Aves e Suínos
2013
Anuário Brasileiro de
997718087507133
ISSN 1808-7507
Brazilian Hog
and Poultry Yearbook
1
Inor Ag. Assmann
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and
editors
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Ex Publis
EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.
CNPJ 04.439.157/0001-79
Diretor-presidente: André Luís Jungblut
Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann
Diretor-Comercial: Raul José Dreyer
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Anuário Brasileiro de
Aves e Suínos 2013
Editor: Romar Rudolfo Beling;
textos: Cleiton Evandro dos
Santos, Benno Bernardo Kist,
Cleonice de Carvalho, Erna Regina
Reetz e Heloísa Poll; supervisão:
Romeu Inacio Neumann;
tradução: Guido Jungblut;
fotografia:Sílvio Ávila, Inor
Assmann (Agência Assmann),
Robispierre Giuliani e divulgação
de empresas e entidades; projeto
gráfico e diagramação: Márcio
Oliveira Machado; arte de
capa: Márcio Oliveira Machado,
sobre fotografia de Sílvio Ávila;
edição de fotografia e artefinal: Márcio Oliveira Machado;
marketing: Maira Trojan Bugs,
Tainara Bugs e Rafaela Jungblut;
supervisão gráfica: Márcio
Oliveira Machado; distribuição:
Simone de Moraes; impressão:
Gráfica Coan, Tubarão (SC).
Inor Ag. Assmann
ISSN 1808-7507
É permitida a reprodução de
informações desta revista,
desde que citada a fonte.
Reproduction of any part of t
his magazine is allowed,
provided the source is cited.
Ficha
A636
Anuário brasileiro de aves e suínos 2013 / Cleiton Evandro
dos Santos ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : Editora
Gazeta Santa Cruz, 2013.
120 p. : il.
ISSN 1808-7507
1. Suíno – Criação. 2. Aves – Criação. I. Santos, Cleiton
Evandro dos.
CDD : 636
CDU : 636
Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197
2
Inor Ag. Assmann
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S Su
08 Apresentação . Introduction
AVES . Poultry
14 Produção . Production
36 Mercado . Market
52 Perfil . Profile
SUÍNOS . Hog
62 Production . Production
94 Mercado . Market
106 Perfil . Profile
110 AÇÕES . Actions
116 EVENTOS . Events
4
Integridade e Sustentabilidade
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UM GRANDE PRODUTOR DE AVES E SUÍNOS. VENHA INVESTIR NA BAHIA.
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VANTAGENS
• GRANDE DISPONIBILIDADE DE GRÃOS PARA RAÇÃO • ECONOMIA EM EXPANSÃO
• MERCADO CONSUMIDOR CRESCENTE • EXISTÊNCIA DE EMPRESAS INTEGRADORAS
• CONDIÇÕES CLIMÁTICAS FAVORÁVEIS • LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA ESTRATÉGICA
• MÃO DE OBRA CRIATIVA E ADAPTÁVEL • INCENTIVOS DO GOVERNO DO ESTADO
• ESTRUTURA PARA ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO
ADVANTAGES
• GRAINS FOR FEED ABUNDANTLY AVAILABLE • ECONOMY ON THE RISE
• EVER-INCREASING CONSUMER MARKET • LOTS OF INTEGRATING COMPANIES
• FAVORABLE CLIMATE CONDITIONS • STRATEGIC GEOGRAPHIC LOCATION
• CREATIVE AND VERSATILE WORKFORCE • STATE GOVERNMENT INCENTIVES
• STRUCTURE FOR PRODUCTION TRANSPORTATION
OPORTUNIDADES
• PRODUÇÃO DE RAÇÃO • PRODUÇÃO DE MATRIZES E DE PINTOS DE UM DIA
• IMPLANTAÇÃO DE NOVAS INTEGRADORAS
(FRIGORÍFICOS /ABATEDOUROS)
• IMPLANTAÇÃO DE PARQUE INDUSTRIAL PARA EQUIPAMENTOS, INSTALAÇÕES E MÁQUINAS
OPPORTUNITIES
• FEED PRODUCTION • PRODUCTION OF LAYING HENS AND DAY-OLD BABY CHICKENS
• IMPLEMENTATION OF NEW INTEGRATING COMPANIES
(MEAT PACKING INDUSTRIES /SLAUGHTERHOUSES)
• IMPLEMENTATION OF AN INDUSTRIAL PARK FOR EQUIPMENT, SUPPLIES AND MACHINES
tion
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Sílvio Ávila
ro
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Ap r e Int
8
Só de
Não são as inúmeras criações, entre elas as aves, das mais
diversas espécies, e os suínos brasileiros, que estão de olho no
que ocorre nas lavouras do Brasil e do mundo. Talvez na atualidade os criadores estejam bem mais interessados no que
anda acontecendo nas plantações de grãos do que os próprios
animais. A fartura – ou, ao contrário, a carência – na colheita
de soja e de milho, insumos essenciais na elaboração de rações,
tem sido determinante para o sucesso na engorda – das aves,
dos suínos e do bolso do produtor.
Os dois últimos anos foram extremamente complicados
para as cadeias produtivas de aves e de suínos em termos financeiros. Colocar as contas em dia e equilibrar os custos crescentes e a sustentabilidade do agronegócio foi se tornando um
desafio cada vez mais complexo. Tudo por conta da grande disputa em torno dos grãos disponíveis no mercado global.
Frustrações de safra nos Estados Unidos, associadas a problemas localizados em outras nações produtoras, levaram a um
estreitamento na oferta. Logo, os preços subiram a patamares
muitas vezes insustentáveis nas finanças do criador, e, logo
adiante, da indústria, que se via na contingência de repassar
parte desse custo ao consumidor. E este, diante do aumento
nos preços, tendia a optar por alguma outra carne.
No ambiente interno do Brasil, a situação era
muito parecida. Quebra na colheita de grãos do
Sul do Brasil, onde está o maior polo produtor
de aves e de suínos, implicou na aquisição de
insumos do Centro-Oeste ou de outras regiões.
olho
Os gastos com o frete se refletiram sobre o custo final da atividade. E se viu, assim, o mesmo efeito-cascata de elevações.
No entanto, se as questões econômicas estiveram na ordem do dia em todas as reuniões do setor, da porteira para
dentro, como se diz, as cadeias produtivas brasileiras demonstraram, em meio a toda essa dificuldade no item da alimentação, as suas inquestionáveis competência e competitividade.
Nem em termos de produção, nem em termos de atendimento aos mercados o Brasil deixou algo a dever.
Os índices de desempenho seguem entre os melhores do
mundo, e isso mais do que comprova por que o País segue
como o maior exportador de carne de frango, fornecedor por
excelência dos mais concorridos e rigorosos mercados. No
caso dos suínos, a eficiência genética do rebanho e a qualidade dos produtos a cada ano posicionam o Brasil em lugar de
mais destaque no panorama global.
Por isso, agora, em que uma nova safra brasileira de grãos acaba de ser recolhida, e em que os Estados Unidos se movimentam
para iniciar a colheita das suas lavouras, é no que acontecerá no
segundo semestre de 2013 que os produtores (assim como os suínos e as aves) estão de olho. O que se ouvir no mercado de
fornecimento de grãos é o que determinará o grau de
entusiasmo na reta final do ano e em 2014. E isso interessa não apenas aos produtores, mas também ao
consumidor final. Portanto, todos na torcida!
Boa leitura.
9
An eye on
the market
It is not the various livestock operations, including a variety of bird species,
and the Brazilian hogs, that count when it
comes to what is happening in the farms
throughout Brazil and the world. Maybe
present time poultry and pork producers are more interested in how the grain
crops fare than in the animals themselves.
Abundance – or, otherwise, shortages – of
soybean and corn, essential components in
livestock feed, have been determining factors for successful gains in weight by birds
and hogs and, ultimately, for the farmers to
10
earn profits from these businesses.
The past two years had in store harrowing experiences for the poultry and hogs
supply chains, in financial terms. Settling
the bills and balancing the ever-increasing costs, while keeping agribusiness sustainable, have turned into a very complex
challenge. The root of the problem lies in
the tight competition for the grains available in the global market.
Drought-stricken crops in the United
States, associated with problems in other
nations, resulted into tight supply. The
consequences translated into skyrocketing prices that go beyond the financial
conditions of the bird and pig breeders,
later affecting the industries, which were
forced to pass the higher costs onto the
consumers. The latter, in light of the soaring prices, frequently ended up opting for
some other kind of meat.
In the domestic scenario things were
quite the same. Smaller-than-expected
crop in South Brazil, home to the biggest
poultry and pig producing hub, the farmers had to resort to the Center-West, or oth-
Sílvio Ávila
er regions, for their inputs. Transportation
expenses had a great influence upon the
final production costs of the activity, a fact
that triggered the well known cost-related
domino effect.
Nevertheless, if the economic questions
were on every agenda of the meetings held by
the sector, inside the farm gates, as the saying
goes, the Brazilian supply chains, although
deeply entangled in the difficulties regarding
the feed question, made no secret of their unquestionable competence and competitive
skills. Neither in production terms, nor in the
fulfillment of market needs did Brazil fail to
make good on its commitments.
The performance levels are among the
best in the world, this is clear evidence that
the Country is firmly holding to its position as leading broiler meat exporter in the
world, a supplier par excellence of the most
alluring and discerning markets in the
world. In the case of pig meat, the efficiency
in herd genetic traits and product quality
has constantly been earning Brazil a prominent position in the global panorama.
Within this context, at a time when a
new Brazilian grain crop has just been
harvested, while the farmers in the United
States are about to begin their harvest operations, the producers (as well as the birds
and hogs) are keeping a watchful eye on
what the second half of 2013 has in store
for them. It is the way the grain market fares
that will determine the degree of enthusiasm for the final stretch of the year and for
2014. This is something that not only interests the producers, but the final consumers,
as well. Lets us hope for the best!
Happy reading!
11
PLANO AGRÍCOLA E
PECUÁRIO 2013/2014.
COMEÇAR COM CRÉDITO
É MUITO MAIS FÁCIL.
O Brasil é um dos líderes da
agropecuária no mundo, com recordes
de produção a cada ano. Praticamente
tudo o que os brasileiros consomem
passa pela cadeia produtiva do
agronegócio, o que movimenta a
economia e garante cerca de
30 milhões de empregos no país.
Parte da produção é exportada,
contribuindo significativamente para
a balança comercial. Por isso, investir
na agropecuária é investir no Brasil.
Com o Plano Agrícola e Pecuário
2013/2014, mais de 5 milhões de
propriedades rurais podem contar com
crédito para desenvolver a produção:
insumos, equipamentos, irrigação,
armazenagem e muito mais. E assim
continua o ciclo de crescimento.
R$ 136 BILHÕES PARA PLANTAR, COLHER E
GARANTIR ABASTECIMENTO. É MELHORIA DE
RENDA E MAIS ACESSO AO SEGURO RURAL.
INFORME-SE:
0800 704 1995 | AGRICULTURA.GOV.BR
FACEBOOK.COM/MINAGRICULTURA
Sílvio Ávila
14
duc
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rod
P r ução
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Aves
.P
Pés no
chão
Alto custo de
produção levou
o setor avícola a
diminuir o ritmo
de crescimento
em 2012, atento
às condições
de sustentação
da cadeia
Os avicultores brasileiros não ofertaram em 2012 o mesmo recorde
de 13,05 milhões de toneladas de carne de frango que tinham apresentado no ano anterior. A contragosto, os criadores tiveram que produzir menos para não contabilizar prejuízos ainda maiores, acarretados
especialmente pelo alto custo de produção. Com isso, o ano de 2012
fechou com volume de 12,645 milhões de toneladas de carne de frango obtidas no setor, 3,17% a menos do que o total obtido em 2011, de
acordo com a União Brasileira de Avicultura (Ubabef), que completou
50 anos de atuação em 2013.
A queda no desempenho do segmento foi reflexo da disparada dos
preços do milho e da soja, que representam os principais gastos na produção de aves. No Paraná, por exemplo, o custo subiu 39,48% em 2012,
conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves, de concórdia (SC).
Além desse impacto, os avicultores e as agroindústrias enfrentaram a ausência de crédito, resultando em demissões e paralisação de empresas.
O consumidor brasileiro é o principal cliente da avicultura nacional.
Inclusive, a demanda de carne de frango é superior à de carne suína e
bovina. No entanto, o consumo per capita de frango caiu para 45 quilos
por habitante em 2012, em decorrência da produção total menor no
ano. A maior média, de 47,4 quilos por pessoa ao ano, foi registrada em 2011. Na avaliação de representantes do setor, a
Agregar valor
necessidade interna do produto deve se manter instáUma
das metas para 2013, segundo Franvel nos próximos anos, atrelada ao crescimento da
cisco
Turra,
presidente da Ubabef, é avaliar a rentapopulação e da melhoria da renda no País.
bilidade dos negócios do setor por meio da agregação de
Os embarques de carne de frango, principal
valor aos produtos. Destaca que a avicultura brasileira atingiu
produto das exportações avícolas, também
patamares inéditos nos mercados interno e internacional, com
registraram pequena queda em 2012. Os enelevado consumo per capita, melhoria nos índices de consumo de
vios somaram 3,918 milhões de toneladas,
ovos e liderança internacional nas exportações de produtos avícolas.
0,6% a menos do que no ano anterior. A
“É chegada a hora, porém, de gerar mais receita com a produção da avireceita cambial totalizou US$ 7,703 bilhões,
cultura”, afirma.
6,7% menor do que o valor registrado em
Para o presidente da entidade, os caminhos da avicultura devem se vol2011. Em 2013, esse cenário se inverteu.
tar para o incremento em produtos industrializados, com mais tecnologia
Nos primeiros seis meses do ano, conforme
envolvida no processo. “Dessa forma, aumentaremos o já elevado núlevantamento da Ubabef, os envios foram
mero de empregos gerados pelo setor, agregaremos mais receita e
menores do que no mesmo período de 2012,
beneficiaremos não apenas as agroindústrias de aves e ovos mas
porém com receita superior.
também toda a cadeia fornecedora, com mais investimentos
As projeções da entidade eram de que a proem tecnologia”, projeta Turra. A carne de frango indusdução de carne de frango atingisse volume um
trializada correspondeu a 2% do total em 2012,
pouco menor ou semelhante ao de 2012. Já as exporsinalizando que tem muito espaço
tações poderiam superar em até 2% os embarques do
para avançar.
ano antecedente, impactadas pela menor competitividade
frente aos demais concorrentes.
15
Sílvio Ávila
Feet on
High production
costs induced the
poultry farming
sector to slow
down its growth
rhythm in 2012,
without overlooking
the supply chain’s
sustainability
conditions
16
In 2012, Brazilian poultry farmers fell short of the 13.05 million tons of broiler meat they had produced the previous year. Unwillingly, the farmers had to
reduce their production volumes so as to avoid even further losses, brought
about, in particular, by high production costs. Therefore, the year 2012 came
to a close with a total volume of 12.645 million tons of broiler meat, down
3.17% from the total achieved in 2011, according to sources from the Brazilian
Poultry Association (Ubabef), which turned 50 in 2013.
The poor performance of the sector was a direct consequence of the skyrocketing prices of corn and soybean, which represent the main broiler production costs. In the State of Paraná, for example, production costs went up
by 39.48% in 2012, according to a survey conducted by Embrapa Hogs and
Poultry, based in Concórdia (SC). Besides this impact, most poultry farmers
and agri-industries faced shortages related to credit lines, resulting into layoffs and companies interrupting their activities.
Brazilian consumers are major clients of the national poultry farming operations, to the point that demand for broiler meat has outstripped demand
for beef and pork. However, per capita consumption of broiler meat receded
to 45 kilos per person in 2012, mainly because of a smaller total production
in 2011. The highest average, 47.4 kilos per person a year, was registered in
the ground
2011. In the evaluation of sector representatives, domestic
Adding value
demand for broiler meat is likely to follow an unstable
One of the targets set for 2013, according to Frantrend over the coming years, chained to population
cisco Turra, president of Ubabef, consists in reckoning the
growth and per capita income in the Country.
profitability of the sector’s business by placing value-added prodThe shipments of broiler meat, major product
ucts in the market. He also recalls that Brazil’s poultry farming operaon the agenda of poultry exports, also declined
tions have conquered unprecedented positions both at home and abroad,
in 2012. Exports amounted to 3.918 million
with high per capita consumption, soaring egg consumption and internatons, down 0.6% from the previous year. Revtional leadership in the shipment of poultry products. “Nonetheless, the time
enue reached a total of US$ 7.703 billion, down
has come for the generation of more income from poultry products”, Turra said.
6.7% from the total earned in 2011. In 2013, this
The president of the entity has it that the tracks to be followed by the chicken
scenario experienced a reversal. In the first six
farming sector should be more focused on industrialized products, with more
months of the year, Ubabef sources confirmed,
technology employed in the process. “This would increase even further the
shipments abroad did not keep pace with the
high number of jobs generated by the sector, while bringing in more revsame period in 2012, but revenue soared.
enue and benefit not only the supply chains of eggs and birds but
The entity had projected smaller production
the entire sector, through investments in technology”, Turra
of broiler meat volumes or, at most, similar to 2012,
projected. Industrialized broiler meat accounted for only
while exports could outstrip by up to 2% the ship2% of the total in 2012, signaling much room for
ments of the previous year, impacted by weaker competiadvances in the future.
tiveness against other competitors.
17
Um pequeno
18
Avicultura brasileira
registrou queda
de 3,17% na
produção de carne
de frango em
2012 e paralisa
a trajetória de
crescimento que
vinha mantendo
Desde o ano de 2000, a avicultura
brasileira vinha registrando acréscimos
constantes no volume produzido. Mas
essa desenvoltura não se repetiu em
2012, quando a produção foi menor do
que a verificada no ano anterior. O principal produto avícola, a carne de frango,
totalizou 12,645 milhões de toneladas
em 2012, 3,17% a menos do que o produzido no ano antecedente, de acordo com
a União Brasileira de Avicultura (Ubabef).
O desempenho nacional saltou de 5,98
milhões de toneladas de carne de frango
em 2000 para 13,05 milhões de toneladas
do produto em 2011.
Provavelmente, a escalada de crescimento teria continuado se o setor não tivesse se deparado com a alta inesperada
dos preços do milho e da soja, principais
componentes do alimento das aves. A
Ubabef apontou que no primeiro semestre de 2012 os preços da soja subiram 80%
e os do milho avançaram 40% no Brasil.
Os dois insumos representavam mais de
60% do custo total de produção da avicultura. No referido período, a valorização
dos dois insumos atingiu níveis recordes
no mercado internacional, em decorrência da seca que provocou quebra da safra
de grãos norte-americana.
“As margens de ganho do setor no
Brasil oscilam em 4% a 5%”, declarou
Francisco Turra, presidente da Ubabef.
Em agosto de 2012, a entidade informou
que no mês anterior a produção teve redução de 10% na média mensal de 1,1
milhão de toneladas de carne de frango.
Na ocasião, algumas empresas também
anunciaram que iriam repassar parte
dos custos mais elevados aos preços dos
Inor Ag. Assmann
tropeço
produtos. Para complicar ainda mais a situação, os avicultores e as agroindústrias
enfrentaram a restrição de crédito. Diversas empresas paralisaram as atividades e
demitiram trabalhadores.
“A avicultura enfrentou a maior crise de sua história em 2012. E as consequências só não foram piores porque
estamos falando de um setor muito
sólido”, relatou Turra. Observou que
os produtos avícolas mantiveram seus
atributos de qualidade, sanidade e sustentabilidade. Pelo menos, os avicultores que apostam na criação de perus tiveram um 2012 favorável ao negócio. O
balanço anual da Ubabef demonstrou
que a produção de carne dessa ave somou 442 mil toneladas, com avanço de
44,8% sobre o volume de 2011. Da mesma forma, a contagem de ovos totalizou 31,7 bilhões de unidades em 2012,
registrando pequeno aumento de 0,7%.
Em relação ao número de animais
abatidos, o Brasil contabilizou 5,02 bilhões de cabeças de frango em 2012,
2,84% aquém das 5,17 bilhões de cabeças verificadas no ano anterior, conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa). No entanto, o
Brasil não retrocedeu perante o desempenho mundial; manteve-se nos postos
de terceiro maior produtor de carne de
frango do mundo e de maior exportador do produto. Volumes superiores de
produção foram registrados nos Estados Unidos, com 16,476 milhões de toneladas, e na China, com 13,7 milhões
de toneladas. O abastecimento global
fechou em 82,317 milhões de toneladas
do produto.
19
A minor
stumble
Brazilian chicken
industry reported
a 3.17-percent
drop in broiler
meat production
in 2012 and
its long-term
growth trajectory
has come to a
standstill
20
Since the year 2000, poultry production in Brazil has been constantly growing
in volume. This performance, nonetheless, experienced a decline in 2012, when
the output was smaller from the previous
year. The main poultry product, broiler
meat, totaled 12.645 million tons in 2012,
down 3.17 percent from the amount produced the previous year, Brazilian Poultry
Association (Ubabef) sources said. National performance jumped from 5.98 million
tons of broiler meat in 2000 to 13.05 million tons in 2011.
It is very likely that the growth trajectory
would have continued if the sector had not
been affected by the unexpected increase in
the prices of corn and soybean, basic components of poultry feed. Ubabef sources
said soybean prices soared by 80% over the
first half of 2012, while corn prices rose 40%
throughout Brazil. The two inputs account
for upwards of 60 percent of the total production cost of poultry farming. During the
period in question, prices of the two inputs
skyrocketed to record highs in the international marketplace, as a result of the prolonged drought in the United, which took a
heavy toll on the corn crop in that country.
“The profit margins of the sector in Brazil oscillate from 4% to 5%”, Ubabef president Francisco Turra said. In August 2012,
the entity informed that in the previous
month production was down 10% from
the monthly average of 1.1 million tons of
broiler meat. On that occasion, some companies announced they would pass on to
Sílvio Ávila
consumers the higher costs of the products. To make things even worse, the poultry farmers and the agro-industries faced
credit restrictions. Some companies simply
closed down and laid-off their employees.
“The chicken industry faced its biggest
crisis on record in 2012. And the consequences could have been far worse if the
poultry segments were not very solid”,
Turra admitted. He equally observed that
all poultry products held onto their quality, sanitary and sustainability attributes.
The lucky farmers were the ones who bet on
turkey farming, seeing that 2012 was a very
favorable year for that activity. Ubabef’s
annual report demonstrated that the production of turkey meat amounted to 442
thousand tons, up 44.8% from the volume
produced in 2011. Likewise, the number of
eggs totaled 31.7 billion pieces in 2012, up
0.7% from the previous year.
With regard to the number of birds
slaughtered, in Brazil it reached 5.02 billion
broilers in 2012, down 2.84% from the 5.17
billion in the previous year, from figures
released by the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA). Nevertheless, Brazil suffered no setback with regard
to its international performance; the Country still ranked as third largest global producer of chickens and leading exporter of
chicken meat. Bigger production volumes
were registered in the United States, with
16.476 million tons, and in China, with 13.7
million tons. Global supplies reached a total
of 82.317 million tons of the product.
GALETINHO • Broiler
Produção de carne de frango
(milhões de toneladas)
Ano
Volume
2013*12,6
201212,65
201113,05
201012,23
200910,98
Fonte: Ubabef
* Volume estimado em julho de 2013.
21
Levantando
ORIGEM • Origin
Inor Ag. Assmann
Participação no abate de
frango em 2012
22
Paraná30,39%
Santa Catarina
17,29%
Rio Grande do Sul
14,12%
São Paulo
12,86%
Minas Gerais
7,20%
Goiás6,45%
Mato Grosso
4,73%
Mato Grosso do Sul
2,80%
Distrito Federal
1,63%
Outros2,54%
Fonte: Ubabef/Mapa – Abates com SIF (Sistema
de Inspeção Federal).
MOVIMENTO • Operation
Abate de frango (cabeças)
Ano
Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul
Brasil
20121.403.522.683
886.267.340
721.005.559 5.026.011.824
20111.391.662.550
939.376.172
782.220.827 5.173.359.093
Fonte: Sindiavipar/Mapa.
voo
No mapa da avicultura brasileira,
o maior produtor de carne é o Paraná.
Os avicultores paranaenses abateram
1,403 bilhão de cabeças de frangos em
2012, 0,85% a mais do que no ano anterior, conforme dados do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa). O volume representou 30,39% do
total abatido no País. O Estado obteve desempenho positivo mesmo num ano em
que a avicultura nacional registrou queda de 2,84% sobre o total de 5,26 bilhões
de cabeças de frango abatidas. Também
participaram da produção os estados de
Santa Catarina (17,29%), Rio Grande do
Sul (14,12%), São Paulo (12,86%) e Minas
Gerais (7,2%). Só os três estados do Sul
contribuíram com 61,8% do total.
Os avicultores brasileiros reduziram
os abates em 2012 porque o custo para
produzir aumentou muito, em decorrência dos preços altos do milho e da soja,
principais ingredientes da alimentação
animal. Para Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos
Avícolas do
Estado
Mais oferta
do
Em Santa Catarina foram abatidos
886,267 milhões de frangos em 2012. É o segundo
maior produtor do País, com participação de 17,29% do total
abatido. “A nossa avicultura continua sendo desafiada principalmente nos aspectos que abalam nossa competitividade, seja nos preços das matérias-primas ou nos custos logísticos”, destaca Clever Pirola,
presidente da Associação Catarinense de Avicultura (Acav). Em sua avaliação,
a atividade tende a continuar mantendo o Estado entre os líderes, mas acredita
que será necessário evoluir no Plano Estratégico 2050.
Já a terceira posição do ranking nacional é ocupada pelo Rio Grande do Sul,
onde foram abatidos 721,005 milhões de frangos em 2012. Esse Estado respondeu por 14,35% do total de frangos abatidos no País. Em 2012, o avicultor gaúcho
enfrentou sérios problemas de abastecimento. “Os estoques públicos ficaram
em níveis insuficientes e as políticas de comercialização ou de escoamento de grãos esbarraram na deficiência logística do País”, destaca Nestor
Freiberger, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
Segundo ele, o setor comprou milho a preços altos, entre R$
32,00 e R$ 35,00 pelo saco, o que afetou diretamente
o custo de produção.
