INFILTRAÇÃO DE PEÇAS FABRICADAS POR TECNOLOGIA FDM COM RESINAS POLIMÉRICAS David Kretschek, José A. Foggiatto*, Neri Volpato Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Campus de Curitiba-PR – [email protected] As tecnologias de prototipagem rápida vêm sendo cada vez mais empregadas na fabricação de ferramentas para o processamento de polímeros, porém alguns processos ainda apresentam uma série de restrições a esta aplicação. Em especial, no processo denominado Fused Deposition Modelling (FDM), a ocorrência de vazios na estrutura das peças e a qualidade superficial gerada, são os principais fatores a restringirem a fabricação de ferramental. Neste trabalho foi avaliada a infiltração de resina epóxi, poliuretano e cianoacrilato em corpos de prova fabricados em ABS pelo processo FDM com o objetivo de realizar o preenchimento dos vazios e permitir a obtenção de um melhor acabamento superficial. Os resultados demonstram uma maior eficiência da resina epóxi no preenchimento da estrutura, facilitando o lixamento e ampliando o potencial de aplicação do processo FDM para a fabricação de ferramental de baixa tiragem. Palavras-chave: Prototipagem Rápida, FDM, Epóxi. Infiltration of FDM parts with polymeric resins The use of rapid prototyping technologies in the tooling manufacturing sector, for polymer processing, has increased considerably. However some technologies still present some drawbacks for this application. In particular, for the Fused Deposition Modelling (FDM) process, the presence of internal voids and the rough surface finishing are the main points that prevent its application in tooling. In this work, some resins (epoxy, polyurethane and cyanoacrylate) have been analyzed for infiltration of FDM specimens fabricated in ABS. The main objective was to improve the surface finishing of the parts and to eliminate their internal voids. The results show that the epoxy resin has the best performance during the infiltration, facilitating also the sanding process. This result can contribute to improve the FDM potential in the area of prototype tooling, i.e. tooling for short run. Keywords: Rapid Prototyping, FDM, Epoxy Introdução A Prototipagem Rápida (Rapid Prototyping - RP) é um processo de fabricação tipicamente aplicado na confecção de modelos físicos para visualização de concepções e análise de produtos em desenvolvimento. A aplicação destas tecnologias na fabricação de componentes definitivos, conhecida como Manufatura Rápida [1], e a produção de ferramental, processo conhecido como Ferramental Rápido (Rapid Tooling - RT) [2], vem ganhando espaço no mercado e dedicação por parte dos pesquisadores. Isto se deve principalmente à sua agilidade e baixo custo na fabricação em pequena escala e à facilidade de fabricação de formas complexas, incluindo geometrias inviáveis ou dificilmente obtidas pelos processos convencionais [3]. Há, no entanto, alguns fatores que impõem uma série de restrições quanto a estas aplicações [3], alguns deles são: a baixa variedade de materiais disponíveis, o que restringe as propriedades obtidas; a redução das propriedades mecânicas dos modelos, em comparação com modelos de mesmos materiais fabricados, por exemplo, por injeção, devendo-se este fato à presença de vazios na estrutura das peças fabricadas por RP e; a baixa qualidade superficial, resultante da natureza construtiva das tecnologias disponíveis [2, 4, 5]. Este trabalho procurou avaliar o efeito da infiltração de resinas poliméricas em peças fabricadas pelo processo Fused Deposition Modelling (FDM) a fim de preencher os vazios de sua estrutura permitindo a obtenção de melhores acabamentos superficiais e a aplicação mais eficiente deste processo para a produção de ferramental rápido. Processo FDM O processo FDM se baseia no princípio da adição de filamentos fundidos, normalmente poliméricos, para fabricação dos modelos. Esta forma de fabricação torna os fatores anteriormente descritos especialmente relevantes, pois o processo restringe a gama de materiais aplicáveis àqueles que podem ser fundidos pelo equipamento, sendo comercialmente aplicados o ABS, PC, PPSU, entre outros [3]. O seu funcionamento é ilustrado na Figura 1. Figura 1 – Esquema de Funcionamento do Processo FDM, Adaptado de [6] Caracterização da Estrutura de Peças Fabricadas pelo Processo FDM A estrutura das peças fabricadas pelo processo FDM é formada por camadas de filamentos elípticos, podendo apresentar orientações distintas entre camadas e variar em largura, altura e distância entre si, formando estruturas laminadas multidirecionais, semelhantes aos reforços de fibras longas utilizados na fabricação de compósitos estruturais. Rodriguez et al. [6] avaliou a relação de alguns parâmetros de processo sobre a estrutura formada pelos filamentos depositados e demonstrou que é possível controlá-la em função da altura das camadas (h), largura dos filamentos (w), distância entre filamentos adjacentes, comumente chamada de gap (g) e o ângulo da trajetória de deposição dos filamentos (Ar). Seus resultados indicam forte relação da densidade de vazios na estrutura com a distância entre os filamentos, variando de aproximadamente 3% com gap -0,051 mm até um máximo de 16% com gap 0,152 mm. A largura dos filamentos mostrou ter pouca relevância na porosidade dos corpos avaliados. Os parâmetros de maior relevância para este estudo definidos no planejamento do processo FDM são ilustrados na Figura 2. Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 Figura 2 – Principais Parâmetros Influenciando a Estrutura dos Corpos FDM O depósito de filamentos forma peças com propriedades anisotrópicas e vazios em suas estruturas [6, 7], comprometendo suas propriedades mecânicas [8, 9, 10, 11]. A Figura 3 mostra a seção transversal de uma peça fabricada por FDM com filamentos alinhados, onde é possível observar a forma elíptica destes e os vazios formados. Vazios Figura 3 – Estrutura de uma Peça Fabricada pelo Processo FDM [6]. Outro fator acentuado pela natureza construtiva da tecnologia FDM é a qualidade superficial das peças. Isto é causado pela rugosidade elevada devido aos sulcos formados entre os filamentos [12] e à presença do efeito escada em faces inclinadas das peças, natural de todos os processos de RP devido à fabricação ser feita por camadas. A Figura 4 ilustra a rugosidade (detalhe A) e o efeito escada (detalhe B) nas peças produzidas por FDM. Figura 4 - Rugosidade dos Corpos FDM (a) e Efeito Escada (b). Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 Propriedades Mecânicas das Peças Fabricadas por FDM Posteriormente, Rodriguez et al. [8] avaliou o impacto destes parâmetros sobre o comportamento mecânico de corpos de prova de ABS fabricados por FDM. Seus resultados mostraram que a resistência é menor quanto maior for a porosidade da estrutura, sendo possível obter através da correta definição dos parâmetros de fabricação e planejamento do processo, corpos com tensão de escoamento de 24,4 MPa e módulo de elasticidade 1.972 MPa. Neste caso foram utilizados os parâmetros: h = 0,254 mm; w = 0,508; g = -0,025; Ar = 0° (i.e., alinhado com a direção de aplicação da força). As peças produzidas por FDM apresentam, devido à forma elíptica de seus filamentos, rugosidade elevada. Ippolito et al. [4] avaliou a rugosidade nas paredes laterais, paralelas à direção de empilhamento das camadas, dos modelos fabricados com altura de camada de 0,254 mm, obtendo Ra de 11 µm perpendicularmente aos sulcos. Pandey et al. [12] variou a inclinação da parede, gerando o efeito escada como é visto no detalhe b da Figura 4. Suas medições demonstraram forte aumento da rugosidade em função da inclinação, variando de Ra 18 µm em paredes defasadas 10° em relação à vertical até 25,5 µm em paredes a 45°. Posteriormente, Foggiatto [13] avaliou a rugosidade na face superior, ou horizontal, dos modelos. Suas medições, feitas perpendicularmente aos sulcos, demonstraram que a rugosidade destas faces é significativamente menor às paredes laterais chegando à Ra 6,309 µm com parâmetros h = 0,178 mm, w = 0,305 mm e g = -0,025 mm. Utilização do Processo FDM na Fabricação de Ferramental Rápido Todos estes fatores são especialmente relevantes quando o processo FDM é empregado na fabricação de ferramental para o processamento de termoplásticos. Foggiatto [13] avaliou a aplicação do ferramental produzido por FDM para a injeção de diversos materiais poliméricos, verificando a necessidade de atentar para fatores como a compatibilidade química entre o material do molde e o polímero injetado e a rugosidade superficial das cavidades. Silva et al. [14] avaliou a aplicação de moldes com gaveta fabricados por FDM para a moldagem por injeção de PP, demonstrando a importância da correta definição dos parâmetros e orientação segundo a qual é fabricado o molde. Os fatores levantados nos trabalhos de Foggiatto [13] e Silva et al. [14] como sendo os principais responsáveis pela redução da vida útil dos moldes, levaram à investigação de formas de aprimorar a qualidade superficial de peças fabricadas por FDM. Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 Experimental Estudos anteriores avaliaram a redução da rugosidade em peças fabricadas por FDM através de lixamento. Seus resultados demonstraram que, apesar da facilidade de lixamento dos corpos, o controle deste processo é difícil, pois, para eliminar os sulcos da superfície, é preciso remover meia altura de camada nas faces normais a direção de empilhamento ou meia largura de filamento nas demais faces do modelo. Considerando a estreita região de ligação existente entre filamentos adjacentes dentro da mesma camada, como pode ser observado na Figura 3, o processo pode se tornar bastante trabalhoso e as vezes ineficiente. Este trabalho foi desenvolvido em duas etapas. Na primeira foram feitas as infiltrações de três resinas poliméricas e ainda do solvente metil etil cetona (MEK), em corpos de prova (CDP) fabricados em ABS pelo processo FDM, a fim de avaliar o preenchimento de sua estrutura. Com base nestes resultados, partiu-se para a segunda etapa, na qual foram infiltrados CDP com diversos parâmetros construtivos, seguidos de lixamento e medição da rugosidade. Estas etapas serão descritas a seguir. Avaliação das Resinas para Infiltração Na primeira etapa foram feitas as infiltrações das resinas epóxi PR-031 (Ariston Polímeros), resina de poliuretano RenCast 6470 (Huntsman), cianoacrilato (Super-Krafft) e ainda a infiltração do solvente metil etil cetona (MEK) (Labsynth). As resinas epóxi e cianoacrilato foram avaliadas pelo seu emprego em outros trabalhos relacionados à tecnologia FDM [14, 15]. O MEK foi testado por ser comumente empregado para fazer a união de peças FDM [16]. A resina de poliuretano foi utilizada devido sua disponibilidade. A fim de avaliar o preenchimento dos vazios da estrutura, foram fabricados corpos de prova cúbicos de ABS com 10 mm de lado, fabricados em um equipamento FDM 2000 (Stratasys Inc.) segundo os parâmetros relacionados na Tabela 1. Tabela 1 – Parâmetros de Fabricação dos Corpos de Prova para Infiltração. Corpo I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 Altura de Camada (h) [mm] Largura do Filamento (w) [mm] 0,305 0,254 0,508 Gap (g) [mm] Ar [°] 0,025 0,051 0,127 0,508 0,025 0,051 0,127 0,508 0 / 90 Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 Onde, Ar é o ângulo formado entre o filamento e o eixo x (Figura 2), sendo o segundo valor a variação deste ângulo entre uma camada e sua sucessora, ou seja, neste caso as camadas foram preenchidas por filamentos orientados a 0° e 90° sucessivamente. Em seguida foi feita a infiltração dos materiais, sendo que as resinas epóxi, poliuretano e cianoacrilato foram infiltradas por vazamento do material em recipientes contendo os CDP, permitindo a sua imersão durante toda a cura da resina. A infiltração do MEK foi feita pela imersão dos CDP no solvente por 15 segundos, conforme recomendado pela Stratasys Inc. [16]. A avaliação dos resultados foi feita através da observação das imagens obtidas em um microscópio (Olympus BX51M) com ampliação de 50x da seção transversal dos corpos, preparados utilizandose lixas de granulometria 400, 800 e 1200. Avaliação da Rugosidade nos Corpos de Prova Com base nos resultados da primeira etapa, foram fabricados corpos de prova para avaliação da rugosidade obtida com a infiltração e posterior lixamento dos corpos. Os CDP foram fabricados conforme os parâmetros construtivos relacionados na Tabela 2, variando em altura da camada, largura do filamento, gap e inclinação da peça. Este último foi variado entre 0° (sem efeito escada) e 5° (com efeito escada) em relação ao eixo y da figura 5. Figura 5 – Corpo-de-Prova para Avaliação da Qualidade Superficial. Tabela 2 – Parâmetros