JOÃO MANUEL FREIXO RODRIGUES LEITE
O MÉTODO DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: O MÉTODO
QUADRIPOLAR
PORTO
JANEIRO DE 2014
João Manuel Freixo Rodrigues Leite
Aluno de Ciência da Informação, em 2013, na Universidade de Letras da
Universidade do Porto
O Método da Ciência da Informação: O Método Quadripolar
Trabalho apresentado no âmbito da Unidade Curricular Teoria e Metodologia da
Ciência da Informação.
Faculdade de Letras da Universidade do Porto
Via Panorâmica, s/n, 4150-564 Porto, Portugal
Janeiro de 2014
Resumo
A realização deste trabalho tem como objectivo dar uma explicação sobre o método
adoptado pela Ciência da Informação, o Método Quadripolar.
No trabalho será dado uma explicação do método, porque foi escolhido e como é
aplicado à Ciência da Informação.
Este tema será realizado com base em bibliografia seleccionada do tema.
Palavras-chave: Método Quadripolar, Ciência da Informação.
Abstract
The aim of this work is to provide an explanation of the method adopted by Information
Science, the quadrupole method.
In this work will be given an explanation of the method, the reason of this choice and
how it is applied to the Information Science.
This theme will be based on the selected bibliography.
Keywords: Quadrupole Method, Information Science.
Sumário
0 – Introdução ................................................................................................................ 6
1 – A Origem do Método ............................................................................................... 7
2 – O Método Quadripolar ............................................................................................. 8
2.1 – Pólo Epistemológico ............................................................................................ 8
2.2 – Pólo Teórico ........................................................................................................ 9
2.3 – Pólo Técnico........................................................................................................ 9
2.4 – Pólo Morfológico ................................................................................................ 10
3 - O Método Quadripolar na Ciência da Informação ............................................... 11
4 – Conclusão .............................................................................................................. 12
Referências Bibliográficas.......................................................................................... 13
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0 – Introdução
Este trabalho será realizado no âmbito da unidade curricular de Teoria e
Metodologia da Ciência da Informação.
Hoje em dia a Informação é algo que está sempre presente na nossa vida,
muitos não lhe dão a devida importância mas para os Cientistas/Gestores da
Informação ela é imprescindível, pois estes estudam-na.
Por este motivo, adoptou-se e adaptou-se o Método Quadripolar à Ciência
da Informação, uma vez que não existia um método de investigação para esta
Ciência Social.
Neste trabalho irei falar como surgiu, em que consiste, nos seus pólos, e
porque foi escolhido para a Ciência da Informação.
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1 – A Origem do Método
O Método Quadripolar foi elaborado, em 1974, por P. De Bruyne, J. Herman
e M. de Schoutheete, e surge como resposta ao positivismo. Com este novo método
os autores não querem limitar a investigação científica a uma visão tecnológica ou
instrumental, mas sim promover o debate entre “quantitativo” e “qualitativo”
proporcionando assim o intercâmbio interdisciplinar e, desta forma, criar um
instrumento de investigação dinâmico.
Este método estabeleceu um novo paradigma nas Ciências Sociais e
Humanas, destacando-se inicialmente a sua aplicação nas Ciências da Educação.
8
2 – O Método Quadripolar
Na realização de uma investigação por parte de um cientista/investigador
este tem que utilizar um método, método esse que se tem de enquadrar na ciência
que este representar.
Um método é o caminho que cada Ciência usa para chegar a uma conclusão
sobre o que esta a ser estudado (objecto), basicamente é um conjunto de regras, um
guia, que o investigador utiliza para realizar a sua investigação e o estudo do seu
caso.
A essência do Método Quadripolar, ao contrário de outros métodos, não está
na execução deste de uma forma linear, mas sim de uma forma elíptica.
A dinâmica de investigação que este método apresenta é o resultado da
interacção dos seguintes 4 polos:

Pólo Epistemológico;

Pólo Teórico;

Pólo Técnico;