O Paraná, maior
produtor e
exportador de
carne de frango
do País, venceu
as dificuldades
e encerrou
2012 com
desempenhos
positivos
Paraná (Sindiavipar), os paranaenses só
conseguiram atravessar a turbulência da
crise por causa da organização da cadeia
produtiva. De outra parte, o Estado prevê crescimento positivo para o segmento a longo prazo. “A carne de frango é a
proteína mais consumida e acessível ao
brasileiro e isso é de extrema importância para a recuperação do setor”, destaca.
O Paraná também foi responsável pelo
maior volume de carne de frango exportado em 2012, respondendo por 28,7% do
total. Foi seguido pelos estados de Santa
Catarina (26,1%), Rio Grande do Sul (18,5%)
e São Paulo (7%). O País exportou 3,981
milhões de toneladas de carne de frango,
0,6% a menos do que em 2011, segundo a
União Brasileira de Avicultura (Ubabef). O
setor paranaense embarcou 1,12 milhão
de toneladas do produto em 2012, 7% acima do volume do ano anterior. A receita
obtida foi de US$ 2,04 bilhões, 1,12% a menos do que em 2011, conforme a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
De acordo com Martins, o desempenho das vendas externas também foi
agravado pela crise europeia. “Até exportamos mais. Porém, foram cortes de frango mais baratos. Trata-se de adequação
do mercado à crise econômica pela qual
os principais importadores estavam atravessando”, esclarece. Atualmente, o Estado negocia com mais de 130 países
em todo o mundo.
Na lista dos 10 principais destinos estão países do Oriente Médio,
além de China, Japão, Holanda,
Hong Kong, África do Sul e Alemanha. “Produzimos a melhor
proteína animal do mundo, que
atinge todas as camadas sociais, e
não temos complicador cultural ou
religioso, como é o caso das carnes
suínas e bovina, ou barreira financeira, como é o caso dos peixes”, compara.
23
Taking
off
Paraná, largest
producer and
exporter of broiler
meat in Brazil,
surmounted its
difficulties and
celebrated positive
performances
in 2012
On the Brazilian poultry farming map,
the biggest producer of meat is the State
of Paraná. The poultry raisers in Paraná
slaughtered 1.403 billion broilers in 2012,
up 0.85% from the previous year, from data
furnished by the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa). The volume
represented 30.39% of total slaughterings in
the Country. The State fared positively in a
year when the national poultry raising operations registered a decrease of 2.84% over
the total number of 5.26 billion broilers sent
to the slaughterhouse. Other States with a
share in the chicken raising business were
Santa Catarina (17.29%), Rio Grande do Sul
(14.12%), São Paulo (12.86%) and Minas
Gerais (7.2%). The three southern states alone contributed with
61.8% of
Plenty of supply
the toIn Santa Catarina, a total of 886.267 miltal.
lion broilers were slaughtered in 2012. It is the second
largest producer in the Country, with a share of 17.29% of the
total. “Our poultry raising business is still facing challenges, especially
with regards to factors that adversely affect our competitiveness, whether
stemming from high raw material costs or from logistic hurdles”, says Clever
Pirola, president of the Santa Catarina State Poultry Farming Association (Acav).
In his view, the activity tends to keep the State among the leaders, but he understands that there is need to evolve with regard to the 2050 Strategic Plan, relying on
support from private and public sectors.
Rio Grande do Sul ranks third in national production volumes, and 721.005 million chickens were slaughtered in 2012. The State accounted for 14.35% of all broilers
slaughtered in the Country. In 2012, most chicken farmers faced serious supply problems throughout the State. “Ending stocks plummeted and grain shipment and
trade policies suffered greatly from the Country’s logistic hurdles”, comments
Nestor Freiberger, president of the Rio Grande do Sul State Aviculture Association (Asgav). According to him, the sector purchased corn at
high prices, ranging from R$ 32.00 to R$ 35.00 a sack, with
direct reverberations on production costs.
24
Brazilian chicken raisers reduced their
slaughter rates in 2012 because of skyrocketing production costs which, in turn, had
been triggered by high soybean and corn
prices, main ingredients in animal feed.
Domingos Martins, president of the Paraná
State Agriculture Products Industries Union
(Sindiavipar), maintains that chicken raisers in Paraná managed to come out of the
turbulent crisis unscathed because of their
well organized supply chain. On the other
hand, the State anticipates positive growth
rates for the segment in the long run.
“Chicken meat is the most consumed and
most affordable protein in Brazil and this
plays a very important role for the recovery
of the sector”, he argues.
The State of Paraná was also responsible
for the largest volume of broiler meat exported in 2012, accounting for 28.7% of the
total. It was followed by the States of Santa
Catarina (26.1%), Rio Grande do Sul (18.5%)
and São Paulo (7%). The Country exported
3.981 million tons of chicken meat, down
0.6% from 2011, sources from the Brazilian
Poultry Association (Ubabef) said. Paraná
alone shipped 1.12 million tons of the broiler
meat to other countries in 2012, up 7% from
the previous year. Revenue from the shipments amounted to US$ 2.04 billion, down
1.12% from 2011, according to the Brazilian
Secretariat of Foreign Trade (Secex).
According to Martins, the performance
of Brazil’s foreign sales was also adversely
affected by the European crisis. “We even
exported more, but mostly cheap broiler
cuts. It is a matter of adjusting the market
to the economic crisis all our major importers were experiencing”, he clarifies.
Currently, the State is engaged in business negotiations with upwards of 130
countries around the globe.
The list of the 10 main destinations includes countries in the Middle East, China,
Japan, Holland, Hong Kong, South Africa
and Germany. “We produce the best animal
protein in the world, and it reaches all social
classes, and we do not have any religious or
cultural complicating factor, as is the case of
bovine and pig meat, or financial barrier, as
is the case of fish”, he compares.
26
Inor Ag. Assmann
O lucro se
esfarelou
Cadeia produtiva
da avicultura
amargou queda
de produção
e de renda
em 2012, em
decorrência da
alta nas cotações
dos grãos
usados na ração
Alimentar as aves em 2012, em vez de
ser motivo de satisfação, foi momento de
frustração para os avicultores brasileiros.
Os gastos necessários para criar os animais
aumentaram 39,38% em 2012, conforme
apontou o Índice de Custo de Produção
do Frango (ICPFrango), elaborado mensalmente pela Embrapa Suínos e Aves, de
Concórdia (SC). O ICPFrango tem por base
os custos de criação no Estado do Paraná,
maior produtor nacional de frangos. O índice abrange os investimentos referentes
a alimentação animal, pinto de um dia,
mão de obra, instalações e equipamentos
e transporte, entre outros.
“Os preços do farelo e do óleo de soja
foram os grandes vilões do custo de produção de frango em 2012”, aponta Jonas dos Santos
Filho, analista
da EmAlternativas
bra“A crise dos grãos deixou algumas lições para os anos futuros”, salienta Jonas dos Santos
Filho, analista da Embrapa Suínos e Aves. A principal é que
os três estados do Sul precisam encontrar um meio para utilizar
os mais de 4 milhões de hectares aptos e abertos para o cultivo e que
ficam desocupados durante o inverno. Uma das possibilidades é o plantio
de culturas típicas dessa estação, como trigo, cevada ou centeio, que são aptas
à alimentação dos animais. Conforme ele, a pesquisa zootécnica já confirmou a
viabilidade técnica e econômica da utilização deste cereais, que ocorre em larga
escala em diversos países. “É que os baixos preços do milho vinham tornando
estes produtos economicamente inviáveis para outro uso”, explica.
Em relação ao mercado internacional, o analista da Embrapa frisa que a
competitividade brasileira vem sendo colocada em xeque. Em sua avaliação, nos últimos anos o País perdeu competitividade frente à produção
americana de frangos e de suínos com o crescimento da utilização
do DDGS (Dried Distiller’s Grains with Solubres), subproduto
da produção de álcool de milho, nos Estados Unidos; o
aumento do custo de mão de obra no Brasil e
a alta dos preços do farelo de soja.
pa Suínos e Aves. A soma da alta dos
preços do complexo soja (óleo e farelo) e
do aumento no valor do milho, ainda que
menos expressivo, resultaram em acréscimo de 37,81% no preço da ração em
2012. “Este percentual só não foi maior
devido à grande oferta de milho no mercado interno”, acrescenta. O cenário das
cotações internacionais de milho e de
soja foi alterado pela seca que atingiu os
Estados Unidos, maior fornecedor destes
grãos. O déficit de soja no mundo ainda
foi ampliado pela seca no Sul do Brasil e
na Argentina.
Em contrapartida, a remuneração pelos produtos avícolas teve incremento no
varejo na ordem de 15,98% e 7,41% para
o frango inteiro e em pedaços, respectivamente, destaca Jonas. “Estes números
demonstram que a rentabilidade no setor paranaense foi bastante comprometida e, assim, grande parte do aumento no
custo total do frango foi subtraído do seu
lucro”, avalia.
A produção de frango havia começado 2012 com crescimento. No entanto,
mudou rapidamente o comportamento,
ajustando-se às condições impostas pelo
mercado já nos primeiros meses do ano.
De acordo com Jonas, uma das medidas
que contribuiu para não afetar ainda mais
o desempenho econômico da avicultura em 2012 foi a redução expressiva da
disponibilidade interna. O resultado também foi favorecido pelo crescimento das
exportações do produto no período e
pela variação cambial positiva, que beneficiou a renda em reais proveniente
dos embarques externos.
Para Jonas, o ano de 2013 seguia
ainda pressionado pelo preço do milho. Somente no segundo semestre,
quando a produção americana chegasse ao mercado, este iria se ajustar.
No caso da soja, o cenário se mostrava
melhor já nos primeiros seis meses de
2013. “O elevado consumo brasileiro de
proteína animal e a instabilidade do mercado internacional não devem permitir
grandes evoluções da demanda, e é bom a
oferta se manter estável”, conclui.
27
Inor Ag. Assmann
Profits
crumbled
Poultry supply
chain suffered
losses in
production and
income in 2012, as
a result of higher
maize and soybean
prices, major
components of
livestock feed
Alternatives
“The grain crisis passed on some lessons to
future years”, Embrapa Hogs and Poultry analyst Jonas
dos Santos Filho said. One of them is that the three southern states
of Brazil need to come up with a manner to put to good use the 4 million
arable hectares lying barren during the winter. Viable alternatives could be
typical winter crops, such as wheat, barley or rye, all of them make good animal food. In his view, zootechnical research works have already confirmed the
technical and economic viability of the use of these cereals, which is already occurring in different countries. “The fact is, the low prices fetched by corn had been
making the other crops economically unviable for other uses”, Santos explained.
With regard to the international market, the Embrapa analyst maintains
that Brazil’s competitiveness is being challenged. In his view, over the past
years the Country lost competitiveness to the North-American broiler
and pork exports. A fact that is primarily attributed to the soaring use
of the DDGS (Dried Distillers Grains with Soluble), a by-product
from corn-based alcohol in the United States; along with
higher labor costs in Brazil and soaring prices
fetched by soybean meal.
28
Feeding birds in 2012, instead of bringing satisfaction, turned into moments of
frustration for the Brazilian poultry farmers. All the necessary expenses for feeding
the birds soared by 39.38% in 2012, according to the Broiler Production Cost Index
(ICPFrango, in the Portuguese acronym),
reckoned by Embrapa Hogs and Poultry, of
Concórdia (SC), on a monthly basis. The ICPFrango takes into consideration the production costs in the State of Paraná, national
leading broiler producer. The index encompasses all investments related to bird
food, day old baby chickens, labor, facilities,
equipment and transport, among others.
“Meal and soybean oil prices were the
culprits in the cost for producing broilers
2012”, Embrapa Hogs and Poultry analyst
Santos Filho said. The sum of the higher
prices of the soybean complex (oil and
meal), along with higher maize prices,
though less expressive, resulted into an increase of 37.81% in feed prices in 2012. “This
percentage could have been much bigger
had there not been huge supplies of corn in
the domestic market”, Santos Filho added.
Maize and soybean prices in the international marketplace were greatly influenced
by the prolonged drought that hit the United States, leading supplier of the kernel. The
soybean deficit around the world was further impaired by the drought conditions in
South Brazil and Argentina.
On the other hand, retail prices of poultry products soared by 15.98% and 7.41%
for whole broilers and broiler cuts, respectively,” Santos Filho said. “The figures attest that the profitability of the sector in the
state of Paraná was greatly impaired and,
therefore, a big portion of the higher broiler
production costs was subtracted from the
profits”, he comments.
Broiler production had got off to a
good start in 2012, but the trend had to be
changed quickly in an attempt to adapt
to the conditions imposed by the market,
in the early months of the year. According
to Santos Filho, one of the factors that pre-
vented the economic performance of the
broiler sector from being affected even further in 2012 was the expressive reduction
in domestic supplies. The result also took
advantage of rising exports of broiler meat
and of the positive exchange rate variation,
which boosted the income in the Brazilian
currency, since exports are always negotiated in dollar terms.
In the opinion of the Embrapa analyst,
2013 was a year still reaping the consequences of higher corn prices. Only in the
second half of the year, once the NorthAmerican corn has reached the market, prices are supposed to adjust, he said. In the case
of soybean, the scenario looked much more
promising since the early days in 2013. “The
high consumption volume of animal protein in Brazil, along with a feeling of instability running rampant in the international
market, are factors that should curb any
evolution in demand, and it will not be such
a bad thing, after all, should prices continue
stable”, the analyst concluded.
A favor da
corrente
Inor Ag. Assmann
Na corrida da produção mundial de carne de frango, estadunidenses, chineses
e brasileiros permanecem no pódio como os maiores produtores. Em 2012, os Estados Unidos mantiveram a liderança, com 16,476 milhões de toneladas, seguidos da
China, com 13,7 milhões de toneladas; e do Brasil, que produziu 12,645 milhões de
toneladas.
De acordo com o relatório anual da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), entre os maiores importadores, o Japão surge como o principal. Para o país asiático
foram encaminhadas 855 mil toneladas. A Arábia Saudita, segundo maior importador, adquiriu 750 mil toneladas, seguida da União Europeia, que consumiu 630
mil toneladas.
Na exportação mundial, o Brasil se manteve no topo com 3,918 milhões de toneladas de carne de frango em 2012. Os Estados Unidos vieram em seguida, com venda
de 3,211 milhões de toneladas a outros países. No ranking dos principais exportadores, União Europeia (1,080 milhões de toneladas), Tailândia (540 mil toneladas) e
China (400 mil toneladas) também marcaram presença no período.
Segundo projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA),
as exportações globais de aves devem crescer 2,2%, especialmente junto aos pequenos exportadores (com alta de 9%). Para as vendas externas do ovo brasileiro, a
expectativa é de expansão de 3% no volume.
Dados divulgados pelo órgão no início de 2013 revelam que 152
países importaram carne de frango dos EUA em 2012, o segundo maior exportador mundial. A produção global de frango,
por sua vez, deve registrar acréscimo de aproximadamente 1,4%. As estimativas são de que sejam obtidas, no total, 83,5 milhões de toneladas de carne de frango. Em
2012, os países produtores somaram 82,317 milhões
de toneladas.
De forma geral, a oferta mundial de carnes deve
ser tímida em 2013. Conforme a Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
(FAO), a produção global deve apresentar crescimento modesto, de apenas 1,4%, atingindo total de
308,2 milhões de toneladas. O número representaria
alta de 4,3 milhões de toneladas em relação a 2012.
No Brasil, apesar dos custos de produção gerados pelos problemas logísticos para escoamento da produção no
mercado interno e nas exportações, a produção de aves e de
ovos é bastante competitiva e reconhecida no mercado internacional.
30
Crescimento
da produção
global de carne
de frango deve
ser pequena em
2013, mas as
oportunidades são
promissoras para
o setor no Brasil
Downwind
In the global broiler meat competition,
the United States, China and Brazil are
standing on the podium as major producers. In 2012, the United States held firmly to
its leadership position, with 16.476 million
tons, followed by China, with13.7 million
tons; and Brazil, where production reached
12.645 million tons.
According to the annual report by the
Brazilian Poultry Association (Ubabef),
among all importers, Japan ranks as number one. Shipments to this Asian country
amounted to 855 thousand tons. Saudi
Arabia, second biggest importer, acquired
750 thousand tons, followed by the European Union, with 630 thousand tons.
In global exports, Brazil ranked first with
3.918 million tons of broiler meat in 2012.The
United States came next, with 3.211 million
tons shipped to other countries. The
number of major exporters over
the period included
other relevant
players: the
European
Union (1.080
million tons),
Thailand (540
thousand tons)
and China (400
thousand tons).
According to
projections by the
United States Department of Agriculture
(USDA), global chicken
exports should soar 2.2%,
especially because of higher
exports by small-scale exporters (up
9%). Brazil’s foreign sales of eggs are estimated to soar 3% in volume.
Data released by the organ in early 2011
refer to 152 countries that imported broiler
meat from the United States in 2012, second largest global exporter. Global broiler
production, in turn, should increase by approximately 1.4%. Estimates reckon global
broiler meat production at 83.5 million tons.
In 2012, the producing countries reached a
total volume of 82.317 million tons.
By and large, global meat supplies are
supposed to keep a low profile in 2013.
Sources from the Food and Agriculture
Organization of the United Nations (FAO)
have it that global production should increase no more than 1.4%, reaching a total
of 308.2 million tons. This would represent
an increase of 4.3 million tons over the total
in 2012.
In Brazil, notwithstanding the production costs generated by logistic variables
for inland shipments of the product, which
also holds true for exports, chicken and egg
production are rather competitive, and acknowledged as such by the international
market.
Global growth
in broiler meat
production in
2013 should be
negligible, but
opportunities for
the sector in Brazil
look promising
PRATO GLOBAL • Global output
Produção mundial de carne de frango em 2012
País
Volume (mil toneladas)
Estados Unidos
16.476
China13.700
Brasil12.645
União Europeia
9.480
Índia3.160
Outros26.856
Total82.317
Fonte: USDA/Ubabef.
31
Bons planos
Robispierre Giuliani
Plano Agrícola e
Pecuário (PAP),
lançado pelo
governo federal,
prevê medidas
otimistas para a
avicultura brasileira,
com várias
modalidades
32
Anunciado no início de junho, o Plano
Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/14 é o mais
abrangente e maior em volume financeiro
já lançado no Brasil. Com isso, o setor de aves
também comemora a possibilidade de novos investimentos, com recursos destinados
ao armazenamento de grãos e a tecnologias
inovadoras, por exemplo.
Somente por meio do Inovagro
– programa instituído pelo PAP
2013/14 para a atualização de
estruturas produtivas – devem
ser destinados recursos na ordem de R$ 350 milhões para a
modernização de granjas do
setor avícola. Segundo o presidente da União Brasileira
de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra, no momento é
preciso trabalhar para que o recurso não fique parado em burocracias governamentais e de instituições financeiras.
Com o montante, espera-se que grande
parte das granjas com estrutura mais defasa-
da, especialmente em estados do Sul do País,
recupere seus níveis de produtividade, contribuindo para a competitividade da cadeia
produtiva, ressalta Turra.
Enquanto isso, para incentivar o consumo de carne de frango e promover o setor,
algumas entidades têm apostado nas redes
sociais. Em 2013, a Ubabef lançou, em abril,
a fanpage Amo Frango, no Facebook (facebook.com/amofrango). Por meio dela, lideranças pretendem esclarecer os consumidores sobre mitos e vantagens do frango e
promover o aumento do consumo da carne.
A iniciativa conta com uma série de
ações especiais para despertar a atenção
do público com ideias novas sobre o produto, tão popular na mesa do brasileiro.
Usando a criatividade, a nova
página disponibiliza conteúdo
útil e
divertido que visa, também, estimular
adeptos e curiosos da culinária.
Além de receitas rápidas, vídeos explicativos e ações interativas com o público do
site, a Amo Frango traz informações nutricionais e esclarece mitos, como o da adição
de hormônios em frangos. Um mês após
seu lançamento, a página somava 18 mil
curtidas. Em julho de 2013 já eram mais de
35.800 mil apreciadores.
De acordo com Francisco Turra, a
fanpage faz parte de um conjunto de iniciativas que a entidade promoverá para
fomentar o consumo de produtos avícolas. “O brasileiro já apresenta um elevado
consumo per capita de carne de aves, assim como razoável consumo de ovos”, enfatiza. “Mas ainda há espaço para crescer
no mercado interno, especialmente com
o novo perfil do consumidor, que busca
alimentos saudáveis e nutritivos.”
Good plans
Agriculture
and Livestock Plan
(ALP), launched by the
federal government
envisions encouraging
initiatives for Brazil’s
poultry farming
business, including
different options
Announced in early June, the 2013/14 Agriculture and Livestock Plan (ALP) is the
most comprehensive and largest in financial scope ever launched in Brazil. It makes
the bird segment celebrate the chance for new investments, with resources geared
towards grain warehousing facilities and innovative technology, for example.
Through the Inovagro – program set up by the 2013/14 ALP for upgrading
production structures - financial resources of approximately R$ 350 million will
be invested in modernizing poultry farms. In the words of the president of the Brazilian Poultry Association (Ubabef), Francisco Turra, at the moment much work is
needed so as to prevent these resources from stagnating in government bureaucracies or financial institutions.
With this amount, it is hoped that a big number of chicken farms with outdated structures, particularly in the southern states of Brazil, recover their productivity rates, thus contributing towards boosting the competitive edge of the supply
chain, Turra said.
In the meantime, with an eye towards promoting broiler meat consumption
and the sector itself, some entities have bet on social networking websites. In 2013,
for example, in April, Ubabef posted the fanpage Amo Frango (I Love Broiler) on (facebook.com/amofrango). Through it, leaderships are set
to keep consumers aware of some myths and advantages derived from broiler meat, while promoting the consumption
of this protein.
The initiative relies on a series of special actions intended to capture the attention of the public with new
ideas on this very popular product present on the Brazilian
kitchen tables. Resorting to creativity, the new page offers an amusing
and useful content, which is also geared towards attracting people
keen on culinary innovations or just curious.
Besides simple recipes, explanatory videos and interactions
with the public of the site, Amo Frange features nutritional information and clarifies such myths as the addition of hormones
in broilers. A month after being launched, the page had already been accessed 18 thousand times. In the month of July
2013 accesses had reached 35,800 aficionados.
According to Francisco Turra, the fanpage is part of a
series of initiatives the entity is going to promote with the
idea or encouraging the consumption of poultry products.
“In Brazil, per capita consumption of bird meat is rather high,
and the same holds true for the consumption of eggs”, he emphasized. “Nevertheless, there is still much room for growth in the
domestic market, especially on the grounds of the new profile of the
consumers, who seek healthy and nutritious food”.
33
Robispierre Giuliani
Batendo
34
Sem crescimento maior da economia, não há perspectiva de
aumento expressivo na demanda de carne de frango no Brasil,
em 2013. À exceção da expansão do consumo por parte das classes C e D, ou ainda dos reflexos naturais da consolidação da carne
de frango como proteína animal nutritiva e saudável, as vendas
no mercado interno devem se manter estáveis.
Já no comércio internacional, a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) prevê algumas novidades. De acordo com a entidade, há espaço para ampliar os embarques. Por isso, foram
estabelecidas ações prioritárias de marketing internacional, em
iniciativas que abrangem 11 países.
No pacote de medidas estão previstas ações de manutenção
de mercado e qualificação das exportações, com a participação
em importantes feiras internacionais, e a realização de workshops
na França, Emirados Árabes Unidos, China, Japão e África do Sul.
Por outro lado, o setor vislumbra a concretização da abertura do
mercado da Índia e a abertura de novos mercados, como Nigéria e
Argélia, na África, e Indonésia, Malásia e Camboja, na Ásia.
Enquanto as estimativas da Ubabef preveem crescimento de
até 3%, em 2013, tanto na produção quanto nas exportações de
carne de frango, o Brasil mantém contatos com o México. Segundo o diretor de mercados da entidade, Ricardo Santin, a negociação, em andamento, já se encontra em fase final. Por enquanto, os
envolvidos analisam a proposta do acordo sanitário.
Em contato com os brasileiros, os mexicanos sinalizam com
intenção de adquirir carne de frango e ovos. No caso do frango, a
expectativa é de que o volume some, no total, 300 mil toneladas,
a serem fornecidas por exportadores brasileiros e de outros países. Conforme o presidente da Ubabef, Francisco Turra, o setor já
havia realizado tentativas de abrir o mercado mexicano. Porém,
esbarraram na existência de elevadas tarifas de importação e de
um acordo de livre comércio do país com os Estados Unidos.
Segundo estimativas, o mercado mexicano pode representar
a exportação de aproximadamente US$ 300 milhões somente
em carne de frango, tendo por base preço médio do produto inteiro e em cortes.
asas
De olho nas potencialidades
que o futuro reserva, a
avicultura brasileira planeja
as ações para aumentar
a sua presença no
mercado internacional
Spreading its
wings
With an eye towards
the potentialities that
the future has in store,
Brazilian poultry farming
business is planning
actions intended to
expand its presence
in the international
marketplace
Without any substantial economic growth, there are no
perspectives for substantial increases in the consumption of
broiler meat in Brazil, in 2013. With the exception of higher
consumption by classes C and D, or equally of the natural reflections stemming from the consolidation of broiler meat as
nutritious and healthy animal protein, sales in the domestic
market are poised to remain stable.
On the other hand, in the international market place, the
Brazilian Association of Pig Breeders (Ubabef) spots some
novelties. According to the entity, there is room for expanding
meat shipments abroad. To this end, international marketing
priorities were set up, initiatives that encompass 11 countries.
The package of measures includes efforts towards maintaining the market and qualifying our exports, with the
participation in relevant international fairs, while holding
workshops in countries like France, the United Arab Emirates,
China, Japan and South Africa. On the other hand, the sector
is spotting great chances for conquering the Indian market
and other new markets like Nigeria and Algeria in Africa; Indonesia, Malaysia and Cambodia, in Asia.
While Ubabef sources suggest an increase by up to 3%, in
2013, both in broiler meat production and exports, Brazil is
negotiating with Mexico. According to Ricardo Santin, market
director at the entity, the negotiation in question is now moving to its final phase. For the time being, the parties are analyzing an agreement focused on sanitary issues.
In their contacts with the Brazilian officials, Mexican merchants are signaling their intention of purchasing broiler
meat and eggs. In the case of broiler, the expectation is for the
shipment of a total volume of 300 thousand tons, to be supplied by Brazilian exporters and other parties. Ubabef president Francisco Turra recalls that this is not the first time the
sector attempted to conquer the Mexican market, but there
had always been hurdles in the way, such as high import tariffs and the free trade agreement with the United States.
