DIRETOR EXECUTIVO Silvio Tupinambá Fernandes de Sá Investigações Geológicas e Geotécnicas Consultoria e Fiscalização Rodoviária 1 Dissertação de Mestrado A Importância da Infra-Estrutura Portuária na Formação dos Arranjos Produtivos Locais (APL´s) 2 Revista Exame edição nº 966 21/04/2010 página 29 “Não basta um porto ser eficiente na movimentação de cargas, se as ferrovias e as rodovias que levam a ele são incapazes de escoar com velocidade os produtos que entram e saem” 3 A Importância da Infra-Estrutura Portuária na formação dos Arranjos Produtivos Locais (APL´s) Introdução: - Demonstrar a causalidade da Infra-Estrutura Portuária com a formação dos Arranjos Produtivos Locais(APL’s), no que tange aos fatores estruturantes de um país facilitadores na formação dos APL’s que promovem atividades econômicas de agricultura(setor primário), indústria(setor secundário) e serviços(setor terciário) 4 Arranjos Produtivos Locais(APL’s) Os Arranjos Produtivos Locais (APL’s) podem ser considerados como os antigos Pólos de Desenvolvimento, onde localizam-se na mesma região geográfica; fornecedores, clientes e concorrentes, de cunho tecnológico ou não, formado pelas Empresas Nacionais(EN’s), Pequenas e Médias Empresas(PME’s) e pelas Empresas Transnacionais(ETN’s), que promovem atividades de aglomeração industrial, de agricultura e de serviços objetivando os atendimentos das demandas domésticas (mercado interno) e globais (mercado externo). 5 Tipos de Arranjos Produtivos Locais(APL’s) Os APL’s de Cunho Tecnológico (Tecnologia da Informação): - Vale do Silício (Califórnia - EUA); Porto Digital (Recife-PE); Tecnopólis (Petrópolis) => Setor Industrial Os APL’s sem Cunho Tecnológico: - General Motors (Gravataí-RS) e Lingerie (Nova-Friburgo-RJ) =>Setor Industrial - Soja (Campo Novo dos Parecis e Sapezal-MT)=> Setor Agrícola - Automotivo (Jamapará – RJ / Além Paraíba – MG) => Setor Comércio e Serviços 6 VALE DO SILÍCIO(CALIFÓRNIA-EUA) APL DE CUNHO TECNOLÓGICO Cluster formado pelas empresas de TI como CISCOAMD-INTEL-HP MICROSOFTAPPLE-DELL-IBM-COMPAQ 7 ARRANJOS PRODUTIVOS LOCAIS(APL´s) NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 8 APL DE LINGERIE – NOVA FRIBURGO(RJ) APL SEM CUNHO TECNOLÓGICO 9 Fatores Estruturantes de um país FÍSICA SOCIAL HUMANA TELECOMUNICAÇÃO INFRA ESTRUTURA POLÍTICO INSTITUCIONAL ADMINISTRATIVA JURÍDICA INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA MERCADO DE CAPITAIS 10 Fatores Estruturantes de um país(Cont.) (1) Infra-Estrutura Física - Viária(ferrovia, portos, aeroportos e rodovias), Energia e Saneamento (2) Infra-Estrutura Telecomunicações - Sociedade do Conhecimento (SC) (3) Infra-Estrutura Humana - Mão de Obra qualificada instrumento estratégico para inserção da SC (4) Infra-Estrutura Político-Institucional - Ambiente Regulatório (5)Infra-Estrutura Administrativa e Jurídica - Empresas estatais eficientes e ágeis conectadas no mercado (6)Infra-Estrutura de Intermediação Financeira e de Mercado de Capitais - Instituições financeiras sólidas e Mercado de Capitais como uma fonte de investimentos (7)Infra-Estrutura Social(*) - Níveis de qualidade de vida da população(acesso ao mercado de consumo e aos serviços públicos) (*) A Infra-Estrutura Social não será contemplado neste estudo 11 Infra-Estrutura adequada para explicar a causalidade na formação dos APL’s - Como tratam-se de várias Infra-Estruturas para explicar a formação dos APL´s, o modelo torna-se-ia muito complexo para explicar a relação de causa e efeito entre a Infra-Estrutura e a formação dos Arranjos Produtivos Locais(APL’s): Infra-Estrutura Física : Viária (ferrovias, rodovias, portos e aeroportos), Energia e Saneamento ESPECIFICAMENTE Infra-Estrutura Viária (ferrovias, rodovias, portos e aeroportos) ESPECIFICAMENTE 12 Infra-Estrutura Portuária Infra-Estrutura Física Infra-Estrutura Viária Infra-Estrutura Portuária Formação dos APL’s Desta forma a Infra-Estrutura adequada para explicar a formação dos APL´s, tratam-se da Infra-Estrutura Viária e especificamente a Portuária, pois abrange todas as InfraEstruturas que estão inseridas (embutidas) obrigatóriamente na Infra-Estrutura Portuária. 13 HUB-PORT CONTÊINER 14 HONG-KONG HAMBURGO Infra-Estrutura Portuária inserida na Cadeia de Suprimentos Locais e Globais Infra-Estrutura Portuária Infra-Estrutura Portuária 15 Setores da Economia e os Encadeamentos Alguns setores da economia promovem Encadeamentos para Trás e para Frente na economia de forma sistêmica, interferindo diretamente nas Cadeias Produtivas (Cadeia de Suprimentos – Supply Chain ). Entende-se como Encadeamentos para Trás quando um determinado setor compra insumos dos demais Entende-se como Encadeamentos para Frente quando o setor vende sua produção como insumo para o restante da economia. Exemplos: Setor de Siderurgia: Compra insumos do setor de mineração (minério de ferro e carvão mineral) utilizando-se do intermodalismo (setor de serviços de transportes) e vende sua produção (chapas de aço) como insumo para os diversos setores da economia (inclusive equipamentos de transporte). Setor de Equipamentos de Transportes: Compra insumos do setor siderúrgico (chapas de aço) e vende serviços (intermodalismo) assim como disponibiliza a sua produção que tratam-se dos equipamentos de transporte (automóveis, aviões, locomotivas, vagões e navios) para os diversos modais de transportes. 