ESTATÍSTICA EM SÍNTESE
ACIDENTES DE TRABALHO
INQUÉRITO AOS TRABALHADORES SINISTRADOS
Ano de 1998
Continente
Através desta nova abordagem, inquirindo os trabalhadores com sinistros em 1998, contemplou-se não só a
sua ligação à empresa onde trabalha, mas também à família e à sua envolvente sócio-económica. Desta
forma, teve-se como objectivo principal a caracterização dos acidentes de trabalho na óptica do trabalhador.
Gráfico 1 – Acidentes de trabalho segundo o grupo etário e o sexo
60
%
A maior parte dos acidentes de trabalho
verifica-se no grupo etário dos 25 aos 44
anos. A frequência de acidentes ocorridos
nos homens é cerca de 3 vezes superior à
ocorrida nas mulheres.
50
40
Em relação às habilitações literárias
verifica-se que, 37,8% dos sinistrados
inquiridos possui o 1º Ciclo do Ensino
Básico ; de salientar que 7,4% não tem
qualquer nível escolar enquanto 2,3%
possui nível Superior.
30
20
10
0
Menos 25 anos
25 a 44 anos
45 a 59 anos
60 e mais anos
Gráfico 2 – Acidentes segundo a natureza
Ac. Trabalho não mortais
94.7%
De acordo com a metodologia do inquérito, foram
apenas inquiridos trabalhadores com acidentes não
mortais (trabalho e de trajecto).
Conforme se pode verificar no Gráfico 2, destes,
94.7% sofreram acidentes de trabalho e 5.3%
acidentes de trajecto.
A maior parte dos acidentes de trajecto ocorreram
durante o percurso habitual (90,4%). As formas de
deslocação mais frequentes são “A pé” (36,0%) e
“Viatura própria” (30,9%).
Ac. Trajecto
5.3%
Cerca de 89% dos sinistrados encontravam-se no “Local”, no “Posto de trabalho” e executando a “Função habitual”.
O acidente ocorre com maior frequência no ”3º dia” após o dia de descanso (no caso das mulheres o 2º e 3º dias são os
mais frequentes).
Dos acidentes de trabalho, 18,4% não implicaram “Ausência” , 27,6% provocaram ausências de “6 a 15 dias” e 23,4%
ausências superiores a “1 mês”.
Gráfico 3 – Acidentes segundo as causas
(Frequência das respostas)
Outros desvios
Agressão, violência
Movimentos do corpo que provocam lesões internas
Movimentos do corpo que provocam lesões externas
Queda de pessoas
Perda controle s/ máquinas, ferramentas, m. transporte ou animais
Rupturas, deslizes, quedas, colapso de estruturas
Desprendi/s, desaba/s, derrama/s, jorros, vaporizações
Anom.eléctricas, explosões, fogo
0
5
10
15
20
25
%
As causas mais frequentes de acidentes (trabalho e trajecto) são os “Movimentos do corpo que provocam lesões
internas” e “Perda de controle sobre máquinas, ferramentas, meios de transporte ou animais”.
As partes do corpo mais atingidas, nos acidentes de trabalho, são as “Mãos” e o “Tronco”; no caso dos acidentes
de trajecto são os “Membros inferiores” e os “Membros superiores”.
De 64,8% dos acidentes de trabalho, resultaram incapacidades temporárias parciais enquanto que as incapacidades
temporárias absolutas foram consequência de 12,2% dos sinistros.
No que diz respeito às incapacidades permanentes, as mesmas foram referidas por 7,1% dos sinistrados sendo 0,2
% incapacidades permanentes e absolutas para qualquer profissão.
De referir ainda que, de 15,8% dos acidentes, não resultou qualquer incapacidade.
Gráfico 4 – Ranking de actividades e profissões com mais acidentes de trabalho
Alojamento e Restauração
Empregados aprovis.planeamento e
transportes
Fabric.Outros Prod. Min.n/Metálicos
Trab. não qual.minas e const.civil e
o.públicas
Trab.c.civil e similares - acabamentos
Outras Activ.de Serv.Prest.às
Empresas
Mecânicos e ajustadores de máquinas
Com. p/Grosso e
Agent.Comérc.Exc.Auto.Moto.
Actividade
Profissão
Ecónomos e pes.serv. de restauração
Com. Retalho.Rep.Bens P.Domésticos
Pes.limpeza, lavadeiras, eng.roupa e
sim.
Comérc.,
Manut.Repar.Veíc.Auto.,Motoc.
Trab.não qualificados
ind.transformadora
Fabric.Máquinas e Equip.N.E.
Condutores de veículos a motor
Ind. Alimentares e Bebidas
Trab.const.civil e o.públicas
Fabric.Prod. Metálicos,Exc.Máquinas e
Equip.
