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Texto de Claudia Wasilewski
“O câncer é uma doença democrática. Não é absurda a
afirmação. Esta doença não escolhe raça, credo, sexo
ou idade. Todos nós estamos vulneráveis e por isto é
preciso olhar em volta. Olhar com olhos solidários.
Quando se recebe a notícia da doença, teoricamente
deveríamos ser fortes e otimistas, mas infelizmente não
é assim. O chão some e a família fica doente junto. Claro que existe cura, os tratamentos estão cada vez mais
avançados e a medicina sinaliza novos medicamentos.
O que podemos fazer? Podemos nos engajar em sistemas de voluntariado ou fazer ações isoladas, porém
diretas. Quero contar a experiência que tenho tido em
quase oito anos.
Meu irmão faleceu com câncer de intestino em 2002,
minha mãe começou a fazer gorros com sobras de lã,
para quem faz quimioterapia e perde o cabelo. Outras
pessoas sensibilizadas com a sua atitude começaram
a fazer doações de pequenos novelos de cores e espessuras diferentes. O que a princípio era uma terapia se
transformou em uma campanha.
Quando ela fez 80 anos não queria presente, só um
novelo de lã de cada convidado, o cálculo era de 50
novelos, mas ganhou 160 novelos. Aí já faltavam mãos.
Várias pessoas dispostas a ajudar vinham a nós buscar
lã e depois entregavam os gorros prontos. Há três anos
atrás entrei em um concurso de uma fábrica de lã, onde
deveria contar uma história ligada ao tricot ou crochê. O
prêmio era uma tv de 42 polegadas e mais 100 novelos
de lã. Não tive dúvida de quebrar o nosso anonimato e
tornar pública esta história tão verdadeira. Afinal a minha
mãe começou a tricotar com apenas cinco anos de idade
e fazia tricot até em Fla Flu no Maracanã. Aí vieram mais
100 novelos, a tv e mais gente ajudando.
É assim que as coisas acontecem. Começam pequenas e ganham volume e credibilidade. O que sugiro é
que quem faz artesanato, não deixe acumular sobras de
tecido ou lãs. Tudo se transforma. Gorros e cachecóis
são fundamentais nas regiões de clima frio, e como por
várias vezes ouvimos “aquecem o coração”. Não se trata
de caridade e sim de solidariedade.
Para doações nas cidades grandes, procure os hospitais
que tem especialidade em oncologia. Sempre existem
grupos que atuam para todo tipo de benefício a estes
pacientes. Nas cidades menores procure as Secretarias Municipais de Saúde, lá você vai ficar sabendo a
quantidade de pessoas em tratamento e assim poderá
ajudá-los de forma mais direta”.
Me coloco a disposição através do e-mail:
[email protected] ou:
http://twitter.com/claudiawasilews @ClaudiaWasilews, para outros esclarecimentos.
“A semente está plantada, fique a vontade de regar e
produzir”.
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