According to estimates, the Mexican market could represent exports worth approximately US$ 300 million in broiler
meat alone, based on the average price of whole broilers
and cuts.
35
Sílvio Ávila
36
rke
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M
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a
d
M
o
a
.
s
Ave
Firme no
pódio
Redução de 5,5%
na receita das
exportações da
avicultura brasileira em
2012 não desanimou o
setor, que se manteve
com firmeza na
liderança mundial
Entre voos e escalas, o Brasil manteve a posição de maior exportador
mundial de carne de frango em 2012, apesar da redução verificada em
comparação com o ano anterior. De acordo com Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), o cenário positivo junto
ao mercado internacional comprovou a solidez do setor diante dos países
compradores. Além disso, o País ainda ocupa a terceira posição no ranking
de maiores produtores, atrás apenas de Estados Unidos e China.
A redução nas vendas externas foi uma das consequências da maior
crise vivida pela avicultura brasileira em sua história. Com isso, em 2012
as exportações de carnes de frango, peru, pato, ganso e outras aves, ovos
e material genético totalizaram US$ 8,362 bilhões. O número representa
redução de 5,5% em relação a 2011. Em volume, no entanto, foram 4,138
milhões de toneladas, com aumento de 0,5%.
Somente em carne de frango, principal produto das exportações avícolas brasileiras, os embarques somaram 3,918 milhões de toneladas em
2012, com redução de 0,6% em relação a 2011. A receita totalizou US$
7,703 bilhões, com queda de 6,7%.
O mix de vendas no mercado internacional foi
Pelo Mundo
desenhado por 55% de frango em cortes (2,143
Mesmo que os brasileiros sejam os
milhões de toneladas); 35% de frango inteiro
principais consumidores do frango produzido em ter(1,417 milhão de toneladas); 5% de frango
ritório nacional, o produto também faz sucesso na mesa de
salgado e 5% de frango processado. Os
diferentes povos. O Oriente Médio, por exemplo, permanece como o
embarques de frango industrializado
principal destino da carne de frango verde e amarela. Para a região foram
somaram 180 mil toneladas.
embarcadas 1,396 milhão de toneladas em 2012, com pequena retração, de
1,2%, conforme dados da União Brasileira de Avicultura (Ubabef).
Para a Ásia, as exportações somaram 1,137 milhão de toneladas, com redução de
0,5% sobre 2011. O terceiro maior mercado de destino em volumes, a África, recebeu
598 mil toneladas, com crescimento de 20%.
Já a União Europeia respondeu por compras de 448,4 mil toneladas, com redução de 8,2%. Para os países da Europa, extra UE, os embarques foram de 118 mil
toneladas em 2012, com crescimento de 10%. Já para os países das Américas, o
Brasil embarcou 216,7 mil toneladas, com retração de 25,2%. A Oceania, por
sua vez, adquiriu 2.188 toneladas (-22,2%).
Entre os estados brasileiros que tiveram maior participação nas exportações de carne de frango, Paraná e Santa Catarina surgiram
como os líderes, com 28,7% e 26,1%, respectivamente. O Rio
Grande do Sul respondeu por 18,5% dos embarques e São Paulo por 7%.
37
Standing on
Reduction of 5.5% in
exports of Brazilian
poultry products
in 2012 did not
discourage the sector,
which continued
holding on to its
leadership position
38
Alternating flights and stops, Brazil held firmly on to its leadership in global
broiler meat exports in 2012, despite a reduction in comparison with the previous
year. According to Francisco Turra, president of the Brazilian Poultry Association
(Ubabef), the shining scenario at the international market attested to the solid position of the sector before the purchasing countries. Furthermore, the Country is still
ranking as third largest producer, coming only after the United States and China.
The reduction in foreign sales was simply a consequence of the most serious
crisis ever experienced by the Brazilian poultry farming sector. This is why total
revenue raked in from exports of broiler meat, turkey, duck, goose and other birds,
along with shipments of eggs and genetic material totaled US$ 8.362 billion. The
number represents a reduction of 5.5% from 2011. In volume, nonetheless, it was
4.138 million tons, up 0.5% from the previous period.
Only in broiler meat, leading product of all Brazilian poultry exports, embargoes prevented the shipment of 3.918 million tons in 2012, down 0.6% from 2011.
Revenue amounted to US$ 7.703 billion, down 6.7% from the previous year.
The sales mix in the international market encompasses the following: 55% broiler
cuts (2.143 million tons); 35% whole broilers (1.417 million tons); 5% salted broiler and
5% processed broilers. Shipments of industrialized broilers totaled 180 thousand tons.
the podium
Throughout the world
Even though the Brazilians themselves are the biggest consumers of the broilers produced in the national territory, the product is also very successful on the kitchen tables of different
peoples. The Middle East, for example, is the main destination of Brazilian
broiler meat. Shipments to the region reached 1.396 million tons in 2012, representing a decline of only 1.2%, according to data released by the Brazilian Poultry
Association (Ubabef).
To Asia, exports amounted to 1.137 million tons, down 0.5% from 2011. The third
largest market in volume, Africa, received 598 thousand tons, representing an increase of 20%.
On the other hand, the European Union purchased 448.4 thousand tons, a decline of 8.2%. Shipments to Extra EC countries, in 2012 amounted to 118 thousand tons, up 10%. The countries of America purchased 216.7 thousand tons,
down 25.2%. Oceania, in turn, acquired 2,188 tons (-22.2%).
The Brazilian states that had the largest share in exports of broiler meat were Paraná and Santa Catarina, with 28.7% and
26.1%, respectively. Rio Grande do Sul accounted
for 18.5% of all shipments, and São
Paulo for 7%.
ALTOS VOOS • Flying high
Exportações de carne de
frango do Brasil
Ano
Volume (mil toneladas)
20083.646
20093.635
20103.820
20113.943
20123.918
Fonte: Relatório Anual 2013 da Ubabef.
SORTIMENTO • Varieties
Sílvio Ávila
Exportações brasileiras
por produto*
Cortes54,71%
Inteiros36,18%
Industrializados4,6%
Salgado4,51%
Fonte: Relatório Anual 2013 da Ubabef.
*Ano: 2012
39
A receita do
Exportações acumuladas
entre janeiro e maio de
2013 somavam 1,584
milhão de toneladas e receita
de US$ 3,46 bilhões,
com alta de 6%
Robispierre Giuliani
The
40
Exports January
through May
2013 reached a
total of 1.584 million
tons and brought
in revenue of
US$ 3.46 billion,
up 6% from the
previous year
sucesso
As receitas caprichadas preparadas
com aquele franguinho especial já conquistaram milhares de brasileiros. Enquanto os ingredientes dão o toque diferenciado aos pratos, lideranças do setor
confirmam o aumento de outra receita:
a das exportações. Conforme dados da
União Brasileira de Avicultura (Ubabef), a
alta foi de 6% no acumulado de 2013, ou
seja, de janeiro a maio. A soma chegou a
US$ 3,46 bilhões. Somente no mês de maio
o faturamento atingiu a US$ 766,4 milhões,
resultado próximo ao recorde histórico de
US$ 770 milhões obtido em abril de 2013
– apenas 0,4% inferior – e 6% maior em relação ao mesmo período de 2012.
Já em volume, no período de janeiro a maio, houve queda de 5,7%, com
1,584 milhão de toneladas exportadas.
Em maio a redução foi de 8,3% em com-
paração com o mesmo mês de 2012, com
343,9 mil toneladas embarcadas em 2013.
Conforme Francisco Turra, presidente da
Ubabef, o ritmo crescente, registrado nas
exportações de carne de frango em 2013,
foi mantido em março. Em sua avaliação,
o volume exportado em maio de 2012, de
375 mil toneladas, foi recorde para o setor
e atípico para o momento do ano. Por isso,
o índice de queda foi acentuado em 2013.
As reduções nos volumes importados
por mercados de longo relacionamento
com o setor exportador brasileiro, a exemplo de Japão e Arábia Saudita, influenciaram, em parte, nos resultados. No entanto, de acordo com Francisco Turra, esse
comportamento era esperado, pois, após
longo período com elevados níveis de embarques para estes mercados, os seus estoques possivelmente estavam altos.
recipe for
The special and adroitly prepared broiler meat dishes have conquered the palate of thousands of Brazilians. While the ingredients
impart a special touch to the dishes, leaderships of the sector confirm
the soaring trend of another source of income: exports. According to
data from the Brazilian Poultry Association (Ubabef), January through
May 2013 exports soared 6%. Revenue amounted to US$ 3.46 billion.
In May alone, shipments of the sector brought in US$ 766.4 million, a
result very close to the historical record of US$ 770 million achieved in
April 2013 – down 4% only – but up 6% from the same period in 2012.
In volume, January through May, there was a 5.7 percent decrease,
with 1.584 million tons exported. In May exports went down 8.3% from
the same month in 2012, with 343.9 thousand tons shipped in 2013.
According to Ubabef president Francisco Turra, the soaring rhythm of
broiler meat exports in 2013 continued through March this year. In his
view, the volume exported in May 2012, 375 thousand tons, was a record for the sector but atypical for the time of the year. That is why there
was a substantial drop in 2013.
Em relação ao incremento da receita,
Turra destaca o aumento das exportações
de carne salgada para a União Europeia.
“Estamos no período em que se encerra o
ano-cota (que define o volume total que
pode ser embarcado para aquele mercado em 12 meses), quando os embarques
para a Europa costumam apresentar elevações”, aponta.
O repasse tardio dos custos de produção, decorrentes da crise dos insumos de
2012, aos preços no mercado internacional também influenciou positivamente a
elevação na receita das exportações. “O
processo de assimilação da elevação de
custos no mercado internacional foi demorado, mas agora deverá perdurar para
compensar as perdas acumuladas pelas
empresas exportadoras em 2012”, afirma
o executivo.
success
The smaller volumes purchased by markets with a long lasting
relationship with Brazil’s export market, for example Japan and
Saudi Arabia, were partly responsible for this result. Nonetheless,
according to Francisco Turra, this behavior came as no surprise,
because after many years of hefty shipments to these markets, their
stocks were possible very high.
With regard to higher revenue, Turra recalls the bigger exports of salted meat to the European Union. “We are now going through the time
period that marks the end of the quota-year (which defines the total volume to be shipped to a specific market over the next 12 months), when
shipments to Europe usually consist of bigger volumes”, he comments.
The delay in passing the production costs, stemming from the
input crisis in 2012, to the international prices was also a positive
factor in the bigger revenues from exports. “It took a long time for
the international market to assimilate the higher costs, but should
continue to make up for the losses accumulated by the exporting
companies in 2012”, the executive director argues.
41
42
Robispierre Giuliani
gosto
Do total de carne de frango
produzido no Brasil em 2012,
69% foi destinado ao mercado
interno, o equivalente a 8,727
milhões de toneladas
Os brasileiros são os principais responsáveis pelo consumo dos
produtos da avicultura nacional. Dentre as três opções, a de frango
é mais consumida do que a de porco e a de gado. De toda a carne
de frango produzida em 2012, de 12,645 milhões de toneladas, 69%
foi direcionado ao mercado interno, num total de 8,727 milhões
de toneladas, conforme apontou a União Brasileira de Avicultura
(Ubabef). Os 31% restantes do volume produzido foram para a exportação. A produção total de carne de frango registrou queda de
3,17% em 2012, provocada pela alta nos preços do milho e da soja.
Com isso, também o consumo per capita, após ter alcançado
volume recorde de 47,4 quilos em 2011, retrocedeu para 45 quilos
por habitante no ano seguinte. Na avaliação do diretor de Mercados da Ubabef, Ricardo Santin, isso não significa que os brasileiros
deixaram de consumir os produtos em 2012, pois o setor sempre
mantém algum estoque do ano anterior. Porém, observou que
se notou pequena retração do consumo de alguns produtos com
maior valor agregado no segundo semestre de 2012, mais por temor à inflação do que por falta dos alimentos.
De acordo com Domingos Martins, presidente do Sindicato
das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), os avicultores diminuíram a margem de lucro em 2012,
além de reduzirem a contragosto o alojamento de pintos e
a produção, para não gerar excesso de oferta. “Diminuímos a quantidade para melhorar os preços dos
Cortes diversos
produtos, principalmente no exterior”, destaca
O gosto pelo frango nacional varia muiMartins, que também preside a Câmara de
to entre consumidores brasileiros e estrangeiros.
Mercado Interno da Ubabef.
A preferência nacional é por coxas e sobrecoxas. Essas
Até 2011, o Brasil registrava altas consepartes são consumidas por 55% dos brasileiros, conforme
cutivas no consumo e na produção de carapontou pesquisa da Ubabef em 2012. Enquanto isso, o corte
ne de frango. O volume per capita nacional
menos demandado é a tulipa (meio da asa). No exterior, conevoluiu de 33,81 quilos por habitante em
forme Domingos Martins, do Sindiavipar, a opção varia de acor2002 para 47,4 quilos em 2011. Na apredo com os hábitos de consumo e a cultura de cada País. Um
ciação de Martins, o acréscimo contínuo é
exemplo é o Japão, que compra o kakugiri (coxa e sobrecoxa
fruto direto dos investimentos feitos pela
desossadas e cortadas em cubos) e o meio da asa com coravicultura nacional em genética, manejo,
te transversal. Já Hong Kong e China demandam, entre
ambiência e sanidade. “Nesse contexto, o
outros cortes, a ponta da asa e o pé de frango. No
Paraná se destaca pelas excelentes condições
Oriente Médio, a perna e o peito desossados
fundiárias, geográficas, topográficas e climáti(Shawarma) são os preferidos.
cas”, acrescenta. Os paranaenses respondem pela
maior parcela de carne de frango produzida no País.
43
Conquering
Inor Ag. Assmann
Of the total amount
of chicken meat
produced in Brazil in
2012, the domestic
market consumed 69%,
equivalent to 8.727
million tons
44
Brazilians are the major consumers of all national poultry products.
Among the three options, broiler meat is more consumed than beef and
pork. Of the total amount of chicken meat produced in Brazil in 2012, 12.645
million tons, representing 69%, were directed towards the domestic market,
totaling 8.727 million tons, according to sources of the Brazilian Poultry Association (Ubabef). The remaining 31% of the volume were shipped abroad.
As far as total production goes, there was a 3.17 percent drop in 2012, and
the blame goes to the skyrocketing soybean and maize prices.
This also had an influence on per capita consumption, which, after
having reached a record volume of 47.4 kilos in 2011, receded to 45 kilos
per capita the following year. In the analysis by Ubabef Market Director Ricardo Santin, it does not mean that Brazilian people stopped consuming
chicken products in 2012, once the sector always stores certain amounts
from the previous year. However, he observed that there was a minor reduction in the consumption of certain products with higher added value,
in the second half of 2012, more for fear of inflation than for lack of food.
Domingos Martins,
president of the
the palate
Paraná State Aviculture Products Industries’ Union (Sindiavipar), maintains that the chicken farmers reduced their profit margins in 2012, besides unwillingly reducing the number of chickens they usually housed
and produced, so as to avoid generating surpluses. “We reduced our
quantity in order to boost the prices of our products, particularly in the
Various cuts
international marketplace”, says Martins, who also presides over
There is a big difference in preference for
Ubabef’s Internal Market Chamber.
broiler cuts between national and foreign consumUp to 2011, Brazil had been registering consecutive increases in
ers. Brazilians are keen on legs and leg quarters. These
the consumption of broiler meat. The national per capita volume
parts are consumed by 55% of the people, according to a surevolved from 33.81 kilos per person in 2002 to 47.4 kilos in 2011.
vey conducted by Ubabef officials in 2012. On the other hand, the
Martins has it that the continuous growth results directly from
least demanded part is the so-called chicken wing (middle wing).
the investments made by the national poultry farming sector in
Abroad, according to Domingos Martins, of Sindiavipar, options
national genetic enhancement initiatives, along with improvevary according to each country’s habits and culture. Japan is an
ments to management practices, and to the environment and
example, because Japanese people are very fond of kakugiri
sanitary status. “Within this context, Paraná occupies a promi(boneless leg and leg quarter, cut in the form of meat cubes)
nent position that reflects real estate conditions, topographand middle wing with a transversal cut. In Hong Kong and
ic features and climate conditions”, he adds. The
China the preference is for wing tips and chicken feet,
chicken raisers of Paraná account for
among other cuts. In the Middle East, boneless
the biggest share of all broiler meat
legs and chicken breast (Shawarma)
produced in Brazil.
are favorites.
PRATO FEITO • Dish
Consumo per capita de
carne de frango
Ano
kg/habitante/ano
2013*46,8
201245
201147,38
201044,09
200938,47
Fonte: Ubabef
* Estimativa – Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab).
45
Olho no
lance
Sílvio Ávila
Cadeia produtiva de aves
aposta no ganho de imagem
que os grandes eventos
esportivos previstos para o
Brasil poderão trazer ao setor
Os grandes eventos esportivos dos quais o
Brasil será sede em 2014 e em 2016, a Copa do
Mundo de Futebol e as Olimpíadas, respectivamente, abrirão oportunidades para a promoção
da imagem e da qualidade dos produtos da avicultura brasileira. Campeã mundial em exportações de frango, a cadeia produtiva brasileira desenvolverá ações por meio do Programa Brazilian
Chicken, parceria entre a União Brasileira de Avicultura (Ubabef) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil)
para a difusão do frango nos mercados mundiais.
Para o diretor de mercados da Ubabef, Ricardo Santin, o impacto destes eventos será positivo à imagem do setor. Ele traça o perfil dos
46
consumidores: “serão turistas com consumo
mais qualificado; portanto, farão as refeições em
hotéis e restaurantes, onde se usa produtos de
maior valor agregado da cadeia produtiva”, enfatiza. Segundo ele, não haverá impacto importante no consumo de aves e ovos, mas o ganho
de imagem, com ações concentradas de marketing para o setor, é incalculável.
As estratégias setoriais ainda não estão completamente definidas, mas o assunto está em pauta. As empresas associadas à Ubabef já investem
na promoção de suas marcas direcionadas aos
eventos. A Copa das Confederações, promovida
pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) em
junho de 2013, serviu de teste. A Jornada Mundial
Eyes on
the ball
Poultry supply chain intends to
improve its image from the sports
events to be hosted by Brazil
da Juventude, que reuniu milhares de jovens católicos no Brasil, com a presença do Papa Francisco,
também serviu para a exposição das marcas e, indiretamente, da cadeia produtiva.
O mote para a promoção da avicultura nos
grandes eventos que acontecerão no Brasil já está
definido: “levando saúde e alegria para o mundo”.
Hoje, o Brasil exporta frangos a 154 países por sua
competitividade e, também, pela qualidade. “Estamos aliando a isso o fato de o nosso povo ser receptivo e feliz, que é uma imagem muito positiva
no exterior”, comenta Santin. “Assim, mostramos
que os nossos produtos, oriundos de uma produção familiar e integrada, traduzem um pouco desse espírito brasileiro”, antecipa.
The major Sporting events to be hosted by Brazil in 2014 and in 2016, FIFA
World Cup and Olympic Games will, respectively, pave the way for improving
the image and quality of Brazil’s poultry products. World leader in broiler meat
exports, the Brazilian supply chain will conduct actions through the Brazilian
Chicken Program, consisting of a partnership between the Brazilian Poultry Association (Ubabef) and the Brazilian Agency for the Promotion of Exports and
Investments (Apex-Brasil) with the aim to make Brazilian broiler find their way
into the global markets.
Ubabef market director Ricardo Santin understands that the events will
have a positive impact upon the sector. He delineates the profile of the consumers: “They will be tourists with distinct eating habits; therefore, they will have
their meals in hotels or restaurants, where value added products from the supply chain are much used”, he explains. In his view, there will not be any significant impact upon the consumption of eggs and chicken, but the gain in image,
through concerted marketing moves, will be incalculable for the sector.
Sectoral strategies still need to be defined, and the subject continues high
on the agenda. Companies associated with Ubabef have already started in the
promotion of their brands focused on the event. The Confederations Cup, promoted by the International Federation of Football Associations (FIFA), in June
2013, was a way of testing the water. The World Youth Day, which attracted
thousands of young Catholics from all over Brazil, with the presence of Pope
Francisco, was also an occasion for displaying the brands and, indirectly, putting the supply chain in the limelight.
The slogan to promote poultry farming in the relevant events scheduled to
take place in Brazil has already been defined: “Spreading health and happiness across the world”. Currently, Brazil’s broiler exports reach 154 countries,
mainly because of competitive prices and high quality standards. “What adds
to this is the fact that our people are happy and very hospitable, imparting a
very good image abroad”, Santin comments. This is how we show our products that come from integrated and family farming systems and they give
tourists a glimpse of our Brazilian spirit”, he anticipates.
47
Pode
Após refazer as
contas, a cadeia
prevê produção de
até 12,6 milhões de
toneladas de carne
de frango em 2013,
com desempenho
bastante estável
48
repetir
Pelo menos em um aspecto – o principal, inclusive – o Brasil tende a repetir em 2013 o mesmo desempenho do ano anterior. A produção de carne de
frango deverá encerrar o ano com total entre 12,3 milhões e 12,5 milhões de
toneladas. A projeção foi divulgada em julho de 2013 pela União Brasileira de
Avicultura (Ubabef). Caso se concretize, o volume será praticamente similar às
12,6 milhões de toneladas obtidas em 2012. “Esta perspectiva leva em consideração os níveis atuais de produção, que se baseiam no alojamento de pintos de
corte e de matrizes”, explica Francisco Turra, presidente da entidade.
O alojamento de matrizes somou 46,5 milhões de aves em 2012, 7% aquém
das 50 milhões de cabeças alojadas em 2011. No primeiro semestre de 2013, a
média mensal de matrizes alojadas foi de 3,824 milhões. A previsão é de que
esse montante totalize média mensal de 3,753 milhões de matrizes em alojamento no segundo semestre de 2013, 1,9% a menos do que o verificado nos
primeiros seis meses anteriores. Outro segmento da produção avícola, o de
ovos, encerrou o primeiro semestre de 2013 com total de 17,33 bilhões de unidades, acréscimo de 9,1% em comparação ao mesmo período de 2012.
Ainda em relação ao segundo semestre de 2013, Turra relata que o consumo
interno e que as exportações de carne de frango poderão aumentar, principalmente durante os períodos festivos. “No caso dos embarques de carne de frango, a tendência é repetir em 2013 o resultado do ano anterior, podendo haver
crescimento de até 2%”, analisa o presidente da Ubabef. No primeiro semestre
Inor Ag. Assmann
Com precaução
de 2013, os envios externos de carne de frango, ovos, material genétiNo início de 2013, a Ubabef havia projeco, ovos férteis, perus, patos e gansos totalizaram 1,977 milhão de
tado crescimento de 3% sobre os volumes produtoneladas, 5,7% a menos do que na mesma temporada do ano
zidos e exportados em 2012. Os avanços esperados leanterior. Em compensação, a receita total, de US$ 4,381 bilhões,
vavam em conta a expectativa de maior produção de grãos
foi 5,5% superior ao rendimento do mesmo período de 2012.
por parte de países do hemisfério Sul. Também os contratos
Segundo Turra, esse desempenho, já computado, indica
futuros para os negócios com milho e soja indicavam patamamudanças no cenário da competitividade do Brasil frente
res de preços abaixo dos que haviam sido praticados em 2012,
a outros grandes exportadores. “Durante o Salão Internaquando impactaram negativamente no setor. Na ocasião, o
cional da Avicultura (Siav) e o 23º Congresso Brasileiro de
presidente da entidade, Francisco Turra, alertou que se traAvicultura, vamos apresentar análise detalhada sobre o
tava de alívio, mas que ninguém deveria esperar que os
quadro competitivo do setor nacional”, disse. Os dois evenresultados retornariam aos patamares históricos, antetos serão promovidos pela Ubabef, entre os dias 27 e 29 de
riores à seca que atingiu a agricultura dos Estados
agosto, em São Paulo.
Unidos e que provocou a disparada de preDiante destas perspectivas gerais, Turra avaliou que podeços dos grãos no mundo.
rá haver pressão no equilíbrio entre a oferta e a demanda, como
consequência dos estoques ajustados tanto no Brasil quantos nos
principais clientes das exportações nacionais. Observa ainda que também colaboram para tal cenário o menor alojamento de matrizes em 2012 e
o tradicional aumento do consumo no segundo semestre do ano. “Além disso,
a ocupação dos espaços de produção normais por aves de comercialização sazonal, como as natalinas, poderá influenciar neste contexto”, assinala.
49
Inor Ag. Assmann
Chances for a
50
repeat
After recalculating the bills,
the supply chain is spotting a
production of up to 12.6 million
tons of chicken meat in 2013,
with the characteristics of a
steady performance
At least in one peculiarity – the most important, by the
way – in 2013, Brazil tends to repeat the performance of the
previous year. Broiler meat production is poised to come to
year’s end with a total ranging from 12.3 million tons and
12.5 million. This projection was made public in July 2013 by
the Brazilian Poultry Association (Ubabef). Should it confirm,
the volume will be very similar to the 12.6 million tons produced in 2012. “This perspective takes into consideration the
present production levels, which are based on the number of
meat chickens and laying hens housed at the moment”, explains Francisco Turra, president of the entity.
A breeding stock of 46.5 million birds was housed in 2012,
7%, lagging behind the 50 million birds housed in 2011. In
the first half of 2013, some 3.824 million breeding birds were
housed on a monthly basis. The forecast is for an average of
3.753 million breeding birds to be housed in the second half
of the year 2013, down 1.9% from the monthly average of the
previous six months. Egg production is another poultry farming segment, and its volume amounted to 17.33 billion pieces
in 2013, up 9.1% from the same period in 2012.
Regarding the second half of 2013, Turra has it that domestic consumption and equally broiler meat exports will
soar, especially during end-of-year celebrations. “In the case
of broiler shipments, the trend is to repeat the year 2013 in
terms of volume, but an increase by 2% is not ruled out,
Ubabef president said. Over the first half in 2013 shipments
abroad of broiler meat, eggs, genetic material, fertile eggs,
turkeys, ducks and geese reached a total of 1.977 million tons,
down 5.7 percent from the same period the previous year. On
the other hand, total revenue of US$ 4.381 billion was 5.5%
higher than in the same period in 2012.