16 SETOR SIDERÚRGICO DEMANDA SERVIÇOS Demanda por intermodalismo: ferrovias e portos (transporte de carvão mineral e minério de ferro) DEMANDA POR CHAPAS DE AÇO (INSUMOS) Insumos para confecção de produtos acabados do setor de equipamentos de transportes 17 OFERTA DE CHAPAS DE AÇO Produção de chapas de aço aos diversos setores da economia (construção civil, materiais de transportes, indústrias diversas...) DEMANDA SERVIÇOS Os equipamentos de transportes (especificamente locomotiva, vagões e navios) transportam carvão mineral e minério de ferro, utilizando-se do intermodalismo para viabilizar este setor economicamente SETOR EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTES DEMANDA POR SERVIÇOS E CHAPAS DE AÇO Demanda por intermodalismo para atendimento do setor: ferrovias e OFERTA DE EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTES Produção de equipamentos de transporte rodovias (transporte de chapas de aço do setor siderúrgico para as suas respectivas plantas industriais) DEMANDA POR EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTES Insumo para os diversos modais de transportes (marítimo, rodoviário, ferroviário e aéreo) 18 DEMANDA POR SERVIÇOS Demanda dos diversos setores da economia objetivando o atendimento dos transportes de matéria-prima e produtos acabados, utilizando o intermodalismo Setor Siderúrgico utiliza bastante o modal ferroviário para atender o fluxo Inbound (minério de ferro e carvão mineral) e Outbound (Aço) para a Indústria Automobilística 19 Infra-Estruturas inseridas(embutidas) na Infra-Estrutura Portuária Um porto deve possuir uma ótima Infra-Estrutura Física e especificamente a Viária (principalmente as conexões rodoviárias e ferroviárias), Saneamento com um eficiente Sistema de Gestão Ambiental, principalmente no que tange de evitar o assoreamento do canal de acesso(profundidade do calado) onde os navios ancoram para efetuar a carga e descarga das mercadorias (principalmente granéis e contêineres) e Energia, sem picos no fornecimento e muito menos desabastecimento em virtude do trabalho Full-Time dos equipamentos envolvidos para movimentar as cargas. Um porto deve possuir uma ótima Infra-Estrutura Humana qualificada para operar os equipamentos de última geração(principalmente os equipamentos que realizam a movimentação dos contêineres) Um porto deve possuir uma boa Infra-Estrutura Telecomunicação pela comunicação com o interior e com o comércio exterior, com fibra ótica (viabilizando as infovias) que otimiza a conexão com a Internet e o treinamento de mão-de-obra portuária com Vídeo-Conferência, Intranet, Universidade Corporativa etc..., facilitando a inserção do porto na Sociedade do Conhecimento Um porto deve possuir uma boa Infra-Estrutura Político-Institucional principalmente na regulação para fiscalizar os preços praticados dos operadores junto aos usuários, evitando abusos e excessos. A Autoridade Portuária eficiente, presente na maioria dos portos do mundo, torna-se um elemento importante para esse bom ambiente regulatório. 20 Infra-Estruturas inseridas(embutidas) na Infra-Estrutura Portuária (CONTINUAÇÃO) Um porto deve possuir uma ótima Infra-Estrutura de Intermediação Financeira e de Mercado de Capitais relevantes para o estabelecimento de uma maior distribuição do poder. Os maiores portos do mundo, pela forte impactação na Microeconomia e na Macroeconomia de um país, a pulverização do controle acionário é importante pois torna-se um excelente espaço de democratização das decisões em virtude de todos os interessados (operadores,armadores,usuários, governo, colaboradores) possuem assento no Conselho de Administração, com poder de voto e de decisão. Um porto deve possuir uma Infra-Estrutura Administrativa e Jurídica, que trata-se especificamente da Alfândega, órgão vinculado a Receita Federal, pelas exigências do mundo globalizado, as mesmas estão cada mais ágeis e menos burocráticas, utilizando Tecnologias de Informação para otimizar o fluxo de mercadorias, tornando o ato de carga e descarga com o menor tempo possível, facilitando o processo do Just-In-Time. Neste setor, não poderíamos furtar de mencionar as Zonas de Processamento de Exportação (ZPE’s) utilizado no entorno do Porto, como um instrumento importante na agilidade deste fluxo, assim como as Estações Aduaneiras de Interior (EADI’s) localizadas no Hinterland (*), da mesma forma que as ZPE’s são muito importantes na maior rapidez deste fluxo. Ambas devidamente reguladas a sua instalação e operação pela Receita Federal. (*) Hinterland=> Interior de um país onde um porto exerce sua influência econômica 21 Definições de Infra-estrutura portuária “O porto moderno tornou-se, portanto, um empreendimento inserido nas complexas cadeias logísticas regionalizadas e comprometido com sua viabilidade. Passou a ter, inclusive, um comprometimento adicional com a promoção do desenvolvimento regional, ao induzir a integração dos meios logísticos na sua área de influência: ferrovias, rodovias, navegação interior e de cabotagem, assim como os sistemas de armazenagem e ensilagem” Josef Barat, Em Busca do Futuro: A competitividade no Brasil, Ed. Campus 1999 22 Resumo do Modelo: O modelo proposto fica estabelecido da seguinte forma: Y = f (X) Infra-Estrutura Portuária Variável Independente Formação dos Arranjos Produtivos Locais(APL´s) Variável Dependente 23 A importância dos conteineres dentro da economia globalizada “Os Contêineres tratam-se de um tipo de unitização de carga, onde são inseridas cargas manufaturadas, de alto valor agregado, muito utilizado no transporte marítimo e no intermodalismo (integração entre os diversos modais de transportes), possuindo o comprimento padrão mundial de 20 pés(TEU) e 40 pés(FEU)”. 