Biodiversidade Substituindo tecnologia por biologia - Sistema SUNSHINE Depois de muita pesquisa e observação, erros e acertos, sob muita crítica da maioria dos aquariófilos tradicionais apegados ao uso da tecnologia moderna, como indispensáveis à condução de uma aquário plantado, conseguimos descobrir e aprender usar a biologia como nossa aliada, em substituição à tecnologia desenvolvida para auxiliar o aquarista a enfrentar problemas com algas, limpeza de vidros, rochas, controle de parâmetros da água entre outras coisas. Algumas vezes as coisas davam certo e em outras o insucesso era o resultado, mas nunca desistia, e tentava descobrir os "por quês" o que aos poucos foi dando a noção de como o conjunto ou associação das diversas espécies poderia ser melhor aproveitado....é claro, ainda há muito a ser "descoberto", mas o que já descobrimos é suficiente para abolir praticamente toda tecnologia, resumindo para montar um plantado precisamos apenas de: Aquário - iluminação - água - plantas - fauna funcional. Ou seja, podemos substituir equipamentos por biologia, como explicado abaixo: Filtros - podem ser substituídos por plantas e bactérias, com a vantagem adicional de que praticamente nunca precisaremos repor os nutrientes pois não os retiramos do aquário pela filtragem, pois tudo é reciclado, ou seja os dejetos entram no espaço entre o cascalho (que deve ter granulometria entre 2 a 5 mm) e ali no escurinho estão as bactérias que converterão substancias tóxicas em outras melhor assimiláveis pelas plantas. Bombas e aeradores - são substituídos pelo próprio movimento natatório dos peixes na circulação da água ou pelo fator oxigenante das plantas que usam o CO2 produzido para crescer e liberam oxigênio durante a fotossíntese. Limpadores de vidro - são substituídos por caracóis e peixes, que continuamente trafegam pelos vidros internamente, ao se alimentar das algas ali instaladas, e os mais perfeitos para essa tarefa são os planorbis (Biomphalaria sp.) que ingerem quase todo tipo de alga mais comum nos vidros dos aquários, rochas, folha de plantas e outras superficies. Algicidas - são substituídos pelos caracóis, girinos, e cada uma das espécies deles tem predileção por determinadas espécies de algas filamentosas. Assim os planorbis apenas não consomem as algas filamentosas de consistência mais rígida , mas que é apreciada pelos Pomacea bridgesii, ( e por girinos de determinadas espécies de pererecas nativas) se bem que estes não realizem uma perfeita limpeza nos vidros. Filtros UV - são filtros utilizados para combater algas unicelulares que deixam a água verde, e alem de ser um equipamento caro, pode se ocorrer vazamento da luz provocar sérios riscos de saúde em seres vivos, e podem ser substituídos com muita vantagem econômica e funcional por daphnias (ou outras culturas que consumam algas unicelulares) e com a vantagem que depois de se multiplicarem servem como fonte de excelente alimento rico em proteína tanto quanto as caras e difíceis artemias. Sifonadores de fundo - podem ser substituídos pelo uso de cascalho com granulometria mais grossa ( entre 2 a 5 mm) que permitem que os resíduos entrem pelos espaços para serem metabolizados pelas bactérias e transformados em nutrientes para as plantas. Suplementos e adubos para as plantas - como não há filtragem mecânica não há perda de nutrientes do sistema, à exceção das perdas provocadas por podas com retirada de mudas do aquário, pois até as folhas que morrem e ficam para decomposição acabam voltando. Mas inclusive o que retiramos nas podas (retiradas) é de menor importância que o que é produzido com as excretas dos animais, provindos da pouca ração que deve ser ministrada, em outras palavras os excrementos dos peixes convertidos em nutrientes acaba compensando com lucro o que retiramos de plantas nas podas. Reagentes e avaliadores de parâmetros - podem dispensáveis se soubermos executar tudo com muita cautela, e sem exageros, para que assim evitemos desbalancear o sistema. Alguém pode dizer..."mas como manter um pH diferente, para determinado peixe?" Ai vale lembrar que depois que o sistema entra no seu equilíbrio é que devemos colocar peixes que sejam condizentes ao que está no sistema, embora um aquário Autociclante tenha tendência a sempre ter água bastante alcalina, podemos condicioná-lo a menor alcalinidade, usando troncos, xaxim, ou mesmo CO2, mas este ultimo deve ter seu uso controlado, para que não cause desequilibiro brusco no sistema (para isso o ideal seria usar varias garrafadas com 10 a 15 dias de intervalo de introdução, e assim quando uma está em decrescimo de produção de CO2 a outra está em um crescendo de produção, evitando variações bruscas), embora ai ainda prefira não usar a adição de CO2 tendo em vista que 99% das plantas dispensam CO2 para seu crescimento, e os peixes algueiros e caracois na sua grande maioria prefiram a alcalinidade. Um aquário tende a entrar em equilíbrio e manter isso por si só, desde que não intervenhamos com mudanças que provoquem mudanças, portanto dispensam o controle periódico como se vê comumente em trocas de mensagens entre aquaristas em fóruns e lista, sem falar que os peixes se adaptam bem (desde que ocorra de maneira lenta) a mudanças de pH, alias isso ocorre diariamente num aquário e pode ser comprovado se medirmos o pH matinal (menor) e o do final da tarde (maior), pelo próprio metabolismo do sistema. Amanda Medeiros, nº 04, Tucano.