In Turra’s view, this performance, already factored in, suggests changes in Brazil’s competitive power against other relevant exporters. During the International Aviculture Salon (IAS)
and the 23rd Brazilian Aviculture Congress, we will have
With precaution
the opportunity to display a detailed analysis on the
In early 2013, Ubabef had projected an
competitive picture of the national sector”, he said.
increase of 3% over the volumes produced and exThe two events are under the coordination of Ubaported in 2012. The projected advances had taken into
bef, scheduled for 27 - 29 August, in São Paulo.
consideration the expectation for bigger grain crops in the
In light of these general perspectives, Turra
countries of the Southern Hemisphere. Likewise, the future corn
projected possible pressure over the supply
and soybean contracts were also pointing to smaller prices than
and demand balance, as a result of the tight
the ones practiced in 2012, when they negatively impacted upon
stocks both in Brazil and in the countries that
the sector. On that occasion, the president of the entity, Franimport chicken meat from Brazil. He also has it
cisco Turra, warned that it was nothing else than just a mothat a variable that could collaborate towards
ment of relief, and that nobody should harbor hopes for rethis scenario is the smaller number of breedsults similar to historical levels, prior to the prolonged
ing birds housed in 2012 and the traditional rise
drought that took a heavy toll on the Northin consumption over the second half of the year.
American crops and triggered price
“Furthermore, the occupation of the traditional
hikes around the globe.
bird raising spaces by seasonal bird raising operations,
could have an influence on this context”, he recalls
51
52
e
Pr
ofil
erf
il
Inor Ag. Assmann
Aves
.P
Tal frango,
Na avicultura brasileira, a relação entre pinto e frango vai além da genética. Por ser apenas um de seus insumos, a produção das pequenas aves não é aleatória,
mas diretamente dependente do comportamento do
frango. Por isso, em 2012 o segmento também enfrentou dificuldades.
De acordo com a Associação Brasileira de Produtores
de Pinto de Corte (Apinco), no período, a produção de
pintos de corte – integrada e independente – registrou
redução de aproximadamente 4% em relação a 2011. Se
as previsões iniciais tivessem se confirmado, poderia ter
havido aumento de 5% em 2012.
Conforme a instituição, além da baixa, muitas expectativas não se confirmaram. O subaproveitado desse
segmento e a eliminação sumária de parte do potencial
instalado (matrizes
de corte em produção)
por
ausência
absoluta
de condições de
manutenção
(custos
proibitivos do
milho e
do farelo
de soja)
foram algumas das situações
vivenciadas.
A ocorrência é considerada rara na
história
da
avicultura brasileira, uma vez que corresponde à segunda queda de produção registrada nos
últimos 20 anos. De acordo com a Apinco, o retrocesso
anterior acontecera em 2006, causado por fatores externos, como a eclosão de surtos de Influenza Aviária em
inúmeros países do Hemisfério Norte.
tal pinto
Produção de pintos
em 2012 apresentou
redução de cerca de
4%, contrariando as
expectativas, mas
acompanhando a
realidade da cadeia
E o futuro?
No Brasil, mais de 80% dos pintos de
corte produzidos são oriundos de integrações e/
ou cooperativas, que produzem e abatem o próprio frango. Para a Apinco, ao descartar precocemente parte do plantel
reprodutor, o setor teve reduzida sua capacidade de produção, hoje
bem menor do que a existente em 2012. Mesmo assim, ela ainda se encontra melhor ajustada ao atual momento (recessivo dentro e fora do País).
Diante dos obstáculos, e devido a um esforço generalizado (extensão,
além do normal, do período de exploração das reprodutoras alojadas), o setor tem conseguido manter a produção em nível ligeiramente superior, mas
muito próximo do registrado em 2012.
O panorama, contudo, deve se manter inalterado no segundo semestre de 2013. A previsão é de que o ano se encerre com evolução de produção não muito diferente de zero, enquanto as primeiras indicações de 2014 apontam para capacidade de produção inferior à
do último triênio (2010/2012), uma vez que as dificuldades
econômicas enfrentadas em 2012 continuam se refletindo na atividade e limitando a evolução
do setor.
53
Inor Ag. Assmann
Production of
young chickens
in 2012 was
down about 4%,
contradicting
expectations, but
keeping pace
with the stark
reality of the
supply chain
In Brazilian poultry farming, the relation between young chickens and broilers goes beyond genetic variables. As
only one of its inputs, raising small birds
is not a random job, but directly dependent on the behavior of the broiler. This
is why in 2012 the segment also faced
difficulties.
According to the Brazilian Association
of Meat Chicken Raisers (Apinco), over the
period, the production of meat chickens
– either through integrated or indepen54
Like
chicken,
like young
chicken
dent systems - was down approximately
4 percent from 2011. If initial projections
had confirmed, there could have been a 5
percent increase in 2012.
Officials from the institution confirm
that, besides de decrease in production,
an array of expectations failed to come
true. The underutilized variables of the
segment and the sheer elimination of
part of the installed potential (chicken
meat laying hens actively producing
eggs) because of no maintenance con-
ditions (skyrocketing corn and soybean
meal prices) were some of the situations
that blatantly affected the sector.
This occurrence is viewed as very rare
in the history of Brazil’s poultry farming
business, as it corresponds to the second
drop in production in the past 20 years.
According to Apinco officials, the previous setback occurred in 2006, caused by
external factors, like the outbreaks of the
avian influenza through several countries in the Northern Hemisphere.
And the future
AGITO • Hustle and bustle
Produção de pintos de corte
Ano
Milhões de cabeças
20085,469
20095,560
20105,998
20116,245
20126,007
Fonte: Apinco
In Brazil, upwards of 80% of all young meat
chickens come from integration schemes and/or from cooperatives that produce their own chickens. Apinco officials maintain
that, by anticipating the elimination of the breeding stock, the sector
had it production capacity reduced, now lagging far behind the production capacity of 2012. Even so, it seems to be better adjusted to the present moment (recession both at home and abroad).
In light of obstacles, and due to a generalized effort (extension, beyond normal, of
the time period for exploring the housed breeding stock, the sector has managed to
keep the production levels slightly up, but very close to the levels registered in 2012.
Nevertheless, the panorama is supposed to remain unaltered over the second half of 2013. The projection is for the year to come to a close with production evolving at a rate at, or close to, zero, while the first indications for
2014 point to a smaller production capacity compared to the last
triennium (2010/2012), since the economic hurdles faced in
2012 continue reverberating throughout the activity
and limiting the evolution factor.
55
Aumento de
produção e
avanço nas
vendas externas
agitam a cadeia de
ovos, que espera
transformar os
seus esforços em
saborosas receitas
O sabor e a qualidade do ovo brasileiro parecem ter conquistado de vez os
consumidores internacionais. Em 2012, a
exportação do produto nacional alcançou
a 26,8 mil toneladas, com crescimento de
61,2% em relação a 2011. A receita cambial, de US$ 42,6 milhões, representou incremento de 50,8%, como apontam dados
da União Brasileira de Avicultura (Ubabef).
Já no ranking de principais compradores,
Angola (47%) e Emirados Árabes Unidos
(38%) ocupam as primeiras posições.
Enquanto os embarques deram salto,
a produção de ovos também cresceu, porém de forma mais tímida. No total, foram
produzidas 31,7 bilhões de unidades, com
elevação de 0,7%. Do montante, 78% foram de ovos férteis e 22% de ovos vermelhos, aponta relatório da Ubabef.
Entre os maiores estados produtores no
Brasil, São Paulo teve a liderança em 2012,
com 36,6% de participação, seguido por
Minas Gerais (11,7%), Espírito Santo (7,7%),
Paraná (7,1%), Mato Grosso (6,1%), Pernambuco (5,9%) e Rio Grande do Sul (5,3%).
Em outro extremo, o consumo per ca56
Robispierre Giuliani
Bem às
claras
pita de ovos no País ficou em 161,53 unidades no período, contra 162,5 unidades
em 2011, redução de 0,65%. O mercado
interno absorve quase a totalidade da produção (99%). Mesmo assim, o consumo
ainda é baixo. “Por isso, há bastante espaço para o crescimento da proteína”, afirma
Francisco Turra, da Ubabef.
Em 2013, um dos destaques junto ao segmento de ovos é a estabilidade dos preços,
marcando história no setor de postura. Iniciada nos últimos dias de abril, a estagnação
da remuneração oferecida ao produtor estendeu-se por maio e junho e devia se manter pelo menos nos primeiros dias de julho.
O primeiro semestre de 2013 fechou
com preço médio quase 50% superior ao do
mesmo período de 2012, valor 26,64% acima
da média do ano precedente. São índices
que sugerem grandes ganhos, mas que, na
realidade, somente cobrem o custo maior
registrado a partir de meados de 2012.
Enquanto os números se mostram favoráveis, são desenvolvidas, no Brasil, diversas
ações para incentivar o consumo do ovo. Em
Bastos, no Estado de São Paulo, por exemplo,
foi realizada, recentemente, a 54ª Festa do
Ovo. O município é considerado a Capital do
Ovo, por ser o maior produtor da América
Latina. No total, são obtidas 14 milhões de
unidades por dia, o que corresponde a 40%
de toda a produção do Estado e 20% do País.
Crystal
Higher production volumes
and strides in foreign sales
excite the egg production
supply chain, which hopes
to turn its efforts into
delicious recipes
clear
Taste and quality of the eggs produced in Brazil seemed
to be major factors in conquering the palate of international consumers. In 2012, exports of eggs amounted to 26.8
thousand tons, up 61.2% from 2011. Revenue of US$ 42.6
million represented an increase of 50.8%, Brazilian Poultry
Association (Ubabef) sources confirmed. On the list of major importers, Angola (47%) and the United Arab Emirates
(38%) rank first and second, respectively.
While shipments abroad made strides, egg production
in Brazil followed suit, but rather sluggishly. In all, 31.7 billion eggs were produced, up 0.7%. Of the total, 78% were
fertile eggs and 22% red eggs, Ubabef report confirmed.
Of all egg producing states in Brazil, the following are
of note: São Paulo ranked as largest in 2012, with a share
of 36.6%, followed by Minas Gerais (11.7%), Espírito Santo
(7.7%), Paraná (7.1%), Mato Grosso (6.1%), Pernambuco
(5.9%) and Rio Grande do Sul (5.3%).
At the other extremity, per capita consumption of eggs
in Brazil remained at 161.53 units over the period, against
162.5 units in 2011, down 0.65%%. The domestic market
absorbs almost half of the entire production (99%). Even
so, consumption is still low. “This leaves much room for this
protein producing sector to increase its output even further’, Ubabef official Francisco Turra commented.
In 2013, one of the highlights in the egg production
segment has to do with stable prices, making history in
the egg producing sector. Starting in late April, egg price
stagnation extended through May and June and is likely to
remain unchanged until the end July.
The first half of 2013 came to a close with average prices
up 50% from the same period in 2012, representing an increase of 26.64% over the previous year’s average prices. The
rates suggest huge gains, however, in real terms, they only
cover the higher production costs that started soaring in
mid-2012.
While the figures look favorable, several initiatives are
being conducted in Brazil, all intended on encouraging
consumption of eggs. In the city of Bastos, in the State of São
Paulo, for example, the 54th Egg Festival was held recently.
The city is known as Egg Capital, for its status as biggest
producer in Latin America. Output per day reaches 14 million pieces, corresponding to 40% of the entire production
throughout the State and 20% over the Country’s output.
57
Ceia
farta
Produção de carne de peru chegou
a 442 mil toneladas em 2012, com
aumento de 44,8% sobre 2011,
metade dela em apenas dois estados
Europeus e americanos costumam servir peru na Ceia de Natal. Na Europa, a
ave já era servida nesta data desde o século 16. Depois, passou a ser apreciada nas
celebrações natalinas também na América. Tudo indica que em 2012 a robusta ave,
que em média é abatida com 70 dias de vida e pesando 18,5 quilos, foi intensamente mais consumida na data cristã e, provavelmente, em algumas outras ocasiões.
A produção nacional dessa carne chegou a 442 mil toneladas em 2012, registrando acréscimo de 44,8% sobre o resultado de 305 mil toneladas do ano anterior, de
acordo com a União Brasileira de Avicultura (Ubabef).
Grande parte da produção de 2012 (81%) foi comercializada in natura, e o restante, 19%, industrializada. Do total produzido, 60% foi destinado ao mercado interno
e 40% embarcado para o exterior. Os estados de Santa Catarina e do Paraná foram
os principais produtores de carne de peru, com participações
de 27% e 24,71%, respectivamente. Outras contribuições importantes foram as dos estados de
Minas Gerais (17,64%), Goiás (16,68%) e Rio
Destinos
Grande do Sul (13,98%).
A União Europeia foi o principal
De acordo com Clever Pirola, premercado da carne de peru do Brasil em 2012. A
sidente da Associação Catarinenregião importou 82 mil toneladas do produto, 10,3% a
se de Avicultura (Acav), o promais do que no ano anterior. Esse volume representou 46%
duto hoje é ofertado de forma
do total exportado. A África foi outro destino da tradicional ave
regular todos os dias do ano.
servida no Natal. Os envios para lá foram de 72 mil toneladas, 64,7%
Além disso, caminha para
acima do total negociado em 2011.
uma fase importante de
Ainda somam-se as exportações para Europa Extra UE (12 mil toneladas),
agregação de valor, através
América (7 mil toneladas), Oriente Médio (2 mil toneladas) e Ásia (1 mil toneda praticidade demandada
ladas). O País embarcou 178 mil toneladas de carne da ave, 26,8% acima do
pela sociedade, como pratos
enviado em 2011. Já a receita gerada totalizou US$ 500,4 milhões em 2012,
prontos, temperados, cortes
12,5% além do obtido no ano anterior. O presidente da Acav, Clever Piroespeciais e porções custola, menciona que um conjunto de fatores torna o cenário melhor, ou
mizadas. “A proteína animal
não, no dia-a-dia. “A combinação de acidentes sanitários numa
de aves conquistou seu espaço
proteína animal em determinada região, aspectos camjuntos aos consumidores, pelos
biais e oscilações da produção de grãos caracterizam
aspectos naturais de saudabilidade
oportunidades e devem ser identificadas e
e pela acessibilidade a todas as classes
aproveitadas”, avalia.
de renda do País”, analisa.
58
Inor Ag. Assmann
Bountiful
dinner
Production of turkey meat
reached 442 thousand
tons in 2012, up 44.8%
from 2011, half of it in
two states only
Europeans and North-Americans usually serve turkey
meat at Christmas Dinner. In Europe, this bird has been on the
Christmas menu since the 16th century. Then it also worked
its way into the Christmas celebrations in America. There is
every indication that in 2012, this robust bird, which is usually
slaughtered at 70 days, weighing 18.5 kilos on average, was
as usual intensively consumed during Christian celebrations
and, probably on some other occasions, too. In Brazil, production of this meat amounted to 442 thousand tons in 2012, up
44.8% from the 305 thousand tons of the previous year, Brazilian Poultry Association (Ubabef) sources said.
A huge portion of the meat in 2012 (81%) was traded fresh,
and the remaining 19% underwent an industrialization process. The domestic market absorbed 60% of the total, while
Destinations
40% was shipped abroad. Leading producers of turkey
The European Union was the main destimeat in Brazil were the States of Santa Catarina and
nation for Brazil’s turkey meat in 2012. The region importParaná, with a share of 27% and 24.71%, respeced 82 thousand tons of the product, up 10.3% from the previous
tively. Other relevant contributions came from the
year. This volume represented 46% of total exports. Africa was another
States of Minas Gerais (17.64%), Goiás (16.68%)
destination for the traditional bird served at Christmas. Shipments to that conand Rio Grande do Sul (13.98%).
tinent totaled 72 thousand tons, up 64.7% from the total shipped in 2011.
According to Clever Pirola, president of the
It is also worth mentioning the shipments to Extra Europe EE (12 thousand
Santa Catarina State Aviculture Association
tons), America (7 thousand tons), the Middle East (2 thousand tons) and Asia (1
(Acav), this type of meat is now supplied year
thousand tons). The Country shipped 178 thousand tons of turkey meat abroa,
round, on an everyday basis. Furthermore,
up 26.8% from the shipments in 2011. Revenue from these shipments amounted
it is now on the way to an important valueto US$ 500.4 million in 2012, up 12.5% from the total of the previous year. Acav
adding
stage, in line with more practical
president Clever Pirola comments that a series of factors are responsible for
supplies at the request of society, like readyimproving the scenario, or leave as it is, in the day-by-day routine. “The
to-eat
dishes, seasoned meat, special cuts
combination of sanitary incidences in a certain animal protein in a
and customized portions. “Bird-based animal
specific region, exchange rate variables and oscillations in the
protein has conquered the palates of consumers,
volumes of grain crops provide for opportunities that
and the credit goes to its natural healthy appearance
should be identified and taken advantage of”,
and because it is affordable to people of all walks of life
he concludes.
throughout the Country”, he analyzes.
59
apurado
Inor Ag. Assmann
Paladar
Abate de outras
espécies de aves,
como codornas,
patos, faisões,
marrecos e
perdizes, recuou
para cerca de
10 milhões de
cabeças em 2012
O cardápio brasileiro à base de aves
é bem variado. A avicultura nacional
também abastece os mercados interno
e externo com carne de outras espécies.
O Brasil abateu total de 10,074 milhões
de cabeças de outras sete espécies de
aves em 2012, de acordo com a União
Brasileira de Avicultura (Ubabef). Número maior foi abatido em 2011, com
total de 10,48 milhões de animais.
Quase toda a produção de 2012 foi
comercializada in natura (98%), com a
industrialização respondendo pelos 2%
restantes. Em 2011, a industrializada re60
presentou apenas 1%.
Do total abatido, as codornas somaram 6,149 milhões de unidades, correspondendo a 61,04% do todo. As demais
aves abatidas foram patos (2,719 milhões de cabeças), faisões (921.697),
marrecos (228.114), avestruzes (47.555),
perdizes (7.098) e gansos (774). Santa Catarina respondeu por 90,27% do abate
em 2012. Os outros estados que também
contribuíram com a oferta dessa proteína animal foram Minas Gerais (5,14%),
Paraná (1,91%), Bahia (1,87%), São Paulo (0,44%) e Mato Grosso (0,35%).
Os produtos já conquistaram paladares mais distantes. Em 2012, as exportações chegaram a 3 mil toneladas, 87,3%
acima do volume de 1,64 mil toneladas
embarcadas em 2011. Esse aumento recuperou a queda de 61,2% registrada em
2011. As vendas externas em 2012 resultaram em US$ 11,2 milhões, significando
acréscimo de 60,44% sobre a receita do
ano anterior, que havia registrado baixa
de 40% sobre o valor de 2010. Os principais destinos de 2012 foram Oriente
Médio (1.551 toneladas), Ásia (1.105 toneladas) e África (406 toneladas).
Slaughterings of other bird species,
like tinamous, ducks, pheasants,
teals and partridges, decreased by
some 10 million pieces in 2012
Discerning
palate
The Brazilian bird-based menu is rather
variable. Our national aviculture operations also supply the domestic and foreign
markets with meat from other bird species. In 2012, Brazil slaughtered a total of
10.074 million pieces of bird species other
than chickens, Brazilian Poultry Association (Ubabef) sources confirmed. A bigger
number was slaughtered in 2011, reaching
a total of 10.480 million animals. Almost
the entire production volumes in 2012 were
traded fresh (98%), with industrialization
accounting for the remaining 2%. In 2011,
industrialization represented only 1%.
The proportion of total slaughterings
is as follows: tinamous amounted to 6.149
million pieces, corresponding to 61.04% of
the total volume. All other birds that were
slaughtered are split into the following species: ducks (2.719 million pieces), pheasants
(921,697), teals (228,114), ostriches (47,555),
partridges (7,098) and geese (774). Santa
Catarina accounted for 90.27% of all birds
slaughtered in 2012. Other states that
also contributed towards supplying this
animal protein were Minas Gerais (5.14%),
Paraná (1.91%), Bahia (1.87%), São Paulo
(0.44%) ns Mato Grosso (0.35%).
These products have already conquered more distant palates. In 2012,
shipments abroad amounted to 3 thousand tons, 87.3% above the volume of
1.64 thousand tons shipped in 2011. This
increase recovered the 61.2% reduction
registered in 2011. In 2012, foreign sales
brought in revenue of US$ 11.2 million,
up 60.44% from the revenue raked in the
previous year, which had fallen by 40%
from the value achieved in 2012.Major
destinations in 2012 include the Middle
East (1,551 tons), Asia (1,105 tons) and
Africa (406 tons).
61
Sílvio Ávila
62
duc
tion
rodu o
çã
Pr
o
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s
o
n
í
Su
Efeito
Domino
effect
cascata
A alta nas cotações do milho e da soja
em 2012 foram determinantes para agravar a crise que se abateu sobre a suinocultura nacional, e que vinha provocando
efeitos já no ano anterior. Com os insumos
utilizados nas rações mais caros, os criadores não conseguiram obter lucro com a atividade. Mesmo assim, houve incremento
nos abates e na produção de carne suína.
As vendas externas também foram maiores, assim como o consumo doméstico.
Em 2012, os suinocultores conviveram com o desafio de trabalhar com o
menor prejuízo possível. No primeiro
semestre, a situação foi muito difícil, por
influência direta do aumento de custos
e do consumo maior de carne bovina, o
que quase sempre acarreta menor venda de carne suína. No segundo semestre,
em função do fraco desempenho dos
primeiros seis meses, houve retração
Directly chained
to soybean and
corn, pig farming
experienced a
serious crisis in
2012, with feed
grain prices soaring
considerably
Higher corn and soybean prices were
major factors in deepening the crisis that
hit our national pig farming operations,
whose ripple effects had started the previous year. With the feed inputs more expen-
Diretamente
atrelada à soja
e ao milho, a
suinocultura
passou por forte
crise em 2012,
com aumento do
preço dos grãos
usados nas rações
nos abates, o que provocou aumento
nos valores pagos ao produtor, atingindo as maiores cotações em dezembro.
A recuperação ao final de 2012 fez
com que a carne suína entrasse em 2013
com alta remuneração, em média acima
de R$ 3,00 pelo quilo vivo, nos principais
estados. Mas com o passar do ano, as
cotações foram baixando. A situação no
final do primeiro semestre, no entanto,
está um pouco melhor do que a encontrada no mesmo período do ano anterior.
Para o segundo semestre, as perspectivas
vinham sendo boas, principalmente pela
expectativa da entrada no mercado da
segunda safra de milho, prevista para ser
recorde, o que tendia a fazer as cotações
do grão despencarem.
A quantidade de animais abatidos
cresceu na faixa de 3% em 2012, o que
tem sido a média dos últimos anos. O
aumento ocorreu em todos os estados,
com exceção de Santa Catarina, principal
produtor, onde houve pequeno recuo. Já
a produção de carne suína avançou 2,5%
no período. As campanhas para aumento das vendas no mercado interno têm
surtido o efeito desejado e o consumo
per capita já ultrapassa a 15 quilos por habitante ao ano. Também as exportações
tiveram crescimento, em quantidade e
faturamento, porém com o preço médio
bem abaixo ao praticado em 2011.
sive, the producers were unable to derive
profits from the activity. Even so, pig slaughterings and, of course, the production of pig
meat increased. Foreign sales also soared,
and so did domestic consumption.
In 2012, pork producers had to put up
with the challenge to conduct their activity
with the smallest loss possible. In the first half
of the year, the situation got very rough, a
problem that stemmed directly from higher
production costs and soaring consumption
of bovine meat, which inevitably results into
smaller pork sales. In the second half of the
year, by virtue of the weak performance over
the six first months, slaughtering slowed
down, resulting into higher farm gate prices,
which reached their peak in December.
As a result of the recovery in late 2012, pig
meat entered the year 2013 attracting better
remuneration, with a kilo of live pig fetching R$
3.00, on average, in all major pork producing
states. As the days went by, prices started receding. At midyear, nonetheless, the situation is a
little better from the same period the previous
year. For the second half of the year, expectations have been promising, particularly in
view of the second corn crop now about to be
harvested, estimated to reach record amounts,
obviously pointing to plunging prices.
Pig slaughtering soared by 3% in 2012,
on a par with the average over the past years.
This increase occurred in all states, with the
exception of Santa Catarina, leading producer, a state that experienced a minor decrease.
On the other hand, the production of pig
meat soared by 2.5 percent over the period.
The campaigns geared towards bigger sales
in the domestic market were successful and
per capita consumption is now upwards of 15
kilos/person/year. Exports also soared, both
in quantity and revenue, but with average
prices way below the levels practiced in 2011.
63
Sílvio Ávila
Na corda
bamba
Crise da suinocultura se agravou em
2012 em função da forte dependência
do setor ao milho e à soja, fontes de
alimentação do rebanho
A forte dependência a insumos como milho e soja faz da suinocultura uma atividade vulnerável às oscilações do mercado. Em tempos de alta no custo de produção,
em função do aumento nas cotações dos grãos, a remuneração dos criadores fica
prejudicada, muitas vezes situando-se abaixo dos valores gastos. Esse foi o cenário
apresentado em 2012, e mais grave do que no ano anterior.
A crise na atividade, no entanto, não foi suficiente para reduzir a produção de carne suína em 2012. Os números mostram que houve, na
verdade, incremento de 2,5% sobre 2011, atingindo 3,483 milhões de
toneladas. A apuração foi feita pela Associação Brasileira da Indústria
Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), com base em
dados dos sindicatos do setor nos três estados do Sul e da Embrapa
Suínos e Aves, de Concórdia (SC).
O número de suínos abatidos também cresceu em 2012, sendo 3,2% superior a 2011. O índice está dentro da média registrada nos últimos anos. O acompanhamento do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) revela que o incremento se deu
em todos os principais estados produtores, menos Santa Catarina
(queda de 1,3%), que, sozinho, representa 25% da suinocultura brasileira. No total, foram abatidos 35,979 milhões de animais.
Se as quantidades produzidas foram maiores, o mesmo não ocorreu
com a remuneração dos criadores. Segundo o presidente da Abipecs, Rui
Eduardo Saldanha Vargas, no primeiro semestre as margens de comercialização foram muito baixas. A explicação está nos insumos (milho e farelo de soja),
que, na avaliação do dirigente, estavam caros e escassos. “Por isso, Santa Catarina e
Rio Grande do Sul apresentaram maiores problemas, enquanto o Centro-Oeste se beneficiou com os grãos mais baratos encontrados na região”, observa.
