Weider Silveiro: a principal característica do estilista piauiense radicado em São Paulo é o minimalismo. Nesta coleção, os anos 1970 e 1990 foram traduzidos em formas (justa e midi) e materiais, como o neoprene, malha wang e jacquard. Destaque para os bordados e tricots. A cartela de cores é composta por branco, off white, preto, pink e carbono. Weider começou a se interessar por moda ainda na infância, ajudando sua vó costureira. Começou efetivamente a se dedicar pela profissão em 1999, procurando por uma universidade. Foi assistente de Walter Rodrigues. Hoje, além de ter a própria marca, trabalha como consultor de estilo. 2/Dois: a marca masculina assinada pelos estilistas Weider Silveiro e Jadson Ranieri tem como inspiração o vestuário feminino, com aplicação de guipures e rendas. A silhueta oversized e o experimentalismo já são marcas registradas. Cores: branca, off white e preta. Diego Fávaro: A coleção OXIGÊNIO é experimental, 100% em neoprene e se desdobra em 10 looks (cinco masculinos e cinco femininos), passando pelo off white, preto, até chegar no vermelho total. O tema surgiu através de uma reflexão do que o mundo vem passando ambientalmente, e de que forma estes problemas de refletem na vida das pessoas. “O oxigênio é um elemento químico representado na tabela periódica pela letra O. Então resolvi pegar esta simbologia para desdobrar toda a coleção”, conta o estilista que fez recortes em formatos circulares. A silhueta base é completamente solta e reta, sem marcar o corpo. Destaque para as cores fluorescentes em calçados e mochilas. Acessórios: óculos circulares, toucas de lã e luvas emborrachadas. Gefferson Vila Nova: a coleção (exclusivamente feminina) nasce da simbiose entre o corpo de bases tropicais e o universo das lutas marciais. O shape é ora amplo, ora slim fit, uma leitura sportwear de materiais nobres como jacquard, brocado de renda, veludos e lamê em contraponto com metalasse de nylon e malharia. Destaque para a manga japonesa, vedete da coleção. Cores: preta, laranja queimado e azul. O designer tem sua ligação com a indústria da moda desde 2007, quando participou como estilista convidado do Capital Fashion Week em Brasília e teve seu trabalho elogiado pelo renomado estilista Jum Nakao. Seu currículo inclui ainda a participação em feiras internacionais como Pure London (2010) e a Prêt-à-Porter Paris (2010). Raphael Debei: a marca traz moda masculina com fortes acentos de alfaiataria. A coleção tem como tema central a Serra Pelada, com referências de workwear dos anos 1980. Destaque para as jaquetas curtas, camisas de veludo e estampadas. “Procurei misturar peças de trabalho com alfaiataria. Durante o desfile, eu conto a história de um homem que largou tudo para tentar a vida na Serra Pelada”, conta o designer. A história é contada através da modelagem (mais ampla) e das cores (tons de verde, areia, marrom, dourado e vermelho). Tecidos: Desde couro até tactel, passando por tricoline, plush, tecidos clássicos de alfaiataria, entre outros. Martins Paulo: estreante no line-up do evento, o estilista piauiense apresenta uma coleção que teve como ponto inicial a obra A tempestade, de Willian Shakespeare, associada a referências esportivas. “Acredito que o mix de referências cria uma imagem moderna e decidida”, conta o estilista. Os tecidos sintéticos predominam: couro, camurça, vinil, malha resinada, algodão, tecidos telados e transparências. Cores: preta, cinza, azul e branca. A silhueta é ajustada e desenha o corpo. Destaque para os prints de raios e tempestades, a pegada esportiva e as formas ajustadas em tecidos quase futuristas. Neste trabalho existe também uma vertente sustentável e social: algumas peças foram desenvolvidas em parceria com uma associação de artesãs que transforma garrafas pet recicladas em diversos objetos de design. Gralias: a coleção de inverno 2015 da Gralias fala sobre acumuladores. As estilistas da marca, Julia Guglielmetti e Grazi Cavalcanti, voltaram os olhares para dentro da própria empresa ao perceberem a quantidade de tecidos, aviamentos, linhas e outros materiais que juntaram ao longo do tempo. Com isso criaram a história de um personagem viciado em acumular. O ponto de partida para as formas dos looks veio do guarda-chuva, com modelagens amplas e soltas. Já a cartela de cores é viva, uma característica da dupla, que também trabalhará com o contraponto de tecidos pesados usados com chiffon e textura