Moldadores,soldad.,bchapas,mont.est.met.sim
Construção
Forjadores, s.mecânicos e trab.sim.
0
2
4
6
8
10
12
14
%
16
0
2
4
6
8
10
%
No ranking das actividades a 2 dígitos em primeiro lugar surge a “Construção” com 14,1% dos acidentes de
trabalho.Fazendo uma agregação das actividades, em primeiro lugar surgem os “Serviços” com 37,4%,
depois as “Indústrias ligeiras” com 34,9% e depois a “Construção” com 14,1%.
10% dos trabalhadores sinistrados são “Forjadores, serralheiros mecânicos e similares”, 7,4% “Moldadores,
soldadores, bate-chapas, caldeiros, e similares” e 5,3% “Trabalhadores da construção civil e obras públicas”.
42,4% dos acidentes de trabalho verificaram-se na região Norte e 41,6% na região de Lisboa e Vale do Tejo.
Cerca de 40% dos acidentes de trabalho verificaram-se fora do concelho de residência do sinistrado.
2
%
Gráfico 5 - Situações/riscos profissionais referidas com maior frequência pelos sinistrados
(Frequência das respostas)
Risco exposição a ruídos
Risco ferimentos ferramentas/materiais
Risco ferimentos c/ máquinas
Risco de quedas
Gestos/posturas incorrectas
Movimentação Manual carga
Inalação Prod. Nocivos/tóxicos
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
%
Os riscos mais frequentes, nas “Indústrias ligeiras” e “Indústrias pesadas”, são “Risco de
ferimentos com máquinas” e ”Risco de exposição a ruídos”; na “Construção” são “Risco de
quedas” e “Movimentação manual de carga”.
Gráfico 6 – Acidentes de trabalho, segundo a frequência das características negativas do trabalho
80%
dos
trabalhadores
sinistrados afirmaram que o
trabalho por eles realizado
apresenta
características
negativas.
Outras neg.
Perigoso
A característica negativa do
trabalho referida com mais
frequência foi o trabalho
“Cansativo”, citada por 69%
dos sinistrados.
Cansativo
Repetitivo
Monótono
O trabalho “Perigoso” foi
referido por 46% inquiridos e,
o “Repetitivo”, por 35%.
Gráfico 7 – Disponibilidade e utilização de equipamentos de protecção
… e utiliza
84,7%
Dispõe
67,1%
… mas não utiliza
15,3%
… e acha necessário
73,2%
Não dispõe
11,4%
… acha necessário
e já o manifestou
26,8%
Nota: 19,2% “Não se aplica” e 2,2% “Não sabe se existem”
67,1% dos sinistrados “Dispõe de
equipamento de protecção”, 84,7% dos
quais os utiliza.
Dos 11,4% dos sinistrados que “Não dispõe
de equipamento de protecção” 26,8% “Acha
que é necessário” e “Já o manifestou” junto
da entidade empregadora.
Gráfico 8 – Indícios de ocorrência do acidente de trabalho
19% dos sinistrados teve indícios da
ocorrência do acidente, 47% dos
quais
comunicou
à
entidade
empregadora , tendo sido tomadas
medidas em 29% dos casos.
SIM
19%
NÃO
81%
Na
“Construção”
87%
dos
sinistrados não teve indícios da
ocorrência do acidente.
Comunicou?
Sim
47%
… mas não foram
tomadas medidas em ...
Não
53%
71%
Gráfico 9 – Possibilidade de o acidente de trabalho ser evitado
SIM
40%
40% dos trabalhadores sinistrados acha que o
acidente de trabalho podia ter sido evitado, tendo
“Mais atenção” e “Mais segurança”
Como?
NÃO
60%
Mais atenção (46%)
Mais segurança (30%)
Gráfico 10 – Consequências psicológicas dos acidentes de trabalho
Nenhuma
A grande maioria dos trabalhadores
refere que não sofreu “Nenhuma”
consequência
em
termos
psicológicos.
As Mulheres referem mais as
consequências
“Negativas”
e
“Bastante negativas “ do que os
Homens (25,7%, no total, contra
18,5%) assim como o grupo etário
dos “Mais de 60 anos” com 24,5%
para o total da “Negativa” e “Bastante
negativa”.
Negativa
Bastante
negativa
0
20
40
60
80
%
A grande maioria dos trabalhadores refere que não sofreu “Nenhuma” consequência na sua vida social.
Quando essas consequências existem são principalmente ao nível dos “Tempos livres”.
Informações suplementares estão disponíveis no
Departamento de Estatística do Trabalho, Emprego e Formação Profissional do Ministério do Trabalho e da Solidariedade (DETEFP/MTS)
Rua Rodrigo da Fonseca, 55 1250-190 LISBOA
Tel. (01) 382 23 00 Fax (01) 382 24 01
e-mail:[email protected]
internet:http:www.detefp.pt
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1998