Os Vampiros Sagrados Por Olavo Landini Miami Fl. 2005 Os Vampiros Sagrados Quando falamos em Vampiros logo lembramos de sangue, pois essa associação remota da antiguidade. Analisando essa relação temos segundo a Bíblia que a vida flui do sangue e a alma está no sangue. O sangue nos prende à Terra e os males desaparecem enquanto a vida predomina em nós. Nos momentos em que o equilíbrio desaparece, voltamos os olhos para a vida superior e percebemos sua existência. São na sucessão desses momentos em que nos preparamos para a libertação dos fatores que nos seguran na Terra. Os Vampiros Sagrados Um pouco de reflexão nos levaria a ver de maneira mais clara que estamos aquí para nos libertar da angústia e que ao invés disso nos prendemos à futilidade, a satisfação fácil, sentindo assim saudades de momentos felizes, do Éden de qual fomos expulsos. Os vampiros caem sobre nós então nos colhendo novamente em suas garras ferozes e bocas vorazes, não se esquecendo que fomos nós mesmos que nos entregamosa eles. Os Vampiros Sagrados Os vampiros agem sobre nós por indução mental e afetiva. Induzem-nos a fazer o que desejam e não podem fazer por sí mesmos. * Indução Mental: Indução, em termos eletrônicos, consiste na transmissão de uma energia eletromagnética entre dois corpos sem que haja contacto entre eles. Este fenômeno ocorre por conjugação de ondas através de um fluxo de energia que é transmitido de um corpo a outro. No campo mental o processo é idêntico. Os Vampiros Sagrados Há uma ocorrência muito interessante constante no capítulo IV do livro Sexo e Destino, ditado pelo Espírito André Luiz aos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, em edição da Federação Espírita Brasileira. O livro integra a chamada Série André Luiz. Tal ocorrência leva-nos a refletir sobre o poder e o alcance da indução mental. Os Vampiros Sagrados No capítulo citado, do importante livro, o autor espiritual comenta o caso de uma mulher de nome Beatriz, com doença terminal. O Espírito André Luiz está acompanhado do Espírito Pedro Neves, que fora pai da personagem Beatriz. Ocorre que Nemésio, marido de Beatriz e portanto, genro de Neves (já desencarnado), convidou Marina (colega de trabalho, com quem mantém caso extraconjugal clandestino) para cuidar da esposa Beatriz. Nemésio aguarda ansioso a desencarnação da esposa para ficar com Marina, livrando-se dos processos burocráticos do divórcio. Os Vampiros Sagrados E é neste ponto que entra nossa reflexão. Num momento de visita à enferma, após avaliação do quadro clínico, Marina e o marido de Beatriz retiram-se para cômodo ao lado e a simples suposição do que poderia acontecer ao casal ou eles poderiam fazer sem conhecimento da esposa doente, faz com que o casal registre situações maliciosas, mentalmente. André e Neves, este abatido com a traição sofrida pela esposa encarnada, percebem desapontados, que ajudaram a induzir aqueles pensamentos. Os Vampiros Sagrados Porém, a chegada inesperada de um benfeitor espiritual alterou o quadro e novamente se fez notar a questão da indução mental. Félix, o amigo recém-chegado, causou uma alteração expressiva no quadro do casal que se envolvia nos braços da paixão descontrolada. Observamos, pois, dois casos de indução mental. A primeira que conduziu ao apetite sensual, pelas conclusões mentais prévias dos espíritos André e Neves, que observavam o casal e a segunda alterando completamente o quadro vivido pelo casal com a indução superior que recordou a enferma necessitada de cuidados. Os Vampiros Sagrados Os Vampirizados que se queixam de falta de força para resistí-los, mentem para sí mesmos. A resistência ao vampiro é um momento decisivo em nossa vida; é um momento da prática de nosso livre-arbítrio. Os psiquiatras que “resolvem” um caso de homosexualidade convencendo a vítima