com bordados de pedraria e linha. Felipe Fanaia: a coleção busca o “sweet side” dos guetos americanos da década de 1980. Com referências em cafetões, traficantes e até Club Kids, as peças vêm coloridas (azul, amarelo, verde, rosa, roxo, laranja), permeadas por formas e pelo estilo das ruas. Max moletons, macacões oversized, cavalos muito baixos e até camisas desestruturadas. Destaque para os casacos de pelúcia. Modelagens amplas confortáveis e sobreposições pontuam a coleção. Nós pés, coturnos coloridos feitos em parceria com a Sandra Campello Calçados. Också: estreante na CdC, a marca dos estilistas Deisi Witz e Igor Bastos tem como principais características a modelagem contestadora, os drapeados arquitetônicos, a busca por materiais diferentes, o utilitarismo e a funcionalidade. Inspirada pelas tramas do artista brasileiro Arthur Luiz Piza e pela estética da arquitetura pós-moderna dos anos 1960, a Också prepara para sua coleção Concreto Armado um cenário de construção civil. A armadura de metal resistente a trações enriquecida de cimento, areia e pedras são os elementos principais da composição do concreto. Com uma extensa gama de materiais nobres e cores sóbrias combinadas a uma silhueta ampla e rígida, a Också procura na delicadeza de seus drapeados um paradoxo ideal para a contrição desta coleção. Estampas inspiradas em concreto e ferrugem, paleta de cores (preto, cinza, verde e marrom e bege), materiais (fios de cobre, telas metálicas, látex).Tecidos: feltro de lã, moletom, látex, crepe de malha, neoprene, crepe de seda, veludo molhado, scooba, spacer, fios de látex, fios de silicone, malha de lã, rayon, organza de seda, plástico. Tarcísio Brandão: marca de slow fashion de produtos exclusivos, que tem como diferencial a parte têxtil e materiais, cuja origem e processo de produção respeitam critérios de comércio justo e de desenvolvimento sustentável. Além disso, inclui em seu trabalho tecnologia aliada a produtos artesanais, roupas com conteúdo digital, com o foco na divulgação dos trabalhos artesanais brasileiros. Seu DNA consiste na busca da identidade brasileira na moda e seus variantes. A principal referência dos processos de criação da marca surge principalmente das origens culturais brasileiras e seu resgate a partir de uma leitura de moda, um trabalho de funcionalidade cultural informativa e referência para texturas, cores, formas e aplicações. Em consequência há uma pesquisa de matérias-primas. Tilda: a marca, do estilista Anderson Tomaz, apresenta um inverno influenciado por uma forte corrente dos anos 1960: a moda espacial e futurista (marcada pela chegada do homem à Lua). Assim como nas duas últimas edições da Casa de Criadores, a Tilda continua reforçando seu streetwear cool. Alguns looks trazem informações geralmente encontradas nas roupas dos astronautas, como utilitários (zíperes, velcros, botões), capacetes, e os tecidos dupla face. As cores seguem as inspirações 60’s e giram em torno do preto e do branco, com algumas aplicações em cinza e prata. “Também optei por preto e branco para ter a liberdade de usar muitas texturas, estampas e diferentes tecidos”, conta Anderson Tomaz. Essa mistura conta com elementos como paetês, babados, rendas, malhas, lãs, estampas gráficas, tramas de alumínio, nylon, entre outros. A modelagem, especialidade do estilista mineiro, vem mais volumosa, amórfica e em camadas nas peças femininas, enquanto que nas masculinas é mais justa ao corpo. As peças também apresentam sobreposições e amarramentos. Karin Feller: o ponto de partida deste inverno é o contraponto entre a cidade grande e o interior. As estampas foram inspiradas em silhuetas de prédios, detalhes de arquitetura como cobogó, portas e portões. Também aparecem padronagens geométricas, manchas e figuras literais como flores ou animais. A cartela de cores passa pelo marrom, beterraba, azul, preto e branco. Destaque para a estampa “olha a onça”, para as estampas triangulares inspiradas no icônico prédio da FIESP e para as maquetes têxteis. A silhueta dessa coleção é longilínea, confortável e acinturada. As peças valorizam o trabalho manual e da cultura brasileira com crochês e bordados. Rafael Caetano: a coleção Insígnia tem como inspiração o escotismo. Dos escoteiros, foram extraídos elementos concretos como as próprias insígnias, a casa, e o ambiente que os reverbera, e outros mais abstratos, como a honra, a procura de sentido e a luta