24 Intermodalidade 25 A Infra-Estrutura Portuária e os Hub-Ports As Infra-Estruturas que são os fatores estruturantes de um país que estão embutidas (inseridas) na InfraEstrutura Portuária (Infra-Estrutura Física, InfraEstrutura Humana, Infra-Estrutura Telecomunicação, Infra-Estrutura Político-Institucional, Infra-Estrutura de Intermediação Financeira e de Mercado de Capitais e a Infra-Estrutura Administrativa e Jurídica) tratam-se de condições pertinentes aos Portos Concentradores de Carga, os chamados HUB-PORTS. 26 Os Hub-Ports Logística Contêineres Globais 27 QUANTITATIVO DE TEU’s MOVIMENTADOS NOS HUB-PORTS (ano 2004) Hong-Kong (China) – 22 milhões TEU´s (2) Cingapura (Cingapura) – 21,3 milhões TEU’s (3) Xangai (China) – 14,5 milhões TEU’s (4) Shenzhen (China) – 13,7 milhões TEU’s (5) Busan ( Coréia do Sul) – 11,4 milhões TEU’s (6) Kaohsiung (Taiwan) – 9,7 milhões TEU’s (7) Roterdã ( Holanda)- 8,3 milhões TEU’s (8) Los Angeles (EUA) – 7,3 milhões TEU’s (9) Hamburgo (Alemanha) – 7,0 milhões TEU’s (10) Dubai (Emirados Árabes Unidos)- 6,4 milhões TEU’s - 28 O Brasil movimentou 2,7 milhões TEU’s (1) Os Hub-Ports de Contêineres do mundo Os Hub-Ports de Contêineres do mundo possuem além das características já descritas nesta apresentação, possui como premissa básica ser um Centro de Transbordo (Transhipment) para os portos adjacentes domésticos ou estrangeiros próximos, onde os contêineres são consolidados, a partir desses portos, por portos alimentadores (feeders) que os transportam para os Hub-Ports, que por sua vez, são abastecidos pelos contêineres com embarcações de grande porte, os chamados Full-Contêineres, oriundos das principais rotas dos Hub mundiais Hub-Port de Contêineres globais: - Seattle, Long-Beach, New-York, Charleston, Rotterdam, Felixtowe, Hamburg, Dubai,Bangkok, Hong-Kong, Shanghai, Yokohama, Kaohsiung e Singapore Na América do Sul terá necessidade de um Hub-Port a fim de atender eficientemente, o crescimento da carga da região. Usando uma estratégia adequada, o Brasil poderá ficar muito bem posicionado para atender a essa futura demanda. Um Hub-Port capaz de atrair os transportadores globais interessados em ligar a região com o fluxo de comércio global. Para isso, necessita-se concentrar regionalmente um volume expressivo de carga e dispor de um local conveniente para a implantação desse Hub-Port 29 O Hub-Port e a Globalização Produtiva Todo Hub-Port deve obrigatoriamente inserir-se dentro das Cadeias Produtivas Locais e Globais, viabilizando a integração das Cadeias de Suprimentos das Corporações através do Global Sourcing na busca de preços melhores de aquisição dos diversos fornecedores globais e do Just-In-Time objetivando a redução de estoques baseados na demanda real das organizações empresariais A maioria dos Hub-Ports são dos países da Tríade(União Européia, Estados Unidos e Japão): - Seattle, Long-Beach, New-York, Charleston, Rotterdam, Felixtowe, Hamburg e Yokohama Os demais Hub-Ports são formados por países da Ásia: na China (Shanghai) e os chamados Tigres Asiáticos (Hong-Kong, Singapore e Kaohsiung), sendo os 2 maiores Hub-Ports do mundo em termos de quantitativo de movimentação de contêineres são Hong-Kong e Cingapura 30 O Hub-Port e a Economia de Escala Todo Hub-Port de contêineres, deve possuir a Economia de Escala, ou seja, a diluição dos custos fixos unitários do handling motivado pelo quantitativo de contêineres(TEU’s) movimentados, onde esta Economia de Escala é proporcionada pelos seguintes motivos: (i) O porte(capacidade) dos navios Full-Contêineres (ii) A profundidade do canal de acesso (calado) (iii) A área física da Retroárea (iv) A Zona de Processamento de Exportação (v) A conexão com o Hinterland utilizando o modal rodoviário e ferroviário (uso do intermodalismo) (vi) As Estações Aduaneiras do Interior(EADI’s) localizadas no Hinterland (vii) A produtividade 31 (i) 32 O porte (capacidade) dos navios Full-Contêineres (ii) A profundidade do canal de acesso (calado) 33 O Hub-Port deve possuir uma profundidade do canal de acesso (calado) que permite a entrada de navios Full-Contêineres de grande porte (8.000 TEU’s) (iii) Área Física da Retro-Área RETRO-ÁREA ZONA PRIMÁRIA 34 (iv) Zona de Processamento de Exportação (ZPE) Zona de Processamento de Exportação(ZPE) Zona Secundária 35 Agilizar o fluxo de contêineres na Zona Primária(Retroárea) (v) A conexão com o Hinterland utilizando o modal rodoviário e o ferroviário 36 Viabilizar o Intermodalismo (integração ferrovias, rodovias, navegação de longo curso e cabotagem) (vi) As Estações Aduaneiras do Interior(EADI’s) localizadas no Hinterland Zona Secundária Hinterland EADI EADI EADI Agilizar o fluxo de contêineres da Zona Primária(Retroárea) 37 (vii) Produtividade O Fator Tecnologia é importante para agregar valor nesta Economia de Escala, obtendo desta forma uma excelente índice de Produtividade, pela alta performance de movimentação de contêiner por hora, por exemplo. Esse fator Tecnologia é obtida com equipamentos de última geração na movimentação dos contêineres e da mão de obra altamente qualificada, para operar esses equipamentos (joystick e computadores por exemplo nos portêineres e transtêineres). Uso de satélites, para controlar a entrada e saída de navios, tornando a 38navegação mais segura (vii) Produtividade(Cont.) Hutchison International Port Holding (HPH) maior operador logístico contêineres da China- Handling 236 TEU’s/hora Porto de Santos – Handling 40 TEU’s/ hora Porto de Santos – Handling 5 a 8 TEU’s/ hora antes da Lei 8.630/93 39 Hub-Port de Contêiner e o custo do Handling do TEU baseado na Economia de Escala US$ 30,00 a US$ 50,00 em Hong-Kong com 22,0 milhões de TEU’s movimentados US$ 70,00 em Cingapura com 21,3 milhões de TEU’s movimentados US$ 100,00 em Roterdã com 8,3 milhões de TEU’s movimentados US$ 150,00 a US$ 180,00 com 1,2 milhões de TEU’s movimentados no Porto de Santos (o maior do Brasil) US$ 500,00 a US$ 600,00 no Porto de Santos antes da Lei 8.630/93 40 O Hub-Port e o Fluxo de Contêineres Portos Domésticos ou Estrangeiros (Feeders) Hinterlan d Zona Processamento Exportação (ZPE) EADI’s 41 Retroárea Hub-Port Hub Mundiais Fluxo de Contêineres Exportação fdcddddfdffaas dddddssss Fluxo de Contêineres Importação Os Custos Internos e Portuários no mundo CUSTO BRASIL 42 O Hub-Port do Atlântico Sul - • No Atlântico Sul, existe espaço para que surja um Hub-Port, que devem possuir algumas características pertinentes que tratam-se de: Acessos Marítimos Acessos Terrestres Proximidade do mercado Capacidade Impacto Ambiental Particularmente, no Brasil existem alguns portos que possuem essas características, que tratam-se do Porto de Tubarão(ES), Porto do Rio de Janeiro(RJ), Porto de Itaguaí(RJ), Porto de São Sebastião(SP), Porto de Santos(SP) e o Porto de Paranaguá(PR), a maioria na Região Sudeste, com exceção do Porto de Paranaguá. • Estudos apontaram o porto que possui as melhores características de tornar-se um 43Hub-Port: O PORTO DE ITAGUAÍ (antigo Sepetiba) 44 O Porto de Itaguaí e a Influência Econômica Hinterland Comércio Exterior 45 O Porto de Itaguaí e a Infra-Estrutura Viária 46 Vantagem competitiva da Infra-Estrutura Viária do Porto de Itaguaí(RJ) em relação ao Porto de Santos(SP) - - O Porto de Itaguaí possui uma vantagem competitiva com relação a Santos, seu principal concorrente na “disputa” de tornar-se um Hub-Port, no que tange a Infra-Estrutura Viária e particularmente a Infra-Estrutura Ferroviária: A Ferrovia MRS não cruza o subúrbio do Rio de Janeiro. Não existe o gargalo da cremalheira do Porto de Santos, aumentando a rotatividade dos vagões, motivado pela morosidade operacional que esta restrição proporciona. No entanto, o Porto de Itaguaí urge a implantação de empreendimentos para otimizar a Infra-Estrutura Viária, particularmente a Infra-Estrutura Rodoviária, otimizando a sua Retrologística: O acesso ao Porto de Sepetiba pela BR-101 A construção do Arco Metropolitano 47 Tecons – Vale do Paraíba 48 Vantagem competitiva espacial do Porto de Itaguaí (RJ) em relação ao Porto de Santos(SP) O Porto de Itaguaí possui espaço para expansão de sua Retroárea, aumentando a sua capacidade instalada viabilizando a ECONOMIA DE ESCALA na redução do custo fixo unitário de movimentação do contêiner. O Porto de Itaguaí necessita para aumentar a ECONOMIA DE ESCALA, viabilizar a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), onde também existe espaço físico no seu entôrno para ser implantado. O Porto de Santos encontra-se na capacidade limite, necessitando de área física de expansão, o que não existe disponível motivado pela ocupação das várias Unidades de Negócios implantadas no entôrno do porto. 49 Entrave para expansão do Porto de Itaguaí Passivo Ambiental da Ingá Mercantil 50 Exemplo Prático para explicar a causalidade entre a Infra-Estrutura Portuária e a formação dos Arranjos Produtivos Locais(APL´s) EXEMPLO 1 A política de incentivos fiscais e financeiros para atrair investimentos que gerem emprego e renda é um instrumento eficaz? Carlos Lessa - Essa eficácia é relativa, porque o principal incentivo ao desenvolvimento, de fato, é gerar expectativa de crescimento e lucro. A redução dos juros a longo prazo e a isenção fiscal para aquisição de bens de capital são procedimentos efetivos para se criar lucratividade. Mas é preciso crescer, porque o crescimento atrai investimentos. Um bom exemplo é o Porto de Itaguaí, que vai atrair empresas para suas redondezas sem fazer muito esforço. As montadoras que se instalaram em Porto Real, assim como a 51 Mercedes-Benz em Juiz de Fora, o fizeram por causa da proximidade do porto. Exemplo Prático para explicar a causalidade entre a Infra-Estrutura Portuária e a formação dos Arranjos Produtivos Locais(APL´s) EXEMPLO 2 52 Exemplo 3 Paradoxo da duplicação da BR-101 em Santa Catarina Na região Norte de Santa Catarina: - Otimização da Retrologística do Porto de Itajaí e São Francisco do Sul - - - - Demonstração do efeito multiplicador da infra-estrutura como fator de formação dos Arranjos Produtivos Locais e de geração de emprego e renda nesta região. Investimentos de 2 bilhões de Reais: Usina Vega do Sul, do grupo Arcelor, fornecedora de aço para indústria automobilística localizada em São Francisco do Sul, onde recebe a matéria-prima e exporta o aço pelo porto Marcegaglia (italiana) produtora de componentes para refrigeração e tubos de aço instalada em Garuva, na beira da BR-101 e vizinho aos portos Takata (japonesa) escolheu o município de Piçarras, importa 70% de sua matériaprima da África do Sul, via Porto de Itajaí, distante 20 quilômetros, e embarca toda a produção de cadarços de cintos de segurança de automóveis exportados para os 53Estados dos Unidos Alto Crescimento Econômico do