de Fabricação dos Corpos-de-Prova de Rugosidade Corpo R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 Altura de Camada (h) [mm] Largura do Filamento (w) [mm] 0,305 0,254 0,505 0,305 0,254 0,505 Gap (g) [mm] 0,051 0,127 0,051 0,127 0,051 0,127 0,051 0,127 A [°] Ar [°] 0 0 / 90 5 0 / 90 Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 Após a fabricação dos CDP, estes foram infiltrados com as resinas epóxi e poliuretano, excluindo o cianoacrilato e o MEK desta etapa em decorrência dos resultados obtidos na primeira. A cura da resina epóxi foi feita à temperatura ambiente, enquanto que os corpos de prova impregnados com a resina poliuretano foram submetidos à temperatura de 75 °C por 16 horas para cura completa. O lixamento foi aplicado na face superior dos CDP com o intuito de reduzir a sua rugosidade, proveniente, principalmente, dos sulcos formados pelo formato elíptico dos filamentos, nos corpos horizontais, e do efeito escada, gerado nos corpos com inclinação de 5°. O lixamento foi feito com lixas de granulometria 600, 800 e 1200 sequencialmente, variando sua orientação em 90° a cada passagem para evitar a orientação das ranhuras em uma só direção. Com o preenchimento da estrutura dos CDP pelas resinas, o controle do processo foi feito visualmente, atentando apenas para as características da superfície lixada, sem haver a preocupação de atingir a região de ligação lateral entre os filamentos. Foram feitas cinco medições de rugosidade para cada corpo de prova na direção e sentido mostrados na Figura 5, utilizando um rugosímetro (Instrutherm RP200) aplicando cinco cutoff de 0,08 mm, para rugosidades abaixo de 2 µm, ou 2,5 mm, para rugosidades acima de 2 µm. Resultados e Discussão Avaliação das Resinas para Infiltração A infiltração dos CDP com o cianoacrilato não se mostrou adequada na forma como foi feita neste estudo. A resina causou completa deformação dos corpos, indicando a necessidade se avaliar outras formas de impregnação deste material. Os resultados obtidos com o MEK foram semelhantes aos com o cianoacrilato. Os corpos apresentaram grande deformação, provavelmente devido à exposição demasiada dos filamentos à ação do solvente. As resinas epóxi e poliuretano, no entanto, permitiram a infiltração adequada dos corpos sem causar deformação, mostrando-se mais adequadas ao preenchimento dos vazios na estrutura. Os corpos de prova impregnados com resina poliuretano apresentaram infiltração menos eficiente se comparados com a resina epóxi. Alguns corpos apresentaram regiões não preenchidas pela resina, decorrentes do aprisionamento de ar na estrutura e à formação de bolhas durante a cura da resina. Não foi verificado nenhum padrão para a presença ou não de regiões não preenchidas. Devido à falta de contraste entre a coloração da resina com os filamentos de ABS, não foi possível a obtenção de imagens claras da seção dos corpos infiltrados com este material. Os corpos de prova impregnados com resina epóxi apresentaram os melhores resultados, pois permitiram a infiltração eficiente de todos os corpos, exceto o I4 e I7, de maior porosidade, que apresentaram regiões não preenchidas Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 em decorrência do aprisionamento de ar em seu interior. A Figura 6 mostra as seções transversais dos CDP infiltrados com resina epóxi. (a) - Corpo I2 (w = 0,305mm; gap = 0,051mm) (c) - Corpo I6 (w = 0,505mm; gap = 0,051mm) (b) - Corpo I3 (w = 0,305mm; gap = 0,127mm) (d) Corpo I7 (w = 0,505mm; gap = 0,127mm) Figura 6 – Seções dos Corpos Infiltrados com Resina Epóxi. Avaliação da Rugosidade nos Corpos de Prova Os resultados da rugosidade obtidos através da infiltração de resina poliuretano e posterior lixamento dos corpos de prova mostraram a relação dos parâmetros construtivos sobre a presença de bolhas no interior dos corpos. A grande variabilidade das medidas de rugosidade, relacionada na Tabela 3, indica a presença de bolhas na estrutura dos corpos, comprometendo a sua qualidade superficial. Estes resultados se devem ao fato dos vazios maiores permitir a formação de bolhas também maiores. A observação da Figura 7 mostra que os corpos infiltrados com resina de poliuretano fabricados com gap 0,051 mm sempre apresentaram rugosidade menor