por um ideal. Com silhuetas curvas, as peças são compostas pelas cores vinho, terra, bronze, branco e pele. Tecidos: sarjas, mousseline, bojo espuma, foil e feltro. Rober Dognani: Intensidade, drama, caos. Uma tribo de nômades góticos que viaja o mundo serviu de inspiração para o Inverno 2015 de Rober Dognani. Urbano, esse clã não se restringe aos guetos - transita do universo underground ao mainstream, nos hemisférios norte e sul, no oriente e ocidente, nesse plano e no além. O estilista dá continuidade ao trabalho iniciado na temporada passada e amplia a utilização do látex. Matéria-prima predominante nessa coleção, ele aparece em diversas formas, dando nova textura ao jeans, renda, malha e tricô. Distante de sua utilização no universo fetichista, para Rober ainda há diversas possibilidades de trabalhá-lo, não só nas peças conceituais feitas especialmente para o desfile, como para a coleção comercializada em loja. Cor intrínseca do DNA de sua marca, o preto é tom único nas linhas feminina e masculina, essa última estreando na passarela do estilista. Construídos a partir do trabalho de moulage, vestidos, blusas, saias, tops e calças ganham forma com a combinação de tecidos como mousseline, tule com elastano, tricô, jeans, malha, renda e couro. Máxi saias, vestidos esvoaçantes, transparências, sobreposições e o contraste de volume com fluidez pontuam o inverno de Rober Dognani. Destaque para o minucioso trabalho feito em plissê e para a base de T-shirt, que aparece não só em versão box como em vestido. Nós pés, sandálias em couro e botas em jeans com amarrações. Igor Dadona: pela primeira vez o estilista sai do universo preto e branco e inclui mais cores em sua cartela: grafite, rosa claro e laranja. A coleção fala sobre prisioneiros tradicionais, mas também do sentimento de prisão. “Além de um sentimento de sufoco, de um certo desespero, falo também da delicadeza, da vulnerabilidade e da esperança de liberdade que cada prisioneiro carrega em si”, explica o estilista. As estampas, feitas à mão, remetem as tatuagens de presídio. Tecidos: veludo, lã, sarja Cher e couro, alfaiataria. As peças têm formas longas, geralmente cobrindo o pescoço e amarrando o corpo. “Apresento nessa coleção a minha visão sobre o que é ser um prisioneiro, seja numa cadeia tradicional ou dentro da sua própria mente”, acrescenta. A cenografia do desfile foi feita em parceria com o “Projeto papelão”, do artista visual Edgard de Camargo, que utiliza papelão e tinta para criar suas obras. As estampas são todas feitas à mão, pelo ilustrador Luan Mello. Gustavo Carvalho: A coleção (feminina e masculina) é inspirada nos elementos da cultura pop dos anos 1980, como a música e a arte. A personalidade transgressora da cantora Madonna foi muito explorada para o desenvolvimento do mood da coleção. A geração jovem dos 80’s foi transportada para o momento que vivemos hoje, com fortes influências da moda urbana e esportiva. Cores: preto, vermelho, marfim e ferrugem. Tecidos: camurça, neoprene, couros sintéticos, cetim, jacquards. A silhueta é reta, esportiva e triangular. A aposta do estilista é nos acessórios, no mix de textura e no corte. Fernando Cozendey: A coleção de inverno 2015, chamada “FÊNIX”, traz 26 looks em uma cartela monocromática vermelha e tem como inspiração a vulnerabilidade emocional. Vazados, grafismos que lembram raios e corações são desenhados nos tecidos elásticos, tecnologicamente desenvolvidos pela Sayoart Têxtil, explicitando um processo emocional que vai da destruição/depressão/desespero até reconstrução/força/esperança. E a Fênix surge no final varrendo, transmutando e trazendo um novo fôlego para a existência, pois a única coisa que não podemos abrir mão é de sermos nós mesmos. Casa Cravo & Canela: resultado de uma parceria inédita entre a Casa de Criadores e a marca de sapatos Cravo & Canela. Neste projeto, quinze nomes que integram o lineup do evento criaram uma coleção cápsula de modelos de tênis, que serão vendidos no site www.casacravocanela.com.br a partir do dia 27 de outubro, o primeiro dia de desfiles. Os estilistas que desenharam os modelos são Ale Brito, Anderson Tomaz (Tilda), Arnaldo Ventura, Danilo Costa, Fernando Cozendey, Gefferson Vila Nova, a marca Gralias, Gustavo Carvalho, Igor Dadona, Jadson Raniere, Karin Feller, Kauê Bueno, Nathan Sousa (Nosotros), Rafael Caetano e Tarcísio Brandão. Os tênis já estão sendo vendidos na loja conceito Choix.