PIB na região norte de Santa Catarina 54 Duplicação da BR-101 facilitador da formação dos Arranjos Produtivos Locais 55 Exemplo 3 Paradoxo da duplicação da BR-101 em Santa Catarina Na região Sul de Santa Catarina: - Dependendo da operação “Tapa-Buracos” do Governo Federal APL de revestimentos cerâmicos, vasta rede de ensino tecnológico e universitário com mão de obra qualificada, boa oferta de energia e belas praias. A maior cidade do Sul de SC, Crisciúma perde 1,2 bilhão de Reais por ano, considerando os investimentos que as empresas locais deixam de fazer, a não instalação de novas empresas e os custos adicionais com o transporte.Esse valor equivale ao total que precisaria ser gasto para completar a duplicação da estrada. A Zona de Processamento de Exportação(ZPE), criada há mais de dez anos junto ao Porto de Imbituba, não tem uma empresa sequer instalada e corre o risco de ser fechada. O Porto de Imbituba é considerado um dos melhores do país em calado e espaço para movimentação de cargas tem sua capacidade subutilizada. Dificulta a formação dos Arranjos Produtivos Locais de Turismo (por exemplo na região da Praia de Garopaba) pela falta de Infra-Estrutura Rodoviária - - - - 56 Baixo Crescimento Econômico do PIB na região sul de Santa Catarina 57 Não Duplicação da BR-101 dificulta a formação dos Arranjos Produtivos Locais 58 Mapa viário de Santa Catarina Portos Itajaí e São Francisco Do Sul(Norte) Duplicação BR-101 Porto de Imbituba (Sul) 59 EVOLUÇÃO DO VOLUME DE CONTÊINERES (milhares de unidades) Porto 1.995 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 % 2000 – 2004 Santos 592 659 713 832 1.090 1.352 105% Itajaí (SC) 49 107 142 192 254 314 194% Rio Grande 82 195 212 264 312 314 61% Rio de Janeiro 129 170 188 203 239 253 49% Paranaguá 91 147 162 155 183 224 53% S.Fco do Sul (SC) 55 110 113 160 172 190 72% Vitória 46 81 93 128 126 142 76% Salvador 39 63 68 87 108 120 91% Suape 12 42 50 70 38 87 105% Sepetiba 0 2 11 13 17 85 - Manaus 46 54 62 78 67 65 20% Fortaleza/Pecém 31 54 58 67 130 111 105% Imbituba (SC) 47 0 0 0 0 0 0% Outros 55 69 56 43 47 18 -74% Brasil 1.274 1.753 1.928 2.292 2.783 3.275 86,80% 60 Importância da construção do Arco Metropolitano para o Estado do Rio de Janeiro Como o Sistema Transportes possui uma abordagem sistêmica/holístico, de nada adianta um Porto com todas as condições de infra-estrutura de ótima performance, para tornar-se um Hub-Port, senão houver uma retrologística viária (ferrovia e rodovia) eficiente e ágil, pois ocorrerá o mesmo tipo de problema que ocorreu com a duplicação da BR-101 no Estado de Santa Catarina, portanto a construção do Arco Metropolitano impacta 2 (dois) projetos de grande porte no Estado do Rio de Janeiro, no que tange a infra-estrutura da logística de transportes: 61 Complexo Petroquímico Estado do Rio de Janeiro(COMPERJ) Itaboraí- RJ 62 Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) Santa Cruz-RJ CSA CSA 63 PARTICIPAÇÃO DO VOLUME DE CONTÊINERES POR REGIÃO (milhares de unidades) Demonstração Nacional da Causalidade Infra-Estrutura Portuária x APL’s 64 Região 1.995 2.000 2.001 2.002 2.003 2.004 Sudeste 60,2% 52,0% 52,1% 51,3% 52,9% 55,9% Sul 25,4% 31,9% 32,6% 33,6% 33,1% 31,8% Outras Regiões 14,4% 16,1% 15,3% 15,1% 14,0% 12,3% Total no Brasil 100% 100% 100% 100% 100% 100% Demonstração inequívoca internacional da relação de causalidade entre a infra-estrutura portuária e a formação dos Arranjos Produtivos Locais (ICF CONSULTING) 65 Localização do APL industrial com 1(um) Porto na região 66 Localização do APL industrial com 2 (dois) Portos na região 67 Outro Exemplo Prático para explicar a causalidade entre um tipo de Infra-Estrutura Viária e a formação dos Arranjos Produtivos Locais(APL´s) A Infra-Estrutura Aeroportuária 68 Falta de Infra-Estrutura impactando os APL’s O transporte da Soja no Brasil (agro-business) LAVOURA NAVIO FILA DE CAMINHÕES 69 Perda de Competitividade Alta Produtividade: 2.800 quilos de soja por hectare 10% mais que americanos e argentinos Como é transportada a produção de soja? Tipo Brasil EUA Argentina Hidrovia 7% 61% 2% Ferrovia 33% 23% 16% Rodovia 60% 16% 82% Distância Média(em kms) 1000 1000 300 Custo para transportar 1 tonelada a cada 1000 quilômetros é de 8 dólares nas hidrovias, 16 dólares nas ferrovias e 32 dólares nas rodovias 70 Perda de Competitividade(Cont.) 83% das rodovias brasileiras têm algum tipo de problema, em 8000 quilômetros há afundamentos, ondulações e buracos, para recuperar todas as rodovias são necessários investimentos de 8 bilhões de Reais Fila no Porto: um navio parado custa 50.000 dólares por dia(demurrage). Em Paranaguá, de onde é exportada a maior parte do grão, o tempo médio de espera é de 20 dias. O prejuízo, geralmente repassado ao produtor, chega a 1 milhão de dólares por dia. Burocracia Portuária: As despesas portuárias chegam, em média, a 6 dólares por tonelada de soja exportada – o dobro do que se vê na Argentina e nos EUA. O valor inclui despesas com despachantes, armazenagem, pesagem, mão-deobra e uso das máquinas e da torre de carregamento 71 Perda e Ganhos de cada um (em dólares por tonelada) 72 Valores Brasil EUA Argentina Cotação Média(**) 222 222 222 Frete até o Porto 28 15 14 Despesas Portuárias 6 3 3 Receita Líquida 188 204 205 Subsídio Oficial - 9 - Receita Total 188 213 205 Perda de Receita 15% 4% 8% ** A maior cotação da Bolsa de Chicago em 2003 Custo Brasil RESULTADO DA INEFICIENTE INFRA-ESTRUTURA VIÁRIA - ESTRADAS NO MATO-GROSSO NO APL DE SOJA -ORIGEM DO TRANSPORTE DE SOJA PARA O PORTO (Antes das PPP´s do Estado do Mato Grosso) 73 -ORIGEM DO TRANSPORTE DE SOJA PARA O PORTO (Depois das PPP´s do Estado do Mato Grosso) 74 RESULTADO DA INEFICIENTE INFRA-ESTRUTURA PORTUÁRIA: -FILA DE CAMINHÕES NO PORTO DE PARANAGUÁ TRANSPORTANDO SOJA -Custos significativos acumulados na cadeia produtiva, principalmente desperdício de Recursos Humanos e Materiais 75 Infra-estrutura portuária nacional na contramão dos portos modernos rápidos e eficientes globais PERDA DE COMPETITIVIDADE 76 Tempo médio no transporte de mercadorias para exportação, desde o local de produção até o navio 77 Logística de Transportes e a Abordagem Sistêmica\ Holística “ O Brasil tem atualmente dois grandes desafios na área de infra-estrutura: melhorar a logística de transportes, integrando os sistemas ferroviário, rodoviário, hidroviário e portos, e buscar uma matriz energética segura, que afaste a ameaça de um novo apagão”Sérgio da Silva, FIESP, Anuário Infra-Estrutura, Revista Exame 20052006 novembro/2005 78 O Brasil na contra-mão da abordagem sistêmica da moderna logística integrada de transportes A retrologística do Sul de Santa Catarina x Porto de Imbituba. APL de soja no Mato Grosso. 79 Falta Infra-Estrutura Invasão da Faixa de Domínio-Favelas no Rio de Janeiro 80 Conseqüência a Curto Prazo da Falta e/ou da Ineficiente Infra-Estrutura para o País Jornal Valor Econômico 29/07/2005 81 Avaliação Geral da Infra-Estrutura Portuária Brasileira 1- Características do marco regulatório: - A legislação do segmento foi unificada pela Lei de Modernização Portuária, de 1993, abrindo a operação à iniciativa privada. Desde então, seis dos dez principais portos brasileiros encontram-se sob administração privada, o que triplicou a produtividade média. Novos investimentos no segmento são afastados por recentes resoluções da Antaq contrárias à lei e por risco de quebra de contrato. 2- Questões legais: - As Companhias Docas, empresas federais responsáveis pela administração da maioria dos portos, enfrentam um número alto de 82ações judiciais na esfera trabalhista Avaliação Geral da Infra-Estrutura Portuária Brasileira(Cont.) 3- Questões Tributárias: - Assim como os demais segmentos, os impostos sobre o setor são altos. 4- Questões Institucionais: - A administração portuária, hoje exercida pelas Companhias Docas, precisa de maior eficiência e autonomia administrativa, operacional e financeira - Ainda há carência de mão-de-obra qualificada para operar os equipamentos modernos comprados pelos portos privatizados - O número de trabalhadores avulsos é alto para as necessidades de alguns portos. No porto de Santos, por exemplo, há 11.500 trabalhadores registrados, o dobro do necessário. - Apesar dos portos funcionarem 24 horas, em muitos deles as alfândegas trabalham em horário comercial - Recursos de 8 bilhões de Reais por ano vindos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) não estão sendo aplicados pelo governo em infra83estrutura de transporte, sua destinação original. Avaliação Geral da Infra-Estrutura Portuária Brasileira(Cont.) 5-Investimentos: - Desde 1997, as empresas privadas investiram 2 bilhões de dólares na modernização dos portos. O setor público deveria aplicar 1,6 bilhão de Reais para dotar os portos brasileiros de condições mínimas de operação, mas a Agenda Portos prevê 220 milhões de Reais em 2005 e 2006 6- Desafios: - Apesar dos investimentos em equipamentos modernos, os portos trabalham no limite da capacidade. O Estado precisa adequar a infra-estrutura dos portos à sua política exportadora, melhorando os acessos rodoviários e ferroviários e acelerando as obras de dragagem. As Companhias Docas precisam de um modelo de administração mais profissional e lucrativo e menos sujeito a indicações políticas 84 China e a infra-estrutura portuária A China utiliza-se da sua infra-estrutura portuária para alavancar as exportações (US$ 250 bilhões em 2000), com investimentos pesados público e privados em novas plantas portuárias e ampliação das existentes Possui o maior porto de movimentação de TEU’s (Hong Kong), o 3º (Xangai) e o 4º ( Shenzhen) do mundo. O modelo exportador baseia-se: Zonas Econômicas Especiais (ZEE), isenções tributárias, financiamentos, promoção comercial, portos e marinha mercante A China é a maior produtora/exportadora de equipamentos portuários e de contêineres do mundo Reunidas as frotas, estatal e privada, da China e Hong Kong, somam 2.728 navios de todos os tipos, formando uma das maiores esquadras mercantes mundiais. 85 China e o Investimento Direto Estrangeiro(IDE) Maior hospedeiro de IDE do mundo, principalmente em Bolsa de Valores e no setor produtivo com grande formação de “JointVentures” pelas Empresas Transnacionais focado em produtos de alto valor agregado, objetivando atender a demanda chinesa ou fazer do país uma plataforma exportadora( mão de obra barata) Segmentos de alto valor agregado que obtiveram o maior crescimento: semicondutores, instrumentos médico-cirúrgicos, aparelhos cirúrgicos e acessórios, computadores, equipamentos eletrônicos para medicina, veículos a motor, máquinas de lavar, refrigeradores e freezers, peças e acessórios para automóveis e aparelhos de Raio X 86 A China e a projeção do futuro “A China se prepara para funcionar como “moderna megapotência”, tendo como o horizonte o ano 2050, e como meta o ano 2010, quando poderá atingir o status de “superpotência”, para o que fixou as bases estratégicas de sustentação do desenvolvimento até o ano 2000. Suas províncias costeiras do sudeste estão a caminho de se tornar centros de produção de alto valor agregado” René Armand Dreifuss,A Época das Perplexidades, Mundialização, Globalização, Planetarização: Novos Desafios, Editora Vozes, Cientista Político e Professor Universitário falecido em Maio de 2003 87 Recomendações Finais(1) Desenvolver a Infra-Estrutura Portuária trata-se de uma condição Sine-QuaNon para formação dos Arranjos Produtivos Locais(APL’s), no entanto o desenvolvimento de todas as Infra-Estruturas elencadas são considerados pilares básicos de sustentação para que o país possua uma Infra-Estrutura Portuária de excelência, principalmente na implantação de um Hub-Port de Contêineres, especificamente no PORTO DE ITAGUAÍ. Existe espaço na formação de um Hub-Port de Contêineres no Atlântico Sul, que trata-se de um fator estratégico e uma grande oportunidade para o país facilitando a sua inserção em definitivo na Globalização Produtiva; no entanto, a perda desse espaço, significa submeter o país a condição de periferia e subalterno neste processo de inserção, motivado pela maioria da pauta de exportação do país ser formado pelas Commodities de baixo valor agregado. 88 Recomendações Finais (2) O desenvolvimento da Infra-Estrutura Portuária impacta significativamente na microeconomia de um país, pela formação dos APL´s no entorno do Porto e no Hinterland assim como o Comércio Exterior, com forte sinergia na relação entre Produtor e Consumidor, ou seja, na relação entre a Oferta e a Demanda pela inserção das Cadeias Produtivas Locais e Globais, assim como um forte indutor de geração de renda e emprego. O desenvolvimento da Infra-Estrutura Portuária impacta significativamente na macroeconomia de um país, pelo fluxo de importação e exportação que proporciona na Balança Comercial e na Balança de Pagamentos de um país. Portanto, o desenvolvimento e o investimento da infra-estrutura portuária para o país é estratégico, pela economia de escala que este setor produz e pelo efeito multiplicador de encadeamentos para trás e para frente que gera na economia como um todo. 89 Recomendações Finais (3) Por sua vez, o Custo Brasil pela ineficiente falta de Infra-Estrutura Portuária e pelo modal inadequado rodoviário no transporte da soja, da lavoura até o porto, tem prejudicado a rentabilidade e a lucratividade dos Arranjos Produtivos Locais(APL’s) formado pela atividade econômica dessa Commodity que poderá afetar a geração de emprego e renda nessas regiões, prejudicando o desenvolvimento local e regional, podendo ocasionar um fluxo migratório para as 90cidades, agravando o problema social urbano. Recomendações Finais(4) A limitação orçamentária para a geração do Superávit Primário inviabilizou o investimento do setor público na Infra-Estrutura Física, onde as Parcerias-Público-Privadas (PPP’s) devem ocupar este espaço, prática esta de absoluto sucesso em outros países, pelo aumento da Taxa de Investimento (Formação Bruta de Capital Fixo) via setor privado. É mister ressaltar que um ambiente regulatório transparente entre o setor privado e público permitirão que as PPP’s se desenvolvam e realizem as obras de infra-estrutura necessárias, por exemplo, para adequar os modais de transportes ao valor agregado das cargas transportadas e reduzir o chamado “Custo Brasil”. 91 Recomendações Finais(5) Outro fator importante neste contexto das PPP’s é a viabilidade do aumento da taxa de Formação Bruta de Capital Fixo(FBCF), necessária para o investimento em Infra-Estrutura Física, permitindo o crescimento do Produto a médio e longo prazo, visto que esses projetos de Infra-Estrutura demandam um certo período de maturação, porém necessários tanto para otimizar os projetos existentes como na implementação de novos empreendimentos. O Brasil possui uma FBCF de 19%, enquanto a China 46% do PIB(The Economist 24/09/2005), demonstrando o “Gap” da necessidade real e a efetiva de 2 países em desenvolvimento e emergentes do Grupo denominado BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), concorrentes entre si, pela disputa muitas vezes predatória e selvagem da penetração de mercados. O Brasil necessita urgentemente aumentar a FBCF nos próximos anos, para evitar o caos: existe a Oferta, a Produção com bons índices de produtividade, mas o gargalo da infra-estrutura aumenta os custos, reduzindo a competitividade, perdendo Market Share. 92 Recomendações Finais(6) Para uma maior democratização das decisões portuárias, devese viabilizar o Conselho de Autoridade Portuária (CAP), formado pelos operadores privados, usuários, autoridade portuária, colaboradores e a comunidade abrangida pelo porto. Os Hub-Ports do mundo possuem ações na Bolsa . Este modelo é excelente para a pulverização do poder, onde possui assento no Conselho de Administração:colaboradores, iniciativa privada (armadores e operadores), usuários, governo e público externo interessados no investimento e na gestão eficaz e eficiente de uma planta portuária. 