abr Mar Fev Jan Dez Nov Out Set Ago Jul 0 Mês do ano 250 Excesso (mm) 200 150 100 50 Armazenamento (mm) 100 0 80 Figura 41 – Curso anual da disponibilidade hídrica de Porto Velho-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100 mm de armazenamento. 60 40 20 0 -20 -30 -40 Jun Mai Abr Fev Mês do ano Mar Jan Dez Out Nov Set Jul -50 Ago Deficiência (mm) -10 49 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] O evapopluviograma de Porto Velho revela que o município apresenta três meses do ano em que a evapotranspiração excede a oferta hídrica ambiental e nove em que ocorre o oposto, há mais precipitação pluviométrica do que a necessária para atender a demanda hídrica atmosférica 140 seco árido Evapotransipiração potencial (mm) (Figura 42). sub-úmido úmido 9 120 5 100 super-húmido 11 10 8 3 12 2 1 Figura 42 – Evapopluviograma de Porto Velho-RO. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro. 4 7 6 80 60 hiper-húmido 40 20 0 0 100 200 300 400 Precipitação pluviométrica (mm) 6.4. Balanço Hídrico do Município de Vilhena (RO) O balanço hídrico de Vilhena foi obtido a partir de uma série histórica de 18 anos (entre 1987 e 2005), mas com muitas falhas. Deve-se, portanto, tomar esta informação com o mesmo critério de restrição observado para o município de Sinop. O total anual de precipitação é igual a 1.940mm, de evapotranspiração potencial igual a 1.262mm e de evapotranspiração real igual a 1.111mm. Há um excedente hídrico anual da ordem de 829mm contra um déficit de 152mm, indicativo de uma região com problemas de excedente hídrico (Figuras 43 e 44). Vilhena é uma área que também possui floresta tropical úmida amazônica, mas apresenta o menor valor anual de precipitação pluviométrica acumulada e de excedente hídrico, em comparação com Vera, Sinop e Porto Velho. 50 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 500 Precipitação Evapotranspiração potencial Evapotranspiração real Transição entre reposição e excedente Lâmina de água (mm) 400 300 Figura 43 – Balanço hídrico climatológico de Vilhena-RO, calculado pelo método de Thornthwaite-Mather, para 100mm de armazenamento. 200 100 Jun Mai Abr Mar Fev Jan Dez Nov Out Set Ago Jul 0 Mês do ano 250 Excesso (mm) 200 150 100 50 Armazenamento (mm) 100 0 80 60 Figura 44 – Curso anual da disponibilidade hídrica de Vilhena-RO, calculado pelo método de ThornthwaiteMather, para 100mm de armazenamento. 40 20 0 -20 -30 -40 -50 Mês do ano Jun Mai Abr Mar Fev Jan Dez Nov Out Set Jul -60 Ago Deficiência (mm) -10 51 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] O evapopluviograma de Vilhena revela que o município apresenta cinco meses do ano em que a evapotranspiração excede a oferta hídrica ambiental e sete em que ocorre o oposto, há mais precipitação pluviométrica do que a necessária para atender a demanda hídrica atmosférica 140 sub-úmido seco árido Evapotransipiração potencial (mm) (Figura 45). úmido 9 120 11 8 3 12 1 Figura 45 – Evapopluviograma de Vilhena-RO. Os números associados aos pontos indicam os meses do ano, iniciando por 1 que indica o mês de janeiro e finalizando por 12 que indica o mês de dezembro. 4 5 100 super-húmido 10 7 2 80 6 60 hiper-húmido 40 20 0 0 100 200 300 400 Precipitação pluviométrica (mm) 6.5. Análise Comparativa dos Dados da Estação Cotriguaçu com as Demais Estações Consideradas neste Trabalho Cotriguaçu é o município mais próximo da área de interesse em Aripuanã. Os dados climatológicos disponíveis para esse município compreendem o período de junho de 2007 até maio de 2008, fornecidos pelo INMET a partir de uma estação de superfície automática. Entretanto, utilizando esses dados disponíveis a título de comparação com os de outros municípios analisados neste trabalho, verifica-se que existe certa similaridade no padrão de distribuição anual das chuvas (Figura 46 A e B), ressaltando-se apenas que no início do ano, pelo menos para os dados disponíveis de 2008, os meses de janeiro e fevereiro se apresentam como mais chuvosos (Figura 46B). Os municípios de Sinop e de Vera se apresentam como mais chuvosos no início do ano (janeiro e fevereiro) que os de Porto Velho e Vilhena e observa-se também um pico de elevado valor em agosto para Porto Velho e em Setembro para Vera. 52 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] 600 A Cotriguaçu Vera Sinop Porto Velho Vilhena 500 400 300 Lâmina de água (mm) 200 100 0 600 B 500 400 300 200 100 dez nov out set ago jul jun mai abr mar fev jan 0 Mês do ano Figura 46 – Dinâmica anual da precipitação pluviométrica de Cotriguaçu para o período de junho a dezembro de 2007 (A) e de janeiro a maio de 2008 (B) em relação aos valores médios mensais obtidos para os municípios de Vera, Sinop, Porto Velho e Vilhena. 6.6. Inferências sobre o Clima de Aripuanã 6.6.1. Sobre o Balanço Hídrico de Aripuanã É bastante provável que a área de interesse em Aripuanã apresente um padrão climatológico próximo aos valores médios observados para os municípios analisados neste trabalho, dada as características de proximidade geográfica e do fato de que estão inseridos na análise os ecossistemas de floresta de transição e de floresta tropical úmida. Neste sentido, um valor médio ponderado pela distância entre esses locais e a área de interesse, considerando os dados de Vera, Sinop, Porto Velho e Vilhena pode ser uma boa primeira aproximação para inferir sobre os totais anuais desse município. Assim, para a precipitação obtém-se um valor 53 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 médio ponderado de 2.264mm, para a evapotranspiração potencial, de 1.310mm, para a evapotranspiração real, de 1.127mm, para o déficit, de 184mm e para o excedente hídrico, de 1.137mm. Nessas circunstâncias, é provável que podem haver de três a cinco meses do ano em que a demanda evaporativa da atmosfera (evapotranspiração potencial) excede a oferta hídrica ambiental (precipitação pluviométrica) e de sete a nove meses do ano em que ocorra excedente hídrico, ou seja, a precipitação pluviométrica excede a evapotranspiração potencial. 6.6.2. Análise do Fotoperíodo e da Radiação Global da Área de Interesse em Aripuanã Considerando que possa existir algum interesse acerca do fotoperíodo ou mesmo da radiação solar global de Aripuanã, fez-se um estudo para avaliar a dinâmica anual destas variáveis (Figuras 47 e 48). Do ponto de vista da fisiologia vegetal, o fotoperíodo máximo verificado para o local é de 13,9h e ocorre no dia 21 de dezembro e o mínimo é de 12,7h e ocorre no dia 21 de junho. A duração astronômica do dia é exatamente igual ao fotoperíodo subtraído do valor relativo ao tempo de 1,2h diárias referentes ao tempo de luz difusa devida a processos de refração atmosférica. Quanto à radiação global, o ambiente propicia um valor máximo possível (quando se considera uma atmosfera completamente limpa, sem nuves para diminuir a radiação solar) igual a 10,4 GJ/m2/ano e um valor mínimo igual a 3,7 GJ GJ/m2/ano, entretanto, o ciclo anual dos valores diários máximo e mínimo podem ser observados na Figura 48. 14,5 Duração astronômica do dia Fotoperíodo 14,0 Tempo (h) 13,5 Figura 47 – Ciclo anual da duração astronômica do dia e do fotoperíodo para o local de interesse, em Aripuanã. 13,0 12,5 12,0 11,5 11,0 0 73 146 219 Dia juliano 292 365 54 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Radiação solar global (MJ m-2 d-1) 50 Máxima teórica Mínima teórica Dados medidos em 2007 Dados medidos em 2008 40 30 20 10 0 0 73 146 219 292 365 Dia juliano Figura 48 – Ciclo anual da radiação solar global, considerando os valores teóricos máximos e mínimos possíveis para o local de interesse, em Aripuanã e os dados obtidos da estação automática de Cotriguaçu para o período de 25 de maio de 2007 a 9 de junho de 2008. Nota-se que os valores da radiação global obtidos para Cotriguaçu estão dentro da faixa que limita os valores teóricos máximo e mínimo calculados para Aripuanã, contudo dois aspectos chamam a atenção. O primeiro tem a ver com valores inferiores ao mínimo teórico e que devem ser possivelmente atribuídos a falhas no sistema de coleta e armazenamento de dados da estação automática. O segundo, com o fato de que é justamente no período de inverno, quando os dias se apresentam com os menores valores da duração astronômica e do fotoperíodo (Figura 46) e a precipitação pluviométrica é mínima por se tratar da estação seca do ano (Figura 45), que a radiação global medida mais se aproxima do valor máximo teórico, indicando um possível efeito da nebulosidade na redução da radiação global no período chuvoso. 6.6.3. Estação do Empreendimento na Área de Interesse em Aripuanã Uma estação meteorológica automática de superfície foi instalada no ano de 2007 na área de interesse do Projeto Aripuanã, e dispunha de dados a partir de 2 de agosto desse ano até 23 de junho de 2008. Entretanto ela era inadequada para a região e apresentou muitas falhas levando a perda total dos dados e à sua remoção da área. 55 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 6.7. Considerações sobre o Clima A área de interesse em Aripuanã tem a possibilidade de apresentar um microclima específico devido a questões topográficas. A serra do Expedito tem altura máxima de 361m e o nível do solo estando a 127m, o que determina um desnível total da ordem de 234m. Com esse desnível, uma massa de ar que se movimente na superfície e seja empurrada na encosta se elevando no perfil atmosférico, poderá chegar à saturação e se condensar dando origem a nuvens, podendo ser determinante na precipitação à barlavento. À sotavento, dependendo se haverá ou não a compressão adiabática dessa massa de ar, é possível que as nuvens se dissipem ou não, respectivamente, sempre e quando as nuvens passarem pela serra. Mas, a compreensão desse fenômeno só é possível com medições in loco, embora se tenha observado que há predominância de ventos de norte e rajadas de nordeste, com ventos vindos da encosta sul da Serra do Expedito, que eventualmente indicam uma condição microclimatológica particular. Para se ter certeza de que esses ventos são mesmo originados em norte nordeste, que passam pela serra e descendem pela encosta sul é necessária a instalação de estações que confirmem isso e em diferentes locais. E, considerando que há o interesse em monitorar a dinâmica das variáveis meteorológicas locais, para fins de análise de possíveis alterações devido a mudanças no uso da terra na área de interesse e adjacências, sugere-se ao empreendedor a instalação de pelo menos uma estação climatológica, adequada à região, e à manutenção dela em permanente operação, para que forneça dados consistentes. Essa necessidade de receber manutenção permanente, para recalibração de sensores e eventuais substituições dos mesmos, é devido a danos e desgastes próprios dos sistemas. A estação fornecerá dados sobre o microclima, pois representará somente as condições do microambiente de seu entorno, e que pode estar em área de turbulência mecânica devido ao choque das massas de ar com a encosta da serra do Expedito. Além disso, como há um potencial de formação de nuvens orográficas, a extensão desse fenômeno e o que se passa a sotavento só pode ser conhecido por meio de medições in loco. Ou seja, seria necessária a instalação de estações climatológicas dos dois lados da serra, distantes do efeito da turbulência mecânica causada pela proximidade da serra, para avaliar o microclima do local, e próximos à serra, e para avaliar o efeito particular dela no microclima de encosta. 56 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Um outro aspecto que deve ser levado em conta é o de que as encostas da serra do Expedito, com inclinação para o norte e para o sul terão alterados suas durações astronômicas do dia, seus fotoperíodos e os valores da radiação solar global. Nesses casos, a própria estimativa da radiação solar global da encosta se faz considerando uma correção da latitude local acrescendo o número de graus relativos à inclinação do terreno à mesma. Ou seja, para a encosta com face voltada para o norte, a latitude deve ser corrigida como se a área estivesse de fato situada o número de graus da inclinação do terreno mais ao norte. Para a encosta com face voltada para o sul, a latitude deve ser corrigida como se a área estivesse de fato situada o número de graus da inclinação do terreno mais ao sul. 6.8. Qualidade do Ar Foi contratada a empresa SESTRA - Serviços Especializados em Segurança do Trabalho Ltda, para realizar os estudos de qualidade do ar. Esse estudo visou o controle quantitativo, dos índices da qualidade do ar na área da Mineração Dardanelos Ltda, que possam vir a causar danos ou agressão à Área de Influência Direta do Empreendimento (AID), através da geração de poeiras, geração de ruído excessivo, ou mudança substancial de características químicas do ar. Após o levantamento visual dos principais pontos onde o empreendimento será instalado, e com base na planta do Plano Diretor, foram identificados os pontos críticos para a coleta de dados técnicos. Utilizou-se o coletor de ar do tipo AGV PTS devidamente instalado em local previamente determinado na planta (Figura 49), onde passou a ser denominado “local de medição”. Ali foi calibrado o aparelho para se ter o registro inicial da qualidade do ar e comparálo com aqueles que serão coletados com a implantação do empreendimento. Além disso, foram coletados dados que fornecem os índices de geração de ruído atual através de Dosímetro. O volume de ar amostrado, corrigido para condições padrão (25ºC, e pressão atmosférica de 760mmHg), é determinado a partir de vazão medida e do tempo de amostragem, como a seguir apresentado: REGISTRO DE PARTÍCULAS TOTAIS SÓLIDAS FOLHA DE RESGISTRO DAS AMOSTRAGENS - PTS LOCAL DO AMOSTRADOR AMOSTRADOR:Hi-vol:- 0450; Cliente:- GEOMINAS Registrador:- 0406 Local:- ARIPUANÃ – MT 57 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Data Conc. g/m3 Filtro Nº Ponto Nº Vazão Média m³/min. Tempo Amostrado min. Volume AR m3 Peso Bruto (g) Peso Tara (g) 24/06 a 25/06/08 28,10 01 P 01 0,77146 1.400 1.080,04 2,9248 2,8944 23/06 a 24/06/08 57,22 02 P02 0,84549 1.360 1.149,87 3,0590 2,9932 Obs. 20/06 a 19,97 03 P 03 0,77206 1.440 1.111,77 3,0080 2,9858 21/06/08 25/06 a 20,60 04 P 04 0,7612 1.420 1.080,87 2,9916 2,9693 26/06/08 22/06 a 26,17 05 P 05 0,8265 1410 1.165,43 2,9450 2,9145 23/06/08 21/06 a 58,92 06 P 06 0,77546 1.405 1.089,53 2,9630 2,8988 22/06/08 Obs. Fonte de dados para PRESSÃO E TEMPERATURA – INMET – 9º DISTRITO DE METEOROLOGIA O relatório conclusivo (Anexo 1), mostra as condições atuais do ambiente da área de influência direta do empreendimento. a) Limite de tolerância-LT, de poeiras totais Pela tabela e cálculo do LT segundo o gráfico de diâmetros Aerodinâmicos: LT = Considerado diâmetro aerodinâmico de 2,5 Porcentagem de passagem 63 % LT= 0,364 mg/m3 24 mg/m3 % quartzo + 3 b) Padrões de qualidade do ar (CONAMA): Padrão Primário: Concentração média geométrica anual de 80 microgramas por metro cúbico ( µg/m3) de ar. Concentração máxima de 24 (Vinte e quatro) horas de 240 micrograma por metro cúbicos ( µg/m3) de ar, que não deve ser excedida mais de uma vez por ano. Padrão Secundário: Concentração média geométrica anual de 60 microgramas por metro cúbico ( µg/m3) de ar. Concentração máxima de 24 (vinte e quatro) horas de 150 microgramas por metro cúbicos ( µg/m3) de ar, que não 1.9.2. Fundamentação dever ser excedida mais de uma vez porlegal ano. No Brasil, as normas mais conhecidas para medição da concentração do material particulado em suspensão são: SEMA - Decreto 0123, de 1976 (MINTER). FEEMA - Método FEEMA MF 606 CETESB - Decreto 8.468 de 08/09/76 (estado de São Paulo) ABNT - NBR 9547 - Material Particulado em Suspensão no Ar Ambiente, Determinação da Concentração Total pelo Método de Amostrador de Grande Volume, Set/ 1997. 58 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 49 – Localização dos pontos amostrados da qualidade do ar, nas áreas de influência do empreendimento. Mineração Dardanelos Ltda. Aripuanã/MT. 59 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Portaria Normativa Nº 308, Padrões do Ar aplicáveis à medição de partículas totais em suspensão (PTS), emitida pelo IBAMA em 14/03/1990 e aprovada pelo CONAMA em 29/06/1990. NR 15 - Anexo 12 - Limites de Tolerância para poeiras minerais - Sílica Livre Cristalizada - Portaria 3214 de 08/06/1978. Resoluções do CONAMA; NBR – 10.151 Quanto aos níveis de ruídos da área, foram tomados os seguintes pontos para o registro: Data 23/06/08 21/06/08 25/06/08 25/06/08 24/06/08 23/06/08 Local Ponto P1 – X 224.445; Y 885.654 (UTM) Ponto P2 – X 226.650; Y 887.073 (UTM) Ponto P3 – X 227.235; Y 885.700 (UTM) Ponto P4 – X 226.597; Y 887.756 (UTM) Ponto P5 – X 225.319; Y 888.728 (UTM) Ponto P6 – X 224.329; Y 887.579 (UTM) Leq Menor que 80 dB(A) Menor que 80 dB(A) Menor que 80 dB(A) Menor que 80 dB(A) Menor que 80 dB(A) Menor que 80 dB(A) Os resultados dos levantamentos em campo mostrou que todos os níveis foram inferiores aos limites estabelecidos na NBR – 10.151, que é tida a referência padrão, conforme a Resolução do CONAMA nº01 de 08 de março de 1990. 7. GEOLOGIA Este capítulo apresenta as atividades e os resultados obtidos nos trabalhos de pesquisa desenvolvidos no ano de 2004 e 2012 pelo empreendedor no Depósito Aripuanã, juntamente com seus aspectos geológicos relevantes. O principal foco de investimento foi direcionado à atividades de sondagem diamantada (91.500m), nos alvos Arex, Ambrex, Babaçu e Massaranduba, conhecidos portadores de mineralizações de Zn/Pb/Cu +/- Ag e Au. Somado aos dados existentes nas fases pré-Votorantim (Anglo American/Karmin), o total de sondagem chega a 123.460m. As sucessivas campanhas de sondagem tiveram caráter exploratório e confirmatório inicialmente, e de detalhamento de recursos nas fases finais. O depósito polimetálico de Aripuanã está localizado na porção centro-sul do Cráton Amazônico, onde predominam unidades litoestratigráficas com idades páleo a mesoproterozóicas, pertencentes à província Rio Negro-Juruena. As unidades litológicas encontradas na área de estudo são representadas pelas rochas do Grupo Roosevelt, pelos Granitos Serra da Providência, além do Grupo Caiabís, conforme mapas geológicos de detalhe e regional (Figura 50a e b) e a coluna estratigráfica (Figura 51). 60 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 50a- Mapa geológico de detalhe, trend AREX-AMBREX-BABAÇU-MASSARANDUBA. 61 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 50b – Mapa Geológico Regional do Projeto Aripuanã/MT. 62 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] PERÍODO OU ÉPOCA CALAMMINIANO A ECTASIANO MESO- PROTEROZÓICO ERA Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 LITO-ESTRATIGRAFIA GRUPO CAIABIS LITOLOGIA FORMAÇÃO ARINOS basaltos amigdaloidais a diabásios e gabros alcalinos. FORMAÇÃO DARDANELOS arenitos claros a avermelhados, médios a grosseiros, mal selecionados, localmente conglomerado polimíticos discordância GRANITOS SERRA DA PROVIDÊNCIA Tipo Rio Branco, granitos rapakivi porfiríticos a equigranulares exibindo feição anelar. STHATERIANO PALEO-PROTEROZÓICO DISCORDÂNCIA OROSIRIANO Sieno a monzogranitos GRANITO ZÉ DO subvulcânicos, deformados, TORNO leucocráticos com porções protomiloníticas a miloníticas GRUPO ROOSEVELT DOMÍNIO CLASTOQUÍMICO DOMÍNIO VULCÂNICO Ritmitos carbonáticos, argilitos, siltitos, grauvacas, cherts riolitos, riodacitos, dacitos, tufos ácidos, ignimbritos SUÍTE INTRUSIVA SÃO ROMÃO Biotita granito fino e microgranito, com granodioritos subordinados Figura 51 – Sumário da estratigrafia regional. O Grupo Roosevelt onde estão inseridas as mineralizações conhecidas até o momento, é representado por uma seqüência de rochas metavulcano-sedimentares podendo ser dividido em: I) Unidade Superior: sieno a monzogranitos subvulcânicos, deformados, leucocráticos com porções protomiloníticas a miloníticas, agrupados como Granito Zé do Torno. II) Unidade Intermediária: metassedimentos interdigitados com metacherts, formações ferríferas manganesíferas e metatufos; III) Unidade Basal: metadacitos/ riolitos intercalados com metapiroclásticas ácidas. Os granitos Serra da Providência são representados na região por pequenas ocorrências, além da intrusão denominada Granito Aripuanã já de dimensões maiores (batolíticas). Esses granitos são constituídos por sienogranitos porfiríticos, onde observa-se mega cristais de K- 63 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 feldspato inseridos numa matriz de granulação média a grossa; a fácies subordinada é representada por sienogranitos equigranulares. Próximo à borda do corpo principal é possível notar uma faixa restrita de hornfels, cuja assembléia mineralógica é constituída essencialmente por quartzo (mineral predominante), biotita, e pequenos cristais prismáticos, que a priori aparentam ser andaluzita. O Grupo Caiabís ocorre na parte sul da área através das Formações Dardanelos e Arinos. A Formação Dardanelos é predominantemente siliciclástica e marcada por arenitos arcoseanos, de granulação média a grossa, mal selecionados e localmente conglomerados polimíticos na base, recobrindo em discordância angular e erosiva o Grupo Roosevelt. Já a Formação Arinos ocorre através de derrames basálticos interdigitados nas rochas da Formação Dardanelos. Diques de diabásio com direção (trend) N-S também são vistos cortando todas as unidades do Grupo Roosevelt. Em toda a região pode-se notar um lineamento principal que segue o trend NW-SE a EW, com mergulhos de 40º a 70º para NNE. Essa feição é marcada por uma foliação penetrativa que apresenta atitude semelhante à zona de cisalhamento. Percorre quase toda interface de contato Caiabis – Roosevelt, desde a SE do alvo AP_07 passando pelos alvos do trend (Arex – Ambrex, Babaçu, Massaranduba, Boroca e Mocotó) até o granito Aripuanã. O metamorfismo na área afeta apenas as rochas do Grupo Roosevelt, e enquadra-se nas condições de baixo grau, representado pela fácies xisto-verde, que é denotada pela paragênese mineral: sericita + clorita + biotita e epidoto. Em termos de sondagem foram perfurados 123.460,00m nos alvos Arex, Ambrex, Babaçu e Massaranduba, como a seguir mostrado. Alvo AREX AMBREX Babaçu Massaranduba TOTAL Anglo 2004 2005 2006 2007 2008 2012 Total Furos m Furos m Furos m Furos m Furos m Furos m Furos m Furos m 76 18174,18 6 1111 21 4599,45 0 0 23 3698,9 51 7365,3 91 14414,7 268 49363,53 48 17402,78 16 8078,4 12 4556,9 9 3206,9 26 12663,3 18 6778,6 16 6249,2 145 58936,08 7 2224,45 0 0 1 400,7 7 3849 24 3228,2 3 797,1 0 0 42 10499,45 8 2184,21 0 0 0 0 3 1384,7 0 0 5 1092,2 0 0 16 4661,11 139 39985,62 22 9189,4 34 9557,05 19 8440,6 73 19590,4 77 16033,2 107 20663,9 364 123460,17 64 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 7.1. Mapeamento geológico Nos alvos Arex e Ambrex buscou-se incrementar a classificação de recursos. Nos alvos Babaçu e Massaranduba a sondagem teve caráter exploratório, para melhor definir o horizonte mineralizado além de se estender as concentrações VHMS já conhecidas (Figura 52). Figura 52 - Imagem de satélite (Ikonos) do trend Arex-Ambrex mostrando a localização das sondagens executadas. No alvo Ambrex a sondagem objetivou o detalhamento de grandes espaços vazios entre furos nas secções geológicas, fornecendo assim subsídios para melhor definição do modelo de recursos. No alvo Massaranduba foram realizados furos exploratórios, assim como no alvo Babaçu. Pode ser verificado que o horizonte VHMS está presente, porém a porção sulfetada não mostrou-se significativa. No alvo Arex foram feitos furos para se determinar a extensão da mineralização. Como era de se esperar, em função da exposição do horizonte mineralizado ser maior, a mineralização apresenta dimensões bastante reduzidas. 65 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 No alvo Babaçu foi identificado níveis mineralizados bastante promissores, mostrando toda a seqüência hidrotermal e os níveis sulfetados caracteríritcos das zonas proximais a distais, com prodomínio de esfalerita+galena e esfalerita+pirita, respectivamente. Pequenos intervalos característicos de zonas de alimentação também foram identificados. As melhores intersecções obtidas durante a sondagem nos alvos Arex, Ambrex, Babaçu e Massaranduba apresentam-se descritos no Quadro 5. Quadro 5 – Resultados das melhores intersecções nos alvos Arex e Ambrex. Alvo AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB AP_AB Furo FPAR106 FPAR106 FPAR106 FPAR106 FPAR107 FPAR107 FPAR107 FPAR109 FPAR109 FPAR109 FPAR109 FPAR109 FPAR109 FPAR109 FPAR110 FPAR110 FPAR110 FPAR111 FPAR111 FPAR131 FPAR131 FPAR131 FPAR131 FPAR131 FPAR131 FPAR131 FPAR131 FPAR131 FPAR133 FPAR133 FPAR133 FPAR160 FPAR160 FPAR160 FPAR160 FPAR160 De (m) 358,9 375,5 384,1 450,85 340,9 349,4 357,95 318,25 340,45 351,05 370 596,85 610 616,65 269,4 274,7 305,9 64,95 79,25 263,8 301,6 327,45 360,9 372 392,3 407,7 429,45 446,8 332 355 408 314,75 328,75 345 355,4 382 Até (m) 369,2 379,3 387,1 453 343,4 354,7 362,9 322,15 345,35 357,4 373,2 600,05 613,35 627,4 273 278,5 310,75 75,25 89 269,45 310,85 330,6 364,3 375,9 396,9 412,6 439,05 452,9 336,55 368,4 412,4 326,8 338,8 351,6 364,85 386 Espessura (m) 10,3 3,8 3 2,15 2,5 5,3 4,95 3,9 4,9 6,35 3,2 3,2 3,35 10,75 3,6 3,8 4,85 10,3 9,75 5,65 9,25 3,15 3,4 3,9 4,6 4,9 9,6 6,1 4,55 13,4 4,4 12,05 10,05 6,6 9,45 4 Teor 2.87%Zn + 0.43%Pb 3.26%Zn + 0.74%Pb 2.23%Zn + 0.80%Pb 3.60%Zn + 0.38%Pb 6.54%Zn + 9.09%Pb 5.64%Zn + 2.10%Pb 7.01%Zn + 3.37%Pb 8.69%Zn + 1.69%Pb 11.55%Zn + 6.06%Pb 2.63%Zn + 0.91%Pb 3.25%Zn + 0.83%Pb 3.90%Zn + 2.42%Pb 8.09%Zn + 2.66%Pb 7.52%Zn + 2.27%Pb 3.88%Zn + 1.59%Pb 4.38%Zn + 4.21%Pb 2.41%Zn + 0.61%Pb 5.22%Zn + 2.03%Pb 3.29%Zn + 1.27%Pb 1.63%Cu 4.15%Zn + 1.24%Pb 3.56%Zn + 0.46%Pb 6.44%Zn + 1.80%Pb 5.15%Zn 5.23%Zn 3.86%Zn + 1.08%Pb 3.62%Zn + 1.37%Pb 1.83%Zn + 2.70%Pb 4.40%Zn + 1.67%Pb 11.21%Zn + 2.62%Pb 4.66%Zn 8.16%Zn + 2.90%Pb 11.27%Zn + 5.27%Pb 3.45%Zn + 0.64%Pb 4.50%Zn + 0.70%Pb 3.26%Cu 66 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Alvo AP_AR AP_AR AP_AR AP_AR AP_AR AP_AR AP_AR AP_AR AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_BB AP_MB Furo FPAR134 FPAR134 FPAR135 FPAR137 FPAR139 FPAR139 FPAR140 FPAR140 FPAR075 FPAR075 FPAR077 FPAR077 FPAR077 FPAR077 FPAR087 FPAR087 FPAR087 FPAR087 FPAR094 FPAR094 FPAR094 FPAR095 FPAR095 FPAR095 FPAR095 FPAR100 FPAR103 FPAR119 FPAR122 FPAR122 FPAR093 De (m) 76 81,8 133,55 38,15 57,35 139,65 49,8 53,8 418,55 431,9 215,05 280,5 319,6 405,45 408,6 419,2 430,1 442,6 579,9 601,4 612,15 370,25 390,4 396,8 399,85 446,85 506,05 378,3 624,95 629 144,9 Até (m) 80,8 85,05 136,1 43 59,6 143,7 53,8 69,4 423,2 436,15 219,4 283,45 322,7 408,1 416,25 425 431,55 445,6 583,05 604,45 614,35 374,9 392,95 398,85 403,8 449,05 509,45 381,3 627,7 632 145,8 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Espessura (m) 4,8 3,25 2,55 4,85 2,25 4,05 4 15,6 4,65 4,25 4,35 2,95 3,1 2,65 7,65 5,8 1,45 3 3,15 3,05 2,2 4,65 2,55 2,05 3,95 2,2 3,4 3 2,75 3 0,9 Teor 2.61%Cu 9.27%Zn 2.23%Cu 10.19%Zn + 3.76%Pb 4.26%Zn + 1.33%Cu 6.90%Cu 2.20%Cu 6.02%Zn + 3.96%Pb 3.84%Zn + 1.92%Pb 1.55%Cu 3.31%Zn + 10.15%Pb 7.78%Zn + 4.29%Pb 3.88%Zn 2.49%Zn + 1.48%Pb 1.56%Zn + 1.42%Pb 3.25%Zn + 1.27%Pb 4.75%Zn + 0.30%Pb 2.31%Cu 11.69%Zn + 3.83%Pb 3.22%Zn 1.57%Cu 2.81%Zn + 0.37%Pb 7.58%Zn + 1.38%Pb 2.07%Cu + 0.95g/t Au 1.17%Cu 13.3%Zn + 1.16%Pb 2.07%Zn + 1.49%Pb 1.30%Cu 5.25%Zn + 2.1%Pb 6.48%Zn + 2.2%Pb 4.66%Zn + 1.88%Pb 7.2. Geologia e Estratigrafia do Depósito O trend (alinhamento/direção) Arex-Ambrex-Babaçu-Massaranduba é caracterizado por duas unidades litológicas principais, ambas pertencentes ao Grupo Roosevelt. A unidade Vulcânica, de maior extensão, ocupa em geral toda a porção elevada da serra do Expedito enquanto que a unidade Sedimentar ocorre em regiões mais baixas com relevo relativamente suave. As rochas situadas na base correspondem ao Domínio Vulcânico e são formadas por vulcânicas (riolitos, riodacitos e dacitos) e vulcano-clásticas félsicas (tufos de cinza, tufos lapilicos, tufos bandados, aglomerados). A unidade é caracterizada por uma intercalação de 67 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 meta-riolitos (predominantes) e meta-tufos. Os meta-riolitos e meta-dacitos possuem textura afanítica, por vezes amigdaloidal, homogênea, maciça a levemente foliada, em geral rósea, por vezes caulinizada. Os meta-tufos caracterizam-se pela presença de grãos arredondados e angulosos de quartzo e de feldspato de até dois milímetros, inequigranulares, dispersos em uma matriz afanítica. Sua textura pode variar de cinerítica a ignimbrítica, com coloração rósea a cinza. A unidade de topo é a unidade Sedimentar, correspondente ao Domínio Clasto-Químico e é caracterisada por metassedimentos finos, bandados, algumas vezes carbonáticos, com intercalações de cherts e BIFs. É caracterizada pelo desenvolvimento de um bandamento rítmico de espessura milimétrica, composição silto-argiloso, de coloração acinzentada e localmente com ocorrência de meta-cherts. Comumente mostra faixas métricas estreitas de meta-tufos, acinzentados, intercalados aos metassedimentos, variando de fácies cinerítica à ignimbrítica. A mineralização estratiforme (Pb-Zn) encontra-se restrita à zona de contato entre o Domínio Vulcânico (base) e o Domínio Clasto-Químico (topo). Esta zona de contato é o principal guia prospectivo do depósito. Entretanto a zona de alimentação ou feeder zone (CuAu) encontra-se encaixada no Domínio Vulcânico. Sobre a deformação superposta à mineralização é possível remontar a estratigrafia do depósito porque o posicionamento original da mineralização ainda está bem preservado, tanto com respeito ao minério de Pb-Zn como ao de Cu-Au. Diretamente relacionada à mineralização ocorrem zonas de alteração hidrotermal VHMS típicas. A zona de alteração sericítica corresponde ao halo de alteração mais externo. O halo de alteração clorítica está intimamente associado ao horizonte mineralizado e apresenta-se fortemente desenvolvido junto da zona de alimentação ou feeder zone. O metamorfismo e deformação causaram a transformação de parte das paragêneses originais. Há zonas de alteração biotítica (quase que invariavelmente no limite da unidade sedimentar com a zona mineralizada, mas por vezes em meio à zona mineralizada), halos de alteração tremolítica comumente ocorrem associados a porções com maior predomínio de carbonatos. 68 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em superfície, o minério quando aflorante, como no caso do alvo Ambrex, apresenta-se na forma de gossans. São rochas residuais, fortemente lixiviadas pela ação intempérica. Mostram-se irregulares, descontínuos e com halos de alteração sericítica (externo) e clorítica diretamente associados ao sulfeto maciço lixiviado. Além disso, ainda é comum a presença de veios de quartzo tardios, cortando todas as unidades, denotando o caráter posterior de origem. 7.3.Critérios para Classificação da Zona Sulfetada A partir dos conceitos teóricos e da identificação das diferentes fácies metalogenéticas que ocorrem no depósito Arex-Ambrex, e visando o seu modelamento foram estabelecidos os seguintes parâmetros para a classificação do minério: i) conteúdo total de sulfetos, ii) paragênese sulfetada e iii) padrões de alteração hidrotermal. A partir destes critérios, foi possível separar a zona de minério em 03 grupos: - Sulfetos Maciços (MS); caracterizam-se como horizontes com >60% de sulfetos totais, sendo em geral característico do minério stratabound (Pb-Zn); - Sulfetos Disseminados (DS); caracterizam-se como intervalos com 10%-60% de sulfetos totais. Em geral caracterizam da mesma forma o minério stratabound, entretanto na zona de alimentação a presença de pirrotita+calcopirita pode atingir esta porcentagem; - Stringer (ST): caracteriza-se como um zona de minério stockwork, contendo 5-40% de sulfetos totais, porém sempre formado por pirrotita e calcopirita. Outra característica deste intervalo é a forte alteração hidrotermal clorítica associada ao minério e a ausência total de alteração carbonática. A fácies associadas à zona de alimentação, possuem como característica, a associação de pirrotita e/ou calcopirita, representando zonas de maior temperatura. Nestas zonas há a associação de Cu+Au. Como características distintivas verificam-se halos de alteração sericítica externo, alteração clorítica intensa, envelopando zona stockwork formada por calcopirita e pirrotita. Não há alteração VHMS carbonática associada a este tipo de minério (Figura 53). A principal característica da fácies associada à mineralização stratabound é o bandamento 69 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 pronunciado característico e predomínio de associações de esfalerita+pirita, ocasionalmente com calcopirita e galena. Figura 53 – Secção ilustrativa mostrando a aplicação dos critérios para desenvolvimento da interpretação geológica dos corpos sulfetados Arex-Ambrex (Modelo VHMS). No topo da mineralização estratiforme comumente ocorre a presença de mármores e carbonatos, comumente brechados. A unidade carbonática, bem como a presença de galena, é indicativa de topo da mineralização e tem sido utilizado como um guia prospectivo no acompanhamento da sondagem da área. 7.4. Modelamento Geológico e de Recurso (Alvos Arex e Ambrex) A revisão geológica dos alvos Arex e Ambrex foi realizada a partir de seções regulares e paralelas umas com as outras (Figuras 54, 55, 56 e 57). Embora haja uma distribuição irregular dos furos, todas as seções procuraram contemplar as intersecções dos furos com o minério. Isso gerou um grande número de seções, mas forneceu maior consistência ao modelo do minério, facilitando a comparação entre seções. Note que as secções geológicas foram utilizadas para a montagem do modelo geológico e de recursos finalizados em novembro de 2007. 70 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 54 – Mapa Geológico do Alvo Arex, com seções geológicas e furos executados. N Figura 55 – Montagem em 3D das secções geológicas interpretadas mostrando em vermelho a mnerazalição Arex. 71 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 56 – Mapa Geológico do Alvo Ambrex, com seções geológicas e furos executados. N Figura 57 – Montagem em 3D das secções geológicas interpretadas mostrando em vermelho o minério Ambrex. N 72 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Para a confecção das secções e construção dos sólidos correspondentes, tanto do estéril quanto do minério, foram considerados os seguintes critérios: a) Modelo VHMS Bimodal Félsico típico; b) Posicionamento geológico; associação da mineralização com a zona de contato entre as litologias de hangingwall e footwall (nível guia). Este nível está representado por duas unidades maiores: - Metassedimentos (S): Argilitos carbonáticos finamente bandados com níveis basais com grauvacas (AS), intercalações de cherts (CH) e BIFs. Corresponde à porção hangwall do depósito; - Rochas carbonáticas (C): Mármores, brechas carbonáticas (MA); - Metavulcânicas (V): Vulcânicas félsicas (FV) e piroclásticas félsicas (FT) – tufos de cinza, tufos lapilicos, tufos bandados, aglomerados. Corresponde à porção footwall do depósito; c) Alteração VHMS; conjunto de rochas hidrotermalizadas que envelopam o minério. Está representado pela seguinte unidade: - Zona Hidrotermal (H): xistos fortemente cloritizados/sericitizados Incluem zonas de alteração metassomática à biotita e tremolita. (ZH). d) Tipos de Minérios A partir dos resultados das análises químicas os intervalos mineralizados de cada furo receberam o atributo CODE M1 e M2 que trata-se do conjunto de litologias utilizado para modelagem de recurso (Figura 58). Para tanto foram estabelecidas as seguintes premissas: 1) CODE M1 deve pertencer ao domínio stratabound e englobar apenas os minérios de Zn e Pb. O cut-off utilizado foi de 3% para a somatória dos teores de Zn+Pb; 2) CODE M2 deve pertencer ao domínio stringer e englobar os minérios de Cu(±Au). O cut-off utilizado foi de 0.5% do teor de Cu; 3) Caso exista intercalação de estéril entre intervalos de minério, o estéril pode ser diluído, desde que o valor do cut off seja respeitado. 73 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Minério M1 150 m @ 5.8% Zn + 2.2 % Pb + 0.03 Cu Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Minério MS (Stratabound) 20m @ 70% Py Minério M2 25m @ 0.03% Zn + 0.01 % Pb + 0.70% Cu Figura 58 - Seção ilustrativa com a identificação dos tipos de minério (M1 e M2) em furos do alvo Ambrex. Nos gráficos de barra teores entre 0-10% para M1 (Vermelho = Zn e Cinza = Pb); 0-3% para M2 (Lilás = Cu). Legenda: Minério: MS; DS; Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Rochas Carbonáticas; Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V). Nas seções e modelo geológico de recurso, intersecções de minérios que não atenderam aos quisitos do CODE (ex. níveis maciços de pirita em fácies proximal), foram incluídos na zona hidrotermal (Figuras 59 e 60). Pelo exposto, o modelo do depósito mineral dos alvos Ambrex e Arex é representado pelos seguintes minérios: - Minério Stratabound (M1): Sulfetos maciços (MS) e Sulfetos disseminados (DS), em geral stratabound, com respectivamente, > 60% e 10%-60% de sulfetos totais com teor de Zn+Pb ≥ 3%. - Minério Stringer (M2): zonas de stockwork com 5-40% de sulfetos totais (ST), sempre formadas por pirrotita e calcopirita, e teor de Cu ≥ 0.5%. 74 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Solo/Saprolito (O) Gossan (G) Domínio Hangwall Unidade Sedimentar (S) Domínio Footwall Unidade Vulcânica (V) Minério M1 Minério M2 Zona Hidrotermal (H) 100m Figura 59 - Seção típica do alvo Ambrex (AB-1186), ilustrando a geometria, os tipos de minério e litologias presentes. Legenda furos: Minérios MS, DS, Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V). Foram ainda incluídos na construção dos sólidos outros grupos litológicos como Solo/Saprólito (O), Veios de quartzo (H) e gossans (G). As diferentes unidades modeladas e seus posicionamentos lito-estratigráfico podem ser observados em duas seções típicas dos alvos Arex e Ambrex. É importante salientar que todos os critérios descritos acima foram também aplicados para o Alvo Babaçu cujo modelamento de recurso está previsto para o primeiro semestre de 2008. 75 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Gossan (G) Solo/Saprolito (O) Domínio Hangwall Unidade Sedimentar (S) Zona Hidrotermal (H) Minério M1 Domínio Footwall Unidade Vulcânica (V) Minério M2 50 M Figura 60 - Seção típica do alvo Arex (AR-885), ilustrando a geometria, os tipos de minério e litologias presentes. Legenda furos: Minérios: MS, DS, Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V). A Krigagem Indicativa (KI) é uma técnica da geoestatística que tem como objetivo determinar a probabilidade de ocorrência de determinada variável. Em função do espaçamento que existia entre furos no alvo Ambrex, foi necessária a utilização deste recurso como suporte na interpretação das secções bem como no modelamento geológico. Deste modo, este modelo matemático serviu para definir áreas com maior ou menor probabilidade da ocorrência do minério tipo M1 (stratabound). Para o modelo foi utilizado o banco de dados do GeoExplo, congelado na data de 04/06/2007. No caso do atributo “code” foram arbitrados valores iguais a 1, para casos de unidades estratigráficas do depósito serem M1; e 0, para casos que não sejam M1 (estéril). Para a definição do plano de krigagem (cubagem para verificar teores de minério) se fez uso da análise variográfica. A direção que apresentou maior continuidade foi a de 295º/70º. O modelo de bloco obtido pode ser interpretado como a probabilidade (0 a 100%) de um determinado bloco pertencer ao minério tipo M1. Para melhor visualização dos resultados 76 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 obtidos foram definidas escalas de cores com valores entre 0.4 a 1, onde 1 indica que a probabilidade de ocorrência de M1 estar acima do limite de corte é de 100%. A Figura 61 ilustra uma seção de probabilidade para M1. A construção do modelo KI foi realizada pela equipe da Geoexplore (Belo Horizonte) com o uso do software Surpac® 5.2. Figura 61 – Seção de probabilidade para M1 no alvo Ambrex construída a partir do modelo de blocos KI. Os sólidos tridimensionais dos minérios tipo Stratabound (M1) e Stringer(M2) foram construídos a partir de seções regulares e ortogonais à direção do corpo de minério Arex e Ambrex, com utilização dos softwares Surpac® 6.2 e Datamine® (Figuras 62 e 63). Os sólidos correspondentes do estéril em ambos os alvos foram também construídos para modelamento de planos de lavra. No alvo Babaçu os trabalhos de modelagem geológica estão em andamento. Como nos alvos Arex e Ambrex, as seções estão sendo interpretadas a partir de uma malha de sondagem regular (Figuras 64 e 65). 77 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Minério Stratabound (M1) Minério Stringer (M2) Figura 62 – Sólido 3D do minério M1 e M2 no alvo Arex. Minério Stratabound (M1) Minério Stringer (M2) Figura 63 – Sólido 3D do minério M1 e M2 no alvo Ambrex. 78 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 64 – Mapa Geológico do Alvo Babaçu, com seções geológicas e furos executados. A avaliação de recurso preliminar do alvo Babaçu estará concluída até o segundo semestre de 2008. Porém os resultados de sondagem de 2007 monstram um horizonte de minério muito semelhante ao contexto do Arex, onde fácies distais predominam (Figura 65). 79 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 65 – Montagem em 3D das secções geológicas interpretadas mostrando em vermelho o minério Ambrex. N Solo/Saprolito (O) Domínio Hangwall Unidade Sedimentar (S) Rochas Carbonáticas (C) Minério M1 Zona Hidrotermal (H) Domínio Footwall Unidade Vulcânica (V) 100 m Figura 66- Seção típica do alvo Babaçu (BB375), ilustrando a geometria, os tipos de minério e litologias presentes. Legenda furos: Minérios MS, DS, Stringer (ST); Zona Hidrotermal (H); Metassedimentos (S); Metavulcânicas (V). 80 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 8. SOLOS A caracterização dos solos do Projeto Aripuanã baseou-se no mapeamento das unidades pedológicas em escala de semi-detalhe, 1:20.000, da área de influência indireta (AII) do empreendimento, e em escala detalhada, 1:10.000, da área de influência direta (AID); cuja representação encontra-se consolidada nos mapas de solos (Anexos 2 e 3). A metodologia utilizada no levantamento das unidades pedológicas está de acordo com aquela estabelecida pelo Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos – SNLCS (EMBRAPA, 1998; EMBRAPA, 1999), também adotada pelo IBGE (1995) e por Resende, Curi & Corrêa (1997), que utilizam critérios para distinção de classes e fases de unidades de mapeamento. As classes de solos foram definidas por características físicas, químicas e mineralógicas, informações ambientais e das relações solo-paisagem, como também, pelos atributos diagnósticos que identificam os horizontes tanto de superfície, como de sub-superfície, (Oliveira, Jacomine & Camargo, 1992). Sobre uma base cartográfica foram interpretadas imagens de satélites Cbers II, Ikonos e fotos aéreas em escalas de semi-detalhe e detalhe, onde se definiu de forma preliminar as unidades de mapeamento. Em campo foram coletadas amostras, descritos os horizontes das diferentes unidades de mapeamento (em trincheiras, cortes de estradas, ou mesmo por sondagem a trado), e após os resultados das análises de laboratório das amostras coletadas, foi definida a legenda dos mapas, com os tipos de solos. Esses estudos foram realizados em 2008 e mostraram que tanto na área de influência indireta, como na direta, em termos da distribuição espacial das unidades mapeadas, as tipologias das formas de relevo apresentam forte relação com a ocorrência dos diferentes tipos de solos. Na AII ocorrem 5 classes de solos, que dão origem a oito sub-unidades de mapeamento; enquanto que na AID, ocorrem 4 classes de solos, que dão origem a seis sub-unidades de mapeamento. Nas porções mais elevadas do relevo, nas partes mais movimentadas relacionadas a serra do Expedito e morros residuais, verificam-se a ocorrência de solos rasos do tipo Neossolos Litólicos distróficos e húmicos; que passam na base para Cambissolos Háplicos Tb distróficos; e, nas porções mais arrasadas do relevo, distribuem-se solos um pouco mais profundos representados por Latossolos Amarelos Coesos e Nitossolo Háplico Distrófico, além da 81 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ocorrência de Solo Antropogênico em setores relacionados a fundos de vales, onde no passado se desenvolviam atividades garimpeiras. Existe ainda, no extremo nordeste e no sudoeste da AII, a ocorrência de rochas graníticas sobre as quais se desenvolvem Neossolos Regolíticos distróficos. Os Cambissolos são solos minerais, com horizonte B incipiente subjacente a qualquer tipo de horizonte superficial. Devido a heterogeneidade do material de origem, das formas de relevo e das condições climáticas, as características desses solos variam muito de um local para outro. Especificamente na área deste estudo, esses solos são bem drenados, medianamente profundos, coloração avermelhada e baixa saturação por bases. O horizonte B incipiente-Bi, apresenta textura argilosa cascalhenta, e não há aumento de argila do horizonte superficial para o inferior, além disso, possui estrutura em blocos sub-angulares. Apresentam características morfológicas semelhantes aos Latossolos da área, mas se distinguem destes por apresentarem minerais primários alteráveis na fração areia, teores elevados em silte, de modo que a relação silte/argila é superior a 0,7; e pela presença de alguns fragmentos de rocha na forma de saprolito na base do horizonte Bi. Esses Cambissolos (Figuras 67 e 68) são Háplicos por não apresentarem horizonte A hístico ou húmico; apresenta atividades de argila inferiores a 27cmolc/Kg de argila (Tb); são Distróficos por possuírem saturação de bases menores que 50%, e latossólico, por possuir espessura maior que 100cm, porém, com relação silte/argila superior a 0,7. A seguir serão descritos perfis desse tipo de solo encontrado na área. Perfil 11 Classificação: CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico latossólico, A moderado, textura argilosa cascalhenta, relevo ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Localização: Coordenadas geográficas: 10°02’52,1” S e 59°30’14,3” W Gr. Material originário: rochas vulcanoclásticas Pedregosidade: não pedregosa Rochosidade: não rochosa Relevo local: ondulado Relevo regional: ondulado a escarpado Erosão: em sulcos ocasionais superficiais Drenagem: moderadamente drenado 82 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: vegetação original Descrição Morfológica: A - 0 a 25 cm; vermelho (2,5YR 5/8); franco argilosa; blocos subangulares média fraca; macia, friável, plástica e pegajosa; transição clara e plana. Bic - 25 a 75 cm; vermelho (2,5YR 5/8); franco argilosa cascalhenta; blocos subangulares média moderada; ligeiramente dura e firme, plástica e pegajosa; transição clara e plana. BCc - 75 a 110+ cm; vermelho (10R 5/8); franco argilosa cascalhenta; blocos subangulares média moderada; ligeiramente dura e muito firme, plástica e pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada. Figura 67 - Perfil de Cambissolo Háplico Tb Distrófico latossólico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. 