UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EMPRESARIAL MARCOS AURELIO ANTUNES ESTUDO DESCRITIVO DO CLIMA ORGANIZACIONAL DE UMA EMPRESA NO RAMO SUPERMERCADISTA EM CRICIUMA/SC CRICIÚMA, 2005. MARCOS AURELIO ANTUNES ESTUDO DESCRITIVO DO CLIMA ORGANIZACIONAL DE UMA EMPRESA NO RAMO SUPERMERCADISTA EM CRICIUMA/SC Monografia apresentada à Diretoria de Pós-graduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense- UNESC, para a obtenção do título de especialista em Gestão Empresarial. Orientadora: Prof. Dra. Rosemari de Oliveira Duarte CRICIÚMA, 2005. À minha esposa Janete, minha filha Michelle, ao meu enteado Eduardo, pela compreensão da minha ausência em vários momentos. À minha orientadora Dra. Rosemari de Oliveira Duarte, pela ajuda e compreensão no transcorrer da pesquisa. Aos que acreditaram na concretização deste trabalho. AGRADECIMENTO À Deus pela vida, saúde e entusiasmo para o desenvolvimento deste trabalho. À todos os professores pelos ensinamentos transmitidos, no decorrer do curso. Aos colegas do curso pelo companheirismo e dedicação no desenvolvimento dos trabalhos. À minha esposa pela compreensão nos momentos em que fiquei ausente. À Dra. Rosemari de Oliveira Duarte pela competente orientação. Hoje, neste mundo tão cheio de transformações, em meio à globalização, fusões e aquisições, as empresas devem, cada vez mais, melhorar seus índices de competitividade e, para isso, depende quase que única e exclusivamente de seus Seres Humanos – motivados, felizes e orgulhosos dos valores compartilhados com a organização. Washington Sorio RESUMO Torna-se cada vez mais necessário a área de recursos humanos mensurar suas ações, através de procedimentos que possam respaldar ao máximo sua atenção nas organizações. A mensuração do clima organizacional deve identificar quais os fatores que orientam as ações de seus colaboradores, o que não é tarefa fácil. Entender o que querem o que esperam e por que continuam na empresa, tem e deve ser feito de maneira contínua, metódica, clara, com base científica e sem insatisfazer seus clientes interno. Através do trabalho observaremos alguns aspectos relevantes para o entendimento do clima organizacional em uma organização, a fundametalização resgata o conceito de organização, aliado com as definições de colaboradores, seu comportamento, motivação, clima organizacional e porque a identificação do clima organizacional. A maneira mais eficaz de identificar isso é através de uma pesquisa de clima organizacional, um instrumento que se bem aplicado, possibilita um diagnóstico preciso e o mapeamento da satisfação, fidelidade e compromisso dos trabalhadores. A pesquisa de ordem qualitativa e quantitativa foi aplicada para todos os funcionários, para que todos pudessem transpor sua opinião nos 14 aspectos abordados. Os resultados da pesquisa foram de grande valia, pois os funcionários sentiram-se a vontade em responder as questões, tornando assim os percentuais próximos à realidade da empresa. Tendo assim a empresa informações precisas para agir diante de uma possível mudança de clima organizacional. Palavras chave: clima organizacional, comportamento, fatores condicionantes, motivação. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................10 1.1 Tema ...................................................................................................................11 1.2 Delimitação Do Tema ........................................................................................11 1.3 Problema ............................................................................................................11 1.4 Justificativa.........................................................................................................11 1.5 Objetivo...............................................................................................................13 1.5.1 Objetivo Geral.................................................................................................14 1.5.2 Objetivo Especifico ........................................................................................14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................14 2.1 Organizações.....................................................................................................14 2.2 O Comportamento Humano Das Organizações..............................................16 2.2.1 Mudança Organizacional ...............................................................................19 2.2.2 A Complexa Natureza Do Homem.................................................................24 2.3 Motivação Humana............................................................................................25 2.3.1 Hierarquia Das Necessidades .......................................................................28 2.4 Cultura Organizacional .....................................................................................31 2.5 Clima Organizacional ........................................................................................35 2.5.1 Relação Entre Clima E Cultura Organizacional ...........................................38 2.5.2 Porque O Rh Deve Avaliar O Clima Organizacional ....................................39 2.5.3 Como Se Manifesta O Clima Organizacional ...............................................41 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................44 3.1 Abordagem Metodológica E Tipo De Pesquisa ..............................................44 3.2 Local Do Estudo ................................................................................................46 3.3 População E Amostra .......................................................................................46 3.4 Instrumento De Coleta De Dados.....................................................................46 3.5 Processamento E Organização Dos Dados ....................................................47 4 EXPERIÊNCIA DE PESQUISA..............................................................................49 4.1 Treinamento/Desenvolvimento ........................................................................49 4.2 Salários ..............................................................................................................51 4.3 Benefícios ..........................................................................................................53 4.4 Relacionamento Interpessoal...........................................................................54 4.5 Eficácia Das Lideranças ...................................................................................56 4.6 Gestão Participativa ..........................................................................................57 4.7 Valorização Do Funcionário .............................................................................58 4.8 Comunicação.....................................................................................................60 4.9 Imagem Da Empresa .........................................................................................62 4.10 Motivação Para O Trabalho ............................................................................63 4.11 Condições De Trabalho ..................................................................................65 4.12 Comprometimento/Responsabilidade ...........................................................67 4.13 Segurança No Trabalho ..................................................................................69 4.14 Perspectiva De Crescimento ..........................................................................70 5 CONCLUSÃO ........................................................................................................73 REFERÊNCIAS.........................................................................................................78 ANEXOS ...................................................................................................................81 LISTA DE FIGURAS Figura 01: Do que são formadas as organizações............................................15 Figura 02: O ciclo da necessidade-comportamento..........................................17 Figura 03: Fatores externos que influenciam o comportamento das pessoas 19 Figura 04: As fases do processo de mudança....... ...........................................21 Figura 05: Vetores de estimulo as mudanças comportamentais positiva..........24 Figura 06: Modelo básico de motivação............................................................28 Figura 07: Hierarquia das necessidades humanas segundo Maslow................29 Figura 08: O iceberg da cultura organizacional.................................................32 Figura 09: Pressupostos básicos para aprendizagem da cultura .....................33 Figura 10: Gráfico – treinamento/desenvolvimento...........................................50 Figura 11: Gráfico – salários..............................................................................52 Figura 12: Gráfico – benefícios..........................................................................53 Figura 13: Gráfico – relacionamento interpessoal.............................................55 Figura 14: Gráfico – eficácia das lideranças......................................................56 Figura 15: Gráfico – Gestão participativa..........................................................58 Figura 16: Gráfico – Valorização do funcionário................................................59 Figura 17: Gráfico – comunicação......................... ...........................................61 Figura 18: Gráfico – imagem da empresa.........................................................62 Figura 19: Gráfico – motivação para o trabalho.................................................64 Figura 20: Gráfico – condições de trabalho.......................................................67 Figura 21: Gráfico – comprometimento/responsabilidade.................................68 Figura 22: Gráfico – segurança no trabalho......................................................70 Figura 23: Gráfico – perspectiva de crescimento..............................................71 LISTA DE TABELAS Tabela 01: Perguntas por categoria...................................................................48 Tabela 02: Treinamento e desenvolvimento......................................................50 Tabela 03: Salários............................................................................................52 Tabela 04: Benefícios........................................................................................53 Tabela 05: Relacionamento Interpessoal..........................................................55 Tabela 06: Eficácia das lideranças....................................................................56 Tabela 07: Gestão participativa.........................................................................57 Tabela 08: Valorização do funcionário...............................................................59 Tabela 09: Comunicação...................................................................................61 Tabela 10: Imagem da empresa........................................................................62 Tabela 11: Motivação para o trabalho...............................................................63 Tabela 12: Condições de trabalho.....................................................................66 Tabela 13: Comprometimento/responsabilidade...............................................68 Tabela 14: Segurança no trabalho.....................................................................69 Tabela 15: Perspectiva de crescimento.............................................................71 10 1- INTRODUÇÃO Clima organizacional é um conjunto de fatores que influenciam direta ou indiretamente a motivação e o exercício das atividades profissionais pelos colaboradores da empresa, envolvendo desde a satisfação com aspectos técnicos de suas carreiras quanto afetivos e emocionais. No ramo de atividade estudado “VAREJO SUPERMERCADISTA” a vivência se dá em meio a um mercado competitivo e acirrado, onde vários aspectos são disputados para que cada vez mais se consiga crescer economicamente, tais como preço, mix variado, lay out perfeito (ligados estrutura física e mercadoria), atendimento, higiene do ambiente, cordialidade, responsabilidade (ligados a operacionalidade), ou seja, o supermercado que obter tais aspectos superiores ao concorrente terá uma fatia maior de clientes e conseqüentemente lucros maiores . Ainda assim muitos administradores retraem-se em afirmar que a base (estrutura) de uma organização são os colaboradores. Não conseguem perceber que todo o aspecto citado acima, tem ligação direta ou indiretamente aos colaboradores. Pode-se afirmar que até mesmo as vendas podem ser maximizadas com um bom clima organizacional. A pesquisa a ser feita para encontrar o nível de clima organizacional na empresa será de grande valia, pois trará dados suficientes e pontos chaves a serem tratados para que possibilitar mudanças no clima organizacional da empresa e conseqüentemente aumentar as vendas, segundo Marcos Piccini (HayGroup) “com um bom clima organizacional, é possível aumentar a receita em até 27%”. 11 Clima organizacional é um fator atuante para o bom desempenho da organização, este deve ser mensurado, analisado e trabalhado diante dos aspectos negativos. Portanto com este trabalho e pesquisa poderá ser mensurado o nível do clima organizacional de uma rede de supermercados de Santa Catarina (regional sul) para que através deste resultado o departamento de Recursos Humanos possa elaborar estratégias com foco nos problemas encontrados na empresa e nos processos corporativos, gestão da empresa, motivação e credibilidade e, estilo gerencial. 1.1 Tema Clima Organizacional. 1.2 Delimitação do tema Fatores que influenciam o clima organizacional. 