32 D estaque Por Arilton Batista Teca Spera é a nova diretora do Centro Cultural da Penha Formada em administração de empresas, gestão da qualidade e graduada em cabelo e maquiagem mortuária pelo Senai, a atriz Teca Spera, 43, assumiu o cargo de diretora do CCP - Centro Cultural da Penha em 17 de julho de 2014. Até então ela atuava como produtora, cargo que assumiu em março de 2013 a convite da ex-diretora do CCP, Luciana Schwinden. Antes disso Teca mantinha a função de artista orientadora e coordenadora do projeto Vocacional Apresenta, pertencente ao Programa Vocacional de Teatro, Dança e Música, do DEC - Departamento de Expansão Cultural. O projeto Vocacional Apresenta tem como objetivo proporcionar a oportunidade de apresentação aos grupos de artistas que se formam através do Programa Vocacional, que é ministrado em espaços públicos da prefeitura, como os CEU's - Centros Educacionais Unificados, por exemplo. A ideia era levar grupos formados em determinadas zonas da cidade a se apresentarem noutros espaços, para outros públicos. Antes de aceitar o convite de Luciana Schwinden e chegar ao Centro Cultural da Penha, Teca se incumbia de dar apoio aos grupos que se apresentavam no CEU Cidade Dutra. Com relação aos projetos e programas oferecidos pelo Centro Cultural da Penha, a proposta é dar continuidade no trabalho iniciado na gestão de Luciana Schwinden. "Nossa ideia é fazer com que o cidadão entenda que isso aqui é dele. Que ele tenha o sentimento de propriedade mesmo. Que não fique apenas em o que vamos esperar que o Centro Cultural traga para a gente. E, sim, o que nós vamos exigir que o Centro Cultural nos traga. É um trabalho de continuidade do que a Luciana começou", comenta Spera. Como Teca possui a experiência conquistada quando estava à frente do Vocacional Apresenta, ela possui um leque considerável de contato com diversos coletivos da região leste e da cidade no geral, o que facilita e amplia as possibilidades de espetáculos, exposições e intervenções artísticas no CCP. Uma das iniciativas recentemente aplicada na gestão de Teca Spera foi a implementação da Ocupação Preta, em que uma vez por mês o coletivo Penharol, formado originalmente na pista de skate do Tiquatira (Avenida Governador Carvalho Pinto), faz apresentações de reggae e rap no formato sound system na parte externa do CCP. A Ocupação Preta traz também outros artistas ligados à cultura negra para rodas de conversas, intervenções, saraus e debates em torno do tema. A programação nos dias do evento começa à tarde e vai até à noite, quando o Penharol entra em cena. A Ocupação Preta tem esse caráter, de ser da Zona Leste e ser pela Ocupação Preta - independente da sua cor -, que tem tudo a ver com a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos da Penha, a qual nos apoiamos a festa que acontece todo ano aqui no Largo do Rosário", explica Teca. Esse projeto, especificamente, se deu por conta da demanda da Secretaria de Cultura pelo Plano de Territorialização da Cultura, que visa identificar, de fato, onde estão as divisas dos bairros, regiões e subdistritos. "Eu acabei conhecendo um pessoal do CEU Tiquatira e alguns coletivos de jovens que estavam pelas políticas públicas na periferia, discutindo como está a cultura na Zona Leste. Aí veio a Ocupação, que começou em julho deste ano", conta a diretora do Centro Cultural da Penha. O interesse de Teca pelo teatro começou cedo. Aos 14 anos teve sua iniciação. Mas considera que aos 18 foi quando ingressou oficialmente suas atividades no mundo dos palcos, ao integrar a companhia Azul Celeste, onde permaneceu ininterruptamente por dez anos. No ano de 2001 participou da peça Mancha Roxa, que fazia uma reflexão sobre a Aids dentro do presídio feminino sob a direção de Roberto Lage. Com Mancha Roxa teve a oportunidade de participar de diversos festivais internacionais. Segundo Teca, foi o trabalho voltado para o público adulto mais relevante e importante que fez. Com formação em palhaço, Teca quase sempre esteve ligada ao teatro em atuações para peças infantis. Antes de iniciar as atividades no Centro Cultural da Penha, como produtora, em 2013, participou da companhia teatral O Grito. Novembro / 2014 - nº 90