83 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 68 - Perfil de Cambissolo Háplico Tb Distrófico latossólico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 11 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Símbolo Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg) Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila A 0-25 0,0 2,9 97,1 179 433 388 Bic 25-75 0,0 32,8 67,2 183 416 401 BCc 75-110 4,4 13,6 82,0 216 400 384 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Horizontes Dados Químicos A Bic BCc pH em H2O 4,7 4,8 4,8 pH em CaCl2 4,1 4,2 4,1 P (mg/dm3) 0,9 0,6 0,3 K (mg/dm3) 35 31 30 M.O. (g/dm3) 16,6 7,8 4,4 Ca + Mg (cmolc/dm3) 0,3 0,2 0,2 Ca (cmolc/dm3) 0,2 0,1 0,1 Mg (cmolc/dm3) 0,1 0,1 0,1 84 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Al (cmolc/dm3) 1,1 1,1 0,8 H (cmolc/dm3) 3,6 2,3 1,4 S (cmolc/dm3) 0,4 0,3 0,3 CTC (cmolc/dm3) 5,1 3,6 2,5 V (%) 7,7 7,8 11,2 Sat Al (%) 74,2 78,9 74,2 Ca (%) 3,0 2,8 4,0 Mg (%) 2,3 2,3 3,3 K (%) 1,8 2,3 3,1 H (%) 70,1 62,8 56,7 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008. Perfil 13 Classificação: CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico latossólico, A moderado, textura argilosa com cascalho, relevo ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Localização: Coordenadas geográficas: 10°03’19,5” S e 59°29’45,2” W Gr. Material originário: rochas vulcanoclásticas Pedregosidade: não pedregosa Rochosidade: não rochosa Relevo local: ondulado Relevo regional: ondulado a escarpado Erosão: em sulcos ocasionais superficiais Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: vegetação original Descrição Morfológica: Ac - 0 a 15 cm; amarelo avermelhado (7,5YR 6/6); franco argilosa com cascalho; blocos subangulares média fraca; macia, friável, plástica e pegajosa; transição clara e plana. AB - 15 a 70 cm; amarelo avermelhado (5YR 6/8); franco argilosa; blocos subangulares média moderada; macia, friável, plástica e pegajosa; transição clara e plana. 85 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Bic - 70 a 150+ cm; vermelho claro (2,5R 6/8); franco argilosa com cascalho; blocos subangulares média moderada; ligeiramente dura e muito firme, plástica e pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 13 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg) Ac Profundidade (cm) 0-15 AB 15-70 0,0 2,3 97,7 216 383 401 Bic 70-150 0,0 5,5 94,5 216 417 367 Símbolo Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila 0,0 6,2 93,8 183 433 384 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Dados Químicos pH em H2O pH em CaCl2 P K M.O. Ca + Mg Ca Mg Al H S CTC V Sat Al Ca Mg K H (mg/dm3) (mg/dm3) (g/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (%) (%) (%) (%) (%) (%) Ac 4,6 3,9 1,7 56 11,4 0,5 0,3 0,2 0,9 2,7 0,6 4,2 15,2 58,9 5,9 4,9 3,4 63,0 Horizontes AB 4,6 4,0 0,6 29 8,6 0,4 0,2 0,2 1,0 1,9 0,5 3,3 14,3 67,8 6,0 5,0 2,3 55,6 Bic 4,8 4,1 0,3 18 2,9 0,3 0,2 0,1 0,7 0,5 0,3 1,5 22,4 66,1 9,7 7,5 3,0 33,9 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008. Os Latossolos são solos minerais muito evoluídos (em avançado estágio de intemperização), com horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer um dos tipos de horizonte diagnóstico superficial, exceto H hístico. Não apresentam minerais primários ou secundários, e têm capacidade de troca de cátions baixa, inferior a 17cmolc/Kg de argila sem 86 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 correção para carbono, comportando variações desde solos predominantemente cauliníticos, com valores de Ki mais altos, em torno de 2,0 admitindo o máximo de 2,2, até solos oxídicos de Ki extremamente baixo. Na região da serra do Expedito essa classe é representada por Latossolos Amarelos Coesos, de um ou mais horizontes com espessura mínima de 30cm, que não satisfaz os critérios para fragipã ou duripã, compreendendo o horizonte AB ou BA e/ou parte do Bw, os quais quando seco são muito resistentes a penetração do martelo pedológico, ou trado, e que não apresentam uma organização estrutural visível (são maciços), desfazendo-se em agregados com consistência à seco, no mínimo, dura, sendo normalmente muito dura, e às vezes, extremamente dura. Já a consistência úmida varia de friável a firme e a densidade deste horizonte nesse solo, é muito elevada. Os Latossolos Amarelos Coesos ocorrem na área em duas sub-unidades: 1) Latossolo Amarelo Coeso argissólico (Figura 69) que apresenta relação textural B/A igual ou maior que 1,5; e/ou presença de cerosidade dentro de 120cm da superfície do solo. A seguir será descrito um perfil representativo desta unidade mapeada. Figura 69 – Detalhe do Perfil de Latossolo Amarelo Coeso argissólico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. Perfil 1 Classificação: LATOSSOLO AMARELO Coeso argissólico, A moderado, média/argilosa, relevo suave ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Localização: Coordenadas geográficas: 10°02’33,5” S e 59°32’41,9” W Gr. textura 87 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Material originário: rochas vulcanoclásticas Pedregosidade: não pedregosa Rochosidade: não rochosa Relevo local: suave ondulado Relevo regional: suave ondulado a ondulado Erosão: em sulcos ocasionais superficiais Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: pastagem plantada Descrição Morfológica: Ap - 0 a 12 cm; branco (7,5YR 8/1); franco argilosa; blocos subangulares média forte; extremamente dura, muito firme, plástica e pegajosa; transição clara e plana. BA- 12 a 65 cm; amarelo avermelhado (7,5YR 6/8) e rosado (7,5YR 7/4); argila; blocos subangulares média forte; muito dura e muito firme, plástica e pegajosa; transição clara e plana. Bwf - 65 a 140 cm; amarelo avermelhado (7,5YR 7/6) e vermelho amarelado (5YR 5/8), com plintitas vermelhas (2,5YR 5/8), poucas, pequenas e distintas; argila; blocos subangulares média forte; dura e firme, plástica e pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de aterro. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 1 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg) Símbolo Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila Ap 0-12 0 0 100 296 400 304 BA 12-65 0 0 100 229 300 471 Bwf 65-140 0 0 100 229 283 488 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Dados Químicos pH em H2O Ap 5,7 Horizontes BA 4,6 Bwf 4,7 88 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] pH em CaCl2 P K M.O. Ca + Mg Ca Mg Al H S CTC V Sat Al Ca Mg K H 3 (mg/dm ) (mg/dm3) (g/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (%) (%) (%) (%) (%) (%) Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 5,0 2,3 64 18,7 2,0 1,6 0,4 0,0 2,7 2,2 4,9 44,5 0,0 31,9 8,5 3,4 55,5 4,0 0,6 41 7,8 0,3 0,2 0,1 1,3 1,9 0,4 3,7 11,1 76,5 5,5 4,1 2,9 52,8 4,1 0,3 38 2,4 0,3 0,2 0,1 1,1 1,0 0,4 2,5 15,7 73,8 5,9 4,6 3,9 39,9 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. 2) Latossolo Amarelo Coeso plíntico (Figura 70), tem horizonte plíntico em posição não diagnóstica para Plintossolo; tem em um ou mais horizontes 5% ou mais de plintita e/ou petroplintita nos de 150cm da superfície. A seguir é descrito um perfil representativo desse solo. Figura 70 – Detalhe do Perfil de Latossolo Amarelo Coeso plíntico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. Perfil 9 89 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Classificação: LATOSSOLO AMARELO Coeso plíntico, A moderado, textura argilosa com cascalho, relevo suave ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Localização: Coordenadas geográficas: 10°03’39,1” S e 59°30’54,9” W Gr. Material originário: material de cobertura sedimentar recente Pedregosidade: não pedregosa Rochosidade: não rochosa Relevo local: suave ondulado Relevo regional: suave ondulado a ondulado Erosão: laminar ligeira Drenagem: bem drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: pastagem plantada Descrição Morfológica: Apc - 0 a 15 cm; amarelo avermelhado (7,5YR 7/6); franco argilosa com cascalho; blocos subangulares média e forte; dura, firme, plástica e pegajosa; transição gradual e plana. BAc – 15 a 50 cm; amarelo avermelhado (5YR 7/8); argila com cascalho; blocos angulares média e moderada; dura, firme, plástica e pegajosa; transição clara e plana. Bw - 50 a 70 +cm; vermelho amarelado (5YR 5/8); argila; blocos subangulares média forte; dura e firme, muito plástica e muito pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 9 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg) Apc Profundidade (cm) 0-15 BAc 15-50 0,0 6,0 94,0 162 367 471 Bw 50-70+ 0,0 4,7 95,3 196 300 504 Símbolo Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila 0,0 8,2 91,8 262 367 371 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Dados Químicos Horizontes 90 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] pH em H2O pH em CaCl2 P K M.O. Ca + Mg Ca Mg Al H S CTC V Sat Al Ca Mg K H (mg/dm3) (mg/dm3) (g/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (%) (%) (%) (%) (%) (%) Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Apc 4,5 3,9 1,7 63 24,1 1,5 1,2 0,3 1,6 2,8 1,7 6,1 27,5 48,6 19,0 5,5 2,7 46,5 BAc 4,3 3,8 0,8 34 12,8 0,5 0,3 0,2 2,2 2,0 0,6 4,8 12,4 78,7 6,3 3,5 1,9 41,8 Bw 4,4 3,8 0,3 21 5,4 0,3 0,2 0,1 2,1 1,2 0,4 3,6 9,8 85,3 5,5 4,1 1,5 33,5 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. Os Nitossolos são solos minerais, que apresentam horizonte B nítico (reluzente), bem desenvolvido em termos de estrutura e cerosidade, imediatamente abaixo do horizonte A, com inexpressivo gradiente textural, argila de atividade baixa. Na área eles são Háplicos, por apresentar ao longo do perfil cores mais amareladas que 2,5YR, e são distróficos por terem saturação por bases <50%. Observa-se ainda, que os teores de Fe2O3 são inferiores a 18% (Figura 71). A seguir um perfil representativo desta unidade pedológica. Figura 71 – Detalhe do Perfil de Nitossolo Háplico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. 91 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Perfil 5 Classificação: NITOSSOLO HÁPLICO Distrófico típico, A moderado, textura média, relevo plano, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Localização: Coordenadas geográficas: 10°05’07,5” S e 59°29’09,0” W Gr. Material originário: rochas da seqüência metavulcanossedimentar Pedregosidade: não pedregosa Rochosidade: não rochosa Relevo local: plano Relevo regional: plano a suave ondulado Erosão: não aparente Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: vegetação original Descrição Morfológica: A - 0 a 15 cm; bruno muito claro acinzentado (10YR 7/3); franco argilosa; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa. BA - 15 a 50 cm; bruno muito claro acinzentado (10YR 7/4); franco argilosa; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa. B1 - 50 a 115 cm; amarelo (10YR 7/6); franco argilosa; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa. B2 - 115 a 200 cm; amarelo (10YR 7/8); franco argilo; plástica e pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através de tradagem. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 5 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Símbolo Frações de Amostra (%) Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Composição Granulométrica (g/Kg) Areia Silte Argila A 0-15 0 0 100 362 367 271 BA 15-50 0 0 100 362 317 321 B1 50-115 0 0 100 329 333 338 B2 115-200 0 0 100 296 350 354 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA 92 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Dados Químicos pH em H2O pH em CaCl2 P K M.O. Ca + Mg Ca Mg Al H S CTC V Sat Al Ca Mg K H (mg/dm3) (mg/dm3) (g/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (%) (%) (%) (%) (%) (%) A 4,4 3,8 2,0 21 8,7 0,3 0,2 0,1 1,2 1,5 0,4 3,0 11,8 76,8 5,0 3,9 1,8 49,3 Horizontes BA B1 4,4 4,6 3,9 4,0 0,8 0,6 17 14 4,6 2,8 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1 1,3 1,1 0,9 0,6 0,2 0,2 2,4 2,0 10,3 11,8 83,7 82,6 4,2 5,0 3,5 4,2 1,9 1,8 37,3 31,9 B2 4,5 3,9 0,6 13 2,0 0,2 0,1 0,1 1,3 0,4 0,2 1,8 12,7 84,2 5,4 4,5 1,8 19,6 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. Os Neossolos são solos constituídos por material mineral ou por material orgânico pouco espesso, com menos de 30cm de espessura, pouco desenvolvido porque a rocha que lhe origina apresenta resistência ao intemperismo, ou o relevo limita sua evolução. Apresentam qualquer tipo de horizonte B diagnóstico, possuem seqüência de horizontes A–R, A–C–R, A–Cr–R, A–Cr, A–C, O–R, ou H–C. Os Neossolos da área subdividem-se em: Neossolo Litólico Distrófico típico (Figura 72) e Neossolo Litólico Húmico típico. Figura 72– Detalhe do Perfil 2 de Neossolo Litólico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. 93 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 1) Os Neossolos Litólicos Distróficos são solos com baixa saturação por bases (V<50%), cujos perfis representativos estão a seguir descritos. Perfil 2 Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico, A moderado, textura argilosa muito cascalhenta, relevo ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Localização: Coordenadas geográficas: 10°02’30,2” S e 59°29’35,8” W Gr. Material originário: rochas vulcanossedimentares Pedregosidade: ligeiramente pedregosa Rochosidade: não rochosa Relevo local: ondulado Relevo regional: ondulado a montanhoso Erosão: não aparente Drenagem: bem drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: vegetação original Descrição Morfológica: A1c - 0 a 15cm; bruno muito claro acinzentado (10YR 7/4); franco argilosa muito cascalhenta; granular grande e fraca; solta, muito friável, plástica e pegajosa; transição gradual e plana. A2c – 15 a 65cm; rosada (7,5YR 7/4); franco argilosa muito cascalhenta; granular grande e fraca; solta, muito friável, plástica e pegajosa; transição abrupta e ondulada. BC - 65 a 130cm; amarelo avermelhado (7,5YR 7/8) e amarelado claro acinzentada (2,5Y 8/3); franco argilosa; blocos subangulares média moderada; ligeiramente dura e firme, plástica e pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 2 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg) Símbolo Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila A1c 0-15 20,3 44,7 35,0 362 267 371 A2c 15-65 37,6 38,5 24,0 396 216 388 BC 65-130 0,0 0,0 100,0 396 233 371 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. 94 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Dados Químicos pH em H2O pH em CaCl2 P K M.O. Ca + Mg Ca Mg Al H S CTC V Sat Al Ca Mg K H (mg/dm3) (mg/dm3) (g/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (%) (%) (%) (%) (%) (%) A1c 4,4 3,8 2,0 85 21,3 0,5 0,3 0,2 1,6 3,1 0,7 5,4 13,2 69,3 5,5 3,8 4,1 56,9 Horizontes A2c 4,5 3,9 1,1 68 6,4 0,3 0,2 0,1 1,5 0,9 0,5 2,8 16,8 75,9 5,3 4,1 6,2 30,4 BC 4,5 3,9 0,3 19 3,3 0,2 0,1 0,1 1,3 0,3 0,2 1,8 14,0 83,4 5,6 4,6 2,8 16,1 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. Perfil 4 (Figura 73) Figura 73 – Detalhe do Perfil 4 de Neossolo Litólico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. 95 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico, A moderado, textura média cascalhenta, relevo montanhoso, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Localização: Coordenadas geográficas: 10°03’14,0” S e 59°29’22,1” W Gr. Material originário: rochas vulcanossedimentares Pedregosidade: ligeiramente pedregosa Rochosidade: não rochosa Relevo local: montanhoso Relevo regional: montanhoso a escarpado Erosão: não aparente Drenagem: bem drenado Vegetação primária: Floresta Ombrólifa Aberta com Plameiras Uso atual: Floresta Ombrólifa secundária com domínio de Sclerolobium (Justaconta) Descrição Morfológica: Ac - 0 a 305 cm; cinza claro (10YR 7/2); franca cascalhenta; blocos subangulares média fraca; macia, friável, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa; transição abrupta e ondulada. Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 4 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Símbolo Ac Profundidade (cm) 0-30 Frações de Amostra (%) Calhau Cascalho 3,5 19,0 Terra fina 77,5 Composição Granulométrica (g/Kg) Areia Silte Argila 266 467 267 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Dados Químicos pH em H2O pH em CaCl2 P (mg/dm3) K (mg/dm3) M.O. Ca + Mg Ca Mg (g/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) Horizontes Ac 4,5 4,0 1,4 23 10,7 0,2 0,1 0,1 Dados Químicos H S CTC Sat Al Ca Mg K H (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) Horizontes Ac 2,0 0,3 3,3 (%) 80,2 (%) (%) (%) (%) 3,8 3,0 1,8 60,3 96 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Al (cmolc/dm3) Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 1,1 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. Perfil 8 (Figura 74) Figura 74 – Detalhe do Perfil 8 de Neossolo Litólico Distrófico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico, A moderado, textura argilosa cascalhenta, relevo ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Localização: Coordenadas geográficas: 10°04’11,5” S e 59°29’09,3” W Gr. Material originário: rochas vulcanossedimentares Pedregosidade: ligeiramente pedregosa Rochosidade: não rochosa Relevo local: ondulado Relevo regional: ondulado a montanhoso Erosão: laminar ligeira Drenagem: bem drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: vegetação original Descrição Morfológica: 97 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A1c - 0 a 15 cm; amarelo (10YR 8/6); franco argilosa cascalhenta; granular média e fraca; solta, friável, plástica e pegajosa; transição clara e plana. A2c – 15 a 60 cm; bruno muito claro acinzentado (10YR 7/4); argila cascalhenta; granular média e fraca; solta, friável, plástica e pegajosa; transição clara e ondulada. BCc - 60 a 120 cm; amarelo (10YR 7/6) e branco (10YR 8/1); franca cascalhenta; blocos angulares média moderada; ligeiramente dura e firme, ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 8 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg) A1c Profundidade (cm) 0-15 A2c 15-60 8,4 16,7 75,0 196 400 404 BCc 60-120 10,6 19,2 70,2 362 350 288 Símbolo Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila 16,1 18,6 65,3 196 433 371 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Dados Químicos pH em H2O pH em CaCl2 P K M.O. Ca + Mg Ca Mg Al H S CTC V Sat Al Ca Mg (mg/dm3) (mg/dm3) (g/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (%) (%) (%) (%) A1c 4,5 3,9 2,0 65 20,6 0,3 0,2 0,1 1,6 3,3 0,5 5,3 8,8 76,8 2,8 2,2 Horizontes A2c 4,6 4,0 0,8 53 7,8 0,2 0,1 0,1 1,4 1,2 0,3 2,9 11,5 80,3 3,4 2,8 BCc 4,8 4,2 0,6 50 2,8 0,2 0,1 0,1 0,9 0,7 0,3 1,9 17,0 73,2 5,1 4,3 98 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] K H Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 (%) (%) 3,2 62,0 4,7 41,4 6,7 36,7 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. Perfil 10 Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Distrófico típico, A moderado, textura argilosa cascalhenta, relevo ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Localização: Coordenadas geográficas: 10°03’44,1” S e 59°30’42,8” W Gr. Material originário: rochas vulcanossedimentares Pedregosidade: ligeiramente pedregosa Rochosidade: não rochosa Relevo local: ondulado Relevo regional: suave ondulado a ondulado Erosão: laminar ligeira Drenagem: bem drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: pastagem plantada Descrição Morfológica: A1c - 0 a 20 cm; amarelo (10YR 7/6); franco argilosa cascalhenta; plástica e pegajosa. BCc - 20 a 70 cm; amarelo brunado (10YR 6/6); franco argilosa com cascalho; plástica e pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através de tradagem. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 10 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Símbolo A1c Profundidade (cm) 0-20 Frações de Amostra (%) Calhau Cascalho 0,0 33,2 Terra fina 66,8 Composição Granulométrica (g/Kg) Areia Silte Argila 349 300 351 99 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] BCc 20-70 0,0 3,7 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 96,3 216 400 384 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Dados Químicos pH em H2O pH em CaCl2 P K M.O. Ca + Mg Ca Mg Al H S CTC V Sat Al Ca Mg K H (mg/dm3) (mg/dm3) (g/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (%) (%) (%) (%) (%) (%) Horizontes A1c 5,3 4,5 0,6 183 15,0 1,0 0,7 0,3 0,3 3,1 1,5 4,8 30,9 14,5 13,6 7,0 10,0 63,9 BCc 5,3 4,6 1,2 141 12,4 0,9 0,6 0,3 0,2 2,7 1,3 4,2 30,5 13,6 14,4 8,0 8,8 64,7 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008. 2) O Neossolo Litólico Húmico tem horizonte A Húmico com espessura inferior a 50cm (Figuras 75 e 76). A seguir serão descritos perfis representativos desta unidade. 100 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 75 – Detalhe do Perfil de Neossolo Litólico Húmico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. Figura 76 - Perfil de Neossolo Litólico Húmico típico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. Perfil 6 101 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico, textura argilosa muito cascalhenta, relevo forte ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Localização: Coordenadas geográficas: 10°02’51,7” S e 59°30’05,3” W Gr. Material originário: rochas pelíticas da seqüência vulcanossedimentares Pedregosidade: ligeiramente pedregosa Rochosidade: não rochosa Relevo local: forte ondulado Relevo regional: forte ondulado a escarpado Erosão: não aparente Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: vegetação original Descrição Morfológica: A1c - 0 a 12 cm; bruno avermelhado (5YR 4/3); franco argilosa muito cascalhenta; granular pequena e fraca; solta, muito friável, plástica e pegajosa; transição clara e plana. A2c – 12 a 45 cm; vermelho amarelada (5YR 4/6); franco argilosa muito cascalhenta; granular média e fraca; solta, friável, plástica e pegajosa; transição abrupta e quebrada. Cc - 45 a 90 cm; amarelo avermelhado (5YR 6/6); argila cascalhenta; blocos subangulares média moderada; ligeiramente dura e firme, plástica e pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 6 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Frações de Amostra (%) A1c Profundidade (cm) 0-12 A2c 12-45 41,1 34,5 24,3 296 316 388 Cc 45-90 0,0 27,9 72,1 329 267 404 Símbolo Calhau Cascalho 7,7 47,5 Terra fina 44,8 Composição Granulométrica (g/Kg) Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Areia Silte Argila 296 333 371 102 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Dados Químicos Horizontes A1c A2c Cc pH em H2O 4,7 4,5 5,0 pH em CaCl2 4,0 3,9 4,3 7,6 2,3 1,7 57 31 28 P (mg/dm3) 3 K (mg/dm ) M.O. (g/dm3) Ca + Mg Ca Mg Al H S 45,8 36,6 6,4 3 0,4 0,3 0,2 3 0,2 0,2 0,1 3 0,2 0,1 0,1 3 1,3 1,3 0,5 3 9,0 7,0 1,2 3 0,5 0,4 0,3 3 (cmolc/dm ) (cmolc/dm ) (cmolc/dm ) (cmolc/dm ) (cmolc/dm ) (cmolc/dm ) CTC (cmolc/dm ) 10,9 8,6 1,9 V (%) 5,0 4,4 14,2 Sat Al (%) 69,9 76,7 63,5 Ca (%) 1,8 1,7 5,2 Mg (%) 1,5 1,0 4,3 K (%) 1,4 0,9 3,8 H (%) 83,2 81,0 61,1 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. Perfil 12 Classificação: NEOSSOLO LITÓLICO Húmico típico, textura média cascalhenta, relevo forte ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Localização: Coordenadas geográficas: 10°02’52,5” S e 59°30’18,5” W Gr. Material originário: rochas pelíticas da seqüência vulcanossedimentares Pedregosidade: ligeiramente pedregosa Rochosidade: não rochosa Relevo local: forte ondulado Relevo regional: forte ondulado a escarpado Erosão: não aparente Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: vegetação original 103 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Descrição Morfológica: A1 - 0 a 25 cm; bruno avermelhado (2,5YR 4/4); franco argilosa; granular pequena e fraca; solta, muito friável, plástica e pegajosa; transição clara e plana. A2c – 25 a 110 cm; vermelho (2,5YR 4/8); franco argilosa cascalhenta; granular média e fraca; solta, friável, plástica e pegajosa; transição abrupta e quebrada. CRc - 110 a 150 cm; vermelho (2,5YR 5/8) e vermelho escuro acinzentado (2,5YR 3/2); franco argilosa cascalhenta; blocos subangulares média moderada; ligeiramente dura e firme, plástica e pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através de corte de estrada. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 12 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg) Símbolo Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila A1c 0-25 0,0 4,5 95,5 249 450 301 A2c 25-110 17,2 19,7 63,1 249 434 317 CRc 110-150 0,0 15,4 84,6 283 416 301 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Dados Químicos pH em H2O pH em CaCl2 P CRc 4,7 4,6 4,9 4,0 3,9 4,2 3 1,4 0,6 0,3 3 17 13 11 (mg/dm ) K (mg/dm ) M.O. (g/dm3) Ca + Mg A1c Horizontes A2c 18,3 16,6 3,7 3 0,3 0,3 0,2 3 (cmolc/dm ) Ca (cmolc/dm ) 0,2 0,2 0,1 Mg (cmolc/dm3) Al 0,1 0,1 0,1 3 1,1 1,4 0,6 3 (cmolc/dm ) H (cmolc/dm ) 4,2 3,3 1,7 S (cmolc/dm3) 0,3 0,3 0,2 3 CTC (cmolc/dm ) 5,6 5,0 2,4 V (%) 6,2 6,7 9,4 Sat Al (%) 76,2 80,5 70,6 Ca (%) 3,6 3,0 4,1 Mg (%) 2,7 2,5 3,4 K (%) 0,8 0,7 1,2 H (%) 74,2 65,7 68,1 104 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008. Os Neossolos Regolíticos são solos com horizonte A sobrejacente a horizonte C ou Cr; admite-se horizonte Bi com menos de 10cm de espessura e apresentando contato lítico maior que 50cm, e pelo menos um dos seguintes requisitos: a) 4% ou mais de minerais primários alteráveis (menos resitentes ao intemperismo) na fração areia grossa, ou areia fina, em algum horizonte dentro dos 200cm a partir da superfície; e/ou b) 5% ou mais do volume da massa do horizonte C ou Cr, dentro de 200cm de profundidade, apresentando fragmentos de rocha semi-intemperizada, saprolito ou fragmentos formados por restos da estrutura orientada da rocha (pseudomorfos) que deu origem ao solo, que é o caso do Neossolo Regolítico que se desenvolve na área deste estudo. Destaca-se que o Neossolo Regolítico da área é distrófico por apresentar saturação por bases inferior a 50%, até o contato lítico. A seguir será descrito um perfil representativo deste tipo de solo. Perfil 3 Classificação: NEOSSOLO REGOLÍTICO Distrófico típico, A moderado, textura média com cascalho, relevo suave ondulado, fase Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Localização: Coordenadas geográficas: 10°02’25,6” S e 59°28’26,6” W Gr. Material originário: rochas graníticas Pedregosidade: não pedregosa Rochosidade: não rochosa Relevo local: suave ondulado Relevo regional: suave ondulado a ondulado Erosão: não aparente Drenagem: bem drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: vegetação original Descrição Morfológica: Ac - 0 a 15 cm; amarelo (10YR 7/6); franco argilo arenosa com cascalho; não plástica e não pegajosa. C1c - 15 a 50 cm; amarelo (10YR 7/8); franco argilo arenosa com cascalho; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa. C2c - 50 a 120 cm; amarelo avermelhado (7,5YR 7/8); franco argilo arenosa com cascalho; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa. 105 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Obs.: A 120cm aparece bloco de granito alterado. Descrição e amostragem feitas através de tradagem. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 3 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg) Símbolo Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila Ac 0-15 0,0 7,6 92,4 696 66 238 C1c 15-50 0,0 5,8 94,2 662 67 271 C2c 50-120 0,0 10,6 89,4 629 83 288 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Dados Químicos Horizontes Ac C1c C2c pH em H2O 4,7 4,6 4,5 pH em CaCl2 4,0 4,0 3,9 P (mg/dm3) 2,0 1,4 0,6 K (mg/dm3) 65 37 25 10,7 5,9 3,7 3 M.O. (g/dm ) Ca + Mg (cmolc/dm3) Ca 0,5 0,3 0,2 3 0,3 0,2 0,1 3 (cmolc/dm ) Mg (cmolc/dm ) 0,2 0,1 0,1 Al (cmolc/dm3) 0,7 0,8 0,9 3 H (cmolc/dm ) 1,5 1,1 1,0 S (cmolc/dm3) 0,7 0,4 0,3 CTC (cmolc/dm3) 2,9 2,2 2,1 V (%) 23,2 17,7 12,4 Sat Al (%) 52,0 65,4 76,8 Ca (%) 8,7 6,7 4,7 Mg (%) 7,2 5,2 3,9 K (%) 5,9 4,3 3,0 H (%) 51,6 48,7 46,7 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. 106 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O Solo Antropogênico9, corresponde aos substratos gerados pela antiga atividade garimpeira, e distribui em fundos de vales de três linhas de drenagens, duas intermitentes, que por serem áreas deprimidas, planas e topograficamente favoráveis à sedimentação, foram utilizadas para deposição dos materiais descartados no processo de extração de minério de ouro. A constituição desse solo é essencialmente silicosa, com grande quantidade de quartzo na forma de calhaus, cascalhos e areias, grossa, média e fina; e granulometrias ainda menores, depositados em volumes em diversos tamanhos e distribuídos de forma caótica, dando à paisagem certa desordem e uma forte desarmonia (Figura 77), como na área à jusante da Cava do Expedito. As unidades desse estão em processo inicial de pedogeneização, com textura variando de média a arenosa (Figura 78), ambas cascalhentas, mas já apresentam capacidade de suporte para várias espécies herbáceas de ocorrência regional, as quais normalmente apresentam hábito invasor e são muito rústicas. Figura 77 – Vista parcial do ambiente onde ocorre Solo Antropogênico, na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. 9 A palavra antropogênico diz respeito a qualquer atividade que esteja relacionada a origem do homem. Antrópico, em seu sentido amplo, qualifica os resultados das atividades criadas pelo homem. Atualmente estes termos estão relacionados a qualquer produto derivado das atividades humanas. 107 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 78 - Perfil de Solo Antropogênico, que ocorre na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. Perfil 7 Classificação: SOLO ANTROPOGÊNICO, textura média cascalhenta, relevo plano, fase Vegetação Secundária com predomínio de herbáceas. Localização: Coordenadas geográficas: 10°03’19,9” S e 59°29’31,9” W Gr. Material originário: sedimentos atuais Pedregosidade: pedregosa Rochosidade: rochosa Relevo local: plano Relevo regional: plano a escarpado Erosão: em sulcos extremamente forte, profundos e muito freqüentes Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: vegetação secundária com predomínio de herbáceas Descrição Morfológica: ACcp - 0 a 60 cm; cinza avermelhado claro (2,5YR 7/1); franco argilosa cascalhenta; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa. Cc - 60 a 100+ cm; vermelho claro acinzentado (2,5YR 7/2); franca muito cascalhenta; ligeiramente plástica e ligeiramente pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através em corte na base da “Cava do Expedito”. 108 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 7 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Frações de Amostra (%) Composição Granulométrica (g/Kg) Símbolo Profundidade (cm) Calhau Cascalho Terra fina Areia Silte Argila ACcp 0-60 33,0 15,5 51,5 429 300 271 Cc 60-100+ 33,0 27,0 40,0 362 400 238 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Dados Químicos pH em H2O pH em CaCl2 P K M.O. Ca + Mg Ca Mg Al H S CTC V Sat Al Ca Mg K H (mg/dm3) (mg/dm3) (g/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (%) (%) (%) (%) (%) (%) Horizontes ACcp 4,9 4,3 1,1 29 7,3 0,5 0,3 0,2 0,5 1,4 0,6 2,4 23,8 43,9 12,4 6,9 3,1 57,5 Cc 5,1 4,3 0,6 9 3,3 0,2 0,1 0,1 0,4 0,9 0,2 1,5 14,5 65,5 6,5 5,4 1,5 57,8 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Outubro/2007. Perfil 14 Classificação: SOLO ANTROPOGÊNICO, textura arenosa muito cascalhenta, relevo plano, fase Vegetação Secundária com predomínio de herbáceas. Localização: Coordenadas geográficas: 10°03’41,7” S e 59°29’49,4” W Gr. Material originário: sedimentos atuais Pedregosidade: pedregosa Rochosidade: rochosa Relevo local: plano Relevo regional: plano a escarpado Erosão: não aparente (área assoreada) Drenagem: moderadamente drenado Vegetação primária: Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras Uso atual: vegetação secundária com predomínio de herbáceas 109 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Descrição Morfológica: Acp1 - 0 a 20 cm; bruno amarelado claro (10YR 6/4); areia muito cascalhenta; não plástica e não pegajosa. Acp2 - 20 a 50+ cm; amarelo avermelhado (7,5YR 6/6); areia cascalhenta; não plástica e não pegajosa. Obs.: Descrição e amostragem feitas através mini-trincheira. ANÁLISES FÍSICA E QUÍMICA DO PERFIL 14 ANÁLISE FÍSICA BÁSICA Horizontes Acp1 Profundidade (cm) 0-20 Acp2 20-50+ Símbolo Frações de Amostra (%) Calhau Cascalho 17,2 46,0 Terra fina 36,9 0,9 39,4 59,7 Composição Granulométrica (g/Kg) Areia Silte Argila 894 33 73 886 33 81 Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008. ANÁLISE QUÍMICA BÁSICA Dados Químicos pH em H2O pH em CaCl2 P K M.O. Ca + Mg Ca Mg Al H S CTC V Sat Al Ca Mg K H (mg/dm3) (mg/dm3) (g/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (cmolc/dm3) (%) (%) (%) (%) (%) (%) Fonte: Laboratório Agroanálise - Cuiabá-MT, Maio/2008. Horizontes Acp1 5,3 4,5 1,4 49 3,7 0,5 0,3 0,2 0,3 1,1 0,6 2,1 30,6 32,3 14,6 10,1 6,2 54,8 Acp2 5,4 4,6 0,6 34 2,5 0,4 0,2 0,2 0,3 0,7 0,5 1,5 33,4 36,0 13,7 11,3 6,0 47,8 110 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 9. APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS O IBGE (1995), em seu “Manual Técnico de Pedologia” apresenta o método de avaliação da aptidão agrícola das terras, em base ao mapeamento e classificação de potencialidades agronômicas numa escala hierárquica. É uma ferramenta orientadora para o planejamento das atividades produtivas agro-silvo-pastoris de forma mais sustentável, e não um guia para se obter o máximo benefício das terras. Neste estudo, o mapeamento das unidades de aptidão agrícola das terras da área de influência direta do empreendimento (Anexo 4) foi realizado adotando-se tanto essa proposta metodológica, como a de Resende et al. (1997), que considera o sistema FAO Brasileiro, e apresenta uma estrutura que permite ajustes e adaptações regionais. Este método sintetiza qualidades dos ecossistemas em relação a 5 parâmetros: disponibilidade de nutrientes (N), água (A), oxigênio (O), potencial de erosão (E) e viabilidade para uso com mecanização dos terrenos (M). Assim, a determinação da classe de aptidão agrícola das terras segue basicamente os seguintes passos: 1) Estimativa dos desvios (N), (A), (O), (E) e (M), devem ser entendidos como estimativa de problemas que podem ser reduzidos por meio da adoção de diferentes níveis de manejo segundo as características de cada região (Resende et al., 1997). Neste item as qualidades dos ecossistemas que são constituídos por diferentes classes de solos é contrastada com uma situação de solo ideal, que pode ser genericamente representada da seguinte forma, através da Tabela 1: Tabela 1– Relação entre solo ideal (i =0, onde (i =N,A,O,E eM) e o solo real (i 0). Parâmetro Solo ideal Solo Real Nutrientes N=0 N0 Água A=0 A0 Oxigênio O=0 O0 Susceptibilidade à erosão E=0 E0 Impedimentos à mecanização M=0 M0 Fonte: Resende et al. (1997). A estimativa do grau de desvio é subjetiva, pois sua valoração é realizada por uma hierarquia de valores, e os graus de limitação apresentam as seguintes grandezas: nulo-N (0), ligeiro-L (1), moderado-M (2), forte-F (3) e muito forte-MF (4). 111 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 2) Estimativa da viabilidade, de redução dos desvios (), nos vários níveis de manejo, é aqui considerado como o balanço entre a intensidade dos desvios e a possibilidade, dificuldade e conveniência de sua redução, considerando as opções dos vários níveis de manejo. São 3 os níveis de manejo de acordo com as práticas agrícolas ao alcance dos agricultores, numa perspectiva de viabilidade técnica, ambiental, social e econômica: A – baseado em práticas agrícolas que refletem um baixo nível tecnológico, onde não há aplicações de capital para manejo, melhoramento e conservação das condições agrícolas das terras e lavouras. As práticas agrícolas dependem do trabalho braçal, podendo ser utilizada alguma tração animal com implementos agrícolas simples. A pastagem natural enquadra-se nesta categoria de manejo, pois está implícito o uso das terras sem melhoramentos tecnológicos. B – baseado em práticas agrícolas que refletem um nível tecnológico médio, por alguma aplicação de capital para manejo e com uso de resultados de pesquisas voltadas ao melhoramento e conservação das condições agrícolas das terras e lavouras. As práticas agrícolas estão ainda condicionadas ao trabalho braçal e tração animal. Se utilizada máquina motorizada será para o transporte e beneficiamento da produção. Pastagem plantada e silvicultura enquadram-se nesta categoria, pois estão previstas aplicações de corretivos, fertilizantes e defensivos agrícolas na atividade. C – baseado em práticas agrícolas que refletem um alto nível tecnológico, caracterizado pela aplicação intensiva de capital e de resultados de pesquisas para manejo, melhoramento e conservação das condições agrícolas das terras e lavouras. A moto-mecanização é utilizada nas diferentes fases da operação agrícola. O método indica, 6 grupos de aptidão agrícola para identificar o tipo de uso mais ou menos intensivo das terras, visando sua melhor aptidão. Os números 1, 2 e 3 além da identificação de lavouras como tipos de utilização, desempenham a função de representar no sub grupo, as melhores classes de aptidão das terras indicadas para lavoura, conforme os níveis de manejo. Já os grupos 4, 5 e 6 apenas identificam tipos de utilização (pastagem plantada, silvicultura e/ou pastagem natural e preservação da flora e fauna, respectivamente), independente da classe de aptidão. 112 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A representação dos grupos é feita com algarismos de 1 a 6, em escalas decrescentes, segundo as possibilidades de uso das terras. As limitações que interferem nos diversos tipos de utilização aumentam do grupo 1 para o grupo 6, diminuindo conseqüentemente, as alternativas de uso e a intensidade com que as terras podem ser utilizadas, conforme esquematizado na Tabela 2. Tabela 2– Grupos e classes de aptidão agrícola e alternativas gerais de utilização. NÍVEL DE MANEJO GRUPOS CLASSE A B C LAVOURAS A L T E R N A T I V A S L I M I T A Ç Õ E S 1 Boa 1A 1B 1C 2 Regular 2a 2b 2c 3 Restrita 3(a) 3(b) 3(c) PASTAGEM PLANTADA 4 Boa 4P 4 Regular 4p 4 Restrita 4(p) SILVICULTURA E/OU PASTAGEM NATURAL 5 Boa 5N 5S 5 Regular 5n 5s 5 Restrita 5(n) 5(s) SEM APTIDÃO PARA USO AGRÍCOLA 6 Preservação de fauna e flora ou recreação Fonte: Resende et al. (1997). Note que as letras maiúsculas referem-se à classe boa de aptidão, enquanto que as minúsculas representam a classe regular, que uma vez entre parênteses implicam em serem da classe restrita. 3) Finalmente, para se enquadrar uma determinada área em uma classe de aptidão agrícola utiliza-se uma tabela de conversão (quadro guia), conforme os métodos (Resende et al., 1997; e 113 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 IBGE, 1995). Identifica-se a classe de aptidão confrontando-se as informações sobre os desvios e a viabilidade de sua redução, contidas nesse quadro guia, confeccionado para a região tropical úmida (na qual as áreas deste estudo estão enquadradas) e permite ajustar às condições regionais de acordo com suas especificidades, conforme mostrado no Quadro 6. Os Latossolos da área são os que apresentam melhores características e capacidades produtivas para uso agronômico. Mas todos têm limitações de uso, para as quais, devem ser adotadas técnicas de manejo e conservação adequados, tais como: correção e fertilização dos solos, adoção de técnicas de manejo integrado de pragas, disciplinamento das águas superficiais, que resultam fluxos concentrados, uso de plantio direto, sistemas consorciados, etc; tornando-os aptos para culturas perenes e anuais e para pastagens plantadas, além da silvicultura e exploração dos recursos florestais, esta última, adotando-se planos de manejo racionais e sustentáveis. Mas, não basta somente realizar o enquadramento dos solos nas classes de aptidão agrícola das terras. Há ainda que considerar a vocação eco-regional, a partir das características agroclimáticas e vegetacionais dessa porção do território mato-grossense, que de acordo com o Zoneamento Socioeconômico Ecológico do Estado de Mato Grosso (SEPLAN/MT, 2008), a área de estudo insere-se na Categoria 3. que corresponde às “áreas que requerem manejos específicos em ambientes com elevado potencial biótico especificidades ecológicas e paisagísticas e elevada fragilidade requerem manejos específicos, para garantir a manutenção de suas características e a exploração racional e adequada de sua base de recursos naturais, tendo em vista compatibilizar a proteção do ambiente natural com a sustentabilidade das atividades econômicas”. Enquadra-se também, na Subcategoria 3.1. que corresponde às “áreas que requerem manejos específicos em ambientes com elevado potencial florestal, compreende as áreas recobertas pelas Florestas Ombrófila e Estacional, consideradas de interesse à manutenção e/ou melhoria de seu estado de conservação, com intuito de permitir o uso de recursos naturais de forma planejada e limitada”. Pertence ainda, à Zona 3.1.1. que se refere às “áreas que requerem manejos específicos em ambientes com elevado potencial florestal, onde predominam Formações Florestais, na região localizada entre os rios Madeirinha e Juruena, na área de influência do Pólo Regional de Juína“. E, à Sub-Zona 3.1.1b. que se refere às “áreas indicadas à implantação de sistemas agroflorestais, em pequenos e médios estabelecimentos, manejo florestal sustentável de uso múltiplo, e em grandes estabelecimentos, de acordo com a capacidade e outras atividades que não impliquem na alteração da cobertura vegetal”. Sendo que nesta Sub-Zona, uma das diretrizes econômicas específicas é “fomentar e incentivar a regularização e fiscalização de empreendimentos minerários em pareceria com o DNPM e municípios envolvidos, de modo a combater a evasão fiscal e a comercialização clandestina de bens minerais, além do alto índice de informalidade”. Já nas diretrizes ambientais está previsto “monitorar os impactos 114 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 ambientais e aplicação das medidas mitigadoras causadas por principalmente empreendimentos que demandam a elaboração de EIA/RIMA”. 115 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 6 – Quadro Guia de avaliação da aptidão agrícola das terras. Notas: Os algarismos junto aos graus de limitação correspondem aos níveis de viabilidade de melhoramento das condições agrícolas das terras;Terras sem aptidão agrícola para lavouras em geral, devido ao excesso de água no solo, podem ser indicadas para arroz de inundação;Graus de limitações ao uso apresentam letras/símbolos: N – nulo; L – Ligeiro; M – Moderado; F – Forte; MF – Muito Forte; / Intermediário; (*) No caso de grau forte por susceptibilidade à erosão, o grau de limitação por deficiência de fertilidade não deve ser maior do que o moderado para a classe restrita – 3(a). REGIÃO TROPICAL ÚMIDA GRAUS DE LIMITAÇÃO DAS CONDIÇÕES AGRÍCOLAS DAS TERRAS PARA OS NÍVEIS DE APTIDÃO AGRÍCOLA MANEJO A, B e C Tipo de uso Deficiência de Deficiência de Deficiência de Susceptibilidade a Impedimento a indicado SUB GRUPO CLASSE fertilidade (N) água (A) Oxigênio (O) erosão (E) mecanização (M) GRUPO A B C A B C A B C A B C A B C 1 1ABC Boa N/L N/L1 N2 L/M L/M L/M L L1 N/L1 L/M N/L1 N2 M L N 2 2abc Regular L/M L1 L2 M M M M L/M1 L2 M L/M1 N2/L2 M/F M L Lavouras 3 3(abc) Restrita M/F M1 L2/M2 M/F M/F M/F M/F M1 L2/M2 F(*) M1 L2 F M/F M 4 4P Boa M1 M F1 M/F1 M/F Pastagem 4 4p Regular M/F1 M/F F1 F1 F plantada 4 4(p) Restrita F1 F F1 MF F 5 5S Boa M/F1 M L1 F1 M/F 5 5s Regular F1 M/F L1 F1 F Silvicultura 5 5(s) Restrita MF F M1 MF F 5 5N Boa M/F M/F M/F F MF Pastagem 5 5n Regular F F F F MF natural 5 5(n) Restrita MF MF F F MF Sem aptidão Áreas destinadas à preservação de fauna e flora, inclui nesta categoria as áreas de preservação permanente e áreas de reserva 6 6 agrícola legal da propriedade rural. Fonte: IBGE (1995) e Resende et al. (1997). 116 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Porém, em se tratando de se utilizar os solos para a produção agropecuária recomenda-se a adoção das seguintes técnicas de manejo, como estratégias de conservação da qualidade ecológica dos sistemas produtivos, considerando-se o enquadramento das classes de aptidão agrícola: Preparo dos solos de forma adequada quanto a melhor época do ano, aos tipos de implementos a serem utilizados, aos espaçamentos recomendados para as variedades/cultivares que sejam melhores adaptadas às características agroclimáticas da região; Plantio e cultivo em nível; Plantio direto e manejo de restos culturais visando manter a cobertura do solo e reduzir a sua desagregação e erosão; Uso adequado de corretivos e fertilizantes, baseados em análises físico-químicas dos solos; Uso correto de defensivos agrícolas, evitando-se principalmente as contaminações de mananciais; Manejo ecológico de pastagens; Uso de barreiras de vegetação (com espécies perenes preferencialmente as nativas), para reduzir a velocidade e ou volume de escorrimento superficial, para reduzir as ações erosivas dos ventos, bem como criar ambientes heterogêneos, favorecendo-se as ligações com os corredores ecológicos regionais, melhorando-se o balanço de energia da superfície dos solos, elevando-se a evapotranspiração local, e reduzindo-se inclusive, os ataques de pragas e doenças. Além do uso de barreiras mecânicas (terraços, cordões etc), para diminuir e reter o escorrimento superficial; Uso de canais divergentes para a condução do escoamento superficial, principalmente se o volume do fluxo ou as condições físicas do solo não permitirem sua infiltração de modo adequado; e Construção de estruturas para captação de fluxos concentrados de águas pluviais, provocadas por estradas, caminhos e cercas, reduzindo-se os processos erosivos. 