1.3 Problema Quais as características predominantes do clima organizacional, para que o departamento de recursos humanos em conjunto com toda a direção possa elaborar estratégias para solucionar agentes influenciadores no comportamento do funcionário? 1.4 Justificativa Atualmente, torna-se cada vez mais importante para a área de recursos Humanos mensurar suas ações, através de procedimentos que possam respaldar ao máximo sua atuação nas organizações. O objetivo é transformar a área em um RH estratégico cuja atuação está alinhada aos planos de negócios. E para conseguir um departamento de RH que funcione como agente de mudanças e que vai além do 12 simples gerenciamento do capital humano, apoiando iniciativas e planos de ação que contribuem para a execução das estratégias do negocio, as ações a serem tomadas devem ter como base as questões mencionadas neste trabalho. Conta-se hoje com uma valiosa ferramenta, a pesquisa e análise de “clima organizacional”, que pode ajudar ao alcance do objetivo proposto. A pesquisa de clima é um instrumento voltado para análise do ambiente a partir do levantamento de suas necessidades. Objetiva mapear ou retratar os aspectos críticos que configuram o momento motivacional dos funcionários da empresa através da apuração de seus pontos fortes, deficiências, expectativas e aspirações. Através da pesquisa será criada uma base de informações, visando identificar e compreender os aspectos positivos e negativos que impactam no clima além de orientar a definição de planos de ação para melhoria do clima organizacional e, conseqüentemente, da produtividade da empresa. Hoje, em meio a globalização, fusões e aquisições, as empresas devem melhorar seus índices de competividade e, para isso, elas dependem quase que única e exclusivamente de seus seres humanos – motivados, felizes e orgulhosos dos valores compartilhados com a organização. A escolha pelo tema deve-se ao fato de o autor ser professor em curso técnico de Administração, especificamente na disciplina de Recursos Humanos, tendo assim um contato com a área e despertando o interesse em descobrir o que realmente motiva as pessoas na busca da qualidade do ambiente de trabalho, como forma de diagnosticar se realmente e a política de empresa vai de encontro as necessidades dos funcionários. 13 O estudo foi realizado em uma empresa de médio porte, que não será identificada conforme solicitação de seus dirigentes, para vivenciar a experiência de pesquisa ora formulada. Através de questionário quantitativo, aplicado aos funcionários de todos os níveis, sendo de interesse maior verificar como as pessoas estão sendo consideradas nesse contexto, como estão participando e como estão se sentindo, para avaliar o nível de satisfação através da pesquisa de clima interno. 1.5 Objetivos 1.5.1Objetivo Geral Conhecer o clima organizacional dos colaboradores em uma filial de uma rede de supermercados na cidade de Criciúma. 1.5.2 Objetivos Específicos • Diagnosticar as categorias que predominam as mudanças no clima organizacional; • Propor as ações gerenciais, tornando-as mais consistentes; • Apurar dados para identificar ao departamento de Recursos Humanos as possíveis ações a serem tomadas, em relação ao clima organizacional; • Conceder liberdade aos funcionários para expor sua visão, seu pensamento sobre a empresa; • Identificar as necessidades de treinamento e desenvolvimento. 14 2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Organizações A vida das pessoas constitui uma infinidade de interações com outras pessoas e com organizações. O ser humano é eminentemente social e interativo. Não vive isoladamente, mas em constante, convívio e relacionamento com seus semelhantes. Devido a suas limitações individuais, os seres humanos são obrigados a cooperar uns com os outros, formando organizações para alcançar seus objetivos. Neste sentido, conforme Schein: A própria idéia de organizar fundamenta-se no fato de que o individuo sozinho é incapaz de satisfazer todas as suas necessidades e desejos. Mas, quando diversas pessoas coordenam seus esforços,verificam que, em conjunto, conseguem realizar mais do que qualquer uma delas conseguiria se atuasse sozinha. (SCHEIN, 1982, p.10) Partindo dessa idéia, entende-se que a organização é a coordenação das atividades dos indivíduos para a realização das suas necessidades. Para Shein (1982), organização é a coordenação planejada das atividades de uma série de pessoas para a consecução de algum propósito ou objetivo comum, explícito, através da divisão de trabalho e função e através de uma hierarquia de autoridade e responsabilidade. Conforme Chiavenato: A organização é um sistema de atividades conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas. A cooperação entre elas é essencial para existência da organização: a) há pessoas capazes de se comunicarem e que estão dispostas a contribuir com ação conjunta, a fim de alcançarem um objetivo comum. (CHIAVENATO, 2004, p. 22) A organização é, em sua essência, o produto da integração dos membros que a compõe, pois os resultados das mais diversas personalidades que nela interagem com os seus valores e crenças possibilitam a empresa constituir uma identidade própria, que é transmitida entre as gerações. 15 Para Kanaane: A finalidade de uma organização representa os propósitos a serem atingidos e os respectivos impactos no ambiente interno e externo. Estas influências refletem o estagio da organização, seu “momento” e os recursos empregados para alcance de sua missão e dos objetivos. (KANAANE, 1999, p.45) Na moderna sociedade em que convivemos quase todo o processo produtivo é realizado através das organizações. Assim, a sociedade moderna e industrializada se caracteriza por ser uma sociedade composta de organizações. Para Chiavenato: o homem moderno passa a maior parte de seu tempo em organizações, das quais depende para nascer, viver, aprender, trabalhar, ganhar seu salário, curar suas doenças, obter todos os produtos e serviços de que necessita. (CHIAVENATO, 2004, p. 26) O que são: O que têm: Tem Pessoas Comportamento Humano São Organizadas Organizações Têm pessoas exercendo alguma atividade Estrutura Organizacional Processos Organizacionais O que fazem: Satisfazem a necessidades; Desenvolvem grupos; Criam ação organizada; Motivam as pessoas; Desenvolvem atitudes; Contribuições; Nascem; Crescem; Altera-se; Combinam; Dividem-se; Produzem produtos e Serviços; Contribuem para o bem da sociedade; Comunicam; Tomam decisões; Figura 1: Do que são formadas as organizações Fonte: Chiavenato (2004, p. 27) O quadro acima nos mostra de forma abrangente como as organizações são compostas, a forma como interagem internamente e que a junção organização e pessoas tornam-se parceiros fundamentais para o sucesso de ambos. 16 2.2 O Comportamento Humano das Organizações Conforme Trewatha e Newport (1979, p.407) “a maioria dos primeiros estudiosos e praticantes de administração julgava que as pessoas trabalhavam para comer e vestir”. Por isso, a maneira de conseguir mais trabalho dos empregados era dar-lhes mais incentivos monetários ou ameaçá-los pecuniariamente por fraco desempenho. Mas a partir do final da década de 1930 até a maior parte de 1950, esse modo de pensar se modificou para um outro, segundo o qual as pessoas trabalhavam por lealdade à organização. Conseqüentemente, a maneira de incrementar a produtividade era organizar programas recreativos, publicar jornais e revistas dos empregados, tocarem música ambiente e conceder benefícios extras. Não obstante, conforme o tempo provou estes fatores não lograram tanto êxito como o visualizado por muitos administradores. Hoje, muitos teóricos de administração acreditam que as pessoas têm um propósito em seu comportamento. Em outras palavras, uma pessoa não age de um modo particular a menos que haja alguma razão por trás da ação, ainda que esta razão nem sempre seja evidente. Por isso, determinar a razão real para comportamento humano não é fácil, particularmente quando as causas não podem ser facilmente observadas. Quando as ações individuais são analisadas, pode-se encontrar uma causa mais fundamental, talvez não aparente, para o comportamento. Em resumo, o comportamento nos traz ao atual pensamento de administração que sugere que o comportamento é dirigido a metas específicas em resposta a necessidades individuais. 17 Para satisfazer a Necessidade Expressa como um Necessidade original Meta Desejo Ocasionado Ativado por um Comportamento para a Estímulo Consecução de uma Figura 2: O ciclo de Necessidade-comportamento Fonte: Robert L. Trewatha e M. Gene Newport (1979, p.407) Embora possam visualizar as pessoas como recursos, isto é, como portadoras de habilidades, capacidades, conhecimentos, motivação de trabalho, comunicabilidade etc., nunca se deve esquecer que as pessoas são pessoas, isto é, portadoras de características de personalidades, expectativas, objetivos pessoais, histórias, particularidades etc. Portanto convém, salientar algumas características genéricas das pessoas como pessoas, pois isto melhorará a compreensão do comportamento humano nas organizações. Conforme Chiavenato: a) O homem é pró-ativo: O comportamento das pessoas é orientado para a satisfação de suas necessidades pessoais e para o alcance de seus objetivos e aspirações. Por isso, reagem e respondem a seu ambiente, seja no trabalho seja fora da organização. As pessoas podem tanto resistir como colaborar com as políticas e os procedimentos da organização, dependendo das estratégias de liderança adotadas por algum supervisor. b) O homem é social: A participação em organizações é muito importante na vida das pessoas, porque as conduz ao envolvimento com outras pessoas em grupos ou em organizações. Nos grupos ou nas organizações, os indivíduos procuram manter sua identidade e seu bem-estar psicológicos. Muitas vezes, usam seus relacionamentos com outras pessoas para obter informações sobre si mesmos e sobre o ambiente em que vivem. c) O homem possui diferentes necessidades: Os seres humanos são motivados por grande diversidade de necessidades. Um fator pode motivar o comportamento de uma pessoa hoje e pode não ter potência suficiente para determinar seu comportamento no dia seguinte. Por outro lado, o 18 comportamento das pessoas é simultaneamente influenciado por um grande número de necessidades, que apresentam valências e quantidades diferentes. d) O homem percebe e avalia: Experiência do indivíduo com seu ambiente é um processo ativo, porque seleciona os dados dos diferentes aspectos do ambiente, avalia-os em termos de suas próprias experiências passadas, em função daquilo que está experimentando em termos de suas próprias necessidades e valores. e) O homem pensa e escolhe: O comportamento humano é proposital, próativo e cognitivamente ativo. E pode ser analisado em termos de planos comportamentais que escolhe, desenvolve e executa para lidar com os estímulos com que se defronta e para alcançar seus objetivos pessoais. A maneira genérica como o indivíduo seleciona e escolhe as alternativas pode ser explicada pela teoria da expectativa. f) O homem tem limitada capacidade de resposta: O homem tem uma limitada capacidade para desempenhar de acordo com o que pretende ou ambiciona. As pessoas não são capazes de se comportar de todas as formas, pois suas características pessoais são limitadas e restritas. As diferenças individuais fazem com que as pessoas variem consideravelmente em seus comportamentos. A capacidade de resposta é função das aptidões (inatas) e de aprendizagem (aquisição). Tanto a capacidade mental como física estão sujeitas a severas limitações. (CHIAVENATO, 2004, p. 81 e 82) Conforme Wagner e Hollenbeck três subjacentes a esta definição de comportamento organizacional: O comportamento organizacional enfoca comportamentos observáveis, tais como conversar com colegas de trabalho, utilizar equipamentos ou preparar um relatório. Porém, também lida com as ações internas, como pensar, perceber e decidir as quais acompanham as ações externas. O comportamento organizacional estuda o comportamento das pessoas tanto como indivíduo quanto como membros de unidades sociais maiores. O comportamento organizacional também analisa o “comportamento” dessas unidades sociais maiores – grupos e organizações – por si. Nem os grupos nem as organizações se comportam do mesmo jeito que uma pessoa. (WAGNER e HOLLENBECK, 2003, p. 6) O comportamento organizacional é um campo de pesquisa que ajuda a prever, explicar e possibilitar a compreensão de comportamentos nas organizações. O comportamento das pessoas dentro da organização é complexo, depende de fatores internos (decorrentes de suas características de personalidade, como capacidade de aprendizagem, de motivação, de percepção do ambiente interno e externo, de atitudes, de emoções, de valores etc.) e externos (decorrentes do ambiente que o envolve das características organizacionais, como sistemas de recompensas e punições, de fatores sociais, de políticas, de coesão grupal existente). 19 Pressões do superior Estado de Energia interna Influência dos Colegas Individuo Na Organização Condições Ambientais Programas de treinamento e desenvolvimento Sistemas Pessoais Mudança na Tecnologia Demanda da Família Figura 3: Fatores externos que influenciam o comportamento das pessoas nas organizações. Fonte: Dubrin apud Chiavenato (2002, p 79) Pode-se observar conforme a figura nº3 as várias influências externas no comportamento humano nas organizações, devendo a empresa juntamente com departamento de recursos humanos identificarem e encontrar mecanismos para adquirir uma equipe qualificada e motivada. 