Ano XXII • Nº 258
SETEMBRO
2010
OEIRAS: 21 442 51 00
OEIRAS 2: 21 442 79 44
(M. Antas) Aberto Sábado todo o dia
Paço d’Arcos: 21 442 27 17
www.ofetal.pt
Director: Paulo Pimenta
Preço 1.25 e
Acordos com: ADVANCECARE - MEDIS
MULTICARE - ADM - SAMS Quadros
(IVA incluido)
Queluz
Joaquim Ribeiro, Presidente da FAP-Sintra
António Barbosa Oliveira
“Os Queluzenses
vêem
a freguesia
transformar
e a melhorar”
Páginas 4 e 5
“Economizar
na Educação
é enterrar o futuro”
PIPP-Policiamento
Páginas Centrais
Amadora comemorou
31.º Aniversário
de proximidade
Página 20
Paço
de Artes
realiza
Bienal
Páginas 6 e 7
Prisioneiro
por 4
degraus
Página 17
Páginas 12 e 13
1 de Outubro
Dia Nacional da Água
Páginas 18 e 19
Actual
27 Setembro 2010
Escola Internacional abre em Oeiras
Promover um ensino de qualidade e os
valores basilares num mundo em constante mudança é o desafio proposto pela
Oeiras International School (OIS), entidade escolar que recentemente abriu as
suas portas a mais de cinco dezenas de
alunos entre os 11 e os 18 anos.
Trata-se de uma escola que adoptou
o International Baccalaureate (IB),
ou seja, o mais elevado programa de
qualidade internacional de ensino a
ser reconhecido pelo Ministério da
Educação, sendo a OIS a única Escola
de IB no concelho de Oeiras.
A OIS tem João Paulo Girbal como
Presidente da Direcção e Chari Empis
como Directora Pedagógica da instituição e foi em exclusivo ao jornal O
Em Oeiras um novo método de ensino
Correio da Linha que Chari Empis começou por explicar o porquê de a direcção
ter optado por Oeiras para fundar este
projecto: “Oeiras é um concelho que não
tem escolas privadas após a quarta classe.
Tem uma oferta educativa muito boa até
à quarta classe em termos privados mas
depois não há nada, com excepção de um
instituto espanhol. Por outro lado, Oeiras é
um concelho com um bom nível económico,
que aconselha a apostar neste tipo de escolas, e está muito perto de Lisboa, que tam-
bém não tem escolas internacionais. Por esses motivos, tudo indica que, de futuro, esta
seja uma zona apropriada para este tipo de
programas”, sustenta.
Prosseguindo na sua explicação, Chari
Empis adianta que “já há em Portugal
diversas escolas de IB, no entanto, apenas
uma faz o programa a partir dos 11 anos
de idade. Como tal, entendemos que faria
sentido abrir esta escola cujo programa
é muito mais avançado do que o que é
feito no sistema educativo português. Isso
faz também com que estas escolas sejam
relativamente caras pois recrutamos dos
melhores professores que há no mundo
mas é importante que os portugueses
compreendam que vale a pena investir
na educação dos filhos”, destaca.
Na OIS ministram-se
aulas do Year 7 (corresponde ao 6º ano do sistema português) ao Year
12 (corresponde ao 11º
ano), sendo que o sistema inglês tem 13 anos de
escolaridade no secundário. É baseada no standard IB (International
Baccalaureate), um sistema de ensino utilizado
por mais de 5 mil escolas
internacionais espalhadas pelo mundo fora:
“Os pais andam sempre à
procura deste tipo de escolas, que garanta aos filhos
um ensino uniforme independentemente do
país onde estejam. Todos os métodos de ensino que estão inseridos no IB correspondem a
mais de 30 anos de investigação sobre o que
há de melhor na Educação. Estes programas
nasceram em Genéve, Suíça, no tempo do
pedagogo Piaget, e surgiram de forma a
criar um sistema de mobilidade para os filhos das pessoas que iam trabalhar para as
Nações Unidas e para outras organizações
internacionais, privilegiando um ensino de
qualidade baseado no rigor intelectual”, su-
Os docentes da escola dão as boas vindas aos alunos
blinha a Directora Pedagógica.
Apostando num ambiente multicultural, a OIS tem no inglês a sua língua básica, contando para isso com
professores de elevada formação e
capacidade de comunicação.
Actualmente, a OIS é composta por seis
salas de aula, biblioteca, três laboratórios e duas salas de artes, ginásio, zonas
de convívio, refeitório, cozinha, sala de
professores e escritórios para a direcção
do colégio.
Estas são, no entanto, instalações provisórias uma vez que a OIS está, neste
momento, a proceder à revitalização do
edifício da Quinta de Nossa Senhora
da Conceição (Barcarena) e da sua zona
envolvente, estando, pois, a funcionar
de forma temporária na Fundição de
Oeiras: “As chaves da Quinta foram-nos
entregues no final de Julho e estamos agora
a começar a acelerar os trabalhos para que
a Quinta fique disponível o quanto antes”,
refere.
A transferência para as futuras instalações poderá posteriormente levar a um
aumento do número de alunos da OIS:
“Tínhamos pensado começar no Palácio da
Quinta com cerca de 90 alunos e depois ir
fazendo obras de ampliação mas tivemos de
readaptar o projecto face ao espaço disponível. Ao começar o projecto em instalações
provisórias tivemos que rever as ideias iniciais mas acredito que, após nos mudarmos
para a Quinta, iremos rapidamente chegar
aos 140 alunos e, numa fase posterior, aos
210”, perspectiva.
De salientar, por outro lado, que durante a semana a OIS está também
aberta à população de Oeiras a partir
das 16 horas para a promoção de diversas artes, nomeadamente música,
teatro, dança e artes plásticas, entre
outras. Os interessados poderão consultar mais informações sobre a OIS em www.oeirasinternationalschool.com.
Uma entrada para o sucesso
Actual
27 Setembro 2010
Ponto Final
Paulo Pimenta*
O CL não mete foice
em seara alheia
No inicio do ano de 2010, a redacção do nosso jornal delineou para as edições
entre Junho e Setembro a realização de quatro grandes entrevistas com os quatro Presidentes de Câmara dos concelhos abrangidos pelo O Correio da Linha.
Por ocasião das festas do concelho, iniciámos o périplo por Oeiras, com o Dr.
Isaltino Morais em Junho. Seguiu-se o concelho de Cascais e a entrevista ao Dr.
António Capucho por ocasião das Festas do Mar e, depois, a entrevista ao Dr.
Joaquim Raposo, Presidente da Câmara da Amadora, também por ocasião das
Festas do Concelho. Faltava a entrevista a Sintra e ao Dr. Fernando Seara por ocasião das Festas do Cabo Espichel, pedido esse que foi efectuado a 20 de Agosto e
ao qual se seguiram depois diversos contactos telefónicos e e-mails com vários
elementos do staff do gabinete de comunicação da autarquia de Sintra.
Entretanto, recebemos no passado dia 14 de Setembro um e-mail que passamos
a transcrever: “Bom dia, infelizmente não vai ser possível contar com uma entrevista do
Presidente Fernando Seara. Até à apresentação do Orçamento de Estado, o Sr. Presidente
não tem comentários a prestar.”
A esta resposta, nós insistimos dizendo: “Certamente o nosso pedido não foi explícito.
Em resposta ao e-mail recebido, informo que o que o jornal O Correio da Linha pretende
efectuar com o Sr. Presidente é uma entrevista alargada, como aconteceu com os outros
presidentes de Câmara (Oeiras – Junho, Cascais – Julho e Amadora – Agosto) que muito
prontamente concederam a solicitada entrevista. O jornal pretende uma entrevista generalista, falando de diversos temas sobre o Concelho de Sintra, áreas verdes, escolas, redes
viárias, cultura, desporto, etc. … nós não pretendemos um comentário sobre o Orçamento
de Estado, pretendemos uma entrevista para encerrar um ciclo de entrevistas programadas
pela redacção do jornal. Venho reiterar novamente a solicitação de entrevista com o Sr.
Presidente, pedida desde o dia 20 de Agosto.”
Já há algum tempo que temos sentido algumas dificuldades com a CM Sintra, tanto ao nível de press releases noticiosos como de publicidade. Alguma das Juntas
de Freguesia daquele concelho foram “perfeitamente correctas” quando, na época
Natalícia, lhes pedimos um anúncio e nos informaram que não colocariam publicidade em jornais que têm sede fora do Concelho, apenas nos jornais do Concelho
de Sintra.
Se os munícipes dos concelhos de Oeiras, Amadora e Cascais não têm direito a saber o que se passa socialmente, culturalmente ou desportivamente no concelho de
Sintra, depreendo que ou os eventos são divulgados, através das notícias, gratuitamente, ou são só para os habitantes do concelho de Sintra, já que esta informação
não chega aos outros municípios, pois o jornal O Correio da Linha é o único que
abrange o concelho de Sintra e os outros três concelhos.
Mas a Câmara tem outro “método” para quando lhe é solicitada publicidade pois
diz sempre que o despacho está nas mãos do Sr. Presidente e é interessante verificar que no Natal do ano de 2009 foi solicitada uma inserção publicitária no dia 22
de Novembro e, depois de repetidos telefonemas, no dia 17 de Dezembro, no fecho
de edição, fomos informados que estava para despacho em cima da secretária do
Sr. Presidente. Curiosamente, nesse mesmo dia, os outros jornais do concelho de
Sintra saíram para as bancas com as Boas Festas da autarquia. Não seria mais elegante informar logo que o jornal que se distribuiu também pelos leitores de Sintra
não merecem receber as Boas Festas da C.M. de Sintra e, logo ao dia 7 de Janeiro,
novamente todos os jornais de Sintra saem com uma página de publicidade onde o
Sr. Presidente deseja um excelente Dia de Reis. Todas as publicações do Concelho
de Sintra são semanais ou quinzenais e em todos os números que se publicam existe sempre uma página de publicidade, até os pequenos editais são inseridos numa
foto da C.M. de Sintra, em que 3/4 de página é foto e 1/4 é o Edital.
O Correio da Linha tem perdido em termos de publicidade com o Sr. Presidente
Fernando Seara mas, nem por isso, deixa de honrar seus compromissos, divulgando as colectividades, as associações e as empresas do concelho, destacando
o muito que o Concelho de Sintra tem de belo e valioso.
Quanto à entrevista, caros leitores, lamento informar mas todos os Presidentes de
Câmara a quem antes foi solicitada, sempre se disponibilizaram, dando um pouco
do seu tempo havendo até quem abdicasse de um dia de férias, como foi o caso
do Presidente da C.M. da Amadora, para nos conceder a entrevista solicitada. Mas
como o nosso Presidente Fernando Seabra não tem disponibilidade até à apresentação do Orçamento de Estado, não poderemos divulgar pelos nossos leitores o
que o Executivo de Sintra tem feito e o que falta fazer para melhorar o Concelho.
Assim sendo, deduzo que o Sr. Presidente Seara nada tenha para divulgar, pois o
jornal existe há 21 anos pautando a sua existência pelo rigor e isenção informativa.
Não pretendo colocar a foice em seara alheia mas lamento que o Sr. Presidente
Seara tenha outros afazeres mais importantes do que dizer aos seus munícipes o
que se passa no seu concelho. Mas se não quer…
Sexo com gargalhadas no TIO
O Teatro Independente de Oeiras
(TIO) está a levar a cena até ao dia 27
de Novembro (todas as quintas, sextas e sábados às 21h30) a peça «Sexo?
Sim, obrigada!», de Dario Fo e Franca Rame, com encenação de Carlos
d´Almeida Ribeiro.
Patrícia Adão Marques e Rita Frazão
são as duas actrizes que dão corpo e
voz a esta comédia sem preconceitos,
que aborda temas tão distintos como
Adão e Eva, menstruação, virgindade
ou orgasmos.
Num ambiente misterioso e minimalista, trava-se uma conversa descontraída sobre a sexualidade, os medos, as inseguranças, as dúvidas ou as
especulações de duas mulheres. Um
espectáculo útil e interessante para
qualquer idade, cultura ou religião,
onde duas actrizes se desdobram em
várias personagens, com a ajuda de
pouco mais que o seu corpo, a sua
voz e… um andaime… para trazer à
ribalta assuntos polémicos, mas que
fazem parte da vida de qualquer ser
humano. O sexo é natural e indispensável ao ser humano. O amor também.
Poderão existir um sem o outro?
Em exclusivo ao jornal O Correio da
Linha, o encenador e director do TIO,
Carlos d´Almeida Ribeiro, salientou
que a receptividade desta divertida
peça “tem sido muito boa, com belíssimas
referências à encenação e ao trabalho das
duas actrizes. As pessoas que vêm ver
este espectáculo já vêm com os sentidos
aguçados pelo facto de estarem habituadas
a assistir a espectáculos hilariantes e de
grandes momentos de comédia. Embora
esta peça não se enquadre totalmente nesses parâmetros, a verdade é que o publico
gosta e diverte-se, sendo que o tema também ajuda à festa”, justifica.
Em jeito de brincadeira, o encenador
sugere que “ninguém deve perder o sexo
ou a oportunidade de ter sexo por tão baixo custo. E mais: o sexo está esgotado. Há
que arranjar formas alternativas de falar
das coisas. E esta é uma bem agradável e
descontraída maneira de lidar com assuntos tabus e muitas vezes complicados. E
desenganem-se os mais atrevidos: o tema
Restaurante
ainda é mesmo tabu para muitos. Além do
mais ajudará muitos professores e pais a
fazer-lhes o trabalhinho de casa. Venham
ver e ficam com a lição dada”, refere,
bem-disposto.
Faltam ainda dois meses até cair definitivamente o pano sobre a peça protagonizada por Patrícia Adão Marques e Rita Frazão mas estão já em
marcha novas ideias e novos projectos
para substituir esta produção. Para já,
começaram os ensaios de uma peça
infantil musicada para estrear em Dezembro e em Março estreia a super
comedia “Noises Of” (pouco Barulho)
– a grande produção de 2011.
Entretanto, arrancou também no passado dia 17 de Setembro a segunda
edição do Workshop para crianças
dos 6 aos 12 anos, que decorre aos
sábados no Espaço TIO, das 10h00 às
13h00, e que conta com uma apresentação final.
De salientar ainda que o TIO começou
também a dar aulas de teatro na Oeiras Internacional School, projecto que
culminará com a apresentação de um
espectáculo no final do ano lectivo.
Finalmente, no dia 4 de Outubro terá
inicio um workshop de seis meses
alargado a todos quantos queiram
cimentar conhecimentos na área do
teatro. É destinado a pessoas com idades superiores a 16 anos, podendo os
interessados obter mais informações
através do e-mail: tioworkshops@
gmail.com.
Guimarães´s
Um restaurante Brasileiro no centro de Oeiras
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acompanhado por uma saborosa e fresquinha Caipirinha mas também a saborosa Moqueca de Peixe com Gambas, Picanha Brasileira Fatiada, Caril de
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A Junta de Freguesia de Monte Abraão está a promover aulas gratuitas de
Yoga no Centro Shotokai de Queluz (Av. D. António Correia de Sá, 13) todas
as terças e quintas-feiras entre as 17h00 e as 18h00.
Para aceder a estas aulas os interessados terão, no entanto, de preencher uma
ficha de inscrição e pagar 10 euros pelo cartão de acesso, 13 euros pelo seguro
desportivo anual e 8,40 euros de quota de sócio anual.
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Restaurante Guimarães´s
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Entrevista
27 Setembro 2010
• Texto: Pedro Quaresma • Fotos: J.R. e Luís Lopes
António Barbosa de Oliveira
“Os Queluzenses vêem a Freguesia
transformar-se e a melhorar”
Numa altura em que o seu último
mandato enquanto presidente da
Junta de Freguesia de Queluz vai
sensivelmente a meio, António
Barbosa de Oliveira continua a
pugnar por mais e melhores investimentos por parte da Câmara Municipal de Sintra na «sua»
freguesia. O reestruturação do
mercado e a construção de um
novo centro de saúde continua
a ser ambições do autarca que,
face aos constrangimentos financeiros sentidos pela Junta, tem
apostado mais numa política de
proximidade em que o objectivo
primordial é dar cada vez mais
conforto aos moradores e comerciantes da freguesia de Queluz.
Um cuidado especial para o lazer
O Correio da Linha (C.L.) - O ano de
2010 tem sido benéfico para a freguesia de Queluz?
António Barbosa de Oliveira (A.B.O.) Benéfico não diria porque também estamos a viver a crise financeira que, aliada a alguns problemas que temos vindo
a sentir ao nível das transferências de
dinheiros da Câmara para a Junta, não
temos tido grande disponibilidade para
fazer obras de vulto como tivemos no
passado. No entanto, o nosso pessoal
continua na rua a fazer locais para os
contentores novos e a preencher os antigos, pintura de muros, manutenção de
espaços verdes, colocação de pilaretes,
tapar buracos, etc. São estas pequenas
obras que temos vindo a levar a cabo,
não têm a dimensão daquelas a que as
pessoas estavam habituadas mas, ainda
assim, os queluzenses vêem a freguesia
a transformar-se e a melhorar. Em todo
o caso, Queluz foi alvo de uma grande
obra em 2009, que acabou em Abril de
2010, que foi a requalificação da Avenida
Miguel Bombarda, onde a autarquia investiu cerca de 2 milhões de euros.
C.L. - Em que medida essa intervenção
veio ajudar a população?
A.B.O. - É uma obra excelente, que
os queluzenses receberam mal no início mas que agora já dizem que valeu
a pena porque a avenida está muito
bonita, há até quem a compare com
a Avenida da Liberdade. Espero que
este seja o início da requalificação de
muitas ruas de Queluz pois ainda há
várias a precisar de intervenção. No
projecto que temos para a recuperação da freguesia apontamos a existência de diversas ruas, entre as quais a
Elias Garcia que é, para nós, a pior rua
de Queluz. Há também outras que terão de ser alvo de várias intervenções,
nomeadamente a implantação da rede
pluvial e doméstica. Temos ainda a
conclusão da Avenida da República, artéria que foi parcialmente requalificada
há cerca de quatro anos mas que falta
ainda terminar desde a zona do Jardim
até ao Palácio de Queluz. Trata-se de
uma obra bastante necessária porque
urge resolver o problema do saneamento básico na freguesia porque como não
há separação entre pluvial e doméstico.
Como tal, há alturas em que as pessoas estão aqui no jardim e são afectadas
pelo cheiro dos efluentes domésticos
que correm todos no mesmo canal.
C.L. - Perspectiva que nos próximos
meses vá continuar com essa política
de proximidade?
A.B.O. - A Junta de Freguesia irá sempre assegurar estas obras mais pequenas mas que acabam por ser tão grandes quanto as outras na medida em que
permitem um maior conforto às pessoas
que moram naquele local. Quanto às
obras de grande dimensão teremos que
esperar que a Câmara se lembre de nós
pois é ela que tem o dinheiro.
C.L. - Que obras ainda estão, por enquanto, apenas no papel?
A.B.O. - Uma das obras é a recuperação do mercado, que é um projecto que
já tem 7/8 anos e que nunca mais vê a
luz do dia. Espero que no próximo ano
haja finalmente novidades de forma a
começar a obra. Outra obra essencial é
o Centro de Saúde, que também é reclamado há muito, e espero que também
no próximo ano possa haver novidades
a propósito desse assunto.