117 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O enquadramento nas classes de aptidão agrícola das terras permitiu mapear 7 classes de aptidão agrícola, que estão a seguir descritas. Grupos 1, 2 e 3, sub-grupo (a)bC da classe restrita de aptidão agrícola para lavouras, no nível de manejo A, regular no nível de manejo B e boa no nível de manejo C, indica limitação para o problema de fertilidade natural, do caráter distrófico dos Latossolos que recobrem a maior parte das áreas aptas para lavouras, necessitando uso de corretivos e fertilizantes; apresentando também ligeiras a moderadas limitações quanto a deficiência de água devido a presença de nível de cascalho em subsuperfície; sem problemas quanto a deficiência e excesso de água no solo. Não é solo susceptível ao desenvolvimento de processos erosivos, pois sua textura varia de média a argilosa e os terrenos são planos, com declividades inferiores a 2%; e ainda não há impedimentos relevantes à mecanização, permitindo o emprego de todos os tipos de máquinas, equipamentos e implementos agrícolas, alertando-se, porém, para as características climáticas, que apresenta elevada precipitação anual. Grupo 4, sub-grupo 4P da classe boa de aptidão agrícola para pastagem plantada, apresentando deficiência moderada de fertilidade natural de parte dos Latossolos e Cambissolos; deficiência ligeira de água; sem problemas com deficiência de oxigênio; porém, com moderada susceptibilidade ao desenvolvimento de processos erosivos, por apresentar terrenos com declividades médias em torno de 5% e sem impedimento à mecanização. Grupo 4, sub-grupo 4p da classe regular de aptidão agrícola para pastagem plantada, apresentando deficiência moderada de fertilidade natural pelo caráter distrófico dos Cambissolos e parte dos Neossolos Litólicos; e deficiência de água, pela pouca profundidade dos solos; sem problemas com deficiência de oxigênio; porém, com forte susceptibilidade ao desenvolvimento de processos erosivos, por apresentar terrenos com declividades médias altas, em torno de 12%; e forte impedimento à mecanização por esta mesma condição de relevo. Grupo 4, sub-grupo 4(p) da classe restrita de aptidão agrícola para pastagem plantada, com deficiência moderada de fertilidade natural pelo caráter distrófico dos Neossolos Litólicos e parte dos Cambissolos; e deficiência de água, pela pouca profundidade dos solos; sem problemas com deficiência de oxigênio; porém, com muito forte susceptibilidade ao desenvolvimento de processos erosivos, por apresentar terrenos com declividades médias altas superiores a 15%; e forte impedimento à mecanização por esta mesma condição de relevo. 118 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Grupo 5, sub-grupo 5s da classe regular de aptidão agrícola para silvicultura, apresentando deficiência ligeira de fertilidade natural, pela presença de elevado teor de matéria orgânica nos horizontes superficiais do Neossolo Litólico Húmico, que recobre a maior parte desta classe; possui deficiência moderada de água, por se tratar de solo raso, mas com elevado teor de matéria orgânica que propicia reter água no perfil do solo; sem problemas com deficiência de oxigênio; com forte limitação pela susceptibilidade à erosão e impedimentos à mecanização, face às elevadas declividades dos terrenos em torno de 20%. Grupo 5, sub-grupo 5(s) da classe restrita de aptidão agrícola para silvicultura, apresentando deficiência moderada de fertilidade natural pelo caráter distrófico do Neossolo Litólico; possui deficiência moderada de água, por se tratar de solo raso; sem problemas com deficiência de oxigênio; mas com forte limitação pela susceptibilidade à erosão e impedimentos à mecanização, face às elevadas declividades dos terrenos em torno de 25%. Grupo 6, sub-grupo 6 da classe sem aptidão agrícola, correspondendo a áreas destinadas à preservação da fauna e flora, por se tratar de Áreas de Preservação Permanente, tanto de Floresta Ciliar como pelas altas declividades dos terrenos, que na maioria das vezes variam de 30 até 60%. 10. GEOMORFOLOGIA O tema geomorfologia foi abordado sob dois enfoques: 1º) um, que identifica e descreve as unidades de relevo desenvolvidas na área de influência indireta do empreendimento (AII), a qual foi representada em mapa, na escala de 1:20.000 (Anexo 5). 2º) E, o outro, faz uma análise dos processos morfodinâmicos relacionados às formas de relevo da área de influência direta do empreendimento (AID), pois é nessa área em que haverão as intervenções para extração e beneficiamento mineral da Mineração Dardanelos Ltda. Para tanto, foram elaborados produtos cartográficos intermediários, mapas e cartas temáticas, que permitiram identificar compartimentos morfopedológicos e representá-los em escala de detalhe, 1:10.000, (Anexo 6). Entende-se por compartimento morfopedológico a área relativamente homogênea, especialmente em relação aos aspectos litológicos (tipos de rochas), geomorfológicos (formas de relevo), pedológicos (tipos de solos) e de cobertura vegetal, e que resulta em determinando funcionamento hídrico (Salomão, 1994; Castro e Salomão, 2000). Assim, o método adotado tem 119 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 como referência a teoria dos sistemas e se baseia na integração desses temas. Essa teoria permite avaliar as potencialidades e restrições dos sistemas ambientais existentes no espaço geográfico, face à própria dinâmica superficial a que são submetidos. Para a compartimentação morfopedológica fez-se a integração dos mapas de solos (Anexo 3); cobertura vegetal consolidada no mapa de vegetação e uso dos solos está apresentado no Anexo 6a; a carta de isodeclividade (Anexo 6b), que representa as inclinações dos terrenos, a qual foi confeccionada de acordo com o método proposto por De Biasi (1992); e tipologia do substrato geológico conforme os estudos realizados na área de influência direta (AID). Para as classes de declividades utilizou-se critérios estabelecidos por trabalhos acadêmicos realizados no Brasil e em Mato Grosso, e aqueles estabelecidos pela legislação vigente, considerando os seguintes limites: a) Declividades inferiores a 5%. Envolvem terrenos desde planos ou superfície horizontal com desnivelamentos muito pequenos de 0 a 3%, limite este adotado nos levantamentos de campo para classificação de solos, (IBGE, 1995; Resende et al., 1997; e EMBRAPA, 1999); envolve ainda o limite urbano-industrial de 5% utilizado internacionalmente (De Biasi, 1992). b) Declividades entre 5% e 12%, sendo 12% o limite estabelecido como máximo para o emprego de mecanização agrícola. c) Declividades entre 12% e 30%, sendo 30% o limite definido por legislação federal, Lei nº 6.766/79, que define o limite máximo para urbanização sem restrições, a partir do qual toda e qualquer forma de parcelamento se faz por exigências específicas. d) Declividades entre 30% e 47%, tem-se o Código Florestal que fixa o limite de 25º, ou seja, 47% de declividade, como o máximo que permite o corte raso, e, a partir do qual, a exploração só será permitida se sustentada por cobertura de florestas. E e) Declividades maiores que 47%, o Artigo 10 do Código Florestal prevê que na faixa situada entre 25º (47%) a 45º (100%), “não é permitida a derrubada de florestas”, (...). Para a confecção do mapa de compartimentação morfopedológica foram analisadas as condicionantes geradoras dos processos da dinâmica superficial com ênfase à interpretação dos diferentes graus de suscetibilidade à erosão (laminar e linear) dos solos, relacionando também, às diferentes condições de funcionamento hídrico das vertentes, conforme as proposições de Salomão (1994; 1997 e 1999), que estabelece as seguintes atividades para o mapeamento: 1º) fotointerpretação de produtos sensoriais (imagem de satélite Ikonos, em escala de 1:10.000); 2º) análise integrada de produtos cartográficos (mapas, pedológico, de aptidão agrícola das terras, de 120 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 vegetação, uso e ocupação dos solos, e carta de isodeclividade, previamente elaborados em escala 1:10.000); 3º) levantamentos de campo para checar os compartimentos morfopedológicos de forma a representá-los cartograficamente nessa mesma escala de detalhe; e 4º) elaboração e ajuste final do mapa e posterior caracterização de cada compartimento. 10.1. Unidades de Paisagem na Área de Influência Indireta do Empreendimento As áreas de influência do empreendimento estão na Depressão da Amazônia Meridional (Radambrasil, 1978), onde desenvolvem superfícies rebaixadas em formas colinosas de relevo, que por vezes, passam a superfícies aplainadas. Essa Depressão também foi denominada como Depressão do Norte de Mato Grosso (SEPLAN, 1999, http://www.seplan.mt.gov.br/), que representa o piso do relevo regional, onde a rede de drenagem é controlada pelos rios Aripuanã e Tenente Marques, tendo sido esta, a nomenclatura adotada neste estudo. Dessa Depressão, com cotas altimétricas médias em torno de 150m, emergem conjuntos de morros residuais (Figuras 79 e 80), em altimetrias que variam de 129 a 361metros, elaborados em litologias do Grupo Roosevelt, tendo sido mapeada a serra do Expedito, como o conjunto de maior expressão deste espaço geográfico. Figura 79 – Vista geral da paisagem, onde se destacam morros e morrotes residuais emergindo do nível da Depressão. Município de Aripuanã/MT. 121 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 80 – Vista parcial do conjunto de morros residuais que formam a serra do Expedito. Município de Aripuanã/MT. A serra envolve uma seqüência de morros coalescentes (unidos uns aos outros, Figura 81), alinhados na direção geral NW-SE, a principal área onde serão desenvolvidas as atividades de mineração. Esse conjunto serrano foi delimitado no piso da Depressão como o resultado da erosão diferencial, que atua de forma marcante no clima equatorial continental úmido, mantendo os materiais mais resistentes ao intemperismo e removendo aqueles de menor resistência. Figura 81 – Em primeiro plano vertente de colina média da Depressão e ao fundo, morros residuais coalescentes, formando a serra do Expedito, na área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. 122 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Essa dinâmica superficial gera na paisagem florestada formas onduladas do relevo, às vezes, menos dissecada onde se tem colinas médias, e às vezes mais dissecada, no domínio de morros residuais coalescentes. Entretanto, como esta paisagem está atualmente sendo substituída por pastagens plantadas (Figura 82), e considerando que na região o regime de chuvas é intenso e ocorre em período longo do ano, a retirada da cobertura florestal altera o comportamento hídrico dos ambientes. A floresta reduzia a ação erosiva das chuvas, porque interceptava as gotas desde o dossel (copa das árvores), normalmente acima de 20m de altura. Figura 82 – Em primeiro plano, pastagem plantada e ao fundo morros residuais que fazem parte da serra do Expedito, município de Aripuanã/MT. A substituição da floresta por pastagens é drástica, pois substitui comunidades arbóreas por um estrato eminentemente herbáceo, graminoso, que não excede 50cm de altura e o sistema radicular é maior nos primeiros 50cm de profundidade, gerando forte mudança no balanço hídrico das vertentes. Aumenta-se o escoamento superficial das chuvas, provocando aumento da erosão laminar, e linear (sulcos e ravinas) e conseqüentemente reduz-se a capacidade de suporte dos solos, que são predominantemente rasos e pobres, (Figura 83). Assim, é muito importante a funcionalidade dos sistemas ecológicos da Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras, pois ela é fortemente dependente da ciclagem de nutrientes ofertada pela serrapilheira, em constante reposição por quedas de folhas, galhos, troncos etc., das plantas, resultando na formação das 123 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 camadas superficiais que são fundamentais para esses solos pobres e rasos, pois nelas há reposição dos nutrientes, via mineralização da matéria orgânica. Figura 83 – Pastagem plantada mal manejada em relevo colinoso, que bordeja a serra do Expedito (ao fundo). Município de Aripuanã/MT. Já em termos de processos mofodinâmicos e considerando essas características, é possível identificar no contexto regional, dois sistemas em ambiente de dissecação ou erosivo: a) um, relacionado aos morros residuais, mapeados como formas residuais de relevo que fazem parte da serra do Expedito, e que ao se coalescerem formam o corpo da serra em si, e ao se distribuir de forma isolada, formam morros e morrotes, por vezes, emergindo das porções superiores das vertentes; e b) o outro sistema, são de vertentes colinosas no nível altimétrico da Depressão, mapeadas como colinas médias, onde é comum a ocorrência de morrotes em sua porção mais elevada, e colinas médias a amplas associadas a superfícies tabuliformes, por vezes relacionadas a fundos de vales, para onde chegam os sedimentos levados pelas chuvas. Em campo verificou-se que os morros unem-se de diferentes formas, sendo comum a presença de grotões ligando os morros, e são muito susceptíveis à erosão linear (sulcos e ravinas). Também às vezes, as ravinas evoluem para voçorocas, quando estas interceptam águas de subsuperfícies. Mas como a maior parte da serra ainda se encontra florestada, a vegetação lhe dá boa estabilidade morfodinâmica (Figura 84). Observou-se ainda em campo, linhas de talvegue pouco entalhadas coalescendo morrotes, sendo normalmente efêmeras, isto é, que 124 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 funcionam como drenos naturais de excedentes hídricos apenas em eventos chuvosos, o que impossibilita a formação de solos hidromórficos nos terrenos que recortam (Figura 85). (a) (b) Figura 84 – Foto (a): vista parcial de morros residuais que se coalescem através de grotas e/ou grotões, formando o corpo da serra do Expedito. Foto (b): vista parcial do corpo serrano onde se evidenciam as ondulações dos morros coalescentes. Nota-se que a linha tracejada em cor verde mostra a ondulação dos morros coalescentes, a seta de cor vermelha aponta o local dessa coalescência onde se formam grotões, e a amarela a direção do fluxo principal das águas oriundas dos grotões recobertos por floresta. Área de influência do empreendimento, município de Aripuanã/MT. 125 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 85 – As setas azuis reforçam a direção de fluxo das águas de escoamento superficial em linha de talvegue efêmera preservada pela cobertura vegetal e pela pastagem plantada. Área de influência indireta do empreendimento, município de Aripuanã/MT. Um terceiro sistema morfopedológico, também foi identificado na área de influência indireta do empreendimento, relacionado ao ambiente agradacional, representado por fundos de vales aplainados, susceptíveis ao assoreamento, em função da forte dinâmica sedimentária a que são submetidos (Figura 86). No mapa de relevo (Anexo 5) essas formas aplainadas associam-se às colinas médias a amplas. Nota-se que tanto ambientes agradacionais (que sedimenta), como denudacionais (que erode), sofreram alterações na história mais recente da região, pelas atividades econômicas desenvolvidas. No caso do agradacional as atividades garimpeiras pretéritas provocaram forte assoreamento das margens e leito dos cursos d’água (Figura 87). E, nos denudacionais, o uso inadequado das vertentes das colinas médias (Figura 88), pela implantação de pastagem plantada em Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, acelerando processos erosivos laminares e lineares, e, assoreando os fundos de vales. 10.2. Compartimentação morfopedológica da área de influência direta do empreendimento Na área AID foram definidos 4 compartimentos morfopedológicos, sendo 2 relacionados às formas residuais do relevo, e outros 2 às colinas médias e amplas do nível altimétrico da Depressão, os quais se encontram delimitados no Mapa Morfopedológico (Anexo 6). 126 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 86 – Em destaque na foto, ambiente agradacional associado a fundo de vale aplainado em vertente de colina média. Área de influência indireta do empreendimento, município de Aripuanã/MT. 127 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 87 – Aspecto de fundo de vale assoreado em relevo colinoso que bordeja a serra do Expedito, resultante de atividade garimpeira pretérita, município de Aripuanã/MT. Figura 88 – Vista parcial de pastagem recobrindo bases de vertentes de colinas médias, que bordejam a serra do Expedito (ao fundo), município de Aripuanã/MT. 128 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O compartimento morfopedológico CMP1, abrange as formas colinosas onde há domínio de Latossolos, vertentes médias com declividades inferiores a 5% e fundos de vales abertos, chatos e planos; como também, vertentes e setores de vertentes de colinas médias a amplas com declividades médias entre 5 e 12%. Porém, em ambos os casos, as cabeceiras de drenagem que ali se desenvolvem são pouco destacadas nas imagens de satélite, e mais perceptíveis em levantamentos de campo. No primeiro caso, os terrenos são relativamente mais aplainados, em Latossolo Amarelo Coeso plíntico, de textura argilosa com cascalho, mapeado como um sub-compartimento (CMP1a), em que os topos de interflúvios são levemente convexizados de largura média em torno de 780m; e, em menor expressão tem-se Solo Antropogênico em ambiente agradacional, com fundo de vale assoreado por antiga atividade garimpeira. São pouco susceptíveis à erosão laminar e não susceptível à linear por sulcos e ravinas se for mantida a vegetação original, ou se a pastagem plantada for bem manejada. Para a cobertura vegetal desses solos, que apresentam material drenante em sub-superfície, o sistema radicular do tipo pivotante10 é mais bem sucedido, comparado ao fasciculado11, principalmente pelo fato da ligeira a moderada limitação quanto à deficiência de água no perfil, mesmo naquele de textura argilosa. Apesar disso, o clima úmido regional minimiza os efeitos dessa deficiência de água, pois anualmente, a precipitação média é de 2.264mm, a evapotranspiração potencial de 1.310mm, evapotranspiração real de 1.127mm, e o déficit é da ordem de 184mm, contrastando com o excedente hídrico de 1.137mm. Essas características aliadas às condições de forte acidez e caráter distrófico dos solos implica em outra limitação às plantas cultivadas, que necessitam de corretivos e de fertilizantes. Entretanto, para a vegetação nativa esse problema de fertilidade natural é superado principalmente pela ciclagem de nutrientes via mineralização da matéria orgânica, constantemente reposta na serrapilheira 10 Sistema radicular pivotante é uma característica de dicotiledôneas e gimnospermas, que tem um eixo principal (axis), resultante do desenvolvimento da raiz primária do embrião. Da raiz axial saem ramificações ou raízes secundárias. Normalmente, esse eixo principal é mais comprido e grosso do que qualquer de suas ramificações. Dentre as principais funções das raizes axiais destacam-se a de fixar e dar equilíbrio às plantas, de absorver água em profundidade no solo, e de fazer fotossíntese. 11 Sistema radicular fasciculado ou cabeleira é formado por vários eixos, ramificados ou simples, mais ou menos iguais na espessura e no comprimento. Não é possível distinguir o eixo principal dos secundários. As raízes fasciculadas são características da maioria das monocotiledôneas. 129 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 pelas espécies perenifólias e decíduas. Na prática, e em termos de uso dos Latossolos desse compartimento CMP1a, tem-se maior sustentabilidade se implantados sistemas agro-florestais consorciados, apesar de serem enquadrados na classe restrita de aptidão agrícola para lavouras, no nível de manejo A, regular no nível de manejo B e boa no nível de manejo C (Grupos 1, 2 e 3, sub-grupo (a)BC). Já o fundo de vale onde ocorre o Solo Antropogênico deve ser mantida a aptidão agrícola recomendada, Grupo 6 destinado a preservação ambiental, pois trata-se de ambiente ribeirinho que fora degradado por atividade garimpeira, devendo ser recuperado, já que nele se encontram as Áreas de Preservação Permanente (APP) protegidas por lei e que funcionam como corredores naturais para a biota. No segundo caso, em que as formas de relevo são mais movimentadas e os terrenos mais declivosos, com Latossolo Amarelo Coeso argissólico de textura média/argilosa, foi delimitado o sub-compartimento CMP1b, que abrange vertentes e setores de vertentes de colinas médias a amplas com declividades médias entre 5 e 12%, condição esta, que implica em moderada susceptibilidade ao desenvolvimento de processos erosivos (laminares e lineares). Note que esse solo possui um impedimento físico, mesmo sob condição natural, a presença de horizonte coeso argissólico. A consistência muito dura, quando seco, dificulta a penetração de raízes e o armazenamento e distribuição de água ao longo do perfil, além disso tem-se limitações químicas, de elevada acidez, caráter distrófico (saturação por bases-V% inferior a 50%), de caráter álico, isto é, de saturação por Alumínio trocável em altas percentagens (m% ≥ 50%). Há ainda a limitação pela inclinação dos terrenos até o limite da mecanização, indicando que, sob condição natural, são de baixo índice de qualidade para crescimento de plantas cultivadas e para a produção vegetal. Por isso, foi enquadrado na classe boa de aptidão agrícola para pastagem plantada, Grupo 4, sub-grupo 4P, porém, sob o ponto de vista da conservação do suporte geoecológico, e em face do clima úmido regional deve ser priorizado o uso com sistemas agroflorestais consorciados nesse compartimento morfopedológico CMP1b. O compartimento morfopedológico CMP2, que se relaciona às formas de relevo residuais, com altimetrias que variam de 145 a 360m, foi mapeado em 2 sub-compartimentos. O CMP2a abrange morros e morrotes residuais isolados, associado ao Neossolo Litólico Distrófico nas porções mais elevadas, passando para Cambissolo Háplico Tb Distrófico latossólico de textura argilosa cascalhenta nas bases e onde os terrenos apresentam declividades 130 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 médias em torno de 12%. Ambos são solos rasos, e muito erodíveis, e as águas das chuvas encontram dificuldade para infiltrar pela presença da rocha a pouca profundidade principalmente no caso do Neossolo Litólico, escoando-se com facilidade em fluxos concentrados e com energia relativamente elevada, favorecido pela alta declividade das vertentes, resultando na formação de sulcos e ravinas. Localmente nota-se a substituição da cobertura vegetal de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras por pastagens plantadas, onde é comum a ocorrência de processos erosivos, laminar, e linear (sulcos e ravinas rasas). Em determinadas porções das encostas dos morros podem ocorrer pontos de surgências de água e onde os processos erosivos podem se manifestar com maior intensidade. E, de modo geral tratam-se de terras impróprias para cultivos, e em termos de aptidão agrícola enquadram-se no Grupo 4, sub-grupos 4p regular e 4(p) restrita para pastagem plantada; como também, no Grupo 6 destinado a preservação, principalmente das Áreas de Preservação Permanente, APP’s de linhas de drenagem e de topos de morros. O outro sub-compartimento, CMP2b, compreende o corpo da serra do Expedito que é constituída por um conjunto de morros coalescentes associados aos Neossolos Litólicos Distrófico e Húmico típicos, em terrenos muito inclinados com declividades superiores a 30%, onde se encontra boa parte das cabeceiras da rede hidrográfica que drena a área de influência direta do empreendimento. Também neste sub-compartimento, é comum a ocorrência de linhas de drenagens muito encaixadas, denominadas popularmente como grotões, e vertentes fortemente inclinadas, onde se desenvolvem solos muito rasos, sendo, portanto, extremamente susceptíveis à erosão laminar e linear (por sulcos e ravinas), e moderadamente susceptível a boçorocas, já que as ravinas podem evoluir para boçorocas. E, a remoção da vegetação original, ou a substituição por pastagem plantada nesses solos rasos resulta em aumento do escoamento das águas de chuva, especialmente quando induzido por caminho de serviço, trilhas de gado, e estradas vicinais. Com o escoamento concentrado das águas durante os eventos chuvosos formam-se ravinas que se aprofundam em direção aos fundos de vales e locais onde ocorrem surgências do lençol (nascentes). Interceptando o lençol freático, desenvolvem fenômenos de “piping12” e a formação de boçorocas. Como a maior parte deste sub-compartimento encontra-se O fenômeno de “piping” provoca a remoção de partículas do interior do solo formando canais que evoluem em sentido contrário ao do fluxo d’água, podendo dar origem a colapsos de terreno, com desabamento que alargam a boçoroca ou criam novos ramos, A boçoroca passa a ser palco de diversos fenômenos: erosão superficial, erosão 12 131 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 razoavelmente bem preservado e recoberto por vegetação de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras os processos da dinâmica superficial se manifestam de forma equilibrada com menor intensidade, inclusive, os escorregamentos de solos ou a queda de blocos de rochas. Neste contexto, as terras são impróprias para cultivos, e recomendadas, para silvicultura, tendo sido enquadradas no Grupo 5s regular e 5(s) restrita da aptidão agrícola, como também, para conservação (Grupo 6 para a preservação da flora, fauna ou para o ecoturismo), garantindo inclusive a preservação das APP’s. 11. RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS Este estudo foi realizado em 2008 pela empresa Aquanálise Ltda, enfocando a limnologia dos corpos d'água superficiais das principais bacias hidrográficas que nascem na Serra do Expedito, onde se pretende instalar este empreendimento. São elas: a do rio Guaribal e Praia Grande, que deságuam no rio Aripuanã, e as do córrego Água Suja e das Pedras, que deságuam no rio Branco, que também é afluente do Aripuanã. Estas bacias pertencem a Região Hidrográfica Amazônica, Bacia Hidrográfica Regional do Rio Aripuanã, Unidade de Planejamento e Gerenciamento A2-Aripuanã, cuja área de drenagem total é de 39.653 km2 (SEMA, 2009). A pequena bacia do rio Guaribal foi avaliada mais detalhadamente, pois está localizada na área de influência direta (AID), ou seja, onde haverá maior concentração de atividades, tanto na fase de instalação como na de operação do futuro empreendimento, as demais bacias estão localizadas na área considerada como de influência indireta (AII). Foram realizadas análises físicas, químicas e biológicas, incluindo o estudo de comunidades de fitoplâncton, zooplâncton, macroinvertebrados bentônicos e macrófitas aquáticas, em 10 estações de amostragem (Figura 89), conforme a seguir descritas. Na Área de Influência Direta (AID) – Pequena Bacia do córrego Guaribal: P1 – Lagoa artificial: Lagoa artificial de uma antiga área de garimpo localizada no sopé da Serra do Expedito, recebe água da nascente da área do Babaçu. Área marginal com vegetação secundária, presença de gramíneas e leito arenoso/argiloso. Ocorrência de macrófitas aquática e sinais de erosão na área do entorno. Coordenadas-UTM: 0227436/ 8886910. interna, solapamentos, desabamentos, e escorregamentos, que se conjugam no sentido de dotar esta forma de erosão de elevado poder destrutivo. 132 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 P2 – Nascente do Babaçu: Nascente da área de Babaçu localizada no corpo da Serra do Expedito, área de Floresta, em bom estado de conservação. Córrego com leito medindo 2m de largura e profundidade da coluna d’água oscilando entre 10 e 30cm. Coordenadas-UTM: 0226854/ 8887239. P3 – Córrego Massaranduba: Recebe água da lagoa artificial e nascentes, como a da área do Babaçu, e drena área alterada pela atividade garimpeira que tem solo exposto e vegetação secundária. O leito tem cerca de 6m de largura, e profundidade oscilando de 30 e 70cm. Coleta realizada a jusante da ponte. CoordenadasUTM: 0227700/ 8885500. P4 - Córrego Gentio: Córrego próximoà sede da propriedade do Sr. Gentio. Coleta realizada à jusante da ponte, na estrada de acesso à Serra. À montante onde está a sede há criação de aves, suínos e bovinos em regime extensivo. O leito apresenta cerca de 6m de largura, e profundidade oscilando entre 15 e 70cm, ausência de Mata Ciliar no trecho que passa pela sede e pela estrada de acesso, presença de processos erosivos. Coordenadas-UTM: 0225680/ 8885782. P5 – Córrego Velha Catarina: Córrego intermitente, leito com aproximadamente 5m de largura, no período chuvoso a profundidade mensurada foi de 70cm e ausência de água no mês agosto. O córrego possui leito argilo-arenoso com presença de seixos. Coleta realizada na ponte. Mata ciliar descaracterizada nesse trecho. Coordenadas-UTM: 0224080/ 8884748. P6 – Córrego Arrainha ou Arrainha: Leito areno-argiloso com aproximadamente 4m de largura, profundidade de 70cm em abril/2008. Mata Ciliar descaracterizada nesse trecho. Coordenadas-UTM: 0223298/ 8880889. P7 – Córrego Guaribal: A coleta foi realizada a cerca de 250m à montante da foz no rio Aripuanã. Largura de 9m e 22m. Leito areno-argiloso, e Mata Ciliar conservada. Coordenadas-UTM: 0232945/8881491. 133 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 89 – Localização das estações de coleta e delimitação da área de influência direta (AID) do empreendimento. Já na Área de Influência Inireta (AII), foram amostrados os seguintes pontos: P8 – Córrego das Pedras ou córrego Vermelho: Localizado na porção noroeste da Serra do Expedito, suas águas correm em direção ao rio Branco que também deságua no rio Aripuanã. Possui leito areno argiloso de 4m de largura, e Mata Ciliar conservada.Coordenadas UTM: 0218567/ 8894364. P9 – Córrego Água Suja: O córrego Água Suja faz parte da bacia do rio Branco que deságua no rio Aripuanã, leito areno-argiloso com cerca de 3m de largura e profundidade de 70cm no mês de abril/2008, presença de Mata Ciliar conservada. Coordenadas-UTM: 0219719/ 8892238. P11 – Córrego Praia Grande: O córrego Praia Grande deságua no rio Aripuanã à jusante da foz do Guaribal, apresenta leito areno-argiloso com cerca de 6m de largura e profundidade oscilando de 2,80m e 0,80m. Apresenta Mata Ciliar conservada. Coordenadas-UTM: 0238076/ 8888428. 134 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Note que em 2008 as amostragens foram realizadas nos meses de chuva (abril) e estiagem (agosto) e em 2011, no início das chuvas na região (dezembro). Foram feitas ainda comparações dos resultados com os padrões definidos pela referida legislação para corpos d'água da classe 2, que é o caso dos ambientes avaliados. Para as análises considerou-se a legislação vigente que tem como parâmetro de comparação da qualidade da água de corpos d´água superficiais a Resolução CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) nº 357/2005, que define cinco classes de usos preponderantes e seus padrões de qualidade. Em Mato Grosso todos os corpos d´água pertencem à classe 2, conforme o Artigo 42, que considera que enquanto não aprovados os respectivos enquadramentos, as águas doces serão consideradas da classe 2 (...). Foram ainda realizadas análises de agrotóxicos, metais pesados e compostos orgânicos voláteis na AID, também de acordo com a Resolução CONAMA 357/2005. Em laboratório foram analisadas as variáveis ambientais, baseadas em APHA/AWWA (1990), conforme descritas na Tabela 3. Tabela 3 – Metodologias de análise de água. Parâmetro Unidade Método Acidez Total pH Turbidez Cor Condutividade elétrica Dureza total Alcalinidade total DBO DQO OD Nitrogênio Kjeldhal Amônia Nitrato Nitrito Fosfato Total Sulfeto Sulfato Surfactantes Óleos e Graxas Sólidos totais Sólidos dissolvidos fixos e voláteis Sólidos suspensos fixos e voláteis Varredura de Metais Agrotóxicos mg/LCaCO3 UNT mgPt/L µS/cm mg/L Mg/LCaCO3 mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L Titulométrico pH-mêtro WTW Turbidímetro Hach colorímetro Hach Condutivímetro WTW Titulométrico do EDTA Potenciométrico Diluição e incubação- 5 dias à 20ºC Refluxo do Dicromato Potenciométrico Colorimétrico do Fenato Colorimétrico do fenato Colorimétrico do fenoldissulfônico Colorimétrico do N-Naftil Colorimétrico do Molibdato Colorimétrico Colorimétrico Colorimétrico do Azul de Molibdênio Método Soxhlet Gravimétrico Gravimétrico Gravimétrico Combustão Cromatografia gasosa 135 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Os resultados dos parâmetros físicos e químicos medidos em dez estações de coleta, na Área de Influência Direta (AID) e Indireta (AII) da Mineração Dardanelos, nos meses de abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011, são apresentados nas Tabelas 4, 5 e 6, cujos valores foram comparados com os padrões de qualidade estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2. E, nas Figuras 90 a 102 estão expressos os resultados das estações de coleta. No caso de gráficos onde foi necessário expressar parâmetros que tiveram resultados abaixo do limite de detecção, adotou-se o valor do Limite de Detecção do método para fins de ilustração da variação espacial. Para alguns parâmetros com alguns valores mais elevados, optou-se por expressar o resultado em números, visando manter uma escala onde a variação espacial e temporal da maioria dos outros resultados pudessem ser visualizados. Os resultados da análise de agrotóxicos em P7 são apresentados nas Tabelas 7 e 8. A temperatura da água foi influenciada pela temperatura do ar (fotoperíodo) e pela característica do local da coleta, como mostra a Figura 90, sem observar um nítido padrão sazonal. A maior temperatura da água em P1 (Lagoa) em abril e em dezembro deve-se a característica lêntica deste ambiente que tende a armazenar mais calor em relação aos ambientes lóticos (rios), o que não foi observado em agosto, provavelmente pela ação do vento nesta época do ano, que resfria as camadas superficiais da lagoa e favorece a mistura com as camadas inferiores mais frias. 136 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela 4 – Resultados dos parâmetros físicos e químicos na área de influência da futura Mineração Dardanelos, abril de 2008. Parâmetro Data da coleta Hora da coleta Unidade - L.D. - - - 09:00 13:00 14:30 15:15 15:35 16:00 11:00 117:05 17:35 10:30 - 0,1 0,2 0,1 2,0 2,0 2,0 2,0 0,40 0,40 27,7 28,1 4,87 6,03 18,0 8,0 < 2,0 12,0 0,30 0,30 25,0 24,8 5,47 6,03 17,0 43,0 < 2,0 9,0 0,70 0,70 24,0 23,8 5,67 5,99 35,0 273,0 < 2,0 11,0 0,70 0,70 25,1 25,7 5,33 6,34 18,0 33,0 < 2,0 12,0 0,70 0,70 25,0 25,3 7,53 6,31 18,0 11,0 < 2,0 16,0 0,70 0,70 25,8 25,4 8,01 6,20 28,0 22,0 < 2,0 17,0 2,44 0,45 28,2 25,5 5,85 6,26 39,0 27,0 < 2,0 13,0 0,80 0,80 27,2 27,6 7,95 6,31 22,0 3,0 < 2,0 18,0 0,70 0,70 20,0 25,9 7,95 6,76 29,0 8,0 < 2,0 17,0 2,80 1,00 25,5 25,0 7,43 6,75 31,0 9,0 < 2,0 16,0 6–9 75 100 - 1,0 6,0 0,025 0,2 10 10 0,01 0,01 0,01 0,001 0,010 0,1 0,002 10,0 10,0 10,0 10,0 2,0 < 6,0 < 0,025 6,1 < 10 < 10,0 0,809 0,133 0,229 0,028 0,65 3,3 0,004 347 42 342 42 3,0 24,0 < 0,025 5,4 < 10 10,0 0,330 0,122 0,107 0,019 0,37 3,0 0,028 158 123 24 16 4,0 7,0 < 0,025 6,3 < 10 10,0 0,601 0,224 0,040 0,015 0,47 2,3 0,004 368 315 182 145 2,0 6,0 < 0,025 4,9 < 10 10,0 0,653 0,210 0,113 0,141 0,52 4,9 0,027 218 193 174 156 < 1,0 7,0 < 0,025 5,3 < 10 10,0 0,320 0,089 0,275 0,083 0,42 2,1 0,08 91 67 72 54 4,0 7,0 < 0,025 5,5 < 10 10,0 0,338 0,087 0,048 0,133 0,35 0,40 0,023 165 146 134 121 < 1,0 < 6,0 < 0,025 5,4 < 10 < 10,0 0,112 0,034 0,049 0,148 0,11 0,10 0,021 80 61 54 46 2,0 < 6,0 < 0,025 5,4 < 10 10,0 0,809 0,080 0,091 0,061 0,05 0,40 0,005 415 341 364 291 3,0 8,0 < 0,025 5,5 < 10 10,0 0,064 0,053 0,193 0,088 0,13 0,50 0,009 53 42 44 37 Profundidade do local m Transparência de Secchi m Temperatura do ar ºC Temperatura da água ºC Condutividade elétrica µS/cm pH Cor uH Turbidez UNT Dureza total mgCaCO3/L Alcalinidade total mgCaCO3/L DBO DQO Surfactantes Oxigênio dissolvido Óleos e graxas Acidez total Nitrogênio Kjeldhal Nitrogênio amoniacal Nitrato Nitrito Fósforo total Sulfato Sulfeto Sólidos totais Sólidos totais fixos Sólidos dissolvidos Sólidos dissol. fixos mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P11 30/04/08 30/04/08 30/04/08 30/04/08 30/04/08 01/05/08 01/05/08 01/05/08 01/05/08 02/05/08 VMP - < 1,0 < 5,0 7,0 < 0,025 5,0 > 5,0 Virtualmente ausente < 10 10,0 0,057 0,032 3,7 0,172 10,0 0,097 1,0 0,29 0,1 lótico 0,5 lêntico 0,20 250 0,007 44 39 44 500 38 - 137 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Parâmetro Sólidos suspensos Sólidos susp. fixos Sol. sedimentáveis Cloreto Cianeto Metais Alumínio dissolvido Cobre dissolvido Ferro dissolvido Antimônio Arsênio total Bário total Boro Berílio total Cádmio total Chumbo total Cobalto total Cromo total Lítio total Manganês total Mercúrio Níquel total Prata total Urânio Vanádio Zinco total Selênio total Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Unidade mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L L.D. 10,0 10,0 0,1 0,5 0,005 P1 <10 < 10 < 0,1 < 0,5 < 0,005 P2 134 107 < 0,1 < 0,5 < 0,005 P3 186 170 < 0,1 < 0,5 < 0,005 P4 44 37 < 0,1 < 0,5 < 0,005 P5 19 13 < 0,1 < 0,5 < 0,005 P6 31 25 < 0,1 < 0,5 < 0,005 P7 26 15 < 0,1 < 0,5 < 0,005 P8 51 50 < 0,1 < 0,5 < 0,005 P9 <10 <10 < 0,1 < 0,5 < 0,005 P11 <10 <10 < 0,1 < 0,5 < 0,005 VMP 250 mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L 0,005 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0005 0,0005 0,0001 0,0001 0,0005 0,0001 0,0001 0,0005 0,0005 0,0001 0,0001 0,0001 0,0010 0,0005 0,022 0,0005 0,028 < 0,0001 1,8 < 0,0001 < 0,0001 0,09 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 0,0051 0,5390 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0010 < 0,0005 0,029 < 0,0005 0,025 < 0,0001 0,42 < 0,0001 < 0,0001 0,074 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 0,0130 0,0070 0,0100 < 0,0005 0,1050 < 0,0001 0,0047 0,0060 0,0355 < 0,0005 0,037 < 0,0005 0,383 0,042 19,3 < 0,0001 < 0,0001 0,265 < 0,0005 < 0,0001 0,0010 0,0390 0,0030 < 0,0001 0,0056 1,3000 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 0,3300 < 0,0005 0,085 < 0,0005 0,082 < 0,0001 0,7 < 0,0001 < 0,0001 0,110 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 0,0059 0,1310 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0010 < 0,0005 0,009 < 0,0005 0,055 < 0,0001 0,81 < 0,0001 < 0,0001 0,170 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 0,0040 0,0050 0,0190 < 0,0005 0,0630 < 0,0001 0,0020 0,0060 0,0447 < 0,0005 0,022 < 0,0005 0,204 < 0,0001 1,6 < 0,0001 < 0,0001 0,199 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 0,0120 0,0066 0,1170 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0010 < 0,0005 0,018 < 0,0005 0,080 < 0,0001 0,89 < 0,0001 < 0,0001 0,118 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,004 0,0060 0,0810 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0010 < 0,0005 0,005 < 0,0005 0,017 < 0,0001 0,781 < 0,0001 < 0,0001 0,170 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,001 0,0059 0,0360 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0010 < 0,0005 < 0,022 < 0,0005 0,054 < 0,0001 0,940 < 0,0001 < 0,0001 0,193 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 0,0030 0,0054 0,0480 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0010 < 0,0005 0,088 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 0,001 < 0,0001 < 0,0001 0,117 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 0,0060 0,0060 0,0050 < 0,0005 0,0440 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0010 < 0,0005 0,037 < 0,0005 0,1 0,009 0,3 0,005 0,01 0,7 0,04 0,5 0,001 0,01 0,05 0,009 2,5 0,1 0,0002 0,025 0,01 0,02 0,1 0,18 0,01 LD= Limite de Detecção do método analítico adotado; VMP=Valor Máximo Permitido, conforme Resolução 357/05 CONAMA para água doce Classe 2. 138 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela 5 – Resultados dos parâmetros físicos e químicos na área de influência da futura Mineração Dardanelos, agosto de 2008. Parâmetro Data da coleta Unidade - L.D. - P1 24/08/08 P2 24/08/08 P3 24/08/08 P4 24/08/08 P5 24/08 P6 24/08/08 P7 25/08/08 P8 24/08/08 P9 24/08/08 P11 25/08/08 VMP - Hora da coleta - - 09:29 10:20 11:39 16:10 (¹) 17:22 16:00 15:22 14:34 14:17 - Profundidade do local Transparência de Secchi Temperatura do ar Temperatura da água Condutividade elétrica pH Cor Turbidez Dureza total Alcalinidade total m - 0,10 0,50 0,30 0,15 (¹) 0,30 0,85 0,40 0,15 0,80 - m 0,1 0,10 0,50 0,30 0,15 (¹) 0,30 0,85 0,40 0,15 0,80 - ºC ºC µS/cm uH UNT mgCaCO3/L mgCaCO3/L 0,2 0,1 2,0 2,0 2,0 2,0 23,6 22,5 8,98 6,02 16,0 9,0 < 2,0 14,0 32,4 26,7 9,36 6,00 6,0 8,0 < 2,0 15,0 32,4 26,6 8,37 6,00 8,0 2,0 < 2,0 13,0 32,5 25,2 12,49 6,00 23,0 30,0 < 2,0 22,0 (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) 25,7 23,8 25,0 6,03 17,0 4,0 3,3 17,0 28,4 24,9 9,23 6,01 13,0 8,0 < 2,0 15,0 33,0 23,1 15,06 6,01 39,0 8,0 < 2,0 27,0 33,2 27,0 14,96 6,02 31,0 4,0 < 2,0 26,0 33,4 28,8 5,07 6,20 6,0 5,0 < 2,0 9,0 6–9 75 100 - DBO DQO mg/L mg/L 1,0 6,0 < 1,0 12,0 < 1,0 < 6,0 < 1,0 < 6,0 < 1,0 7,0 (¹) (¹) < 1,0 < 6,0 < 1,0 < 6,0 1,0 2,0 < 1,0 9,0 < 1,0 < 6,0 < 5,0 - Óleos e graxas mg/L 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 Virtualme nte ausente Surfactantes Oxigênio dissolvido Acidez total Nitrogênio Kjeldhal Nitrogênio amoniacal Nitrato Nitrito mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L 0,025 0,2 10 0,01 0,01 0,01 0,001 < 0,025 5,4 6,0 0,238 < 0,010 0,151 0,005 < 0,025 5,8 4,0 < 0,010 < 0,010 0,051 < 0,001 < 0,025 6,2 4,0 < 0,010 < 0,010 0,060 0,002 < 0,025 5,4 8,0 0,408 0,017 0,188 0,0010 (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) < 0,025 5,8 6,0 0,061 0,042 0,078 0,004 < 0,025 5,6 4,0 0,059 0,039 0,126 0,003 < 0,025 4,2 8,0 0,123 0,042 0,246 0,008 < 0,025 7,8 5,0 0,173 < 0,010 0,117 0,006 < 0,025 6,2 4,0 0,100 0,012 0,096 0,004 Fósforo total mg/L 0,010 0,43 0,18 0,14 0,48 (¹) 0,12 0,09 0,20 0,36 0,32 Sulfato Sulfeto mg/L mg/L 0,1 0,002 2,0 0,002 2,0 0,002 2,0 < 0,002 3,0 0,008 (¹) (¹) 3,0 0,002 3,0 0,003 2,0 0,002 2,0 0,002 2,0 0,004 > 5,0 3,7 10,0 1,0 0,1 lótico 0,5 lêntico 250 - 139 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Parâmetro Sólidos totais Sólidos dissolvidos Sólidos dissol. fixos Sólidos dissol. voláteis Sólidos suspensos Sólidos susp. fixos Sol. sedimentáveis Cloreto Metais Alumínio dissolvido Cobre dissolvido Ferro dissolvido Antimônio Arsênio total Bário total Boro Berílio total Cádmio total Chumbo total Cobalto total Cromo total Lítio total Manganês total Mercúrio Níquel total Prata total Urânio Vanádio Zinco total Selênio total Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Unidade mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L L.D. 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 0,1 0,5 P1 < 10 28 12 16 < 10 < 10 < 0,1 < 0,5 P2 14 < 10 < 10 < 10 14 < 10 < 0,1 < 0,5 P3 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 0,1 < 0,5 P4 49 26 18 < 10 23 14 < 0,1 < 0,5 P5 (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) P6 18 18 10 < 10 < 10 < 10 < 0,1 < 0,5 P7 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 0,1 < 0,5 P8 26 24 12 12 < 10 < 10 < 0,1 < 0,5 P9 44 44 21 23 < 10 < 10 < 0,1 < 0,5 P11 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 0,1 < 0,5 VMP 500 250 mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L 0,005 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0005 0,0005 0,0001 0,0001 0,0005 0,0001 0,0001 0,0005 0,0005 0,0001 0,0001 0,0001 0,001 0,0005 0,0220 0,0005 0,048 < 0,0001 1,1000 < 0,0001 < 0,0001 0,0344 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 0,0020 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,2670 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0187 < 0,0005 0,014 <0,0001 0,0930 <0,0001 <0,0001 0,0752 <0,0005 <0,0001 <0,0001 <0,0005 <0,0001 <0,0001 <0,0005 0,0134 <0,0001 <0,0001 <0,0001 < 0,001 <0,0005 0,0294 <0,0005 0,015 < 0,0001 0,2370 < 0,0001 < 0,0001 0,0381 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0279 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0127 <0,0005 0,074 < 0,0001 0,4470 < 0,0001 < 0,0001 0,0827 < 0,0005 < 0,0001 <0,0001 0,0050 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0649 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0278 <0,0005 (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) (¹) 0,022 <0,0001 0,2700 <0,0001 <0,0001 0,1546 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0219 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0068 <0,0005 0,029 < 0,0001 0,2950 < 0,0001 < 0,0001 0,0621 < 0,0005 <0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0278 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0794 < 0,0005 0,023 < 0,0001 1,1000 < 0,0001 < 0,0001 0,0661 0,0113 <0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0190 < 0,0005 0,088 < 0,0001 0,8850 < 0,0001 < 0,0001 0,1130 < 0,0005 <0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0919 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0310 < 0,0005 0,029 < 0,0001 0,0970 < 0,0001 < 0,0001 0,0253 < 0,0005 <0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0188 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0307 < 0,0005 0,1 0,009 0,3 0,005 0,01 0,7 0,04 0,5 0,001 0,01 0,05 0,009 2,5 0,1 0,0002 0,025 0,01 0,02 0,1 0,18 0,01 LD= Limite de Detecção do método analítico adotado; VMP=Valor Máximo Permitido, conforme Resolução 357/05 CONAMA para água doce Classe 2; (¹) Córrego sem água. 140 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela 6 – Resultados dos parâmetros físicos e químicos na área de influência da futura Mineração Dardanelos, dezembro de 2011. Parâmetro Data da coleta Unidade - L.D. - P1 09/12/11 P2 09/12/11 P3 08/12/11 - - 17:10 10:00 14:00 16:20 15:00 15:20 17:00 12:20 12:40 16:00 - m m ºC ºC µS/cm mgPt/L UNT mgCaCO3/ L mgCaCO3/ L mg/L mg/L 0,1 0,2 0,1 2,0 2,0 0,60 0,60 34,3 32,1 28,1 6,24 400 5 0,10 0,10 24,2 24,1 29,5 6,54 123 3 0,15 0,15 38,9 30,0 41,6 6,27 74 7 0,60 0,60 27,1 26,4 34,2 6,54 449 8 0,30 0,30 28,8 26,7 46,3 6,72 103 6 0,25 0,25 31,0 26,9 49,7 7,19 222 9 1,70 0,50 29,1 26,3 37,6 6,65 25 23 0,20 0,20 28,2 24,9 39,0 6,04 74 24 0,30 0,30 26,8 25,3 44,0 6,28 47 16 1,30 0,60 30,6 28,9 40,8 6,46 63 13 6–9 75 100 2,0 13,20 15,40 16,50 13,20 20,90 22,00 17,43 18,33 22,43 21,15 - 2,0 8,0 6,0 5,0 12,0 19,0 18,0 34,0 38,0 58,0 77,0 - 1,0 1,0 4,0 5,0 < 1,0 < 1,0 4,0 5,0 5,0 9,0 5,0 9,0 4,0 14,0 6,0 14,0 5,0 36,0 5,0 32,0 5,0 34,0 < 5,0 - Óleos e graxas mg/L 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 < 10 Virtualmente ausente Surfactantes Oxigênio dissolvido Acidez total Nitrogênio Kjeldhal Nitrogênio amoniacal Nitrato Nitrito Fósforo total Sulfato Sulfeto Sólidos totais mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L 0,025 0,2 10 0,01 0,01 0,01 0,001 0,01 0,1 0,002 10,0 < 0,025 5,7 < 10 0,106 0,097 < 0,010 0,006 0,027 < 0,1 0,003 83 < 0,025 7,0 < 10 0,112 0,095 0,036 0,006 0,072 10,8 0,004 28 < 0,025 6,8 < 10 0,384 0,298 0,030 0,009 0,014 < 0,1 0,004 48 < 0,025 6,5 < 10 0,241 0,123 0,039 0,009 0,069 < 0,1 0,012 88 < 0,025 6,0 10 0,095 0,055 0,049 0,011 0,222 < 0,1 0,011 73 < 0,025 6,4 < 10 0,131 0,088 0,042 0,007 0,110 < 0,1 0,023 133 < 0,025 6,4 < 10 0,024 0,015 0,053 0,003 0,246 < 0,1 0,004 250 < 0,025 6,8 < 10 2,837 1,980 0,133 0,006 0,349 9,4 0,011 193 < 0,025 6,6 < 10 0,394 0,302 0,064 0,005 0,414 < 0,1 0,006 220 < 0,025 6,4 10 0,159 0,090 0,094 0,006 0,192 < 0,1 0,005 115 > 5,0 3,700 10,0 1,0 0,1 250 - Hora da coleta Profundidade do local Transparência de Secchi Temperatura do ar Temperatura da água Condutividade elétrica pH Cor Turbidez Dureza total Alcalinidade total DBO DQO P4 P5 P6 P7 P8 P9 P11 08/12/11 08/12/11 08/12/11 09/12/11 09/12/11 09/12/11 09/12/11 VMP - 141 Geologia Mineração e Assessoria Ltda_ E-mail : [email protected] Parâmetro Sólidos dissolvidos Sólidos dissol. fixos Sólidos dissol. voláteis Sólidos suspensos Sólidos susp. fixos Sólidos susp. voláteis Sol. sedimentáveis Cloreto Metais Alumínio dissolvido Cobre dissolvido Ferro dissolvido Antimônio Arsênio total Bário total Boro Berílio total Cádmio total Chumbo total Cobalto total Cromo total Lítio total Manganês total Mercúrio Níquel total Prata total Urânio Vanádio Zinco total Selênio total Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Unidade mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L L.D. 