2.2.1 Mudança organizacional Conforme Chiavenato (1999, p.321) “a mudança significa a passagem de um estado para outro diferente”. É a transição de uma situação para outra. A mudança envolve transformação, interrupção, perturbação, ruptura, dependendo da sua intensidade. Ela constitui um processo composto de três etapas: a) Descongelamento: significa a fase inicial da mudança, na qual as velhas idéias e práticas são desfeitas, abandonadas e desaprendidas. Representa a abdicação do padrão atual de comportamento em favor de um novo padrão. Se não houver o 20 descongelamento, a tendência será o retorno ao padrão habitual de comportamento. O descongelamento significa a percepção da necessidade de mudança. b) Mudança: é a etapa em que novas idéias e práticas são experimentadas, exercitadas e aprendidas. Ocorre quando há a descoberta e comportamentos. adoção A de mudança novas atitudes, envolve dois valores e aspectos: a identificação (processo pelo quais as pessoas percebem a eficácia da nova atitude ou comportamento e a aceita) e a internalização (processo pelo qual as pessoas passam a desempenhar novas atitudes e comportamentos como parte de seu padrão normal de comportamento). A mudança é a fase em que novas idéias e práticas são aprendidas, de modo que as pessoas passam a pensar e a agir de uma nova maneira. Esta é a etapa da implementação da mudança. c) Recongelamento: é etapa final em que as novas idéias e práticas são incorporadas definitivamente ao comportamento. Significa a incorporação de um novo padrão de comportamento de modo que ele se torne a nova norma. O recongelamento significa que o padrão aprendido foi incorporado à prática atual e passa a ser nova maneira que a pessoa adota no seu comportamento. O recongelamento requer dois aspectos: o apoio (é suporte através de recompensas que mantém a mudança) e o reforço positivo (é a prática proveitosa que torna a mudança bem-sucedida). 21 O quadro abaixo de forma resumida apresenta os aspectos abordados sobre a mudança. Descongelamento Mudança Tarefa do Gerente: Tarefa do Gerente: Criar um sentimento de Implementar a mudança Recongelamento Tarefa do gerente: Estabilizar a mudança necessidade de mudança Através de: Através de: Através de: .inovação à criatividade e a inovação .Identificação de comportamentos novos .Criação da aceitação e de continui- a riscos erros. e mais eficazes dade dos novos comportamentos. .Boas relações com as pessoas .Escolha de mudanças adequadas em tarefas, .Estimulo e apoio necessário às envolvidas. Pessoas, cultura, tecnologia e/ou estrutura .Ajuda às pessoas com comportamento .Ação para colocar as mudanças na pouco eficaz. Prática. mudanças. .Uso de recompensas contingênciais de desempenho e do reforço positivo. .Minimização das resistências manifesta à mudança Figura 4: As fases do processo de mudança Fonte: Chiavenato (1999, p. 321) Na maioria das vezes, as pessoas só se dão conta da avalanche de mudanças que ocorrem no ambiente organizacional quando já estão sendo esmagadas por ela. E, embora venham imediatamente a lembrança a reengenharia e downsizing, estes não são os únicos fantasmas que estão assombrando os corredores das organizações. Na verdade, o mundo está assistindo, ao vivo e em cores, ao choque do futuro, para quem o conhecimento e o computador tornaram-se os grandes ícones da chamada sociedade pós-industrial. Segundo Handy (1996), estruturas mais orgânicas e flexíveis, com menos pessoas, que pensam melhor e utiliza-se de sistemas inteligentes agregam muito mais valor ao negócio do que as dezenas de linhas de montagem de trabalhadores “não-pensantes” que prevalecem no modelo mecanicista. 22 Ainda na visão de Handy (1996), esse novo mundo será constituído de organizações menores, mais jovens que as suas predecessoras e mais horizontalizadas, dado o menor número de níveis hierárquicos. E essa nova realidade vai requerer muito trabalho – especialmente intelectual -, porém cada vez menos empregos em tempo integral, numa relação que dificilmente será mantida quando privilegiados que ocuparem essas poucas vagas atingirem os 50 anos de vida. Conforme, Ivanildo, segue exemplo de mudança de comportamento: ...a mera participação num treinamento não é garantia de aprendizado. Só é possível comprovar o sucesso da aprendizagem quando o indivíduo exerce a atividade para a qual foi treinado, permitindo assim observar a avaliar o seu comportamento. A aprendizagem pressupõe um novo comportamento. Por exemplo, um executivo participou de um processo de desenvolvimento gerencial e mudou o seu estilo de centralizador para participativo, ganhando assim maior aceitação entre os seus subordinados. Ou seja, um novo comportamento foi observado, avaliado e aprovado pela sua equipe. (IVANILDO, 2004, p. 36.) Para Gil (1997, p.53), é preciso ter em mente que a mudança é, freqüentemente, construtiva e, por seguinte, desejável. Para termos mudanças positivas podemos usufruir de alguns procedimentos básicos: 1) treinamento dos profissionais em novas tecnologias e práticas empresariais; 2) agregar novas máquinas e equipamentos às funções desempenhadas pelos profissionais da organização; 3) estimular o descobrimento/criação de novos procedimentos/formas de realização/cumprimento das funções exercidas pelos trabalhadores; 4) investir em pesquisa e desenvolvimento mantendo um canal formal para pioneirismo e evolução, via inovação tecnológica; 23 5) transportar novas tecnologias do ambiente externo para o âmbito da organização e, inclusive intercambiando tecnologia dentro da própria organização – transferência de tecnologia; 6) premiação dos talentos inovadores, via programas sistemáticos de incentivos; Evidentemente, as mudanças comportamentais são caracterizadas e ocorrem ao nível das funções, ou seja, conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros, em termos de: -sua forma de operacionalização e resultados produzidos -prazos e custos incorridos; -nível de participação, integração dos recursos; -capacidade de adaptação a novas exigências operacionais; Para que as mudanças comportamentais ocorram, há necessidade de que as seguintes áreas empresariais exerçam com competência suas atribuições: a) novos produtos – no sentido da conexão “empresa/mercado”, com identificação das novas exigências dos consumidores, em face das características do produto, prazos de consumo, formas de apresentação do produto, cadeias de distribuição; b) novas tecnologias, com a transferência da tecnologia vigente no mercado para a empresa, mantendo-a atualizada; c) pesquisa e desenvolvimento, via criação de novos procedimentos, materiais, máquinas, equipamentos, que garantam pioneirismo, 24 vanguarda operacional e tecnologia de ponta própria, para a manutenção de posição de liderança/destaque no mercado; d) recursos humanos, através da contratação dos talentos potenciais, ou em atuação no mercado. Em face de um programa de desenvolvimento profissional ágil e com reconhecidos benefícios para a organização e seus funcionários; Mudanças Comportamentais Treinamento de Profissionais Premiar Talentos Inovadoras Transportar Tecnologia do Ambiente Externo Agregar Maquinas e Equipamentos Estimular Novas Praticas Investir em Pesquisa e Desenvolvimento Figura 5: Vetores de estimulo as mudanças comportamentais positivas Fonte: Gil (1997) p. 53 2.2.2 A complexa Natureza do Homem Conforme Chiavenato (2002, p.78) existem três enfoques ao estudo do comportamento das pessoas, a saber: a) o homem como um ser transacional, que não só recebe insumos do ambiente e reage aos mesmos, mas também adota uma posição pro ativa, antecipando-se e, muitas vezes, provocando mudanças em seu ambiente; b) o homem com um comportamento dirigido para um objetivo, o que 25 significa dizer que é capaz de ter objetivos ou aspirações e de aplicar esforço no sentido de alcançá-los; e c) o homem como um modelo de sistema aberto, que é dirigido para objetivos, interdependentemente do meio físico e social, e ativamente envolvido em transações com esse ambiente à medida que persegue seus objetivos. Isso exige que o homem desenvolva capacidades mentais de procedimento – de pensar, decidir etc. -, e que adquira informações e crenças que lhe permitam conhecer as pessoas e as coisas em seu meio ambiente e enfrentá-las. 2.3 Motivação Humana Conforme Trewatha e Newport (1979, p.424) , “a volta do século era comum a abordagem da ´cenoura na ponta da vara´ motivação”. Dando pouca ênfase ao relacionamento entre o ambiente organizacional e o comportamento, o dinheiro era considerado como o motivador principal e não se percebia o trabalho como um estímulo relacionado às necessidades pessoais dos empregados”. Conseqüentemente, as abordagens organizacionais para reduzir a ineficiência baseavam-se em extrair dos objetos globais tarefas cada vez menores. Porém logo depois da segunda guerra Mundial a atenção passou das tarefas em si ao desenvolvimento de comportamento para realização de necessidades, facilitando simultâneamente o crescimento e o desenvolvimento do pessoal. Segundo Trewatha e Newport, as abordagens organizacionais e a motivação incluem técnicas comportamentais como enriquecimento de cargo e administração por objetivos. Estas e outras abordagens semelhantes relacionam-se as necessidades de reconhecimento, estima auto-respeito, realização e autorealização. 26 Com a esquematização apropriada de cargos e criando um clima organizacional favorável, é mais provável que os trabalhadores cumpram os papéis de comportamento prescrito. Isto quer dizer que a formação de um clima propicia a satisfação das necessidades do empregado e, por isso, pode-se esperar uma resposta positiva global dentro do ambiente da organização. Conforme Chiavenato: A motivação funciona em termos de forças ativas e impulsionadoras, traduzidas por palavras funciona como desejo e receio; o indivíduo deseja poder, deseja status, receia o ostracismo social, receia as ameaças à sua auto-estima. Além disso a motivação aberta determinada meta, para cujo alcance o ser humano gasta energias. (CHIAVENATO, 2002, p. 80) Uma das habilidades interpessoais mais requeridas no moderno administrador é a capacidade de motivar pessoas e equipes para o alcance de metas. Isso, que a primeira vista pode parecer uma condição natural das pessoas (a pessoa tem ou não tem esse dom), é visto modernamente como uma “especialização”, ou seja, é uma habilidade que pode ser aprendida, treinada exercitada. Para Myers, (1999, p.256) “motivação energiza e orienta o comportamento, é a força por trás de nosso anseio por comida, desejo de intimidade sexual e aspiração de realização pessoal”. A motivação funciona em termos de forças ativas e impulsionadoras, traduzidas, como “desejo” e “receio” o indivíduo deseja poder, receias as ameaças a sua auto-estima. Para Chiavenato, Para compreender o comportamento das pessoas sem um mínimo conhecimento da motivação de seu comportamento. É difícil definir exatamente o conceito de motivação, uma vez que tem sido utilizado com diferentes sentidos. De modo geral, motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma ou, pelo menos, que dá origem a uma propensão a um comportamento especifico. Esse impulso à ação pode ser provocado por um estímulo externo (provindo do ambiente) e pode também ser gerado internamente nos processo mentais do indivíduo. Neste aspecto, a motivação está relacionada com o sistema de cognição do indivíduo. (CHIAVENATO, 2002, p.80) 27 As pessoas são diferentes no que tange à motivação: as necessidades variam de indivíduo para indivíduo, produzindo diferentes padrões e comportamento; os valores sociais também são diferentes; as capacidades para atingir os objetivos são igualmente diferentes. Para complicar, as necessidades, os valores sociais e as capacidades variam no mesmo indivíduo conforme o tempo. Apesar de todas essas diferenças, o processo que dinamiza o comportamento é mais ou menos semelhante parta todas as pessoas. Neste sentido, existem três premissas que explicam o comportamento humano: a) O comportamento é causado, ou seja, existe uma causalidade do comportamento. Tanto a hereditariedade como meio ambiente influem decisivamente no comportamento das pessoas. O comportamento é causado por estímulos internos e externos. b) O comportamento é motivado, ou seja, há uma finalidade em todo comportamento humano. O comportamento não é casual nem aleatório, mas sempre orientado e dirigido para algum objetivo. c) O comportamento é orientado para objetivos. Em todo comportamento existe sempre um impulso, um desejo, uma necessidade, uma tendência, expressões que servem para designar os motivos do comportamento. 28 O quadro exemplifica os aspectos abordados sobre motivação. A PESSOA Necessidade (desejo) Tensão Desconforto estímulo Objetivo (causa) Comportamento Figura 6: Modelo básico de motivação Fonte: Leavitt apud Chiavenato (2002, p.81) Para Teixeira (2003, p.73), “motivar significa proporcionar um motivo a uma pessoa (ou a um grupo) para que ele se comporte da forma considerada ideal para o exercício de uma tarefa ou função”. Esse “motivo”, entretanto, não deve ser regra única e geral, pois as pessoas são diferentes entre si, apresentando necessidades e limitações de toda ordem. 2.3.1 Hierarquia das Necessidades Conforme Chiavenato, (2004, p.67), as teorias das necessidades partem do princípio de que os motivos do comportamento humano residem no próprio indivíduo: sua motivação para agir e se comportar deriva de forças que existem dentro dele. Algumas dessas necessidades são conscientes, enquanto outras não. A teoria motivacional mais conhecida é de Maslow e se baseia na hierarquia de necessidades humanas. 