Pólo Morfológico.
Método Quadripolar
Pólo Epistemológico
Pólo Teórico
Pólo Técnico
Pólo Morfológico
Figura 1 – Esquema Funcionamento do Método Quadripolar
2.1 – Pólo Epistemológico
Neste pólo o investigador tem que ter em conta a sua identidade, os seus
paradigmas, é basicamente a forma que cada um “vê” as coisas. Como não somos
todos iguais, existe sempre a possibilidade de para o mesmo tema haver
interpretações diferentes.
Numa primeira instância o investigador terá de construir um objecto científico
e delimitar a problemática da investigação para desta forma realizar uma
investigação. Serão definidos parâmetros, paradigmas e critérios para o guiar no seu
modo de investigação, mas como o Método Quadripolar se executa de uma forma
9
dinâmica estes estão em constante reformulação o que permite que não se esteja
preso ao que foi previamente estabelecido.
2.2 – Pólo Teórico
Para a realização de um estudo o investigador tem de saber qual o objecto
de estudo e qual o problema que este apresenta. Para resolver este problema o
investigador tem de conhecer o objecto para desta forma o puder abordar e a partir
dai
formular
hipóteses,
teorias
e
conceitos
operatórios
para
poder
consequentemente verificar ou refutar da teoria elaborada.
O problema levantado terá que ser confirmado pois este não se justifica por
si só.
2.3 – Pólo Técnico
Neste pólo relaciona-se o objecto científico com a realidade de um modo
instrumental. É aqui que serão utilizadas técnicas para a resolução do problema que
se foi proposto investigar.
O investigador terá então que seleccionar um modo de pesquisa, uma ou
mais técnicas de recolha de dados e um ou mais instrumentos de registo de dados.
Relacionando então este pólo com a Ciência da Informação é de salientar 3
operações:

1ª Observação directa e indirecta de casos e variáveis - Neste primeiro ponto
é feita uma recolha pormenorizada dos elementos históricos, normativos e
reguladores do funcionamento interno de qualquer Sistema de Informação,
através
de
várias
técnicas
ou
procedimentos,
como
por
exemplo
questionários, entrevistas, observação participante entre outras.

2ª Experimentação – Realiza-se num espaço fechado e controlado como é o
caso dos laboratórios ou as simulações de computador, aqui é indispensável
a formulação clara de um problema, a descrição das técnicas de análise e
apresentação de instrumentos usados, dos meios científicos e dos
equipamentos utilizados.