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 10,0 0,1 0,5 P1 77,5 70,0 < 10,0 < 10,0 < 10,0 < 10,0 < 0,1 < 0,5 P2 27,5 < 10,0 20,0 < 10,0 < 10,0 < 10,0 < 0,1 < 0,5 P3 47,5 15,0 32,5 < 10,0 < 10,0 < 10,0 < 0,1 < 0,5 P4 55,0 30,0 25,0 32,5 23,0 10,0 < 0,1 < 0,5 P5 37,5 < 10,0 37,5 35,0 20,0 15,0 < 0,1 < 0,5 P6 85,0 15,0 70,0 47,5 30,0 17,5 < 0,1 < 0,5 P7 105,0 < 10,0 100,0 145,0 130,0 15,0 < 0,1 < 0,5 P8 80,0 < 10,0 77,5 112,5 95,0 17,5 < 0,1 < 0,5 P9 107,5 30,0 77,5 112,5 78,0 35,0 < 0,1 < 0,5 P11 115,0 < 10,0 115,0 < 10,0 < 10,0 < 10,0 < 0,1 < 0,5 VMP 500 250 mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L mg/L 0,0001 0,0001 0,0005 0,0001 0,0001 0,0005 0,0005 0,0001 0,0001 0,0005 0,0001 0,0001 0,0005 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,001 0,0005 0,0001 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 0,2855 < 0,0001 < 0,0001 0,0396 0,0037 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,1659 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0418 0,0019 < 0,0001 < 0,0001 0,0229 < 0,0001 < 0,0001 0,0641 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0126 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0388 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 0,4923 < 0,0001 < 0,0001 0,1831 0,0131 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,9731 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0291 < 0,0005 0,0122 < 0,0001 0,2116 < 0,0001 < 0,0001 0,0834 0,0110 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0337 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0418 0,0025 0,0232 < 0,0001 0,2860 < 0,0001 < 0,0001 0,1602 0,0049 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0152 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0299 < 0,0005 0,0136 < 0,0001 0,2992 < 0,0001 < 0,0001 0,1574 0,0035 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0379 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0274 < 0,0005 0,0395 < 0,0001 0,2578 < 0,0001 < 0,0001 0,0934 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0515 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0223 < 0,0005 0,0372 < 0,0001 0,1982 < 0,0001 < 0,0001 0,1193 0,0035 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0099 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0300 0,0013 0,0375 < 0,0001 0,2860 < 0,0001 < 0,0001 0,1489 0,0254 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0477 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,1078 0,0029 0,0964 < 0,0001 0,2940 < 0,0001 < 0,0001 0,1118 0,0035 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0005 0,0190 < 0,0001 < 0,0001 < 0,0001 < 0,001 < 0,0005 0,0285 < 0,0005 0,1 0,009 0,3 0,005 0,01 0,7 0,04 0,5 0,001 0,01 0,05 0,009 2,5 0,1 0,0002 0,025 0,01 0,02 0,1 0,18 0,01 LD= Limite de Detecção do método analítico adotado; VMP=Valor Máximo Permitido, conforme Resolução 357/05 CONAMA para água doce Classe 2; (¹) Córrego sem água. 142 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela 7 – Resultados dos parâmetros químicos na área de influência direta da futura Mineração Dardanelos (rio Guaribal), abril e agosto de 2008. Parâmetro Unidade L.D. Alacloro µg/L Aldrin + Dieldrin Resultados VMP P7 - Abr/08 P7 - Ago/08 1,0 < 1,0 < 1,0 20 µg/L 0,005 < 0,005 < 0,005 0,005 Atrazina µg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 2,0 Benzeno mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,005 Benzo(a)antraceno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05 Benzo(a)pireno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05 Benzo(b)fluoranteno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05 Benzo(k)fluoranteno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05 Carbaril µg/L 0,02 < 0,02 < 0,02 0,02 Clordano (cis + trans) µg/L 0,02 < 0,02 < 0,02 0,04 2-Clorofenol µg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 0,1 Criseno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05 2,4-D µg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 4,0 Demeton (Demeton-O + Demeton-S) µg/L 0,06 < 0,06 < 0,06 0,1 Dibenzo(a,h)antraceno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05 1,2-Dicloroetano mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,01 1,1-Dicloeteno mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,003 2,4-Diclorofenol µg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 0,3 Diclorometano mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,02 DDT (p,p'-DDT + p,p'DDE + p,p'-DDD) µg/L 0,002 < 0,002 < 0,002 0,002 Dodecacloro pentaciclodecano µg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,001 Endossulfan µg/L 0,03 < 0,03 < 0,03 0,056 Endrin µg/L 0,003 < 0,003 < 0,003 0,004 Estireno mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,02 Etilbenzeno µg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 90 Gution µg/L 0,004 < 0,004 < 0,004 0,005 Heptacloro epóxido + heptacloro µg/L 0,01 < 0,01 < 0,01 0,01 Indeno(1,2,3-cd)pireno µg/L 0,05 < 0,05 < 0,05 0,05 Lindano µg/L 0,01 < 0,01 < 0,01 0,02 Malation µg/L 0,01 < 0,01 < 0,01 0,1 143 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Parâmetro Unidade L.D. Metolacloro µg/L Metoxicloro Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Resultados VMP P7 - Abr/08 P7 - Ago/08 1,0 < 1,0 < 1,0 10 µg/L 0,01 < 0,01 < 0,01 0,03 Paration µg/L 0,04 < 0,04 < 0,04 0,04 PCBs – Bifenilas Policloradas µg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,001 Pentacorofenol mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,009 Simazina µg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 2,0 2,4,5-T µg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 2,0 Tetracloreto de carbono mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,002 Tetracloroeteno mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,01 Tolueno µg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 2,0 Toxafeno µg/L 0,01 < 0,01 < 0,01 0,01 2,4,5-TP µg/L 1,0 < 1,0 < 1,0 10 Triclorobenzenos mg/L 0,002 < 0,002 < 0,002 0,02 Tricloroeteno mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,03 2,4,6-Triclorofenol mg/L 0,001 < 0,001 < 0,001 0,01 Trifuralina µg/L 0,1 < 0,1 < 0,1 0,2 Xileno µg/L 3,0 < 3,0 < 3,0 300 Hexaclorobenzeno µg/L 0,005 < 0,005 < 0,005 0,0065 LD= Limite de Detecção do método analítico adotado; VMP=Valor Máximo Permitido, conforme Resolução 357/05 CONAMA para água doce Classe 2. Tabela 8 – Resultados dos parâmetros químicos na área de influência direta da futura Mineração Dardanelos (rio Guaribal), dezembro de 2011. Parâmetro Resultados Unidade L.D. Acrilamida µg/L 0,1 < 0,1 0,5 Alacloro µg/L 0,005 < 0,005 20 Aldrin + Dieldrin µg/L 0,005 < 0,005 0,005 Atrazina µg/L 0,01 < 0,01 2,0 Benzeno mg/L 0,001 < 0,001 0,005 Benzidina µg/L 0,001 < 0,001 0,001 Benzo(a)antraceno µg/L 0,05 < 0,05 0,05 Benzo(a)pireno µg/L 0,05 < 0,05 0,05 Benzo(b)fluoranteno µg/L 0,05 < 0,05 0,05 Benzo(k)fluoranteno µg/L 0,05 < 0,05 0,05 P7 - dezembro/11 VMP 144 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Parâmetro Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Resultados Unidade L.D. Carbaril µg/L 0,02 < 0,02 0,02 Clordano (cis + trans) µg/L 0,02 < 0,02 0,04 2-Clorofenol µg/L 0,1 < 0,1 0,1 Criseno µg/L 0,05 < 0,05 0,05 2,4-D µg/L 0,1 < 0,1 4,0 Demeton (Demeton-O + Demeton-S) µg/L 0,06 < 0,06 0,1 Dibenzo(a,h)antraceno µg/L 0,05 < 0,05 0,05 1,2-Dicloroetano mg/L 0,001 < 0,001 0,01 1,1-Dicloeteno mg/L 0,001 < 0,001 0,003 2,4-Diclorofenol µg/L 0,1 < 0,1 0,3 Diclorometano mg/L 0,001 < 0,001 0,02 DDT (p,p'-DDT + p,p'-DDE + p,p'-DDD) µg/L 0,002 < 0,002 0,002 Dodecacloro pentaciclodecano µg/L 0,001 < 0,001 0,001 Endossulfan µg/L 0,009 < 0,009 0,056 Endrin µg/L 0,003 < 0,003 0,004 Estireno mg/L 0,001 < 0,001 0,02 Etilbenzeno µg/L 1,0 < 1,0 90 Fenóis totais mg/L 0,001 < 0,001 0,003 Glifosato µg/L 10 < 10 65 Gution µg/L 0,004 < 0,004 0,005 Heptacloro epóxido + heptacloro µg/L 0,01 < 0,01 0,01 Indeno(1,2,3-cd)pireno µg/L 0,05 < 0,05 0,05 Lindano µg/L 0,003 < 0,003 0,02 Malation µg/L 0,01 < 0,01 0,1 Metolacloro µg/L 0,05 < 0,05 10 Metoxicloro µg/L 0,01 < 0,01 0,03 Paration µg/L 0,04 < 0,04 0,04 PCBs – Bifenilas Policloradas µg/L 0,001 < 0,001 0,001 Pentacorofenol mg/L 0,00001 < 0,00001 0,009 Simazina µg/L 0,05 < 0,05 2,0 2,4,5-T µg/L 0,005 < 0,005 2,0 P7 - dezembro/11 VMP 145 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Parâmetro Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Resultados Unidade L.D. Tetracloreto de carbono mg/L 0,001 < 0,001 0,002 Tetracloroeteno mg/L 0,001 < 0,001 0,01 Tolueno µg/L 1,0 < 1,0 2,0 Toxafeno µg/L 0,01 < 0,01 0,01 2,4,5-TP µg/L 0,005 < 0,005 10 Triclorobenzenos mg/L 0,002 < 0,002 0,02 Tricloroeteno mg/L 0,001 < 0,001 0,03 2,4,6-Triclorofenol mg/L 0,001 < 0,001 0,01 Trifuralina µg/L 0,05 < 0,05 0,2 Xileno µg/L 3,0 < 3,0 300 Hexaclorobenzeno µg/L 0,005 < 0,005 0,0065 P7 - dezembro/11 VMP LD= Limite de Detecção do método analítico adotado; VMP=Valor Máximo Permitido, conforme Resolução 357/05 CONAMA para água doce Classe 2. Figura 90- Variação da temperatura da água nos corpos d’água da área de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. Em todas as estações a temperatura da água foi relativamente alta, típica de ambientes tropicais, com valores médios mais elevados em dezembro, quando também são registradas as maiores temperaturas do ar e menor amplitude térmica ao longo do dia na região. A concentração de íons condutores de corrente elétrica nos córregos oscilou entre 4,87 e 8,01 µS/cm em abril, entre 5,07 e 25,00 µS/cm em agosto e entre 28,1 e 49,7 µS/cm em dezembro. Isso indicara que na estiagem (agosto) houve um leve incremento dos íons na maioria dos córregos em relação a abril, quando também reduz a quantidade de água nessa época do ano. O maior incremento de dezembro é a influência das primeiras chuvas e fortes enxurradas que 146 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 resultam no aporte de materiais nos corpos d'água, além da degradação pelas atividades antrópicas das áreas de entorno dos locais amostrados. Além disso, a disponibilidade desses íons foi similar tanto na área de influência direta (bacia do rio Guaribal), como na indireta (córregos Água Suja, das Pedras e Praia Grande), pela semelhança de condições hidrogeológicas das áreas, com exceção do córrego Arrainha em agosto e dezembro (P6-AID), onde foi registrada a maior condutividade elétrica (Figura 91), provavelmente devido ao aporte de íons de cálcio e/ou magnésio, indicado também, pelo aumento de dureza, possivelmente relacionado às atividades antrópicas/degradação do solo na área de drenagem. Figura 91 – Variação da condutividade elétrica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. O pH foi de 5,99 - 6,76 em abril, 6,00 - 6,20 em agosto e 6,04-7,19 em dezembro, indicando que a água dos córregos apresentou característica circuneutra, condição relacionada à hidrogeologia regional. Indicaram ainda, que nas estações mais próximas às nascentes, o pH teve menor oscilação (P1, P2, P3), Figura 92. E, atenderam ao padrão estabelecido pelo CONAMA 357/05 para corpos d’água Classe 2, favorável para a usos múltiplos, pelo baixo potencial em causar problemas de corrosão ou incrustações em tubulações, equipamentos e máquinas. A leve acidez pode ser classificada como carbônica, oriunda do dióxido de carbono (CO2), que é um componente natural dessas águas, por isso tem pouca relevância sanitária. Quanto à dureza foram ≤ 2,0 mgCaCO3/L nos 3 meses, indica que a bacia de drenagem não disponibiliza quantidades significativas de cálcio e magnésio, mesmo porque não há formações calcárias na região que pudessem influenciar esses resultados. Somente no córrego 147 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Arrainha foi detectado 3,3 mgCaCO3/L em agosto, aumentando a condutividade elétrica, possivelmente devido a alterações antrópicas. Figura 92 – Variação do pH nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. Já a alcalinidade total entre 9 e 18 mgCaCO3/L em abril, de 9 a 27 mgCaCO3/L em agosto, e de 5 a 77 mgCaCO3/L em dezembro, indicam que os córregos apresentam baixa capacidade de manter estável o pH na maior parte do ano, sendo o aumento de dezembro em função do aporte de substâncias tamponadoras (capazes de estabilizar o pH) nas primeiras chuvas na região. Esse resultado, indica também, a necessidade de um rígido controle no lançamento de efluentes orgânicos de origem domésticas, pois a decomposição da matéria orgânica tende a acidificar o meio em condições predominantes de baixa alcalinidade. A turbidez oscilou entre 3 e 273 UNT em abril, 2 e 30 UNT em agosto, e 3 e 24 UNT em dezembro (Figura 93). E, os resultados de cor oscilaram entre 17 e 39 mgPt/L em abril, 6 e 39 mgPt/L em agosto, e 25 e 449 mgPt/L em dezembro (Figura 94). Em P1, P2, P4, P5 e P6 em dezembro de 2011 foram bem acima do limite máximo definido pela legislação (75 mgPt/L), mas a turbidez teve o limite ultrapassado somente em P3 em abril. A maior expressão da cor em relação a turbidez no início das chuvas reflete o aumento na concentração da fração de sólidos dissolvidos em relação aos suspensos, ou seja, há predomínio de partículas coloidais dissolvidas na água, em relação as de maior tamanho, que tendem a sedimentar mais rapidamente. Verificouse ainda, elevados resultados de sólidos suspensos em P3/abril, com turbidez de 273 UNT (186 mg/L, Figura 95), em função da chuva ocorrida na hora da coleta. 148 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 93 – Variação da cor nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. Figura 94 – Variação da cor nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. (a) (b) Figura 95 – Variação de sólidos dissolvidos (a) e suspensos (b) nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. 149 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Essas alterações limnológicas refletem o aporte de materiais da bacia de drenagem, que ocorre com mais intensidade no início das chuvas, inclusive, oriundos da decomposição natural da vegetação, que libera substâncias húmicas de cor escura, como em P1 e P2, condição comumente registrada para a bacia do rio Aripuanã em áreas conservadas, e ou provenientes da degradação dos solos de áreas com matas ciliares alteradas e solos expostos. Note que no período chuvoso há um maior aporte de materiais para dentro dos corpos d’água e, caso as matas ciliares (barreira/filtro natural), não estejam conservadas e funcionais, elas potencializam os processos erosivos e o assoreamento. Os resultados de DQO, de 6 a 24mg/L em abril, 6 a 12mg/L em agosto, e 1 a 36mg/L em dezembro; e os de DBO entre < 1 e 4mg/L em abril, ≤ 1,0mg/L em agosto e de 1 a 6mg/L (Figuras 96 e 97), e indicam o aporte de materiais oriundos principalmente de fontes naturais, como vegetação e solo, da área de entorno e do próprio metabolismo interno dos ambientes aquáticos. Mas o incremento das concentrações nas estações de coleta devem-se também a solos degradados, expostos e remoção de matas ciliares. Todos os resultados de DBO atenderam ao padrão estabelecido pelo CONAMA 357/05 (5,0mg/L), exceto em dezembro no P7, cujo valor foi ligeiramente acima do padrão (6,0mg/L). A pouca expressão da DBO nos ambientes aquáticos é conseqüência de ser área rural sem aporte de efluentes domésticos e industriais. Figura 96 – Variação da Demanda Química de Oxigênio (DQO) nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/1. 150 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 97 – Variação da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DQO) nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. A concentração de oxigênio na água foi de 4,9 a 6,3mg/L em abril, 4,2 a 7,8mg/L em agosto; e 6,0 a 7,0mg/L (Figura 98). Nas 3 amostragens, a maioria dos corpos d’água apresentou oxigenação satisfatória para manter a biota aquática, com concentração acima de 5,0mg/L, conforme estabelece o CONAMA 357/05. As exceções foram em abril, P4, e em agosto, P8, possivelmente ocasionada por fatores naturais que fazem parte da dinâmica desses sistemas. Figura 98 – Variação do oxigênio dissolvido nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. As concentrações de nitrogênio Kjeldhal (NKT) foram de 0,06 a 0,81mg/L em abril, e de < 0,010 a 0,04mg/L em agosto, e de 0,02 a 2,84mg/L em dezembro (Figura 99). Em abril e dezembro, os maiores valores geralmente relacionam à amônia oriunda da decomposição de materiais levados pelas chuvas, mais evidente nas estações de coleta P1 a P6 e P8, exceto em P8 em abril, cuja fração orgânica se sobrepôs à amônia. As concentrações de nitrato de 0,040 e 0,275mg/L em abril, 0,051 e 0,246mg/L em agosto, e de < 0,010 e 0,13mg/L em dezembro, cuja disponibilidade não indicou nítido padrão sazonal ou espacial, mas discretas oscilações entre as 151 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 estações de coleta. Os valores de nitrito foram relativamente baixos em todas as estações de coletas e nos 3 meses avaliados. Esses resultados dos compostos nitrogenados indicaram que todos os corpos d’água podem ser classificados como oligotróficos, pois apresentaram concentrações inferiores a 1,0mg/L de nitrato, 0,3mg/L de amônia e 0,5mg/l de nitrito, independente do período hidrológico, exceto NKT em P8 em dezembro, mas que se trata de um momento isolado (logo após ocorrer chuvas). Todos os resultados também atenderam aos padrões do CONAMA 357/05 para nitrato (10mg/L), amônia (3,7mg/L) e nitrito (1,0mg/L), reforçando a ausência de contribuições expressivas de origem antrópica, ricas em compostos nitrogenados, como efluentes domésticos e industriais. (a) (b) Figura 99 – Variação do NKT e nitrato nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. As concentrações de fósforo oscilaram entre 0,052 e 0,522mg/L em abril, 0,092 e 0,425mg/L em agosto e entre 0,014 a 0,349mg/L em dezembro (Figura 100). Assim, o fósforo não é um nutriente limitante para as comunidades biológicas desses corpos d’água, e os ambientes podem ser classificados como meso-eutróficos. Indicaram ainda que a disponibilidade de fósforo foi maior no período chuvoso (abril) na AID e em dezembro na AII, devido ao intemperismo dos solos e rochas da bacia de drenagem, a ocorrência de solos degradados em algumas áreas, e aporte de materiais orgânicos naturais para esses ambientes, como restos da vegetação ciliar, uma vez que não foram identificadas fontes antrópicas pontuais expressivas de efluentes. Os resultados não atenderam ao padrão estabelecido para ambientes lóticos (0,1 mg/L) e intermediário (0,05 mg/L), as exceções foram P8 em abril, P7 em agosto e P1, P3 e P4 em dezembro. 152 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 100 – Variação do fósforo nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. Em todas as estações de coleta as concentrações de sulfato oscilaram entre 0,1 e 10,8mg/L e as de sulfeto entre 0,001 e 0,028mg/L, e são consideradas discretas, compatíveis com ambientes de baixa influência antrópica quanto ao uso da água. E, as concentrações de cloreto foram abaixo do limite de detecção do método analítico adotado (<0,5mg/L), indicando que as fontes naturais desse sal são restritas e que não houve aporte de fontes artificiais, como esgotos sanitários e/ou industriais. Assim, todos os resultados de sulfato e cloreto atenderam aos padrões estabelecidos pelo CONAMA 357/05. Também, todos os resultados das análises de óleos e graxas, surfactantes e cianeto estiveram abaixo do limite adotado pelo método analítico, atendendo aos padrões do CONAMA 357/05, e indicando que não há aporte de materiais oriundos de atividades antrópicas nas bacias de drenagem. Já as concentrações de ferro dissolvido oscilaram entre 0,001 e 19,3mg/L em abril, entre 0,09 e 1,10mg/L em agosto, e entre 0,0229 e 0,4923 em dezembro (Figura 101). Os maiores resultados foram registrados em abril, no P3 (AID), córrego Massaranduba, com 19,3mg/L. Esses valores estiveram relacionados com o escoamento superficial de materiais conduzido pela água da chuva para dentro dos corpos d’água. Nas áreas onde o solo está total ou parcialmente exposto, caso da área drenada pelo córrego Massaranduba (antigo garimpo), esse arraste foi potencializado, indicado por diversos parâmetros, inclusive pelo ferro dissolvido. Dentre os resultados obtidos no mês de abril apenas o P11 atendeu o estabelecido pelo CONAMA 357/05. No mês de agosto a Legislação foi atendida em P2, P3, P6, P7 e P11 e em dezembro em todas as estações de amostragem, exceto em P3. Enquanto que as concentrações de alumínio dissolvido 153 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 (0,001 a 0,380mg/L em abril; 0,010 a 0,090mg/L em agosto; < 0,0001 a 0,4923mg/L em dezembro), manganês (0,04 a 1,30mg/L em abril; (0,01 a 0,27 mg/L em agosto; 0,0099 a 0,9731 mg/L em dezembro) e bário (0,07 a 0,27mg/L em abril; 0,03 a 0,15mg/L em agosto; 0,0396 a 0,1831mg/L em dezembro), foram discretamente superiores no mês de abril e também estiveram relacionados ao período chuvoso, especialmente em P3 (AID), onde foram registradas as maiores concentrações (Figuras 101 e 102). Em relação ao CONAMA 357/05, os valores de alumínio excederam o padrão da Legislação nas estações de coleta P3 e P6 e manganês em P1, P2, P3 e P4, todos os resultados de bário atenderam ao padrão em todas as estações de coleta. Note, que os tipos de solo das pequenas bacias monitoradas apresentam concentrações naturalmente elevadas de ferro e alumínio, disponibilizando para as drenagens esses metais de maneira natural, contudo, a degradação dos solos em algumas áreas certamente elevou as concentrações desses metais nos corpos d´água. (a) (b) Figura 101 – Variação do ferro dissolvido (a) e do alumínio dissolvido (b) nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. (a) (b) Figura 102 – Variação do manganês total (a) e bário total (b) nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. 154 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O zinco foi detectado em todas as estações de coleta, com resultados variando entre 0,005 a 0,088mg/L em abril, 0,0068 a 0,0794mg/L em agosto e entre 0,0274 a 0,0418mg/L em dezembro, e, todos abaixo do limite máximo definido pela legislação (0,18 mg/L). Este metal ocorre comumente no solo e pode ser lixiviado para os corpos d'água na época da chuva. E dos metais, arsênio, antimônio, berílio, boro, cádmio, mercúrio, vanádio e selênio estiveram abaixo do limite de detecção do método analítico adotado, nas três avaliações realizadas, exceto selênio e boro em dezembro, mas todos com concentrações bem menores do que os limites máximos estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05. Além desses, os metais, chumbo (0,039mg/L), cromo (0,019mg/L), lítio (0,007mg/L), níquel (0,005mg/L), prata (0,006mg/L) e urânio (0,045mg/L) estiveram presentes somente em algumas estações de coleta e nas concentrações máximas indicadas nos parênteses, todas registradas no mês de abril, indicando a influência das chuvas no arraste e escoamento superficial. Todos esses metais, mesmo considerando as maiores concentrações, atenderam aos padrões estabelecidos pelo CONAMA 357/05. Já a varredura de agrotóxicos (organoclorados, organofosforados e carbamatos) realizada na estação de coleta P7 (rio Guaribal, AID) demonstrou que não há vestígios do uso desses compostos na bacia do rio Guaribal, uma vez que esse curso d’água é o coletor de eventos de toda a bacia da área de influência direta do empreendimento, tanto no período chuvoso quanto na estiagem. Essa condição atende aos padrões do CONAMA 357/05 e refletem a ausência de atividades de agricultura na bacia que utilizem esses compostos em larga escala. Os resultados de coliformes totais, coliformes termotolerantes e Escherichia coli estão expressos nas Tabelas 9, 10 e 11. Os índices de coliformes totais oscilaram entre 270 e 3.300 UFC/100mL em abril, entre 1.400 e 1.700 UFC/100mL em agosto, e entre 1.330 e > 4.838 em dezembro. Os maiores resultados em dezembro deve-se ao início das chuvas na região, que além de transportar para os corpos d'água materiais orgânicos e inorgânicos, leva também bactérias comumente de vida livre da água e do solo que atuam na decomposição, sendo que muitas espécies fazem parte do grupo coliformes. 155 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela 9 – Resultados dos parâmetros microbiológicos nos corpos d’água superficiais na área de influência da futura Mineração Dardanelos, abril de 2008. Parâmetro Coliformes totais Unidade UFC/100mL L.D. 1,0 P1 2.400 P2 1.900 P3 2.200 P4 3.300 P5 2.400 P6 1.900 P7 2.000 P8 3.100 P9 270 P11 430 VMP - Termotolerantes UFC/100mL 1,0 60 1.100 2.100 2.600 1.900 1.200 1.000 200 200 110 1.000 Escherichia coli UFC/100mL 1,0 40 1.000 1.900 2.000 1.900 1.000 900 200 200 100 1.000 UFC – Unidade Formadora de Colônia; L.D.- Limite de Detecção do método; V.M.P. –Valor Máximo Permitido, conforme a Resolução 357/05 do CONAMA para rios de Classe 2. Tabela 10 – Resultados dos parâmetros microbiológicos nos corpos d’água superficiais na área de influência da futura Mineração Dardanelos, agosto de 2008. Parâmetro Coliformes totais Unidade UFC/100mL L.D. 1,0 P1 1.500 P2 1.700 P3 1.500 P4 1.400 P6 1.400 P7 1.600 P8 1.500 P9 1.700 P11 1.700 VMP - Termotolerantes UFC/100mL 1,0 40 310 220 310 210 220 330 330 200 1.000 UFC/100mL 1,0 20 100 60 60 40 80 60 100 120 1.000 Escherichia coli UFC – Unidade Formadora de Colônia; L.D.- Limite de Detecção do método; V.M.P. –Valor Máximo Permitido, conforme a Resolução 357/05 do CONAMA para rios de Classe 2. Tabela 11– Resultados dos parâmetros microbiológicos nos corpos d’água superficiais na área de influência da futura Mineração Dardanelos, dezembro de 2011. Parâmetro Coliformes totais Unidade UFC/100mL L.D. 1,0 P1 > 4.838 P2 > 4.838 P3 1380 P4 1330 P5 > 4.838 P6 2020 P7 > 4.838 P8 > 4.838 P9 > 4.838 P11 > 4.838 - VMP Termotolerantes UFC/100mL 1,0 260 > 4.838 940 760 2560 980 1870 2030 1950 990 1000 Escherichia coli UFC/100mL 1,0 126 > 4.838 311 288 283 181 472 1160 1030 215 1.000 UFC – Unidade Formadora de Colônia; L.D.- Limite de Detecção do método; V.M.P. –Valor Máximo Permitido, conforme a Resolução 357/05 do CONAMA para rios de Classe 2. 165 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em abril, especificamente nas estações de coleta P3, P4 e P5 e em dezembro em P2, P8 e P9, as Escherichia coli estiveram presentes em quantidades expressivas e acima do padrão da legislação (> 1.000 UFC/100mL), indicando possibilidade de ser de origem fecal, que podem ser de animais silvestres, que usam nascente, represa e córrego, para dessedentação. Nas estações P5, P6 e P7 além dos animais silvestres, há também chácaras com pequenas criações de aves, suínos e bovinos, como no caso da propriedade do Sr. Gentil. Os maiores índices registrados relacionam-se ao arraste dos microrganismos pelas chuvas para os corpos d’água. No que se refere ao fitoplâncton dos corpos d´água amostrados nas campanhas de abril e agosto de 2008, das 4 estações de coleta (P1, P2, P3 e P7), foram reconhecidas 37 espécies de algas. Elas se distribuem em 9 Classes taxonômicas (Tabelas 12 e 13), sendo que houve maior contribuição para a composição de espécies das Classes Zygnemaphyceae, Chlorophyceae e Bacillariophyceae. Em P1 houve dominância qualitativa das zignemaficeas e clorofíceas; na estação P2 e P7 dominaram as diatomáceas e na estação P3 as diatomáceas e zignemaficeas. Em dezembro de 2011, a classe Zygnematophyceae foi a que apresentou o maior número de espécies (17), seguida pelas Chlorophyceae (12), Bacillariophyceae (diatomáceas, 08), Cyanophyceae (Cianobactérias, 07) e Euglenophyceae (03) (Tabela 14). Tabela 12 - Densidade dos fitoplâncos, riqueza total, densidade total e diversidade específica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos, em abril/08. TAXON Oscillatoria sp Cianobacteria Cryptomonas pyrenoidifera Euglena sp Closterium sp Peridinium sp. Dinobryum Navicula sp.1 Pennales 1 Coelastrum proboscideum Densidade total ( ind/mL) Riqueza total (no. espécies) Diversidade específica (bits/ind) P1 0 14 0 0 0 127 0 38 5 9 193 17 0,9 P2 0 0 5 0 0 0 0 5 9 0 19 11 0,7 P3 0 0 0 5 0 0 28 9 0 5 47 9 0,6 P7 14 0 5 5 5 5 0 9 5 0 47 15 0,5 A riqueza apresentou reduzida variabilidade entre as campanhas e pontos amostrados e esteve composta por espécies comuns a quase todos os corpos d´água e nas três campanhas e por organismos que comumente ocorrem em corpos d'água continentais tropicais. 166 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A densidade total do fitoplâncton oscilou de 15 ind/mL a 226 ind/mL em abril e agosto e entre 119 e 1488 ind/mL em dezembro (Tabelas 12, 13 e 14). A diversidade específica apresentou pouca variação quando comparadas as estações de coleta de abril e agosto e aumento em dezembro. Quantitativamente, na primeira campanha o fitoplâncton da estação P1 foi melhor representado por Dinophyceae (Peridinium sp.) com 127ind/mL. Esta dominância foi substituída por Chlorophyceae com 80ind/mL (Coelastrum proboscideum) em agosto. A estação P2 foi dominada por Bacillariophyceae em ambas as amostragens (14 e 95ind/mL, respectivamente) quando foram dominantes as algas da ordem Penalles. Na estação P3, as Chrysophyceae (Dynobrium sp. - 28 ind/mL) apresentaram maior contribuição em abril, já na amostragem de agosto ocorreram em maior número as Bacillariophyceae (193ind/mL). Este último grupo também dominou na estação P7 nas duas amostragens com 14 ind/mL e 10ind/mL (Penalles). As demais espécies contribuíram com reduzidos valores para a densidade total. Em dezembro, destaca-se a maior densidade em P2, pelo domínio de Leptolyngbya perelegans (cianobactéria), seguida de Cosmarium sp1 (clorofícea). Em P1, também houve predomínio de cianobactéria, mas da espécie Synechococcus sp. Em P3 predominou quantitativamente a clorofícea Scenedesmus arcuatu, seguida por cianobactéria Leptolyngbya perelegans. Em P7 dominou duas espécies de cianobactérias, Planktolynbya contorta e Geitlerinema amphibium. Em P1 por ser um sistema lêntico é comum a ocorrência de algas dinoficeas e clorofíceas, favorecidas por maior disponibilidade de luz, nutrientes e menor turbulência; nas demais estações as condições lóticas normalmente facilitam o estabelecimento de diatomáceas e flagelados. Tabela 13 - Densidade dos fitoplânctos, riqueza total, densidade total e diversidade específica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos, em agosto/08. TAXON Pseudanabaena sp Cianobacteria Cryptomonas pyrenoidifera Trachelomonas hispida Peridinium sp. Entomoneis sp. Navicula sp.1 Navicula sp.2 P1 5 5 19 5 28 0 0 24 P2 0 5 0 0 0 5 24 9 P3 9 0 0 0 0 0 28 33 P7 0 0 0 0 0 0 0 5 167 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] TAXON Pennales 1 Pennales 2 Coelastrum proboscideum Oocystis sp. Scenedesmus acuminatus Closterium sp.1 Closterium sp.2 Cosmarium sp. Euastrum ansatum Mougeotia sp. Staurodesmus sp. Staurastrum rotula Oedogonium sp. Densidade total ( ind/mL) Riqueza total (no. espécies) Diversidade específica (bits/ind) P1 0 9 75 5 0 0 0 9 0 5 5 0 0 194 20 0,9 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 P2 5 47 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 100 11 0,7 P3 0 132 0 0 0 9 5 0 5 0 0 5 0 226 15 0,6 P7 0 5 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 15 11 0,5 A ocorrência expressiva em P2, P3 e P7 das espécies Leptolyngbya perelegans e Geitlerinema amphibium, é pelo fato de serem cianobactérias que podem ocorrer em ambientes subaéreos, no solo, ou subaquáticos, como perifíton de macrófitas aquáticas, em rochas e sedimentos, transportados pelas primeiras chuvas na região, aos córregos. A comunidade planctônica apresenta grande sensibilidade às variações químicas e físicas da água, podendo ter toda composição da sua comunidade modificada, dependendo do grau de perturbação do ambiente, e só através de monitoramento é possível estabelecer um padrão espaço-temporal para a comunidade. Note que a predominância de cianobactérias em dezembro, principalmente em P2, não inviabiliza os usos da água previstos pela legislação para corpos d'água da classe 2, como abastecimento público após tratamento convencional, pois as densidades foram menores que 20.000 células/mL, limite máximo permitido, apesar das medidas de densidade estarem em ind/mL e que alguns organismos sejam coloniais. Por outro lado a comunidade zooplanctonica possui alto valor potencial na avaliação das características hidrodinâmicas do ambiente, pois responde rapidamente à mudanças ambientais, principalmente em alterações no fluxo de escoamento da água e na disponibilidade de alimento. Nas campanhas de abril, e agosto de 2008 e dezembro de 2011 teve riqueza taxonômica total de 51 táxons, sendo 39 de rotíferos, 07 de cladóceros, 03 de copépodes e 02 de insetos em fase larval (Tabela 15). A maior riqueza total foi registrada em dezembro, 37 táxons, e a menor em agosto, 19. 168 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela 14 - Densidade dos fitoplânctos, riqueza total, densidade total e diversidade específica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos, em dezembro/11. TAXONS CYANOPHYCEAE Geitlerinema amphibium Leptolyngbya perelegans Planktolynbya contorta Phormidium sp Synechococcus sp. Spirulina sp. Sphaerocavum brasiliensis CHLOROPHYCEAE Ankistrodesmus sp Botryococcus braunii Cosmarium sp1 Cosmarium sp2 Cosmarium contractum Cosmarium calcareum Coelastrum proboscide Dictyosphaerium ehrenbergianum Elakatothrix biplex Pediastrum simplex Tetraedron minimum Volvox aureus ZYGNEMATOPHYCEAE Closterium moniliferium Closterium gracile Closterium sp Desmidium greville Euastrum sp. Gonatozygon aculeatum Hyaloteca sp Micrasterias furcata Mougeotia sp Pleurotaenium ehrenbergii Staurastrum rotula Staurodesmus convergens Staurodesmus sp1 Staurodesmus sp2 Staurastrum sp Spirogyra sp Scenedesmus arcuatus BACILLARIOPHYCEAE Diatoma sp Eunotia sp Fragillaria sp Gomphonema sp Navicula sp Pinullaria sp Tabellaria sp Ulnaria ulna EUGLENOPHYCEAE Euglena caudata Strombomonas urceolata Trachelomonas volvocina Densidade total (ind/mL) Riqueza (no.taxons) Diversidade H´ P1 P2 P3 P7 11 11 11 42 - 691 11 - 32 11 11 11 94 157 42 - - 32 11 241 11 52 11 21 11 11 74 11 11 11 - 11 11 11 11 11 11 11 - 21 11 11 11 11 11 11 11 11 11 - 11 11 21 11 11 42 11 32 11 11 11 - 11 - 11 11 - 11 11 11 11 - 11 11 11 11 119 8 2,75 11 11 136 1488 28 2,97 11 21 270 18 3,98 457 16 3,13 O grupo dos rotíferos contribui mais para a riqueza, independentemente da campanha (Tabela 15), que é um padrão comum para a região tropical. 169 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela 15 - Composição taxonômica da comunidade zooplanctônica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. TÁXONS P01 abr/08 P02 P03 P07 P01 ago/08 P02 P03 P07 P01 dez/11 P02 P03 P07 ROTIFERA Anuraeopsis sp. Ascomorpha sp. Asplanchna sieboldii Brachionus dolabratus B. patulus Cephalodella gibba Cephalodella sp. Colurella sp. Euchlanis dilatata Euchlanis sp. Lecane bulla L. curvicornis L. hastata L. inermis L. glypta L. leontina L. luna L. lunaris L. monostyla L. quadridentata L. proiecta L. pyriformis Lecane sp.1 Lecane sp.2 Lepadella sp.1 Lepadella sp.2 Macrochaetus sp. Mytilina sp. Monommata sp. Platyias quadricornis Polyarthra vulgaris Testudinella sp. Trichocerca sp.1 Trichocerca sp.2 T. bicristata T. insignis T. similis Trichotria sp. Bdelloidea X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X CLADOCERA Alona sp. Alona poppei Bosminopsis deitersi Ceriodaphnia sp. Chydorus sp. Leydigia sp. Macrotrix sp. X X X X X X X X X 170 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] TÁXONS COPEPODA Harpacticoida Nauplio Calanoida Nauplio Cyclopoida Copepodito Cyclopoida INSECTA Chironomidae Ephemeroptera Diversidade (bits.ind.-1) Riqueza (nº táxons) abr/08 P02 P03 P01 P07 ago/08 P02 P03 P01 P07 P01 X X X X X X X X X X X dez/11 P02 P03 X X X X X X X X X X X 0.78 0.75 0.65 0.79 0.91 0.58 0.88 1.06 0.34 0.72 0.94 11 6 5 9 19 4 8 12 8 20 21 P07 X X 1.09 18 A riqueza taxonômica apresentou muita variação entre as campanhas. A menor valor foi registrada em agosto no P2, 4 táxons, e a maior em dezembro no P3, 21 táxons. A variabilidade espacial apresentou um padrão similar em abril e agosto, com inversão em dezembro (Figura 103). A diversidade taxonômica também apresentou grande variabilidade espacial, principalmente nas campanhas de agosto e dezembro, e em abril seus valores foram praticamente constantes (Figura 104). O padrão de variação da diversidade foi similar nas campanhas de agosto e abril. Riqueza 25 nº táxon 20 15 10 5 0 P01 P02 abr/08 P03 set/08 P07 dez/11 Figura 103 - Variação espaço-temporal da riqueza taxonômica da comunidade zooplanctônica na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011. Diversidade 1.2 bits ind -1 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 P01 P02 abr/08 P03 set/08 P07 dez/11 Figura 104 - Variação espaço-temporal da diversidade taxonômica da comunidade zooplanctônica na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011. 171 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Em relação a ocorrência dos taxonômica, apenas Ascomorpha sp., Lecane bulla, Bdelloidea e o náuplios de Cyclopoida tiveram ocorrência comum entre as campanhas com frequência de ocorrência em pelo menos 50% dos pontos em cada campanhas, indicando uma alta taxa de substituição de táxons entre as campanhas o que lhes conferem diferenças representativas na composição da comunidade. A densidade zooplânctonica total apresentou em média os maiores valores em abril e menor em dezembro (Figura 105). Independentemente da campanha, no P1 estão as maiores densidades e no P3 as menores. Deste modo, a variabilidade espacial da densidade apresentou um padrão similar entre as campanhas (Figura 105). Densidade 14000 12000 ind m -3 10000 8000 6000 4000 2000 0 P01 P02 abr/08 set/08 P03 dez/11 P07 Figura 105 - Variação espaço-temporal da densidade zooplanctônica na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011. A composição dos táxons mais abundantes, também se alterou entre as campanhas. Os náuplios foram mais abundantes (Tabela 16), e os demais foram: Ascomorpha sp., Lecane luna, Lecane sp., Lepadella sp.2, Trichocerca sp.1 e Bdelloidea, em abril, Anuraeopsis sp., Lepadella sp.2, e Trichocerca sp.2, em agosto e Lecane bulla, náuplio de calanoida e os Chironomidae em dezembro. A grande contribuição de Chironomidae e Ephemeroptera (84 e 8% da densidade total) no ponto P1 em dezembro é pouco comum em amostras de plâncton, por serem organismos de hábito bentônico, e normalmente ocorrem em amostragem de locais rasos e/ou próximos as margens e bancos de macróficas aquáticas. Os rotíferos foi o grupo numericamente mais importante nas campanhas de abril e agosto, seguidos pelos copépodes e cladóceros. Em dezembro, a estrutura da comunidade foi espacialmente variável com dominância de larva de insetos no ponto P1 (92%), de copépodes no ponto P2 (76%) e de rotíferos nos pontos P3 e P7 (51 e 83%). Note que a alta taxa de substituição de táxons, modificações na riqueza, diversidade, densidade e na estrutura da comunidade entre as campanhas, são comuns em rios e riachos, 172 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 podendo ser atribuída às alterações temporais na vazão, onde o aumento ou diminuição na velocidade de transporte de organismos altera a capacidade de colonização e desenvolvimento. Tabela 16 - Densidade da comunidade zooplanctônica nos corpos d’água superficiais nas áreas de influência da futura Mineração Dardanelos em abril/08, agosto/08 e dezembro/11. TÁXONS ROTIFERA Anuraeopsis sp. Ascomorpha sp. Asplanchna sieboldii Brachionus dolabratus B. patulus Cephalodella gibba Cephalodella sp. Colurella sp. Euchlanis dilatata Euchlanis sp. Lecane bulla L. curvicornis L. hastata L. inermis L. glypta L. leontina L. luna L. lunaris L. monostyla L. quadridentata L. proiecta L. pyriformis Lecane sp.1 Lecane sp.2 Lepadella sp.1 Lepadella sp.2 Macrochaetus sp. Mytilina sp. Monommata sp. Platyias quadricornis Polyarthra vulgaris Testudinella sp. Trichocerca sp.1 Trichocerca sp.2 T. bicristata T. insignis T. similis Trichotria sp. Bdelloidea CLADOCERA Alona sp. Alona poppei Bosminopsis deitersi P01 abr/08 P02 P03 P07 P01 set/08 P02 P03 P07 0 500 375 0 0 0 0 0 0 250 125 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 125 0 500 0 0 0 0 125 0 5250 0 0 875 1750 0 0 0 250 0 125 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 125 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 250 0 125 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 250 0 0 125 0 0 0 0 125 0 375 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 83 0 0 0 0 0 333 0 83 0 0 0 0 0 0 666 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 83 83 4125 125 0 0 0 0 0 0 0 0 125 250 0 0 0 125 0 125 0 125 0 0 0 375 1875 0 0 0 500 0 250 0 0 0 625 0 0 0 0 33 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 125 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 125 125 0 250 0 0 0 0 0 0 0 250 0 0 0 0 0 0 250 0 0 0 0 0 0 125 0 125 0 0 0 0 0 125 125 0 0 0 0 0 0 125 250 0 125 0 0 0 0 0 125 0 0 0 0 125 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 50 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 50 0 50 60 80 0 0 40 40 0 0 0 0 40 220 0 0 0 40 0 0 0 20 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 40 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 125 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 40 20 0 P01 dez/11 P02 P03 P07 0 15 15 0 0 0 0 0 0 0 15 0 15 0 15 0 0 0 0 0 165 150 30 0 0 0 15 0 0 0 15 0 0 0 0 45 0 0 0 0 15 0 0 0 0 0 0 0 15 30 0 0 0 0 0 0 0 0 0 30 0 0 30 30 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 105 15 90 0 0 0 15 0 0 173 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] TÁXONS P01 0 0 0 0 abr/08 P02 P03 0 0 0 0 0 0 0 0 P07 0 0 0 0 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 P01 125 0 0 0 Ceriodaphnia sp. Chydorus sp. Leydigia sp. Macrotrix sp. COPEPODA Harpacticoida 0 0 0 0 0 Nauplio Calanoida 0 0 0 0 0 Nauplio Cyclopoida 2750 125 0 166 2625 Copepodito Cyclopoida 250 0 0 0 125 INSECTA Chironomidae 0 0 0 0 0 Ephemeroptera 0 0 0 0 0 Densidade (ind.m-3) 12875 875 1000 1497 11625 set/08 P02 P03 P07 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 33 0 0 0 98 0 0 0 0 0 0 0 0 P01 0 0 0 0 dez/11 P02 P03 P07 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 100 0 15 0 600 0 0 1440 300 0 0 0 0 0 75 0 0 0 2650 0 0 0 0 0 250 0 30 15 875 1500 3150 2680 705 600 No sedimento da bacia do rio Guaribal em abril/2008 foram encontrados 243 macroinvertebrados bentônicos, 22 taxa e 8 famílias, incluindo 13 gêneros da família Chironomidae/Diptera. Em agosto/2008 foram 514 organismos, 35 táxons, 12 famílias, incluindo 23 gêneros de Chironomidae. Em dezembro/2011 foram registrados 38 organismos, 15 taxa, 5 famílias e 10 Chironomidae. Em todos os meses avaliados foram registrados os filos Anellida, Mollusca e principalmente Arthopoda e somente em abril foi registrado o filo Nematoda. A comunidade, em abril/2008, foi composta por Chironomidae (65,4%), Ceratopogonidae (16%), Oligochaeta (7,8%), Odonata (3,3%), Nematoda (2,9%), Bivalve (2,9%), Empididae (1,2%) e Coleoptera (0,4%). Em agosto/2008 Chironomidade também foi o grupo mais expressivo quantitativamente (49,2%), seguido por Oligocaheta (40,9%), Ceratopogonidade (4,1%), Odonata (2,7%), Ephemeroptera (2,1%), Coleoptera (0,6%), Plecoptera (0,6 %), Trichoptera (0,6%), Bivalve (0,2%) e Empididae (0,2%). Em dezembro de 2011 Chironomidade representou (73,7%) da bentofauna coletada, seguida por Oligochaeta (13,2%), Ceratopogonidade (7,9%), Odonata (2,6%) e Bivalve (2,6%). Nos dois períodos os grupos dominantes foram os Dipteras, especificamente os Chironomidae e os Oligochaetas. A família Chironomidae representou mais 49,2% de toda a comunidade amostrada em todas as coletas realizadas (Figura 106). Dentre os grupos de insetos aquáticos, essa família é a mais amplamente distribuída e frequentemente a mais abundantes no meio aquático dulceaquícola. As larvas possuem grande capacidade adaptativa, pois colonizam todos os tipos de substrato, sedimento e vegetação aquática dos ambientes lóticos e lênticos. Oligochaeta também ocorreu nos dois períodos hidrológicos e na maioria das estações de coleta. Em abril/08 e dezembro/11 (chuvoso) as densidades foram inferiores as registradas no mês de agosto (estiagem), por causa da maior disponibilidade de 174 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 matéria orgânica no sedimento. O grupo de ETP (Ephemeroptera, Trichoptera e Plecoptera) é considerado um bom indicador de qualidade ambiental, pois seus representantes habitam preferencialmente águas correntes, bem oxigenadas, com temperatura amena e de boa qualidade. Dentre os outros grupos os Bivalves e Odonatas foram registrados nas três avaliações, mas em diferentes estações de coletas. O primeiro grupo apesar de não ter sido identificado não se trata de espécie invasora, e o segundo tem elevada plasticidade ambiental. O grupo Coleoptera foi encontrado em abril/08 e agosto/08, e neste último, com maior densidade pela maior estabilidade e heterogeneidade do sedimento. Os Nematodas foram registrados somente em abril/08, exceto em P1, provavelmente devido a realização da coleta em microhabitat com predomínio de partículas mais finas, pois esse grupo geralmente associa a sedimentos compostos por silte e/ou argila onde o espaço intersticial é menor, já que o corpo vermiforme é bem adaptado a este tipo de ambiente. 