29 Auto Necessidades realização secundárias Estima Sóciais Segurança Necessidades Fisiológicas Necessidades Primárias Figura 7: Hierarquia das necessidades humanas segundo Maslow Fonte: Chiavenato, 2004, p. 67 Maslow apresentou uma teoria de motivação segundo a qual as necessidades humanas estão arranjadas em uma pirâmide de importância no comportamento humano. Na base da pirâmide estão as necessidades mais baixas e recorrentes – as chamadas necessidades primárias -, enquanto no topo estão as mais sofisticadas e intelectuais – as necessidades secundárias. Maslow apresentou as necessidades na forma de uma pirâmide e a partir da base, classificou-as das mais básicas até as mais avançadas. As necessidades fisiológicas: estão relacionadas com a sobrevivência do homem, isto é referem-se aos ítens de manutenção do corpo e ao nível de conforto que se experimenta no seu ambiente, tais como alimento, roupa, abrigo, remédios, etc. Tais necessidades, como é fácil perceber, estão diretamente relacionadas com a remuneração que o indivíduo recebe pelo seu trabalho, posto que é o dinheiro que possibilita a aquisição desses alimentos. As necessidades de segurança: está relacionada principalmente pelo desejo de proteger-se de qualquer perigo real ou imaginário, físico ou abstrato. Está 30 intimamente relacionada à sobrevivência da pessoa. Na vida organizacional há necessidade de segurança, pois em algum momento de crise ou alguma ação gerencial, provoca incertezas e dúvidas em relação a sua permanência na empresa. As necessidades sociais: são as necessidades relacionadas com a vida na sociedade, a aceitação ou não em grupos ou pelas pessoas que o cercam. A necessidade de dar e receber afeto é importante ativadora do comportamento humano. A necessidade de estima: são as necessidades relacionadas com maneira pela qual a pessoa se vê e se avalia. A satisfação dessas necessidades conduz a sentimentos de autoconfiança, valor, força, prestígio, poder, capacidade e utilidade. Sua frustração pode produzir sentimentos de inferioridade, fraqueza, dependência e desamparo, os quais, por sua vez, podem levar ao desanimo ou atividades compensatórias. Necessidade de auto realização: são as necessidades humanas mais elevadas e que se encontram no topo da hierarquia. Levam a pessoa a tentar realizar seu próprio potencial e se desenvolver continuamente como criatura humana ao longo de toda sua vida. As necessidades de auto-realização estão relacionadas com autonomia, independência, autocontrole, competência e plena realização daquilo que cada pessoa tem de potencial da utilização plena dos talentos individuais. Diante destes conceitos, Chiavenato (2004), afirma que abordagem de Maslow – embora genérica e ampla – representa um valioso modelo de atuação sobre o comportamento das pessoas e para o RH. 31 2.4 Cultura Organizacional Cada organização tem sua cultura. Para se conhecer uma organização, o primeiro passo, é conhecer sua cultura. Fazer parte de uma organização significa assimilar sua cultura. Viver em uma organização, trabalhar nela, atuar em suas atividades, desenvolver carreira nela é participar intimamente de sua cultura organizacional. O modo como às pessoas interagem em uma organização, as atitudes predominantes, as pressuposições subjacentes, as aspirações e os assuntos relevantes nas interações entre os membros fazem parte da cultura. Conforme Chiavenato (2004, p.101), “a cultura organizacional não é algo palpável. Ela não é percebida ou observada em si mesma, mas através dos seus efeitos e conseqüências, neste sentido ela lembra um iceberg”. O quadro abaixo de forma resumida apresenta os aspectos abordados sobre cultura organizacional “iceberg da cultura organizacional”. 32 Aspectos Formais e abertos -Estrutura Organizacional -Títulos e descrição de cargos -Objetivos Organizacionais e estratégias -tecnologia e práticas organizacionais; -Políticas e diretrizes de pessoal; -Métodos e procedimentos trabalho; -Método de produtividade; -Medidas Financeiras Componentes Visíveis e Publicamente Observáveis, Orientados para aspectos Operacionais E de tarefas cotidianas Aspectos Informais e Ocultos -Padrões de influência e de poder -Percepção e atitudes das pessoas -Sentimentos e normas grupais -Valores e expectativas -Padrões de interações formais -Relação efetivas Componentes invisíveis e ocultos, afetivos e emocionais, orientados para aspectos sociais e psicológicos. Figura 8: O iceberg da Cultura Organizacional Fonte: Chiavenato, 2004, p. 101 Schein (1989) procurou elaborar um conceito de cultura concebendo-a como um modelo dinâmico que é apreendida, transmitida e mudada. Existem níveis pelos qual a cultura de uma organização pode ser aprendida: (a) os artefatos visíveis, como produtos visíveis: o layout da organização, o comportamento das pessoas – fáceis de serem percebidas, mas difíceis de serem interpretadas; (b) os valores – sendo que aqui o autor aponta o problema da diferença existente entre os valores aparentes e os valores em uso; (c) os pressupostos básicos, que normalmente são inconscientes, mas que, na realidade, determinam como os membros do grupo percebem, pensam e sentem. 33 Entretanto estes pressupostos básicos não estão organizados aleatoriamente, eles se padronizam em paradigmas culturais, com alguma ordem e consistência para orientar a ação do ser humano. Porém é possível a coexistência de pressupostos incompatíveis e inconsistentes. Esse conceito implica que a cultura pode ser identificada em unidades sociais estáveis e definidas. Isto é, se um dado grupo compartilha durante algum tempo um número significativo de experiências, lidando com problemas internos e externos, pode-se concluir que este grupo irá compartilhar uma visão de mundo. Duas características são marcantes no conceito: a primeira é a necessidade de pensar cultura relacionada a uma unidade social e a segunda que há necessidade de estabilidade do grupo durante algum tempo. O quadro abaixo apresenta os pressupostos básicos para a aprendizagem da cultura organizacional - a relação da organização com seu ambiente - a natureza da realidade e da verdade - a natureza da natureza humana - a natureza da atividade humana - a natureza dos relacionamentos humanos Figura 9: Pressupostos básicos Fonte: Schein, 1989, p. 86 Para Schein (1989): Cultura organizacional é o conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender como lidar com os problemas de adaptação externa e integração interna e que funcionaram bem o suficiente para serem considerados válidos e ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir em relação a esses problemas. (SCHEIN, 1989, p.86). Conforme Maria Terezinha Angeloni (2005, p.30), “o conceito de cultura organizacional passou, a partir da década de 1980, por uma progressiva estruturação. Atualmente, sua conceituação pode ser dividida em duas vertentes: a 34 mecanicista e holográfica”. A abordagem mecanicista entende a cultura organizacional como composta por uma série de elementos distintos, como crenças, histórias, mitos, heróis, tabus, normas e rituais. Dessa forma, estabelece a idéia de que a cultura pode ser manipulada e controlada por meio da ação sobre essas variáveis. Embora seja possível exercer certa influência, ela está longe de proporcionar um resultado certo e definitivo. A ausência de resultados duradouros decorre do fato de os elementos destacados na abordagem mecanicista serem antes de tudo a manifestação externa de questões mais profundas relacionadas à percepção das pessoas, e não a cultura em si mesma. A abordagem holográfica vê a cultura organizacional como um reflexo da forma pela qual a organização é interpretada pelos seus integrantes. Dessa maneira, assim como uma holografia apresenta as características do todo do qual faz parte, mesmo em tamanho menor, a cultura organizacional caracteriza-se como uma representação comum da realidade, a qual é compartilhada pelos membros da organização até nas menores unidades que a constituem. Outros aspectos da cultura organizacional podem ser identificados na própria rotina da organização, no significado dado para cada ato realizado. O fundamento do agir, assim como as atitudes, seriam calçados na interpretação que a pessoa faz do ambiente organizacional. Tal representação pode ser, por exemplo, de um local no qual exista liberdade, confiança, informalidade, relacionamentos francos e abertos. Contrariamente, pode existir a representação de um ambiente repressor, com hipocrisia, desconfiança e formalismo, no qual os colegas são vistos como 35 adversários ou aliados: uma espécie de guerra permanente pelo sucesso em seus objetivos. 2.5 Clima Organizacional A palavra clima evoca intuitivamente a idéia de clima meteorológico, e é útil desenvolver esta analogia para entender o sentido e a importância da noção de clima no âmbito do trabalho organizacional. Este conceito é enriquecido por Laner e Cruz: O clima organizacional exprime uma noção análoga ao clima meteorológico, pois este é determinado por uma série de fatores (variáveis) cujo conhecimento permite rever, por exemplo, a maior incidência de conflitos e litígios entre pessoas, ou recíproca. O clima organizacional, assim como aquele meteorológico, exerce uma influencia concreta sobre os resultados que um grupo pode obter. (ALINE E JOÃO, 2004, p.24) O clima organizacional é o nome que se dá ao ambiente interno existente entre os membros da organização. As pessoas estão em constante busca da satisfação de suas necessidades. O clima organizacional está ligado ao moral e a satisfação das necessidades dos participantes e pode ser saudável ou doentio, pode ser quente ou frio, negativo ou positivo, satisfatório ou insatisfatório, dependendo de como os participantes se sentem em relação a organização. O conceito de clima organizacional envolve fatores estruturais, como o tipo de organização, tecnologia utilizada, políticas da companhia, metas operacionais, regulamentos internos, além de atitudes e comportamento social que são encorajados ou sancionados através dos fatores sociais. (CHIAVENATO, 2000, p.446) O conceito de Clima Organizacional envolve um quadro mais amplo e flexível da influência ambiental sobre a motivação. O clima organizacional é a qualidade ou propriedade do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros da organização e influencia o seu comportamento. O clima organizacional refere-se ao ambiente interno existente entre os membros da organização e está intimamente relacionado com o grau de motivação de seus participantes. O termo clima organizacional refere-se especificamente as 36 propriedades motivacionais do ambiente organizacional, ou seja, aqueles aspectos da organização que levam a provocação de diferentes espécies de motivação nos seus participantes. Assim o clima organizacional é favorável quando proporciona satisfação das necessidades pessoais dos participantes e elevação do moral. É desfavorável quando proporciona a frustração daquelas necessidades. O clima organizacional na verdade influencia o estado motivacional das pessoas e é por ele influenciado. Dentro do momento atual tanto da administração de empresas quanto da gestão de pessoas tornou-se indispensável conhecer como está o clima organizacional. Isso porque realizar o diagnóstico possibilita que a organização conheça seus pontos falhos em relação à satisfação dos colaboradores e que podem influenciar diretamente a produtividade, a qualidade de produtos e até mesmo o atendimento aos clientes externos. Além disso, a realização do diagnóstico de clima organizacional também indica as necessidades de treinamento ou de desenvolvimento gerencial. “Funcionários com pouco tempo de casa devem evitar responder a pesquisa, uma vez que sempre é necessário um lapso de tempo para que ele forme suas opiniões a respeito da realidade organizacional”. Do lado da empresa, é preciso que a mesma queira efetivamente empreender ações após a pesquisa. Conforme, Luz apud Coda: Clima organizacional é um conceito relacionado aos níveis de satisfação no trabalho experimentado por um empregado. Trata-se de uma tentativa de avaliar as percepções que a pessoa tem a respeito de elementos ou fatores presentes em seu ambiente de trabalho e que permitem o atendimento de suas necessidades. É uma tendência de percepção favorável ou desfavorável em relação ao trabalho em geral ou, então, em relação a diferentes aspectos ou variáveis que formam o clima na empresa. ( CODA apud LUZ, 2005, p . 11) 37 Pode-se definir clima organizacional como sendo as impressões gerais ou percepções dos empregados em relação ao seu ambiente de trabalho; embora nem todos os indivíduos tenham a mesma opinião, pois não tem a mesma percepção, o clima organizacional reflete o comportamento organizacional, isto é atributos específicos de uma organização, seus valores ou atitudes que afetam a maneira pela qual as pessoas ou grupos se relacionam no ambiente de trabalho. Conforme Lanzer apud Luz: O clima organizacional é um fenômeno resultante da interação dos elementos da cultura. O clima é mais perceptível do que suas fontes causais, comparando-se a um “perfume”, pois se percebe o seu efeito sem conhecer os ingredientes, embora às vezes seja possível identificar alguns deles. (LANZER apud LUZ. 2005, p.11) Para Ricardo Luz (2003, p.7), com abertura da economia brasileira no início dos anos 90 e com a posterior entrada de produtos e organizações estrangeiras no Brasil, as empresas brasileiras, para sobreviver ao aumento de competições, tiveram de adotar uma série de estratégias. Entre elas, pode-se destacar: a) o intenso uso da automação: as empresas, de modo geral, vem buscando automatizar seus processos industriais e de serviços, visando a aumentar a produtividade, reduzir os custos, aumentar a eficiência. Nesse sentido, o trabalho humano acaba sendo substituído pelo trabalho da máquina, tendo como conseqüência as demissões. b) terceirização: as empresas estão se concentrando em suas atividades principais e transferindo para terceiros suas atividades acidentais. Por diversos motivos, as empresas investem nessa estratégia: para reduzir custos, para melhorar a eficiência ou a qualidade. Ao terceirizar suas atividades acidentais, ou seja, aquelas que não correspondem à sua atividade principal, para outras empresas, 38 transferem a execução ou gerenciamento dessas atividades para empresas que são especializadas no assunto. c) downsizing: trata-se de redução de alguns níveis hierárquicos, muitas tinham uma estrutura organizacional pesada, com vários níveis decisórios: presidente, vice-presidente; diretor; diretor-adjunto, gerente de 1ª linha; gerente de 2ª linha etc. Ao aplicar o downsizing elas eliminaram alguns desses níveis, resultando em demissões. d) privatização: ao serem privatizadas, tiveram seus quadros reduzidos. Da noite para o dia vários funcionários viram seus sonhos da estabilidade de emprego desaparecer, e constataram estar despreparadas para enfrentar uma acirrada competição pela busca de uma nova posição no mercado. e) fusões: toda vez que uma empresa é comprada, ou quando se funde com uma outra, instala-se um clima de insegurança entre os funcionários. Geralmente as conseqüências dessas operações são demissões de muitos trabalhadores e um profundo impacto na cultura da organização, pela imposição dos valores e das crenças da empresa dominante. Todas essas estratégias têm levado as empresas à redução do quadro de pessoal. A tendência é que os trabalhadores permaneçam cada vez menos tempo em cada empresa. Esse quadro predominante de demissões tem gerado uma reação por parte dos trabalhadores. Eles tendem a modificar suas atitudes em relação às empresas. Muitos acabam agindo com indiferença, não mais “vestindo” a camisa, como faziam antigamente. 