ANÁLISE DE INSETOS DA MACROFAUNA NO CAMPUS III DA FACULDADE IDEAU DE GETÚLIO VARGAS BOFF, Maicon Dioni1 BUSNELLO, Sidmar Gentil1 DALSASSO, Tiago Comin1 FRIGERE, Rodrigo Baggio1 PEGORARO, Pedro Henrique1 SANTOS, Odair José dos1 VARGAS, Cassiane Vogel1 VENDRAME, Renan Felipe1 PIEROZAN, Morgana Karin2 INTRODUÇÃO A fauna edáfica do solo compreende milhões de animais invertebrados que vivem no solo ou que passam uma ou mais fases ativas no solo. Isolar, identificar e quantificar todos eles seria uma tarefa impossível. Além disso, não existe nenhum método que seja universalmente aceito e que extraia todos os grupos de animais de todos os solos. Os métodos mais utilizados para amostragem de fauna geralmente têm como critério principal a nutrição, localização em relação à profundidade, comprimento e/ou o diâmetro do corpo dos animais. (AQUINO, 2001). Em função do seu tamanho, a macrofauna, apresenta características morfológicas que favorecem fortemente sua atuação na fragmentação da matéria orgânica, e nas características físicas do solo. A capacidade desses organismos de modificarem o ambiente-solo fez com que fossem chamados de “engenheiros do ecossistema” (LAVELLE et al., 1997). O objetivo deste estudo foi aprimorar os conhecimentos sobre diferentes animais da macrofauna encontrados no solo, bem como quantificá-los a partir da coleta em dois diferentes locais, um no solo do campo e outro na mata nativa da área experimental do Campus III das Faculdades Ideau, Getúlio Vargas, RS, com o intuito de identificá-los como possíveis indicadores da qualidade do solo. 1 Discentes do curso de Agronomia das Faculdades Ideau; Docente do curso de Agronomia, medicina Veterinária e Engenharia da produção das Faculdades Ideau; 2 2 METODOLOGIA A área usada para quantificação da macrofauna do solo fica localizada no campus III do Instituto de Desenvolvimento Educacional do Alto Uruguai (IDEAU), localizado no município de Getúlio Vargas, RS. Para o estudo, foi utilizado uma garrafa pet de 2 litros, contendo 4 aberturas de 6x4 cm feitas na altura de 20 cm da base da garrafa. Estas garrafas (três para cada local de coleta) foram enterradas no solo até a tampa, que ficaram visíveis cada uma contendo 200 ml de álcool 70% e 3 a 5 gts de formol a 2%. Após 4 dias, procedeu-se a identificação e contagem dos organismos em laboratório. O material contido em cada armadilha foi peneirado material contido em cada armadilha foi peneirado e mantido em álcool a 70% mais 5% de glicerina até a contagem e identificação dos organismos (GIRACCA et al., 2003). As coletas foram realizadas em diferentes locais, um no solo do campo (C) e outro na mata nativa (M), realizadas em triplicatas. Os materiais necessários para coleta do solo foram pá reta, régua, 6 garrafas pet, etiquetas pequenas para as garrafas, álcool e formol. Para a separação e quantificação foram utilizados peneiras, placas de petry, pinças, agulhas histológicas, lupas, caneta e formulário para anotações dos insetos (GIRACCA et al., 2003). CONCLUSÃO A macrofauna compreende os maiores invertebrados que vivem no solo e são facilmente visíveis a olho nu, com o tamanho do corpo maior que 1 cm e/ou com diâmetro do corpo acima de 2mm. Os seguintes grupos taxônomicos incluem componentes da macrofauna edáfica: Diptera (moscas, mosquitos); Hemiptera, atualmente classificado como Heteroptera (percevejos); Homoptera (cigarra, cigarrinha, pulgões e cochonilhas); Coleoptera (besouros); Thysanoptera (trips), Orthoptera (gafanhoto, grilo, esperança, paquinha); Psocoptera; Blattodea (barata); Dermaptera (tesourinha); Isopoda (tatuzinho de jardim); Diplopoda (gongolo ou piolho de cobra); Symphyla; 3 Chilopoda (lacraias e centopéias); Araneae (aranhas); Pseudoscorpionida; Opilionida (opiliões); Gastropoda (lesmas e caracóis); Oligochaeta (minhocas); Hymenoptera (formigas, vespas, abelhas e marimbondos); Isoptera (cupins). (AQUINO, 2001). Os resultados apresentam pouca variedade e números de espécies, sendo a maior ocorrência de formigas, tanto na mata nativa quanto no campo. Possivelmente esta baixa quantidade de organismos está relacionada com o excesso de água, constatada pela alta precipitação ocorrida nos dias de coleta e pela presença de um solo rochoso. A Tabela 1 apresenta os organismos quantificados nos dois locais de coleta. Tabela 1: Organismos da fauna edáfica encontrados na mata nativa e lavoura, coletados no Campus III das Faculdades Ideau, Getúlio Vargas, RS. Reino/Filo/Ordem CLASSE MATA NATIVA CAMPO Animalia/ Artropoda/Hymenoptera Insecta 7 5 Animalia/Artropoda/Araneídeos Arachnida - 1 Animalia/Artropoda/Diptera Insecta 1 1 8 7 Total Na tabela percebe-se um maior número de formigas (Hymenoptera), provavelmente do gênero Atta (saúvas), tanto em mata nativa quanto em campo (Figura 1), possivelmente devido ao clima tropical, característico do local de coleta. Figura 1: Percentagem de Macrofauna coletada no Campus III Faculdade Ideau, Getúlio Vargas/RS. 4 Apesar de 95% das 10 mil espécies de formigas existentes na região tropical serem consideradas benéficas ao homem e à natureza, os 5% restantes, as cortadeiras, são responsáveis por vultuosas perdas agronômicas, pois são fitófagas e consomem geralmente as folhas jovens, que as transportam para dentro do formigueiro onde, em câmaras especiais, esse material é utilizado como substrato para o cultivo de um fungo (Leucoagaricus gongylophorus), do qual se alimentam (SANTANA, 2000). Embora em menores exemplares, também foram encontrados insetos como moscas e lagartas e aracnídeos. Sabe-se que os organismos do solo são ao mesmo tempo agentes transformadores e reflexos das características físicas, químicas e biológicas dos solos. A sensibilidade dos invertebrados de solo aos diferentes manejos reflete os efeitos das práticas de manejo utilizadas se conservativas ou não, do ponto de vista da estrutura e fertilidade do solo (ASSAD, 1997). As práticas de manejo utilizadas em um sistema de produção podem afetar de forma direta e indireta a fauna do solo. Os impactos diretos correspondem à ação mecânica da aração e gradagem e aos efeitos tóxicos do uso de agrotóxicos. Desta forma, a retirada de serrapilheira e ervas daninha, bem como a compactação do solo decorrente do uso intensivo de máquinas agrícolas e monoculturas provocam uma simplificação do habitat, tendo como consequência uma diminuição em diversidade da comunidade do solo (ASSAD, 1997). REFERÊNCIAS AQUINO, A. M. Diversidade da macrofauna do solo como indicadora de sistemas de plantio direto para a região Oeste do Brasil. Santa Maria, 2001. LAVELLE, P. Soil function in a changing world: the role of invertebrate ecosystem engineers. New Jersey, 1997. ASSAD, M.L.L. Fauna do solo. 1997. 5 SANTANA, D.L. REVISTA A GRANJA. Disponível em: <http://www.uesb.br/entomologia/cort.html>. Acesso em: 08 abr. 2014.