100 7,7 2,9 13,1 26,8 75 % 49,2 50 73,7 65,4 Outros ETP Chironomidae Oligochaeta 25 40,2 13,2 7,8 0 Abril/08 Agosto/08 Dezembro/11 Figura 106 – Composição relativa da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011. A maioria dos grupos de macroinvertebrados bentônicos independente do período hidrológicos são de ocorrência comum em água corrente, sedimento arenoso e com presença de material orgânico alóctone, no caso oriundo da mata ciliar. Apesar dos bioindicadores terem sido registrados somente na área de nascente e na estiagem. A densidade média de macroinvertebrados bentônicos registrada foi de 2.025ind/m² em abril/08, 4.283 ind/m² em agosto/08 e 317 ind/m² em dezembro/11. O incremento da densidade em agosto/08 quando comparado a abril/08 e dezembro/11 relaciona-se ao período hidrológico, cujo aumento da vazão potencializa o arraste do sedimento e da fauna associada. Outro fator importante é a composição do sedimento composto basicamente por areia e materiais orgânicos. A areia é substrato instável 175 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 que se desestabiliza facilmente com o aumento da velocidade da água. Em corpos d’água com essa característica de sedimento a densidade de organismos tende a reduzir no período chuvoso, no entanto essa dinâmica faz parte do metabolismo desses ecossistemas e a comunidade tende a restabelecer no período de estiagem. Foi observado ainda diferenças dentro do período chuvoso, em dezembro/11 a densidade média foi muito inferior a de abril/08, indicando ser mais crítico nas chuvas para a fauna bentônica por causa das enxurradas. Apesar da influência da sazonalidade não se teve padrão espacial na densidade para as estações de coleta (Figura 107). A riqueza total nos meses de abril/08, agosto/08 e dezembro/11 foi respectivamente, 22, 35 e 15 (Figura 108), indicando que a vazão é um importante fator para o estabelecimento e manutenção da comunidade de macroinvertebrados bentônicos em ambientes com sedimento arenoso. 8000 7000 6000 ind/m2 5000 P1 P2 P3 P7 4000 3000 2000 1000 0 Abril/08 Agosto/08 Dezembro/11 Figura 107 – Densidade da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011 25 nº de taxa 20 15 P1 P2 P3 P7 10 5 0 Abril/08 Agosto/08 Dezembro/11 Figura 108 – Riqueza taxonômica da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011. A diversidade média encontrada na bacia do rio Guaribal em abril/08 foi de 0,532, em agosto/08 de 0,788 e em dezembro/11 0,629bits/ind (Figura 109). 176 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 1,4 1,2 1 0,8 P1 P2 P3 P7 0,6 0,4 0,2 0 Abril/08 Agosto/08 Dezembro/11 Figura 109 – Diversidade da comunidade de macroinvertebrados bentônicos na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011. A comunidade de macroinvertebrados bentônicos refletiu as condições hidrológicas dos meses avaliados através das diferenças nos valores de densidade, riqueza e diversidade (Tabela 17). O período hidrológico influenciou a velocidade da água, a característica e a velocidade do transporte de sedimento, a estabilidade e heterogeneidade de habitat e disponibilidade de alimento, fatores que por sua vez, influenciaram a composição e estrutura dessa comunidade. Indicou ainda que nas estações de coleta com mata ciliar melhor conservada, como a nascente do Babaçu (P2), a comunidade foi mais diversa, o que reforça a importância da vegetação para a manutenção do equilíbrio de ecossistemas aquáticos, mesmo porque esses organismos dependem da matéria orgânica, e por sua vez, servem de alimento para peixes, anfíbios e répteis. Tabela 17 - Composição taxonômica, frequência relativa (%), densidade total (ind/m2), diversidade (bits/ind) e riqueza taxonômica da comunidade de macroinvertebrados bentônicos, amostrados na bacia do rio Guaribal em abril e agosto de 2008 e dezembro de 2011. Táxons Filo Nematoda Abril/2008 P1 Agosto/2008 P2 P3 P7 33 33 167 P1 P2 P3 Dezembro/2011 P7 P1 P2 P3 Filo Mollusca Classe Bivalvia 233 33 33 Filo Annelida Classe Oligochaeta Fam. Tubificidae 333 Fam. Haplotaxidae Fam. Narapidae Fam. Naididae Filo Arthropoda 67 5633 200 33 633 67 200 33 367 33 67 P7 177 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Táxons Abril/2008 P1 P2 P3 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Agosto/2008 P7 P1 P2 P3 100 233 Dezembro/2011 P7 P1 P2 P3 P7 Classe Insecta Ordem Ephemeroptera Fam. Leptophlebiidae Fam. Polymitarcidae 33 Ordem Odonata Fam. Gomphidae 267 267 Fam. Libellulidae 200 33 Ordem Plecoptera Fam. Perlidae 100 Ordem Coleoptera Fam. Elmidae 33 67 33 Ordem Trichoptera Fam. Leptoceridae 33 Ordem Diptera Fam. Chironomidae Pupa 67 Subfam. Chironominae Tribo Chironomini Axarus 33 Dicrotendipes Polypedilum 33 200 733 Fissimentum 33 333 100 267 200 433 Nilothauma 200 133 33 200 67 233 Cryptochironomus 33 33 Parachironomus 33 33 Phaenopsectra 33 67 200 Hasnischia 67 Beardius 33 Stenochironomus 33 Tribelos 33 433 33 267 33 33 67 Zavreliela 133 Chironomus 100 133 Lauterborniella 33 67 Tribo Tanytarsini Tanytarsus 167 467 Rheotanytarsus 633 367 133 100 67 33 Stempellina Tanytarsini Gênero B 300 33 33 33 178 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Táxons Abril/2008 P1 P2 P3 Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Agosto/2008 P7 Dezembro/2011 P1 P2 P3 P7 P1 567 67 167 667 33 133 300 833 33 67 500 P2 P3 P7 Subfam. Tanypodinae Djalmabatista Ablabesmyia 33 67 167 Labrundinia Fittkauimyia 33 300 33 100 Larsia 2300 Tanypus 33 Subfam. Orthocladiinae Corynomeura 33 200 Cricotopus 33 Nanocladius 100 Thienemanniella 33 Fam. Ceratopogonidae 500 Fam. Empididae Densidade Riqueza Diversidade 700 33 67 200 100 200 200 233 33 67 33 33 900 5433 433 1333 7433 2467 4800 2433 500 500 167 100 4 16 6 10 10 17 22 12 9 6 4 3 0,28 1,005 1,217 0,476 0,669 0,296 0,687 0,65 0,895 0,563 0,579 0,477 12. HIDROGEOLOGIA A caracterização hidrogeológica da área do Projeto Aripuanã, foi realizada pela empresa Hidrovia – Hidrogeologia e Meio Ambiente Ltda, e apresentada no Anexo 8, do Volume 2, cujo o conteúdo, deste último, versa sobre o meio físico neste processo de EIA/RIMA. Assim a seguir apresenta-se apenas um resumo desse estudo de hidrogeologia, cujas informações sobre esse tema constituem o produto da interpretação de dados secundários e primários, os quais permitiram estabelecer uma caracterização geral das águas superficiais e subterrâneas, relevante para a análise ambiental. Entende-se como relevante aquele fator que conduz à compreensão da dinâmica hídrica subterrânea atual ou que permite a avaliação quantitativa/ qualitativa das águas. Neste estudo hidrogeológio apresenta-se três temas principais: caracterização geológica, caracterização hidrogeológica e estimativa de oferta hídrica subterrânea, para as áreas de influência do empreendimento (já anteriormente referida e mostrada na Figura 28). 179 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 No que tange à caracterização geológica, foi estudado o contexto regional tectonoestratigráfico, e o arcabouço estrutural das rochas que constituem o depósito de sulfetos polimetálicos de Aripuanã. Esse conhecimento é a base para o entendimento do comportamento hidrogeológico das rochas, cujas características litoestratigráficas das áreas de interesse são apresentadas a seguir, podendo ser visualizada na Figura 110. A Sequência Aripuanã consiste em conjunto de rochas vulcano-sedimentares e plutônicas, estruturadas ao longo de cinturão de direção preferencial WNW-ESSE, representativas da evolução paleoproterozóicaregional. Na Serra do Expedito, e entorno, dominam rochas vulcano-sedimentar que, com base em critérios estruturais e geológicos, foi subdividida em subunidades, e que na área do projeto, correspondem: à Serra do Expedito, e Acampamento Velho. Na subunidade Serra do Expedito, está contido o depósito polimetálico do Alvo Aripuanã, sendo composta nas áreas de interesse, essencialmente, por rochas vulcânicas ácidas, gossan, tufos estratificados e lentes de chert. As rochas vulcânicas ácidas ocorrem geralmente ao longo de morrotes alongados, preservados pela erosão diferencial, apresentando cor cinza-escuro, estrutura maciça a levemente foliada, granulação muito fina a vítrea e fratura conchoidal. Quando alteradas dão origem a solos residuais finos compostos de argila e silte, friáveis ede coloração esbranquiçada. E, os corpos de gossans identificados estão diretamente associados às regiões de alteração hidrotermal e possuem dimensões variadas e concordantes com a orientação regional da faixa. São reconhecidos como zona de oxidação de depósito polimetálico com mineralização de Zn, Pb e Cu (ALBUQUERQUE e OLIVEIRA, 2007). No geral apresentam aspecto terroso e cores cinza, preto e amarelo, evidenciando a oxidação de corpos de sulfeto maciço em profundidade. Os tufos estratificados caracterizam-se pela presença de horizontes bandados e maciços. O bandamento é evidenciado pela intercalação de camadas cinza e camadas brancas e também por materiais mais finos e mais grosseiros. As bandas mostram variações granulométricas do tipo granodecrescência e presença de micromarcas de ondulação e estruturas de truncamento, sugerindo a deposição em ambiente aquoso. No que tange aos horizontes maciços, a coloração varia de cinza-claro a cinzaescuro e granulação fina a muito fina. 180 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 110 - Mapa Geológico das áreas de interesse do Projeto Aripuanã/MT. 181 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Lentes de chert também estão associadas à subunidade Serra do Expedito, e são rochas metassedimentares, identificadas nas áreas de interesse em direção concordante com a orientação geral da faixa, às vezes estando fortemente hidrotermalizadas. Já os tufos de cristal caracterizamse por serem depósitos de materiais vulcânicos fragmentários constituídos, maiormente, de cristais vulcânicos e encontram-se interdigitados em direção concordante com a direção geral da faixa. Na área de interesse ocorre em pequena mancha estreita e alongada na porção norte, nas encostas de inclinação voltadas para nordeste, do lado oposto da serra do Expedito. A Subunidade Acampamento Velho é composta essencialmente por ignimbritos e subordinadamente por tufos estratificados, esta subunidade ocorre em forma de cunha e limita-se a oeste pelo Granito Rio Branco e a norte pela Subunidade Serra do Expedito. Os ignimbritos dessa subunidade, constituem-se de cristais, fragmentos líticos, cristaloclastos e púmices. A quantidade dos elementos constituintes destas rochas é variável, encontrando-se ignimbritos mais ricos em fragmentos líticos e outros em cristais, com distribuição e organização heterogênea. Já o Granito Rio Branco está presente nas áreas de interesse no extremo oeste da AII, produzindo discreta auréola metamórfica nos vulcanitos da Sequência Aripuanã. É composto por fácies dominante de sienogranitos porfiríticos de granulação grossa, em que os fenocristais euédricos de feldspato alcalino pertítico estão dispersos em matriz grossa constituída por quartzo, pagioclásio, biotita e titanita, apresentando também fácies microporfiríticas a porfiríticas. São rochas estruturalmente isotrópicas, com incipiente textura de fluxo magmático. Para a caracterização hidrogeológica, buscou-se a forma mais simples de classificar os tipos de sistemas aquíferos existentes em certo domínio geológico, baseado na identificação dos tipos principais de porosidade existentes, quais sejam: as de natureza intersticial, granular ou porosa; e as de natureza fissural, por fraturas ou fendas, definidos, respectivamente, como de porosidade primária intergranular e os de porosidade secundária fissural. E, as próprias tipologias litológicas designam em função de suas propriedades hidráulicas naturais, uma maior ou menor capacidade à condução das águas subterrâneas e ao potencial de armazenamento. Desse modo, a partir dos mapeamentos geológicos existentes, delimitaram-se as rochas que funcionam como corpos armazenadores e com características similares, como também, foram analisados os dados para interpretar e estimar oferta hídrica subterrânea para o Projeto Aripuanã. 182 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E, o resultado dessa análise mostrou que o potencial de oscilação de vazões para rebaixamento nas minas Arex e Ambrex podem variar entre 250 e 600 m³/h, sendo esta uma estimativa de vazões futuras para desaguamento e rebaixamento de nível d’água do empreendimento. Na Área de Influência Indireta - AII afloram todos os tipos litológicos apresentados anteriormente, considerando as rochas vulcânicas ácidas, gossan, tufos estratificados, lentes de chert, tufos de cristal, ignimbritos e granito. Em termos espaciais há predominância de ignimbritos (40%), vulcânicas ácidas (33%) e tufos estratificados (23,5%) que juntos correspondem a 97% da AII. Esses litotipos foram agrupados, de acordo com as potencialidades hidráulicas, em diferentes tipologias aquíferas: Zonas Aquíferas (ZA); Zonas Não Aquíferas (ZNA); e Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP). O mapa da relação dos litotipos com as tipologias aquíferas da AII pode ser visto na Figura 111, enquanto que a caracterização, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas são apresentadas na Tabela 18. Tabela 18 - Tipologias aquíferas na AII, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas. Zonas Não Zonas de Aquíferos Zonas Aquíferas Aquíferas (ZNA) Pobres (ZAP) (ZA) Vazão específica L/s/km² 19 6.5 1.8 Litologia Área (km²) Lentes de Chert 0.10 0.27% Gossan 0.20 0.52% Tufos de Cristal 0.19 0.49% Vazão de base estimada (L/s) Vazão de base estimada (m³/h) 1% 5.7 20.6 66% 165.1 594.5 Área (%) Granito 0.68 1.76% Tufos Estratificados 9.03 23.54% Ignimbritos 15.51 40.43% Vulcânicas Ácidas 12.66 33.00% 33% 22.8 82.0 TOTAL 38.37 100% 100% 193.6 697.1 As Zonas Aquíferas são formadas pelo agrupamento das lentes de chert, correspondentes às rochas metassedimentares, com os corpos de gossan, um tipo de carapaça ferruginosa, que possuem alta capacidade de armazenamento e transmissividade hídrica subterrânea devido à boa 183 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 porosidade e permeabilidade secundária. Esse domínio hidrogeológico abrange apenas 1% do total da AII, e as áreas de sua ocorrência se concentram no alto da Serra do Expedito. 184 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 111 - Mapa das tipologias aquíferas e litotipos associados da AII, com os respectivos diagramas apresentando as áreas (%) de ocorrência das unidades. 185 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A vazão de base estimada pata toda área desse domínio de interesse corresponde a apenas 20,6 m³/h. As Zonas de Aquíferos Pobres relacionam-se ao agrupamento dos tufos estratificados, tufos de cristal, ignimbritos e granitos corresponde, abrangendo 66% da AII, e é o principal domínio hidrogeológico, cuja distribuição se dá principalmente na porção centro-sul da área e possui uma vazão de base estimada em 594,5 m³/h. Já as Zonas Não Aqüíferas da AII, corresponde às rochas vulcânicas ácidas, caracterizadas por alteração hidrotermal, apresentam comportamento hidráulico limitado, onde o fluxo tende a ser muito lento devido, principalmente, a reduzida porosidade. Essas rochas correspondem a ZNA, ocupando 33% da AII, se localizando principalmente na porção norte e central da área. A vazão de base foi estimada em 82 m³/h. Na Área de Influência Direta, - AID, com exceção dos granitos, todas as rochas da AII, estão também nela. As vulcânicas ácidas e tufos estratificados, 51,8% e 40,5%, respectivamente, são predominantes na área, correspondendo por 92% do total da AID. Os litotipos agrupados de acordo com as suas potencialidades hidráulicas, conformam as Zonas Aquíferas (ZA), Zonas Não Aquíferas (ZNA) e Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP), as quais estão consoolidadas no mapa da Figura 112, e, as áreas de abrangência e vazões mínimas associadas são apresentadas na Tabela 19. Tabela 19 - Tipologias aquíferas na AID, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas. Litologia Área (km²) Vazão de base estimada (L/s) Vazão de base estimada (m³/h) Lentes de Chert 0.10 0.56% Gossan 0.17 0.95% 2% 5.2 18.8 Tufos de Cristal 0.19 1.03% Tufos Estratificados 7.34 40.47% 47% 54.9 197.7 Ignimbritos 0.93 5.12% Vulcânicas Ácidas 9.40 51.87% 52% 16.9 60.9 TOTAL 18.12 100% 100% 77.1 277.4 Área (%) Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP) 19 6.5 Zonas Não Aquíferas (ZNA) Zonas Aquíferas (ZA) Vazão específica L/s/km² 1.8 186 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 112 - Mapa das tipologias aquíferas e litotipos associados da AID, com os respectivos diagramas apresentando as áreas (%) de ocorrência das unidades. 187 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O domínio hidrogeológico das Zonas Aquíferas (ZA) na AID foi determinado pelo agrupamento das lentes de chert com os corpos de gossan, com alta capacidade armazenamento e transmissividade hídrica subterrânea devido à boa porosidade e permeabilidade secundária. Localiza-se principalmente no alto da Serra do Expedito, correspondendo apenas 2% do total da AID, cuja vazão de base estimada para esse domínio é de 18,8 m³/h. As Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP) na AID são formadas pelo agrupamento dos tufos de cristal, tufos estratificados e ignimbritos, relacionados, principalmente, a porosidade secundária materializada pelas fraturas das rochas sãs. Ocorre na porção sul da AID com sopé e encosta de declividade voltada para sul da Serra do Expedito; correspondem a 47% da AID; e possuem uma vazão de base estimada em 197,7 m³/h. As Zonas Não Aquíferas (ZNA) da AID ficam na porção central e norte dessa área, e ocupam 52% dela, associadas às rochas vulcânicas ácidas, cujo comportamento hidrogeológico é restrito e de baixíssimas condições de armazenabilidade e de transmissividade de água subterrânea. Apesar de ocupar a maior parte da área, a baixa transmissividade das rochas influenciou para a baixa vazão, com 60,9 m³/h. Já na área que será diretamente afetada pelo empreendimento – ADA, caracteriza pela barragem e lago artificial de água, área industrial, pilha de rejeitos e corpos mineralizados, que são sustentadas principalmente por rochas do tipo vulcânica ácida (42%) e tufos estratificados (51%), além de gossans (4%) e lentes de cherts (3%). Os litotipos agrupados de acordo com as potencialidades hidráulicas, conformam as Zonas Aquíferas (ZA), Não Aquíferas (ZNA) e de Aquíferos Pobres (ZAP), e caracterização, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas são apresentadas na Tabela 20. As Zonas Aquíferas para a ADA foram definidas a partir do agrupamento das rochas do tipo lentes de cherts e gossans. Ambas são rochas que possuem alta capacidade armazenamento e transmissividade hídrica subterrânea devido à boa porosidade e permeabilidade secundária. Essas rochas encontram-se associadas somente ao corpo mineralizado Arex, no topo da Serra do Expedito, correspondendo apenas 7% da ADA. A vazão de base estimada para essa tipologia aquífera é de 6,3 m³/h. 188 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela 20 - Tipologias aquíferas na ADA, áreas de abrangência e vazões mínimas associadas. Zonas Não Zonas de Aquíferos Zonas Aquíferas Aquíferas (ZNA) Pobres (ZAP) (ZA) Vazão específica L/s/km² Litologia Área (km²) Gossan 0.05 Vazão de base estimada (L/s) Vazão de base estimada (m³/h) 7% 1.7 6.3 Área (%) 4% 19 Lentes de Chert 0.04 3% 6.5 Tufos Estratificados 0.64 51% 51% 4.2 15.0 1.8 Vulcânica Ácida 0.53 42% 42% 1.0 3.4 TOTAL 1.26 100% 100% 6.9 24.8 As Zonas de Aquíferos Pobres (ZAP) relacionam-se aos tufos estratificados de porosidade secundária materializada por fraturas de rochas sãs. Esta tipologia aquífera está em todas as estruturas do plano diretor do empreendimento, abrangendo todos polígonos das ADAs. Correspondem a 51% das ADAs e possuem uma vazão de base estimada em 15 m³/h. As Zonas Não Aqüíferas (ZNA), compreendem rochas vulcânicas ácidas, caracterizadas por alteração hidrotermal, de comportamento hidráulico limitado, com fluxo muito lento pela reduzida porosidade. Ocupam 42% das ADAs, da barragem de água, área industrial e corpos mineralizados Arex e Ambrex. A vazão de base foi estimada em apenas 3,4 m³/h. Outro aspecto hidrológico do Projeto Aripuanã é que se admite na área a ocorrência de diversos tipos de interações entre águas superficiais e subterrâneas. Isto porque, no ciclo de um ano hidrológico as águas subterrâneas e superficiais estão interagindo continuamente. Neste contexto, reconhece-se que durante o período seco as águas subterrâneas são as responsáveis por garantir perenidade aos córregos e rios da região. Em contraposição, as drenagens encaixadas em lineamentos de fraturas e falhas podem também alimentar os aquíferos sotopostos. Assim, a intervenção nas águas subterrâneas acaba interferindo nas águas superficiais, e vice-versa. Este é 189 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 o caso, por exemplo, do bombeamento de baterias de poços para rebaixamento do nível d’água subterrânea nas imediações de uma mina subterrânea, o que pode provocar a diminuição ou completa extinção da vazão de nascentes que alimentam os cursos d’água locais. No caso das minas subterrâneas no corpo minerário na área Arex e Ambrex, em um prognóstico preliminar, admitem-se, ao considerar a geometria e planos de descontinuidade da rocha encaixante, que o rebaixamento de nível d’água pode exercer uma pequena influência sobre a vazão das nascentes na borda setentrional da serra do Expedito devido à inversão de fluxo e gradiente em função do aprofundamento da mina. Outro exemplo é a formação do lago gerado pelo barramento do córrego Arrainha, que provoca alterações no nível piezométrico local, ou até mesmo regional, dependendo do tamanho e/ou profundidade do lago formado e das condições geológicas existentes. Todos estes aspectos podem estar presentes na área de estudo, pois além das condições geológicas locais, as hidrogeológicas e climatológicas favorecem a interação entre as águas superficiais e subterrâneas. Neste caso, admite-se que a interação mais comum, ou predominante, seja aquela onde os aquíferos cedam água para os cursos d’água, fazendo com que as drenagens sejam efluentes. Neste sentido, todo o aporte de fluxos em superfície, no período seco, provém dos aquíferos para as calhas de drenagem, sendo a contribuição das drenagens em regime influente (águas superficiais recarregando os aquíferos) limitada às zonas de falhas e fraturas existentes na região. Outro trabalho de campo realizado neste estudo foi o inventário de nascentes na área do Projeto Aripuanã, entre os meses de maio e junho de 2012, onde se cadastrou 48 pontos de surgência de água subterrânea. As nascentes cadastradas foram devidamente registradas em fichas de campo e foram apresentadas no Anexo 8, do Volume 2 deste processo de EIA/RIMA. Alguns talvegues próximos às nascentes são marcados por leito rochoso e grande número de blocos rolados, dificultando a instalação de vertedouros portáteis e impossibilitando assim a tomada de medidas de vazão. Por isso, dentre as 48 nascentes cadastradas, foi possível medir vazão em 37, que pelo domínio de rochas vulcânicas, de baixo a nulo potencial de condutividade hidráulica subterrânea, são valores baixos de vazão. 190 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quanto às ofertas hídricas subterrâneas, Reserva Permanente ou Secular, Renovável e Explorável, só a primeira que se refere às águas mais antigas, não foi analisada neste estudo, porque os cálculos específicos são passíveis de erros muito grosseiros, por não se ter precisão de variáveis necessárias ao cálculo. Já a Reserva Renovável ou Reguladora, a que representa o volume de água acumulada no aquífero, anualmente variável em decorrência de aportes sazonais, de escoamento subterrâneo e de exutórios, foi calculada e se refere à recarga anual do aquífero. E também, a Reserva Explotável, a que indica o potencial de utilização de um aquífero, sem riscos para o equilíbrio de seu balanço hídrico. Assim, para a AII, a Reserva Anual Renovável corresponde a 6,1 x 106m3, e a Reserva Anual Explotável a 2,4 x 106m3. A reserva renovável e explotável associadas a AID são, respectivamente, 2,4 x 106 e 9,7 x 105m3, enquanto para as ADAs os valores são 2,1 x 105 e 8,6 x 104m3 (Tabela 21). Tabela 21 - Estimativas das Reservas anuais Renovável e Explotável das áreas de influência do Projeto. Área de Influência Reserva Anual Renovável (m³) Reserva Anual Explotável (m³) Área de Influência Indireta (AII) 6,1 x 106 2,4 x 106 Área de Influência Direta (AID) 2,4 x 106 9,7 x 105 Área Diretamente Afetada (ADA) 2,1 x 105 8,6 x 104 13. MEIO BIÓTICO: VEGETAÇÃO 13.1. Flora Terrestre Neste trabalho estudou-se a cobertura vegetal das áreas de influência do empreendimento e seu detalhamento através da caracterização florística e da análise fitossociológica das unidades vegetacionais mapeadas; bem como ao estudo das epífitas e das macrófitas. Cada um desses temas segue uma metodologia específica e envolve diferentes profissionais da área do conhecimento científico. As coberturas vegetais das áreas de influência do empreendimento foram identificadas e delimitadas em mapas (Figuras 113 e 114), e controladas através de levantamentos de campo, utilizando-se as concepções adotadas pelo IBGE (1992), que permite denominar as unidades de mapeamento a partir das características fisionômico-ecológica. Imagens de satélites Cbers II e Ikonos foram interpretadas para dar ases ao levantamento de campo e para a confecção final dos mapas com legenda conclusiva, onde além das tipologias das coberturas vegetais, tem-se as diferentes categorias de uso dos solos. 191 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 113 – Mapa da vegetação, e uso dos solos da área de influência indireta do empreendimento “Projeto Aripuanã/MT”. 192 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 114 – Mapa da vegetação, e uso dos solos da área de influência direta do empreendimento “Projeto Aripuanã/MT”. 193 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 A área de estudo está na região de domínio da Floresta Ombrófila Aberta, que é um tipo de transição entre a floresta amazônica e as áreas extra-amazônicas. Ela é a matriz de vegetação típica da região da Depressão Norte Matogrossense, em cujo maciço florestal, tem-se espaços relativamente abertos, mais claros, em clima com mais de 60 dias secos por ano, assinalados em sua curva ombrotérmica13, conforme IBGE (1992). Esse padrão fitofisionômico-ecológico ocorre nas áreas deste estudo, onde há forte domínio de palmeiras 14, se comparado aos cipós15, bambus16 e sororoca17, que também estão presentes na composição florística dessa formação. Sendo este, o motivo que levou a classificá-la como Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras (Figuras 115 e 116). Assim, os diferentes tipos de cobertura vegetal que foram mapeadas, nas áreas de influência direta (AID) e Indireta (AII) do empreendimento, também foram quantificados e estão sinteticamente apresentados no Quadro 7. Quadro 7 - Superfícies das unidades de mapeamento que representam a cobertura vegetal das áreas de influência direta (AID) e Indireta (AII) do empreendimento. Legenda: FOAp – Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras; VsFOAp – Vegetação secundária de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras; FOAp – Floresta Ombrófila Aberta com Justaconta; Pp – Pastagem plantada; Pd – Pastagem degradada; ADg – Área Degradada por antigo Garimpo, Município de Aripuanã/MT. Abrangência AID AII 833,4044 3.877,0582 Sistemas Primários FOAp 26,5307 81,3130 VsFOAp Área (em ha) das Sistemas Secundários 65,5755 205,9115 FOAj diferentes tipologias da 267,5008 2.003,6864 Pp cobertura vegetal 91,5277 507,0304 Sistemas Antropizados Pd 56,5733 80,9431 ADg TOTAL (ha) 1.341,1124 6.755,9426 13 Gaussen em 1952 propôs o climograma ombrotérmico, em que um mês seco é considerado quando o total mensal das precipitações for ≤ que o dobro da temperatura média, a representação matemática se expressa: P ≤ 2T (onde P é a precipitação, em mm, e T a temperatura do ar em ºC. Assim, a característica ombrotérmica da Floresta Ombrófila está presa a fatores climáticos tropicais de elevadas temperaturas (médias de 25º) e de alta precipitação (>2.000mm), bem distribuídas durante o ano (no caso da Fl. Ombófila Aberta com 0 a 60 dias secos), o que determina uma situação ecológica de quase sem período biologicamente seco. 14 Foram observadas várias espécies da Família Arecaceae na Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, porém, as mais freqüentes foram: babaçu (Attalea cf. maximiliana), sete-pernas (Socratea hexorrhiza), açaí (Euterpe precatoria, E. edulis), Bacaba (Oenocarpus minor, O. bacaba), Tucumã (Astrocaryum cf. aculeatum), inajá (Attalea maripa), paxiubão (Iriartea deltoidea). 15 As lianas (cipós), de hábito escandente, formam verdadeiros “Climber towes” quando se manifestam em grandes proporções na Floresta Ombrófila Aberta com cipós, que não é o caso da área objeto deste estudo. 16 Da Família Poaceae, o gênero Guadua foi observado com maior expressão apenas em situação de borda, no limite de pastagem plantada com maciços da Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. 17 A Sororoca (Phenakospermum guianense) da família Strelitziaceae, distribui-se de forma agregada: em agrupamentos (touceiras) descontínuos, nos locais muito úmidos, e até mesmo encharcados já nas proximidades de cursos d’água. 194 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 115 - Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, interior de remanescente na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. Figura 116 - Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras, borda de remanescente na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. 195 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 O quadro mostra que dos 6.755,9426 hectares que constituem a superfície total da área de influência indireta (AII), aproximadamente, 57% ainda se encontram recobertos por sistemas naturais de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Os outros 43% já sofreram alterações no processo de ocupação regional, estando atualmente 38% dos solos recobertos por pastagem, nos quais, 8% apresentam baixa capacidade edáfica, encontrando-se degradados por falta de manejo. Também da superfície total da AII, que foi alterada pela antiga atividade garimpeira, 3% se auto-revegerou de maneira que boa parte já se encontra cicatrizada, mas com domínio de Justaconta (Sclerolobium rugosum e S. paniculatum, atualmente denominado Tachigali rugosa e T. paniculata). Note que este ambiente foi identificado como uma unidade de mapeamento por apresentar limites bem definidos nos produtos sensoriais (imagens de satélites). E, apenas 1% da superfície total da AII, ainda apresenta solos totalmente degradados pela atividade garimpeira, apesar de já estarem em processo de pedogeneização. A Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras (Figura 117) recobre as encostas da serra do Expedito, vertentes de colinas médias que formam o piso regional do relevo da Depressão, e ainda, as superfícies aplainadas de fundos de vales dos cursos d’água em ambiente de sedimentação ativa. Porém, na fitofisionomia18 há variações internas em sua estrutura19 e composição20 florística, à feição de um mosaico florestado. Ora predomina esta, ou aquela espécie; ora com maior densidade populacional, ora com menor número de indivíduos; ora com domínio de espécies pioneiras, ora secundárias e clímaces; ora com estrato herbáceo bem definido, ora sem expressão e apenas com presença de indivíduos jovens da comunidade arbóreo-arbustiva. O fato da vegetação de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras recobrir diferentes unidades pedológicas na área de estudo21, em situações topográficas também diferentes, implica 18 A fitofisionomia é a aparência que a vegetação exibe, resultante das formas de vida presentes das plantas predominantes. 19 A estrutura é caracterizada por observações sobre a densidade, caducidade foliar, presença de formas de vida típicas (palmeiras, lianas, fetos arborescentes etc.), árvores emergentes, estratificação (disposição em camadas superpostas). 20 A composição indica a flora envolvida. 21 Neossolo Litólico distrófico e húmico; Cambissolo Háplico Tb distrófico; Latossolo Amarelo Coeso; Nitossolo Háplico Distrófico; Neossolo Regolítico distrófico; e Solo Antropogênico. 196 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 em se ter diversidade de habitats, tornando a heterogeneidade interna bem evidente sob o ponto de vista da relação solo/água/planta. Figura 117 - Aspecto da Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras recobrindo os solos das áreas de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. Dentre os ajustes ecofisiológicos no processo de co-evolução das espécies, estão as respostas adaptativas às condições edafo-climáticas pontuais, como a presença da serra do Expedito em meio a Depressão, em que as espécies exibem mecanismos de eficiência ecológica para se estabelecer, colonizar e desenvolver em situações extremas, de solos rasos, pobres, na presença de afloramentos rochosos e em terrenos de encostas íngremes. O corpo da serra do Expedito tem crista alongada em direção geral NW-SE e flancos voltados para norte-nordeste e para sul-sudeste. Dessa configuração geográfica resulta que a serra recebe forte luminosidade diária, tendo implicações para a regulação metabólica das diferentes espécies locais. As copas das árvores frondosas são de grande importância para o conforto térmico. A topografia dos flancos também apresenta forte dinâmica de erosão hídrica, face às variações internas no maciço florestado, pois ela é formada por um conjunto de morros unidos uns aos outros (coalescentes). Em uma grota, por exemplo, que esteja no flanco da serra voltado para sul e sua linha de talvegue escavada no sentido norte-sul, as espécies que se desenvolverem em suas margens só terão luminosidade mais direta, de no máximo quatro horas 197 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 diárias, entre 11:00 e 15:00 horas, nas demais já estarão sombreadas. Nesse caso, a variação na arquitetura do dossel é influenciada também pela competição por luz. Outra característica é a latitude na casa de 10° Sul, que gera condições de forte luminosidade, elevação de temperatura, aumento de pluviosidade e redução do período seco no inverno, influenciando o sistema regulador de fotoperiodismo das plantas, em face de esse tipo de sazonalidade climática regional: alta luminosidade, forte exuberância foliar. Tais características geram condição propícias para herbivoria. Para controlar herbivoria, as plantas desenvolvem sistemas de defesa específicos, produtos metabólicos secundários22 que resultam em seleção de predadores, otimização de ciclos reprodutivos e padrões fenológicos23, intra e interespecíficos. Esses produtos secundários também possuem um papel contra ataque de patógenos (causador de doenças), competição entre plantas e atração de organismos benéficos como polinizadores, dispersores de semente e microorganismos simbiontes (que convivem entre si, com benefício mútuo). Possuem ainda, ação protetora em relação a estresses abióticos, como aqueles associados com mudanças de temperatura, conteúdo de água, níveis de luz, exposição à UV e deficiência de nutrientes minerais. Por outro lado, a cobertura vegetal secundária que se desenvolve nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento também é representada por sistemas florestais, mapeados 22 Entende-se por metabolismo primário o conjunto de processos metabólicos que desempenham função essencial no vegetal, como fotossíntese, respiração, etc, e, os compostos envolvidos possuem uma distribuição universal nas plantas, como a clorofila, aminoácidos, nucleotídeos, lipídios, carboidratos. O metabolismo secundário origina compostos que não possuem distribuição universal, pois não são necessários para todas as plantas; ex.: antocianinas, betalainas, não ocorrem conjuntamente em uma mesma espécie vegetal. Betalaina (na beterraba) é restrita a 10 famílias da ordem Caryophyllales, que não possuem antocianinas. Embora o metabolismo secundário nem sempre seja necessário para que uma planta complete seu ciclo de vida, ele desempenha um papel importante na interação planta/meio ambiente. Existem 3 grupos de metabólitos secundários: alcalóides, terpenos e compostos fenólicos. 23 A fenologia é o estudo da época de ocorrência de fenômenos naturais repetitivos, como a queda de folhas, brotamento, floração e frutificação. Ao final de 1999, após constatação das mudanças climáticas em nível planetário, os cientistas estão observando que o comportamento das plantas também está mudando, demonstrado pela análise de dados provenientes de observações fenológicas de longo prazo. É esperado que a época de ocorrência de processos fenológicos continue a mudar na dependência das mudanças do clima, e, há um consenso de que dados fenológicos proporcionam indicação integrada da sensitividade dos sistemas naturais às tais mudanças. Assim, como indicador de mudanças, os processos fenológicos têm amplas conseqüências para biodiversidade, interações bióticas, na agricultura e ciências florestais. Além disso, constatar alterações nos processos fenológicos, na queda de folhas, brotamento, floração e frutificação são mais fáceis de comunicar ao público a respeito de mudanças climáticas. No Brasil, os mais antigos estudos fenológicos de longa duração, em árvores de floresta tropical, ainda ativo, iniciaram em 1965 na Reserva Florestal Ducke, e 1974 na Estação Experimental de Silvicultura Tropical, ambos na região de Manaus/AM. Os estudos envolvendo cerca de 200 espécies florestais fornecerão subsídios aos planos de conservação, manejo e revegetação de áreas degradadas na Floresta Amazônica. 198 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 em duas sub-unidades na matriz de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras. Uma, é similar à matriz vegetacional, e a outra, com forte domínio de espécies de justaconta (Sclerolobium rugosum e S. paniculatum, atualmente denominado Tachigali rugosa e T. paniculata), formando maciços nas encostas da serra do Expedito, perfeitamente contrastantes sob o ponto de vista da fotointerpretação de imagens de satélites, tendo sido por isso, delimitadas e mapeadas. Nos ambientes muito alterados em processo de autorregeneração, observaram-se espécies do gênero Vismia, popularmente denominada lacre, uma arvoreta de caráter invasor, pioneira e de máximo desenvolvimento a pleno sol. É muito eficiente no uso dos nutrientes ofertados pelos solos, principalmente pelos baixos teores de fósforo. Se comparada à Bellucia grossularioides, ela é uma espécie bem melhor adaptada ao ambiente com baixa disponibilidade de nutrientes. A Bellucia grossularioides é uma melastomataceae, conhecida como goiaba-de-anta na região (Figura 118). Figura 118 - Detalhe de frutos em ramos de goiaba-de-anta, muito apreciada por vários taxa da fauna silvestre regional. Notam-se folhas também predadas por lagartas. Área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. Conhecer essas características de adaptações naturais ajudam na escolha das espécies que melhor respondem aos substratos que serão alterados pela mineração e que posteriormente deverão ser recuperados. Da mesma forma, os efeitos de bordas nos remanescentes funcionam como áreas demonstrativas, indicadoras, para se compreender os mecanismos de regeneração e cicatrização ambiental (Figura 119). Como também, as clareiras, com diferentes tamanhos, formas, idades e resultantes de diferentes mecanismos, naturais ou antrópicos, servem de referência para esse entendimento. 199 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 119 - Contato abrupto entre remanescente de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras com a pastagem, onde as espécies pioneiras, na base da serra, minimizam os efeitos de borda; área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. Nas áreas com predomínio de justaconta (Figura 120), as árvores apresentam porte elevado, contrariando, de certa forma, a literatura, pois chegam a atingir até 25m de altura e 80cm, ou mais, de perímetro à altura do peito. A população de justaconta apresenta distribuição agregada, densa, dominante, e com maior expressão no corpo da serra, por apresentar maior extensão espacial. É sabido que essas espécies são pioneiras, heliófitas, seletiva, xerófita (Lorenzi, 1998), capazes de colonizar ambientes de baixa capacidade de suporte ecológico. Figura 120 - Vista parcial do justacontal no âmbito da Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras que recobre parte do flanco norte da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. Em destaque, a cor levemente palha nas copas de muitas árvores. Trata-se de frutos resultantes da forte sincronia de floração, frutificação em plantas de mesma idade (eventos fenológicos do tipo boom). 200 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Após minucioso levantamento de campo, de pesquisa mais acurada sobre as litologias, sobre os solos, e as especificidades topográficas dos terrenos muito inclinados da serra, tiraramse as seguintes importantes conclusões a respeito desse “justacontal”: 1ª. Que a área realmente havia sofrido forte alteração pela atividade garimpeira pretérita. 2ª. Que a litologia predominante da serra do Expedito é representada por rochas metavulcanossedimentares, sendo que no justacontal, as vulcânicas ácidas apresentam composição com teores elevados de sílica, fato que contribui com a alta disponibilidade desse elemento no processo de intemperismo e pedogenético. 3ª. Que o solo é raso, muito pobre, ácido e essencialmente silicoso, Neossolo Litólico Distrófico típico (condição favorável ao desenvolvimento da justaconta, comparada a outras espécies pioneiras). 4ª. Que as espécies de Justaconta ocorrem naturalmente na composição florística da Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras e têm em sua biomassa elevado teor de sílica, fato que as leva ser reconhecidas popularmente e em várias regiões brasileiras, como “cega-machado”. A sílica, além resistente ao intemperismo, tem baixa absorção de água e inibe a decomposição microbiológica dos solos. Trabalhos recentes demonstraram que muitas espécies do cerrado são acumuladoras de silício, o qual exerce importantes funções nos vegetais, como aumento de resistência a certos patógenos (micro-organismos causadores de doenças), melhor arquitetura de folha (beneficiando a fotossíntese) e resitência a estresses hídricos. A sílica é absorvida no solo, primeiro, polimerizando-se na forma de ácido silícico monomérico, em seguida, no vegetal passa para gel e finalmente em fitólitos24. Estes corpos sólidos da planta incorporam-se ao solo, com várias configurações, mas são dominantemente do tamanho de areia fina e silte. 5ª. Que a serrapilheira do justacontal possui forte contribuição, porque essas plantas são ‘semidecíduas’, com pico máximo de queda de folhas entre agosto e setembro. Sendo a serrapilheira formada por material orgânico e rico em sílica, sua decomposição é relativamente lenta, permitindo certo acúmulo sobre o solo (Figura 121). Nota-se que os compostos de silício existente nos solos, principalmente sob a forma de sílica opalina (fitólito), estão mais no 24 Na estrutura da justaconta ocorrem os fitólitos, que são partículas de sílica amorfa acumuladas em torno ou dentro das células dos tecidos vegetais (Lespch & Paula 2006). 201 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 horizonte A (Lespch & Paula 2006). O silício, o ferro e o alumínio são elementos químicos mais abundantes nos solos tropicais. O silício, desempenha um importante papel para as plantas e relacionado à plasticidade, sendo bem conhecido no caso do arroz, onde a sílica reforça a rigidez dos colmos, dando melhor crescimento e resistência às doenças. De acordo com Piperno (1988), uma floresta equatorial retorna ao solo por ano, em reciclagem natural de seus detritos vegetais cerca de 250 Kg/ha de SiO2, ultrapassando mesmo as quantidades do nitrogênio. Também ao queimar a floresta, a metade da cinza é compota de silício. No solo o íon Si, em solução, pode combinar-se com o alumínio que é tóxico. O Si no ciclo solo/planta passa por diversas etapas, dentre as quais se ressalta a de formação de silicofitólitos nos tecidos vegetais (Laboriau & Sendulsky, 1966). Figura 121 - Detalhe da serrapilheira associada ao justacontal da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. 6ª. Que a inclinação dos terrenos propicia constante lavagem da camada superficial do solo e, se estiver desnudo, a intensidade do escoamento de água superficial é aumentada, como ocorreu até 1999 - mesmo tendo sido paralisada a atividade garimpeira anos antes, o solo da porção superior da serra ficou desnudo até 1999 (Figura 122), o que provocou o carreamento do banco de sementes encosta abaixo, resultando na pobreza e na substituição desse banco por sementes de espécies mais recentes, como os das espécies de justaconta. 7ª. E, por fim, estima-se que o tempo médio de vida da justaconta na região esteja entre 20-30 anos, pois no levantamento fitossociológico, observou-se indivíduo de 100cm de circunferência à altura do peito e 23m de altura. Como as árvores têm idades semelhantes, tendo 202 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 em vista o marco histórico do início do processo de recolonização, é esperada a morte de vários indivíduos de mesma idade, nos próximos 15-20 anos. Figura 122 Comparação de duas imagens de satélites de diferentes datas, mostrando o justacontal que se desenvolveu no topo e flanco norte da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. A atividade pecuária predomina nas propriedades rurais das áreas de influência do empreendimento (AID e AII), com modelo de criação extensiva de bovino de corte, sustentado por pastagens do gênero Brachiaria (Figura 123), sendo Brachiaria brizantha (variedade brizantão) preferencialmente utilizada em solos relativamente secos (Figura 124), Brachiaria humidicula, ou mesmo a Brachiaria arrecta (braquiária-do-brejo, tanner grass), plantadas em áreas úmidas (Figura 125). Esta última espécie não é recomendada pelo Ministério da Agricultura, por apresentar princípios tóxicos para bovinos jovens, e ainda, por propiciar a proliferação da cigarrinha, inseto considerado praga de pastagens e plantações. 203 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 123 - Vista geral de pastagens implantadas na área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. brizantão humidícula brizantão brizantão aguapés tanner grass brizantão tanner grass Figura 124 - Pastagens implantadas que dão suporte à criação de gado. Em primeiro plano, Brachiaria humidicula e ao fundo, morrote com Brachiaria brizantha em solo seco; área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. Figura 125 - Em detalhe, Brachiaria arrecta (“tanner grass”) e macrófitas (aguapé), colonizando o espelho d’água e Brachiaria brizantha (brizantão), em solo seco; área de influência indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. 204 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Entretanto, observou-se que boa parte da Floresta transformada em pastagens, em função da baixa fertilidade natural dos solos e falta de manejo, perdem a produtividade, parecendo abandonadas (Figuras 126, 127 e 128), dando lugar à sucessão secundária arbórea adaptada à baixa disponibilidade de nutrientes. Figura 126 - Aspecto de pastagem plantada em processo de sucessão secundária na região da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. Figura 127 - Pastagem plantada e abandonada em processo de sucessão secundária na região da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. Em campo, também se observou sitiantes criando caprinos, peixes, suínos e equinos, além de vacas leiteiras, porém, com pouca expressão e mais para consumo familiar. 