C.L. - No início falou de dificuldades
na transferência das verbas da autarquia para a Junta. Pode especificar?
A.B.O. - Temos estabelecidos alguns
protocolos de descentralização administrativa em que prestamos um serviço à Câmara que, por sua vez, nos paga
para prestar esse serviço. Poupamos
muito dinheiro à câmara e temos consciência que a nossa freguesia está muito
melhor tratada do que se não houvesse
estes protocolos. A autarquia ainda não
nos deu a verba que nos deveria ter
transferido em 2009 para manutenção
dos cinco parques infantis da freguesia
mas nem por isso deixamos de os ter devidamente tratados. Remodelámos todos os nossos parques infantis em 2009
e 2010, só o do Parque Felício Loureiro
custou-nos 40 mil euros quando a verba
que a autarquia transfere é de 30 mil euros anuais para manter os cinco parques
infantis, verba essa que, relativamente a
2009, ainda não nos chegou.
C.L. - Verbas que seguramente farão
muita falta à Junta de Queluz...
A.B.O. - A Junta de Belas entregou a
gestão dos parques infantis à câmara
por não ter dinheiro para fazer a sua recuperação. Hoje estão todos desactivados mas, em Queluz, não deixámos que
isso acontecesse pois temos feito um
esforço para manter os equipamentos à
disposição da população. Com o nosso
pessoal ou com empresas especializadas, fomos sempre fazendo a manutenção necessária para manter os parques
infantis abertos e sem problemas.
C.L. - Esse atraso na transferência
de verbas é residual ou também se
verifica noutras áreas?
A.B.O. - Chamar-lhe-ia residual se em
Janeiro ou Fevereiro recebesse a anuidade mas uma vez que essas verbas deveriam ser pagas em duas tranches por
ano e ainda não tenho a primeira nem
a segunda só posso concluir que terá
sido por gestão de recursos financeiros.
Como tal, não me parece que seja uma
questão pontual mas mais de filosofia
da Câmara. Se todos os presidentes
de Junta do concelho entregassem à
Câmara os parques infantis por falta
de liquidação das verbas acordadas o
concelho de Sintra ficaria quase sem
parques infantis capazes de estarem
abertos e a larga maioria estaria fechado. Felizmente, a fiscalização da autarquia passou pela freguesia no passado
mês de Julho e dos cinco parques apenas dois apresentavam pequenas anomalias que foram solucionadas nessa
mesma semana.
C.L. - Dizia que as Juntas poupam
muito dinheiro à Câmara através das
obras realizadas ao abrigo da delegação de competências. Gostaria de ter
mais competências afectas a si?
A.B.O. - Acho, sinceramente, que as
Juntas poderiam fazer muito mais, sendo isso melhor para a Câmara e para as
Juntas de Freguesia. Se nos fosse atribuída a competência de receber a publicidade, por exemplo, os proprietários de
estabelecimentos comerciais que tivessem os toldos ou os painéis electrónicos
de forma ilegal acabariam por resolver
essas situações muito mais rapidamente. Quem não o fizesse seria alvo da
respectiva coima e isso traria receitas,
tanto para a Câmara como para a Junta.
Gostaríamos de ter também os mercados
centralizados, tal como as escolas a quem
gostaríamos de fazer pequenas obras de
manutenção, tudo isso seriam fontes de
receita que nos fariam estar mais próximos da população. Por esse motivo, entendo que a actual lei deveria ser revista
e corrigida em alguns pontos de modo a
que as Juntas de Freguesia ficassem com
mais competências, que em nada prejudicaria as Câmaras Municipais pois só
lhes facilitava a vida... e a nós também.
Recebo diariamente cinco/seis reclamações de ruas que estão mal varridas em
Queluz e em relação a essa situação não
posso fazer nada porque não tenha essa
competência.
C.L. - O aumento de competências
não implicaria um reforço do pessoal
da Junta?
A.B.O. - É evidente que se tivesse a fiscalização dos mercados ou a questão
das publicidades dos estabelecimentos comerciais teria que ter um fiscal
para realizar esse trabalho mas poderia
perfeitamente transitar uma pessoa da
Câmara para a Junta para fazer esse
trabalho ou então colocávamos uma
pessoa nova.
C.L. - A que se deve a centralização de
poderes na autarquia?
A.B.O. - É uma questão de a Lei atribuir às Câmaras todas as competências
e as Juntas se limitarem a passar atestados. Houve uma altura em que a Lei
nem sequer permitia a possibilidade
de se descentralizarem poderes, mais
tarde a Lei veio permitir a realização
de acordos entre Câmaras e Juntas em
algumas actividades mas aí já depende
das autarquias a extensão dos acordos.
Em Sintra, o Dr. Fernando Seara limi-
tou-se a manter a descentralização que
a Dra. Edite Estrela deixou, ao contrário do que acontece no município da
Amadora onde os presidentes têm a
cargo do pessoal da Junta vários trabalhos no terreno, nomeadamente a varrição, a gestão dos cemitérios ou a fiscalização de publicidade, por exemplo.
C.L. - A população consegue distinguir o que é competência da Junta do
que é competência da autarquia?
A.B.O. - Para a população o presidente
da Junta é que tem culpa de tudo! [risos] Mesmo se há barulho à noite num
café a culpa é minha porque o café não
fechou a tempo e horas e a polícia não
foi lá. Mesmo que eu diga que esses assuntos não são da nossa competência
mas que, ainda assim, vamos avisar as
autoridades competentes para agir, há
quem nos acuse que só nas eleições é
que prometemos tudo e que depois não
cumprimos nada. Eu não prometo nada
a ninguém se não puder cumprir.
C.L. - Uma obra de vulto que está a
surgir em Queluz é a Escola Secundária Padre Alberto Neto (ESPAN)
que surge agora totalmente remodelada...
A.B.O. - A remodelação da ESPAN é
uma obra do Governo que custa cerca de 20 milhões de euros. Trata-se de
uma escola completamente nova relativamente ao que lá existia, nada ficou
igual. Não tínhamos um pavilhão gimnodesportivo em condições e iremos
tê-lo agora, aberto à população, vamos
também ter um anfiteatro para cerca de
300 pessoas, igualmente aberto à população, e tudo isto num equipamento
escolar com salas de aulas totalmente
equipadas e com uma biblioteca muito
melhor apetrechada, é uma escola que
nos deixa muito orgulhosos porque é,
seguramente, uma das melhores do
país. Já a escola primária é da competência da Câmara, que ali irá investir
A parte cultural é importante...
Entrevista
27 Setembro 2010
cerca de 1,5 milhões de euros para fazer
17 salas de aula, remodelar o refeitório
e as instalações naquele que também
será um excelente benefício para a comunidade escolar da freguesia. Nessa
área devo dizer que Queluz está bastante bem servida, até porque as outras
duas escolas que existem no nosso território também foram remodeladas há
relativamente pouco tempo.
C.L. - Queluz é uma freguesia conhecida também pelas suas actividades
desportivas...
A.B.O. - Exacto, ainda recentemente promovemos o Grande Prémio
de Queluz em atletismo, sendo que
apoiamos também algumas associações desportivas, assim como culturais.
Pela primeira vez, fizemos este ano as
comemorações de Queluz a cidade em
parceria com as outras duas Juntas de
Freguesia (Massamá e Monte Abraão),
foi uma iniciativa fantástica que durou
toda a tarde de forma ininterrupta e à
qual as pessoas aderiram em massa.
C.L. - Falou da vertente cultural,
é frequente ocorrerem em Queluz
concertos, exposições e outras actividades de âmbito cultural?
A.B.O. - Sem dúvida, para ter uma
ideia, entre 25 de Abril e 31 de Julho
não tive um único fim-de-semana livre
pois tive que andar sempre nos eventos
promovidos, quer pelas associações da
“As pessoas gostam de viver aqui”
freguesia, quer realizados pela Junta,
que também foram muitos, alguns dos
quais em parceria com a Câmara. A título de exemplo, ainda recentemente promovemos a Feira do Livro bem como a
SintrArtes ou a Feira Setecentista, tem
havido exposições assim como bailes
para os seniores, também temos reuni-
...assim como a prática desportiva
do com a DECO no sentido de mostrar
às pessoas como se podem ver livres de
vendas agressivas, acção que voltará a
ocorrer em Outubro, iremos também
realizar uma peça de teatro ao ar livre e
iremos promover uma gincana infantil
no dia 26 de Setembro no Jardim Conde
Almeida Araújo. Não posso deixar de
referir ainda duas sessões de esclarecimento para poupança de energia e de
água que organizámos, assim como as
intervenções da PSP junto da população
mais idosa para os ajudar a prevenir dos
ladrões. Aproveito ainda para dar uma
novidade que é a possibilidade de em
breve realizar em Queluz um Festival de
Moda promovido em parceria com dois
estilistas nacionalmente conhecidos.
C.L. - Em termos ambientais, os canídeos e os pombos continuam a ser
dois focos de problemas para esta
Junta de Freguesia...
A.B.O. - Quando teve lugar a acção
«Limpar Portugal», a Junta de Freguesia
de Queluz ajudou a população a carregar perto de 40 toneladas de entulho
para vazadouro. Felizmente, a esse nível a freguesia não está muito mal mas
tudo o que diz respeito a dejectos caninos e a alimentação de pombos é um
problema que não tenho conseguido
resolver. Todos os nossos boletins têm
na capa ou na contra-capa informação
relativa a essa situação e aquilo que
tenho recebido são cartas anónimas de
pessoas que dizem que não sou amigo
dos animais. Há quem confunda as coisas, não é uma questão de não ser amigo dos animais, algumas pessoas não
são é amigas dos seus semelhantes porque tanto uma situação como a outra é
transmissora de doenças.
C.L. – Em termos sociais, que programas estão previstos nesta área?
A.B.O. - Na área social trabalhamos em
rede com várias entidades da freguesia, nomeadamente a Associação de
Reformados, o Centro de Saúde, a Cruz
Vermelha e a Igreja. Não fazemos com
que as pessoas deixem de ter problemas
QueluzTur
Agência de Viagens e Turismo
SANTIAGO DE COMPOSTELA
E FESTIVAL DE MARISCO NA GALIZA
2, 3 e 4 de Outubro de 2010
FEIRA DO “MONTADO” em PORTEL
27 e 29 de Novembro de 2010
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mas ajudamos a minimizá-los. Na época do Natal, gastamos algum dinheiro
para fazermos a entrega de cem cabazes
a pessoas mais necessitadas. Essa iniciativa aconteceu no ano passado em plena crise e voltará a acontecer este ano.
Além disso, estas associações têm um
programa alimentar em que vão dando
ajuda alimentar às pessoas necessitadas. Paralelamente, fazemos na junta
atendimento social, reencaminhando as
pessoas para a Segurança Social, para o
Hospital para a PSP ou qualquer outra
entidade, para que as pessoas consigam
resolver os seus problemas.
C.L. - Em termos globais, como cataloga a freguesia de Queluz actualmente?
A.B.O. - Por muitos defeitos que esta
freguesia tenha, Queluz tem uma marca que não nos deixa abandonar esta
terra, as pessoas gostam de aqui viver.
E dentro dessa perspectiva, a minha actuação vai no sentido de ir minorando
ou resolvendo os problemas das pessoas. O meu projecto está a demorar mais
anos do que eu previa porque os investimentos da autarquia nesta freguesia
não têm sido os que eu esperava mas
vamos continuar a lutar sobre isso, resolvendo os problemas dos cidadãos de
Cozinha Portuguesa
Brasileira • Africana
Diariamente Muamba com
Funge (típico de Angola)
e Cachupa
Queluz. Sendo este o meu último mandato, gostaria que grande parte destas
obras de requalificação urbana ficassem ou em obra ou concluídas.
C.L. - Está preparado para ser unicamente um cidadão de Queluz?
A.B.O. - Já no mandato passado ponderei não me candidatar mas depois o
meu partido entendeu que eu deveria
fazer um último mandato e recandidatei-me, uma vez mais. Digo-lhe, com
franqueza, que não tenho qualquer problema em deixar de ser presidente de
junta porque sempre trabalhei muito,
estou sempre activo e acredito que, se
não abraçar mais nenhum projecto de
serviço público no futuro, irei seguramente ser voluntário numa associação
pois acredito que tenho o know-how
necessário para ser útil e ajudar quem
efectivamente precisa.
C.L. - E, seguramente, desfrutar da
freguesia que ajudou a crescer...
A.B.O. - Espero que sim. O pior que poderia acontecer era que Queluz parasse
e não concluísse aquele que era o nosso
programa. De qualquer forma, se vir a
freguesia com vida e a concretizar tudo
aquilo que para ela estava projectado
serei o primeiro a parabenizar quem cá
estiver nessa altura.
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Segurança
27 Setembro 2010
• Texto: Pedro Quaresma • Fotos: J.R. e PIPP Queluz
PSP de Queluz aposta num policiamento
de proximidade
Alguns dos elementos que integram o PIPP
A esquadra da PSP de Queluz implementou há cerca de ano e meio
um inovador Programa Integrado
de Policiamento de Proximidade
(PIPP) que mais não é que um
modelo de policiamento de apoio
aos residentes de Queluz e Monte
Abraão, nomeadamente comerciantes e idosos daquelas duas freguesias que agora têm um acompanhamento policial mais próximo.
O jornal O Correio da Linha falou
com o Comandante da Esquadra
de Queluz Subcomissário Nuno
Almeida, e com o seu Adjunto,
Fortunato Condeça, que nos deram a conhecer os números que
fazem deste um programa de sucesso em Queluz.
Foi a 16 de Fevereiro de 2009 que arrancou na Esquadra de Queluz o PIPP,
um novo projecto de policiamento da
PSP que começou apenas com cinco
elementos (um chefe e quatro agentes)
mas que entretanto foi sendo estendido a mais unidades. O ano de 2010
marcou o funcionamento em pleno do
PIPP e a consolidação deste modelo.
Actualmente, o PIPP tem um coordenador (o próprio Subcomissário Nuno
Almeida), dois supervisores (Chefe
Gaspar e Chefe Miguel) e 12 elementos divididos em equipas de dois elementos, que são as chamadas EPAV´s
(Equipas de Proximidade e Apoio à
Vitima). Este programa inclui ainda as
EPES´s (Equipas do Programa Escola
Segura), onde o Comandante vai procurar inovar: “Neste mês de Setembro
arrancou novamente o programa Escola
Segura e decidi constituir duas equipas
com dois elementos, ao contrário do que se
tem visto até à data em que havia apenas
um elemento por equipa”, adianta.
O PIPP é um programa diário, em que
os elementos policiais intervenientes
fazem um patrulhamento de proximidade pelo território de Queluz e Monte
Abraão, dividido por oito sectores: “É
um modelo planeado dia-a-dia, apoiado em
análise contínua da realidade social e criminal, que representa uma abordagem multidisciplinar que não se esgota no agente e que
envolve a participação da PSP nas redes sociais e na prossecução de diversos projectos,
Chefe Condeça, no debate com a população
sendo por isso um modelo abrangente cuja
finalidade é contactar com os comerciantes, com vítimas de violência doméstica, de
crimes violentos como roubo por esticão,
mas também apoiar os idosos ajudando-os
e acompanhando-os, por exemplo, quando
vão levantar a sua reforma”, explica-nos o
Subcomissário Nuno Almeida.
Desta forma, pretende dar um apoio diferente aos comerciantes, à população
mais idosa e às vítimas de violência doméstica. “Normalmente a pessoa está ha-
bituada a solicitar a comparência da polícia
depois de ter sido vítima de crime. O agente
toma nota do que se passou para depois dar
conhecimento ao tribunal. Nós queremos
agora ir um pouco mais além, prestando algum apoio à vítima no período pós-vitimização”, destaca Fortunato Condeça.
O Adjunto tem sido, aliás, desde o início, um dos principais impulsionadores
do PIPP em Queluz, sendo também ele
o responsável pela implementação do
programa nesta esquadra, numa altura
em que Nuno Almeida não era ainda
Comandante: “Este programa teve a sua
génese em Inglaterra através do chamado
«polícia do bairro», que era uma pessoa
estimada e conhecida pelos residentes e
trouxemos essa experiência para Portugal e
para Queluz para que as pessoas conhecessem o elemento que faz serviço na sua zona.
Não conhecessem o polícia apenas enquanto elemento que veste uma farda azul mas
também o polícia que tem um nome, que
está ali todos os dias e que podem contar
com ele sempre que necessitarem”, esclarece Fortunato Condeça.
Dividido por sectores, o PIPP de Queluz
é constituído por três equipas permanentes para o turno da manhã e outras
três equipas para o turno da tarde/noite. “O objectivo é assegurar que haja sempre uma equipa em Monte Abraão, outra
equipa em Queluz e uma terceira equipa no
Pendão mas giratória, ou seja, que tanto é
capaz de andar pelo Pendão como pela parte velha de Queluz ou por outro sector de
Monte Abraão”, revela o Subcomissário.
O sucesso do programa tem justificado o seu crescimento, nomeadamente no que diz respeito ao número de
elementos afectos a ele, sendo hoje
em dia uma grande aposta do actual
Comandante desde que este assumiu
o cargo, a 20 de Abril de 2009: “A
Divisão havia desafiado todas as esquadras para implementarem o PIPP e decidi
apostar em força neste novo programa,
com um efectivo significativo, deixando
o mínimo indispensável para as ocorrências”, justifica o Comandante.
Actualmente há muitos programas
que são absorvidos pelo PIPP mas é
importante, ainda assim, assegurar
uma gestão equilibrada dos meios humanos para que outros serviços não
apresentem défices que depois originem problemas difíceis de solucionar:
“Conseguimos garantir os serviços mínimos e temos sempre um carro patrulha
disponível para a chamada «actuação de
repressão». Temos depois os habituais serviços de esquadra, secretaria e notificações
mas focamos a nossa atenção no PIPP pois
o nosso objectivo primordial é satisfazer
a comunidade e mostrar os polícias à população, privilegiando o contacto entre o
agente e o cidadão. É importante que a
polícia esteja visível, que as pessoas vejam
as viaturas a circular, que vejam o polícia
na rua para que assim sintam que estamos próximos. Quando alguém com más
intenções vê um elemento fardado fazer a
sua ronda fica intimidado e, pelo menos,
percebe que naquele momento já não pode
fazer nada”, opina Nuno Almeida.
Os seniores são o público-alvo preferencial deste programa, pelo que não
Sub-Comissário Nuno Almeida, comandante
da esquadra de Queluz
é de estranhar as diversas acções de
sensibilização que a PSP de Queluz já
promoveu nas duas freguesias, nomeadamente na Associação de Reformados de Monte Abraão mas também no
Centro de Convívio de Monte Abraão,
Associação de Reformados e Pensionistas de Queluz, Centro Social da
Sagrada Família, Universidade Sénior
de Queluz e Assembleia de Deus de
Queluz. Explica-nos o Comandante
que “os seniores estão mais vulneráveis
aos actos criminosos, nomeadamente
agora que Queluz tem assistido a uma
O PIPP está atento e apoia o cidadão...
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27 Setembro 2010
... os comerciantes...
registada no ano passado e a criminalidade registada este ano verificamos uma
diminuição de menos 400 crimes relativamente ao que se verificava no ano passado
por esta altura (2.100 para 1.700), o que
é muito significativo para aquela que é
uma das esquadras com mais movimento
a nível nacional”.