2.5.1 Relação entre Clima e Cultura Organizacional Conforme Ricardo Luz: Apesar de o clima ser afetado por fatores externos à organização, pelas condições de saúde, habitação, lazer e familiar de seus funcionários, assim 39 como pelas próprias condições sociais, a cultura organizacional é uma das suas principais causas. (LUZ, 2003, p.20) E entre clima e cultura, há uma relação de causalidade, pode-se afirmar que cultura é causa e clima é conseqüência. Apesar de ser intangível, a cultura se manifesta através da arquitetura, das edificações, do modo de vestir e de se comportar do corpo de funcionários. A cultura tangibiliza-se também através do relacionamento da empresa com os seus parceiros comerciais. Algumas empresas são rígidas em seus aspectos disciplinares. Algumas são extremamente formais. Umas são conservadoras, outras inovadoras. Umas são ágeis, outras lentas. Umas são modernas, outras são retrogradas. Como se pode observar, cada empresa tem o seu jeito de ser, o que a torna um lugar especial, ou extremamente difícil para se trabalhar. Contudo percebe-se as diferentes culturas organizacionais que circundam as empresas, e diante destas diferenças o clima entre os colaboradores podem ser favoráveis ou não, a implementação de uma cultura onde se consegue uma maior motivação e comprometimento de todos. 2.5.2 Porque o RH deve avaliar o clima Organizacional Para Ricardo Luz: 1º Porque é uma de suas principais obrigações, de seus principais compromissos. Faz parte da missão; Os objetivos da Administração de Recursos Humanos são: criar, manter, desenvolver um contingente de recursos humanos, com habilidade e motivação para realizar os objetivos da organização;... (CHIAVENATO apud LUZ, 2003, p.22) As empresas devem ouvir seus funcionários através da área de RH porque faz parte de sua missão proporcionar-lhes um bom clima organizacional. 40 O compromisso de tornar a mão-de-obra satisfeita ou motivada está contido tanto na literatura técnica quanto no cotidiano da administração de recursos humanos. Logo, se motivar ou ao menos tornar satisfeitos os funcionários é parte da missão da ARH, então ela tem o dever de diagnosticar, periodicamente o clima organizacional, com o objetivo de saber se está cumprindo sua missão; 2º Porque constitui uma oportunidade de realizar melhorias contínuas no ambiente de trabalho e nos resultados dos negócios; 3º Porque os clientes internos são as razões de ser da empresa ou de cada setor de uma empresa. Logo, a empresa deve mantê-los satisfeito; 4º Porque o desempenho dos recursos humanos afeta o desempenho organizacional e porque o desempenho dos recursos humanos é afetado pela sua motivação, conforme demonstrado a seguir: MOTIVAÇÃO = COMPETÊNCIA X MOTIVAÇÃO O desempenho de cada trabalhador é conseqüência da sua competência, ou seja, da sua capacitação para o trabalho que realiza, assim como da motivação que possui para realizar um trabalho. 5º Porque a recessão, o intenso uso da automação, o aumento da concorrência, assim como as novas estratégias de gestão, como terceirização, a aquisição e alianças estratégicas vêm ceifando milhares de empregos, modificando a atitude dos trabalhadores em relação as suas empresas; 6º Porque as recentes ondas de privatizações, fusões, aquisições, alianças estratégicas e outras formas de associações vêm misturando culturas empresarias, com valores e crenças muitas vezes conflitantes, o que tem contribuído para a degradação do clima organizacional; 41 Uma pesquisa de clima organizacional representa para os funcionários um canal de comunicação, um mecanismo onde poderá sugerir, opinar, criticar, pois na administração atual os funcionários devem ser ouvidos, assim eles se sentirão importantes e inseridos no contexto geral na empresa. 2.5.3 Como se manifesta o clima Organizacional Embora o clima organizacional seja algo abstrato, ele se materializa, nas organizações através de alguns indicadores que dão sinais sobre a sua qualidade. No dia a dia das organizações podem-se encontrar sinais de que o clima vai bem ou mal. Esses indicadores não fornecem elementos capazes de descobrir as causas que mais estão afetando positiva ou negativamente o clima de uma empresa. Todavia servem para alerta quanto algo não está bem ou ao contrário, quando o clima está muito bom. Para Ricardo Luz (2003, p.32), há indicadores para o departamento de RH tomar como base e diagnóstico de clima: a) Turnover: rotatividade de pessoal, quando elevado pode significar que as pessoas não têm comprometimento com a empresa, falta algo para satisfazêlas; b) Absenteísmo: excessivo número de faltas e atrasos pode ter o mesmo significado; c) Pichações nos Banheiros: as portas e paredes representam um espaço anônimo onde os funcionários sentem-se mais seguros para falar mal e zombar dos seus gestores ou da forma como empresa conduz seus negócios; d) Avaliação de Desempenho: quando a empresa utiliza um procedimento formal para avaliar o desempenho de seus empregados, as informações ali encontradas, muitas vezes, vão confirmar que o baixo desempenho de 42 determinados colaboradores pode decorrer de seu estado de ânimo, da sua apatia em relação à empresa, ou até mesmo de problemas pessoais que estejam afetando o desempenho; e) Greves: embora as greves estejam mais vinculadas ao descumprimento de obrigações legais por parte das empresas, a adesão às greves, muitas vezes, revela uma reação dos empregados ao seu descontentamento com a empresa; f) Conflitos Interpessoais e Interdepartamentais: a intensidade de conflitos interpessoais e entre os diferentes departamentos da empresa é que vai, muitas vezes determinar um clima tenso ou agradável; g) Desperdício de Material: muitas vezes, a forma de o trabalhador reagir contra a empresa é desperdiçando materiais, consumindo mais que o necessário, danificando os equipamentos de trabalho. É uma forma que o trabalhador encontra para se rebelar contra as condições de trabalho a que está sujeito; h) Queixas no serviço médico: Os consultórios médicos funcionam como um confessionário. Os empregados descarregam suas angustias sobre os mais diferentes tipos de reclamações: sobrecarga de trabalho, humilhações, exposição a situações vexatórias, constrangimentos, discriminações. Muitos desses problemas transformam-se em distúrbios emocionais, que acabam gerando doenças e influindo negativamente na qualidade de vida dos empregados. Diante da fundamentação, pode-se concluir que cada vez mais se faz necessário conhecer o clima organizacional da empresa, pois representa um fator determinante para o alcance dos objetivos da organização. Das diversas atividades, responsabilidade ou comportamentos existentes na organização. 43 Sempre há algo que deve-se aprimorar-se ou melhorar e, através de uma pesquisa de clima organizacional se consegue conhecer os fatores que devam ser melhorados. O departamento de Recursos Humanos sem dúvidas é o grande beneficiado com esta ferramenta. A pesquisa de clima proporcionará o foco de onde o mesmo deve atuar sem haver desperdício de tempo e dinheiro. Apresentar-se-á na seqüência, a experiência de pesquisa em que foi feita a pesquisa de clima organizacional. 44 3- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Neste capítulo mostrar-se-á os métodos de pesquisa, dando ênfase a abordagem quantitativa e qualitativa, sendo este meio utilizado no estudo. Faz-se necessário conhecer os métodos e suas características na escolha do caminho adequado para a construção do pensamento científico e o alcance dos objetivos descritos no início do trabalho. Conforme DEMO: ... metodologia é uma preocupação instrumental. Trata das formas de se fazer ciência. Cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos. A finalidade da ciência é tratar a realidade teórica e praticamente. Para atingirmos tal finalidade, colocam-se vários caminhos.(DEMO, 1985, p.19) Conforme CERVO e BERVIAN: ...o método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um certo fim ou um resultado desejado, Nas ciências, entende-se por método o conjunto de processos empregados na investigação e na demonstração da verdade. (CERVO e BERVIAN 2005, p. 23) Segundo, Andrade (2003, p. 129), “quando o homem começou a interrogar a respeito dos fatos do mundo exterior, na cultura e na natureza, surgiu a necessidade de uma metodologia da pesquisa cientifica”. Assim, o método confere cientificamente à pesquisa, o valor científico dos achados do investigador, que dependerá fundamentalmente, do modo como se faz a descrição do que se observa. 3.1 Abordagem Metodológica e tipo de Pesquisa Para Andrade (2003, p. 121), “pesquisa é o conjunto de procedimentos sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, que tem por objetivo encontrarem soluções para problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos”. 45 Optou-se pela pesquisa descritiva pois, sua finalidade é descrever algo, neste caso, procurar descobrir, entender os fatores motivadores e não motivadores dos funcionários, no qual interferem diretamente na qualidade e ambiente de trabalho. Para haver um maior entendimento, Cervo e Bervian (2005, p.66) apresentam algumas definições sobre pesquisa descritiva: - A pesquisa descritiva observa, registra analisa e correlacionam fatos ou fenômenos (variáveis sem manipulá-los); - Procura descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características; - Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social, política, econômica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do indivíduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais complexas; - A pesquisa descritiva desenvolve-se, principalmente, nas ciências humanas e sociais, abordando aqueles dados e problemas que merecem ser estudados e cujo registro não consta de documentos; Utilizou-se uma abordagem qualitativa, como forma de compreender as categorias de analise e descrevê-las, dando assim, maior contribuição e entendimento ao resultado da pesquisa. Segundo Oliveira: A abordagem qualitativa possui a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender a classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado 46 grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. (OLIVEIRA, 2001, p.117). Para complementar o estudo em questão, foi realizado no decorrer do processo a pesquisa bibliográfica, objetivando dar sustentação e equilíbrio científico ao detalhamento metodológico em questão. 3.2 Local do Estudo O estudo foi desenvolvido e a população pesquisada pertence a uma empresa no ramo supermercadista da cidade de Criciúma de médio porte. 3.3 População e Amostra A pesquisa foi realizada com 104 funcionários da empresa em questão, contudo esta empresa possui 123 funcionários, porém 19 estavam ausentes por motivos diversos. 3.4 Instrumento de coleta de dados O elemento mais importante de um delineamento para Gil (1991), é o procedimento adotado para a coleta de dados. “A coleta de dados é a fase do método da pesquisa que objetiva obter informações da realidade”. Segundo Rudio (1986, p. 114), “um instrumento de pesquisa é válido quando mede o que pretende medir e, fidedigno, quando aplicado à mesma amostra, oferece os mesmos resultados”. O instrumento para coleta de dados utilizados foi um questionário com 41 perguntas fechadas e estruturadas (anexo 01), oportunizando ao funcionário expor sua percepção em relação às categorias em estudo, objetivando obter informações gerais sobre a empresa para direcionar as conclusões e atingir os objetivos propostos no inicio deste trabalho. Com relação ao questionário, Cervo e Bervian informam: O questionário é a forma mis usada para coletar dados,, pois possibilita medir com melhor exatidão o que se deseja. Em geral a palavra questionário refere-se a um meio de obter respostas às questões por uma 47 fórmula que o próprio informante preenche. Assim, qualquer pessoa que preencheu um pedido de trabalho teve a experiência de responder a um questionário. Ele contém um conjunto de questões, todas logicamente relacionadas com um problema central. (CERVO e BERVIAN, 2005, p.48) A vantagem de utilizar questionário para a realização da pesquisa foi primordial para os resultados, pois os questionários eram anônimos, oportunizando ao entrevistado ficar a vontade em responder as questões sem se comprometer. 3.5 Processamento e organização dos dados Para efeitos de tabulação foi dividido em categorias, buscando avaliar o grau de satisfação em relação a cada uma das categorias. As categorias em estudo foram: treinamento/desenvolvimento, salários, benefícios, relacionamento interpessoal, eficácia das lideranças, gestão participativa, valorização do funcionário, comunicação, imagem da empresa, motivação para o trabalho, condições de trabalho, comprometimento/responsabilidade, meio-ambiente, segurança do trabalho, perspectiva de crescimento. A opção pelas categorias resultou da análise dos fatores motivadores que influenciam no nível de satisfação dos funcionários e proporcionou conhecimento do nível de satisfação dos funcionários. 