205 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 128 - Aspecto de pastagens plantadas sem manejo em processo de sucessão secundária na região da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. Outra unidade de mapeamento que se destaca na matriz de Floresta Ombrófila com Palmeiras são os ambientes degradados pela atividade antiga garimpeira, com substratos25 recobertos de forma descontínua por vegetação eminentemente herbácea, apesar de ocorrerem ainda alguns indivíduos relictuais de ambiente ciliar típicos de setores de nascentes, caso de buritis (Figura 129). Indivíduos de Butitis Figura 129 - Ambiente agradacional, próximo à Serra do Expedito, assoreado por antigo garimpo, onde se destacam elementos relictuais de Floresta Ciliar, Município de Aripuanã/MT. 25 Neste estudo, como os substratos são de origem antrópica e já estão em processo de pedogeneização foi individualizado, caracterizado e denominado Solo Antropoênico. 206 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Como se tratam de fundos de vales aplainados e relativamente próximos à serra do Expedito, os materiais gerados pela atividade garimpeira ficaram neles depositados soterrando olhos d’água dos solos hidromórficos que formavam “veredas26” ou Matas de Brejo, no contexto da matriz de Floresta Ombrófila. Entende-se por Matas de Brejo, ou florestas hidrófilas, o conceito de Leitão Filho (1982), que é uma forma de vegetação de solos hidromórficos, sujeita à presença de água superficial em caráter permanente. Ocorrem em várzeas ou planícies de inundação, nascentes ou margens de rios ou lagos (Ivanauskas et al. 1997), podendo ocorrer também em baixadas ou depressões, onde a saturação hídrica do solo é conseqüência do afloramento da água do lençol freático. Note que os sistemas radiculares da vegetação de vereda e da comunidade arbóreo-arbustiva da Mata de Brejo, quando submetidos à anoxia (falta de oxigenação ou aeração), apesar de adaptado às condições de encharcamento e alagamento dos solos, não suporta longo tempo de residência com água estagnada, nem assoreamento por longo período (Paes de Barros, 1998). Assim, o turbilhonamento, a água sempre em movimento, comum nos setores de cabeceiras e fundos de vales é fundamental para a manutenção da integridade desses sistemas no âmbito das Formações Florestais. Diante dessas especificidades, em que a relação solo/água/planta é fator condicionante, por vezes, determinante no estabelecimento, colonização e desenvolvimento de várias espécies vegetais, é de se esperar que o Solo Antropogênico, onde as alterações provocaram profundas modificações ao ponto de ultrapassar a faixa de resiliência27 dos sistemas envolvidos, não mais seja capaz de auto-regenerar. Apesar de que as florestas tropicais úmidas, de acordo com Ewel (1983), apresentam maior resiliência que as florestas estacionais, e um efeito de borda muito evidente (Sampaio, 2001). Por resiliência entende-se a capacidade do sistema retornar ao estado de equilíbrio, ou manter o potencial produtivo, depois de sofrer graves perturbações. A resiliência opera dentro de certos limites, pois depende da capacidade de auto-regulação do sistema. Conforme Odum (1988) existem duas formas de estabilidade: “a estabilidade de resistência (a capacidade de se manter estável diante do estresse) e a estabilidade de elasticidade 26 Vereda é um termo utilizado para designar a vegetação típica de setores de cabeceiras de drenagens, que se desenvolve em ambientes de Planaltos. Em Mato Grosso se associa a presença de buritizais (Maurtia flexuosa). 27 Resiliência em ecologia significa a capacidade de recuperação natural de um sistema, uma comunidade, uma população, ou de uma espécie, após a ocorrência de distúrbios. 207 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 (a capacidade de se recuperar rapidamente)”. A manifestação de ambas dá significado ao termo resiliência. O levantamento florístico de indivíduos arbóreos e de palmeiras foi realizado em área de Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras (FOA), onde foram selecionadas quatro subáreas vegetacionais (FOAjustacontal, FOAEncosta, FOAPalmeiral e FOAPraia Grande), visivelmente melhor conservadas (Figura 130) para garantir maior representatividade da comunidade arbórea na amostra, além de contemplar trechos de coleta e observação de epífitas, de fauna de vertebrados terrestres, de regeneração natural (Figura 131), que são dados importantes para correlacionar ao conjunto de resultados florísticos, dando idéia da capacidade de suporte dos sistemas. Assim, no levantamento florístico da área estudada foram amostradas espécies arbóreas e palmeiras cujas características gerais estão consolidadas na Tabela 22. O total amostrado foi de 574 indivíduos, de 145 espécies, pertencentes a 86 gêneros e 35 famílias botânicas. Do total, 33 foram identificadas até gênero e três permaneceram indeterminadas, devido à falta de material botânico fértil para proceder a identificação. Tabela 22 - Características florísticas e fitossociológicas dos quatro levantamentos efetuados nas áreas de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras: FOAjustacontal, FOAEncosta, FOAPalmeiral e FOAPraia Grande, na área de influência direta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. FOA FOA FOA FOA Parâmetro Área amostral (m2/ha) Nº de indivíduos amostrados Número de famílias Número de famílias exclusivas Número de gêneros Número de espécies Número de espécies exclusivas Área basal (m2/ha) Densidade absoluta (nº ind. ha-1) Índice de Shannon-Weaner (H’) Coeficiente de Mistura de Jentsch (QM)1 Total de espécies raras em 1,2 ha 2 justacontal Encosta Palmeiral PraiaGrande 3.000 171 25 6 33 48 7 6,933 569,996 1,73 1:3,42 3.000 171 25 2 48 65 2 9,860 569,996 3,81 1:2,51 3.000 113 25 1 47 54 1 9,298 376,667 3,6 1:2,05 3.000 119 25 0 45 57 0 7,351 396,667 3,76 1:2,09 43 1 Quanto mais próximo de 1 (um) o valor de QM, mais diversa é a população. 2 Consideraram-se espécies raras aquelas registradas uma única vez em 1,2 ha de área amostrada. Na FOAjustacontal, registraram-se 171 indivíduos distribuídos em 48 espécies, 33 gêneros e 25 famílias, com seis famílias e sete espécies exclusivas dessa área e densidade de 570 árvores/ha, totalizando 6,933 m2/ha de área basal. 208 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 130 - Mapa e representação esquemática das transecções e parcelas demarcadas para o levantamento de dados florísticos e estruturais da vegetação arbórea e das palmeiras nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. 209 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 131 - Levantamento de dados florísticos e estruturais da vegetação arbórea e das palmeiras nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. As famílias que apresentaram o maior número de espécies nesse ambiente foram: Fabaceae (19,6%), Lauraceae (9,8%), Myristicaceae (7,8%), Cecropiaceae e Euphorbiaceae (5,9% cada; Figura 132). Ainda nessa área, as famílias que tiveram maior número de indivíduos amostrados foram: Fabaceae (55), Melastomataceae (25), Euphorbiaceae (19), Lauraceae (17) e Annonaceae (7). Juntas essas famílias contribuíram com (49,0%) do total de indivíduos amostrados. E, o índice de diversidade de Shannon-Wiener e o coeficiente de mistura de Jentsch para FOAjustacontal foi de 1,73 e 1:3,42 respectivamente. Figura 132 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAjustacontal, área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. 210 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 No ambiente denominado FOAEncosta, registraram-se 171 indivíduos distribuídos em 25 famílias, 48 gêneros e 65 espécies, com duas famílias e duas espécies exclusivas dessa área. A densidade foi de 569,99 árvores/ha e a área basal de 9,86 m2/ha. As famílias Arecaceae, Fabaceae e Lauraceae (10,81%); Meliaceae e Myristicaceae (9,46%); Annonaceae e Sapotaceae (6,76%) agregam o maior número de espécies para a comunidade estudada, como ilustrado na Figura 133. Em conjunto, essas famílias representam 64,86% do total de indivíduos amostrados. E, o índice de diversidade de Shannon-Wiener e o coeficiente de mistura de Jentsch calculado para a FOAEncosta foi de 3,81 e 1:2,51, respectivamente. Figura 133 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAEncosta, na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. No terceiro ambiente levantado, a FOAPalmeiral, foram amostrados 113 indivíduos distribuídos em 54 espécies, 47 gêneros e 25 famílias, com uma família e uma espécie exclusiva. A estimativa de densidade foi de 376,667 árvores/ha e a área basal de 6,933 m2/ha. As famílias Fabaceae (16,36%), Meliaceae (10,91%) e Arecaceae, Cecropiaceae e Sapotaceae (7,27%, cada), asseguraram o maior número de espécies e detiveram 49,09% do total de indivíduos amostrados (Figura 134). O índice de diversidade de Shannon-Wiener e o coeficiente de mistura de Jentsch para FOAPalmeiral foi de 3,6 e 1:2,05, respectivamente. No remanescente florestal denominado FOAPraia grande foram inventariados 119 indivíduos, dos quais, encontram-se distribuídos 57 espécies, 45 gêneros e 25 famílias. Não foi encontrado exclusividade de família ou espécie para essa comunidade. A densidade estimada correspondeu a 396,667 árvores/ha, com área basal total de 7,351 m2/ha. 211 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 134 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAPalmeiral, na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. O maior número de espécies ficou restrito às famílias: Fabaceae (15,79%), Arecaceae e Moraceae (8,77%), Annonaceae e Rubiaceae (7,02%), que conjuntamente detiveram (47,37%) do total de indivíduos amostrados (Figura 135). E, o índice de diversidade de Shannon-Wiener e o coeficiente de mistura de Jentsch para FOAPraia grande foi de 3,76 e 1:2,09, respectivamente. Figura 135 - Porcentagem de espécies por família botânica encontrada em área de Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras – FOAPraia grande, na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. Comparando as quatro áreas quanto às observações em campo, com os dados relativos ao número de espécies, área basal, diversidade de Shannon, coeficiente de mistura de Jentsch, padrão de distribuição das espécies (tendendo ao agregado) e da estratificação (estrutura vertical e distribuição diamétrica), podemos afirmar com maior precisão que a FOAjustacontal encontra-se ainda sob efeito da perturbação antrópica. Esses dados, aliados a outros fatores, como topografia e solo, criam condições para domínio de algumas espécies, sugerindo características que permitem a dominância exclusiva de Tachigali rugosa (justaconta), que foi ultrapassada em freqüência apenas 212 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 por M. duckeana. Por outro lado, a elevada dominância de Tachigali rugosa na FOAjustacontal devese muito provavelmente ao seu largo estabelecimento em florestas tropicais, inclusive as secundárias, como verificado por Barberi et al. (1998) e Nascimento et al. (1999). Em todos os casos analisados, um número pequeno de famílias reúne a maior parte das espécies amostradas. Esse dado confirma o fato de que poucas famílias botânicas representam um grande número de espécies em Floresta Ombrófila Aberta, como já fora verificado em outros trabalhos na região amazônica. O número de famílias também foi idêntico para as quatro áreas do levantamento. Esse dado reitera observações de Gentry (1986), o qual menciona que, embora cada local possua um conjunto de espécies diferentes, a composição dessas florestas em nível de família é similar. Portanto, o ocorrido nesse estudo deve ser entendido como normal. Quanto à raridade de espécies, constatou-se que das 145 espécies registradas nas quatro áreas de Floresta Ombrófila com Palmeira, 43 delas foram amostradas com apenas um indivíduo e, nesse estudo, foram consideradas como raras. Porém, há que se ter cautela na consideração desses resultados, a fim de se evitar interpretações errôneas sobre o assunto, conforme alertam pesquisadores. A baixa densidade populacional de determinada espécie em inventários não deve ser entendida necessariamente como raridade (Durigan et al. 2000). Há que se considerar fatores metodológicos e ambientais, além do padrão de distribuição e estágios sucessionais das espécies. Os autores mencionam que esse conceito tem implicações diretas na definição das estratégias de conservação, manejo e recuperação da variabilidade genética dessas populações. Nas associações de Bianchini et al. (2003), as espécies com apenas um indivíduo, encontram baixo número de microsítios favoráveis à sua regeneração. As espécies únicas, isto é, raras, desse estudo, foram as que mais contribuíram para o percentual do padrão uniforme. Entre as principais causas que possivelmente favoreceram o padrão de distribuição uniforme estão, a homogeneidade ambiental dentro de cada área, predação de sementes, plântulas e mudas, mortalidade da regeneração natural (devido às condições pontuais dos solos), mecanismos de dispersão e as interferências antrópicas na vegetação em tempos pretéritos. A porcentagem de espécies com dispersão do tipo zoocórica confirma a participação e a importância dos animais nos ambientes estudados e nos processos de recolonização de áreas alteradas, a exemplo da FOAJustacontal, que possivelmente conta com esse mecanismo em seu restabelecimento após distúrbios. 213 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 As comunidades estudadas apresentaram indivíduos com distribuição do diâmetro do tronco no padrão exponencial negativo (“J” invertido), que sinaliza mortalidade, mas também a capacidade de encontrar indivíduos com diâmetro à altura do peito ≥ 9,54cm para as florestas consideradas. Esse padrão indica certa tendência à estabilidade para as FOAEncosta, FOAPraia grande e FOAPalmeiral e progressão à estabilidade para a FOAJustacontal. Permite também concluir que esses ambientes se regeneram dentro do modelo observado para florestas tropicais. Na prática significa que as intervenções antrópicas e os distúrbios por elas resultantes ainda operam dentro da faixa que delimita a capacidade de resiliência dos sistemas da Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras. Indicam ainda, a existência de certa homogeneidade florística nas sinúsias28 que compõem o bosque, o sub-bosque e a regeneração natural dessa floresta nas áreas de influência do empreendimento. Entretanto, com um diferencial para a FOAjustacontal, para a qual não foi observado semelhante padrão no que tange a maioria das variáveis analisadas nesse estudo. Os resultados mostraram, ainda, razoável representação de indivíduos adultos na regeneração natural, confirmando que a FOAEncosta, FOAPraia-grande e FOAPalmeiral, apesar de sofrerem interferências antrópicas, têm comunidades bem conservadas/estruturadas sob o aspecto florístico e fitossociológico, com destaque para FOAEncosta. 13.2. Epífitas Epífitas são plantas que vivem em outras plantas, sendo que as vasculares são típicas das florestas tropicais (Hietz et. al., 2002). O epifitismo é característica de plantas que crescem tendo como apoio árvores vivas, no entanto, sem utilizar nutrientes de seu hospedeiro (planta onde vive uma epífita, também chamada de hospedeiro), obtendo ar, água de chuva, nutrientes de detritos em decomposição depositados nos galhos das árvores (Amaral, 1998; Pimenta, 1998; Petini-Benelli, 2006b). O epifitismo oferece grandes vantagens às plantas que desenvolvem essa forma de vida: elas têm acesso direto à luz solar (Aubreville, 1959), grande número de animais polinizadores presentes 28 O termo sinúsia significa genericamente um conjunto de plantas de estrutura semelhante, integradas por uma mesma forma de vida ecologicamente homogênea. Mais especificamente, tem o significado de conjunto de espécies pertencentes ao mesmo tipo de forma de vida e com exigências ecológicas uniformes. 214 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 no dossel (copa das árvores), e melhores condições de dispersão por anemocoria (pelo vento) ou zoocoria (por animais). As epífitas podem pertencer a 84 famílias, sendo que 80% das epífitas vasculares pertencem à Araceae (Juss.), Bromeliaceae (Juss.), Cactaceae (Juss.) e Orchidaceae (Juss.) (Siqueira Filho, 2002), além de Pterydophyta (J.Y. Bergen & B.M. Davis) e Bryophyta (Schimp.), líquens e musgos. As epífitas acrescentam às florestas recursos alternativos a serem explorados por um grande número de espécies animais. Um exemplo são bromélias da América do Sul, cujas folhas podem armazenar litros de água, formando um pequeno ecossistema. A água potável desses reservatórios é para muitos animais que vivem nas copas das árvores a única fonte para dessedentação, mas se configura também, num habitat que muitas espécies utilizam para abrigo e reprodução (Zotz & Thomas, 1999). Muitas larvas de insetos ficam alojadas nesses reservatórios de água e servem de alimento para outros animais. Diante da importância das epífitas para a região onde se insere a área de influência do empreendimento, o presente levantamento, propicia uma análise do estado de conservação ambiental, bem como, possibilita propor medidas prioritárias a serem implementadas para a conservação das espécies. Somente através de levantamento em campo é possível identificar as espécies de epífitas com prioridade para conservação. Como também determinar a necessidade e quais planos de resgate deverão ser adotados para sua conservação. Este levantamento foi realizado no âmbito das áreas de influência do empreendimento, cujos transectos estão representados na Figura 136. Entretanto, foi dada maior ênfase na área de influência direta (AID), onde a cobertura vegetal deverá sofrer distúrbios pela exploração mineral no corpo da Serra do Expedito e pela implantação das infraestruturas para o beneficiamento do minério. A partir de interpretação visual de imagens de satélites Cbers II, Órbita/Ponto 171_111, passagem em 26/07/2007, foram estabelecidos pontos passíveis de concentrações de epífitas nas áreas de influência direta (seis pontos amostrais) e indireta (seis pontos amostrais) do empreendimento. 215 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 136 - Demarcação dos transectos (em amarelo), onde foram realizados os levantamentos das epífitas, sendo P1 na área de influência indireta e P2, P3, P4 e P5 na área de influência direta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. A Floresta Ombrófila Aberta com palmeiras observada embora tenha fisiomomia homogênea, ela é um verdadeiro mosaico, porque apresenta variações, principalmente em função ao comportamento hídrico diferenciado ao nível das vertentes e da cobertura vegetal que possibilitam ocorrência de habitas (Figura 137). Em certas áreas, o solo encontra-se degradado e a cobertura vegetal em processo de sucessão natural (Figura 138), fato este que interfere na ocorrência e distribuição das epífitas. 216 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 137 - Vista parcial de um leito de linha de drenagem perene, próximo ao P5, na base da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli). Figura 138 - Em primeiro plano, área degradada por antigo garimpo, próximo ao P2, na depressão da Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli). No dia 04/07/2008 realizou-se uma avaliação in locu e se concluiu que alguns dos locais pontuados não ofereciam condições para o estabelecimento de epífitas, não sendo observado nenhum exemplar na avaliação rápida do ambiente. Com isso, estabeleceu-se a metodologia de transectos, em 5 áreas de características mais apropriadas ao objetivo do levantamento. Onde a 217 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 vegetação se mostrou mais aberta, com sub-bosque limpo, a amostragem foi realizada em transecto mais largo, com a equipe andando em ziguezague, alternando os lados direito e esquerdo ao longo da linha central do transecto. Esse levantamento todo foi realizado em 2008, como localizados no Quadro 8. As porções mais de noroeste, apesar de inseridas na AID, não foram amostradas porque, sua composição é de herbáceas e palmeiras jovens, ambiente este, que não propicia o desenvolvimento de epífitas. Em cada transecto percorrido coletou-se amostras de todas as epífitas encontradas no percurso (Figura 139). Quadro 8 - Transectos de observação realizados para levantamento de dados sobre epífitas na área de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. Transecto Nome P1 – Extremo Norte Floresta Ombrófila Aberta c/ Manejo P2 – Extremo Sul Floresta Ombrófila Aberta/ Babaçual – Transição P3 – Crista da Serra Floresta Ombrófila Aberta Serrana c/ perturbação P4 – Sul da RepresaFloresta Ombrófila Aberta P5 – Norte da Represa Floresta Ombrófila Aberta c/ Manejo Coordenadas UTM Inicial/final 226630,00L 226200,00 L 8889050,00N 8889050,00N 226630,00L 226200,00L 8889000,00N 8889000,00N 227440,00L 227575,00L 8885400,00N 8885515,00N 227460,00L 227480,00L 8885370,00N 8885360,00N 225253,32L 8888374,21N 226748,52L 8887220,00N 227328,50L 8885962,00N 227681,05L 8885601,93N 227555,05L 8885649,95N 226583,09L 8887331,00N 225886,22L 8887309,29N 227591,00L 8885683,31N 227287,40L 8885943,03N 227648,53L 8885553,00N 226552,54L 8887328,01N 226533,39L 8887280,43N Material testemunha coletado Petini-Benelli 536 a 556 Petini-Benelli 557 a 566 Petini-Benelli 567 Petini-Benelli 568 a 595 Petini-Benelli 596 a 609 As espécies foram registradas por ponto, recebendo um número de coleta. Todas as amostras coletadas foram encaminhadas para a coleção de plantas vivas do Herbário UFMT, sendo alojadas no Orquidário do Jardim de Biodiversidade, onde serão cultivadas para futuras pesquisas. Os procedimentos de identificação foram realizados pela bióloga Adarilda P. Benelli, a partir de análise taxonômica e comparação com o material do acervo herborizado do Herbário UFMT, além de extensa pesquisa à literatura especializada. 218 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 139 - Busca e registro de epífitas nos transectos realizados. Área de influência direta do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli). Foram registrados representantes de 5 famílias de fanerógamas (uma de monocotiledônea e quatro de dicotiledôneas), e de duas divisões de criptógamos, sendo 4 famílias de Pteridophyta e uma de Bryophyta, todas vegetando como epífitas (Figuras 140 e 141). Figura 140 - Exemplar de Araceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli). Ao todo 63 espécies de epífitas foram amostradas, distribuídas em 21 gêneros, 10 espécies da família Araceae ainda totalmente indeterminadas (Quadro 9). As mais representativas em espécies foram as famílias Araceae com 34 espécies (54%) e Orchidaceae com seis espécies (9,5%), além de 5 espécies de Pteridophyta (8%) e 1 Bryophyta (1,5%). 219 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 141 - Exemplar de Bromeliaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli). Do total (70 amostras nos 5 transectos), o de maior riqueza foi P4 - Sul da represa, com 27 amostras coletadas (38,6% do total), seguido de P1- Extremo norte com 20 amostras (28,6%), P5 – Norte da represa com 13 amostras (18,6%), P2 – Extremo sul com 9 amostras (12,8%) e P3 – Crista da serra com apenas uma encontrada (1,4%). Nos transectos da área de influência direta (P3 e P5) ocorreram 14 espécies observadas e amostradas, que representam apenas 20% do total de espécies levantadas em toda a área de estudo. Dessas espécies amostradas 13 (92,86%) estão representadas nas outras áreas amostradas e uma está em fase de identificação. Das espécies identificadas até o momento (53), 33 (62,3%) são referidas para outras localidades do Estado, inclusive Cerrado e Pantanal. Essas espécies (Figuras 142, 143, 144 e 145) representam as famílias: 1) Araceae, com 19 espécies (55,9%) em comum com os trabalhos de Macedo et al. (2002), Petini-Benelli (2006b), Pott & Pott (1996), PCBAP (1997), Pott & Pott (1997); 2) Bromeliaceae, com duas espécies (40%) em comum com Petini-Benelli (2007b); 3) Cactaceae, com apenas um representante na área e com 100% de ocorrência em comum com os trabalhos de Pimenta (1998), Macedo et al. (1999), Macedo et al. (2002) e Petini-Benelli (2006b); 4) Orchidaceae, com todas as espécies amostradas na Serra do Expedito (6, 100%) referidas por Miranda (1996), Macedo et al. (2002), Petini-Benelli (2006a, 2006b, 2007b) e Petini-Benelli et al. (2007). Quadro 9 - Espécies de epífitas observadas e amostradas no levantamento das áreas de influência do empreendimento, Município de Aripuanã/MT. 220 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Família Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Espécie Forma de vida Situação Material testemunha Araceae Anthurium bonplandii G.S. Bunting Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 537 Araceae Anthurium bonplandii G.S. Bunting Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 574 Araceae Anthurium cf. powmanii Croatz Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 543 Araceae Anthurium eminens Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 540 Araceae Anthurium eminens Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 606 Araceae Anthurium sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 546 Araceae Anthurium sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 579 Araceae Heteropsis sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 539 Araceae Monstera af. spruceana Engl. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 557 Araceae Monstera cf. adansonii Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 565 Araceae Monstera cf. adansonii Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 602 Araceae Monstera cf. deliciosa Liebm. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 583 Araceae Monstera cf. obliqua Mig. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 600 Araceae Monstera sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 558 Araceae Monstera sp. 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 563 Araceae Monstera sp. 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 582 Araceae Philodendron af. billietiae Croat Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 562 Araceae Philodendron af. camposportoanum G.Bar. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 571 Araceae Philodendron af. quinquelobum K. Krause Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 573 Araceae Philodendron af. sonderianum Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 578 Araceae Philodendron cf. ochrostemon Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 580 Araceae Philodendron camposportoanum G. Barroso Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 596 Araceae Philodendron cf. squamiferum Poepp. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 591 Araceae Philodendron cf. tweedianum Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 585 Araceae Philodendron eximium Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 607 Araceae Philodendron imbe Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 604 Araceae Philodendron linnaei Kunth Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 592 Araceae Philodendron melinonii Brongn. ex Regel Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 550 Araceae Philodendron melinonii Brongn. ex Regel Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 566 Araceae Philodendron pedatum Kunth Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 545 Araceae Philodendron pulchellum Engl. Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 536 Araceae Philodendron quinquelobum K. Krause Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 560 Araceae Philodendron riedelianum Schott Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 559 Araceae Philodendron sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 598 221 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Família Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Espécie Forma de vida Situação Material testemunha Araceae Philodendron sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 553 Araceae Philodendron sp. 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 599 Araceae Philodendron sp. 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 547 Araceae Philodendron sp. 3 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 581 Araceae Philodendron sp. 4 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 569 Araceae Philodendron sp. 5 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 594 Araceae Syngonium sp. 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 554 Araceae Syngonium sp. 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 575 Araceae Syngonium sp. 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 588 Aspleniaceae Asplenium af. serratum L. (Pterydophyta) Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 538 Bromeliaceae Aechmea cf. bromeliifolia (Rudge) Baker Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 595 Bromeliaceae Aechmea sp. 1 Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 555 Bromeliaceae Aechmea sp. 2 Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 593 Bromeliaceae Araeococcus cf. micranthus Brongn. Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 577 Bromeliaceae Vriesea sp. Epífita Sem dados A. Petini-Benelli 556 Cactaceae Epiphyllum phyllanthus (L.) Kunth Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 552 Cactaceae Epiphyllum phyllanthus (L.) Kunth Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 608 Micropolypodium nanum (Pterydophyta) Epífita Sem risco Sem coleta Hymenophyllaceae Trichomanes af. punctatum (Pterydophyta) Epífita Sem risco Sem coleta Lomariopsidaceae Lomariopsis cf. prieuriana (Pterydophyta) Epífita Sem risco Sem coleta Lomariopsidaceae Nephrolepsis sp. (Pterydophyta) Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 590 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 589 Grammitidaceae Orchidaceae Catasetum sp. Orchidaceae Notylia sp. Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 541 Orchidaceae Oncidium nanum Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 570 Orchidaceae Psygmorchis cf. pusila (L.) Dodson & Dressler Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 544 Orchidaceae Scaphyglottis cf amethystina Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 567 Orchidaceae Scaphyglottis cf. amethystina Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 548 Parmeliaceae Usnea sp. (Bryophyta) Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 568 Piperaceae Peperomia af. jamesoniana (Miq.) C.DC. Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 587 Piperaceae Peperomia cf. glabella (Sw.) A. Dietr. Epífita Sem risco A. Petini-Benelli 542 Araceae Indeterminada 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 549 Araceae Indeterminada 1 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 586 Araceae Indeterminada 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 551 222 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Família Espécie Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Forma de vida Situação Material testemunha Araceae Indeterminada 2 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 584 Araceae Indeterminada 3 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 609 Araceae Indeterminada 4 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 561 Araceae Indeterminada 5 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 564 Araceae Indeterminada 6 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 572 Araceae Indeterminada 7 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 576 Araceae Indeterminada 8 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 597 Araceae Indeterminada 9 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 601 Araceae Indeterminada 10 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 603 Araceae Indeterminada 11 Hemiepífita Sem risco A. Petini-Benelli 605 Também foram encontradas em comum com estudos em outras áreas as cinco espécies (100%) de Pteridophyta (Petini-Benelli, 2007b). A única espécie de Bryophyta encontrada aguarda confirmação de identificação. Figura 142 - Exemplar de Cactaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli). 223 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 143 - Exemplar de Orchidaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli). Figura 144 - Exemplar de Piperaceae amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli). Figura 145 - Exemplar de Pteridophyta amostrado na área de estudo, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli). 224 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Dentre os gêneros mais representados, destacam-se: Philodendron Schott (21 spp) e Monstera Adans. (6 spp). Por outro lado, a presença de espécies pioneiras, a exemplo de Vismia, Cecropia e Enterolobium, muito comuns nas áreas de borda, nos entremeios florestais e em clareiras, quando dominantes e dsitribuídas de forma agregada, aponta claramente os espaços com distúrbios e, em destaque, aqueles alterados por atividades antrópicas, fato que implica em se ter regeneração florestal em grande parte da área de estudo. Quanto mais alterada a área, menos florestada, e, em situações extremas, com pastagens plantadas, solos desnudos, não se tem ambientes favoráveis à ocorrência de epífitas. Note que as espécies de epífitas foram observadas ocupando galhos das árvores, no dossel (Figura 146). Figura 146 - Epífita observada ocupando galhos do dossel no transecto de florística P1, Município de Aripuanã. (Foto: Adarilda P. Benelli). Foi também observado no sub-bosque (Figura 147) e, diversas vezes, no solo sobre árvores tombadas (Figura 148). Além disso, e com base nas listas vermelhas de conservação das espécies (Ibama, 1992; Cites, 2008), nenhuma das espécies amostradas nas áreas de influência direta e indireta do empreendimento encontram-se em risco de extinção, portanto, não demanda conservação das espécies na área de estudo. 225 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 147 - Epífita observada ocupando o sub-bosque no transecto de florística P2, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli). Figura 148 - Epífita observada ocupando o sub-bosque e em tronco caído, no transecto de florística P2, Município de Aripuanã/MT. (Foto: Adarilda P. Benelli). 226 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Porquanto, considerando que as epífitas são extremamente adaptadas às severas condições do dossel: falta de água, escassez de minerais e nutrientes, e, considerando também, a reduzida abundância de indivíduos e riqueza de espécies de epífitas observadas nos levantamentos de campo, concluímos que a vegetação presente nas áreas de influência do empreendimento apresentam fortes características de distúrbios antrópicos, como desmatamento e retirada seletiva de madeira. Podemos concluir também, que a ocorrência de grande número de espécies de Araceae confirma a nossa teoria de que se trata de uma família pioneira no restabelecimento da vegetação epifítica em áreas perturbadas. As outras famílias demoram a se instalar no ambiente. Todos os exemplares de Orchidaceae, Cactaceae e Bromeliaceae encontrados e amostrados são plantas adultas. Não foram observadas plântulas e, portanto, essas famílias não estão em fase de restabelecimento. E, é de que não há necessidade de realizar resgates das espécies observadas, pois em sua maioria estão representadas fora da Área de Influência Direta do Projeto Aripuanã, o que possibilitará o seu restabelecimento nas áreas adjacentes. 13.3. Macrófitas As plantas aquáticas vasculares ou macrófitas aquáticas abrangem todos os vegetais, cujas partes fotossintetizantes ativas estejam permanentemente ou por alguns meses submersos, ou flutuantes em água, e que sejam visíveis a olho nu (Cook, 1996). Neste estudo fez-se observações em campo dos locais de ocorrência dessas plantas, e coletou-se exemplares para a identificação em laboratório. Foram coletadas nos locais amostrados para limnologia e qualidade da água, conforme o mapa de localização das estações de coleta (Figura 149). Foram armazenadas em sacolas plásticas devidamente etiquetadas com o local de coleta, coordenadas geográficas, data, hora e coletor, e foram levadas refrigeradas para o laboratório; onde foram identificadas e analisadas através de parâmetros biológicos e ecológicos, utilizados em trabalhos técnico-científicos: espécie/família botânica, hábito, uso, ecologia, dispersão/cultivo, ocorrência e distribuição. 227 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 149 - Pontos amostrados para macrófitas aquáticas, limnologia e qualidade da água nas bacias hidrográficas da região, onde se inserem as áreas de influência do empreendimento da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT. As macrófitas aquáticas coletadas foram identificadas em 5 taxa pertencentes a 5 famílias botânicas. Na área de influência direta (AID): Egeria cf. densa Planch. ou Egeria cf. naja Planch da família Hydrocharitaceae; e na Área de influência indireta (AII): Nymphoides cf. grayana (griseb) Kuntze da família Menyanthaceae, Echinodorus cf. longipetalus Micheli, da família Alismataceae, Pistia stratiotes L., família Araceae e Eleocharis cf. acutangula Roxb., família Cyperaceae (Quadro 10). Ressalta-se que as espécies encontradas ocorreram tanto na área de influência direta, 228 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 como na indireta. Porém, as coletas foram realizadas nas áreas onde os adensamentos foram mais expressivos. Quadro 10 - Espécies de macrófitas encontradas na área de influência direta e indireta da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT. Espécie Família Descrição do local onde foi encontrada Egeria cf. densa ou HydrocharitaceaeLagoa artificial (P01) (AID) Egeria cf. naja Nymphoides cf. grayana Menyanthaceae Próximo a Fazenda Lucirã (AII) Echinodorus cf. Prox. a entrada da Comunidade Alismataceae longipetalus Sta Helena (AII) Prox. a entrada da Comunidade Pistia stratiotes L. Araceae Sta Helena (AII) Prox. a entrada da Comunidade Eleocharis cf. Cyperaceae Sta Helena e na Lagoa prox. acutangula Piscicultura (AII) Localização 0227436/ 8886910 0219245/ 8883823 0221132/ 8881131 0221132/ 8881131 0221132/ 8881131 Na AID, especificamente na lagoa artificial (P01), foi registrada a ocorrência da espécie de macrófita aquática Egeria cf. densa Egeria cf. naja, (Figura 150). O estágio vegetativo impossibilitou a identificação exata ao nível de espécie. Dentre as plantas aquáticas submersas, o gênero Egeria é considerado um dos mais importantes de ocorrência nos reservatórios da região centro-sul do Brasil, pois acarreta prejuízos à geração de energia elétrica, à pesca, à navegação e à recreação. As espécies Egeria densa e Egeria naja são plantas originárias da América do Sul, nativas a leste dos rios Paraná e Paraguai e que ocorrem também, na América Central, América do Norte, Europa e Oceania; porém, não sendo ainda descrita a ocorrência para a bacia Amazônica. Como é uma planta muito apreciada em aquários, sua comercialização é o principal meio de disseminação e introdução em novas áreas, bem como a introdução de propágulos/sementes por endozoocoria realizada por peixes exóticos. Neste caso, para a bacia Amazônica, estas plantas foram provavelmente introduzidas através da atividade de piscicultura neste ecossistema artificial. 229 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 150 - Amostra coletada de macrófita aquática da espécie Egeria cf. densa ou Egeria cf. naja da área de influência direta do Projeto, Município de Aripuanã/MT. O aumento da eutrofização da água propicia grande desenvolvimento dessa planta, formando grandes ilhas no interior de corpos d’água (Lorenzi, 1991), pois ela se propaga por sementes, partes vegetativas (ramos) e resiste à variação acentuada do nível da água. Na área AII foi registrada a ocorrência de Nymphoides cf. grayana (Figuras 151 e 152), da família Menyanthaceae (Ornduff,1969 apud Pott & Pott, 2000), não possui nome popular em português. É uma erva de hábito flutuante fixa, rizomatosa e estolonífera, perene; folhas arroxeadas no lado inferior; produz flor de cor amarela (2,0 a 2,5 cm de diâmetro) quase o ano todo, menos nos meses de inundação. O potencial de utilização da Nymphoides cf. grayana é descrito como apícola e ornamental. A folha serve de alimento para insetos, que por sua vez servem de alimento de aves (cafezinho) e peixes. Ela é uma planta resistente, propaga-se facilmente por pedaço ou rizoma, também por semente. Freqüentemente se comportam como anuais em lagoas temporárias, embora persistam por muitos anos em corpos de água permanentes (Cook, 1996). O pecíolo da folha cresce acompanhando a subida da água e vai diminuindo de tamanho com a seca, até desaparecer, sobrevivendo como rizoma até a próxima estação chuvosa. Ela aumenta a freqüência pela perturbação e vive associada a outras plantas aquáticas, como Sagittaria guayanensis. 230 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 151 - Adensamento populacional da macrófita aquática Nymphoides cf grayana na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT. Figura 152 - Macrófitas aquáticas Nymphoides cf grayana (espécime coletada) na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT. A espécie, Echinodorus cf. longipetalu (Figura 153) da família Alismataceae, conhecida como chapéu-de-couro, é uma erva aquática de hábito emergente, perene, folhas lanceoladas, de até 1,4 m de comprimento, coriáceas; a inflorescência mede de 1,5 a 2,5m de altura; a flor de 3,5 a 5,0cm de diâmetro; a folha possui linhas translúcidas em forma hexagonal, independentes das nervuras (Haynes & Holm-Nielsen, 1994). A amostragem desta planta aquática coletada no mês de abril possuía somente vestígios de inflorescência, pois correntemente a espécie floresce de outubro 231 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 a fevereiro. O tamanho da planta coletada foi de 80cm, demonstrando ser um indivíduo jovem tendendo a maturidade. A espécie possui potencial apícola e medicinal. Sua propagação em ambiente natural pode ser por rizoma ou por semente, têm preferência por solos arenosos, com ocorrência em lagoas de meandro, veredas, brejos, com distribuição em todo o Brasil. Figura 153 - Macrófitas aquáticas Echinodorus cf. longipetalus na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT. A espécie Pistia stratiotes da Família Araceae (Figuras 154 e 155), conhecida como alface d’água, possui vários nomes populares, erva-de-santa-luzia, camalotinho, orelha-de-onça, açude; em espanhol: repollo de água, repolito de água. Figura 154 - Várias macrófitas aquáticas, entretanto, com adensamento de Pistia stratiotes L. na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT. 232 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 155 - Macrófita aquática Pistia stratiotes L. (espécie coletada) na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT. A Pistia stratiotes é uma erva aquática de hábito flutuante livre, em forma de rosa, estolonífera (propaga por estólosn), é anual ou perene; folha esponjosa; tamanho muito variado, de 3 a 30cm de diâmetro, conforme o ambiente. A flor ou inflorescência fica meio escondida e floresce durante o ano todo. A planta jovem pode ser confundida com Spirodela (Lemnnaceae), mas é a única espécie do gênero. Como ornamental em jardins aquáticos e na piscicultura é usada para sombra e desova de peixes ornamentais nas raízes. Forrageira para peixe, capivara, boi, porco, pois possui 11% de proteína e muito cálcio (4,2%) na matéria seca, mas contém 90% de água. Produz 70-90t/ha/ano de biomassa, útil para adubo verde. A planta irrita a pele, pelo alto teor de oxalato, mas esses cristais são eliminados no cozimento. É usada como alimento para comunidades africanas e indianas. Por sua grande capacidade despoluidora de esgoto é utilizada com tal finalidade; remove manchas de roupas; medicinal desde os egípcios; uso externo: contra hemorróidas, emoliente, desinflamatória para erisipela, sumo para escoriações, a cinza para micose de pele; uso interno (suco): escarro de sangue, sangue na urina, corpo inchado (diurética), diarréia, asma, hérnia, herpes, sífilis, diabetes, icterícia, tosse, vômito e purgativa, as flores cicatrizam úlcera crônica. A propagação da Pistia stratiotes é fácil e rápida por estolhos ou sementes, de 2mm de comprimento. Não tolera geada ou frio, mas a semente sobrevive congelada. Necessita de muita luz, embora favorecida por sombra leve, mas é sensível a dias curtos, requerendo 12h/dia, senão fica achatada, com poucas folhas. Prefere água da chuva, pouco ácida a neutra (pH 6,5 – 7,0), e fundo orgânico. Tem preferência por ambientes de água parada ou pouco corrente, onde são utilizadas como abrigo e comida de caramujos, insetos, peixes e aves, sobrevive normalmente semi-enraizada em lama úmida. São polinizadas por insetos e a semente é dispersa por água, germinando ao afundar, daí a 233 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 plântula vem a tona. Não tolera muita sombra e são consideradas como pioneiras. Aumentam em ambientes de água nova com material orgânico decomposto. Portanto, pode ser utilizada como indicadora de eutrofização e sua densidade populacional, como indicador de alteração no ambiente aquático. A Pistia stratiotes é considerada agressiva, avançando e se adensando rapidamente, principalmente, em água poluída, rica em nutrientes, do qual depende o seu tamanho. Podem tornarse viveiro para insetos de malária, encefalomielite, filariose e moluscos de esquistossomose. É considerada invasora em muitos países, podendo bloquear a navegação, pois sua biomassa pode atingir 25 t/ha. Em represas, aumenta a evaporação e em alguns casos raros, libera sustância acre nociva à saúde denominada oxalato. Entretanto, normalmente em ambientes naturais sua densidade populacional e biomassa podem ser controladas por grandes populações de insetos, que por sua vez, são consumidos por aves, jacarés jovens, morcegos e peixes. A Eleocharis cf. acutangula (Figuras 156, 157 e 158), da família Cyperaceae (Pott &Pott, 2000), é denominada localmente de Cebolinha. Erva aquática de hábito emergente, perene, rizomatosa, de 10 a 80 cm de altura (conforme a profundidade do ambiente aquático); produz flor e fruto de março a junho, sendo utilizada como forrageira, consumida por bovinos, eqüinos e capivaras. A Eleocharis cf. acutangula é uma forrageira com 12% de proteína (PB), 0,19% de cálcio, 0,22% de fósforo, 0,15% de manganês, 8ppm de cobre e 49 ppm de zinco. É uma das espécies que confirmam a importância das Ciperáceas como fonte de forragem, sendo alimento também de aves aquáticas. Sua propagação é por rizoma e também por sementes, produzidas em grande quantidade. Durante a seca essa espécie sobrevive com o rizoma dormente, rebrotando no início das chuvas, acompanhando a subida da água no campo; floresce quando a água começa a baixar; a parte aérea fica amarelada e morre ao secar o terreno, deixando muitas sementes, que podem ser levadas pela água. De ocorrência freqüente à dominante, principalmente em solos arenosos, também em argilosos, com distribuição ampla, ocorrendo na África, Ásia, Austrália, América tropical e subtropical; na América do Sul, ocorre da Venezuela ao Rio Grande do Sul (Irgang & Baptista, 1970). 