A situação desfavorável acarretada pelo aumento dos custos, principalmente no primeiro semestre, respingou também nas indústrias do setor. Pela avaliação da Abipecs, as
empresas mais atingidas pela crise foram as que somente vendem cortes in natura no
mercado interno e as que dependem da comercialização para Rússia e Ucrânia, países
que apresentaram embargo ao produto nacional em 2012.
As restrições internacionais à carne suína brasileira, que incluíram ainda algumas dificuldades comerciais com a Argentina, provocaram sobra de produto
para consumo doméstico. Os estoques cresceram rapidamente e os preços caíram nos primeiros seis meses do ano. No segundo semestre, houve recuperação gradual das cotações, com a melhoria nas vendas internas.
64
Walking the
tightrope
The inevitable dependence on such crops as corn and soybean
makes pig farming vulnerable to market oscillations. At times of
higher production costs, as a result of higher grain prices, farmers’ remuneration gets jeopardized, frequently remaining below
the values spent on the activity. This was the scenario faced by the
farmers in 2012, more serious than in the previous year.
The crisis affecting the activity, nonetheless, was not big enough
to reduce the amount of pig meat produced in 2012.The numbers
attest that there was, in fact, an increase of 2.5% from 2011, totaling
3.483 million tons. The numbers were ascertained by the Brazilian
Pork Industry and Exporters Association (Abipecs), based on data
furnished by the unions of the sector in the three southern states
and by Embrapa Hogs and Poultry, in Concórdia (SC).
The number of pigs slaughtered in 2012 was up 3.2% from 2011.
This index is in line with the average values over the past years.
Sources from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE)
reveal that these increases took place in all states, except Santa Catarina (down 1.3%), which, alone, accounts for 25% of all Brazilian pig
farming operations. In all, 35.979 million pigs were slaughtered.
If bigger amounts were produced, the same did not hold true
for the remuneration derived by the producers. According to Abipecs president Rui Eduardo Saldanha Vargas, over the first half of
Pig farming crisis
got worse in 2012
by virtue of the
strong dependence
of the sector on
corn and soybean,
major food sources
for the herd
the year, profit margins were little attractive. The explanation lies in
the inputs (corn and soybean), which, in the words of the Abipecs
official, were expensive and in short supply. “This accounts for the
fact that Santa Catarina and Rio Grande do Sul suffered the biggest consequences, while the Center-West took advantage of the
cheaper grains available in the region”, he observes.
The unfavorable situation reaped from the soaring costs, especially
over the first half of the year, equally affected the industrial sector. Abipecs sources understand that the companies most affected by the crisis were the ones that only trade fresh cuts in the domestic market and
those companies who depend on exports to Russia and Ukraine, countries that implemented embargoes on the national product in 2012.
The international restrictions to Brazilian pig meat, which
also included some commercial hurdles with Argentina, resulted
into surpluses in the domestic market. Stocks grew fast and prices
plummeted over the first six months of the year. In the second half
of the year, prices began to recover gradually, and domestic sales
improved considerably.
DESEMPENHO • Performance
Produção brasileira de carne suína
(mil toneladas)
Estado2011 2012
Brasil 34.863.15435.979.529
SC
9.057.6308.931.624
RS
7.317.5727.569.132
PR
6.613.5646.988.685
MG 4.127.9754.425.178
MT 2.090.9312.161.902
GO 1.936.1342.012.543
MS 1.074.6961.189.979
Estado2011 2012
SC
782,1805,5
RS
602,0620,4
PR
529,7529,7
MG 428,0455,2
MT 187,0214,7
GO 156,5161,4
SP
155,7151,3
MS 102,3109,1
Outros estados
176,5
185,7
Total industrial
3.119,8
3.233,0
Subsistência278,0
250,0
Brasil 3.397,83.483,0
Fonte: IBGE
Fonte: Abipecs, SIPS, Sindicatos SC e PR, Embrapa.
ABATES • Slaughterings
Animais abatidos (unidades)
65
A conquista do
A região Sul tradicionalmente domina
a produção de suínos no Brasil. Os três estados somados são responsáveis por cerca de 65% dos abates anuais. Nos últimos
20 anos, no entanto, ocorreu expansão
pelo País. O movimento natural levou o
setor a investir em locais em que há fartura de grãos, principais insumos para a
alimentação animal. Assim, a atividade se
instalou no Centro-Oeste.
O presidente da Associação Brasileira da
Indústria Produtora e Exportadora de Carne
Suína (Abipecs), Rui Eduardo Saldanha Vargas, faz um paralelo entre as duas principais
regiões suinícolas. “O Centro-Oeste tem os
insumos, que representam 75% do custo
da suinocultura. Já o Sul tem a vantagem
de estar próximo dos portos de embarque:
São Francisco do Sul e Itajaí, em Santa Catarina; Paranaguá, no Paraná; e Rio Grande,
no Rio Grande do Sul”, compara.
Outra diferença importante entre as
duas regiões produtoras é a densidade de
suínos por metro quadrado, maior no Sul.
“No Centro-Oeste há mais espaço físico,
o que facilita o emprego de tecnologias
mais modernas”, explica Vargas. No entanto, destaca o presidente da Abipecs, os
estados mais tradicionais ainda possuem
espaço para expansão da atividade.
O diretor-executivo da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Fabiano Coser, acredita que a suinocultura
ainda vai se intensificar muito no Centro-Oeste. “A vantagem é ter comida barata,
embora seja muito caro chegar ao mercado consumidor”, critica. Para o pesquisador Marcelo Miele, da Embrapa Suínos
e Aves, a tendência é que o setor passe a
se instalar no Nordeste, em estados que já
se destacam pelo cultivo de grãos, como
Bahia, Tocantins, Piauí e Maranhão.
Oeste
Suinocultura tem
como berço o Sul do
Brasil, mas há pouco
mais de 20 anos
chegou ao CentroOeste, região com
grande disponibilidade
de grãos
The conquest of the
West
The cradle of Brazil’s
pig farming business
is the South, but it
worked its way into the
Center-West some 20
years ago, a region with
no shortage of grains
66
Traditionally, the South is a major player in the production of hogs across Brazil. The
three southern states, together, account for about 65% of all annual slaughters. Over
the past 20 years, nevertheless, expansion began to occur all over the Country. Quite by
instinct, the sector began to invest in regions where there are grains in abundance, major inputs in livestock feed. This is how the activity found its way into the Center-West.
The president of the Brazilian Pork Industry and Exporters Association (Abipecs),
Rui Eduardo Saldanha Vargas, draws a parallel between the two pig producing
regions. “The Center-West provides for the inputs that represent 75% of the costs involved in pig rearing. The South takes advantage of its geographical position, close to
the shipment ports: São Francisco do Sul and Itajaí, in Santa Catarina; Paranaguá, in
Paraná; and Rio Grande, in Rio Grande do Sul”, he compares.
Anotherrelevant differencebetween thetwo pigproducingregionsistheamount ofpigs
per square meter, bigger in the South. “In the Center-West there is bigger physical space, facilitating the use of more modern technologies”, Vargas explains. Nonetheless, the president
of Abipecs points out , there is still room for expansion in the traditional pig raising states.
The executive-director of the Brazilian Association of Pig Breeders (ABCS), Fabiano
Coser, believes that pig farming is an activity that will progress even further in the Center-West. “Cheap pig food is a great advantage, no matter how expensive it is to reach
the consumer market”, he claims. Embrapa Hogs and Poultry researcher Marcelo Miele
maintains that the trend is for the sector to make it to the Northeast, in states that excel
in the production of grains, like Bahia, Tocantins, Piauí and Maranhão.
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Sílvio Ávila
Nada menos que
um
gigante
Não é por mero acaso do destino que Santa Catarina chegou ao ápice da produção de suínos no Brasil. Foi nesse pequeno Estado do Sul, com forte colonização europeia, que se
instalaram as primeiras indústrias de processamento. E foram
elas que impulsionaram a atividade, antes restrita à subsistência das famílias, em pequenas propriedades.
Com o crescimento do setor, Santa Catarina foi conquistando
espaços, a ponto de atualmente ser o único Estado brasileiro a
possuir o status sanitário de livre da febre aftosa, sem vacinação.
Essa condição, concedida pela Organização Mundial de Saúde
Animal (OIE, na sigla em inglês), é considerado diferencial importante para a comercialização da carne suína e de seus derivados.
O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio Luiz de Lorenzi, acredita que o sistema
de integração, entre a indústria e os criadores, é o grande trunfo para o sucesso do controle sanitário do rebanho no Estado.
Atualmente, segundo ele, 90% dos oito mil produtores possuem
contratos com as empresas. Mesmo assim, entende o dirigente,
os 10% restantes, que atuam independentes, têm papel importante na economia. “Eles abastecem pequenos frigoríficos, que
atendem aos mercados locais e regional”, justifica.
A verticalização da suinocultura catarinense colaborou
também para a profissionalização do setor. “Antes, os produtores faziam o ciclo completo, do nascimento à terminação. Com
a mudança do cenário, cada um se especializou em uma área”,
explica Lorenzi. Dessa forma, acrescenta, se antes a atividade
era dominada por pequenos criadores, hoje a maior parte é
formada por médios e grandes.
O Estado deu outro exemplo para o País ao criar soluções
68
Santa Catarina
foi pioneiro na
profissionalização
da suinocultura, sendo
atualmente o único
Estado do Brasil livre de
febre aftosa sem vacinação
para graves problemas ambientais, provocados pelos resíduos da suinocultura. “Muitas tecnologias saíram do papel para
a prática, para resolver essas questões”, observa o presidente
da ACCS. Com o biodigestor, que produz o biogás, os criadores
conseguem produzir calor para abastecimento doméstico. Já
a compostagem transforma material líquido em sólido, constituindo-se num importante adubo para uso na agricultura.
Santa Catarina possui rebanho suíno que ultrapassa a seis
milhões de cabeças e plantel de 420 mil matrizes. A produção
anual gira em cerca de 800 mil toneladas de carne, com média de 200 mil toneladas exportadas, outras 400 mil toneladas
vendidas a outros estados e 200 mil consumidas no mercado
doméstico. O consumo per capita da carne suína é o maior
do País, chegando a 32 quilos por habitante/ano, enquanto o
brasileiro é de 15,6 quilos.
None
other than
a
giant
It is not by chance that Santa Catarina climbed to
the top in terms of pig farming in Brazil. It was in that
small State, located in South Brazil, still under a strong
influence inherited from the European settlers that
the first processing industries were set up. And these
industries really propelled the activity ahead, which, in
the past, was restricted to family subsistence purposes,
usually on small holdings.
As the sector began to make strides, Santa Catarina began to conquer more ground, to the point that,
at present, it is the only Brazilian State that boasts the
‘free from the foot-and-mouth disease, without vaccination’, status. This distinction, granted by the World
Organization for Animal Health (OIE), is what makes
a substantial difference when it comes to trading pig
meat and its derivatives.
The president of the Santa Catarina State Association of Pig Raisers (ACCS), Losivânio Luiz de Lorenzi,
believes that the integration system, encompassing industries and farmers, is the real trump card for the success in controlling the sanitary status of the entire herd
in the State. Currently, according to him, 90 percent of
the eight thousand pig farmers work under contracts
with companies. Even so, he has it, the remaining 10
percent, who work as independent pig farmers, perform an important role in the economy. “They supply
small meat packing industries, which serve local and
regional markets”, he understands.
The verticalization process in Santa Catarina’s pig
Santa Catarina
was the state that
first introduced
professional pig
farming methods,
and is currently the
only State in Brazil
free from the footand-mouth disease,
without vaccination
farming operations was also a factor in the professional status of the sector. “In the past, the farmers completed the entire cycle, from birth to termination. As the
scenario changed, each pig raiser got specialized in a
specific area”, Lorenzi explained. Under such circumstances, he adds, if in the past the activity was almost
entirely in the hands of small-scale farmers, nowadays
it is almost entirely in the hands of medium size and
commercial farmers.
The State set another example to the Country
through the creating solutions for serious environmental problems, brought about by pig rearing waste. “Lots
of new technologies moved from theory to practice,
coming up with solutions to these questions”, the ACCS
president observes. With the biodigestor, which produces gas, pig raisers manage to produce the necessary
heat for their domestic needs. On the other hand, composting methods turn solid waste into liquid waste, thus
becoming a powerful fertilizer used in agriculture.
Santa Catarina’s pig herd amounts to upwards of six
million head and a breeding stock of 420 thousand animals. Annual production reaches around 800 thousand
tons of meat, with 200 thousand tons shipped abroad,
on average, other 400 thousand tons are shipped to other Brazilian States, while the local market absorbs the
remaining 200 thousand tons. Per capita consumption
of pork is the biggest in the Country, reaching around 32
kilograms person a year, while in the rest of the Country
it is 15.6 kilograms.
69
Caminho
natural
Produtores
saíram em busca
de insumos para
a nutrição dos
suínos, e assim
Mato Grosso
acabou virando
alternativa viável
na atividade
Uma vez que o Estado é grande produtor de grãos, na região Centro-Oeste, era
natural que a suinocultura se expandisse
para o Mato Grosso, buscando assim a
diminuição de custos com a alimentação
dos animais. As primeiras propriedades se
instalaram na área no início da década de
1990. Mas foi somente a partir da criação
do Programa Granja de Qualidade, instituído pelo governo do Estado, em 1995, que
a atividade ganhou impulso.
Atualmente, o rebanho suíno perfaz
1,5 milhão de animais, com mais de 130
mil matrizes. São 350 produtores cadastrados na Associação dos Criadores de Suínos
do Mato Grosso (Acrismat), com produção,
70
em 2012, de 215 mil toneladas de carne
suína. A entidade calcula que o setor seja
responsável pela geração de 8.750 empregos diretos e outros 30 mil indiretos.
Para o presidente da Acrismat, Paulo
Cezar Lucion, o Estado possui alto potencial de expansão da suinocultura, em virtude da grande disponibilidade de grãos e
da baixíssima densidade de suínos, de apenas um animal por metro quadrado. Além
disso, enumera o dirigente, o rebanho possui excelente nível sanitário. “A boa oferta
de energia e a política ambiental, exigente
e bem fundamentada, conduzem à sustentabilidade das operações”, conclui.
Se por um lado há grande potencial de
aumento do plantel de suínos, por outro
o Mato Grosso convive com dificuldades
que emperram esse crescimento. Por
estar longe dos centros consumidores, a
logística de transporte é um dos maiores
problemas para escoar a produção. “O
Estado possui um dos maiores custos de
frete do País”, observa Lorenzi. Dá como
exemplo o valor cobrado por uma carga
que sai de Canarana, no interior, até o
Porto de Santos, em São Paulo, num total de 1,9 mil quilômetros, que chega a R$
235,00 pela tonelada. Para a mesma distância na Argentina, o gasto é de R$ 92,00,
enquanto nos Estados Unidos cai para R$
72,00 pela tonelada.
Sílvio Ávila
Natural
course
Producers went
in search of
inputs for pig
nutrition, and
this is how Mato
Grosso turned
out to be a viable
alternative for the
activity
As the State is a major grain producer
in the Center-West region, it was quite
natural for pig farming operations to find
their way into Mato Grosso, thus reducing animal food costs. The first pig raisers
settled in the region in the 1990s. Nevertheless, it was only after the creation of the
Quality Farm Program, masterminded by
the State Government, in 1995, that the
activity got momentum.
Currently, the pig herd consists of 1.5
million animals, with a breeding stock
of upwards of 130 thousand head. In all,
there are 350 registered pig raisers members of the Mato Grosso State Pig Raisers
Association (Acrismat) with a production
of 215 thousand tons of pig meat products, in 2012.The entity’s understanding is
that the sector is responsible for the generation of 8,750 direct jobs and 30 thousand
indirect ones.
Acrismat president Paulo Cezar Lucion
maintains that the State boasts a high
potential for expanding its pig farming
business, by virtue of the abundance of
grain and the very low density of swine
population density, just one animal per
square meter. Furthermore, the president
reiterates, the herd excels in sanitary levels.
“Lush energy supply and environmental
policy, strict and well founded, lead to sustainable operations”, he concludes.
If for one thing there is great potential
for increasing the pig herd, on the other
hand, Mato Grosso has to put up with difficulties that impair this growth. Because the
State is a long distance from the consumer
centers, transport logistics is one of the biggest hurdles when it comes to shipping the
crop out of the State. “Freight costs are the
highest in the Country”, Lorenzi observes.
As an example he cites the freight cost of R$
235.00 per ton for a truck load that leaves
Canarana, in the interior, for the Port of
Santos, in São Paulo, totaling 1.9 thousand
kilometers. For the same distance in Argentina, it is R$ 92.00, while in the United States
it drops to R$ 72.00 per ton.
71
72
Sílvio Ávila
De olho na
lavoura
Suinocultores torcem
pela diminuição nos
custos da atividade a
partir da entrada no
mercado da segunda
safra de milho da
temporada 2012/13
Tudo indica que os suinocultores brasileiros devem chegar ao final de
2013 bem mais otimistas do que no ano anterior. Isso porque as margens
de lucro dos criadores aos poucos começam a se recuperar. Se o primeiro
semestre ainda não foi dos melhores, o segundo promete trazer alívio ao
setor, que sofreu com os altos custos da atividade em 2012.
O diretor-executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos
(ABCS), Fabiano Coser, esperava que o primeiro semestre de 2013 já pudesse ser de melhor remuneração para os produtores. No entanto, sua
previsão não se confirmou. “Os grãos ainda estão caros”, advertia, em
meados do ano. Mesmo assim, ele tinha esperança de que a segunda
parte do ano fosse de redução no preço dos insumos. A expectativa do
dirigente tem base na entrada no mercado do milho da segunda safra
da temporada 2012/13, cuja previsão de colheita no Brasil é de
44,2 milhões de toneladas, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em levantamenLendo o futuro
to de julho de 2013.
A Associação Brasileira da Indústria ProO pesquisador Marcelo Miele, da Embradutora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) prevê
pa Suínos e Aves, destaca que as cotações
crescimento de aproximadamente 1% na produção de carne
da carne comercializada no mercado
suína em 2013. A projeção da entidade está abaixo do potencial do
independente vêm se recuperando
setor,
em função da crise que afetou, principalmente, fornecedores que
ao longo de 2013. Esses suinoculoperam
sem contrato e as indústrias com baixo nível de diversificação de protores não possuem contratos com
dutos e de mercados, com foco somente no ambiente interno.
as empresas processadoras e foAs exportações e o consumo doméstico devem apresentar aumento moderado
ram os mais atingidos pela crise
em 2013, pela estimativa da Abipecs. No entanto, existe otimismo quanto à elevação
em 2012. O sistema de integrados preços médios, que podem ficar superiores aos de 2012. As cotações no mercado
ção predomina na atividade no
internacional também devem ser maiores, principalmente pelo alcance de importaBrasil. Miele acredita que, se por
dores que pagam mais pelo produto.
um lado esses produtores têm
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou
menor risco quanto à variabiem
junho de 2013 o documento “Projeções do Agronegócio – 2012/13 a
lidade de custos da carne e dos
2022/23”. Com relação à carne suína, a previsão é de que o Brasil pasinsumos, por outro, eles possuem
sará de produção de 3,5 milhões de toneladas para 5,4 milhões de
margem menor para negociação.
toneladas no período analisado. O consumo, que está em 2,9
milhões de toneladas, em 10 anos atingirá a 7,4 milhões
de toneladas. Já as exportações passarão de 620
mil para 1,1 milhão de toneladas em
uma década.
73
Inor Ag. Assmann
Keeping an
eye on
74
the crop
Pig farmers expect smaller
production costs as soon
as the second 2012/13 corn
crop reaches the market
There is every reason to believe that, by the end of
2013, Brazil’s pig farmers will be more optimistic than
the previous year. This is because the profits of the pig
producers are now on a gradual recovery trend. If the
first half of the year was not very brilliant, the second
promises to bring solace to the sector, which had to
put up with the high costs of the activity in 2012.
The executive director of the Brazilian Association
of Pig Breeders (ABCS), Fabiano Coser, had hoped the
farmers would get better remuneration in the first half
of 2013. However, his expectation did not confirm. “All
grains are still very expensive”, he warned at midyear.
Even so, he still believes that input prices will fall during the second half of the year. The expectation of the
president relies on the arrival of the 2012/2013 second
corn crop, estimated at 44.2 million tons, according to
a survey conducted by the National Supply Company
(Conab), in July 2013.
Researcher Marcelo Miele, of Embrapa Hogs and
poultry, comments that meat prices in the independent market have been on a recovery path throughout 2013.These pig farmers have no contracts with
the meat processing companies and were hit the
most during the 2012 crisis. The integration system
predominates in the activity across Brazil. Miele believes that if, for one thing, these producers are at the
mercy of smaller risks as to the variability of input
and price costs, on the other
hand, their restrictions
include smaller
negotiation
Looking to the future
margins
The Brazilian Pork Industry and Exporter Association
(Abipecs) foresees an increase of approximately 1 percent in the
production of pig meat in 2013. The projection of the entity lags behind
the potential of the sector, by virtue of the crisis that in particular affected the
suppliers, who operate without any contract, and the industries with low market and product diversification levels.
Exports and domestic consumption should grow moderately in 2013, Abipecs sources said. Nevertheless, there is much expectation for higher average prices, which could
outstrip last year’s average. Prices in the international marketplace are also expected to
soar, especially because importers of bigger purchasing power have been attracted.
In June 2013, the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa)
published the document “Agribusiness Projections – 2012/13 to 2022/23”.
With regard to pig meat, the forecast is for Brazil to increase its production from 3.5 million tons to 5.4 million tons over the analyzed period.
Consumption remains at 2.9 million tons, but is estimated to
reach 7.4 million tons over the next 10 years. On the other
hand, exports will jump from 620 thousand tons
to 1.1 million tons over the next decade.
75
Desfiando as
Sílvio Ávila
Resultado econômico
da suinocultura está
diretamente vinculado
ao desempenho
do milho e da soja,
principais componentes
da ração animal
76
O esmero e a competência na condução da produção são
insuficientes para garantir ao suinocultor uma boa remuneração na venda do resultado do seu trabalho. Definir o valor
pelo qual a carne será comercializada é muito mais complexo do que possa parecer. A complicada matemática leva em
consideração os gastos de granja, a valorização ou não dos
grãos, o pagamento da mão de obra, as despesas com o transporte e até a conjuntura econômica internacional.
O fator com maior influência na formação do custo de
produção é a nutrição dos animais, que representa em torno de 75% do total. Como os suínos consomem basicamente ração, os valores praticados por fornecedores de milho
e de farelo de soja, matérias-primas para a alimentação do
rebanho, impactam diretamente na atividade.
Mesmo com a grande quantidade de grãos disponíveis
no mercado doméstico, as cotações desses insumos aumentaram vertiginosamente em 2012. Em dezembro, por
exemplo, chegaram a representar 80% das despesas. Conforme acompanhamento mensal realizado pela Embrapa
Suínos e Aves, de Concórdia (SC), o custo de produção da
contas
Trajetória dos custos
suinocultura aumentou 28,74% durante o ano.
Como resultado direto do aumento do custo de proA maior variação ocorreu, justamente, no
dução, assim como da maior oferta de carne bovina, a suinoculitem alimentação, que subiu 26,37%.
tura teve fraco desempenho econômico no primeiro semestre de 2012.
No primeiro semestre de 2013, de
A conclusão é do Boletim do Suíno, publicado mensalmente pelo Centro de
acordo com o levantamento da EmEstudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agribrapa, o setor vinha se recuperando.
cultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP).
No período analisado, o custo apreA situação negativa provocou a diminuição dos abates no segundo semestre, o
sentou queda de 8,47% em relação
que acabou favorecendo o aumento dos preços e, mais para o final do ano, a recuperaao índice apurado em dezembro
ção do poder de compra frente aos insumos da cadeia produtiva. Segundo a análise do
de 2012. De janeiro a junho, o preórgão, em dezembro de 2012 as cotações do suíno vivo chegaram aos maiores patamaço das rações caiu 9,5%. E a explires do ano. Na comparação de junho a dezembro, houve incremento nos principais escação é simples: como o milho é o
tados produtores: Minas Gerais (81% mais), São Paulo (79%), Paraná (71%), Rio Grande
principal componente da alimendo Sul (57%) e Santa Catarina (56%).
tação suína e uma supersafra do
Em janeiro de 2013, pela primeira vez desde que o Cepea começou a acomgrão começou a entrar no mercado a
panhar a evolução dos preços do suíno em 2004, o quilo do produto foi copartir de junho, houve natural queda
mercializado com média superior a R$ 3,00. No início do ano, tanto o
das cotações desse insumo. Em meados
milho quanto a soja haviam sofrido desvalorização. Entre fevereido ano, os analistas apostavam em dimiro e junho, as cotações da carne sofreram queda gradual
nuição ainda mais intensa para o segundo
diante da baixa demanda interna e da dimisemestre.
nuição das exportações.
77
Keeping an eye
Economic results
from pig farming
are directly linked to
the performance of
maize and soybean,
main components
of livestock feed
78
Operational diligence and competence are not enough for the farmers to reap
good financial results from their work. To define the value pig meat will fetch at
sales is a much more complex operation than one could imagine. The complex
mathematical problem takes into consideration farm expenses, the higher value
of the cereals, or even their lower prices, labor bills, freight costs and, ultimately,
the international economic scenario.
The factor that exerts the strongest influence on the production cost is, without
any doubt, the problem of animal nutrition, which represents about 75% of the
total. Once pigs consume nothing else than feed, prices practiced by the suppliers
of corn and meal, raw materials for feeding the herd, have direct impacts upon the
activity.
Although there are huge amounts of grains available in the domestic market,
the prices to these inputs skyrocketed in 2012. In December, for example, they accounted for 80% of the production costs. According to a monthly survey conducted
on costs
by Embrapa Hogs and Poultry, based in Concórdia (SC), the production cost of pig
farming operations soared 28.74% over the year. The biggest variation occurred
exactly in animal nutrition, representing a 26.37% rise.