93 Recomendações Finais(7) Particularmente, para o Estado do Rio de Janeiro o investimento dentro do entorno e no hinterland (como a melhora do acesso ao porto pela BR-101, a construção do Arco Metropolitano e a Zona de Apoio Logístico por exemplos), do complexo portuário de Sepetiba é de fundamental importância para viabilizar outros empreendimentos que estão migrando para a região. Porto de Itaguaí é disparadamente o porto aqui no Brasil que possui todas as condições de tornar-se um Hub-Port; não viabilizar Sepetiba é alijar o Brasil de ser um player dentro da Globalização Produtiva e tornarmos definitivamente um país 94periférico e secundário neste processo. Recomendações Finais(8) Existe uma necessidade de licitar e abrir mais para a iniciativa privada os terminais públicos cuja administração pertence ao Estado. Uma forma de baixar preços, tarifas e custos de movimentação interna portuária praticados pelos operadores, é um ambiente concorrencial e competitivo, além do estabelecimento da economia de escala proporcionada pelo quantitativo movimentado e pela produtividade. Esses terminais ainda pertencerem a sua gestão ao Estado, significa que o país encontra-se na contra-mão das práticas realizadas pelos Hub-Ports do mundo, que disputam acirradamente cargas dos usuários com os diversos operadores do mundo inteiro. 95 Recomendações Finais(9) Existem questões básicas e absolutamente amadoras de cunho ambiental que não devem e nem podem acontecer em um país que deseja almejar uma posição de destaque internacional: A profundidade do canal de acesso, importante e básico aspecto de uma infra-estrutura portuária deve encontrar-se com a profundidade adequada (calado) sem assoreamento para a entrada dos grandes navios, principalmente os Full-Contêineres, onde por diversas ocasiões tem-se noticiado na mídia de que navios não podem acessar determinados portos brasileiros por absoluta falta de dragagem no canal de acesso. Essas notícias, sob a ótica dos players globais, são de cunho pejorativo e trata-se de uma imagem negativa para o país afugentando a hipótese em definitivo de um dos portos brasileiros de tornar-se um Hub-Port, visto que vislumbra-se em pouco tempo no mercado operarem com navios FullContêineres com capacidade de transporte de 15.000 TEU’s que necessitam para o seu acesso de grande calado (acima de 18,0 metros) 96 Recomendações Finais(10) O licenciamento ambiental tem sido um grande gargalo de caráter impeditivo que se arrastam por meses até mesmo por anos para a ampliação de uma área dentro de uma planta portuária ou a construção de um novo terminal, visto que não existem perspectivas a curto prazo de empreendimentos de novas plantas portuárias. A análise técnica com as devidas restrições e exigências deve ser agilizada, sendo considerado um importante marco regulatório fundamental para os investidores privados. Na atual situação de lentidão desses processos para a obtenção das licenças ambientais torna-se um instrumento que afugenta os pretensos investidores das PPP´s. 97 Recomendações Finais(11) Dotar o país de uma boa infra-estrutura portuária, não esquecendo as demais de apoio,principalmente a conexão ferroviária e rodoviária, torna-se imprescindível dentro do contexto da inserção da economia global, principalmente ocupar o espaço que existe no Atlântico Sul de possuir um Hub-Port, pois um porto eficiente e competitivo permitindo um fluxo de contêineres circulando de forma ágil atendendo o hinterland e o comércio exterior, otimiza a Balança Comercial produzindo Superávits tornando o país menos dependente de capitais voláteis e especulativos que são maléficos e perversos do ponto de vista do fechamento das contas do 98país. O Brasil e as Commodities “ O Brasil ainda não acordou: a riqueza das nações não está em sua terra, seu clima, seus recursos naturais ou minerais. Em sua maioria, esses fatores já cumpriram seu papel.Hoje e daqui para a frente o progresso se dará pelo aumento da produtividade, pela geração de bens de alto valor agregado Artigo Gustavo Ioschpe, Revista Veja 30/08/2006 99 As Commodities e a transformação para bens de alto valor agregado “Dentro de alguns anos, todas Commodities deverão ser transportadas por contêiner pois na cadeia produtiva a agregação de valor neste tipo de carga será inevitável” Dr Eliezer Batista entrevista concedida a Silvio Tupinambá na sede da Firjan. Que tipo de unitização de carga deverá ser utilizada para o transporte dessas Commodities de altíssimo 10valor agregado? 0 CONTEINER 10 1 Menção Especial “Um Hub de contêiner será uma grande oportunidade para o Brasil e deverá ser instalado no Atlântico Sul objetivando atender esta demanda. A questão não é mais pontual, linear, cartesiana, como fatores na escolha de um Hub de contêiner, incidem fatores dinâmicos incluindo a escala e a velocidade dos navios full-contêineres, assim como a velocidade de operação na manipulação das cargas deste Hub” 10Entrevista com o Dr Eliezer Batista na sede da Firjan 2 em 25/01/2006 LIVRO “O MUNDO É PLANO, UMA BREVE HISTÓRIA DO SÉCULO XXI”, AUTOR THOMAS FRIEDMAN. “Todos os dias de manhã na África, o antílope desperta. Ele sabe que terá de correr mais rápido que o mais rápido dos leões, para não ser morto. Todos os dias, pela manhã, desperta o leão. Ele sabe que terá de correr mais rápido que o antílope mais lento, para não morrer de fome. Não interessa que bicho você é, se leão ou antílope. Quando amanhece, é melhor começar a correr”. Esta frase está afixada em um fábrica de uma empresa americana de peças de 10automóveis em Pequim. 3 MENSAGENS FINAIS “Não pergunte o que seu país pode fazer por você, E sim o que você pode fazer por ele” Presidente dos EUA, John Fitzgerald Kennedy. (2) “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...” Geraldo Vandré CONTATO [email protected] (1) 10 4