234 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Figura 156 - Eleocharis cf. acutangula (folhas afiladas) e Pistia stratiodides na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 157 - Eleocharis cf. acutangula coletada na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT. Figura 158- Adensamento da macrófita aquática Eleocharis cf. acutangula coletada na área de influência da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT. 235 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 14. FAUNA 14.1. Ictiofauna No estudo da ictiofauna realizado nos períodos de seco e chuvoso de 2008 e no período chuvoso de 2012, fez-se um inventário das espécies de peixes que ocorrem na área de influência direta e indireta do Projeto Aripuanã, cujos pontos de coletas estão plotados na Figura 159. Figura 159 - Localização dos pontos de coleta da ictiofauna em relação as áreas de influência direta e indireta do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., no Município de Aripuanã/MT. Nas coletas de 2008 foram capturados 4.597 indivíduos (1.917 período de chuva e 2680 período de seca), pertencentes a cinco ordens, 24 famílias e 75 espécies. Já a coleta realizada em janeiro de 2012 foram capturados 1.403 indivíduos pertencentes a 56 espécies, 23 famílias e cinco ordens. Somando-se os indivíduos capturados nas três campanhas foram capturados 5.994 indivíduos pertencentes a 93 espécies, ou seja, a coleta de 2012 contribuiu para a coleta de 18 espécies que ainda não haviam sido coletadas na área da Serra do Expedito. 236 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Das 93 espécies coletadas, 25 foram capturadas nas três campanhas (maio e agosto de 2008 e janeiro de 2012), 39 foram capturadas em no mínimo duas campanhas, 09 foram capturadas apenas em maio de 2008 (final da cheia), 07 foram capturadas apenas em agosto de 2008 (seca) e 18 foram exclusivas das coletas realizadas em janeiro de 2012 (cheia). Com exceção de alguns pontos (01, 05, 09, 14, 16 e 17) o maior número de espécies capturadas foi sempre no período da seca (maio/2008). Os pontos 01, 09, 14 e 16 apresentaram maiores riquezas no final do período chuvoso (agosto/2008), enquanto que os pontos 05 e 17 apresentaram suas maiores riquezas em maio/2008 e jan/2012, respectivamente. A abundância não apresentou um claro padrão de variação, porém as menores abundâncias de espécies foram encontradas em janeiro/2012. Os menores índices de diversidade (H’) ocorreram no ponto 04 (Lagoa) e no ponto 09 e os maiores valores foram encontrados nos pontos 05, 06, 11, 14 e 17. A coleta das espécies Leporinus friderici, Prochilodus nigricans, Myloplus cf. rubripinnis e Serrasalmus eigenmanni demonstra que os riachos, além de servir como habitat para espécies exclusivas de pequenos cursos d’água, também servem de locais para alimentação e reprodução de espécies maiores, normalmente encontradas em grandes corpos d’água, como é o caso do Rio Aripuanã. Os riachos que drenam a Serra do Expedito (bacias dos córregos Guaribal e Praia Grande) têm grande importância para a ictiofauna do rio Aripuanã, visto que desaguam nele, cerca de 15km abaixo do complexo de cachoeiras Salto Dardanelos, que serve de barreira geográfica natural, não sendo transposta pela maioria dos peixes. Assim, as espécies que migram rio acima para reproduzir, ao se depararem com essa barreira, tendem a usar os corpos d’água mais próximos, como, os rios Guaribal e Praia Grande. 14.2. Herpetofauna O estudo da herpetofauna teve como principal objetivo, inventariar as espécies de anfíbios e répteis nas áreas de influência do Projeto Aripuanã (AID e AII), destacando as espécies raras, endêmicas, vulneráveis, ameaçadas de extinção, de interesse científico, de valor econômico e alimentício. Foram registradas em campo 43 espécies do grupo da herpetofauna, dos quais 22 espécies (sete famílias e 11 gêneros) são de anfíbios (sapos, rãs e pererecas) e 21 espécies (12 famílias e 19 237 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 gêneros) de répteis (cágados, serpentes e lagartos), considerando os dados acumulados com as duas campanhas de inventário realizadas em 2008 e 2012. A riqueza de espécies registrada com as duas campanhas de inventário para área do empreendimento corresponde a aproximadamente 27,3% da riqueza de espécies conhecida para a região de Aripuanã (cerca de 38% das espécies de anfíbios e cerca de 21% das espécies de répteis). Não foi registrada nenhuma espécie de réptil ameaçada de extinção ou endêmica durante as campanhas de campo, contudo, como salientado anteriormente, estudos taxonômicos e coletas adicionais podem alterar este quadro. É possível afirmar com base em dados primários e secundários que a composição de espécies da região de Aripuanã é altamente rica e diversa, devendo merecer especial atenção. A recuperação de áreas degradadas e criação de reservas devem ser prioritárias para esta região. 14.3. Avifauna O estudo da avifauna teve como principal objetivo, inventariar as espécies de aves, enfocando aquelas de sub-bosque e as ameaçadas de extinção, raras, endêmicas e migratórias, além de selecionar espécies de aves de sub-bosque com potencial de estudo para o programa de monitoramento. Nos levantamentos realizados em 2008 nos períodos seco e chuvoso foram registradas 190 espécies de aves, distribuídas em 48 famílias, sendo 105 (55%) espécies de ordens nãoPasseriformes e 85 (45%) espécies da Ordem Passeriformes. As famílias melhor representadas foram Psittacidae com 17 espécies, Thamnophilidae e Thraupidae com 14 espécies cada, Columbidae com 12 e Trochilidae com 11 espécies. Na AID, a riqueza de espécies mostrou-se elevada, com a existência de espécies endêmicas e daquelas que atestam à boa qualidade das florestas ainda existentes na região. Assim, nas áreas de Floresta Ombrófila Aberta onde ainda são encontradas espécies endêmicas, aves de rapinas e aves seguidoras de formigas de correição, indicam que essas áreas ainda apresentam um bom estado de conservação. Os micro-habitats especiais existentes, como lagoas, brejos e afloramentos rochosos, na bacia do rio Aripuanã são extremamente importantes para aves migratórias. É possível que a 238 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 maioria dessas espécies migrantes dependa desses ambientes para fazer paradas regulares durante suas longas jornadas migratórias. Já as pastagens abrigam espécies de aves comuns e de ampla plasticidade ambiental, sendo que algumas delas têm expandido suas áreas de distribuição originais em virtude dos desmatamentos, como é o caso do anu-branco (Guira guira), do anu-preto (Crotophaga ani), bem-te-vi (Pitangus sulphuratus), entre outros. 14.4. Mastofauna Os resultados obtidos nos trabalhos de campo das campanhas referentes ao grupo dos mamíferos apontam para um inventário satisfatório, com sucesso na detecção de diversas espécies de vários grupos funcionais e resultam em uma lista de espécies de mamíferos registradas para a região bastante consistente, atingindo praticamente um terço de toda a fauna de mamíferos descrita para toda a Amazônia. Os resultados estão dentro do esperado para uma área de floresta dentro da Amazônia tanto pelo o esforço realizado como pela perturbação de origem antrópica atual e passada observada nas áreas estudadas. Assim como os morcegos e primatas, os pequenos mamíferos terrestres (gambás e ratos) são bons indicadores da qualidade de habitat, apresentam riqueza elevada (especialmente os roedores) e exploram diversos nichos em função da diversidade de hábitos de locomoção, dieta e horário de atividade. Os gambás, os morcegos, os macacos e os ratos são os grupos que apresentam o maior potencial para o descobrimento de espécies novas, principalmente para a Amazônia e sua zona de transição com o Cerrado. Nesse sentido, para que toda a fauna de mamíferos da região seja conhecida é aconselhável que maiores esforços (levantamentos de campo) sejam realizados para a coleta de seus representantes, especialmente em regiões serranas, como a da Serra do Expedito, onde está localizado o empreendimento. Nenhum espécime de pequeno mamífero terrestre foi coletado fora da área de influência direta do empreendimento, demonstrando que as perturbações observadas naquela área podem ter afugentado esta fauna. Por outro lado, as áreas de influência direta do empreendimento apresentaram maior riqueza para este grupo, mas podem sofrer desaparecimento local, em função das atividades de instalação e operação do empreendimento. Os resultados obtidos em campo para mamíferos de médio e grande porte são aceitáveis, não ficando grandes lacunas para animais de fácil detecção. Algumas espécies citadas neste inventário 239 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 chamam a atenção e merecem destaque: os felinos e os canídeos são animais predadores, topo de cadeia alimentar, e sua presença na área de influência direta do empreendimento sugere que os habitats ainda apresentam bom grau de conservação com a presença de todos os seus componentes, uma vez que sua existência na área só é permitida se as espécies que representam seus alimentos tiverem bom número populacional. Desta forma, também chama a atenção a marcante presença de algumas espécies presa. É o caso das antas, veados, catetos, pacas e cutias, que apesar de não terem sido avistados grande número de indivíduos, a quantidade de registros (pegadas, fezes e “revirados”) para estas espécies foi abundante, especialmente na área de influência direta do empreendimento. Queixadas tiveram uma quantidade de registros menor, mas sua presença na área também indica boa qualidade de habitat, uma vez que esta espécie não suporta viver em áreas fragmentadas. Dentre as espécies de mamíferos registradas para a área do empreendimento oito foram listadas como ameaçada de extinção, apenas uma na categoria ‘em perigo’ (o primata cuxiú, Chiropotes satanas) e as demais na categoria ‘vulnerável’ (o tamanduá-bandeira Myrmecophaga tridactyla, o tatu-canastra Priodontes maximus, o cachorro-do-mato-vinagre Speothos venaticus, o gato-do-mato Leopardus tigrinus, o gato-maracajá Leopardus wiedii, a onça-pintada Panthera onca e a ariranha Pteronura brasiliensis). No que diz respeito aos mamíferos, a instalação e operação do Empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., localizado no Município de Aripuanã/MT, acarretará um impacto negativo sobre esta fauna, especialmente nas áreas de maior declividade e de maior proximidade tanto da área de extração como da área de beneficiamento, além do trajeto entre estes locais. 15. MEIO ANTRÓPICO: SOCIOECONOMIA As cidades se transformaram na expressão da sociedade atual. O espaço urbano se produz a partir de imensas contradições, que fazem com que a cidade conviva com o melhor e o pior da sociedade. Não se pode negligenciar que importantes questões ambientais ocorram nas cidades, pois aí estão as maiores concentrações de pessoas e atividades econômicas, com importantes desdobramentos para a vida urbana, tais como os impactos decorrentes da infra-estrutura (rede de 240 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 esgoto e água, vias públicas, loteamentos, arruamentos, enchentes, construções, etc). Condições estas decorrentes à demanda da melhoria na qualidade de vida do município; a dimensão social e os impactos advindos das diferentes condições de acesso a saúde, educação, cultura, transporte, e os cuidados com a poluição e a insalubridade local. As políticas públicas e a gestões urbanas devem ser colocadas de maneira à atenderem aos interesses da população em busca do bem estar, e da qualidade de vida. Estas condições permitem ao trabalhador e seus dependentes o equilíbrio e o incremento na produtividade em seu ambiente de trabalho, uma vez que suas necessidades básicas estão sendo atendidas de forma eficaz. A sede municipal de Aripuanã, originada na margem direita do Rio Aripuanã, é classificada como um núcleo urbano de influência local restrita, com baixa oferta de infra-estrutura urbana, institucional e regional, está localizada a mais de 200 quilômetros de rodovia pavimentada com uma grande extensão territorial, sendo o terceiro maior em área geográfica do Estado de Mato Grosso, apresenta algumas aglomerações decorrentes de ocupação rural. Há no município duas terras indígenas, uma da etnia Arara e outra Cinta Larga. No período de 1991 a 1996 o município apresentou alta capacidade de atração de migrantes, com predominância da migração intraestadual (80%). Com baixo grau de urbanização, apresentou média taxa de crescimento da população urbana entre 1996 e 2000, cerca de 3% ao ano, provavelmente por força do desmembramento municipal. Entre o ano 2000 e 2004 encontrava-se entre os 20 municípios do Estado que apresentaram a maior taxa geométrica de crescimento anual (6,06%). Durante o período de construção da Usina Hidroelétrica de Dardanelos ocorreu um aumento populacional na cidade, sendo que no pico da obra estavam empregados em torno de 1.500 trabalhadores. Entre os anos de 2007 e 2008, segundo moradores, a cidade “inflou”. Mas, com o término da obra, a cidade se esvaziou, sendo que alguns moradores (principalmente donos de comércios) e mão de obra especializada (eletricistas, soldadores, motoristas de máquinas pesadas) foram embora com a construtora, para se estabelecer no município de Paranaíta, onde outra hidroelétrica encontra-se em construção. O deslocamento desta população estava relacionado a busca de melhores empregos e salários. 241 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Em 2010 a população residente em Aripuanã era de 18.656 habitantes, sendo que 11.681 se encontravam na zona urbana e 6.975 na zona rural A densidade demográfica era de 0,76 hab/km². A distribuição entre população masculina e feminina era de 54% e 46% respectivamente. A variação de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) no município de Aripuanã entre 1991 (0,640) e 2000 (0,704) foi de 1,10. Apresentava um IDH considerado médio. Na sua composição foram considerados renda, educação e longevidade. Desde o primeiro trabalho de campo, em 2008, verificou-se que o déficit habitacional de Aripuanã estava em torno de 350 moradias. Este número se mantinha em 2011, sendo este o número de pessoas inscritas no Cadastro Único. A Prefeitura de Aripuanã construiu em 2008, 50 casas para pessoas de baixa renda no Conjunto Habitacional Boa Esperança I. Neste ano estava em andamento um projeto para a construção de 160 casas para esta população. Eram moradias com uma sala, um quarto, cozinha e banheiro. Na ocasião, a cidade apresentava carência de casas para alugar e as disponíveis tinham valores de aluguel muito alto. Isto se devia a alta demanda ocasionada pela vinda dos trabalhadores para construção da Usina de Dardanelos. A empresa construiu 10 casas, de aproximadamente 100m², para seus funcionários mais graduados, que foram doadas a Prefeitura no término da obra. A Prefeitura pretendia vender estes imóveis. Em 2011, o que se observou na cidade foi uma grande quantidade de imóveis desocupados. O déficit habitacional se mantinha para a população de baixa renda. Muitas casas ocupadas por esta população eram de madeira e se encontravam em situação precária. É o que denominamos de déficit qualitativo, ou seja, moradias que apresentavam deficiência de infra-estrutura ou adensamento excessivo. Os moradores que preferencialmente ocupavam estas casas eram formados por mulheres chefes de famílias, geralmente com prole numerosa, ou cujo chefe da família era idoso. Segundo depoimentos orais, os moradores de Aripuanã acreditam que o futuro da cidade esteja no setor madeireiro e mineral. Mas é difícil falar sobre o futuro, saber o que vai acontecer. O município de Aripuanã terá que passar por transformações significativas que são lidar com o lixo, fornecimento de água, infra-estrutura de esgotos e rede pluvial. Produção de alimentos sem desperdício e de maneira sustentada. Vigilância sobre os rios, evitando que fiquem sujos e 242 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 saturados. Viabilizar uma conexão terrestre que permita o tráfego de veículos de maneira adequada, em rodovia com qualidade (mesmo que de terra), para entrada e saída de pessoas, da produção, e de produtos de consumo de primeiras necessidades ou de uma forma geral (vestuários, alimentos, remédios, eletro-domésticos, de construções, entre outros). Investir na população para que ela permaneça e se fixe no município, criando formas econômicas de sustentação, tornando-se independentes de ciclos econômicos gerados por empreendimentos passageiros. O novo empreendimento em Aripuanã requer novas estratégias de planejamento tais como: habitações, construção de redes de saneamento e água, transporte, escolas, posto de saúde, espaços de lazer urbano, melhoria da coleta de lixo, entre outros, visando melhorar a qualidade de vida dos moradores e ainda incrementando a região local de recursos necessários para o crescimento do município e a fixação da população no local mesmo após o termino do empreendimento.Toda área urbana requer a instalação de serviços básicos tais como a rede de esgoto e água pluvial. “É preciso prestar atenção aos espaços onde as pessoas vivem”. A captação de água existente mal consegue suprir a demanda da população residente local, desta forma, para o novo fluxo migratório há necessidade de incrementar esta oferta objetivando o bem estar das pessoas o que irá gerar um aumento na produtividade dos trabalhadores,apresentando um auto índice de satisfação, uma vez que seus familiares se encontram em boas condições de moradia, de saúde, alimentação, educação, lazer. O auto índice de satisfação e desenvolvimento cria um ambiente equilibrado e salutar, com baixo nível de violência e poucos problemas sociais. 16. MEIO ANTRÓPICO: ESTUDO ARQUEOLÓGICO A região noroeste de Mato Grosso, especificamente, onde está localizado o município de Aripuanã, e cujo a principal drenagem é o rio Aripuanã, tributário do rio Madeira, afluente do rio Amazonas, está inserida numa área de grande interesse para a arqueologia brasileira. Contudo, a região específica de Aripuanã ainda é arqueologicamente pouco conhecida, sendo que as primeiras pesquisas arqueológicas na região vem sendo desenvolvida há cerca de dois anos no âmbito de projetos relacionados a Estudos de Impacto Ambiental. Porém, pode-se considerar a área em estudo como componentente geográfico de uma região, onde, em tempos pré-coloniais, desenvolveram-se, diversificados processos culturais, dos quais alguns têm sido bastante investigados, sob perspectivas teóricas diversas, estabelecendo questões 243 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 clássicas para a arqueologia brasileira e sul-americana. Entre os principais temas que a região permite tratar estão: A antiguidade da ocupação humana na América do Sul; As expansões das culturas “neolíticas” amazônicas de povos de línguas tupiguarani e aruak, com a difusão da tecnologia cerâmica, da prática do cultivo e do estabelecimento das grandes aldeias; A ocorrência de contatos culturais entre grupos culturalmente diversos; e A emergência de padrões sociais complexos. Considerando a ampla abrangência geográfica do município de Aripuanã, o número de sítios arqueológicos registrados no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA-IPHAN) não retratam o elevado potencial arqueológico da região, um dos principais fatores para o baixo registro de sítios arqueológicos é a ausência de pesquisas na região, como mostrado a seguir. Sítios arqueológicos registrados nos município de Aripuanãs, de acordo com o Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos (CNSA-IPHAN) e Simões et al, 1978. Sítio Aripuanã Alto Aripuanã Corredeira dos Patos Kawahib Tipo/Localizaçao Referência Sítio lito-cerâmico a céu aberto, localizado na mata da margem direita do rio Aripuanã, junto a Eurico Theofilo Miller, 1977 antiga vila de Aripuanã. Sítio lito-cerâmico a céu aberto, localizado à margem direita do alto rio Aripuanã, junto a BR- Eurico Theofilo Miller, 1977 172 Sítio lito-cerâmico a céu aberto, localizado a margem direita do rio Aripuanã, em frente a Eurico Theofilo Miller, 1977 corredeira dos Patos Sítio lito-cerâmico a céu-aberto Mauro Renato de Oliveira Atualmente, está em andamento na região o projeto “Arqueologia Preventiva na Área de Influência Direta do Aproveitamento Hidrelétrico Dardanelos, MT”, já na fase de resgate arqueológico, contudo ainda não há bibliografia disponível já que os estudos ainda não foram concluídos. No município de Aripuanã, assim como em grande parte do norte de Mato Grosso, há muitas informações sobre peças líticas e cerâmicas, além de informações sobre materiais retirados de garimpo e durante desmate. No caso de Aripuanã, tais informações remetem as regiões adjacentes a do empreendimento em pauta, principalmente na área abrangida pelo rio Branco. Assim, para se obter informações sobre a presença de material arqueológico na área do empreendiemnto foram realizadas entrevistas com proprietários rurais, como mostrado na relação e nas 4 fotos que seguem: 244 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Relação dos entrevistados e das informações obtidas durante o levantamento de campo. Informante Gentil Justino Zanin e Vitalina Zanin Vitílio Cassol José Santos da Cruz Informações sobre vestígios arqueológicos Residem na região a cerca de 23 anos, nada souberam informar Residem na região a cerca de 23 anos, disse já ter visto um “pote de barro” na propriedade do Sr. José dos Santos Cruz Reside a cerca de 20 anos na região, disse já ter encontrado em sua propriedade uma lâmina de machado que já não está em sua posse. Coordenadas UTM do ponto onde foi localizado o material: 8891182 / 225346 Adelires Francisco Soares da Silva e Residem na região a cerca de 18 anos, nada souberam informar Lourdes Soares da Silva Foto 1 - Entrevista com o Sr. Gentil Zanin. Foto 2 - Entrevista com o Sr. Vitílio Cassol. 245 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Foto 3 - Entrevista com o Sr. José dos Santos Cruz (a esquerda). Foto 4 - Entrevista com o Sr Adelires Francisco Soares da Silva e Sra. Lourdes Soares da Silva. Os trabalhos de campo foram desenvolvidos de modo a contemplar os compartimentos ambientais significativos no contexto geral da área a ser impactada, uma vez que não se contava ainda com qualquer referência à pesquisas sobre o patrimônio arqueológico na área específica do empreendimento. Nesse sentido, foram realizados caminhamentos na área de influência direta e indireta do empreendimento, com o intuito de localizar vestígios arqueológicos em superfície. Com a finalidade de reconhecer vestígios arqueológicos em sub-superfície foram verificados locais que permitiam uma leitura estratigráfica, tais como margem de rios e estradas e áreas de erosão, entre outros. Assim sendo, foi realizado reconhecimento em 14 pontos vistoriados, localizados tanto na Área Direta, como na Indiretamente Afetadas. Em nenhum desses pontos foram verficados vestígios arqueológicos. 246 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Cabe ressaltar, contudo, que nesse primeiro levantamento buscou avaliar o potencial arqueológico da região (referência geográfica apresentada a seguir), de maneira que as análises seguintes pudessem ser melhor desenvolvidas. Nas etapas seguintes do trabalho de campo, com as prospecções sistemáticas em sub-superfície, poderão ser identificados vestígios arqueológicos. Relação das coordenadas em UTM dos pontos verificados durante o levantamento de campo. Ponto de Vistoria 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Coordenadas 224377 226813 226333 227657 225230 224300 225253 226724 226913 226657 227379 226424 226274 226065 225346 226804 226368 227622 8885554 8887486 8885854 8885474 8889490 8886388 8886260 8887614 8887522 8887512 8891254 8891474 8891168 8891084 8891182 8887228 8886838 8885520 Presença de Material Arqueológico Estéril Estéril Estéril Estéril Estéril Estéril Estéril Estéril Estéril Estéril Estéril Estéril Estéril Estéril Indicação de vestígio não verificado in loco Estéril Estéril Estéril 17. AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS A Avaliação dos Impactos Ambientais-AIA do Projeto Aripuanã/MT foi realizada por vários profissionais, envolvendo distintas áreas do conhecimento científico, e, por isso, foram adotados diferentes critérios para a análise dos impactos sobre os meios físico, biótico e antrópico-cultural. Neste documento está sendo apresentado um resumo da consolidação dessa avaliação temática, levando em consideração a metodologia adotada pelos profissionais/empresa que também realizaram o diagnóstico ambiental. A avaliação dos impactos sobre o meio físico foi apresentada de forma integrada para os temas: clima, geologia, relevo e solos; e em separado para os temas, hidrogeologia e recursos hídricos superficiais. Para o meio biótico foi realizada separadamente com relação à cobertura 247 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 vegetal, e à fauna silvestre; e finalmente, em relação ao meio antrópico-cultural está apresentada em dois tópicos: AIA sobre a socioeconomia e patrimônio histórico-cultural; e AIA sobre o patrimônio arqueológico. 17.1. AIA Sobre o Meio Físico: Clima, Geologia, Relevo e Solos O mapa morfopedológico que têm como referência a teoria dos sistemas, pela própria definição de compartimento morfopedológico29, foi uma ferramenta utilizada para a análise integrada dos impactos sobre o meio físico. A matriz simples adotada para a análise descritiva foram qualificados os impactos quanto à: natureza em: positivos ou negativos; causa: direto (efeito direto da ação) ou indireto (efeito secundário); magnitude: baixa, média ou alta intensidades; permanência: curta, média, longa duração, ou permanentes; abrangência (extensão): pontual, local ou regional; reversibilidade: reversível e irreversível; e finalmente, implicação (efeitos): irrelevante, sinérgico, e cumulativo30. Para a avaliação dos impactos sobre o clima, geologia, relevo e solos, além de se ter tomado como referência o Plano Diretor do Projeto Aripuanã, realizado pela empresa TECNOMIN – Projetos e Consultoria Ltda, baseou-se também, na interpretação de mapas elaborados durante o diagnóstico ambiental para a área de influência direta, principalmente o morfopedológico (Figura 160), de isodeclividade (Figura 161), e das áreas de preservação permanente - APPs (Figura 162). De acordo com Salomão (1994), compartimento morfopedológico é “a área que se apresenta relativamente homogênea, especialmente em relação aos tipos de rochas, formas de relevo, tipos de solos e de cobertura vegetal, e que resulta em determinando funcionamento hídrico”; a esta acrescentamos as características climáticas por ser fundamental o processo de elaboração das formas de relevo e na dinâmica hídrica, ao nível das vertentes. 30 Define-se como efeito cumulativo, quando o resultado do impcato se acumula no tempo ou no espaço. Como efeito sinérgico, quando há combinação de dois ou mais fatores, e o resultado dessa combinação tem efeito maior do que a soma dos resultados que esses fatores teriam separadamente. E, efeito irrelevante, neste caso, quando o impacto não for cumulativo, nem sinérgico. 29 248 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 160 – Mapa Morfopedológico sobre o qual foram plotadas as principais estruturas que compõem o Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT. 249 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 161 – Carta de isodeclividade da AID, e em destaque, e o Plano Diretor atual. 250 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 162 – Carta de áreas de preservação permanente (APPs de nascente e de curso d’água, e de declividade), em relação às estruturas previstas em layout do Plano Diretor do Projeto Aripuanã/MT. 251 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Assim, os quadros que seguem consolidam o resumo da avaliação dos impacos ambientais para os fatores do meio físico, clima, geologia, relevo e solos, nas fases de instalação, operação e desativação do empreendimento (Quadros 11, 12 e 13). Quadro 11 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais a serem gerados na fase de instalação do Projeto Aripuanã sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT. Impacto ambiental Atividades geradoras Avaliação do impacto Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Plano de controle de erosão. Adoção de PRAD. Implantação de sistema de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos). 1) Alterações topográficas/relevo com supressão de nascentes e olhos d’água e alterações no comportamento hídrico, drenagem natural e dinâmica superficial. Remoção de cobertura vegetal e pedológica, e de substrato rochoso para implantar rede viária e infraestrutura básica do empreendimento. Negativo, direto, média a alta intensidades, médio a longo prazos e permanentes, pontual e local, irreversível, irrelevante e sinérgico. 2) Erosão/assoreamento Remoção de cobertura vegetal e pedológica, e de substrato rochoso para implantar rede viária e infraestrutura básica do empreendimento. Negativo, direto, média a alta intensidades, médio a longo prazos e permanentes, local, reversível e irreversível, irrelevante/ sinérgico. Negativo, direto, média a alta intensidades, curto prazo, pontual, reversível, irrelevante/cumulativo. Negativo, direto, média a alta intensidades, curto prazo, pontual/local, reversível/reversível, irrelevante/cumulativo. Ruídos de natureza mecânica: 3) Alteração dos níveis de máquinas/equipamentos/veículos ruído etc. 4) Alterações na qualidade Movimentação de máquinas, do ar equipamentos e veículos Plano de controle de erosão. Adoção de PRAD. Implantação de sistema de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos). Engenharia e manutenção de veículos e equipamentos. Uso de EPIs, Programas de Monitoramento de Níveis de Ruído Engenharia e manutenção de veículos e equipamentos. Limitação de velocidade de veículos. Umidificação das vias locais, Programas de Monitoramento de Qualidade do Ar. 5) Geração de resíduos sólidos (domésticos, e estéreis), e consequente contaminação dos solos Limpezas em geral, embalagens de origem industrial, restos de alimentos (orgânicos/ inorgânicos), dejetos humanos. Volumes de materiais (coberturas vegetais, solos, rochas) Negativo, direto, média/alta intensidades, curto/médio/longo prazos, local, reversível, irrelevante/ cumulativo. Minimização da geração, coleta seletiva, reuso, reciclagem e coprocessamento (quando possível) e adequada destinação (aterro sanitário, depósito de resíduos, etc.). 6) Impacto visual Escavação/remoção/deposição de cobertura vegetal/solos/substratos rochosos para implantar o Projeto Aripuanã Negativo, direto, média intensidade, curto/médio/ longo prazos/permanente, pontual, reversível/ irreversível, irrelevante. Programa de Educação Ambiental, PCA, PRAD. Quadro 12 - Resumo da avaliação de impactos ambientais a serem gerados na fase de operação do Projeto Aripuanã sobre fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT. Impacto ambiental Atividades geradoras 1) Geração de efluentes industriais na planta de beneficiamento e a Processo de beneficiamento do conseqüente minério. contaminação de solos/substratos rochosos. Avaliação do impacto Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Negativo, direto, alta intensidade, médio a longo prazos, pontual e local, reversível/irreversível, cumulativo/sinérgico. Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Águas e Efluentes). Tratamento de efluentes/pond de recirculação de água. Programas de Monitoramento de água/efluente. Programas de Educação Ambiental. 252 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Impacto ambiental Atividades geradoras Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Avaliação do impacto 2) Geração de efluentes de origem industrial e a Abastecimento e manutenção de conseqüente máquinas/veículos e contaminação de equipamentos, e limpeza geral solos/rochas. Negativo, direto, média a alta intensidades, médio a longo prazos, pontual, reversível, irrelevante 3) Geração de rejeitos com risco de contaminação de solos/substratos rochosos. Processo de beneficiamento do minério, e condução de backfill com adição de cimento, da planta à mina, por tubulações, disposição em pilha. Negativo, direto, alta intensidade, longo prazo, pontual e local, irreversível, cumulativo e sinérgico. Pessoal envolvido no empreendimento e atividades correlatas. Negativo, direto, média intensidade, longo prazo, pontual, reversível, e sinérgico. Limpezas em geral, embalagens de origem industrial e dejetos humanos, na lavra e beneficiamento do minério. Negativos,diretos, baixa a média intensidades, longo prazo, pontuais, reversíveis, irrelevantes, e cumulativo/sinérgico. 4) Geração de efluentes domésticos, e a conseqüente contaminação de solos/substratos rochosos 5) Geração de resíduos sólidos, domésticos, e estéreis, com risco de contaminação de solos/substratos rochosos. 6) Alterações na estrutura do corpo de serra do Expedito. Detonações e remoções de rochas (estéril/minério). 7) Contaminação de solos/rochas, por metais Rochas sulfetadas oriundas das solubilizados e minas, Arex e Ambrex. drenagem ácida. Ruídos de natureza mecânica: 8) Alteração dos níveis máquinas/equipamentos/veículos de ruído. . 9) Alteração dos níveis Desmonte de rocha por explosivo de vibração e (detonações). sobrepressão acústica. Abertura de galerias/detonações, 10) Alteração dos níveis britagem, movimentação de de qualidade do ar. máquinas, equipamentos e veículos. Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Águas e Efluentes). Implementação do sistema de captação, separação e destinação de efluentes. Programas de Ed. Ambiental. Sistema de drenagem com pond de efluentes na pilha de rejeitos e drenagem de emergência na planta, pilha e ao longo da tubulação. Sistema de proteção nas tubulações de rejeitos. Programas de Monitoramentos de Água/Efluente na pilha de rejeitos e à sua jusante, na bacia do córrego Arrainha Programas de Ed. Ambiental e de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Resíduos, Efluentes e Barragens). Adoção de sistema de tratamento no complexo industrial, banheiros na mina. Programas de Ed. Ambiental e de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Águas e Efluentes). Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Resíduos). Minimização da geração, coleta seletiva, reuso, reciclagem e co-processamento (quando possível) e adequada destinação (aterro regularizado, interno ou externo). Retorno de materiais (rochas/estéreis e Negativo, direto, média a backfill/rejeitos com cimento. Progr. alta intensidades, longo Monitoramento de Águas e Hidrogeológico. prazo, pontual, irreversível, Planejamentos de lavra e de fogo adequados. sinérgico. Progr. Gerenciam. de Riscos Ambientais (Descomissionamento). Predição da geração de drenagem ácida com Negativo, direto, alta adoção de medidas mitigadoras (no PCA). intensidade, longo prazo/ Programa de Monitoramento de água na permanente, pontual/local, mina e na bacia do Guaribal. Programa de reversível/irreversível, Gerenciamento de Riscos Ambientais sinérgico. (Descomissionamento, Resíduos e Efluentes) Negativo, direto, média Engenharia e manutenção de veículos e intensidade, longo prazo, equipamentos. Enclausuramento de pontual/local, reversível, equipamentos. Uso de EPIs), Programas de irrelevante/sinérgico. Monitoramento dos Níveis de Ruído Negativo, direto, baixa intensidade, longo prazo, Plano de fogo controlado. Programa de pontual, reversível, monitoramento da vibração. irrelevante/sinérgico. Negativo, direto, média e Engenharia e manutenção de veículos e alta intensidade, longo equipamentos. Limitação de velocidade de prazo, pontual, reversível, veículos. Sistema de umidificação, e sistema irrelevante. de exaustão na mina. Programas de 253 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Impacto ambiental Atividades geradoras Transporte rodoviário do Projeto 11) Riscos de acidente Aripuanã/MT à para outros locais no transporte de cargas fora de MT (vendidos no perigosas (concentrado mercado para posterior refino de minérios). pelos smelters). Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Avaliação do impacto Negativo, direto e indireto, alta intensidade, longo prazo/permanente, regional, reversível, sinérgico e cumulativo. Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Monitoramento de Qualidade do Ar. Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Emissões) Executar o Plano Adoção das normas técnicas para transporte de cargas perigosas, implantação de brigada de emergência ambiental para a rota de transporte . Programa de Gerenciamento de Riscos Ambientais (Gestão de Cargas Perigosas). Quadro 13 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais da fase de desativação do Projeto Aripuanã, sobre os fatores do clima, geologia, relevo, e solos, na região da serra do Expedito, Aripuanã/MT. Impacto ambiental 1) Alterações na paisagem das ADAs do flanco sul da serra do Expedito e na área do complexo industrial (impacto visual). 2) Riscos de erosões, assoreamentos, compactação de solos, colapsos, subsidências, etc. 3) Riscos de contaminação do solo, aterros/rochas (por drenagem ácida, e por restos de concentrados de minérios). Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Desativação/fechamento das minas Plano de Fechamento da Mina (como Positivo/negativo, direto, (Arex e Ambrex), e parte do planejamento da produção), média a alta intensidades, descomissionamento do complexo Plano de Recuperação de Áreas permanente, pontual, industrial com remoção/demolição de Degradadas – PRAD, e Programa de irreversível, sinérgico. estruturas e manutenção de outras. Ed. Ambiental. Negativo, direto, média a Desativação/fechamento das minas alta intensidades, longo Plano de Fechamento da Mina (como (Arex e Ambrex), e prazo e permanente, parte do planejamento da produção), descomissionamento do complexo pontual e local, Plano de Controle de Erosão, PRAD industrial (remoção/demolição de reversível/irreversível, e Programa de Ed. Ambiental. estruturas e manutenção de outras). irrelevante e sinérgico. Negativo, direto, alta Plano de Gerenciamento de RiscosManutenção da pilha de rejeitos (seco), intensidade, permanente, PGR, Plano de Fechamento da Mina backfill (com cimento) no interior das local, (como parte do planejamento da minas desativadas (Arex e Ambrex). reversível/irreversível, produção), PRAD e Programa de Ed. sinérgico. Ambiental. Atividades geradoras Avaliação do impacto 17.2. AIA sobre os Corpos D'água Superficiais Foi adotado o conceito de impacto ambiental definido pela Resolução CONAMA n° 001 de 1986, Art.1, que é “qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas ”. Como critério de valoração dos impactos para alterações na qualidade da água, adotou-se os padrões da Resolução CONAMA n° 357 para corpos d'água da classe 2 (Art. 15), como é o caso dos rios e córregos que drenam a AID e AII do Projeto Aripuanã. O modelo de avaliação de impactos foi baseado nos mesmos critérios adotados nos estudos de hidrogeologia e água subterrânea, realizado pela Hidrovia-Hidrogeologia e Meio Ambiente (julho de 2012), inclusive para a construção da matriz de impactos e escala de valores dos mesmos, 254 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 considerando as atividades das etapas de implantação, operação e fechamento da mina do Projeto Aripuanã. A atividade de previsão de impactos envolve, entre outras, a escolha de indicadores, que equivale a decidir o que prever, selecionando os indicadores que serão empregados para realizar o prognóstico e levando em conta não somente a "previsibilidade", mas também a capacidade e o custo de monitorar esses parâmetros (SÁNCHES, 2006). Para a valoração dos impactos sobre os corpos d'água superficiais, especificamente em relação a magnitude e significância, adotou-se o uso de indicadores da quantidade e da qualidade de água, de acordo com o constatado nos estudos da fase de diagnóstico, para os corpos d’água avaliados. Já os resultados das análises físicas, químicas e microbiológicas deste diagnóstico indicaram semelhança na qualidade da água na escala espacial, ou seja, entre as estações de coleta, no entanto, foi observado diferença entre os períodos hidrológicos, com redução na qualidade no período chuvoso, especialmente em dezembro quanto ao aspecto óptico da água (cor) e concentração de material inorgânico. Quanto a quantidade de água nos corpos d'água, adotou-se as variações anuais das vazões líquida e sólida, especificamente do córrego Guaribal, cuja área de drenagem está localizada na AID. Este córrego apresentou variações tipicamente sazonais, de acordo com o regime de chuvas na região, sendo que as maiores vazões líquidas foram registradas na época de chuva, conforme os estudos hidrológicos. Com relação a vazão sólida, não foram feitas medições na fase de diagnóstico, mas recomenda-se seu monitoramento no córrego Guaribal, no mesmo local onde foi recomendado nos estudos hidrológicos a instalação de uma estação hidrométrica (próximo a sua foz no rio Aripuanã), onde foram realizadas as medições de vazão líquida nesta fase, uma vez que trata-se de uma medição valorada na matriz de impactos (mesmo que por estimativa), especificamente em relação assoreamento, e cuja variação anual na fase de operação do empreendimento poderá ser um importante indicador ambiental. Convém mencionar que na matriz de avaliação de impactos, a alteração da qualidade da água, refere-se a alterações dos parâmetros que apresentaram variação anual significativa nos estudos do diagnóstico, mas que com as atividades da mina, podem apresentar incremento acima dos níveis comumente observados anteriormente e/ou do padrão da legislação. Já a contaminação da água referida na matriz diz respeito a possível introdução de substâncias orgânicas ou 255 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 inorgânicas que sejam usadas no processo de extração mineral, e que não foram detectados ou apresentaram valores muito baixos nos ambientes avaliados na fase de diagnóstico. Assim, foram adotados os seguintes parâmetros da qualidade e quantidade da água superficial, como principais indicadores da valoração dos impactos constantes na matriz, que deverão ser enfocados no monitoramento ambiental, tendo como comparação os padrões da legislação e os estudos da fase de diagnóstico, quais sejam: a) Parâmetros indicadores das alterações da qualidade da água: pH, condutividade elétrica, cor, sólidos dissolvidos, ferro dissolvido, alumínio, manganês, fósforo total, DQO, coliformes totais e zoobentos. B) Parâmetros indicadores da contaminação da água: fluoreto, sulfato, sulfeto, cianeto, cádmio, chumbo, cobre, zinco, arsênio, selênio, óleos e graxas e sódio. c) Parâmetros indicadores das alterações na dinâmica hidrológica: vazões líquida e sólida. É importante ressaltar que a estimativa de quanto será alterado cada parâmetro acima em relação as atividades que ocorrerão nas fases de implantação, operação e fechamento da mina, foi a mais objetiva possível, dentro das limitações próprias da avaliação de impactos. Para a classificação e ponderação dos valores dos impactos, foram adotados os seguintes critérios, visando a padronização com os estudos de água subterrânea (Hidrovias, 2012), quais sejam: a) Tipo: Natureza (positiva ou negativa), forma de manifestação (contínua, descontínua ou cíclica), prazo de ocorrência (curto prazo ou médio a longo prazos), e incidência (dirta ou indireta). b) Magnitude: reversibilidade, reversível (1) ou irreversível (3); abrangência, pontual (1), local (3) ou regional (5); relevância, irrelevante (0), moderadamente relevante (1), relevante (3) ou Muito relevante (5); magnitude propriamente dita, conforme produtos dos pesos, é classificada como: desprezível (0), baixa (1 ou 3), moderada (5, 9 ou 15) ou alta (25, 27, 45 ou 75). c) Significância: magnitude: baixa (5), moderada (15) ou alta (25). Note que um impacto de magnitude desprezível é classificado como insignificante. Duração, temporária (5) ou permanente (10); ocorrência, potencial (5) ou real (10); probabilidade de ocorrência, baixa (5), média (10), alta (15) ou certa (20); e significância propriamente dita, de acordo com a soma dos valores a significância do impacto é determinada como: insignificante (de magnitude desprezível); baixa (20≤ S < 40). média (40 ≤ S < 50) ou alta (50 ≤ S ≤ 65). A magnitude é dada pelo produto dos valores atribuídos aos critérios reversibilidade, abrangência e relevância. Caso o impacto seja irrelevante a magnitude foi desprezível. Se o total 256 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 obtido pela multiplicação dos parâmetros para um dado impacto for 1 ou 3 a magnitude desse impacto será baixa, se for 5, 9 ou 15 será moderada e se for 25, 27,45 ou 75 será de magnitude alta. A significância do impacto é dada pela somatória dos valores atribuídos aos critérios magnitude, duração, ocorrência e probabilidade da ocorrência. A magnitude baixa recebe o valor 5, a média o valor 15 e a alta o valor 25, e então são somados os valores atribuídos aos demais parâmetros. Os impactos de magnitude desprezível foram considerados insignificantes. O impacto cujo somatório dos valores dos critérios citados é igual a 20 ou menor que 40, é classificado como de baixa significância. Se for igual a 40 e menor que 50 é de significância moderada e se for igual a 50 e menor que 65 é de alta significância. Os resultados do AIA do Projeto Aripuanã encontram-se sintetizados nas Tabelas 23 e 24 para cada fase do empreendimento, implantação, operação e fechamento. Destaca-se que os programas de monitoramento da qualidade e quantidade de água deverão ser mantidos até a estabilidade do sistema, com aprovação do órgão ambiental, tendo em vista as ações da fase de fechamento e a necessidade de verificação dos índices de contaminação e alteração da qualidade da água após as atividades desta fase, que deverão ocorrer de médio a longo prazos. O monitoramento da quantidade de água e sedimento transportado pelos córregos, permite verificar os processos de assoreamento e alteração nos volumes de água com a supressão de nascentes e outras atividades. Os ponds de efluentes deverão ser soterrados após returar os resíduos químicos que ficarão retidos neste local ao longo da operação da mina, e, só poderão sair para algum corpo hídrico, se atender aos padrões da legislação de efluentes (Resolução CONAMA nº 430), e após autorização do órgão ambiental. Se for inviável desconstruí-los o monitoramento nos ponds e córregos de entorno, deverá ser contínuo, nas fases de operação, fechamento e após fechamento, até a completa estabilidade do sistema, e aprovação do órgão ambiental. A barragem de água supõemse que ficará após o encerramento das atividades, e também deverá ser monitorada (no reservatório, a montante e a jusante), conforme os padrões da qualidade aos usos múltiplos da água (Resolução CONAMA nº 357) e até a completa estabilidade do sistema e aprovação do órgão ambiental. 