48 Tabela 1: Perguntas por Categoria Categoria de Análise Nº de Perguntas 1.Treinamento/Desenvolvimento 3 2.Salários 2 3. Benefícios 2 4. Relacionamento Interpessoal 3 5.Eficácia das Lideranças 6 6.Gestão Participativa 3 7.Valorização do Funcionário 2 8. Comunicação 3 9.Imagem da Empresa 4 10. Motivação 1 11. Condições 4 12. Comprometimento/Responsabilidade 3 13. Segurança do Trabalho 3 14. Perspectiva de Crescimento 2 Total Fonte: Duarte, 2000 41 49 4- EXPERIÊNCIA DA PESQUISA Neste capitulo será mostrado o resultado da Pesquisa de Clima Organizacional realizada com os funcionários de um supermercado de médio porte, situado na cidade de Criciúma. Foram organizacional, analisados como relação vários com aspectos relevantes superiores, benefícios, ao ambiente perspectiva de crescimento, valorização do funcionário, imagem da empresa, entre outros. O questionário foi realizado com 84,5% dos funcionários da empresa, ou seja, dos 123 funcionários 104 responderam ao mesmo, o restante não foi possível responder, em virtude de férias, atestados médicos, licença e outros. Esses índices ajudaram a analisar os diferentes aspectos que influenciam o bem-estar e a motivação no ambiente de trabalho. 4.1 Treinamento/Desenvolvimento Quando se quer chegar a excelência em algo, se faz necessário o treinamento. Nas organizações não é diferente. O treinamento é fundamental, as pessoas precisam aprender conhecer primeiro à atividade, posteriormente executá-la. Por outro lado o treinamento é uma ferramenta utilizada para que haja um aperfeiçoamento e desenvolvimento constante. As empresas devem tomar a iniciativa, oportunizando treinamento a todos os colaboradores, para obter um melhor desempenho funcional, aumento de produtividade e o aprimoramento das relações interpessoais. Para Gil: Treinamento refere-se ao conjunto de experiência de aprendizagem centradas na posição atual da organização. Trata-se, portanto, de um 50 processo educacional de curto-prazo e que envolve todas as ações que visam deliberadamente ampliar a capacidade das pessoas para desempenhar melhor as atividades relacionadas ao cargo que ocupam na empresa. (GIL, 2001, p.122) Através do quadro abaixo, procurou-se mostrar o grau de satisfação do funcionário com todas as práticas da empresa no que tange a aquisição de novos conteúdos ou oportunidades de desenvolvimento praticado pela empresa e a qualificação dos treinamentos prestados pelo supermercado, além da análise do funcionário quanto ao seu crescimento e sua qualificação dentro da empresa. Na mesma linha de raciocínio, Gil afirma que: Desenvolvimento refere-se ao conjunto de experiência de aprendizagem não necessariamente relacionadas aos cargos que as pessoas ocupam atualmente, mas que proporcionam oportunidades para o crescimento e desenvolvimento profissional. (GIL, 2001, p.122) Tabela2: Categoria Treinamento/Desenvolvimento Ótimo 44 Bom 142 47% Médio 93 30% Ruim 19 6% Péssimo 8 3% 306 100% Total 14% Fonte: Dados coletados na pesquisa 50,00% 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 0,00% 47,00% 30,00% 14,00% 6,00% 3,00% 1 Ótimo Bom Médio Figura: 10 – Categoria: Treinamento/Desenvolvimento Fonte: Dados coletados na pesquisa Ruim Péssimo 51 O índice de 61% (soma das variáveis ótimo e bom), representa a maioria dos funcionários, onde os mesmos mostram que estão satisfeitos com os treinamentos para um bom desenvolvimento na atividade, e que os treinamentos suprem as necessidades exigidas pelo cargo ou função. Porém não pode-se descartar o fato de que 30% dos colaboradores revelam que os treinamentos e desenvolvimento praticados na empresa são insatisfatórios ou seja não existe uma satisfação por completo o qual deve ser o objetivo. Contudo, com base nos 31%, sugere-se um estudo no sentido de verificar a estratégia de treinamento (tempo, conteúdo, ministrante, local, acomodações, intervalos) e qualificação profissional adotada, preparando melhor os indivíduos para que seu desempenho se torne mais proveitoso, tanto para ele quanto para a empresa. Proporcionar desenvolvimento aos colaboradores através de treinamento é indispensável para a empresa, pois aumenta o conhecimento e promove o aprendizado contínuo, gerando motivação a todos os funcionários. 4.2 Salários Nesta categoria buscou-se medir o grau de satisfação com a remuneração direta, de acordo com as necessidades de cada um e com os devidos comparativos com o mercado da região. Para Chiavenato: O salário representa a principal forma de recompensa organizacional. O salário nominal representa o volume de dinheiro fixado em contrato individual pelo cargo ocupado, é uma contraprestação pelo trabalho de uma pessoa na organização. (CHIAVENATO,1999, p.224) 52 Tabela 3: Salários Ótimo Bom Médio Ruim 26 77 73 23 12% 38% 35% 11% Péssimo 9 4% 208 100,00% Total Fonte: Dados coletados na pesquisa 38,00% 40,00% 35,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 12,00% 11,00% 10,00% 4,00% 5,00% 0,00% 1 Ótimo Bom Médio Ruim Péssimo Figura 11 - Categoria: Salários Fonte: Dados coletados na pesquisa Conforme o gráfico acima, 50% dos funcionários estão satisfeitos com seus salários com base em seus colegas de trabalho com a mesma atividade e salários pagos em outras empresas do mesmo ramo, porém, 35% dos funcionários não possuem uma satisfação plena, ou seja, consideram seus salários razoáveis. Diante do quadro pode-se observar um outro fator determinante, 15% dos funcionários estão insatisfeitos por completo com seus salários que recebem. Contudo a maioria dos funcionários possui uma satisfação com seus salários, mas se faz necessário uma revisão a nível regional e internamente (plano de cargos e salários). Outro mecanismo que poderia ser adotado seria criar outros benefícios, criação de algum fator que promova motivação referente aos seus salários. 53 4.3 Benefícios Nesta categoria procurou-se dimensionar o grau de satisfação do funcionário com a remuneração indireta recebida pela empresa, caracterizada pela preocupação da mesma com a melhoria da qualidade de vida dos funcionários e do preenchimento de suas necessidades quanto à saúde, alimentação, ensino, entre outras áreas. Para Chiavenato: Benefícios constituem pagamentos financeiros indiretos oferecidos aos funcionários. Incluem saúde e segurança, férias, pensões, planos de educação, descontos em produtos da empresa. Benefícios representam a compensação financeira indireta através de recompensas e serviços proporcionados pela organização. (CHIAVENATO, 1999, p.271) Tabela 4: Benefícios Ótimo 23 12% Bom 97 48% Médio 62 30% Ruim 15 7% Péssimo 5 3% Total 202 100,00% Fonte: Dados coletados na pesquisa 60,00% 48,00% 50,00% 40,00% 30,00% 30,00% 20,00% 12,00% 7,00% 10,00% 3,00% 0,00% Ótimo Figura 12 – Categoria: Benefícios Fonte: Dados coletados na pesquisa Bom Médio Ruim Péssimo 54 Conforme o gráfico acima, 50% dos funcionários mostram-se satisfeitos com os benefícios recebidos, aplicados na empresa e comparando-se com outras organizações, porém 30% não estão satisfeitos plenamente, ambos fatores foram predominantes para tal resultado (benefício recebido e comparação com outras empresas). Por outro lado obtêm-se um índice de 10% dos funcionários totalmente insatisfeitos, o fator primordial para tal resultado foi a comparação que eles fazem com outras empresas. É importante que o departamento de RH faça uma pesquisa na região para verificar o que outras empresas oferecem como benefícios, que estes benefícios atendam as necessidades dos funcionários e que todos os benefícios praticados sejam distribuídos igualmente a todos. 4.4 Relacionamento Interpessoal É muito importante haver e perpetuar o relacionamento interpessoal na empresa, pois as atividades são interligadas, ou seja, para a atividade ser perfeita necessita-se recebê-la perfeita. A interação, harmonia que se obtêm no conjunto são frutos de uma liderança focada no todo. Com o quadro abaixo se procurou quantificar o grau de satisfação e empenho quanto a confiança, ética e comprometimento nas relações e sua repercussão no clima organizacional, identificando o grau de espírito de grupo dentro das áreas, entre as mesmas, bem como, no todo da organização. 55 Tabela 5: Relacionamento Interpessoal Ótimo 37 12% Bom 136 44% Médio 95 31% Ruim 27 8% Péssimo 11 5% Total 306 100,00% Fonte: Dados coletados na pesquisa 50,00% 44,00% 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 31,00% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 12,00% 8,00% 5,00% 0,00% Ótimo Bom Médio Ruim 5,00% Péssimo Figura 13 – Categoria: Relacionamento Interpessoal Fonte: Dados coletados na pesquisa Com o resultado apresentado no gráfico acima se pode afirmar que 56% dos funcionários estão satisfeitos com o relacionamento pessoal, ou seja, pouco mais da metade se mostram satisfeitos, 30% não possuem uma satisfação plena e 13% não possuem satisfação alguma. Para a empresa estes dois últimos índices são muito ruins, pois se sabe que o relacionamento é primordial para a atividade, principalmente quanto tratar-se de atendimento ao cliente. Com a pesquisa observou-se que o fator predominante que eleva o índice foi o espírito de equipe e cooperação entre departamentos. 56 A empresa deve trabalhar estes aspectos apresentados, de maneira a influenciar as pessoas que estão descontentes, proporcionando harmonia no ambiente de trabalho. 4.5 Eficácia das Lideranças Nesta categoria, buscou-se observar o quanto o funcionário tem afinidade com estilo de liderança, bem como, se o feedback das chefias está sendo eficaz. Observou-se que as lideranças estão sendo fiéis às diretrizes de comando da organização, se as mesmas estão mantendo a ética necessária, tratando todos de forma igual, focando a análise de desempenho de cada um segundo critérios estritamente profissionais. Tabela 6: Eficácia das Lideranças Ótimo 138 22% Bom 291 47% Médio 138 22% Ruim 35 6% Péssimo 16 3% Total 618 100,00% Fonte:Dados coletados na pesquisa 47,00% 50,00% 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 22,00% 22,00% 20,00% 15,00% 10,00% 6,00% 5,00% 3,00% 0,00% Ótimo Bom Figura 14 – Categoria: Eficácia das Lideranças Fonte: Dados coletados na pesquisa Médio Ruim Péssimo . 57 Os índices mostram que a maioria dos funcionários (69%) estão satisfeitos com sua chefia, ou seja, o comportamento, estilo, modo, forma de liderar correspondem as expectativas. Uma parte do quadro de funcionários (22%) comprovou através do questionário que os líderes em algum momento necessitam de uma reavaliação de comportamento e apenas 9% estão insatisfeitos com sua chefia. Contudo o resultado da pesquisa mostra que os esforços da empresa para desenvolver cada vez mais os líderes está surtindo efeito e, que os líderes estão cada vez mais reconhecendo que os funcionários são peças importantes para empresa. 4.6 Gestão Participativa Com este tópico procurou-se mostrar o grau de satisfação do funcionário, através da abertura para críticas, sugestões ou do diálogo com seu superior, analisar dados e em conjunto encontrar soluções. O funcionário percebendo esta atitude por parte do líder, se sentirá valorizado, comprometido com a empresa, pois sua opinião é valorizada ou pelo menos é ouvida, com isso conseguirá a empresa obter uma motivação maior no grupo. Em alguns casos em troca desta ação de seu funcionário não se faz necessária recompensas em dinheiro, a recompensa vem através do feedback. Tabela 7: Gestão Participativa Ótimo Bom 45 154 15% 50% Médio Ruim 84 15 27% 5% Péssimo 8 3% 306 100,00% Total Fonte: Dados coletados na pesquisa 58 60,00% 50,00% 50,00% 40,00% 27,00% 30,00% 20,00% 15,00% 10,00% 5,00% 3,00% 0,00% Ótimo Bom Médio Ruim Péssimo Figura 15 – Categoria: Gestão Participativa Fonte: Dados coletados na pesquisa Os percentuais indicam uma boa gestão dos lideres, pois 65% aderem as atitudes e ações dos seus chefes, ou seja, a sua participação efetiva no processo de melhoria da empresa. Contudo 27% responderam que é insatisfatório o processo de abertura e 8% responderam que não existe oportunidade de participação nas tomadas de decisões, portanto se faz necessário que a empresa faça uma reavaliação nos temas de treinamento e intensifique uma filosofia de trabalho perante aos líderes em que é necessário a união e, que todos podem e devem opinar diante de qualquer circunstâncias da empresa, que o salário que os colaboradores recebem não refere-se a troca pelo braço e perna e sim pelo seu cérebro. 4.7 Valorização do Funcionário Todo o ser humano precisa e necessita ser valorizado por aquilo que faz, necessita ser útil para estar em continua interação com os objetivos da organização. A conseqüência dessa interação será o crescimento do funcionário e maior satisfação na realização das suas funções. 59 Nesta categoria procurou-se mostrar o quanto o funcionário se sente valorizado dentro da empresa no que tange ao aproveitamento máximo de seu potencial para crescimento. Tabela 8: Valorização do Funcionário Ótimo 32 16% Bom 92 45% Médio 54 27% Ruim 16 8% Péssimo 8 4% 202 100,00% Total Dados coletados na pesquisa 50,00% 45,00% 45,00% 40,00% 35,00% 27,00% 30,00% 25,00% 20,00% 16,00% 15,00% 8,00% 10,00% 4,00% 5,00% 0,00% Ótimo Bom Médio Ruim Péssimo Figura 16 – Categoria: Valorização do Funcionário Fonte: Dados coletados na pesquisa O percentual de 61% referente às respostas provenientes dos funcionários, revela que a valorização dos mesmos é positiva, que a empresa procura promover funcionários qualificados, com conhecimento para cargos com maior responsabilidade. Cerca de 27% dos funcionários sentem-se pouco valorizados, por isso, deve-se descobrir quais os motivos que não os impedem de sentir a plena valorização e uma considerável parte (12%) dos funcionários não sentem-se valorizados. 60 O funcionário apenas se sentirá valorizado se o mesmo for reconhecido, quando ele obter retorno do que faz. O comportamento do líder ou modo de atuar deve ser de um agente motivador, fazendo com que todos alcancem os objetivos propostos pela empresa através de sua máxima habilidade e do comprometimento adquirido junto a organização. 