COMUNICADO N.º 32/13 REUNIÃO COM O MINISTRO DA TUTELA SEM RESULTADOS POSITIVOS A Comissão de Trabalhadores voltou ontem, terça-feira, ao fim da tarde, a ser recebida pelo ministro-adjunto, Miguel Poiares Maduro, com o propósito de completar a conversa iniciada na semana anterior, em dia de Conselho de Ministros. Como ponto prévio, e em cumprimento do decidido no plenário da Redação, a CT entregou ao ministro uma cópia da resolução que retirava a confiança da Redação ao diretor de Informação. No que se refere ao futuro da RTP, a discussão foi, desta vez, mais longa, mas não produziu resultados positivos. O ministro da tutela apresentou à CT algumas explicações sobre o conteúdo do Contrato de Concessão e, inversamente, colocou à CT diversas questões das quais destacamos as relativas ao quadro de pessoal da RTP e à existência, ou não, de trabalhadores “excedentários” em determinados sectores. A estas questões respondeu a CT que em determinadas áreas há trabalhadores tão sobrecarregados que chegam a fazer vários meses de horas extraordinárias num ano, ou trabalhadores externos a serem sistematicamente contratados para suprirem as faltas. Também se referiu, no plano qualitativo, o facto de ter havido um processo de rescisões cegas que privou a RTP de saberes acumulados e dificilmente substituíveis. Por outro lado, a CT contestou que se possa considerar “excedentários” os trabalhadores a quem, por falta de projeto e por falta de liderança, não se dá o que fazer. Referiram-se exemplos na área da informação não diária, em que a RTP tem tradição e teria condições de continuar a pôr no ar produtos de qualidade, se esses produtos não fossem preteridos nas grelhas por programas menos exigentes, como vêm sendo ultimamente - uma ilustração cabal do sub-pensamento que impera na RTP, mesmo a montante de um sub-financiamento que agora ameaça desferir o golpe de misericórdia à estação pública. Em pano de fundo da discussão esteve permanentemente o condicionamento financeiro. O ministro foi categórico em afirmar que a indemnização compensatória teria de acabar e sublinhou que até uma pequena flexibilização do aperto orçamental na RTP, como foi na semana passada o anúncio de um aumento da CAV, é logo suficiente para criar polémica. A CT referiu que a sua posição é contrária ao aumento da CAV, porque a RTP não se prepara para aumentar ou melhorar o que oferece ao público. O aumento da CAV só viria, por isso, causar ressentimento – com alguma justificação – entre os pagadores. Enfim, a CT chamou a atenção do ministro para a importância da reivindicação do plenário de trabalhadores, no sentido de ser suspenso o PDR, ao abrigo do qual constantemente se criam novos factos consumados. A CT apresentou como exemplos desses factos consumados o recente negócio ajustado com a SP sobre a Meios, ou a transferência da Praça da Alegria para Lisboa, atabalhoadamente seguida de pseudo-compensações atribuídas ao CPN (RTP 2, Internacional, África). A CT apelou em fim ao ministro para que reflita sobre o efeito destrutivo da criação de factos consumados sobre qualquer procura de consenso que não se queira meramente retórica. A isto respondeu o ministro que tudo merece sempre reflexão, mas que não quer alimentar a expectativa sobre uma suspensão do PDR que não considera realista. A CT saiu do encontro com a convicção de que os trabalhadores, com as ameaças do PDR suspensas sobre a cabeça, não podem contar com um verdadeiro diálogo. As más notícias vão continuar a suceder-se. O caminho para impedir a sua concretização é o que ontem apontou o plenário das redações de Lisboa, Porto e delegações. E é também o que se espera sigam os colegas da RTPMeios, na reunião que têm marcada para quinta-feira. O Secretariado da Comissão de Trabalhadores da RTP [email protected] Lisboa, 16 de outubro 2013