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D estaque
Por Arilton Batista
Teca Spera é a nova diretora
do Centro Cultural da Penha
Formada em administração de empresas, gestão da qualidade e graduada em cabelo e maquiagem mortuária pelo
Senai, a atriz Teca Spera, 43, assumiu o cargo de diretora
do CCP - Centro Cultural da Penha em 17 de julho de 2014.
Até então ela atuava como produtora, cargo que assumiu
em março de 2013 a convite da ex-diretora do CCP, Luciana
Schwinden. Antes disso Teca mantinha a função de artista
orientadora e coordenadora do projeto Vocacional Apresenta, pertencente ao Programa Vocacional de Teatro, Dança
e Música, do DEC - Departamento de Expansão Cultural.
O projeto Vocacional Apresenta tem como objetivo proporcionar a oportunidade de apresentação aos grupos de artistas que se formam através do Programa Vocacional, que é
ministrado em espaços públicos da prefeitura, como os CEU's
- Centros Educacionais Unificados, por exemplo. A ideia era
levar grupos formados em determinadas zonas da cidade a
se apresentarem noutros espaços, para outros públicos.
Antes de aceitar o convite
de Luciana Schwinden e
chegar ao Centro Cultural
da Penha, Teca se incumbia
de dar apoio aos grupos que
se apresentavam no CEU
Cidade Dutra.
Com relação aos projetos e programas oferecidos pelo Centro Cultural
da Penha, a proposta é dar
continuidade no trabalho
iniciado na gestão de Luciana Schwinden. "Nossa
ideia é fazer com que o
cidadão entenda que isso
aqui é dele. Que ele tenha
o sentimento de propriedade mesmo. Que não fique
apenas em o que vamos esperar que o Centro Cultural traga
para a gente. E, sim, o que nós vamos exigir que o Centro
Cultural nos traga. É um trabalho de continuidade do que a
Luciana começou", comenta Spera. Como Teca possui a experiência conquistada quando estava à frente do Vocacional
Apresenta, ela possui um leque considerável de contato com
diversos coletivos da região leste e da cidade no geral, o que
facilita e amplia as possibilidades de espetáculos, exposições e intervenções artísticas no CCP.
Uma das iniciativas recentemente aplicada na gestão de
Teca Spera foi a implementação da Ocupação Preta, em que
uma vez por mês o coletivo Penharol, formado originalmente na pista de skate do Tiquatira (Avenida Governador Carvalho Pinto), faz apresentações de reggae e rap no formato
sound system na parte externa do CCP. A Ocupação Preta
traz também outros artistas ligados à cultura negra para rodas de conversas, intervenções, saraus e debates em torno
do tema. A programação nos dias do evento começa à tarde
e vai até à noite, quando o Penharol entra em cena. A Ocupação Preta tem esse caráter, de ser da Zona Leste e ser pela
Ocupação Preta - independente da sua cor -, que tem tudo a
ver com a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens
Pretos da Penha, a qual nos apoiamos a festa que acontece
todo ano aqui no Largo do Rosário", explica Teca.
Esse projeto, especificamente, se deu por conta da demanda da Secretaria de Cultura pelo Plano de Territorialização da Cultura, que visa
identificar, de fato, onde estão
as divisas dos bairros, regiões e
subdistritos. "Eu acabei conhecendo um pessoal do CEU Tiquatira e alguns coletivos de jovens que estavam pelas políticas
públicas na periferia, discutindo
como está a cultura na Zona
Leste. Aí veio a Ocupação, que
começou em julho deste ano",
conta a diretora do Centro Cultural da Penha.
O interesse de Teca pelo teatro começou cedo. Aos 14 anos
teve sua iniciação. Mas considera
que aos 18 foi quando ingressou
oficialmente suas atividades no
mundo dos palcos, ao integrar a
companhia Azul Celeste, onde
permaneceu ininterruptamente
por dez anos. No ano de 2001 participou da peça Mancha
Roxa, que fazia uma reflexão sobre a Aids dentro do presídio feminino sob a direção de Roberto Lage. Com Mancha
Roxa teve a oportunidade de participar de diversos festivais
internacionais. Segundo Teca, foi o trabalho voltado para o
público adulto mais relevante e importante que fez.
Com formação em palhaço, Teca quase sempre esteve
ligada ao teatro em atuações para peças infantis. Antes de
iniciar as atividades no Centro Cultural da Penha, como produtora, em 2013, participou da companhia teatral O Grito.
Novembro / 2014 - nº 90
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