4.8 Comunicação Em toda organização que deseja atingir perfeição em qualquer departamento ou atividade, primeiramente a comunicação deve ser perfeita, a comunicação é fundamental para a eficiência e eficácia. Com a comunicação eficiente, todos os funcionários estarão orientados, informados sob qualquer aspecto, ou seja, não encontrará questões que deixará dúvidas e consequentemente o andamento das atividades diárias transcorrerá normalmente. Não poderá ser cobrado de nenhum colaborador algo que o mesmo desconhecia ou não foi informado e em vários momentos a comunicação não transcorre de maneira adequada ou não atinge 100% dos funcionários. Para Gil, comunicação é definida como: Comunicar-se constitui habilidade requerida de todos os profissionais que exercem funções gerenciais, principalmente dos profissionais de recursos humanos, pois, na maioria das atividades que exercem, necessitam exprimir-se oralmente ou comunicar-se com uma ou mais pessoas. (GIL, 2001, p. 71) 61 Tabela 9: Comunicação Ótimo Bom Médio Ruim 28 173 80 20 9% 55% 26% 6% Péssimo 11 4% Total 312 100,00% Fonte: Dados coletados na pesquisa 60,00% 55,00% 50,00% 40,00% 26,00% 30,00% 20,00% 10,00% 9,00% 6,00% 4,00% 0,00% Ótimo Bom Médio Ruim Péssimo Figura 17 – Categoria: Comunicação Fonte: Dados coletados na pesquisa Através do resultado obtido na pesquisa pode-se considerar que a maioria dos funcionários aprova os mecanismos de comunicação, sendo que 64% responderam que está ótimo ou bom, contudo 26% alegam que está regular e apenas 10% não aprovam o sistema de comunicação da empresa. Portanto se faz necessário uma reavaliação nos processos de comunicação interna na empresa, pois os percentuais dos que não aprovam e satisfatório representa um índice elevado, e quando a empresa pretende chegar a uma excelência nos seus serviços a comunicação deve ser eficiente. 62 4.9 Imagem da Empresa A imagem da empresa perante a sociedade deve ser levada em consideração tanto para a própria empresa bem como para o funcionário, pois nela ele está inserido em seu convívio social. Esta categoria objetiva verificar o grau de compreensão do funcionário quanto ao conceito que empresa possui no mercado, na comunidade, devido a questões técnicas, a crenças e valores disseminados na comunidade, bem como, as suas políticas de recursos humanos. Tabela 10: Imagem da Empresa Ótimo Bom Médio Ruim Péssimo Total 109 222 74 3 26% 54% 18% 1% 2 1% 410 100,00% Fonte: Dados coletados na pesquisa. 60,00% 54,00% 50,00% 40,00% 30,00% 26,00% 18,00% 20,00% 10,00% 1,00% 1,00% 0,00% Ótimo Bom Médio Ruim Péssimo Figura 18 – Categoria: Imagem da Empresa Fonte: Dados coletados na pesquisa. O gráfico demonstra que a maioria (80%) dos funcionários sentem-se satisfeitos com imagem da empresa e 18% não sentem-se muito satisfeito, talvez 63 haja algo que necessita ser melhorado e 2% apenas sentem-se insatisfeitos com a imagem da empresa perante a comunidade. Pode-se afirmar que a imagem da empresa perante a maioria dos funcionários é considerada ótima, porém uma minoria necessita de um acompanhamento, talvez efetuar encontros com as chefias para mostrar as verdadeiras ligações que há entre empresa e funcionário. 4.10 Motivação para o Trabalho O fator motivação deve ser um ponto em evidência entre empresa e funcionário, onde a mesma deve despertar a motivação que há no funcionário, utilizando ferramentas, idéias para tal feito, contudo a motivação deve ser uma busca constante, pois se refere a um fator primordial para o êxito nas atividades da empresa. Procurou-se mostrar através da pesquisa o nível de motivação dos funcionários, através de sua auto avaliação na empresa, ou seja, identificar o grau de sua própria motivação para o trabalho. Para Gil, (2001) motivação é: Motivação é a força que estimula as pessoas a agir. No passado, acreditava-se que a força era determinada principalmente pela ação de outras pessoas, como pais, professores ou chefes. Hoje, sabe-se que a motivação tem sempre origem numa necessidade. Assim, cada um de nós dispõe de motivações próprias geradas por necessidades distintas e não se pode, a rigor, afirmar que uma pessoa seja capaz de motivar outra. (GIL, 2001, p. 202). Tabela 11: Motivação para o Trabalho Ótimo 31 32% Bom 42 43% Médio 20 20% Ruim 4 4% Péssimo 1 1% Total 98 100,00% Fonte: Dados coletados na pesquisa. 64 50,00% 43,00% 45,00% 40,00% 35,00% 32,00% 30,00% 25,00% 20,00% 20,00% 15,00% 10,00% 4,00% 5,00% 1,00% 0,00% Ótimo Bom Médio Ruim Péssimo Figura 19 – Categoria: Motivação para o trabalho Fonte: Dados coletados na pesquisa. Conforme os números, pode-se afirmar que 75% dos funcionários possuem uma motivação plena e isso significa um bom resultado, pois esta motivação é que move todo processo nas atividades, de maneira eficaz. Contudo 20% consideram que sua motivação para o trabalho é razoável. Há algum detalhe que necessita ser melhorado. O restante, 5% apenas, não se considera motivado para o trabalho, portanto será um desafio para a empresa e líderes fazer com esses números negativos sejam eliminados, pois a busca pela perfeição, união no grupo, se faz necessária para o despertar da motivação em todos do grupo. Quando motivadas as pessoas, o desejo de vencer, de serem os melhores na profissão é visível, a busca constante pelo aperfeiçoamento e desenvolvimento é inevitável e o relacionamento interno é contagiante, no caso da empresa em estudo onde a maioria possui um grau de motivação elevado se tornará fácil fazer com que a minoria venha despertar esta motivação, pois estão próximos de funcionários motivados. 65 4.11 Condições de Trabalho Neste quesito procurou-se avaliar o grau de satisfação do funcionário com as condições gerais da empresa no que tange a higiene, conservação, ventilação, iluminação, clima organizacional e equipamentos utilizados. Para Chiavenato (1999, p. 375), “as condições ambientais de trabalho são o que asseguram a saúde física e mental e proporcionam condições de bem estar das pessoas”. Do ponto de vista de saúde física, o local de trabalho constitui a área de ação da higiene do trabalho, envolvendo aspectos ligados a exposição do organismo humano a agentes externos como ruído, ar, temperatura, umidade, luminosidade e equipamentos de trabalho. Assim um ambiente saudável, deve envolver condições ambientais físicas que atuem positivamente sobre os órgãos dos sentidos humanos, como visão, audição, tato, olfato e paladar. Do ponto de vista de saúde mental, o ambiente de trabalho deve envolver condições psicológicas e sociológicas saudáveis e que atuem positivamente sobre o comportamento das pessoas, evitando impactos emocionais. Os principais ítens do programa de higiene no trabalho, estão relacionados com: 1 – Ambiente físico de trabalho, envolvendo: • Iluminação: luminosidade adequada a cada tipo de atividade; • Ventilação: remoção de gases, fumaça e odores desagradáveis, bem como o afastamento de possíveis fumantes ou utilização de máscaras; • Temperatura: manutenção de níveis adequados de temperatura; 66 • Ruídos: remoção de ruídos ou utilização de protetores auriculares. 2 – Ambiente psicológico de trabalho, envolvendo: • Relacionamento humano agradáveis; • Tipo de atividade agradável e motivadora; • Estilo de gerência democrática e participativa; • Eliminação de possíveis fontes de estresse. 3 – Aplicação de princípios de ergonomia, envolvendo: • Máquinas e equipamentos adequados as características humanas; • Mesas e instalações ajustadas ao tamanho das pessoas; • Ferramentas que reduzem a necessidade de esforço físico humano. 4 – Saúde ocupacional • Assistência médica preventiva; • Exame médico admissional; • Exame médico periódico; • Exame médico demissional. Tabela 12: Condições de Trabalho Ótimo 66 16% Bom 202 49% Médio 88 22% Ruim 41 10% Péssimo 13 3% 410 100,00% Total Fonte: Dados coletados na pesquisa. 67 60,00% 49,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 22,00% 16,00% 10,00% 10,00% 3,00% 0,00% Ótimo Bom Médio Ruim Péssimo Figura 20 – Categoria: Condições de Trabalho Fonte: Dados coletados na pesquisa. Conforme o gráfico pode-se afirmar que a maioria dos funcionários estão satisfeitos com o desempenho da empresa referente condições no trabalho. Contudo 27% se mostraram com um pouco de insatisfação no que tange o tema em avaliação, tornando assim necessário para a empresa a verificação e implantação de métodos adequados para não acarretar desmotivação aos funcionários. Para confirmação e adoção de procedimentos, 13% dos funcionários alegam insatisfação nas condições de trabalho. Diante deste resultado faz-se necessário descobrir a razão desta pouca satisfação e identificar possibilidades de solução, seguindo uma política de melhoria contínua, lembrando que estabilidade gera insatisfação, pois as pessoas sempre esperam melhorias e nunca estão satisfeitas. 4.12 Comprometimento/Responsabilidade O auge de qualquer empresa e departamento de recursos humanos é conseguir o pleno comprometimento e responsabilidade dos funcionários, pois a ligação que há entre empresa e funcionários deve ser sólida, visando um sentimento de parceria. 68 Para Spector: O comprometimento Organizacional é uma variável de atitude amplamente discutida no campo de trabalho. Está fortemente relacionada a satisfação no trabalho. Mas recentemente, uma concepção de comprometimento com três componentes foi desenvolvida: o comprometimento afetivo ocorre quando funcionário deseja permanecer na organização devido as ligações emocionais; o comprometimento contínuo existe quando a pessoa deve permanecer na organização porque precisa dos benefícios e do salário ou não consegue encontrar outro emprego; comprometimento normativo, parte dos valores do funcionário, pois acredita que deve este comprometimento para a organização. (SPECTOR, 2005, p.244) Nesta categoria procurou-se avaliar a percepção de cada funcionário do grau de empenho dos mesmos para com os resultados da organização em si. Tabela 13: Comprometimento/Responsabilidade Ótimo 52 17% Bom 163 52% Médio 84 27% Ruim 9 3% Péssimo 4 1% 312 100,00% Total Fonte: Dados coletados na pesquisa. 60,00% 52,00% 50,00% 40,00% 27,00% 30,00% 20,00% 17,00% 10,00% 3,00% 1,00% 0,00% Ótimo Bom Médio Ruim Figura 21 – Categoria: Comprometimento/Responsabilidade Fonte: Dados coletados na pesquisa. Péssimo 69 Os percentuais mostram que 69% dos funcionários estão comprometidos com a empresa e se mostram com responsabilidade diante das atividades e deveres para com a empresa, para que a mesma atinja seus objetivos. Contudo não se deve deixar sem análise os 27% dos funcionários que alegam não haver um pleno comprometimento e responsabilidade para com a empresa e atividade e somente 4% afirmam não estarem comprometidos com o sucesso da empresa. O resultado positivo pode ser considerado como um grande diferencial competitivo. O comprometimento e responsabilidade resultam na qualidade do ambiente de trabalho. 4.13 Segurança no Trabalho Diante de todas as premissas adotadas, se faz necessário a empresa qualificar o ambiente de trabalho no que tange a segurança, oportunizar para todos um ambiente adequado e seguro para o bem estar dos funcionários. A segurança no trabalho representa um grande influenciador no comprometimento e responsabilidade do funcionário. Conforme Chiavenato, São atividades interligadas que repercutem diretamente sobre a continuidade da produção e sobre o moral do empregado. Segurança no trabalho é o conjunto de medida e técnicas educacionais, médicas, e psicológicas empregadas para prevenir acidentes, condições inseguras do ambiente, instruir ou convencer as pessoas da implantação de práticas preventivas. (CHIAVENATO, 2002, p.438) Tabela 14: Segurança no Trabalho Ótimo Bom Médio Ruim 49 130 73 34 16% 44% 24% 11% Péssimo 13 5% 299 100,00% Total Fonte: Dados coletados na pesquisa. 70 50,00% 44,00% 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 24,00% 25,00% 20,00% 16,00% 15,00% 11,00% 10,00% 5,00% 5,00% 0,00% Ótimo Bom Médio Ruim Péssimo Figura 22 – Categoria: Segurança no Trabalho Fonte: Dados coletados na pesquisa. A análise demonstra que um percentual considerável dos funcionários sentem-se satisfeitos com a segurança no trabalho, 24% dos funcionários sentem-se menos satisfeitos e 16% mostram-se insatisfeitos. Diante deste resultado, faz-se necessário descobrir os fatores consideráveis que influenciam a idéia de que a empresa não possibilita condições seguras para o trabalho. 4.14 Perspectiva de Crescimento Procurou-se identificar o nível de percepção dos funcionários diante da empresa em oportunizar vagas, promoções, perspectivas de crescimento e consequentemente conceberem métodos para que os funcionários consigam desenvolver-se, aprimorar-se para estarem aptos para o crescimento profissional. Esta categoria constitui um retorno dos funcionários quanto aos anseios de crescimento do funcionário, evidenciados pela sociedade atual, caracterizada por valores altamente competitivos. 71 Tabela 15: Perspectiva de Crescimento Ótimo 23 11% Bom 77 38% Médio 86 43% Ruim 13 6% Péssimo 3 2% 202 100,00% Total Fonte: Dados coletados na pesquisa. 50,00% 43,00% 45,00% 38,00% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 11,00% 10,00% 6,00% 2,00% 5,00% 0,00% Ótimo Bom Médio Ruim Péssimo Figura 23 – Categoria: Perspectiva de Crescimento Fonte: Dados coletados na pesquisa. O gráfico demonstra que 49% dos funcionários possuem perspectiva de crescimento, sendo que 43% não se mostram muito motivados com relação a este fator e apenas 9% não possuem motivação quanto às oportunidades de crescimento propiciadas pela empresa. Através deste resultado, a empresa deve rever alguns conceitos referente a categoria, oportunizando vagas para os funcionários, concebendo espaço e suporte para que os funcionários possam aperfeiçoar-se, conseguindo assim modificar os números apresentados e garantir uma maior qualidade nos trabalhos realizados e motivação constante da maioria dos funcionários. Diante dos resultados percebe-se nitidamente os aspectos onde o departamento de recursos humanos devera atuar. 72 O questionário proporcionou um retorno muito positivo, tanto para os colaboradores quanto para a empresa. Os colaboradores por perceberem a intenção e a criação de um canal de comunicação e a empresa por identificar seu clima organizacional e os aspectos relevantes a serem melhorados. 