Todavia, para que os números continuem a baixar, não basta à PSP fazer
bem o seu trabalho. Também os cidadãos podem e devem ter uma atitude
preventiva e dialogante com a PSP,
alertando os agentes para qualquer
anomalia que lhes chame a atenção:
“Nós, polícia, queremos ajudar as pessoas mas é importante que elas também
nos ajudem a nós. Ninguém melhor que
o residente conhece a sua zona e se conseguir transmitir ao agente certas situações que vão acontecendo e que não são
normais nós também vamos tratando esse
tipo de situações e prevenindo possíveis
problemas que possam ocorrer naquela
zona”, confirma o Adjunto Fortunato
Condeça.
O «braço-direito» do Subcomissário
defende também que os munícipes
saga de roubos a fios e pulseiras de ouro.
Continua a haver um certo facilitismo por
parte de alguns cidadãos que insistem em
mostrar o seu fio de ouro mas tentamos
sensibilizar estas pessoas para terem mais
cuidado”, salienta.
Para o sucesso deste programa muito
tem contribuído “o bom trabalho de parceria que tem sido realizado com as Juntas
de Freguesia de Monte Abraão e Queluz” que, entre outros apoios
ao projecto, “disponibilizaram
dois telefones directos, um cedido pela Junta de Freguesia de
Monte Abraão e outro pela Junta
de Freguesia de Queluz, para as
equipas que patrulham as áreas
daquelas duas freguesias chegarem mais rapidamente ao local”,
agradece o Comandante da
Esquadra de Queluz.
Segundo Nuno Almeida, a
implementação do PIPP está
na base da grande redução no
número de ocorrências apresentadas nesta esquadra: “Se
compararmos a criminalidade Uma plateia presente nos debates que ouve os conselhos
de Queluz e Monte Abraão devem ter
uma maior acção de responsabilidade
sobre si próprios, evitando desleixos
que podem originar furtos ou roubos:
“É importante que as pessoas sejam mais
interventivas e, acima de tudo, que sejam
mais solidárias com o próximo. Recordome de uma queixa em que uma senhora
chorava desalmadamente à minha frente
porque tinha sido assaltada junto à estação de Queluz-Monte Abraão, numa
zona de passagem, com paragem de autocarros e muitas pessoas que vão apanhar
o comboio. A senhora foi assaltada por
dois indivíduos que passaram numa mota,
puxaram-lhe a mala e a senhora caiu e
ficou sem a mala. Quando veio fazer a
queixa, ela chorava mas não era de tristeza pelo que perdera mas sim de raiva por
ninguém ter ido ter com ela perguntarlhe se estava bem ou se precisava de ir ao
hospital”, exemplifica.
Uma das críticas que actualmente
mais se ouve quando se fala de Segurança em Portugal é o excesso de
proteccionismo que é dado aos meliantes e as dificuldades processuais
para deter alguém, mesmo que seja
apanhado a cometer
um delito em flagrante. Tais dificuldades
poderão desmoralizar
a classe policial mas
tanto o Subcomissário
Nuno Almeida como
o Adjunto Fortunato
Condeça desdramatizam a situação: “Há
pessoas que nos perguntam se não esmorecemos
quando levamos um indivíduo a tribunal e ele
sai de lá mais depressa
do que nós mas essa não
me parece ser a questão
... e apresenta visibilidade na rua
fulcral. É importante que a população
confie na sua polícia porque temos aqui
excelentes profissionais, que se orgulham
do trabalho que fazem e que gostam de
ajudar as pessoas. É óbvio que vamos
tendo algumas mágoas mas que nunca nos
podem fazer esmorecer mas sim dar alento
para as conseguir ultrapassar”, destaca
o Adjunto, prontamente secundado
pelo Comandante: “O mais importante
é chegarmos a casa com a sensação de
dever cumprido. É isso que move estes
elementos, por vezes há situações em que
detemos uma pessoa que depois acaba por
ser libertada pelo tribunal mas pelo menos
nós temos a sensação de que fizemos o que
nos competia e devo dizer que estou muito
orgulhoso do efectivo que tenho nesta esquadra porque são homens e mulheres que
ainda trabalham por amor à camisola”,
conclui Nuno Almeida.
Património
• Texto: Cláudia Silveira • Fotos: J.R.
27 Setembro 2010
Cozinha Velha e Pousada simbolos da realeza
Destino de eleição da Família Real portuguesa na segunda metade do século
XVIII, Queluz celebrizou-se pela edificação de um dos mais imponentes
palácios reais existentes em Portugal,
o Palácio Nacional de Queluz, monumento que ainda nos nossos dias desempenha o estatuto de principal referente histórico da localidade.
Nas suas imediações, dois equipamentos hoteleiros de reconhecida qualidade, ambos geridos pelas Pousadas de
Portugal, encontram-se integrados e
em perfeita harmonia com o conjunto
monumental aí existente e contribuem
significativamente para a sua preservação e valorização. Referimo-nos ao
restaurante Cozinha Velha e à Pousada D.
Maria I, cujo propósito é contribuir para
o bem-estar dos visitantes que aqui se
deslocam de forma a completar e enriquecer a descoberta deste espaço.
A emergência de Queluz
como residência da Família Real
A ligação de Queluz à Família Real
portuguesa remonta a meados do século XVII, quando D. João IV, por decreto
datado de 11 de Agosto de 1654, instituiu a Sereníssima Casa do Infantado.
Destinada a garantir o sustento e a autonomia aos filhos segundos dos monarcas portugueses, a nova casa senhorial veio a integrar um vasto património
do qual fazia parte um casal em Queluz
composto por um pavilhão de caça com
terras, pomares e vinhas situados num
vale fértil nas margens do rio Jamor,
propriedade que havia sido confiscada,
na sequência da Restauração de 1640
que veio pôr fim ao domínio filipino em
Portugal, ao 1º Conde de Lumiares e 2º
Marquês de Castelo Rodrigo, Manuel
de Moura Corte Real, partidário da dinastia filipina.
Em 1742, a Casa do Infantado, na qual
estava já integrada a propriedade onde
se viria a erguer o Palácio de Queluz,
ficou na posse do quinto filho de D.
João V e de D. Maria Ana de Áustria,
o Infante D. Pedro Clemente Francisco
José António, que viria a ser Rei de
Portugal, subindo ao trono como D.
Pedro III, em virtude do seu casamento, em 1760, com D. Maria I, filha de D.
José I e, consequentemente, sua sobrinha.
Possuidor de uma sensibilidade artística invulgar, a D. Pedro III se deve a edificação do actual Palácio, iniciada em
1747 e que se prolongaria por cerca de
cinquenta anos. Durante esse extenso
período temporal, foram constantes as
transformações verificadas no edifício,
que se foi adaptando sucessivamente
às novas necessidades.
Dessa forma, a partir de 1794, devido
a um in­cêndio oco­rrido no Palácio da
Ajuda, o Pa­lácio de Que­luz passou a
Pedro Marques,
responsável da
unidade, Rogério
Carvalho, chefe de
sala da Cozinha
Velha e Ricardo
Santos, director
regional das
Pousadas
de Portugal
ser a residência permanente da Família
Real portuguesa, o que viria a exigir novas intervenções arquitectónicas. Tendo
o príncipe D. João assumido o governo
do Reino devido à demência de sua
mãe, a Rainha D. Maria I, a ele se ficaria
a dever a construção de diversos edifícios fronteiros ao Palácio de Queluz,
dotados com fachada para o largo, entre
os quais se destacam o edifício da Torre
dos Sinos e do Relógio, actual Pousada
D. Maria I, e o Palacete da Arcada, onde
hoje se encontra instalado o Regimento
de Artilharia Antiaérea nº 1 (RAAA1).
De facto, o projecto de intervenção então aprovado previa a edificação, no
lado oposto ao actual palácio, de um
edifício que lhe era simétrico e que fecharia a praça. Contudo, volvidos poucos anos, em 1807, ocorreu a invasão
do País pelos exércitos napoleónicos, o
que conduziu à partida da Família Real
portuguesa para o Brasil, provocando a
interrupção dos trabalhos em curso em
Queluz. Assim, do projecto concebido
para este espaço, apenas foi concretizada a construção do Palacete da Arcada
e do edifício da Torre dos Sinos e do
Relógio.
A Torre dos Sinos transformou-se em pousada
A Manuel Caetano de Sousa são atribuídos os projectos dos edifícios que se
situam defronte do Palácio Nacional de
Queluz, entre os quais o da Torre dos
Sinos e do Relógio, que desde 1995 alberga a Pousada D. Maria I, gerida pelas Pousadas de Portugal.
Além do projecto para a construção
da Torre da Real Capela da Ajuda elaborado em 1792, cujo traçado se aproxima da obra executada em Queluz, o
referido arquitecto havia colaborado,
desde 1771, na construção da biblioteca do Palácio de Mafra. Tendo sido arquitecto da Casa do Infantado e arquitecto das Obras Públicas, viria a ficar
também ligado a outras importantes
obras edificadas sobretudo na região
de Lisboa, nomeadamente a Igreja
Paro­quial da Encarnação, a Capela da
Ordem Terceira do Carmo, a Capela do
Palácio da Bemposta, a Igreja de São
Domingos, o Palácio dos Duques de
Palmela localizado na Praça do Brasil e
uma escadaria monumental destinada
ao Jardim Botânico.
A Torre dos Sinos e do Relógio, edifício
fronteiro ao Palácio de Queluz, destinava-se a servir como mantearia e ucharia do Paço, albergando igualmente
as acomodações dos empregados que
nele serviam. O edifício dispunha de
uma capela, de um salão de teatro e de
um picadeiro, aí se guardando os trajes
de montar.
A Torre foi dotada de um relógio executado por José Rodrigues Leitão e
de um conjunto de 12 sinos, os quais
começaram a funcionar em Julho de
1819, assinalando o nascimento no
Brasil da Infanta D. Maria da Glória,
futura Rainha D. Maria II.
Apesar de em 1830 grande parte deste
edifício ter sido destruída por um fogo,
aí se viria posteriormente a instalar
uma Enfermaria Veterinária. Já no século XX, o edifício da Torre dos Sinos
e do Relógio viria a acolher, a partir
de 1937, a Junta Central da Legião Por­
tuguesa e a Banda do Governo Militar
de Lisboa.
Na década de 1990, o edifício foi recuperado seguindo um projecto da
autoria do arquitecto Carlos Manuel
Ra­mos tendo em vista a sua adaptação a Pousada. No âmbito dessa intervenção, houve a preocupação de
manter a traça e a volumetria originais
do imóvel, embora conciliando a sua
recuperação com as exigências pragmáticas de uma unidade hoteleira.
Dessa forma, grande parte das paredes
interiores foi demolida, exceptuando
Património
27 Setembro 2010
A mesa de pedra é uma peça única
as que integram o corpo da Torre e as
do teatro, dotado com galeria superior.
Recorrendo a materiais tradicionais
e evocando a época original da sua
construção, os interiores do imóvel
foram valorizados com a introdução
de motivos decorativos e de peças de
mobiliário evocativos do final do século XVIII. Também o antigo teatrinho foi
recuperado, dispondo de uma entrada
independente da Pousada, podendo
agora ser usufruído pela população de
Queluz. Conforme referiu ao “Correio
da Linha” o Director Regional das
Pou­sada de Portugal, Ricardo Santos,
trata-se de um equipamento propício
à criação de sinergias com outras instituições locais, dado que tem caracte-
O teatrinho é um espaço de cultura
rísticas únicas e um grande potencial,
adequando-se à apresentação de pequenas peças de teatro, à realização de
recitais ou ao lançamento de livros, e a
sua dinamização seria vantajosa tanto
para a Pousada como para a população
local, para a qual a sua existência é em
muitos casos desconhecida.
O Restaurante Cozinha Velha
Entre as quarenta Pousadas de Portugal
actualmente em funcionamento existe
uma grande diversidade, uma vez que
se encontram em diferentes zonas ge-
ográficas, com atractivos
distintos, instaladas em
edifícios também eles
diferentes entre si e dispondo de tipos de serviço pró­prios.
No caso de Queluz, a
Pousada D. Maria I, por
enquanto a única localizada na região de Lisboa,
tem o seu serviço complementado pelo restaurante Cozinha Velha, considerado emblemático na
região de Lisboa, no qual
se conservam diversas
estruturas das antigas
co­zinhas do Palácio de
Queluz, designadamente a sua imponente chaminé, fogões e demais apetrechos, bem como uma grande mesa
constituída por uma única pedra de
cantaria.
A dinâmica aqui implementada é um
dos segredos do sucesso da Cozinha
Velha. Nesse âmbito, a partir de Ou­
tubro será disponibilizada uma nova
carta que estará em vigor até Abril, cuja
elaboração tem por base a rotatividade
dos ciclos de Verão e de Inverno. Os
pratos que integram o ciclo de Inverno
são por norma mais elaborados e condimentados do que aqueles que constam
do ciclo de Verão e que se encontrarão
disponíveis de Maio a Setembro.
Neste espaço ocorrem também e de
forma regular acções
pontuais, como a acção
gastronómica dedicada
à cozinha de Macau que
se encontra programada
para o próximo mês de
Outubro, a qual será lançada na Cozinha Velha e
terá posteriormente continuidade noutras unidades das Pou­sadas de
Portugal.
Paralelamente, a à seme­
lhança do que sucede
nou­tros
equipamentos
ho­te­leiros do grupo, aí se
di­namizam com regulari­
dade acções vínicas, no
âmbito das quais se disponibilizam diversos menus elaborados consoante
os vinhos apresentados.
Num futuro próximo pro­jecta-se ainda
recuperar na Cozinha Velha as chamadas “confecções de sala”, o que consiste
em confeccionar determinados pratos e
sobremesas em frente ao cliente.
Segundo testemunha Ricardo Santos, as
pessoas têm normalmente a falsa ideia
de que os restaurantes das Pousadas de
Portugal se destinam a uma elite, o que
na opinião do responsável não corresponde à verdade, uma vez que se verifica que hoje em dia os preços aí praticados são equivalentes aos de outros
restaurantes afamados existentes na
região de Lisboa. Acrescenta ainda que,
pelas suas características, os
restaurantes das Pousadas
de Portugal são os espaços
mais indicados para quem
pretenda fazer a degustação de uma cozinha regional mantendo a tipicidade
da sua apresentação, mas
dispondo igualmente da
chamada cozinha de autor,
existindo a preocupação de
recorrer aos produtos lo­cais
em cada região em que está
inserida, assim contribuindo
para o desenvolvimento da
região em que se inserem.
Na óptica do desenvolvimento local, Ricardo Santos Um espaço exterior de lazer
destaca a importância assumida pelas Pousadas de Portugal na cidos relativamente aos envolvidos na
criação de postos de trabalho e na pro- manutenção de outros edifícios que
moção turística das regiões em que se tenham sido construídos de raiz para
inserem, procurando sempre interagir empreendimentos turísticos. No encom as autarquias e instituições locais.
tanto, a recuperação de edifícios como
Em Queluz como noutras unidades do o da Torre dos Sinos e do Relógio ou
grupo, existe a preocupação de manter o da Cozinha Velha tem efeitos positivivos os edifícios em que se encon- vos na satisfação dos clientes, uma vez
tram instalados estes equipamentos que proporciona um contacto mais
hoteleiros, contribuindo para a sua próximo com elementos importantes
recuperação e preservação, ainda que do património, da história e da cultura
esse propósito resulte em custos acres- portuguesas.
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Desporto
27 Setembro 2010
• Texto: Pedro Quaresma • Fotos: P.Q. e C.B.Q.
Clube de Basket de Queluz
De cesto em cesto até à vitória final
Há cerca de dois anos uma cisão no
seio do Clube Atlético de Queluz
(CAQ) motivou o aparecimento do
Queluz Escola de Basket (QEB),
um novo projecto desportivo liderado por Hugo Martins, antigo
jogador de basquetebol. A poucos
dias de começar a nova época, o
jornal O Correio da Linha foi ao
encontro do fundador deste projecto, agora denominado de Clube
Basket de Queluz (CBQ).
que entretanto foi devidamente formalizado e legalizado.
O entusiasmo inicial acabaria por rapidamente esfriar após uma reunião
com a Câmara Municipal de Sintra
que informou os responsáveis de que
estava a assistir a uma saída massiva
de pessoas que tinham abandonado
o CAQ em choque com a gestão da
altura, o que fazia com que a autarquia tivesse que falar com dezenas de
interlocutores.
Tentou-se então criar uma estrutura
em que se fundissem algumas dessas
vozes, por forma a reduzir o número
de interlocutores. Na altura, já havia
na cidade uma entidade criada desde
2006, o Clube Basket de Queluz, constituído essencialmente por um conjunto de atletas seniores que haviam saído do CAQ e que entretanto haviam
ido jogar para divisões secundárias.
Assim, CBQ, CAQ e QEB juntaram-se
com o intuito de formar uma única
entidade desportiva e imediatamente
se chegou a uma conclusão: “Perce-
Foi na companhia de Paulo Martins,
Presidente do Conselho Fiscal do
CBQ, que Hugo Martins nos recebeu
no pavilhão da Escola Secundária Ruy
Belo, em Monte Abraão, um dos locais
desportivos onde decorrem os treinos
das várias equipas do CBQ.
No início deste mês de Setembro arrancou mais uma temporada para o CBQ,
a terceira desde a sua fundação. Com
efeito, o Clube Basket de Queluz surgiu
no final da época 2008/2009, após uma
reunião entre o anterior corpo técnico
do CAQ e pais de jovens atletas que na
altura representavam aquela instituição
desportiva. “Pôs-se a hipótese de continuar
dentro ou fora do CAQ e, dada a realidade
que estava por detrás do clube, e perante as
possibilidades que nos foram colocadas em
cima da mesa, entendemos que teríamos a capacidade de, por nós, criar um clube de basket
vocacionado unicamente para a formação”,
começa por contar Paulo Martins.
Da teoria à prática foi um pulo. Depois
de driblados vários obstáculos, pais e
jovens atletas lançaram-se à procura
do desconhecido e o resultado final foi
a criação do Queluz Escola de Basket,
CBQ participou no 1º Torneio CIBA
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bemos que essa fusão tripartida não era
viável porque tanto nós como o CBQ não
partilhávamos da mesma perspectiva de
ver o basket do CAQ. No entanto, entendemos que uma fusão entre o CBQ e
o QEB poderia ser interessante para as
duas partes”, adianta o Presidente do
Conselho Fiscal.
A fusão entre os dois clubes propunhase a resolver mais do que um problema
de uma só vez! Por um lado, os jovens
basquetebolistas do QEB passavam a
fazer parte de uma estrutura já mais
organizada e consolidada, passando a
dispor de mais e melhores condições
de treino, enquanto o CBQ passava a
contar com escalões de formação que
asseguravam o futuro rejuvenescimento do escalão sénior. Analisados os
prós e os contras por ambas as partes,
a fusão avançou mesmo.