In the first half of 2013, the sector had been on a recovery path, Embrapa sources said. Over the analyzed period, the production cost was down 8.47%
from the variation ascertained in December 2012. January
through June, feed prices decreased by 9.5%. There is a very
simple explanation: as maize is a major component
in pig feed and a bumper crop of this kernel had
Ups and down of the costs
reached the market in June, the prices of this
As a direct result of the higher production cost, along
cereal suffered a natural decrease. Around
with bigger supplies of bovine meat, pig rearing was characterized
mid-year, analysts were projecting even
by a low economic performance in the first half 2012.This is the conclusion
further reductions for the second half of
drawn by the Swine Bulletin, a monthly newsletter published by the Center for
the year.
Advanced Studies on Applied Economics (Cepea) of the Luiz de Queiroz College of
Sílvio Ávila
Agriculture (Esalq), a division of the University of São Paulo (USP).
The negative scenario reduced the number of pigs slaughtered in the second half of
the year, a fact that triggered price rises and, later in the year, the recovery of the purchasing
power against the inputs of the supply chain. According to an analysis by the organ, in December 2012, prices of live pigs reached their peak. Comparing the months of June through
December, production increases were experienced in all major pig rearing states, as follows: Minas Gerais (up 81%), São Paulo (79%), Paraná (71%), Rio Grande do Sul (57%)
and Santa Catarina (56%).
In January 2013, for the first time since the Cepea started following the evolution of pork prices in 2004, a kilogram of the product fetched an average price
of R$ 3.00, or more. At the beginning of the year, prices of both maize
and soybean had dropped considerably. February through June,
meat prices began to fall gradually by virtue of low domestic demand and weak exports.
79
80
Sílvio Ávila
Mão na
roda
Suinocultura será
incluída na Política
de Garantia de
Preços Mínimos,
mecanismo de
proteção para o
produto em tempos
de baixas cotações
A suinocultura brasileira poderá contar em breve com um instrumento de proteção em tempos de baixas cotações, como ocorreu no primeiro
semestre de 2012. Projeto que tramita na Câmara dos Deputados inclui a
carne suína na pauta de produtos amparados pela Política de Garantia de
Preços Mínimos (PGPM). A proposição estava prevista para ser discutida e
votada no início de agosto de 2013, na Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania, de forma terminativa. Isso significa que não precisa ser apreciada em plenário, antes de seguir para a sanção presidencial, pois não recebeu nenhuma emenda parlamentar.
A definição de um preço mínimo para a carne suína é antiga demanda
da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). O diretor-executivo
da entidade, Fabiano Coser, diz que o mecanismo dará amparo legal ao
produto. Na prática, significa que em cada lançamento de Plano Safra os
itens incluídos na lista do PGPM recebem a definição de um valor, a partir
do qual deverão ser comercializados, fixado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), com base em sugestão do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa).
Os produtores de carne suína terão várias vantagens com
a lei. O governo poderá conceder subvenção econômica nas operações de crédito rural, em condições
Certificação
de realizar leilões e contratos de opção, a fim
Além da inclusão no PGPM, a carne suína
de regular o mercado. O Poder Executivo
está prestes a fazer parte do programa de Produção Intepoderá ainda rever os juros pagos pelos
grada Agropecuária. Em abril de 2013, o Mapa instituiu comissão
criadores, para que haja compensação
técnica que visa a definição dos requisitos obrigatórios, recomendáveis
com o valor recebido pelo suinocule proibidos, a serem atendidos para que a propriedade e a agroindústria postor na venda do seu produto. Já as
sam receber o selo de Certificação em Produção Integrada (PI Brasil).
operações de financiamento ou
De acordo com o fiscal federal agropecuário Rodrigo Moreira Dantas, do Mapa,
aquisição, pelo governo federal,
a comissão é composta por representantes dos vários segmentos da cadeia produtideverão obedecer obrigatoriava. Não há previsão para a conclusão do trabalho. No entanto, destaca ele, a expectatimente o preço mínimo fixado.
va é de que as normas possam ser publicadas até o final do primeiro semestre de 2014.
“O programa será de adesão voluntária e as propriedades e agroindústrias participantes serão auditadas e terão que obedecer às regras estabelecidas”, observa.
Rodrigo Dantas explica que todos os elos da cadeia serão beneficiados pela
medida. O consumidor terá a garantia de que o produto oferecido no supermercado atende às exigências de higiene, sanidade, cumprimento de leis
trabalhistas e ambientais. O suinocultor terá melhor controle do processo realizado na granja, além de poder agregar valor à produção. O
mesmo acontece com as agroindústrias e os varejistas, que
também terão maior segurança quanto à qualificação de seus fornecedores.
81
Soon, pig farming in Brazil will be able to
count on a protection instrument for times
of low prices, like what occurred in the first
half of 2012. The Project that is now going
through the channels of the House of Representatives includes pig meat on the list of
products protected by the Minimum Prices
Guarantee Policy (PGPM). The proposition
has been scheduled to be debated and
voted in early August 2013, at the Constitution, Justice and Citizenship Commission,
in terminating form. It means that there is
no need for it to be appreciated in a plenary
session, before it is submitted to a presidential sanction, since it has not received any
parliamentary amendment.
The definition of a minimum price for pig
meat has long been requested by the Brazilian Association of Pig Breeders (ABCS). The executive-director of the entity, Fabiano Coser,
says the mechanism will put the product under legal protection. In practice, it means that
in every launching by the Crop Plan the items
included on the PGPM list are set a defined
value, which shall serve as trading basis, set
by the National Monetary Council (CMN),
based on a suggestion by the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa).
All pork producers will derive a series of
advantages from the Law. The government
is in a position to grant economic subsidies
in rural credit operations, stage auctions and
option contracts, so as to regulate the market. The executive branch has the power to
revise the interest rates paid by the pig raisers,
so as to ensure the farmers are duly compensated when it comes to selling their product.
On the other hand, the acquisition of financing operations, conducted by the federal government, shall mandatorily comply with the
minimum price in force.
82
Sílvio Ávila
Helping
hand
Pig farming is to be included in the
Minimum Prices Guarantee Policy,
a mechanism that protects the
product at times of low prices
Certification
Besides the inclusion of the PGPM, pig meat is
about to be included in the Agriculture Integrated Production program. In April 2013, the Mapa set up a technical committee
responsible for defining the mandatory requisites, both the recommended
and forbidden ones, to be complied with to make the farm and the agri-industry eligible for the Integrated Production Label (PI Brasil).
According to federal agriculture inspector Rodrigo Moreira Dantas, of the ministry
of agriculture, the committee consists of representatives of various segments of the supply
chain. No time limit has been set for the conclusion of the work. Nonetheless, he stresses, the
expectation is for the standards to be published by the end of the first half of 2014. “The program is based on volunteer adhesion and the participating farms and agri-industries will be
audited and are under obligation to comply with the established standards”, he observes.
Rodrigo Dantas explains that all links of the supply chain will benefit from the initiative. Consumers can rest assured that the product available on the supermarket
shelves complies with hygiene and sanitary standards, as well as with labor laws
and environmental concerns. Pig farmers will be able to exert improved control over all processes carried out on the farm, besides being able to add
value to their products. The same holds for true for agri-industries and retailers, which will equally feel confident as
to the qualification of their suppliers.
83
ma
ci
A carne suína a ser produzida em 2013 em nível mundial deve
superar em cerca de 1,8% a produção obtida no ano anterior, que já
vinha em crescimento. O relatório do Departamento de Agricultura
dos Estados Unidos (USDA), de abril, aponta projeção de recorde, na
ordem de 107,412 milhões de toneladas, ampliando em 2,7 milhões
de toneladas a previsão feita em outubro de 2012. A justificativa
apresentada é de que se passou a ter expectativa de menores preços das rações, a partir das maiores safras de grãos a serem colhidas.
Paralelamente, também se projeta maior consumo mundial,
calculado em 106,978 milhões de toneladas, 2,049 milhões de toneladas a mais do que em 2012. Tanto em produção quanto em uso
sobressai a China, respectivamente com 53,8 milhões de toneladas
e 54,225 milhões de toneladas, próximo à metade do total. Destacam-se ainda a União Europeia, com 27 países; os Estados Unidos
e o Brasil, quarto maior produtor (ou terceiro, se consideradas isoladamente as nações). Já na importação, o Japão ocupa a primeira
posição, com 1,23 milhão de toneladas previstas para 2013, seguido
da Rússia e do México, embora se projete que a China também ultrapasse no quesito a estes dois, em 10 anos.
Como maior exportador de produtos suínos mantêm-se os Estados Unidos, com 2,442 milhões de toneladas em 2012, acompanhados de perto pela União Europeia, com 2,226 mihões de toneladas.
Ainda nas primeiras posições seguem Canadá, com 1,243 milhão
de toneladas, e Brasil, novamente na quarta colocação. O total das
exportações atingiu 7,305 milhões de toneladas em 2012, enquanto para 2013 foi prevista pelo USDA pequena redução, para 7,245
milhões de toneladas, com menores vendas norte-americanas,
particularmente para a Rússia, por restrições comerciais. Previa-se
também repercussão da comercialização brasileira para a Ucrânia,
que no momento do relatório estava interrompida.
Em termos de produção, a perspectiva apresentada pelo órgão
americano era de que os principais países citados teriam incremento em 2013, como é o caso de China, Estados Unidos, Brasil,
Rússia, México, Japão e Coreia do Sul. Apenas para a União Europeia, que tem o segundo maior volume, era prevista retração para
2013, com menor rebanho suíno produtivo nesta temporada,
assim como o Canadá. Já em outra análise, de maio, especificamente sobre os Estados Unidos, o USDA antecipava projeções no
país em 2014, manifestando expectativa de que, ainda no embalo
de custos mais reduzidos, poderia aumentar em cerca de 2,3% a
oferta de carne suína, e em quase 5% as vendas para o exterior,
com preços competitivos e forte demanda global.
84
Produção de carne suína
deve crescer no mundo
em 2013 com perspectiva
de aumento do consumo
e de diminuição do custo
de produção
Sílvio Ávila
Para
e
On th
Pork production
is set to rise in the
world in 2013 on the
grounds of soaring
consumption and
falling production costs
rise
The amount of pig meat to be produced in the world in 2013 is estimated to be
1.8 percent bigger than last year’s bigger-than-usual production. The report by the
United States Department of Agriculture (USDA), published in April, points to a record production of 107.412 million tons, outstripping by 2.7 million tons the October
2012 projection. The justification relies on the projected lower feed prices, dependent
on the bigger cereal crops to be harvested.
In the meantime, global consumption is also projected to rise to a total of 106.978
million tons, up 2.049 million tons from 2012. China predominates both in production
and consumption, respectively with 53.800 million tons and 54.225 million tons, representing almost 50 percent of the total. Other relevant producers include the 27 countries
of the European Union; the United States and Brazil, fourth biggest producer (or third,
if nations are considered in an isolated manner). Regarding pork imports, Japan ranks
first, with 1.230 million tons projected for 2013, followed by Russia and Mexico, but projections are for China to surpass the two countries on that score within a decade.
The United States is the leading exporter of pork products, with 2.442 million tons in
2012, followed closely by the European Union, with 2.226 million tons. Other relevant
exporters include Canada, with 1.243 million tons, and Brazil, again ranking fourth.
Total exports amounted to 7.305 million tons in 2012, while for 2013 the USDA has projected a reduction to 7.245 million tons, with smaller North-American shipments, particularly to Russia, by virtue of trade restrictions. Ripple effects had also been foreseen
for the Brazilian trade with Ukraine, which, at the moment the report was written, had
come to a standstill.
In terms of production, the perspective presented by the North-American organ was
for bigger volumes in all major countries throughout 2013, particularly in China, the
United States, Brazil, Russia, Mexico, Japan and South Korea. A smaller production volume in 2013 was only projected for the European Union, second largest producer, but
with a smaller pig herd during the current season, which is also the case of Canada. In
another analysis specifically focused on the United States, released in May, the USDA
anticipated projections for 2014, referring to expectations that, in line with the reduced
production costs, pig meat supplies could soar 2.3 percent, while sales abroad were likely
to increase by 5 percent, on the grounds of competitive prices and rising global demand.
SABOROSA • Delicious
Carne suína no mundo (Produção em mil
toneladas, peso equivalente carcaça)
201120122013
Total
102.015
105.519
107.412
China 49.50052.35053.800
EU-27 22.86622.63022.550
EUA
10.33110.55410.669
Brasil
3.2273.3303.370
Rússia 2.0002.0752.150
Fonte: USDA.
85
86
Inor Ag. Assmann
Abocanhando
Setor confia no
crescimento
contínuo da
produção e da
venda de carne
suína e busca
a superação
dos desafios que
se apresentam
na atividade
espaços
A cadeia produtiva de suínos no Brasil
está articulada com foco no seu crescimento permanente e atenta a todas as questões que considera fundamentais para tal.
Alguns desafios estão sendo priorizados,
como é o caso da sustentabilidade, da rastreabilidade, da diversificação de produtos
e mercados, além da logística, mencionados pela Associação Brasileira da Indústria
Produtora e Exportadora de Carne Suína
(Abipecs) em seu Relatório Anual de 2012.
Nele, também lembra a importância do
segmento no desenvolvimento econômico e social de muitos municípios e do País,
com a geração de 605 mil empregos e a
inserção de 39,5 mil fornecedores, números
que o setor pretende ampliar cada vez mais,
junto com o seu próprio desenvolvimento.
O crescimento projetado para a suinocultura, pela Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no próximo
decênio, prevê avanço de 1,9% ao ano na
produção, índice “relativamente alto, que
consegue atender ao consumo doméstico e às exportações”, conforme sua análise. Com isso, até 2023, cresceria no total
20,6%, chegando a 4.286 mil toneladas (ou
5.460 mil toneladas, no limite superior). Já
o consumo interno aumentaria um pouco menos (18,9%, alcançando a 3.502 mil
toneladas, porém admitindo até 7.460 mil
toneladas no nível superior) e a venda externa, mais (29,4%, para 802 mil toneladas,
ou 1.161 mil toneladas, se considerada a
projeção mais elevada).
No caso dos primeiros valores basicamente estimados, seriam inferiores ao
crescimento das carnes de frango e bovina,
enquanto na exportação seriam superiores
à variação das outras proteínas consideradas, com quadro favorável projetado. A
disposição mostrada pelo setor suinícola,
no entanto, é de que possa avançar mais
também no consumo doméstico, onde o
seu produto hoje ainda fica atrás das outras
duas carnes. Forte campanha de incentivo,
liderada pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), está conseguindo
resultados interessantes, com índices mais
elevados de aumento na demanda por pessoa (de 13 para 15 kg, entre 2010 e 2012).
Da mesma forma, na produção, especificamente para 2013, já foram manifestadas
perspectivas mais otimistas do que o 1%
previsto pela Abipecs na virada do ano. Junto à Embrapa Suínos e Aves, por exemplo,
a estimativa de crescimento se dá ao nível
anual de 3%. Por outro lado, Análise da
Conjuntura Agropecuária do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria
da Agricultura do Paraná (Seab), feita em
fevereiro de 2013, mostrava expectativa de
aumento na produção de carne suína brasileira até acima de 7% no ano.
Isto ocorreria, no entendimento do
responsável pelo estudo, Edmar Wardensk
Gervasio, principalmente pelo avanço das
tecnologias nas propriedades e pelo ingresso de novas indústrias no segmento.
Os maiores aumentos viriam de Minas
Gerais, que poderia chegar a ter produção
superior a 20% em 2013, bem como de
Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul, em
virtude de grandes investimentos que estão fazendo na atividade.
87
Conquering
Sector believes
in continuous
growth in both pig
meat production
and sales, and
is engaged in
surmounting
all difficulties
standing in the
way of the activity
The pig supply chain in Brazil is focused
on permanent growth and, to this end, pays
heed to all matters deemed fundamental to
this purpose. The Brazilian Pork Industry and
Exporters Association (Abipecs), in its 2012 Annual Report mentions that some challenges
have been given priority, like sustainability, traceability, product and market diversification, and equally logistics. The report also
dwells on the importance of the segment towards the social and economic development
of an array of municipalities across Brazil,
88
with the generation of 605 thousand jobs
and the insertion of 39.5 thousand suppliers,
numbers that the sector intends to continue
expanding and moving forward.
The growth rate projected for pig farming,
by the Strategic Management Advisory Council of the Ministry of Agriculture, Livestock and
Food Supply (Mapa), over the next decade, is
estimated at 1.9 percent a year, a rate “that
is relatively high, but meets both domestic
consumption and exports needs”, the analysis foresees. This would increase the volume
by 20.6 percent to a total of 4,286 thousand
tons (or 5,460 thousand tons, considering
the upper limit), by 2023. On the other hand,
domestic consumption is supposed to reach
a smaller percentage growth (18.9%, totaling
3,502 thousand tons, but with chances for up
to 7,460 thousand tons at the upper level) and
foreign sales, plus (29.4%, to 802 thousand
tons, or 1,161 thousand tons, if the higher projection is considered).
In the case of the basically estimated first
values, they would remain below the growth
rate experienced by broiler and bovine meats,
while at exports they would be above the variation of the other proteins in question, with a
projected favorable picture. The spirit of endeavor demonstrated by the pig farming sector, however, shows that it is poised to make
strides in the domestic scenario, too, where its
product is still lagging behind the other two
types of meat. Powerful incentive campaign,
led by the Brazilian Association of Pig Breeders
(ABCS), is reaping excellent results, with higher
levels in the demand item - consumption per
person (from 13 to 15 kg, from 2010 to 2012).
Likewise, at production, specifically for
2013, more optimistic perspectives have already been expressed against the 1 percent
forecast by the Abipecs, at the turn of the year.
Sources from Embrapa Hogs and Poultry, for
example, say that the estimated growth rate
is 3% a year. On the other hand, An analysis of
the Agricultural Scenario by the Department
of Agricultural Economics (Deral), a division
of the Paraná State Secretariat of Agriculture
(Seab), conducted in February 2013,pointed
Inor Ag. Assmann
space
to soaring pig meat production volumes in
Brazil, upwards of 7 percent a year.
Edmar Wardensk Gervasio understands
that this would occur particularly because
of the introduction of advanced technology
into the farms and due to the arrival of new
industries of the segment. Major increases are
supposed to come from Minas Gerais, a state
where production could soar by upwards of
20% in 2013, as well as from Mato Grosso and
Mato Grosso do Sul, due to huge investments
now underway in the activity.
89
Estudos com
cruzamento de
raças para chegar
a produtos
diferenciados e
rastreabilidade
em toda a cadeia
devem levar a
um novo
tempo no setor
90
No ponto
No plano tecnológico, o tema da diversificação e da diferenciação de produtos ganha espaço na suinocultura
brasileira. É o que vem ocorrendo em
trabalho da Embrapa Suínos e Aves,
juntamente com o curso de Tecnólogo em Alimentos do Instituto Federal
Catarinense (IFC) e quatro frigoríficos
ligados ao Instituto Nacional de Carne
Suína (INCS). Esse estudo, que prevê a
realização dos primeiros abates em setembro de 2013, busca a melhora qualitativa com cruzamento de raças (60%
Duroc e Moura e 40% Large White e
Landrace), particularmente no marmoreio, a quantidade de gordura entre os
músculos do animal, oferecendo genética mais rústica para obter embutidos
mais semelhantes aos produtos artesanais dos antepassados.
A questão da rastreabilidade, por
sua vez, também avança, com o objetivo de confirmar a qualidade da produção, acentua Clever Pirola, presidente
do Sindicato das Indústrias de Carne e
Derivados de Santa Catarina (Sindicarne/SC), que trata de projeto nesta área,
com a Embrapa Suínos e Aves. De forma
piloto, já foi testado sistema com chip
que rastreia com mais rapidez os produtos da agroindústria até o porto na
exportação. Agora também vem sendo
proposta a implantação de método de
rastreamento desde a produção, por
meio do DNA, com todo o histórico do
animal, da granja até o abate.
A logística, por fim, recebe atenção,
uma vez que o padrão dominante, baseado
certo
representam impacto
positivo na competitividade
das exportações de carne suína, e
inclusive na redução de emissões de gases de efeito-estufa. No plano regional,
inverteriam o fluxo da direção Norte-Sul
para Sul-Norte. No entanto, ainda se colocam como
cenários de médio ou
longo prazos.
Sílvio Ávila
no modal rodoviário, afeta a competitividade brasileira, conforme reforça estudo de novembro de 2012, feito pelos
pesquisadores Marcelo Miele, Ari Jarbas
Sandi, Airton Kunz e João Dionisio Henn,
da Embrapa Suínos e Aves. O problema
atinge de modo especial o Centro-Oeste,
para onde ocorre maior expansão no setor, o que implica em maiores distâncias
e custos de transporte.
Os técnicos enfocam algumas obras
em andamento e previstas, como finalização da Ferrovia Norte-Sul, construção
da Ferrovia de Integração Centro-Oeste,
realização e adequação de obras ferroviárias na região Sul e conclusão da
Realidade gaúcha
No Rio Grande do Sul, pela maior distância em relação aos centros consumidores e fornecedores na complementação de insumos, o aspecto
logístico igualmente é lembrado por Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores do Estado (Acsurs). Em manifestações no primeiro semestre de 2013, também como conselheiro
reeleito de Relações com o Mercado da entidade em nível nacional
(ABCS), Folador vislumbrava, na expectativa de preços melhores e cusBR-163
tos mais estáveis, um cenário de recuperação do setor no ano, após
do Norte
temporada muito difícil.
do Mato
Reiterava ainda o esforço constante da organização em levar
Grosso a
ao produtor de suínos mais condições de sustentação no seu
Santarém,
negócio. Projeto nacional da ABCS para os próximos anos
no
Pará.
justamente reforça a sustentabilidade, ao lado do
Na avaliação
aumento do consumo, a fim de que o futuro
dos especialisprojetado e sonhado para o setor se
tas da Embrapa,
concretize.
esses investimentos
91
At the
right
point
Studies on intercrossings with
different breeds to achieve
discerning products and
traceability throughout the
entire supply chain should
lead to a new era in the sector
In the technological panorama, diversification and product
selection initiatives are gaining momentum in Brazil’s pig farming business. This is exactly what is happening at Embrapa Hogs
and Poultry, now working jointly with the Food-Oriented Technology Course at the Santa Catarina State Federal Food Institute
(IFC) and four meat packing companies linked to the National
Pork Institute (INCS). This study, which has scheduled the first
pig slaughters for September 2013, seeks quality improvements
through the following breed intercrossings (60% Duroc and Moura and 40% Large White and Landrace), especially focused on the
marbling traits, amount of intramuscular fat, offering sturdier
genetic values in order to obtain sausages bearing more similarthese investments represent a positive impact on the competitive
ity with the naturally reared hogs in the past.
The traceability question, in turn, is also making strides, with edge of Brazil’s pork shipments abroad, including a reduction in the
the goal to confirm the quality of the product, says Clever Pirola, emissions of greenhouse gases. At regional level, they are supposed
president of the Santa Catarina State Meat Industry and Byproducts to reverse the North-South bound flow to the South-North direction.
Union (Sindicarne/SC), in charge of the project in this area, jointly Nonetheless, these scenarios are projected only for the medium and
with Embrapa Hogs and Poultry. Through a pilot project, a system long terms.
with a chip has already been tested, and is very fast at tracing the
products all the way from the agroindustry to the port of shipment.
Local reality
Now there is a suggestion towards the implementation of a traceIn Rio Grande do Sul, because of the
ability method for production, through the DNA, covering the entire
longer distance from the consumer centers and intrajectory of the animal, from farm to slaughterhouse.
put complementation suppliers, the logistic factor is equalUltimately, logistics is also given attention, as the predomily recalled by Valdecir Folador, president of the Rio Grande do Sul
nant standard, based on the Road modal, as it affects Brazil’s
State Association of Pig Raisers (Acsurs, in the Portuguese acronym).
competitiveness, as demonstrated by a study conducted
In interventions in the first half of 2013, also as reelected council member
in November 2012 by the following researchers: Marcelo
of Market Affairs at the Entity, at national level (ABCS), Folador spotted, in
Miele, Ari Jarbas Sandi, Airton Kunz and João Dionisio
terms of better price expectations and more stable costs, a scenario of recovHenn, of Embrapa Hogs and Poultry. In particular, the
ery of the sector over the year, after a very difficult season.
problem reaches the Center-West, where all major expanHe also dwelled on the constant efforts by the organization tosions of the hogs sector occur, a fact that implies in bigger
wards delivering to the farmers pig breeds capable of sustaining
distances and higher transport costs.
their business. National ABCS project for the upcoming years is
The technicians emphasize some works now underway
specifically aimed at strengthening the sustainability side,
and other in the making, like the final construction works of
along with higher consumption levels, so as to make
the North-South Railroad, the construction of the Center-West
the projected and much dreamed of future
Integration Railroad, railroad construction works in the southern
come true.
region and the conclusion of the BR-163 from North Mato Grosso
to Santarém, in the state of Pará. In the view of Embrapa Specialists,
92
Sílvio Ávila
94
Ma
rket
ercado
.M
s
o
n
í
Su
Sempre
em
frente
Vendas externas de
carne suína brasileira
voltaram a crescer em
volume e receita em 2012,
apesar das dificuldades
enfrentadas no período
As exportações de carne suína realizadas pelo Brasil em 2012, comparadas com 2011, cresceram 12,6% em volume e 4,21% em receita,
alcançando, respectivamente, a 581.477 toneladas e US$ 1,49 bilhão.
Este desempenho, considerado bom, foi obtido “apesar da forte pressão sobre os custos, do aumento da concorrência e das dificuldades
conjunturais de acesso a alguns mercados”, avalia a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). A
entidade destaca também investimentos ocorridos na modernização
da produção para atender ao potencial de mercado.
Apenas o preço médio, de US$ 2.571,00 por tonelada em 2012, foi
inferior em 7,45% ao atingido no ano anterior. Porém, no início de
2013, ao mesmo tempo em que se esperava crescimento no
mesmo nível do ano anterior em volume, acreditava-se em preços médios superiores durante a
Em retomada
nova temporada. Isso “não só devido à
Os números de janeiro a junho refletem a susrecuperação das cotações em nível
pensão temporária, a partir de 20 de março, das compras pela
internacional, mas também em
Ucrânia, que havia sido o principal país importador do Brasil em 2012. No
função de acesso a mercados
entanto, “a retomada da exportação para este destino, desde 19 de junho, deve se
externos que pagam mais”,
mostrar a partir da segunda quinzena de julho e vislumbra-se perspectiva positiva de redizia Pedro de Camargo
cuperação gradativa no decorrer do segundo semestre”, afirma Rui Eduardo Saldanha Vargas,
Neto, então ainda presinovo presidente da Abipecs desde final de março de 2013.
dente da Abipecs.