17.3. AIA sobre os Fatores Hidrogeológicos Como já anteriromente referido, o modelo de avaliação de impactos foi baseado nos mesmos critérios adotados nos estudos dos corpos d’água superficiais, inclusive para a construção da matriz de impactos e escala de valores, considerando as atividades das etapas de implantação, operação e 257 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 fechamento da mina do Projeto Aripuanã. A metodologia utilizada na avaliação é sintetizada na Figura 163. 258 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela 23 - Matriz de avaliação de impactos ambientais das fases de implantação e operação do empreendimento. 259 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela 24 - Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de desativação do empreendimento. 260 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Figura 163 - Metodologia adotada para análise dos impactos ambientais no Projeto Aripuanã. Considerando as características específicas do empreendimento e a experiência em outros estudos de impactos ambientais para áreas destinadas a mineração foram previstos quatro impactos ambientais relacionados às atividades ao longo das etapas do empreendimento, como pode ser observado na Tabela 25. E nas Tabelas 26 e 27está a consolidação da avaliação desses impactos segundo as atividades e as distintas fases do empreendimento. Tabela 25- Impactos ambientais sobre as águas subterrâneas. GRUPO IMPACTOS SOBRE OS RECURSOS HÍDRICOS Alteração das taxas de recarga do aquífero ALTERAÇÃO DA DINÂMICA HÍDRICA SUBTERRÂNEA Supressão de nascentes Alteração na dinâmica hídrica subterrânea ALTERAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS Alteração da qualidade da água subterrânea 261 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela 26 – Matriz de avaliação de impactos ambientais da fase de implantação do empreendimento. ASPECTOS AMBIENTAIS Planilha de Impactos Ambientais Projeto Aripuanã Retirada da cobertura vegetal Consumo/bombeamento/ armazenamento de água subterrânea Geração de efluentes líquidos Mudanças nas propriedades dos solos Rebaixamento do nível d'água Geração de resíduos sólidos Geração de efluentes oleosos Movimentações de terra Rebaixamento do nível d'água Dinâmica hídrica subterrânea Qualidade das águas 1 2 3 4 Alteração das taxas de recarga do aquífero Supressão de nascentes Alteração da dinâmica hídrica subterrânea Alteração da qualidade da água subterrânea Negativa Negativa Negativa Negativa Curto prazo Curto prazo Curto prazo Médio prazo Direta Direta Direta Indireta Reversibilidade 1 1 1 3 Abrangência 1 1 1 3 Relevância 5 5 1 1 5 5 1 9 Moderada Moderada Baixa Moderada Magnitude 15 15 5 15 Duração 5 5 5 10 Ocorrência 10 10 10 5 Probabilidade da ocorrência 20 20 20 5 50 50 40 35 Alta Alta Média Baixa IMPACTOS AMBIENTAIS Construção e melhoria das vias de acesso Trasnporte de máquinas e equipamentos Implantação de canteiro de obras ATIVIDADES Decapeamento e terraplenagem Implantação de sistema de captação e armazenamento de água Estocamento de solo vegetal Preparação dos locais de disposição de rejeitos Instalação de linha de transmissão de energia ou de grupo gerador FASE DE IMPLANTAÇÃOI Construção e montagem das instalações de manuseio e beneficiamento Construção e montagem das instalações de apoio Disposição de resíduos sólidos Implantação de viveiro de mudas TIPO Natureza Prazo para ocorrência MAGNITUDE Total Magnitude SIGNIFICÂNCIA VALORAÇÃO DO IMPACTO Incidência Total SIGNIFICÂNCIA 262 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Tabela 27 - Matriz de avaliação de impacto ambientais das fases de operação e fechamento do Projeto Aripuanã/MT. ASPECTOS AMBIENTAIS Retirada da cobertura vegetal Planilha de Impactos Ambientais Projeto Aripuanã Mudanças nas propriedades dos solos Consumo/bombeamento/ armazenamento de água subterrânea Rebaixamento do nível d'água Movimentações de terra Dinâmica hídrica subterrânea Geração de efluentes líquidos Geração de resíduos sólidos Geração de efluentes oleosos Rebaixamento do nível d'água Qualidade das águas 1 2 3 4 Alteração das taxas de recarga do aquífero Supressão de nascentes Alteração da dinâmica hídrica subterrânea Alteração da qualidade da água subterrânea Natureza Negativa Negativa Negativa Negativa Prazo para ocorrência Curto prazo Curto prazo Curto prazo Curto a médio prazo Incidência Direta Direta Direta Indireta Reversibilidade 3 3 1 3 Abrangência 1 3 3 3 Relevância 1 1 5 5 IMPACTOS AMBIENTAIS Drenagem da mina e áreas operacionais Desaguamento da mina Perfuração e desmonte de rocha Carregamento e transporte de minério e estéril Estocagem de minério ATIVIDADES Disposição de estéreis Disposição temporária de solo vegetal Britagem e classificação Beneficiamento Processamento químico Secagem dos produtos FASE DE OPERAÇÃO Disposição de rejeito Estocagem dos produtos Transporte Estocagem de insumos Disposição de resíduos sólidos ATIVIDADES MAGNITUDE SIGNIFICÂNCIA VALORAÇÃO DO IMPACTO TIPO Manutenção Total 3 9 15 45 Magnitude Magnitude Baixa Moderada Moderada Alta Duração 5 10 15 10 15 5 25 5 Ocorrência 10 5 10 5 Probabilidade da ocorrência 20 10 20 15 Total 45 40 50 50 Média Média Alta Alta SIGNIFICÂNCIA Retaludamento e implantação de sistema de drenagem Revegetação e recuperação de áreas degradadas Fechamento de acessos Desmontagens das instalações elétricas e mecânicas Remoção de insumos e resíduos SIGNIFICÂNCIA MAGNITUDE TIPO Supervisão e monitoramento VALORAÇÃO DO IMPACTO FASE DE FECHAMENTO Demolição de edifícios Natureza Positivo Negativo Positivo Negativa Prazo para ocorrência Médio a longo prazo Curto prazo Médio a longo prazo Curtoa média prazo Incidência Direta Direta Indireto Indireta Reversibilidade 1 1 1 1 Abrangência 1 3 3 3 Relevância 5 1 3 5 Total 5 3 9 15 Magnitude Magnitude Moderada 15 Baixa 5 Moderada 10 Moderada 15 Duração 5 5 5 5 Ocorrência 10 10 Probabilidade da ocorrência 20 20 10 15 5 10 Total 50 40 40 35 SIGNIFICÂNCIA Alta Média Média Baixa 263 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 17.4. AIA sobre a Vegetação Para avaliar os impactos sobre a vegetação adotou-se a mesma metodologia utilizada na AIA sobre os fatores do clima, solos, relevo e geologia, cujo Quadro 14 apresenta um resumo dessa avaliação. Quadro 14 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais nas fases de instalação e de desativação do Projeto Aripuanã, sobre a cobertura vegetal da região da serra do Expedito, Aripuanã/MT. Fase de instalação Impacto ambiental Tipologia da cobertura vegetal atingida Avaliação do impacto Atividades geradoras Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Implantação de estradas para acesso às estruturas do empreendimento, e seu sistema de drenagem (com obras de engenharia, bueiros, pontes, etc.) 1) Supressão de vegetação e conseqüente aumento de erosão, supressão de habitats e perda de diversidade biológica. Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-FOAp; Vegetação secundária de Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-VsFOAp; e pastagem plantada-Pp. Implantação do depósito de resíduos, e sistema de drenagem Implementação de PCA – Plano de Controle Ambiental/Plano de controle Negativo, direto, de erosão. Adoção de PRAD média a alta – Plano de Recuperação de intensidades, longo Áreas Degradadas. prazo e permanente, Implantação de sistemas de pontual e local, disciplinamento de águas reversível e (captação e drenagem de irreversível, sinérgico. excedentes hídricos). PEF – Plano de Exploração Florestal. Programa de Educação Ambiental. Implantação do depósito de rejeitos e das estruturas a ele conjugadas (ponds, sistema de drenagem, etc.). Implantação dos paióis (explosivos/ espoletas) e estruturas a eles conjugadas. Implantação da planta de beneficiamento e demais estruturas conjugadas. Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-FOAp; Floresta Ombrófia Aberta com justacontal-FOAj. Implantação de emboques das minas (Arex/Ambrex), praças de ventilação e demais estruturas conjugadas (taludes em cortes/aterros, barreiras protetoras, vias de acesso). Fase de instalação/operação Impacto ambiental 2) Morte de vegetação por rebaixamento de lençol, e conseqüente supressão de habitats. Tipologia da cobertura vegetal atingida Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-FOAp. Atividades geradoras Desaguamento de mina/ rebaixamento de nível de água para desenvolvimento e lavra das minas (Arex/Ambrex). Avaliação do impacto Negativo, direto, alta intensidade, longo prazo e permanente, local, reversível e irreversível, sinérgico. Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Monitoramento das águas superficiais e subsuperficiais, e adoção de PRAD. 264 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Fase de instalação/operação Impacto ambiental 3) Supressão de vegetação e conseqüente aumento de erosão/ assoreamento, alterações nos solos, comportamento hídrico, e nos habitats de entorno do lago. Tipologia da cobertura vegetal atingida Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras-FOAp; e pastagem plantada-Pp. Atividades geradoras Avaliação do impacto Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Implementação de PCA – Plano de Controle Ambiental/Plano de Controle de Erosão. Adoção de PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Implantação de sistemas de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos). PEF – Plano de Exploração Florestal. Construção da barragem e a conseqüente formação da represa. Fase de desativação Impacto ambiental Tipologia da cobertura vegetal atingida 4) Alteração da cobertura vegetal Área a ser revegetada. sem possibilidade de retorno. 5) Recuperação da cobertura vegetal (florestas e pastagens). Áreas que serão recuperadas e revegetadas com Floresta Ombrófia Aberta com palmeiras. Áreas que serão revegetadas com pastagem plantada. Atividades geradoras Avaliação do impacto Desativação do empreendimento e fechamento/lacramento da pilha de rejeitos. Negativo, direto, alta intensidade, permanente, pontual, irreversível, sinérgico. Desativação do empreendimento, com demolição e remoção daquelas estruturas previstas para serem posteriormente revegetadas. Positivo, direto, média a alta intensidades, longo prazo e permanente, pontual, reversível, sinérgico. Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Implementação de PCA – Plano de Controle Ambiental/Plano de controle de erosão. Adoção de PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas. Implantação de sistemas de disciplinamento de águas (captação e drenagem de excedentes hídricos). PEF – Plano de Exploração Florestal. Programa de Educação Ambiental. 17.5. AIA sobre a Fauna (Entomofauna, Ictiofauna, Herpetofauna, Avifuna e Mastofauna) O empreendimento causará mudanças na paisagem natural, causando deslocamento de comunidade de insetos para novas áreas alterando e desestruturando as comunidades, alterando habitats e micro-habitats da entomofauna, resultando numa diminuição da riqueza de espécies e em aumento de abundância, conforme avaliação sintetizada nos Quadros 15 e 16. 265 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 15 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a entomofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL ATIVIDADE Deposição de resíduos CRITÉRIOS PRINCIPAIS Reversibilidade Abrangência CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Descontínua Real Direta Curto prazo 1, 2, 3, 7 Aquático (interrupção e assoreamento de cursos d’água) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Movimentação de veículos Distúrbio sobre a fauna e atropelamentos Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 4, 5 Desenvolvimento de todas as atividades previstas pelo empreendimento Trânsito de pessoas Caça/coleta Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 4, 6 Disposição de resíduos sólidos Poluição do solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 11 Produção de efluentes domésticos e resíduos líquidos Poluição de águas e solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 9 Fragmentação e perda de habitat e Terraplanagem e Construção de Benfeitorias Adensamento de mão-de-obra IMPACTO AMBIENTAL Terrestre (remoção do solo e cobertura vegetal; compactação do solo) Retificação e Construções de Estradas Construções ASPECTO AMBIENTAL 266 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 16 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a entomofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS CRITÉRIOS PRINCIPAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL Transporte Transporte de pessoal, minérios para beneficiamento e escoamento da produção Atropelamento Perda de espécimes da fauna Irreversível Retirada dos minérios Perda e fragmentação de hábitat Terrestre (supressão da vegetação) Disposição de materiais sólidos Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES* Pontual Baixa Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio prazo 5 Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2 Aquático (interrupção e assoreamento de cursos d’água) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 2, 3 Pilha de rejeitos Área degradada Reversível Pontual Baixa Baixa Positiva Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 9 Disposição de resíduos sólidos Poluição do solo Perda de hábitat e Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 11 Produção de efluentes domésticos e resíduos líquidos Poluição de águas e solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 11 Desenvolvimento de todas as atividades previstas pelo empreendimento Trânsito de pessoas caça Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 6 Lavra Deposição de resíduos Adensamento de mão-de-obra CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Reversibilidade Abrangência 267 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 As medidas mitigadoras dos impactos sobre a entomofauna estão relacionadas ao Programa de Recuperação de Áreas Degradadas, que inclui os procedimentos técnicos a serem adotados pelo Construtor, antes, durante e após o término de cada obra. As medidas incluem a adoção de procedimentos de proteção nos cortes e aterros, como uso de canaletas, instalação de drenos para escoamento da água de chuva, reafeiçoamento do terreno e rearborização dos taludes e das demais áreas degradadas, bem como ao longo dos cursos d’água com o intuito de manter corredores para a preservação da fauna de invertebrados. Não há medidas compensatórias reais, para os impactos, a curto e médio prazos, sendo mais apropriada a aquisição de áreas íntegras com proporcionalidade de habitats semelhantes. Entretanto, sugere-se que o desmate seja realizado apenas e somente nos locais em que a prática é absolutamente necessária, evitando extrapolar o tamanho da área concedida para este fim, pois a retirada da vegetação provoca o aumenta no índice de vetores e no número de insetos praga, fazendo com que esses indivíduos busquem novas áreas para o seu estabelecimento. Sugere-se também que sejam feitos esforços para reflorestar com espécies nativas, se possível, com o reaproveitamento do solo e banco de sementes. Além disso, deve ser feito resgate da entomofauna durante o desmatamento, visando o seu remanejamento de área e/ou à conservação in situ em coleções zoológicas de referência estaduais. E, deverá ainda, ser implementado um programa de monitoramento da entomofauna, a ser iniciado na fase de instalação da obra e durar, no mínimo cinco anos após o início da fase de operação. Nos Quadros 17 e 18 estão apresentados os impactos que serão causados pelo “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., sobre a Ictiofauna durante as fases de instalação e operação de empreendimento. 268 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 17 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Ictiofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL Construções Terraplanagem ATIVIDADE CRITÉRIOS PRINCIPAIS ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL Construções de Estradas e edificações Assoreamento e exposição dos corpos de água diminuindo a entrada de recursos alóctones Perda de habitat e perda de espécies Irreversível Construção do local de deposito de materiais sólidos (depósito de resíduos) Perda de habitat Extinção pontual de espécies Barragem no córrego Arrainha, com formação de lago na área dos pontos de coleta Perda de habitat Construção de reservatório de água na área Perda e modificação de habitat CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Real Direta Longo prazo 2, 3 Irreversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Potencial Direta Longo prazo 7 Extinção local de espécies Irreversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Real Direta Longo prazo 7 Extinção local de espécies e alteração da comunidade local Irreversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Real Direta Longo prazo 7 Reversibilidade Abrangência 269 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 E-mail : [email protected] Quadro 18 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Ictiofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL ATIVIDADE Transportes Transporte de pessoal, minérios para beneficiamento e escoamento da produção CRITÉRIOS PRINCIPAIS ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL Suspensão de partículas que poderão ser carreadas para os corpos de água através das chuvas Assoreamento e perda de habitat Reversibilidade reversível Abrangência Local CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Moderada Média Negativa Temporária Contínua Potencial Direta Longo prazo 2, 4 Contaminação das águas e dos peixes por resíduos oriundos da atividade mineradora Perda de qualidade da água e mortalidade de peixes reversível Regional Alta Alta Negativa Temporária Contínua Potencial Direta Longo prazo 3, 8, 9 Perda de diversidade Alteração do funcionamento dos ecossistemas aquáticos na serra do Expedito devido à perda de diversidade de espécies de peixes, com possíveis consequências para a ictiofauna do Rio Aripuanã. irreversível regional Alta Alta Negativa Permanente Contínua Real Direta Longo prazo 2, 3, 7, 8, 9 reversível Local Alta Alta Negativa Permanente Contínua Potencial Direta Longo prazo 3, 8, 9 reversível Regional Alta Alta Negativa Permanente Contínua Potencial Direta Longo prazo 3, 8, 9 Processo de lavra subterrânea Lavras e Beneficiamento Pilha de rejeitos Contaminação das águas e dos peixes por rejeitos oriundos da atividade mineradora Deposição de resíduos Contaminação das águas e dos peixes por resíduos oriundos da atividade mineradora Perda de qualidade da água e mortalidade de peixes Perda de qualidade da água e mortalidade de peixes 270 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Para mitigar os impactos sobre a ictiofauna, recomenda-se: 1) Recuperar o leito e da mata ciliar dos igarapés que já estão impactados dentro da área e recuperar a cobertura nativa em locais que não serão utilizados para atividades de exploração mineral, independente da distância de corpos de água; 2) Monitorar o teor de zinco, cobre e chumbo e resíduos de produtos utilizados no processamento destes minérios nas águas superficiais em toda área das bacias dos córregos Guaribal e Praia Grande, inclusive na confluência destes com o Rio Aripuanã; 3) Monitorar o teor de zinco, cobre e chumbo e resíduos de produtos utilizados no processamento destes minérios no tecido muscular dos peixes em todos os pontos de coleta (previsto no plano de monitoramento da ictiofauna); 4) Monitorar a ictiofauna no período de instalação e operação e pós operação do empreendimento de exploração mineral, conforme Instrução Normativa Nº. 146 do IBAMA de 10 de janeiro de 2007; e 5) Resgatar as espécies de peixes onde os cursos d’água forem afetados pela implantação do empreendimento, notadamente onde eles serão suprimidos. A Herpetofauna encontrada em Aripuanã é muito rica e diversificada, sendo uma das mais altas do Estado de Mato Grosso, mas com a implantação do empreendimento haverão alterações no ambiente que impactarão a herpetofauna local. A maioria dos impactos sobre a herpetofauna tem magnitude média nas fases de instalação, operação e desativação do empreendimento. Os impactos de alta magnitude estão relacionados com a fragmentação florestal devido a retirada da cobertura vegetal, que causam a perda de hábitats, com súbita descontinuidade da formação florestal ciliar. Espécies da herpetofauna local que utilizam exclusivamente estes ambientes florestados podem ser afetadas, como pode ser observado no Quadro 19, que sintetiza a avaliação dos impactos sobre a herpetofauana. As invasões de espécies que suportam tais mudanças desestruturam as comunidades, tanto de anfíbios como de répteis diminuindo consideravelmente a riqueza de espécies. 271 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 19 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Herpetofauna na fase de instalação do empreendimento Projeto Aripuanã – Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico de Zn, Cu e Pb, da Mineração Dardanelos Ltda, na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL Construções Adensamento de mão-de-obra Deposição de resíduos ATIVIDADE Retificação e Construções de Estradas e Terraplanagem e Construção de Benfeitorias Desenvolvimento de todas as atividades previstas pelo empreendimento Disposição de resíduos sólidos Produção de efluentes domésticos e resíduos líquidos ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL Terrestre (remoção do solo e cobertura vegetal; compactação do solo) Aquático (interrupção e assoreamento de cursos d’água) Distúrbio sobre a fauna e atropelamentos CRITÉRIOS PRINCIPAIS Reversibilidade Abrangência CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Descontínua Real Direta Curto prazo 1, 2, 3, 7 Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 3, 4, 5, 12 Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Real Direta Curto prazo 2, 3, 12 Trânsito de pessoas Caça Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 4, 6 Poluição do solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 1, 2, 3, 11 Poluição de águas e solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 1, 2, 3, 9 Fragmentação e perda de habitat Movimentação de veículos Poluição sonora e do ar 272 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Algumas espécies mais resistentes a profundas modificações no cenário ambiental (incluindo a perda de habitats, desorganização das cadeias alimentares, aumento nos níveis de predação e mortalidade por outras causas) poderão aumentar circunstancialmente (e.g.: Ameiva ameiva e Hemidactylus mabouia), possibilitando o aparecimento de adensamento populacional. Já o desvio e o barramento de corpo d’água causam mudanças no quadro hidrológico e alterações na qualidade da água, afetando a reprodução e dispersão de algumas espécies de anfíbios e répteis que habitam estes locais, que usam tanto para alimentação, quanto para dispersão ou movimentação. Estes animais vão ser afetados em uma escala de magnitude alta (Quadro 20). As medidas mitigadoras para esses impactos propõem basicamente medidas acautelatórias, considerando a natureza, a ética e a responsabilidade social das organizações, empresas e profissionais envolvidos com o Projeto Aripuanã. Serão contemplados, principalmente, os impactos considerados como de magnitude média ou alta, através de planejamento criterioso no processo de retirada da cobertura vegetal e da limpeza das áreas para implantação das obras, e desde o início dos trabalhos objetivando: 1) limitar a extensão do desmatamento à área essencialmente necessária aos trabalhos; e 2) preservar ao máximo a continuidade dos maciços florestais ou, na impossibilidade disto, preservar as matas ciliares e o maior número possível de pequenas manchas descontínuas de vegetação natural, as quais possam garantir os estoques de fauna para repovoamento das áreas a serem recuperadas. Além disso, o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas-PRAD deverá ser implantado tão logo os locais não sejam mais utilizados pelo empreendimento, haja vista que a fragmentação e degradação do habitat são os maiores impactos sobre a herpetofauna. 273 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 20 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Herpetofauna na fase de operação do empreendimento Projeto Aripuanã – Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico de Zn, Cu e Pb, da Mineração Dardanelos Ltda, na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL CRITÉRIOS PRINCIPAIS IMPACTO AMBIENTAL Reversibilidade Transporte Transporte de pessoal, minérios para beneficiamento e escoamento da produção Atropelamento Perda de espécimes da fauna Retirada dos minérios Perda e fragmentação de habitat Terrestre (supressão da vegetação) Aquático (interrupção e assoreamento de cursos d’água) Poluição sonora e do ar Lavras Explosões Deposição de resíduos Adensamento de mão-de-obra Disposição de rejeitos Disposição de resíduos sólidos Produção de efluentes domésticos e resíduos líquidos Desenvolvimento de todas as atividades previstas pelo empreendimento Abrangência CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação AÇÕES Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência Irreversível Pontual Baixa Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio prazo 3, 5 Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3, 9 Distúrbio sobre a fauna Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direto Médio prazo 2, 3, 12 Tremores de terra Distúrbio sobre a fauna Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direto Médio prazo 3 Depósito de materiais estéreis Uso de área já degradada Reversível Pontual Baixa Baixa Positiva Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3, 11 Poluição do solo Perda de habitat e Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 1, 2, 3, 11 Poluição de águas e solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 1, 2, 3, 9 Trânsito de pessoas caça Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 4, 6 274 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Por outro lado, as áreas potencialmente contaminantes deverão ser isoladas para evitar que espécies da herpetofauna sofra qualquer malformação, que possa ser transmitida aos descendentes. Há ainda os Programas de Prevenção de Riscos a Acidentes e a Saúde Humana, onde deverão ser realizados cursos de prevenção de acidentes ofídicos para pessoal da obra tendo em vista possibilidade de adensamento populacional e/ou maior encontro de serpentes peçonhentas, como surucucus-pico-de-jaca (L. muta) e de jararacas (Bothrops spp.) nas áreas do empreendimento. Como os diagnósticos ambientais consistentes representam um avanço no conhecimento disponível para a herpetofauna no Estado do Mato Grosso, é recomendável o monitoramento dos efeitos potenciais da fragmentação sobre as comunidades de anfíbios e répteis, incluindo análises comparativas, contemplando o período pré-instalação do empreendimento, durante a instalação e operação, e a sazonalidade da região. É uma oportunidade, inclusive de realizar estudos mais aprofundados sobre a composição e abundância relativa das espécies da herpetofauna local. Os Quadros 21 e 22 apresentam os impactos potenciais sobre as espécies de aves, nas fases de instalação e operação do empreendimento. Para minimizar os impactos sobre a avifauna local e regional recomenda-se preservar áreas remanescentes de matas no entorno do empreendimento, pois elas protegem amostras importantes de ecossistemas regionais e o patrimônio genético das espécies, populações ou comunidades locais existentes, ainda que forem pequenas manchas de matas e capoeiras em estágios mais avançados de regeneração. O cumprimento do Código Florestal, e do Código Ambiental de Mato Grosso são atitudes que visam à conservação destes remanescentes. 275 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 21 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Avifauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL ATIVIDADE CRITÉRIOS PRINCIPAIS IMPACTO AMBIENTAL CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Perda de habitat Aquático (assoreamentos de cursos d’água) Reversível Pontual Relevante Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Curto prazo 1 Perda de habitat Terrestre (remoção de solo e cobertura vegetal) Irreversível Local Relevante Alta Negativa Permanente Descontínua Real Direta Médio a longo prazo 1, 3, 10 Perda de habitat Modificação da estrutura da comunidade de aves Reversível Regional Moderada Alta Negativa Temporária Descontínua Real Direta Médio a longo prazo 1 Retificação e construção de estradas Perda de habitat Supressão da vegetação e compactação do solo Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direta Médio a longo prazo 1 Movimentação intensa de veículos Atropelamentos Modificação da estrutura da comunidade de aves Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direta Médio a longo prazo 4, 5, 6 Produção de efluente doméstico e resíduo líquidos Perda de habitat Supressão da vegetação Irreversível Regional Moderada Alta Negativa Permanente Descontínua Real Direta Médio a longo prazo 1, 11 Perfurações Lavras Construções das estruturas básicas do empreendimento ASPECTO AMBIENTAL 276 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 22 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Avifauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Extração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL Funcionamento do empreendimento ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL Movimentação de veículos Morte de espécimes por atropela-mento Extração do minério Pilha de rejeitos Produção de efluente doméstico e resíduo líquidos CRITÉRIOS PRINCIPAIS CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Reversibilidade Abrangência Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Alteração do tráfego rodoviário Reversível Regional Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio e longo prazo 4, 5, 6 Poluição sonora e do ar Modificação da estrutura da comunidade de aves Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio e longo prazo 2, 12 Local de despejo de resíduos sólidos Visual Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio e longo prazo 4, 11 Poluição de cursos d’água Alteração da qualidade da água Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Curto prazo 9 Contaminação por resíduos de combustíveis e lubrificantes Alteração da qualidade da água Reversível Regional Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Curto prazo 9, 11 277 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Outra medida mitigadora é a implementação do Programa de Educação ambiental que deve ser dirigido aos trabalhadores que frequentarão a área diretamente atingida, mostrando a sua importância biológica, fazendo palestras para evitar o acúmulo de lixo, programa preventivo de derramamento de materiais tóxicos (lubrificantes das máquinas), e de fiscalização contra caçadores e coletores de espécies, pois a caça e a coleta de espécimes são um grande problema para as comunidades biológicas. Deve-se fazer um treinamento com a segurança para coibir esta prática dentro das áreas do empreendimento. As plantas ornitófilas são adaptadas à polinização ou dispersão por aves, possuem características próprias, como abertura das flores no período diurno, cores vivas, frutos carnosos entre outras. Por isso são fundamentais na dieta de aves nectarívoras (como os beija-flores) e frugívoras (como as saíras). Por isso o resgate e a transposição dessas plantas para outra área, serão importantes para que as aves tenham sua fonte alimentar garantida. Deverá ainda ser implantado um programa de monitoramento da avifauna de longa duração para avaliar como o empreendimento realmente afetará a comunidade de aves, avaliando as comunidades a curto, médio e longo prazo. Com a utilização de duas técnicas de monitoramento (captura com rede de neblina e censo por pontos) toda a comunidade de aves pode ser amostrada, fazendo um balanço entre as populações antes A avaliação dos impactos ambientaissobre a mastofauna levou em consideração o contexto regional no qual se pretende instalar e operar o empreendimento. E, por isso, pode-se dizer que se trata de um empreendimento cujos impactos ambientais produzidos serão mais graves durante a fase de operação do que na fase de instalação e medidas mitigadoras de impacto devem ser tomadas, para a redução deste impacto durante estas fases, bem como futuramente, quando findar a exploração dos minérios. Os Quadros 23 e 24, sintetizam essa valaiação dos impactos sobre a mastofauna. 278 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 23 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Mastofauna na fase de instalação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL Construções Adensamento de mão-de-obra Deposição de resíduos ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL CRITÉRIOS PRINCIPAIS Reversibilidade Abrangência CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Terrestre (remoção do solo e cobertura vegetal; compactação do solo) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Descontínua Real Direta Curto prazo 1, 2, 3, 7 Aquático (interrupção e assoreamento de cursos d’água) Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Movimentação de veículos Distúrbio sobre a fauna e atropelamentos Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 3, 4, 5 Poluição sonora e do ar Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Real Direta Curto prazo 2, 3, 12 Desenvolvimento de todas as atividades previstas pelo empreendimento Trânsito de pessoas Caça Reversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 3, 4, 6 Disposição de resíduos sólidos Poluição do solo Distúrbio sobre a fauna Reversível (1) Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 2, 3, 4 Produção de efluentes domésticos e resíduos líquidos Poluição de águas e solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 2, 3, 4 Retificação e Construções de Estradas e Terraplanagem e Construção de Benfeitorias Fragmentação e perda de habitat 279 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Quadro 24 - Avaliação dos impactos ambientais sobre a Mastofauna na fase de operação do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS OPERAÇÃO PRINCIPAL Transporte ATIVIDADE Transporte de pessoal, minérios para beneficiamento e escoamento da produção Retirada dos minérios Lavras Explosões Deposição de resíduos Adensamento de mão-de-obra Disposição de materiais sólidos Disposição de materiais sólidos Produção de efluentes domésticos e resíduos líquidos Desenvolvimento de todas as atividades previstas pelo empreendimento ASPECTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL Atropelamento Perda de espécimes da fauna Perda e fragmentação de habitat Terrestre (supressão da vegetação) Aquático (interrupção e assoreamento de cursos d’água) Poluição sonora e do ar CRITÉRIOS PRINCIPAIS Reversibilidade Abrangência CRITÉRIOS COMPLEMENTARES Relevância Magnitude Natureza Duração Forma de manifestação Ocorrência Incidência Prazo de ocorrência AÇÕES Irreversível Pontual Baixa Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Direta Médio prazo 3, 4, 5 Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Irreversível Local Moderada Moderada Negativa Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Distúrbio sobre a fauna Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3, 12 Tremores de terra Distúrbio sobre a fauna Reversível Local Moderada Moderada Negativa Temporária Descontínua Real Direto Médio prazo 1, 2, 3 Pilha de rejeitos Área degradada Reversível Pontual Baixa Baixa Positiva Permanente Contínua Real Direto Médio prazo 2, 3, 4 Poluição do solo Perda de habitat e Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 2, 3, 4 Poluição de águas e solo Distúrbio sobre a fauna Reversível Pontual Moderada Baixa Negativa Temporária Descontínua Potencial Indireta Curto prazo 2, 3, 4 Trânsito de pessoas caça Reversível (1) Local (3) Moderada (3) Moderada (7) Negativa Permanente Contínua Potencial Indireta Médio prazo 3, 4, 5, 6 280 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Com vistas a minimizar os impactos negativos sobre a mastofauna local e regional, oriundos das fases de implantação e operação do empreendimento, recomenda-se: 1) Para a manutenção de habitats, o desmate deve ser realizado apenas nos locais em que a prática é absolutamente necessária, evitando extrapolar o tamanho da área concedida para este fim. A área do entorno do empreendimento que não tiver outra finalidade produtiva, deve ser mantida com vegetação nativa, servindo de abrigo e refúgio tendo como objetivo proteger amostras significativas dos ecossistemas regionais e com vistas à manutenção do patrimônio genético das espécies, populações ou comunidades existentes. Desta forma estaríamos garantindo a permanência das espécies que, futuramente, ao término das atividades do empreendimento, poderão recolonizar as áreas a serem recuperadas. Assim, a aquisição de áreas no entorno do empreendimento é uma medida compensatória do impacto ambiental causado. 2) Implantação de Plano de Recuperação de Áreas Degradadas visando ganho e a manutenção de habitats das áreas que foram e serão degradadas. Esse plano deve iniciar tão logo seja implantado o empreendimento, e, ao final das atividades de exploração e beneficiamento dos minérios, todas as áreas devem ser recuperadas, com monitoramento de fauna para verificação dos processos de recolonização. 3) Implantação de Programa de Educação Ambiental dirigida aos trabalhadores e visitantes, que frequentarão a área direta ou indiretamente atingida, fazendo palestras para orientar as pessoas quanto as suas ações, valorizando a importância biológica da área e o tratamento do lixo e materiais tóxicos. 4) Controle de limite de velocidade nas estradas da área de influência direta, para evitar acidentes com a mastofauna (Fotos a e b), especialmente com os primatas, que são obrigados a descerem ao solo para atravessar as estradas a pé, pela interrupção da conectividade de dossel imposta, apesar de não estarem habituados a se locomoverem pelo solo. 5) Proibição da Caça. Durante os trabalhos de campo realizados para a elaboração deste EIA, a caça de animais silvestres foi constatada em áreas de influência indireta do empreendimento. Apesar de ser proibida no Brasil para cidadãos não tutelados, a caça é amplamente disseminada pelo país, sendo praticada por indivíduos de todas as idades e 281 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 condições sociais. Assim, cuidados como educação ambiental e fiscalização devem ser tomados para evitar que todos os trabalhadores pratiquem a caça e/ou apreensão de qualquer espécime de mamífero. Foto a - Ouriço (Coendou prehensilis) atropelado em estrada de terra em área de uso indireto do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., na Serra do Expedito, Município de Aripuanã/MT. Foto b - Rastro de primata em estrada de terra localizada na Serra do Expedito, dentro da área de influência direta do empreendimento “Projeto Aripuanã - Mineração e Beneficiamento de Minério Polimetálico – Zn, Cu e Pb”, da Mineração Dardanelos Ltda., Município de Aripuanã/MT. 6) Recomenda-se a implantação de um programa de monitoramento da mastofauna visando acompanhar as respostas destas espécies frente às alterações ambientais que serão realizadas pelo empreendimento, bem como ao longo do processo de recuperação das áreas degradadas durante a fase de operação do empreendimento e ao término de suas atividades. 282 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 17.6. AIA Sobre o Meio Antrópico-Cultural 17.6.1. AIA sobre a Sócio-economia e o Patrimônio Histórico-Cultural Para avaliar os impactos sobre a sócio-economia e o patrimônio histórico-cultural adotouse a mesma metodologia utilizada para os impactos sobre os fatores do clima, solos, relevo e geologia e a vegetação. Ou seja, a matriz de avaliação simples e descritiva, em que os impactos, foram qualificados quanto à natureza em: positivos ou negativos; quanto à causa: direto (efeito direto da ação) ou indireto (efeito secundário); quanto à magnitude: baixa, média ou alta intensidades; quanto à permanência: curta, média, longa duração, ou permanentes; quanto a abrangência (extensão): pontual, local ou regional; quanto a reversibilidade: reversível e irreversível; e finalmente, quanto à implicação (efeitos): irrelevante, sinérgico, e cumulativo. Essa avaliação de impactos está apresentada de forma sintética no Quadro 25. Quadro 25 - Resumo da avaliação dos impactos ambientais sobre a socioeconomia e o patrimônio histórico cultural, nas fases de instalação, operação e de desativação do Projeto Aripuanã/MT. Fase do empreendimento Instalação e operação Impacto ambiental Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Negativo, direto, alta intensidade, longo prazo, regional, reversível, sinérgico. Maximização da contratação de mão de obra local. Programa de Apoio ao Migrante. Positivo, direto/ indireto, média/alta intensidades, Necessidade de mão-delongo prazo, obra/especializada/desqualificada local/regional, reversível, irrelevante/sinérgico. Utilização de mão-de-obra local e regional (desqualificada e/ou especializada). Cursos de capacitação e treinamento. 1) Aumento populacional a conseqüente demanda por Implantação e operação do estruturas e empreendimento serviços urbanos básicos a cidade de Aripuanã não pode suprir 2) Geração de empregos Instalação e operação Avaliação do impacto Atividades geradoras 3) Risco de ocorrência de acidentes de trabalho. Implantação, e operação do empreendimento (extração e beneficiamento do minério). Programa de Gerenciamento de Riscos de Segurança e Saúde Ocupacional com treinamentos Negativo, direto, média a nos riscos críticos. Atendimento alta intensidades, longo às NR’s do MTE (ex. EPI). prazo, reversível/ Monitoramento da saúde do irreversível, sinérgico. trabalhador (PCMSO), Programa de Ed. Ambiental e campanhas de prevenção de acidentes. 283 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fase do empreendimento Impacto ambiental Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 Atividades geradoras 4) Aumento de Pagamento de taxas/impostos/ arrecadação contribuições, relativos à municipal, produção mineral. estadual e federal 5) Demissão em massa de mãode-obra. Medidas mitigadoras/maximizadoras/ compensatórias Positivo, direto/ indireto, média a alta intensidades, Fiscalização. longo prazo, regional, reversível, sinérgico. Planejamento do descomissionamento com o Negativo, direto/indireto, envolvimento da comunidade. média a alta intensidades, Fomento a atividades Fechamento da mina e permanente, econômicas alternativas. Uso de desativação do empreendimento. local/regional, mão-de-obra para as atividades reversível/irreversível, de desativação do sinérgico. empreendimento (demolição e remoção das estruturas). Desativação e pós 6) Redução fechamento da drástica na mina Fechamento da mina e arrecadação desativação do empreendimento. municipal, estadual e federal 7) Passivos ambientais, com riscos de contaminação e para a saúde das pessoas. Avaliação do impacto Negativo, direto/indireto, Planejamento para fechamento média intensidade, da mina. Fomento a atividades permanente, regional, econômicas alternativas. irreversível, sinérgico. Fonte de drenagem ácida no Negativo, direto, alta entorno das minas, potencial de intensidade, permanente, contaminação química (chumbo, irreversível, sinérgico. e outros), pilha de rejeitos Elaboração do Plano de Descomissionamento. Programa de monitoramento dos passivos ambientais. 17.6.2. AIA sobre o Patrimônio Arqueológico Toda alteração do ambiente leva a algum tipo de impacto sobre o Patrimônio Arqueológico, especialmente as alterações que modificam a topografia e o solo. Entretqanto, não se pode considerar a perda do Patrimônio Arqueológico como certa, visto que, na etapa do levantamento de campo não foram identificados pontos de ocorrência arqueológica na Área de Influência Direta do empreendimento. Contudo, o fato da ocorrência de material arqueológico não ter sido verificada in loco, não implica na confirmação de sua ausência, já que durante as entrevistas foi obtida uma informação sobre a localização de vestígios na Área de Influência Indireta do empreendimento. Além disso, somente através de prospecções sistemáticas de subsuperfície poderá ser confirmada a presença ou ausência do material arqueológico. Assim, há que se realizar um Programa de Prospecção Arqueológica na área do empreendimento, que deverá contemplar ações de prospecções intensivas. A execução do programa de prospecção é previsto para obtenção da Licença de Instalação, de acordo com a Portaria 230/2002/IPHAN. 284 Geologia Mineração e Assessoria Ltda. E-mail : [email protected] Fone – 55 65 3682-7603 Fone Fax 3682-3273 18. BIBLIOGRAFIA AB’SABER, A. 1967. Domínios morfoclimáticos e províncias fitogeográficas do Brasil. Orientação, São Paulo, 3: 45-48. AGUIAR, A.P.A. 1998. Manejo da fertilidade do solo sob pastagem, calagem e adubação. Ed. Agropecuária Ltda. Guaíba/RS. 120p. AMARAL, A. M. 1998. Orquídeas epífitas e forófitos: estudo ecológico na Gleba Facão, Cáceres, Mato Grosso. (Dissertação). Cuiabá: IB/UFMT. APHA - American Public Health Association /AWWA - American Water Works Association & WPCF/Water Pollution Control Federation. 1990. Standard Methods. Ed. APHA. Washington. AUBREVILLE, A. As florestas do Brasil. In: Anuário brasileiro de economia florestal, 1959. 11:20-43. AZEVEDO, C.O. & van den Berg, C. 2007. A família Orchidaceae no Parque Municipal de Mucugê, Bahia, Brasil. Hoehnea 34(1):1-47. BAHIA, V.G. & RIBEIRO, M.A. 163-V. 1995. Conservação de solo e preservação ambiental. ESALQ/FAEP. Lavras/MG. 70p. 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