Dois anos volvidos, o projecto aparece hoje mais consolidado e cada vez
com mais aderentes. “Quando criámos
a Escola de Basket tínhamos 40 miúdos
inscritos no mini-basket e nos iniciados
mas a meio do ano já eram
mais de 80, o que nos obrigou
a procurar mais que um sítio para treinar. Entretanto
surgiu a equipa de cadetes e
duas equipas de veteranos que
foram criadas porque muitos
dos pais destes jovens foram,
também eles, praticantes de
basket. Assim, em vez de andarem dispersos a jogar pelo
Inatel, criámos uma equipa
onde pudessem ter laços com
o clube do filho, que passa a
ser também o seu. O projecto
teve uma adesão de tal ordem
que teve de se dividir em duas
equipas porque vieram ter
connosco cerca de 25 pessoas”, explica
Hugo Martins, Presidente do CBQ.
Actualmente, os vários escalões recorrem aos pavilhões desportivos das
escolas Ruy Belo e Padre Alberto Neto
(ESPAN) para realizar os seus treinos. Na ESPAN treinam os escalões de
mini 8, mini 10 e mini 12, enquanto os
restantes vão evoluindo na escola Ruy
Belo. No entanto, como os espaços físicos são limitativos, a equipa técnica
sentiu necessidade de criar núcleos
em outras escolas e colégios, como
é o caso das aulas semanais que dão
no ATL Colibri ou na Escola António
Torrado, em Agualva-Cacém.
Apesar de andar há dois anos com
a «casa às costas», não está nos horizontes mais próximos do clube ter
uma sede própria em virtude dos fracos recursos financeiros. Segundo o
Presidente do Conselho Fiscal, neste
momento “é inviável pensar em ter o
Hugo Martins e Paulo Martins
investimento necessário para erguer um
pavilhão. Agora, como é lógico, se o poder
local decidir apostar em nós como dinamizador de massas ao nível do basket e nos
ceder um espaço desportivo para depois
potenciarmos, nós teríamos capacidade e
apetência para o fazer. Mas, tal como nós,
há dezenas de pessoas exactamente com o
mesmo tipo de ideias junto do poder local.
Por muito bom que o nosso projecto seja,
não tenho capacidade para julgar os projectos dos outros, se são melhores ou piores
que o nosso”, explicita Paulo Martins,
prontamente secundado por Hugo:
“A identidade de um clube é, muitas vezes, o seu espaço físico e uma das nossas
carências é, efectivamente, não termos um
espaço próprio onde possamos unir as pessoas em torno do clube para fortalecer a
identidade desta instituição”, lamenta.
Considerando o basquetebol “uma
marca de Queluz”, o responsável máximo pelo CBQ acredita que a cedência
de um pavilhão “seguramente que nos
faria crescer imenso” mas, enquanto
esse dia não chega, traça objectivos
ambiciosos para o futuro: “Ainda não
somos uma entidade de utilidade pública
mas para lá caminhamos pois, ao fim de
três anos de existência e de haver uma
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Martins não hesita em lançar um convite tanto a miúdos como a graúdos para
virem praticar desporto num ambiente
saudável e familiar: “Antes de se inscrever, qualquer pessoa pode conhecer melhor
o clube em www.escolabasketdequeluzblogspot.com ou vir experimentar e fazer
um treino para ver o ambiente que temos
neste clube. Não estamos aqui para facturar
dinheiro mas sim para satisfazer a vontade
dos miúdos que querem praticar basket”.
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selecções regionais”, destaca
Paulo Martins.
Um dos elementos que mais
caracterizam uma equipa de
basquetebol é o seu equipamento. Como tal, pais e
equipa técnica reuniramse e optaram por escolher
um equipamento inovador
e revolucionário, que não
fica indiferente a ninguém:
“Tínhamos três equipamentos
em equação mas como a estru- Equipas de
tura deste clube é suportada pelos pais o equipamento escolhido foi o mais
caro. É um equipamento de dupla face que
nos permite jogar com dois equipamentos
diferentes no mesmo dia, por exemplo. É
um equipamento que em termos de qualidade dura quatro/cinco anos, as pessoas
que assistem aos nossos jogos elogiam-nos
e dão-nos os parabéns pelo impacto que a
originalidade dos nossos equipamentos causa”, ressalva o Presidente da Direcção.
Em mês de regresso aos treinos, Hugo
Encerra ao Domingo
no mini basket que vêm
de Nafarros, da Venda do
Pinheiro ou de Palmela
porque no concelho de
Sintra existe uma carência
ao nível do basquetebol de
formação que nós estamos
a tentar ajudar a suprir”,
explicita.
Num país onde a palavra crise está na ordem
do dia e os apoios escasseiam, o CBQ tem conseguido, ainda assim,
estabelecer algumas
parcerias com empreEntrega de Prémios no Torneio da AD Sintra
sas da zona, contando
contabilidade credível, já teremos requi- igualmente com o apoio logístico das
sitos para alcançar tal objectivo”.
escolas onde decorrem os treinos e das
O escalão etário é o método mais utili- três Juntas de Freguesia da cidade de
zado para diferenciar os jogadores dos Queluz, assim como apoio monetário
vários escalões mas essa medida nem e logístico da Câmara Municipal de
sempre é seguida, sobretudo nos es- Sintra e, claro, as mensalidades de
calões mais jovens. Explica-nos Hugo (quase) todos os atletas do clube.
Martins que há casos em que os atletas As excepções aos pagamentos mensais
são transferidos de escalão porque o são alguns jovens que fazem parte do
clube não quer que as crianças se sintam projecto de acção social levado a cabo
frustradas por não conseguirem fazer o pelo clube: “Uma das zonas onde temos
que os colegas da mesma idade fazem: vindo a desenvolver este projecto é aqui
“Temos miúdos no escalão de mini 10 que a Escola Ruy Belo, em Monte Abraão,
já praticam basket há cinco anos e é natural área onde existem alguns problemas de
que quem chegue agora à modalidade tenha delinquência pelo que combinámos com
menos oportunidades de desfrutar do jogo a direcção da escola realizar treinos graporque não está no mesmo patamar e, com tuitos à quarta-feira para todos os alunos
isso, não se desenvolve de forma uniforme, o da escola. Os pais de todos os nossos atleque não nos interessa”, justifica.
tas pagam uma mensalidade ou anuidade
Na base desta decisão está uma opção cujo valor depende das possibilidades e
em que os resultados desportivos ficam do modo como cada um pode pagar. De
para segundo plano: “Privilegiamos todos estes miúdos que aqui vinham à
uma filosofia de trabalho onde a vitó- quarta-feira, na época seguinte ficaram
ria faz parte da competição mas onde dois a jogar de forma gratuita, são jovens
não é o mais importante, pelo menos com problemas sociais graves mas que
nos escalões inferiores. O mais impor- vieram encontrar no basket um espírito
tante é que as crianças participem e de equipa que lhes dão um maior apoio
se divirtam e, se ganharem, melhor”, para enfrentar os seus problemas diários”,
adianta o Presidente da Direcção. “Há justifica Hugo Martins.
clubes cuja perspectiva é a competição Com apenas dois anos de existência, o
e a necessidade financeira que têm de CBQ orgulha-se de já ter encontrado
pagar despesas enquanto nós temos alguns bons valores para o basquetecomo linha de orientação a formação bol luso, sendo responsável por levar
dos miúdos e a criação de um ambiente diversos atletas às selecções regionais
saudável de crescimento, propício ao nos vários escalões de formação: “O
amadurecimento das crianças, seja na clube só tem dois anos de existência mas
vertente desportiva, seja na vertente neste momento já somos fornecedores frehumana”, complementa o Presidente quentes das selecções regionais pois já
do Conselho Fiscal.
conseguimos ter um conjunto de atletas
Depois de um início fantástico, em que vão representar as selecções regionais.
que durante dois anos o clube cresceu Nos escalões mais baixos não há selecções
de forma exponencial e consecutiva, a nível nacional mas agora estamos a
este projecto pretende agora conso- abrir os escalões de cadetes e juniores,
lidar-se, continuando a captar mais em que já há selecções nacionais, e vamos
um ou outro jovem que demonstre ver o que acontece. Não podemos escainteresse em jogar basquetebol. Uma motear o facto de uma parte da formação
coisa parece ser clara para os nossos de muitos destes jovens atletas ter sido
dois entrevistados: o potencial deste feita no CAQ mas também há algumas
projecto é enorme e, a prová-lo, está a crianças que começaram a praticar basket
abrangência do mesmo: “Temos miúdos connosco e que também já estão a ir às
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12
Entrevista
• Texto: Pedro Quaresma • Fotos: J.R. e L.F.
27 Setembro 2010
Luís Fernandes, tetraplégico
O último salto foi à 11 anos
Luís Fernandes levava uma vida
absolutamente normal quando,
aos 17 anos, um mergulho mal
calculado o levou a fracturar a
coluna e a ficar preso a uma cadeira de rodas, perdendo qualquer sensibilidade do pescoço
para baixo. Onze anos volvidos,
este jovem aluno da ESPAN, em
Queluz, apresenta notórias melhorias, tendo conseguido concluir o seu curso profissional e
tem vindo, dia após dia, a travar
uma luta intensa para voltar a ter
plenos poderes sobre o seu corpo
e para conseguir ser uma pessoa
o mais autónomo possível.
O Correio da Linha (C.L.) - Quem é o
Luís Fernandes?
Luís Fernandes (L.F.) - Sou um homem,
neste momento com 28 anos, há 11 anos
tive um acidente que me deixou tetraplégico e desde então tive de passar a
encarar a vida com outros olhos e de
outro prisma. Até aos 17 anos era um
adolescente como tantos outros, até que
certo dia fui à praia com alguns amigos
e ao final da tarde quis ir dar um último mergulho antes de ir embora... e foi
mesmo o último mergulho!
C.L. - O que correu mal nesse mergulho?
L.F. - Quis dar um mergulho fazendo
um «salto de carpa» na praia de Carcavelos mas quando ia no ar apercebime que já não havia água no sítio em
que ia mergulhar. Bati com a cabeça
na areia e parti a cervical.
C.L. - Em que medida esta lesão mudou a sua vida?
L.F. - Mudou radicalmente! Tive de
reaprender tudo do zero, tal como um
bebé que acaba de nascer. Reaprendi a
comer, a fazer pequenos gestos para os
quais é agora preciso mais paciência
e dedicação. A verdade é que quando
tive o acidente não imaginava sequer
tudo aquilo por que viria a passar
porque uma lesão com esta gravidade
acarreta dificuldades com que nunca
sequer sonhámos. Ficar tetraplégico
não implica apenas ficar cingido a
uma carreira de rodas, há barreiras
físicas e emocionais que temos de superar todos os dias, a higiene é algo
que fica complicado de fazer numa cadeira de rodas, tal como a escola que
teve de sofrer adaptações. O simples
acto de ir à rua tornou-se sempre uma
aventura. Aliás, é por esse motivo que
eu quase não saio de casa e porque a
rampa de acesso a deficientes não é
obrigatória em Portugal.
C.L. - Ao longo destes onze anos foi
tento melhorias físicas...
L.F. - Sim já tive melhorias notórias
mas também já sofri alguns retrocessos mas tenho de continuar a lutar e
a querer ficar cada vez melhor. Recentemente estive numa clínica em Guimarães a fazer fisioterapia durante
sete horas, durante 22 dias, e as coisas
melhoraram mas depois deveria ter
continuado a fazer fisioterapia aqui
em Queluz mas a Segurança Social
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dia. Ora, quinze minutos não dá para
nada, é chegar ao gabinete, deitar-me
e acaba a sessão, mas infelizmente o
dinheiro não chega para tudo. Ainda
assim, criámos um site para as pessoas fazerem os donativos possíveis,
vendemos umas rifas e também já fui
à televisão e foi dessa forma que angariei o dinheiro para estes dias de fisioterapia, vamos ver se agora consigo
angariar mais algumas verbas porque
o dinheiro que vou conseguindo arranjar só dura para alguns meses.
C.L. - Como é o seu dia-a-dia actualmente?
L.F. - Acabei o curso no ano passado na Escola Padre Alberto Neto, em
Queluz, entretanto fiz um estágio de
dois meses ao qual se seguiu o trabalho de projecto. Estive a estagiar
numa firma aqui perto de casa, a Lufacor, e foi muito bom ter passado da
teórica à prática. Senti-me bem por
estar no activo, a trabalhar. Depois
do estágio comecei a procurar alguma
saída profissional para conseguir ganhar o meu dinheiro mas o mercado
está complicado.
C.L. - Como funcionavam as coisas
na escola?
L.F. - Sempre tive o apoio de toda a
gente, todos queriam que fosse à escola mas tinha o problema dos degraus
aqui do prédio pelo que assistia às
aulas no meu quarto por videoconferência. O Ministério tem uma área
própria, o Cantic, e sempre me disponibilizou esse serviço ainda que ele
tenha funcionado com 1001 dificuldades porque os programas são muito
atrasados, só funcionam no Win98,
mas fui sempre acompanhado as aulas e foi aqui que fiz os exames e até
sentia mais dificuldades porque os
outros alunos tinham um professor
por exame enquanto eu tinha três.
[risos]
C.L. - Era mais difícil copiar...
L.F. - [risos] Sim, se com um já é difícil, imagine como será com três a
olhar para mim... [risos]
C.L. - Acabou o secundário com que
média?
L.F. - Não sei ao certo porque ainda
não tenho o diploma mas julgo que
terá sido com 14/15 valores. A minha
mãe incentivou-me a acabar o curso e
como sei que o mercado de emprego
está difícil para toda a gente estou,
neste momento, mais voltado para
a minha recuperação e para a minha
independência. Depois, sim, quero
procurar um trabalho para mim.
C.L. - Faz fisioterapia diariamente?
L.F. - Sim, todos os dias faço uma hora
de fisioterapia com um fisioterapeuta
privado e depois eu próprio faço a
minha fisioterapia em casa durante
cerca de uma hora e meia, em que
faço flexões e abdominais, por exemplo, para ganhar mais força ao nível
do tronco.
C.L. - Quando não está a fazer fisioterapia e a investir na sua recuperação,
de que forma passa o seu tempo?
L.F. - Sou um rapaz normal, que adora
ouvir música, tal como continuo a
gostar de praia ou piscina. Curiosamente, e apesar de o meu acidente
ter sido na água, não tenho qualquer
trauma com a água, além disso adoro
ir à bola, sou doido pelo Benfica e
anualmente sou capaz de ir a cerca
de dez jogos ao Estádio da Luz com
um amigo meu.
C.L. - Como tem lidado com a realidade ao longo da última década?
L.F. - Chorar ou acomodar-me a isto
que me aconteceu não vai melhorar
a minha qualidade de vida por isso
tenho que lutar e procurar soluções
Um sorriso que se mantêm
para avançar. Não posso ir abaixo, se
paro é que não vou a lado nenhum e
quero continuar a minha recuperação.
Para sair de casa e ir para a fisioterapia uso uma rampa provisória em
madeira, que tem de ser montada e
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Entrevista
27 Setembro 2010
desmontada sempre que saio ou entro
em casa, graças a um amigo que conseguiu arranjar um serralheiro que a
fizesse, mas não é fácil...
C.L. - Já pediu à Câmara Municipal
ou à Junta de Freguesia para lhe
construírem uma rampa no prédio?
“Não desisto de ver
o meu filho voltar a andar”
Adelaide Fernandes, mãe de Luís,
é quem tem acompanhado mais de
perto o jovem, sendo um elemento
fundamental na sua recuperação e
na luta que este tem vindo a travar
na busca de uma maior autonomia
pessoal.
Ao nosso jornal, contou como há
onze anos teve de deixar a engomadoria onde trabalhava para passar
a cuidar a full time do seu filho,
desde então preso a uma cadeira de
rodas: “Tenho dias em que me deito e
Os 4 degraus que o separam da “liberdade”
me levanto sem dormir porque há alturas muito complicadas, não só por causa das dificuldades dele, que é bastante
pesado, mas também porque tenho crises de síndrome vertiginoso e há fases em
que passo o dia todo a vomitar e mal consigo sair da cama”, conta-nos.
Ao longo destes onze anos, as melhorias do filho Luís têm sido notórias
mas, ainda assim, insuficientes para que o jovem abandone de vez a cadeira
de rodas: “Há pessoas que nos interpelam na rua mas que não entendem que este
é um processo diário e muito longo, que nem sempre tem resultados imediatos.
Ainda recentemente viemos de Guimarães e houve quem nos dissesse: gastaram
tanto dinheiro e ele ainda está na cadeira? É claro que ele está na cadeira. Queriam
o quê? Milagres?”, diz angustiada.
Há onze anos o filho só mexia a cabeça e, desde então, tem vindo a alcançar pequenas conquistas fruto de muito trabalho fisioterapêutico. Gestos
banais para muitas pessoas são agora encarados como grandes vitórias
por esta mãe: “Durante imenso tempo ele não era capaz de pegar num copo e
agora já consegue comer com talhares e sem talas e já vai fazendo algumas coisas
sozinho. Aos olhos de algumas pessoas pode não parecer nada mas quem convive
mais com ele apercebe-se que as melhoras acontecem”, sustenta.
Esperançada, Adelaide Fernandes acredita que o filho irá continuar a lutar
contra as dificuldades e revela-nos a sua maior ambição: “Não sei até que
ponto o meu filho vai melhorar mas o corpo dele reage aos tratamentos e espero
que continue a fazer fisioterapia de forma intensiva para melhorar. Podem-me
chamar maluca ou o que quiserem mas ainda não desisti de ver o meu filho voltar
a andar”, perspectiva.
O jornal O Correio Da Linha falou também com o Professor Fernando Ascenço, Vice-Director da ESPAN, entidade onde Luís Fernandes concluiu
o curso profissional graças ao esforço da escola, dos professores e do
Ministério da Educação: “O Luís foi um aluno que sempre teve uma situação
bastante difícil para prosseguir os estudos mas fizemos um esforço para lhe tornar
a escola mais acessível. Tem sido um processo conjunto e bastante longo mas
que, felizmente, resultou numa boa experiência que foi a conclusão de um curso
profissional e de um estágio por parte deste aluno”, conclui.
L.F. - Sim já falei com ambas e também com a Segurança Social mas esta
situação envolve outras coisas. Infelizmente, a lei em Portugal não obriga
a que se façam rampas em prédios
com mais de 30 anos, o que é o caso,
pelo que se os moradores disserem
que não se faz a rampa, nada os pode
obrigar. Dessa forma, sempre que quero sair de casa, tenho de usar estruturas provisórias, não pode estar nada
fixo. Infelizmente, é a lei que temos
em Portugal...
C.L. - A cadeira eléctrica, os tratamentos, os artigos de higiene, tudo
isso implica gastos avultados. Como
consegue fazer face a essas despesas?
L.F. - Esta cadeira foi feita por medida no estrangeiro pois tenho 1,97
metros, logo uma cadeira normal não
me serve. Para ter uma ideia, a minha
cadeira custou 10 mil euros, ou seja,
o preço de um carro, porque teve de
levar um acrescento, um motor para
me por em pé e tudo isso encareceu-a.
Para ajudar nas despesas vou tendo
a ajuda de familiares, amigos e de
pessoas que não conheço e que depositam donativos na minha conta. Além
disso, promoveu-se recentemente uma
quermesse cuja receita reverteu para a
minha recuperação e já fui à televisão
expor o meu caso.
C.L. - O Estado não ajuda nas suas
despesas?