O dirigente destaca, contudo, que a principal alavanca para recuperar o desempenho das exportaO resultado apre- ções poderá ser o mercado japonês, que foi aberto em 2013 para o Brasil, após sete anos de negociação.
sentado pelas vendas A abertura deste importante mercado, que é o maior importador de carne suína do mundo e um dos mais
externas brasileiras exigentes e remuneradores, foi anunciada em final de maio e as vendas começaram em julho. São feitas por
no primeiro se- meio de Santa Catarina, maior exportador brasileiro do produto e único livre de febre aftosa sem vacinação, que
mestre de 2013 já tem cinco empresas e oito frigoríficos habilitados pelo Japão.
vieram confirmar
O fato está sendo comemorado no setor e, conforme Rui Vargas, há boas expectativas a curto, médio e lonelevação do valor go prazos, em relação ao atendimento das necessidades daquele país asiático. Ainda para 2013 ele espera que
médio
recebido. seja possível destinar volume de 30 mil toneladas do Brasil para o Japão, enquanto em um ano, num primeiro
Este subiu para US$
momento, considera que o mercado japonês possa representar a colocação de cerca de 100 mil toneladas de
2.620,00 pela tonecarne suína brasileira.
lada, 2,46% a mais do
Além disso, havia expectativas favoráveis às vendas para a Rússia, que sempre ocupa lugar de destaque o registrado no
que no comércio externo da carne suína do Brasil. Em 2012, este mercado ficou em nível mais baixo
mesmo período do ano
devido a embargo da autoridade sanitária daquele país a três estados (Rio Grande do Sul, Paraná
antecedente, ainda que
e Mato Grosso). No primeiro semestre de 2013, os russos já voltaram a figurar como os prino volume e a renda totais
cipais compradores do produto brasileiro (28,71% do total vendido e 23,91% a mais
ficassem abaixo dos verificado que no mesmo período do ano anterior). Para a segunda parte do ano, em
dos anteriormente nos mesmos
virtude de missão veterinária que estava sendo recebida em julho,
seis meses iniciais. Totalizaram, cada
a Abipecs manifestava boas perspectivas no cenário de
qual, 240.515 toneladas (-10,52%) e US$
recuperação gradativa das exportações.
630,26 milhões (-8,31%).
95
Sílvio Ávila
Always looking
PRINCIPAIS DESTINOS • Major destinations
Países compradores de carne suína do Brasil
Ano de 2012
(Em toneladas)
Ucrânia138.666
Rússia127.070
Hong Kong
124.701
Angola45.534
Cingapura28.171
Argentina23.386
Uruguai20.639
Georgia9.907
Haiti6.606
Venezuela6.553
Fonte: Abipecs
96
HISTÓRIA E NÚMEROS • History in numbers
Vendas de carne suína brasileira
Ano VolumeReceita
(Mil t)
(US$ milhão)
2008 5291.474
2009 6071.226
2010 5401.341
2011 5161.435
2012 5811.495
Fonte: Abipecs
ahead
Brazilian foreign
sales of pork soared
again in volume and
revenue in 2012,
despite difficulties
faced over the period
Compared to 2011, Brazilian pork exports in 2012 rose 12.60% in volume and
4.21% in revenue, reaching, respectively 581,477 tons and US$ 1.49 billion. This performance, viewed as good, was achieved “despite strong pressure over costs, tighter
competitiveness and juncture-related difficulties in accessing some markets”,
sources from the Brazilian Pork Industry and Exporters Association (Abipecs) said.
The entity also highlights investments in industrial upgrading in order to meet the
needs of potential markets.
Only the average price of US$ 2,571.00 per ton in 2012 was down 7.45% from the
previous year. Nevertheless, in early 2013, while the expectation was for a growth in
volume, in line with the previous year, higher average prices were also expected for
the new season. The expectation was not only based on the recovery of the international prices, but also by virtue of the access to foreign markets
that pay better prices”, then Abipecs president Pedro
de Camargo Neto said.
Recovery on track
The results derived from Brazil’s foreign
The January through June numbers reflect a temposales over the first half of 2013 already
rary interruption, as of March 20, of purchases by Ukraine, which had
attest to higher average prices.
been a major importer in 2012. Nevertheless, “the resumption of shipments to
They soared to US$ 2,620.00 per
this destination, since June 19, should materialize as of mid-July and there is expectaton, up 2.46% from the same
tion
for a gradual recovery over the second half of the year”, comments Rui Eduardo Saldanha
period the previous year,
Vargas,
president of Abipecs since late March 2013.
but the total volume
On the other hand, the president maintains that the main factor that may play a major role in the
and revenue were
performance
of Brazil’s exports might be the Japanese market, which opened its gates to Brazil in 2013, afdown from the same
ter seven years of negotiations. The entry into this powerful market, the leading pork importer in the world, also
six month period of
the previous year. very discerning and lushly remunerative, was announced in late May and sales started in July. All sales go through
Respectively, they Santa Catarina, leading Brazilian pork exporter and the only state free from the foot-and-mouth disease without
totaled 240,515 vaccination, home to five companies and eight meat packing industries officially acknowledged by Japan.
This achievement has brought smiles to the sector and, according to Rui Vargas, there are great expectations
tons (-10.52%) and
for
the
short, medium and long run, with regard to the fulfillment of the needs of that Asian country. Before 2013
US$ 630.26 million
comes to a close, there is hope for the shipment of 30 thousand tons from Brazil to Japan, while for a whole year,
(-8.31%).
at a first moment, the Japanese market is viewed as a client with the capacity to purchase 100 thousand tons
of pork from Brazil.
Furthermore, expectations for favorable sales to Russia have not vanished yet, as this country has
always occupied a prominent position in Brazil’s foreign pork sales. In 2012, this market shrank
considerably due to sanitary embargos imposed on three states (Rio Grande do Sul, Paraná
and Mato Grosso). In the first half of 2013, Russia began to resume its position as a major
buyer of Brazilian pork products (28.71% of all sales and up 23,91% from the same
period in the previous year). For the second half of the year, by virtue of
the veterinary delegation that arrived in July, Abipecs expressed
good perspectives for a gradual resumption of all
exports to that country.
97
Inor Ag. Assmann
Exportações
brasileiras
estão sendo
ampliadas com a
diversificação dos
produtos suínos,
havendo recuo na
participação da
meia carcaça
Um dos desafios do setor suinícola,
apresentado pela Associação Brasileira da
Indústria Produtora e Exportadora de Suínos (Abipecs), é a diversificação de produtos e mercados. No comércio exterior,
ao mesmo tempo em que a cadeia busca
avanço além dos 60 países importadores
registrados em 2012, ocorre a ampliação
nos tipos de produtos comercializados,
entre as quase 80 formas diferentes de
cortes de suínos in natura ofertados pelo
País aos seus clientes.
Com isso, a chamada meia carcaça,
que era mais representativa no total das
vendas externas feitas em anos anterio98
Ao gosto
res, está perdendo espaço para cortes
menores, que deverão predominar nos
próximos anos, e com ainda maior especificação e especialização. A análise é
feita por Jurandi Soares Machado, diretor
executivo da Abipecs. Ele observa que,
atualmente, entre os cortes mais vendidos, sobressaem pernil e paleta, como
também copa-lombo e sobrepaleta.
Ainda há vendas consideráveis de partes da costela e da barriga, além de miúdos
e dos próprios ossos, comprados pela China. Gordura suína, tripas e couros igualmente fazem parte dos itens exportados,
acrescenta Cinara Milanez Shibuya Batista,
engenheira de alimentos.
Quanto a produtos industrializados, o
comércio externo do País ainda é incipiente, ficando em cerca de 2%, para abastecer
principalmente navios e aeronaves, informa Jurandi Machado. O dirigente da Abipecs entende que, no futuro, há tendência
de exportar mais produtos com valor agregado. É um dos propósitos do segmento
no seu empenho em diversificar a linha de
itens suínos vendidos ao exterior e em mais
mercados, caso do Japão, que se inseriu
em 2013, com a compra de diversos cortes,
como filé e sobrepaleta de lombo, fornecidos por empresas de Santa Catarina.
do
freguês
Estados exportadores
Santa Catarina é o Estado que lidera a exportação brasileira de carne suína. Em 2012, direcionou
207.772 toneladas ao exterior, seguido pelo Rio Grande do Sul, com
174.245 toneladas. Em terceiro lugar encontra-se Goiás, que em 2009 ocupava a quinta colocação nacional e se destaca na evolução das exportações de
produtos suínos, onde participou com 71.477 toneladas em 2012.
Análise de conjuntura feita em fevereiro de 2013 por Edmar Wardensk Gervásio, do
Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) do Paraná, projetava para 2013 crescimento superior a 30% para Goiás. O
mesmo foi previsto para Minas Gerais, atual quinto colocado nas exportações, com 41.527
toneladas em 2012, segundo a Abipecs.
A quarta posição neste ranking entre os estados em 2012 é do Paraná, com 54.469 toneladas exportadas, número reduzido em quase 12% pela ausência de compras da Rússia.
Na projeção do Deral/Seab para 2013, deve ocorrer recuperação, com possibilidade de
aumento superior a 21% no volume exportado, em virtude da retomada de mercados
e da exploração de potencial existente.
Ainda pelas informações da Abipecs, aparecem entre os maiores exportadores em 2012: Mato Grosso do Sul, com 17.470 toneladas; Mato
Grosso, com 11.787 toneladas; e São Paulo, com 2.730 toneladas.
Ocupam, respectivamente, a sexta até a oitava posições
no quadro dos estados com maior venda externa de carne suína.
99
One of the challenges of the pig farming sector, put forward by the Brazilian
Pork Industry and Exporter Association
(Abipecs), consists in product and market
diversification. As far as the foreign trade
goes, the sector is trying to expand the
number of pork importing countries beyond the 60 registered in 2012 and, in the
meantime, is also deeply engaged in diversifying the kind of products, which now
come to 80 different cuts of fresh meat, offered by the Country to its clients.
As a result, the so-called half-carcass,
which was very representative in all foreign sales up to some years ago, is losing
ground to smaller cuts, poised to predominate over the next years, as they are more
specified and qualified. This analysis is
made by Jurandi Soares Machado, executive director at Abipecs. He observes that,
currently, the best-selling cuts include
pork leg and shoulder tender, as well as
tenderloin and shoulder clod.
There are also considerable sales
of ribs, pork bellies, besides giblets and
bones, purchased by China. Pork fat, chitterlings and giblets are also items included
in exports, food engineer Cinara Milanez
Shibuya Batista says.
As to industrialized products, Brazil’s
foreign trade is still at a fledgling stage,
remaining at 2%, mainly for the supply of
ships and aircrafts, Jurandi Machado explains. The Abipecs official understands
that, in the future, the trend is for shipping abroad bigger amounts of valueadded products. The idea of the segment
is to diversify the range of pork products
sold abroad, while seeking new markets,
like Japan, which, in 2013, for the first
time purchased different cuts, like fillet,
shoulder clod, sirloin, furnished by companies in Santa Catarina.
100
Inor Ag. Assmann
Pleasing the
customer
Rising Brazilian
exports are
mainly due to
a wide offer of
pork products,
while sales of
half-carcasses
are declining
Exports by state
Santa Catarina is the State that leads Brazilian pork sales abroad. In 2012, exports amounted to 207,772,
followed by Rio Grande do Sul, with 174,245 tons. Goiás, which in
2009 ranked as fifth biggest exporter, has made strides in sales abroad of
pork products, climbing to the third position in 2012, with 71,477 tons.
An analysis of the scenario conducted in February 2013 by Edmar Wardensk
Gervásio, of the Department of Rural Economics (Deral), of the Paraná State Secretariat
of Agriculture and Supply (Seab), projected a higher than 30 percent growth rate for Goiás
in 2013. The same holds true for Minas Gerais, now ranking is fifth biggest exporter, with
41.527 tons in 2012, Abipecs sources said.
The fourth position in 2012 in this ranking is occupied by the state of Paraná, with 54,469
tons shipped abroad, down almost 12 percent due to the absence of Russia. According to
projections by Deral/Seab, a recovery should occur in 2013, with chances for an increase
of upwards of 21 percent in volume shipped abroad, as a result of the return of traditional markets and full use of the existing potential.
Equally, based on Abipecs sources, other major players in 2012 include
Mato Grosso do Sul, with 17,470 tons; Mato Grosso, with 11,787 tons;
and São Paulo, with 2.730 tons. They respectively rank as sixth
and eighth among the states that lead pork meat
sales abroad.
101
E quem
resistiria?
Os brasileiros estão apreciando
cada vez mais um bom corte de carne
suína. O aumento do consumo per capita tem sido gradual no País e o setor
trabalha em campanhas para atingir
meta ousada: chegar a 18 quilos por
habitante ao ano até 2015. O índice,
que não ultrapassava a oito quilos ao
final do século 20, praticamente dobrou em pouco mais de 10 anos, alcançando a 15,6 quilos em 2012, conforme
estimativa da Associação Brasileira de
Criadores de Suínos (ABCS).
Na análise de Fabiano Coser, diretor-executivo da ABCS, caberá ao mercado
interno, que fica com 85% da oferta
anual, a absorção do aumento de produção de carne suína. “O ideal é que
haja incremento no consumo per capita
em cerca de 750 gramas ao ano”, avalia.
Esse objetivo, no entanto, ainda não foi
alcançado, estando o crescimento por
volta de meio quilo ao ano.
O avanço do consumo de carne
suína no mercado interno em grande
parte pode ser creditado a iniciativas
do setor para estimular a adoção do
produto nos lares brasileiros. Em 2009,
a ABCS implantou o Projeto Nacional
de Desenvolvimento da Suinocultura
(PNDS). As metas eram modernizar a
comercialização dos cortes e disseminar as boas práticas de produção nas
granjas.
As ações, em todos os grandes esta102
dos produtores, tiveram o efeito desejado. Para 2013, a entidade planeja um
evento, que promete colaborar mais
ainda para a inserção dessa proteína
na dieta da população brasileira. Trata-se da Semana Nacional da Carne Suína, programada para o período de 2 a
16 de outubro, em 540 lojas do Grupo
Pão de Açúcar. A rede está presente nas
regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, atendendo em torno de 80% da
população brasileira.
Para Fabiano Coser, esse tipo de
iniciativa é fundamental, pois dá visibilidade ao produto. “Sempre que se
realiza alguma ação de promoção, o
crescimento momentâneo das vendas
fica em cerca de 70%”, constata. Em
2012, lembra o dirigente, foi realizada a
Semana Nordestina de Carne Suína, em
Recife (PE). Durante o evento, a comercialização dos cortes aumentou 150%,
tendo como resultado residual um incremento de 30% no mercado local.
Os projetos desenvolvidos pelo setor também são vistos como positivos
pelo pesquisador Marcelo Miele, da
Embrapa Suínos e Aves. Ele acrescenta
ainda que o comércio de carnes tem
sido favorecido pelo aumento de renda da classe média brasileira. Como
salienta, as indústrias estão investindo
em novas plantas e na distribuição a
frio, o que facilita o abastecimento do
mercado interno.
Consumo per
capita de carne
suína segue em
alta, com o maior
poder aquisitivo da
população brasileira
e as campanhas
realizadas pelo
setor
Who can
resist?
Per capita consumption
of pig meat is on the
rise, reflecting the higher
purchasing power of the
population and campaigns
conducted by the sector
mental role as it gives visibility to the product. “Whenever a promotional initiative is conducted, momentary growth of sales amount to
about 70%”, he comments. In 2012, the official recalls, the Northeastern Pork Week was held in Recife (PE). During the event, sales of pork
cuts soared by 30% in the domestic market.
The projects conducted by the sector are viewed as positive by researcher Marcelo Miele, of Embrapa Hogs and Poultry. He also adds
that sales of this type of meat have been taking advantage of the soaring purchasing power of Brazil’s middle class. He also mentions that
most industries are now investing in new processing plants and in the
distribution of frozen meat, making it easier to keep the market supplied.
Inor Ag. Assmann
Brazilian people are gradually getting keen on a good portion
of pork. Per capita consumption has been evolving gradually in the
Country and the sector is now engaged in campaigns with a very ambitious target: 18 kilos per person a year, by 2015. The amount, which
was at or below 8 kilos at the end of the 20th century, has practically
doubled in little more than 10 years, reaching 15.6 kilos in 2012, sources from the Brazilian Association of Pig Breeders (ABCS) said.
Fabiano Coser, executive-director at ABCS, maintains that it is up
to the domestic market, which absorbs 85% of the annual output, to
consume the higher production volumes of pork. “Ideally, per capita
consumption should soar by 750 grams a year”, he comments. This
goal, however, has not yet been achieved and consumption has barely
grown by 500 grams a year.
Soaring levels of pig meat consumption in the domestic market
partly stem from initiatives by the sector intended to stimulate the consumption of this meat in Brazilian households. In 2009, ABCS members implemented the National Pig Farming Development Project
(PNDS). The targets consisted in modernizing the sales of pork cuts and
disseminate best production practices across the pig farms.
All the initiatives were well accepted by the commercial pig raisers and achieved the desired result. For 2013, the entity is planning an
event, which is poised to collaborate even further towards inserting
this protein in the diet of the Brazilian people. It is the National Pork
Week, to be held 2 – 6 October, in 540 shops that belong to Grupo Pão
de Açúcar. The group has retail stores in the Northeast, Southeast and
Center-West, serving around 80% of the Brazilian population.
In Fabiano Coser’s view, this type
of
initiative
plays a funda-
103
Vestindo a
camiseta
Divulgação
Semana Nacional da Carne Suína, em outubro
de 2013, coroa ações de incentivo ao consumo
em projeto nacional de desenvolvimento do setor
involved
Getting
National Pork Week, in October 2013, crowns
consumption incentive initiatives through a
national project for the development of the sector
104
Um trabalho forte e de sucesso é desenvolvido no âmbito da suinocultura brasileira para aumentar o consumo interno
da carne que o setor produz. Todos estão
sendo incentivados a vestir a camisa “A
Carne Suína é 10”, slogan oficial da Semana
Nacional que foi programada para ocorrer
entre 2 e 16 de outubro de 2013, e que coroa trabalho feito desde 2010 pelo Projeto
Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). Nesse período, o consumo per
capita anual já saltou de 13 para mais de 15
quilos, e a expectativa é de que possa chegar a 18 quilos/habitante/ano até 2015.
Os produtos de suínos têm o maior potencial de crescimento entre as carnes no
País, confia a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). Isto porque o consumo ainda é baixo, quando comparado com
o de outros países, onde a média se aproxima de 40 quilos por habitante ao ano, e com
o verificado em âmbito nacional com as carnes bovina e de frango, que já está entre os
mais altos do mundo. Os estímulos para o
incremento desejado serão reforçados com
a Semana Nacional da Carne Suína, que reúne ABCS, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro
e Pequenas Empresas (Sebrae), Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), Grupo Pão de Açúcar e Extra, e Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Intensa preparação está sendo desenvolvida para esta semana desde maio de
2013. Os organizadores buscam o envolvimento de todo o setor, com Pork Days,
destacando-se a capacitação de mais de mil
profissionais de açougue do grupo varejista
integrado, o maior do País, com 485 lojas.
Entre as atividades previstas estão palestras
sobre a qualidade da carne suína. Além disso, cursos de cortes especiais e oficinas gastronômicas com foco na saudabilidade e no
sabor do produto suíno atingem consumidores finais e formadores de opinião, informa Lívia Machado, coordenadora nacional
do PNDS. A culminância ocorrerá em grande campanha de marketing, em outubro.
Já na fase preparatória vêm sendo verificados bons resultados, como em ações
desenvolvidas entre 12 a 23 de junho, em
São Paulo. Só nesta semana as unidades
do Extra e do Pão de Açúcar no Estado registraram aumento de 38% nas vendas dos
produtos suínos em relação ao mesmo período de 2012. “Em uma ação no maior Estado do País, que possui mais de um quarto
dos consumidores brasileiros, a carne suína
ganhou destaque entre as outras proteínas,
com sucesso absoluto”, observa Marcelo
Lopes, presidente da ABCS, que ainda ressalta o ineditismo da campanha de incentivo ao consumo junto ao varejo.
A mobilização e a integração do setor,
numa nova forma de trabalhar o marketing da carne suína, é um dos grandes
propósitos da iniciativa, além de aumentar a visibilidade e as vendas, reforça Fabiano Coser, diretor executivo da associação
dos produtores. Com a ênfase em “A Carne
Suína é 10”, procura-se também aproveitar o apelo da temática do futebol brasileiro, conhecido mundialmente e colocado
em destaque na Copa das Confederações,
realizada em 2013, e na Copa do Mundo,
que o País estará sediando em 2014.
Consistent and successful work is being
conducted in the realm of Brazil’s pig farming business with the aim to boost the consumption of pork produced by the sector.
All members of the sector are being urged to
embrace the “Pork is Top Mark” official slogan of the National Pork Week, scheduled for
2 – 16 October 2013, which crowns the work
that has been conducted since 2010 by the
National Pig Farming Development Project
(PNDS). Over the period, national per capita
consumption jumped from 13 to 15 kilos a
year, while the expectation is for it to soar to
18/kilos/person/year, by 2015.
Pork products stand the best chances
of making strides among all types of meat
throughout the Country, sources from the Brazilian Association of Pig Breeders (ABCS) say.
This happens because consumption is still low
compared to other countries, where it reaches
almost 40 kilos per capita a year, on average.
And the same holds true if compared to the
highly consumed beef and chicken meat in the
domestic scenario. Incentive towards achieving the desired consumption levels will be rein-
forced during the National Pork Week, which
encompasses the ABCS, Brazilian Micro and
Small Business Support Service (Sebrae), Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply
(MAPA), Pão de Açúcar and Extra Group, and
the Brazilian Supermarket Association (Abras).
Intensive preparation work for this week
has been underway since May 2013. The
organizers are trying to get the entire sector involved, through Pork Days, providing
training and capacity building courses for
upwards of one thousand butcher assistants
of the integrated retailer group, the biggest in
the Country, now with 485 shops. Scheduled
activities include lectures on the quality of pig
meat. Furthermore, there will be courses on
special cuts, gastronomy-oriented workshops
focused on the health benefits and flavor of
pork products, intended for final consumers
and opinion makers, Lívia Machado, national PNDS coordinator, says. Final preparation
works have been scheduled for October, with
a huge marketing campaign.
During the preparatory stage good results
have been reaped, like the initiatives conduct-
ed in São Paulo, June 12 through June 23.
During that week, sales of pork products at
the Extra and Pão de Açúcar units increased
by 38%, compared to the same period in
2012. “In one initiative conducted in the biggest State of the Country, home to more
than a quarter of all Brazilian consumers, pig
meat sold briskly compared to other proteins,
achieving absolute success”, Marcelo Lopes,
president of ABCS observes. He also refers to
the unprecedented effort towards boosting
the sale of pig meat in retail shops.
The mobilization and integration of the
entire sector, in a new manner to deal with
pig meat marketing questions, is a major
purpose of the initiative, besides making
sales more visible, Fabiano Coser, director executive of the producers’ association stresses.
With special emphasis on the “Pork is Top
Mark” slogan, another focus has been the alluring influence coming from Brazilian football, globally acknowledged and climbing
into the spotlight during FIFA Confederations
Cup, in 2013, and during the FIFA World Cup
the country will be hosting in 2014”.
105
Pro
file
er f i l
.P
s
o
Suín
Para
Sustainability-oriented
systems
106
sustentar
O Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS), em realização
há dois anos, ganha impulso em mais um
aspecto além do incremento ao consumo.
Chamado de PNDS Sustentabilidade, este
tema vai permear o novo convênio assinado pela Associação Brasileira dos Criadores
de Suínos (ABCS) com o Serviço Brasileiro
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
(Sebrae) e com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) para o biênio
2013/15. Além de capacitações e treinamentos a fim de alavancar a participação
da carne suína nas refeições dos brasileiros,
serão enfatizadas práticas sustentáveis na
produção e na industrialização.
Entre 2010 e 2012, o PNDS capacitou e
orientou 28 mil profissionais, entre produtores, colaboradores e açougueiros, além
National pig
farming project
encompasses
sustainable
initiatives,
consumption and
incentive to work
developed by the
supply chain
de consumidores. Mais de 1,2 milhão de
pessoas foram sensibilizadas em relação à
saudabilidade e à qualidade da carne suína, segundo informações da ABCS. Com
o PNDS Sustentabilidade, de acordo com
Marcelo Lopes, presidente da entidade,
atinge-se momento ainda mais maduro e
ousado dentro do grande objetivo de fazer
crescer o consumo da produção do setor.
Será reforçada a consciência, já presente,
de conciliar o crescimento da atividade
e ações que reduzam o impacto ao meio
ambiente, ao mesmo tempo em que aumentem a otimização de recursos e a eficiência de gestão.
Mais de 100 estabelecimentos, entre
pequenas granjas e agroindústrias, deverão
ser abrangidas pelo projeto, com cursos,
consultorias e palestras, tendo presentes
Projeto nacional na
suinocultura reforça
a sustentabilidade,
ao lado do
consumo,
no incentivo
a atividades
desenvolvidas pela
cadeia produtiva
melhorias ambientais no processo da produção e mecanismos de desenvolvimento
limpo (MDL). As ações serão executadas
em 16 estados que têm entidades ligadas à
associação brasileira dos suinocultores: Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Espírito Santo, São
Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia,
Sergipe, Pernambuco e Ceará.
The National Pig Farming Development Project (PNDS), now underway, is picking up
steam in variables other than just consumption matters. Referred to as ‘PNDS Sustainability’,
this project is poised to permeate the new agreement signed by the Brazilian Association of Pig
Breeders (ABCS) with the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae) and with
the Brazilian Agriculture and Livestock Confederation (CNA) for the 2013/15 biennium. Besides
capacity building courses and training sessions intended to shore up the share of pork in Brazilian meals, sustainable practices at farm and industry level will also receive special attention.