do que os fabricados com gap 0,127 mm, sendo esta diferença acentuada nos corpos de prova inclinados a 5°. A avaliação da rugosidade dos corpos de prova infiltrados com resina epóxi comprovou a eficiência deste material no preenchimento dos vazios da estrutura dos corpos. Os resultado relacionados na Tabela 4 mostram a alta qualidade superficial obtida e a baixa variabilidade das medições, indicando a ausência de bolhas na sua estrutura. Os resultados não variaram consideravelmente quanto aos parâmetros utilizados na fabricação dos corpos nem quanto à presença de efeito escada nos corpos inclinados a 5°. A Figura 7 trás uma comparação dos resultados obtidos com as resinas. Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 Tabela 3 – Resultados da Rugosidade dos Corpos de Prova Para a Resina Poliuretano. Resina Poliuretano CDP Altura de Camada (h) [mm] Largura do Filamento (w) [mm] R1 Ra Gap (g) [mm] A [°] 0,051 0 0,127 0 Ar [°] Média [µm] Desvio Padrão 0,513 0,438 0,950 0,737 Rz Varia bilidade 0,305 R2 0,254 0 / 90 R3 0,051 0 0,667 0,710 R4 0,127 0 3,245 0,928 R5 0,051 5 1,398 1,340 0,127 5 5,638 2,372 0,505 0,254 0 / 90 R7 0,051 5 0,490 0,693 0,127 5 2,565 1,637 0,505 R8 Desvio Padrão Muito Alta Muito Alta Muito Alta 4,663 4,700 7,562 5,703 6,702 6,988 Alta 29,58 6,564 11,35 7,590 49,48 15,047 3,557 4,866 27,42 15,655 Muito Alta Muito Alta Muito Alta Muito Alta 0,305 R6 Média [µm] Variabi lidade Muito Alta Muito Alta Muito Alta Alta Muito Alta Muito Alta Muito Alta Muito Alta Tabela 4 – Resultados da Rugosidade dos Corpos de Prova Para a Resina Epoxi. Resina Epoxi CDP Altura de Camada (h) [mm] Largura do Filamento (w) [mm] R1 0,305 R2 0,254 R3 0,505 R4 R5 0,305 R6 0,254 R7 0,505 A [°] 0,051 0 0,127 0 Ra [µm] Ar [°] Rz [µm] Média Desvio Padrão Varia bilidade Média Desvio Padrão Variabi lidade 0,159 0,012 Baixa 1,284 0,080 Baixa 0,203 0,020 Baixa 1,587 0,144 0,277 0,063 Alta 1,934 0,642 0,051 0 0,127 0 0,178 0,018 Baixa 1,493 0,211 Baixa Muito Alta Média 0,051 5 0,223 0,021 Baixa 1,670 0,175 Média 0,127 5 0,283 0,066 Alta 2,107 0,615 Alta 0,051 5 0,200 0,014 Baixa 1,725 0,262 Média 0,127 5 0,218 0,027 Média 1,763 0,250 Média 0 / 90 0 / 90 6,000 6,000 5,000 5,000 4,000 4,000 Ra [µm] Ra [µm] R8 Gap (g) [mm] 3,000 2,000 1,000 3,000 2,000 1,000 0,000 0,000 1 2 3 4 1 Corpos de Prova Resina Poliuretano Resina Epóxi 2 3 Corpos de Prova Resina Poliuretano Figura 7 – Gráfico Comparativo dos Resultados de Rugosidade. Anais do 10o Congresso Brasileiro de Polímeros – Foz do Iguaçu, PR – Outubro/2009 Resina Epóxi 4 Conclusões Foi confirmada, através dos resultados obtidos, a eficiência da infiltração de resinas epóxi e poliuretano no preenchimento dos vazios presentes na estrutura de peças fabricadas pelo processo FDM, permitindo a obtenção de melhores acabamentos superficiais através do lixamento dos corpos. A facilidade de aplicação desta técnica demonstra o potencial de melhoria do ferramental rápido produzido por FDM, havendo, no entanto, a necessidade de observar uma série de fatores que irão definir a eficiência do processo, como a definição correta dos parâmetros de fabricação, gerando uma estrutura suficientemente porosa, e a escolha correta da forma e material de infiltração. Os resultados obtidos com a infiltração de resina de poliuretano demonstraram a necessidade da utilização de uma estufa a vácuo para a cura da resina e remoção das bolhas formadas durante o processo, permitindo a obtenção de melhor qualidade superficial com este material. A utilização da resina epóxi se mostrou mais eficiente, tanto pela baixa rugosidade conseguida, quanto pela sua independência dos parâmetros construtivos empregados, o que permite a utilização de parâmetros menos refinados na construção das peças, reduzindo o tempo e custo de fabricação sem impactar significativamente na qualidade superficial, mesmo em peças que apresentam efeito escada. Pretende-se, na continuidade deste trabalho, produzir ferramentas protótipo, para injeção de termoplásticos, aplicando as técnicas descritas e avaliar os resultados obtidos sobre a vida útil das ferramentas e qualidade das peças produzidas. Referências Bibliográficas 1. N. Hopkinson; R.J.M. Hague; P.M. 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