L.F. - Recebo uma pensão vitalícia de
13
200 euros por parte do Estado, que
acredita que com 200 euros posso sobreviver quando gasto mais do que
isso todos os meses em medicamentos
e produtos de higiene. E se conseguir
arranjar trabalho não posso ganhar
mais de 500 euros senão o Estado corta-me a pensão vitalícia. Só mesmo
em Portugal...
C.L. - Caso queiram, de que forma
podem os nossos leitores ajudá-lo?
L.F. - Neste momento tenho um site
activo (www.vamosajudarofilipe.com)
onde está descrita a minha história e
o que pretendo fazer para continuar a
minha recuperação. Pretendo, em breve, realizar um concerto no Auditório
Olga Cadaval, os D´ZRT já disseram
que se associavam, há outros famosos
que também já se ofereceram para
ajudar mas estamos à espera que nos
digam quando é que o espaço pode
ser cedido. Quem quiser poderá também fazer os seus donativos através
do NIB: 0018 0003 2284 8899 020 48.
C.L. - Que expectativas tem relativamente à sua recuperação e ao seu
futuro?
L.F. - Neste momento o que mais quero é tornar-me o mais independente possível, o mesmo é dizer sair da
cama sozinho, conseguir vestir-me, e
andar com a cadeira para todo o lado,
mais do que isso logo se vê. Acima de
tudo não posso parar de fazer a fisioterapia se quiser continuar a melhorar,
como diz o povo parar é morrer!
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Ensino
• Texto: Pedro Quaresma • Fotos: P.Q., J.R. e FAP Sintra
27 Setembro 2010
Joaquim Ribeiro, presidente da FAP-Sintra
“Economizar na Educação é enterrar o futuro”
Neste regresso às aulas, o jornal
O Correio da Linha falou com
Joaquim Ribeiro, Presidente da
FAP – Sintra (Federação das Asso­
cia­ções de Pais do Concelho de
Sintra) sobre alguns dos temas
fortes que abalam a Educação nos
dias de hoje, mormente aqueles
que afectam o concelho. Os mega
agrupamentos, o acordo ortográfico, o encerramento de escolas ou
o estatuto da carreira dos docentes
são apenas alguns dos temas fortes aos quais o entrevistado não se
coibiu de responder, tendo também dado a conhecer os projectos
e expectativas da FAP Sintra para
o ano que agora principia.
O Correio da Linha (C.L.) - Como está
a encarar a FAP Sintra a abertura deste
novo ano lectivo?
Joaquim Ribeiro (J.R.) - A abertura
de qualquer ano lectivo é sempre uma
enorme expectativa mas desta vez as
nossas perspectivas são um pouco cinzentas porque temos diplomas a sair
em cima da hora e aos quais temos de
dar cumprimento. Isso traduz-se num
grande esforço por parte da autarquia,
da FAP Sintra e da comunidade educativa do concelho.
C.L. - A que diplomas se refere?
J.R. - Refiro-me ao encerramento de algumas escolas, aos mega-agrupamentos
e outros assuntos que, a meu ver, não
vão ao essencial. Era importante que a
nível nacional e concelhio se aproveitassem as cartas educativas de modo a
fazer-se um levantamento que não servisse apenas para estatística e que permitisse, por exemplo, falar em megaagrupamentos e fechos de escolas.
“A FAP Sintra não se calará na defesa do
ensino”
C.L. – Qual a posição da FAP Sintra relativamente aos mega-agrupamentos?
J.R. - Não concordo com os mega-agrupamentos, a menos que as crianças vão
para sítios melhores e em que os transportes não sejam prejudiciais. Mais de
meia hora de distância já consideramos
prejudicial, no concelho de Sintra esses
transportes poderão ir até aos 40 minutos mas há concelhos do país onde as
viagens poderão demorar mais de uma
hora para cada lado. Há concelhos com
apenas uma escola, em que os alunos
são enviados para centros escolares
que, em alguns casos, ainda têm obras
em atraso e isso vai fazer com que as
crianças se levantem muito cedo e cheguem tardíssimo a casa. Com isto, ela
deixa de ter tempo para brincar e isso
não pode acontecer.
C.L. - Sintra também foi afectado pelo
encerramento de várias escolas...
J.R. - Sim, o concelho também foi afectado mas o resultado não foi tão gravoso como noutras localidades. Toda a
comunicação social disse que fecharam
nove escolas no concelho de Sintra,
o que não é verdade, fecharam sete e
duas delas (Albarraque 1 e Albarraque
4) têm ao fundo da rua uma outra escola criada de raiz e que vai absorver essas crianças. Assim, fecharam as escolas de Alvarinhos, Fontanelas, Anços,
Venda Seca, Baratã e Albarraque 1 e
Albarraque 4, sendo que a comunidade escolar já pedia o encerramento de
todas elas devido à falta de condições.
Mas, como digo, está-se a legislar na
Educação sem se atender às cartas educativas de cada concelho.
C.L. - Que solução defende?
J.R. - Entendo que cada comunidade
escolar deveria propor ao Ministério da
Educação, consoante as suas necessidades e capacidades, as transferências a
efectuar e não assistir ao encerramento
desta e daquela escola sem ter voto na
matéria. Este é um assunto controverso a nível nacional, a senhora Ministra
diz-nos que estão assegurados os transportes e de facto é verdade porque o
Estado subsidia as autarquias para
que estas forneçam transporte às crianças cujas escolas fecharam mas há um
aspecto importante em que ninguém
repara. Se você quiser que o seu filho
entre no próximo ano na escola que fechou já não tem direito a transporte, a
menos que more a mais de quatro quilómetros, ou seja, é uma transferência
que se vai limitando e que pode dar origens a discrepâncias até entre vizinhos,
uns terem direito a transporte e outros
não. Por isso digo que cada caso é um
caso e deveria ser analisado detalhadamente e não em cima do joelho como o
Ministério está a fazer.
C.L. – Sintra não aceitou os megaagrupamentos...
J.R. – ...Sim, felizmente a autarquia ouviu a comunidade e opôs-se à criação
de mega-agrupamentos, pelo menos
até serem estudadas durante um ano
todas as possibilidades a respeito deste assunto. Já a posição da FAP Sintra
é muito clara: se a medida beneficiar as
crianças e as respectivas famílias nós
concordamos com a criação de megaagrupamentos mas não podemos concordar com a ideia de se criarem «armazéns de crianças». Ter mais de 1.500
crianças num estabelecimento de ensino é prejudicial. Actualmente existem
algumas grandes escolas no concelho
com cerca de 2 mil crianças divididas
em três turnos, situação que pode originar alguns problemas. Os mega agrupamentos originariam transferência de
professores e o aumento do rácio do
pessoal auxiliar no imediato porque,
caso contrário, poderiam aumentar os
casos de bulling nas escolas. A falta de
disciplina começa no recreio e se não
houver vigilância em permanência as
crianças mais frágeis ficam expostas a
provocações que outros miúdos mais
irreverentes possam fazer. Por outro
lado, os intervalos são curtos e não há
animadores culturais nem equipas multidisciplinares para perceber o porquê
de algumas situações acontecerem.
C.L. - Mas estão satisfeitos com as
condições globais oferecidas pelas
escolas do concelho?
J.R. - Nunca se deve pedir mais daquilo que é possível, a Câmara Municipal
de Sintra (CMS) e a Educa estão a fazer os possíveis para que isso aconteça
e o pior é não termos tido tempo para
prever todas as necessidades que irão
acontecer.
C.L. - A FAP Sintra é vi­ce-presidente
da CNIPE (Con­federação Nacional
In­dependente de Pais e En­carregados
de Educação), a que se deveu essa
ade­são?
J.R. - Optámos por nos associar à CNIPE
porque estávamos desmotivados para
continuar sob a égide da Confap que,
na nossa opinião, mais não era que a
muleta do Ministério da Educação. A
FAP Sintra tem uma equipa coesa, que
se vem afirmando no contexto da comunidade educativa como uma força
a ouvir pela sua tomada de posições
autónoma, em nada subserviente à
Câmara de Sintra, mas reconhecendo
que a autarquia nos últimos anos tem
feito um trabalho meritório na área da
Educação. Somos o maior concelho do
país a nível populacional, temos uma
quantidade de sócios a nível concelhio
que ultrapassa muitas federações regionais. Em pouco mais de cem escolas
que temos no concelho existem perto
de 90 associações de pais, 85 das quais
são nossas associadas.
C.L. - A FAP Sintra foi criada em
1989, quais são os objectivos desta
Fe­deração?
J.R. - Em primeiro lugar propomonos ouvir e servir as Associações de
Pais do concelho para transmitir as
suas posições a entidades superiores.
Consultamos as associações sobre determinados pontos e tentamos transmitir uma opinião a uma só voz, apesar
das divergências de necessidades e
preocupações. Entendemos, no entanto, que essas divergências são salutares
porque há diálogo e, quando assim é,
há-de chegar-se a alguma conclusão.
C.L. - Os encarregados de educação de
Sintra são, no geral, preocupados com
a vida escolar dos seus educandos?
J.R. - O movimento das associações de
pais é muito sui generis porque pode
haver muitas pessoas interessadas em
acompanhar o percurso escolar dos
seus filhos mas há cada vez mais gente
que não tem essa possibilidade porque
está em vigor uma legislação laboral
injusta que pura e simplesmente não
o permite. Em todo o caso, no concelho de Sintra existe um grande apoio
tanto das CPCJ´s que estão no terreno
como da área da Acção Social da CMS.
Quando se anunciou que havia fome
em algumas escolas do concelho para
nós foi um choque uma vez que parte
dessa fome é encoberta. Daí salientarmos que era importante haver mais
equipas multidisciplinares que se pudessem aperceber antecipadamente de
situações que depois degeneram para
bulling, abandono escolar e conflitos
que a escola não está habilitada a resolver porque não tem formação e gestão
dos mesmos.
C.L. - Existem casos de bulling no concelho de Sintra?
J.R. - Existem, sim. Felizmente nem tem
havido tantos como noutros períodos
mas pensamos que podem voltar a aumentar face ao encerramento de mais
escolas e ao aumento do número de
alunos por estabelecimento escolar. O
aumento do número de pessoal auxiliar
é essencial para que os casos de bulling
não voltem a aumentar mas, mais preocupante ainda, é que os agrupamentos
de escolas ocultem os números verda-
A FAP tem uma linha telefónica confidencial
deiros para não verem alteradas as suas
avaliações externas. As associações de
pais têm realmente de estar muito atentas a este tipo de situações para se debruçarem sobre elas e dialogarem com
a direcção da escola e chegarem a um
entendimento sobre aquilo que se deve
fazer para melhorar a qualidade de
cada espaço escolar. Uma coisa garanto: a FAP Sintra não se calará, mesmo
que tenha de enfrentar seja quem for,
na defesa de uma escola pública de
qualidade, gratuita e universal.
C.L. - Foi nesse sentido que a FAP Sin­
tra lançou a Linha Tolerância Zero?
J.R. - Exactamente, o projecto surgiu há
cerca de quatro meses e foi muito bem
aceite pela comunidade.
Trata-se de um projecto que funciona
24 horas por dia e em que aceitamos as
queixas que nos são feitas, nesta altura
já são mais de 220, onde tentamos averiguar a veracidade dessas queixas e
depois informamos as autoridades mas
mantendo sempre a confidencialidade
que é garantida nessa linha.
C.L. - Além da Linha Tolerância
Zero, que outros projectos sugeriu
ou lançou a FAP Sintra?
J.R. - Não se pode dizer que tenhamos projectos de grande envergadura
porque já estamos assoberbados de
trabalho com tudo aquilo que vai sucedendo. Além disso, não podemos
lançar outros projectos ao nível da formação porque não temos os capitais
necessários para os por em prática. A
verba que recebemos da autarquia é
curta mas temos noção que é a melhor
possível e, além disso, apenas recebemos as quotizações dos associados e
da gerência que temos das AR´s.
C.L. - Já falámos da questão dos mega-
Joaquim Ribeiro, é presidente da Assembleia
Geral da APESPAN
Ensino
27 Setembro 2010
A receber a medalha de ouro da CM Sintra
agrupamentos, pergunto-lhe agora se
concorda com o alargamento da escolaridade obrigatória para o 12º ano.
J.R. – Concordo, apesar de as escolas
não estarem preparadas para isso.
Num aspecto global, concordo com
a maioria das medidas de fundo que
têm vindo a ser aplicadas mas penso
que se está a partir de premissas erradas. Primeiro que tudo, tínhamos que
estudar os currículos de todas as faixas etárias e daí partiríamos para uma
premissa de escolaridade obrigatória.
Há escolas que não estão preparadas
para essa medida, há centros escolares
que não vão estar prontos quando
essa medida avançar, daí que tenha
sérias dúvidas de que não venhamos
também a ter alguns problemas em
virtude desse aspecto. O direito à
cidadania é uma das bandeiras que
defendemos e temos vindo a perde-lo
com uma educação que, comparativamente com a de outros países, nos faz
perder competitividade no mercado
de trabalho de amanhã.
C.L. - O que poderia ser feito para
aumentar essa competitividade?
J.R. - Qualidade e paz social! Em
todas as reuniões que a FAP Sintra
teve com a senhora Ministra ou com
o senhor Secretário de Estado sempre
pediu que houvesse paz social, isto
é, conversações ao invés de guerras
laborais e sindicais. Os professores
têm de se preocupar em desempenhar
bem a sua profissão e não com a sua
carreira profissional.
C.L. - Outra ideia manifestada pela
actual Ministra da Educação foi acabar com as reprovações. Considera
que esta medida seria benéfica para
os alunos?
J.R. - Não, não é! Quando se diz que
noutros países como a Finlândia ou
a Suécia isso está em vigor, importa
lembrar que falamos de países onde
as turmas têm, no máximo, 10/12 alunos. Portugal tem turmas de 25/30
alunos onde inclusivamente poderá haver crianças com necessidades
educativas especiais. A FAP Sintra
entende que os exames são a primeira
prova de fogo que ao longo da vida os
nossos filhos e educandos vão enfrentar e entendo que não devemos tirarlhes essa responsabilidade. O Estado
precisa dar indicações à comunidade
escolar relativamente às necessidades
do país e isso nunca foi feito. Nunca nos disseram que havia 20 ou 30
mil advogados a mais mas agora já
nos dizem que há 10 mil médicos a
menos. Há aqui qualquer coisa que
devia ter sido feita, compreendo que
todos nós tenhamos que economizar
mas há duas áreas em que não se pode
economizar: a Saúde e a Educação. Se
o fizermos não estamos a economizar nada mas sim a enterrar o futuro.
Investir na Educação é investir no
futuro para o país responder às necessidades que lhe são colocadas pela
União Europeia.
C.L. - Concorda com o novo Acordo
Ortográfico?
J.R. - De todo, sobretudo pela explicação que nos deram de que somos mi-
noritários face a outros países onde se
fala português. Nós não somos minoritários, os outros é que aportuguesam
a sua língua e lamento muito que a
educação dos nossos ancestrais vá por
água abaixo por causa do poder político-económico, tenho a certeza que Luís
de Camões e Fernando Pessoa dariam
voltas na tumba depois de conhecerem
este novo acordo ortográfico.
C.L. - Há quem refira que o ensino é
hoje demasiado passivo e facilitista
em algumas disciplinas. Considera
que actualmente é mais difícil diferenciar os bons dos maus alunos?
J.R. - Como dizia no início, é necessário fazer um estudo profundo sobre
o currículo de cada ciclo, baseando-se
nas necessidades do país e na aprendizagem que as crianças devem ter e,
para isso, tem de haver dinheiro para
dar formação a professores, que não
há! Continuamos com a disciplina de
Educação Sexual a ser dada por professores sem formação, por exemplo.
Consideramos que os nossos alunos
sabem cada vez menos e não estou a
falar do ensino que existia na minha
altura. Não pretendo que o meu filho
saiba qual é um qualquer ramal da estação de caminhos-de-ferro como nós
tínhamos de aprender na quarta classe
de antigamente mas era importante
que se soubesse quais são as capitais
de distrito deste país, por exemplo.
Hoje em dia cumpre-se um programa desajustado, com disciplinas sem
interesse e em falta com outras que
deveriam existir.
C.L. - Já por mais de uma vez fez
menção à CMS, considera que o município aposta o suficiente na área da
Educação?
J.R. - Nunca é suficiente porque somos
muito ambiciosos mas sabemos que a
autarquia não pode fazer milagres e
estamos a par dos cortes que os mu-
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“No recreio as crianças mais frágeis ficam
expostas...”
nicípios tiveram a nível do orçamento
de estado. Quanto ao enriquecimento
curricular é gravoso porque os 272,50€
que o Ministério vai transferir para as
Câmaras por aluno, e face à nova legislação, não vai chegar e as câmaras
vão ser oneradas nesse sentido. Falei
várias vezes da CMS porque trabalhamos para a mesma causa e, apesar
de a maior parte das nossas verbas
vir de um subsídio da autarquia, não
estamos subordinados ao poder local,
somos autónomos.
C.L. - A FAP Sintra recebeu em 2009
a Medalha de Ouro de Mérito Municipal. Como recebeu essa distinção
atribuída pela CMS?
J.R. - Foi uma surpresa para nós e,
sem falsas modéstias, considero que
a merecemos, o que não quer dizer
que já estejamos satisfeitos com o nosso trabalho. Ainda há muito trabalho
para fazer e queremos faze-lo, não
para receber medalhas mas para continuarmos a ser reconhecidos como
parceiros válidos na Educação do concelho de Sintra.
16
Actual
27 Setembro 2010
• Texto: Ana Assunção • Fotos: A.A. e Sérgio Saavedra
Festas de Paço de Arcos foram um êxito
A alegria de mais um sucesso
De 27 Agosto a 5 de Setembro, o
Jardim de Paço de Arcos voltou a
encher-se de cor e animação. As
Festas em Honra do Senhor Jesus
dos Navegantes trouxeram à vila
mais de 80 mil visitantes que puderam desfrutar de um cartaz “diferente do habitual”, como descreveu Alexandra Cruz, Presidente
da Comissão de Festas. Os espectáculos foram escolhidos a dedo e
o alargamento das festividades à
Rua Costa Pinto trouxe à memória
as celebrações de outrora.
“Quisemos um cartaz com uma forte
apos­­ta cultural. Mudámos de feirantes e
alar­gámos os concertos à zona da praia
e do coreto”, assume Alexandra Cruz.
A Comissão de Festas foi ambiciosa e
a Avenida Marginal foi encerrada durante dois dos pontos altos do evento,
o concerto de João Pedro Pais e o fogode-artifício que marcou o encerramento
das festividades.
Assistiram àquele espectáculo musical
cerca de 8 mil pessoas, entre as quais algumas pessoas com deficiência auditiva que acompanharam o concerto com
linguagem gestual feita pela tradutora
Alexandra Ramos.
Ao longo da semana, o cartaz dividiu-se
entre sonoridades etnográficas e temáticas com a presença de ranchos folclóricos e grupos musicais africanos, brasileiros e celta. Destaque também para
as noites de fado e para as tradicionais
tasquinhas que também estiveram presentes um pouco por todo o recinto da
Feira. Também o novo espaço Lounge
foi pequeno para acolher tantos curiosos, sendo também de assinalar nestas
festividades a inauguração de Vitrina
com Miniaturas de Embarcações, organizada pelo Clube Desportivo Paço de
Arcos (CDPA), no Centro Náutico, e a
abertura da Exposição de Pintura «7º
Salão da Vila», promovido pela Paço de
Artes - Associação de Artistas Plásticos
de Paço de Arcos.