73 5- CONCLUSÃO Atualmente é reconhecido amplamente que as pessoas fazem a diferença nas organizações. Clientes bem atendidos, serviços prestados com qualidade e obtenção de resultados dependem de uma força de trabalho produtiva e motivada. Como solicitar esses níveis de motivação aos trabalhadores sem atender suas expectativas na situação de trabalho? Provavelmente a resposta para esta questão seja desconhecida ou inexistente, pois a motivação estará ligada ao atendimento das expectativas. Portanto, para possuir clientes externos satisfeitos, deve-se procurar descobrir como anda a satisfação de seus clientes internos e maximizá-la. O objetivo da pesquisa foi identificar o nível de clima organizacional e satisfação dos funcionários, nos diversos setores da empresa. As pretensões foram alcançadas com os questionários e, o resultado foi positivo, ou seja, as informações adquiridas são de grande valor para nortear estratégias aplicadas na empresa. Vários fatores organizacionais foram abordados e com o trabalho de pesquisa de clima, foram identificados alguns aspectos a serem melhorados. Os funcionários efetuaram sua parte, mostraram os pontos que necessitam de soluções breves. Contudo a empresa diante dos resultados deve estabelecer metas junto ao departamento de recursos humanos, para que as soluções sejam percebidas por parte dos funcionários em um curto espaço de tempo. 74 Constatou-se que o departamento de recursos humanos da empresa em questão, procura de diversas formas dentro de suas possibilidades, atender as necessidades de seu funcionários. É perceptível esta definição, pela visualização explícita nos atos palpáveis (cesta básica, lanches em diversos horários do trabalho e, equipamentos adequados para o trabalho) e os não palpáveis (treinamento de lideranças e colaboradores). Porém é necessário fazer algo mais, diante dos resultados obtidos na pesquisa. Portanto as recomendações que serão apresentadas a seguir não se prendem unicamente a benefícios e incentivos materiais. São propostas para a valorização do trabalhador tanto nos aspectos técnicos como nos aspectos de relacionamento. O objetivo é obter o máximo da sua dedicação, comprometimento e satisfação com o trabalho e a organização. Na categoria “Treinamento/Desenvolvimento”, diante dos resultados obtidos vislumbra-se a necessidade da empresa proporcionar aos seus funcionários: • Capacitação através de treinamentos; • Encontros mensais com todos os funcionários para discutir assuntos pertinentes ao departamento, onde eles próprios encontrem soluções para as dificuldades apontadas; • Disponibilidade de horários e subsídios financeiros para estudo e aprimoramento. Na categoria “Salários”, exatamente metade dos funcionários estão satisfeitos, porém outra parte esta parcialmente ou totalmente insatisfeita. É recomendado que a empresa adote um método para sanar tal problema. Como sugestão apresenta-se duas opções: 75 • Fixar em seu mural (onde todos possuem acesso) planilha comparativa dos salários de outras empresas e os salários aplicados na empresa em estudo; • Criar um plano de cargos e salários, onde o funcionário vislumbre uma expectativa de melhoria em seu salário mediante alguns aspectos pré-determinados pela empresa. Na mesma linha de raciocínio pode-se afirmar que os “Benefícios” aplicados pela empresa são considerados bons, já que os resultados positivos ficam na casa dos 60%. Porém não se pode descartar a outra parte que correspondem a 40% dos funcionários, que mostram insatisfação. A sugestão é efetuar uma nova pesquisa, para junto aos funcionários encontrar quais as melhores idéias referente a benefícios a serem aplicados na empresa. Poderá ainda, efetuar uma pesquisa em outras empresas do mesmo ramo, para conseguir uma melhor avaliação e decisão. Um item já identificado trata das refeições gratuitas aos funcionários. Na categoria “Relacionamento Interpessoal” os resultados mostram que o recurso humano necessita trabalhar esta questão, ou seja, motivar os líderes para que comecem a envolver o grupo como um todo para obter os objetivos determinados. O relacionamento deve ser caracterizado como o melhor possível, onde todos são pessoas e merecem ser respeitadas e ouvidas. Este relacionamento interpessoal está interligado a “Eficiência das Lideranças”, que por sua vez deve proceder de forma participativa e motivadora. Os líderes devem ser os suportes do departamento, onde os funcionários devem se 76 sentir membros importantes para a organização. Contudo percebe-se que a empresa procura intensificar a questão “Gestão Participativa”, pois os números são favoráveis (65%), porém ainda necessita aumentar este índice, e os líderes são os interlocutores principais nesta questão, juntamente com a direção da empresa. É recomendado dar espaço para opiniões e sugestões. Na categoria “Valorização dos Funcionários” os índices estão favoráveis (61%), contudo a empresa necessita deixar bem claras as suas pretenções, valorizar, iniciar com um retorno até uma possível promoção, e com atos praticados em prol dos funcionários. Na categoria “Comunicação” percebe-se que o nível está bom, porém sugere-se que o quadro mural esteja em outro lugar onde os funcionários circulem e descansem (sala de lanches e TV), que seja um quadro dividido entre tópicos (RH, Marketing, metas, assuntos variados). A pesquisa mostra que é alto o nível de insatisfação no quesito “Perspectiva de Crescimento”. Este item tem grande impacto sobre as pessoas e sua motivação para o trabalho, principalmente para aquelas que possuem ótimo grau de qualificação profissional e de instrução, mas que não recebem retorno da empresa. Como medida corretiva, poderá ser elaborado um programa de capacitação para todos os empregados, baseado no planejamento de carreira dentro da organização, de modo a permitir a evolução constante do quadro de funcionários. A continuidade do processo de pesquisa de clima organizacional se faz necessário para oportunizar aos funcionários o poder de expor seu parecer sobre a empresa. 77 O trabalho em parceria é primordial para o êxito e o alcance das metas estabelecidas. A elevação do clima organizacional é conseqüência destas ações, portanto como conclusão o presente trabalho servirá de instrumento de gestão as chefias envolvidas. 78 REFERÊNCIAS ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo; Atlas, 2003. 174p. ANGELONI, Maria Terezinha. Organizações do Conhecimento. São Paulo: Saraiva 2005. 215p. BOOG, Maria Cristina Faber; CASTRO, Alfredo Pires de.Manual de Gestão de Pessoas e Equipes : Estratégias e Tendências. São Paulo: Gente. 2002. 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LANER, Aline dos Santos; JUNIOR, João Benjamim da Cruz. Repensando as Organizações “da formação à participação. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2004. 536p. LUZ, Ricardo. Gestão do Clima Organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2003. 160 p. MACEDO, Ivanildo Izaias. Aspectos Comportamentais. Rio de Janeiro: FGV, 2004, 145p. MYERS, David. Introdução à Psicologia Geral. Tradução A. B. Pinheiro de Lemos. Revisão técnica: Claudia Henschel de Lima; Rio de Janeiro: LTC, 1999. 533p. PICINI, Marcos. Gestão de Pessoas. Supermercado Moderno, São Paulo. n.8, ano 35, 50-53, ago/2004 ROBERT, L. trewatha; NEWPORT, M. Gene. Administração: Funções e Comportamento. São Paulo: Saraiva. 1979, 560p. RUDIO, R. V. Introdução ao projeto de pesquisa científica. Petrópolis: 1986. 109p. SCHEIN. Edgar H. Psicologia Organizacional. 3 ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil. 1982. 211p. .Cultura Organizacional.Rio de Janeiro. Jossey-Bass, 1989. SOUZA, Lanzer Pereira de. Clima e Cultura Organizacionais. 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Os campeões de Recursos Humanos, Inovando para obter os melhores resultados. 8. ed.São Paulo: Futura, 2003. 340 p. 81 ANEXOS 82 ANEXO 01 - PESQUISA Prezado colaborador, preciso de sua colaboração em responder o questionário abaixo, necessito de sua sinceridade nas respostas, pois tais resultados resultaram em analise para conclusão de curso e para o departamento de RH da empresa identificar requisitos a serem melhorados: 1) O treinamento que a empresa oferece para assumir uma função e ter um bom desempenho na mesma é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 2) O respeito entre colegas na empresa é percebido por você como sendo: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 3) O grau de abertura que você tem com seus superiores para fazer críticas sobre qualquer assunto é considerado: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 4) Quanto à responsabilidade dos funcionários pelos resultados da sua unidade, você avalia como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo ( ) Ruim ( ) Péssimo 5) Na sua avaliação o trabalho da CIPA é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio 6) A comunicação escrita que a empresa dirige aos funcionários é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 7) As instalações físicas do seu ambiente de trabalho podem ser avaliadas como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 83 8) Você considera a preocupação da empresa com os funcionários como sendo: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 9) O grau de facilidade de aceso aos seus superiores é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 10) Os critérios adotados nas promoções efetuadas na empresa podem ser consideradas: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 11) Na sua opinião a imagem da empresa na comunidade é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 12) A oportunidade de emprego na região, como o mesmo salário que você ganha atualmente é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 13) Os serviços prestados pela empresa aos seus clientes são: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 14) A importância que a empresa atribui a segurança no trabalho é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 15) As orientações que você recebe da chefia para realizar o seu trabalho com qualidade, você avalia como sendo: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 16) Você avalia a colaboração/cooperação que existe entre seus colegas de setor como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 17) A quantidade de pessoas no seu setor para a realização dos trabalhos no seu parecer é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 84 18) A informação recebida sobre os objetivos de sua área é classificada como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 19) As oportunidades de crescimento propiciadas pela empresa é avaliada por você como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 20) Os conhecimentos adquiridos nos cursos oferecidos pela empresa, são aplicáveis no trabalho e avaliados por você como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 21) Sob o ponto de vista ético (verdadeira, transparente...) a empresa é percebida como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 22) Quanto à aceitação do superior imediato no seu setor você avalia como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 23) Comparando o salário que você recebe com o de colegas que executam a e mesma função, ou parecida, na empresa você diria que seu salário é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 24) As ações da empresa para redução das condições insalubres (poeira, ruído, calor...) você avalia como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 25) Quanto à igualdade de critérios utilizados nas questões disciplinares você avalia como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 26) Na sua opinião, o grau de comprometimento dos funcionários com o sucesso da empresa é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 27) A oportunidade que você tem para apresentar idéias da melhoria continua no seu trabalho, você avalia como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 85 28) Seu grau de satisfação quanto aos benefícios oferecidos é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 29) A valorização que sua chefia demonstra através de elogios é considerada por você como sendo: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 30) O que você recebe de informações sobre o que acontece na empresa, você avalia como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 31) Você avalia os equipamentos/ferramentas, adequados para facilitar o bom desempenho de seu trabalho (na quantidade) como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 32) As ações da empresa voltadas para o crescimento dos funcionários, são percebidas por você como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 33) As necessidades quanto a treinamento/desenvolvimento são supridas pela empresa, de acordo com sua avaliação, como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 34) O reconhecimento que você recebe quando realiza um bom trabalho é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 35) Você avalia o espírito de equipe e cooperação entre os funcionários das diversas áreas como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 36) Quanto à qualidade do trabalho do seu setor você avalia como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 37) A aceitação de suas sugestões quanto a melhorias na execução do seu trabalho por parte de sua chefia é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 86 38) A orientação quanto ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 39) O respeito dispensado a você pela sua chefia pode ser avaliado como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 40) Comparados a outras empresas da região, os benefícios oferecidos pela empresa são: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo 41) Atualmente a sua motivação para o trabalho pode ser avaliada como: ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Médio ( ) Ruim ( ) Péssimo