de que esse é seu destino, tornam-se cúmplices das consequências desses atos de ignorância e arrogância. Os que sobrecarregam as vítimas com pesada dosagem de psicotrópicos violentos, neutralizando sua capacidade de reação, são os auxiliares incoscientes do vampirismo. Além dos psicoterapeutas, os vampirizados contam ainda com uma nova ordem dos ajudantes dos vampiros: falsos parapsicólogos e sacerdotes psicologisantes, que em suas clínicas esgotam as esperanças de quem os procuram. Os Vampiros Sagrados Aldous Huxley, em Os Demônios de Laudan e em O Gênio e a Deusa, estuda respectivamente o famoso caso de Madre Joana dos Anjos na França, com o vampirismo à solta no convento, e Vitória na Inglaterra, pondeo a nú a hipocrisia das virtudes enjauladas e do moralismo formal gerador de conflitos insanáveis. Os demômios de Laudan: No século 17, um convento é visitado por um padre do alto escalão da Igreja Católica para o exorcismo de várias freiras que, acredita-se, estão possuídas pelo demônio. Várias tentativas são feitas, mas sem sucesso. O desespero leva a atos cruéis, ao mesmo tempo em que o estranho comportamento se alastra. * Os Vampiros Sagrados Talvez por causa dessas preferências palacianas, encontramos com frequência na história do Vampirismo os chamados Vampiros Sagrados. Da antiguidade o caso mais evidente é o de Iavé, Deus dos Judeus, que deu a seu povo o direito de abater e devorar animais, mas com a condição divina de não beber seu sangue, que o Deus reservara exclusivamente para os seus banquetes particulares. Os Vampiros Sagrados esmeraram-se em práticas de sugar o sangue humano e dos animais. Na Idade Média os próprio sacerdotes inventaram técnicas especiais para dar consumo aos rios de sangue, que então substituiram os rios líricos de leite e mel de Canaã. Os Vampiros Sagrados O sangue excedente das virgens foi muito útil nas práticas da Goécia ou Magia Negra, com que os cléricos, nos taboleiros de xadrez da política eclesiástica, bebiam das virgens sacrificadas, e devoravam sem piedade rainhas e reis, príncipes e bispos nos entreveros com piões das cavalarias reinóis. Investigando os arquivos do Vaticano e revendo antigos processos de bruxaria, Albert De Rochas costatou a extensão e a profundidade dessas práticas. Isso foi publicado em o livro A Feitiçaria. No mundo mitológico do mundo antigo (Egito, Mesopotâmia) o vampirismo apresenta um vasto painel de vampiros sagrados. Os Vampiros Sagrados No culto de Vesta, em Roma, em que se adorava o Fogo Sagrado, as vestais se iniciavam nos ritos de virgindade, ao que parece vindo da Pérsia zoroastrina. As vestais permanecem virgens até os 30 anos. Depois disso poderiam se retirar do serviço divino e casar-se. Se fossem violadas antes dessa idade, seriam enterradas vivas, para o desagravo da Deusa a que se haviam dedicado. Em Canaã, antes da bárbara conquista judáica, só comparável em atrocidades à loucura nazista na Europa, os vampiros sagrados, geralmente sacerdotes, haviam amenizado essa brutalidade com o uso simbólico do vinho e do pão, em lugar do sangue e da carne. Os Vampiros Sagrados O episódio evangélico da matança dos inocentes em Belém de Judá, por ordem de Herodes O Grande, marca simbolicamente a Era Cristã no seu início histórico (melhor dizendo: pré-histórico) com as mãos sangrentas do vampirismo sagrado de judeus e cristãos. Depois da fixação desse mito sangrento e brutal nos Evangelhos, desenrola-se toda a tragédia cristã em ritmo de vampirismo grego, mitológico e histórico, no qual Atenas e Esparta se conjugam sugando o sangue dos povos vizinhos para se engrandecer, levando à Roma dos Césares a sangria sistemática dos povos dominados para seu enriquecimento e o aumento constante do seu poder. Os Vampiros Sagrados Kardec postulou “Tudo se encadeia no Universo”, e o