Para além da música, o exercício físico
voltou a marcar presença com uma aula
de Bodyvive, pelo Ginásio Vivavit, que
deu início às múltiplas actividades que
ocorreram no primeiro fim-de-semana
das Festas de Paço de Arcos. Realizaramse ainda várias aulas de relaxamento,
tais como Pilates e Chi Kung.
Nestas festas, as crianças também não
foram esquecidas. Para além dos tradicionais e movimentados carrosséis,
decorreu a «Câmara dos Ofícios - Ani­
mação infantil» e
um Work­shop de
Pintura para os
mais novos, com
animadores disfarçados de personagens infantis
que desfilaram pe­
los corredores da
Feira e distribuí­
ram gargalhadas
entre miúdos e
graúdos.
Também a actuação do humorista
Nilton, que pelo
segundo ano consecutivo voltou às
Festas de Paço de
A procissão percorreu diversas ruas da Freguesia
Arcos, encheu de
sorrisos todos quantos estiveram no
recinto da feira, que foi pequeno para
acolher tantos espectadores.
edição da Regata Patrão Lopes, organizada pelo CDPA. No total, participaram cerca de 30 Barcos (7 na Classe
Optimist, 4 em Catamarans e 19 noutras classes) que realizaram, durante o
último fim-de-semana das festas, seis
regatas. Pela primeira vez, decorreu
também o Torneio de Pesca na Praia
dos Pescadores de Paço de Arcos.
Por outro lado, a tradição manteve-se
também com as típicas farturas do senhor Fugas e o cheiro a algodão doce.
No entanto, a organização apostou ainda nos sabores do mundo, renovando
os stands das comunidades brasileira e
africana. Não faltaram as caipirinhas,
a água de coco e muitos petiscos. “É
sempre bom voltar aqui. Encontramos vizinhos, amigos e muita gente que vem de
fora só para passear pela feira”, comentou
Laura Perdigão que espreitava a tenda
de artesanato.
O artesanato local e internacional teve
de novo uma presença muito forte, graças também ao alargamento da Feira à
Rua Costa Pinto. No entanto, as atenções este ano estiveram concentradas,
entre outros espaços, no stand das tatuagens Dtattoo. No total, fizeram-se 57
tatuagens, tendo os dois tatuadores trabalhado pela primeira vez numa feira
ao ar livre. “A experiência é, sem dúvida,
para repetir”, dizem. Com uma agenda
cheia, os representantes da DTattoo não
tiveram mãos a medir para tantos pedidos. “Lembro-me de um senhor que tatuou
o símbolo do Benfica, isto é que é amor”,
brincou Daniel, um dos tatuadores.
“Balanço positivo”
Em exclusivo ao jornal O Correio da
Linha, a Presidente da Comissão de
Festas começou por destacar o apoio
da Junta de Freguesia de Paço de Arcos
Procissão do Senhor
Jesus dos Navegantes
As festas de Paço de Arcos são,
seguramente, “umas das mas
concorridas festas do Concelho
de Oeiras”, afirma Alexandra
Cruz. Também as celebrações
religiosas atraíram pessoas
de todos os lugares. A tradicional Procissão em Honra ao
Senhor Jesus dos Navegantes
contou com a participação de
largas dezenas de pessoas e
percorreu as ruas da vila, desde a Igreja Paroquial à Capela
do Santo Padroeiro, com as
janelas ornamentadas pelos
residentes.
A forte ligação da vila ao
mar trouxe ainda mais uma Alguns elementos na montagem do certame
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Preço de Assinatura anual – 12 edições: 13 euros
Actual
27 Setembro 2010
17
Paço de Artes realiza Bienal
A boa disposição dos feirantes
e de toda a equipa – David Silva que
faz parte do Executivo da Junta, Nuno
Ciríaco e dos 14 voluntários que a ajudaram na organização. “O trabalho de
equipa é essencial para que tudo corra bem.
Estiveram presentes em todos os momentos
e souberam resolver todas as situações”,
explicou.
Este ano a preparação das festividades começou em Fevereiro. No total,
estiveram presentes 64 feirantes e seis
instituições de acção social. Também a
aposta numa rede de patrocinadores
mais abrangente foi essencial para por
em prática as ambições desta Comissão
de Festas. “Para o ano gostaríamos de
montar um palco na água”, desafiou
Alexandra Cruz.
Para celebrar este sucesso, as festas
encerraram com o habitual espectáculo de fogo-de-artifício, pela pirotecnia
Oleirense, que coloriu a Praia Velha
de Paço de Arcos e reuniu milhares de
pessoas junto à Muralha Pombalina.
A Paço de Artes – Associação de
Artísticas Plásticos de Paço de Arcos
vai organizar pela primeira vez uma
exposição Bienal de pintura, desenho,
escultura e fotografia. Trata-se de um
sonho antigo da direcção da associação que em Janeiro do corrente ano
começou a dar os primeiros passos na
organização deste evento. Para Barral
Correia, presidente da Paço de Artes,
este é “um voo mais alto”.
De 30 de Outubro a 14 de Novembro,
vão estar em exposição trabalhos de
40 artistas convidados. A grandeza
deste evento estender-se-á a quatro
espaços distintos: Salão Nobre da
Paço de Artes, Salão Nobre do Clube
Desportivo de Paço de Arcos, Salão
Nobre dos Bombeiros Voluntários de
Paço de Arcos e Oeiras Parque.
Deixando para trás comparações com
a Bienal organizada em Vila Nova de
Cerveira, o presidente da Paço de Artes
ambiciona um lugar de destaque para
Exposição organizada pelo Paço de Artes
este certame: “A Bienal irá
certamente ser uma maisvalia para a vila, não só em
termos culturais como turísticos”.
Os artistas convidados
para esta Bienal pertencem não só à Paço de Artes, mas também a outras
associações como a Artiset
de Setúbal, a Aquartis da
Amadora e a Associação
GART de Vila Franca. No­
mes como Luís Vieira-Batista, Victor Lages, Magnus Monserrat, Serrão
Faria, Ana Maria Malta,
entre outros, honram a A Bienal vai unir artistas
organização e dignificam
a iniciativa. A maior parte dos traba- ao projecto e hoje está, praticamente,
lhos expostos são de pintura mas as tudo a postos.
esculturas, a fotografia e o desenho Na sede da Associação estabelecemtambém irão merecer destaque no cer- se contactos, recebem—se as obras de
tame. O empurrão que faltava à con- arte, preparam-se os convites e acercretização deste tam-se os últimos detalhes, num traevento foi dado balho estreito com o vice-presidente,
por Nuno Cam- Vítor Martinez. A preparação deste
pilho, presidente evento exigiu uma logística alargada,
da Junta de Fre- desde “os seguros para as obras de arte,
guesia de Paço de à segurança reforçada nos locais de expoArcos “que achou sição”, explica Barral Correia. Todas as
a ideia interessan- peças estão devidamente catalogadas
te e nos deu todo e o público terá acesso ao Curriculum
o apoio”, conta de todos os artistas plásticos duranBarral Correia. te a exposição. Também na internet o
Outras entidades evento tem estado a ser acompanhacomo a Câma - do através de um blog disponível em
ra Mu­nicipal de http://pacodeartes.blogspot.com.
Oeiras e os SMAS A inauguração oficial irá ter lugar no
de Oeiras e Ama- Salão Nobre dos Bombeiros, no dia 30
dora juntaram-se de Outubro.
18
Dia Nacional da Água
27 Setembro 2010
Poupar e preservar para um futuro sustentável
O primeiro dia de Outubro marca o
início de um novo ano hidrológico
em Portugal, sendo assinalado como
o Dia Nacional da Água, data que foi
instituída em 1983 com o objectivo de
relembrar à sociedade a importância
vital deste recurso e sensibilizar os
portugueses para a necessidade de o
preservar através de comportamentos e
hábitos quotidianos responsáveis.
Sendo este um tema global, cujas preocupações e consequências atingem os
quatro cantos do globo terrestre, a água
tem direito não só a um Dia Nacional
como a um Dia Mundial, que anualmente se assinala a 22 de Março.
Foi nesse âmbito que a Organização
das Nações Unidas (ONU) assinalou
a data aludindo ao tema «Água Limpa
para Um Mundo Saudável», proposta
que tinha como meta aumentar a cons-
ciência pública, tanto da
população como dos governos, para a importância da conservação
dos recursos de água
potável.
Na mensagem oficial que
dirigiu ao Mundo naquele dia, o Secretário-Geral
da ONU, Ban Ki-moon
deu ênfase às dificuldades extremas vividas em
alguns países em vias de
desenvolvimento, onde
os problemas relacionados com os recursos hídricos são mais visíveis:
“A água é o elo que une
todos os seres vivos do planeta e está ligada directamente aos objectivos das Nações Unidos: melhorar a saúde
materna e das crianças, a esperança de vida,
a emancipação das mulheres, o desenvolvimento sustentável, bem como a adaptação
e a atenuação das mudanças climáticas”,
referiu na altura.
No entanto, lembra o responsável, os
recursos hídricos estão cada vez mais
vulneráveis e ameaçados à acção nociva do Homem. Diariamente e em
vá­rios pontos do Mundo “milhões de
toneladas de esgotos sem tratamento e resíduos industriais são agrícolas despejados
em sistemas de água”, lamenta.
O Secretário-Geral da ONU relembra
também que a água potável está gradualmente a tornar-se um bem cada vez
mais escasso, situação que tende a agudizar-se nas próximas décadas com as
alterações climáticas que o Mundo tem
vindo a assistir demasiado impávido e
sereno. “Os pobres continuam a ser os primeiros a sofrer com a poluição, a escassez
de água e a falta de saneamento adequado”,
afirma Ban Ki-moon, enquanto recorda dados estatísticos impressionantes:
“Mais pessoas morrem devido à utilização
de água não segura do que devido às várias
formas de violência, incluindo a guerra”.
A preocupação com a escassez dos recursos hídricos potáveis do planeta é tal
que a ONU integra o tema, até 2015, nos
seus objectivos de Desenvolvimento do
Milénio, um plano que pretende assegurar a sustentabilidade ambiental
através da integração dos princípios de
desenvolvimento sustentável nas políticas e nos programas de cada país, de
forma a inverter a tendência de perda
de recursos ambientais e de biodiversidade.
Entre as várias metas a alcançar está o
objectivo de reduzir para metade, até
2015, a proporção da população sem
acesso a água potável e saneamento
básico e reduzir para dois terços a mortalidade infantil e a incidência de doenças como a malária.
Embora o acesso à água potável seja
considerado um direito universal, infelizmente o acesso a este recurso vital
não é generalizado, calculando-se cerca
de 6000 pessoas morram todos os dias
por falta de água potável.
Trata-se, pois, de um problema que o
antigo Secretário-Geral da ONU, Kofi
Annan, definiu como “uma crise social,
económica, ambiental e política que deveria
figurar entre as grandes prioridades da comunidade mundial”.
Dia após dia, diversas entidades nacionais e mundiais alertam constantemente para a necessidade de o Mundo
proteger os seus escassíssimos recursos hídricos potáveis ou não fosse a
água doce um recurso básico e essencial à vida sob todas as suas formas.
Convém não esquecer que 97,5% da
água disponível no planeta é salgada
(encontra-se nos mares e oceanos) e
que uma parte significativa dos restantes 2,5% está em forma de gelo ou em
regiões subterrâneas de difícil acesso.
Isto faz com que a água dis­ponível para
o consumo humano represente menos
de 1% dos recursos hídricos do planeta,
estando localizada em rios, lagos e na
atmosfera.
Incrivelmente, apenas 0,007% do total
Dia Nacional da Água
27 Setembro 2010
de água doce está dis­ponível
para consumo hu­mano, um
número ínfimo que explica o
porquê de milhões de pessoas
oriundas de paí­ses em vias de
desenvolvimento não terem
acesso nem a água potável
nem a saneamento básico.
A crescente escassez de água
e o rápido aumento populacional são dois factores que
levam muitos especialistas
a recear que os recursos de
água doce possam originar
conflitos internacionais no
decorrer deste século.
A título de exemplo, Portugal partilha quase metade das suas reservas
de água (48%) com a «vizinha» Espa­
nha.
Estima-se que, até 2025, dois terços da
população mundial vivam em países
com uma escassez moderada ou grave
de água, uma vez que a quantidade de
água disponível por habitante é agora
menos de metade do que há 50 anos
ao passo que o consumo de água potável triplicou nas últimas décadas.
Alterações nos padrões de precipitação e desertificação são alguns dos
fenómenos que já têm grande expressão em certas partes do mundo, condicionando a vida de muitos milhões
de pessoas. De acordo com dados
veiculados pelo Centro de Informação das Nações Unidas, apenas 35%
da população asiática é servida por
sistemas de abastecimento de água,
valor que contrasta com os 100% na
América do Norte, os 98% na Ásia ou
até mesmo os 70% em África.
No que respeita a recursos hídricos,
Portugal apresenta uma situação confortável quando comparado com outros países europeus e/ou mundiais.
Todavia em termos geográficos é clara
a distorção entre os níveis do Norte e
do Sul, porventura devido a um clima
diferente e marcado por diferentes níveis de pluviosidade.
A nível nacional, a agricultura é quem,
de longe, mais consome recursos hídricos no nosso país. Ao todo, este sector
representa 87% do total de utilização
contra apenas 8% no abastecimento
urbano às populações. Os restantes 5%
são consumidos pelo sector da indústria.
Ao nível das perdas, é também a agricultura que regista, claramente, os
valores mais altos, com 88% do total
de perdas, contra 8% do consumo doméstico e 4% na indústria.
Como já foi dito, o agudizar de uma crise tendo como base a escassez de água
pode resultar numa crise mundial cujas
consequências podem afectar a população a vários níveis. A nível da saúde,
a falta de água pode resultar na propagação de doenças de carácter infeccioso
e de pandemias que podem originar a
morte de muitos milhares de pessoas
por ano. Economicamente, uma crise
no sector hídrico pode conduzir a um
bloqueio no desenvolvimento e à deterioração da economia mundial, podendo culminar, em situações extremas, no
racionamento e na inflação do preço
da água. A nível alimentar, esta crise
pode resultar na queda da produção
mundial de alimentos e mesmo a nível
populacional pode originar a emigração massiva para países ricos em água.
A falta de água pode também alterar
alguns ecossistemas, levando à extinção de algumas espécies animais e vegetais, e ter implicação ao nível militar,
levando a um surto de conflitos bélicos
pelas reservas de água existentes. Urge,
pois, poupar este recurso natural, promovendo a sua redução, racionalização
e reutilização.
Mas afinal, o que poderá o comum
mortal fazer para evitar consequências
tão nefastas? Simplesmente terá de
colaborar em prática pequenos gestos
que podem contribuir para a diminuição do consumo de água potável que,
em Portugal, é de cerca de 120 litros
diários por habitante. Pode, por exemplo, ajustar o autoclismo para o volume de descarga mínimo ou colocar no
interior deste uma garrafa de plástico
de 1,5 litros cheia de água. Poderá também adoptar a regra de não exceder os
duches de cinco minutos e tapar o ralo
sempre que procede a qualquer tipo de
lavagem, evitando assim deixar a água
a correr.
Pequenos gestos podem originar grandes poupanças ao final de um ano. Se,
por exemplo, utilizar um copo cheio
de água para lavar os dentes em vez
de o fazer com a torneira aberta poderá obter uma poupança na ordem dos
14 mil litros por ano.
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Mais do que um serviço. Uma inovação
19
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Actual
27 Setembro 2010
Amadora comemorou aniversário
O Presidente discursando
O município da Amadora assinalou
no passado dia 11 de Setembro o 31º
aniversário da elevação da Amadora
a Concelho com a tradicional cerimónia do hastear da bandeira em frente
aos Paços do Município, ao qual se
seguiu a Sessão Solene nos Recreios
da Amadora.
Aí, os representantes de todos os partidos com assento na Assembleia Municipal tiveram oportunidade de dis-
Uma actuação brilhante da CERCIAMA
cursar perante centenas de munícipes
mas, antes disso, assistiram à actuação
da Marcha da CERCIAMA que encantou os presentes com uma alusão à
história do concelho da Amadora.
Pela primeira vez, o movimento Cidadãos Independentes Pela Amadora
(CIPA) foi uma das forças que discursaram na Sessão Solene, tendo a sua
representante destacado os problemas
sentidos pelos amadorenses, nomeadamente os de carácter ambiental (existência de barracas e degradação do
parque habitacional), carácter laboral
(filas intermináveis à porta do Centro
de Emprego), segurança (número crescente de assaltos) ensino (deficiente
construção e humidade em excesso na
Escola de Teatro e Cinema da Amadora), rodoviário (problemas decorrentes
da construção da CRIL), falta de espaços verdes e de estacionamento.
Um dos discursos mais corrosivos
relativamente à gestão autárquica da
Câmara da Amadora coube ao CDSPP, representado na Sessão Solene por
João Castanheira, para quem as preocupações dos munícipes actualmente
“centram-se na insegurança crescente,
no desemprego galopante, na pobreza
persistente e ainda, para nossa imensa
vergonha, nas indignas
condições de habitação
em que continuação a
sobreviver quase 10%
dos cidadãos deste município”.
O representante do
PP considerou que
falta ambição, visão
de futuro e energia
ao executivo liderado
por Joaquim Raposo
e criticou, inclusivamente, “os jardins, os
canteiros, as rotundas,
as pistas de ski e a restante tralha que tenta
tapar os olhos aos mais
desatentos”.
Por sua vez, o Bloco de Esquerda destacou os pobres que acredita serem
cada vez mais: “Fazemos parte de um
dos concelhos com maior índice de pobreza, do que resulta um maior número
de famílias carenciadas, empobrecidas e
fragilizadas. (...) Não há futuro digno na
nossa cidade sem políticas que promovam
a solidariedade social”, referiu.
Pelo PCP discursou Hugo Freire, que
criticou a perda de poder de compra da população, o encerramento
de bem e de palavra pelo que acredito que o
adiantamento será reembolsado em Março
do próximo ano. A nossa perspectiva não é
as manifestações contra o Governo mas sim
encontrar soluções para ultrapassar as dificuldades”, justifica.
“Sobre o pré-escolar, no que diz respeito à
rede pública e à rede privada, em 2006/07
tinha uma taxa de cobertura de 35 por cento, enquanto em 2009/2010 a taxa de cobertura é de mais de 40 por cento para os 3, 4 e
5 anos. Também aqui estamos muito acima
Um Presidente satisfeito antes da sessão solene
de empresas, o aumento do desemprego e a precariedade das relações
de trabalho como “consequências da
política de direita dos últimos governos”.
O responsável destacou ainda “a falta
de segurança” como “um dos muitos
problemas vividos pelas populações que
residem na Amadora”, tendo reclamado
“mais meios e equipamentos para a acção
das forças de segurança pública”.
A estas críticas, o Presidente da
Câmara Municipal de Amadora
(CMA), Joaquim Raposo, respondeu
de forma veemente, criticando especialmente o termo «tralha» com que o
deputado popular apelidou algum do
trabalho desenvolvido pelo executivo
amadorense.