From 2010 to 2012, the PNDS trained and qualified 28 thousand professionals, including producers, collaborators and butchers and, of course, consumers. Upwards of 1.2 million people were made aware of the health benefits and quality of pig meat, ABCS sources
said. With the ‘PNDS Sustainability’, according to Marcelo Lopes, president of the entity, a
more mature and bolder moment is achieved within the broad objective of increasing consumption of the sector’s production. Awareness will be strengthened of the need to equate
the growth of the activity and actions intended to reduce environmental impacts, whilst
maximizing the available resources and management efficiency.
More than 100 business operations, including small-scale holdings and agroindustries
are to be encompassed by the project package that provides courses, consultancies and
lectures, geared towards environmental improvements in the production processes and
‘clean development mechanisms’ (MDL, in the Portuguese acronym). All these initiatives
have been scheduled for 16 Brazilian States that are linked to the Brazilian Pig Farming Association: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul, Maranhão, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Pernambuco and Ceará.
107
Duras grandes raças puras dominam o mercado de
suínos no Brasil. São a Landrace e a Large White, que participam com aproximadamente 70% dos cruzamentos realizados no País, complementados com raças como Duroc,
Pietrain, Hampshire e outras, como as chinesas, que contribuem com a prolificidade. O perfil é apresentado pelo médico veterinário Valmir Costa da Rosa, superintendente do
Serviço de Registro Genealógico de Suínos da Associação
Brasileira dos Criadores (ABCS). Ele confirma que a suinocultura brasileira pode ser considerada uma das melhores
do mundo, pelos “desempenhos técnicos, genéticos e sanitários, semelhantes aos do primeiro mundo”.
O superintendente observa que hoje a suinocultura
brasileira é constituída de animais produzidos basicamente em médias e grandes empresas suinícolas, ao contrário
do que ocorria há 20 ou 25 anos, quando se baseava em
grande número de pequenos suinocultores. “Com a concentração da atividade, houve melhoria acentuada no
perfil genético, alavancado pelas importações de sêmen e
de suínos, pelos testes de desempenho dos animais e pela
chegada das empresas de genética vindas de Estados Unidos, Holanda, Franca e Canadá, entre outros”, acentua.
“Se observarmos os dados zootécnicos dos suínos brasileiros, como ganho de peso diário, conversão alimentar,
espessura de toicinho, número de animais nascidos vivos
e aos 21 dias, precocidade e prolificidade neste período,
verificaremos que a evolução foi substancial”, explica Valmir da Rosa. Ainda na sua avaliação, a tendência é de que
estes parâmetros devem melhorar ainda mais e novos serão buscados e observados, principalmente na qualidade
e na maciez da carne.
Em relação às seleções de raças e cruzamentos, o superintendente do Serviço de Registro Genealógico evidencia que elas são determinadas pelas exigências do
mercado consumidor, “cada vez mais preocupado com a
saúde alimentar”. Características como gordura, maciez
e coloração da carne, carne magra, entre outros aspectos, definem quais os cruzamentos a serem feitos ou que
são mais indicados. “Portanto, o mercado consumidor é
quem manda”, reforça Valmir Costa da Rosa.
108
linha
Desempenhos técnicos,
genéticos e sanitários
colocam a suinocultura
brasileira entre as mais
qualificadas do mundo e
mostram contínuo avanço
Sílvio Ávila
Top de
Top
Technical, genetic and
sanitary advances are
responsible for the prominent
position of Brazil’s pig
farming business in the world
and are constantly rising
line
Two purebreds predominate in the Brazilian pig
market. They are Landrace and Large White, which account for about 70% of all crossbreedings carried out in
the Country, complemented with such breeds as Duroc,
Pietrain, Hampshire and others, like Chinese breeds,
which contribute towards the big number of highly
prolific breeds. The profile is presented by veterinarian
Valmir Costa da Rosa, superintendent of the Pig Genealogical Record Service at the Brazilian Association of Pig
Breeders (ABCS). He confirms that Brazil’s pig farming
business is viewed as one of the best in the world, because of its “technical, genetic and sanitary advances,
very similar to first world nations”.
The superintendent observes that modern Brazilian
pig farming consists basically of animals produced in
medium and commercial pig farming operations, contrary to what happened 20 or 25 years ago, when there
were huge numbers of small-scale hog raisers. “The
concentration of the activity resulted into a highly advanced genetic profile, leveraged by semen and pig imports, by performance tests and by the arrival of genetic
companies from the United States, Holland, France and
Canada, among others”, he confirms.
“If we consider the zootechnical gains of the Brazilian pigs, like daily weight gain, food conversion, thickness of the layer of fat, number of animals born alive,
20-day old piglets, precocity and prolific patterns during the period, we will see a substantial evolution”, explains Valmir da Rosa. Equally, in his evaluation, the
trend is for these parameters to improve even further,
while new ones will be sought and observed, especially
with regard to meat quality and tenderness.
With regard to the selection of breeds and interbreedings, the superintendent of the Genealogical Record maintains that this is determined by consumer
market requirements, “increasingly concerned about
food safety”. Meat traits that determine the recommended crossings to be conducted include layer of fat,
tenderness, color and leanness”, Valmir Costa da Rosa
says.
109
Inor Ag. Assmann
110
Ac
tio
no s
í
u
Aves e S
ns
. Aç˜ões
Um alívio no
Os custos de produção de aves e de
suínos devem cair em 2013, incentivando
a retomada da produção e da renda obtida pelos produtores. Este cenário leva em
conta a maior oferta de grãos, que tende
a provocar a queda dos preços das rações,
somada à valorização das carnes. Além da
colheita recorde brasileira na temporada
2012/13, estimada em 185,5 milhões de
toneladas, a confirmação da boa safra nos
Estados Unidos, maior produtor mundial
de milho, consolidará essa tendência.
Entre janeiro e junho de 2013, o Índice
do Custo de Produção de Suíno (IPCSuíno)
da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia
(SC), registrou queda acumulada de 8,47%.
Como em 2012 o custo subiu muito, pela
restrita oferta de grãos, em 12 meses o aumento é de 11,07%. Já o Índice do Custo de
Produção de Frango (IPCFrango) acumula
baixa de 14,4% de janeiro a junho. Ainda
assim, refletindo a alta recorde de 2012,
teve evolução de 9,3% em 12 meses.
A maior oferta de milho e de farelo de
soja favorece as cadeias produtivas, pois
as rações representam 70,3% do custo
produtivo de frangos e 76,3% dos suínos.
Portanto, à medida em que caem os preços das matérias-primas, são reduzidos os
custos de produção, embora não necessariamente na mesma proporção. Em 2012,
os gastos para produzir alcançaram valores recordes pela quebra da safra de verão
no Sul do Brasil, principal polo produtor de
aves e de suínos, agravada pela frustração
na colheita dos Estados Unidos.
Isso obrigou o Sul do Brasil a impor-
bolso
tar milho de outras regiões, agregando
o preço do frete, entre outros desembolsos, ao mesmo tempo em que aumentaram os preços internacionais das
commodities, impactando nas rações nacionais. “Essa alta foi a principal razão da
crise dos setores em 2012, especialmente na suinocultura”, diz o pesquisador
Jonas Irineu dos Santos Filho, da Embrapa Suínos e Aves.
Ele alerta, porém, que, apesar da grande oferta de grãos, o abastecimento está
garantido, mas não há total segurança
quanto aos preços. “A tendência é essa,
mas há uma ressalva de que outros fatores
podem determinar comportamento diferente nos valores, como a variação cambial, por exemplo”, avisa. Conforme Jonas,
em junho e no início de julho de 2013, pela
variação cambial, o preço do farelo de soja
flutuou para cima, o que foi ruim para o
mercado. “Não há pressão sobre as disponibilidades de milho, devemos até fechar
o ano com o estoque regulador acima do
recomendável, mas o câmbio sempre exige atenção”, enfatiza.
O analista do mercado de milho e de
carnes Paulo Molinari, da Safras & Mercado, considera que a grande oferta de grãos
ajuda na composição de um custo de produção menor. No entanto, em seu entender, o que interessa mesmo é o preço das
matérias-primas. “A partir da decisão da
safra americana, no início de agosto, teremos uma ideia melhor. Acredito que os
custos serão mais baixos do que em 2012,
quando foram recordes”, ressalta.
Safra recorde
no Brasil e bom
andamento das
colheitas mundiais
de milho e de soja
devem reduzir
o impacto das
rações no custo
de produção
111
Inor Ag. Assmann
More money
Record crop
in Brazil and
global maize and
soybean harvests
on the right track
should reduce
the impact of
feed prices upon
production costs
Pig and poultry production costs should drop in 2013, encouraging production resumption while boosting producers’ profits. This scenario takes into consideration the lush
supply of grains, which will lead to reductions in feed prices, while meat prices are supposed to soar. Besides the Brazilian 2012/13 record crop, estimated at 185.5 million tons,
the confirmation of the good crop in the United States, leading global corn producer, will
certainly consolidate this trend.
From January to June 2013, the Pig Production Cost Index (IPC, in the Portuguese acronym), surveyed by Embrapa Hogs and Poultry, in Concórdia (SC), registered an accumulated drop of 8.47%. In line with what happened in 2012, the production cost soared
considerably, 11.07% in twelve months, due to tight grain supplies. On the other hand, the
Chicken Production Cost Index (IPCFrango) accumulates a drop of 14.4% January through
June. Even so, reflecting the record high of 2012, it increased by 9.3% in 12 months.
Bigger supplies of corn and soybean meal favor the supply chains, since chicken feed
represents 70.3% of the production cost, while for pigs it is 76.3%. Therefore, as raw materials go down, production costs will follow suit, although not necessarily in the same proportions. In 2012, production costs reached record highs as a result of the frustrated corn crop
in South Brazil, major poultry and pig producing hub, aggravated by the droughtstricken corn crop in the United States.
This forced South Brazil to import corn from other regions,
adding freight costs, among other expenses and, in the
meantime, international commodity prices also
went up, having great impact upon the
feed industry in Brazil. This price
hike was a major culprit in
the sector’s crisis in
2012, especially
RAIO-X DO COCHO • X-ray of the trough
Perfil do consumo de rações pela avicultura e
pela suinocultura (milhões de toneladas)
Segmento
Aves
Frangos de corte
Poedeiras
Suínos
2011 2012 2013 * % 2012/13
37,236,3 37,1
2,1%
32,2
31,1
31,7
2,1%
5,05,2 5,4
2,6%
15,415,1 15,5
2,5%
* Projeção - Fonte: Sindirações
112
in the
pocket
affecting the pig farming segment”, says researcher Jonas Irineu dos Santos Filho, of Embrapa Hogs and Poultry, in Concórdia (SC).
He nonetheless warns that in spite of the abundant offer of grains, there will be no
supply problems, but there is no total assurance about the prices. “This seems to be the
trend, but there are indications pointing to possible behaviors that could interfere with the
values, like exchange rate variations, for example”, he warns. According to Jonas, in June
and early July 2013, in line with the exchange rate variation, soybean meal fetched higher
prices, which was bad for the market. “There is no pressure over corn stocks, we might even
come to year end with the ending stock above the recommended level, but the exchange
rate
requires
constant attention”, he adds.
Corn and meat market analyst Paulo Molinari,
of Safras & Mercado, has it that the huge amount of
grains now available is a factor in the composition of a
smaller production cost. Nonetheless, in his view, what
really matters is the price of the raw materials. “As soon
as the decision has been taken about the North-American corn crop, we will have a better understanding. I believe production costs will remain below the 2012 levels,
when they reached record highs”, he concludes.
DEMANDA • Demand
Consumo de ração por espécie
em 2012*
Frangos49%
Suínos23%
Poedeiras8%
Leite7%
Outros13%
* Total produzido: 63 milhões de toneladas.
Fonte: Sindirações.
113
Entrando no
Inor Ag. Assmann
Retomada do
crescimento
deve aquecer
o mercado de
rações após a
queda registrada
em 2012 diante da
supervalorização
da matéria-prima
114
A alimentação de suínos e de aves representou 80% do consumo total de ração
animal no Brasil em 2012. Foram contabilizadas 51,4 milhões de toneladas dirigidas
a estes segmentos, de um total comercializado que chegou a 63 milhões de toneladas. Nas duas áreas, a queda no consumo frente às 52,6 milhões de toneladas
utilizadas em 2011 chegou a 2,33%, numa
contração de 1,2 milhão de toneladas.
Aves de postura, com o mercado de ovos
mais aquecido, demandaram 5,2 milhões
de toneladas, com aumento de 5,4% sobre
o comportamento de 2011, enquanto a
avicultura de corte consumiu 31,1 milhões
de toneladas (-3,6%) e a suinocultura, 15,1
milhões de toneladas (-2,2%).
O vice-presidente executivo do Sindicato Nacional das Indústrias de Alimentação
Animal (Sindirações), Ariovaldo Zani, destaca que, além da falta de capital de giro
referente às recuperações judiciais por produtores descapitalizados, o que mais pesou
foi a explosão dos preços do farelo de soja
e de milho. O alto preço inviabilizou principalmente a atividade dos pequenos e médios empreendimentos independentes e
influenciou no recuo da compra de rações
componentes alimentares.
No caso das aves de corte, a expectativa
é de ampliação da procura no segundo semestre por causa da maior oferta de grãos
ritmo Stepping
into the
e, em consequência, do menor preço da matéria-prima para alimentação animal. Paralelamente,
espera-se a recuperação dos preços da carne pagos ao produtor, o que pode estimular a evolução
do alojamento e dinamizar a oferta de frangos.
Desta maneira, a expectativa do Sindirações é
para demanda de 31,7 milhões de toneladas em
2013, com alta de 2,1%. A avicultura de postura
deve utilizar 5,4 milhões de toneladas do produto,
com aumento de 2,6% no ano.
Já no caso dos suínos, a indústria de rações trabalha com a expectativa de reação de 2,5% na demanda nacional, que pode chegar a 15,5 milhões
de toneladas. “Isso caso o custo de produção não
sofra tanta volatilidade ao longo do ano”, enfatiza
Ariovaldo Zani.
rhythm
Resumption of growth should heat
up feed market after the declining
sales in 2012, resulting from
overvalued raw materials
Hogs and poultry feed represented 80 percent of total animal feed consumption in Brazil in 2012. These segments absorbed 51.4 million tons of total sales that
reached 63 million tons. In the two segments, the fall in consumption compared to
the 52.6 million tons in 201l, was down 2.33 percent, representing a reduction of 1.2
million tons. Laying hens, with the egg market more heated up, demanded 5.2 million tons, up 5.4% from 2011, while meat chicken operations consumed 31.1 million
tons (-3.6%) and hogs farming, 15.1 million tons (-2.2%).
The executive vice-president of the Trade Union of Brazilian Animal Feed Industries
(Sindirações), Ariovaldo Zani, explains that, besides the lack of working capital regarding judicial recovery procedures of cash-strapped farmers, what weighed the most
were the skyrocketing prices of meal and corn. The high prices made it almost impossible for the independent small and medium-scale producers to continue their operations and had an influence upon the declining sales of components of livestock food.
In the case of meat chicken, there is expectation for soaring demand over the second half of the year as a result of lush supplies of grains and consequent lower prices
of raw materials for animal feed. In the meantime, higher farm gate prices are equally expected, which could encourage the farmers to increase their chicken housing
operations and turn broiler supplies more dynamic. This has led Sindirações officials
to expect demand to soar to 31.7 million tons in 2013, up 2.1 percent. The segment of
laying hens should utilize 5.4 million tons of the product, up 2.6 percent a year.
As to the hogs, the feed industry is projecting a 2.5 percent reaction in national demand, which could amount to 15.5 million tons. “Of course, all this will happen if the
volatile trajectory of the production cost comes to a close”, Ariovaldo Zani emphasizes.
115
Inor Ag. Assmann
116
nts
Eventos
Eve
os .
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Av e s e S
Em dose
As novas tendências da cadeia avícola
nacional, os cenários internacionais e os
caminhos para a inovação no setor estarão
em pauta no Salão Internacional da Avicultura (Siav), a ser promovido pela União
Brasileira de Avicultura (Ubabef) de 27 a
29 de agosto, no Anhembi, em São Paulo
(SP). Na programação está o 23º Congresso
Brasileiro de Avicultura, com o tema “Valor
agregado: novos caminhos para a inovação
avícola”, gerando interesse em dose dupla
e assegurando ao Siav a condição de mais
importante evento do setor em 2013.
Após destacar a logística como eixo
temático em 2011, visando ganhos competitivos, a Ubafef quer enfatizar em 2013
a importância da melhoria da rentabilidade dos negócios da cadeia produtiva por
meio da agregação de valor aos produtos.
O presidente da entidade, Francisco Turra,
considera que a avicultura atingiu patamares inéditos nos mercados doméstico
e internacional, com o elevado consumo
per capita de carne de aves, o aumento dos
índices de consumo de ovos e a liderança
internacional nas exportações de produtos
avícolas. “É chegada a hora, porém, de gerar
mais receita com a produção”, acrescenta.
Em sua opinião, os caminhos da avicultura devem se voltar para o incremento
nos produtos industrializados, envolvendo
mais tecnologias no processo. “Assim, aumentamos o já elevado número de empregos no setor, além da receita, e ainda beneficiamos as agroindústrias de aves e de ovos
e a cadeia fornecedora, pelo crescimento
dos investimentos em tecnologia”, frisa.
O 23° Congresso Brasileiro de Avicultu-
dupla
Salão Internacional
da Avicultura (Siav)
e 23º Congresso
Brasileiro de
Avicultura
movimentam a
cadeia produtiva
em agosto, em
São Paulo
ra terá mais de 60 palestrantes, entre dirigentes empresariais, especialistas técnico-científicos e líderanças setoriais. Um ponto
alto do programa é a palestra com o norte-americano Jurgen Klaric, considerado um
dos gurus do marketing na atualidade. “Um
painel com CEOs das maiores agroindústrias do setor é enfatizado na programação,
bem como a palestra de Andrea Gavinelli,
diretor de Bem-Estar Animal da Diretoria-Geral de Saúde e Consumo (DGSanco) da
Comissão Europeia”, avisa Ricardo Santin,
diretor de Mercados da Ubabef.
Em paralelo ao congresso, eventos
gratuitos acontecerão no Siav. Um deles é
o Projeto Produtor, voltado a avicultores,
sobre desafios do manejo de frango de
corte e aplicação de tecnologias na granja.
O Simpósio sobre Produção e Mercado de
Ovos será exclusivamente voltado à cadeia de postura, com temas referentes ao
mercado e aos insumos.
O 2° Seminário Internacional de Sustentabilidade tratará da produção sustenSucesso garantido
tável de aves como elemento de
O
Siav consolidou antecipadaagregação de valor e terá mesamente o seu sucesso. Conforme a Ubabef,
-redonda sobre resíduos avícoquatro
meses antes do evento, 98% da área do
las, com participação especial
evento estava comercializada. Mais de 30 agroindúsda Associação Brasileira de
trias
de aves e ovos, 20 empresas de equipamentos, todas
Reciclagem Animal (Abra).
de
genética
avícola, laboratórios, produtores de rações,
Além disso, 10 encontros
de Câmaras Setoriais da empresas de logística, certificadores e outros players da
cadeia produtiva garantiram presença a fim de apreUbabef estão confirmados,
sentar novos produtos e serviços ao mercado. O sue reunião conjunta das Câcesso não se restringiu à comercialização, segunmaras Setoriais de Milho e
do o presidente Francisco Turra. “Há uma
Sorgo e de Aves e Suínos do
massiva confirmação de produtores”,
Ministério da Agricultura, Pecucomemora.
ária e Abastecimento (Mapa).
117
Inor Ag. Assmann
118
Double
The new trends of the national poultry supply chain, international scenarios and the right tracks for innovating the sector will be on the agenda
of the International Poultry Exhibition (IPE), to be promoted by the Brazilian Poultry Association (Ubabef), August 17th through August 29th, in
Anhembi, State of São Paulo (SP). The program also includes the 23rd Brazilian Poultry Congress, focused on “Added value: new paths for poultry innovation”, generating double dose interests and turning the International
Exhibition into the most important event of the sector in 2013.
After choosing logistics as core subject in 2011, with an eye towards
competitive edges, in 2013, Ubafef intends to highlight the importance of
improving the business profitability levels of the supply chain by adding
value to its products. The president of the entity, Francisco Turra, has it that
poultry farming has made unprecedented strides both at home and in the
international marketplace, with rising per capita consumption of poultry
meat and eggs, along with conquering global leadership in shipments
abroad of poultry products. “On the other hand, the time has come for us
to generate more revenue from production”, he adds.
In his opinion, poultry farming businesses should begin to focus more
intensely on industrialized products, involving processing technologies.
“This would add more jobs to the employment positions now existing in
the sector, besides driving additional revenue and benefiting all poultry
and egg agroindustries, and the supply chain itself, through bigger investments in technology”, he insists.
The 23rd Brazilian Poultry Congress will offer a slate of upwards of 60 lectures given by renowned entrepreneurs, technical and scientific specialists
and sectoral leaderships. One of the highlights of the congress will be the lecture by Jurgen Klaric, renowned North-American market specialist. “A panel
with CEOs from the leading agroindustries of the sector is also a high point in
the program, as well as the lecture by Andrea Gavinelli, director of the Animal
Welfare department at the Directorate General for Health and Consumers
(DG Sanco), Ubabef market director Ricardo Santin confirms.
During the congress, free events will also be held at the IPE. One of them is
the Producer Project, geared towards poultry farmers, featuring meat chicken
management practices and the use of technologies on the farm. The Symposium on Egg Production and Market will be exclusively for those engaged in
raising egg-laying chickens, featuring market and input variables.
The 2nd International Sustainability Seminar will deal with sustainable
production of poultry as a value adding element and will feature a round
table on poultry waste, under the coordination of the Brazilian Association
of Animal Recycling (Abra). Furthermore, 10 meetings by Ubabef Sectoral
Chambers have been confirmed, and so has a joint meeting of the Corn, Sorghum, Poultry and Hogs Sectoral Chambers, chaired by the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA).
International
Poultry Exhibition
(IPE) and 23rd
Brazilian Poultry
Congress get the
entire supply chain
involved in August,
in São Paulo
dose
Guaranteed success
The IPE has consolidated its success in advance. According to Ubabef sources, four months
prior to the event, 98% of the entire area had already
been traded. Upwards of 20 equipment companies, all of
them involved in poultry genetics, laboratories, feed producers, logistic companies, certifiers and other players of the
supply chain confirmed their presence in order to display
their products and services to the market. Success was
not restricted to space negotiated in advance, president Francisco Turra said. “Producers have
massively confirmed their attendance”,
he rejoices.
119
Robispierre Giuliani
Ag
enda
. Agenda
no s
í
u
Aves e S
EVENTOS AVES
Salão Internacional da
Avicultura – SIAV
23º Congresso Brasileiro de Avicultura
Data: 27 a 29 de agosto 2013
Local: Anhembi (São Paulo – SP)
Telefone: (11) 3031 4115
E-mail: [email protected]
Site: www.ubabef.com.br
11ª Feira Internacional de Tecnologia
para a Indústria da Carne Tecnocarne 2013
Data: 27 até 29 agosto 2013
Local: Centro de Exposições Imigrantes
(São Paulo – SP)
Telefone: (11) 3017 6807
E-mail: [email protected]
Site: www.tecnocarne.com.br
Expointer 2013
36ª Exposição Internacional de
Animais, Máquinas, Implementos
e Produtos Agropecuários
Data: 24 de agosto a 1º de setembro de
2013
Local: Parque Estadual de Exposições Assis
Brasil - Esteio - RS
Telefone: (51) 3288 6223/ 6225
E-mail: [email protected]
Site: www.expointer.rs.gov.br
I Ciclo de Palestras de Aves e Suínos
Data: 10 a 12 de setembro de 2013
Local – Auditório “Prof. Paulo Roberto
Facin”- UFCG – Patos-PB
Promoção – Unidade Acadêmica de
Medicina Veterinária / CSTR /
Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG) – Campus de Patos – Patos - PB
Tel: (83) 9697 4989 e (84) 9139 0468
E-mail: [email protected]
120
X Curso de Atualização em
Avicultura para Postura Comercial
Data: De 10 a 12 de novembro de 2013
Local: Centro de convenções
Unesp/FCAV - Jaboticabal, SP
Realização: Unesp/FCAV
Telefone: (16) 3209 1303
Site: www.funep.org.br
XXIII Congresso Latino-americano
de Avicultura
Data: 12 a 15 de novembro de 2013
Local: Centro Internacional de Ferias y
Convenciones, San Salvador - El Salvador
Email: [email protected]
Site: www.avicultura2013.com/index.php/
pt/home.html
EVENTOS SUÍNOS
Simpósio Brasil Sul de
Suinocultura & V Pig Fair
Data: 13 a 15 de agosto
Local: Chapecó (SC)
Realização: Nucleovet
Telefone: (49) 3229 1640
E-mail: [email protected]
Site: www.nucleovet.com.br
XVI Congresso da Associação
Brasileira de Veterinários
Especialistas em Suínos (Abraves)
Data: 05 à 08 de Novembro de 2013
Local: Cuiabá (MT)
Realização: Abraves
Telefone: (65) 3549 1136
Site: http://abravesmt.com.br
Show Rural Coopavel 2014
Data: 03 a 07 de fevereiro de 2014
Local: Cascavel (PR)
Realização: Coopavel
Telefone: (45) 3225 6885
E-mail: [email protected]
Site: www.showrural.com.br
V Simpósio Mineiro de
Suinocultura (V SIMIS)
Data: 8, 9 e 10 de abril de 2014
Local: Universidade Federal de Lavras
(UFLA/MG)
Realização: Núcleo de Estudos em
Suinocultura (NESUI)
Telefone: (35) 3829 5278
E-mail: [email protected]
Site: nesui.com.br
AveSui América Latina 2014 / Feira
Biomassa & Bioenergia
Data: 13 a 15 de maio
Local: Centro Sul – Florianópolis (SC)
Realização: Gessulli Agribusiness
Telefone: (11) 2118 3133
E-mail: [email protected]
Site: www.avesui.com
PorkExpo & VII Fórum
Internacional de Suinocultura
Data: De 28 a 30 de outubro de 2014
Local: Hotel Mabu Therma & Resort
Foz do Iguaçu (PR)
Realização: Safeway/Grupo AW
Site: www.facebook.com/Porkexpo
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Mundt et al. 2002. Proc. 17th Congr. IPVS, June 2 – Ames, USA, 121
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2
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