encadeamento do vampirismo ficou marcado na face do planeta em sangue e fogo. Tagore observou, em A Religião do Homem, o sentido antropofágico do Mundo Moderno, lembrando que vivemos de processos vampirescos de sucção do sangue e das energias vitais uns dos outros. A exploração do homem pelo homem é um processo vampiresco e é esse processo que traça em gravações de fogo e sangue, o perfil do nosso tempo para as civilizações futuras. Pode um psicólogo, um psiquiatra, um psicoterapeuta de qualquer escola ignorar tudo isso, dando as costas às monstruosas origens dos males que procura enfrentar nos seus consultórios e em suas clínicas? Os Vampiros Sagrados Kardec admirava-se, em meados do século passado, da leviandade dos sábios que se arremetiam contra as suas pesquisas e procuravam ridicularizá-lo com argumentos pueris. Richet foi coberto de ironias por haver tido a coragem de provar a existência do ectoplasma e Crawford acusado de imbecil pelo crime de revelar a mecânica das alavancas de ectoplasma. William Crookes, por admirar a beleza do espírito materializado de Kate King, foi considerado como um velhote senil que se apaixonara pela médium Florence Cook. Os Vampiros Sagrados Os morcegos gostam da penumbra e da solidão das torres, nas igrejas e nas catedrais. A noite, nas metrópoles, escapam e invadem os apartamentos de luxo. Os vampiros que saem dos esconderijos psiquicos das torres da ignorância, invadem os apartamentos de luxo das universidades até aos pobres e estimulam o mercado das clínicas elegantes e da charlatanice. O vampirismo religioso se funda em pressupostos de um passado místico, fundados em revelações proféticas. John Murphy em Origines et Historie Des Religions, estuda o desenvolvimento da Era Profética no Mundo Antigo, como uma fase de transição da fase mitológica para a recional. Os Vampiros Sagrados Para dar alguma segurança e garantia de validade às estruturas do saber místico, fundam-se as religiões reveladas pelo autoritarismo absorvente dos profetas, numa rede de suposições na maioria incoscientes. Este é o paraíso do vampirismo humano, em que a realidade se amolda às conveniências e as autoridades sagradas das religiões. O exemplo mais presente desse processo em nosso tempo é o da deformação completa do Cristianismo, que abandonou o Reino de Deus pelos Reinos da Terra, a ponto de encartar na estrutura política do mundo como um Estado, imitação caricata do Império dos Césares abatido pelos Bárbaros. Os Vampiros Sagrados Ernest Cassier, em A Tragédia da Cultura, compara a sistemática religiosa e filosófica com o leito de Procusto, bandidi lendário da Ática, que ajustava as suas vítimas a um leito de ferro, esticando-as à força quando não cobriam o comprimento do leito e contando-lhe as pernas quando excediam da medida. A Era Científica devia ter banido Procusto, mas na verdade ainda usa o seu leito, mutilando os fatos empíricos da realidade para integrá-los nos sistemas teóricos. O processo resume-se a não encontrando a cura para os anormais, conseguem amoldá-los, à normalidade, entregando-os livremente à vampirização. Os Vampiros Sagrados O vampirismo sagrado revelou, na Antiguidade, o poder dessa imantação no apego dos deuses mitológicos à condição humana carnal. Na Idade Média, dominada pelo poder absoluto da Igreja, o misticismo favoreceu as manifestações vampirescas nos conventos e mosteiros, com demônios sensuais atormentando freiras. Ainda hoje, no mundo inteiro, esse flagelo ronda e devasta os campos minados do misticismo religioso, onde resíduos da formação igrejeira superam o racionalismo doutrinário. Tentando sufocar as forças biológicas, muitos injênios e pretenciosos caem vencidos pelos vampiros, pagando caro pela pretensão de elevar-se antes do tempo às condições superiores da angelitude. www.spiritist.com