Joaquim Raposo incidiu o seu discurso
sobretudo sobre o tema da educação,
nomeadamente acerca da problemática das poucas creches existentes: “É
necessário que se invista e devo dizer que
temos um conjunto de salas que vão funcionar neste ano lectivo, apesar de não terem a garantia do pagamento dos acordos
com a Segurança Social mas que a Câmara
irá assumir porque, pior do que fazer isso,
seria dizer não. Se o Governo não faz acordos, nós encerramos as creches? Não, não é
essa a nossa posição. Não estamos aqui para
concordar ou não com o Governo mas sim
para encontrar as melhores soluções para
os amadorenses, independentemente do
Governo”, justifica.
Ainda a propósito deste mesmo assunto, o edil admitiu que “iremos substituir-nos ao Governo caso seja necessário
garantir às instituições do concelho que
assumiram esse compromisso as condições
de funcionamento necessárias para tal.
Tenho as pessoas do Governo como pessoas
relativamente às expectativas do governo
relativamente àquilo que deve ser a média
nacional. Entendo que também aqui é necessário continuar a investir naquilo que
chamou de tralha”. Investir na Educação
é ponto de ordem para o Executivo liderado por Joaquim Raposo: “É um sector em que não temos o conceito de gasto
mas sim de investimento e, de facto, investimos mais de seis milhões em três unidades
escolares. A Educação é a nossa opção política e, sobre isso, não estamos enganados”,
garante.
O Presidente da CMA mencionou também a área da Acção Social, onde destacou a subida superior a 30 por cento
entre 2007 e 2010 relativa a apoios a
instituições que trabalham diariamente
nesta área, sublinhado ainda o protocolo estabelecido com uma instituição
do concelho que irá permitir o acesso
médico de clínica geral a mais munícipes, nomeadamente idosos e pessoas
de baixos recursos económicos. “Não é
nossa obrigação, do ponto de vista da lei,
encontrar estas soluções mas é nossa obrigação encontrar soluções para as dificuldades da população da Amadora”, finaliza.
Representantes dos SMAS de Oeiras e Amadora
Rua 5 de Outubro, n.º 7 A/B
2700-197 AMADORA • Tel. 21 498 99 00
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Urgências
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dias da semana das 21.00 horas às 06.00 horas
Actual
27 Setembro 2010
O canto do Poema
SINTRA
Linda serra enfeitiçada
Com palácios deslumbrada
Com castelos fortificada!
Coberta de verdes árvores.
Serra enfeitiçada…!
Que transformaste aquelas lágrimas
Em pedras grandes e pequenas
Que tal como o amor são eternas…
Serra enfeitiçada…
Por um turbilhão de pedras
Umas grandes, outras… pequenas!
Quem sabe… donde vieram!?!
Algumas lágrimas porém,
Juntaram-se cristalinas
Numa pequena lagoa
A quem chamam “Lagoa Azul”!
Talvez que… do seu castelo,
Alguém chorasse o seu amado
Muitas lágrimas derramando
E que… rolaram pela serra…!
Azul é o céu
Verde é a Serra
Que salpicada por pedras e flores
És sim… uma Serra enfeitiçada…
Rolendis Albuquerque
Oeiras escolhe bolo-rei
“É um bom garfo?” Esta
foi a pergunta que levou
centenas de curiosos ao
Jardim Mu­nicipal de
Paço de Arcos no passa­
do dia 19 de Setembro,
data que ficou também
assi­nalada por mais
uma acção «Marginal
sem Carros», em Oeiras,
ten­do a iniciativa «O
Melhor Bolo-Rei de Oei­
ras» sido promovida
pela Câmara Municipal
de Oeiras (CMO), à
margem do programa
da Semana Europeia da
Mobilidade 2010 no con­ Uma iniciativa que contou com a participação do público
celho.
O objectivo do concurso foi encontrar po­pulação. “Todas as casas aqui presentes
o fornecedor para os bolos-rei que são de qualidade. O resultado atribuído à
complementam habitualmente o cabaz Sacolinha foi seguramente fruto do nosso
de Natal distribuído aos funcionários trabalho, que desenvolvemos há 24 anos na
da CMO e incentivar o comércio local. linha de Cascais. Primamos pela qualidade
Estiveram presentes seis pastelarias utilizando sempre produtos tradicionais
e panificações sedeadas no concelho comprados no mercado nacional”, explicou
- Apopol, Seli Café, Signo Aquarius, José António, Director do Grupo Sa­co­
Neuza, Queques da Linha e Sacolinha de linha. A pastelaria tem agora o desafio
Oeiras - que distribuíram gratuitamente de garantir a produção de 4.000 bolos300 bolos-rei pelos degustadores que rei, a distribuir na segunda quinzena
de Dezembro, pelos cabazes de natal
por ali passaram.
Para a CMO esta é uma iniciativa a da CMO. O prémio foi entregue pelo
repetir: “No próximo ano queremos ter Presidente da CMO, Isaltino Morais,
mais pastelarias, apesar de este ano a adesão depois de fazer a degustação dos bolosjá ter sido muito boa”, comentou Elisabete rei. “Fiquei surpreendido com a adesão das
Brigadeiro, membro da organização da pessoas. Havia fila para comer e votar.
CMO.
Este evento serviu não só para gerar um
Entre as 10h00 e as 12h00 votaram no convívio e descontracção entre os cidadãos,
melhor bolo-rei de Oeiras mais de 2.500 mas também sentimentos de pertença à vila
pessoas, tendo as iguarias da Sacolinha de Paço de arcos e ao concelho de Oeiras”,
de Oeiras sido eleitas as favoritas da comentou o autarca.
Mudanças
e Distribuição
21
22
Actual
27 Setembro 2010
SMAS de Sintra
expõe
no CascaiShopping
OS SMAS de Sintra vão comemorar o Dia Nacional da Água
marcando presença entre 1 e 10
de Outubro no Centro Comercial
CascaiShopping com uma exposição cujo intuito é demonstrar
a preocupação constante na divulgação das diversas acções e
actividades daqueles Serviços
Municipalizados.
Ao longo dos dez dias, os visitantes poderão obter diversos esclarecimentos junto de um funcionário dos SMAS
de Sintra que marcará presença no local, sendo ainda de realçar os ateliers de
sensibilização ambiental que os serviços irão promover aos fins-de-semana
para a população infanto-juvenil.
ALA homenageou Pedro Falcão
A Academia de Letras e Artes (ALA),
em parceria com a Câmara Municipal de Cascais e a Junta de Freguesia
de Cascais, homenageou no passado
dia 19 de Setembro o escritor cascalense Pedro Falcão, autor da trilogia
«Cascais Menino» ou «Os Valadores»
e «Não Há Capitão», entre outras
obras.
A homenagem ocorreu uma década
depois da morte de Pedro Falcão e
contou com um passeio guiado pedestre entre a Casa do Sol e o Centro
Cultural de Cascais, onde decorreu
uma conferência que contou com intervenções do Prof. Doutor António
Sousa Lara, Comendador Joaquim
Baraona, Dra. Eliza Frugnoli, Prof.
Doutor Paulo de Morais-Alexandre e
Dr. Pedro Morais Soares.
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Câmara Municipal da Amadora vai relançar o Concurso Gastronómico do município, desafiando os restaurantes a confeccionarem o «Coelho à
Pedro dos Coelhos», uma receita dos finais do século
XIX. A iniciativa decorre nos dias 1, 2, 3, 8, 9 e 10 de
Outubro, podendo concorrer todos os estabelecimentos de restauração do concelho. As normas do concurso prevêem um prémio monetário de mil euros para o
vencedor do concurso, 500 euros para o melhor Prato
Cidade da Amadora e 250 euros para a sobremesa.
AHBVQ (Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Queluz) assinala no próximo mês de
Outubro o seu 89º aniversário. Do plano de actividades consta a representação da peça infantil «Vozes da Montanha» no dia 2, o
desfile do corpo de bombeiros nas freguesias de Massamá e Queluz no dia 5, a
Sessão Solene e o concerto com os Heróis da Música no dia 10 e as actuações de
Kafé Kafka e do Teatro das Canções a 17 e 24 de Outubro, respectivamente.
Loja Cascais, um novo espaço para o atendimento municipal, abre ao
público no dia 27 de Setembro em pleno centro da Vila, junto à Repartição
de Finanças. Neste espaço, a autarquia irá centralizar todos os serviços num
só local, estando a Loja Cascais aberta ao público de segunda a sexta-feira,
das 08h30 às 19h30, e ao sábado entre as 09h30 e as 15h00 para assim melhor
responder às necessidades dos munícipes.
Coral Encontro de Queluz, dirigido pelo Maestro Sérgio Fontão,
está actualmente a realizar admissões para novos coralistas, podendo os interessados obter todas as informações necessárias no site da instituição em
www.coralencontro.com.
«Kit do Mar Cascais» irá incluir, para além do 2.º e 3.º ciclos do Ensino
Básico, os alunos do 10.º, 11.º e 12.º anos. A novidade foi apresentada no Centro
de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal, pela Cascais Atlântico, e conta
com a parceria da Estrutura de Missão para os Assuntos do Mar (EMAM),
Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) e a
Comissão Nacional da UNESCO. O «Kit do Mar» é um programa educativo
destinado a sensibilizar alunos das escolas do Concelho de Cascais para as
temáticas relacionadas com o Mar.
Junta de Freguesia de Algés assinalou, em parceria com a Câmara
Municipal de Oeiras e com a PSP – Escola Segura, o Dia Europeu Sem Carros
com uma iniciativa que contou com a participação dos alunos da Escola Sofia
de Carvalho devidamente fardados. Os miúdos puderam participar numa
Operação Stop na Rua Damião de Góis, junto ao Palácio Anjos, onde sensibilizaram a população da freguesia para a prevenção rodoviária, distribuindo
folhetos informativos.
Delegação de Oeiras da Associação Coração Amarelo
vai realizar no dia 31 de Outubro um «Concerto de Outono» pela Orquestra
de Câmara de Cascais e Oeiras, no Auditório do CASO, junto ao Liceu de
Oeiras, pelas 18h00.
Câmara Municipal da Amadora apresentou recentemente os 48
patrulheiros que vão estar envolvidos em actividades de vigilância e patrulha
de parques e jardins, bem como no acompanhamento de crianças à escola.
Pombal XXI – Associação de Moradores Bairros do Pombal e Bento de Jesus
Caraça assinalou no passado dia 18 de Setembro, nas instalações do CCD
Oeiras, o seu quinto aniversário com uma Sessão Solene que ficou marcada
pelo balanço feito dos primeiros cinco anos de actividade, assim como pela
apresentação da Pombal XXI – The Project, um Plano de Desenvolvimento
Local que visa dinamizar as comunidades locais e outros bairros municipais
do concelho de Oeiras.
AHVVC (Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cascais)
lançou recentemente a primeira pedra do seu Complexo de Piscinas, obra que
está orçada em dois milhões de euros e que será suportada integralmente pela
autarquia através do pelouro do Desporto, tendo o concurso público sido ganho pela empresa Comprojecto.
es
v
Bre
Av. Bons Amigos
vai ser requalificada
A Avenida dos Bons Amigos, que
cons­titui um dos principais eixos da
Freguesia de Agualva, com uma forte
componente comercial e um elevado
movimento pedonal, tem vindo a ser
alvo de obras de requalificação desde
o início do mês de Agosto. Esta avenida assume também especial importância por permitir o acesso ao futuro
interface rodo-ferroviário da Estação
de Agualva-Cacém, sendo passagem
obrigatória de praticamente todas as
carreiras de transportes colectivos de
passageiros que circulam na cidade.
A obra de reperfilamento e requalificação da Avenida dos Bons Amigos
irá, numa primeira fase, incidir na
área compreendida entre o túnel até
à Praceta da Fraternidade Universal,
consistindo na redefinição e delimitação dos lugares de estacionamento,
na revisão da rede pluvial existente
e execução de novo pavimento betuminoso e na criação de duas vias de
trânsito.
Actual
27 Setembro 2010
ESPAN entrega diplomas
Diplomas para as duas melhores alunas
A Escola Secundária Padre Alberto
Neto (ESPAN) comemorou recentemente o Dia do Diploma, uma criação do Ministério da Educação cujo
intuito é levar as escolas a entregarem
neste dia os diplomas aos alunos que
completaram os seus cursos.
No total, foram entregues cerca de 200
diplomas aos alunos do ensino secundário, tendo ainda sido entregues dois
Diplomas de Mérito (e um cheque no
valor de 500 euros) atribuídos pelo
Ministério de Educação ao Melhor
Aluno dos Cursos Científico-Huma-
nísticos e ao Melhor
Aluno dos Cursos
Profissionais.
Por sua vez, a ESPAN
ofereceu um Diploma
ao Melhor Aluno de
cada Ano Lectivo e ao
Melhor Aluno por cada
Curso dos CientíficoHumanísticos e dos
Cursos Profissionais (e
um cheque no valor de
50 euros a cada aluno).
A cerimónia contou
com a presença do
Vice-Presidente e Vereador da Educação da Câmara Municipal de Sintra, Marco Almeida, assim como um
representante da DRELVT (Direcção
Regional de Educação de Lisboa e
Vale do Tejo) e uma representante da
Junta de Freguesia de Queluz, entre
outras entidades convidadas.
Curiosamente, a inauguração do novíssimo Auditório ocorreu na véspera
desta cerimónia, aquando da Reunião
Geral de Professores da ESPAN, mas
a entrega dos diplomas foi o primeiro
evento aberto ao público a decorrer
neste espaço da renovada ESPAN.
De salientar, por outro lado, que as
aulas na ESPAN arrancaram com todas as obras praticamente concluídas,
faltando apenas finalizar os últimos
acabamentos na zona do Ginásio, intervenção que deverá estar pronta já no
início de Outubro: “A escola está operacional, está fantástica e convida à realização
de um melhor trabalho por parte de todos”,
sublinhou ao nosso jornal, Fernando
Ascenço, Vice-Director da ESPAN.
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23
Carnaxide vai
estar em festa
A freguesia de Carnaxide comemora no
mês de Outubro as Festas da Freguesia
que, de acordo com o presidente da Junta, Jorge de Vilhena, “pretendem envolver
a comunidade, as suas gentes e revitalizar
tradições com inovação”.
As festividades contam com o apoio da
Câmara Municipal de Oeiras e do comércio local e irão decorrer entre os dias 2
e 10 de Outubro, tendo também a colaboração de diversos agentes culturais,
desportivos e sociais da freguesia.
Entre as várias actividades, merece destaque a missa solene de Acção de Graças
a S. Romão, padroeiro da freguesia, que
será realizada na Paróquia de Carnaxide.
Próximas Actividades Culturais
a realizar na sede da Academia
Dia 30 de Setembro – 19h30
Conferência: “Norberto Lopes o jornalista do século XX, por Paulo
Machado de Jesus”, com exposição de inúmeros documentos, fotografias,
objectos e reportagens sobre as viagens, entrevistas e personalidades mundiais
que entrevistou.
Dia 5 de Novembro – 19h00
Atribuição da Ordem de Mérito e Homenagem a: Luciano Gonçalves
Mourão, Presidente da Junta de Freguesia do Estoril pelos relevantes serviços
prestados durante os seus mandatos, em especial pelo apoio directo prestado
aos sectores da educação, cultura e solidariedade social; Américo Simões
Santo, empresário, pelo apoio prestado no campo da solidariedade social e
cultura, nomeadamente a instituições como a ALA, Cercica, Casa da Encosta,
Associação de Deficientes do Pai-do-Vento, Santa Casa da Misericórdia de
Cascais, corporações de bombeiros de Cascais, Ansião e Chão de Couce e
paróquias de Cascais, Ansião e Chão de Couce.
De 12 a 26 de Novembro
VI Exposição Colectiva de Pintura da ALA – Academia de Letras e Artes
com a participação de António Lara, Dário Vidal, Filipa Alberti, Filipa Pinto
Basto, Luís Athouguia, Luís Guimarães, Luís Telhado, Marcello de Moraes, Nela
Vicente, Rolendis Albuquerque, Teresa Capucho e Conde de Guedes. Horário
de Funcionamento: 2ª a 6ª feira, das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 18h00.
Sábados das 15h00 às 18h00.
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Telf./Fax: 214 685 604 • E-mail: [email protected]
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Expressão
Plástica • Natação •
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24
5 de Outubro
27 Setembro 2010
República comemora 100 anos
Manuel d´Arriaga, primeiro Presidente da
República Portuguesa
A Implantação da República Portuguesa resultou de um golpe de estado
organizado pelo Partido Republicano
Português que, no dia 5 de Outubro
de 1910, destituiu a monarquia constitucional e implantou um regime republicano em Portugal.
A subjugação do país aos interesses
coloniais britânicos, os gastos da família real, o poder da igreja, a instabilidade política e social, o sistema de
alternância de dois partidos no poder
(os progressistas e os regeneradores),
a ditadura de João Franco e a aparente
incapacidade de acompanhar a evolução dos tempos e se adaptar à modernidade contribuíram para um inexorável processo de erosão da monarquia
portuguesa do qual os defensores da
república, particularmente o Partido
Republicano, souberam tirar o melhor
proveito. Por contraponto, a república
apresentava-se como a única capaz de
devolver ao país o prestígio perdido e
colocar Portugal na senda do progresso.
Após a relutância do exército em combater os cerca de dois mil soldados
e marinheiros revoltosos entre 3 e 4
de Outubro de 1910, a República foi
proclamada às 9 horas da manhã do
dia seguinte da varanda dos Paços do
Concelho de Lisboa.
Após a revolução, um governo provisório chefiado por Teófilo Braga dirigiu
os destinos do país até à aprovação da
Constituição de 1911 que deu início à
Primeira República. Entre outras mudanças, com a implantação da República,
foram substituídos os símbolos nacionais: o hino nacional e a bandeira.
De realçar, por outro lado, que o movimento revolucionário de 5 de Outubro de 1910 deu-se na sequência
da acção doutrinária e política que,
desde que foi criado em 1876, o Partido Republicano Português (PRP) foi
desenvolvendo, com o objectivo de
derrubar o regime monárquico.
Ao fazer depender o renascimento nacional do fim da monarquia, o Partido
Republicano conseguiu demarcar-se do
Partido Socialista Português, que defendia a colaboração com o regime em
troca de regalias para a classe operária,
e atraiu em torno de si a simpatia dos
descontentes.
Deste modo, os desentendimentos
dentro do partido acabaram por residir mais em questões de estratégia
política do que ideológica. O rumo
ideológico do republicanismo português já fora traçado muito antes,
pelas obras de José Félix Henriques
Nogueira, pouco se alterando ao longo dos anos, excepto em termos de
adaptação posterior à realidade do
país. Para isso contribuíram as obras
de Teófilo Braga que tentou concre-
mente aproveitadas, apresentando-se
os republicanos como os verdadeiros
representantes dos mais puros sentimentos nacionais e das aspirações
populares.
Para além de Rodrigues de Freitas,
também Manuel de Arriaga, José Elias
Garcia, Zófimo Consiglieri Pedroso,
José Maria Latino Coelho, Bernardino
Pereira Pinheiro, Eduardo de Abreu,
Francisco Teixeira de Queirós, José
Jacinto Nunes e Francisco Gomes da
Silva foram eleitos deputados, representando o PRP em diversas sessões
legislativas entre 1884 e 1894. Desta
data e até 1900 não houve representação parlamentar republicana. Nesta
fase, em que esteve afastado do parlamento, o partido empenhou-se na sua
organização interna.