3ª Análise / Avaliação retrospectiva e prospectiva – Submeter os resultados
obtidos da observação e/ou da experimentação a um exame rigoroso permite
obter algumas conclusões que possam confirmar os conceitos, as hipóteses e
as teorias previamente definidos no pólo teórico.
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2.4 – Pólo Morfológico
Por fim, neste pólo serão oficializados os resultados obtidos na investigação
realizada. Aqui assume-se por completo a análise / avaliação e é então exposto todo
o processo de pesquisa e análise que permitiu a construção do objecto científico.
Este pólo consiste concretamente em organizar e apresentar os dados que
foram obtidos durante todo o processo.
Concluída a apresentação, pode-se reiniciar este ciclo dinâmico de
investigação demonstrando assim desta forma a espiral e a dinâmica que o Método
Quadripolar apresenta.
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3 - O Método Quadripolar na Ciência da Informação
Toda e qualquer Ciência têm um objecto e necessita de um método para
estudar o objecto em causa. O objecto é aquilo que cada Ciência estuda.
Sabendo isto, a Ciência da Informação sentiu-se na necessidade de adoptar
um método e, em 2002, o Curso de Ciência da Informação da Faculdade de Letras
da Universidade do Porto (FLUP) optou pelo Método Quadripolar. Esta escolha
deveu-se ao facto deste método ser o mais adequado às exigências do fenómeno da
informação, pois não está restringido a uma visão meramente instrumental.
A vantagem deste método deve-se ao facto de ser dinâmico, pois os seus
pólos têm interacção entre si e aquilo que foi estabelecido para cada um pode ser
mudado a qualquer altura, assim como a Informação que está em constante
mudança.
Desde essa altura que o Método Quadripolar é usado pelos alunos do curso,
assim como em teses de Mestrado e de Doutoramento.
Através da aplicação do Método Quadripolar o estudo científico da
Informação pode realizar-se de duas maneiras diferentes, mas em parte
complementares. Pode estudar-se como uma problemática de um problema
específico, e estudá-la associada a um caso concreto.
Pode então concluir-se que na Ciência da Informação o objecto de estudo é
a Informação e o método é o Método Quadripolar.
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4 – Conclusão
Com a realização deste trabalho fiquei a conhecer de uma maneira mais
aprofundada o Método Quadripolar e pôr em prática os conhecimentos adquiridos na
Unidade Curricular. Para conhecer mais sobre este tema li obras sobre o assunto,
sendo que algumas dessas obras apresentavam visões diferentes sobre o método e
a sua aplicação a outras Ciências Sociais, permitindo-me dessa forma ter uma visão
mais ampla sobre o método e as suas vantagens e verificar que este pode ser
aplicado a mais que uma Ciência.
Pude constatar também que o Método Quadripolar tem várias vantagens na
sua aplicação e, sem dúvida, que apesar das Ciências da Educação ter sido a
pioneira na utilização deste método, o curso de Ciência da Informação também o
utiliza de forma muito positiva, sendo isso visível nos bons resultados obtidos com a
utilização deste.
Referências Bibliográficas
BRUYNE, Paul [et. al.] – Dinâmica da Pesquisa em Ciências Sociais: Os
pólos da prática metodológica; trad. Ruth Joffily. Botafogo: Livraria Francisco Alves
Editora S.A., 1977.
DEPARTAMENTO
DE
CIÊNCIA
DA
INFORMAÇÃO,
CENTRO
DE
CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÓMICAS, UFES - UNIVERSIDADE FEDERAL DO
ESPÍRITO SANTO, BRASIL; SECÇÃO AUTÓNOMA DE JORNALISMO E CIÊNCIAS
DA COMUNICAÇÃO, FLUP - FACULDADES DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DO
PORTO, PORTUGAL. DELTCI. [Em Linha]. [Consult. 27 de Dez. 2013] Disponível
em WWW:<URL: http://www.ccje.ufes.br/arquivologia/deltci/>.
FREIRE, Gustavo Henrique – Ciência da Informação: temática, histórias e
fundamentos.
MARTINS, Gilberto Andrade; THEOPHILO, Carlos Renato – Metodologia de
Investigação Científica para Ciências Sociais Aplicadas. São Paulo: Ed. Atlas S.A.,
2007.
RIBEIRO, Leila Beatriz – A Construção Metodológica de um Objecto de
Pesquisa na Ciência da Informação – O Conceito de Sistema.
SILVA, Armando Malheiro – A Gestão da Informação Abordada no Campo
da Ciência da Informação.
SILVA, Armando Malheiro – A Gestão da Informação Arquivística e Suas
Repercussões na Produção do Conhecimento Científico.
SILVA, Armando Malheiro; RIBEIRO, Fernanda - Das Ciências Documentais
à Ciência da Informação. Santa Maria da Feira: Ed. Afrontamento, 2002.
Verbete
Fluxo de Informação
Sabemos que a Ciência da Informação é uma disciplina que estuda as
propriedades e a forma como se comporta a Informação, as forças que gerem o
fluxo de informação e os modos de processamento da Informação para o seu
melhoramento tanto no seu acesso como no seu uso.
Até se chegar a esta definição final, a definição da Ciência da Informação foi
sofrendo alterações desde o seu surgimento nas conferências do Georgia Institute of
Thecnology (EUA) e mais tarde recuperada e aprimorada por Harold Borko. Só em
2002 esta definição é aplicada no curso de Ciência da Informação da Faculdade de
Letras da Universidade do Porto como uma disciplina trans e interdisciplinar.
O Fluxo de Informação é toda a informação que é transmitida entre duas ou
mais variáveis (como por exemplo pessoas), é feita de uma forma intensa, activa, de
forma contínua e em grande quantidade. Ao fluxo está associada a quantidade e a
qualidade de Informação, isto porque com o passar dos tempos há um aumento da
Informação e por vezes este excesso de quantidade não é sinónimo de qualidade.
Um exemplo deste fluxo é a Informação disponível na Internet, uma vez que
qualquer pessoa pode publicar algo sem controlo originando por vezes a existência
de Informação errada. Para que haja Informação de qualidade é necessário haver
uma Avaliação do Fluxo de Informação.
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