Após um período de grande repressão ao PRP, o movimento republicano
pôde entrar novamente na corrida às
legislativas em 1900, elegendo quatro
deputados: Afonso Costa, Alexandre
Braga, António José de Almeida e João
de Meneses.
O 5 de Outubro hoje
Governo provisório da República Portuguesa em 1910
tizar as ideias descentralizadoras e
federalistas, abandonando o carácter
socialista em prol dos aspectos democráticos.
Esta mudança visou, também, cativar
a pequena e média burguesia, que se
tornou uma das principais bases de
militância republicana. Nas eleições
de 13 de Outubro de 1878 o PRP conseguiu eleger o seu primeiro deputado, José Joaquim Rodrigues de Freitas,
pelo Porto.
Outra forte componente da ideologia republicana foi o acentuado anticlericalismo, devido à teorização de
Teófilo Braga, que identificou a religião como um empecilho ao progresso
e responsável pelo atraso científico de
Portugal, em oposição aos republicanos, vanguarda identificada com a
ciência, o progresso e o bem-estar.
As questões ideológicas não eram fundamentais na estratégia dos republicanos: para a maioria dos seus simpatizantes, que nem sequer conhecia os
textos dos principais manifestos, bastava ser contra a monarquia, contra
a Igreja e contra a corrupção política
dos partidos tradicionais. Esta falta de
preocupação ideológica não quer dizer que o partido não se preocupasse
com a divulgação dos seus princípios.
A acção de divulgação mais eficaz foi
a propaganda feita através dos seus
comícios e manifestações populares
e de jornais como A Voz Pública, no
Porto, e O Mundo (a partir de 1900) e
A Luta (a partir de 1906), em Lisboa.
A propaganda republicana foi sabendo tirar partido de alguns factos
históricos de repercussão popular.
As comemorações do terceiro centenário da morte de Luís de Camões,
em 1880, e o Ultimatum britânico,
em 1890, por exemplo, foram ampla-
Um centenário depois, a implantação
da República será comemorada um
pouco por todo o país com actividades
diversas, nomeadamente exposições,
lançamentos de livros e CD´s alusivos
à efeméride, conferências e palestras,
entre outras actividades.
A Câmara Municipal de Cascais, por
exemplo, vai assinalar a data ao longo de todo o mês de Outubro com as
seguintes actividades: inauguração da
exposição «A República em Cascais:
1910-1925», na Biblioteca Municipal
de Cascais (5 de Outubro); representação da peça de teatro «Exilado a Sul»,
no Museu Condes de Castro Guimarães (de 5 a 31 de Outubro); lançamento de CD de Carlos Guilherme e
João Balula Cid no Centro Cultural de
Cascais (7 de Outubro); conferência
e apresentação do livro «Os postais
na Primeira República», no Espaço
Memória dos Exílios (8 de Outubro);
conferência sobre o Centenário da República no Espaço Memória dos Exílios (29 de Outubro); lançamento do
livro «Cem Anos a Ensinar: Colégio
da Bafureira», no Colégio da Bafureira
(2 de Novembro).
Rei D. Manuel II de Portugal
27 Setembro 2010
José Relvas proclama a República
Ainda no concelho de Cascais, a Junta
de Freguesia da Parede vai assinalar o
Centenário da República no dia 5 de
Outubro com um espectáculo de rua
alusivo ao tema, pelas 10h30, e um
concerto da pianista Olga Prats no
Auditório da Escola Fernando Lopes
Graça, às 18h30.
Por sua vez, a Câmara Municipal de
Oeiras começou por promover no
Centro Cultural Palácio do Egipto,
no dia 16 de Setembro, uma iniciativa denominada «Conversas: Os
100 Anos da República» com Raquel
Henriques da Silva, à qual se seguiu
no dia seguinte uma visita guiada à
5 de Outubro
Fábrica da Pólvora sob a orientação cípio da Amadora, estão já
de Filomena Ribeiro, subordinada ao a decorrer duas exposições
tema «Os últimos anos da Monarquia no território amadorense. A
e a implantação da República / As primeira denomina-se «O 5
grandes transformações face a uma de Outubro na toponímia da
revolução industrial tardia».
Amadora» e está patente até
Para o mês de Outubro, a autarquia de 18 de Maio de 2011 no Núcleo
Oeiras está a preparar o IX Encontro Museológico do Casal da
de História Local do Concelho de Falagueira podendo ser visiOeiras cujo tema será «República e tada de segunda a sábado das
Republicanos em Oeiras». O even- 09h00 às 13h00 e das 14h00 às
to irá decorrer no Auditório da 17h00. Por outro lado, está
Biblioteca Municipal de Oeiras e será patente até dia 7 de Outubro
coordenado e moderado pelo histo- no Centro Nacional de Banda
riador Joaquim Boiça, estando pre- Desenhada e Imagem a exvistas palestras de Luís Farinha, Ana posição «1ª República na
Paula Torres e João Cravo no dia 14 Génese da Banda Desenhada
de Outubro e de Jorge Miranda, Maria e no Olhar do Século XXI»,
Gabriela Salgado, Filomena Serrão, que pode ser apreciada de
Ana Gaspar, Célia Florêncio, Jaime terça a sexta-feira entre as
Casimiro Cortesão e Joaquim Boiça 09h30 e as 12h30 e depois das 14h00
no dia 15 de Outubro. Neste mesmo às 17h30.
dia será ainda lançado o Caderno de À data do fecho desta edição, não tíPatrimónio «Notas sobre o Concelho nhamos ainda recebido qualquer inforde Oeiras no 5 de Outubro de 2010», mação por parte da Câmara Municipal
igualmente no Auditório da Biblioteca de Sintra relativamente às comemoraMunicipal de Oeiras.
ções do centenário da República, nem
Para o dia 16 de Outubro, a Câmara constava do site da autarquia qualquer
Municipal de Oeiras agendou ain- referência à efeméride.
da uma visita guiada a
«Oeiras e a 1ª República»,
coordenada por Joaquim
Boiça, Jorge Miranda,
Célia Florêncio, Filomena
Serrão e Gabriela Salgado,
estando ainda prevista
para essa data a actuação
do Grupo Coral Viva Voz,
da Associação dos Antigos
Alunos e Amigos do Liceu
Nacional de Oeiras / Es­
cola Secundária Sebas­tião
e Silva.
Relativamente ao muni- Revolução Republicana foi preparada por militares e civis
25
Também o Museu da Presidência da
República está a preparar um vasto
programa de actividades alusivas à
celebração do centenário da implantação da República, que serão comemoradas entre os dias 1 e 5 de Outubro.
Ao longo dos cinco dias de actividades, o Palácio de Belém estará aberto
ao público, com entrada livre, estando
previstas visitas às exposições temporárias, ao Palácio de Belém e aos
jardins, bem como Actividades Educativas e Pedagógicas, nomeadamente
visitas orientadas, oficinas pedagógicas e um peddy-paper.
Entre 1 e 5 de Outubro terá lugar, diariamente, um concerto pelas 21h30
no Palácio de Belém, cabendo a Sara
Tavares a honra de abrir esse ciclo
de actuações. Seguem-se António
Zambujo no dia 2, Lara Li a 3 de
Outubro, Amália Hoje no dia 4 e finalmente a fadista Mariza no dia 5
de Outubro.
26
Previsões para Outubro
Carneiro
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 11
Carta do Mês: O 6 de Copas, que significa
Nostalgia.
Amor: Sentir-se-á muito nostálgico durante
este mês. Seja mais optimista! Pratique o pensamento positivo e as acções construtivas agora!
Saúde: lembre-se que o desânimo se reflecte
negativamente na saúde. Tenha pensamentos
positivos e verá que se sentirá melhor.
Dinheiro: Evite precipitar-se, dê um passo de
cada vez.
Número da Sorte: 42
Touro
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 12
Carta do Mês: 4 de Espadas, que significa
Inquietação, agitação.
Amor: Pense bem antes de se envolver
numa nova relação. Desenvolva a sua clareza
mental, emocional e espiritual.
Saúde: Mês estável e cheio de energia positiva.
Dinheiro: É um bom momento para negócios,
propício à venda de imóveis.
Número da Sorte: 54
Gémeos
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 13
Carta do Mês: 9 de Ouros, que significa
Prudência.
Amor: Deixe o seu orgulho de lado e opte
por conversar calmamente com a sua cara-metade. Abra o seu coração e seja fiel ao que ele lhe
transmite.
Saúde: Possíveis problemas respiratórios.
Dinheiro: Avance com a abertura de um negócio
próprio, mas informe-se bem antes de o fazer.
Número da Sorte: 73
Caranguejo
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 14
Carta do Mês: O Diabo, que significa
Energias Negativas.
Amor: Evite pensamentos negativos. Adopte
uma postura mais descontraída perante a vida.
Descubra a força imensa que traz dentro de si!
Saúde: Tendência para apanhar uma pequena
constipação.
Dinheiro: Acontecimentos inesperados farão com
que seja promovido mais cedo do que julga.
Número da Sorte: 15
Leão
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 15
Carta do Mês: Rainha de Ouros, que significa Ambição, Poder.
Amor: Poderá viver uma aventura de grande importância para si. Mostre toda a sua força,
determinação e criatividade, e ponha em prática
os seus projectos com paixão.
Saúde: Dê mais atenção às dores de cabeça.
Dinheiro: Não seja tão materialista, pois só tem
a perder com isso.
Número da Sorte: 77
Virgem
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 16
Carta do Mês: Ás de Paus, que significa
Energia, Iniciativa.
Amor: Tenha uma atitude de confiança para
com a pessoa amada. Abra o seu coração, e isso
trará um novo sentido ao seu relacionamento.
Saúde: Possíveis dores de ouvidos.
Dinheiro: Cuidado com as finanças. Vigie melhor as suas despesas.
Número da Sorte: 23
P e n s a m e n t o s
Quando fazes o bem, nasce dentro de ti
um maravilhoso sentimento (Rabi Harold Kushner)
Temos de nos unir, não para estarmos juntos,
mas para fazer qualquer coisa juntos (Donoso Cortés)
Arte & Sol
Solário & Jet Bronze
Bronzeado todo o ano sem U.V.
para Homem e Senhora
27 Setembro 2010
Balança
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 17
Carta do Mês: 3 de Ouros, que significa
Poder.
Amor: Aposte no diálogo e na compreensão. Que a luz da sua alma ilumine todos os que
você ama!
Saúde: Estão previstos alguns problemas digestivos.
Dinheiro: Excelente oportunidade para equilibrar as suas contas.
Número da Sorte: 67
Escorpião
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 18
Carta do Mês: 4 de Copas, que significa
Desgosto.
Amor: O companheirismo é a base de qualquer relação. Fale sobre o que é necessário e seja
carinhoso.
Saúde: Combata a tendência para se isolar e reflectir demasiado.
Dinheiro: Algo inesperado poderá acontecer e
colocar em causa a sua competência. Mostre o
que vale com determinação e coragem!
Número da Sorte: 40
Sagitário
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 19
Carta do Mês: 6 de Ouros, que significa
Generosidade.
Amor: Procure ser mais compreensivo com
quem o rodeia. Procure dizer coisas boas, a palavra tem muita força!
Saúde: Ao longo deste mês poderá ser incomodado por alguns problemas de coluna.
Dinheiro: Acredite nas suas capacidades profissionais.
Número da Sorte: 70
Capricórnio
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 20
Carta do Mês: 6 de Espadas, que significa
Viagem Inesperada.
Amor: Uma data muito importante aproxima-se, não se esqueça dela. Exercitar a arte de
ser feliz é muito divertido!
Saúde: Proteja-se, não ingira nada que seja nocivo para o seu organismo.
Dinheiro: Uma viagem de trabalho irá obrigálo a ausentar-se durante mais tempo do que o
previsto.
Número da Sorte: 56
Aquário
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 21
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 21
Carta do Mês: A Justiça, que significa
Justiça.
Amor: Deixe o orgulho de lado e peça desculpa
sempre que errar. Se quer ser verdadeiramente
vitorioso, vença-se a si próprio!
Saúde: Proteja-se do frio, ou pode ser surpreendido por uma constipação.
Dinheiro: Cuidado com os gastos supérfluos.
Número da Sorte: 8
Peixes
Horóscopo Diário Ligue já! 760 30 10 22
Carta do Mês: 10 de Copas, que significa
Felicidade.
Amor: Surgirá um novo interesse romântico
na sua vida. Procure intensamente sentimentos
sólidos e duradouros, espalhando em seu redor
alegria e bem-estar!
Saúde: Regular. Sem nada de grave a assinalar.
Dinheiro: Prosperidade para a vida financeira.
Número da Sorte: 46
A n e d o t a s
A esposa levanta-se no meio da noite e percebe que o marido está a chorar
na sala. Ela pergunta-lhe o que se passa e diz:
- Lembras-te quando namorávamos, tu tinhas 16 anos e engravidaste?
- Lembro-me - disse ela.
- Pois é. O teu pai disse-me que se não casasse contigo apanharia 20 anos de
prisão...
- Sim, e depois? Porque estás a chorar?
- Se estivesse preso, estaria livre amanhã...
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Empresas
27 Setembro 2010
27
Hospital de Oeiras trata dos nossos amigos
A funcionar há cerca de 16 meses na
Rua Alfredo de Sousa, 4B, em Oeiras
(nas traseiras do edifício dos SMAS
de Oeiras e Amadora), o Hospital Veterinário de Oeiras (HVO) veio suprir
uma carência que existia no concelho
relativamente à saúde e bem-estar dos
animais.
Actualmente, o HVO (www.hvo.com.pt)
é a única entidade em todo o concelho
de Oeiras capaz de receber o seu animal a qualquer hora do dia, em qualquer dia do ano. O Dr. Carlo Vaudano é
o responsável pela criação deste projecto, iniciado em 1993, ainda com o nome
de Animalândia: “Tinha uma clínica veterinária nesta mesma rua, a Animalândia,
mas com o tempo o movimento foi aumentando e aquele espaço tornou-se demasiado pequeno para as nossas necessidades.
Houve a possibilidade de passar para este
espaço, que é bastante mais amplo e aproveitámos a oportunidade”, explica.
A mudança de nome deveuse, sobretudo, a uma mudança de conceito. “Passámos
a estar abertos 24 horas por dia
e a ter internamento pois temos
veterinários em permanência.
Actualmente recebemos muitos
animais feridos cujas patologias
não podem ser resolvidas em
clínicas pois implicam intervenções cirúrgicas”, adianta.
Além de transfusões de sangue, o HVO realiza todo o
tipo de intervenções cirúrgicas, nomeadamente oftalmologia, ortopedia ou tecidos moles. Mas é também
pioneiro noutras cirurgias
Um hospital sempre aberto para tratar dos nossos amigos
menos conhecidas: “Somos
pioneiros em laroscopia, uma cirurgia onde
se fazem dois buraquinhos na barriga do
animal. Utilizamos esta opção sempre que
uma ecografia não é conclusiva para vermos
entretanto o projecto foi reestruturado e o estado do fígado, dos rins, do intestino ou
neste momento existe apenas o armazém do baço do animal”, revela o veterinário.
que está em S. Domingos de Rana e umas Instalado num local com 220 metros
instalações em Oeiras onde estão cerca de quadrados, o HVO conta com dois in400 aquários com os vivos que revende- ternamentos distintos: “Temos um inmos para todo o país”, conta.
fecto-contagioso e um normal. O primeiro
Qualidade e credibilidade são dois tem capacidade para receber dez animais e o
factores que fazem desta empresa lí- internamento hospitalar normal tem capader destacada do mercado específico cidade para doze cães e dez gatos”, indica.
de distribuição de peixes a outras lojas O HVO tem um horário de expediende animais. Ao todo, estima a empresa te, de segunda a sábado das 09h00 às
que “95% das cerca de 1.800 lojas de ani- 21h00 e domingo entre as 15h00 e as
mais que existem em Portugal são nossas 19h00 mas funciona também nos resparceiras”, revela orgulhoso: “Existem tantes horários mediante o pagamento
muitas empresas a fazer revenda mas há de uma taxa de urgência. Todavia, ninguém precisa de avisar com antecedência, basta aparecer com o animal seja a
situação urgente ou não.
Um mundo alegre e colorido
Fundada em 1979, a Milaquários é
uma empresa familiar que se dedica
à aquariofilia, posicionando-se neste
mercado específico como sendo uma
empresa capaz de fornecer na totalidade uma loja de animais, desde os
vivos (maioritariamente peixes mas
também répteis, roedores e plantas)
até à alimentação e passando pelos
brinquedos, produtos de higiene e
outros adereços indispensáveis a animais de estimação.
Quando surgiu, há pouco mais de
três décadas, esta empresa começou
por ser uma simples loja de animais
que, na altura, apenas comercializava
produtos para peixes.
“Havia muito pouco
mercado, pouca oferta
no ramo, e a Milaquários sentiu necessidade
de não ser apenas uma
loja para começar a importar alguns produtos
e foi dessa maneira que
fomos evoluindo”, começa por nos contar Roberto Esteves,
Director Comercial
e de Marketing da
empresa.
Cor e movimento dão alegria aos aquários
Ao longo do seu percurso, a Milaquários foi modelando vários factores que nos diferenciam, como
o seu perfil face às necessidades do a antiguidade e a preocupação com a quamercado, tendo chegado em tempos lidade de tudo aquilo que vendemos, sendo
a ter abertas várias lojas de venda ao competitivos no preço”.
público, situação que actualmente já Actualmente, e para fazer face a um
não se verifica: “Hoje estamos apenas no mercado de quase 1.800 lojas espamercado da revenda, já tivemos lojas mas lhadas pelo território nacional, a Milaquários conta com a colaboração de
16 profissionais, um número que “já
foi maior” mas que, ainda assim, “é
suficiente” para manter a Milaquários
na liderança incontestada deste sector: “Hoje em dia as empresas tendem a
ter estruturas mais leves e trabalhamos
muito com parcerias externas. Somos uma
empresa que não transforma nem produz,
o que sabemos fazer é vender”, ressalva
o Director Comercial e de Marketing
da empresa, que conclui salientando
que o que diferencia a Milaquários de
muitas outras empresas, deste ramo e
não só, “são essencialmente dois factores:
ao longo destes 40 anos de existência sempre tivemos uma grande preocupação com
os animais, esta é uma empresa familiar e
cujos proprietários sempre manifestaram
grande preocupação pelo bem-estar dos
animais; por outro lado tentamos criar um
espírito saudável dentro da empresa com
um ambiente muito familiar”, finaliza.
Roberto Esteves
Um “paciente” em tratamento
Actualmente, trabalham neste espaço
cinco veterinários, uma enfermeira,
uma auxiliar, uma tosquiadora e uma
recepcionista que curam, auxiliam e
mimam os cerca de 20 animais que
diariamente passam por este hospital,
alguns dos quais têm de ficar internados durante um ou mais dias em
virtude das suas patologias.
Apaixonado pelos animais desde os
oito anos, tenta não se apegar em demasia a todos quantos passam pelo HVO
pois não os consegue salvar a todos.
Na sua larga maioria, os animais que
entram neste hospital são cães e gatos
mas surgem também situações onde os
profissionais desta casa são obrigados a
lidar com outras espécies como cobras,
pássaros, coelhos ou hamsters, entre
outros.
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